LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis

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Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis - Página 2 Empty Re: Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 22, 2023 9:24 pm

Sexolatria
Freud, com muito acerto, descobriu na libido a resposta para inúmeros transtornos psicológicos e físicos, psiquiátricos e comportamentais que afligem o ser humano.
Baseando-se nas heranças antropológicas, o insigne mestre vienense estabeleceu os paradigmas da psicanálise, fundamentados nos mecanismos do sexo e toda a sua gama de conflitos não exteriorizados.
Examinando a sociedade como vítima da castração religiosa ancestral, decorrente das inibições, frustrações e perturbações dos seus líderes, que através de mecanismos proibitivos para o intercâmbio sexual, condenavam-no como instrumento de sordidez, abominação e pecado, teve a coragem intelectual e científica de levantar a bandeira da libertação, demonstrando que o gravame se encontra mais na mente do indivíduo do que no ato propriamente dito.
Referindo-se à intolerância judaica, a respeito da higiene pelo lavar das mãos e do rosto antes da refeição, que era tida como regra fundamental de comportamento, assim tornando imunda a acção que não se submetia a tal usança, o Apóstolo dos gentios, exclamou com veemência: - Eu sei e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda. (Romanos; 14-14).
Por extensão, pode-se afirmar que o comportamento imundo não é o do sexo propriamente dito, porém de quem o vive, conforme o seu estágio de evolução e dos seus sentimentos.
Posteriormente, a questão do sexo se tornou uma verdadeira ditadura da libido, merecendo de alguns discípulos do nobre psiquiatra-psicanalista, reacções especiais quais ocorreu com Karl Gustav Jung, Alfred Adler, Erich Fromm e outros, que ampliaram o conceito, apresentando novas excelentes vertentes da proposta inicial.
Outros mais, no entanto, continuaram com a mesma conduta do Pai da Psicanálise, tornando-se-lhe, culturalmente filhos e netos de eleição.
São os casos dos eminentes Wilhelm Reich e seu discípulo Alexander Lowen, que deram prosseguimento ao profundo estudo da libido, criando, o primeiro, a terapia bioenergética, enquanto o segundo ampliou a técnica dos exercícios para a libertação dos conflitos e dos problemas orgânicos, derivados das perturbações sexuais.
Certamente, uma vida saudável é aquela na qual todas as funções orgânicas funcionam normalmente, como decorrência do equilíbrio psicológico, que faculta alegria de viver e realização plena.
O indivíduo é a medida das suas realizações interiores e de toda a herança que carrega no seu inconsciente, o que equivale dizer, que é o resultado inevitável da sua longa jornada evolutiva, na qual, passo a passo, se liberta do instinto, mediante o uso correto da razão, desta passando para a intuição.
O homo sapiens alcançou o homo tecnológicus e este ascende para o homo noeticus, quando então, haverá predomínio da vida parapsíquica, conduzindo-o a estados especiais de comportamento.
A contribuição de Freud para a libertação da criatura humana, arrancando-a da hipocrisia vitoriana e clerical anteriores, dando-lhe dignidade, é de valor inestimável.
No entanto, o ser humano não é somente um animal sexual, mas um Espírito imortal em trânsito por diversas faixas do processo antropológico na busca da sua integração no pensamento cósmico.
O predomínio, por enquanto, da sua natureza animal por cima da natureza espiritual, é transitório, decorrente da larga jornada que se iniciou como psiquismo embrionário, atingindo o patamar de Espírito inteligente no rumo da angelitude.
Departamento de alta magnitude do corpo físico, o aparelho genésico, em razão da elevada finalidade a que se destina - a de reprodução - está fortemente vinculado aos mecanismos da mente e da emoção, sobretudo, dos comportamentos transactos, que geram as consequências inevitáveis do bem ou mal funcionamento dos seus mecanismos, ora na busca do prazer, vezes outras para a perpetuação da espécie, noutros momentos para a completude hormonal, e, por fim, para a realização total.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 22, 2023 9:24 pm

Emparedado em preconceitos doentios, vitimado por castrações de mães impiedosas ou super-protectores e de pais violentos, de famílias arbitrárias, de meios sociais mórbidos, a criança não se desenvolve com o necessário equilíbrio emocional, escondendo a própria realidade em atitudes incompatíveis com a saúde mental e emocional, tombando posteriormente em situações vexatórias, inibitórias, aberrantes ou tormentosas.
Face à inibição de que é vítima, o indivíduo passa a ignorar o próprio corpo, quando não ocorre detestá-lo em consequência da incompreensão dos seus mecanismos, vivendo emparedado em cela estreita e afugente, que termina por gerar grandes confusões no comportamento psicológico e na saúde física.
Somatizando os conflitos não digeridos, elabora enfermidades de grave curso, que não encontram solução, excepto quando são realizadas as terapias convenientes, orientadas para o rumo dos factores responsáveis pelos transtornos.
O conhecimento do próprio corpo, sua identificação com as funções de que se constitui, o uso equilibrado das suas possibilidades, contribuem para uma existência harmônica, ampliando o quadro da auto-realização e do bem-estar, que são metas próximas para todos os seres humanos mergulhados na indumentária carnal.
A existência terrestre não tem a finalidade punitiva que se acentuou por muitos séculos, em condutas perversas e infamantes por parte da Divindade, que mais se apresentava como algoz impenitente, comprazendo-se na desdita das suas criaturas, que almejando pela felicidade das mesmas.
O que tem faltado é a conveniente orientação educacional para a vida sexual, assim como o equilíbrio por parte dos religiosos e educadores, líderes de massas e agentes multiplicadores sociais, que sempre reflectem as próprias dificuldades de relacionamento e vivência sexual, abrindo espaços para que múltiplas correntes de condutas, não poucas vezes exóticas, assumam cidadania, mais perturbando os indivíduos em geral, e particularmente as gerações novas, porque desequipadas de esclarecimento.
Arrebentadas as amarras da proibição, o ser humano vem tombando na permissividade, como efeito da demorada castração a que foi submetido anteriormente.
Pareceria que a denominada liberação sexual contribuiria para que as criaturas se realizassem mais e se encontrassem mais equilibradas emocionalmente, o que não vem ocorrendo.
Da mesma forma que o impedimento não produziu pessoas saudáveis, a libertinagem em voga não tem conseguido harmonizá-las, favorecendo, pelo contrário, mais devastadoras condutas e vivências em clãs, grupos isolados, bem como na sociedade como um todo, que se encontra desorientada.
O sexo, convenha-se considerar por definitivo, existe em função da vida e não esta em dependência exclusiva dele. O ser humano, dessa forma, necessita do sexo, mas não deve viver em sua dependência exclusiva.
Outras finalidades existenciais servem-lhe de objectivo, impulsionando-o a uma vida feliz e plena, através dos ideais e metas que cada qual se impõe, tornando a função sexual complementar, não indispensável.
A questão, portanto, não está em atitude de abstinência física, quanto se pensou durante muitos séculos, nem no abuso das actividades da pélvis, através dos movimentos libertadores, como sugerem alguns bioenergeticistas.
Porém, em um saudável direccionamento das funções com finalidade salutar.
Os dias hodiernos, em que o sexo se transforma em motivo essencial da existência humana, têm produzido mais angustiados e insatisfeitos do que se poderia imaginar, dando margem ao surgimento de ansiosos e frustrados que, considerando a existência como meio para alcançar orgasmos continuados, conduzem ao uso de bebidas alcoólicas, de drogas aditivas e outras estimulantes e responsáveis pela capacidade da função, que deverá sempre ser espontânea e criativa através do amor.
Constitui o amor o mais maravilhoso élan para a vida sexual, ao invés do barateamento da função, que se vem tornando tormentosa idolatria.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 22, 2023 9:24 pm

Há uma tendência psicológica no ser humano para, quando sai da escravidão e não sabe usar a liberdade, cair na libertinagem dos costumes, na qual se torna mais servo do que senhor, mais limitado do que independente, mais infeliz do que antes. É compreensível que se aspire e se viva em liberdade, pois a vida e o amor são dádivas de libertação, jamais de coerção e de sofrimento. O mal uso dessa liberdade é que responde pelas consequências lamentáveis da desarmonia, porque atenta contra os limites que são impostos, como recurso de equilíbrio para a própria existência.
E fácil observar-se nos animais da escala evolutiva quando se buscam, que estimulados pelas necessidades procriativas, exercem o sexo sem tormento, sem culpa, que tão sempre resultados da emoção humana desequilibrada.
A vida em liberdade é aquela que, quando a desfrutamos, faculta os mesmos direitos aos outros seres; que não afronta as leis naturais; que se compraz na realização integral.
Face, portanto, a quaisquer conflitos que se apresentem no comportamento psicológico do indivíduo, a eleição de prioridades para uma existência digna contribui positivamente para a liberdade e a felicidade pessoal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 22, 2023 9:24 pm

ACTIVIDADES LIBERTADORAS
Auto-identificação. — Educação e disciplina da vontade. — Sublimação da função sexual.

