LUZ ESPÍRITA
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Experiências de Quase Morte

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 11, 2012 9:20 pm

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A experiência da Sra. Heath é do tipo que nós descrevemos antes, na que ela viu a seu primo durante sua experiência e se deu conta que estava morto, ainda que não tinha tido nenhum conhecimento normal de sua morte.

A experiência também inclui a percepção de detalhes aparentemente verídicos do uniforme de seu primo.

Numa comunicação posterior com I.S., ela lhe explicou que "estando na Itália durante a Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918 não tinha visto o uniforme usado por então pelos soldados britânicos.

Verifiquei-o mais tarde e descobri do que o que tinha visto era correcto: a meu primo quando era um jovem sub-oficial."

Comentário:
O caso é pouco consistente porque a Sra. Heath sábia que seu primo estava desaparecido em combate e porque a morte de um soldado durante a guerra não pode ser algo totalmente inesperado;
os casos mais consistentes deste tipo envolvem uma morte da que o percipiente não tênia razão alguma para esperar ou temer.

Ademais, antes de concluir se o caso envolve conhecimento paranormal, precisaríamos conhecer alguns detalhes, tais como se a Sra. Heath disse a alguma outra pessoa a respeito de ver a seu primo e ter descrito as características de seu uniforme antes de ver seu fotografia - depoimento este inacessível actualmente.

No entanto, o suposto conhecimento paranormal, tanto da morte de seu primo como dos detalhes de seu uniforme, junto com a experiência extra-corpórea ao final, mostram um bom exemplo sobre as classe de casos que, se os pesquisassem e se os corroborassem primeiro, poderiam contribuir deforma valiosa para determinar se as EQMs são uma evidência de sobrevivência.

14) O Caso de AL Sullivan:
B.G. soube deste caso quando Ao Sullivan assistiu pela primeira vez à reunião em Connecticut da Associação Internacional para o Estudo das Experiências de Quase Morte, em 1990, um par de anos depois da cirurgia durante a qual ocorreu a experiência do Sr. Sullivan.

O Sr. Sullivan tinha sido um veterano caminhoneiro de 56 anos no momento de sua experiência, que ocorreu o 18 de Janeiro 1988, durante uma operação de emergência de desvio de coronária no Hospital Hartford de Connecticut.

Seu coração começou a bater de forma irregular na segunda-feira pela manhã em seu trabalho e se internou no hospital.

Durante a prova de diagnóstico, uma de suas artérias coronárias se bloqueou, e foi levado de imediato à sala de operações pelo que lhe fosse feita uma cirurgia de desvio quádruplo.

Durante a operação, teve a clara sensação de deixar seu corpo;
descreveu o resto de sua experiência num relato que escreveu em 1990:

Comecei minha viagem elevando-me e me encontrei rodeado numa fumaça negra e muito espessa.
A fumaça me envolvia não importa em que lugar eu estivesse.

Como continuei minha viagem, detive-me num lugar semelhante a um anfiteatro.
Tinha uma parede justo frente mio para impedir-me passar a seu interior.
Por trás da parede, uma luz muito brilhante me deslumbrava.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 11, 2012 9:20 pm

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Quando tratei de aproximar-me mais desta parede notei três figuras de aspecto humano a minha esquerda...
Para minha surpresa, do lado inferior esquerdo estava, dentre todas as pessoas, eu.

Estava jazendo [sic] numa mesa coberta com suaves lençóis azuis e tinha meu peito aberto com uma profunda incisão.

Nesta cavidade pude ver meu coração no que parecia ser uma mesinha de vidro.
Pude ver a meu cirurgião que fazia uns momentos me tinha explicado o que ia fazer durante a operação.

O doutor parecia estar em certa maneira perplexo.
Pensei que estava sacudindo seus braços como se tratasse de voar...

Foi então que eu notei que uma das três figuras que eu vi a minha chegada à parede era a de meu cunhado que tinha morrido quase dois anos antes...

Foi então que eu dirigi minha atenção ao lado inferior direito onde estava.
Ví uma luz amarela brilhante chegando desde o que parecia ser um túnel muito bem alumiado...

A luz que vinha do tunel tinha um matiz amarelo dourado, era a mais brilhante do que eu jamais tinha visto, não molestava meus olhos em absoluto.

Depois, precedido por indiferença, alegria e paz e um sentimento de ser amado, uma figura coberta de marrom se levantou da luz e veio para mim.

Como minha euforia aumentava cada vez mais, eu, para meu prazer, reconheci nela a minha mãe.
Minha mãe tinha morrido quando tinha 7 anos.

Agora tenho 50 e o primeiro pensamento que veio a minha mente era a jovem que parecia minha mãe.
Sorriu-me e parecia estar pronunciando palavras com sua boca mas eu não as escutava.

Através de transferência de pensamento pudemos comunicar-nos.
Em seguida, a expressão de minha mãe se transformou numa de preocupação.

Neste ponto, afastou-se e se dirigiu a meu cirurgião.
Minha mãe colocou a mão esquerda do cirurgião no lado esquerdo de meu coração e depois se voltou para mim.

Recordo o cirurgião fazendo um movimento de varrer como se tratasse de liberar a área de um insecto voador.

Minha mãe então estendeu uma de suas mãos para mim, mas tratando eu de pegá-la não pude fazê-lo.
Então ela sorriu para mim e se afastou novamente para o túnel alumiado...

De acordo ao Sr. Sullivan, tão cedo como recuperou a consciência e se lhe sacou o tubo da garganta para poder falar, disse-lhe a seu cardiologista, o Dr. Anthony LaSala, o que tinha observado durante a operação.

A primeira reação do Dr. LaSala foi atribuir a experiência do Sr. Sullivan às drogas que lhe tinha administrado.
Então, o Sr. Sullivan descreveu ao cardiocirurgião, o Dr. Hiroyoshi Takata, batendo seus cotovelos como se estivesse tratando de voar.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 11, 2012 9:21 pm

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De acordo ao Sr. Sullivan, nesse ponto os olhos do Dr. LaSala se engrandeceram, e lhe perguntou quem havia dito ao Sr. Sullivan disto.

Quando o Sr. Sullivan lhe disse que ele tinha visto a si mesmo, acima de seu corpo na sala de operações, o Dr. LaSala lhe explicou que esta conduta era um hábito peculiar do Dr. Takata.

Como ele não se tinha ainda higienizado e não queria que suas mãos sem luvas tocassem o campo esterilizado da operação, ia pôr suas palmas em posição horizontal contra seu peito e lhes daria instruções a seus assistentes assinalando-lhes com seus cotovelos.

O Sr. Sullivan disse que o Dr. LaSala lhe informou esta experiência ao Dr. Takata, mas que a única resposta do Dr. Takata tinha sido, algo defensivamente, insistir que o Sr. Sullivan nunca tinha "morrido" durante a cirurgia.

O Sr. Sullivan mesmo não falou com o Dr. Tanaka a respeito da experiência até uma visita final, provavelmente um par de anos depois.

A fins de 1997, um de nós (B.G.) falou com o Sr. LaSala e o Dr. Takata.

O Dr. Takata não pode confirmar especificamente que ele tinha "batido" seus cotovelos durante a cirurgia do Sr. Sullivan em particular, mas confirmou que este é um hábito regular seu, mas não porque não se tinha ainda higienizado (como dizia o Sr. Sullivan), senão porque, depois que se tinha higienizado, não queria que suas mãos tocassem nada até que tivesse terminado a cirurgia.

O Dr. LaSala confirmou a B.G. que o Sr. Sullivan lhe tinha dito a respeito da experiência pouco depois que ele tivesse recuperado a consciência depois da cirurgia.

Também confirmou que o Dr. Takata tinha este hábito de "agitar" seus cotovelos, e agregou que nunca tinha visto a nenhum outro cirurgião fazer isto.

