LUZ ESPÍRITA
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Experiências de Quase Morte

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 28, 2012 10:05 pm

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Desejo voltar minha atenção agora à disciplina de filosofia.
Parece que, de todas as disciplinas, a filosofia deveria ser a mais interessada, e meticulosamente estudar, toda a pesquisa sobre NDE.

Afinal de contas, a filosofia não se supõe estar preocupada com perguntas de significado final, do propósito de vida, da relação entre mente e corpo, de Deus, e assim por diante?

A pesquisa de NDE tem dados que são directamente relevante a todas estas perguntas.

Então como é possível que filósofos colectivamente conseguiram ignorar e mesmo zombar desta pesquisa?
Para aqueles exteriores da filosofia académica, pode vir como uma surpresa aprender que a grande maioria dos filósofos académicos são ateus e materialistas.

Enquanto, como argumentei acima, eles incorrectamente usam ciência para apoiar seu materialismo, eles sistematicamente ignoram os resultados da ciência — que eu tomo as pesquisa de quase-morte serem — que refuta seu materialismo.

Desde que seu materialismo não é baseado empiricamente, chamo-o fundamaterialismo, para fazer comparação explícita com fundamentalismo em religião.

O fundamentalismo conota uma atitude de certeza em direção de uma crença central.

Assim como o fundamentalista cristão é absolutamente certo que o mundo foi criado na maneira descrita pela Bíblia — não obstante as evidências fósseis — assim também o fundamaterialista está absolutamente certo que não existe nada que não seja composto de matéria — não obstante NDEs e outras evidências.

Aliás, e este é o ponto crucial, suas respectivas crenças não têm nada a ver com evidência.

Como meu colega fundamaterialista coloca:
“Não pode haver evidência para algo que é falso”.

Como um sumário à parte, eu acredito que há alguns paralelos interessantes a serem tirados por comparar fundamaterialistas e atitudes dos fundamentalistas em direcção de dados que desafiam suas respectivas visões de mundo. Os fundamentalistas são igualmente inventivos em justificar a evidência de fósseis como os fundamaterialistas — ao menos aqueles que se incomodam em olhar a pesquisa paranormal — em justificar as pesquisas de quase-morte.

Uma explicação particularmente engenhosa do fundamentalista é que, quando Deus criou o mundo algum há 5000 anos, Ele criou-o com fósseis e ossos de dinossauro em locais para fazer parecer que o mundo era mais velho, como um tipo de prova de nossa fé.

O criacionista então desafia o cientista evolutivo a “provar” que Deus de facto não criou o mundo desta maneira.

Não se precisa ser logicamente astuto para ver que a hipótese do criacionista é infalsificável em princípio, portanto não científica.

Doravante, o cientista evolutivo não necessita mostrar — porque não pode em princípio ser mostrado — que Deus não criou o mundo com a evidência de fósseis locais.

Os argumentos desses fundamaterialists que olham a evidência de pesquisa paranormal são igualmente convolutos, envolvendo premissas não falseáveis, confundindo evidência com prova, e assim por diante.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 28, 2012 10:06 pm

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Veja o livro de Almeder citado acima para um exame mais detalhado de algumas convoluções que os fundamaterialistas precisam passar para poupar seu materialismo.

E, mais surpreendente, mesmo aqueles filósofos que não são materialistas se recusam a olhar os dados.

Alguém pensaria que um dualista cartesiano, ou um Platonista, iria avidamente devorar a riqueza de dados que fortemente apoia seu ponto de vista.

Quereria compartilhar algumas experiências mais pessoais que destacam algumas atitudes envolvidas.

No fim da década de 1970, quando a pesquisa inicial sobre NDE acabava de ser publicada, envolvi-me em um curso de treinamente de equipe com um dos capelões da cidade universitária.

Excitadamente, compartilhei o que eu aprendia sobre NDE com o capelão, pensando que ele recebia dados empíricos que, no mínimo, constituíam forte evidência à primeira vista para muito do que ele acreditava — alma, vida futura, responsabilidade final por suas acções, Poder Mais Alto, e assim por diante.

Para meu assombro, ele desqualificava a evidência assim como meu colega fundamaterialista.

Quando interroguei-o sobre por que ele era tão resistente aos dados, ele disse, em efeito, que sua crença em Deus e a vida futura é baseada em fé, e se estas coisas eram possíveis de serem decididas empiricamente, não restaria nenhum lugar para a fé, que para ele era o fundamento de suas convicções religiosas.

Eu sabia então que a NDE estava entre a cruz e a espada, longe de ser levada a sério pelas duas disciplinas, filosofia e teologia, que deveriam ser as mais interessadas nela.

Por um lado, filósofos fundamaterialistas acreditam na verdade do materialismo a priori;
evidência empírica não é relevante para eles, e são cometidos a ignorar e/ou defraudar algo que pareça evidência.

Por outro lado, teólogos e outros intelectuais que acreditam numa vida futura tendem a basear sua crença em fé, o que eles sentem seria seriamente subvertido se evidência empírica tivesse ligação com suas crenças.

Além do mais, uma vez que teólogos e religiosos abram a porta à evidência empírica, eles permitem a possibilidade que a evidência possa contradizer alguns aspectos do que foi acreditado unicamente pela fé.

De facto, isto já aconteceu.

A evidência da NDE, por exemplo, sugere que Deus não é vingativo, não nos julga nem nos condena, e não está zangado conosco por nossos “pecados”;
há julgamento, claro, mas os relatórios parecem estar em acordo que todo julgamento vem de dentro o indivíduo, não do Ser de Luz.

Parece, aliás, que todo Deus é capaz de dar-nos amor incondicional.
Porque o conceito de um Deus todo amoroso e não-crítico contradiz e subverte os ensinos de algumas denominações religiosas, não é de admirar que alguns fundamentalistas religiosos estão furiosos com NDE.

Mais uma história:
um há poucos anos, um académico de Platão da Inglaterra deu uma conferência na minha universidade.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 29, 2012 9:28 pm

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Depois, sentei-me ao lado dele no jantar, e ele gentilmente perguntou-me quais eram os meus interesses estavam em filosofia.

Respondi que estava interessado em examinar os vários tipos de evidências sugestivos de uma vida futura.

Ele, supondo falsamente que meu interesse estava em defraudar o paranormal, prosseguiu contando-nos de uma conferência recente que ele tinha assistido na Inglaterra.

O conferencista, ele disse (com um sarcasmo leve de zombaria ridícula que apenas os britânicos aperfeiçoaram verdadeiramente) era um certo neuropsiquiatra que conversou sobre a NDE, e (com tom aumentado de zombaria) realmente acreditado que era real.

Mesmo eu sendo bem familiar quanto às limitações de meus colegas metafisicamente desafiados, sua atitude surpreendeu-me.

Para começar, aqui estava um académico de Platão, que, como o capelão, rapidamente descartava mesmo a possibilidade que podia haver evidência que os pareceres de Platão, os pareceres do filósofo sobre quem ele é perito, realmente talvez fossem verdadeiros.

Já que a primeira NDE registada está no fim do Livro 10 da República do Platão (1953/4 A.C.), eu teria acreditava que um acadêmico de Platão iria no mínimo ser curioso sobre isto.

Mas mesmo mais perturbante a mim era seu raciocínio subentendido.

Sempre que eu ouço que um cientista altamente qualificado estudou algum tipo de fenômeno esotérico, e veio à conclusão, baseada em pesquisa, isso há algo nisto, tal como James em mediunidade ou Stevenson em reencarnação, ou John Mack em UFOs ou Brian Weiss em regressões de vidas passadas, minha curiosidade é despertada, e quero investigar.

Meu raciocínio é que, se cientistas respeitáveis e bem educados concluíram que há algo nisto, então talvez haja, e prossigo lendo o que eles têm a dizer.

Mas meu colega, o académico de Platão, argumentava de forma bem diferente:
se um neuropsiquiatra respeitável e bem educado veio à conclusão que é possível que haja vida depois da morte, o que isto mostra não é que seja possível que haveria qualquer razão empírica para acreditar numa vida futura, mas antes, que mesmo um treinamento rigoroso em neuropsiquiatria não pode proteger um indivíduo de acreditar em tais absurdos tolos como uma vida futura.

Este é o raciocínio de uma mente fechada.

Com respeito à pergunta de uma vida futura, sua mente já foi feita;
como a maioria dos filósofos académicos, ele acreditava a priori que não há nenhuma vida futura, e desde que não pode haver nenhuma evidência para algo que não existe, qualquer um que acredite contrariamente trai uma mente que caiu vítima da superstição, wishful e fuzzy thinking, irracionalidade, etc.

Uma conclusão que eu cheguei com os anos é que tanto o ateu como o crente, do fundamaterialista ao fundamentalista, compartilham algo em comum.

