LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 14 - Encontro com a paz e a saúde/Joanna de Angelis

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Série Psicológica Vol. 14 - Encontro com a paz e a saúde/Joanna de Angelis - Página 3 Empty Re: Série Psicológica Vol. 14 - Encontro com a paz e a saúde/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:08 am

Transtorno obsessivo
Examinando-se o ser humano como um espírito reencarnado, portador das experiências decorrentes das existências transactas, sabe-se que ele conduz no cerne de si mesmo o resultado das suas acções morais, que o programam para actividades reparadoras, em face de não se ter comportado com o equilíbrio que seria necessário, ou para realizações nobilitantes, o que também pode acontecer durante a fase de reparação moral.
Tudo quanto haja produzido transfere-se de uma para outra etapa evolutiva, o que lhe constitui recurso para crescer interiormente, mediante o sofrimento que o macere ou através das benesses do amor que vige em toda parte.
Em qualquer processo do binómio saúde-doença, encontra-se essa presença profunda, definidora do respectivo fenómeno, como efeito da conduta anterior que o espírito se permitiu. Ninguém consegue atingir um nível de consciência mais elevado, enquanto se encontre moralmente aprisionado nos compromissos negativos que procedem das experiências anteriores.
Desse modo, é inerente ao Universo a Lei de Causa e Efeito, portanto, presente em todos os fenómenos, particularmente na estrutura psicofisiológica do ser humano.
Os actos incorrectos, geradores da culpa, instalando-se nas telas subtis do perispírito, irão conduzir o espírito comprometido a transtornos auto-obsessivos, obsessivos-compulsivos e diversas manias, como mecanismo de correcção moral automática, imposta pelas Leis da Vida.
Invariavelmente, porém, como determinadas conjunturas aflitivas são sempre compartilhadas com outros ou mantidas contra os outros: agressões físicas e morais, furtos e desmoralizações, calúnias e traições, homicídios e tramas sórdidas, infelicitando-os, essas vítimas, que se sentem destroçadas, não olvidam o mal que experimentaram. Embora lhes ocorra a morte ou desencarnação, surpreendendo-se com a continuidade da vida, e, diante dos ressentimentos e ódios que assomam, tornam-se dominadas pelos desejos incoercíveis de vingança.
Desestruturados emocionalmente, sem valores ético-morais para superar as mágoas que lhes permanecem vivas, optam pelo desforço infeliz, deixando-se arrastar para as lamentáveis situações de justiceiros, de cobradores impenitentes.
Como sempre existem sintonias por afinidades morais e mentais entre os indivíduos de ambos os planos da vida, ei-los atraídos pelos antigos algozes, dando-se início à insidiosa cobrança do mal que lhes impuseram. Faltando, ao calceta, ao endividado, as reservas morais necessárias para uma existência digna e saudável, em algumas ocasiões são eles próprios que ensejam o infeliz conúbio com esses severos adversários que geraram...
As obsessões, portanto, propiciadas pelos desencarnados, são muito mais numerosas e graves do que se possa imaginar.
A psicologia dos relacionamentos irá estudar com mais profundidade esse campo ainda inexplorado na sua pauta, considerando a necessidade de estabelecer-se terapias próprias, de natureza preventiva e curadora, a fim de coibir essa epidemia emocional e mental que toma conta da Terra com frequência, sendo mais grave em determinados períodos como ocorre na actualidade.
Direccionando o pensamento vigoroso contra o adversário, ora no corpo carnal, o espírito enfermo pelo ódio descarrega vibrações que irão perturbar o equilíbrio de algumas monoaminas no cérebro, dando lugar, pela constância, a futuras depressões, a processos maníacos, a transtornos esquizofrénicos, que somente desaparecem quando o agente é afastado, e não apenas mediante os recursos terapêuticos convencionais.
No caso do socorro psiquiátrico, os barbitúricos aplicados produzem naturalmente a sua acção sem os correspondentes benefícios, que são alterados pelos campos enérgicos produzidos pela incidência das ondas mentais do perseguidor. Na maioria das vezes, a terapêutica medicamentosa gera maior soma de distúrbios, porque mesclada às energias deletérias; os neurónios sofrem impedimentos para que tenham lugar as corretas sinapses, dando espaço ao surgimento de excessos ou escassez de serotonina, de noradrenalina, de dopamina...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:08 am

Pertinaz e cruel, esse processo produz o surgimento de personificações parasitárias, de personalidades duplas (ou várias),que são fenómenos de incorporação mediúnica, através da qual o agente pernicioso exerce o predomínio da vontade sobre o paciente, assumindo-lhe o controle mental, passando a expressar-se por seu intermédio.
Em outros casos, activam-se os núcleos de registros perispirituais e o inconsciente libera lembranças arquivadas, que dizem respeito ao período da convivência inditosa, volvendo o mesmo em forma viva, que se sobrepõe às paisagens atuais, o que mais degrada o ser vitimado.
O prosseguimento da indução penosa, no transcorrer do tempo, termina por desarmonizar as neuro comunicações e desestabilizar os fenómenos neurofisiológicos, instalando-se então os lamentáveis processos de loucura, de alienação profunda, que impedem a fácil ou possível reabilitação do enfermo.
Em fases portadoras de tal gravidade, o agente desencarnado, emaranhando-se nos campos de energia da sua vítima, passa a vampirizá-la, enfraquecendo-a de tal forma, que a vitalidade preservadora gasta-se com rapidez, apressando-lhe o falecimento orgânico. Na sua complexidade, a obsessão pode tornar-se também um mecanismo de aprisionamento para o desencarnado que, após algum tempo, passa a ter necessidade desses nutrientes psíquicos que explora no inimigo, transformando-se em vítima da circunstância inditosa que propiciou. São diversas as vertentes de ocorrências desequilibrados nas patologias obsessivas, diferindo, cada uma delas, conforme os factores causais, as resistências do enfermo e as circunstâncias em que têm lugar.
Sempre danosas, os seus efeitos permanecem por mais algum tempo, mesmo quando cessa a incidência causai, após a mudança de conduta do perseguidor.
Nesse capítulo, merece considerar-se, também, as obsessões procedentes de mentes encarnadas, que descarregam as suas vibrações prejudiciais naqueles que são considerados como inimigos e podem gerar distúrbios de vária ordem. É inegável a acção do pensamento na conduta humana sob qualquer aspecto considerado.
Os impulsos saudáveis são absorvidos com facilidade e transformados em campos de força edificante, harmonizadora, que fomentam o bem-estar, o equilíbrio e a paz. O oposto igualmente se dá, quando aceitas essas ondas de ódio, de inveja, de competitividade perturbadora, transformando-se em estados de angústia, desajustamento, desinteresse pela vida, enfermidade...
O ser humano é aquilo que pensa. Diariamente o seu cérebro é bombardeado por incessantes informações de toda natureza, aqui incluindo, também, as procedentes do mundo espiritual.
A consciência destaca-se nesse ser, como a percepção do mundo e de si mesmo.
A consciência é selectiva por estrutura natural, como é contínua e pessoal, apresentando-se nessas três características de que se constitui.
No seu carácter selectivo, aquilo que mais lhe interessa ou se lhe torna preponderante passa a merecer maior fulcro de atenção. No caso das obsessões, aí ocorre a fixação da ideia exterior que a perturba, através do monólogo que se lhe instala, iniciando-se a perturbação.
A continuidade da acção danosa permite conexões de memórias, trazendo de volta a culpa e permitindo-se a punição.
A perspectiva de cada qual ver o mundo conforme a sua própria óptica, é resultado da característica fundamental de ser a consciência pessoal, o que resulta na identidade de cada qual.
A consciência, no entanto, pode ser nuclear ou primária, superior ou secundária, conforme o estágio em que o ser humano se encontra.
No estágio primário, são traduzidas as informações recebidas, e é nessa fase que ocorrem as insidiosas perturbações espirituais. Como na segunda fase a consciência é superior, estando aturdida no nível inicial, surge o impedimento para que o paciente alcance a sua identificação equilibrada com a vida, seja portador da capacidade de atender aos seus sentimentos e de relacionar-se bem com o passado, o presente, melhor aspirando ao futuro e seleccionando as imagens mentais do processo evolutivo. Há uma inevitável parada nesse processo, em face da instalação do transtorno, detendo-se no círculo estreito das ideias recebidas.
Como a consciência nuclear é indispensável para a eclosão da superior, encontramo-la também em alguns espécimes animais, que a utilizam na caça para a sobrevivência. Sem ela não se pode alcançar o estágio superior, que é uma conquista reservada apenas ao ser humano, ensejando a faculdade de conceitos abstratos, entre os quais, aquele que diz respeito à vida espiritual.
O transtorno obsessivo, desse modo, deve ser cuidado desde as suas manifestações iniciais, evitando-se-lhe o agravamento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:09 am