Comentário:
Os registos médicos do Sr. Sullivan indicam que na sala de operações se lhe administrou anestesia local de maneira que pode ter sido inserido uma bola intra-aórtico, e então se lhe deu anestesia geral para depois começar a operação.

Se nos ocorreu que o Sr. Sullivan pôde ter visto ao Dr. Tanaka "bater" seus cotovelos quando se estava introduzindo a bola mas como se lhe havia administrado anestesia geral antes tinha perdido a consciência, e depois confundiu o ordem dos eventos.

Portanto, B.G. perguntou ao Sr. Sullivan mais detalhes a respeito do que tinha visto no momento em do que viu ao Dr. Takata agitar seus braços.

O Sr. Sullivan disse que viu ao Dr. Takata parado só, acima de seu peito aberto, que estava sendo sujeitado a pinças metálicas, e que também tinha visto aos outros dois cirurgiões trabalhar sobre sua perna.

Recorda estar confundido nesse momento a respeito de porque se estava trabalhando sobre sua perna quando o problema era seu coração, mas agora sabe que neste momento da cirurgia, os cirurgiões estavam extraindo uma veia de sua perna para efectuar um enxerto do desvio para seu coração.

Estes detalhes parecem claramente confirmar que a observação do Sr. Sullivan a respeito da batida dos braços do Dr. Tanaka ocorreu quando estava sob anestesia geral e, ao menos para os observadores, inconsciente.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 12, 2012 9:45 pm

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DISCUSSÃO

Em todos os casos que descrevemos neste artigo, a pessoa reportou três características que discutimos no princípio, que têm maior importância para a pergunta da sobrevivência da consciência:
ter representações mentais normais ou nítidas quando o corpo físico está ostensivelmente inconsciente, ver o corpo físico de uma posição diferente no espaço, e perceber eventos além dos sentidos físicos.

Cremos que quando estas três características ocorrem juntas, proporcionam uma evidência convergente que sugere ao menos que a consciência pode funcionar independentemente do corpo físico e que pode sobreviver à morte deste corpo.

Enfatizamos que esta evidência é somente sugestiva.
Sem importar quão grave seja sua condição, as pessoas que reportam EQM estavam vivas em algum sentido, já que seus corpos estavam funcionando suficientemente para ser revividos.

Portanto, as EQMs nunca podem proporcionar uma evidência concludente relacionada com o que poderia ocorrer à consciência quando o cérebro e o corpo estão certo tempo sem auxílio para recuperar-se.

Não obstante, também enfatizamos a importância da convergência destas três características.
Nenhuma característica ou tipo de EQM pode decisivamente sustentar a hipótese da sobrevivência.

Blackmore (1982, 1983) assinala correctamente que ver o corpo físico de uma posição diferente no espaço pode ser "imaginação".

Mas esta explicação é insuficiente se a pessoa também reporta estar consciente de eventos distantes enquanto se encontra ostensivelmente fora de seu corpo;
de facto verificar percepções paranormais não é imaginação subjectiva.

Ainda assim estas duas características tomadas juntas são inadequadas para sustentar a hipótese da sobrevivência.
A percepção paranormal de eventos distantes ocorre em outras condições também, como se demonstrou, por exemplo, em estudos experimentais usando a técnica ganzfeld.
(p.e. Bem & Honorton, 1994) e a visão remota (p.e. Puthoff & Targ, 1976; Schlitz & Gruber, 1980, 1981).

As condições psicológicas que conduzem a produzir a sensação subjetiva de estar fora do corpo físico podem também conduzir a produzir percepções paranormais (Palmer, 1978);
mas esta explicação é insuficiente para considerar aqueles casos nos quais a condição fisiológica da pessoa pareceria evitar, ou ao menos diminuir, a verossimilitude dos complexos processos cognitivos sócios com quase todas as EQMs.

No entanto, o propósito primário deste relatório é enfatizar a necessidade de estudar aqueles casos que demonstrem melhor do que estas três características proporcionam efectivamente evidência convergente para a sobrevivência da consciência depois da morte, como se sugere nos casos como os que apresentamos.

O mais raro destas três características é o fenómeno da percepção paranormal verídica durante a EQM.
Os casos verídicos são importantes porque eles são o tipo de caso mais importante que nos permite decidir se as teorias fisiológicas ou psicológicas normais das EQMs (e as EFCs) são suficientes.

Quaisquer que sejam as condições fisiológicas ou psicológicas que possam provocar uma EQM ou uma EFC, as EQMs não são alucinações ou imaginação subjectiva isolada se elas incluem consciência de eventos distantes verificados de forma paranormal.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 12, 2012 9:45 pm

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Do caso do Dr. X (nosso caso Nº.3) Blackmore (1982) escreveu:
"Se isto fora verdade seria de enorme significado... nosso modelos convencionais do homem se encontrariam limitados e deficientes."
(p. 178).

Blackmore então se pergunta: "Mas realmente é verdade?"

Para ela não.
Falta credibilidade ao caso devido a que não se teve em consideração que a experiência tinha sido escrita mais de 40 anos depois;
somado a isso, de sua perspectiva, a condição de médico do Dr. X, incluindo seu Companheirismo no Colégio Real de Médicos, não o qualifica como um bom observador para recordar qualquer outra mais.

Se poderia fazer esta crítica para quase todos os casos que apresentamos.

A experiência de Rose Heath, por exemplo, não se registou senão até 55 anos depois que ocorreu;
o caso de Jean Morrow também não se registou senão em 35 anos;
e a experiência de M. Bertrand não se registou por 30 anos.

O lapso entre a experiência e o primeiro registo por escrito disto seria de escassa consequência se as recordações não tendem a diminuir e a modificar-se com o passo do tempo.

Estas modificações, no entanto, variam enormemente de uma pessoa a outra.
Algumas pessoas - talvez não muitas - podem guardar recordações precisas por muitos anos.

Um de nós citou em outra parte informes de recordações notavelmente precisas por mais de 6 ou 10 anos (Stevenson, 1968).
Somado a isso, estas modificações parecem ocorrer menos com as recordações de uns eventos que com outros.

As recordações de eventos traumáticos, como as condições que ameaçam a vida, os danos, ou as doenças, tendem a permanecer na memória muito melhor do que as recordações de eventos que não são de interesse (Schacter, 1996).

No entanto, deveríamos distinguir preservação de precisão.
Queremos saber quão precisos são estas recordações.

Há certa evidência de que quando a afectividade está comprometida, como em experiências traumáticas, a precisão da memória melhora
(Dutta & Kanungo, 1975).

Ademais, a imprecisão dos detalhes não invalida uma recordação dos eventos significativos de uma experiência (Rolo, 1967, pp.54-55).

Terr (1994) põe isto concisamente:
"Os falsos detalhes distorcem a recordação.
Mas muitas recordações reais estão distorcidas, ainda que essencialmente sejam verdadeiras." (p.164).

Ainda que não estejamos de acordo com Blackmore que os relatos das percepções paranormais nas EQMs ficaram altamente distorcidos pelo longo lapso entre a experiência e a primeira recordação desta, estamos de acordo, como o assinalamos antes neste relatório, que a maioria dos casos deste tipo não foram adequadamente pesquisados, corroborados e documentados.

Não simpatizamos, no entanto, com pessoas como Blackmore (1982, p.243) quem, frente a estes casos, sugere que os pesquisadores abandonem a tentativa de encontrar casos similares que possam ser pesquisados mais pontual e completamente.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 12, 2012 9:46 pm

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Estes casos podem ser raros, mas, como esperamos que este relatório o tenha demonstrado, seu número é significativo.

A maioria das pessoas -cientistas e pessoas que as têm ou sabem destas experiências- estão conscientes da ocorrência e importância destes casos, o mais provável é de que a evidência que proporcionam aumentará.

Por outra parte, cremos que o caso de Al Sullivan, reportado neste relatório, é um significativo progresso para evidenciar que durante uma EQM ou uma EFC a pessoa pode às vezes estar consciente de eventos não comunicados através dos processos sensoriais normais.

