LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS IV

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 11, 2019 7:58 pm

Redenção espiritual
Deus, essencialmente o amor, proporciona ao indivíduo imortal, diante da Eternidade, a oportunidade da redenção espiritual.
Quando retornar à dimensão extra-física, apresentar-se-á curado, sem mais o remorso lhe assenhoreando o íntimo, vivenciando a paz e agradecendo a valiosa oportunidade dispensada, a si próprio, de agora poder valorizar a utilização dos dons da comunicação e o talento do carisma, visando o bem-estar do próximo e o seu próprio crescimento espiritual.
A chance de ter tido uma existência difícil, quando se entretinha, enfileirando brinquedos e objectos, particularmente, pauzinhos, caixinhas, peças coloridas para encaixe, despertou dentro de si o potencial da humildade.
Captando paulatinamente as vibrações amorosas de seus pais, familiares, amigos e abnegados terapeutas, assimilando-as intensamente, a carapaça da empáfia desabou e descobriu em plenitude o amor.
Afinal, todos os filhos de Deus são herdeiros do Infinito e estão ainda iniciando sua jornada evolutiva no rumo das moradas grandiosas e incomensuráveis do Universo.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Zaqueu: O Bom Servo

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 12, 2019 7:58 pm

No livro Boa Nova, o espírito do poeta Humberto de Campos narra o ambiente em que Zaqueu, o rico publicano da cidade de Jericó, recebeu comovidamente o Divino Mestre em sua casa, servindo de grato recurso a uma das mais belas passagens do Cristianismo Redivivo.
Zaqueu era um homem rico e publicano, o que significava ser “(...) aquela pessoa que se dedicava à colecta de impostos para os romanos.
Um publicano não cobrava directamente os impostos, mas o publicano pagava uma quantia fixa directamente de seu bolso, não importando o que recolhesse depois.
Então, ele cobrava todo esse dinheiro ou mais para os cidadãos de sua área”.
No Evangelho Segundo o Espiritismo há a seguinte explicação:
“Os judeus, pois, abominavam o imposto e, como consequência, todos os que eram encarregados de arrecadá-lo, donde a aversão que votavam aos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas muito estimáveis, mas que, em virtude das suas funções, eram desprezadas, assim como os que com elas mantinham relações, os quais se viam atingidos pela mesma reprovação.”
No entanto, a sua posição e ofício não representava para Jesus um obstáculo, muito antes pelo contrário, serviram de condições para reflexões sobre o bom uso dos bens materiais e riquezas acumuladas, como também amparou logo a seguir, a narrativa sobre a Parábola dos Talentos, conforme descreve o poeta.
Por ser um homem de baixa estatura, Zaqueu buscou estar numa árvore para não perder de vista a entrada de Jesus na cidade de Jericó.
Seguindo para Jerusalém, Jesus estava sendo aguardado por uma multidão de curiosos e fiéis.
No trajecto, Ele parou a frente do pequeno grande homem e proclamou:
“Zaqueu, desce dessa árvore, porque hoje necessito de tua hospitalidade e de tua companhia.” (EMMANUEL, 1941)
Com tenra surpresa, o publicano recebe a palavra do Mestre com grande comoção, e dali mesmo se dirige à sua casa e providencia uma calorosa hospedagem ao ilustre convidado.
Houve grande inquietação entre os discípulos pelo facto de estarem com um publicano, em ambiente contrário a tudo que pregavam.
Com a amabilidade inviolável, Jesus sabia da inquietude que atormentava a mente dos discípulos, ao mesmo tempo que recebia de Zaqueu imensa gratidão pelo singular momento.
Sabendo que o Amigo Celestial versava sobre a condenação das riquezas, esclarecia o publicano:
“Senhor, é verdade que tenho sido observado como um homem de vida reprovável; mas, desde muitos anos, venho procurando empregar o dinheiro de modo que represente benefícios para todos os que me rodeiem na vida.
Compreendendo que aqui em Jericó havia muitos pais de família sem trabalho, organizei múltiplos serviços de criação de animais e de cultivo permanente da terra.
Até de Jerusalém, muitas famílias já vieram buscar, em meus trabalhos, o indispensável recurso à vida!” e “(...) Os servos de minha casa nunca me encontraram sem a sincera disposição de servi-los.” (EMMANUEL, 1941)
E numa atitude de verdadeiro espírito a serviço do Bem Maior, o bom cobrador de impostos declara a partilha de metade de sua fortuna aos necessitados e indemnização de até quatro vezes a todos aqueles que outrora pudesse ter prejudicado.
Em abraço comovente, o anfitrião recebe de Jesus a memorável assertiva:
“Bem-aventurado és tu que agora contemplas em tua casa a verdadeira salvação.” (EMMANUEL, 1941)
Portanto na noite sublime e no momento oportuno, Jesus defere aos companheiros do Evangelho a seguinte reflexão:
­“(...) No mundo vivem os que entesouram na Terra e os que entesouram no Céu.
Os primeiros escondem suas possibilidades no cofre da ambição e do egoísmo e, por vezes, atiram moedas douradas ao faminto que passa, procurando livrar-se de sua presença; os segundos ligam suas existências a vidas numerosas, fazendo de seus servos e dos auxiliares de esforços a continuação de sua própria família.
Estes últimos sabem empregar o sagrado depósito de Deus e são seus mordomos fiéis, à face do mundo.” (EMMANUEL, 1941)
Reconfortados dos inquietantes questionamentos, os discípulos respiraram o salutar aroma da mensagem divina recebendo do Mestre a conclusão final:
“(...) ditosos os que repartirem os seus bens com os pobres; mas, bem aventurados também os que consagrarem suas possibilidades aos movimentos da vida, cientes de que o mundo é um grande necessitado, e que sabem, assim, servir a Deus com as riquezas que lhes foram confiadas!” (EMMANUEL, 1941)
E onde o Amor e a compaixão encontra abrigo, Jesus “(...) pousando enternecido e generoso olhar sobre a figura de Zaqueu, seus lábios divinos pronunciaram as imorredouras palavras:
“Bem-aventurado sejas tu, servo bom e fiel!”(EMMANUEL, 1941)

Milena Araújo

Referências:
KARDEC, ALLAN. Evangelho Segundo o Espiritismo – 365ª ed. 41. Imp. – São Paulo: IDE, 2013.15p.
HUMBERTO DE CAMPOS (Espírito). Boa Nova [psicografado por] F.C.Xavier – 37ªed. 9. Imp. – Brasília: FEB, 2017.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty PERGUNTA QUE MUITOS MÉDIUNS GOSTARIAM DE FAZER, RESPONDIDA PELO MESTRE LIONÊS.

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 13, 2019 8:17 pm

“Na qualidade de Espírita, venho recorrer à vossa gentileza e pedir alguns Conselhos relativamente à prática da "Mediunidade Curadora" pela Imposição das Mãos.
Um simples artigo a respeito desse assunto na Revista Espírita, contendo alguns desenvolvimentos, seria acolhido, tenho certeza, com grande interesse, não só por aqueles que como eu se ocupam desta questão com ardor, mas ainda por muitos outros a quem a leitura poderia inspirar o desejo de também dela se ocuparem.
Lembro-me sempre destas palavras de uma sonâmbula que eu tinha formado.
Eu a mandava, durante seu sono magnético, visitar uma doente à distância, e à minha pergunta acerca de como poderíamos curá-la, disse ela:
“Há alguém em sua aldeia que poderia fazê-lo.
É fulano de tal.
Ele é médium curador, mas não o sabe disso.”
“Não sei até que ponto essa faculdade é especial.
Cabe a vós, mais do que a qualquer outro, apreciá-la.
Mas se realmente o for, quanto seria desejável que sobre tal ponto chamásseis a atenção dos espíritas.
Todos aqueles que, mesmo fora de nossas opiniões, vos lessem, não poderiam sentir qualquer repugnância em experimentar uma faculdade que apenas requer fé em Deus e a prece.
Que de mais geral e mais universal?
Não é mais questão de Espiritismo, e cada um, no seu terreno, pode conservar suas convicções.
Quantas irmãs de caridade, quantos bons curas do campo, quantos milhares de pessoas piedosas, ardentes pela caridade, poderiam ser médiuns curadores!
É o que sonho em todas as religiões, em todas as seitas.
Aceita por toda parte, essa faculdade, esse presente divino da bondade do Criador, em vez de ficar como apanágio de alguns, cairia, se assim me posso exprimir, no domínio público.
Seria um belo dia para os que sofrem; e há tantos!
“Mas para exercer essa faculdade, independentemente de uma fé viva e da prece, podem existir condições a reunir, processos a seguir, para agir o mais eficazmente possível.
Qual é a função do médium na imposição das mãos?
Qual a dos Espíritos?
É necessário empregar a vontade, como nas operações magnéticas, ou limitar-se a orar, deixando a influência oculta agir à vontade?
Essa faculdade é, realmente, especial ou acessível a todos?
O organismo aí representa um papel? Que papel?
Essa faculdade é desenvolvível? Em que sentido?
“É aqui que vossa longa experiência, vossos estudos sobre as influências fluídicas, o ensino dos Espíritos elevados que vos assistem e, enfim, os documentos que recolheis de todos os recantos do mundo vos podem permitir esclarecer-nos e instruir-nos.
Ninguém como vós está colocado nessa posição única.
Todos os que se ocupam deste assunto desejam vossos conselhos tanto quanto eu, disto tenho certeza, e creio fazer-me o intérprete de todos.
Que mina fecunda é a mediunidade curadora!
Aliviar-se-á ou curar-se-á o corpo; e pelo alívio ou pela cura achar-se-á o caminho do coração, onde muitas vezes a lógica havia falhado.
Que recursos possui o Espiritismo!
Como é rico de meios a que está chamado a servir!
Não deixemos nenhum improdutivo; que tudo contribua para elevá-lo e difundi-lo.
Para tanto, nada negligenciais, caro senhor Kardec, e depois de Deus e dos bons Espíritos, o Espiritismo vos deve o que é. Já tendes uma recompensa neste mundo pela simpatia e pela afeição de milhões de corações que oram por vós, sem contar a verdadeira recompensa que vos espera no mundo melhor.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 13, 2019 8:17 pm