A alegria é a mensagem mais imediata que caracteriza um ser saudável.
Quando se instala, todo o indivíduo se expressa num fluxo de energia que o domina, que se movimenta dos pés à cabeça e dela à planta dos pés. Há um continuum de vitalidade que irriga todo o corpo, demonstrando que se está vivo, sem áreas mortas nem constrangimentos psicológicos inquietadores.
A infância é o exemplo natural da verdadeira alegria.
Porque ainda não tem consciência de culpa, toda ela esplende num sorriso, entrega-se à espontaneidade, exulta no contacto com as coisas simples, com os pequenos animais, com os brinquedos, e até mesmo com ocorrências perigosas. Dir-se-á que essa atitude é resultado da inocência. Sua nudez é natural, todas as suas expressões são destituídas de objectivo.
Pode-se compará-la ao estado de pureza das figuras mitológicas de Adão e Eva, no Paraíso, antes da sedução pela serpente, a fim de que provassem da árvore do Bem e do Mal, após o que se descobriram, e experimentando consciência de culpa esconderam-se...
Não poucas vezes, porém, esse encantamento juvenil desaparece sob a pressão de adultos severos e irritados que sempre agridem, esquecidos que o seu humor negativo irá prejudicar significativamente o desenvolvimento emocional da criança, atirando-lhe petardos mentais e verbais devastadores, quando não se utilizam covardemente da agressão física para exteriorizarem os conflitos que os devoram.
A alegria estruge diante das ocorrências simples e descomprometidas, tais uma pequena jornada que se realiza caminhando descalço, sentindo as folhas e a terra gentil sob os pés, experimentando o contacto com a natureza pulsante de vida. Noutras vezes, surge, quando se rompe a masmorra dos limites e se espraiam os olhos por sobre o mar, viajando sem medo pela imaginação; ou se apresenta quando tem início a Alva colorindo a Terra e vencendo a sombra, em mensagem de vitalidade, de despertar; ou se manifesta no momento em que se estão plantando sementes após o amanho do solo...
A alegria é a presença de Deus no coração do ser humano, cantando, sem palavras, melodias de perenidade, mesmo que de breves durações.
Diante de tais ocorrências naturais, enriquecedoras, o superego não se apresenta dominante, impondo o que se deve ante aquilo que se não deve vivenciar, como herdeiro que é de todas as imposições agressivas dos genitores ou castrações impostas pelo grupo social, religioso, étnico, que ficaram arquivadas no nível abaixo-próximo da consciência.
Nesse contributo da alegria o indivíduo é livre, desalgemado, retornando à pulcritude do período infantil, antes das imposições caprichosas dos esquemas de coerção.
Vivendo-se em sociedade formal, com suas regras criadas para agradarem ao ego narcisista, a alegria espontânea raramente se expressa, em razão dos constrangimentos ou das adulações que propõem conduta artificial, disfarce de sentimentos, nivelamento de aparências e comportamentos iguais.
Para que essa convivência social se expresse dentro dos padrões estabelecidos, surge a necessidade de educar-se a criança a comportar-se conforme o conveniente, limitando-lhe a área dos movimentos, o campo de acção. Nesse momento quando não se age com o necessário cuidado e respeito pelo ser em formação, rompe-se-lhe a integridade, estabelecendo-se disputas, lutas que não podem ser vencidas pelo educando, terminando por anular-lhe a identidade, tornando-o submisso em mecanismo de sobrevivência adequada, formal, sem o brilho da naturalidade que foi alterada.
O comportamento passa por grave modificação, expressando-se como automatismo social sem sentimento afectivo.
A imagem daquele que lhe rompeu o elo de ligação com o Si profundo passa a dominar-lhe o mundo emocional, apresentando-se perturbadora, detestável, que se reflectirá nas demais pessoas, que serão aceitas, temidas, mas não amadas.
A alegria é o prémio que se conquista através da auto-identificação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 22, 2023 9:25 pm

Auto-identificação
O auto-descobrimento, resultado da imersão no ser profundo, é meta prioritária para que seja conseguida a auto-identificação.
Trata-se de um grande esforço para vencer-se todo um contingente de imposições injustificáveis, que construíram no mundo íntimo as máscaras para a conivência no grupo social, bem como para a auto-satisfação habitual, com o que se pode viver, porém de maneira incompleta.
Considerando-se todo o contingente de mitos que passaram a habitar o panteão da imaginação infantil, a sua influência torna-se mórbida, por facultar o excesso de fantasias, de ilusões, nas quais o ego se refugia, evitando o contacto com a realidade que parece cruel.
Nesse contexto do desenvolvimento emocional, surgem as expressões da sexualidade que, não havendo sido antecipada por lúcidos esclarecimentos, conduz a comportamentos inconscientes de culpa, a viagens mentais impossíveis de serem realizadas, a graves tormentos íntimos, que tentam ocultar a ocorrência normal imposta pelos hormônios do processo de crescimento biológico.
Estacionando nessa fase o amadurecimento psicológico, o indivíduo permanece retido na infância mal vivida e, seja qual for a idade orgânica, não adquire um correspondente desenvolvimento emocional.
Todo aquele que deixa de conhecer a própria identidade sofre uma alteração significativa para pior, no seu processo de crescimento, que o torna desvitalizado interiormente, sem espírito lúcido, incapaz de decisões acertadas, sem contacto com o corpo que passa a ignorar ou odiar, formulando programas de auto-anulação em torno das funções e impositivos naturais.
Em tais condutas, surgem muitos ditadores domésticos e de grupos, religiosos fanáticos e insensíveis, governantes perversos, que se vingam nos demais infligindo aquilo que os aflige, impondo leis arbitrárias, directrizes impossíveis de serem aceitas com equilíbrio, auto-realizando-se no sofrimento que estabelecem para os outros, sadicamente vivenciando a sua alegria mórbida.
Essa perda de identidade atormentará o ser até quando se resolva por uma terapia conveniente, conquistando a coragem de trabalhar por adquirir a auto-identificação, a fim de saber o que deve ser feito para tornar-se alegre e feliz.
E sempre ideal que essa terapia tenha sido iniciada quanto antes, evitando-se fixações enfermiças e transtornos que fazem da existência um calvário silencioso.
Quando o eu se identifica com qualquer realização, ocorrência ou pessoa, torna-se-lhe submisso, sofrendo-lhe a influência. A medida, no entanto, que se desidentifica, passa a dirigir e comandar em estado de liberdade emocional.
Por efeito, auto-identificar-se é desidentificar-se de tudo aquilo que foi assimilado por imposição, constrangimento, circunstância de conveniência, sem a real anuência do Si profundo.
A auto-identificação, embora a diversidade de conceituação, pode ser considerada como a conquista dos valores nobres e libertadores que se transformam na suprema aspiração do ser. A dificuldade é estabelecer-se aquilo que, em verdade, pode ser considerado como aspiração mais elevada, tendo-se em vista que há uma variedade constante de aspirações que surgem à medida que o indivíduo cresce e se desenvolve, aspira e elabora o conceito de felicidade.
Considere-se aqueles que se auto-identificam apenas com o corpo, com a profissão, a vida emocional ou intelectual e teremos uma relativa conquista, porquanto, lograda essa meta, desaparece o valor da vitória.
Noutros casos, a auto-identificação pode ser considerada como a busca da consciência pura, que somente é conseguida após a experiência do eu tornado factor primordial e central da consciência.
Ainda se pode analisá-la do ponto de vista da harmonia com o Si, ou o Eu superior, ou o Espírito que se é, liberando-o das masmorras que o limitam, e passando por diferentes fases do processo de emancipação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:16 am

Alcançar essa essência do Ser, como factor espiritual e permanente da vida é o objectivo.
Esse encontro se opera quando se passa à auto-observação como centro de busca, examinando-se o comportamento interior, as ambições e experiências, para descobrir-se que há um mundo íntimo vibrante, sensível, aguardando. Através do olho mental penetrante consegue-se a introspecção saudável, direccionada para as ocorrências psicológicas, desse modo adquirindo-se um conhecimento consciente.
Iniciando-se nas sensações, graças à bem direccionada conquista do corpo, sua vitalidade e movimentos harmónicos, passa-se ao segundo estágio, que são as emoções, os sentimentos, e que se torna mais difícil, pelo hábito de experiências externas, objectivas. Quando se viaja para o campo subjectivo, defronta-se dificuldade que somente é vencida pela perseverança, a fim de alcançar-se a área das actividades mentais, captando as diferenças entre o que se pensa e o que se é, a mente e o eu...
A técnica apresentada pela psico-síntese é de perfeita consonância com a realidade do Espírito, quando o indivíduo pode afirmar que tem um corpo, mas não é o corpo, que está no corpo, no entanto, a realidade paira acima dele. Conseguir-se essa distinção entre o que se é e o que se tem, exige correcção de linguagem, como por exemplo quando se diz costumeiramente: - Meu corpo, minha casa, meus bens, meu espírito...
Não é o Espírito uma posse do corpo, mas, esse que, àquele pertence. O correto será afirmar-se: - Eu Espírito, tenho um corpo, uma casa, bens, que afinal são transitórios e mudam de mãos, menos o Ser essencial, que permanece após todas as conjunturas e ocorrências.
Da mesma forma, passando-se à análise da vida emocional, ela é possuída, mas não possuidora, isto é: - Eu tenho uma vida emocional, mas não sou a vida emocional.
O mesmo ocorre com a inteligência, com o intelecto em geral. Têm-se esses atributos, mas obviamente não são eles o ser.
A diferença se encontra entre o eu e as suas experiências, realizações e conquistas.
Desidentificar-se das sensações, necessidades de coisas, ambições, lembranças do passado e aspirações para o futuro, é viajar para a autoconsciência, distinguindo-se o que se deseja daquilo que realmente se é.
O ego tem desejos, porém, o eu não são os desejos.
Lentamente, vai-se conquistando o corpo, orientando-se os processos das ocorrências emocionais, ficando-se no centro da pura autoconsciência.
Em terapia pela psico-síntese é muito importante a desidentificação, a fim de que o ser realize a sua higiene psicológica, evite impregnações externas e internas, contribuindo para que os indivíduos super-civilizados ou super-intelectualizados se encontrem com a realidade do que são, superando a contingência daquilo em que estão.
O estar pode ser afectado por muitos factores internos e externos da experiência humana, como parkinsonismos, síndromes de pânico, de Alzheimer, degenerescências física e psíquica, ou choques outros traumáticos desestruturadores.
A terapia da desidentificação ou auto-identificação proporciona humildade, respeito pela vida, solidariedade, conduzindo o indivíduo para desenvolver papéis de pais, protectores, filhos, amigos, esposos, executivos, etc., demonstrando que esses são deveres a atender no conjunto social, mas não apenas isso, que são parciais, desde que se é o agente de todas as ocorrências, e não apenas a personagem transitória.
O que se necessita é conseguir uma verdadeira síntese de todas as experiências e papéis desempenhados pela persona, e não o surgimento de uma nova personalidade.
A auto-identificação, portanto, é conseguida, partindo-se das sensações para as emoções, para o intelecto, chegando-se ao centro da auto-consciência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:16 am

