LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 14 - Encontro com a paz e a saúde/Joanna de Angelis

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:29 am

Despertar da consciência(*)
A consciência quotidiana é resultado das experiências mentais e emocionais que se repetem por automatismo, criando os hábitos do discernimento entre as atitudes certas e as incorrectas.
As buscas da razão operam dentro de padrões de comportamentos saudáveis, nos quais o ego selecciona os valores mais compatíveis com o próprio bem-estar, mas também de sabor geral, ensejando satisfações harmonizáveis com os objectivos existenciais.
O despertar da consciência faculta o estágio de sono-com-sonho lúcido, vivenciando experiências que impulsionam ao progresso moral e ao preenchimento do vazio existencial, sem os estágios de saturação, de tédio, de modorra emocional.
Não somente as sensações fortes dão sentido psicológico, nesse nível, mas também as emoções subtis do próprio existir contribuem para que novos objectivos surjam na espontânea alegria de viver.
As impressões do passado vão perdendo o significado dominante, e o vir-a-ser assume interesse vivo, pois que constitui meta a ser alcançada, mesmo que não definida de momento.
William James afirmava: Parece não haver dúvida de que todos somos até certo ponto vítimas da neurose do hábito... muitas vezes impedidos de avançar por causa das barreiras impostas pelos costumes ancestrais.
Informa-se, num brocardo tradicional, que os hábitos são uma segunda natureza. E tem procedência a afirmação, porque eles impõem comportamentos não necessariamente racionais, mas automáticos, repetindo-se em sucessão interminável...
É necessário que haja a compreensão dos mecanismos intencionais da consciência colocados a serviço do futuro, para superá-los, evitando a tendência à desvalorização, que decorre dos não superados, geradores de rotina e de descontentamento.
Como efeito, os indivíduos que permanecem nos hábitos sem alteração coisificam-se, perdendo o sentido de humanidade. Talvez, por isso, Gurdjieff afirmou que a maioria das pessoas não existe, ou quase não existe: são pouco mais que nuvenzinhas de vapor aglutinadas por um corpo. Desse conceito, algo absurdo, confirmou que essas nuvenzinhas não sobrevivem (à morte), porque não há praticamente nada para sobreviver.
Fora realidade esse postulado e não haveria razão alguma para a luta em que se deveriam empenhar as criaturas através da quarta via ou via do homem hábil por ele estatuída, considerando-se a fatalidade da destruição da consciência.
Sua proposta, aliás, baseia-se na busca do conhecimento, o de natureza científica, facultando a aprendizagem, para não se aceitar informações sem a experiência de si próprio, não se permitindo crer em algo sem o conhecer, sem o constatar, sem o exame a seu respeito.
Assim considerava o ser humano apenas como máquina, o que explicava a guerra, na qual umas lutavam contra outras máquinas, todas accionadas pelo ego reagindo em uns contra os outros.
Na sua proposta, um tanto pessimista, embora o grande valor e contribuição da sua psicologia, as pessoas deixam-se levar por outras como folhas ao vento, sem saber o destino para onde são conduzidas. Então sugere o trabalho que oferece estrutura e peso espiritual de forma que não seja movimentado por força alguma de fora.
Em realidade, no despertar da consciência de si, surge o conceito de destinação, de imortalidade, de autoconhecimento, de valorização de conteúdos, de estímulos a novas descobertas saudáveis e a significativas realizações.
O indivíduo retira do seu passado as experiências geradoras de conhecimento, mas não se detém nele, superando as ocorrências e criando novos embates de despertamento pessoal, a fim de que a névoa das memórias transactas não interfira na claridade das suas reais aspirações.
Esse conceito de destinação oferece ânimo para a luta sem tédio, sem objectivos de vitórias sobre os outros, mas sim, sobre os impulsos inferiores, conscientizando-se de que se trata de um ser imortal, cujo destino não teve início no berço, portanto, não se consumirá no túmulo...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:29 am

À semelhança de uma herança genética divina, descobre Deus em seu mundo interior, como razão de existir, propelindo-o à futura identificação durante a fase de auto-consciência elevada, que deverá ser a meta a conquistar, através dos outros níveis a alcançar, quando descobrindo a máquina pela qual se movimenta, conseguir controlar todas as suas funções, em disciplina natural, sem sacrifícios martirizantes nem concessões pieguistas.
A vida racional, em si mesma, exige uma contínua renovação de conceitos, de modo a ampliar os horizontes existenciais e melhor compreendê-los, mesmo que a perder-se no infinito. Por isso, o conhecimento desempenha um papel relevante, ao lado da emoção que deve ser direccionada para o equilíbrio ético e a estabilidade saudável, operando com segurança esses recursos em benefício do controle sobre as demais funções da maquinaria orgânica.
É indispensável que o esforço para manter a emoção em harmonia seja parte do programa da consciência de si, porquanto, qualquer variação de humor, do intempestivo gargalhar ao profundo cismar, sempre expressa desequilíbrio no vasto campo da emoção. Desse modo, nem o excesso de emotividade, nem a escassez dela, em razão da prudência que deve viger no comportamento saudável de todo aquele que se liberta das heranças dominantes e procedentes da natureza animal.
Logicamente, as demais expressões passam a merecer identificação, porque a consciência, em processo natural, alcança o nível de conhecimento de si mesma, trabalhando os instintos que se submeterão ao controle da razão, funcionando dentro dos mecanismos necessários à sua finalidade.
Ao invés de reagir-se - por instinto -, agir-se - pela razão.
Os impulsos passam a ser controlados pelo discernimento em face da consciência de si, de responsabilidade, de compromisso com a vida, superando-se a pouco e pouco, até quando o pensamento lúcido sob o amparo da razão e da lógica predomine no conjunto geral.
De imediato a consciência - o Self - constata a necessidade de trabalhar os movimentos corporais, estabelecendo linhas de comportamento equilibrado, a fim de que todo o conjunto orgânico se expresse em ordem, facultando a harmonia geral da maquina biológica.
A função sexual assume, nesse momento, papel de relevante importância, em razão do predomínio que mantém sobre o organismo, seja a de natureza procriativa, seja em razão do prazer, exercitando a valorização da mente em relação ao conúbio corporal, antes que as exigências do desejo desgovernado e vicioso conduzam ao relaxamento dos sentimentos de amor e de respeito pelo parceiro.
Na complexidade da organização genética, a consciência desperta de si mesma, é propelida a trabalhar com ponderação quando a função psicológica do indivíduo não corresponde à organização fisiológica, diferindo a anatomia do comportamento emocional, o que pode produzir transtorno grave nas áreas psicológica e orgânica.
Para bem conduzir-se, mantendo-se saudável, o indivíduo é convidado a um aprofundamento dos valores ético-morais, em qualquer situação, e particularmente neste caso, estabelecendo directrizes de equilíbrio sexual e de conduta social para que lhe não criem choques perturbadores, mesmo quando escamoteado o sentimento por aparente aceitação da ocorrência, mascarando conflitos que sempre ressumam em forma de depressão, de distúrbio do pânico, de alienação...
Alargando-se, cada vez mais, a percepção do maquinismo orgânico em que se encontra, a consciência de si identifica a emoção superior, aquela que induz ao cultivo da beleza, da arte, da poesia, da música, da inspiração do bom e do gentil, do nobre e do superior.
Abrem-se, então, as perspectivas para a contemplação da paisagem terrestre, das cores que vestem o mundo, das ocorrências de natureza mais subtil, como o canto e a música, a pintura, a meditação, a prece, a comunhão com outras mentes em sintonia superior, a yoga, a meditação, a conversação estimulante e inspiradora...
O belo, que existe no mundo interior, transparece em todas as coisas exteriores e desabrocha em sentido de harmonia dantes não experienciado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:29 am

Detalhes despercebidos anteriormente nos relacionamentos passam a ter significados profundos na emoção, ao tempo em que experiências transpessoais ampliam as possibilidades de compreensão da vida e da sua finalidade.
Quando se alcança o nível de consciência de si, não mais é possível uma existência harmônica sem a presença da arte nas suas mais variadas expressões do amor como sentimento de união entre as criaturas e tudo quanto existe, porque o significado real da caminhada humana é alcançar a plenitude pela auto-doação. Após o conhecimento, esse desiderato somente é atingido através do amor que se sublima.
Nesse estágio de emoção superior, a consciência vislumbra o nível mais elevado que é o objectivo cósmico, transcendental...
O afã, porém, para a etapa mais elevada de consciência, é precedido do controle da máquina, na função intelectiva superior, quando o conhecimento já não se restringe aos interesses da cultura, pura e simplesmente, da aquisição de informações científicas e tecnológicas, filosóficas e éticas, mas à sua aplicação total na conduta, que transforma o indivíduo em um líder, mesmo sem o desejar, um modelo a ser seguido, porque, aspirando à harmonia, vivência o equilíbrio, a saúde integral.
O nível de consciência de si é de alto significado no processo da evolução psicológica e moral do ser humano, ao lado do equilíbrio psicofísico que vigerá a partir de então.
A identificação com a harmonia entre a mente e o corpo, as sensações e as emoções, as aspirações e as forças morais proporcionam a compreensão de uma continuação da vida após o decesso da organização física ao túmulo, porquanto a Natureza - Deus - não aplicaria mais de dois bilhões de anos na construção do santuário orgânico, não houvesse a presença do princípio inteligente a guiar as aglutinações celulares sob direcção divina.
A imortalidade desenha-se na consciência e após esforços hercúleos, o ser alcança o nível objectivo, transcendental, cósmico...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:30 am