Aliás, de uma perspectiva epistemológica, o que eles têm em comum é muito mais significativo que o que eles discordam. O que eles concordam é isto:
crenças pertencendo à possível existência de uma realidade transcendente — Deus, alma, vida futura, e assim por diante — são baseados em fé, não facto.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 29, 2012 9:29 pm

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Se isto é verdadeiro, então não pode haver nenhuma evidência efectiva que pertença a tais crenças.

Este metacrença — que crenças sobre uma realidade transcendente não podem ser baseadas empiricamente — está tão profundamente entrincheirada em nossa cultura que tem o status de um tabu.

O tabu é muito democrático no que permite todo o mundo acreditar o que ele ou ela quer acreditar sobre tais questões.

Isto permite aos fundamaterialistas sentirem-se confortáveis em suas convicções que a razão está em seu lado, que não há nenhuma vida futura, e que aqueles que acreditam contrariamente caíram presos às forças da irracionalidade e ilusão.

Mas também permite aos fundamentalistas sentirem-se confortáveis em sua convicção que eles têm Deus a seu lado, e que aqueles que acreditam contrariamente caíram presa às forças de mal.

Assim, embora o fundamentalista e o fundamaterialista estejam em extremos opostos do espectro de possíveis atitudes em direcção de uma vida futura, suas posições extremas unem-nos como companheiros estranhos em suas batalhas contra a possibilidade que haja questões de facto sobre a vida futura que a pesquisa empírica talvez descubra.

A própria sugestão que a pesquisa empírica talvez tenha ligação com crenças pertencendo a uma realidade transcendente — que tais crenças estão sujeitas a confinamento empírico — corre fortemente contra este tabu, e doravante muito ameaça à maioria dos elementos de nossa cultura.

Então, no mínimo, há um fracasso de curiosidade entre o estabelecimento académico com respeito a um corpo grande de dados sugestivo de uma vida futura.

E se estou correto, se, para parafrasear Almeder, é irracional não acreditar numa realidade transcendente, dada a evidência, então a academia está penetrada por uma irracionalidade comum e recalcitrante que a cega aos resultados da ciência.

Agora, o termo “irracional” tem um vasto leque de significados, e há sem dúvida espaço para diferenças de opinião com respeito ao que constitui pensamento irracional e ilógico.

Mas todo mundo concorda que o território do discurso racional é estruturado por regras básicas de lógica.

Aqueles que, enquanto defendendo suas próprias crenças, transgridem estas regras claramente podem ser ditos estarem se comportando irracionalmente.

Os fundamaterialistas, como os fundamentalistas, são tão auto-honradamente certos da verdade de suas crenças, que eles são freqüentemente cegos aos erros lógicos elementares que eles cometem em defesa de suas crenças.

James, até onde sei, foi o primeiro pesquisador paranormal salientar isso.

James ficou tão chateado sobre um editorial de 1898 na Science defraudando a mediunidade que ele escreveu uma resposta contundente expondo alguns erros de lógica, que vale citar em alguma extensão:
Any hearing for such phenomena [mediumship] is so hard to get from scientific readers that one who believes them worthy of careful study is duty bound to resent such contemptuous public notice of them in high quarters as would still further encourage the fashion of their neglect.

Qualquer plateia para tais fenómenos [mediunidade] é tão difícil de atrair leitores científicos que alguém que acredite que eles são dignos de estudo cuidadoso está fadado a sentir o desprezo público deles pela elite o que encoraja ainda mais a moda de sua negligência.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 29, 2012 9:29 pm

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I say hearing; I don’t say fair hearing. Still less do I speak of fair treatment in the broad meaning of the term.
The scientific mind is... painfully drilled to fairness and logic in discussing orthodox phenomena.

But in such mere matters of superstition as a medium’s trances it feels so confident of impunity and indulgence whatever it may say, provided it be only contemptuous enough, that it fairly revels in the untrained barbarians’ arsenal of logical weapons, including all the various sophisms enumerated in the [logic] books.


Digo plateia; eu não digo plateia justa.
Ainda menos falo de tratamento justo no significado amplo do termo.

A mente científica é... dolorosamente vazia de imparcialidade e lógica ao discutir fenómenos ortodoxos.

Mas tanto nas meras questões de superstição como nos transes de um médium sente-se tão confiante de impunidade e indulgência o que quer que se diga, desde que seja suficientemente desprezador, que bárbaros inexperientes claramente festejam ruidosamente nos arsenal de armas lógicas, incluindo todo os vários sofismas enumerados nos livros [de lógica].

Your own comments seem to me an excellent illustration of this fact.
If one wishes to refute a man who asserts that some A’s are B’s, the ordinary rule of logic is that one must not show that some other A’s are not B’s — one must show him either that those first A’s themselves are not B’s, or else that no A possibly can be a B.

Now Mr. Hodgson comes forward asserting that many of Mrs. Piper’s trances show supernatural knowledge.
You thereupon pick out from his report five instances from his report in which they showed nothing of the kind.

You thereupon wittily remark, “We have piped unto you but ye have not danced,” and you sign your name with an air of finality, as if nothing more in the way of refutation were needful and as if what earlier in the article you call “the trivial character of the evidence. . .” were now sufficiently displayed.


Seus próprios comentários me parecem uma ilustração excelente deste facto.

Se alguém deseja refutar um homem que afirma que alguns A são B, a regra costumeira de lógica é que não se deve mostrar que alguns outros A não são B — deve-se mostrar ou que aqueles primeiros A eles próprios não são B, ou que nenhum A possa ser um B.

Agora o Sr. Hodgson voluntareia-se a afirmar que muitos dos transes da Sra. Piper mostram conhecimento sobrenatural.
Você daí escolhe cinco exemplos do relatório dele que não mostraram nada da espécie.

Você daí graciosamente observa, “nós conduzimos até você, mas não dançamos,” e assina seu nome com um ar de finalidade, como se nada mais no modo de refutação fosse necessário e como se o que anteriormente no artigo você chama “o carácter trivial da evidência...” fosse agora suficientemente exibido.

If, my dear sir, you were teaching Logic to a class of students, should you, or should you not, consider this a good instance by which to illustrate the style of reasoning termed “irrelevant conclusion,” or ignoratio elenchi, in the chapter on fallacies?
I myself think it an extraordinarily perfect instance.


Se, meu caro senhor, você estivesse ensinando Lógica a uma classe de estudantes, você deveria, ou não deveria, considerar este um bom exemplo pelo qual ilustrar o estilo de raciocínio denominado “conclusão irrelevante,” ou ignoratio elenchi, no capítulo sobre falácias?
Eu mesmo o penso como um exemplo extraordinariamente perfeito.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 30, 2012 8:47 pm

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And what name should you assign the fallacy by which you quote one of those five sitters as saying that he himself got nothing from the medium “but a few preposterous compliments,” whilst you leave unquoted the larger part of his report, relating the inexplicable knowledge which the medium showed of the family affairs of his wife...?

I am not sure that the logic books contain any technical name for the fallacy here, but in legal language it is sometimes called suppressio veri, sometimes something still less polite. . .


E por qual nome você designaria a falácia pela qual você cita um desses cinco assistentes como dizendo que ele próprio nada recebeu da médium “excepto alguns elogio prepósteros,” enquanto você ignorou a maior parte do relatório dele, relacionando o conhecimento inexplicável que a médium mostrou dos negócios de família da sua esposa...?

Eu não estou seguro que os livros de lógica contêm qualquer nome técnico para a falácia aqui, mas em linguagem legal ele às vezes é chamado suppressio veri, às vezes algo ainda menos gentil...

I am sure that you have committed these fallacies with the best of scientific consciences.
They are fallacies into which, of course, you would have been in no possible danger of falling in any other sort of matter than this.
In our dealings with the insane the usual moral rules don’t apply.

Mediums are scientific outlaws, and their defendants are quasi insane. Any stick is good enough to beat dogs of that stripe with.
So in perfect innocence you permitted yourself the liberties I point out.

(James, 1986/1869–1909, p.184)

Estou seguro que você cometeu estas falácias com a melhor das consciências científicas.
São falácias em que, naturalmente, você não teria possibilidade alguma de cair em qualquer outro tipo de assunto a não ser este.

Em nosso trato com o insano as regras morais normais não se aplicam.
Os médiuns são foras-da-lei da ciência, e seus defensores são quase dementes.

Qualquer pedaço de pau é suficientemente bom para bater nos cães dessa raça.
Então em perfeita inocência você se permitiu as liberdades que eu saliento.
(James, 1986/1869–1909, p.184)

As críticas de James são tão apropriadas hoje como eram há cem anos.
Aliás, os dois tipos de erros lógicos que James identificou são provavelmente aqueles mais freqüentemente usados pelo fundamaterialistas hoje.