Diversidade das obsessões
Os transtornos de natureza obsessiva, em face da sua especificidade, apresentam-se sob variadas formas, umas subtis, outras graves, e outras muito sérias, transformando-se em problemas psiquiátricos de consequências imprevisíveis.
Em face da multiplicidade dos conflitos que aturdem e infelicitam o ser humano, o Espiritismo apresenta à etiopatogenia dos problemas psicológicos e mentais, a obsessão com o seu cortejo nefando de manifestações, que permanecia desconhecida ou simplesmente ignorada por preconceito científico.
Não cabe à Ciência o direito, ou melhor dizendo, aos cientistas, de negação pura e simples daquilo que ignoram, porquanto é a partir do desconhecimento que surgem as informações e as doutrinas passam a ser consideradas. Aquele que se dispõe ao estudo do ser humano é convidado a uma postura sempre aberta a novas informações, procurando, acima de tudo, o bem-estar dos pacientes, antes que um comportamento arrogante, que nega tudo quanto não pôde comprovar. Impedindo-se essa análise, seu estudo e aplicação, a atitude negativa é mais soberba do que requisito de sabedoria.
Uma rápida análise comprova-o. Antes de Pasteur e suas investigações com o microscópio, bactérias e vírus eram desconhecidos e desconsiderados; sem os critérios estabelecidos inicialmente por Inácio Semmelweis, perseguido e detestado pelos académicos do seu tempo, a assepsia não era tida em conta; antes do telescópio ignoravam-se as galáxias, os buracos negros, os astros que escapam à visão convencional; sem a valiosa perspicácia e fria análise de Freud, que arrebentou os tabus em torno do sexo e facultou notáveis contribuições à vida psicológica, continuava-se na ignorância de realidades desconhecidas; não fosse a descoberta dos raios X, permaneceriam no obscurantismo as notáveis possibilidades de conhecer melhor o corpo humano, o mesmo ocorrendo com as modernas tomografias computadorizadas... e um sem-número de aparelhos sofisticados que ensejam realizações dantes jamais sonhadas... Da mesma forma, a interferência dos espíritos na vida humana sempre foi comentada e, no que diz respeito ao capítulo das perturbações de natureza espiritual, a documentação é vasta e complexa na antiguidade oriental, na cultura greco-romana, durante a vida de Jesus, no Cristianismo nascente, na Idade Media, na Renascença, nas Idades Moderna e Contemporânea, assinalando fastos históricos memoráveis, que não podem ser desconsiderados.
Felizmente, homens e mulheres audaciosos não têm tergiversado em confirmar essa ocorrência nos seus consultórios, demonstrando a excelência das terapias aplicadas sob a inspiração do Evangelho, em momentosos diálogos com os seres desencarnados que ainda se comprazem na produção do infeliz intercâmbio doentio.
O egrégio Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, examinando as obsessões, classificou-as em três formas especiais: simples, por fascinação e por subjugação. *
A obsessão simples ocorre quando o espírito enfermo, consciente ou não dos próprios actos, vincula-se ao indivíduo com o qual mantém afinidade moral e psíquica, resultante de valores negativos que os unem desde passadas experiências, na actual ou em reencarnação anterior, produzindo mal-estar, inquietação, melancolia, ansiedade exagerada, suspeitas e medos infundados...
Instala-se suavemente, quando o pensamento intruso persiste em tentativa de fixação. Confunde-se com os próprios conflitos do paciente que ressumam do inconsciente actual, gerando inquietação.
A medida que essas ideias, esdrúxulas algumas, passam a habitar a casa mental do indivíduo, transformam-se em monólogos insistentes que produzem receios, insatisfações, incompreensões, manias, passando a diálogos que destrambelham a ordem dos raciocínios.
Nessa fase, uma conduta em renovação moral, o hábito da oração e das boas leituras conseguem interromper o fluxo das influenciações perniciosas, impedindo a instalação do distúrbio cruel.
A obsessão por fascinação já se apresenta mais séria, em face de haver uma receptividade muito grande pelo paciente, que se deixa arrastar pela ideia negativa, particularmente quando se apresentam fenómenos de natureza mediúnica, e em especial na área da psicografia, que o levam a uma constância desconcertante para escrever onde esteja e com o material de que disponha.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:09 am

Igualmente apresenta-se nas posturas irreflectidas e nos comportamentos estranhos a que se entregam as suas vítimas, sempre considerando-se portadoras da total razão e do conhecimento da verdade, irredutíveis nos seus pontos de vista, mesmo naqueles que são absurdos ante a mais singela análise, impedindo-lhes a lógica do senso comum.
O indivíduo que a padece, torna-se arrogante, vaidoso das conquistas que pensa haver adquirido, evitando os diálogos esclarecedores e deixando-se vencer, cada vez mais, pela insidiosa influência espiritual, que o deseja afastar do convívio social saudável, a fim de dominar-lhe o raciocínio e a razão por completo.
Nessa fase, o organismo fisiológico passa a ressentir-se das energias deletérias que são absorvidas, em razão de algumas manias que o fanatismo instala na mente da vítima, como sejam: mudanças abruptas na forma da alimentação, nas abstinências que se impõe, no exagero da fé religiosa ou de qualquer ideal esposado, no comportamento que se aliena, etc.
Torna-se-lhe mais difícil a terapêutica libertadora, em decorrência da intolerância do paciente em aceitar qualquer proposição que difira do que pensa, negando-se à concordância com observações acerca da conduta. Nada obstante, a insistência da oração, nos momentos de alguma lucidez, a intercessão dos parentes e amigos mediante preces e vibrações amigas, os passes e a terapia desobsessiva conseguem resultados opimos.
Nunca esquecer-se, porém, que à vítima de hoje, algoz de antes, cabe a tarefa mais importante que é a da reforma moral, mediante o consentimento da razão e do coração, com o empenho de tornar-se melhor e mais útil a si mesmo quanto à sociedade.
A obsessão por subjugação é o estágio mais avançado e perverso do processo alienante. Pode resultar da sucessão das fases anteriores, mas não necessariamente, porquanto pode ocorrer de chofre, inesperadamente, num só golpe, dependendo sempre da profundidade dos seus gravames geradores.
No Evangelho de Jesus, os narradores documentam-na como possessão, que o Codificador do Espiritismo preferiu definir de outra maneira, porquanto a possessão faz pressupor que o espírito perseguidor penetra no reencarnado, assumindo o lugar que lhe é próprio, o que não é possível, em face dos mecanismos que o jugulam ao corpo. Caso isso ocorresse, dar-se-ia o seu falecimento, sem que o obsessor pudesse manter a sobrevivência da organização fisiológica.
A obsessão, seja em que forma se apresente, é sempre de espírito a espírito, através do perispírito de ambos os litigantes, cujas energias mesclam-se numa corrente inicial de hipnose, depois de intercâmbio e, por fim, de predomínio daquele que exerce o maior poder de influenciação, no caso em tela, o desencarnado.
As patologias de subjugação deprimem o Self que perde o controlo sobre o ego e as faculdades de comando mental. As neuro comunicações, em face da incidência vibratória da mente dominante, tornam-se prejudicadas e, por consequência, a produção de neuro peptídeos faz-se desordenada, trazendo resultados fisiológicos igualmente perturbadores. Esses, que serão os efeitos colaterais da subjugação, em longo prazo abrem campo para a instalação da loucura.
Esse transtorno espiritual é verdadeiramente uma expiação dolorosa para o calceta, que poderia haver-se reabilitado dos males praticados, mediante a acção fraternal do bem ao próximo, do auto-aprimoramento moral, da conduta saudável, excepto quando se trata de ocorrência lapidadora que se instala por ocasião dos primeiros dias ou anos da existência...
Em qualquer transtorno de natureza obsessiva, o paciente é também um espírito desajustado em processo de recuperação, em decorrência da conduta arbitrária que se permitiu anteriormente, gerando os processos lamentáveis de que agora padece.
Como as criaturas terrenas encontram-se em campos experimentais da evolução, as vivências de cada existência propiciam as futuras conquistas de acordo com os mecanismos utilizados de origem elevada ou perturbadora.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:10 am

Ninguém, portanto, que se encontre isento de responsabilidade nas ocorrências provacionais de qualquer natureza, particularmente nos distúrbios obsessivos.
Os recursos terapêuticos para a recuperação dos pacientes subjugados são múltiplos, e igualmente graves, em face da complexidade do problema.
Impossibilitado de contribuir conscientemente em favor da própria recuperação, o valioso recurso terapêutico será obtido mediante a doutrinação do agente perturbador, em reunião mediúnica especializada, quando puder ser trazido à comunicação pelos Benfeitores espirituais.
Recalcitrante e vingador, não poucas vezes, o espírito apresenta-se em desespero, cobrando o mal de que se diz haver sido vítima, sem dar-se conta da própria desdita gerada pela ausência do perdão, pelo menos da compreensão da fragilidade humana que se permite condutas arbitrárias conforme se encontra agindo.
Paciente e gentil, afável e enérgico, o psicoterapeuta espiritual com ele conversa, esclarece, dialoga, demonstrando-lhe o erro em que está incorrendo, terminando, invariavelmente, pela sua reconstrução emocional e reconhecimento racional de que também está agindo de maneira equivocada.
Consciente da necessidade de evoluir, a fim de encontrar a felicidade perdida, resolve por abandonar o desafecto, deixando-o aos cuidados das Leis Soberanas da Vida que a todos alcança conforme exaradas pela Justiça Divina.
Jesus, como Psicoterapeuta extraordinário, conseguia libertar os padecentes das obsessões, através da autoridade moral de que era revestido, facilmente afastando os adversários desencarnados, enquanto propunha aos pacientes em recuperação, que não voltassem aos comprometimentos infelizes, de modo que lhes não acontecessem sofrimentos ainda mais graves...
Considerando-se a gravidade das obsessões, é sempre oportuno o atendimento médico simultâneo, de forma que sejam recuperados os órgãos afectados pelo transtorno, sempre portador de fluidos e vibrações perniciosos que enfermam o conjunto fisiológico.
O espírito é o agente da vida inteligente, portanto, nele se encontram as raízes de todas as ocorrências que têm lugar durante a sua vilegiatura carnal. Saúde mental e emocional, em consequência, resulta da harmonia moral em que se estrutura.

Temas para reflexão:
“474 - Desde que não há possessão propriamente dita, isto é, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, pode a alma ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada ou obsidiada ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada?
“Sem dúvida e são esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso saibas que essa dominação não se efectua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la. Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos.”

** piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro.
Lucas: 11 -24 a 26.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, Capítulo 23. Nota da autora espiritual.
Ora, havendo o Espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso; e não o encontrando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete Espíritos
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:10 am

7 — A CONQUISTA DA FELICIDADE
O que é felicidade. — Como conseguir a felicidade. — Prazer e felicidade.