Consciência plena
Alcançado o nível de consciência de sono-com-sonhos, a realidade apresenta-se ainda difusa, cujos contornos perdem-se em vagos delineamentos que não lhe correspondem à exactidão.
Assim mesmo, têm início os fenómenos morais de sentido ético do comportamento, assinalando o bem e o mal, no entendimento da vida, embora acompanhados de justificativas para o erro, como decorrente de impulsos incontroláveis subjacentes no âmago do ser. Essa é, aliás, a forma como se escusam aqueles que delinqúem, especialmente nas atitudes de agressividade e violência de todo tipo, e, em particular, nas de carácter sexual.
Certamente que esses impulsos primários ainda são predominantes nessa fase, mas o conhecimento que começa a discernir faz-se acompanhar da vontade que deve ser utilizada para o seu controle, em face do estado de humanidade que já foi alcançado, facultando a eclosão do pensamento, do raciocínio.
No instante em que a consciência de si se instala, o sentimento acompanha a capacidade de compreensão dos acontecimentos, dando lugar ao surgimento da culpa, no momento após a prática do erro, em forma de remorso e de arrependimento com o consequente resultado da busca em favor da reparação...
Muitos pensadores e psicólogos debatem sobre a questão do bem e do mal, assinalando que se trata de fenómenos relativos e dependentes de conjunturas sociais e políticas, culturais e evolutivas da sociedade. De alguma forma, o mal tem um significado especial na conduta educativa do indivíduo, por trazer-lhe consequências perturbadoras, em forma de distonia, inconformismo, conflitos, como efeitos naturais da sua prática.
Com sabedoria ímpar, os espíritos superiores, quando interrogados por Allan Kardec, sobre essa questão, responderam-lhe que O bem é tudo aquilo que é conforme à lei de Deus; o mal tudo que lhe é contrário.(**)
O mal tem existência relativa, enquanto o bem não lhe toma o lugar. Procede, portanto, da prática equivocada e egoística em relação ao bem, não tendo, desse modo, legitimidade, qual ocorre com a sombra que é a ausência da luz e com a imperfeição, que é a cópia distorcida da perfeição. Quando se tem dificuldade em agir correctamente - o bem - atua-se de maneira equivocada e prejudicial - o mal.
A consciência objectiva transcende a razão linear, quotidiana, e se identifica com o Uno, participando da harmonia cósmica.
A individualidade liberta-se do ego e faz-se irmã da Natureza e de todas as criaturas que existem, mantendo um relacionamento vibrante com as energias universais e os seres que habitam outras dimensões vibratórias...
A paranormalidade, que começou a desabrochar no nível anterior, quando a emoção rompeu o círculo vicioso das paixões, engrandecendo-se, torna-se um sexto sentido. Essa conquista libera o indivíduo de todo e qualquer sofrimento, da ansiedade, do medo de ter medo, dos conflitos... Expandindo-se, a consciência plena é estágio superior da peregrinação terrestre. É nesse nível que se alcançam a inteligência lúcida, a imaginação ideal e a criatividade desprovida de sonhos e enganos, sem os arquétipos habituais, na área da super-consciência, desvendando o porvir, logrando o vir-a-ser.
Quando se está em nível inferior, é como alguém colocado num quarto totalmente escuro e silencioso que perde a capacidade de pensar com lucidez, pela falta de estímulos fortes, pela perda do senso de valores. A herança da tendência negativa e pessimista existente nos alicerces do inconsciente produz o desaparecimento da mente e a consequente perda do sentido do prazer, que são as bases organizativas do que se denomina como realidade... Nessa fase, a compreensão dos valores é quase nula e sem sentido psicológico, porque a capacidade de qualificação encontra-se embotada, incapaz de expressar-se com nitidez.
Alcançando-se, no entanto, a consciência plena, logra-se o estágio superior da peregrinação terrestre. É aí, durante essa inabordável conquista, que se atinge o Cristo Cósmico, penetrando-se no entendimento do mecanismo universal, nas leis da vida, embora os limites que fazem parte do espírito humano, na sua condição de relatividade ante o Absoluto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:30 am

Mergulhada nesse oceano de sabedoria, a consciência libera o amor que surge em formulação inabitual e manifesta-se triunfante em domínio de todas as emoções que se deslocam do ego para o Self na gloriosa identificação com Deus.
Alcançado o estágio numinoso - a grande meta psicológica da existência terrestre - já não é mais a personalidade que vive, mas a essência divina consubstanciada no ser que se liberta do cárcere das reencarnações para iniciar novos ciclos de evolução transcendental.
O fascínio para a aquisição dessa autoconsciência, essa clara compreensão da sua finitude ante a infinitude da vida, propele o ser na direcção ditosa da sua imortalidade vitoriosa.
A transferência de um para outro nível de consciência objectiva enseja a sublimação do ser, facultando-lhe a visão colectiva desde o alto, ao invés da limitada capacidade do verme que enxerga apenas o que se encontra à sua frente, ao tempo em que propicia encantamento e beleza, estimulando às novas e mais amplas conquistas para a libertação total.
Os sábios e mestres de todas as épocas, os místicos e santos, ao lado de artistas e cientistas de alto coturno espiritual, bem como os heróis de todas as expressões conseguiram este logro, perdendo o ego e tornando-se budas, cristos, mahatmas, taumaturgos...
O desaparecimento do eu apaixonado e perverso deu-se, não mediante a auto-negação, a autodestruição, mas através da auto-diluição das estratificações dos alicerces atávicos procedentes das experiências primárias da evolução.
O trânsito, portanto, do Self, pelos diferentes níveis de consciência, pode ter lugar mediante sofrimentos e êxtases, largas vivências do erro ou através dos processos das lentas transformações. O príncipe Siddhartha Gautama, por exemplo, iluminou-se quando se deixou arrastar pela correnteza da vida em entrega total.
Paulo de Tarso adquiriu a consciência objectiva, no momento do magno fenómeno da aparição de Jesus, no deserto, às portas de Damasco.
Francisco de Assis conseguiu os estigmas e a consciência plena, quando depurado de todo desejo.
Miguel Ângelo, após esculpir o Moisés e terminar a Criação, na Capela Sistina, entrou em êxtase efundiu-se com a obra.
Handel pairou acima da consciência cotidiana, enquanto compunha o Aleluia, no seu imortal O Messias.
Teresa de Ávila diluiu-se na Consciência cósmica, deixando-se consumir pelo total amor por Jesus...
... E Galileu, Newton, Ticho Brahe, Pasteur, Sem-melweis, Hansen, Einstein, Max Planck, Heisenberg e modernos neurocientistas quando, esquecidos de si mesmos, entregaram-se à obra de libertação da humanidade.(***)
Milhares de outros missionários conseguiram insights da consciência plena nos momentos de clímax das suas realizações, quando alguns mergulharam nos seus arcanos e neles permaneceram iluminados.
O processo natural, que faculta a conquista da consciência plena, é também feito de avanços na abnegação, no discernimento, no amor e na auto-doação.
Todos os seres humanos marcham inexoravelmente para essa conquista, que deve ser o objectivo do processo evolutivo, no qual se encontram incursos.
Nesse atraente percurso, no qual o erro e a maldade são apenas experiências selectivas para a conquista da sabedoria, consegue-se a superação das angústias, do vazio existencial e dos sofrimentos, pois que tal é a meta da vida, ocorrendo esse processo lenta e saudavelmente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:48 pm

Temas para reflexão:
“631. Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem e o que é mal?
“Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.”
*
"... Pelo contrário, rejeitamos as coisas ocultas, que são vergonhosas, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus: mas, pela manifestação da verdade, nós nos recomendamos à consciência de todos os homens diante de Deus.”
II Coríntios: 4-2.

Vide nosso livro O ser consciente - O Essencial - LEAL-1993. Notas da Autora espiritual.
Questão 630 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Notas da autora espiritual.
Vide Médiuns e Mediunidades - Consciência mediúnica. Espírito Vianna de Carvalho. - 1ª. Edição. Arte e Cultura-1991. Notas da autora espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:49 pm

10 — EM BUSCA DA ILUMINAÇÃO INTERIOR
A iluminação interior. — Processo de auto-iluminação. — Conquista da iluminação interior.

