LUZ ESPÍRITA
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Mereça Ser Feliz: Superando as Ilusões do Orgulho - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 10, 2018 10:06 pm

Essa condição impede a alegria e a autenticidade nas relações deixando-nos muitas vezes carcomidos de inveja, raiva ou outras emoções perante as vitórias do próximo.
Dando exagerada importância às comparações, o orgulhoso passa a ser um "fiscal" dos actos alheios, procurando motivos para realçar-se e afirmar-se ante o próximo, a quem toma como um "oponente", ainda que não o seja, especialmente se essa criatura pensa ou age em desacordo com suas crenças e concepções.
Seu campo mental funciona como um "radar" em busca de um deslize ou de um episódio que fragilize seu "opositor", e os julgamentos e reprimendas mentais comparecem inevitavelmente como um efeito dessa condição psíquica e emocional.
Tudo isso, porque o orgulho tem o poder de fazer-nos valorizar o que não somos, mas desejaríamos ser, levando a sentir e pensar que tudo que fazemos ou temos é melhor que o do outro.
Impermeabilidade é o que ocorre nesse quadro.
Os relacionamentos com pessoas desse perfil tornam-se superficiais, elas não permitem que os outros penetrem sua intimidade verdadeira e revoltam-se contra os que lhe exortam com proficiência à verdade sobre si mesmos, melindrando e reagindo com veemência.
Manter aparência é muito caro e doloroso.
Até mesmo nos climas espíritas verificamos alta dose dessa vivência.
Começa pelo personalismo em acreditar que o caminho que seguimos, a forma como trabalhamos, os movimentos que criamos, os pensamentos que defendemos, as tarefas que fundamos, os esforços que expendemos são "recordes" que nunca serão alcançados por ninguém e que devem ser seguidos por todos.
Há um flagrante desrespeito pelas opiniões e iniciativas alheias, repleto de indiferença e despeito.
Quando não se recebe com júbilo a cooperação dos companheiros junto à seara, estamos vibrando fora da atmosfera de fraternidade e solidariedade que propõe o Espiritismo.
A reeducação desse "estado moral de orgulho" vai exigir-nos alguns quesitos.
Uma decidida viagem interior é o ponto de partida.
Olhar para si, entender-se, pesquisar com minúcia, paciência e perseverança as formas de expressar do orgulho.
Ouve-se com frequência nos meios doutrinários espíritas a manifestação verbal no estilo "nosso maior defeito é o orgulho e o egoísmo, disso já temos consciência"; propala-se com risos e mofa essa abordagem, no entanto, poucos são os que têm penetrado o mundo oculto das tendências e automatismos para conhecer a singularidade do seu orgulho.
Não existem "dois orgulhos" iguais.
Conquanto ele possa ser definido, de forma genérica, como um sentimento de superioridade, nada além disso é idêntico em se tratando de comparar a sua forma de manifestar em cada personalidade.
Temos de convir que nem sempre essa frase rotineira de nosso meio significa consciência, não passando, em algumas ocasiões, de mero chavão que causa a breve sensação de autodomínio e sabedoria. Saber onde, como, porque e quando ocorrem as manifestações dessa imperfeição é um trabalho para séculos.
O importante é começar já.
A partir dessa viagem íntima é imperiosa uma vigília incansável para estabelecer atitudes que correspondam realmente ao que sentimos e somos, sem partir para os extremos da falsa modéstia, da culpa e do pieguismo.
Ser o que somos é o desafio, evitando seguir os ditames da imaginação que nos inclina a fugir da realidade; romper com máscaras e formalidades desnecessárias, vivendo com espontaneidade responsável.
Os exercícios da empatia no ato de aprender a ouvir o outro e da alteridade no sentimento de respeitar as diferenças do outro serão pródigos no esmaecimento dos interesses personalistas.
Nada nos impede de fazer as comparações a fim de tirar algum proveito ou entender melhor nossos sentimentos, todavia, sem ilusões...
A única comparação útil e proveitosa, sob a óptica do aprendizado espiritual, é aquela que fazemos connosco próprio, procurando sempre aferir se estamos hoje um pouco melhor em comparação ao ontem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 10, 2018 10:06 pm

Capítulo 8 - Credibilidade Social e Cidadania
Conhecemos um senhor que foi aceito para um emprego de confiança, numa casa importante, porque era espírita sincero.
Entenderam que as suas crenças eram uma garantia da sua moralidade."