O ser humano está fadado à felicidade, que lhe constitui um grande desafio. Para lográ-la, deve investir todos os valores que se lhe encontrem ao alcance. Felicidade, porém, não é algo diferente de infelicidade.
Ninguém deve considerar a felicidade como um estado de plenitude, de ausência de acção, mediante a qual o nada fazer geraria contentamento ou despreocupação. Essa inércia, se viesse a ocorrer, levaria o indivíduo ao estado amorfo, de tédio dourado, em que a ociosidade conspiraria contra a harmonia emocional.
É impossível uma existência feliz distante do trabalho, da solidariedade e das acções de engrandecimento moral do Self bem como dos indivíduos com os quais se é colocado para conviver. Quando o conforto excessivo é facultado e os objectivos de trabalho parecem conseguidos, não mais existindo, pelo menos aparentemente, novas realizações a serem conquistadas, ocorre uma perda de interesse pela existência, conspirando contra a saúde emocional e física, sempre culminando com a morte prematura.
A ingenuidade psicológica estabeleceu que a felicidade existe onde se encontram o prazer e a comodidade, a fortuna e o repouso, em violenta agressão à vida que se desenvolve em acções incessantes, formadoras de abençoados recursos para a sustentação do corpo e o equilíbrio da mente.
Essa visão tem sido responsável por muita infelicidade injustificada, que mais decorre da óptica defeituosa de quem observa os poderosos, e, sem os conhecer, conclui que são felizes, quando apenas encontram-se assoberbados de coisas, preocupações, atitudes e solidão...
A busca, pois, da felicidade, é essencial, para ser experimentada desde o momento em que se a enceta. Não será o conseguir, que a instalará na mente e no comportamento, porém, o empreendimento em si mesmo para lográ-la, que faculta, por antecipado, a satisfação de bem-estar.
Muito distante da posse de tesouros que embelezam a vida, mas não preenchem os vazios existenciais, a felicidade apresenta-se como realização interior e esforço pelo seu prosseguir.
Na amizade sincera e não nas paixões sexuais, encontram-se razões básicas para as experiências felizes, motivadoras de novas e amplas conquistas.
Nos relacionamentos fraternais e nas actividades altruísticas apresentam-se os factores para a existência tranquila, que também não significa falta de preocupação ou de responsabilidade. Trata-se, realmente, do esforço para agir-se sem stress, sem ansiedade desgastante, sem angústia dissolvente.
As populações que vivem do trabalho, modesto que seja, que se sentem beneficiadas pela justiça social, nas quais existe assistência educacional, médica e fraternal, ensejam mais felicidade aos seus membros, do que naquelas industrializadas, de altos PIB’s e de excelente tecnologia, porquanto aí, as intensas lutas pela sobrevivência, mesmo entre os poderosos, produzem desarmonias interiores e desgastes psicológicos.
Por outro lado, a competição desenfreada para a conquista de mais, aturde os indivíduos, que perdem o direccionamento do ideal, do necessário, do equilibrado, para conseguir além das possibilidades de aplicar e utilizar em próprio benefício.
Não serão, no entanto, como se pensa, os lugares exóticos, silenciosos, distantes de tudo, onde se encontram os factores propiciatórios à felicidade, mas nos burgos activos, não competitivos, trabalhadores, não ambiciosos, onde se pode desfrutar de tranquilidade e confiança no futuro.
Nesses lugares, os níveis de vida são mais elevados do que nos centros de grande importância social e tecnológica, em razão da ausência dos fenómenos geradores de problemáticas cardiovasculares, cânceres, distúrbios emocionais decorrentes da insatisfação.
Onde todos trabalham e contentam-se com o quanto ganham, mais facilmente se realizam, mesmo que os frutos do esforço não sejam em forma de grandes estipêndios.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:11 am

Sabendo como administrar os recursos que amealham através do esforço pessoal, os indivíduos aspiram a menos e alegram-se com menores quantidades de quinquilharias e exibicionismos de poder e de fortuna, que provocam inveja e raiva.
Muitos complexos de inferioridade defluem da mágoa de não se estar nas mesmas condições de outros que são tidos como privilegiados, somente porque se encontram no topo, passeiam na futilidade e parecem não enfrentar nenhuma forma de preocupação, quais se fossem deuses recém-descidos do Olimpo, em visita triunfal entre os seres humanos...
Trata-se de ilusão essa torpe visão da realidade.
Pessoa alguma, na Terra, existe, que esteja isenta dos processos fisiológicos de desgaste, de envelhecimento, de enfermidade e de morte, e portanto, igual a todas as outras. Por outro lado, os tormentos íntimos nem sempre se reflectem na face, na aparência bem maquiada, permanecendo como roedores inclementes até chegarem aos resultados, quase sempre funestos, da sua presença infeliz.
Desse modo, a busca da felicidade deve caracterizar-se pelo conhecimento de si mesmo em relação aos demais indivíduos, pela conscientização das próprias aspirações, pelos objectivos que sejam colocados como fundamentais para a vida.
Não existe, portanto, uma fórmula mágica para a felicidade, nenhuma receita misteriosa ou mapa desconhecido para alcançá-la.
Cada indivíduo, conforme sua constituição emocional, física e psíquica, tem as próprias aspirações, o que estabelece a variedade de expressões a seu respeito, demonstrando que, aquilo que para uns é realização plenificadora, para outros, talvez não tenha qualquer significado relevante.
Alguém pode aspirar à quietude de um burgo onde possa renovar-se após o cansaço e a exaustão do trabalho, caminhando por trilhas ricas de vegetação e céu azul, enquanto que outros são capazes de ambicionar uma residência palaciana sumptuosa, com criadagem submissa e tesouros que deslumbrem a vista e estimulem à soberba... Há o encantamento do artista ante a beleza, do cientista ante a investigação, do religioso na ânsia do êxtase, do pensador na elaboração de ideias grandiosas, como também dos oprimidos sonhando com a liberdade, dos famintos anelando pelo pão, dos enfermos lutando pela conquista da saúde, dos solitários encontrando companhia, dos simples de coração anelando pela dádiva do trabalho e da paz...
Variando, de acordo com os níveis de inteligência e de consciência, a felicidade é peregrina que viaja de uma para outra ambição sempre risonha, aparentemente difícil de ser retida, mas de fácil conquista, quando se ama e não se espera receber a retribuição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:11 am

O que é felicidade
Os psicólogos clínicos têm-se voltado, nos últimos tempos, para o estudo da raiva, da inveja, da insatisfação, procurando entender-lhes os conteúdos perturbadores. Por outro lado, os neurocientistas vêm-se preocupando, cada vez mais, em detectar, no cérebro, os hormônios desencadeadores da alegria, da felicidade, assim como da mágoa e da depressão.
Lentamente vão surgindo a compreensão e a descodificação dos elementos que respondem pelos sentimentos nos processos bioquímicos da organização cerebral, altamente responsáveis pelos comportamento e pelas emoções.
Façamos uma distinção entre sentimentos, que são as vivências do que é percebido pela emoção de maneira consciente, enquanto que a emoção é o efeito espontâneo do organismo a qualquer ocorrência, produzindo descargas de adrenalina pela corrente circulatória, que se encarrega de pôr brilho nos olhos, colorir a face, sorrir... A emoção produz o sentimento que passa a ser o júbilo ou o constrangimento, a expectativa ou a frustração...
Desse modo, as emoções funcionam automaticamente, sem consciência directa da ocorrência, enquanto que os sentimentos são percepções conscientes das ocorrências.
Para que se apresente a felicidade, assim como outros sentimentos, torna-se necessário que o cérebro seja convidado a traduzir os sinais que recebe do corpo, logo transformando-os. Em decorrência, a mente não está localizada apenas no cérebro, mas se expande por todo o organismo.
Nada obstante, por mais se procure encontrar respostas próprias para as emoções e os sentimentos na organização fisiológica, enquanto não se remonte ao espírito como ser independente da matéria, sempre se apresentarão interrogações complexas em torno da personalidade e da estrutura psíquica, emocional e física do ser humano.
Indubitavelmente, os mecanismos neurobiológicos manifestam-se conforme os impulsos que procedem da mente do ser reencarnado, comandante consciente ou não da maquinaria física pela qual o espírito se comunica e se movimenta no proscénio terrestre.
A felicidade, desse modo, é o sentimento agradável que resulta das emoções saudáveis, aquelas que acalmam e enriquecem de júbilo, eliminando as sensações perturbadoras. Pode-se, desse modo, experimentar a felicidade, mesmo em estados orgânicos deteriorados, em face da compreensão da ocorrência e da sua aceitação, que é uma espécie de entendimento pela razão.
Quando a atitude é consciente e positiva, objectivando o bem-estar, experiencias e o momento de felicidade, que se prolonga enquanto permanece a emoção. Muitas vezes, o indivíduo desestruturado considera-se infeliz, porque os sentimentos estão confusos, resultado de raivas, de constrangimentos, de insucessos. Nada obstante, não se trata de infelicidade, mas de situação na qual se apresentam processos negativos e perturbadores, que podem ser revertidos, logo haja calma e compreensão do incidente desagradável que deu lugar ao aborrecimento, assim como ao êxito. Essas expressões transitórias dos sentimentos, que se apresentam ambivalentes, podem ser modificadas através de atitudes positivas e confiantes nos potenciais íntimos, portadores de resistências morais e de significados dignificantes.
As emoções negativas estimulam mais o hemisfério direito do cérebro que se apresenta activo, enquanto que as positivas encontram-se no lóbulo frontal esquerdo, produzindo os correspondentes sentimentos de infelicidade e de felicidade, respectivamente.
Graças a esse mecanismo são arquivadas as nossas preferências e satisfações, alegrias, afeições, tanto quanto os nossos desgostos e ansiedades, mal-estares e animosidades, que se transformam em sentimentos de uma ou de outra ordem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:12 am

Tudo quanto é agradável e prazenteiro é arquivado no lado esquerdo do cérebro, enquanto as questões perturbadoras e afligentes repousam no lado direito. Os indivíduos que exercem grande controlo sobre as emoções e as ocorrências do quotidiano, desenvolvem mais o hemisfério direito, tornando-se introspectivos, inseguros, insatisfeitos, pessimistas, enquanto que aqueles que estimulam o lado esquerdo, fazem-se portadores de melhor humor, de alegria e de confiança em si mesmos, assim como em relação ao seu próximo com o qual convivem ou se relacionam. Os primeiros exsudam infelicidade, em face da preservação dos sentimentos negativos, enquanto que os segundos proporcionam mais agradável convivência, inspiram alegria e correspondem facilmente aos convites do bem-estar. Isto ocorre, porque os extrovertidos produzem quantidade maior de linfócitos, que os imunizam contra bactérias e vírus ou os destroem quando existem. Por esta razão, considera-se o riso saudável como de natureza terapêutica, em face da presença de imunoglobulinas que, na saliva, têm objectivos de contribuir para a digestão, mas também para a defesa do organismo em relação a alguns agentes enfermiços.
O cultivo da felicidade contribui para a longevidade humana, a saúde e as realizações nobilitantes.
A felicidade, desse modo, pode ser adquirida e preservada, não se aguardando que se transforme em uma parasitose, mas em um significativo sentimento de gratidão à vida.
Pode-se aprender a ser feliz como se consegue adquirir experiência e conhecimento em torno de outras actividades humanas.
O atavismo pieguista, no entanto, a falsa necessidade de inspirar compaixão em vez de amor, o predomínio do ego sobre o Self estabelecem parâmetros para situar a felicidade dentro de limites individualistas e falsos, nos quais se expressam sentimentos desordenados e instáveis, que agradam àquele que assim procede, desde que submetendo os demais ao seu talante. Não se trata essa postura como de felicidade, mas de inarmonia pessoal.
A felicidade sempre gera sol de alegria onde se instala, mantendo juventude ampliando as possibilidades de auto-realização com ênfase no progresso moral e espiritual do ser humano.
Deve-se, pois, aprender a ser feliz, seleccionando os sentimentos altruístas e positivos daqueles morbosos, pessimistas e negativos. Trata-se de uma realização interior, que independe de outrem. Quase sempre se pensa que determinadas companhias e afectos propiciam felicidade, passando-se a depender de outrem. Quando isso ocorre, porque o outro também aguarda encontrar essa guarida para a sua insegurança, unem-se ou aproximam-se dois infelizes, buscando sustentação um na limitada capacidade do outro.
O que ocorre, quando se está com alguém é prazer, manifestando-se sentimentos de bem-estar e de fraternidade, não devendo, porém, tornar-se razão para que, no fato, se estabeleça a felicidade, porque, ao interromper-se o vínculo, ou modificar-se a situação, isso não deve ser tido como infelicidade.
É muito comum, quando desencarna alguém que é querido ou cuja convivência é frutuosa, interrogar-se: - “E agora! Que será de mim?”, sem que se pense no outro, naquele em quem foi depositado o sentimento de felicidade. Será que a afeição tem por finalidade o bem-estar pessoal, ao invés da satisfação do relacionamento entre ambos?
Felicidade, portanto, independe de outras pessoas, sendo construção própria e intransferível.
A felicidade constitui-se da sabedoria de poder-se administrar as ocorrências do quotidiano, retirando das situações mais difíceis a quota edificante e produtora de harmonia, considerando-as como propostas educativas e aprendizado oportuno para os futuros embates.
Ser feliz é a meta da existência, e lográ-la, é o desafio psicológico aguardando amadurecimento do ser humano.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 11:12 am