O ser humano está fadado à plenitude, ao estado numinoso.
Todo o empenho deve ser encetado, a fim de que o processo de auto-aprimoramento moral e espiritual dê-se com segurança, sem retrocessos na decisão nem temor diante dos avanços e das conquistas logradas. Remanescente das heranças ancestrais, a sua marcha ascensional é feita de vitórias do Self sobre a sombra densa que lhe dificulta o discernimento ou vincula-o aos hábitos doentios que deve superar, mediante a instalação de outros de ordem saudável, no que se lhe tornarão mais fáceis os passos no rumo do futuro.
Profundamente vinculado a Deus, de Quem procede, já foi possível nele identificar-se um gene específico, encarregado da crença no Soberano Progenitor.
Dessa forma, a busca da iluminação, isto é, da conquista da auto-transcendência, é-lhe um impositivo da evolução, que não mais se compadece do estado de sombra por onde perambula, impulsionando-o aos tentames contínuos até o momento em que se sente invadido pela paz que dEle dimana.
A princípio, essa necessidade manifesta-se em forma de vazio existencial, que se lhe faz um tormento de insatisfação, diante da qual nada consegue como contribuição para a conquista da harmonia ou da alegria de viver.
Pode armazenar coisas, dispor de recursos financeiros e afectos, facilidades de natureza múltipla e, no entanto, permanece a ausência de algo indefinível, que pode ser defluente de problemática pretérita, quando desdenhou ou utilizou-se equivocadamente das concessões do amor e da paz, ou da ingente necessidade de Deus.
Não sabendo como realizar essa busca interior, foge do mundo e malbarata as bênçãos de que é possuidor, na inutilidade do insulamento, distante da solidariedade e da convivência com todas as criaturas, que fazem parte da sua imensa família universal que lhe é necessária para o crescimento espiritual.
Nesse estado de abandono de tudo e de todos, pode ocorrer-lhe o êxtase, a negação do ego e das suas necessidades, no entanto, faz-se inadiável a convivência com a vida em geral, a fim de poder tornar-se útil, contribuindo em favor dos demais.
Em diversas ocasiões, mal orientado busca a auto-iluminação utilizando-se de diversas técnicas de flagícios ou de sacrifícios em relação ao corpo, como se fosse ele o obstáculo (shatan) à realização que busca afanosamente.
Exercícios exaustivos são propostos em favor tia auto-realização, facultando o mergulho em estados alterados de consciência, dos quais retorna com mais vazio, anelando fugir para encontrar-se.
O jovem príncipe Siddhartha Gautama, quando procurou encontrar-se e preencher-se, tentou fugir do mundo e disciplinar o corpo mediante injunções penosas, descobrindo, por fim, que não seria dessa forma ou do gozo que o lograria, mas através do equilíbrio, o caminho do meio, que lhe facilitou a conquista.
É, certamente, através do amor, da auto-negação, isto é, da identificação do Self soberano ante as imposições relativas do ego, que ocorre a iluminação de dentro para fora, ensejando a harmonia e a completude indispensáveis à transcendência, que produzirá o preenchimento interno.
A iluminação interior independe da educação das faculdades paranormais, mediúnicas em particular, dos estados de exaltação e do transe, do êxtase ou de quaisquer outras manifestações para-físicas. Ocorre, mediante o desenvolvimento dos inesgotáveis recursos internos que procedem de Deus, do acalmar das ansiedades da emoção e das imposições orgânicas.
O ser iluminado vive, por antecipado, o estado nirvânico, a plenitude, sem que tenha necessidade de abandonar os impositivos da reencarnação. A conquista do Reino dos Céus não o afasta do mundo, antes condu-lo à convivência do século, de modo a tornar-se lição viva e estímulo para os outros, sem fazer-se mundano ou igualmente necessitado de experienciar outra vez o império das paixões...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:49 pm

A iluminação interior
O espírito que se é, na sua essência crê em Deus, na vida e nos valores dignificantes.
A fé é genética, porque defluente de um gene específico, responsável pelos estímulos neuronais, responsáveis, especialmente, pela produção de algumas monoaminas, tais como a serotonina, a noradrenalina, a dopamina, ora identificada como a substância geradora da felicidade. Reencarnando-se, à medida que se intelectualiza derrapa em conflitos
filosóficos e em imposições religiosas dogmáticas que o levam à dúvida, empurrando-o para a descrença.
Enquanto a fé procede da constituição genética, portanto, a espiritualidade, a confissão religiosa, o culto de qualquer denominação resultam da herança sociológica, filosófica, doméstica. A crença é espontânea, natural, enquanto a participação religiosa e a definição de uma delas, são consequências da educação, da convivência no lar ou no grupo social, sujeitas a alterações racionais ou comportamentais.
Essa crença pode apresentar-se sob dois aspectos:
a) natural, que é espontânea, conduzindo a criatura a viver sem indagações de onde se encontra, se há segurança no lugar em que se hospeda, no veículo de que se utiliza, sem considerar se o seu condutor é saudável, depressivo ou esquizofrénico, colocando a sua vida em risco, alimentando-se sem a suspeita de que poderá estar sendo envenenado, de aceitar a medicação sem o receio de estar sendo intoxicado, excepção feita aos estados de consciência alterada, na paranóia, na depressão, nas psicoses...
b) raciocinada, quando é fruto da lógica, da análise, da pesquisa de laboratório, da razão, portanto, adquirida pela experiência, pela vivência dos factos. No primeiro caso, vemos a confirmação da tese em inúmeros comportamentos, especialmente nas terapias placebo, quando pacientes graves ou portadores de enfermidades de demorado curso, medicados com substâncias inócuas (drágeas de açúcar, de massa, de farinha de trigo), informados dos excelentes conteúdos de que se fazem portadoras, apresentam melhoras consideráveis, estimulando a produção de monoaminas responsáveis pelo reequilíbrio e mesmo pela reversão do quadro desesperador.
Por outro lado, os efeitos nocebo também ocorrem quando o médico demonstra cansaço ou desânimo, apresenta diagnósticos severos sem a preparação psicológica do paciente, de imediato a piora é facilmente percebida, tornando o quadro muito mais difícil de tratamento. Multiplicam-se os casos de enfermos que, diante do diagnóstico rude e agressivo, desesperam-se, agravando a enfermidade, e mesmo vindo a morrer em face da notícia, o que se configurou denominar como morte pelo diagnóstico.
A iluminação ocorre quando se é capaz de compreender quem se é, de onde se veio e para onde se vai, culminando com o esclarecimento em torno do que deve realizar na Terra... A ignorância desses postulados mantém na escuridão, no tormento das dúvidas e aflições.
A iluminação, portanto, rompe a treva densa do desconhecimento, facultando a experiência contínua do equilíbrio e da harmonia que levam ao numinoso.
Santo Agostinho asseverou que a iluminação dá luz divina à alma, pelo que a inteligência se torna capaz de atingir um conhecimento verdadeiro da realidade do ser em si mesmo, descobrindo a finalidade existencial. Ele próprio adquiriu-a após ouvir o brilhantismo iluminativo de Santo Ambrósio nos seus memoráveis sermões na catedral de Milão.
Orador exímio e retórico, Agostinho de Hipona, maniqueísta, vivia aturdido no báratro dos conflitos.
Interessado mais no orador e retórico, que era Ambrósio, foi ouvi-lo, e, deslumbrado pela forma do discurso e pelo seu conteúdo, iluminou-se, passando a viver o Cristo interno e viajando no rumo do autoconhecimento.
A iluminação interior procede da busca do vir-a-ser harmonizando-se com o ser que já foi conquistado e por cujo empreendimento todos se devem empenhar pelo conquistar. É também o descobrimento (revelação) do Ser Supremo pelo espírito em crescimento, em busca de estágios mais dignificantes e elevados, que demonstram a essência da própria origem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:49 pm

Essa jornada é tranquila, consciente, sem os traumas das buscas infrutíferas, de tempo indeterminado, porque pode ocorrer de um para outro momento, sem prazo fixo, sem determinação de factores propiciatórios.
Inúmeros são os caminhos para consegui-la, relativos ao estágio de evolução em que se encontra cada indivíduo, como é fácil de compreender-se. Aquele que possui maior capacidade de concentração, de reflexão, de vida interior, mais facilmente pode iluminar-se do que outro, inexperiente e inquieto, ansioso ou tomado de receios injustificáveis.
A iluminação interior tem sido identificada por denominações diversas, como por exemplo: Buda (em Siddhartha Gautama),Cristo e Messias (como em Paulo, em Santa Teresa D’Ávila), satori (no Zen-budismo), samadhi (no Yoga) ou conforme algumas escolas de esoterismo e ocultismo: auto-realização, libertação, nirvana, plenitude...
Psicologicamente pode ser denominada como auto-transcendência, plenitude, estado numinoso...
Nas tradições de muitas correntes religiosas, encontram-se os símbolos que a representam, como a estrela de Davi, (no judaísmo), lótus de mil pétalas (no hinduísmo), Santo Graal (no Cristianismo) e através de diversas imagens, como a rosa mística, a chama eterna, a chama violeta, o lago tranquilo...
Desse modo, observa-se que a busca da auto-iluminação tem tido vigência desde priscas eras, quando o ser humano passou a compreender a necessidade de integração na Consciência Cósmica, na auto-superação.
Isto porque, o conceito de imortalidade não é novo, encontra-se exarado no inconsciente profundo do ser humano a respeito de si mesmo.
A iluminação é, portanto, a grande meta que todos devem buscar, a fim de alcançar o melhor de si mesmo. Deflui, dessa busca, a compreensão em torno do impositivo de viver-se o presente com carácter integral, sem saudades do passado, que não pode ser alterado, senão mediante as acções atuais, ou ansiedades pelo futuro, que talvez não seja alcançado na vilegiatura em que se movimenta, sendo questão para depois...
Por isso, o buscador da auto-iluminação deve permanecer atento à manutenção da mente aberta a novas conquistas, a passos mais avançados no processo evolutivo.
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Série Psicológica Vol. 14 - Encontro com a paz e a saúde/Joanna de Angelis - Página 4 Empty Re: Série Psicológica Vol. 14 - Encontro com a paz e a saúde/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:49 pm