Mas James claramente indicou aqui que é somente com respeito à questão de apoio empírico para uma vida futura que “a mente científica... acostumada à imparcialidade e à lógica ao discutir fenómenos ortodoxos abandona tanto a imparcialidade quanto a lógica, e em vez disso “regala-se no arsenal de armas lógicas de bárbaros inexperientes, incluindo todos os vários sofismas enumerados nos livros.”

Porque isto acontece?

Por que é que pessoas racionais, quando vem discutir a evidência empírica para o dualismo, alegremente comete todos os tipos de erros lógicos — erros que eles nunca deixariam seus estudantes ou colegas escapar às consequências.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 30, 2012 8:52 pm

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Penso há três factores relacionados, ou causas, que converge para gerar irracionalidade coletiva da academia com respeito a esta questão:
(a) resistência à mudança de paradigma,
(b) arrogância intelectual, e
(c) tabu social.

O primeiro destes factores é a resistência à mudança de paradigma.
Desde a publicação de Thomas Kuhn de The Structure of Scientific Revolutions [A Estrutura de Revoluções Científicas] (1962), o conceito de um paradigma foi uma familiar, útil, embora às vezes discutível, ferramenta.

O conceito de um paradigma ajuda-nos consideravelmente em compreender revoluções científicas, quando mudanças dramáticas ocorrem envolvendo suposições profundamente enraizadas sobre como as coisas são ou como as coisas devem ser.

Todos os académicos inscrevem-se dentro do contexto de uma disciplina específica que treina seus praticantes a pensar em termos do paradigma actualmente operativo.

Uma vez o paradigma operativo foi internalizado na mente do indivíduo, outros paradigmas concorrentes parecem errados e/ou tolos.

Por exemplo, acho que me lembro, quando um estudante graduado, de passar uma tarde agradável com outros estudantes graduados alegremente zombando da fenomenologia, que é um meio diferente de abordar filosofia que o paradigma analítico dominante na América.

Nenhum de nós tinha lido algo sobre fenomenologia, ou entendeu o que era, ainda a nós isto era balbúcio sem sentido, filosofia francesa tola.

Os exemplos, histórico e pessoal, podiam ser multiplicados sem limite.
De facto, reuniões profissionais, tanto em ciência e humanidades, raramente não degeneram em meras sessões defraudadores.

Parece que há algo muito profundo em nós seres humanos que leva-nos a descartar e zombar de qualquer meio de pensar diferente do próprio.
Há uma resistência natural a formas de pensar que difere do que foi internalizado durante o processo educacional.

Filósofos académicos caem dentro de um paradigma que é em grande parte ateu, materialista, e reducionista.

Não há nenhum Deus;
somente objectos e processos materiais existem;
e experiência humana e comportamento são ser explicados mecanicamente em termos de estados cerebrais.


Livros com os termos “mente” ou “consciência” em seu título, por exemplo, tendem a ter como sua meta primária a redução da experiência mental e ciente à neurofisiologia.

A alguém que internalizou este paradigma, este meio de abordar coisas parece ser correcto, razoável, objectivo, e sensato.

O paradigma em si raramente é questionado;
é a mesma água em que o filósofo académico nada, por isso é tão difícil para alguém que está imerso no paradigma vê-lo como um paradigma, como o modo que as coisas “devem ser”.

Alguém operando fora de um paradigma diferente parece estar afastado da realidade, irracional, etc.
Então, uma das forças que leva a acadêmicos ignorar, descartar, e zombar da evidência de uma vida futura é o paradigma que o académico individual internalizou.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 30, 2012 8:52 pm

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A força de um paradigma bem-entrincheirado tem, por toda a história, sempre levado a cientistas e humanistas resistir activamente a paradigmas, teorias e hipóteses diferentes do próprio, assim como a informação que corre contra os contornos gerais de seu próprio paradigma.

De facto, eu penso que o conceito de um paradigma parcialmente explica por que filósofos são, como um todo, muito mais resistentes ao conceito de uma vida futura que são os cientistas.
(São cientistas, não filósofos, que estão activamente empenhados nesta pesquisa).

É porque o ateísmo exerce um papel muito mais central no paradigma do filósofo contemporâneo que no do cientista.

O segundo factor é arrogância intelectual.
Além do tipo normal de resistência com que qualquer paradigma se defende contra mudança, o paradigma ateísta da academia geralmente, e da filosofia em particular, é especialmente ameaçado pelos resultados da pesquisa paranormal.

Isto é porque intelectuais querem considerar-se como a manifestação mais alta de inteligência no planeta, se não no universo.

Abraçando um modelo evolutivo de acordo com o qual a consciência é correlacionada ao desenvolvimento cerebral, intelectuais consideram o cérebro humano como o desenvolvimento mais alto de forças evolutivas, e um cérebro humano educado como o mais alto do alto.

Os intelectuais querem sentir-se andando em cima da crista da onda evolutiva.

Essa presunção intelectual é grandemente ameaçada pela pesquisa paranormal, especialmente sobre NDE, os resultados os quais fortemente sugerem (sou tentado a dizer “claramente mostram” em vez de “fortemente sugerem”) que o intelecto humano é de modo algum a forma mais alta de inteligência.

O Ser de Luz é em si mesmo freqüentemente descrito como infinita inteligência e amor;
além do mais, intermediários entre os seres humanos e Deus aparentam muitas formas de inteligência desencarnada grandemente superiores à nossa própria.

E além do mais, NDErs relatam que eles sentem-se estar mais vivos e inteligentes enquanto fora do corpo que quando no corpo.

A pesquisa de quase-morte parece confirmar a visão do Platão que o corpo age como um abafador na inteligência nativa da alma, oprimindo-a, por assim dizer, tal que a alma não pode manifestar sua plena inteligência enquanto incorporada na forma material.

Tudo isto profundamente se relacciona a nós académicos.
Quando éramos mais jovens, podemos ter sido pobres em esportes, frequentemente podemos ter sido importunados por outras crianças por sermos “quadrados” ou “tontos”.

Mas éramos espertos, e nosso sentido inteiro de auto-valor foi amarrado em ser esperto.
Fomos elogiados por nossos professores para receber A, e trabalhamos muito para alcançar as possíveis honras e recompensas académicas mais altas.

É assim bastante natural para nós desejar teorias que apoiem e justifiquem essas qualidades que são mais forte em nós.

Portanto muito conforta, embora descaradamente auto-sirva, abraçar um paradigma de acordo com o qual nós intelectuais somos os mais altamente desenvolvidos seres no universo, ou, ao menos, no planeta.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 31, 2012 9:16 pm

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Então pedir que levássemos a pesquisa actual de quase-morte seriamente é pedir-nos para entreter não só a possibilidade que o paradigma ateu em termos do qual fomos erigidos e educados talvez seja inadequado, mas também que a inteligência humana, a qual para nós acadêmicos é a manifestação suprema, não é a forma mais alta de inteligência na Criação (e pode muito bem estar entre as mais baixas).

Não se admira que haja tanta resistência!

O terceiro factor é o tabu social e cultural.
Esta é a fonte mais séria e poderosa de resistência, porque não envolve só o sistema universitário, mas nossa cultura inteira, de facto, nosso modo inteiro de vida.

Apesar de declarações ao contrário, vivemos num cultura completamente ateia e não religiosa.

Por certo, a maioria das pessoas professa uma crença num Poder Mais Alto de algum tipo, e muitas pessoas prestam serviços religiosos regularmente, mas religião, querendo dizer valores religiosos, não exerce nenhum papel em formar as forças económicas e políticas que estruturam e controlam nossa cultura.

Deixe-me explicar:
o valor religioso primário, comum a quase todas as religiões do mundo, é amor.

As religiões do mundo em grande parte concordam que esse Amor Divino é a força que cria e apóia nosso mundo, e que nosso propósito primário enquanto encarnados é crescer em nossa capacidade de entender e de expressar este amor.

As religiões do mundo geralmente advogam que praticamos compaixão e perdão em direcção de outros, que nós tratemos as pessoas como fins em si, e que nós não valorizemos posses materiais.

A “vida boa,” de acordo com a maioria das religiões, não consiste na busca de riqueza, reputação, nem poder, mas antes na busca do correcto relacionamento com o Divino.

No entanto, os valores de nossa cultura são diametralmente opostos aos valores da religião.
O êxito em nossa cultura é medido por riqueza, reputação, e poder;
e o requisito de desejos para obter este êxito são avareza e ambição.

Valores religiosos foram com segurança desviados para uma hora por semana no domingo de manhã, onde eles são completamente ineficazes em mitigar as forças de avareza e ambição que guiam nossa cultura economicamente.

Os valores religiosos primários de amor e compaixão não exercem nenhum papel em formar a vida económica e política de nossa cultura.

