LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis

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Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis - Página 3 Empty Re: Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:17 pm

A eleição do comportamento sexual torna-se-lhe muito difícil, por não saber discernir qual a opção correta para uma existência saudável, porquanto teve os sentimentos violentados no período mais significativo do desenvolvimento das aptidões que devem manter a harmonia entre a anatomia física e a função psicológica desestabilizada.
Sentindo-se usurpada no seu direito de escolha, anula emocionalmente a função sexual, que lhe causou o tormento, vivendo sem experienciar o prazer nem a emoção elevada que a comunhão saudável com o seu parceiro deveria proporcionar.
O sentimento de vergonha estará sempre presente, assinalando o seu desenvolvimento e conspirando contra o seu equilíbrio emocional.
Somente através de uma psicoterapia muito cuidadosa, na qual o perdão desempenhará um papel preponderante, essencial, é que se conseguirá restabelecer a integridade do indivíduo, reajustando-lhe a personalidade fissurada pelos golpes das agressões sofridas.
A infância é, sem dúvida, o período experimental a construção de um comportamento espontâneo, sinalizado pela alegria de viver e pela disposição para crescer, desenvolvendo todos os valores que dormem no âmago do ser.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:18 pm

Conflitos do quotidiano
O conflito pessoal que vem da infância, porque não foi resolvido, se transfere com aspecto fantasmagórico para o relacionamento social, que se torna enfermiço, feito de desconfianças e ressentimentos contra as demais pessoas, para as quais é transferida a imagem do violentador, buscando a vítima, desse modo, fugir de tudo e de todos aqueles que aparentemente podem ameaçar-lhe a integridade física e emocional ferida.
Face ao problema o grupo social assume a aparência do ser odiento que dilacerou sem compaixão os sentimentos puros da criança, inibindo-lhe a liberdade e ameaçando-a, caso viesse a delatar a infâmia de que foi vítima, mesmo sem o desejar fazer.
Outra consequência marcante desse ato ignóbil é o medo da própria sexualidade, de que passa a experimentar vergonha e asco.
Na violação da inocência e da liberdade houve desestruturação do conceito dos valores humanos, que estão aparentemente representados pelos adultos, aqueles que mais facilmente expressam autoridade e comando, direccionamento e conduta dos grupos sociais.
A sexualidade natural, harmônica, decorrente de um sentido psicológico maduro, expressa-se também pelo olhar, quando esse é atraído por algo que lhe desperta a sensação ou a emoção. Quando se padece de inibição, o olhar permanece mortiço e oculto, em razão do paciente associar as novas manifestações do sexo ao insulto de que foi objecto.
Vive-se a hora da explosão sexual sem valor ético-moral na sociedade aturdida. Exposto de maneira ultrajante, produz sentimentos controvertidos e perturbadores.
O deus sexo vem-se tornando a meta máxima para ser atendida pela criatura, a fim de encontrar-se bem no grupo social. Somente que destituído de valor emocional, o relacionamento sexual faz-se tão insaciável quanto frustrante em razão dos apelos sensacionalistas e perversos, antes impondo-se pelas imagens visuais e sonoras que a Mídia apresenta como apelos vulgares de erotismo e pornografia.
Incapazes de ultrapassar a barreira da provocação, as vítimas da propaganda chula atormentam-se na ânsia insana de aproveitar o momento e as circunstâncias favoráveis e vulgarizadas, destruindo a família, os sentimentos interiores, para gozarem o máximo, embora o preço exorbitante de desgaste emocional, físico e espiritual que terão de pagar.
A hiper-excitação sexual através dos veículos da Mídia produz danos graves no comportamento, porque as imagens agressivas absorvidas nem sempre podem ser descarregadas de imediato, o que gera inquietude e insatisfação.
Por outro lado, a sociedade padece da imposição das actividades hiperactivas, exigindo movimentação incessante, viagens seguidas, negócios sucessivos, variedade de festas ruidosas, exibicionismo contínuo...
As músicas em altos decibéis, as buzinas dos veículos, as propagandas em volume insuportável, os pregões das novidades aturdem, levando os indivíduos a desesperos internos que fazem parte do quotidiano.
A perda do silêncio exterior tornou-se acompanhada da ausência da harmonia interna, e quando se está a sós, necessitando-se de quietação, o hábito mórbido do barulho conduz à busca das músicas bulhentas, das telenovelas, das ginásticas que facultam musculação, dos movimentos sempre para fora, com desprezo do corpo, embora o aparente interesse por ele.
Necessitando-se ter bem assentados os pés no chão, a fim de melhor sentir-se o corpo e a alma, é inevitável que se apresente a urgência do silêncio externo para a viagem interior. Quando não se logra essa tranquilidade, cria-se um mecanismo de isolamento dos sentidos físicos, que passam a seleccionar apenas o que se quer escutar, o que se deseja sentir, o que interessa em participar, logo anulando várias outras funções do corpo que ficam anestesiadas umas e bloqueadas outras.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:18 pm

Os conflitos do cotidiano são decorrência externa dos tormentos interiores do ser humano, que se vê a braços com excessos para os quais não se encontra psicologicamente preparado, excepção feita àqueles que fossilizam nas classes menos favorecidas sócio-economicamente, vítimas das injustiças vigentes.
Ao lado do barulho ensurdecedor, dos apelos ao uso do sexo desvairado, se apresentam a violência que estruge volumosa, a sujeira que se acumula em toda parte, as pessoas-objectos-descartáveis, no momento em que tudo é de valor secundário e utilitário, cessando a sua qualidade quando desaparece o interesse imediato.
Nesse báratro, o ser fragilizado pela perda de contacto com o corpo e com o Self, aturdido ante a imperiosa necessidade de manter-se vigilante para não perder o veículo da oportunidade que se apresenta auspiciosa para a conquista das coisas, desfigura o conteúdo da realidade, atirando-se no vazio existencial interior e na aparência que lhe disfarça os sentimentos, robotizando-se, sorrindo para agradar ou mergulhando fundo na depressão.
Por outro lado, esses conflitos do cotidiano induzem ao receio da insanidade, resultado da dissociação entre o corpo e o ego, na perturbação dos sentidos de forma generalizada. Simultaneamente outros factores tornam-se responsáveis pela ocorrência dos fenómenos apavorantes, quais o medo da doença, da pobreza, da violência, da morte, que inquietam o paciente e o levam ao sobressalto, efeitos remotos que são dos abusos vividos na infância, que não foram liberados.
Crianças, cujas mães não pararam de reclamar - exigentes e malcriadas -, não poucas vezes tiveram desejos quase incontrolados de esganá-las, a fim de que calassem a boca acusadora, deixando-lhes a mente infantil em paz.
Como consequência do impedimento de realizá-lo, nasce-lhes no íntimo um sentimento de culpa que permanece afligindo, e que é compensado através da expressão sexual destituída de sentimento de amor, tornando-se uma forma de explosão da raiva contida longamente ou se manifestando por meio da irrupção da ira e da revolta, assim diminuindo-lhes a pressão que experimentam.
No caso de conflitos dessa ordem, a terapia de reconhecer a raiva e exteriorizá-la através do choro profundo, do perdão ao algoz, removendo-a do inconsciente para o corpo que se relaxará, é de grande utilidade, assim contribuindo para um desenvolvimento psicológico maduro e saudável.
Esse medo da loucura trabalha em favor da mesma, afastando o paciente da realidade na qual se encontra e conduzindo-o ao cultivo das expressões que lhe dão aparente normalidade...
De forma equivalente, é o receio de aceitar a convivência com intimidade profunda, porquanto a ocorrência faz recordar o temido espectro de ser controlado pela pessoa com quem vive, facto que traz à mente a imagem dominadora do pai, que se caracterizava como conhecedor seguro dos sentimentos do filho, assustando-o e o ameaçando constantemente.
Há uma dicotomia muito marcante nessa conduta, e que é típica da infância, exteriorizando-se nas emoções de sedução e rejeição, amor e ódio, ou pior, amor e indiferença.
O ódio é uma forma de amor que enlouqueceu, sendo que a morte do sentimento de amor, muito pior do que o ódio, é a referida indiferença.
Uma terapia correta sob assistência de um especialista e o esforço do paciente buscando a libertação do conflito e a reestruturação da personalidade, iniciando pelo perdão ao ofensor e pelo auto-perdão, em considerando a impotência ante a circunstância malsã que o atingiu, contribuirão poderosamente para o equilíbrio perdido e o prosseguimento da jornada sem ruptura emocional perturbadora.
A harmonia sempre resulta de uma perfeita identificação entre o ego e o Self que devem conjugar esforços para o bem-estar do ser. Interagindo reciprocamente em perfeita identificação de propósitos, constroem uma estrutura saudável de personalidade capaz de enfrentar as vicissitudes e ocorrências desafiadoras do processo de crescimento e amadurecimento pessoal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:18 pm