Processo de auto-iluminação
Toda e qualquer tentativa em favor do processo de auto-iluminação deve ser iniciada através da mecânica do amor, que conduz a inteligência, orientando-a no sentido da grande vertical da evolução.
Uma das maneiras mais vigorosas para expressar-se, encontra-se nesse amor em forma de compaixão, que está presente na origem da própria vida, demonstrando que, ao alcançar o conhecimento de si mesmo, o sentimento nobre de compaixão (solidariedade, misericórdia, companheirismo, caridade) apresenta-se de forma natural, inesperada, não programada.
É através da sua vibração de generosidade que se desdobram os sentimentos de benevolência para com todos, de simpatia e afecto por todas as formas de vida, mesmo não sencientes: montanhas, pedras e metais diversos, vales, rios e mares, florestas e jardins...
A busca da auto-iluminação pode assemelhar-se ao esforço exercido durante a contemplação das águas de um rio, que fluem contínuas na direcção do mar ou do oceano onde se mesclam. Absorta na observação da corrente a mente consciente perde-se num esvaziar de pensamentos para acalmar-se, transmitindo paz. O encontro das diferentes águas sempre se dá através de um choque. O mesmo ocorre no momento da auto-iluminação, que pode ser afligente, dolorosa no começo (Saulo, às portas de Damasco, em pleno deserto, visitado por Jesus) ou suave e doce (o príncipe Siddhartha à sombra da árvore bodhi - a figueira).
O indivíduo que se apiada do sofrimento do seu próximo - vegetal, animal ou humano - desejando ajudá-lo, facilmente se ilumina, em face do conhecimento que possui em torno do significado existencial da vida na Terra. Esse fenómeno é resultado das tendências universais resultantes do processo da evolução moral, manifestando-se nesse expressivo sentimento de compaixão, dos mais altos que a psique humana pode exteriorizar.
A biologia demonstra essa harmonia que vige em todas as formas vivas, quando, por exemplo, as individualidades - células, órgãos - sucumbem a benefício do conjunto que formam, eliminando os interesses de cada uma. Cada qual falece para que o organismo continue vivo, até o momento em que a energia vital mantenedora da totalidade se extingue e advém a morte global...Também, os seres humanos devem sacrificar-se com amor e compaixão em benefício de todas as outras vidas, assim contribuindo para que tudo expresse a sua realidade colectiva, sem nenhuma perda de individualidade.
Quando esse pensamento inunda todo o ser, é concretizada a realidade que parte sempre da mente, a usina geradora das forças da vida, facultando a perfeita conexão com o corpo.
Na complexidade dos raciocínios e pensamentos - em média cinquenta mil por dia em cada pessoa comum - na grande maioria, deprimentes, recalcitrantes, angustiantes, desencadeadores de ansiedade e de mal-estar, é compreensível que se instalem distúrbios de conduta, da emoção, orgânicos.
A educação pelo equilíbrio e saudável direccionamento dos mesmos produz uma redução expressiva na variedade, contribuindo para a qualidade seleccionada, que ensejará, no momento oportuno, a iluminação, a ausência de interrogações perturbadoras, de culpas portadoras de aflições, de conflitos construídos pela insegurança e pelo medo...
Deve nortear essa busca o sentimento de solidariedade e de compaixão, jamais o interesse escuso de natureza egoísta, qual seja: alcançar a paz interior, a fim de ver-se livre de problemas e de sofrimentos, fugindo ao dever de compartilhar as dores gerais e de trabalhá-las, de maneira que cedam lugar ao bem-estar de todos.
Enquanto vicejem as infelizes imagens egóicas no ser, não haverá libertação das mazelas e das escamas que impedem a iluminação interior.
Merece recordar-se que Saulo, após o encontro com Jesus, experimentou peculiar cegueira, que somente desapareceu quando o venerando Ananias, aquele a quem ele ia aprisionar em Damasco, para conduzi-lo a ferros a Jerusalém, foi visitá-lo na hospedaria por solicitação do Mestre Nazareno, e, impondo-lhe as mãos nos olhos apagados, devolveu-lhe a visão, retirando as escamas que os cobriam...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:50 pm

Tal ocorreu, porque Ananias era iluminado - havia predominância da compaixão nos seus sentimentos, porquanto, na condição de vítima potencial socorreu o seu virtual algoz!
Significando a libertação das máculas adquiridas durante a longa viagem antropológica, por meio dos fenómenos das sucessivas reencarnações e das fixações dos instintos no processo de aquisição da inteligência, nessa fase que intermedeia o logro da intuição, iluminar-se é alcançar por antecipado esse estado de paz, no qual se transita mais com o psiquismo do que com o organismo fisiológico.
Indispensável que os ideais de enobrecimento sobreponham-se aos interesses imediatos, de forma que as monoaminas responsáveis pelo bem-estar, pela harmonia, sejam produzidas através dos estímulos mentais nos neurónios responsáveis. Através desse mecanismo acontecem mudanças cerebrais significativas, umas lentas e outras mais rápidas, pelo accionar das regiões frontal e posterior do cérebro, produzindo a irrupção dos sentimentos de paz, de alegria, de satisfação interior, numa transformação de conduta para melhor.
Esses sentimentos estão vinculados àqueles de natureza religiosa, que conseguem disparar essas reacções mediante a captação de símbolos e imagens, visuais ou sonoras, como as melodias litúrgicas, o crepitar da chama de velas, o odor do incenso e da mirra, o som do sino, que levam à meditação em torno das suas origens...
Nos casos mais lentos, o processo de excitação mental se dá mediante a diminuição das actividades da área cerebral de orientação que, intermediada pelo tálamo, comunica-se com o sistema límbico através do hipocampo, da amígdala e do hipotálamo.
Nesse aspecto, a herança genética desempenha papel fundamental, especialmente no que diz respeito ao gene de Deus, propiciador da espiritualidade inata no indivíduo, responsável pelo seu nível de emoção transcendental.
Assim considerando, a auto-transcendência é um sinal dessa hereditariedade, que se faz responsável pela ocorrência.
E compreensível que haja factores de natureza fisiológica, a fim de que se expressem os fenómenos na organização física do indivíduo, propiciando-lhe as sensações e emoções compatíveis às respostas mentais.
Novamente o aspecto da compaixão adquire significado, porquanto a busca da Natureza e das suas várias expressões, como fases da evolução da vida, deve ser considerada como essencial, a fim de alcançar o sentimento de humanidade.
Não se pode amar e sentir compaixão apenas dos seres pensantes, sem uma correspondência com os demais que constituem a ordem universal, particularmente no planeta-mãe, que é a Terra.
Esse sentimento vem do interior do indivíduo, qual uma semente adormecida que, diante dos factores mesológicos e específicos desabrocha rica de força, alcançando a finalidade para a qual se encontra destinada.
Assim sendo, o germe da espiritualidade deve encontrar-se no imo do ser, e somente é possível porque originado em um gene específico, qual ocorre com aquele que foi denominado como o de Deus...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:50 pm