Os políticos e as corporações procuram só ganhar fama e fortuna para si;
eles não estimam bondade, eles não procuram compartilhar sua riqueza, e o mais importante, eles, como todos os outros em nossa cultura, medem seu auto-valor de acordo com sua riqueza, estado, e reputação.

Ninguém enriquece por ser bondoso a competidores;
ninguém ganhos posto político por ser amoroso com seus oponentes.

Valores religiosos podem ser citados em cerimónias religiosas [Religious values may be paid lip service], mas são inoperantes em nossas culturas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 31, 2012 9:16 pm

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De facto, eles são fundamentalmente incompatíveis com os valores que, de facto, guiam nossa cultura.
E por “cultura” eu não quero dizer só a cultura incorporada e política, mas a cultura popular também.
Considere, por exemplo, o valor do perdão, comum a quase todas as religiões.

Em que percentual de nossos filmes são os protagonistas heróis porque eles com êxito aplicaram este valor e perdoaram seus inimigos?

Compare isto com a porcentagem de filmes em que os protagonistas são heróis porque eles com êxito aplicaram o valor oposto de vingança e destruíram seus inimigos.

O leitor provavelmente já pode ver onde vou com isto.
A pesquisa no NDE cedeu à seguinte conclusão sem ambiguidade.

NDErs confirmam os valores básicos das religiões do mundo.
O propósito da vida, a maioria de NDErs concorda, é conhecimento divino e amor.

Estudos sobre o efeito transformador da NDE mostra que os valores culturais de riqueza, estado, e posses materiais tornam-se muito menos importantes, e os valores religiosos perenes de amor, preocupando-se com outros, e adquirir conhecimento sobre o divino ascende a importância maior.

Isso é, os estudos mostram que NDErs não apenas verbalmente professam os valores de amor e conhecimento, mas tendem a operar de acordo com estes valores, se não inteiramente, então ao menos mais do que antes.

Contanto que valores religiosos sejam apresentados como valores meramente religiosos, então é fácil para a cultura popular ignorá-los ou dar-lhes mínima atenção na palestra da manhã de domingo [or give them minimal lip service on Sunday mornings].

Mas se estes mesmos valores religiosos são apresentados como fatos científicos empiricamente verificados, então tudo muda.

Se a crença numa vida futura fosse para ser aceita não por fé, nem por teologia especulativa, mas como uma hipótese científica bem confirmada, então isto não poderia ser ignorado por nossa cultura.

Aliás, quereria dizer o fim de nossa cultura em sua forma presente.

Considere o seguinte cenário:

Pesquisa adicional de quase-morte confirma em grande detalhe o que já foi estabelecido, muitos mais casos de percepções verificadas verídicas enquanto “fora de corpo” são coleccionados e documentados, a futura tecnologia médica tornando possíveis muitos mais casos “smoking gun” do tipo discutido acima, estudos longitudinais sobre NDErs confirmam as mudanças comportamentais já observadas alinhada com seus valores espirituais recentemente adquiridos (ou recentemente reforçados), etc.

Os estudos são duplicados em culturas diferentes, com os mesmos resultados.

Eventualmente, o peso de evidência começa a se pôr, e cientistas estão prontos para anunciar ao mundo, se não como facto, então ao menos como hipóteses científicas altamente confirmadas:

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 31, 2012 9:17 pm

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(1) Há uma vida futura.

(2) Nossa identidade real não é o nosso corpo, mas nossa mente ou consciência.

(3) Embora os detalhes da vida futura não sejam conhecidos, estamos razoavelmente certos que todo mundo experimentará uma revisão da vida, em que indivíduos não experimentam apenas cada acontecimento e cada emoção de suas vidas, mas também, os efeitos que seu comportamento, positivo ou negativo, teve nos outros.

Os mecanismos normais de defesa com que nós escondemos de nós mesmos nosso comportamento às vezes cruel e menos que compassivo em direcção aos outros parecem não operar durante a revisão de vida.

(4) O propósito da vida é amor e conhecimento — aprender o possível sobre tanto este mundo como do mundo transcendente, e crescer em nossa capacidade de sentir bondade e compaixão em relação a todos os seres.

(5) Uma consequência da revisão de vida é que parece ser uma grande desvantagem a si prejudicar outra pessoa, qualquer um fisicamente ou psicologicamente, desde que qualquer dor que um inflige em outro é experimentado como a própria na revisão de vida.

Este cenário é de modo algum inverossímil.
Acredito que já há evidência suficiente para apresentar as propostas acima como “prováveis,” ou “mais prováveis que a negativa,” baseado na evidência.

Mais estudos só aumentarão a probabilidade. Quando isto acontecer, o efeito será revolucionário.

Quando estes resultados são anunciados por cientistas, tornar-se-á impossível para nossa cultura fazer negócio como de costume, seja economicamente ou politicamente, ou nas universidades.

Pois as nossas universidades são instituições de nossa cultura e, como tal, manifesta e perpetua os valores de nossa cultura.

Seria interessante especular o que uma economia ou uma universidade que tenta alinhar-se com as cinco hipóteses empíricas acima talvez pareça-se, mas isso é um projecto bem além do alcance deste artigo.

É suficiente para nossos propósitos presentes simplesmente anotar que a aceitação dos resultados de pesquisadores de quase-morte marcaria o começo do fim de uma cultura cujas forças que a guiaram foram avareza e ambição, e que mede êxito em termos de posses materiais, riqueza, reputação, e estado social.

A cultura presente, portanto, tem um interesse pessoal enorme em subverter pesquisa de quase-morte, ignorando, defraudando, e contrariamente marginalizando a pesquisa.

Mais subtilmente, nossa cultura criou uma atmosfera de “tabu,” por falta de um melhor nome, ao redor de quaisquer conversas sérias de espiritualidade.

Isto é por que nós tendemos a sentir-nos inquieto e desajeitados em discutir estas coisas com colegas.
Podemos discutir espiritualidade na academia como algo que outras pessoas acreditam, mas não como algo para que poderia haver evidência empírica e que talvez seja empiricamente verdadeiro.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 01, 2012 8:48 pm

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Mesmo o primeiro é difícil.
Lembro-me de assistir uma conferência sobre Baruch Spinoza há alguns anos.
Um membro da audiência quis perguntar ao orador se pensavaque Spinoza era um místico.

Mas o próprio interrogador não podia proferir a palavra “místico”.
Gaguejou e gaguejou até que outra pessoa fez a pergunta para ele.

O tabu contra espiritualidade é tão forte na filosofia acadêmica, que sentimo-nos desajeitados e embaraçados mesmo em dizer a palavra “místico”.

E isto é por que eu digo que esse algo como um tabu opera aqui, algo que nós temos todos internalizado, que gera sentimentos de desconforto e ansiedade sempre que espiritualmente é discutido como algo que talvez seja verdadeiro, antes que meramente intelectualmente, como sociologia, história, a psicologia, ou literatura.

Para evitar estes sentimentos de incómodo e ansiedade gerados pelo tabu, acadêmicos tentam proteger-se empregando as mesmas estratégias que todo o mundo usa para evitar ansiedade.

A primeira estratégia é a negação. Prestando nenhuma atenção à pesquisa, ignorando-a e desqualificando-a a priori, o acadêmico é dispensado dos sentimentos inconfortáveis que surgiriam de transgredir o tabu.

A segunda estratégia é defraudar, justificar, e contrariamente marginalizar a pesquisa, e às vezes mesmo os próprios pesquisadores.

Acredito que eu identifiquei vários dos fatores importantes envolvidos na recusa colectiva da academia de levar seriamente os resultados da pesquisa sobre o paranormal.

Aquelas disciplinas que seriam mais afetadas por esta pesquisa, tal como filosofia e a psicologia, são as mais resistentes aos dados, porque os dados chamam à questão suas pressuposições mais fundamentais do que uma pessoa é do que é a vida.

Há assim muito para os acadêmicos geralmente, e filósofos e psicólogos especialmente, temer nesta pesquisa.

Aconselharia aqueles pesquisadores que tornaram-se pessoalmente convencidos, baseados em seus próprios estudos, que o materialismo é falso e que a mente pode e existe independente do corpo, a afirmar seus resultados intrepidamente como científico, não meramente como as próprias crenças pessoais:
a ciência mostrou esse materialismo é falso e que a melhor hipótese que se encaixa em seus dados é a hipótese de que a mente existe independentemente do corpo.

Não vamos jogar o jogo do fundamaterialista de confundir o conceito de evidência com o conceito de prova limitando nossos resultados com cláusulas de desresponsabilização.

Pois os fundamaterialistas e defraudadores teriam nos levado a acreditar que o peso de prova está em nós primeiramente desmentir cada hipótese alternativa que eles possam imaginar.