O Livro dos Médiuns - cap. 31 - comunicação 21

Todos somos cidadãos universais com direitos divinos e a reencarnação na Terra é a nossa participação democrática e activa pelo bem da obra do Pai.
Retornando ao planeta, além de laborar pelo crescimento pessoal, cooperamos com a colmeia social onde renascemos lapidando, paulatinamente, a credibilidade.
Credibilidade é aquilo ou aquele em que se pode crer, é o espírito da confiança abrindo espaços para a acção benfazeja e a colaboração espontânea.
É o traço que nos promove à condição de Herdeiros Conscientes na obra de Deus, e que nos enseja autoridade real uns perante os outros.
Confiança, porém, é tecida pelos fios morais da conduta que reflecte a consciência em paz e harmonia; brota nos corações em razão das expressões de fidelidade, rectidão de carácter e amorosidade qual se fosse um perfume da alma que agrada a todos e os fazem sentir bem na companhia de quem o exala.
Essa deveria ser a condição social de todo homem iluminado pelas verdades espiritistas nos campos sociais em que se encontra.
O homem de bem, conforme a brilhante exposição de O Evangelho Segundo o Espiritismo, deveria ser o objectivo maior de todo espírita.
No entanto, o orgulho, em suas variadas camuflagens, tem inclinado muitas almas desavisadas a outra espécie de atitude ante os chamados para o serviço nas colectividades de sua participação.
Tomadas de ufanismo esperam a atenção e o crédito alheio nas suas ideias externadas com certa dose de fanatismo como se fossem, em si mesmas, depositárias de "grande revelação", sentindo-se agraciados com a missão de converter.
Ufanismo é uma palavra que define o orgulho ou a vaidade desmedida que temos de algo.
Seria, portanto, um contra-senso guardarmos qualquer tipo de ufanismo com o Espiritismo, considerando que a sua meta essencial é destruir o materialismo, fruto do orgulho e do egoísmo, e demonstrar aos homens onde se encontram seus verdadeiros interesses.
Muitas mentes ainda se locupletam com as manifestações afectivas de orgulho em função da grandeza da doutrina, cultivando "fantasias" originadas de velhos hábitos religiosistas de supremacia, disseminando concepções conversionistas para o mundo, como se a Verdade fosse "propriedade" exclusiva dos domínios onde moureja, não distanciando muito dos gestos de catequese e louvor exterior.
Detentoras de novos conhecimentos auferidos na literatura doutrinária ou nas palestras esclarecedoras, surpreendem-se com a lógica e excelsitude das novas realidades e logo sentem incontida necessidade de passar a outrem as belezas que presenciou.
De forma alguma devemos repreender o gesto saudável de dividir o conhecimento espírita, contudo, devemos estar atentos na forma como o fazemos.
Estamos compartilhando algo que está sendo significativo e valoroso para nós ou o que valorizamos mais para o outro?
Esse ato com feições de generosidade e amor, em muitos lances, é a clara manifestação de intenções partidárias de muitos corações ainda afeitos ao religiosismo, acreditando que as respostas que lhes servem, igualmente servirão para todos.
Esse subtil ufanismo ronda as esferas doutrinárias quando se crê, com a melhor das intenções, que a Revelação Espírita é a "única" estrada de acesso para a libertação do homem junto aos cativeiros das expiações terrenas.
Semelhante concepção tem determinado uma "ética de enclausuramento" que alimenta as expectativas de boa parte de companheiros de ideal, levando a crer que a sociedade necessita da crença espírita nos moldes em que a esposamos, caso pretendam livrar-se das dificuldades de todos os matizes e adquirirem a felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 10, 2018 10:06 pm