Duas testemunhas importantes nos corroboraram um evento incomum visto pelo Sr. Sullivan durante seu EQM, e um deles também nos corroborou o que o Sr. Sullivan lhe disse a respeito do evento pouco depois que ocorresse.

Como em qualquer outro caso, o de Ao Sullivan tem uma debilidade potencial.

Em particular, o evento em questão ocorreu no memso local em que estava o corpo do Sr. Sullivan.

Não obstante, desconhecemos qualquer meio sensorial normal pelo qual o Sr. Sullivan, inconsciente e profundamente anestesiado, pôde ter conhecido a respeito da particular conducta do cirurgião.

Além dos casos espontâneos de percepções verídicas melhor pesquisadas e documentadas, os estudos experimentais destas características deveriam ser também uma contribuição significativa.

Tart (1968) reportou um experimento no qual um sujeito, depois de experimentar uma EFC, era capaz de dar um número de cinco dígitos que tinha sido colocado fora de sua vista, próximo do tecto do local.

Desde então, vários pesquisadores propuseram um protocolo deste tipo para estudar a percepção verídica das EQMs (p.e. Holden, 1988).

Talvez a melhor foi a desenhada por Madelaine Lawrence, ex-Director do Nursing Research at the Hartford Hospital em Connecticut.

Na clínica de eletro-fisiologia do hospital, aplica-se um choque eléctrico a um coração que está batendo em forma arrítmica.
Neste processo, conhecido como cardioversão, a perturbação associada da consciência pode induzir uma experiência de morte próxima.

Lawrence propôs colocar um diodo de luz intermitente de frente, olhando para acima cerca do tecto da clínica;
o aparelho seria programado por alguém fora do hospital com uma mensagem sem sentido diferente a cada dia.

Se os pacientes que passavam por este procedimento controlado de quase-morte podiam identificar a mensagem que se mostrava nesse dia, teria poucas probabilidades que estes pacientes pudessem tê-lo obtido por meios normais.

Desafortunadamente, estas e outras investigações similares se encontraram com dificuldades inesperadas, principalmente hospitais e equipes pouco dispostos a cooperar (Holden & Joesten, 1990);
mas esta possibilidade não deveria deixar-se de lado.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 21, 2012 9:34 am

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Talvez a outra característica EQM que precisa maior atendimento por parte dos pesquisadores é a cognição normal ou nítida que ocorre durante uma EQM;
o que particularmente precisa examinar-se é a relação entre o funcionamento cognitivo e o estado fisiológico durante uma EQM.

A persistência de processos cognitivos complexos apesar de uma diminuição do funcionamento cerebral sugeriria que a consciência não pode ser totalmente dependente do cérebro - um claro pré-requisito para a hipótese da sobrevivência.

Desafortunadamente, ainda que muita gente tenha especulado a respeito dos possíveis mecanismos fisiológicos subjacentes nas EQMs (p.e. Carr, 1982;
Morse, Veneza, e Milstein, 1989; Saavedra-Aguilar & Gomez- Jeria, 1989), não teve investigação alguma que demonstre adequadamente as actuais condições fisiológicas associadas com as EQMs, numa tentativa por documentar melhor a condição médica da pessoa no momento em do que esta pessoa experimenta uma EQM.
(Owens et al., 1990; Stevenson et al., 1989-1990).

Os registos médicos disponíveis nem sempre proporcionam toda a informação necessária para determinar de forma adequada a proximidade da morte do paciente.

Ademais, nem sempre sabemos que condições fisiológicas são minimamente requeridas para uma cognição vívida organizada.
(ver, p.e. Baudoin, 1996; Duyff, Davies, e Vos, 1996; Lewin, 1980; Lorber, 1983).

Não obstante, as condições sob as quais algumas pessoas experimentaram EQM sugerem que o funcionamento mental complexo e vivido pode ocorrer no momento em que, devido a uma perda de consciência ou dos sinais vitais de uma pessoa, não esperamos tal funcionamento;
e inclusive uns poucos casos bem documentados de representações mentais complexas que poderiam debilitar este modelo ocorrem em condições que estão em desacordo com as condições apresentadas pelo modelo fisiológico da consciência.

As experiências que descrevemos neste relatório convenceram àqueles que as tiveram da separabilidade da mente do corpo e sua provável sobrevivência depois da morte.

Estas pessoas estão limitadas a parecer menos persuasivas do que outras pessoas, particularmente porque os relatórios da maioria destas são imperfeitas.

Um passo crucial para decidir se as EQMs proporcionam uma evidência para a sobrevivência é decidir se as hipóteses alternativas que se argumentam se adequam para todas as características dos casos.

Os casos que incluem características múltiplas, convergentes e sugestivas de sobrevivência podem ajudar-nos a tomar esta decisão, se pudéssemos encontrá-las e estudá-las antes e verificar seus detalhes de forma independente.

AGRADECIMENTOS

A investigação da Divisão de Estudos da Personalidade esta sustentada pela Fundação Irmãos Bernstein, o Fundo Nagamasa Azuma da Universidade de Virginia, a Fundação Flash, o Institut f ür Grenzgebiete der Psychologie und Psychohygiene em Friburgo de Brisgovia, a Fundação Lifebridge, entre muitos outros donadores anónimos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 21, 2012 9:35 am

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 21, 2012 9:35 am

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 22, 2012 11:00 am

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TRUSTMAN, R., DUBOVSKY, S., & TITLEY, R. (1977). Auditory perception during geralanesthesia -myth or fact? International Journal of Clinical and Experimental Hypnosis, 25, 88.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 22, 2012 11:00 am

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von JANKOVICH, S. (1984). Ich war klinisch tot: Der Tod -Mein schenstes Erlebnis. Munich: Drei Eichen Verlag.
ZALESKI, C. (1987). Otherworld journeys: Accounts of near-death experiences in medieval and modern times. New York: Oxford University Press.

DO ANY NEAR-DEATH EXPERIENCES PROVIDE EVIDENCE FOR THE SURVIVAL OF HUMAN PERSONALITY AFTER DEATH?
RELEVANT FEATURES AND ILLUSTRATIVE CASE REPORTS by Emily Williams Cook, Bruce Greyson, and Ian Stevenson

Abstract.- One of the main reasons that near-death experiences have generated so much interest in recent years among the geralpublic is because they seem to provide evidence that consciousness survives the death of the physical body.

It is puzzling, therefore, that most researchers -both those interested in NDEs and those interested in survival research- have neglected to address the question of whether NDEs do provide evidence for survival.

We describe three features of NDEs -enhanced mentation, the experience of seeing the physical body from a different position in space, and paranormal perceptions- that we believe might provide convergent evidence supporting the survival hypothesis.

We then describe 7 published cases and 7 cases from our own collection that contain all three features.
These cases are all -with one possible exception- somewhat deficient with regard to their recording and investigation, but they exemplify the type of case that should be identified earlier and investigated more thoroughly than these have been, and that may then help us decide the extent to which NDEs can contribute to the evidence for survival of consciousness after death.

1] Este relatório foi originalmente publicado em Journal of Scientific Exploration, Vol.12, Não.3, pp.377-406, 1998.
Traduzido do inglês por María Susana Fernández e Alejandro Parra.


[2] Trustman (1977) aconselharam cautela em avaliar reivindicações de percepção auditiva durante anestesia geral, porque acharam problemas metodológicos nos estudos deste fenómeno que eles revisaram.

Revisores adicionais, bem recentes do fenómeno concordam que esse tanto da evidência vem de relatórios individuais de caso e estudos clínicos, ao invés de estudos experimentais, e que a incidência é extremamente baixa

(Ghoneim & Bloco, 1992; Jones, 1994; Moerman et al., 1993).