RESPOSTA: "O que nos pede o honrado correspondente é nada menos que um tratado sobre a matéria.
A questão foi esboçada no Livro dos Médiuns e em muitos artigos da Revista, a propósito dos casos de cura e de obsessões; ela está resumida no Evangelho segundo o Espiritismo, a propósito das preces pelos doentes e dos médiuns curadores.
Se um tratado regular e completo ainda não foi feito, isto se deve a duas causas:
a primeira é que, a despeito de toda a actividade que desenvolvemos em nossos trabalhos, é-nos impossível fazer tudo ao mesmo tempo; a segunda, que é mais grave, está na insuficiência de noções que possuímos a respeito do assunto.
O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo; mas o Espiritismo, que começa, ainda não pode ter dito tudo; ele não pode, de um só golpe, mostrar-nos todos os factos que abarca; diariamente ele mostra factos novos, dos quais decorrem novos princípios, que vêm corroborar ou completar os já conhecidos, mas é necessário tempo material para tudo.
A mediunidade curadora deveria ter a sua vez.
Embora parte integrante do Espiritismo, ela é por si só toda uma ciência, porque se liga ao Magnetismo, e abarca não só as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades de obsessões, tão numerosas e complexas que, também elas, influem no organismo.
Não é, pois, nalgumas palavras que se pode desenvolver um assunto tão vasto.
Nele trabalhamos, como em todas as outras partes do Espiritismo, mas como aí nada queremos introduzir de pessoal e de hipotético, procedemos somente pelas vias da experiência e da observação.
Não nos permitindo os limites deste artigo lhe dar o desenvolvimento que comporta, resumimos alguns dos princípios funda­mentais, que a experiência consagrou.

1. - Os médiuns que recebem indicações de remédios, da parte dos Espíritos, não são o que se chama médiuns curadores, pois eles próprios não curam; são simples médiuns escreventes, que têm uma aptidão mais especial que os outros para esse género de comunicações e que, por isto mesmo, podem ser chamados médiuns consultores, como outros são médiuns poetas ou desenhistas.
A mediunidade curadora é exercida pela acção directa do médium sobre o doente, com o auxílio de uma espécie de magnetização de fato, ou pelo pensamento.

2. - Quem diz médium diz intermediário.
A diferença entre o magnetizador propriamente dito e o médium curador é que o primeiro magnetiza com o seu fluido pessoal e o segundo com o fluido dos Espíritos, aos quais serve de condutor.
O magnetismo produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; o que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual.

3. - O fluido magnético tem, pois, duas fontes bem distintas:
os Espíritos encarnados e os Espíritos desencarnados.
Essa diferença de origem produz uma grande diferença na qualidade do fluido e nos seus efeitos.
O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado de impurezas físicas e morais do encarnado; o dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas, que acarretam uma cura mais rápida. Mas, passando através do encarnado, pode alterar-se como um pouco de água límpida passando por um vaso impuro, como todo remédio se altera se permanece muito tempo num recipiente impróprio e perde, em parte, suas propriedades benéficas.
Daí, para todo verdadeiro médium curador, a necessidade absoluta de trabalhar a sua depuração, isto é, o seu melhoramento moral, segundo este princípio vulgar:
Limpai o vaso antes de dele vos servirdes, se quiserdes ter algo de bom.
Só isto basta para mostrar que o primeiro que aparecer não poderá ser um médium curador, na verdadeira acepção da palavra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 13, 2019 8:18 pm

4. - O fluido espiritual será tanto mais depurado e benfazejo quanto mais o Espírito que o fornece for puro e desprendido da matéria.
Compreende-se que o dos Espíritos inferiores deve aproximar-se do homem e pode ter propriedades maléficas, se o Espírito for impuro e animado de más intenções.
Pela mesma razão, as qualidades do fluido humano apresentam nuanças infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo.
É evidente que o fluido que emana de um corpo malsão pode inocular princípios mórbidos no magnetizado.
As qualidades morais do magnetizador, isto é, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo ardente e desinteressado de aliviar o seu semelhante, aliados à saúde do corpo, dão ao fluido um poder reparador que pode, em certos indivíduos, aproximar-se das qualidades do fluido espiritual.
Assim, seria um erro considerar o magnetizador como simples máquina de transmissão de fluidos.
Nisto, como em todas as coisas, o produto está na razão do instrumento e do agente produtor.
Por estes motivos, seria imprudência submeter-se à acção magnética do primeiro desconhecido que se apresente.
Abstracção feita dos conhecimentos práticos indispensáveis, o fluido do magnetizador é como o leite de uma nutriz: salutar ou insalubre.

5. - Sendo o fluido humano menos ativo, exige uma magnetização continuada e um verdadeiro tratamento, por vezes muito longo.
Gastando o seu próprio fluido, o magnetizador se esgota e se afadiga, pois dá de seu próprio elemento vital, por isso ele deve, de vez em quando, recuperar suas forças.
O fluido espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e por vezes quase instantâneos.
Não sendo esse fluido do magnetizador, disso resulta que a fadiga é quase nula.

6. - O Espírito pode agir directamente, sem intermediário, sobre um indivíduo, como foi constatado em muitas ocasiões, quer para aliviá-lo, para curá-lo, se possível, quer para produzir o sono sonambúlico.
Quando ele age por um intermediário, trata-se de mediunidade curadora.

7. - O médium curador recebe o influxo fluídico do Espírito, ao passo que o magnetizador tudo tira de si mesmo.
Mas os médiuns curadores, na estrita acepção da palavra, isto é, aqueles cuja personalidade se apaga completamente ante a ação espiritual, são extremamente raros, porque essa faculdade, elevada ao mais alto grau, requer um conjunto de qualidades morais raramente encontradas na Terra; só esses podem obter, pela imposição das mãos, essas curas instantâneas que nos parecem prodigiosas.
Muito poucas pessoas podem pretender esse favor.
Sendo o orgulho e o egoísmo as principais fontes das imperfeições humanas, daí resulta que os que se gabam de possuir esse dom, que vão a toda parte contando as curas maravilhosas que fizeram ou que dizem ter feito; que buscam a glória, a reputação ou o proveito, estão nas piores condições para obtê-lo, porque essa faculdade é privilégio exclusivo da modéstia, da humildade, do devotamento e do desinteresse. Jesus dizia àqueles que ele havia curado:
Ide dar graças a Deus e não o digais a ninguém.

8. - Sendo, pois, a mediunidade curadora uma exceção aqui na Terra, disso resulta que há quase sempre acção simultânea do fluido espiritual e do fluido humano; quer dizer que os médiuns curadores são todos mais ou menos magnetizadores, razão pela qual agem conforme os processos magnéticos.
A diferença está na predominância de um ou do outro fluido e na cura mais ou menos rápida.
Todo magnetizador pode tornar-se médium curador, se souber fazer-se assistir por bons Espíritos.
Neste caso os Espíritos vêm em seu auxílio, derramando sobre ele seu próprio fluido, que pode decuplicar ou centuplicar a acção do fluido puramente humano.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 13, 2019 8:19 pm

9. - Os Espíritos vêm aos que eles querem; nenhuma vontade pode constrangê-los; eles se rendem à prece, se for fervorosa, sincera, mas nunca à injunção.
Disto resulta que a vontade não pode dar a mediunidade curadora e que ninguém pode ser médium curador com desígnio premeditado.
Reconhece-se o médium curador pelos resultados que obtém e não por sua pretensão de o ser.

10. - Mas se a vontade for ineficaz quanto ao concurso dos Espíritos, é omnipotente para imprimir ao fluido, espiritual ou humano, uma boa direcção e uma energia maior.
No homem apático e distraído, a corrente é débil e a emissão é fraca; o fluido espiritual pára nele, mas sem proveito para ele; no homem de vontade enérgica, a corrente produz o efeito de uma ducha.
Não se deve confundir vontade enérgica com teimosia, porque a teimosia é sempre resultado do orgulho ou do egoísmo, ao passo que o mais humilde pode ter a vontade do devotamento.
A vontade é ainda omnipotente para dar aos fluidos as qualidades especiais apropriadas à qualidade do mal.
Este ponto, que é capital, se liga a um princípio ainda pouco conhecido, mas que está em estudo, o das criações fluídicas e das modificações que o pensamento pode produzir na matéria.
O pensamento, que provoca uma emissão fluídica, pode operar certas transformações moleculares e atómicas, como vemos se produzirem sob a influência da electricidade, da luz ou do calor.

11. - A prece, que é um pensamento, quando fervorosa, ardente, feita com fé, produz o efeito de uma magnetização, não só chamando o concurso dos bons Espíritos, mas dirigindo ao doente uma salutar corrente fluídica.
A respeito disto chamamos a atenção para as preces contidas no Evangelho segundo o Espiritismo, pelos doentes ou pelos obsedados.

12. - Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar certos sofrimentos, mesmo de curar, ainda que não instantaneamente, certas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador.
O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável.
Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre uma dor para acalmá-la; é o que pode fazer qualquer indivíduo, se ele estiver dotado de fé, fervor, vontade e confiança em Deus.
É de notar que a maior parte dos médiuns curadores inconscientes, aqueles que não se dão conta de sua faculdade, e que por vezes são encontrados nas mais humildes posições e em gente privada de qualquer instrucção, recomendam a prece e orando se ajudam mutuamente.
Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula.
Às vezes, mesmo, a isto misturam práticas evidentemente supersticiosas, às quais devemos atribuir o valor que elas merecem.