Conquista da iluminação interior
A iluminação interior, porque dilui toda sombra de ignorância no imo do espírito, trabalha pela vitória sobre o medo em todas as suas expressões - da morte, da vida, do insucesso, das doenças, do erro, da velhice, da miséria - ocorrendo, ora de chofre, ora lentamente. Degrau a degrau, ascende-se ao patamar da plenitude, ou quando se está preparado emocionalmente em etapas anteriores, o salto se dá como se ocorresse a acção da catapulta de um relâmpago, anulando tudo de uma vez e permanecendo-se como claridade inconfundível.
Não se trata de um trabalho do intelecto, de uma programação mental adrede estabelecida, mas de um jorro interno, como de uma explosão, ou como efeito de uma projecção externa, procedente do Mundo transcendental, instalando-se no íntimo do ser e fluindo para fora sem cessar.
Transforma-se, de imediato, o aspecto do indivíduo, que se faz sereno, de olhar manso e brilhante, de voz dúlcida - sem fingimento - cuja vibração enternece e impregna quantos a escutam. A harmonia toma-lhe conta do comportamento e todo ele é um archote que arde sem crepitar, sem oscilar, mantendo a mesma luminosidade.
Fisiologicamente, como resultado da emoção profunda, as glândulas supra-renais descarregam cortisol na corrente sanguínea com efeito calmante e não somente depressor...
Nesse fenómeno transformador, experimenta-se a sensação do despertar de um letargo ou de um pesadelo afligente, com a consequente sensação de estar-se consciente do próprio Si, em decorrência da presença da adrenalina, também secretada pelas supra-renais...
Os desafios existenciais prosseguem, mas não se tornam perturbadores, porque a autoconsciência conduz à auto-transcendência, eliminando os distúrbios da ansiedade e da insegurança, da aflição psicológica e dos conflitos inquietadores. Não se trata de uma serenidade semelhante à das águas paradas, pantanosas, que ocultam decomposição orgânica ou lodo perigoso, mas da harmonia interna que se movimenta no tumulto sem sofrer qualquer transtorno.
Igualmente, não induz a uma atitude sempre passiva, indiferente às ocorrências do mundo, aos desafios terrestres e aos conflitos humanos. Faz-se dinâmica, actuante, contribuindo em favor das transformações sociais, culturais, económicas, morais...
Pensa-se, equivocadamente, que o iluminado distancia-se do mundo de tal forma, que nada mais lhe interessa. Em realidade, a conscientização é vertical no rumo divino, não somente horizontal, em direcção ao convencional, ao imediato. Com o entendimento da realidade profunda e do significado psicológico legítimo em torno do existir, instala-se na mente e no sentimento a eleição pelo essencial, que recebe preferência, sem desprezo pelos complementares, os secundários, que são as realizações exteriores.
O Buda, auto-consciente, movimentou-se na direcção das massas desorientadas, a fim de ensinar-lhes o caminho do meio, o roteiro de segurança para a felicidade, que não se encontra nas coisas pelas quais se luta com sofreguidão, mas sim, na harmonização interna que pode administrar todas as demais ambições. Francisco de Assis, após ser impregnado pelo Cristo, renunciou a tudo que eram posses transitórias, para cuidar somente de uma coisa - o amor! E arrebanhou, na sua dinâmica de entrega total, incontáveis criaturas que o seguiram, enquanto ele, por sua vez, acompanhava Jesus.
Gandhi, na sua auto-transcendência, ofereceu-se como exemplo vivo do amor e da solidariedade, conduzindo milhões de vidas à compreensão de que a violência somente produz agressividade e rebelião, e que, por meio da não violência é possível libertar-se a criatura das suas paixões e das imposições dos outros.
Albert Schweitzer, iluminado, fez do socorro médico e espiritual aos infelizes da então África Equatorial Francesa e do mundo todo, o recurso mais importante para a felicidade pessoal e colectiva.
A iluminação interior não se restringe apenas aos aspectos da fé religiosa, mas também aos ideais de humanidade, de benemerência, de arte, de ciência, de pensamento...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:50 pm

Pasteur não cessava de investigar a causa da raiva; Jenner, a da febre aftosa; Semmelweis, a da assepsia; Oswaldo Cruz, a da malária... Por sua vez, Handel mergulhou nas harmonias celestes para expressá-las no Messias; Johann Sébastian Bach agoniou-se até captar Jesus, a Alegria dos homens; Beethoven, embora a surdez absoluta, debateu-se nos pélagos internos e traduziu a majestade da vida, em a Nona Sinfonia (a Coral); Schiller, Goethe, Walt Whitman da mesma forma, porém, antes deles Virgílio, Dante, na sua transumanização também expressaram diferentes graus de iluminação interior.
Miguel Ângelo atingiu a plenitude da beleza ao materializar a Criação, na Capela Sistina e no Moisés...
O reino de Deus está dentro de vós, asseverou Jesus, por isso que é necessário o autodescobrimento, a fim de o encontrar, porque todos somos seres espirituais e não as formas de que necessitamos para evoluir através das experiências carnais.
Inevitavelmente, todos temos de olhar-nos interiormente, de despertarmos para a realidade interna e procurarmos nas fontes do sentimento, os melhores e mais eficientes recursos, a fim de libertarmo-nos das injunções penosas do ego, necessárias por um período, escravizadoras mais tarde.
Com essa compreensão profunda, o ser, mesmo adulto, torna-se inocente, em estado de infância, de pureza, de não-perturbação, não-malícia...
Confirmando-o, Jesus pediu que deixassem ir as crianças ter com Ele, porque delas é o Reino dos Céus, demonstrando que a simplicidade da emoção e a autoconfiança que todas possuem deve retornar ao ser adulto, quando se desembarace dos atavios angustiosos e dos prejuízos morais que o detêm aprisionado nos vícios e nas paixões doentias. Quando ocorre a iluminação, surge um sentimento de amor e de reconhecimento pela vida, por todos os seres que o anteciparam, por todos quantos trabalharam pela modificação das estruturas do mundo, tornando-o melhor, mas não se detém apenas nessa compreensão. Também alarga o amor em direcção ao futuro, às sociedades que virão, aos construtores do bem e da fraternidade.
Rompe-se a máscara que oculta o que se é, impondo a aparência que não corresponde aos valores morais internos, mas que deve impressionar, ensejando a auto-realização pessoal.
Buscando a iluminação interior, cada qual observa a melhor maneira de conduzir-se e entrega-se à acção operosa e triunfante da verdade adormecida no imo e necessitada de expandir-se...
Iluminado, já não existe no ser o ego separado do Self, mas uma perfeita integração de ambos, num processo de cristificação infinita.

Temas para reflexão:
“919 - Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e resistir às atracções do mal?
“Um sábio da antiguidade já vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
*
“Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.
“Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.
“E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe.”
Mateus: 18 - 3 a 5.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:50 pm

11 — EPIFENÓMENO DA VIDA E DA MORTE
Vida e morte biológicas. — O SELF imortal. — Fenomenologia transpessoal.

Alcançando o estágio de consciência objectiva, a um passo da cósmica, o ser humano ainda se aturde em considerações a respeito da vida e da morte, essa tradicional dualidade de fenómenos que, em última análise, é apenas a unidade sob dois aspectos considerados, o físico e o espiritual.
Todo o conglomerado celular, que resultou do processo da evolução através dos milhares de séculos, constituído por elementos químicos e orgânicos, no ser humano, não pôde prescindir do princípio inteligente, que lhe norteou o desenvolvimento em face do fatalismo de que se constitui.
Procedente de Deus - o Criador - possui todos os atributos da sua Causa, embora em finitude e relatividade, permitindo-se o despertar de cada potência em fase adequada, graças aos múltiplos factores propiciatórios da sua manifestação.
Desse modo, em todos os seres sencientes ocorreram modificações, transformações, com o respectivo desabrochar de novas expressões cada vez mais complexas e evoluídas.
Mesmo adormecido nos minerais, esse princípio encerra o mistério da vida em suas diversas manifestações, desdobrando os recursos gloriosos de que se faz portador.
À semelhança do que ocorre com uma semente minúscula, que traz o germe da vida vegetal que se expressará na multiplicidade de manifestações ao atingir a sua finalidade, após os diversos períodos do processo vital. A princípio dorme no seio do solo, a fim de despertar mediante os factores mesológicos, intumescendo-se e arrebentando-se, de forma que a vida estuante resulte da morte exterior da forma em que se encontra.
Em face da agressividade do meio externo para onde ruma - pragas e ervas outras daninhas, ventos e chuva, gelo e ardência do Sol, animais e seres humanos - fortalece-se e resiste aos factores negativos, alcançando o objectivo da sua destinação.
Da mesma forma, o ser humano, em sua vilegiatura multimilenária, armazena resistências para os enfrentamentos que são inevitáveis na sua viagem em direcção à glória estelar, superando as agressões e experienciando as lutas para a continuidade do desenvolvimento da vida.
Herdeiro das experiências vivenciadas, insculpem-se-lhe todas as impressões do prolongado período de processamento dos recursos internos, que se vão transformando desde o inorgânico ao orgânico, do inconsciente ao consciente, em decorrência de vigorosos mecanismos de aprendizagem.
Como efeito das incessantes alterações e conquistas, o despertar da consciência dá-se-lhe, não poucas vezes, sob a injunção aflitiva da compreensão da morte, que se encarrega de consumir a forma, deixando impressões penosas nos seus sentimentos.
O vazio da ausência de outrem que lhe constituía uma razão de alegria, de segurança, de bem-estar, de felicidade, transforma-se em angustiosa interrogação a respeito do sentido da vida, em si mesma, em face daquele desaparecimento que lhe dá a impressão de aniquilamento. Aturdido, ante a reflexão aflitiva, a angústia transforma-se-lhe em depressão e o sentido existencial desaparece-lhe, deixando impressões perturbadoras, que alteram dolorosamente o curso da sua evolução sociopsicológica.
A observação atenta, porém, em torno de tudo quanto existe na face da Terra, pode contribuir em favor de um atenuante para a dor da saudade e do desespero em relação àqueles que foram arrebatados pela morte, como em benefício da preocupação em volta da sua própria destruição...
Tudo em a Natureza transforma-se a olhos vistos, não existindo o nada, senão expressões diversas de uma só realidade.
Os átomos alteram as aglutinações que estruturam e dão lugar a outras formas, assim como a energia que sempre a tudo movimenta mantém a constituição causai, apenas alterando-se em expressões variadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 8:51 pm