Aceitar suas exigências injustas põe pesquisadores na mesma posição epistemológica que Charles Darwin estaria em se tivesse aceitado a reinvidicação criacionista que a teoria de evolução não foi bem estabelecida a menos que ele primeiramente pudesse provar esse Deus não criou o mundo há 5000 anos, completando com fósseis e ossos de dinossauro, para testar nossa fé mais tarde.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 01, 2012 8:49 pm

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Devemos aceitar a conclusão do Almeder que, baseado num exame detalhado de casos de Stevenson de crianças que lembram-se de vidas passadas, “de um ponto de vista filosófico (epistemológico), a crença em reencarnação (e doravante numa mente ou alma que existe independente do corpo) é certamente bem-estabelecido como, se não melhor que, digamos, a crença na existência passada de dinossauros
(Almeder, 1992, p. 2, parênteses adicionados).

Gostaria de fechar contando uma história que eu ouvi sobre C. D. Broad.
Broad foi um filósofo britânico famoso da metade do século 20.

Serviu como presidente da Sociedade Britânica para Pesquisa Psíquica, e foi o último filósofo com uma reputação internacional que acreditou que havia algo na pesquisa psíquica.

Perto do fim da sua vida que ele foi perguntado como sentir-se-ia se ele descobrisse a si mesmo ainda presente depois que o seu corpo tinha morrido.

Respondeu que sentir-se-ia mais decepcionado que surpreendido.
Não surpreendido, porque suas investigações levaram-no a concluir que uma vida futura era mais provável do que se não existisse.

Mas por que decepcionado?
Sua resposta foi desmanteladamente honesta.

Disse, em efeito, que ele tinha tido uma vida boa:
era confortável materialmente, e gozava de admiração e respeito de estudantes e colegas.

Não há nenhuma garantia que seu estado, reputação, e conforto seriam transportados íntegros na vida futura.
As regras pelo qual o êxito é medido na vida futura talvez seja bastante diferente das regras de acordo com o qual o êxito é medido nesta vida.

E de facto, pesquisa de quase-morte sugere que os temores de Broad eram bem fundados, que o “êxito” pelos padrões de vida futura não é medido em termos de publicações, concessões, nem reputação, mas antes por atos de bondade e compaixão a outros.

Talvez aqueles cujo sentido de auto-valor surge principalmente de seu estado dentro de academia tem, como Broad tão eloquentemente expressou, algo a temer dos resultados da pesquisa de quase-morte.

Referências

Almeder, R (1992). Death and personal survival. Lanham, MD: Rowman and Littlefield.
Cook, E W, Greyson, B, and Stevenson, I (1998). Do any near-death experiences provide evidence of survival of human personality after death? Relevant features and illustrative case reports. Journal of Scientific Exploration 12, 377–406.

Fenwick, P, and Fenwick, E (1997). The truth in the light: An investigation of over 300 near-death experiences. New York, NY: Berkley Books.
Grosso, M (1990). Fear of life after death. In G Doore (Ed.), What survives? Contemporary explorations of life after death (pp. 241–254). Los Angeles, CA: Tarcher.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 01, 2012 8:49 pm

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James, W (1986). The works of William James: Essays in psychical research. Cambridge, MA: Harvard University Press. Original works published 1869–1909.
Kuhn, T (1962). The structure of scientific revolutions. Chicago, IL: University of Chicago Press.

Plato (1953). The republic (Book 10). Cambridge, MA: Harvard University Press. Original work written in 4th century B.C.
Sabom, M (1998). Light and death: One doctor’s fascinating account of near-death experiences. Grand Rapids, MI: Zondervan.

[1] Publicado pela primeira vez no Journal of Near-Death Studies 21 (1), Fall 2002. © 2002 Human Sciences Press, Inc. Reproduzido com permissão.

[2] Nota do editor: Esta riqueza de dados é revisada em Irreducible Mind: Toward a Psychology for the 21st Century por E F Kelly, E Williams Kelly, A Crabtree, A Gould, M Grosso, e B Greyson (Lanham, MD: Rowman & Littlefield, 2006). Veja a revisão de Irreducible Mind nesta edição.

[3] Nota do Editor:
Veja, por exemplo, P van Lommel, R van Wees, V Meyers, e I Elfferich (2001), Near-death experience in survivors of cardiac arrest: a prospective study in the Netherlands, The Lancet 358, 2039–2045.

§.§.§- O-canto-da-ave
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Experiências de Quase Morte - Página 3 Empty Fenómenos Próximos à Morte Negligenciados

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 02, 2012 9:06 pm

Carlos S. Alvarado, Ph.D.
Universidade de Virginia

Resumo:

Há vários fenómenos importantes cercando a morte que não receberam atenção em tempos recentes.

Isto inclui desde experiências visuais e auditivas a fenómenos físicos tais como objetos que se rompem ou que caem que são informados ocorrerem no período próximo do momento da morte de uma pessoa.

Algumas pessoas ao redor de leitos de morte também informaram ter visto uma variedade de emanações do corpo da pessoa moribunda (por exemplo:
nevoeiro, luzes, corpos subtis).

Além de apresentar exemplos destes fenómenos, fazem-se várias sugestões para futuras investigações.
É necessário pesquisar a prevalência das experiências e o perfil psicológico das pessoas que informam as experiências.

Também se podem explorar as inter-relações entre as características das experiências e entre os fenómenos relacionados à morte e outras experiências verídicas que ocorrem em relação a pessoas que não estão morrendo ou que estão mortas.

A investigação poderia ser guiada por explicações parapsicológicas e explicações convencionais.

Os estudos de experiências relacionadas à morte são difíceis de fazer devido a que algumas experiências parecem ser raras e devido ao baixo número de pesquisadores interessados e dispostos a levar a cabo estas investigações.

Palavras chave:
fenómenos próximos à morte;
assombrações de leito de morte;
fenómenos físicos no leito de morte;

emanações de leito de morte;
percepção selectiva;
percepção colectiva.


Embora tenha havido discussões recentes e pesquisa sobre “comunicação depois da morte” (Wright, 2002) e experiências de quase-morte (EQMs) (van Lommel, van Wees, Meyers, and Elfferich, 2001), há vários outros fenómenos relatados ocorrerem por volta do momento da morte que são actualmente negligenciados por pesquisadores.

Refiro-me a visões, vozes, impressões, e fenómenos físicos coincidindo com a morte de alguém, assim como as experiências dos espectadores em leitos de morte.

No passado havia mais atenção para estas manifestações, como visto nas publicações de William Barrett (1926); de Ernesto Bozzano (1923); de Camille Flammarion (1921/1922); de Edmund Gurney, Frederic W. H. Myers, e Frank Podmore (1886); e outros (Sidgwick, Johnson, Myers, Podmore, e Sidgwick, 1894), mas há algumas excepções modernas (Piccinini e Rinaldi, 1990; Rhine, 1963; Wright, 2002).

Meu propósito neste artigo não é apresentar uma revisão detalhada da literatura.

Em vez disso eu apresentarei exemplos de alguns destes fenómenos actualmente negligenciados, e esboçarei alguns possíveis temas de pesquisa, com a esperança que outros serão inspirados a estudá-los de um modo sistemático.

Uma parte do que se segue foi discutido neste jornal de uma perspectiva diferente por Glennys Howarth e Allan Kellehear (2001).

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 02, 2012 9:07 pm

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Exemplos de Fenómenos Próximos da Morte

Visões, Vozes e Impressões Próximos do Momento da Morte

Talvez os melhores fenómenos conhecidos relacionados a pessoas moribundas sejam as experiências percebidas próximas, ou coincidentes, com o momento de morte, um tema explorado em detalhe por membros da Sociedade para Pesquisa Psíquica durante o século 19.

Em um dos primeiros representantes clássicos dos melhores trabalhos da Sociedade, o Phantasms of the Living [Fantasmas dos Vivos] de Gurney, Myers, e de Podmore (1886), o primeiro autor argumentou que telepatia pode fornecer informação sobre indivíduos distantes, a maioria dos quais atravessavam uma crise ou estavam perto da morte.

Tal informação podia ser expressa pelo percipiente como uma aparição ou outras experiências visuais, assim como por sonhos, intuições, impressões auditivas e tácteis, e reacções físicas e emotivas.

A morte era uma questão relevante sobre a condição do agente distante.

De 668 casos de telepatia, 399 eram relacionados à morte “no sentido que a experiência do percipiente ou coincidiu ou muito curtamente seguiu a morte do agente”
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 2, p. 26).

Além do mais, 79 de 149 sonhos verídicos “representaram ou sugeriram morte”
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 1, p. 303).

Tanto em Phantasms of the Living e no posterior “Census of Hallucinations” [[bi]Censo de Alucinações[/b]] (Sidgwick, Johnson, Myers, Podmore, e Sidgwick, 1894), os autores argumentaram por considerações estatísticas que a coincidência de tais experiências com morte não pode ser o resultado do acaso.