Educação e disciplina da vontade
A vontade é uma função directamente vinculada ao Eu profundo, do qual decorrem as várias expressões do comportamento, que nem sempre o ego expressa com o equilíbrio que seria desejável.
Ainda pouco elucidada, tem permanecido em campo neutro de considerações, expressando-se mediante conceitos que se tornaram mecanismos de conduta, gerando, por efeito, mais graves consequências que benefícios. O primeiro deles é a inibição, que se adopta mediante a violência ante as suas manifestações, como se o indivíduo estivesse diante de um animal a ser domesticado pela punição e pelo cabresto, impedindo-a de expressar-se. O segundo, é o impulso direccionado por meio da força, como se estivesse tratando de uma máquina emperrada, que deve ser accionada sem a contribuição do motor, sofrendo empurrões de braços e músculos vigorosos.
Num, como noutro caso, a vontade se encontra sob injunções perturbadoras, experimentando comportamentos agressivos que não contribuem para a sua fixação, antes impedem-na de expressar-se.
Esse fenómeno volitivo encontra-se latente em todos os indivíduos, embora alguns declarem que são destituídos da sua presença. Ocorre que, nem sempre se procede à disciplina e educação do ato de querer conforme deve ser realizado.
Passando por várias fases, a vontade tem que ser orientada, especialmente quando se estabelecem metas a conquistar, que resultam do interesse em torno daquilo que se deseja conseguir.
Inicialmente, torna-se indispensável querer-se exercitar a vontade, ao invés de refugiar-se em mecanismos conflitivos-comodistas, por meio dos quais, justifica-se não se possuir vontade suficiente para serem alcançados os objectivos que se gostaria de atingir.
Sem tentativas repetidas o embrião existente da vontade não encontra campo para desenvolver-se. Naqueles em quem o comportamento é cómodo, e se contentam com o que já possuem, mesmo que aparentando anelar por uma mudança de situação, é certo que a vontade permanece-lhe soterrada nos escombros da preguiça mental.
Considere-se como elementos essenciais para o desenvolvimento do ato volitivo, alguns factores essenciais, tais como o desejo real de querer, a persistência na execução do programa que seja estabelecido e o objectivo a alcançar.
Toda experiência educacional experimenta transição, em cujo curso, passados os primeiros tentames exitosos, os resultados parecem experimentar retrocesso, o que, naturalmente produz desânimo. É natural que isso aconteça como efeito da carência de registros vivenciais nos refolhos do Eu profundo, não habituado à disciplina, irreflectido e mal condicionado.
Todo ser humano tem um conceito e uma filosofia existencial de natureza pessoal, assim como a respeito do mundo, que lhe constituem normas de comportamento, sem os quais o trânsito psicológico se opera de forma anómala, senão patológica. Assim sendo, o desejo de querer aprimorar-se, aprofundar realizações, atingir estados de harmonia, torna-se valioso para o exercício da vontade. Tome-se como exemplo o interesse para memorizar-se determinado conteúdo literário, profissional, artístico, etc. De início, é imperioso o desejo de adquirir o conhecimento, considerando a sua validade, o seu significado, o quanto pode ser útil, e naturalmente, face à importância que se lhe atribui, o desejo impõe-se vigoroso.
Essa avaliação é de relevante importância, porquanto significará a tenacidade que se deverá aplicar para consegui-lo.
Estabelecida a significação do que se deseja, o esforço de perseverar torna-se o inevitável próximo passo, porquanto, não serão nos primeiros tentames que se conseguirão os resultados almejados. Provavelmente se repetirão acertos e erros, que em nada alteram o exercício que se fixará como fenómeno de automatização até repetir-se sem qualquer esforço.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:16 am

O objectivo é de significado essencial - desde que seja alcançável, não se apresentando fora dos limites e da capacidade de conquista - porquanto a sua qualidade impulsionará o candidato ao encontro do êxito.
A existência humana é rica de objectivos e metas, que variam conforme o estágio em que cada qual se encontra ou através de vertentes que encaminham para interesses menos significativos, que também são desafiadores. Ocorre que, no cotidiano, um interesse de aparência secundária torna-se essencial para a circunstância, desviando a atenção temporariamente, sem que isso prejudique a meta que se almeja atingir. Esse aparente desvio pode tornar-se de grande valor, face ao êxito no empenho, que contribuirá com mais significativo esforço para a conquista do mediato em programação.
Essa deliberação em não ceder o passo para que seja conseguida a realização é de salutar efeito, tornando-se meio estimulante para novos tentames e contínuos esforços.
Como as metas de uma existência são muito variadas e variáveis, a selecção daquela que deve ser tida como prioritária é relevante, não podendo fugir da realidade do que é ou não realizável, em razão da transitoriedade e da relatividade de tudo quanto é terreno, nunca se podendo possuir de uma vez além do que é factível vivenciar-se, seleccionando o que se torna mais significativo quanto oportuno. Nesse passo, desenha-se o carácter da responsabilidade ante o que se almeja e como utilizar sua conquista após adquirida. Tal responsabilidade não pode ser dissociada da faculdade de renunciar a outros valores, o que produz de imediato o medo pela liberdade da escolha, que afecta inevitavelmente o livre-arbítrio.
A pessoa tem que assumir a responsabilidade da sua aspiração, consciente de ser isso que deseja, afirmando-se capaz de enfrentar obstáculos e desafios até consegui-la.
Esse treinamento deverá ser repetido, introjectado, de forma que se torne fundamental na busca e edificação da vontade.
Pode iniciar-se em pequenos treinamentos ante as ocorrências do cotidiano, tais a paciência em conjuntura de qualquer natureza, enquanto espera por algo, seja uma refeição ou um atendimento por parte de outra pessoa, uma correspondência ou uma chamada telefónica, um lugar na fila de algum labor ou mesmo em um diálogo, quando outrem mais loquaz não lhe dá chance... Esses pequenos testes de vivência da vontade, tornam-se básicos para novos cometimentos mais complexos na área das aspirações emocionais e morais.
Convém ter-se em mente que a finalidade daquilo que se busca não anula as ocorrências e interesses tidos como secundários, da mesma forma que esses não nos devem desviar dos objectivos essenciais que são direccionados ao fundamental.
A vontade ideal será aquela que reúne o dinamismo do querer e a energia positiva encaminhada para aquilo pelo que se anela, em perfeito equilíbrio, sem que uma se sobreponha à outra. Essas forças exteriorizam-se através de impulsos que devem ser canalizados em favor da meta, resultando na conquista da vontade.
Por fim, será conveniente ter-se em mente que o tempo é factor valioso, nunca se deixando de levar avante o intento, por não se haver triunfado nos primeiros momentos.
Do primeiro impulso até a conclusão do exercício e da educação da vontade - e esse mecanismo estará sempre em desenvolvimento, enquanto o indivíduo cresça moral e intelectualmente - mais firme e natural se tornará, facultando realizações dantes jamais imaginadas.
Desse modo, quando alguém exclama: - Não posso; não tenho tão grande força de vontade quanto gostaria, está escusando-se de empenhar-se e trabalhar-se, em atitude de transferência de valores para os outros, que seriam mais bem dotados, enquanto que a ele teriam sido negados.
Esse labor, por fim, exige do candidato a auto-consciência das suas possibilidades e dos seus sentimentos em relação ao querer. Descobrindo emoções perturbadoras e depressivas, que o levam à auto-desvalorização, faz-se imprescindível uma verificação de conteúdos psicológicos, que lhe facultem autocrítica honesta e desejo de superar-se, o que trará benefícios salutares para ele mesmo e para o grupo social no qual se encontra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:16 am

Há muitos recursos que podem ser utilizados para esse fim, que são as leituras edificantes, que fortalecem o ânimo; a oração, que eleva o padrão dos sentimentos e propicia vibrações harmónicas e de autoconfiança; a meditação, que harmoniza as emoções: o serviço fraternal direccionado em favor de outrem, que produz resultados estimulantes para a execução do programa no qual se está empenhado.
Esteja-se vigilante para que o trabalho de disciplina e educação da vontade não gere ansiedade, tensão, cansaço, porquanto esses seriam resultados negativos para o projecto que se almeja. Somente através de experiências compensadoras é que se conseguem novos estímulos psicológicos para tentames cada vez mais audaciosos.
A vontade bem direccionada é factor essencial para uma vida emocionalmente saudável e enriquecedora, portanto anelada por todo indivíduo que pensa e luta para ser feliz.
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Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis - Página 2 Empty Re: Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:17 am