13. - Mas, pelo simples fato de se ter obtido resultados satisfatórios uma ou mais vezes, seria temerário considerar-se médium curador e daí concluir que se pode vencer toda espécie de mal.
A experiência prova que, na acepção restrita da palavra, entre os melhor dotados não há médiuns curadores universais.
Este terá restituído a saúde a um doente e nada fará sobre outro; aquele terá curado um mal numa pessoa mas não curará o mesmo mal outra vez, no mesmo doente ou em outro; aquele outro, enfim, terá a faculdade hoje e não terá amanhã, e poderá recuperá-la mais tarde, conforme as afinidades ou as condições fluídicas em que se encontre.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 13, 2019 8:19 pm

14. - A mediunidade curadora é uma aptidão inerente ao indivíduo, como todos os géneros de mediunidade, entretanto, o resultado efectivo dessa aptidão independe de sua vontade.
Incontestavelmente, ela se desenvolve pelo exercício, sobretudo pela prática do bem e da caridade; mas, como não poderia ter a constância nem a regularidade de um talento adquirido pelo estudo, e do qual se é sempre senhor, ela não poderia tornar-se uma profissão.
Seria, pois, abusivo alguém apresentar-se ao público como médium curador.
Estas reflexões não se aplicam aos magnetizadores, porque a força está neles e eles têm a liberdade de dela dispor.

15. - É um erro crer que aqueles que não partilham de nossas ideias não terão a menor repugnância em experimentar essa faculdade.
A mediunidade curadora racional está intimamente ligada ao Espiritismo, porque repousa essencialmente no concurso dos Espíritos.
Ora, aqueles que não creem nos Espíritos nem em sua própria alma, e ainda menos na eficácia da prece, não saberiam colocar-se nas condições requeridas, pois isto não é coisa que se possa experimentar maquinalmente.

Entre os que acreditam na alma e na sua imortalidade, quantos ainda hoje não recuariam de medo ante um apelo aos bons Espíritos, por receio de atrair o demónio, e que ainda julgam de boa-fé que todas as curas são obra do diabo?
O fanatismo é cego; não raciocina.
Certamente não será sempre assim, mas ainda passará muito tempo antes que a luz penetre em certos cérebros.
Enquanto se espera, façamos o maior bem possível, com o auxílio do Espiritismo; façamo-lo mesmo aos nossos inimigos, ainda que tivéssemos de ser pagos com a ingratidão.
É o melhor meio de vencer certas resistências e de provar que o Espiritismo não é tão negro como alguns pretendem.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Culpa e consciência

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 14, 2019 9:00 pm

(Jorge Hessen)

Culpa e consciência é matéria que ponderaremos neste texto.
É importante dizer que o “alerta ou conflito da consciência” ainda não é a instalação da culpa, porém nos convida ao arrependimento diante dos erros.
Tal constrangimento consciencial é imprescindível para a libertação do desalinho psicológico, oriundo da culpa.
A consciência é o Divino em nossa realidade existencial; nela estão escritas as Leis do Criador.
Já a culpa resulta da não auscultação do “alerta da consciência”, portanto é patológica e gera profundo abalo psicológico auto-punitivo.
Detalhe: é impossível inexistir o alerta consciencial no psiquismo humano.
Podemos fingir não ouvir a “voz da consciência”, e apesar disso ela sempre alertará, excepto nos casos extremos de psicopatologias, quando o doente mental não sente um mínimo de arrependimento e ou culpa.
O alerta consciencial sinaliza as transgressões à Lei de amor, justiça e caridade.
À vista disso, tomamos consciência e nos arrependemos do erro, buscando repará-lo.
Por outro lado, a culpa é um processo patológico em que ficamos cultuando o erro no movimento psicológico de auto-julgamento, auto-condenação e auto-punição.
Das diversas características da culpa há aquela advinda da volúpia de “prazer”, quando alguém não se divertiu como gostaria de ter feito (se esbaldado numa “balada”, por exemplo).
Após a “farra” se sente culpado e se cobra por não ter permanecido mais tempo na festa, por não ter realizado isso e ou aquilo etc.
Sob esse estado psicologicamente perturbador surge a culpa como reflexo daquilo que não se fez e almejaria ter feito, resultando o movimento de auto-punição.
Todas as recordações negativas paralisam o entusiasmo para as acções no bem, únicas portadoras de esperança para a libertação da culpa.
Quando entramos no processo auto-punitivo geramos um processo de distanciamento da realidade da vida e do próprio viver.
É um grande desafio transformarmos a experiência desafiadora (dor e sofrimento) em experiência de aprendizado.
Para isso, importa fazermos o BEM no limite das nossas forças, principiando em nós mesmos, permitindo-nos experimentar esse BEM no coração e ao mesmo tempo realizarmos o BEM ao próximo, e assim nos libertarmos totalmente do nódulo culposo.
A Lei de causa e efeito é um dos princípios fundamentais preconizados pela Doutrina Espírita para explicar as vicissitudes ligadas à vida humana.
Ante a Lei de causalidade a colheita deriva da semeadura, sem qualquer expressão castradora ou fatalista para reparação.
O “alerta de consciência”, por exemplo, bem absorvido, transforma-se em componente responsável.
Mas se o ignoramos desmoronamos no desculpismo, não admitindo sequer a responsabilização do erro.
Em face disso, o desculpismo é uma postura profundamente irresponsável perante a vida.
O negligente (desculpista) diz que “errar é humano”, porém é arriscado raciocinar assim.
É um processo equivocado que ultraja a lei de Deus.
Em verdade, não precisamos nos culpar (exigência) quando erramos, e muito menos nos desculpar (negligência), porém carece ouvirmos a voz da consciência e aprendermos com os erros a fim de repará-los.
Sobre as diferentes peculiaridades da culpa ainda há aquela advinda naqueles trabalhadores que avidamente mergulham nos assistencialismos.
São confrades conflituosos que ambicionam consolidar a beneficência, visando, antes, anestesiarem a própria culpa.
Na realidade, estão apostando barganhar com Deus, a fim de se livrarem da ansiedade de consciência.
Decerto isso é uma prática espontânea e contraproducente.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 14, 2019 9:00 pm

Não obstante, no MEB – Movimento Espírita Brasileiro – há farta natureza de serviços assistencialistas.
O psiquiatra Alírio Cerqueira, coordenador do Projecto Espiritizar, da Federação Espirita do Mato Grosso, lembra que muitos fazem assistencialismos sem real consciência da necessidade social dos desprovidos.
Em verdade, laboram “caritativamente” sob as algemas da consciência culposa e apostam disfarçar para si mesmos o automático exercício de filantropia.
Agem subconscientemente quais portadores de ferida muito dolorosa, e em vez de tratá-la para cicatrizar, ficam passando pomada anestésica na ferida (culpa) para abrandar a dor.
Agindo assim a culpa momentaneamente é “escondida”, mas não desaparece, pois passando o efeito do anestésico a culpa retorna e a pessoa mantém o conflito de consciência.
Desse modo, vai ampliando cada vez mais os compromissos assistencialistas; vai se assoberbando nos pactos “caritativos”, porém a culpa é conservada.
Muitos passam a vida inteira nessa atitude de “FAZEÇÃO” DE COISAS” sem qualquer objectivo consciencial.
Tais “caridosos” certamente auxiliam TEMPORARIAMENTE os necessitados, todavia provocam para si mesmos em alto grau o cansaço mental, stress e saturação psicológica, e não se HARMONIZAM CONSIGO MESMOS.
Na verdade, o objectivo das leis divinas (sediadas na consciência) é nos proporcionar pura e eterna felicidade.
Em face disso, quando as transgredimos ficamos ansiosos, porque nos afastamos da felicidade, logo, sentimos extremada ansiedade.
Nesse caso é importante o exercício do auto perdão, que obviamente não extinguirá a responsabilidade dos erros praticados, até porque auto perdoar-se não é simplesmente passar uma borracha em cima do desacerto, mas fazer uma avaliação equilibrada do desacerto para repará-lo.
No limite, há pessoas que alimentam tanta culpa que se sentem indignas de fazer uma prece e ou de fazer o bem.
Porém, pensemos o seguinte: a prece não é para espíritos puros.
Jesus orientou que não são os sadios que necessitam de médicos, mas os doentes.
Ora, esperarmos nossa purificação para orar e fazer o bem não faz nenhum sentido, pois que nos aperfeiçoamos gradativamente, orando e de maneira especial fazendo o bem no limite das nossas forças.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty A longanimidade admirável do Deus Único

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 16, 2019 7:51 pm

(Jorge Hessen)