[3] Este detalhe, de que parece estar a ponto de renascer no corpo de um bebé é similar a alguns dos casos de experiências próximas à morte entre os drusos do Líbano.
Temos notas dos três casos nos quais o sujeito, durante uma experiência próxima à morte, encontrou-se a si mesmo repentinamente no lugar onde um bebé estava nascendo e morreu, ou já tinha nascido
(Stevenson, 1980, p.12).
Estas experiências coincidem com a crença drusa de que o renascimento ocorre imediatamente depois da morte.

INSTITUTO DE PSICOLOGIA PARANORMAL
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Bs. As. Argentina - Telfax: (+5411) 4305-6724 - (15) 5044-2744 - rapp@fibertel.com.ar

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Experiências de Quase Morte - Página 2 Empty PODERÃO EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE OFERECER EVIDÊNCIA DE VIDA APÓS A MORTE?

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 22, 2012 11:01 am

Este artigo foi traduzido para o português por Márcia Guimarães Andrade, filha de Gil Restani de Andrade.
O autor deste site agradece enormemente.


OMEGA, Vol. 40(4) 513-519, 1999-2000

PODERÃO EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE OFERECER EVIDÊNCIA DE VIDA APÓS A MORTE?*

EMILY WILLIAMS KELLY, PH.D.
BRUCE GREYSON, M.D.
IAN STEVENSON, M.D.
University of Virginia

RESUMO

A maioria das pessoas que têm uma experiência de quase morte (EQM), (em inglês, NDE), dizem que esta experiência as convenceu de que elas sobreviverão à morte.

Entretanto, pessoas que não vivenciaram tal experiência podem não compartilhar desta convicção.

Embora todas as características das EQM, se observadas isoladamente, possam ser explicadas por outras razões diferentes da sobrevivência após a morte, existem três características em especial que acreditamos sugerir a possibilidade desta sobrevivência, principalmente quando todas as características ocorrem na mesma experiência;

quais sejam: processos mentais reforçados quando as funções fisiológicas estão seriamente enfraquecidas;
a experiência de estar fora do corpo e ver o que ocorre em volta deste, como que de um lugar mais alto;
e a consciência de acontecimentos distantes que seriam inacessíveis aos sentidos comuns da pessoa.


Relatamos brevemente aqui um caso destes, e também descrevemos brevemente dois casos adicionais deste tipo, nos quais os acontecimentos distantes que teriam sido vistos foram verificados por outras pessoas.

As experiências incomuns que vieram a ser chamadas ao longo das últimas duas décadas de experiências de quase morte têm sido relatadas, por muitos anos, tanto no âmbito pessoal, como em estudos científicos publicados em jornais oficiais e livros.

*A pesquisa do Departamento de Estudos da Personalidade é patrocinada pela Fundação Bernstein Brothers, o Fundo Nagamasa Azuma da Universidade de Virginia, a Fundação Fash, Institut für Grenzgebiete der Psychologie und Psychohygiene (Freiburg, Alemanha), a Fundação Lifebridge, o Fundo Perrott-Warrick, Richard Adams, e vários doadores anónimos

© 2000, Baywood Publishing Co., Inc.

KELLY, GREYSON AND STEVENSON

Uma das mais notáveis observações nestas experiências tem sido de que aqueles que as vivenciaram quase invariavelmente acreditam que tiveram um lampejo da vida após a morte, e estão convencidos de que sobreviverão à morte quando esta enfim vier. (Ring, 1984).

A maioria destes, entretanto, não consegue especificar a fonte de sua crença;
eles frequentemente dizem que a experiência é inexprimível.

Sem pressionar aqueles que tiveram tais experiências a identificar seus elementos persuasivos, nós podemos perguntar quais elementos presentes nas mesmas podem influenciar pessoas que não as vivenciaram, de modo que creiam que essas oferecem no mínimo alguma evidência da sobrevivência da consciência pessoal após a morte.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 23, 2012 2:50 pm

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Sugerimos que uma combinação de três aspectos das experiências de quase morte deva ter algum poder sugestivo neste sentido.

A primeira e mais comum destas três características é uma elevação no nível de actividade mental.
Em um estudo prévio com cinquenta e oito pessoas, das quais pudemos obter registos médicos documentando sua condição física no momento da experiência, observamos que quarenta e duas (72%) relataram que vivenciaram um elevado nível de actividade sensorial ou cognitiva durante esta ocorrência.
(Owens, Cook, & Stevenson, 1990).

Destas pessoas, vinte e seis (62%) estavam de facto próximas da morte, pelo que queremos dizer que elas, provavelmente, morreriam sem um pronto atendimento médico.

O relatado nível de actividade mental elevada incluía maior rapidez, lógica e clareza de raciocínio, total clareza visual e auditiva, nitidez de cores e controle da cognição.¹

Uma análise mais recente de casos de nossa colecção forneceu resultados semelhantes:
dentre os 237 casos dos quais possuímos documentação médica, 159 pessoas (67%) relataram que uma ou mais dessas funções sensoriais ou cognitivas estavam mais acentuadas durante a EQM.

Dentre estas pessoas, noventa e duas (58%) estiveram próximas da morte (de acordo com nossa definição deste estado, acima mencionada).

Talvez ainda mais interessante seja a descoberta de que, entre os 130 pacientes que estiveram próximos da morte, 120 (92%) relataram que suas actividades sensoriais e cognitivas estavam ou normais ou em elevado nível, apesar de sua condição fisiológica seriamente enfraquecida.

A segunda característica consiste na percepção do indivíduo de seu corpo físico (e, frequentemente, de acontecimentos que se passam bem à sua volta) como de uma diferente posição no espaço, mais comummente como se estivesse do alto vendo seu corpo deitado lá embaixo, e às vezes ao lado de seu corpo.

Dentre os 237 casos de nossa colecção, dos quais possuímos registos médicos, 121 pessoas (51%) relataram este facto;
50% destas pessoas haviam estado próximas da morte, 50% não.

A terceira característica consiste na percepção extra-sensorial, isto é, perceber ocorrências verificáveis (reais), que estão fora do alcance normal dos sentidos físicos.
Embora casos que apresentem este aspecto não sejam comuns, seu número não é insignificante
(Cook, Greyson, & Stevenson, 1998).

¹A esta lista podemos acrescentar a série de lembranças involuntárias relatadas por algumas pessoas que vivenciam EQM incomuns (Stevenson & Cook, 1995).

Os números fornecidos neste parágrafo, no entanto, não incluem pessoas que tenham relatado este aspecto.

VIDA APÓS A MORTE?

Quando analisados isoladamente, cada um dos três aspectos mencionados está aberto a uma explicação diferente da sobrevivência da consciência após a morte.

Primeiro, ocorrências de elevação do nível de actividade mental são constatadas em outras condições, tais como durante períodos de criatividade, episódios em fase de mania, ou enquanto o indivíduo está sob a influência da mescalina e algumas outras drogas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 23, 2012 2:50 pm

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É surpreendente, no entanto, ouvir relatos de um elevado – ou mesmo normal – nível de actividade mental de pessoas que estiveram ostensivamente inconscientes e frequentemente próximas da morte;
seria de se esperar que a actividade cognitiva destas pessoas estivesse ausente, seriamente enfraquecida, ou, na melhor das hipóteses, diminuída.

Contudo, algum factor comum pode eventualmente agir para estimular os processos cognitivos de pessoas em uma ampla variedade de condições psicológicas, embora nenhum factor como este, que explique adequadamente todas EQM tenha sido ainda identificado.

No que se refere à experiência do indivíduo olhar para baixo e ver seu corpo de algum lugar mais alto, isto pode ser explicado como uma alucinação gerada pelas condições somáticas ou psicológicas associadas com doenças ou ferimentos
(Blackmore, 1982; Palmer, 1978).

Finalmente, experiências de percepção extrasensorial, como o nível de actividade cognitiva elevado, são relatados em ocorrências com muitas pessoas que gozavam de boa saúde e muito longe da possibilidade de virem a falecer.