Em muitas experiências visuais, parece como se pessoa estivesse fisicamente presente no lugar ou nos arredores imediatos do percipiente, como no seguinte exemplo:
Um dia enquanto barbeava-me Earl ficou perante mim no seu uniforme de exército e olhou-me sobre para alguns minutos e então desapareceu...

Várias semanas mais tarde eu descobri que foi morto em acção na hora em que ele apareceu a mim.
(Rhine, 1961/1968, p. 84)

Em outros casos, a pessoa vê o que parece ser uma imagem do indivíduo moribundo e seu arredores projectados de um declive.
Este foi o caso de senhora que assistia a um concerto com seu marido quando teve uma experiência visual inesperada.

Em suas palavras:
Eu vi com perfeita nitidez, entre mim e a orquestra, meu tio... jazendo na cama com uma aparência suplicante em seu rosto, como um moribundo...

A aparição não era transparente nem a visão embasada, mas perfeitamente sólida;
e eu ainda de alguma maneira podia ver a orquestra, não através, mas atrás dela.
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 2, p. 37)

Ela não tinha tido notícias do tio por meses e não sabia que tinha estado doente.
Logo depois, soube que o tio tinha morrido perto de quando teve a sua visão.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 02, 2012 9:08 pm

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As experiências coleccionadas por Flammarion (1900) na França mostra casos em que mais de uma modalidade sensorial foi envolvida.

Uma mulher que teve tanto uma experiência visual quanto uma auditiva disse que ela via uma figura ficando erecta, cercada por um círculo de luz...

Reconheci o cunhado de meu marido... que disse:
“Warn Adolphe [o marido dela] - diga-lhe que estou morto”.
(Flammarion, 1900, p. 140)

Outro caso combinava um aspecto visual e um intuitivo.

O percipiente foi acordado por uma luz:
Olhei para cima e vi no pé de minha cama...

um disco brilhante...
Sem ver qualquer figura, sem ouvir qualquer barulho, veio então em minha mente a persuasão que eu tinha diante de mim um de meus primos... que estava muito doente.
(Flammarion, 1900, p. 84)

Finalmente, no próximo caso nós temos um exemplo de sensações físicas, emoção descontrolada, e uma visão:
Jantei calmamente ao meio-dia, mas aproximadamente às duas horas eu senti penosas dores penosas.

Vi minha mãe jazendo em sua cama, usando uma touca branca de musselina com tufos, que eu nunca a tinha visto usar.
(Flammarion, 1900, p. 79)

Outras experiências que aparentemente coincidiram com mortes ocorrendo a distância provoca respostas diferentes nos percipientes.

Os seguintes quatro relatos informados por Sylvia Hart Wright fornecem exemplos.
Um percipiente viu o quarto tornando-se “escuro como se morte que estivesse na soleira”.

Outro “via uma nuvem preta obscurecer a luz brilhante na cozinha”.
Ainda outro sentiu a “presença” e “proximidade” da pessoa, e o quarto percipiente inesperadamente “desfez-se em soluços”
(Wright, 2002, pp. 21-23).

Às vezes estas experiências são percebidas colectivamente, como no seguinte caso em que uma mãe e filha viam seu pai e avô, respectivamente, próximo da hora da sua morte:
Minha mãe e eu fazíamos os pratos de jantar.

...Repentinamente na janela vimos meu avô lá olhando, com seu sobretudo preto em e um lampião na sua mão, sorrindo.
...Ambas corremos à porta... mas quando abrimos a porta não havia ninguém aí.
(Rhine, 1957, p. 28)

Outros casos mostram percipiências selectivas, em que algumas pessoas têm experiências enquanto outros não.

Em outras ocasiões, indivíduos percebem coisas diferentes.
Um caso assim envolveu duas pessoas na mesma casa ouvindo uma voz enquanto um membro da família estava moribundo a alguma distância.

Eles ambos acharam-se num corredor pensando que o outro tinha proferido um chamado.
Mas o que eles ouviram era diferente.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 03, 2012 9:36 pm

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Um deles ouviu seu nome sendo chamado três vezes, enquanto o outro ouviu a palavra “tio” também três vezes
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 1, pp. 227-229; para uma experiência semelhante, ver Sidgwick, Johnson, Myers, Podmore, e Sidgwick, 1894, pp. 318-319).

Em outro caso, um homem via uma figura feminina mas não pôde reconhecer suas características.
Sua esposa sentiu uma presença e via uma “sombra nebulosa atravessando a câmara”.
Essa noite a mãe do homem caiu doente e morreu
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 2, pp. 236-237).

Louisa Rhine (1957) informou uma análise de 114 alucinações verídicas relacionadas à morte em que 12 por cento eram realistas ou naturais, 67 por cento eram naturais excepto que a pessoa moribunda estava num local inesperado (tal como o quarto do percipiente), e 21 por cento eram irreais, incluindo casos em que uma assombração era beatificada ou simbólica.

Fenómenos Físicos

Fenómenos físicos foram informados coincidir com a morte de pessoas distantes
(Bozzano, 1923; Flammarion, 1921/1922; Piccinini e Rinaldi, 1990; Rhine, 1963).

A tabela 1 mostra a variedade de efeitos físicos informados em quatro colecções de casos.

Os fenómenos mais comummente informados são relógios iniciando ou parando e objectos caindo.
No entanto, nós devemos manter em mente que alguns autores destas colecções não apresentaram todos os casos à sua disposição.

O seguinte caso é ilustrativo.

O fenómeno aconteceu por volta da época em que a pessoa em questão foi acidentalmente baleada e matou:
Quando o resto de nós teve catapora, meu irmão Franco foi enviado para minha avó... que ficava aproximadamente quarenta milhas de onde vivíamos...

Dois dias depois de Frank partir, Mamãe e nosso vizinho tomavam seu café de manhã e conversando de repente, o prato de vidro que Frank tinha dado à Mãe estourou e se partiu em dois.

Eu estava sentada no aparador.
A mãe gritou e disse, “Meu Deus! Frank foi morto”.

Todo o mundo tentou acalmar a Mãe, mas ela disse que ela apenas sabia
(Rhine, 1961/1968, pp. 245-246)

Há ocasiões em que o acontecimento físico acontece no mesmo lugar onde a pessoa moribunda está localizada, como é o caso do seguinte registo.
O paciente estava recebendo água com uma colher de um vidro colocado numa mesa além da cama.

Quando ele morreu, três pessoas que estavam presente ouviram sons tilintantes:
“Veio do vidro em que havia apenas um resto de água, e diante dos nossos olhos, o vidro se dividiu em dois, uma borda de cerca de uma meia polegada do topo se quebrando do restante do vidro”
(Whitmer, 1924, p. 575).

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 03, 2012 9:36 pm

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Nota:
Eu calculei as percentagens das quatro colecções de caso.
Rhine (1963) apresentou números reais, quando aqueles para os outros estudos foram contados das descrições do caso.

Seguindo Rhine, eu não incluí fenómenos auditivos.
Além disso, eu não incluí os casos que Bozzano citou de Flammarion.

Outros casos sugerem que fenómenos físicos podem acontecer em relação a outras manifestações tais como assombrações (Piccinini e Rinaldi, 1990, pp. 110-111), e às vezes continuam depois da morte.

A última era um das características principais num caso de dois amigos que tinha concordado dar evidência de sobrevivência à morte ao outro depois de sua morte
(Caltagirone, 1911).

Percepções dos Espectadores de Fenómenos no Leito de Morte

As percepções dos espectadores de fenómenos de leito de morte incluem casos em que ou um outro indivíduo compartilha a experiência de uma pessoa moribunda, ou outros percebem as experiências independentemente do testemunho do indivíduo moribundo.

Muitos casos fascinantes de música ouvidas ao redor de uma pessoa moribunda foram compilados por Bozzano (1923, 1943/1982) e por Scott Rogo (1970, 1972).

Em um caso, uma criança chamada Lílly morreu numa noite de terça-feira.
Vários membros da sua família, mas não a criança em si, ouviram música, uma manifestação começando no sábado anterior e ouvida tanto no domingo quanto no dia de sua morte.

Seu pai descreveu a música como “as notas suaves e alegres de uma harpa Eolian, que se elevavam e caíam distintamente, e aumentavam gradualmente, até que o lugar estava cheio de som”
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 2, p. 222).

A música foi ouvida tanto no local do paciente e em outras partes da casa.
O servente e uma filha estavam no andar de baixo e ouviram a música.

A mãe de Lilly informou que em uma ocasião:
... Minha antiga enfermeira e tia vieram ver como Lilly estava, e estavam, com meu marido, todos no quarto com a criança.

Eu tinha descido na cozinha... quando os mesmos sons de música de Eolian foram ouvidos por todos três no quarto, e eu ouvi o mesmo na cozinha.
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 2, p. 222)

Além de ouvir música, algumas pessoas além do indivíduo moribundo às vezes vêem aparições ao redor de um leito de morte.