Como conseguir a felicidade
No momento quando se materializa a felicidade, isto é, quando se a considera como resultado de posses económicas, de poder social, político, religioso, artístico, científico ou cultural, ela se faz frustrante, em decorrência das oscilações que existem nos relacionamentos humanos e das circunstâncias existenciais que se alteram a cada momento.
O conceito de uma felicidade estática é equívoco do sentimento, porquanto o processo da evolução é inestancável e as variações do amadurecimento psicológico são contínuas, em face das experiências que são armazenadas no trânsito existencial.
Em cada faixa biológica da vida física, em decorrência do desenvolvimento orgânico e intelectual, os conceitos alteram-se, e tudo quanto, em uma fase, é significativo e relevante, portador de grande expressão, logo depois cede lugar a novas aspirações e a conceitos mais profundos. Assim ocorre também em relação à felicidade, que, de acordo com a faixa etária e as conquistas morais, espirituais do ser humano, passa a adquirir significado diferente.
Quando se é jovem, as metas por alcançar, parecem constituir-se como essenciais à aquisição da felicidade.
Nada obstante, logo que são logradas, perdem a empatia de que se revestiam antes de conseguidas.
Por isso, a felicidade é um sentimento que deve ser trabalhado em padrões de harmonia emocional, de complementação sexual, de realização profissional, de vitória sobre os conflitos, de interiorização espiritual, a fim de saber-se o que realmente tem sentido, em relação àquilo que é de natureza secundária, e momentaneamente desfruta de especial significação.
O místico alcança a felicidade no momento do seu êxtase; os progenitores, quando os filhos logram a realização social e profissional; o cientista, quando consegue entender e decifrar o enigma da sua busca; o artista, no instante em que a obra é reconhecida ou tem-na como concluída e perfeita, e assim, sucessivamente...
A felicidade do agricultor apresenta-se quando o mesmo contempla a plantação enriquecida de flores, frutos, sementes, abrindo-se à colheita.
O indivíduo, de acordo com os objectivos que estabelece para a existência, empenhando-se em nunca desistir dos seus sonhos - claro que dos ideais de enobrecimento - consegue permanecer fiel, mesmo quando não compreendido, perseguido ou desprezado, experiencia a felicidade durante todo o período em que se demora devotado na luta pela sua realização.
Nem sempre, portanto, a felicidade estará presente apenas no término, quando se logra o objectivo anelado, mas essencialmente durante todo o transcurso da sua realização.
A felicidade é conseguida quando cada qual se torna administrador da própria existência, podendo estabelecer os métodos de conduta saudável e segui-los, edificando-se e realizando outras vidas.
Há factores sociológicos, económicos, políticos, que contribuem em favor da aquisição da felicidade individual e colectiva.
Nos pequenos e prósperos burgos onde o stress não aflige, porque se dispõe de tempo para todas as realizações, inclusive para os divertimentos renovadores, onde as competições cedem lugar à cooperação, diante de regime democrático, no qual todos são convidados a participar da administração e das decisões locais, certamente os factores propiciatórios à felicidade são muito maiores do que nas urbes desgastantes, onde todos são desconhecidos e inimigos fraternos, indiferentes uns aos outros, ambiciosos e agressivos.
Nos reduzidos núcleos de actividade, há interesse pela vida do próximo, participação nas suas realizações e solidariedade nos seus sofrimentos, enquanto que, nas grandes populações tudo é automático, os encontros são rápidos e superficiais, as amizades quase inexistem, porque parece haver uma necessidade emocional de todos estarem vigilantes em relação pessoal com os demais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:24 pm

De certo modo, a postura de vigilância é saudável, ante as tragédias do quotidiano, as ocorrências desastrosas, os relacionamentos perturbadores, no entanto, essa cautela não deve ser levada a extremos geradores de inquietação e de stress. Quando cada membro da sociedade procura adaptar-se ao sistema, melhorando-o com a sua contribuição e ampliando o círculo de amizade sincera, modificam-se os quadros de ocorrências negativas, favorecendo o bem-estar possível.
Quando a pessoa sente-se desamparada, ignorada, sem possibilidade de encontrar entendimento, logo se apresentam os componentes da inquietação e da revolta íntima, quando não resvala para a depressão. Torna-se necessário que se expandam o sentimento de solidariedade e o contributo da amizade para que o grupo social seja mais activo em relação aos seus membros, buscando
ampará-los em um tipo de amplexo espiritual que dê ideia e seja realmente de segurança e de protecção.
Quando a solidariedade é cultivada, proporciona ampliação da capacidade de conviver com as diferentes condutas sem prejuízo para a harmonia do grupo.
Compreendendo-se, que cada indivíduo traz conflitos graves, expressos ou disfarçados, à semelhança daqueles que são do seu Self, essa sombra se dilui, cedendo lugar à claridade da alegria de viver e da esperança de ser-se feliz. A ausência de controlo sobre o próprio destino, a incerteza em torno do futuro, a insegurança no comportamento constituem processos geradores de infelicidade, conhecimento da impossibilidade de conseguir-se realizações prazenteiras, objectivos libertadores.
A mente, sempre ela, é convidada ao equilíbrio, à fixação de pensamentos edificantes, reservando-se a irrestrita confiança em Deus, o Pai afável de todas as criaturas...
Uma conduta, portanto, religiosa, destituída de qualquer tipo de fanatismo e de exclusivismo, é factor de segurança para o encontro com a felicidade, mesmo que sob injunções difíceis que se tornam suportadas com resignação dinâmica e coragem para superá-las.
Nunca será demais repetir-se que o espírito elabora o seu destino, sendo o semeador e o colhedor de tudo quanto realize.
No âmago do ser, encontra-se em germe o tesouro que lhe cabe conquistar, impresso nos genes, exteriorizando-se nos neurotransmissores, expressando-se no comportamento psicológico ou na organização fisiológica.
Alterar esse destino a cada momento faz-se possível, cm razão da neurogénese, que ora assevera que os neurónios se renovam, nascem em todas as épocas da existência e cuja função pode ser orientada pela mente. O hábito salutar da meditação e da oração, de caminhadas e exercícios que liberam toxinas cerebrais e renovam a oxigenação do encéfalo, predispõe às realizações enobrecedoras, mediante o esforço físico bem direccionado, propiciando felicidade.
Uma vida activa, assinalada pela produção equilibrada de serviços, produz pensamentos favoráveis ao bem-estar, por expressar auto-realização, utilidade existencial.
Herdeiro de conceitos equivocados sobre o destino na Terra, tida, por muito tempo, como vale de lágrimas, lugar de degredo, paraíso perdido, o ser humano criou arquétipos de infelicidade para ser feliz, num comportamento masoquista e doentio, sem nenhum sentido ético.
A Terra é escola de renovação espiritual e de dignificação moral, onde todos aprendemos a descobrir os valores adormecidos no íntimo, o Deus em nós, o Arquétipo primordial.
As preocupações desordenadas com a aparência como factor de auto-realização vêm desviando as pessoas da sua realidade, da beleza interior que se reflecte no exterior, assim como as exigências descabidas dos padrões de beleza estimulando o surgimento da anorexia e da bulimia de efeitos devastadores na conduta psicológica, respondem por atitudes infelizes que não se justificam racionalmente. Esses pacientes, sem dúvida, encontram-se dominados por conflitos de inferioridade, procurando realizações externas ante a auto-desconsideração em que se firmam, realizando projecções do que gostariam de ser ou de como estar, impondo-se aflições punitivas.
A felicidade, porém, apresenta-se com simplicidade, destituída de atavios e complexidades que somente a enfeitariam sem produzi-la em realidade, qual mecanismo de fuga em relação à sua conquista verdadeira.
Assim, é possível desfrutar-se de felicidade em qualquer situação, desde que não se estabeleça que terá de permanecer duradoura, incessante, sem desafios emocionais e físicos, de trabalho e de renovação interior, tornando-a monótona e tediosa.
Afinal, a vida física é de efémera duração, sendo uma escolaridade para ser alcançada a plenitude espiritual em definitivo após o trânsito carnal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:24 pm