Apesar de que nenhuma explicação adequada – normal ou paranormal – tenha sido proposta para tais experiências, esta explicação pode não requerer um componente da personalidade humana capaz de sobreviver à morte física.

Quando, no entanto, consideramos a ocorrência das três características em conjunto, e temos que começar a buscar diferentes explicações para as diferentes características, deveríamos questionar se uma única hipótese – a de que a consciência pode funcionar independentemente do cérebro físico e do corpo – pode ser uma melhor explicação para todas estas características.

Em outra obra publicamos relatos – de quatorze casos que apresentavam todas estas três características (7 retirados de relatos publicados e 7 de casos de nossa própria colecção), e temos dado referências a outros casos deste tipo
(Cook, Greyson, & Stevenson, 1998).

Para ilustrar o tipo de casos aos quais nos referimos, apresentamos aqui um breve relato de outro caso como estes.

O CASO DE LAURA GAINES (PSEUDÓNIMO)

Nós descobrimos este caso em Janeiro de 1996, quando a Sra. Gaines escreveu-nos e enviou um relato de sua experiência, após ler sobre nossa pesquisa em um artigo de jornal.

Ela preencheu vários de nossos questionários, fornecendo informações adicionais sobre si mesma e sobre esta experiência.

Um membro de nossa equipe entrevistou-a também em Maio de 1997, a fim de colher mais dados.
No verão de 1927, quando a Sra. Gaines tinha doze anos de idade, ela foi levada para uma pequena clínica para retirar suas amígdalas.

Pouco depois de lhe aplicarem éter, a Sra. Gaines teve uma experiência que incluiu muitos dos elementos comumente relatados em EQM, tais como:
descer por um túnel em direção a uma forte luz e estar em um lugar de muita paz.

Após o que pareceu para ela um longo tempo, ela pensou em seu corpo, e então estava perto do tecto da sala de operação, olhando para o médico e duas enfermeiras trabalhando em seu corpo lá em baixo, aparentemente com alguma preocupação.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 23, 2012 2:51 pm

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Então ela pensou em sua mãe, que devia estar na sala de espera da clínica, e ela então pareceu passar pelas paredes e ver sua mãe em uma cadeira que havia sido tirada da sala de espera para o saguão fora da sala de repouso.

Ela tentou comunicar-se com a mãe, que estava chorando, mas não conseguiu fazê-lo;
e então retornou para a sala de cirurgia, onde o médico e as enfermeiras pareciam agora estar completando a operação.

Do que ela se lembra em seguida, foi de estar recuperando a consciência na cama do hospital.

A Sra. Gaines não contou a ninguém de pronto sobre sua experiência, temendo que ninguém lhe fosse acreditar.

Ela nunca falou aos médicos e enfermeiras sobre isto, mas algum tempo depois de voltar para casa (a Sra. Gaines não se lembra exactamente quando), ela perguntou a sua mãe porque ela havia levado a cadeira da sala de espera para o saguão.

Sua mãe pensou em como ela ficara sabendo disto, mas disse que a operação estava demorando mais do que o previsto, e que tinha o sentimento de que algo não estava bem, então ela mudou a cadeira de lugar, de forma que pudesse ver quando trouxessem sua filha da cirurgia.

Porque a experiência tenha ocorrido há tanto tempo atrás, não pudemos nem confirmar o que sua mãe estivera fazendo durante a cirurgia, nem obter quaisquer registos médicos;
mas a Sra. Gaines disse que sua mãe lhe contara que ela havia tido hemorragia e uma parada cardíaca na mesa de operação.

Como muitas pessoas que vivenciaram experiências deste tipo, a Sra. Gaines possui uma forte opinião sobre a natureza desta experiência:
“Eu não sei explicar, mas disto eu sei.
O meu eu verdadeiro é um espírito que vive neste corpo, e este espírito continuará a viver quando meu corpo físico morrer.”


A maioria das outras pessoas que vivenciaram estes três aspectos especiais enquanto estiveram próximos da morte, chegaram à semelhante conclusão de que a consciência não é totalmente dependente do corpo e pode sobreviver à sua morte.

Nenhuma outra explicação pôde ainda explicar adequadamente todas estas três características tomadas em conjunto.

Devemos ser cautelosos, no entanto, em aceitar esta explicação, sem que a afirmação de percepção extrasensorial possa ser independentemente confirmada e verificada.

Queremos com isto dizer que outras pessoas confirmaram o que a pessoa que viveu a experiência lhes disse, logo após a mesma acontecer, acerca das ocorrências percebidas e que um investigador independente confirmou que os acontecimentos que se passavam a distancia dela, ocorreram como ela os havia descrito.

Por muitos anos, relatos ocasionais de pessoas que afirmam ter testemunhado ocorrências distantes enquanto estavam ostensivamente inconscientes têm sido publicados, e algumas destas pessoas também afirmam, como a Sra. Gaines, haver confirmado mais tarde os acontecimentos distantes por si mesmas (para referências a alguns casos como estes, ver Cook, Greyson, & Stevenson, 1998).

Infelizmente, a maioria das experiências, como a de Sra. Gaines, não foram relatadas ou registadas por escrito até muitos anos após sua ocorrência, e em algumas delas a afirmação de percepção extrasensorial foi verificada por um observador independente (para algumas destas poucas exceções, ver Clark, 1984; Owens, 1995; Ring & Lawrence, 1993).

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 24, 2012 10:26 pm

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No entanto, recentemente descobrimos dois novos e importantes casos, nos quais a confirmação e verificação do relato da pessoa foi possível.

O primeiro caso foi investigado pelo Dr. Michael Sabom, um cardiologista em Atlanta (Sabom, 1998).

Neste caso, em Agosto de 1991, a paciente, Pam Reynolds (pseudónimo), passou por um procedimento radical, envolvendo uma parada cardíaca completamente induzida, profunda hipotermia, e proteção cerebral com barbitúricos para a remoção cirúrgica de um gigante aneurisma de artéria basilar
(Spetzler et al., 1988; Williams, Rainer, Fieger, Murray, & Sanchez, 1991).

No momento em que o aneurisma foi removido, a temperatura no interior do corpo da Srta. Reynolds era de 60 graus Fahrenheit, seu coração estava parado, um electroencefalograma (EEG) mostrava uma ausência de actividade de ondas cerebrais, não havia resposta da base (incluindo auditiva) cerebral, e todo o sangue havia sido drenado de seu cérebro.

A Srta. Reynolds relatou que logo após a cirurgia ter começado, ela ouviu um zumbido, sentiu-se deixando o corpo, e então estava assistindo a cirurgia como se estivesse assentada nos ombros do cirurgião.

Em especial, ela descreveu acuradamente o incomum boné que vira o neurocirurgião usando e algumas observações feitas pelo cardiologista.
Detalhes do que ela descreveu fora subsequentemente confirmados tanto pelas anotações pós-operatórias do neurocirurgião como do cardiologista.

Além desta experiência fora do corpo, que ocorreu no início do procedimento cirúrgico, a Srta. Reynolds também relatou vivenciar muitos outros aspectos frequentemente citados em EQM, inclusive um vórtice semelhante a um túnel, uma luz forte muito incomum, e a presença de vários entes amados já falecidos, que falaram com ela e a mandaram de volta para o corpo.

Estas características de sua experiência parecem ter ocorrido próximo do momento em que o aneurisma foi removido, quando a parada cardíaca completa e a supressão da atividade do EEG ocorreram.

Além disto, neste momento – um momento em que ela poderia, por todos os critérios técnicos ser considerada “morta” – a Srta. Reynolds estava “o mais consciente que penso jamais ter estado em toda minha vida”.

O segundo caso foi investigado por um de nós (B.G.) e foi relatado por nós em mais detalhes em outra obra
(Cook, Greyson, & Stevenson, 1998).