Sublimação da função sexual
O sexo, no ser humano, em razão do seu atavismo de instinto básico da evolução, constitui-se um espinho cravado nas carnes da alma.
Persistente e responsável pela reprodução animal, desempenha papel fundamental no complexo mente-corpo, tornando-se responsável por incontáveis patologias psicofísicas e desintegração na área da personalidade.
Os estudos cuidadosos de Freud trouxeram ao conhecimento geral os conflitos e torpezas, os tormentos e desaires, as aspirações e construções do belo, do nobre e do bom, como também as tragédias do cotidiano que se encontram enraizadas na área da função sexual, por milénios considerada degradante, corruptora, posteriormente pecaminosa e imunda, recebendo em todo lugar tratamento cruel e merecendo punições selvagens, por ignorância da energia de que é portadora e do alto significado de que se reveste.
Mais tarde, outros estudiosos seriamente preocupados com o ser humano aprofundaram a sonda da observação na libido e ampliaram o campo de conceituações, facultando interpretações valiosas em favor da saúde mental e emocional das criaturas humanas.
As religiões que, no passado, se faziam responsáveis pela orientação filosófica e comportamental das massas e dos indivíduos, mediante austeridade injustificável, decorrente de pessoas sexualmente enfermas, tornaram-se responsáveis pelas castrações e submissões punitivas a que o sexo foi submetido, permitindo-se-lhe a consideração de elemento reprodutor, mas vedando-lhe ou tentando impedir-lhe as expressões de prazer e de compensação hormonal.
E inevitável ter-se em conta que, mesmo se considerando a necessidade da alimentação, que é imprescindível à existência física, o paladar deve propiciar prazer, sem que, com isso, se decomponha o sentido da nutrição orgânica. É do ser animal, como do vegetal, a adaptação aos factores que lhe propiciem desenvolvimento, que é essencial à vida. Constituído por sensações e emoções, o ser humano frui o prazer de forma diferente dos demais animais, que não têm discernimento racional e cujas vidas são também resultado de condicionamentos.
O prazer, portanto, está associado a toda e qualquer conduta humana, apresentando-se sob variada conceituação ou forma com que seja identificado.
Enquanto no passado a função sexual era propositadamente ignorada ou escondida, na actualidade já não se pode manter o mesmo comportamento ilusório, que oculta a hipocrisia no trato com as questões fundamentais da existência humana.
A denominada liberação sexual, demasiadamente difundida se, por um lado, fez um grande bem à sociedade, convidando-a à reflexão em torno da sua predominância em a natureza, que não pode ser negada, por outra forma, trouxe também tremendo desafio comportamental ainda não absorvido correctamente no relacionamento entre os indivíduos, gerando crises e perturbações igualmente graves, que têm infelicitado enormemente a maioria dos relacionamentos de toda natureza.
Da submissão esclavagista do pretérito, passou-se com rapidez para a liberação irresponsável, que responde por novos tormentos que estiolam muitas vidas e produzem dilacerações profundas no ser.
As velhas conceituações teológicas e pretensiosamente moralistas aturdiram a humanidade, que se libertou do totalitarismo das imposições religiosas ortodoxas e saltou para o prazer desmedido com avidez inimaginável, desorganizando a estrutura emocional do ser, que não estava preparado para os cometimentos da libertinagem.
Esse esforço pela libertação sexual dos absurdos impostos pelas castrações morais e pelo fanatismo religioso, nos tempos modernos encontrou em Rousseau o seu primeiro pensador partidário, quando propôs a doutrina do retorno à Natureza, formulando edificantes postulados educacionais - embora ele próprio fosse um pai incapaz de cuidar dos filhos, que internou em um Orfanato - abriu perspectivas novas para a comunhão sexual, além da sua função meramente reprodutora.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:17 am

Posteriormente, os seus seguidores e outros pugnaram pelo retorno ao romantismo e aos prazeres hedonistas vividos pelos gregos e romanos do passado ou pela efervescência renascentista, estimulados pelo teatro, mais recentemente também pelo rádio, a televisão e os tormentos de pós-guerras, que atiraram os seres humanos na busca exacerbada do gozo, quando constataram a falência das convicções religiosas e a falácia de muitas das suas teses de conveniência, sem valor real de profundidade.
Com os movimentos hippie, punk e tantos outros que invadiram a sociedade, tomando conta, particularmente, das mentes jovens, a revolução sexual esqueceu de que a função do prazer físico não pode ser dissociada da contribuição do amor, que nele sincroniza as emoções, que são os reflexos psicológicos do conúbio orgânico e a harmonia espiritual de ambos os parceiros.
Merece sejam sempre consideradas no capítulo das relações sexuais, as necessidades de carácter psicológico da criatura e não apenas a busca física para saciá-la biologicamente.
São exactamente os conflitos emocionais - medo, castração, culpa, autopunição -, geradores de insegurança, que exercem fundamental importância no relacionamento dos parceiros. Além disso, a busca de alguém ideal, que possa completar espiritualmente o outro, evitando frustrações do sentimento, transcende o prazer físico puro e simples.
A identidade sincronizada, face ao entendimento e à compreensão afectuosa entre os indivíduos que se buscam, representa poderoso mecanismo que faculta a plenificação que resulta da comunhão sexual.
A satisfação biológica da função, sem o contributo emocional, além de ser profundamente frustrante, produz culpa e desinteresse futuro.
Tentando-se fugir de ambos os conflitos, busca-se insensatamente o álcool e a droga aditiva, que pareceriam estimular e encorajar a novos relacionamentos, tornando-os, no entanto, mais dolorosos e perturbadores. A médio e longo prazo, ambos recursos terminam por prejudicar terrivelmente a função sexual, que também se expressa pela imaginação que, nessa circunstância, estará sob injunção angustiante.
Todos os artifícios disponíveis para o intercâmbio sexual compensador cedem lugar aos sentimentos de amor, de camaradagem, de alegria em compartir e repartir emoções, o que evita a extroversão de um sobre a inibição do outro.
O sexo, com a sua finalidade dignificante de facultar a procriação, seja de natureza física, seja artística, cultural, comportamental, também desempenha papel relevante na construção espiritual do ser humano.
As suas energias, que ainda permanecem pouco identificadas, podem e devem ser canalizadas igualmente para fins mais subtis e elevados, enriquecedores da vida, mediante a sublimação e a transmutação. Não se trata da interrupção ou da anulação da faculdade de expressar a função sexual, mas de canalizá-la com segurança em direcção mais fecunda e criativa na área dos sentimentos e da inteligência.
Freud reconheceu essa necessidade de sublimação do instinto sexual orientado para o bem-estar social, e acrescentamos, também espiritual da própria criatura assim como da Humanidade.
O ascetismo e o misticismo tentaram sem resultado saudável, com as excepções compreensíveis, esse empreendimento que, de alguma forma, em razão da metodologia castradora deixou marcas mais afligentes que positivas tanto no organismo individual quanto no social. Essas energias sexuais somadas e bem canalizadas ofereceram incomparável contribuição à cultura da sociedade em todos os tempos, reconhece o eminente mestre vienense.
A sublimação ou transmutação das energias sexuais pode ser realizada mediante a introspecção, a fixação nos objectivos íntimos acalentados sem violência nem rebeldia pelos impulsos fisiológicos, orientando-os de forma saudável e substituindo-os pelas reflexões em torno do seu aproveitamento na construção dos ideais pelos quais se anela. Todos os místicos buscaram esse élan com a Divindade, desde tempos imemoriais, denominando o êxtase como samadi, bem-aventurança, nirvana, plenitude... Através dessa experiência profunda, há uma completa conquista psicológica de felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:17 am

Certamente, essa sublimação impõe expressivo contingente de renúncia, de vontade de consegui-la e de perseverança na conquista do objectivo. Para alguns, pode ser uma forma de sofrimento, porém, sem masoquismo, porquanto o objectivo não é sofrer, mas libertar-se de qualquer injunção que acarrete padecimento.
Nessa fusão, que é resultado da sublimação, a personalidade desaparece no Ser estrutural, no Self, que passa a conduzir o comportamento psicológico sem conflito, unindo as duas polaridades - masculina e feminina - através das quais se expressa o sexo, em uma unidade harmônica.
Essa integração das duas polaridades não impede que se possa manter um exercício saudável da função sexual e, ao mesmo tempo, a sua canalização mística, interior, sem atropelos ou tormentos, que levariam a liberar-se da sua exclusiva finalidade orgânica, ampliando-a, desse modo, de forma expressiva na sua capacidade criativa.
Pode, portanto, apresentar-se entre aqueles que superem a função sexual - não a exercendo - e aqueloutros que, embora vivenciando-a, também elegem a sublimação, experimentando momentos de alta identificação com a Divindade.
No aspecto do autodescobrimento, o indivíduo desenvolve a vida interior que requer as energias do sexo como sustentáculo vigoroso para os empreendimentos emocionais e espirituais a que se afervora.
Além desse aspecto e vivência interior da sublimação, existe outro método para ser percorrido, qual seja o da substituição do prazer sexual por outras expressões de gozo e de alegria, nas quais, os sentidos físicos se relaxam e se renovam, e se apresentam desde as coisas mais simples até as mais complexas e elevadas, mediante a contemplação da natureza na sua grandiosa simplicidade e grandeza até as mais altas manifestações da arte e da cultura... Também pode-se incluir nesse desempenho o aumento do círculo da afectividade, no qual o intercâmbio emocional, estético e fraternal, derivado do amor, proporciona renovação de entusiasmo e de estímulos para a continuação da experiência evolutiva, emulando para a perfeita identificação com o seu próximo e o grupo social com o qual se encontra envolvido. Noutro aspecto, o empenho
em entregar-se às criações da cultura, da ciência, da arte, da religião, dos objectivos sociais e de solidariedade, consegue contribuir com eficiência para o êxito do programa da sublimação.
Essa necessidade de sublimar e transubstanciar as energias sexuais, pode igualmente ser considerada como terapia preventiva, considerando-se as ocorrências de enfermidades impeditivas do exercício da função sexual, o envelhecimento, o equilíbrio existencial, que inevitavelmente ocorrem no percurso da existência física, podendo então ser transferidas para expressões de outros níveis além do físico, proporcionando outros tipos de prazer, quais o emocional, o espiritual, o humanitário.
Quando o indivíduo se dedica à sublimação e transubstanciação das energias sexuais, o seu amor se amplia, irradiando-se sem pressão ou constrangimento sobre as demais pessoas, que o sentem experimentando agradável sensação de bem-estar e enriquecendo-se de júbilo ante o seu contacto. Com essa conquista, experimenta-se incomparável alegria de viver, tornando a existência um verdadeiro hino de louvor às Fontes Inexauríveis da Criação, de onde tudo e todos procedem.
Observa-se, nesse contexto, que os santos e missionários do amor em todos os campos do conhecimento, a fim de realizarem as tarefas que se impuseram ou às quais ainda se propõem, normalmente exaustivas e desgastantes, são tomados, invariavelmente, de grande compaixão pelas demais criaturas vegetais, animais e humanas.
Jesus, como exemplo máximo, sempre que atendia as multidões, socorria-as com infinita compaixão pelas suas necessidades, suas aflições, suas lutas... e repletava-as de paz e alegria. Quem mantivesse com Ele qualquer tipo de contacto transformava-se, porque o Seu irradiante amor como luz não ofuscante penetrava-lhe os escaninhos mais secretos e sombrios, alterando-lhe as estruturas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:17 am