Prazer e felicidade
O prazer está mais vinculado aos sentidos físicos, embora se expresse também na área emocional, como satisfação, contentamento, em face dos resultados adquiridos nas lutas empreendidas, convertendo-se em gozo, muitas vezes confundindo-se.
A felicidade advém do auto-conhecimento, da identificação do Self com o ego que se adapta às imposições superiores, passando a vivenciar as emoções e os sentimentos de beleza, de harmonia e de tranquilidade. Facilmente experimentam-se prazeres, gozos, boas disposições e mais especificamente felicidade, quando se atingem estados de elevação e de superação das tendências primitivas, das más inclinações.
Normalmente se buscam prazeres de resposta imediata em consumismo, em posturas hedonistas, dando largas à libido e às paixões. Porque são muito rápidos, quase sempre deixam uma sensação de desencanto ou de ansiedade por novas vivências, o que conduz ao aturdimento ou à usança de expedientes de diversa elaboração, gerando dependência e posterior inquietação.
Os prazeres são necessários à existência física, sem os quais a mesma perderia o sentido, caso estivesse assinalada somente pela luta, pelos desafios, pelas insatisfações e tormentos. Nada obstante, deve-se anelar por satisfações mais significativas e não variáveis, que assinalem profundamente os sentimentos, ensejando o prolongamento dos esforços em favor da evolução.
O prazer ocorre com pequenos resultados, enquanto que a felicidade deve ser trabalhada, conquistada, passo a passo, ao largo do tempo.
Jamais será uma dádiva do destino, uma concessão gratuita da Divindade.
Enquanto o corpo fica em lassidão após determinados prazeres do estômago, do sexo, dos esforços em qualquer área, em que se experimentam prazeres, a felicidade nunca proporciona cansaço, mal-estar ou stress por novos logros.
A mente fica, então, desperta, o que proporciona prazer quando se observa algo agradável e encantador, ensejando o momento de felicidade que vem depois.
O prazer induz à posse, ao acúmulo, à obstinação pela conquista de coisas, enquanto que a felicidade deflui da superação dos tormentos de possuir, de preservar, de multiplicar.
O prazer dos relacionamentos felizes com as demais pessoas proporciona a felicidade de encontrar-se lúcido e útil ao grupo social, trabalhando em favor da harmonia geral, pela contribuição valiosa da presença e da convivência fraternal.
Pode-se asseverar, nesse caso, que o amor e a amizade são desencadeadores de felicidade, em razão do significado psicológico dessas qualidade morais do espírito em crescimento na escala da evolução.
A identificação daquilo que proporciona prazer e felicidade é muito importante no desenvolvimento da harmonia interior e na busca da realização existencial.
Cada indivíduo, por estagiar em um nível próprio de evolução, experimenta de forma especial o prazer e a felicidade, o que lhe faculta elaborar projectos e desenvolver esforços para alcançar esses estados.
No respeito a si mesmo, ao próximo e a Deus, reside o elemento básico para a harmonia emocional do ser humano, para o seu amadurecimento psicológico, para que se consiga a felicidade, que é de valor inestimável. Ninguém vive, por outro lado, sem as emoções negativas, em razão dos embates, das heranças ancestrais, dos arquétipos que permanecem no âmago de todos. Todavia, trabalhar para convertê-las em edificantes, positivas, é dever a que todos estão convidados, de modo a diluí-las como um sol benfazejo desfazendo a névoa que obscurece a paisagem...
Por meio de exercícios mentais e físicos, torna-se possível viver em alegria e bem-estar, desfrutando-se de prazeres e conseguindo-se a felicidade, à medida que se liberta das injunções perversas do stress, das aspirações ambíguas e dos sentimentos de insatisfação e intolerância.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:25 pm

É indispensável, para tanto, um treinamento de controlo dos sentimentos controvertidos, gerador de hábitos agradáveis e apaziguamento interior das ambições destituídas de sentido psicológico superior.
O ser humano está fadado à felicidade, sem dúvida, avançando no rumo da auto-realização mediante prazeres e satisfações que complementam a existência.

Temas para reflexão:
(...) “O homem deseja ser feliz e natural é o sentimento que dá origem a esse desejo. Por isso é que trabalha incessantemente para melhorar a sua posição na Terra, que pesquisa as causas de seus males, para remediá-los. Quando compreender bem que no egoísmo reside uma dessas causas, a que gera o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que a cada momento o magoam, a que perturba todas as relações sociais, provoca as dissensões, aniquila a confiança, a que o obriga a se manter constantemente na defensiva contra o seu vizinho, enfim a que do amigo faz inimigo, ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua felicidade e, podemos
acrescentar, com a sua própria segurança. E quanto mais haja sofrido por efeito desse vício, mais sentirá a necessidade de combatê-lo, como se combatem a peste, os animais nocivos e todos os outros flagelos. O seu próprio interesse a isso o induzirá. (784).

“O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes.
Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro.”
Comentários de Allan Kardec à questão 917.

* “O meu reino não é deste mundo”. João XVIII: 36.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:25 pm

8 — REFLEXÕES SOBRE A SEXUALIDADE
Polaridades sexuais e suas funções. — Compromissos ético-morais em relação à conduta sexual. — Sexo, saúde e vida.

Em face da problemática da evolução, a vida sexuada remonta aos períodos mais recuados do processo antropológico, quando o instinto de reprodução instalou-se no ser primitivo, na origem das expressões vivas em a Natureza.
Sendo um dos instintos primários de grande vigor fisiológico, a sua função origina-se quando da liberação daluliberina, a responsável pelo controle dos hormônios sexuais, produzida no hipotálamo. Quando mínimas quantidades desse neurotransmissor são liberadas e captadas pelo diencéfalo, de imediato desencadeiam o desejo sexual. Da mesma forma, outra substância, a oxitocina produz o mesmo resultado, o que faz seja a busca sexual um fenómeno biológico portador de grande impulso e força, que induz o ser animal à reprodução, especialmente o humano, quando se associam a dopamina e a beta endorfina, facultando a actuação sexual ao lado do desejo, às vezes, infrene.
Proporcionando prazer, na área da sensação, também responde por emoções agradáveis e duradouras, especialmente quando decorrentes do sentimento de amor que deve participar com vigor no conúbio sexual.
A ausência desse sentimento superior, dá surgimento a contactos apressados, destituídos de significado emocional, que não chegam a produzir a harmonia interior esperada, nem a saciedade, antes induzindo a novas e variadas experiências, na busca mágica de intérmino prazer que mais cansa do que produz bem-estar.
Nas faixas primárias da evolução, o fenómeno tem por objectivo apenas a reprodução da espécie, em razão da falta de equipamentos nervosos e emocionais para a formulação do prazer. À medida que o instinto se fixa no ser vivo, surgem sensações fortes que logo passam, transferindo-se para a criatura humana em cargas sensoriais expressivas, que lentamente, à medida que se desenvolve a emoção, produz mais profundos estados de gozo, proporcionando equilíbrio, alegria de viver e salutar intercâmbio hormonal, tanto físico quanto psíquico.
A união sexual é fundamental à existência humana, por cujo contributo a vida se expressa, facultando as reencarnações dos espíritos, a união afectiva e a responsabilidade entre os parceiros que se elegem e se vinculam através do tempo, estímulos à arte e à beleza, ao trabalho e ao progresso, à busca da felicidade.
A ignorância cultural e as frustrações de indivíduos atormentados, no passado, amargurados pelos conflitos, rotularam o sexo como manifestação apenas da animalidade predominante no homem e na mulher, denominando-o pecaminoso e imundo.
A sua função é digna e estabelecida pela natureza como essencial à reprodução, sem a qual a vida física se extinguiria.
Em consequência, os atavismos religiosos ultra-montanos encontraram uma forma de manter a castração sexual, determinando que somente deveria ser usado o sexo para a finalidade procriativa, como se a Divindade estabelecesse limites no sentimento do amor, determinando que uma expressão dele é nobre enquanto a outra se apresenta abjecta. Não têm, pois, razão, aqueles que assim pensam, porque a questão mais profunda não se limita à união dos sexos, mas à mente que se deixa viciar, procurando mecanismos eróticos para conseguir novas e estranhas sensações a que se permite, transformando a finalidade relevante da convivência com um parceiro em instrumento para a permissividade doentia.
Na condição de mecanismo sublime para a geração de vida, quando tem a sua função perturbada ou não reconhecida como parte integrante da existência, propicia conflitos e transtornos neuróticos de demorado curso, que infelicitam ainda grande número de indivíduos na imensa mole humana.
Da mesma forma, a herança perversa em torno da sua finalidade, como de condenação, remontando à expulsão do primeiro casal do paraíso, gerou, na mulher dos tempos idos, sofrimentos injustificáveis, que ainda remanescem em algumas doutrinas religiosas arbitrárias, que ao invés de libertar as criaturas, escravizam-nas ;i textos esdrúxulos de profetas transtornados e fundadores de religiões incapazes para a vida sexual...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:25 pm

O fenómeno sexual tem lugar, não no aparelho genésico, em si mesmo, mas no diencéfalo, onde se expressam os variados estados de excitação. Nessa região, os neurotransmissores específicos da função sexual produzem as ânsias do desejo e favorecem com as reacções orgânicas indispensáveis à comunhão fisiológica anelada.
Isso significa que a Divindade estabeleceu uma área específica no cérebro, para que a reprodução pudesse acontecer através de automatismos, que a evolução qualificou para melhor com a cooperação consciente do sentimento de afectividade.
Nas faixas ainda primárias, o abuso decorrente de falsas necessidades de prolongar indefinidamente o prazer, levou o indivíduo a comprometimentos psicológicos que redundaram em atuais condutas extravagantes e perturbadoras da função em si mesma.
Por outro lado, os comportamentos ansiosos e insatisfeitos, diante do natural cansaço da organização fisiológica, passaram a descobrir elixires e poções mágicos para o prolongamento da sensação, culminando, na actualidade, com o uso de substâncias químicas vasodilatadoras, que, certamente produzem prejuízos diversos, à medida que são absorvidas pelo organismo, não preparado para a ingestão dessa natureza.
A vitalidade sexual tem o seu início, o seu apogeu e a sua inevitável decrepitude, em períodos próprios da existência, de modo a serem transformadas as suas energias em outros tipos de fontes criativas, na arte, na religião, em aplicações de outra natureza, nas quais se expressa de forma inexaurível.
Aliás, toda a vida orgânica experimenta esse fenómeno de fragilidade, a princípio, pujança e decadência depois, que são resultantes dos impositivos da evolução e da transitoriedade da maquinaria física, programada para um determinado período e sem possibilidades de ininterrupta actividade. No mundo das conjunturas relativas, não poderia estar reservado ao corpo físico um programa superior às possibilidades estruturais da sua constituição temporal. Não seja, portanto, de estranhar, que todas as funções orgânicas tendam, naturalmente, a sofrer alterações e a avançar no rumo da deterioração.
A mente activa, decorrência natural do espírito lúcido, comandará sempre o carro celular, em qualquer período, no entanto, dentro das possibilidades que lhe constituem os equipamentos em uso.
Dessa forma, o sexo deve ser vivenciado com equilíbrio, ponderação, responsabilidade e discernimento, de modo que não se transforme em factor de perturbação ou de transtorno de comportamento.
A utilização saudável da função sexual constitui expressiva conquista moral do espírito, que lentamente se liberta das paixões mais grosseiras para alcançar os patamares da afectividade sem angústia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:26 pm