O Ser humano perante si mesmo
Para que exista uma alegria expressiva e saudável num comportamento psicológico maduro, torna-se essencial o auto-encontro. Todas as conquistas do intelecto e mesmo do sentimento que se não integrem no cosmo do ser espiritual, tornam-se adornos da personalidade sem influência profunda na emoção, que pode permanecer com riscos de insegurança ou de crueldade, de medo ou de ressentimento. Todo conflito não superado, consciente e emocionalmente, ressurge com máscara diversa aprisionado à mesma matriz psicológica.
O inconsciente comanda o eu consciente através de automatismos muito bem elaborados durante todo o percurso sócio-antropológico, permanecendo mais na área do instinto primário repetitivo do que no racional lúcido, bem delineado.
Os automatismos do inconsciente funcionam de tal forma, que se faz necessário racionalizar os actos, a fim de adquirir consciência da própria realidade, em processo do pleno auto-descobrimento.
À medida que o ser se compenetra da realidade que é, como Espírito imortal, mais fácil se lhe torna o crescimento intelecto-moral, graças ao qual processa as dificuldades e desafios, empreendendo a inabordável marcha da felicidade.
No vaivém do cotidiano, a preocupação mais destacada diz respeito à identificação de todos aqueles com os quais convive, colocando-se à margem, preferindo, embora inconscientemente, ignorar o Si, não obstante os mecanismos conflitivos que devam ser alterados para um estado de saúde e de harmonia interior, do que decorrerão os equilibrados resultados de um relacionamento harmónico com os grupos familial, social e humano.
Nesse esforço desenvolve-se-lhe o sentimento de amor, que é todo construído através da equilibrada conduta psicológica em relação a si mesmo tanto quanto àqueles que participam do seu convívio.
A observação dos pensamentos habituais, que reflectem as fixações do inconsciente, o bom direccionamento deles para mensagens de optimismo e de esperança, de edificação e de progresso, constituem o primeiro passo na experiência nova da evolução, facultando um comportamento consentâneo com as aspirações mantidas, que enseja uma boa estruturação da personalidade.
O ser humano em si mesmo é sempre consequência dos seus actos anteriores. A cada realização desenvolvida apresentam-se novas propostas que dela resultam, ampliando o campo de crescimento emocional.
Os conflitos, portanto, à medida que vão sendo detectados e vivenciados racionalmente, desaparecem, porque as suas matrizes anteriores deixam de predominar no campo do inconsciente, que se renova diante das recentes directrizes que direccionam ao arquivamento.
Conceitos, antes não considerados, passam a receber cuidadosa reflexão, face à contribuição que facultam ao auto-esclarecimento, clarificando os tormentosos enigmas do comportamento.
Sem o egocentrismo perturbador, o indivíduo descobre quanto lhe é significativa a existência, investindo, em cada momento, de forma agradável e compensadora, esforços de auto-superação, que se transformam em fonte geradora de felicidade. O sentimento de auto-estima desabrocha, dando início a sentimentos de alta magnitude, graças aos quais surgem estímulos para amar ao próximo, permitir-lhe perceber a realidade em que se encontra, suas glórias e deficiências, os horizontes da vera fraternidade e dos relacionamentos edificantes responsáveis por uma sociedade realmente harmônica.
Quando o indivíduo pode enfrentar-se com tranquilidade, administrar os valores negativos, estimulando os recursos positivos, sem ressentimentos das ocorrências infelizes nem os júbilos exacerbados, realiza um expressivo labor de psico-síntese, dispondo-se à radical mudança de conceitos perturbadores, para renovar-se com acendrado interesse na eliminação dos conflitos que remanescem teimosos.
O homem e a mulher perante si mesmos, em auto-análise enriquecedora, constituem a grande meta da psicoterapia que liberta o paciente de quaisquer condicionamentos atávicos ou recentes, facultando-os caminhar com os próprios pés, para assumirem responsabilidades conscientes em relação aos próprios actos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:18 pm

Somente, portanto, pelo despertar do Si, através da ruptura da névoa da ignorância e dos conflitos que constituem bengala psicológica para continuar em sofrimento, é que o ser humano se redescobre, desenhando novos mapas de comportamento e emergindo da sombra, assim como desembaraçando-se do cipoal das dificuldades a que se submetia.
E um esforço hercúleo, que se faz compensado pela sensação de liberdade real, de crescimento interno, de visão correta dos fenómenos da existência, alçando-se sem temor a outros empreendimentos, que antes lhe constituíam grande temeridade.
O crescimento interior é, definitivamente, a grande meta a que devem aspirar todos os seres humanos. As heranças negativas que o agrilhoam aos transtornos psicológicos e sentimentos perturbadores, fazem parte do seu processo evolutivo, mas não devem permanecer enquanto se realiza, lutando pela conquista de mais elevados propósitos de emancipação emocional e espiritual.
Sendo o processo de desenvolvimento antropo-sócio-psicológico muito lento, é no período do discernimento que pode ser ampliado com maior facilidade graças
contributo da razão que amplia as capacidades de aspirar, de lutar e de nunca ceder ante a comodidade que significa desinteresse pela vida.
A luta que fortalece as resistências emocionais é fenómeno natural, automático da própria máquina orgânica, servindo de emulação para os desafios psicológicos e espirituais.
Graças a esse empreender de novas actividades, sem o abandono dos labores em curso, à capacitação de armazenamento de experiências úteis, ao interesse pelo enfrentamento dos desafios como ocorrências naturais do processus no qual se encontra, a consciência do Si sobressai, superando as constrições antagónicas dos instintos que permaneciam em prevalência na conduta, engrandecendo a criatura e a vida à sua volta.
Normalmente, com a aceitação fatalista e castradora de doutrinas religiosas que dificultaram o crescimento emocional do ser humano, este ainda permanece acreditando que a existência terrena é um fadário que tem de ser conduzido com o apoio da infelicidade, derrapando em masoquismo chão, injustificável.
O ser humano está fadado às estrelas, auto-iluminando-se com o esplendor da sabedoria - amor e conhecimento - de forma a atingir a meta para a qual foi criado: a perfeição!
Não se trata de uma fantasia religiosa ou de uma premissa falsa com carácter ilusório, que o sol da realidade desfaria de imediato. Mas de um direito que está outorgado pela própria fatalidade existencial.
Neste universo, no qual não existem o repouso, o nada, o estacionamento, por que ao ser humano estariam destinados a destruição, a estagnação, o sofrimento com o carácter mórbido de irremissível, a infelicidade sem termo? Assim fosse, e a vida perderia o seu significado, a sua própria justificação, porque a Causalidade Absoluta que a gerou ter-se-ia utilizado de um instrumento cruel e imperdoável de auto-prazer ante a tragédia cotidiana da própria Natureza no seu automático desgaste e incessante transformação.
O sofrimento não faz parte dos Soberanos Códigos da Vida, constituindo-se experiência do mecanismo da evolução, mediante o qual se processam as alterações moleculares das formas transitórias utilizadas pelo princípio inteligente do Universo, que é o Espírito.
Reconhecer a fragilidade em que se apresenta, as múltiplas necessidades, reais ou imaginárias que caracterizam cada qual, os riscos de recidivas em fenómenos perturbadores por preferências da sensação antes que da emoção superior, são reflexos de autoconsciência, de lucidez dos objectivos que devem ser alcançados, diferindo daqueles que estão expostos à facilidade.
Essas conquistas lentas e seguras, que muitas vezes necessitam de auxílio especializado, através de terapeuta competente que seja conhecedor do ser integral, e não apenas das expressões da psique cerebral, fazem parte dos objectivos essenciais, sem os quais a criatura estará sempre a braços com os tormentos que não mais se justificam.
Vive-se a hora dos grandes descobrimentos de fora, e, igualmente, das expressivas realizações interiores. O desenvolvimento da cultura tem por meta libertar o ser humano de todo o primarismo que lhe permanece infelicitador. Suas realizações externas impulsionam-no para as conquistas internas, mundo soberano no qual se encontram em abundância os preciosos significados da evolução.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:18 pm

Libertação do Ego
O remanescente dos instintos, dos impulsos do desejo e do prazer, que procedem do Id exteriorizando-se na forma do Ego, permite o controle e a constatação consciente da realidade, como herança dos registros mais profundos da psique.
Obviamente é resultado das experiências multifárias das reencarnações transactas, quando o ser despertava nas formas primitivas, através das quais seriam desenvolvidos os valores e as aptidões que ora lhe constituem os elementos físicos e psíquicos do processo evolutivo.
Face ao imenso período de predominância do instinto como guia do comportamento até o momento em que surgem os pródromos da razão e do discernimento, fixaram-se os caracteres mais fortes das sensações, facultando campo para o poder - predominância sobre os espécimes mais fracos - e o prazer, expresso na volúpia dos desejos automatistas.
Lentamente se foi desenvolvendo o Ego, que passou a ser elemento básico para a sobrevivência consciente do ser, enraizando-se na psique e exteriorizando-se na personalidade onde mantém o seu campo de desenvolvimento.
Como efeito, a astúcia predomina mais do que a inteligência, em razão de expressar os mecanismos do instinto animal de preservação da vida, engendrando os meios de sobrepor-se cada indivíduo sobre o outro, considerando prioritários os seus interesses de ordem pessoal, tanto quanto as suas necessidades reais ou apenas imaginárias.
Responde o Ego por incontáveis conflitos e problemas pessoais e sociais, por agir impensadamente, no sentido ético, tendo em vista a auto-valorização em detrimento das demais criaturas do círculo no qual se movimenta.
Enquanto actue indiscriminada e dominadoramente, mantém o indivíduo encarcerado nas paixões que lhe predominam em a natureza, demorando-se no estágio da psique embrionária, ao invés de desenvolver as infinitas potencialidades que ela possui, na condição de santuário das energias divinas, que são o reflexo do Criador em germe na criatura.
A inteligência, que procede da Progenitura Espiritual, é semelhante ao sémen que carrega todos os elementos orgânicos futuros que lhe cumpre desenvolver, desde que haja condições propiciatórias para a fecundação e manifestação das suas potencialidades, atendendo, dessa forma, a uma fatalidade pré-estabelecida, que pode ser considerada como a plenitude de todas as funções e faculdades.
O processo da evolução, facultando o surgimento da inteligência que dimana do Espírito e deverá predominar no comportamento do ser, propõe, inevitavelmente, a superação dos condicionamentos mais primários, que constituem vitórias naturais, e ensejam conquistas mais expressivas na área do psiquismo.
A disciplina mental é indispensável recurso para a desejada ascensão do instinto para a razão, que indica o melhor caminho de crescimento interior, a fim de ser preservada a paz, de vencer os conflitos que remanescem das lutas iniciais ante as forças em desgoverno da Natureza, dos animais predatórios e vorazes, dos demais indivíduos da convivência inicial, enfim, de todos os factores que geraram medo e encravaram nas profundas camadas da psique a necessidade da auto-defesa, da sobrevivência.
O esforço para alcançar mais amplos patamares do psiquismo, superando os anseios-impulsos do poder e do prazer como tornados de secundária importância, irá cooperar para outras experiências na área do Self, rica de compensações emocionais, sem as inquietantes buscas, às quais as ambições do desejo propelem em arrastamentos tormentosos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:19 pm