Pregam a felicidade e apontam rumos, aliviando o outro com a tese de que em Espiritismo não se cobra valores financeiros pelos bens espirituais, incentivando a procura e a adesão como se angariasse um fiel para a salvação, despreocupando em confortar as chagas e ser o mensageiro da doutrina em si próprio, para com aquele que sofre e necessita de arrimo.
Essa "ética de reclusão" enseja uma quase "alienação" dos centros espíritas junto aos problemas sociais, porque destaca-se como vantajoso e correto que a sociedade busque o centro e não o inverso.
Forma-se assim uma linguagem, um discurso estereotipado com sugestões derivadas dessa atitude ufanista como a de solicitar ao novo frequentador que deixe a sua religião para poder frequentar a casa espírita, ou ainda que abdique de novenas e hábitos de adoração por não condizerem com o "estereótipo espírita"; ou mesmo na formulação de teses sobre carmas e mediunidade a desenvolver como se fossem "senhas de aceitação e baptismo" do novo aprendiz nas actividades doutrinárias.
O Espiritismo se tornaria uma crença geral e não uma religião geral, asseveraram os Sábios Guias ao codificador.
Por sua vez, Allan Kardec estabeleceu:
O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade.
Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração."
O papel do Espiritismo, fica bem claro, é secundar, ou seja, coadjuvar o movimento regenerador da humanidade.
Grande decepção será pernoitar nesse ufanismo doutrinário e acordar nas paragens extrafísicas decepcionados, com a dura realidade de nossa condição espiritual, quando então será constatado que incontáveis almas vitoriosas e felizes jamais ouviram falar em Espiritismo, porque serviram única e exclusivamente à religião cósmica da caridade: muito amaram.
O amor é o movimento que nos importa acima de quaisquer princípios ou ideias.
Credibilidade só pode ser adquirida pela alma que ama, e não por credenciais exteriores de adesão a grupos ou movimentos nos fins de semana.
Mormente nesse momento em que a Terra descortina novos horizontes para o incomum, o místico, o insondável, o tema espiritualidade tornou-se encantador, atraente; e o espiritismo está em evidência social nos cinemas ou novelas, jornalismo e revistas do mundo inteiro.
Mas espiritualidade é tesouro de muitos povos e culturas em todos os tempos.
Deter-se em comparar o Espiritismo com tais escolas do mundo, ressaltando-lhe a grandeza e confinando tais conquistas evolutivas a paredes ideológicas seguidas de velhas posturas de conversão em massa, é vaidade e invigilância declarada.
A renovação social surge da intimidade.
Bem enfocou o senhor Allan Kardec, o sociólogo da Era do Espírito, quando disse:
"o Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade.
E essa madureza vem se operando, ato contínuo, enquanto ficamos nas "janelas de nossas agremiações" esperando que o mundo se converta ao Espiritismo, assemelhando-se à figura lendária Rapunzel, deixando crescer longas tranças de prepotência, enunciando frases do tipo: "o Espiritismo explica tudo, tem resposta para tudo há mais de um século!"
O papel da Doutrina dos Espíritos não é criar uma cultura que transforme o mundo, mas avalizar as conquistas da ciência humana e cooperar para destiná-las ao conceito de Deus, da imortalidade, da reencarnação, do intercâmbio entre os mundos, da pluralidade de vidas nos orbes, dilatando a visão caótica do materialismo e apresentando ao ser humano a visão sistémica do universo em sua imensurável plenitude.
A partir dessa concepção, a outra finalidade do Espiritismo é convocar o homem a remodelar seu comportamento ante essa ordem celeste que vige em todo lugar, e capacitá-lo para assumir sua destinação divina e gloriosa de co-criador, onde e como se encontrar, através da educação de si mesmo na direcção da formação do homem de bem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 10, 2018 10:07 pm

Nesse contexto, ser espírita ou não ser, dentro dos padrões do "espiritismo dos homens", pouca importância tem para o processo renovador da humanidade, porque o que importa é que ele, o cidadão social, aprenda a se tornar um cidadão universal através da aquisição de uma cosmovisão, talhada nos conceitos transcendentais da existência.
Longe de sermões e puritanismo estéril, a credibilidade do espírita será aferida pela sua postura cidadã e moralizadora, com responsabilidade social e acção pró-activa junto às comunidades onde foi chamado a servir, respeitando cada criatura com suas singularidades e sendo o fermento que leveda e transforma pela força da vivência íntegra, lúcida e amorosa, sem preconceitos que impeçam sua proximidade da dor alheia e sem medo que o aprisionem a aceitar as diferenças e os diferentes dentro de suas singularidades.
O próprio Cristo disse que o maior seria aquele que mais servisse.
E para servir não podemos desdenhar a cooperação comunitária, os projectos de acção, a disposição de levar o saber espírita de forma declaradamente contextualizada e dinâmica, mais pela conduta que pelas pregações.
A cidadania do verdadeiro espírita, conforme testemunho anotado em nossa referência de apoio, será a credibilidade que vai angariar com sua postura moral de irrestrito respeito aos esforços humanos de que natureza sejam.
Espera-se, portanto, sua integração harmónica e parceira com esses esforços, e, sobretudo, com a transformação de si mesmo em um homem melhor e mais benigno ao engenho social, florindo onde foi plantado, seja em que condição for.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 10, 2018 10:07 pm