Por que diante das infinitas mutações e alterações em que tudo se expressa, a vida deveria aniquilar-se? Por que o princípio energético inteligente, organizador e preservador das moléculas que constituem a forma física, tem que se extinguir?
Os inúmeros conflitos, porém, ao largo do tempo, entre fé e pensamento, na Grécia antiga, entre a religião e a ciência, nas Idades Média, Moderna e Contemporânea, contribuíram para a conceituação da morte como fim da vida, seu extermínio, impondo novas propostas de entendimento sobre o ser humano e a sua existência.
O divórcio imposto pela razão, que não encontrava explicações lógicas para a manutenção dos postulados das crenças vigentes, fez-se, inevitavelmente, atirando, de alguma forma, o ser humano no abismo da descrença, portanto, facultando-lhe conflitos outros em relação ao comportamento psicológico, social e humano.
A negação da vida tornou-se, para muitos homens e mulheres, uma realidade prazenteira, propiciando a libertação dos caprichos e das imposições religiosas violentas contra a liberdade de pensar, de ser e de agir. Mas não ofereceu maior segurança e harmonia a todos quantos lhe abraçaram os conceitos. Sem meta de garantia para o futuro, além do corpo, atiraram-se na busca do prazer hedonista, no imediatismo, no gozo, com indiscutíveis prejuízos para o seu equilíbrio psicofísico.
A dor não diminuiu de intensidade e o vazio produzido pela morte não se fez preencher de esperança ou de alegria. Pelo contrário, abriu espaços para surdas revoltas, para conflitos profundos, para irreversível melancolia...
Quando se pensava que nada mais poderia alterar a situação, ensejando ao materialismo nas suas variadas expressões qualquer outra alternativa, eis que o ser humano, guardando no inconsciente profundo a presença de Deus e da imortalidade, prosseguiu investigando...Tiveram lugar as seguras experiências realizadas pelo Espiritismo, pelas doutrinas psíquicas de ontem e a psicobiofísica de hoje, entre muitas outras, ora sustentadas pelas transcomunicações instrumentais, trazendo insuspeitas confirmações em torno da inexistência da morte como destruição total e desaparecimento da vida, para uma outra formulação em torno da indestrutibilidade do princípio inteligente, ora apresentando-se como espírito imortal em totalidade de valores.
Todo esse conjunto ultra-sensível de energia que pensa e se constitui no Self humano, em decorrência, cada vez mais adquire fortalecimento e sabedoria através das sucessivas reencarnações e plena identificação com o Arquétipo primordial ou Deus, a Fonte Inexaurível da Vida, experimentando paz e felicidade.
A reflexão em torno da imortalidade, destituída dos artifícios e superstições religiosos, favorecem o ser humano com elementos ricos em benefício da saúde emocional e psíquica, de que resultam satisfações emocionais e harmonia fisiológica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2024 11:37 am

Vida e morte biológicas
A predominância do ego no ser humano faz que o seu pensamento gire sempre de forma agradável em torno dos seus únicos interesses, que a sua vida seja plena de prazer e despreocupada em relação a tudo quanto se lhe faz necessário à felicidade. Em decorrência, tudo lhe deve transcorrer de maneira fácil, sem impedimentos nem lutas, como se ele fosse credor apenas de privilégios que não existem.
As aspirações da beleza e do encantamento, dos esforços pelo conseguir, constituem actividades pertencentes ao Self, que se enriquece de sabedoria para manter-se harmonizado com as ocorrências existenciais.
Quando a vida se expressa inteligente e o discernimento começa a conduzir os actos, de acordo com a constituição emocional de cada um, no nível racional, a dúvida também se lhe apresenta, oferecendo a melhor medida para a avaliação da realidade, para a libertação da fantasia, para a aquisição do equilíbrio.
A dúvida é uma saudável reflexão enquanto mantém-se natural, sem os prejuízos sistemáticos da não crença, por capricho ou rebeldia, em decorrência do intelectualismo exagerado ou da presunção reprochável.
Enquanto o fenómeno da inteligência discerne, surgem parâmetros novos que facilitam a observação e as conclusões dos fatos analisados, ampliando a capacidade da compreensão e da evolução do pensamento.
A vida e a morte biológica não são pontos extremos que iniciam e encerram a existência humana em especial. Antes constituem estágios de condensação e de desagregação molecular, como fenómenos transitórios da realidade da vida.
O oposto de morte não é vida, mas renascimento... Compreensivelmente, as sensações objectivas do contacto corporal, as manifestações dos sentidos físicos imprimem-se de maneira forte nas tecelagens subtis do Self que se adapta à situação, especialmente em decorrência de uma larga jornada terrestre. Em sentido oposto, a ausência dessas sensações, quando não transformadas em emoções superiores, gera impressões de aniquilamento.
O apego, portanto, à forma física, na qual se movimenta o ser humano na esfera orgânica, converte-se em sentimento de vida, de presença, de acção. Mas a vida biológica não é somente o que se percebe, aquilo que se decodifica pelas sensações e emoções, mas todo o turbilhão dos fenómenos automáticos - inconscientes - e dirigidos - conscientes - pelos neurónios e diversos sistemas nervosos que preservam a funcionalidade da maquinaria fisiológica.
O desconhecido, que seria o encontro decorrente da morte, produz o medo, que já se encontra embutido no inconsciente herdado das gerações passadas, tornando-a insuportável, indesejável, perversa.
Apesar desse conceito, a morte é portadora de grande valor, qual seja o de libertadora da vida fisiológica.
Não a houvesse, e a existência física se tornaria temerária, cruel, por não cessar na forma que se desgasta com o tempo, nas transformações que se operam na organização fisiológica, no suportar das desgraças, das enfermidades dilaceradoras e das infelicidades que se eternizariam...
O importante, nessa questão, é como a mesma transcorre durante a sua vigência, facultando ao ser humano as conquistas, as realizações, os investimentos morais, sociais, intelectuais, artísticos, religiosos, as actividades a que cada um se entrega.
A interrupção dessas ocorrências é fenómeno biológico natural, que acontece em todo processo vital, periodicamente transformando-se, constantemente alterando-se.
As ciências médicas e farmacológicas, as doutrinas psicológicas e as éticas, bem como outras ciências e a tecnologia têm contribuído eficazmente para tornar a vida melhor, modificando antigos programas de destruição, de sofrimento, de infelicidade.
Houve, sem dúvida, na sucessão dos anos, um prolongamento saudável da organização fisiológica e as técnicas cirúrgicas acompanhadas de outros inestimáveis recursos genéticos, tornam, a cada dia, mais agradável e compensadora a existência na Terra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2024 11:37 am

Os graves problemas existentes ainda são proporcionados pela criatura, em si mesma inquieta, egoísta, enferma emocionalmente, que não se deu ao esforço de identificar os deveres que lhe dizem respeito, derrapando em transtornos graves e distúrbios de complexo controlo necessitados de terapêuticas especializadas, cuidadosas, e de longo curso. Quando se adquire o sentido do amor pela vida alargam-se os horizontes que se iluminam de alegria e beleza, favorecendo com tesouros inimagináveis de saúde e paz.
O amor é a terapia preventiva e curadora para os inúmeros males que desestruturam o ser humano e o afligem.
Interiorizar-se, cada qual, a fim de tentar encontrar as finalidades iniludíveis da vida física, os compromissos que devem ser atendidos, as realizações que aguardam o momento adequado para a sua execução, a auto-iluminação, é tarefa que não pode nem deve ser postergada. Ninguém realizará esse mister por outrem, por mais expressivo e nobre seja-lhe o amor, pois que se trata de labor pessoal intransferível, de autoconsciência somente adquirida pelo esforço pessoal.
A vida física, biológica, portanto, apresenta-se por um período de curta ou larga duração, porém, sempre transitório. Enquanto transcorre pode parecer longo, abreviando-se, desde que seja ultrapassado o tempo linear...
A morte é o fenómeno que se encarrega dessa modificação de estruturas, abrindo um novo campo de experiências educativas.
Sendo uma fatalidade orgânica, acontece com ou sem a anuência do ser humano, podendo ser postergada, mas nunca evitada. Aliás, pensa-se muito em impedir-lhe o curso, utilizando-se de expedientes curiosos uns, esdrúxulos e inócuos outros.
Narra-se que um jovem servia com dedicação a um amo generoso e amigo.
Habituado ao uso de uma substância aromática em que se comprazia, diariamente mandava o servo adquiri-la na praça do mercado, onde era vendida em quantidade e sempre renovada, possuidora de boa qualidade.
Certo dia, o jovem sonhador dirigiu-se ao lugar, como o fazia habitualmente, quando, de repente, foi surpreendido por estranha personagem enlutada, carregando uma foice segadora de vidas, que o defrontou com olhar apavorante e surpreso.
Ante o seu espanto, a megera tomou de uma caderneta que trazia num bolso interno, virou as páginas, mas antes que concluísse a sua busca, o moço recuperou-se e partiu em disparada de retorno ao lar.
Ali, narrou ao amo a experiência terrível de que fora objecto, informando que tinha certeza tratar-se da Morte que viera buscá-lo. Expôs-lhe que era jovem e desejava ter prolongada a vida. Como a perversa estava naquela cidade ele desejava fugir para outra, onde não seria alcançado pela sua crueldade.
O amo gentil aquiesceu, emprestou-lhe uma alimária e o moço partiu para a cidade onde pretendia resguardar-se. Sem a substância, na tarde daquele mesmo dia, o senhor resolveu adquiri-la pessoalmente, e quando se acercou do local, foi surpreendido pela mesma estranha visitante.
Tomado de coragem, perguntou-lhe porque o perturbava pela segunda vez, naquele mesmo dia, desde que, pela manhã, assustando o seu servo, e naquela hora, ameaçando-o sem palavras.
Justificando-se, a Morte elucidou que não tinha por objecto perturbar ninguém. Ela, sim, que estava surpresa, quase assustada, porquanto, ao encontrar o rapaz, pela alva, naquela cidade, ficara sem entender o compromisso que tinha, porque estava certa de que lhe deveria arrebatar o espírito, ao entardecer, porém, não ali, mas sim, noutro lugar, cujo nome declinou...
Era exactamente a cidade para onde o jovem se evadira.
Ninguém, portanto, que se possa esconder daquilo que se encontra no seu mundo interior, qual ocorre com a morte da vitalidade mediante a transformação das moléculas que constituem o organismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2024 11:37 am