Em um caso, duas irmãs, Emmeline e Susanna, estavam próximas do leito de morte de sua irmã Charlotte quando viram os rostos de dois irmãos mortos.

Uma das irmãs escreveu:
...Vi uma luz dourada acima de cama de Charlotte, e dentro da luz havia dois rostos de querubins cobertos fitando intencionalmente para ela...

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 03, 2012 9:37 pm

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Pus a minha mão sobre a cama para Susanna, e disse somente as palavras:
“Susanna, olha para cima!”

Ela fez isso, e imediatamente seu semblante mudou, “Oh, Emmeline,” ela disse, “são John e William .”

Então nós duas os observamos até que tudo desapareceu como um quadro desbotado;
e em algumas horas Charlotte morreu.
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 2, p. 629)

Outro caso interessante relacionou-se ao poeta americano Horace Traubel (1858-1919), um estudante e admirador do trabalho de Walt Whitman (1819-1892) (Prince, 1921).

Como Traubel estava morrendo ele via e ouvia Whitman, entre outros indivíduos.
Um Coronel Tenente L. Moore Cosgrave, que tinha estado com Traubel as últimas três noites da sua vida, compartilhou de uma das suas visões (diz-se que teve experiências semelhantes no passado).

Ele olhou para o mesmo local que Traubel fitava e, em suas palavras:

Lentamente o ponto em que nós ambos estávamos olhando cresceu gradualmente mais brilhante, um leve nevoeiro apareceu, se estendeu até que assumiu forma corpórea, e tomou a semelhança de Walt Whitman, ficando erecto ao lado da cama, uma capa áspera de tecido de lã, um chapéu de feltro velho sobre a sua cabeça e a sua mão direita no seu bolso... ele fitava para baixo em direcção a Traubel, com um bondoso, tranquüilizante sorriso sobre seu rosto, ele assentiu duas vezes como se fosse para tranquilizar, as características bastante distintas por ao menos um minuto inteiro, então gradualmente desapareceu da vista.
(Prince, 1921, p. 119)

Cosgrave também declarou que Traubel reconheceu ver Whitman.

Adiccionou:
No mesmo momento, Walt passou aparentemente pela cama em minha direção, e pareceu tocar a minha mão, como em despedida, eu senti-o distintamente, como se eu tivesse tocado uma carga eléctrica baixa, ele então sorriu a Horace, e desapareceu da vista.
(Price, 1921, p. 121)

Em um outro caso, duas testemunhas perceberam coisas diferentes (Hyslop, 1915).
Uma senhora cuidava de uma mulher nova, e o doutor da mulher também estava presente.

Em um ponto o paciente mostrou sintomas “adversos” mas não chamaram sua mãe, quem estava esgotado e descansando em um quarto adjacente.

A enfermeira escreveu:
Enquanto eu olhava passou próxima da cabeça da cama a figura de uma mulher de branco cuja a face estava virada, e parou por um momento do lado da menina antes de passar pelo doutor e por mim mesma.

Ainda com o rosto virado, saiu pela porta atrás de mim que levava ao lugar em que a mãe dormia....

Imediatamente depois que a figura passou o médico, ele fez um movimento brusco e disse agudamente:
“Quem bate no meu ombro logo agora?”
(Hyslop, 1915, p. 393)

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 04, 2012 10:19 pm

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O paciente estava ainda vivo e ciente, mas morreu um dia depois nos braços da sua mãe.
O médico em presença adicionou que ele “sem hesitação pode endossar os factos acima
(Hyslop, 1959, p. 393).

Relatórios mais recentes de percepções do espectador foram apresentados por Karlis Osis (1961, pp. 75-76) e por Peter Fenwick e Elizabeth Fenwick
(Fenwick e Fenwick, 1995/1997, pp. 251-253).

Outro tipo de observação é que em tipos diferentes de “emanações” foram vistos emergir dos corpos de pessoas moribundas.
Robert Crookall (1967, pp. 37-44) mencionou muitos casos deste tipo.

A famosa médium Eileen Garrett escreveu que enquanto assistia a morte de um amigo, “percebi duas nuvens pequenas emitidas do seu corpo - uma do lado direito do tronco, no nível do baço, a outra do topo da sua cabeça”
(Garrett, 1943, p. 151).

Enquanto a maioria destas visões são vistas por apenas um único indivíduo, às vezes elas são percebidas colectivamente
(Monk, 1922; Tweedale, 1921).

Dorothy Monk informou como ela, e outros membros da sua família, viram o seguinte ao redor de sua mãe moribunda:
Eu e três irmãs observamos de uma vez um pálido embaçamento malva azul todo sobre ela enquanto ela jazia.

Nós prestamos-lhe atenção e muito gradualmente aprofundou-se na cor até que se transformou num roxo profundo, tão densamente que quase apagou suas feições da vista, e espalhou-se todo na dobra das roupas de cama como um nevoeiro roxo.

Uma ou duas vezes ela moveu debilmente seus braços e a cor viajou com eles
(Monk, 1922, p. 182)

Há também casos em que o observador vê uma réplica do corpo da pessoa moribunda.

A seguir um exemplo:
Aproximei-me da sala enquanto a criança dava seu último suspiro.

Então vi a névoa acima do pequeno corpo.
Tomou a forma do corpo que jazia na cama.
Isto estava unido por um cordão muito fino de prata.

A réplica estava a aproximadamente três pés do corpo na cama.
Elevou-se gradualmente a até cinco pés acima do corpo, então gradualmente levantou-se numa posição erecta.
Então flutuou para longe.
(Crookall, 1967, p. 40)

Pesquisa Adiccional com Fenómenos Próximos à Morte

É minha esperança que uma nova geração de pesquisadores sistematicamente estudará as experiências discutidas aqui a fim de aumentar nosso conhecimento destes fenómenos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 04, 2012 10:19 pm

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A seguir ofereço algumas sugestões para mais estudos.

Questões de Prevalência e Chances de Ocorrências

Quão comuns são os relatórios de aparições, fenómenos físicos, música, e do tipo?

Seria útil avaliar a prepoderância de fenômenos próximos da morte entre amostras aleatoriamente selecionadas da população geral, seguintes a pesquisas prévias de experiências psíquicas gerais (Palmer, 1979), aparições do morto (Haraldsson, 1988-89), e alucinações (Ohayon, 2000).

As pesquisas também podem apontar grupos particulares tais como pessoas conhecidas por ter informado experiências psíquicas, e indivíduos que estiveram presentes em leitos de morte, tais como médicos, enfermeiras, e trabalhadores de asilo, entre outros.

Alguns fenómenos podem ser mais raros que outros.
Por exemplo, enquanto Osis (1961) achou muitos casos de visões experimentadas pelo moribundo, achou muito poucas experiências pelo espectador.

Suspeito que fenómenos físicos são também menos frequentes que outras experiências tais como assombrações.
Mas mais precisa ser feito para determinar estas frequências de um modo sistemático.

Além do mais, seria vantajoso continuar as tentativas prévias acima de avaliar estatisticamente a ocorrência de coincidência de muitas experiências de aparição com uma morte distante
(Sidgwick, Johnson, Myers, Podmore, e Sidgwick, 1894).

A coincidência é uma variável difícil de lidar ao avaliar a incidência de fenómenos físicos.
Na vida real, muitas coisas quebram e caem de modos inexplicados sem coincidir com a morte.

Minha esposa e eu experimentamos um acontecimento deste tipo quando ouvimos um barulho num lugar contíguo.
Na investigação, nós achamos que um quadro de minha sogra tinha caído da armação, algo que nos surpreendeu no momento como algo muito singular.

Nós não sentimos qualquer sentimento intuitivo ou consciência que trouxesse a convicção de uma morte mas, sabendo sobre fenómenos físicos relacionados à morte, nós preocupamo-nos com minha sogra.

Telefonamo-la e ela estava bem;
nada que requeresse nossa preocupação tinha acontecido (nem aconteceu nada a outros membros da família).

É possível que casos deste tipo sejam esquecidos enquanto as coincidências mais memoráveis e significativas com a morte sejam lembradas.

Embora eu não pense que isto possa explicar casos tais como aqueles coleccionados na Itália por Graziela Piccinini e Gian Marco Rinaldi (1990) nem por outros antes deles (Flammarion, 1921/1922; Rhine, 1963), é um problema a ser considerado no estudo científico destas ocorrências.

Talvez os pesquisadores devessem colecionar casos deste tipo sem apelar para coincidências mortais, mas em vez disso perguntar por quebras estranhas, quedas, movimentos, e outros fenómenos físicos testemunhados pelas pessoas.