Capítulo 9 - Carmas Imaginários
"Já desde esta vida poderemos ir resgatando as nossas faltas?"
"Sim, reparando-as.
Mas, não creiais que as resgateis mediante algumas privações pueris, ou distribuindo em esmolas o que possuirdes, depois que morrerdes, quando de nada mais precisais.
Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito.
A perda de um dedo mínimo, quando se esteja prestando um serviço, apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado durante anos, com objectivo exclusivamente pessoal. (726)"
"Só por meio do bem se repara o mal e a reparação nenhum mérito apresenta, se não atinge o homem nem no seu orgulho, nem nos seus interesses materiais."

O Livro dos Espíritos - questão 1000

A palavra carma, cuja origem do Sânscrito significa "acção", tomou no ocidente a conotação cultural-religiosa de destino traçado e imutável, servindo para designar as coisas ruins que podem acontecer a alguém em razão de erros perpetrados em outras existências carnais.
O perfil psicológico do desmerecimento e do pecado, ainda tão presentes na mentalidade dos povos, generalizou crenças em torno da ideia do carma que aumentam a infelicidade humana através de pensamentos destituídos de bom senso e amparo na razão.
Seu conceito, principalmente entre os espíritas, costuma estar amplamente associado ao sofrimento ou algo que não aceitamos e somos obrigados a tolerar, por tratar-se de um débito que assumimos antes de renascer fisicamente.
Assinala-se com base em trechos da codificação que o sentido existencial da reencarnação é "pagar dívidas", "resgatar crimes", construindo assim um enfoque pessimista e aterrorizante para a filosofia espírita em função de interpretações erróneas ao sabor do desamor e da punição.
A pior consequência dessa forma de entendimento é o cultivo da dor como mecanismo de evolução e crescimento, gerando um clima de tristeza regado pela cultura do "não merecimento".
Diz-se que "é necessário tolerar com resignação todas as provas" e adoptasse uma postura de incondicional passividade ante as lutas, usando de "tolerância orgulhosa" ante as infelicidades da vida.
Entre pessoas que vivem nesse regime, a dor assume a feição de um "troféu" importante de se exibir, e passa a ser "heróico" falar da "quantidade de dificuldades" para dar a impressão do tamanho do carma.
É um fenómeno comportamental sui generis, porque, em verdade, é mais uma faceta da vaidade que teima em se manifestar ostentando, subliminarmente, a elevação espiritual que logrará essa criatura tão logo ao desencarnar, já que se convencionou a ideia de que "quanto mais sofre, mais espiritualizado estará."
Essa perspectiva nada tem a ver com a autêntica revelação espírita que foi trazida ao mundo para consolar e libertar, objectivando oferecer ao homem os recursos para trabalhar por sua felicidade.
A codificação é um conjunto e se analisarmos trechos isolados, faremos análises precipitadas.
Essa postura de resignação passiva é atavismo religiosista proveniente da formação dos últimos milénios, na qual estipulou-se o conceito do "eu pecador" na desvalorização do homem perante Deus e o mundo, inserindo a culpa e a ausência de méritos como os valores a serem cultuados.
Os reflexos desse estado psicológico fazem-se sentir através do perfeccionismo, da autopunição, das cobranças exacerbadas e da inaceitação de si mesmo.
A sabedoria do Espírito Verdade vem em nosso socorro quando diz:
"Só por meio do bem se repara o mal e a reparação nenhum mérito apresenta, se não atinge o homem nem no seu orgulho, nem nos seus interesses materiais."
Existem muitos corações respirando nesse regime de dor como fonte de salvação que se encontram revoltados, inconformados, odientos e prestes a cometer um mau ato, alimentando a infeliz concepção de que estão "queimando seus débitos" esforçando-se, acentuadamente, para manterem a resignação dentro dessa perspectiva de passividade plena na espera de que Deus e os bons espíritos venham mudar as coisas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:07 pm