Passo a passo, na auto-superação dos desejos infrenes da libido, mesmo que disfarçada sob outras máscaras, como no caso, a posse - para mais prazer -, a renúncia aparente - como forma de prazer -, acúmulo de coisas - para desfrutar o prazer -, a solidariedade externa - exacerbação do prazer -, contínuas experiências sexuais - prazer exorbitante - ... Em cada etapa de renúncia natural, com substituição do tipo de desejos, atendendo ao inconsciente impulso de imortalidade na qual todos se encontram mergulhados, vai-se superando o Ego e abrindo-se espaços para mais elevadas aspirações que enriquecem interior e exteriormente o ser humano, desalgemando-o da canga do primitivismo em que se tem detido.
O Ego, predominando em a natureza humana, utiliza-se de muitos mecanismos para ocultar os seus conflitos, expressando-se como diversos tipos de fuga da realidade, tais a projecção, a compensação, o deslocamento, a introjecção, a racionalização, entre outros mais... Trata-se de uma exacerbação do Super-ego, para manter a sua identidade e permanecer soberano, impedindo as manifestações superiores do Self.
A conscientização lúcida desse investimento emocional auxilia na construção de bases mais sólidas para a vontade que se alcandora conquista a conquista, ampliando o campo de possibilidades que proporcionam a real alegria e a legítima felicidade.
Enquanto haja predominância egóica no ser, as suas serão aspirações imediatistas, pertinentes aos instintos primários que mantêm o indivíduo na furna dos mecanismos conflitivos sem coragem de sair da sombra para vir fora da caverna onde se oculta e tem uma visão defeituosa da realidade, que se lhe apresenta como projecções escuras...
Há um incomparável sol de esperanças nos patamares superiores da psique, nos quais se encontram em toda a grandiosidade as legítimas expressões do ser espiritual, aguardando o seu desabrochar.
A psicologia do amor, inaugurada por Jesus-Cristo, é a pioneira no processo autotransformador, por ser possuidora dos imprescindíveis tesouros de sublimação dos impulsos primitivos, deixando os grilhões férreos das experiências ancestrais, necessárias para o crescimento interior, mas perturbadoras se ainda permanecem passado o período da sua vigência.
O ser consciente da sua realidade imortal trabalha-se com alegria, limando as arestas do personalismo e do egoísmo, mediante a sua natural substituição pelo altruísmo, pela generosidade e serviço de engrandecimento moral de si mesmo e do seu próximo, o que torna o Evangelho o mais precioso tratado de psicoterapia e de psico-síntese, na sua proposta vibrante de autodescobrimento, de viagem interior, de busca da Realidade, da Unidade...
Iniciado o tentame de superação do Ego, satisfação imensa invade o ser que se sente livre para mais grandiosos desafios, quais sejam a abnegação, o devotamento às causas do humanitarismo, da ciência, da religião, da arte, da tecnologia, sempre tendo em vista os demais seres, sem abandono das próprias aspirações e anseios de harmonia.
Empreendida essa tarefa, que hoje ou mais tarde se apresenta como intransferível, nenhum trauma se manifesta, conflito nenhum se expressa, porque o sentimento de amor inunda todo o campo dos sentimentos e dos pensamentos, propondo sempre mais acção e desprendimento dos impulsos atávicos do passado escravizador.
Toda forma de ascensão exige esforço, que se compensa pelas alegrias das conquistas adquiridas. No que diz respeito à superação do Ego, entendendo-se como necessária à manifestação do Self, a contribuição da vontade, às vezes difícil, torna-se relevante, porquanto a permanência no estágio do instinto apenas, igualmente produz aflições que não são compensadas nem transformadas em bem-estar, qual ocorre na conquista consciente do Si profundo.
A medida que o ser se desenvolve moralmente, mais se espiritualiza, modificando, inclusive, a constituição molecular da organização física, cujas necessidades se alteram, dando lugar a mais subtis emoções que passam a governar o comportamento, trabalhando as células e o seu cronograma organizacional, que se põe a elaborar equipamentos de acordo com os novos impulsos, ora mais subtis e menos tóxicos, que antes exigiam estruturas mais densas e mesmo grosseiras, tendo-se em vista a indumentária para revestir esse novo ser, aquele que superou o Ego tenaz e dominador.
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RELACIONAMENTOS HUMANOS
Relacionamentos familiares. — Relacionamentos com parceiros ou cônjuges. — Relacionamentos sociais.

Tudo provém da Unidade e volve à Unidade.
O Universo é Uno na sua constituição, resultado do Psiquismo Divino, que a tudo envolve e dinamiza.
As construções mais complexas são resultado do relacionamento das partículas cujas moléculas se identificam na mesma vibração de força cósmica, sempre constituídas de microformas que se diluem na energia primitiva que constitui a Unidade básica.
Relacionam-se todos os minerais, cuja força de aglutinação de átomos resulta na variedade infinita de formas através das quais se apresentam, possuindo uma vibração ciclópica e especial. De igual maneira, os vegetais se relacionam intensamente, intercambiando vibrações específicas e pólens que os fecundam e vitalizam, em cujo período desenvolvem espontânea sensibilidade que capta as energias fomentadoras da vida. O mesmo fenómeno se dá com os animais, agora mais intensamente em razão dos instintos que os propelem aos impulsos vitais, sem os quais se extinguiriam, necessitando-se reciprocamente, e, ao mesmo tempo, preservando com os demais seres viventes o ecossistema.
O ser humano de forma alguma pode viver sem os relacionamentos que lhe constituem factores básicos para o enfrentamento dos desafios e o desenvolvimento dos valores que lhe jazem interiormente de forma embrionária.
Quando alguém não mantém relacionamentos saudáveis, encontra-se em distúrbio de comportamento que pode ter características patológicas a caminho de agravamento. Mesmo assim, salvadas as excepções naturais, existem processos inconscientes de identificação com outros do mesmo nível emocional, estruturando um tipo qualquer de relação, embora de natureza agressiva, cruel ou dependente.
Esse mecanismo é essencial para a preservação da saúde física, emocional e mental, em razão de estruturar o comportamento de maneira edificante, quando realizado em equilíbrio, ou facultar transtornos de vária ordem, se proveniente de reacções geradas pela antipatia ou pela animosidade primitiva que ainda predomina como guia de conduta.
Quando se observa alguém ou alguma coisa, o processo é feito de reciprocidade, porquanto aquilo ou a quem se vê, por sua vez, observa também o observador.
Em tudo há uma resposta unitária de identificação, trabalhando em forma de relacionamentos energéticos, vibratórios.
Sem tal ocorrência, o sentido da vida humana desapareceria e a sobrevivência dos animais, plantas, assim como a permanência dos minerais resultaria na forma do denominado caos do princípio.
Esse relacionamento pode ser identificado também, nas faixas dos instintos e emoções mais nobres, como o élan vital para o processo de crescimento intelecto-moral a que tudo está destinado pela Causalidade Única.
Os relacionamentos de qualquer natureza oferecem campo para reflexão, quando na área da consciência, por propiciar parâmetros que facultam os comportamentos ideais, mediante análise de cada experiência e dos resultados que ensejam.
O ser humano necessita do calor afectivo de outrem, mediante cuja conquista amplia o seu campo de emotividade superior, desenvolvendo sentimentos que dormem e são aquecidos pelo relacionamento mútuo, que enseja amadurecimento e amor. Concomitantemente, espraia-se esse desejo de manter contacto com as expressões mais variadas da vida, nas quais haure alegria e renovação de objectivos, por ampliar a capacidade de amar e de experienciar novas realizações.
O fluxo da vida humana se manifesta através dos relacionamentos das criaturas umas com as outras, contribuindo para uma melhor e mais eficiente convivência social. Nas expressões mais primárias do comportamento, o instinto gregário aproxima os seres, a fim de os preservar mediante a união de energia que permutam, mesmo que sem se darem conta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:19 pm

O desafio do relacionamento é um gigantesco convite ao amor, a fim de alcançar a plenitude existencial.
E impostergável proposta de desenvolvimento do Eu superior, no qual está a divina semente da Vida, aguardando os factores propiciatórios para o seu desenvolvimento, atendendo à fatalidade a que está destinado.
Uma velha fábula conta que, numa já remota era glacial, os porcos-espinhos sentiram-se ameaçados de destruição pelo frio que reinava em toda parte. Por instinto, uniram-se e conseguiram sobreviver em razão do calor que irradiavam. Não obstante, pelo fato de estarem muito próximos, uns dos outros, passaram a ferir-se mutuamente, provocando reacções inesperadas, quais o afastamento de alguns deles. Como consequência da decisão, todos aqueles que se encontravam distantes passaram a morrer por falta de calor. Os sobreviventes, percebendo o que acontecia, reaproximaram-se, agora porém, conhecedores dos cuidados que deveriam manter, a fim de não se magoarem reciprocamente. Graças a essa conclusão feliz, sobreviveram à terrível calamidade...
Trata-se de excelente lição para uma feliz convivência, um produtivo relacionamento, respeitando-se sempre os valores daquele a quem se busca, sua privacidade, seus sentimentos, suas conquistas e prejuízos, que fazem parte da sua realidade pessoal.
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Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis - Página 3 Empty Re: Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 12:19 pm

Relacionamentos familiares
A família é o laboratório de vivências das mais expressivas de que necessita o ser humano, no seu processo de evolução, porquanto, no mesmo clã, os indivíduos são conhecidos, não podendo disfarçar os valores que os tipificam.
Aceitos ou repudiados por motivos que procedem de existências pretéritas, o grupo familial faculta o romper dos laços do egoísmo, a fim de que a solidariedade e a lídima fraternidade se desenvolvam efusivamente.
No recesso da família renascem os sentimentos de afinidade ou de rechaço que os Espíritos preservam de outros relacionamentos felizes ou desventurados em reencarnações transactas, refluindo consciente ou inconscientemente como necessidade de liberação dos conflitos, quando forem dessa natureza, ou intensificação da afectividade, que predispõe às manifestações mais significativas do amor além da esfera doméstica.
O élan que se estabelece no lar tem valor decisivo, muitas vezes, na conduta do indivíduo, onde quer que se encontre, tornando-o inibido, introvertido ou jovial, agradável como efeito das ocorrências do ninho doméstico.
Os Espíritos antipáticos entre si, quando se reencontram na família, unidos pela consanguinidade, expressam essa animosidade de muitas formas, o que gera transtornos cuja gravidade tem a dimensão dos problemas vivenciados.
Por outro lado, quando existe compreensão e fraternidade, os relacionamentos se fazem saudáveis e enriquecedores, ampliando os horizontes do afecto, que se expandem em todas as direcções, qual rio generoso que se espraia em campo aberto, irrigando o solo e dando vida mais abundante por onde passa.
O relacionamento no lar constitui preparação para as conquistas da solidariedade com todos os seres, não apenas os humanos, porquanto o desenvolvimento dos valores intelecto-morais proporciona aspirações mais amplas que vão sendo conquistadas à medida que o individuo amplia a capacidade volitiva de amar. Essa volição propele-o à compreensão das dificuldades que os relacionamentos às vezes enfrentam.
Somente há legítimo relacionamento, que poderá ser considerado saudável, quando as pessoas ou os seres que intercambiam as expressões de afectividade ou de interesse comum, mesmo que discordando de ideias e posturas tomadas, agem em clima de agradável compreensão, ensejando o crescimento interior.
Nos relacionamentos agressivos, que em muitas ocasiões surgem no instituto da família, os opostos encontram-se em conflito recíproco, e sentindo-se impossibilitados de amar, reagem, uns contra os outros, deixando transparecer a presença dos sentimentos magoados.
Quando morre a emoção do amor, dando lugar à indiferença, é que se faz muito difícil o relacionamento, porque desaparecem as manifestações da vida pulsante e rica de aspirações.
Mede-se o desenvolvimento e a maturidade psicológica de uma pessoa, quando o seu relacionamento no lar é positivo, mesmo que enfrentando clima de hostilidade ou de indiferença, que o prepara emocionalmente para outros cometimentos na convivência social.
No abismo dos conflitos que se apresentam em muitas personalidades enfermiças, o medo de amar, a desconfiança por saberem-se não amadas, o receio de terem identificadas as sua facetas tormentosas, criam impedimentos a uma boa relação no lar, pórtico de sombras que passa a ser para os futuros envolvimentos na sociedade.
A postura taciturna, constrangida, silenciosa, quase hostil, se revela um recurso psicológico de defesa do Ego, para continuar no comando das reacções mórbidas que se negam à terapia da renovação interior. E tudo quanto não se renova tende a desaparecer, a extinguir-se.
Representando a família a mais valiosa célula do organismo social, é nela que se encontram os Espíritos necessitados de entendimento, de intercâmbio de sentimentos e de experiências, de forma que o lar se faz sempre a escola na qual os hábitos irão definir todo o rumo existencial do ser humano.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:40 pm