O amor do Todo-Poderoso sustenta nossas vidas e a estrutura do Universo.
Lembremo-nos Dele, expõe Emmanuel:
“para que saibamos agradecer os talentos da vida, abraçando o próprio dever como sendo a expressão de Sua Divina Vontade e encontraremos a força verdadeira de nossa fé, a erguer-nos das obscuridades e problemas da Terra para a rota de luz.”. (1)
Sim! Rota de luz porque o Altíssimo é um dos princípios mais ancestrais e inexauríveis do património cultural da humanidade.
Ao longo dos milénios, Deus tem sido objeto dicotómico entre a fé e razão, de medo ou de amor; todavia para o Criador se conduzem as atenções humanas, não só para afirmar a Sua existência, como para denegá-Lo.
Voltaire dizia que "se Deus não existisse, então seria necessário inventá-lo (...) até porque creio no Deus que criou os homens, e não no Deus que os homens criaram.". (2)
René Descartes, na essência da sua vigília racionalista, expõe Deus através da razão.
Blaise Pascal, por outro lado, fala-nos que só podemos reconhecer Deus através da Fé.
A divisão entre fé e razão sempre existiu ao longo do processo histórico.
Compreender o Omnipotente pela razão é uma atitude substancialmente filosófica, enquanto que aceitar o Todo-Poderoso pela fé é uma atitude predominantemente religiosa.
Para nós, espíritas, “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”(3)
Recusamos a fé cega e defendemos, com contextos, a fé racional, conduzindo as pessoas a não crerem, simplesmente por terem uma crença qualquer, mas, a saber, porque creem em algo.
Uma das básicas questões espíritas é demonstrar científica e filosoficamente a existência de Deus.
Por isso, encontramos Deus em nossas cogitações mais íntimas.
Quer sejamos crédulos, quer agnósticos, estamos continuamente procurando transcender rumo a metas cada vez mais desafiadoras.
Em Deus não há bifurcações.
Deus é Absoluto, é Infinito, é Omnipotente, é Omnisciente, é Único.
O filósofo Baruch Spinoza pronunciou certa vez que não necessitamos orar nos santuários pétreos, lúgubres e obscuros erigidos pelas mãos humanas que cremos ser a Sua Morada.
Até porque a casa do Altíssimo está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias.
Aí é onde Ele está e expressa o amor pela humanidade.
Deus não está nos livros.
O que adianta ficarmos lendo supostas escrituras sagradas se não sabemos ler Suas Leis num amanhecer, num pôr do Sol, numa paisagem, no olhar dos amigos, nos olhos dos filhinhos.
Não encontraremos Deus em nenhum livro!
Por essas e outras razões, Albert Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu:
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus teológico”.(4)
Amemos pelo encanto de amar, e mesmo que nos machuquemos, terá valido a pena.
Aprendamos a partilhar o amor.
Mas como podemos decompô-lo?
Comecemos olhando no fundo dos olhos do nosso filho (independentemente da idade dele), e digamos: Eu o amo!
Façamos o mesmo com o nosso consorte, com nossos pais, avós, irmãos.
A Bondade de Deus é reflectida pela Lei da exuberância da vida.
Mas o que é a vida?
Bem, a vida é um arquiteto admirável, que alça nas profundezas submarinas os castelos de algas e de corais.
A vida é um formidável escultor, que constrói cada folha e talha ramículos e contornos jamais repetidos em qualquer outra flor ou folha encontrada na Terra.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 16, 2019 7:52 pm

A vida é um químico sublime, que confere a cada fruta o seu sabor peculiar e inconfundível, e através das raízes entranhadas nos solos consegue converter água em açúcar e madeira.
A vida é um perfumista primoroso que transforma o húmus em fragrância.
Por isso há os que agradecem ao Criador convertendo a infecundidade da terra em sossegado, tranquilo e alegre jardim; plantam e colhem e idealizam milhões de buquês de flores.
Outros compõem melodias, improvisam poemas, criam leis, varrem os logradouros públicos, constroem casas.
E sempre quando trabalhamos sob a inspiração de Deus, o céu, a terra e o ar se enriquecem de sublimados êxtases, tudo se expande e se alegra no Universo – oceanos musicalizam suas águas no "fluxo e refluxo" das marés, cachoeiras se arremessam das altitudes orvalhando encostas majestosas no silencioso e nobre gigantismo das montanhas; as soberbas árvores se curvam em suave reverência às plantinhas delicadas e aos quase imperceptíveis arbustos ténues, abarcando o altar da natureza, exaltando a Grandiosa Criação.
Isso mesmo!
A vida está no ar, na terra, no mar, nas montanhas, nas flores, nas estrelas.
A vida está no protoplasma, uma gota gelatinosa invisível a olho nu, que na cabeça de alfinete comportaria 1 milhão de gotículas.
Se por acaso toda a vida – animal, vegetal, humana – desaparecesse da face da Terra e ficasse um só protoplasma e um raio de sol, o heliotropismo restabeleceria a vida através da lei da cissiparidade, e essa única gotícula se multiplicaria sucessivamente, e em breve estariam os campos e prados reverdecidos, os mares e rios povoados, a Terra povoada, na ninharia de alguns milhões de anos apenas.
A nossa compreensão de Deus muda na mesma proporção em que a nossa percepção sobre a vida se amplia.
É uma tarefa espinhosa, quando o limitado intenta alcançar o Ilimitado, ou o finito entender o Infinito.
Da megaestrutura dos astros à infraestrutura sub-atómica, tudo está mergulhado na substância viva da mente do Criador da vida.
Portanto, guardemo-nos em Deus e exoremos ao Mestre Galileu, Seu Venerado Emissário, para que nos acuda na absorção dos eflúvios do amor e da bênção da Paz.
Ajoelhemo-nos, em espírito, para rogar aos Benfeitores Espirituais não nos permitam a desesperança, em face do desamor de alguns, afim de que possamos, no derradeiro instante do testemunho, ver, sentir, oscular a face Augusta do Senhor, reflectida, no curso de milénios, na Vida e na Obra de Jesus Cristo.

Referências bibliográficas:
1 Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. O espírito da verdade, ditado por Espíritos diversos, Cap. 19– Guarda-te em Deus (Emmanuel), Rio de Janeiro: Editora FEB, 1962
2 Disponível em http://pt.wikiquote.org/wiki/Voltaire, acessado em 24/02/2013
3 Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2001, perg 1
4 Citado em Golgher, I. O Universo Físico e humano e Albert Einstein, B.H: Oficina de Livros, 1991, p. 304

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Culpa e sentimento de rejeição

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 17, 2019 8:22 pm

(Jorge Hessen)

Ante os delitos morais cometidos, há pessoas que introjectam a auto-rejeição, implantando na consciência a chaga da culpa.
Por efeito disso, sentem-se rejeitadas por todos, ao invés de trabalharem pela reparação do erro.
Até porque se não o fizer de imediato arremessará para a encarnação seguinte os conflitos conscienciais incrustados.
Há os que arriscam camuflar os delitos, porém ocultar conflitos culposos não libera a consequência do desacerto, porquanto as desordens íntimas surgirão na forma de enfermidade física, emocional ou psicológica.
Por conseguinte, projetarão suspeitas infundadas nos outros, receando serem identificados e desmascarados.
Na actual existência existem diversos casos de auto-rejeição dos transgressores das leis divinas da consciência.
São aqueles que na juventude, na “calada da noite”, fizeram abortos criminosos e receiam serem descobertos.
Há os que cometeram vis adultérios e buscam esconder-se dos outros e sob a chibata da culpa temem ser revelados a qualquer momento.
Esses são casos infrequentes, os menos raros são os culpados por crimes esquecidos de reencarnações anteriores.
Daqueles que trazem a mácula perante a consciência e como não se superaram nas vidas anteriores, permanecem hoje alimentando culpas.
Mesmo que os demais não descubram seus crimes e os desmascarem, o movimento de auto-rejeição delonga a expansão.
Quando não se tem consciência desse processo e não há coragem (ação pelo coração) para reparação do erro, o mecanismo de auto-rejeição se aprofunda e o culpado cria inimigos em todos os lugares.
Guiados pelo imaginário, permanecem em estado de paranoia culposa.
Por consequência, conservam os níveis egocêntricos, neuróticos e transformam uma situação imaginária em acontecimento real.
Desse modo, encharcados pelo psiquismo auto-defensivo agridem os outros.
Sentem-se sucessivamente invadidos na intimidade e atacam o próximo.
Sob o mecanismo psicológico de projecção creem que os outros os julgam, condenam e punem, razão pelo qual vivem se precavendo contra tudo e contra todos.
No estado paranoico da culpa, decorrente dos crimes cometidos no passado, mesmo que esquecidos, o culpado se sente criminoso e entende que a qualquer momento será desmascarado e sob nessa alucinação acredita que os outros o estão perseguindo.
As leis divinas não são punitivas, elas são amorosas, educativas (provacionais) e reeducativas (expiatórias).
Certamente violações às leis morais incidirão na economia espiritual, precisando de reparação dos agravos.
Não necessariamente numa reencarnação imediata, até porque, actualmente, muitos poderão estar reparando crimes de dez encarnações anteriores.
Ademais, será necessária a dor para reparação dos erros?
Cremos que não.
O caminho seguro será o desenvolvimento das virtudes do coração, actuando com auto-amor e amor ao próximo.
A autoconsciência e o auto-perdão são mecanismos que tornam dispostos os infractores para reparação do delito.
Sendo que a evolução espiritual ocorre tanto na horizontal como na vertical da vida.
A dor é o aguilhão que impele a evolução na horizontal.
O transgressor sofre até o limite do cansaço e no esfalfamento observa que não há outra alternativa, senão fazer o BEM, decidindo daí galgar na vertical da vida.
Nos casos em que os conflitos culposos são muito intensos, são necessários tratamentos psicoterápicos para recuperação.
Dificilmente o culpado se liberta sozinho das desordens concienciais, porque a culpa incrustada na mente pesa muito no psiquismo, daí a necessidade terapêutica para que o culpado compreenda a realidade como ela é e não da forma como crê que seja.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 17, 2019 8:23 pm