A energia sexual, pela sua constituição íntima, é criativa, não apenas das formas físicas, mas principalmente das expressões da beleza, da cultura e da arte. À medida que é expandida, mais sublime se torna, quando direccionada pelo amor; mesmo que, na sua primeira fase, tenha conotação carnal, vai-se depurando e sublimando até adquirir um sentido de liberdade, de auto-realização, facultando ao ser amado a felicidade, mesmo que seja compartida com outra pessoa.
Nesse cometimento, portanto, de sublimação e transmutação das energias sexuais, o cuidado a ser mantido diz respeito à superação de qualquer sentimento de culpa ou de condenação aos impulsos orgânicos, a fim de que seja evitada a inibição, tornando-se uma repressão inconsciente, factor de graves perturbações nos propósitos estabelecidos.
O que se deseja, nesse grande desafio de plenificação, é a utilização correta das energias da alma, que vertem através do corpo e se encarregam de manter-lhe o equilíbrio.
Em outros casos de abuso das forças genésicas, pelo transbordar da função sexual, a própria natureza cobra o imposto do mal uso, perturbando-a, frustrando-lhe o prazer ou talando-a psicologicamente, o que conduz a transtornos psicopatológicos de lamentável curso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:18 am

EXPERIÊNCIAS TRANSPESSOAIS
Doenças psico-somáticas. — Instabilidade emocional. — Super-consciente.

A energia curativa natural que existe em cada um de nós é o principal factor de recuperação.
Hipócrates

O ser humano é, na sua essência, eminentemente transpessoal.
Realidade extrafísica, habita o campo da energia, na condição de princípio inteligente do Universo, onde se origina pela vontade da Causa Primeira de todas as coisas, que transcende à capacidade actual de entendimento conforme o grau de percepção que caracteriza a ciência contemporânea.
Chispa divina em forma de psiquismo inicial, possui todas as potencialidades imagináveis, que o tempo e as experiências fazem desabrochar através de sucessivas existências na forma orgânica desde as mais simples, nas quais exterioriza sensibilidade, sistema nervoso embrionário, para adquirir instintos, inteligência e razão, seguindo no rumo da auto-superação, quando a vitória sobre o ego facultar-lhe atingir a aspiração angélica.
Semelhante à semente que preserva todas as características da futura forma com o seu potencial de manifestações: germinação e plântula, caule, folhagem, ramos, flores e frutos, apenas surjam oportunidades propiciatórias ao seu desenvolvimento, tem a destinação indesviável de auto-realizar-se. Essa conquista, porém, somente ocorre através da inteligência, que lhe é o atributo mais elevado, assim conseguindo a plenitude, o reino dos céus, a superação do sofrimento e do mal que nele reside, isto é, da ignorância do fatalismo do bem, experienciando inúmeros fenómenos psíquicos, psicológicos, orgânicos que procedem das suas opções.
A princípio, submetido ao automatismo da evolução nas formas primárias pelas quais transita em inconsciência, dormem os valores que lhe são próprios, a fim de lentamente despertar para a consciência do Si, quando o discernimento se encarrega de propiciar-lhe direccionamento aos passos, atraído pelo Deotropismo para o qual ascende.
Seu imemorial trânsito pelos mecanismos inconscientes das jornadas nas faixas iniciais do desenvolvimento, nele insculpe forças poderosas que o conduzem e impulsionam a agir sem lucidez, mantendo-o mergulhado na sombra do atavismo primário, que a luz da razão conseguirá libertar a duras penas.
Atraído pela felicidade, de que somente possui lampejos nas expressões menos lúcidas, rompe a couraça na qual se encontra aprisionado, descobrindo os horizontes infinitos de beleza, que o fascinam e contribuem para que se desalgeme da caverna onde se acolhe.
As suas aspirações iniciais são tíbias, as paisagens mentais são povoadas de sonhos e impulsos que dão origem aos futuros mitos que terá de digerir e superar, a fim de tornar-se o Self dominante, ao invés de ego dominador.
Nesse período surgem os conceitos a respeito das expressões duais: o bem e o mal, a luz e a sombra, Ormudz e Arimã (do Mazdeísmo), o anjo e o demónio (da Bíblia), os conceitos correctos sobre a saúde e a enfermidade, que exercerão preponderância em seu comportamento, encarregado de proporcionar-lhe alegria ou tristeza, ventura ou desar conforme se aplique essa faculdade de discernimento para a acção.
Nos refolhos desse psiquismo se estruturam os delicados e subtis instrumentos responsáveis pelos fenómenos psicológicos de vital importância para a sua auto-realização.
Partindo do Ser psíquico, todas as forças que se transformam em aspirações condensam-se no campo das subtilezas emocionais, estabelecendo padrões de conduta, para se consubstanciarem nos fenómenos das formas. É através dessas necessidades básicas para a subsistência - nutrição, repouso e reprodução - que surgirão em pródromos desde a fase vegetal, quando desponta o sistema nervoso embrionário, que faculta a absorção clorofiliana para, em seguida, no animal, adquirir o instinto de conservação da vida, sempre avançando no rumo da fatalidade a que está destinado: a plenitude!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:18 am

Transitando-se por centenas de milhares de anos em automatismos inconscientes, esse psiquismo pareceria disposto a permanecer nesses impulsos, quando inesperadamente nele surgem as primeiras expressões de inteligência que o conscientizam dos novos recursos que se lhe encontram à disposição para o auto-crescimento.
E compreensível, portanto, que o inconsciente continue predominando no ser até quando seja ultrapassado pela consciência, cuja culminância será no após a aquisição da auto-consciência.
Esses instintos básicos permanecerão entretanto conduzindo o ser, impondo-se e gerando mecanismos de sobrevivência, que a consciência lúcida - consciência desperta - irá encarregar-se de transformar por necessidades éticas, estéticas, de saúde, de bem-estar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:02 pm

Doenças psico-somáticas

Somos o que pensamos.
Tudo o que somos vem dos nossos pensamentos.
Com nossos pensamentos fazemos o mundo.

Buda

À medida que se vão firmando no ser os valores da predominância psíquica sobre os automatismos físicos, as heranças daqueles, como é natural, permanecem adormecidas no inconsciente, do qual emergem com frequência, direccionando o comportamento, orientando as decisões, fixando mais ainda os hábitos ancestrais de que se desejaria libertar.
Essa resistência psicológica às experiências novas responde por diversos conflitos que obstam o crescimento interior e o amadurecimento emocional, impondo condutas que não são compatíveis com o período da razão, correspondendo às experiências anteriores.
Insegurança, complexos de inferioridade como de superioridade, narcisismo, alcançam o ser racional como atavismos da fase em que a força dirimia as situações de litígio impondo a dominação.
Foi, não obstante, a razão, que venceu os animais de maior porte, portanto, aqueles que dominavam o Orbe terrestre e, diante dos quais, o ser humano apresentava-se frágil, destituído de possibilidades de sobrevivência e de recursos para conseguir qualquer vitória nas lutas desiguais.
A astúcia animal, que também nele se expressa em forma de instinto de conservação da vida, foi superada pela inteligência, que logo sobressaiu, equipando-o de instrumentos hábeis para aplicação das energias e conquistas que o tornaram superior na escala zoológica, facultando-lhe o triunfo sobre as vicissitudes ambientais e evolutivas.
Permanecem ainda, sem dúvida, essas heranças que, de alguma forma, o atam ao pretérito do qual procede, tornando-o, não poucas vezes, seu dependente.
Assim, o ser humano reage ante tudo aquilo que o desagrada ou confunde, aflige ou perturba, deixando que se exteriorizem as energias primárias momentaneamente contidas pela educação, pela timidez e interesses imediatistas, quando deveria agir com discernimento, sem agressividade nem desejo de predomínio.
Mediante as sucessivas reencarnações são transferidas as experiências de uma para outra etapa, fixando-se no perispírito ou corpo intermediário, que por automatismo propelem aos transtornos, quando são afugentes, ou à paz, ao equilíbrio para decidir, se portadoras de aprendizagens superiores.
Nesse abismo de impressões que a consciência não consegue facilmente assimilar, os conflitos preponderam mesclando-se com as aspirações não amadurecidas, que se reflectem no corpo somático, veículo mais denso das energias espirituais, que o elaboram conforme as necessidades impressas nesse modelo organizador biológico.
O binómio saúde-doença naturalmente se deriva das acções anteriores praticadas pelo Espírito, sempre herdeiro de si mesmo no processo de aquisição de novas experiências transpessoais e libertadoras.
Não há como dissociar-se o Si profundo do corpo físico, tendo-se em vista que é o gerador das moléculas constitutivas das células, que são organizadas dentro dos modelos de que necessita para o auto-crescimento.
Porque as suas conquistas permanecem na área do instinto, predominam o ressentimento, o desconforto moral, a insegurança - que se expressa em forma de medo, ciúme, agressividade - a angústia, a cólera, a impetuosidade irrefreada, os desejos sensuais descontrolados, que estimulam a produção de toxinas que terminam por produzir distúrbios orgânicos de largo porte.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:02 pm