Polaridades sexuais e suas funções
Em realidade, no diencéfalo é que se encontram as funções das duas polaridades sexuais, na área pré-óptica do hipotálamo, que se apresenta mais volumosa no cérebro masculino, com uma formação específica, enquanto que, na mulher, apresenta-se duas vezes menor. Exactamente nesse campo é que a luliberina é produzida e liberada.
Ao estímulo dessa área surge, por automatismo, o interesse do homem pela mulher, desencadeando o desejo sexual quase incontrolável.
Certamente outras áreas do cérebro também contribuem para a manifestação da função sexual, mantendo vinculação com o aparelho genésico.
Já, em referência à mulher, o seu centro de estímulos encontra-se em o núcleo ventromedial do hipotálamo, sendo o mesmo nos demais animais mamíferos, que se submetem ao ato quando as fêmeas são buscadas pelos machos.
É nesse núcleo, portanto, que se expressam, no sexo feminino, as imposições dos hormônios sexuais.
Desse modo, no cérebro igualmente situam-se as polaridades sexuais, do ponto de vista de funcionamento, porquanto as expressões anatómicas são de natureza orgânica, que nem sempre correspondem às aspirações psicológicas do ser, dando lugar aos interesses homossexuais.
Graças à sua localização no cérebro, a função sexual manifesta-se de forma variada, seja de natureza romântica e terna ou através de comportamentos tímidos, de explosões de agressividade, de crueldade, de indiferença e de perversidade.
Desse modo, a atracção entre os dois sexos é procedente de fenómenos diferentes no cérebro, facultando a conquista, o companheirismo e a união sexual, dependendo do hormônio que é secretado, a partir do momento em que o outro é visto, é recordado, é desejado...A partir do primeiro contacto visual ou físico com o outro indivíduo de sexo oposto, o cérebro masculino libera o hormônio vasopressina, que irá responder pelos sentimentos de fidelidade, de posse, de busca para a complementação sexual. Durante a fase de sedução e encantamento, o homem está sob essa poderosa influência até o momento quando, estimulado e pronto para a união física, passa a experimentar a acção da oxitocina, que é igualmente relevante para as sensações e emoções femininas. A união sexual, portanto, ocorre em ambos os parceiros sob essa acção prodigiosa, encarregada do desejo e da satisfação.
A sabedoria divina que compôs a organização cerebral para a união sexual, qual ocorre com as demais áreas referentes às diversas funções da vida fisiológica, psíquica e emocional, favorece a ambos os parceiros, no momento do clímax da união, a liberação de endorfina, a fim de que haja bem-estar e satisfação, que podem ser prolongados pela ternura e gratidão, que devem suceder a esse momento, quando advém o relaxamento muscular e físico generalizado.
Nas pessoas sensíveis e disciplinadas, exercem um desempenho de alta relevância no convívio sexual dos parceiros masculino e feminino, a carícia e a conversação amorosa, que se encarregam de estimular as áreas cerebrais correspondentes para a produção e liberação dos hormônios próprios para a função sexual.
A precipitação, a falta de preparação emocional, quando se busca apenas o conúbio físico, embora possa produzir a resposta cerebral, traz como resultado emocional a frustração, o futuro desinteresse, os conflitos da insatisfação...
O amor, na função sexual, é muito importante, mesmo do ponto de vista fisiológico, porque a liberação da oxitocina proporciona harmonia, já que esse hormônio é responsável pela sensação de paz que os parceiros experimentam clímax da coabitação.
A máquina cerebral é tão extraordinária na sua funcionalidade que, nesse momento, também libera ofióides que respondem pela satisfação e alegria derivadas da comunhão orgânica, impossibilitando os atritos e as disposições agressivas.
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Série Psicológica Vol. 14 - Encontro com a paz e a saúde/Joanna de Angelis - Página 3 Empty Re: Série Psicológica Vol. 14 - Encontro com a paz e a saúde/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:26 pm

Desse modo, a comunhão sexual contribui poderosamente em favor da harmonia entre os parceiros, melhorando os grupos sociais, evitando as costumeiras agressões e crueldades.
Nos indivíduos satisfeitos sexualmente e harmonizados, sem os conflitos angustiantes e perturbadores da insegurança, da timidez, da inferioridade, predominam a alegria de viver, o bem-estar em relação à existência, o desejo natural da procriação, da protecção à família, da boa luta em favor do progresso pessoal e da comunidade.
Na função sexual encontram-se muitos factores que propiciam a paz assim como os conflitos, dependendo da conduta e do estado em que se encontrem os indivíduos masculinos e femininos.
Aqueles, porém, que transitam no corpo sem parceria, nem por isso devem entregar-se ao desencanto, à melancolia, à infelicidade. Direccionando a mente para os ideais de beleza, de fraternidade, do trabalho na arte, na pesquisa, em qualquer área em favor da auto-realização, experimentam equivalente bem-estar, idêntica satisfação em face da liberação de outros hormônios como a dopamina, a beta endorfina, que os reconfortam.
Assim sendo, nada obstante a necessidade da comunhão sexual, não somente através dela é possível a harmonia, mas também mediante outros mecanismos de realização pessoal, social e espiritual.
O ser humano é, antes de tudo, o espírito que acciona o corpo e não somente o seu cérebro.
Como é certo que os hormônios são responsáveis pelas ocorrências do prazer e do desconforto moral, da harmonia como da agressividade, da alegria como da tristeza, é o espírito que imprime nos neurónios a capacidade de produzir este ou aquele neurotransmissor responsável por tal ou qual finalidade.
Nesse desempenho, o mapa das reencarnações estabelece os mecanismos próprios para os necessários resgates de compromissos anteriores, para a promoção de novas conquistas, para as realizações libertadoras que devem constituir programa de ascensão e nunca de queda ou de estacionamento nas trilhas da evolução. Não fora dessa forma e a vida com os seus notáveis contributos emocionais não mais seria do que resultado de processos neuro químicos, definindo os seres e submetendo-os aos seus caprichos ilógicos, conforme afirmam alguns materialistas confessos.
Há sempre uma causa antes do fenómeno que sucede na vilegiatura material, antecipando-o nesta existência.
Felicidade, portanto, e desengano, são produzidos pelos hormônios neuronais, em face dos impositivos espirituais encarregados da evolução. São eles que diferenciam as criaturas, que determinam as polaridades e suas funções, no aparelho genésico e no cérebro, de modo que expressem como impositivo o que se torna necessário para o processo evolutivo dos seres humanos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:26 pm

Compromissos ético-morais em relação à conduta sexual
Os saudáveis relacionamentos sexuais favorecem o equilíbrio emocional entre o ego e o Self, proporcionando real alegria de viver.
Lamentavelmente, porém, a vulgarização do ato sexual, apresentado mais como resultado de condimentos eróticos do que resultado de sentimentos que se fundem através do amor, gera expressivo número de comportamentos alienantes, que culminam por transtornos de vário porte. Não são poucos os desconfortos defluentes do ato sexual em face dos distúrbios entre a imaginação, os fetiches, os condicionamentos emocionais e a realidade. A timidez de uns e o atrevimento de outros facultam choques de conduta que se revelam profundamente perturbadores nos relacionamentos, quando se deveria primar pelo equilíbrio, mediante condutas ético-morais pertinentes a uma função de tão complexo significado, qual a de natureza sexual. Os vícios a que se acostumam os indivíduos, mediante a auto-satisfação e a exacerbação dos estímulos pela imaginação, os desvios de conduta sexual, raiando a verdadeiras aberrações criam dependências emocionais, que não encontram satisfação quando no uso equilibrado das funções genésicas.
Ademais, trazendo no inconsciente profundo as marcas dos compromissos infelizes do passado, a actual existência faz-se assinalada por inseguranças e medos, quando não por distúrbios do sentimento e dubiedade de conduta, mantendo um comportamento social correspondente às exigências do grupo em que se encontra e outro de natureza mental, vicioso, vulgar, promíscuo...
As paisagens mentais de incontável número de pessoas apresentam-se ricas de imagens chulas e atentatórias ao pudor, impondo devaneios que se tornam cada vez mais inquietantes, pela impossibilidade de se tornarem realidade no mundo das formas. Estorcegam, esses, que se permitem o prolongamento da anomalia, sem buscarem psicoterapias convenientes, em verdadeiros conflitos que defluem da viciação mental em que transitam.
Negando-se a situação de enfermos em processo de recuperação, fogem da realidade para os guetos morais dos lupanares e motéis onde se encontram à disposição os instrumentos do prazer doentio, ampliando a área emocional de insatisfação e desatino que culminam por danos psicológicos, às vezes, irreversíveis.
O Self acumula as experiências e as amplia em cada jornada reencarnatória, propiciando as condutas compatíveis com os hábitos armazenados. Por essa razão, cada qual vivência aquilo a que está acostumado, embora deva buscar a renovação e a aprendizagem de novas experiências que conduzam à saúde moral e física, mental e emocional, para a qual a função sexual desempenha um papel de significativa importância.
O relaxamento dos valores éticos e morais dá margem aos voos da imaginação exacerbada, propondo prazeres exaustivos de qualquer forma, que não conseguem acalmar os seus aficionados. Quanto mais se vulgarizam os actos sexuais, mais necessidades falsas se apresentam para o seu atendimento. Por isso que a lamentável contribuição da pornografia com todos os seus derivados, torna-se de resultados danosos ao saudável relacionamento entre dois indivíduos masculino e feminino.
Certamente, não se torna necessária qualquer técnica de castração, de impedimento à realização sexual. Nada obstante, a liberação exagerada e os ingredientes que são oferecidos para os bons resultados, são mais morbosos do que salutares.
O sexo deve ser considerado como órgão proporcionador de alegria, mas também de funções específicas, aquelas que lhe são pertinentes, e não apenas de prato apetitoso de gozos infindáveis.
Não é, portanto, o sexo que aturde o indivíduo, mas a sua mente e conduta depravada que o levam ao desvario. Como justificativa para a alucinação que toma conta de grande parte da sociedade, facilitam-se as condutas sexuais conforme os padrões de cada pessoa, dando lugar aos abusos da função e aos desvarios da prática.
Tudo quanto violenta a natureza em si mesma, nas suas construções e apresentações, nas suas finalidades orgânicas, transforma-se em motivo de desordem, afectando o ser humano de maneira significativa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:26 pm