O instinto gregário, que predomina no animal e se expande ao ser pensante, estimula o Ego ainda não doentio à preservação do clã, gerando apegos que constituem automático recurso de que se utiliza para a defesa dos seus... Os interesses gravitam em torno do grupo doméstico, desenvolvendo a capacidade interior de zelo e protecção, que será ampliada mais tarde para todo o grupo social onde se movimenta, e, naturalmente, para a humanidade que lhe é a grande e legítima família.
Por serem profundos e inevitáveis os relacionamentos domésticos, positivos ou não, apressam o desenvolvimento da afectividade que prepondera, quando negativos, em forma reagente, porém viva, e quando saudáveis, em mecanismos de evolução que apressa a lídima fraternidade.
No geral, as pessoas temem os relacionamentos mais sérios, porque não desejam ser magoadas, acreditando que não lograrão a compreensão nem o apoio de que necessitam, preferindo uma atitude de distância, o que tampouco as impede de experimentar outro qualquer tipo de constrangimento. Tal atitude, inegavelmente conflitiva, resulta em tormento para quem assim se comporta, porque se sente expulso do contexto, não obstante essa atitude seja de eleição própria. Não há crescimento psicológico sem o enfrentamento de problemas, sem o atrito das emoções, particularmente na área da afectividade que é campo novo para o ser, quando treina mais fortes e valiosas expressões de amor.
Quando, porém, alguém não consegue evitar os constrangimentos domésticos, porque outrem - aquele a quem desejaria ser simpático - se recusa à mudança de atitude hostil, é possível tornar o problema um valioso recurso para a prática de tolerância, tentando compreender a sua dificuldade, desculpando-o pelo estágio primário em que ainda permanece, mas tratando de não se deter no aparente impedimento, e crescendo sem amarras emocionais com a retaguarda.
E verdade que não se pode impor o amor, no entanto, não menos verdade é que a pretexto de amar, ninguém se deve deixar permanecer estacionado no obstáculo que defronta. À medida que se cresce, mais soma de recursos se acumula para distendê-los àqueles que se encontram em faixas menos evoluídas, auxiliando-os com lúcida afeição fraternal.
Quando não vicejam sentimentos felizes na família - que se apresenta dispersiva ou sempre mal disposta, egoísta ou agressiva -, a melhor terapia para um bom relacionamento é aquela que não envolve as emoções, evitando-se dilacerações sentimentais, porquanto os menos equipados de grandeza moral são insensíveis às palavras e aos gestos de ternura, caracterizando-se pela forma brutal de comportamento. Assim, então, cabe, a quem deseja o amadurecimento, a permanência no cultivo de pensamentos salutares, estimando as boas leituras e evitando as expressões chulas, tão do agrado dos Espíritos mais primitivos, preservar-se do nivelamento pela vulgaridade e assim exigindo o crescimento emocional e moral de quem lhe comparte a convivência.
Os relacionamentos familiares são particulares testes para a fraternidade, desde que o campo é fértil para as discussões, as agressões, as discrepâncias, mas também para a compreensão, a ajuda recíproca, o interesse comum, mediante cujas ocorrências, dá-se naturalmente a integração do ser na convivência social.
Quando alguém experimenta conflito no lar e não consegue superá-lo, o mesmo seguirá por onde for, porquanto, sendo de natureza interior, necessita ser diluído antes que superado.
A fornalha mais preciosa para o amoldamento do carácter e da personalidade é o lar. Quando esse falta, deixando o ser em formação em mãos estranhas ou ao abandono, o sofrimento marca-lhe o desenvolvimento psicológico, que passa a exigir terapia de amor muito bem direccionada, evitando-se os apelos de compaixão, de protecção injustificada, para se tornar natural, franco, encorajador, e que faculte a compreensão do educando sobre o fenómeno que lhe aconteceu, mas em realidade não lhe pode afectar a existência, desde que se trata de uma ocorrência proposta pelas Leis naturais da Vida.
O ser humano, em qualquer fase do seu desenvolvimento na Escola terrestre, é sempre aprendiz sensível a quem o amor oferece os mais poderosos recursos para a felicidade ou para a desdita, dependendo de como esse seja encaminhado.
O lar, desse modo, é oficina de crescimento moral e intelectual, mas sobretudo espiritual, que deve ser aprimorado sempre, abrindo espaço para tornar-se célula eficiente da sociedade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:41 pm

Relacionamentos com parceiros ou cônjuges
Os relacionamentos de qualquer natureza dependem sempre do nível de consciência daqueles que estão envolvidos.
Havendo maturidade psicológica e compreensão de respeito pelo outro, facilmente se aprofundam os sentimentos, mantendo-se admirável comunhão de interesses e afinidades, que mais se intensificam, à medida que as circunstâncias permitem o entrosamento da convivência.
Quando se trata de um relacionamento que envolve a comunhão sexual e os interesses se mesclam com os desejos de posse e de prazer hedonista, a convivência tende a desmistificar o encantamento inicial, dando lugar a futuros desinteresses, ressentimentos e, não raro, ódios e desejos de vingança, o que é sempre muito lamentável.
Sob o influxo da libido, a busca do relacionamento com parceiros, conjugais ou não, é normalmente feita sob paixão e irreflexão. A conquista do outro se torna factor essencial para a harmonia momentânea do indivíduo. Todos os sentimentos são accionados e a criatividade se desenvolve, de modo a propiciar apenas a meta anelada.
Conseguido o objectivo, diminui lentamente o prazer da convivência, que cede lugar ao tédio, à falta de diálogo, à morte da comunicação, intercâmbio esse que é factor essencial para um relacionamento agradável, mesmo quando não plenificador.
Centralizando os objectivos da existência no sexo, muitas pessoas acreditam que somente ao encontrarem alguém capaz de as completarem, é que terão conseguido o momento culminante da jornada humana. Esquecem-se, no entanto que, passadas as novidades, tudo se transforma em rotina, especialmente quando os interesses egóicos recebem primazia e se fazem responsáveis pelas motivações do eventual encontro.
Porque são destituídos de maturidade e respeito humano profundo, essas relações são sempre efémeras e deixam sinais de amargura, quando não se facultam terminar com rancores danosos para a emoção de algum dos envolvidos, ou não produzem maior dilaceração na alma de ambos.
Qualquer tipo de relacionamento deve ter como estimuladores a amizade, o desejo honesto de satisfações recíprocas, sem que haja predominância de uma vontade sobre a individualidade de outrem.
Pela necessidade de conviver, a amizade desempenha um papel fundamental em qualquer tipo de conduta, abrindo espaço para uma gentil identificação de propósitos e de permuta de valores, que constituem elementos de intercâmbio sempre feliz, facultando o crescimento dos interesses humanos e das realizações que proporcionam bem-estar.
Indubitavelmente, esse sentimento pode originar-se no inicial interesse da libido que desperta para a busca de outro ser, na necessidade de companheirismo, na ânsia normal de amar e de ser amado, no prazer do intercâmbio pela palavra, pelos ideais, pelas metas existenciais... No entanto, a compreensão dos direitos do outro deve prevalecer como normativa de bom relacionamento, a fim de que não advenham as imposições infantis do egocentrismo, das chantagens emocionais, dos pieguismos desagradáveis. Todo relacionamento deve enriquecer aqueles que se encontram envolvidos, porquanto produzem identificação de metas e meios para serem conseguidos.
E natural que o céu de qualquer relacionamento nem sempre seja tranquilo, particularmente quando são parceiros que comungam mais profundamente as expressões do amor, trabalhando em favor da família, mantendo a estrutura do lar, o equilíbrio dos filhos e de outros familiares. Não obstante, as nuvens das incompreensões logo são aclaradas pelo sol da razão que chega através dos diálogos saudáveis, facultando o entendimento daquilo que permaneceu obscuro.
A fidelidade no relacionamento com parceiro conjugal ou não, quando há compromisso sexual, é preponderante, porque demonstra a autenticidade do sentimento que a ambos envolve.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:41 pm