O paciente, Al Sullivan, relatou que, durante uma operação de emergência de desvio quádruplo em 1998, ele pareceu estar fora de seu corpo e assistir a cirurgia em curso.

Um dos cirurgiões pareceu estar “batendo seus braços como se tentasse voar”.
Tanto o cirurgião e o cardiologista neste caso confirmaram para B.G. que o cirurgião havia feito estes movimentos estranhos durante a operação.

O Doutor explicou que para evitar que suas mãos tocassem qualquer superfície entre o tempo em que ele “esfrega as mãos” e o tempo em que ele começa a cirurgia, ele criou o hábito de segurar suas mãos contra seu peito e apontar com seus cotovelos para dar instruções para as outras pessoas na sala de operação.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 24, 2012 10:27 pm

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O cardiologista confirmou que o Sr. Sullivan havia descrito este comportamento incomum para ele logo após recuperar a consciência, depois da cirurgia.

Como no caso da Srta. Reynolds, a EQM de Sr. Sullivan também incluiu muitos outros aspectos, como viajar por um espaço escuro, ver um túnel e uma luz forte incomum, e encontrar entes queridos já falecidos.

Algumas pessoas podem objetar que em ambos os casos (diferentemente do caso da Sra. Gaines) os acontecimentos verificáveis descritos aconteceram na sala de cirurgia e portanto dentro do alcance sensorial normal do paciente.

Alguns deles relatam vivenciarem sensações auditivas enquanto sob efeito de anestesia geral, embora estes casos pareçam raros
(Moerman, Bonke, & Costing, 1993; Trustman, Dubovsky, & Titley, 1977).

Entretanto, nestes casos e nos outros, os processos auditivos normais como a fonte do conhecimento do paciente parecem estar excluídos.
(Para uma discussão da percepção auditiva persistente como uma explicação para EQM em geral, ver Sabom, 1982.)

Tanto a Srta. Reynolds como o Sr. Sullivan descreveram ocorrências visuais que não podiam ter sido percebidas ou inferidas por meios auditivos:
A Srta. Reynolds descreveu o aparecimento do incomum boné visto usado pelo seu cirurgião, O Sr. Sullivan descreveu os estranhos movimentos feitos por seu cirurgião.

Além disto, as orelhas da Srta. Reynolds estavam tampadas por pequenos alto-falantes inseridos em seus ouvidos para monitorar o centro nervoso auditivo em sua base cerebral.

(As respostas de suas bases auditivas e cerebrais estavam ausentes durante a remoção do aneurisma, mas não no momento em que o neurocirurgião começou a fazer cortes dentro de seu crânio, ou no momento em que o cardiologista fez as observações que a paciente relatou ter ouvido.)

Casos como estes, nos quais a afirmação da pessoa de ter percebido acontecimentos inacessíveis a seus sentidos físicos têm sido confirmados e verificados, são ainda muito raros;
mas acreditamos que casos que tenham todas as três características que descrevemos poderiam oferecer evidência sugestiva da sobrevivência da consciência após a morte, se novos casos puderem ser encontrados e adequadamente investigados logo após ocorrerem.

De particular importância também seria a identificação e investigação de mais casos como o de Pam Reynolds, no qual uma atividade sensorial e cognitiva complexa e clara parecia estar ocorrendo quando praticamente toda a actividade cerebral havia cessado.

Enfatizamos, no entanto, que EQM podem oferecer somente indirecta evidência da continuação da consciência após a morte:
porque as pessoas que vivenciaram estas experiências viveram para relatá-las, portanto elas não estavam mortas, embora pudessem estar próximas desta condição.

Entretanto, EQM do tipo que descrevemos, juntamente com outros tipos de experiências sugerindo sobrevivência após a morte (ver, e.g., Gauld, 1982; Stevenson, 1987; Stevenson, 1997), oferecem convergente evidência que garante o facto de podermos levar a sério a ideia de que a consciência pode sobreviver à morte.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 24, 2012 10:28 pm

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Pedidos de reimpressão directamente para:

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Experiências de Quase Morte - Página 2 Empty Quem Tem Medo da Vida Após a Morte? [1]

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 26, 2012 11:36 pm

Neal Grossman

University of Illinois at Chicago

A evidência para uma vida futura é suficientemente forte e convincente para que uma pessoa imparcial deva concluir que o materialismo é uma teoria falsa.

Mas a academia se recusa a examinar a evidência, e se agarra ao materialismo como se fosse uma verdade a priori, em vez de uma falsidade a posteriori.
Sugiro várias explicações para o fracasso monumental de curiosidade da parte da academia.

Primeiro, há confusão profunda entre os conceitos de evidência e prova.
Segundo, o materialismo funciona como um paradigma poderoso que estrutura a forma de explicações científicas, mas ele mesmo não se questiona.

A terceira explicação é arrogância intelectual, já que a possível existência de uma inteligência desencarnada ameaça a crença materialista que o cérebro humano educado é a forma mais alta de inteligência que existe.

Finalmente, há um tabu social contra crença numa vida futura, já que nosso inteiro modo de vida é baseado no materialismo e talvez colapse se experiências de quase-morte, particularmente a revisão de vida, fosse aceita como facto.

Por mais de uns cem anos tem havido um esforço pequeno mas persistente da parte de pesquisadores dedicados a descobrir evidência empírica sólida que apoie a tese que nossa mente ou consciência sobrevive à morte de nossos corpos físicos.

Começando com as pesquisas de William James em mediunidade e culminando nas pesquisas contemporâneas de experiências de quase-morte (NDE), este corpo de pesquisa fornece base sólida para acreditar que o paradigma materialista actualmente em moda entre académicos é severamente limitado, e não consegue explicar os dados acumulados.

Embora esta evidência tenha convencido a maioria das pessoas que dedicaram tempo para examiná-la cuidadosamente que o materialismo não é mais um paradigma adequado, a esmagadora maioria dos académicos não se preocupa em examinar a evidência, e parece acreditar a priori que o materialismo deve ser verdadeiro.

Não é meu propósito aqui, com excepção de alguns exemplos embaixo, revisar a riqueza de dados que falsifica o materialismo.[2]
Antes, desejo examinar aqui o fracasso da academia em examinar a evidência — um fracasso que causa perplexidade especialmente quando se considera a imensa importância que a questão de uma vida futura tem para o ser humano.

Neste artigo eu assumirei a posição que a evidência contra o materialismo se acumulou ao longo dos anos ao ponto que é agora razoável afirmar que o materialismo foi mostrado ser empiricamente falso;
doravante, o que necessita ser explicado é a recusa colectiva do estabelecimento académico em examinar a evidência e vê-la pelo que ela é.

O estabelecimento académico está na mesma posição hoje como foi o bispo que recusou a olhar pelo telescópio de Galileu.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 26, 2012 11:37 pm

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Por que isso acontece?

Antes de me dirigir a esta pergunta, é provavelmente encarregado a mim dizer algumas palavras sobre a espécie e força de evidência que refuta o materialismo.

Emily Cook, Bruce Greyson, e Ian Stevenson descreveram “três características de NDEs — processos mentais aumentados, a experiência de ver o corpo físico de uma posição diferente no espaço, e percepção paranormal — isso [eles] acreditam talvez forneça evidência convergente apoiando a hipótese de sobrevivência”
(Cook, Greyson, e Stevenson, 1998, p.377).

Eles então foram em descrever 14 casos que satisfizeram esses critério. De uma perspectiva epistemológica, o terceiro critério, percepção paranormal, é o mais importante.

O materialista pode, em princípio, não dar nenhuma causa de como uma pessoa adquire informação verídica sobre acontecimentos remoto do corpo dele ou dela.

Considere, por exemplo, o tipo de caso onde o NDEr informa exactamente a conversa ocorrendo na sala de espera enquanto o seu corpo está inconsciente na sala de operação.

Não há nenhum meio para a informação relevante, transportada em ondas sonoras ou ondas de luz, viajar da sala de espera, por corredores e subindo os elevadores, alcançar os órgãos sensoriais da pessoa inconsciente.