O estado de culpa acarreta a obsessão.
O processo obsessivo, de modo geral, não começa no obsessor, porém nas matrizes conscienciais do culpado auto-rejeitado que se movimenta psicologicamente no auto-julgamento, auto-condenação e auto-punição, cunhando aí o plugue mental, quando esbugalha a mente para o complexo obsessivo.
Metaforicamente expondo, a culpa é o plugue mental que favorece a obsessão.
Na verdade, muitos processos obsessivos não são evidentes, porém subtis e intensos.
A intensidade é a alienação e a subtilidade é a intervenção sorrateira do obsessor sem que o obsediado perceba.
Deste modo é hipnotizado e condicionado a práticas malsãs, passando uma existência espiritual e subtilmente perseguido.
Muitas vezes só se dá conta da obsessão após a desencarnação.
A melhor terapia para a culpa é o exercício do Evangelho como convite para afastar-se do egocentrismo e centrar-se na essência divina que É.
Esse é o caminho para a libertação dos movimentos egocêntricos e egoicos.
A prática da leitura edificante, os afazeres da caridade necessariamente para consigo, e em seguida a caridade real com o próximo “sem assistencialismos inócuos”, a participação das atividades do centro espírita , em geral podem promover o espírito imortal e auxiliar todos os envolvidos.
Quando dissemos “sem assistencialismos inócuos” afirmamos que a maior caridade não é a material, mas a espiritual que precisa ser exercida sob o símbolo da benevolência para com todos, indulgência para com as faltas alheias e perdão das ofensas.
Que são exercícios práticos para que as pessoas se desenvencilhem da monoideia da culpa.
Nesse movimento de exercícios espíritas cristãos, a mente não mais permite a introdução das ideias dos obsessores e a pessoa realiza as acções práticas, que são bastante trabalhosas, mas impulsionam a evolução na vertical da vida.
É como ascender numa escada aprumada e muito íngreme , mas poucos são aqueles que se dispõem a elevar-se , a maioria permanece rezingando dizendo que a vida é “madrasta” sem fazer esforços reais para a ascensão.
Com as práticas cristãs as pessoas realizam acções concretas consigo mesmas e com o próximo, trabalhando não mais no movimento paranoico da culpa, porém no movimento harmonizador de si mesmas e dos outros, ,porém isso não se consegue por promessas labiais, mas por acções efectivas.
A medida que vamos amadurando a consciência, priorizamos o que é essencial e colocamos o ego a serviço do eu espírito imortal.
Nas condições humanas ainda temos uma estrutura egoica, todavia somos essência divina.
Contudo, acreditamos que somos o ego, mas não somos.
Quando expandimos a consciência percebemos que temos um ego, mas somos essência divina.
Ter o chamado ego não é problema.
Embora ele ainda traga a sua ignorância, porquanto moureja na dimensão do não saber, do não sentir e do não vivenciar as leis divinas, o ego precisa ser iluminado pela essência divina que somos.
A auto-rejeição comummente não surge de forma evidente, porém veladamente.
Surge muitas vezes na condição de complexos de inferioridade ou de superioridade.
Aparece com a tendência de solidão, de rejeição ou por inveja dos outros.
O culpado rejeita todos os que trabalham pela auto-renovação.
Porque estes estão dando exemplo para ele.
Identifica nos outros um “espelho” retratando o comportamento que deveria ter, mas que não se dispõe a tal.
Em face disso, rejeita e repudia o “espelho” , arremessa-lhe pedra para fragmentá-lo, para não ver a imagem da renovação que deveria buscar.
Deste modo, mantém-se preguiçoso e acovardado para a auto-renovação moral.
O “espelho” saindo da sua vista não ficará todo momento recomendando e cobrando o que deve fazer.
Em síntese, é urgente que afastemo-nos da chaga chamada culpa e utilizemos a razão para o equilíbrio íntimo, a fim de que possamos reparar o mal que fizemos no passado.
Trabalhemos com penhor e segurança pelo progresso individual e coletivo, até porque a culpa nos transforma em pesos mortos na economia activa da sociedade e não conseguiremos realizar nada de bem, belo e bom para ninguém sob o guante da culpa.

(*) Fonte:
Projecto Espiritizar / FEEMT - Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=_7HRHX1Z-MI&list=PL1r1wspRthZQrA... acesso 22/07/2019

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty DESENCARNAÇÃO DE CRIANÇAS

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 18, 2019 8:18 pm

SOFRIMENTO QUE POUCOS ENTENDEM E ACEITAM.

Este facto nos mostra o porque do entendimento do sofrimento que principalmente as mães passam com o desencarne dos filhos queridos, mas também mostra o quão pequenos ainda somos no entendimento das leis maiores do nosso Pai.
“Por que a desencarnação de crianças?
Muitos problemas observados exclusivamente do lado físico, assemelham-se a enigmas de solução impraticável; entretanto, examinados do ponto de vista da imortalidade da alma, reconhece-se que o espírito em evolução pode solicitar conscientemente certas experiências ou ser induzido a elas em benefício próprio.
Marcos é o companheiro em readaptação na vida maior, após haver deixado o corpo de menino num acidente de trânsito.
Ainda a sentir-se criança, no degrau evolutivo em que se acha, escreve aos pais, de modo comovedor, trazendo notícias dele mesmo e dos irmãos que se lhe associaram à prova.
A palavra simples e eloquente do garoto amigo, a identificar-se, quanto possível, para reconforto dos entes queridos, aqui se encontra, demonstrando que, além da morte do corpo, o espírito prossegue atendendo aos condicionamentos indispensáveis à conquista da evolução que não dá saltos.“
Um dos trabalhos mais importantes que o médium Chico Xavier fazia, quando vivo, era o de intermediário entre o plano espiritual e o material, trazendo notícias, sob a forma de cartas, dos parentes mortos, inclusive, e principalmente, de crianças que partiam deste mundo, deixando os pais em frangalhos, completamente desesperados, sem saber o que fazer, sem entender o porque daquela morte.
Chico psicografou milhares de cartas, ditadas pelos próprios desencarnados, trazendo um grande lenitivo para milhares de pessoas, um verdadeiro consolo.

Q. 199. Por que tão frequentemente a vida se interrompe na infância?
Resposta: “A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais.”
Como exemplo, podemos citar o caso de pessoas que se suicidaram em encarnações anteriores.
Agindo desta forma, elas abreviaram a sua existência.
Reencarnando novamente, vivem apenas alguns anos, o suficiente para complementar o tempo faltante.
É o caso, também, de pessoas que tiveram algum tipo de vício (fumo, álcool, drogas, etc.) que as levou à morte do corpo antes do previsto.
Todo aquele que deu causa ao suicídio alheio, ou estimulou qualquer tipo de vício em outras pessoas, pode vir a reencarnar na condição de pais daquelas crianças que terão a vida interrompida na infância, constituindo-lhes o facto uma grande prova ou expiação de erros pretéritos.
Todos nós sabemos que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória.
De sorte que, se plantarmos o bem, somente colheremos o bem.
Em plantando o mal, colheremos o mal.

Nada mais justo.
E não podemos culpar a ninguém, a não ser a nós próprios, por estarmos, hoje, pagando dívidas contraídas em outras vidas, por não termos observado as leis imutáveis que regem o Universo moral, prejudicando os nossos semelhantes.
Deus, porém, a ninguém desampara.
As crianças, ao desencarnarem, são levadas para colónias situadas nas esferas espirituais ao redor da Terra, para serem assistidas por Espíritos adredemente treinados na tarefa de mães temporárias, até que consigam readquirir a forma adulta – o que requer um certo tempo – e se readaptarem à vida no Mundo Espiritual, aguardando a oportunidade de uma nova encarnação.

Mac Brenda

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty PREPARAÇÃO DO ESPÍRITO PARA REENCARNAR

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 19, 2019 7:42 pm

OU SEJA, VOLTAR NOVAMENTE AO CORPO FÍSICO.

No intervalo compreendido entre as Reencarnações (reencarnação = entrar de novo na carne, isto é, em novo corpo físico), em geral, o Espírito imortal, no exercício de seu livre-arbítrio, escolhe o Género de Provas por que há de passar em sua próxima experiência e, com isso, assume desde logo a responsabilidade por suas decisões e logicamente pelas consequências delas decorrentes.
Sendo importante destacar que esta escolha diz respeito ao Género das Provas propriamente dito, e não às suas particularidades, razão pela qual os Mentores Espirituais, como sempre, recomendam cautela.
Toda Reencarnação é precedida de planeamento.
O Espírito trabalha, pesquisa, estuda e observa para fazer a sua escolha.
Tal afirmação às vezes provoca surpresa, por existir quem acredite que, na Terra, integra determinada família por engano.
Entretanto, e como facilmente se pode observar, um mínimo de planeamento é necessário até mesmo para o cumprimento de tarefas primárias de nosso dia-a-dia.
E quanto ao trabalho (toda ocupação útil é trabalho” – “O Livro dos Espíritos”, questão 675), não deveria nos surpreender a afirmação de sua existência após a desencarnação diante do que disse Jesus, o Cristo, há mais de dois mil anos:
O Pai trabalha até hoje, isto é, sempre!
De outra parte, informado do Planeamento, há quem não compreenda, por exemplo, a razão de alguém escolher a prova da miséria quando poderia optar pela prova da riqueza, que proporciona facilidades, conforto, bem-estar.
No entanto, completada a informação, passa a entender que ambas as provas são difíceis e que a prova da riqueza provavelmente seja mais difícil porque pode torná-lo avaro e egoísta; pode lançá-lo aos vícios.
De certo modo, agimos assim, quando fisicamente adoentados, por exemplo, tomamos o remédio mais desagradável para nos curarmos de pronto.
Está mais do que comprovado que precisamos aprender, crescer, progredir intelectual e moralmente e que não nos encontramos em férias, e muito menos em férias permanentes.
Até atingir a perfeição relativa, o Espírito passa por provas e expiações (“A prova examina, experimentando o grau de preparação do educando”
– “A expiação ensina, rigorosa, a lição desperdiçada na inutilidade ou na viciação.”
– livro “Dimensões da Verdade”, Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal, cap. “Sob testes e exames”).
O ideal é que enfrentemos com fé, resignação e amor, mantendo-nos activos, trabalhando e estudando sempre, procurando eliminar quanto antes as queixas de nossa vida.
A propósito, como já esclareceu André Luiz, Espírito, no livro Agenda Cristã:
“As suas reclamações, ainda mesmo afectivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.” (psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB, cap. 38).
Na mesma linha, no livro “Para Uso Diário”, o Espírito Joanes aconselha:
“Evite a lamentação, uma vez que ela em nada lhe auxiliará.
Não diminuirá o peso da sua cruz, nem dispensará as nuvens que estejam toldando, porventura, os seus horizontes.”
Como se pode observar com muita facilidade, a queixa não soluciona qualquer problema.
Logo, se não resolve nem sequer acrescenta nos outros um só grama de simpatia por nós, cabe perguntar:
que postura devo adoptar?
Qual a mais adequada?
Qual a que mais nos beneficia?
A reencarnação, repetimos para enfatizar, é sempre precedida de planeamento, de modo que ninguém está solto, só, e muito menos por acaso na Terra, havendo fortíssimas razões para termos renascido neste ou naquele país, nesta ou naquela cidade, nesta ou naquela família, com incontáveis facilidades ou dificuldades, etc., mesmo que agora não saibamos identificá-las e apontá-las.
A Reencarnação, como bênção de oportunidade, reflete a Justiça de Deus.
Oportunidade de corrigir nossos erros, males e equívocos, ainda que parcialmente, de ajustar e reajustar contas. Oportunidade de crescimento, de evolução, de progresso intelectual e moral.
Oportunidade ímpar de dar nova direção à nossa Vida, com o ingresso definitivo na estrada do Bem, praticando-o onde quer que nos encontremos.