Quando se apresentam falsas necessidades de novas experiências, defrontam-se transtornos emocionais, insegurança psicológica, debilidade de carácter ou futilidade ante a vida... A promiscuidade de qualquer natureza é sempre síndrome de desequilíbrio emocional e de primarismo moral.
A vida é feita de conquistas, e a monogamia representa um momento culminante da evolução sociomoral, quando os homens e mulheres compreenderam a necessidade do respeito mútuo, sem privilégios para um ou para outro sexo em predomínio aviltante sobre o parceiro.
O indivíduo, quando opta por um relacionamento com outrem, desejando maior intimidade - e a comunhão sexual representa o instante máximo de entendimento entre duas pessoas, sem o que as frustrações se fazem de imediato - deve pautar a sua conduta em linhas de equilíbrio e dignidade, de modo a proporcionar àquele a quem busca a segurança psicológica para uma convivência confiante, relaxada, tranquila, sem o que sempre haverá desconfiança e ansiedade trabalhando perturbadoramente no convívio.
Faltando esses valores, que são imprescindíveis para que se estabeleçam e permaneçam os momentos de prazer e de paz, há somente predominância de paixões asselvajadas, no primarismo dos instintos de posse e de gozo, que produzem incêndios de sensações sem compensação emocional profunda e tranquilizante.
Mesmo quando os parceiros se comprazem e se sentem harmonizados, o medo de amar em profundidade manifesta-se de maneira falsa, disfarçado sob a justificação de que o matrimónio é escravidão, encarceramento, perda de liberdade...
O raciocínio infantil peca por falta de estrutura de lógica, porquanto, toda vez que se ama a outrem e se mantém um sentimento honesto, a liberdade, que antes era total, agora se expressa através da compreensão de que aquele que o acompanha faz parte do programa da sua existência, queira-o ou não, excepção feita, quando esse convívio é aventureiro, sem profundidade, destituído de moralidade e de saúde emocional.
Os indivíduos neuróticos, psicóticos, porque desconhecedores do Si profundo que são, transferem as suas inseguranças e desequilíbrios para quem lhes comparte a existência, não desejando vincular-se-lhe, o que lhes impõe responsabilidade, antes desejando dominar e ser livres quão irresponsáveis, transferindo as suas cargas de desajustes para os ombros de quem os ama ou por eles se interessa.
Essa conduta diz respeito também àqueles que acreditam que não merecem a felicidade, que se encontram no mundo para sofrer e que perderam o paraíso, atirados a este mundo de pesadelos e de amarguras...
Tal conduta masoquista e mórbida necessita de terapia conveniente e cuidadosa antes de ser encetada a busca de relacionamentos exitosos, porque qualquer tentativa nesse sentido já se assinala como fracassada, em razão da ausência de compreensão do direito que todos têm de ser felizes, mesmo na Terra, já que a felicidade total não sendo do mundo, conforme acentuou Jesus, tem as suas raízes nas experiências de evolução no mundo, que é a abençoada escola das almas.
As castrações psicológicas, heranças dos sentimentos de culpa e de pecado, que provêm do passado, têm perturbado mais a Humanidade do que as guerras cruéis, que têm por meta o extermínio de povos e de raças, porquanto, na raiz desses conflitos, aqueles que os desencadeiam são psicopatas, vitimados por insânia visível ou virulentamente mantida nos arcabouços do inconsciente que os comanda nas atitudes e decisões infelizes.
Todo fomentador de luta insana é desvairado em si mesmo, embora a máscara com que disfarça a hediondez, e não conseguindo fugir da culpa que o persegue, procura atirá-la naqueles a quem combate em mecanismo doentio de transferência.
A afectividade é passo avançado no processo dos relacionamentos, principalmente quando se trata daquele que mantém comunhão sexual.
Todo relacionamento conjugal ou compromisso emocional com parceiro afectivo é um investimento emocional, correndo o risco de não se coroar da satisfação que se espera auferir. Isto porém ocorre em todos os fenómenos da vida humana e social. Quando os resultados não são opimos, fica a valiosa lição da aprendizagem para futuros e melhores tentames de felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:41 pm

O risco em qualquer empreendimento sempre constitui um desafio para o crescimento interior, sem o qual nenhuma tentativa é realizada para o desenvolvimento intelecto-moral do ser.
Qualquer experiência encetada nunca está assinalada antecipadamente pela exactidão dos resultados positivos e exitosos.
Um relacionamento conjugai, mesmo sem o vínculo matrimonial, porém responsável, une duas pessoas em uma, sem retirar os valores individuais de cada qual. A identificação faz-se lenta e seguramente à medida que se vão conhecendo os interesses e comportamentos que possuem, trabalhando-se para a harmonização de conduta, mesmo quando não se apresentem equivalentes. Manter-se a própria individualidade, sem ruptura da personalidade do outro, é atitude de segurança no convívio de duas pessoas que se amam.
Em um relacionamento feliz, a pessoa nunca se encontra auto-defensiva, mas auto-receptiva, sabendo que todos os fenómenos daí decorrentes são aprendizagens para futuros comportamentos. Tratando-se de duas pessoas que se aproximam, é totalmente improvável que sejam iguais, no sentido de serem destituídas de personalidade, e que tenham sua forma de ser e de encarar a vida, não sendo obrigadas a mudar de conduta, somente porque se vinculem a outrem. Ocorre que a presença do amor faz que as diferenças de opinião e de comportamento diminuam as distâncias, preencham os abismos de separação, colocando pontes de afinidades e de interesses.
Desde que não haja a paixão de um impor a sua forma de pensar e de agir sobre o outro, nenhuma diferença constitui impedimento, quando são respeitados os direitos de continuar a viver conforme melhor aprouver, sem agredir a quem comparte a convivência.
Quando, porém, os indivíduos se escondem de si mesmos e buscam os relacionamentos com o pensamento de se manterem silenciosos e ocultos, sem que pensem em repartir os espaços interiores da afectividade plena, a dissolução do vínculo afectivo logo se faz, mesmo porque não chegou a ser realizado.
Assim, para que o relacionamento dessa natureza seja saudável, dependerá de ambas as partes, crescendo sempre na busca do melhor entendimento, mantendo suas próprias raízes, sem as alterar somente porque deseja agradar o outro, o que constitui uma ilusão, já que ninguém pode viver ao lado de outrem que somente quer ser agradado sem o interesse de brindar o equivalente ao que recebe.
A presença da super-mãe, protectora e vigilante está projectada na esposa ou na companheira, que nunca deve aceitar essa transferência da personalidade infantil e não desenvolvida do seu parceiro.
Num relacionamento feliz não há manipulação nem mistificação, mas autenticidade sem agressividade e verdade sem rudeza...
Avançando na direcção da meta de repartir alegrias e compartir júbilos, os relacionamentos, conjugais ou não, serão sempre saudáveis.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:41 pm

Relacionamentos sociais
Todo aquele que adquire madureza emocional no grupo familial e no conjugal, está preparado para os relacionamentos em esfera mais ampla, no agitado mundo dos interesses sociais.
Os relacionamentos sociais são de vital importância para os seres humanos. Quem não se relaciona no grupo social desintegra a personalidade e atormenta-se em sentido crescente.
O calor humano, no inter-relacionamento social, constitui factor básico para o crescimento psicológico, desenvolvendo a área da afectividade com toda a gama de sentimentos profundos que existem em germe no imo de cada ser.
O impositivo do instinto gregário responsável, de algum modo, pela sobrevivência das espécies animais, induzindo à convivência no grupo, desvela-se mais amplamente em emoções superiores que emulam à espiritualização, quando os sentimentos fraternais superam os níveis que agrilhoam o indivíduo aos automatismos primários.
O relacionamento social tem início quando o ser humano compreende a estrutura de tudo quanto o cerca e deixa-se envolver pelo ambiente em que vive, tornando-se parte activa do mesmo. Relaciona-se então com os minerais, desenvolve os sentimentos de respeito e de admiração pelos vegetais, amplia a capacidade de amparo aos animais, trabalhando pela preservação de todas as formas viventes e, por fim, irradia-se na direcção das demais pessoas como membros reais da sua família, partes integrantes que são da sua vida.
Nos reinos inferiores, o relacionamento é vivido apenas por parte daquele que pensa e que sente racionalmente, porquanto neles, ainda não existindo uma consciência que possa responder pelos sentimentos que lhes são direccionados, a doação é unilateral, com uma consequência subtil para quem a proporciona - o prazer de estar vivo e partilhar de todas as formas da vida.
Nos vegetais e nos animais, no entanto, essa experiência já se faz em dupla via, porquanto existe sensibilidade e, nos últimos, a presença de uma percepção mais desenvolvida, que permite a captação e a retribuição de tudo quanto lhes é direccionado.
Entre os seres humanos é que surgem os grandes desafios psicológicos, aqueles que decorrem do nível de consciência individual, do seu desenvolvimento de sentimentos, do estágio de maturidade em que cada qual se encontra.
Por essa razão, é indispensável que sejam criadas emoções que facultem união, intercâmbio, a fim de serem atingidos os objectivos básicos da existência corporal, que são as expressões da lídima fraternidade.
Nessa busca saudável de comunhão com os semelhantes, a alegria se irradia em forma de optimismo e de esperança, que são fundamentais à existência equilibrada.
Todo ser humano é portador de força criadora que se desenvolve através do relacionamento com outro da mesma espécie. Para o êxito do cometimento, torna-se fundamental o autodescobrimento, a fim de serem identificados o lado negativo que faz parte da personalidade, a face escura desse poder natural, evitando que predominem nas relações que sejam estabelecidas. Enquanto forem ignorados esses ângulos ainda deficientes e perturbadores, os desentendimentos entre aqueles que se buscam, fazem-se predominantes ao invés das identificações que os devem unir, porque cada qual pretende impor-se sobre o outro, olvidando que nessa actividade de relacionamentos não há valor que se sobreponha ou que se submeta, mas que todos se encontram no mesmo patamar de interesse e de significação estabelecendo linhas de perfeito respeito recíproco.
O bom relacionamento é aquele que resulta do contacto que inspira, que emula e que proporciona bem-estar, sem conteúdos temerosos ou repulsivos, geradores de ansiedade e de mal-estar.
Cada pessoa tem algo para oferecer ao grupo social no qual se movimenta, e esse contributo é importante para o conjunto, que o não pode prescindir. Qualquer imposição que decorra do capricho egóico de algum dos membros, torna-se factor de impedimento para a saudável formação da sociedade. É por isso que os dominadores, os poderosos, aqueles que se impõem, tornam-se sempre temidos, mas nunca amados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:42 pm