São os carmas imaginários, a representação mental distorcida da realidade. Uma situação que amplia o sofrimento do homem por ausência de sensatez e de amor a si mesmo.
São imaginários, porque nem sempre correspondem aos verdadeiros lances de aprendizado projectados antes das reencarnações, acumulando dores voluntárias para seus cultores por imaginar que todos os problemas pelos quais passam têm origem em deslizes cometidos em outras existências corporais.
Em uma análise feita daqui para o mundo físico, constatamos que pelo menos dois terços dos sofrimentos humanos provém da imprudência e de escolhas mal feitas, não sendo real atribuir a "outras existências" esse uso do livre-arbítrio.
O discernimento poderá comprovar essa realidade.
Além da improbabilidade real de muitos fatos estarem submetidos à Lei de Causa e Efeito, devemos considerar que a finalidade do sofrimento é aprender, e se mantivermos uma "resignação de fachada" sem atingir o homem no seu orgulho, e nos seus interesses materiais, de nada nos valerá a dor, causando ainda muitos problemas na vida imortal.
Se continuarmos ao lado dessa ou daquela pessoa em nome de carmas originados de um passado suspeito e não confirmado, estaremos trabalhando pela nossa infelicidade, apenas suportando - tolerância estática -, quando o propósito Divino das provações é o crescimento, a libertação e o aprendizado - resignação activa.
Se nos mantivermos nessa ou naquela posição social por carma, em decidida preguiça de melhorar, estaremos adiando uma provável "opção de Deus" em nosso favor por não agirmos para sair das situações incómodas.
Isso não nos deverá em hipótese alguma incentivar as decisões de fuga e abandono dos compromissos, porque, em verdade, estaremos assim fugindo de nós próprios, transferindo para os novos relacionamentos ou lugares as mesmas mazelas anteriores.
Resignação sim, mas activa e optimista.
Tolerância construtiva nos relacionamentos para que haja crescimento.
Esforço pessoal no campo social para que nos credenciemos, justamente, a maiores responsabilidades e benefícios.
Aguentar por aguentar, sofrer por sofrer é ausência de consciência nas provas e adiamento de soluções.
Mais uma vez os sábios Guias da codificação auxiliam-nos a compreensão quando dizem:
A perda de um dedo mínimo quando se esteja prestando um serviço, apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado durante anos, com objectivo exclusivamente pessoal."
Suportar por suportar é perda incalculável.
Suportar trabalhando para vencer e aprender é solução a caminho.
Se estamos na dor, precisamos entender seus alvitres, suas indicativas em favor de nosso aprendizado, a fim de sairmos da lamentável condição de "vítimas cármicas" de dores que poderíamos superar.
Sejamos optimistas e pensemos com merecimento e auto-estima, fugindo de atribuir conotação enfermiça à existência através de comparações com os amigos e conhecidos, lamentando não estar na posição feliz em que supostamente se encontram.
Lutemos pela nossa felicidade, eliminando os carmas adicionais", crendo e vivendo firmemente o seguinte projecto de vida: "eu mereço ser feliz."
Estejamos certos que esse é o projecto de Deus para todos nós.
Aceitemo-lo ainda hoje e cultivemos o sentimento de que merecemos a felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:08 pm

Capítulo 10 - Opiniões e Auto-estima
Por isso é que em falta de luzes próprias, deve ele modestamente recorrer à dos outros, de acordo com estes dois adágios:
quatro olhos vêem mais do que dois e - ninguém é bom juiz em causa própria.
Desse ponto de vista é que são de grande utilidade para o médium as reuniões, desde que se mostre bastante sensato para ouvir as opiniões que se lhe dêem, porque ali se encontrarão pessoas mais esclarecidas do que ele e que apanharão os matizes, muitas vezes delicados, por onde trai o Espírito a sua inferioridade."