O sexo foi colocado a serviço da vida e não esta à sua servidão.
O ser humano, possuidor de inteligência e de consciência, dispõe de mecanismos superiores para o trânsito evolutivo pela área da razão, utilizando-a para a vivência equilibrada das funções de todos os órgãos, ao invés da exaltação e preferência de um deles, em detrimento dos demais. Decorre, desse abuso, o exaurimento de energias, a saturação do tipo do prazer experimentado, o desinteresse emocional pela vida fora dessa única realização, o tédio existencial, fugindo-se, então, para o alcoolismo, a drogadição, a revolta.
Quando se descamba no rumo das dependências referidas, começam a desagregação da personalidade, a instalação de transtornos depressivos profundos, de alienações da realidade, até o momento infeliz do surto que empurra para o suicídio ou para o homicídio...
Por outro lado, a vivência desregrada pelo abuso sexual ou pelo seu uso indevido, antiético, já é uma forma de distúrbio de conduta e uma indirecta opção mesmo que inconsciente, às vezes, pelo suicídio a que se lança o paciente.
A vida é rica de objectivos elevados, cabendo ao Self estruturar-se de forma que a sombra escura ceda passo à claridade do discernimento das finalidades existenciais, além da eleição de uma área de comportamento especial. Toda vez quando o ser cinge-se a um tipo de conduta com desligamento da complexidade delas, que produz a saúde emocional e mental, experimenta inquietação íntima e insatisfação por mais se afervore no que faz, às vezes, fanatizando-se, como mecanismo de fuga do conflito em que se debate.
Nesse sentido, quando se apresentam conflitos entre a polaridade física e a psicológica, facultando a afectividade homossexual, cabe aos indivíduos a vivência da ética-moral, deixando-se inspirar pelo amor real e sublimando os sentimentos. Quando essa meta não é conseguida, o afecto e o respeito devem constituir recursos valiosos para a parceria, evitando-se a promiscuidade, o comportamento exótico e provocador, que caracteriza transtorno da emoção, agressividade contra a sociedade que, afinal, não é responsável pelos conflitos de cada cidadão.
A interiorização do sentimento de amor depois de trabalhado com esmero, expande-se dignificante e rico de bênçãos em todas as áreas do comportamento humano, não apenas expressando-se elevado nos relacionamentos heterossexuais.
Constatado que o homossexualismo não tem natureza patológica, nem é impositivo neuronal, conforme os estudos de nobres neurocientistas da actualidade, reconhecida a tese pela Organização Mundial de Saúde, podemos afirmar, sim, que se encontra geneticamente assinalando alguns neurónios, de forma que a produção de hormônios seja compatível com as heranças espirituais do passado, sempre as grandes delineadoras do presente e do futuro, ou com as necessidades evolutivas...
O espírito progride viajando através de ambas as polaridades, masculina e feminina, facultando que, na mudança de uma para outra, por necessidade de progresso, as marcas (arquétipos) da existência anterior fixem-se na constituição actual, sem nenhum carácter de natureza cármica, punitiva, como pretendem alguns estudiosos, ou por efeito da necessidade de rectificação de erros anteriormente praticados, vivenciando novas experiências iluminativas.
Seja, no entanto, qual for, a causa anterior que responde pela actual conduta homossexual, por esse conteúdo anima que se encontra no ser masculino, assim como pelo animus que faz parte da constituição feminina, adquirindo prevalência e impondo a necessidade de atendimento, a conduta moral do espírito irá delinear-lhe a existência harmônica ou conflitiva, insatisfeita ou não, pela qual transitará.
O fato de alguém amar outrem do mesmo sexo não significa distúrbio ou desequilíbrio da personalidade, mas uma opção que merece respeito, podendo também ser considerada como uma certa predisposição fisiológica. Pode-se considerar como uma necessidade sexual diferente com objectivos experimentais no processo da evolução.
O amor, no entanto, será sempre o definidor de rumos em favor do ser humano em toda e qualquer situação em que o mesmo se encontre.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2024 8:27 pm

Sexo, saúde e vida
O momento máximo da comunhão sexual apresenta-se, quando os parceiros se percebem portadores da progenitura. A constatação do fenómeno procriativo constitui emoção incomum no processo da evolução racional do ser humano.
Especialmente a mulher que se converte em mãe, quando consciente da grandeza e significado da gestação, desde então, tornando-se abençoada por contínua produção de dopamina e oxitocina, tem o seu diencéfalo programado para essa finalidade, experimentando felicidade e bem-estar, exceptuando-se, naturalmente, os casos de vivências provacionais e expiatórias.
Nesse período, a mulher torna-se una com o ser em processo de renascimento, mental e emocionalmente, experimentando as mesmas sensações de bem ou de mal-estar.
Quando nasce a criança, o ato da amamentação também o é de felicidade, em razão do prazer que experimenta a mulher nutrindo o seu rebento, dando lugar ao aprofundamento da afeição entre ambos. Essa afeição profunda favorece a mulher-mãe com uma alta percepção em torno de tudo quanto acontece com o filhinho, aguçando-lhe a capacidade de ouvir, de sentir, de compreender, que se prolonga por toda a existência. A mulher nasce programada para a maternidade, como afirmamos acima, em função da necessidade evolutiva, possuindo no cérebro as marcas genéticas para tal fim.
A felicidade maternal é de tal ordem que as emoções, as sensações do filho se reflectem na mulher, e vice-versa, tornando-se os dois, praticamente um único ser...
Os homens também experimentam grande ventura pela procriação, sentindo-se realizados na condição de progenitores, o que lhes faculta afirmação da personalidade e da masculinidade, proporcionando-lhes maior completude no lar.
Indivíduos imaturos, no entanto, quando não preparados para a progenitura experimentam ciúme em torno do relacionamento da mãe com os filhos ou vice-versa, acreditando que os mesmos vieram roubar-lhes o amor do parceiro, quando, compreensivelmente, esse amor, ao invés de diminuído, mais se enriquece, por libertar-se da injunção de direccionado em relação apenas a uma pessoa.
Quando há maturidade psicológica, ambos os progenitores mais se aproximam, a fim de atenderem a prole, favorecendo-a com a segurança própria ao seu desenvolvimento, considerando-se a dependência total de que são portadores, enquanto que os adultos já podem vivenciar a existência com os próprios recursos de que dispõem.
Os filhos enriquecem o lar, ampliam a capacidade de dever nos pais, dão um significado profundo à união dos adultos, o que proporciona a real felicidade na união.
Graças a eles, a luta dos progenitores faz-se com mais profundos objectivos, facultando maior desenvolvimento intelecto-moral e maior sustentação de ideais de felicidade para a família.
Quando, porém, a união está periclitando, pensa-se, muitas vezes, indevidamente, que a chegada de um filho poderá salvá-la, o que nem sempre acontece, porque, passadas as alegrias iniciais, retornam o tédio e o desinteresse entre os parceiros, que se distanciam, inconsciente ou conscientemente.
Sem embargo, os parceiros que não procriam por uma ou outra razão, física ou psicológica, não se devem entregar à perda da motivação conjugal, porquanto a pater-maternidade pode estender-se ao sentimento de solidariedade, abarcando outras vidas como credoras de carinho, favorecendo o desenvolvimento geral do grupo em que se encontram, tendo em vista a família universal de que fazem parte. Não somente através da procriação biológica pode-se experimentar o inefável prazer de ser-se pai ou mãe, mas também mediante a adopção do sentimento humanitário, artístico, cultural e espiritual.
O bom direccionamento da mente em favor dos ideais favorece a existência com uma forma de maternidade ou de paternidade feliz, que estimula ao prosseguimento existencial enriquecido de alegria e de bem-estar. O sexo, portanto, a serviço da vida, é portador de saúde comportamental, que se expande na emoção e no psiquismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:27 am

Uma vida saudável sexualmente responde por sentimentos de alegria e de bem-estar, ampliando as áreas dos relacionamentos sociais e idealísticos em que se encontram as criaturas.
Vale, porém, sempre ressaltar, que o sexo deve ser exercido com a valiosa contribuição do amor, que estimula a produção dos hormônios propiciatórios ao prazer e ao equilíbrio, sem a pressa dos indivíduos psicologicamente irrealizados, tanto quanto daqueles que, saturados de experiências bizarras, esperam satisfação apenas orgânica, sem a contribuição da emoção plenificadora.
Educando-se, desse modo, a mente, e disciplinando-se a vontade, as funções sexuais expressam-se naturalmente e de forma equilibrada, evitando o mergulho em transtornos neuróticos ou psicóticos, subtis ou profundos, em razão da perfeita identificação entre as ambições do ego e as possibilidades do Self que rege o comportamento humano.
Por fim, podemos referir-nos a indivíduos que nascem com características masculinas ou femininas e são considerados conforme a aparência, que se altera por ocasião da adolescência, na puberdade, quando se definem morfológica e psicologicamente as funções sexuais através dos órgãos anexos.
O fato demonstra que no cérebro estão gravados em áreas próprias para a função e a fisiologia sexual, desenvolvendo-se de forma própria e independente. Seja através dos relacionamentos saudáveis ou ocorra mediante a abstinência consciente e tranquila, sem traumas, nem imposições de qualquer natureza conflitiva, o sexo é portador de mensagem vigorosa de paz e de alegria.
Sexo e saúde são termos da mesma equação da vida.

Temas para reflexão:
200. Têm sexo os Espíritos?
“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância de sentimentos.”
*
“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros.
João: 13-34.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:28 am

9 — A CONQUISTA DA CONSCIÊNCIA
Heranças inconscientes. — Despertar da consciência. — Consciência plena.

O ser humano transita invariavelmente pelo processo evolutivo em estado de adormecimento no que diz respeito às acções, vitimado pelo ressumar dos arquivos do inconsciente, que liberam hábitos e actividades fixados, ensejando-lhe a repetição automática dos mesmos, sem o necessário discernimento que advém da conquista da consciência.
Em face do largo trânsito pelas faixas mais primárias, quando as experiências faziam-se predominantemente na área sensorial, abrindo possibilidades para o futuro racional, os pródromos da consciência irromperam em insights para fixar-se no Self, após as actividades demoradas do ego.
O desabrochar das potencialidades internas do ser fazem-se muito lentamente, enquanto as vivências orgânicas da sobrevivência, da manutenção do corpo, do repouso e da reprodução prevalecem assinalando com vigor a vilegiatura humana, nas repetidas reencarnações.
Em cada oportunidade instalam-se novos valores que se fundem no inconsciente individual com as heranças do colectivo, impulsionando sempre para mais elevadas percepções.
A aquisição da consciência é processo lento e profundo, porque se encontra em germe no próprio ser, como a pérola preciosa na concha escura do molusco bivalve onde se desenvolve após a irritação no tecido que lhe dá origem...
O Upanixade assevera que Essa divindade que se vai manifestando nas actividades do universo habita sempre no coração do homem como alma suprema. Aqueles que a identificam através da percepção imediata do coração, atingem a imortalidade.
É óbvio que a imortalidade é o destino dos seres sencientes, especialmente quando atingem o período de humanidade. No entanto, o adormecimento da consciência dificulta-lhes avançar nesse rumo, porque ignoram o discernimento diante dos acontecimentos existenciais, sendo levados pelas paixões primitivas, aquelas que terão de ser abandonadas durante o curso de iluminação interior.
Essa busca para o encontro ocorre no domínio da natureza onde o ser está localizado, sendo-lhe necessário entender os mecanismos dos fenómenos de maneira lógica e real, o que o leva às causas essenciais e o encoraja para as novas conquistas que significam auto-libertação e auto-iluminação.
Em um sentido figurado, trata-se da inteligência que abrange o conhecimento, mas também do coração que sente e se aformoseia no amor, essa divina essência da vida, que é o ponto culminante da busca. A partir do momento em que ele se instala no íntimo, torna-se mais fácil o avanço, pois que resulta da superação do ego e das suas cargas de paixões escravizantes. O ego não é o violino afinado para que a musicalidade do Universo possa dele espraiar-se, mas em face da capacidade que tem de ocultar o Self, quando entendido e trabalhado, liberta a melodia do sentimento de afeição que se vincula ao Amor Divino, facultando a identificação com a felicidade.
Nesse período de busca da consciência real, as imperfeições morais obscurecem o discernimento, apresentando valores que não são legítimos, mas que são disputados em renhidos combates perturbadores, que assinalam o espírito com futuros conflitos e tormentos que poderiam ser evitados, caso tivesse a clara visão da realidade e do objectivo final, que é a plenitude.
Em face da ignorância dos tesouros do amor, o indivíduo se demora em discórdias e falsas posturas de superioridade, dividindo e impondo regras infelizes nas comunidades de que fazem parte. É nessa fase que surgem os comprometimentos com a intolerância, expressando-se em discriminações vergonhosas, como se todos os seres não procedessem da mesma Génese Soberana.
Há, apesar desses limites, uma ânsia profunda no cerne do ser humano, que é atingir a harmonia, entender o Uno, integrar-se-Lhe, sem a perda da sua individualidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:28 am