A mente é geradora de energias compatíveis com o tipo de aspiração que acalenta, movimentando-as através da corrente sanguínea que vitaliza e mantém o corpo físico. Nesse mesmo conduto as micropartículas constitutivas do perispírito conduzem as vibrações que irão produzir nas células reacções correspondentes ao tipo de onda mental que seja distribuída pelo organismo e procedente do Espírito.
O fluxo constante, portanto, de pensamentos e aspirações carregados de energia saudável ou enfermiça, irá contribuir poderosamente para a estabilidade ou desajuste das estruturas celulares, abrindo espaço para a instalação e conservação da saúde ou para o surgimento e proliferação de infecções, de disfunções variadas, de alterações do metabolismo, de mal ou bem-estar.
As enfermidades psicossomáticas são geradas na consciência espiritual - a sede mental do ser eterno - geradora dos recursos indispensáveis ao crescimento emocional e intelectual, ao desenvolvimento dos tesouros ético-morais, onde está escrita a Lei de Deus.
A vigilância contínua em torno dos pensamentos que são elaborados e das aspirações acalentadas é de alta significação para uma existência física harmônica.
Quando isso não ocorre, os transtornos surgem e se instalam sob anuência do primarismo psicológico do ser, que prefere manter-se em circuito de infelicidade - provocando compaixão, quando poderia inspirar amor -, de revolta insensata - pelas frustrações de que se faz instrumento -, de ciúme e raiva - pela insegurança em relação a si mesmo -, de agressividade - por encontrar-se indisposto interiormente, avassalado pela culpa, que não deseja assumir -, pelo primarismo emocional - que transfere a responsabilidade de todo mal para os outros...
A incidência e reincidência dessa conduta nos tecidos subtis do pensamento influenciam a produção de enzimas e de toxinas cerebrais que o irão enfermar, gerando alergias, disfunções hepáticas e gastrointestinais, arritmia cardíaca, entre outras, descompensando o complexo físico.
O oposto também ocorre, quando determinadas patologias orgânicas afectam o comportamento psicológico, dando origem a desvios da personalidade, a transtornos emocionais, e mesmo a distúrbios psiquiátricos...
O Bem, que equivale ao correto, ao edificante, ao nobre e elevado, estimula os campos energéticos do Espírito, que se robustece e exterioriza essa força aglutinadora de moléculas através do perispírito, pelos sistemas nervoso central e endocrínico, sustentando os componentes do imunológico, que se transformam em respostas de saúde e de paz.
No sentido inverso, quando o Mal, que corresponde às expressões de ira e revolta, de pessimismo e de mágoa, de violência e equivalentes, se impõe, os choques emocionais produzem descargas de adrenalina e outras substâncias que alteram a circulação do sangue, sobrecarregam os tecidos subtis do perispírito, agredindo as matrizes responsáveis pela renovação celular, assim instalando enfermidades ou desenvolvendo as que já se encontram em embrião.
A mudança de campo vibratório no sistema imunológico perturba a consciência individual das células, que perdem a energia de sustentação, tornando-as fáceis vítimas das infecções de variada natureza.
Ao equilíbrio psicofísico se contrapõe o de natureza físico-psíquico, de forma que em ambas as esferas de manifestação deve predominar a harmonia, que somente é possível quando se cultivam ideias propiciadoras de esperança, de conforto moral e de satisfação pela existência humana.
Qualquer terapia que objective a recuperação psicossomática há de fundamentar-se na alegria de viver, na busca da autoconsciência, no esforço para ajustar-se aos dispositivos existenciais, sem querelas ambiciosas e desnecessárias, nem anseios voluptuosos de prazeres que logo se consomem.
A medida da saúde psicológica do ser humano encontra-se na morigeração da sua conduta, efeito natural do seu comportamento mental/ideológico. Conforme pensa, vive, estruturando, momento a momento, o que se tornará de acordo com o direccionamento mental.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:03 pm

Assim pensando, cientistas modernos, da área avançada da Física Quântica, entenderam por concluir que a antiga dualidade Espírito-matéria deveria ser sintetizada na unidade, a que denominaram como Somas significação, através de cuja integração os correspondentes mentais se instalariam no corpo e as condutas orgânicas se reflectiriam no psiquismo, no ser psicológico. Embora a tese se apresente lógica e bem fundamentada, faltou-lhes, naturalmente, a compreensão do élan perispiritual, que é o conduto vibratório para o trânsito e transformação de uma em outra energia, de um noutro componente.
Definindo o campo límbico-hipotalâmico como sede de união entre o corpo e o Espírito, face ao expressivo volume de peptídeos, que nessa área seria específica para os mesmos, embora se encontrem em outros sectores do organismo, particularmente no estômago e no intestino, no cérebro, conforme definido, estariam os circuitos de ligação entre os dois pólos: o material e o espiritual.
De alguma forma, e quase exactamente, concluíram com acerto, tendo-se em vista a localização do centro coronário, que é a área da inspiração divina, do Self, o incomparável campo de recursos inexauríveis a conquistar que é o super-consciente.
Tenha-se em mente a valiosíssima contribuição da hodierna proposta sintetizada em favor da saúde, no conceito da psiconeuro-endócrino-imunologia, que sugere a sintetização dos três sistemas - nervoso central, endócrino e imunológico - em apenas um, que é básico e indivisível.
Trata-se, sem dúvida, de um retorno sábio à realidade do ser espiritual de onde procedem todos os conteúdos que lhe constituem o corpo e suas delicadas engrenagens.
Mediante a visão de um ser humano unitário, porém constituído de elementos que se completam, o ser psicológico torna mais factível uma existência feliz, gerando uma organização física saudável, como decorrência de um psiquismo bem orientado, por proceder do Espírito e não dos fenómenos electroquímicos do fatalismo biológico, muito do agrado do materialismo mecanicista.
A criatura humana tridimensional - Espírito, perispírito e matéria - atende confortavelmente às necessidades do processo da evolução, contribuindo decisivamente para o equacionamento de inúmeros problemas decorrentes da visão unicista, reducionista do ser, da preponderância da libido na sua conduta, dos factores hereditários e mesológicos, educacionais e comportamentais do cotidiano.
O Espírito, pois e consequentemente, é o autor de todas as ocorrências no que diz respeito aos intrincados processos mantenedores da vida orgânica nos seus variados departamentos, mantendo vida dentro e fora do cérebro, submetido, quando encarnado, e livre, quando deslindado dos fluidos mais densos da matéria.
Superando as exíguas limitações do organismo, os fenómenos da telepatia, da clarividência, da pré e da retrocognição, da psicofonia, da psicografia e outros tantos contribuem, na área das experiências transpessoais, para diluir as fronteiras mais escuras e densas que separam os campos espirituais do físico, facultando o trânsito entre as duas esferas da vida, de forma a proporcionar saúde integral, na razão directa em que os vícios são superados, os instintos primários são transformados em experiências emocionais e os condicionamentos ancestrais cedem passo a novas conquistas espirituais.
Neste capítulo, não podem ser olvidadas as enfermidades psicossomáticas, de procedência extrafísica, resultado do conúbio pernicioso das mentes desencarnadas com os indivíduos físicos, que se lhes vinculam por vigorosos laços de condutas infelizes pregressas, associados em crimes e torpezas que os tornaram adversários não pacificados.
Campeiam, desse modo, os conúbios obsessivos, devastadores, através dos quais, a incidência prolongada da irradiação mental do perseguidor ou parasita psíquico sobre sua vítima, sobrecarrega os canais responsáveis pela condução das ondas do pensamento e espraiam pelo campo perispiritual das suas vítimas a vibração deletéria, que se torna assimilada, transformando-se em morbo devastador.
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Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis - Página 2 Empty Re: Série Psicológica Vol. 10 - O despertar do Espírito/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:03 pm