O self imortal
Jung informou que “O Self representa o objectivo do homem inteiro, a saber, a realização de sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade. A dinâmica desse processo é o instinto, que vigia, para que tudo o que pertence a uma vida individual figure ali, exactamente com ou sem a concordância do sujeito, quer tenha consciência do que acontece, quer não.”
Esse Self começa a alicerçar-se a partir dos rudimentos do instinto, quando surgem os pródromos daqueles de natureza primária e a individualidade passa a ter início. Equivale dizer que o princípio inteligente expressando a procedência divina, que se lhe encontra ínsita, apresenta as primeiras características da sensibilidade, das futuras personalidades, quando transitará pelas diferentes e incontáveis experiências reencarnacionistas.
Em cada abismo desse começo, no qual tudo é sombrio e sem discernimento, os fenómenos automáticos da evolução fixaram as necessidades que se apresentavam como impositivos do processo de desenvolvimento das suas estruturas íntimas em incessante avanço para a aquisição da consciência e do pensamento.
Todo um arquipélago de impressões que se agigantavam facultaram o surgimento da sensibilidade, desenvolvendo as futuras emoções, assim iniciando-se o grandioso processo que atingiu a humanização, etapa honorável da vida, quando o pensamento racional alcançou o apogeu, facultando à criatura a compreensão das infinitas possibilidades de que dispõe para a conquista do Universo.
Armazenando experiências que se converteram em recursos de mais amplo desenvolvimento, as marcas dos fracassos morais, dos compromissos malsucedidos, das realizações não executadas ressumam como conflitos e sofrimentos que o buril da rectificação em forma de dor consegue corrigir e sanar.
Enquanto a lucidez mental proporciona a culpa em relação aos pensamentos, palavras e actos infelizes, a mesma insculpe-se no inconsciente e transfere-se de uma etapa a outra, dando origem aos conflitos e distúrbios de conduta, de que se libera mediante a recuperação emocional e espiritual.
As graves repetições do instinto, especialmente o procriativo, passando à etapa das sensações e dos sentimentos do amor quando deturpado, apresentar-se-ão, mais tarde, em forma de insegurança sexual, incompletude, frustração e complexos outros que se associam, atormentando e retirando o prazer existencial.
O medo atávico responde por outros aspectos doentios do comportamento, dando lugar à desconfiança, à angústia, à ansiedade, que se transformam em transtornos aflitivos.
Outros factores resultantes dos fenómenos evolutivos geram conflitos e alienações tormentosas, que se impõem necessitadas de recuperação.
A consciência, porém, do Si mesmo, enseja a elaboração dos projectos de equilíbrio emocional, mediante a educação dos impulsos primitivos, transformando-os em expressões de ordem e de valor, graças à qual a harmonia instala-se em forma de saúde psicofísica, trabalhando a imortalidade em triunfo que lhe está destinada pelos Soberanos Códigos da Vida.
A conquista da individualidade consciente é o imenso desafio da evolução do Self, que se liberta, a pouco e pouco, dos impulsos grosseiros, muito úteis nas faixas primárias do processo por onde vem transitando, mas perturbadores quando o pensamento desata a razão e sente a necessidade de avançar para a intuição.
O estado numinoso, para ser alcançado, exige esforços contínuos, rompendo as cargas emocionais mais fortes, decorrentes da animalidade existencial, de maneira que a angelitude ou realização da paz dinâmica e afectiva se torne uma vitória pessoal libertadora.
Convimos afirmar, portanto, que o Self, ou espírito criado por Deus, não pode fugir à sua fatalidade imarcescível na conquista da perfeição.
Desde os primeiros influxos de energia que se aglutinam em faixas vibratórias até ao elevado nível da razão e da consciência cósmica, tudo decorre em forma de complexidades inteligentes que defluem da Causa Absoluta, sempre se apresentando mais organizada e lúcida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2024 11:37 am

É natural, portanto, que não cesse de existir, mesmo quando ocorre a consumpção ou transformação das moléculas e células pelas quais se expressam os sentimentos, as sensações, o pensamento. Graças a essa destinação, o progresso, sob todos os aspectos considerados, ocorre em expressão geométrica, através da qual cada conquista enseja novos campos de realização e possibilidades múltiplas de apresentação.
A partir dos insight, na vigência do primarismo onde se formava, prosseguindo nas percepções extra-físicas e na compreensão dos conteúdos abstractos pelo pensamento, o Se/f evoluiu, adquirindo independência, preexistente que é à organização fisiológica dos seres humanos, portanto, sobrevivendo às conjunturas naturais da desarticulação dos campos de matéria pelos quais se expressa.
No fenómeno da morte, as características da vida permanecem imutáveis, ou melhor esclarecendo, no mundo vibratório onde se iniciam as manifestações da existência humana há toda uma organização guisante, real, tornando-se as formulações conhecidas no campo terrestre uma sua cópia ainda que imperfeita.
Desse modo, a vida estrutura-se em etapas que se denominam como nascimento, existência, morte, vivência, renascimento e novos estágios para a aquisição de mais conhecimentos norteadores para a sublimação da forma e a plenitude da essência.
A morte, como actividade destrutiva, negaria todas as conquistas da própria Natureza, na implantação das formas e expressões viventes que se deparam por toda a parte. Seria a aceitação tácita e irracional de que o nada produziu tudo para logo retornar ao não-existente, consumindo a inteligência e a pulsação vital do Universo, que tornaria ao caos do princípio...
Há, indubitavelmente, ordem, mesmo quando em aparente caos, equilíbrio nas estruturas nucleares, harmonia no conjunto das leis de gravitação, de electromagnetismo, nucleares fortes e nucleares fracas, demonstrando a presença de uma Inteligência providencial e sábia que tudo elaborou.
Por que, ao ser humano, após todos os milhões de anos de desenvolvimento, estariam destinados a desestruturação e o aniquilamento?!
A inteligência existe sem os mecanismos cerebrais que a exteriorizam, da mesma forma que as estrelas antes da descoberta dos telescópios, e a vida microorgânica antes dos sofisticados microscópios.
O pensamento, assim como a inteligência e a consciência, são expressões do Se/f imortal, que as neuro-comunicações transferem para o mundo externo, facultando o intercâmbio entre os indivíduos, o mesmo ocorrendo nas esferas por onde deambulam os outros animais.
Felizmente, a psicologia transpessoal também conseguiu encontrar a realidade ou a causa dos fenómenos perturbadores fora da existência actual, quando se deram as ocorrências dolorosas que se apresentam em forma aflitiva. Encontradas as géneses, naturalmente as terapias recuperadoras logo trabalham em favor da cessação dos efeitos.
Concomitantemente, são identificados os significados morais como de relevante importância para a saúde humana, estabelecendo-se os códigos de equilíbrio entre acção e reacção, conduta e vida, atitudes mentais e físicas em correspondentes processos de harmonia e de distúrbio.
A proposta de Jesus, o Psicoterapeuta por excelência, conclamando a que somente se deve fazer ao próximo aquilo que este lhe faça, estabelece uma directriz valiosa de segurança em favor da saúde integral como defluente do amor em toda a sua extensão.
Essa preciosa conquista psicológica trabalha a mente humana para novos passos no campo ético e no do comportamento social, demonstrando que os relacionamentos pessoais são expressões de intercâmbio emocional e espiritual, nos quais o respeito, a honorabilidade, o sentimento fraternal, a compaixão e o amor desempenham papel fundamental para a preservação do grupo em harmonia.
De alguma forma, as modernas psicoterapias vão substituindo o classicismo em que se apoiavam para ampliar as técnicas espirituais de compreensão profunda do ser humano, sempre carente de amizade e de intercâmbio emocional.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2024 11:38 am

Um grande conforto moral, por efeito, decorre da compreensão de tal conduta, propiciando alegria de viver, libertação do medo da morte, conforto e esperança em torno das realizações incomparáveis que o progresso impõe, facultando a certeza de que uma tarefa que ficou interrompida pela ocorrência da desencarnação poderá ser continuada posteriormente, quando de outra investidura carnal.
Em consequência, a temporalidade da existência humana engrandece-se e agiganta-se no rumo do infinito, além da forma, das circunstâncias, dos factores de perturbação e de paz, inspirando novos programas de felicidade sem jaça, em face da imortalidade do Self.
Um novo perfil da vida na Terra se desenha abençoado para o homem e a mulher equipados de conhecimentos morais e de experiências espirituais, que compreendem os valores legítimos das coisas e das pessoas com quem convivem, em compreendendo a magnitude de tudo quanto existe e a sua destinação imortal.
Cada etapa vencida faculta-lhes novo campo de realizações.
Passo a passo, sem angústia pelo que foi feito nem ansiedade pelo que se poderá fazer, há ensejo de renovação de propósitos e de afirmação de ideais. A morte, vencida pela realidade, oferece magnífica paisagem de conquistas siderais, que jamais serão encerradas...É bem provável que, por essa razão, o apóstolo Paulo exclamou: Onde está, oh! morte, a tua vitória? Onde está, oh! Morte, o teu aguilhão?”( 1 Coríntios: 15-55)