O Livro dos Médiuns - Cap. 29 - item 329

O medo da rejeição leva muitos corações a alimentarem complexa obsessão em relação à opinião alheia sobre seus feitos, exigindo devotada reeducação dos sentimentos na busca da auto-estima que estabelecerá, paulatinamente, a segurança e a autoconfiança.
Noutros casos, de forma oposta a esse medo, a indiferença à emissão de conceitos em torno de nossa personalidade é o resultado da invigilância e da vaidade - lenha apropriada para crepitar as labaredas da auto-suficiência.
Nem uma nem outra posição auxiliam-nos a aproveitar devidamente as expressões de amparo e os sinais de alerta em nosso favor na escola da convivência, quando se trata dos pareceres que surgem em nossos caminhos e dos quais jamais estaremos livres.
Saber julgar os apontamentos sobre nós conferindo-lhes valor exacto é exercício de humildade e bom senso no aprendizado da vida interpessoal.
As pessoas maduras, que se amam verdadeiramente, são autoconfiantes, sem auto-suficiência, sabem o valor real da participação alheia e permitem-na somente até o ponto em que são úteis ao progresso pessoal, quando externadas com respeito e lealdade.
Para tais pessoas, a maledicência é atestado de incapacidade moral e imaturidade emocional.
Porque não aprendemos ainda o auto-amor, costumamos esperar as compensações e favores do amor alheio, permitindo um nível de insegurança e dependência dos outros face ao excessivo valor que depositamos no que eles pensam sobre nós.
O medo de ser rejeitado ou não aceito é um resquício fortemente gravado no psiquismo pelas experiências infantis ou por complexos adquiridos em outras existências.
Crenças de desvalor a si próprio, consolidadas na mente da criança e do adolescente, reflectem agora na adultidade como sequelas dolorosas e inibidoras, provocando sentimentos de inutilidade e culpa, gerando a autocensura, a autopiedade e uma terrível "síndrome de ser culpado" pelo mundo estar como está, ainda que muitas situações nada tenham a ver com suas movimentações existenciais.
A auto-estima é factor determinante das atitudes humanas.
Quando ela escasseia, a criatura estará sempre escrava de complexos de inferioridade atormentantes, por mais pródigas que sejam as vantagens de sua vida, cultivando hábitos que visam camuflar seus supostos "males" para que outros não os percebam.
No entanto, não logrando sempre ludibriar através dessa "maquilhagem", quando se percebe avaliada ou reconhecida em sua realidade, torna-se revoltada, indefesa, deprimida e ofendida.
Essa situação tem um limite suportável até o ponto em que as decisões e acções começam a ser comprometidas por estranhas formas de agir, que podem estabelecer episódios neuróticos de gravidade, com estreitos limites com as psicoses.
Assinalemos ainda que, nos bastidores de variados casos, surgem as interferências espirituais dilatando o sofrimento desses corações, acentuando-lhes o sentimento de desmerecimento, de rejeição e desânimo, "inspirando" ideias nefandas e escolhas enfermiças.
As opiniões sobre nós são valorosas e merecem ouvidos atentos, quando se tornam críticas construtivas.
E uma crítica para ser construtiva requer sinceridade fraterna, "olhos nos olhos", sentimento de solidariedade e, sobretudo, quem critica para ajudar apresenta alternativas de melhoria ou solução; afora isso podem não passar de palavras a esmo, mordacidade sistemática, maledicência ou inveja, ou então o que explica com rara sabedoria o nosso codificador no trecho a seguir:
"Quem quer que se eleve acima do nível comum está sempre em luta com o ciúme e a inveja.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:08 pm