Uma psico-síntese cuidadosa, utilizando-se da visualização da personagem agressiva e envolvendo-a em clima de amor e de paz, de cordialidade e entendimento, faz que se afrouxem os plugs que se fixam às tomadas da consciência de culpa nas zonas perispirituais, proporcionando bem-estar, recuperação.
De outra forma, a técnica da visualização pessoal ante o distúrbio psicossomático convencional, propiciando ao paciente projectar-se a um futuro saudável, enriquecido de equilíbrio, através da fixação de ideias salutares, da alteração de conduta viciosa, terminará por auxiliá-lo na recuperação da saúde e da paz.
A irradiação psíquica de energia equilibrada, que vibre em consonância com as necessidades dos sensores nervosos, conduzirá vibrações harmónicas que manterão a interacção mente-corpo em perfeita ordem. Como decorrência dessa conduta, haverá um fluxo de alegria em forma de corrente vibratória que percorrerá o corpo em todas as direcções, alcançando os sectores mais delicados da organização física, assim como os tecidos subtis do equipamento perispiritual, que insculpirão na forma física os conteúdos absorvidos.
O oposto, mesmo que inconsciente, é fenómeno habitual na conduta dos pacientes em desequilíbrio, gerando perturbações psicossomáticas graças às ideações perniciosas pela sua qualidade inferior, detendo-se no primarismo das paixões agressivas, alterando o comportamento e a comunicação dos sentimentos e fixação dos pensamentos mórbidos.
A existência física é estruturada para facultar o desenvolvimento intelecto-moral do Espírito mediante a ampliação das experiências de auto-iluminação.
A contribuição do terapeuta nesse embate é imprescindível, a fim de proporcionar renovação interior ao paciente, mudança de hábitos mentais e comportamentais, auxiliando-o na construção de uma nova existência, na qual não haverá lugar para as viciosas elaborações mentais perturbadoras, muito do agrado convencional.
Trata-se de todo um esforço terapêutico de longo curso, mas de permanente resultado, porquanto os novos hábitos adquiridos se responsabilizarão pela eficiência da saúde e seu prolongamento, abrindo novos espaços emocionais para mais belas e felizes aspirações.
A busca do Bem - tudo aquilo que edifica e harmoniza - constituirá sempre factor de saúde na luta contra os distúrbios psicossomáticos, assim como aqueloutros de qualquer natureza.
Enquanto o Mal perdura - que pode ser considerado como o Bem ausente - somente perturba, diluindo os factores da alegria e do bem-estar, tem de ceder lugar à construção do ser novo, que é um processo semelhante àquele através do qual o escultor arranca da pedra bruta a estátua encantadora, do lótus que emerge do lodo para exaltar a vida, alvinitente e triunfador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:03 pm

Instabilidade emocional
Os vícios mentais e as fixações danosas, que procedem das existências espirituais anteriores, se integram de tal forma no Eu profundo que se manifestam com frequência nas novas incursões reencarnatórias de forma perturbadora, com síndromes variadas de desajustes emocionais, psiquiátricos e orgânicos.
Agindo sempre e potencializando-se, o psiquismo inicial permanece como fulcro gerador de energias, tornando-se co-criador constante.
A emissão da onda mental, que se converte em pensamento, palavra e acção, dá surgimento a edificações correspondentes, como é perfeitamente compreensível.
As atitudes infelizes, particularmente aquelas que agrediram o património da vida nas suas múltiplas apresentações, por excelência na área da realidade moral e profunda dos demais indivíduos, inevitavelmente produzem lesões degenerativas nos tecidos subtis do perispírito, que se desorganiza molecularmente, perdendo momentaneamente a harmonia de conjunto.
Essa desarticulação somente se recomporá quando o Eu consciente houver-se perdoado do incidente, mediante reparação dos danos causados e dos sentimentos feridos.
Percebendo-se em culpa, fica sujeito às consequências do ato nocivo que lhe está inscrito na memória, e se transforma em instabilidade emocional, insegurança comportamental, temor de ser reconhecido e desmascarado.
As suas oscilações de humor, por efeito, são muito variadas, atormentando-o, deprimindo-o ou tornando-o revel, indisposto, agressivo.
Quando se encontra sob apoio psicológico, compreensão fraternal, amainam-se-lhe os conflitos que, não obstante, voltam a irromper diante de qualquer incidente válido ou não, desencadeando tempestades emocionais que terminam por afectar a conduta.
Utilizando-se dos factores hereditários, esses conflitos íntimos são impressos nos códigos genéticos, quando do processo reencarnatório, a fim de que se expressem nos recessos do ser, produzindo distonias emocionais correspondentes aos gravames praticados.
Cada indivíduo é portador da herança dos próprios actos, que passam a constituir-lhe o património da evolução permanente. Se erra, recomeça a experiência; quando acerta e se desincumbe a contento do compromisso, incorpora-o ao património já conquistado.
Ninguém ascende a uma cumeada sem passar pelas baixadas e conquistá-las conforme se apresentem as possibilidades de ascensão.
A mente é, portanto, muito susceptível de estabelecer as directrizes de segurança para o melhor comportamento do indivíduo. Exteriorizando-se em campos vibratórios muito especiais, é permanente gerador de energias que têm por finalidade preservar o Eu integral e conduzi-lo através de todas as etapas do processo de agigantamento próprio.
Enquanto não seja realizada essa reparação do mal praticado, o inconsciente imporá mecanismo psicológico punitivo, exigindo a harmonia das correntes vibratórias que harmonizam o perispírito.
Necessariamente não se faz único recurso reequilibrante o sofrimento do responsável pelos danos causados, mas a correta emissão de pensamentos salutares em favor de si mesmo e benefícios de qualquer natureza aos demais membros da comunidade humana, por específico, àquele a quem malsinou ou feriu.
Essa conduta auto-terapéutica produz a reabilitação moral do equivocado, abrindo-lhe espaços à liberdade de movimento e de acção não conflitiva.
Enquanto não ocorra esse fenómeno de liberação ou amortização da dívida moral, a distonia permanecerá cobrando equilíbrio emocional.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:04 pm

Nem sempre o paciente detecta o factor desagregador do conflito, tendo necessidade de ajuda especializada, que o irá conscientizar da necessidade de conceder-se o direito de errar, mas também o dever de recuperar-se; de vencer a instabilidade emocional através da renovação de ideias e de superação das heranças próximas retratadas na presença da mãe super-protectora ou castradora, do pai negligente ou agressivo, que se tornaram factores psicossociais de relacionamento para a instalação do transtorno.
Famílias que assim se comportam em relação aos descendentes frágeis que devem fortalecer pelos recursos do amor e da educação, encontram-se dentro dos padrões reencarnacionistas, que facultam o retorno dos Espíritos comprometidos entre si no mesmo clã, a fim de que se reajustem, o que nem sempre é conseguido, tornando-se necessárias imposições mais enérgicas da Lei Soberana da Vida.
Essa instabilidade emocional na consciência actual é controlada pelo superego com as suas imposições autoritárias, do faça ou não faça, permitindo-se o atributo de ser o juiz que pune quando desobedecido, representando o pai tirano interiorizado...
A terapia de auto-segurança e equilíbrio deverá trabalhar a autoconfiança do paciente, que assume a responsabilidade dos actos executados, mesmo aqueles de que não se recorda, tendo em vista que muitos procedem da actual existência também, recuperando a própria capacidade de expressão, de escolha, de conduta, de atitude perante a vida sem a vigilância prejudicial dos factores limitativos do superego, da consciência de culpa.
O anelo pela alegria e a sua consequente busca deve constituir motivação para o paciente libertar-se da instabilidade emocional, não desistindo do plano de saúde psicológica.
Labor de demorado curso, o início da programação é quase sempre interrompido pela falta de forças de quem o tenta.
Acostumado à comodidade de ser infeliz por eleição própria, a revolução terapêutica constitui-lhe um grave esforço a que se gostaria de poupar, transferindo, se pudesse, para outrem realizá-lo, enquanto fruiria o benefício, pensamento esse ilógico, portanto, fruto do desvio da razão.
Mediante um programa de pequenos ajustamentos e deveres simples de serem realizados, deve começar o procedimento terapêutico, estimulado pelos bons resultados de cada resolução levada adiante e consumada, gerando mais vitalidade e coragem para os tentames mais audaciosos, que redundarão na autoconfiança para a existência saudável.
Essas pessoas instáveis emocionalmente perderam o rumo da alegria, em razão de haverem sido anuladas nos objectivos elevados que tentaram acalentar, por efeito do conflito profundo, das agressões dos pais, dos abusos sofridos na infância, das conjunturas aparentemente adversas sob as quais renasceram.
Entre os complexos mecanismos psicológicos da instabilidade emocional está embutido o medo sob disfarce cuidadoso. Medo dos pais representados pelos chefes ou patrões, consortes ou autoridades, ou quaisquer outros indivíduos que se apresentem activos, espontâneos, triunfadores... A criança amedrontada - cuja consciência de erro persiste desde a acção nefanda que acompanha o Espírito - o projecta à volta da hedionda figura do responsável pelo seu sofrimento em tudo e todos que defronta.
Nessa luta, o ego cede lugar ao superego para controle da situação, empurrando o ser para a indecisão, para a instabilidade. Aquilo que ora lhe era agradável, acenando-lhe bem-estar, futuro promissor, nos momentos seguintes altera-se completamente no seu quadro de valores emocionais A maturidade psicológica é um processo de experiências felizes e ingratas que estabelece quais aquelas que devem constituir o mapeamento de interesses reais para que o indivíduo se sinta pleno, mesmo quando as condições e circunstâncias não se lhe apresentam como ideais.
O ser maduro confia e trabalha para alcançar as metas que estabelece como necessárias para o seu bem-estar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:04 pm