António Carlos Piesigilli

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty VOCÊ É UM CIDADÃO DO UNIVERSO

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 20, 2019 8:10 pm

Você que desceu à Terra para mais uma experiência no corpo, jamais deixou de ser um cidadão do universo.
Sua verdadeira natureza não é desse ou daquele lugar, mas do Infinito.
Sua casa é no coração do Todo e tudo que vive é seu próximo.
Você pode lembrar-se de muitas vidas, em diversos lugares, mas você é uma consciência espiritual, que não nasce nem morre, só entra e sai dos corpos perecíveis.
Você tem cara de gente, mas seu rosto espiritual tem a cara da Luz!
Você deita o corpo físico no leito diariamente, mas não fica dentro dele, mesmo que nem saiba disso.
Enquanto a Natureza faz o seu trabalho de regeneração do veículo denso, você, o eu real, se desprende para fora dele e viaja com o corpo subtil pelos planos extra-físicos, encontra seus amigos astrais e realiza actividades de estudo e trabalho, naquelas moradas além da Terra.
E, quando você volta ao corpo, nem se lembra disso.
No entanto, dentro ou fora do corpo, é você mesmo o tempo todo.
Quando você rememora vivências de outras vidas na carne, isso ainda é um evento menor.
Na verdade, você precisa se lembrar mesmo é de algo a mais, além das lembranças de vidas passadas, muitas vezes cheias de condicionamentos limitantes e coisas mal resolvidas.
Você precisa se lembrar das cidades astrais, dos sítios extra-físicos, para perceber que veio de outros planos e que é um SER DE LUZ, um viajante eterno, e que nada pode limitar o seu progresso ou condicioná-lo a este ou àquele corpo, ou àquela vida ou situação específica.
Você carrega o fogo estelar em seu peito.
Você não é branco, negro, amarelo, ou vermelho.
Você é da raça da LUZ!
Você é parceiro das estrelas, sempre foi…
No momento, você está hospedado num corpo denso emprestado pela Mãe Terra.
Então, agradeça-A pela oportunidade de aprender algo bom enquanto na carne.
E trate correctamente o veículo de argila que Ela lhe emprestou.
Tenha respeito e admiração por quem o recebe e o ajuda em sua evolução.
Porém, jamais se esqueça de sua verdadeira natureza espiritual.
Mantenha os pés no chão, mas permaneça ligado ao Alto, de onde vêm suas melhores inspirações.
Respeite o caminho terrestre, por onde for, mas não perca o brilho estelar de seus olhos, nem deixe as coisas do mundo bloquearem sua Luz.
Da mesma forma que o barco pode entrar no rio, mas o rio não pode entrar nele, pois afundaria, entre no mundo, mas não deixe as coisas do mundo afundarem o seu barco espiritual e afogarem a sua lucidez.
Viva o que tem que ser vivido, mas sem perder o discernimento e a Luz do espírito por causa disso.
Você é mais do que imagina.
E, se concentrar melhor sua atenção, desbloqueará diversos de seus potenciais adormecidos.
Se resolver melhorar, melhorará!
Mas nada acontece da noite para o dia.
Tudo demanda esforço e paciência, e a ansiedade com qualquer resultado a curto prazo, com certeza, envenenará seus melhores propósitos.
Apenas estude e trabalhe da melhor forma possível, sem preocupações com resultados ou condições.
O seu esforço correcto o levará a prestar atenção em algo a mais, na vida e em você mesmo.
E isso é um tipo de melhoria.
Você é um cidadão do universo.

Sempre foi, e sempre será! Lembre-se disso!

Wagner Borges

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Compromisso afectivo

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 21, 2019 8:15 pm

Desde os primeiros movimentos de nossa evolução, o então chamado “Princípio Inteligente” tem a espiritualização como desiderato de sua jornada.
Ao atingir o reino hominal, os seus recursos adquiridos permitem-lhe gozar da faculdade do livre arbítrio, faculdade esta que lhe dá o controle de sua evolução, mas elegendo a responsabilidade como companheira para a eternidade.
Por termos sido criados por Deus, possuímos em estado latente todos os recursos que nos impulsionam à perfeição.
O próprio Cristo nos afirmou, “Vós sois deuses...”.
Segundo os Espíritos Codificadores, toda a Lei está gravada em nossa consciência, guiando-nos sempre e nos orientando sobre qual o caminho a seguir.
Toda a vez que ferimos esta Lei, erramos.
E por menor que seja o nosso erro, somos impelidos pela nossa tendência natural à evolução a corrigir este erro, e voltar ao caminho do bem.
Volta esta que será mais ou menos dolorosa de acordo com o “caminho obediência” ou o “caminho rebeldia” que escolhermos.
Preocupando-se com a felicidade do próximo
Na mensagem escolhida por Emmanuel para abertura desta página, o Espírito Lázaro nos afirma ainda que o nosso dever principia no ponto em que ameaçamos a felicidade de nosso próximo.
Façamos o seguinte raciocínio:
Por experiência própria, sabemos que só somos felizes se executarmos, e bem, o nosso dever.
Portanto, só seremos felizes se fizermos o nosso próximo feliz.
Por isso afirmamos, sem medo de errar, que o evangelho é muito mais do que um manual de boa conduta, é um tratado científico de conquista da felicidade, pois ele se resume todo na máxima:
“Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, que Jesus tão bem ensinou.
Ao iniciar propriamente o seu comentário, nosso instrutor espiritual faz uma comparação da guerra, com a afeição mal orientada, afirmando-nos “que se a primeira semeia terror e morticínio, a segunda, através do compromisso escarnecido, cobre o mundo de vítimas”.

Meditemos sobre esta questão.
Como já afirmamos, somos responsáveis por tudo o que criamos.
Se assumimos um compromisso com uma determinada pessoa e não cumprimos, ficamos a dever este cumprimento, seja ele material ou moral.
E o elemento prejudicado, se não administrar bem a decepção, pode vir a ser portador de sérios problemas, pelos quais seremos altamente responsáveis, sendo que a resolução da questão muitas vezes demora séculos.
Por isso Emmanuel nos afirma no parágrafo seguinte: “os problemas do equilíbrio emotivo são até agora, de todos os tempos, na vida planetária”.
Afirma ainda que os “conflitos do sexo”, que analisados aos olhos do materialismo são marcas de um mundo em decadência, não tiveram suas origens no agora, mas são frutos deste “compromisso escarnecido” através dos tempos.
Mas fiquemos tranquilos, a vida tem seus misericordiosos recursos para nos induzir à correcção.
E através do movimento reencarnatório, vamos ficando frente a frente com os problemas criados por nós mesmos, para que desenvolvamos a estratégia de resolvê-los.
Mas se quisermos poupar tempo e esforços, ouçamos nosso guia: “para que não sejamos mutilados psíquicos, urge não mutilar o próximo”.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 21, 2019 8:15 pm

Motivos para complicações
O “narcisismo” e a “volúpia do prazer estéril” são, no entender do nosso evangelizador Emmanuel, motivo de queda em nossa vida.
Ou seja, sempre que agimos valorizando os nossos interesses em detrimentos do alheio, saímos do campo vibracional do Criador, iniciando aí a complicação.
O prazer estéril é justamente isto, sensibilizar o nosso imediatismo materialista em detrimento da perenidade espiritual.
Isso por si só já é complicado, mas agora imaginemos esta situação de conquista louca de nossa satisfação narcisista gerando desequilíbrio no sentimento alheio.
Passamos a ser, como já dissemos, co-responsáveis por qualquer processo de angústia e criminalidade gerados por esta situação.
Como ilustração, reportemo-nos a um caso narrado por nosso irmão André Luiz na obra Nos Domínios da Mediunidade, no capítulo “psicometria”.
Determinada irmã, tendo recebido um espelho de um jovem que lhe prometera casamento, ficara de tal modo afeiçoada a este objeto que, não tendo se realizado o cumprimento da promessa por parte de ‘seu amado’, dois séculos depois, ainda desencarnada, não deixava o espelho de maneira alguma.
Aulus, o orientador do nosso André Luiz, afirma ainda que os dois terão de se reencontrar num processo reencarnatório, com vistas ao ajuste necessário no campo do sentimento.
Ora, uma simples promessa de casamento não cumprida estava a gerar um processo de desequilíbrio que já durava mais de um século e que poderia durar muitos outros.
Portanto, antes de nos vincularmos às pessoas através de promessas brilhantes ou por um ato sexual fortuito, nos resguardemos, porque sabemos que somos responsáveis por tudo o que gerarmos nos outros.