Isto nos permitiria uma estimativa mais exacta do número de casos reais que pode ter uma explicação normal, assim como esses que parecem corresponder a uma morte, sem ter em conta a agência causal.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 04, 2012 10:20 pm

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Características de Fenómenos Próximos da Morte

A pesquisa futura deve explorar mais ainda os meios diferentes que as características se manifestam, tais como modalidades sensoriais diferentes da experiência, e percipiência colectiva e selectiva.

Os pesquisadores talvez investiguem o desenvolvimento de alucinações telepáticas, incluindo várias formas variando de aparições incompletas a completas, seguindo o trabalho anterior informado em Phantasms of the Living
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886, Vol. 1, capítulo 12).

Este trabalho clássico documentou a presença de uma variedade de características acompanhando experiências verídicas relacionadas à morte e a momentos críticos de doença, tais como observações ocasionais de manifestações luminosas e nevoeiro.

Myers descreveu a importância de classificação cuidadosa e estudo de características tais como estas:

Assim como, ao tentar localizar as causas, digamos, de uma doença paralítica, achamos necessário anotar todos os sintomas menores que precedem, acompanha, ou seguem o choque principal, assim também ao rastrear a génesis de uma alucinação verídica nós somos obrigados a anotar todas as impressões alucinatórias menores como se elas tivessem se agrupado sobre a fantasia central.

Estas alucinações subsidiárias não podem ser sem significado, não podem ser arbitrárias;
devem de algum modo indicar a maneira em que a energia desconhecida opera para produzir o resultado principal. (Myers, 1890, p. 331)

Tal trabalho também pode ensinar-nos sobre diferentes padrões do agregamento de características em fenómenos próximos da morte.

Este trabalho pode seguir análises tais como o estudo de Bruce Greyson (1985) de grupos de características de EQM e que trabalha comparando as características de experiências-fora-do-corpo (EFCs) informadas ocorrerem no que aqueles que passam pela experiência acreditam ser condições próximas da morte ou não (Alvarado, 2001).

Além do mais, outras características merecem mais atenção.
Em alguns casos raros, experiências diferentes são informadas em locais diferentes ao redor do tempo da mesma morte.

Por exemplo, na morte da avó do repórter na Alsácia, um relógio parou perto dela.
Por volta do mesmo momento, o filho da mulher, vivendo nos Estados Unidos, viu sua mãe em sua cama
(Flammarion, 1921/1922, p. 307).

Em outro caso, os efeitos foram informados em três situações.

Enquanto alguém estava moribundo na Espanha, sons como os de um relógio foram ouvidos em Buenos Ares, uma silhueta foi vista numa parede numa cidade no interior da Argentina, e cães foram ouvidos uivar na Espanha
(Flammarion, 1921/1922, pp. 139-140).

Os casos deste tipo precisam ser estudados em mais detalhe.

Nossa pesquisa não deve ser limitada a documentar a ocorrência e variedade de características da experiência em si.

Também pode explorar o inter-relacionamento de características, seu agrupamento, ou seu relacionamento a outras variáveis, seguindo trabalho em visões de leito de morte
(Osis, 1961; Osis e Haraldsson, 1977), e EQMs e EFCs (Alvarado e Zingrone, 1997; Greyson, 1985; Ring, 1980).

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 05, 2012 9:40 pm

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As experiências são mais frequentes em algumas condições ou circunstâncias que em outras?
Talvez as experiências que ocorram em relação a morte violenta sejam diferentea em algumas formas do que as que são relaccionadas a mortes não-violentas.

Outra possibilidade para o estudo de interações entre características é uma replicação das observações de Emile Laurent (1907) com casos auditivos da colecção de Flammarion (1900).

Laurent notou que em alguns casos o som cessou quando o percipiente reconheceu que eles estavam relacionados à morte, ao passo que continuaram a ser ouvidos (ao menos mais uma vez), se tal reconhecimento não foi alcançado.

Esse padrão pode ser duplicado em outras colecções de caso.

Os pesquisadores podem estudar as interações de características estatisticamente, como Sybo Schouten fez (1979, 1981, 1982) com três colecções de caso de percepção extra-sensorial (PES) de países diferentes, algumas das quais foram relacionadas à morte.

Nos seus três estudos, Schouten achou que casos verídicos relacionados à morte, tais como aparições ou impressões, tiveram menos detalhes como parte da experiência que casos relacionados a acontecimentos menos sérios, tais como doença e acidentes.

Concernente a efeitos físicos, necessitamos estar cientes que alguns deles são acompanhados pelo sentimento ou percepção que alguém, ou um indivíduo particular, morreu.

Isto é uma inferência derivada de experimentar um acontecimento físico anómalo, como Laurent (1907) sugeriu no caso de sons, ou isto é um aspecto verídico da experiência?

O último é sugerido nos casos em que não havia nenhuma razão para esperar que a pessoa ia morrer.

Aliás, Rhine (1963, 1981) propôs que psicocinese (PK), assim como sonhos, intuições, e alucinações, podem ser um dos meios que a mente subconsciente expressa informação adquirida por PES.

A única diferença é que PK espontânea é muito mais rara que outros meios de expressar PES.

Rhine ainda especulou que a pessoa ao redor de quem PK acontece pode expressar o conhecimento de PES quando “a informação é bloqueada no nível da consciência” (Rhine, 1981, p. 204).

Em sua visão, PK representou “efeitos colaterais, fragmentos, sinais de informação reprimidos” (p. 204).
Esta ideia, que supõe mediação dos vivos, merece ser testada em trabalho futuro.

A pesquisa futura também deve ir além das estimativas impressionistas de diferenças entre alucinações verídicas e não verídicas (West, 1960) e incluem comparações sistemáticas de características específicas.

Tal análise cederia dados empíricos que podem mostrar características diferentes ou semelhantes entre as experiências em questão.
Por exemplo, uma pesquisa de alucinações entre a amostra populacional geral na Islândia achou que 22 por cento tinham experimentado uma alucinação
(Lindal, Stefansson e Stefansson, 1994).

As visões mais comumente informadas eram as de estranhos (59 por cento), o que não parece ser o caso com coleções de alucinações verídicas
(Gurney, Myers, e Podmore, 1886; Piccinini e Rinaldi, 1990).

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 05, 2012 9:40 pm

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Entretanto, comparações mais específicas podiam ser feitas.

Os pesquisadores desta pesquisa populacional geral também descobriram que além dessas alucinações de relatório, 7 por cento experimentaram percepções de características indefinidas tais como luzes e silhuetas em névoa.

Mais uma vez, comparações mais precisas podiam ser feitas com experiências verídicas relacionadas à morte.
Nas próximas duas seções eu discutirei mais temas de pesquisa com as características de fenómenos próximos à morte.

As Experiências do Moribundo e do Morto: Perspectivas Dimensionais ou Categóricas?

Alguns escritores postularam que semelhanças de características entre as experiências relacionadas ao moribundo e ao morto encerram uma fonte comum.
Isso é, supuseram que experiências relacionadas ao moribundo são da mesma natureza que as experiências do morto.

O espiritualista britânico William Harrison, comentando sobre aparições do moribundo e aquelas percebidas depois da morte, disse que “não há nenhuma interrupção de continuidade nos fenómenos de aparições em consequência da morte do corpo” (1879, p. vii).

O modelo de tal continuidade de experiências de aparições foi defendido por outros que sugeriram que tais experiências indicam sobrevivência à morte do corpo
(Bozzano, 1923; Myers, 1903).

“Nós gradualmente descobrimos”, escreveu Myers, “que os relatos de aparições no momento da morte... levam sem pausa perceptível a aparições ocorrendo depois da morte da pessoa vista”
(Myers, 1903, Vol. 1, p. 8).

Alguns anos mais tarde, outro estudante de aparições afirmou a existência de uma “perfeita semelhança entre as manifestações extra-sensoriais da alma durante a vida, e depois de morte.

Um fantasma do morto é idêntico a um fantasma do vivo”
(Delanne, 1909, p. 12).

Numa trilogia clássica de livros, Flammarion (1920/1922, 1921/1922, 1922/1923) agrupou uma variedade de fenómenos de acordo com o tempo em que eles aconteceram:
se antes, durante, ou depois da morte.

Descreveu o que pareceram ser características semelhantes entre os três grupos de casos.

Em sua visão, fenómenos acontecendo por volta do tempo de morte “nos levará gradualmente a um conhecimento do que existe depois da morte”
(Flammarion, 1921/1922, p. 83).

Muitas características de aparições dos vivos também aparecem em aparições dos mortos.

A percipiência colectiva e selectiva mencionada acima, por exemplo, também aparece em manifestações de pessoas que estiveram mortas durante horas ou dias, como visto numa compilação claramente recente de casos
(Guggenheim e Guggenheim, 1995/1997, capítulo 21).

Vários estudos sugeriram uma semelhança entre os dois grupos de casos.

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