Investe num momento, confiando nos resultados posteriores. Sabe que todo empreendimento exige tempo e oportunidade.
Emocionalmente estável, não se exalta ante o sucesso, nem se deprime diante do fracasso, que converte em lição de sabedoria para futuros cometimentos.
Ainda como factor psicossocial da instabilidade emocional, pode-se considerar o conceito sobre os sentimentos humanos, que são divididos em bons e ruins. Eles, portanto, existem no cerne de todos. A questão é que sendo a sociedade constituída por pessoas, a exteriorização de um como de outro sentimento qualifica quem o faz, gerando restrições à sua conduta, por estabelecer que somente os bons devem ser exteriorizados, o que se transforma em uma limitação social, passível de punição. Condenar-se um sentimento, porque socialmente encontra-se definido como mal, é tornar o comportamento mais restritivo e superficial. E certo que não se podem liberar sentimentos agressivos, prejudiciais aos outros - por sua vez perniciosos àquele que os possui -, mas orientá-los sob o controle dos pensamentos antes que se transformem em sentimentos quando atingem a superfície do corpo, na condição de fenómeno reagente.
A autoconsciência conduz o indivíduo à compreensão de como deve agir dentro dos códigos sociais, de ética, de inter-relacionamento pessoal, estruturando-lhe a estabilidade. Essa conquista se expressa na graciosidade dos movimentos, na conduta jovial e enriquecedora de alegria, no intercâmbio fraternal de considerável rendimento emocional.
Liberar, portanto, o inconsciente da culpa, mediante uma nova compreensão da existência humana pautada no auto-respeito e na consideração por todas as coisas, é a terapia mais imediata, e que se encontra ao alcance de quem realmente deseja estabilidade emocional, felicidade.
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Super-consciente
Todas as aspirações do ser humano, seu futuro, suas conquistas a serem realizadas, o seu céu, encontram-se insculpidos no super-consciente, mesmo que adormecidas, em estado de inconsciência.
Área nobre do ser é o fulcro da inspiração divina, onde se estabelecem os paradigmas orientadores do processo da evolução.
Sede física da alma reencarnada, responde pelos subtis processos da transformação dos instintos em inteligência, e dessa em angelitude, passo que será conquistado mediante esforço pessoal e intuição espiritual dos objectivos mais significativos do transcurso existencial pelo corpo físico.
O super-consciente é também conhecido como Inconsciente superior, de onde dimanam as funções parapsíquicas superiores assim como as energias espirituais.
Equipado com chips ultra-sensíveis, aí se encontram os tesouros da vida transpessoal, na qual o trânsito entre as esferas orgânica e psíquica se faz mais livre e amplamente.
A fim de poder manifestar o colossal tesouro de energias que detecta, o organismo reveste-o de células, favorecendo a intercomunicação dos dois campos nos quais se movimenta o Espírito: o material e o espiritual.
Irradiando-se do chakra coronário por sucessivas emissões de ondas-pensamento, através dos exercícios de concentração, meditação e prece, desenvolve-se, abrindo os registros para a captação de outras mentes que se lhe cruzam no mundo extracorpóreo. Favorecendo a paranormalidade humana, o super-consciente é o núcleo onde têm lugar os fenómenos mediúnicos, por facultar a decodificação da mente que se lhe direcciona, assim transformando-a em palavras, projecções ideoplásticas, manifestações artísticas, culturais, materiais.
Laboratório vivo do Espírito, que no seu campo imprime as necessidades futuras, quanto no inconsciente guarda as memórias de todos os actos transactos, seu potencial é ainda muito desconhecido, merecendo que nele se aprofundem as sondas da investigação, a fim de melhor e com sábia maneira poder utilizá-lo com proficiência.
Tendo na epífise ou pineal o veículo para as manifestações psíquicas superiores, mediante exercícios mentais e morais amplia a capacidade de registo do mundo ultra-sensível, que se exterioriza através dos equipamentos de alta potência energética de que se constitui.
Por outro lado, é o celeiro do futuro do ser, por estar em ligação com o Psiquismo Cósmico, do qual recebe forças específicas para o desenvolvimento intelecto-moral, da afectividade, das expressões sexuais encarregadas da perpetuação da espécie, do equilíbrio da hereditariedade, de outros fenómenos que afectarão o comportamento psicológico.
A medida que o ser se conscientiza do potencial elevado que lhe dorme em germe no super-consciente, mais pode utilizá-lo a serviço da vida, crescendo no rumo da identificação com Deus.
Redes de fibras nervosas muito delicadas conduzem as energias que se exteriorizam da pineal e se expandem por todo o cérebro, facultando que ocorram os fenómenos espirituais. Essas energias irrigam de vitalidade as demais glândulas endócrinas, estabelecendo circuitos especializados, que beneficiam o organismo em geral.
Intuição, inspiração superior, psicofonia, psicografia traduzem a plena sintonia entre os Espíritos e os homens, como resultado da identificação entre o seu super-consciente e as mentes desvestidas de matéria.
De forma análoga, irradiações de teor pestífero e perturbador, procedentes de fontes mentais degeneradas, sincronizam com o inconsciente inferior dos indivíduos, no qual estão gravadas as experiências inditosas que geraram vítimas, ora alucinadas, que retornam para provocar reabilitação e reajustamento, fazendo-o psiquicamente, por meio de fixações mentais saturadas de ódios e ressentimentos que produzem patologias obsessivas de variada espécie.
Uma vida mental e moral saudável, assinalada por hábitos edificantes, amplia a capacidade do super-consciente ou Self, para que os laboratórios celulares produzam irradiações específicas portadoras de equilíbrio e paz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:04 pm

O cultivo de um campo com carinho e sementes seleccionadas responde com farta colheita de flores e sazonados frutos, enquanto que deixado ao abandono ou ao descaso, restitui a indiferença com que é tratado através de cardos e abrolhos, ou aridez e morte...
O cérebro é central de força que, somente a pouco e pouco vem sendo descoberto, jazendo ignorado na sua quase totalidade, em especial no que diz respeito aos fenómenos psicológicos, parapsíquicos e mediúnicos.
Somente a epífise ou pineal, situada no cérebro por cima e atrás das camadas ópticas, constitui, por si mesma, um incomparável santuário, que vela as funções sexuais durante a infância, e, na puberdade, experimenta significativas alterações na forma e na função; torna-se, a partir daí, um escrínio de luz, um lótus de mil pétalas que se abrem como antenas ultra-sensíveis em direcção das Esferas espirituais de onde procede a vida, desempenhando papel fundamental nas experiências espirituais do ser humano.
E natural, portanto, que o super-consciente seja um enigma a ser decifrado, por significar na sua essência o fulcro de ligação mais eloquente do Espírito com o corpo, mantendo a programação das futuras conquistas que devem ser conseguidas ao ritmo da alegria e da saúde.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 23, 2023 10:07 pm

ENCONTRO COM A HARMONIA
Conflitos do quotidiano. — O ser humano perante si mesmo. — Libertação do Ego.

A infância é caracterizada por duas qualidades especiais, que são a inocência e a liberdade.
Embora o Espírito, em si mesmo, tenha experienciado muitas existências corporais, o estado de infância é de aquisição de conhecimentos, de superação de conflitos antigos, de preparação para o esquecimento.
Nessa fase, em que o processo da reencarnação se faz em maior profundidade, muitas lembranças pairam nebulosas na área do inconsciente, que lentamente se vão apagando, a fim de facultar a aquisição de novos e valiosos recursos para o auto-crescimento moral e intelectual.
No período infantil, por isso mesmo, instalam-se os pródromos dos futuros conflitos que aturdem a criatura humana nas diferentes etapas de desenvolvimento psicológico, se a verdadeira afectividade e respeito pelo ser em formação não se fizerem presentes.
Herdeiro das próprias realizações, o Eu superior renasce em conjunturas sociais, económicas, orgânicas e psíquicas a que faz jus ante os Soberanos Códigos da Divina Justiça, face ao comportamento vivenciado nas reencarnações anteriores.
Desde o momento em que mergulha nos fluidos mais densos do corpo físico, imprimem-se-lhe os impositivos do processo da evolução, dando curso ao restabelecimento do equilíbrio que se descompensou anteriormente. A pouco e pouco, o encontro ou reencontro com o grupo familiar, no qual deverá construir a harmonia pessoal e a do clã, produz injunções predisponentes ao êxito ou ao fracasso, conforme lhe pesem na consciência os débitos morais pelos quais se sente responsável.
Por isso dispõe de um largo período de infância - o mais longo entre todos os animais - a fim de que se fixem os factores que se irão transformar em condições próprias da existência corporal.
Quando renasce em ninho de paz, mais facilmente se lhe estruturam as perspectivas de triunfo, face às cargas emocionais de tranquilidade e amor com as quais se robustece, podendo seguir sob amparo e, ao mesmo tempo, liberdade.
Em situações opostas, o martírio se lhe insculpe no inconsciente em expressões de ressentimento e medo, ódio
e humilhação, perdendo o sentido elevado da existência, pela qual se desinteressa, fugindo para estados mórbidos da personalidade.
Pais irresponsáveis, perversos e castradores - doentes emocionalmente que são - inseguros de si mesmos, quase sempre descarregam os sentimentos destrutivos nos filhos incapazes de defender-se, traumatizando-os de maneira quase irreversível.
Agressões verbais e físicas constantes, através de expressões chulas e ofensivas, surras e punições outras por nonadas, bem como violências sexuais, irão constituir o infortúnio existencial daqueles que se lhes tornam vítimas indefesas.
Normalmente, quem assim age, punindo, estuprando, violentando, transfere do seu passado próximo os próprios sofrimentos que lhe pareceram injustos, e os atingiram em represália de outrem, nesse gerando por sua vez medo e rancor, frustração sexual e insegurança. Torna-se um verdadeiro círculo vicioso de infelicitações.
Não tendo condições psicológicas para enfrentar a fragilidade pessoal interna, faz-se algoz dos filhos, através de cujo comportamento adquire poder - força de dominação - e amor desequilibrado.
A agressão física à criança é também uma forma de estupro sexual, por ocultar um conflito de desejo e de ódio, de necessidade e de desprezo.
A criança - masculina ou feminina - vitimada pela ocorrência do estupro sexual, permanecerá profundamente marcada pelo sentimento de humilhação a que foi submetida, perturbando-se no desenvolvimento da própria sexualidade, que se lhe apresentará como mecanismo afugente, empurrando-a, a partir desse momento e quase sempre, para uma conduta desequilibrada.
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