Esse cometimento se tornará possível, mediante o avanço, passo a passo, em que se vão superando os limites e aumentando a capacidade de compreensão do poderoso recurso da evolução.
Numa retrospectiva, pode-se analisar as aquisições logradas ao largo do raciocínio em relação ao tempo passado, entendendo os períodos superados e agradecendo as vitórias que foram conseguidas, e que resultaram dos impulsos para alcançar a Grande Luz.
Essa observação tranquila do já conseguido facultará possibilidades estimuladoras para as etapas que deverão ser conquistadas, sem danos emocionais nem perturbações do sentimento, antes, mediante o aprimoramento dos valores internos e as expectativas da vitória.
Teilhard de Chardin afirmava que o ser humano é a ponta da flecha do processo evolutivo, por encontrar-se, neste momento, com o melhor índice de consciência conhecido na Terra. Essa proposta, é resultado do seu conceito de que o processo da evolução ocorre mediante complexificação da consciência, mediante a agregação dos recursos cósmicos diante de uma força externa, que é tangencial, auxiliando a consciência que favorece com novos estados de ser. Trata-se, portanto, da ascensão no rumo da Consciência Universal, o Uno, a melhor directriz para alcançar-se o essencial: a plenitude!
Desse modo, o ser traz, em si mesmo, no seu inconsciente profundo, todo o potencial de que necessita para a autoconsciência, desenvolvendo-a nas muitas etapas das reencarnações, pois que, para tanto, se encontra no mundo físico.
A aquisição da consciência faculta a independência de cada um, ao mesmo tempo a vivência harmônica na comunidade em que se encontra colocado para evoluir, ensejando a fraternidade legítima, porque, somente através dela, no intercâmbio de sentimentos e de realizações, é possível alcançar a união com o Pensamento Cósmico.
Trata-se de um processo que avança do simples para o composto, do escuro para o claro, da ignorância para a compreensão, da morte para a imortalidade com todo o seu potencial de vida e de bênçãos.
Compreender a consciência tem sido um dos grandes objectivos da psicologia, questão sempre presente nos comportamentos de acção e de reflexão do ser humano.
Felizmente, alguns estudiosos já concluem que a consciência encontra-se no ser espiritual que é, adormecida, aguardando os esforços dos relacionamentos e dos conhecimentos para despertar, propiciando, cada vez mais, amplas capacidades de realização.
Será, portanto, na consciência, que se detectarão os conflitos e problemas desafios que afligem os indivíduos e que os psicoterapeutas deverão trabalhar com intensidade, de maneira a iluminar os seus complexos escaninhos, nos quais estão guardados todos os fenómenos da historiografia da evolução de cada um.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:28 am

Heranças inconscientes
Esse oceano quase infinito que é o inconsciente humano, responde pela conduta e pelos reflexos mentais, emocionais e morais de cada indivíduo, que se expressa conforme os arquivos de que é portador.
Experienciando a inteligência há apenas duzentos mil anos, quando lhe surgiram os pródromos, e a razão, nos últimos dez mil anos, a aquisição da consciência permanece como um grande desafio, exigindo-lhe grande esforço para neutralizar os impulsos internos habituais, automáticos do instinto, abrindo espaços para a reflexão, o discernimento e a lucidez em torno da realidade.
Transitando numa forma de sono-sonho semi-desperto, as ocorrências apresentam-se conforme a imaginação e as impressões fixadas, não de acordo com a sua estrutura real, o que o aturde, não poucas vezes, quando procura identificação com os fatos. Ei-los em forma de imagens algo deformadas pela ausência de discernimento em torno da sua formulação. Somente, há pouco e pouco, a neblina que os envolve dilui-se ante a claridade do discernimento que coloca parâmetros e definições em todos eles.
Não se trata de uma conquista imediata, mas de um esforço contínuo, a fim de criar novos padrões de comportamento, apresentando de maneira nova as ocorrências antes destituídas de significado.
A visão de uma árvore, por exemplo, que se apresentava como um conjunto, sem muita nitidez, passa a oferecer os detalhes da copa, da folhagem, do tronco, das cores vivas... Da mesma forma, a floresta não somente representa o conjunto abrangente, mas os detalhes, as características variadas, tudo quanto a constitui, sem a perda do volume em que se apresenta.
Essa observação natural do detalhe, ensejando maior penetração no conteúdo, significa avanço em tomo do despertar para a realidade, para a conquista da consciência.
Compreensivelmente, o processo de crescimento começa na fase da consciência de sono-sem-sonhos, quando todos os acontecimentos são destituídos de significado psicológico, de realidade, expressando-se de maneira automática, repetitiva, retendo o indivíduo nos instintos primários de que se utiliza para sobreviver.
Embora o intelecto esteja em acção, não existem paradigmas para o comportamento que estejam arquivados no imo, sendo essas as primeiras experiências que se consolidarão, à medida que sejam vitalizadas, podendo ressumar em forma de conhecimento que se aprimora quanto mais sejam vivenciadas.
Nesse cometimento, a vontade ainda não estruturada é responsável por um papel importante. Se estimulada a prosseguir no objectivo do despertamento, facilitar-lhe-á a ocorrência, mas se permanece sem estímulo, deixa de produzir o resultado desejado. A vontade significa o desejo de mudança, de crescimento na escala dos valores humanos, a fim de alcançar-se a perfeita lucidez, mediante a qual é possível a vivência da alegria e do bem-estar psicológico.
Nas manifestações mais primárias o prazer é sempre decorrência das manifestações sensoriais, que irão facultando as expressões emocionais encarregadas de tomar as áreas da organização física, por melhor traduzirem os conteúdos do ser profundo, do Self, o herdeiro do arquétipo primordial em cujo cerne a vida é plena.
À medida que o ressumar das experiências antropológicas encontra campo no ego para expressar-se, de alguma forma liberam os seus resíduos mais dominantes, facultando novos arquivamentos que irão constituir a consciência lúcida do futuro.
A esmagadora força dos instintos começa a experimentar o trabalho da vontade desperta para o equilíbrio e a disciplina, transformando impulsos em ideias e desejos sensoriais imediatos em aspirações psicológicas portadoras dos sentimentos do belo, do bom, do nobre. Um subtil discernimento assoma, então, considerando o que é apenas prazeroso em relação àquilo que é útil, proporcionando bem-estar e promovendo a alegria de viver, sem os constrangimentos das sensações exclusivas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2024 11:29 am

Concomitantemente, o super-consciente irriga o abismo da inconsciência com aspirações desconhecidas que se encarregam de romper o envoltório denso das necessidades orgânicas, a fim de que surjam os anseios de felicidade fora das satisfações habituais. A ciência e a arte de pensar com discernimento constituem um avançado passo no processo da evolução em que se encontra o espírito humano, sempre convidado a mais amplas conquistas, porque lhe está destinado o patamar da sintonia cósmica, aguardando-o em vibrações de harmonia transcendente.
Haver alcançado esse nível de consciência é ter-se superado, conseguindo vencer os impulsos para adaptar-se ao raciocínio cada vez mais depurado, em ascese fascinante, cada vez mais enriquecida de possibilidades.
Ken Wilber, analisando os estágios da consciência, reporta-se às fases pré-pessoal, pessoal e transpessoal.
Na fase pré-pessoal, ainda, segundo ele, a consciência estagia no sensório físico, fantasmagórico-emocional e mente representativa.
Na segunda etapa, a pessoal, vive-se a mente regra-papel, mente reflexiva formal, visão lógica.
Por fim, no nível transpessoal, experiencia-se o psíquico, subtil, causai.
...E acrescentaríamos os fenómenos paranormais conscientes, responsáveis, incluindo a mediunidade lúcida e a saúde emocional.
Nesse período pré-pessoal, a predominância do sensório-físico é a experiência mais vivenciada pelo ser em quem o inconsciente governa as acções, porque todos os sentimentos estão embotados pelo fantasmagórico-emocional, no qual as reflexões operam-se através da mente representativa.
Os símbolos são os recursos que favorecem a comunicação e essas imagens da mente representativa são tudo quanto consegue demonstrar a capacidade de pensamento. No entanto, trata-se de uma conquista que ruma para novos comportamentos psicológicos, que as reencarnações facultarão ultrapassar mediante as vivências que são impostas pelo processo de crescimento intelecto moral.
A mente é campo fértil preparado para a sementeira de infinitas possibilidades, que são conseguidas graças ao esforço do Self em ampliar-se incessantemente, pois que essa é a fatalidade que lhe está reservada.
À medida que a consciência aflora e se vai enriquecendo, a fase pessoal abre-lhe as perspectivas da razão e da lógica, facultando ao ser o raciocínio e o discernimento propiciadores do entendimento dos fenómenos da vida, do pensamento em si mesmo, da estética, da ética, da arte, da ciência e da tecnologia... Nada obstante, os alicerces profundos continuam enviando as suas mensagens perturbadoras em forma de conflitos existenciais e de traumatismos emocionais, em relação a tudo quanto não pôde ser liberado conscientemente.
A catarse ocorre através das distonias que devem ser trabalhadas pelos psicoterapeutas capacitados a penetrar-lhes nas causas profundas, erradicando-as com sabedoria e paciência. Por fim, na fase transpessoal, o ser humano supera-se e torna-se o senhor de si mesmo, podendo avançar com equilíbrio e paz na conquista do Universo, porquanto já conquistou o Self e agora é-lhe mais fácil o avanço.
Somente, então, as reservas do inconsciente profundo estarão transformadas em experiências-base do processo de crescimento, não mais interferindo na socialização e no desenvolvimento psicológico do indivíduo.
Ave sem Ninho
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