As pessoas que normalmente os cercam e os homenageiam, com as raras excepções que se referem àqueles que se encontram no mesmo patamar de consciência e com eles se identificam, têm interesse pela posição efémera de que desfrutam, pelas migalhas da projecção humana, porque são incapazes de se fazerem notados pelas conquistas éticas, culturais ou de qualquer outra natureza superior, rastejando no nível mais servil e aproveitando-se daquela situação infeliz.
Desse modo, o indivíduo que admite a própria fragilidade, a sua humanidade, e compreende a necessidade da presença de outrem para avançar, está preparado para a convivência social, para um relacionamento eficaz. Enquanto nele predominem a presunção e a exclusiva auto-satisfação, defrontará muitas dificuldades para se harmonizar na sociedade, porque não pode vencer a ambição mórbida da auto-projecção.
Quando alguém se nega o esforço de adquirir a capacidade de auto-penetração, para que sejam identificados os problemas internos, e se apresenta a necessidade da fuga do convívio com o grupo social para uma existência solitária, está delineando o seu comportamento neurótico, que o expulsa do organismo geral, a fim de que estertore na problemática dos tormentos que se impõem, e inconscientemente neles se compraz.
Torna-se de alto significado, para um exitoso relacionamento social, que o indivíduo tenha a coragem de considerar a própria crueldade, os sentimentos ambíguos, os receios interiores, as inseguranças e a agressividade pessoal em uma análise honesta das dificuldades que lhe são peculiares, buscando superá-las, a fim de que não haja transferência de responsabilidade para outrem, ou consciência de culpa quando qualquer insucesso se manifestar nos intercâmbios buscados.
Quando se é capaz de vencer as imperfeições, sem as direccionar para os outros, tem-se condição para convívios saudáveis, harmónicos, o que não impede a ocorrência de desajustes e incompreensões que podem ser discutidos e diluídos, tendo-se em mira o objectivo de construir uma boa sociedade.
Um relacionamento psicologicamente maduro é sempre sustentado pela lealdade da convivência, na qual os propósitos que vinculam os indivíduos entre si são discutidos com naturalidade e sentimento de aprendizagem de novos recursos para o bom desempenho social.
Sendo cada pessoa um elo da imensa corrente que deve reunir todos os homens e mulheres, o ajustamento emocional ao grupo é indispensável, contribuindo para o fortalecimento da estrutura comportamental de todos.
A vida é uma mensagem de harmonia e de prazer, que emula à conquista de novos patamares de felicidade. Sem esses instrumentos de estimulação, os transtornos emocionais se instalam e o sentido de júbilo cede lugar à depressão e à infelicidade, que passam a constituir o cotidiano daquele que derrapa nas sombras dos desajustes emocionais.
Quando ocorrerem desencontros nos relacionamentos sociais, ninguém se deve permitir a veleidade de acusar o outro; antes manter-se consciente de que ambos se encontram com dificuldades para uma boa identificação de interesses.
Normalmente accionadas pelos apetites sexuais, muitas pessoas acreditam que, em qualquer relacionamento, a libido deve desempenhar papel de alta importância, determinando a profundidade e o tempo de manutenção da convivência, não se sentindo capazes de manter vinculações destituídas desse tipo de jogo de prazer. Em tais casos, a insegurança e a imaturidade do indivíduo respondem pela forma de considerar o comportamento social, que deve ser colocado acima das sensações rápidas do desejo carnal.
Nessas buscas, em que se caracterizam os instintos primários, os resultados que se fruem são sempre fugidios e fastidiosos, exigindo sempre variações novas que mais atormentam do que plenificam, por isso mesmo, insuficientes para contribuírem em favor da construção e preservação de um grupo social harmónico.
Mesmo quando o relacionamento tem por meta a satisfação sexual, se não existir maturidade psicológica nos parceiros, é óbvio que, passada a consumpção do ato, o tédio e o desinteresse dominem o indivíduo que nele não situa a conquista de objectivos mais profundos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:42 pm

A criatura humana é muito mais do que os impulsos instintivos dos desejos servis. Espírito imortal que é, encontra-se programada para a superação das experiências primárias vivenciadas, rumando na direcção dos sentimentos sublimes que lhe são a herança divina dormindo nos refolhos do ser.
A sociedade equilibrada deve funcionar como uma orquestra afinada executando especial obra sinfónica, na qual predomina a harmonia dos movimentos e das notas musicais sob a regência feliz do ideal que proporciona alegria e paz.
Para que isso seja logrado, o amor desempenha um papel especial: o de conseguir superar as dificuldades naturais da fase inicial de identificação, quando todos ainda não se conhecem e mantêm o compreensível receio de susceptibilização de um em relação ao outro, ou de não poderem corresponder ao que de cada qual é esperado.
O amor, em qualquer situação, produz enzimas psíquicas que contribuem eficientemente em favor do metabolismo social, produzindo o quimismo necessário à renovação de todas as suas células e do organismo total como efeito inevitável.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:42 pm

SENTIMENTOS TUMULTUADOS
Conflitos de culpa e de vergonha. — O medo e seus vários aspectos. — Falta de amor.

Os sentimentos são conquistas paulatinas do ser humano, que os desenvolve conforme os factores ancestrais que lhe predominam em a natureza, na condição de herança genética e por consequência das condições ambientais: família, educação, sociedade.
Afirmam alguns psicólogos que a hereditariedade responde sempre pela criatura, seus actos, sua existência, tudo quanto lhe acontece internamente na área da saúde física, emocional - no comportamento - e psíquica. Em alguns casos, indubitavelmente se encontram com razão, não porém quando consideram que os condicionamentos sociais e a educação em quase nada contribuem para alterar o quadro anteriormente definido pelos códigos genéticos.
Sem dúvida, o ser humano é resultado do seu comportamento anterior quando, em existência passada, modelou o futuro que o aguarda.
Assim considerando, o Espírito imprime, nos códigos genéticos de que se irá utilizar, tudo quanto se lhe tornará indispensável para o desenvolvimento intelecto-moral durante o processo de evolução. Não obstante, a educação no lar e na escola, o convívio social, alteram com vigor o seu comportamento e destino, construindo valores que podem modificar o processo anterior formulado para a recuperação espiritual, face aos gravames antes cometidos.
Isso porque a Justiça Divina jamais embaraça ou impede o esforço daquele que deseja recuperar-se de quaisquer comprometimentos; antes oferece os recursos hábeis para que o desenvolvimento espiritual se expresse da melhor maneira possível, porque o amor viceja em todas as ocasiões e circunstâncias, facultando a realização dos magnos objectivos existenciais.
O egoísmo, no entanto, que se encontra instalado em a natureza humana, responde pelas situações embaraçosas e desafiadoras que retardam a marcha evolutiva, criando impedimentos e transtornos complexos no processo da evolução.
Desse modo, os mecanismos castradores que afligem o ser resultam dos processos primitivos anteriores de competição e de crueldade que ainda assinalam o comportamento individual e social, gerando estorvos ao avanço. Como resultado imediato, facilmente os sentimentos se tumultuam e as expressões de timidez ou de violência, de agressividade e de medo se instalam com exuberância nas criaturas humanas, conspirando contra a sua realização interior.
Conflitos que remanescem do período primário tomam corpo então, alterando a conduta, que se manifesta assinalada por tormentos que se transferem de uma para outra reencarnação, como herança dos próprios actos, da qual ninguém consegue fugir.
Herdeiro dos seus pensamentos, palavras e actos, o Espírito imprime através do pensamento, nos tecidos subtis do psicossoma, os futuros fenómenos a que será submetido pela Lei de causa e efeito, que predomina na constituição espiritual da vida. Mediante o esforço de readaptação à ordem que foi perturbada pela sua insânia ou negligência, os sentimentos se modificam, contribuindo para uma conduta saudável psicologicamente, que se faz indispensável para a auto-realização e a paz.
Os sentimentos devem e podem ser trabalhados pelo pensamento, mediante fórmulas simples de esforço pessoal, que administrem as tendências perversas, cínicas, vulgares e ciumentas, responsáveis pela permanência nos conflitos perturbadores que tanto afligem os indivíduos.
A medida que sejam superadas quaisquer expressões de desequilíbrio, por menor que pareçam, há um como dealbar de madrugada formosa que acalma e enseja alegria de viver e de amar, ampliando as forças para o prosseguimento da tarefa.
Reflexão em torno das paisagens vivas e coloridas da Natureza, convivência com os animais e as criaturas, actividades de apoio e ensementação de vegetais, tudo quanto contribua para tornar o mundo melhor e mais belo, aureolado de vibrações de paz e de prece, transformam os impulsos cruéis em sentimentos de amor e compreensão do milagre, que é a vida em suas múltiplas manifestações.
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Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis - Página 3 Empty Re: Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:42 pm

Conflitos de culpa e de vergonha
Dois factores essenciais fazem-se responsáveis pela conduta mórbida de quem carrega culpa e sente vergonha de ser humano, de apresentar-se conforme se encontra, e não consoante a fantasia mental a respeito de como gostaria de estar.
O esforço pela evolução é contínuo e assinalado por experiências de vária ordem, que constituem conquistas libertadoras.
O primeiro deles diz respeito aos registros no inconsciente profundo, resultantes de comportamentos inadequados ou destrutivos em outras existências ou na actual, que encarceram o ser em reminiscências perturbadoras que se encontram actuantes. Nesse caso, sentimentos controvertidos se mesclam nos processos normais das actividades patológicas, gerando situações de desconfiança e revolta, mágoa e insegurança.
Inadvertidamente, o paciente experimenta a desagradável sensação de haver escamoteado a verdade ou agido erradamente, sem que ninguém tivesse ideia ou conhecimento dos seus actos reprocháveis. Porque os dissimulou com vigor ou conseguiu negá-los com veemência, permanece-lhe a crença subjacente de que, num ou noutro momento pode ser chamado à prestação de contas ou ser desmascarado, tombando em descrédito ou sofrendo a zombaria de quem hoje lhe oferece confiança e amizade.
Acoimado pela culpa, foge dos relacionamentos de qualquer natureza, cultiva o mau humor, processa erradamente o que ouve, sempre considerando que todas as queixas e reprimendas, advertências e observações que o alcançam têm por meta censurá-lo, humilhá-lo, estigmatizá-lo...
Assim acreditando, inconscientemente arma-se contra a família, o grupo social, as pessoas com quem convive, sempre escudado na auto-compaixão, na autopunição ou na auto-recriminação.
Esse indivíduo é muito difícil de ser aceito no convívio social, instável no comportamento que mantém e, não raro, é malicioso, quando não se faz perverso em mecanismo de auto-valorização equivocada.
O segundo factor deflui da ignorância medieval nele ainda remanescente, que a tudo quanto ignorava, por parecer aético ou imoral, transformava em pecado, culpa, imundície, propiciando sentimentos ultrajantes e vergonhosos àqueles que passavam pelas experiências consideradas dignas de punição.
A vergonha de si mesmo assoma-lhe ainda hoje como sinal de permanência emocional nos dias sombrios da intolerância, considerando ignóbil ou vulgar, promíscuo ou sujo, todo e qualquer comportamento menos adequado ou mais primitivo, e assim se eximindo de culpa.
Apesar do conflito, prossegue mantendo a mesma conduta irregular através da acção oculta, quando as circunstâncias o permitem, ou mental e emocionalmente, desde que não seja percebida pelas demais pessoas a presença desses algozes internos que o atemorizam e o fazem sofrer.
Tudo aquilo quanto lhe parece ilícito e negativo, desde que conhecido, é vivenciado intimamente, sem testemunhas, em tormentosa busca de alegria e de prazer, que não se podem manifestar em razão das circunstâncias serem neurotizantes.
Pode-se acrescentar ainda, que esses dois sentimentos podem ser decorrência de uma convivência doentia com os pais neuróticos e irritados, que gritam e acusam, que maltratam e agridem a criança que, se sentindo impossibilitada de tolerá-los, foge-lhes da presença, refugiando-se no seu quarto ou no mundo particular da imaginação.
Acusada de ser um peso nas suas vidas ou responsável pelos problemas e transtornos que experimentam, passa a sentir culpa, de que não consegue liberar-se, prosseguindo numa adolescência incompleta, na qual surge a vergonha da própria sexualidade, por parecer-lhe algo impuro.
Enquanto se encontra sob essa tensão do lar, incapaz de entender o conflito que experimenta, em mecanismo de furtar-se à situação constrangedora, divide a unidade da personalidade, o seu equilíbrio, e passa a vivenciar uma conduta esquizofrénica. Essa ocorrência pode ser profunda e funesta ou superficial e temporária, de acordo com a intensidade e a continuidade da conjuntura estressante.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 24, 2023 8:42 pm