Mas a pessoa desperta da operação com a informação.
Este tipo de caso — e há muitos deles[3] — mostra bem claramente que há meios não físicos em que a mente pode adquirir informação.

Doravante o materialismo é falso.
Talvez o caso “smoking gun” seja o recentemente descrito por Michael Sabom (1998).

Neste caso, o paciente teve sua NDE enquanto sua temperatura de corpo foi abaixada a 60 graus, e todo o sangue foi drenado do seu cérebro:
“Seu electroencefalograma estava silencioso, sua resposta cerebral estava ausente, e nenhum sangue fluía pelo seu cérebro”
(Sabom, 1998, p.49).

Um cérebro neste estado não pode criar qualquer tipo de experiência.
Mas o paciente experimentou uma NDE profunda, que incluiu percepção verídica detalhada da operação.

Esses materialistas que acreditam que a consciência é secretado pelo cérebro, ou que o cérebro é necessário para a experiência ciente existir, talvez não possam explicar, no próprios termos, casos tais como este.

Um observador imparcial teria que concluir que nem toda experiência é produzida pelo cérebro e que, portanto, a falsidade do materialismo foi empiricamente demonstrada.

Assim, o que precisa ser explicado é o fracasso abismal do estabelecimento académico em examinar esta evidência e abraçar a conclusão:
O materialismo é falso, e a consciência pode e existe independentemente do corpo.

Além do mais, a evidência contra materialismo não vem só das NDE, mas de outras áreas de pesquisa também.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 26, 2012 11:39 pm

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Tanto mediunidade, que foi extensamente investigada desde a época de William James, e casos de crianças tais como aqueles investigados por Stevenson, que verificou memórias de vidas passadas, oferecem uma abundância de evidência contra o materialismo.

A melhor análise epistemológica da evidência foi dada por Robert Almeder (1992).

Depois que uma prolongada e detalhada discussão de crianças que parecem lembrar-se de vidas prévias, ele censurou Stevenson por concluir apenas que “não é injusto acreditar em reencarnação,” dada a evidência.

A conclusão adequada, de acordo com Almeder, deve ser “é injusto rejeitar a crença em reencarnação,” dada a evidência
(Almeder, 1992, p.62).

Concordo com Almeder.

Nossa irracionalidade colectiva com respeito à riqueza de evidência contra o materialismo se manifesta de dois modos:
primeiro, por ignorar a evidência, e segundo, por insistir em padrões excessivos de evidência, que, se adoptados, deixaria qualquer ciência empírica impossível.

A recusa de académicos em examinar a evidência contra materialismo não é nova.

Escrito há cem anos, William James queixava-se, eu convido separadamente oito dos meus colegas científicos a virem a minha casa, uma hora cada um, e a tomarem parte numa sessão com um médium cujas manifestações já publicadas nos nossos Relatórios tinham sido inteiramente dignas de interesse.

Embora, encarando as coisas pelo pior, isso significasse para cada um apenas uma hora perdida, cinco declinaram o convite.

Peço então à “Comissão” adjunta à cadeira de um certo sábio psicólogo, pertencente a uma universidade vizinha, para examinar o mesmo médium, que Hodgson e eu nos oferecemos para enviar e manter a expensas nossas junto dela.

Tive igualmente de dispensar os seus membros de um tal embaraço.

Convido um outro psicólogo amigo a examinar o caso deste médium, mas ele responde-me que é inútil, porque se viesse a obter resultados parecidos com os que eu verifiquei, sendo sugestionável, julgar-se-ia simplesmente vítima de alucinação.

Quando eu lhe proponho como remédio ficar ele de parte a tomar notas, enquanto sua mulher dirigia a sessão, ele explica que jamais poderia consentir que sua mulher estivesse presente em tais exercícios.

Este amigo fala ex cathedra da ciência psíquica, declarando (será necessário dizê-lo?) que não existe nela nenhuma realidade;
a cadeira de psicólogo na comissão foi fundada por um espírita, em parte com a intenção de examinar médiuns;
e um dos cinco colegas que declinaram o meu convite é citado como sendo um crítico autorizado, digno de julgar as nossas experiências.

Assim vai o mundo!

Mais recentemente, Michael Grosso informou uma experiência semelhante em tentar receber colegas para ler algo sobre a evidência para vida depois da morte:

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 27, 2012 9:31 pm

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O tipo de pessoa que eu tenho em mente surgirá com uma fraca, se não irracional, desculpa para não ler o livro que eu coloco na sua mão.

Em um caso, o argumento foi:
“São somente palavras em papel; nenhuma razão para levar nada disto a sério”.

Outro académico disse que ele não tinha tempo.
“Você quer dizer que não pode achar algumas horas para ler um livro que talvez mude sua perspectiva básica sobre vida e morte”? Perguntei.

Quão estranho que estas pessoas inteligentes são não meramente indiferentes mas resistentes aos dados.
É como se houvesse uma conspiração contra esta informação, uma necessidade de fazê-la inofensiva, irrelevante, ou inexistente
(Grosso, 1990, pp. 241–242; itálicos adicionados).

Um de meus encontros prévios com este tipo de irracionalidade académica ocorreu há mais de vinte anos.

Eu devorava tudo sobre a experiência de quase-morte que eu podia receber em minhas mãos, e ávido em compartilhar o que eu descobria com colegas.
Era inacreditável a mim como desqualificavam a evidência.

“Alucinações induzidas por drogas,” “último suspiro de um cérebro moribundo,” e “as pessoas vêem o que elas querem ver” eram algumas das frases mais comumente usadas.

Uma conversa em particular fez-me ver mais claramente a irracionalidade fundamental de académicos com respeito às evidências contra o materialismo:
Perguntei, “e as pessoas que informam exactamente os detalhes de sua operação”?

“Oh,” veio a resposta, “elas provavelmente apenas ouviram subconscientemente a conversa na sala de operação, e o seu cérebro subconscientemente transpôs a informação de áudio num formato visual”.

“Bem,” respondi, “e os casos onde as pessoas informam percepção verídica de acontecimentos remotos de seu corpo”?
“Oh, isso é somente uma coincidência ou uma suposição afortunada”.

Exasperado, perguntei, “O que é preciso, caso você mesmo tenha uma experiência de quase-morte, para convencê-lo de que é real”?

Muito despreocupadamente, sem piscar, a resposta foi:
“Ainda que eu mesmo fosse ter uma experiência de quase-morte, eu concluiria que alucinava, antes de acreditar que minha mente pode existir independentemente do meu cérebro”.

Prosseguiu em adicionar que o dualismo — a tese filosófica que mente e matéria são substâncias independentes, nenhuma das quais pode ser reduzida à outra — é uma teoria falsa e que não pode haver evidência para algo que é falso.

Isto foi uma experiência significativa para mim, porque aqui estava um homem educado, inteligente, dizendo-me que ele não abandonará o materialismo, não importa o que aconteça.

Mesmo a evidência de sua própria experiência não o levaria abandonar o materialismo.

Compreendi duas coisas nesse momento.
Primeira, esta experiência curou-me de qualquer impulso de argumentar estas coisas com colegas recalcitrantes;
é sem propósito argumentar com alguém que conta-me que sua cabeça já está feita, e nada que eu possa dizer vai mudar isto.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 27, 2012 9:31 pm

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Segunda, esta experiência ensinou-me que é importante distinguir entre (a) materialismo como uma hipótese empírica sobre a natureza do mundo, que é sensível à evidência de um meio ou outro (esta é a marca de uma hipótese científica:

a evidência é relevante para sua verdade ou falsidade) e (b) materialismo como uma ideologia, ou paradigma, sobre como as coisas devem ser, que é impenetrável à evidência (esta é a marca de uma hipótese não científica:
a evidência não é relevante para sua verdade).