Afinidade e confiança
No sexto parágrafo deste capítulo contido nesta maravilhosa obra que ora estudamos, o Autor Espiritual nos informa do “circuito de forças” estabelecido entre parceiros que se entregam um ao outro em bases de afinidade e confiança no campo do sexo.
Afirma-nos “que há entre eles uma alimentação psíquica de energias espirituais e que, se rompido o compromisso por uma das partes, sem razão justa, o outro fica lesado na sustentação do equilíbrio emotivo”.
Repetindo o que já dissemos anteriormente, se uma simples promessa nos coloca devedor diante da criatura a quem prometemos, imaginemos então a extensão do compromisso quando nos entregamos sexualmente a alguém.
Para que haja a entrega de um ao outro em bases de afinidade, é preciso haver confiança integral entre as partes.
E quando nos entregamos sexualmente a um parceiro, não é só fisicamente que nos despimos, mas nos desnudamos integralmente, estabelecendo então um compromisso em bases de confiança mútua.
Esse alimentar em regime de reciprocidade, conforme define Emmanuel, é algo tão forte que, quando um dos cônjuges rompe este elo, o outro muitas vezes, sem ter a certeza do rompimento, tem todo o sentimento do acontecido.
Prevenindo problemas graves com o parceiro
E é ele, Emmanuel, com toda propriedade, quem nos afirma:
“o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na auto-defensiva, entra em pânico, sem que lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinquência”.
O autor é claro:
se o parceiro não tiver a possibilidade de vivenciar o perdão em bases cristãs, a situação pode ser bastante agravada e as consequências são impossíveis de serem previstas.
Portanto, um alerta aos casais de namorados adeptos do “sexo sem compromisso”:
o assunto é muito mais sério do que imaginamos e uma gravidez indesejada está longe de ser o maior problema gerado por esta situação.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 21, 2019 8:16 pm

Se no princípio, nosso Nobre Orientador compara a guerra com a afeição erradamente orientada, ele termina o ensinamento comparando a justiça humana com a justiça divina.
Se a primeira “comina punições para os actos de pilhagem na esfera das realidades objectivas”, nos afirma Ele que “a Justiça Divina alcança também os contraventores da Lei do Amor”.
E todas as vezes que prejudicamos alguém, esta Lei, que muitas vezes se objetiva na reencarnação, coloca-nos frente a frente com o irmão em prejuízo, “até exonerarmos o próprio espírito das mutilações e conflitos hauridos no clima da irreflexão”.

Compensação do prejuízo causado
Imaginemos que, com promessas de felicidades, determinado rapaz conquiste a confiança de uma moça e o processo venha a se desenvolver, estabelecendo ali o princípio de um relacionamento sexual.
O tempo passa e o nosso irmão não vigilante resolve abandonar a até então amada num momento delicado, de uma eminente gravidez.
Ela, por sua vez, não encontrando apoio e compreensão na família, é colocada para fora de casa, vindo a padecer de numerosas necessidades.
O caminho da vida fácil se abre e ela se vê nos campos da prostituição.
Como se portaria ele, num futuro próximo, tendo que educá-la como filha reencarnada em sua adolescência, quando lhe desabrochasse suas tendências sexuais adquiridas quando num outro momento se prostituiu?
Para encerrar, como não poderia deixar de ser, fiquemos a meditar nessas preciosas palavras de nosso querido mentor: “aprenderemos no corpo de nossas próprias manifestações ou no ambiente da vivência pessoal, através da penalogia sem cárcere aparente, que nunca lesaremos a outrem sem lesar a nós”.

Artigo publicado na edição 11 da Revista Cristã de Espiritismo.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty MEDIUNIDADE É UMA GRANDE OPORTUNIDADE

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 22, 2019 8:32 pm

QUE DEUS NOS DÁ PARA QUE POSSAMOS SERVIR E CRESCER ESPIRITUALMENTE.
Homem em curso superior, ouvia Espíritos, que o chamavam com insistente - Psiu!?, sempre que ia assinar documentos importantes no Fórum, desviando-o de suas tarefas.
Perturbava-se, deixando de assinar e já era notado com preocupação por seus pares.
Agravou-se o seu problema, pois, já estava vendo também...
Instado por amigos, foi bater às portas de um terreiro de umbanda, onde, após presenciar movimentadas e ruidosas demonstrações mediúnicas, lhe informaram que era um cavalo e precisava, urgente, desenvolver sua mediunidade, para que lhe não acontecesse coisa pior.
Apavorado pela retrogradação a que se deveria submeter, retrocedendo na escala zoológica, isto é, descendo do reino hominal ao animal, ou seja, de homem a cavalo, desesperou-se.
Atendendo a outro convite, foi em seguida, buscar conselho e alívio num Centro Espírita da cidade vizinha e o diagnóstico não tardou:
era médium e precisava desenvolver sua mediunidade, sem tardança.
Não se conformando em submeter-se às excêntricas e desconcertantes práticas a que assistira, novamente por indicação de amigos, buscou outro centro espírita da cidade para um novo aconselhamento.
A convite seu, levava consigo o confrade Hugo Gonçalves, que era um amigo em quem confiava, plenamente.
Assistira à reunião e logo veio a orientação para seu caso, que já se tornava intolerável e sobremodo constrangedor:
era médium e precisava desenvolver-se quanto antes, a fim de prestar caridade...
O confrade Hugo Gonçalves, que tudo observava, atentamente, estava mudo e quedo como um penedo.
De retorno, na viagem, soube o desalentado irmão, que Hugo era presidente de um centro espírita e quis saber sua opinião, uma vez que era autoridade no assunto e, sobretudo, seu amigo.
O bondoso confrade Hugo não se fez de rogado e foi logo iniciando seu interrogatório:
- Doutor, o Sr. Já ouviu alguma vez falar de mediunidade?
- Não, senhor. É a primeira vez que tomo conhecimento de sua existência.
- Já sabe, por acaso, qual o objectivo da mediunidade? - insistiu Hugo.
- Não senhor.
- Já leu alguma obra sobre como se utilizar da mediunidade? - concluiu o experimentado confrade.
- Ainda não li nada a respeito.
- Pois, então, sentenciou, salomonicamente, Hugo Gonçalves - a solução do problema não se conseguirá desenvolvendo a mediunidade e sim desenvolvendo o médium, orientando-o em como utilizar, beneficamente, a mediunidade, que o ameaça desequilibrar...
A seguir, passou a explicar ao confuso, mas interessado amigo que era necessário, antes de se exercitar na mediunidade:
1º - o conhecimento do mecanismo da mediunidade;
2º - inteirar-se do seu alto e nobre objectivo, que não se restringe, apenas, ao intercâmbio mecânico com o mundo espiritual, porém, a benefícios morais sérios, no campo da transformação espiritual.
Convidou-o a visitar o Centro Espírita Allan Kardec, de Cambé, do qual era presidente, e lhe ofertou o roteiro seguro da jornada que o amigo pretendia encetar:
O Livro dos Médiuns.
Lendo o preciso livro que recebera, informou-se na fonte segura e passou a se interessar pelos problemas da mediunidade, compulsando obras complementares que lhe foram indicadas.
A VALORIZAÇÃO - Dessa forma, pôde o ilustre amigo controlar e valorizar, conscientemente, sua Mediunidade, pondo-se a serviço da boa causa espírita.

(Artigo retirado da Revista Estudos Espíritas - Setembro de 1999 - Edições Léon Denis).

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Paradigmas e Preconceitos

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 23, 2019 8:26 pm

Uma frase atribuída a Albert Einstein agiganta um dos maiores desafios da evolução humana: o preconceito.
A frase é: "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito".
O preconceito, segundo o dicionário (1), é conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados; opinião desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão.
A própria definição já indica o equívoco de sua existência e danosas consequências.
O preconceito é responsável pela manutenção de paradigmas que têm atravancado o progresso humano.
A palavra paradigma não tem uma conceituação que indique dificuldades ou males, mas como ela significa (1) modelo, padrão, protótipo, está sujeita, em acções concretas e nos relacionamentos humanos, à acção do nefasto preconceito e suas manifestações.
Estas reflexões surgiram em virtude da leitura de pequeno texto, que abaixo reproduzimos, de autoria desconhecida: COMO NASCE UM PARADIGMA
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro colocaram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas.
Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.
A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram.
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto.
Um quarto e finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles por que batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
"Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."
Você não deve perder a oportunidade de passar esta história para seus amigos, para que, vez por outra, questionem-se por que estão batendo...
Neste ponto podemos notar como a frase atribuída a Albert Einstein ganha força.
Quantas e quantas situações, da vida real, não estão enquadradas nesses preconceitos impostos, dificultando, pois, a mudança de paradigmas impregnados de vícios e resistências que atravancam o progresso.

Lucidez de Kardec
E melhor ainda é defrontar-se com a lucidez de Allan Kardec em texto publicado na Revista Espírita, de julho de 1862 (2), quando, em matéria que intitulou O Ponto de Vista, a abordagem abre caminho sobre a questão do foco de visão em que se coloca qualquer observador, sofrendo aí, neste caso, as influências de si mesmo e das circunstâncias em que se coloca.
Aspectos, importância, detalhes, gravidade, foco, opções ou decisões mudam completamente de direcção se alterado o ponto de vista em que se situam possíveis contendores ou diante de desafios individuais.
Apresentando o novo ponto de vista que o Espiritismo apresenta para a vida e sua finalidade, Kardec apresenta essa preciosidade:
“(...) mostra-nos a vida da alma, o ser essencial, porque é o ser pensante
(...) Entretanto o homem, colocando no centro da vida, com esta se preocupa como se fosse durar sempre.
Para ele tudo assume proporções colossais: a menor pedra que o fere afigura-se-lhe um rochedo; uma decepção o desespera; um revés o abate; uma palavra o enfurece.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 23, 2019 8:26 pm

(...) Triunfar é o fim de seus esforços, o objectivo de todas as suas combinações; mas, quanto à maioria delas, que é o triunfo?
Será, se não possuem os meios de vida, criar por meios honestos uma existência tranquila?
Será a nobre emulação de adquirir talento e desenvolver a inteligência?
Será o desejo de deixar, depois de si, um nome justamente honrado e realizar trabalhos úteis para a humanidade?
Não, triunfar é suplantar o vizinho, eclipsá-lo, afastá-lo, mesmo derrubá-lo, para lhe tomar o lugar. (...)”
E, referindo-se ao desejo de mudança de paradigmas pessoais e coletivos, à luz do pensamento espírita, pondera Kardec:
“(...) Como tudo isto muda de aspecto quando, pelo pensamento, sai o homem do vale estreito da vida terrena e se eleva na radiosa, esplêndida e incomensurável vida de além-túmulo!
Como então tem piedade dos tormentos que se criou à vontade!
Como então lhe parecem mesquinhas e pueris as ambições, a inveja, as suscetibilidades, as vãs satisfações do orgulho!
É como se na idade madura considerasse os brincos infantis; (...)”
E, convenhamos, essas últimas linhas bem indicam as manifestações e os prejuízos de tolos preconceitos, originários de paradigmas que se estabelecem pela força, pelo orgulho. Infelizmente.
Nada mais a acrescentar, apesar da exuberância do texto integral de Kardec.
Aliás, diga-se de passagem, todo ele, convidativo à mudança de posturas, de abertura a novos pontos de vista, para paradigmas que estimulem o progresso e a disseminação de ideias que tragam o bem geral.