A questão fundamental nesse acontecimento se encontra na capacidade do ego em resistir à pressão ou submeter-se-lhe. No primeiro caso, adquire autoconfiança e integridade moral, enquanto que no outro, a cisão da personalidade conduz a uma crise nervosa que pode alcançar o colapso.
Trata-se de uma tortura moral e, às vezes, física, a que a criança não tem como resistir; e quando a mesma se faz frequente, através da agressão emocional e oral, por meio das críticas ácidas e acusações intempestivas, a morte do espírito, do ideal de viver, das motivações existenciais, se torna inevitável, gerando problemas profundos no seu comportamento actual e futuro.
O pior, no entanto, vivido pelos pais, é o que se expressa pela indiferença em relação à criança, dando-lhe a ideia de que é invisível, inexistente. Tal crueldade, executada pelos adultos, fere profundamente o ser que se inibe e perde o sentido existencial e o significado psicológico da vida.
A criança que sobrevive psicologicamente a esse conflito no lar torna-se incapaz de amar, sempre atormentada pelo ódio, que decorre do medo de novos sofrimentos, vivificando a amargura de haver sido morta em vida.
Os sentimentos de culpa e de vergonha são ambivalentes. A culpa tem a ver com pensamentos, palavras e acções tidos por errados sob o ponto de vista moral, enquanto que a vergonha resulta dos comportamentos considerados sujos ou inferiores.
Nos relacionamentos sexuais, podem expressar-se ambos os sentimentos, que são decorrentes dos factores examinados e se exteriorizam como medo de amar, rejeição e castração, impedindo um relacionamento saudável quão plenificador.
Quando esses sentimentos não se manifestam com clareza, a raiva e a tristeza produzem distúrbios não só psicológicos como igualmente de natureza física, em forma de tensão muscular em muitas partes do corpo, dores generalizadas e angustia que se acentuam à medida que o paciente os nega ou tende a ignorá-los.
A culpa é urna carga emocional muito pesada e causadora de várias lesões íntimas, enquanto que a vergonha de condutas inadequadas ou de comportamento inconsequente se transforma em factor dissolvente da personalidade, que se busca anular mediante a auto-depreciação e autopunição.
Desse modo, a solução para esses sentimentos conflituantes é a busca do amor como terapia, e depois como expressão de vida, porquanto nele se podem fundir todas as emoções, anulando as imagens odientas dos pais cruéis, ou superando as falsas conceituações da moral arcaica e hipócrita, que assinalaram muitos comportamentos religiosos ortodoxos e ultramontanos que eram utilizados para dominar os fiéis.
A intolerância para com atitudes tidas como imorais ou sujas é sempre resultado de conflito naquele que assume a postura de vigilante das virtudes e preservador dos denominados bons costumes ou convenientes condutas que servem a determinados interesses, nem sempre estruturados na dignidade ou objectivando o bem comum.
Quando o indivíduo atinge a maturidade psicológica aceitando totalmente o Self, pode identificar os problemas relacionados ao medo, à insegurança, à culpa e à vergonha, como fenómenos normais do processo de crescimento emocional e moral.
Aceitando essa fragilidade emocional, desaparece-lhe o sentimento de vergonha pelos limites em que se encontra e pelos conflitos que o assinalam.
Assim, pode-se dizer que esses dois sentimentos - culpa e vergonha - têm semelhanças de conteúdo, porque ambos coíbem a liberdade e proporcionam sofrimentos que devem ser ultrapassados e vencidos.
Enquanto forem reprimidos, desconsiderados ou negados, permanecerão como inimigos disfarçados, gerando inquietação e impedindo a realização pessoal.
Aceitando o corpo e suas funções, sem o sentimento de vergonha pelos seus impulsos primitivos, que levaram a comportamentos escusos, mais fácil fica o processo de diluição do conflito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 25, 2023 11:23 am

Da mesma forma, assumindo a culpa e trabalhando-a com naturalidade, o sentimento de perdão e compreensão aos pais e aos factores que trabalharam para a sua instalação facultam-lhe o desaparecimento paulatino até a total desintegração.
O hábito saudável de aceitar-se como se encontra libera da autocrítica recriminatória, portanto, auto-punitiva.
Para o cometimento da saúde, somente através de terapia cuidadosa e prolongada, acompanhada do esforço desenvolvido pelo paciente para auto-curar-se, é que culminará o processo de libertação desses algozes mediante a entrega total ao Self, num relacionamento profundo, exteriorizando os sentimentos de forma equilibrada e compensadora.
De alguma forma, todos os indivíduos experimentam sentimentos de culpa e de vergonha, que fazem parte do contexto da sociedade ainda castradora e dos fenómenos psico-sociais resultantes de conceitos derivados da busca do prazer e do poder, ao invés do natural estímulo que deveria existir para um esforço constante em favor de ser-se mais e tornar-se melhor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 25, 2023 11:24 am

O medo e seus vários aspectos
O instinto de conservação da vida induz o indivíduo a manter receios em torno de tudo quanto é desconhecido, que se lhe apresenta como ameaçador.
A necessidade de segurança, tendo em vista a própria e a sobrevivência da prole, induz ao medo das ocorrências imprevistas, que se podem apresentar de maneira desastrosa.
Não obstante esse fenómeno se encontre ínsito na criatura humana como decorrência das experiências anteriormente vivenciadas, outros tipos de medo se apresentam como resultado de transtornos psicológicos, de atavismos ancestrais, de ansiedades mal contidas, de convivências perturbadoras.
Desse modo, manifesta-se de forma normal ou patológica, quando, no último caso, se experienciam alterações emocionais e físicas que conduzem ao pavor, responsável por graves consequências no comportamento. Evidentemente, todos sentem medo em algum momento ou circunstância da existência física, o que é perfeitamente normal. Aqueles que reconhecem possuir o sentimento, com mais facilidade enfrentam-no, podendo controlá-lo, enquanto que, aqueles que o negam, mascaram-no e sofrem-lhe os efeitos perturbadores, tombando, não raro, em colapsos nervosos diante de situações embaraçosas, graves ou não, que exigem serenidade para decidir e valor moral para enfrentar.
O medo pode resultar de causas reais ou imaginárias que o desencadeiam, produzindo os mesmos resultados emocionais. Não é exactamente o fato que se responsabiliza pelo acontecimento, mas conforme o mesmo é sentido ou compreendido pelo indivíduo, que se torna o factor desencadeador do medo.
Existe um temor interno, que procede de vários factores psicológicos que induzem ao medo de amar, de entristecer-se, de ser infeliz, de ter raiva, de fracassar no relacionamento sexual, de adoecer, de morrer, de ser incapaz de enfrentar situações inadequadas ou inesperadas...
O medo também se expressa entre os animais selvagens de forma fisiológica, produzindo-lhes paralisia, que decorre do fato de se sentirem perseguidos ou atacados por outros predadores mais poderosos. Ante a imobilização natural que os toma nessa circunstância, tornam-se presas fáceis para os inimigos, sucumbindo-lhes ante a agressão.
Da mesma maneira ocorre com o ser humano. Quando porém se consegue superar o momento do terror, que é o momento máximo do medo, e que pode ser rápido ou lento, recupera-se o equilíbrio, podendo-se discernir e tomar a decisão correta para escapar da situação afugente.
Em razão da impossibilidade de auto-defender-se, a criança sempre sente muito medo. O adulto sempre se lhe afigura como recurso de protecção e amparo. Quando isso não ocorre, transforma-se-lhe na imaginação em motivo de terror, que sempre está preparado para afligi-la, maltratá-la, destruí-la, gerando-lhe pavor, que muitas vezes também a imobiliza, quando a situação é grotesca, violenta ou agressiva. Como decorrência, essa emoção perturbadora é instalada no infante pela imprevidência e ignorância dos adultos que preferem ameaçá-la em nome da educação primitiva, do que orientá-la e auxiliá-la no discernimento e na compreensão dos fatos e ocorrências que a envolvem.
Desde os temores nocturnos que são impostos pelos pais, amas ou irmãos mais velhos, até os naturais receios da sua constituição psicológica, a criança vive o tormento de enfrentar o medo, tornando-se contraída, excitada, ou deixando-se arrastar para a pusilanimidade, passando a uma atitude passiva, doentia, inquietante...
O medo se manifesta no corpo através da tensão muscular, da rigidez de muitas partes do organismo, da contracção do maxilar, que representam as reacções fisiológicas produzidas por enzimas especiais que fomentam a ocorrência.
Nesse estágio, o paciente receia perder o controle e desvairar, o que mais o fragiliza e o predispõe a uma crise de desvario mental, a princípio momentânea, para agravar-se lentamente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 25, 2023 11:24 am