Meu colega acreditava no materialismo não como uma hipótese científica que, como uma hipótese científica, talvez seja falsa;
mas antes como um dogma e ideologia que deve ser verdadeiro, não obstante evidência ao contrário.

Para ele, materialismo é o paradigma fundamental em termos de que tudo mais é explicado, mas que em si mesmo não é aberto á dúvida.

Eu cunharia o termo “fundamaterialista” para referir àqueles que acreditam que o materialismo é uma verdade necessária, não sensível a evidência empírica.

Com respeito a (a) materialismo mantido como uma hipótese empírica sobre o mundo, a evidência contra ele é esmagadora.

Com respeito a (b) materialismo mantido como uma ideologia, a evidência contra é logicamente impossível.

Um factor que complica é que os fundamaterialistas tipicamente sustentam a metacrença que sua crença em materialismo não é ideológica, mas empírica.

Isso é, eles próprios classificam-se incorretamente sob (a), enquanto seu comportamento claramente cai sob (b).

Defraudadores acreditam que são “científicos” ao ignorar e rejeitar a evidência contra o materialismo.
Alegam que a evidência é fraca, que não convence, que facilmente pode ser justificada pelo paradigma materialista.

Mas quando perguntados que tipo de evidência que levaria a convencê-los que o materialismo é empiricamente falso, eles ficam, como meu colega, normalmente perplexos ao que dizer.

Se eles não são familiares com os dados, eles surgirão com um critério de evidência que aliás já foi encontrado.

Quando é salientado a eles que aí existem muitos casos bem-documentados que satisfazem seu critério proposto, eles simplesmente farão seu critério mais severo, e em algum ponto cruzar a linha entre a exigência razoável para evidência científica e a injusta (e não científica) exigência para prova lógica.

Este não é um ponto menor.
O fundamaterialismo está tão profundamente arraigado no estabelecimento académico que a maioria dos pesquisadores de quase-morte caem presas dele.

Pois, depois de apresentar caso após caso que satisfaria qualquer padrão razoável de evidência empírica contra o materialismo, mesmo os pesquisadores compassivos quase sempre consideram necessário adicionar a cláusula de desresponsabilização que sua pesquisa não prova que há vida depois da morte.

Mas nenhuma hipótese científica é provada neste sentido.

Os teoremas em lógica e matemática podem ser provados. Em ciência, hipóteses não são provadas;
em vez disso, a evidência empírica deixa uma dada hipótese mais ou menos provável.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 27, 2012 9:32 pm

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Não há lógica nem certeza matemática em ciência.
Os fundamaterialistas vão dizer que a hipótese que a consciência existe independentemente do corpo não pode ser provada com certeza matemática.

Mas não pode nenhuma outra hipótese científica, porque a ciência empírica lida com evidência, não prova.

Evidência nunca “prova” uma hipótese;
apenas faz a hipótese mais provável.


E, quando evidência para uma dada hipótese se acumula até certo ponto, nós aceitamos a hipótese como verdade.
Mas “verdade” neste sentido científico nunca significa “provada”;
significa muito, muito provável.

Em ciência há sempre a possibilidade de uma hipótese dada poder se revelar ser falsa.

Os fundamaterialistas não aceitarão a hipótese de uma vida futura até que seja “provado” além de uma possibilidade lógica de ser falsa.
Isso é, usam um conceito de prova que pertence em lógica e matemática, não em ciência.

E pesquisadores de quase-morte jogam o jogo dos fundamaterialistas quando proferem avisos que sua pesquisa não prova a hipótese de uma vida futura.

O que os pesquisadores devem dizer, a meu ver, é simplesmente que acumularam evidência suficiente para deixar a hipótese de uma vida futura muito provável, e a hipótese do materialismo muito improvável.

Nos parágrafos acima, estive usando os termos “ciência” e “científico” em seu sentido epistemológico.

A ciência é um processo metodológico de descobrir verdades sobre a realidade.
Na medida em que ciência é um processo objectivo de descoberta, é, e deve ser, metafisicamente neutro.

Na medida em que ciência não é metafisicamente neutra, mas em vez disso liga-se a uma teoria metafísica particular, tal como o materialismo, isto não pode ser um processo objectivo para descoberta.

Há muita confusão neste ponto, porque muitas pessoas igualam ciência com metafísica materialista, e fenómenos que caem fora do alcance de tal metafísica, e doravante não pode ser explicado em termos físicos, são chamados “não científicos”.

Isto é um uso bem infeliz do termo.

Pois se almas e espíritos são de facto uma parte da realidade, e a ciência é concebida epistemologicamente como uma investigação sistemática da realidade, então não há nenhuma razão por que a ciência não pode tramar métodos apropriados de investigar almas e espíritos.

Mas se a ciência é definida em termos de metafísica materialista, então, se almas e espíritos são reais, a ciência, assim definida, não poderá lidar com eles.

Mas isto não seria porque almas e espíritos são irreais, mas antes porque esta definição de ciência em termos de metafísica materialista semanticamente excluiu realidades não físicas de seu escopo.

Peter e Elizabeth Fenwick usaram o termo “ciência” neste sentido metafísico quando escreveram:
Até agora adotamos uma visão em grande parte científica, e portanto bastante limitada de NDE.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 28, 2012 10:05 pm

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Temos estado olhando o mecanismo, e quase tudo que dissemos foi baseado na suposição que a NDE acontece dentro ou é construída pelo cérebro.

Confinamos a “mente” ao cérebro porque, cientificamente, ... não temos nenhuma outra opção. Quando o cérebro morre, a mente morre;
a visão científica não permite a possibilidade de uma alma, nem de qualquer forma de sobrevivência pessoal depois de morte.

É somente por olhar alguns pareceres não científicos que nós talvez achemos uma explicação mais abrangente de NDE...
(Fenwick e Fenwick, 1997, p. 249)

Se o termo “materialista” é substituído por “científico,” então a passagem acima é uma declaração exata com que eu não tenho nenhuma discussão.

“Visões que nós talvez achemos uma explicação mais abrangente de NDE...” é absolutamente correcto.

O materialismo é uma estrutura desgraçadamente inadequada em termos de que entender a NDE.

E, desejo insistir, é a própria ciência, epistemologicamente entendida como um método metafisicamente neutro de inquérito, que descobriu as limitações do materialismo.

Afinal de contas, os pesquisadores pioneiros no campo não são filósofos nem teólogos, mas cientistas bem educados e médicos, que, usando metodologia científica normal, foram forçados por seus dados a concluir que materialismo não pode ser a verdade completa.

Realço este ponto semântico sobre como a palavra “científico” deve ser usada em parte porque o termo carrega muito peso emotivo.
Ser marcado “não científico” é suficiente para ter a obra de alguém ou a própria pessoa desqualificada e ignorada pelo estabelecimento académico.

E penso que isto é parte da razão dos académicos serem de facto postos de lado de facto da pesquisa sobre NDE.
O raciocínio é mais ou menos este:
ser científico é bom; ser não científico é mau.

A ciência equivale ao materialismo.

Acreditar em almas e espíritos, ou mesmo falar sobre almas e espíritos, é conversar sobre se acredita em algo que não é materialista.
Portanto não é científico, que é mau, e doravante nós não devemos desperdiçar qualquer tempo nisto.

Acredito que a maioria de meus colegas pensam assim.

A falsa premissa falsa que o argumento se sustenta é a comparação de ciência com materialismo, uma equação tão profundamente arraigada que é difícil de extirpar.

Mas penso mesmo que o materialista mais teimoso deve conceder o seguinte argumento:

Se almas são reais, isso é, se objectos não materiais existem, então deve ser possível estudá-los, adquirir dados sobre eles, construir generalizações e teorias sobre eles, e assim por diante;
que é dizer, deve ser possível estudá-los cientificamente.

Doravante ciência deve ser interpretada como um método de inquérito apenas, não como uma teoria metafísica que estipula por definição o que há, e o que pode ou não pode existir.

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