(1) Michaelis, Editora Melhoramentos
( 2) Edição Edicel, tradução Júlio Abreu Filho.

Matéria originariamente publicada na Revista Internacional de Espiritismo, edição de dezembro de 2005.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Preocupação exacerbada

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 24, 2019 7:41 pm

Sou extremamente preocupada.
Já estou pensando em (201-!), acredita?
Nas contas, no que poderá ocorrer com a minha família.
Meu filho irá viajar no reveillon, fico imaginando coisas terríveis: desastre, morte, assalto e sofro tanto que, às vezes, perco o sono.
Quando meu marido demora a chegar, imagino que ele pode estar me traindo com outra mulher.
Quando ele chega já estou com mau humor e a gente acaba brigando.
Como acabar com tantas preocupações?
Como seres humanos, somos dotados de uma maravilhosa capacidade: a de pensar.
Nosso cérebro trabalha constantemente para compreender aquilo que experimentamos, através dos nossos sentidos.
A partir do pensamento, com as suas duas funções principais, a memória e a antecipação, nossa vida é enriquecida e podemos ser criativos e construtivos.
Sem o pensar humano nossa existência se reduziria a um processo repetitivo como o dos animais e jamais avançaríamos do ponto de vista técnico e tecnológico e não haverá nenhum progresso científico que tanto tem ajudado no conforto e no bem estar das pessoas.
Ao escrever esse artigo estou-me valendo da memória, palavras, conceitos e experiências aprendidas e da minha capacidade de prever como as pessoas vão lê-lo e a ajuda que poderão ter a partir da sua leitura.
Da mesma forma, porém, como tudo na vida, o pensamento é uma faca de dois gumes.
Se ele for usado de maneira correta, apenas para facilitar a vida, constitui-se no maior aliado do nosso corpo e de nossos sentimentos.
Se, porém, usarmos nossa capacidade racional, de maneira abusiva, sem conexão com a realidade, nós a prostituímos e ela pode tornar-se uma arma contra a nossa felicidade.
Todos os sentimentos negativos, aqueles que nos fazem sofrer psicologicamente, são frutos de nossos pensamentos.
É impossível sentir inveja sem ter pensamentos comparativos e, portanto, invejosos.
É impossível sentir ciúme sem pensamentos de ciúme, como o caso da leitora acima.
É impossível qualquer sentimento negativo, tristeza, ira, mágoa, saudade, etc. sem seus pensamentos correspondentes.
E apesar disso ser óbvio, poucos de nós temos essa consciência.
A pessoa em questão é capaz de jurar, de pés juntos, que sua preocupação com o filho ou o ciúme do marido foram provocados pela viaje do filho e pelo atraso do marido.
Daí a subsequente tentativa controladora de impedir que seu filho viagem ou a briga para que o marido chegue sempre cedo em casa.
O dia em que ela descobrir que o problema não são os factos, mas a maneira como sua cabeça pensa os factos, toda a sua energia para controlar as pessoas será usada para controlar seus pensamentos.
E é irrelevante o tempo de duração do pensamento.
Um pensamento, às vezes, fugaz e de apenas alguns minutos, como por exemplo:
– “meu marido deve estar me traindo”, pode infelicitar-nos por vários dias.
Os efeitos danosos do pensar surgem quando nos esquecemos ou nem sabemos algumas coisas fundamentais sobre nosso processo racional.

1º) Nós produzimos nossos próprios pensamentos.
Não é algo que acontece, mas algo que nós fazemos.
Somos donos dos nossos pensamentos e, portanto, podemos modificá-los ou rejeitá-los.

2º) Nossos pensamentos são apenas pensamentos.
Não são a realidade.
Tendemos a acreditar que o que nós pensamos é realidade.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 24, 2019 7:43 pm

Por isso sofremos por antecipação.
A consequência disso é que não podemos levar muito a sério nem os nossos pensamentos e nem os de ninguém.
O comprometimento honesto e determinado com os factos e com a realidade minimiza o valor de nossa lógica e nos torna felizes.
A ausência de pensamentos negativos produz automaticamente um sentimento positivo.

3º) A forma de aderir à realidade é tornar-se presente.
É contentar-se com o que está ocorrendo e não tentar perpetuar o passado ou adivinhar o futuro com o exercício medroso ou saudosista do pensar.
Vocês já repararam no que acontece quando pensamos?
Tudo o que está presente no momento é abandonado.
Sua visão, sua audição, seu tacto, seu olfato ou seu paladar desaparecem e você entra no sonho ou pesadelo.
Enfatizar o momento presente, aumentando as sensações corporais é um ótimo treino para afastar os fantasmas de pensamentos catastróficos.

4º) Muitas de nossas desavenças e conflitos em nossos relacionamentos são provocadas por criarmos mentalmente situações que nos causam dor.
Acostumamos a desenvolver e alimentar pensamentos destrutivos, como o caso da leitora Sónia, que imagina a infidelidade do marido, que contaminam a relação.
A briga, a hostilidade, o mau humor, a chegada do marido podem trazer grandes estragos no relacionamento.
Tudo, fruto da omnipotência dela em querer adivinhar o desconhecido e da sua ansiedade em não esperar “os fatos”.
Quando cairmos na tentação de alimentarmos pensamentos que acabam com nossa alegria é bom pensar:
Que bom é estar vivo, usufruindo o momento presente!

Publicado Coluna Bem Viver do Jornal Estado de Minas

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 12 Empty Amarga que nem Jiló… mas Resolve!

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 25, 2019 8:32 pm

Se o caro leitor conhece alguma coisa que amargue mais do que jiló, é por aí mesmo o sentido deste nosso texto.
Entretanto, fiquemos com o jiló como forma de ilustração e comparação ao que propomos nesta crónica.
Lembro-me bem de quando criança, a dificuldade que eu tinha de comer jiló, mesmo que bem preparado, compondo o almoço ou o jantar, justamente pelo gosto amargo que eu julgava insuportável.
Todavia, tem gente que gosta, e até o degusta como “tira-gosto”.
Certos passarinhos também gostam.
Mas, é como o dito popular: “gosto não se discute”.
Com o tempo fui tomando uma noção melhor da vida, e percebi que nela temos momentos amargos, que são pequeninos diante da doçura grandiosa que ela nos oferece.
E que, na maioria das vezes, valorizamos mais os pequeninos momentos amargos.
Então, podemos perceber que o jiló não é um fruto tão amargo assim, diante da nossa capacidade de transformá-lo em doçuras para o encanto dos nossos paladares.
Tem gente que faz um doce de jiló que é uma delícia.
Tem gente que prepara um jiló de tal forma que dá um sabor a mais, um “tchan”, à comida.
Com essas observações fui chegando à conclusão de que o jiló, mesmo cru, se nos prepararmos mentalmente, é possível que o saboreemos de forma resignada, até mesmo sorrindo, apesar das caretas inevitáveis.

Podemos aplicar essa ilustração, ou comparação, no próprio quotidiano, assim como exemplo:
1º) nos momentos de crise financeira:
O gosto amargo desses momentos se agrava se partirmos para as reclamações, sem adoptarmos medidas de contenção de despesas.
Esse gosto amargo suaviza-se quando agimos resignadamente, com inteligência e paciência, procurando tirar proveito positivo da situação, cortando gastos desnecessários, contentando-nos apenas com o necessário para uma vida feliz.
E o mais importante, traçar metas sem jamais deixar de observar os recursos financeiros existentes, deixando sempre um saldo de reserva para os casos de emergência.

2º) nos momentos de enfermidade:
Se tirarmos proveito desses momentos para uma reflexão sobre a nossa postura diante da vida, da busca do auto-conhecimento e da correção de atitudes, estaremos agindo resignadamente, pelo que estaremos suavizando o gosto amargo desses instantes aparentemente insuportáveis, possibilitando-nos à cura, principalmente para o entendimento e a compreensão desse processo de aprendizagem.
Caso contrário, haja amargura e sofrimento.

3º) nas crises conjugais:
Neste caso, sempre o melhor caminho é a busca do entendimento e da compreensão um do outro.
Mas, não é recomendável que esperemos, tão somente, que o outro nos entenda e nos compreenda.
É imprescindível que tomemos a iniciativa do entendimento e da compreensão do outro.
Ou seja: não importa que o outro não o entenda nem o compreenda; o importante é que você se entenda e se compreenda.
Assim fica mais fácil, porque só depende de você.
Silenciar-se para que o outro fale e se manifeste sem ser interrompido, também é uma excelente ideia.
E assim, suaviza-se o gosto amargo da intolerância, provocado pelo desentendimento e pela incompreensão, transformando o relacionamento em doçura e suavidade.
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