Esse medo constante predispõe à perda da identidade, que é de alto significado para a saúde mental. A identidade é parte essencial do equilíbrio individual, porquanto lhe constitui característica básica para o comportamento e a vida.
Quando ocorre essa despersonalização, fica-se predisposto a um colapso mental, que também resulta da vigência da ira contínua, que se transforma em tensão, desde que por muito tempo controlada.
Na infância, quando faltam os meios de defesa da criança, a mesma tomba na urdidura perversa do adulto ou se torna rígida para não ceder às lágrimas, ao desespero, ou não reagir, com medo de punição mais rigorosa, refugiando-se na ira sob controle, que se prolonga por toda a existência, impedindo a naturalidade no comportamento, a afectividade espontânea, já que se encontra sempre sob tensão, não tendo valor para liberar-se através de uma catarse normal.
Por tal razão, é necessário que o paciente se conscientize do próprio medo, recuperando-se da infância atormentada, e tome as providências compatíveis para libertar-se da rigidez muscular, da tensão emocional, readquirindo a alegria de viver.
Da mesma forma, o medo da morte, que é herança ancestral, assim como resultado das crenças religiosas e superstições que elaboraram um Deus vingador e punitivo, ou do materialismo que reduz a vida após a disjunção celular ao nada, o fenómeno natural da desencarnação se apresenta como tragédia, ou constitui um término infeliz para a existência humana, que sofre a dolorosa punição de ser extinguida.
A visão transpessoal do ser confere-lhe dignidade psicológica, restaura-lhe o sentido de humanidade para o qual a Vida aplicou bilhões de anos desde o momento em que apareceram as primeiras cadeias de açúcares na profundidade das águas oceânicas...
A insegurança resultante dos fenómenos do comportamento familial no ninho doméstico, geradora de conflitos, desenvolve as tormentosas expressões do medo, quais a incerteza quanto à sexualidade e à sua prática, o fascínio pelas aberrações como válvula mórbida de escape, os receios da convivência social, geradores de isolamento e de sentimentos de inferioridade.
A fragilidade, orgânica ou não, os remanescentes das condutas infelizes em existências passadas, que imprimiram no inconsciente os mecanismos de reparação, também ressumam em forma de medo de enfermidades, que as pessoas cultivam inadvertida ou prazerosamente, contribuindo para muitos transtornos na área da saúde nos seus vários aspectos.
Como terapia para todos esses conflitos que geram medo, tornam-se indispensáveis a ajuda correta do psicoterapeuta habilitado e o esforço do paciente para libertar-se da ira sob controle, da amargura penetrante, conscientizando-se dos próprios limites e das infinitas possibilidades que lhe estão ao alcance, dependendo do desejo real de realizar-se e de ser feliz.
A libertação do controle inconsciente desses sentimentos perturbadores é de vital importância para a auto-realização. Muitas vezes o paciente não sabe como fazê-lo e nega-se a acreditar que se encontre com problema, o que mais dificulta a convivência com o mesmo.
Em uma auto-análise cuidadosa é possível identificar as dificuldades e trabalhá-las, recuperando o equilíbrio abalado desde os dias infantis...
E compreensível, porém, que permaneçam os receios naturais de tudo quanto se apresenta como desconhecido até o momento de identificá-los, de tudo quanto produz dor e sofrimento, não lhes evitando o enfrentamento, e avançando na sua direcção com naturalidade e discernimento, a fim de ultrapassá-los.
Essa conduta resulta em uma atitude saudável perante a vida e si mesmo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 25, 2023 11:24 am

Falta de amor
De importância fundamental para a vida é o amor, sem o qual o ser humano permaneceria no primarismo dos fenómenos biológicos.
O amor vige em todas as expressões da Natureza, mesmo quando não identificado sob essa denominação, qual ocorre nas Leis que regem a Criação, expressando harmonia e ordem.
A medida que o ser abandona as faixas iniciais do processo da evolução, os instintos em predomínio em sua natureza imiscuem-se nas expressões do amor que tem origem divina e transformam esse sentimento em conflito, em reacção, gerando dificuldade de comportamento e de crescimento emocional.
Lentamente porém, o amor rompe as amarras em que se encontra detido e expressa-se através de incontáveis recursos que terminam por comandar as aspirações, as palavras e os actos das criaturas.
Vencer os degraus iniciais, superando os desafios naturais que surgem como consequência do trânsito nas faixas mais primitivas é o dever que a todos se faz imposto pela necessidade de adquirir e preservar a saúde nas suas variadas expressões e complexidades.
O amor é sentimento superior que brota espontaneamente no ser humano. Não necessita ser conquistado, nem se reveste de qualquer atavio exterior para impressionar ou atingir a sua meta.
Quando escasseia em alguém, aí estão encravados diversos conflitos, principalmente aqueles que resultam dos fenómenos perinatais perturbadores, da convivência doméstica difícil, dos relacionamentos frustrantes como também de problemas orgânicos que desenvolvem a amargura, a revolta, a tristeza e a sistemática desconfiança em razão de influenciarem o comportamento.
Em casos dessa natureza, torna-se imprescindível a análise dos factores que desencadearam a problemática, a fim de serem erradicados, abrindo espaço para a vigência do sentimento afectivo.
Crianças que foram desamadas ou que vivenciaram um grupo familiar agressivo, de constituição grosseira ou vulgar, permanecem assinaladas pelos atritos emocionais e desajustes a que se viram submetidas, cerrando-se ao sentimento, por transferirem para a sociedade aquilo que lhes era comum na intimidade doméstica.
Bloqueando a capacidade de amar, por não se sentir amada, a criança encarcera outros sentimentos e tendências, impedindo-lhes o desenvolvimento em razão da ira e das mágoas que teve de acumular para sobreviver ou da dissimulação de que se revestiu, a fim de ser poupada pelos adultos perversos ou doentes que a cercaram, crivando-a de reprimendas, de golpes e de desinteresse emocional.
Existem pais que mantêm antipatia pelos filhos e o demonstram, traduzindo a insanidade em que jornadeiam, longe de qualquer respeito pelo ser que depende da sua protecção e orientação, desenvolvendo neles reacções mais violentas, que explodirão na adolescência ou na idade adulta contra a sociedade. Noutros casos, os mesmos se aprisionam no ressentimento ou matam a sensibilidade, tornando-se amorfos, depressivos, mentirosos, inseguros, desconfiados...
O primeiro passo para uma saudável terapia do paciente não amado e que tem dificuldade de amar, é auxiliá-lo a vencer a auto-compaixão, procurando abandonar a postura de vítima e esforçando-se para recuperar o seu lugar ao sol das oportunidades de crescimento interior. Toda vez que se refugia na auto-comiseração, deixa de lutar, abandonando-se ao estágio em que se conserva como ser infeliz, quando lhe cabe superar a dificuldade e construir a vida sob nova condição.
Logo após, identificar os factores causais do transtorno e revivê-los corajosamente, desculpando aqueles que lhe foram motivo de embaraço e de tropeço, tornando a sua existência amarga e sem sentido.
Em uma análise tranquila do acontecimento, ao invés de evitá-la, dar-se-á conta de que o responsável pela situação penosa também foi desditoso, pois que assim ou pior fizeram-lhe aqueles que o cuidaram ou descuidaram da educação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 25, 2023 11:25 am

O sentimento de mágoa deve ceder lugar a um ato de compreensão do limite emocional e espiritual em que o outro - pai, mãe, amigo, grupo familiar - se encontrava, não lhe sendo possível haver-se desincumbido de outra maneira em razão da ignorância e do primitivismo em que se demorava.
E provável que o gerador da situação penosa acreditasse estar fazendo o melhor, porquanto, no seu nível de compreensão e de maturidade psicológica atormentada, essa era a medida de comportamento e o mecanismo para bem enfrentar os desafios existenciais.
A medida que se vai penetrando no entendimento dos conflitos alheios, tornam-se menores os próprios, e uma visão nova, optimista, da existência, toma o lugar daquela sombria por onde se transitava.
O amor é tão maravilhoso, que basta o desejo de abrigá-lo no íntimo e ei-lo que se encontra embrionário, passando a germinar e desenvolver-se.
O amor é o verdadeiro milagre da vida. Frágil, é portador de força incomum. Assemelha-se a essa persistência e poder do débil vegetal que medra em solo coberto de cimento e asfalto, enfrentando todos os impedimentos, e ali ergue sua pequenina e delicada folha verde de esperança.
E indispensável abrir-se ao amor, a fim de que o amor se assenhoreie do coração e passe a comandar as disposições existenciais, traçando planos grandiosos para o futuro.
O amor leva à integridade moral, quando se pensa que ele conduz à perfeição. Essa é uma aspiração de todo ser que pensa. No entanto, é conveniente não a confundir com o perfeccionismo, que resulta da luta íntima para ser melhor, para atingir metas inalcançáveis em tormentosa insatisfação em relação ao que se faz e ao que se deseja.
O perfeccionismo aflige o ser, que perde o parâmetro dos limites e, inquieto, complexado, tenta, por esse meio, demonstrar aos outros e a si mesmo o de quanto é capaz, embora nunca se satisfaça com o adquirido, o já realizado.
Normalmente resulta do medo de ser superado, de ser colocado à margem, de não merecer elogio ou destaque, tornando-se essa incerteza um flagelo interior que nunca se sente compensado com a alegria do dever cumprido, nem dos objectivos alcançados.
A busca da integridade moral, porém, que resulta do amor, deve ser a meta a ser atingida por todos aqueles que se preparam para uma existência feliz.
Quando não são encontradas directrizes que estabeleçam as linhas básicas e os limites para a perfeição, o perfeccionista arrosta consequências dolorosas no comportamento futuro. Mas se persegue a integridade moral, física, emocional, conscientizando-se dos deveres e responsabilidades para com a vida, eis que a falta do amor que lhe não chega cede lugar à harmonia íntima e ao interesse de amar, devolvendo em carinho tudo quanto recebeu em acrimonia, porque sabe quanto aflige e magoa o desinteresse e a agressividade de que foi vítima.
O amor é terapia eficaz para vários distúrbios de comportamento, desde que o paciente se resolva pelo acto de ser aquele que ama, devolvendo à vida a grandiosa bênção da existência que pode tornar edificante e felicitadora.
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