A vitória do Self é a sua imortalidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2024 11:38 am

Fenomenologia transpessoal
Nas últimas décadas, os estudos em torno da paranormalidade humana facultaram a descoberta de inúmeros fenómenos que dizem respeito à vida, remontando à mais antiga manifestação antropológica.
Assevera o Dr. Joseph Banks Rhine, considerado pai da moderna parapsicologia, que as funções psi, incontestavelmente são reais, ensejando a descoberta de possibilidades em torno das faculdades paranormais dos seres, perfeitamente vinculadas à vida, incluindo alguns animais que têm demonstrado possuí-las de alguma forma, consoante constatações em laboratório.
Desse modo, ainda segundo o eminente pesquisador americano, deve ter surgido na fase primária da evolução, de maneira inconsciente, em forma primitiva.
E, aprofundando a sonda do seu pensamento, interroga: Não estaria relacionado(o fenómeno Psi) com as forças básicas que organizam a vida, com essas energias que dirigem a estruturação da célula e o padrão da forma, e o crescimento dos organismos complexos em todo o domínio da natureza vivente?”{f)
É certo que o Self precedendo à formação celular, conduz em essência todas as faculdades que dizem respeito ao ser na busca da sua realização completa.
Antes da linguagem, da conquista da razão, e mesmo antes do surgimento das funções sensoriais, já se encontra em germe essa faculdade que permite o alargamento da compreensão em torno do ser, do seu destino, da finalidade existencial na transitória jornada física.
Outros estudiosos, na área paleontológica, concluem que sempre existiu uma conduta xamânica, a partir do período paleolítico, que favoreceu o desenvolvimento do culto religioso, inspirada pelos desencarnados, especialmente entre os paleantropídeos, que deixaram, nas figuras rupestres, os sinais inequívocos das suas vivências dessa e de outra natureza.
Outrossim, a forma como cuidavam dos seus mortos, a preocupação em inumá-los de maneira que consideravam condigna, do que surgiu o culto das pedras e dos crânios, por acreditarem que estes últimos sediassem os espíritos dos desencarnados, confirma a assertiva. Somos, pessoalmente, de opinião que, à medida que o pensamento desenvolvia-se, o intercâmbio de natureza espiritual tornava-se cada vez mais evidente, tosco e primário, no qual os sobreviventes retornavam para orientar os que ficaram, ao tempo em que atendiam as necessidades brutais do seu estágio também primitivo, exigindo os holocaustos e submetendo os demais à observância das suas imposições mediante o temor que impunham.
É compreensível que a Providência Divina permitisse a ocorrência ainda grosseira, por ser o método adequado ao nível de pensamento dos encarnados.
Essa herança foi transferida geneticamente através do inconsciente colectivo às gerações porvindouras, originando os estados alterados de consciência, especialmente quando da ocorrência dos fenómenos psi gama, kapa e theta.
Posteriormente, as culturas orientais passaram a praticar a comunicação com os denominados mortos, originando-se as celebrações religiosas com grande complexidade e aparato, para atender aos diferentes níveis de evolução e conhecimento em torno da vida
Não existiu um povo, no qual não haja ocorrido a fenomenologia transpessoal, ora de natureza mediúnica (fenómeno psi theta) ou de características anímicas (fenómenos psi gama - intelectuais - epsi kapa - materiais.)
Evidentemente, os fenómenos mediúnicos tanto ocorreram na área intelectual como naquela de natureza ectoplásmica, ensejando a materialização, portanto, a tangibilidade dos falecidos de retorno, conforme a narração bíblica a respeito da evocação de Samuel, último dos Juízes de Israel, pelo rei Saul, através da pitonisa do En-Dor. (I Samuel 28: 7-20)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2024 11:38 am

A Bíblia - O velho Testamento - é um manancial inesgotável de fenómenos paranormais de toda natureza, culminando em O Novo Testamento, com as revelações paranormais a respeito do Messias e toda a trajectória de Jesus assinalada pelas comunicações espirituais, pelas manifestações das diversas expressões psi.
Xenofonte, Plutarco, Pitágoras, Sócrates, Júlio César e muitos outros historiadores, filósofos, mentalistas, militares, artistas, referem-se, nos mais diversos períodos históricos da humanidade, aos fenómenos transpessoais com riqueza de detalhes, que surpreendem e pela dignidade dos narradores, infensos às crenças, salvadas algumas excepções...
Os santuários dos muitos povos, celebrizando-se o de Delfos, foram escolas de iniciação e de xamanismo, caracterizando-se pelos fenómenos paranormais que se tornaram populares, desde Moisés, no Egipto, aos modernos investigadores...
Nesse ínterim, Albertus Magnus, Meister Eckart, Tohmas Kenpis, Paracelso, e especialmente Allan Kardec, dedicaram-se à investigação das faculdades paranormais do ser humano, constatando-lhes a legitimidade através da riqueza dos fenómenos da sobrevivência do espírito à disjunção molecular. O curioso é que têm sido os considerados mortos que têm mantido o interesse em demonstrar a sua sobrevivência ao túmulo, dando lugar às comunicações de vária denominação, através das quais muitos conflitos psicológicos podem ser compreendidos e analisados, ao tempo em que terapias alternativas modernas são utilizadas para saná-los.
Ademais dessa valiosa contribuição, a crença lúcida e racional na sobrevivência da consciência à disjunção dos neurónios cerebrais, constitui uma valiosa contribuição psicoterapêutica preventiva e curadora a muitos tormentos que se instalam no imo dos seres humanos, defluentes do medo da morte e da vida.
Sem qualquer contestação já é possível aceitar-se com serena convicção as ocorrências de natureza parapsíquica, quais a telepatia, a clarividência, a pré e a retro cognição, a interferência do psiquismo em fenómenos físicos, a acção poderosa dos placebos e dos nocebos nas questões da saúde, em decorrência da auto-sugestão, abrindo espaço para a compreensão em torno dos fenómenos espirituais, das comunicações extrafísicas.
O gene de Deus de que todos os seres humanos são possuidores, conduz a carga vigorosa da imortalidade, produzindo a crença natural, embora a crença religiosa seja consequência da cultura, da convivência social e educacional, conforme já referido.
A imortalidade do espírito elucida inúmeras dificuldades de explicação lógica em torno de ocorrências psicológicas, como as que dizem respeito à simpatia e à antipatia, embora as formulações fisiológicas existentes, ao déjà-vu, déjà-senti, déjà-raconté, cujas psicogéneses se encontram em existências passadas, que deram lugar ao seu surgimento.
O homem primitivo apenas temia, não acreditando nem compreendendo os fenómenos existenciais que o envolviam, assim como os da Natureza, e foi da observação, da sua repetição incessante, que nele surgiram a percepção, o entendimento, o arquétipo, que o seguiriam geração após geração, transformando-se em parte integrante da sua realidade.
Lamentavelmente, alguns religiosos atormentados e mais tendentes ao fanatismo castrador e à insolência decorrente dos seus transtornos de conduta, estabeleceram ritos e cerimónias que tornaram o fenómeno da fé tormentoso e complicado, quando, na sua essência, é muito simples e destituído de quaisquer complexidades.
A imortalidade, portanto, é o destino da vida em todas as suas expressões, embora as contínuas transformações e mudanças inevitáveis do processo de evolução.

-(l) Nuevo Mundo de la mente - Editorial Paidos, Buenos Aires, Argentina, 1958. Nota da autora espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2024 11:38 am

Temas para reflexão:
... “Demonstrando a existência e a imortalidade da alma, o Espiritismo reaviva a fé no futuro, levantando os ânimos abatidos, faz suportar com resignação as vicissitudes da vida. Ousareis chamar a isto um mal?...”

Conclusão III
*
“Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”
João XI - 25.

Joanna de Ângelis, que realiza uma experiência educativa e evangélica de altíssimo valor, tem sido colaboradora de Jesus nas suas diversas reencarnações: a última ocorrida em Salvador (1761-1822), como Sóror Joana Angélica de Jesus, tomando-se Mártir da Independência do Brasil. Na penúltima, vivida no México (1651-1695), como Sóror Juana Inès de la Cruz, foi a maior poetisa da língua hispânica.
Certamente, vivera na época de São Francisco (Século XIII), conforme se apresentou a Divaldo Franco, em Assis.
Também vivera no Século I, como Joana de Cusa, piedosa mulher citada no Evangelho, que foi queimada viva ao lado do filho e de cristãos outros, no Coliseu de Roma.
Através da psicografia de Divaldo Franco, Joanna de Ângelis é autora de 58 Obras que deram origem a outras 6 adaptadas por diversos autores. Cinquenta e sete destas Obras foram traduzidas para dez idiomas e cinco transcritas em Braille. Além dessas Obras, já escreveu milhares de belíssimas mensagens.

§.§.§- Ave sem Ninho
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