Os que se sentem incapazes de chegar à altura em que aquele se encontra esforçam-se para rebaixá-lo, por meio da difamação, da maledicência e da calúnia; tanto mais forte gritam, quanto menores se acham, crendo que se engrandecem e o eclipsam pelo arruído que promovem.
Tal foi e será a História da Humanidade, enquanto os homens não houverem compreendido a sua natureza espiritual e alargado seu horizonte moral.
Por aí se vê que semelhante preconceito é próprio dos espíritos acanhados e vulgares, que tomam suas personalidades por ponto de aferição de tudo."
Nas relações espíritas convém-nos muita atenção a esse processo delicado do conviver, porque as expectativas que nutrimos, enquanto companheiros de lides, são muito elevadas uns para com os outros, vindo a constituir pesado ónus nos relacionamentos doutrinários.
Em nossos ambientes, porque cultivamos o hábito da fraternidade e da indulgência, não devemos fugir do dever de orientar e corrigir os que partilham connosco das bênçãos do aprendizado.
O personalismo - marca moral pertinente à maioria esmagadora dos discípulos espíritas - é uma lente de aumento que procura dilatar nossos valores e uma nuvem que busca ofuscar nossas imperfeições, tornando-se entrave à opinião sincera em razão de insuflar o melindre e a mágoa.
Afogados em queixumes e desapontamentos, alguns amigos nessa experiência dizem que não esperavam serem avaliados em seus defeitos no centro espírita, e perguntam: "não basta o lar e os ambientes de profissão nos quais, familiares e colegas, estão sempre ressaltando minhas mazelas?"
Todavia, é preciso distinguir o que seja uma correcção para denegrir e outra para crescer.
Cremos que essa última deva ser a tónica das nossas posturas junto às agremiações espíritas, mas sem deixar de lado a sinceridade e a sensatez.
A recomendação traçada por Allan Kardec em nosso item de estudo citado na introdução desse texto é preciosa directriz aos médiuns, não sendo de menor importância a todos os que militamos nas fileiras de trabalho espírita.
As opiniões alheias são extenso e valoroso recurso de crescimento e não devemos menosprezá-las nunca, ainda mesmo quando constituam excessos, porque assim nos auxiliam a conhecer melhor quem as emitiu, servindo para estipular nossa própria opinião sobre o outro com juízo fraternal, distante da influência nociva da inferioridade que ainda carreamos nos caminhos da evolução.
Lembremos, portanto, que o cultivo do afecto entre nós, trabalhadores da causa de Jesus e Kardec, não dispensa as opiniões lavradas nas fontes da sinceridade e que, tendo por objectivo a melhoria e o esclarecimento, devem ser emitidas de forma a elevar a auto-estima, transformando o medo de rejeição em um novo e agradável sentimento de segurança e amizade cristã.
Ainda acerca das opiniões alheias, acostumemo-nos a elas lembrando que o próprio Jesus não as dispensou quando perguntou em exemplar atitude íntima aos discípulos:
Quem dizem os homens que eu sou?"
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:08 pm

Capítulo 11 - Os Espíritas Diante da Morte
O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, da perturbação?
"Influência muito grande, por isso que o Espírito já antecipadamente compreendia a sua situação.
Mas, a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem."

O Livro dos Espíritos - questão 165

De onde viemos?
Para onde vamos?
Que fazemos reencarnados?
Clássicas indagações que tiveram o véu rasgado de alto a baixo pela lógica do pensamento espírita. Discernimento,
informação e esperança foram os resultados provenientes do contacto com os mortos.
Apesar dessa luz que jorra intensamente, a morte ronda o cérebro de muitos espíritas com vastas noções sobre o futuro sem despertar o sentimento de imortalidade em plena carne.
Muitos companheiros de ideário morrem abarrotados de informações sobre o morrer sem asilarem nos recessos do coração o sentimento de vida perene e incessante, passando a peregrinar nos vales de sombra e dor para expurgos reparatórios.
Morrem, mas não desencarnam correctamente.
Morrer rectamente deve ser meta de todos que fomos agraciados com a riqueza dos tesouros doutrinários, razão pela qual a morte é dos temas mais necessários na formação da cultura espírita.
Uma visão clara e precisa da vida futura, sem os resquícios mitológicos, é essencial para uma vida corporal mais proveitosa e consciente, o que permitirá um desenlace saudável nos rumos da continuidade e ascensão.
Precisamos convir que essa mentalidade, estruturada na visão futurista da existência, exigirá o norteamento da experiência corporal com abnegação e renúncia na construção de um projecto de vida espírita, cuja referência seja a vida futura.
Somente o conhecimento doutrinário não erradica nossos problemas com a morte.
Se reunirmos toda a sabedoria das obras básicas e das subsidiárias acerca desse tema, teremos algo comparável a um pequeno grão de areia perante o oceano imenso das realidades da vida imortal.
No entanto, muitos espiritistas estão com inabalável convicção de uma ancoragem feliz na vida dos imortais, tão somente por votarem-se superficialmente em louvores e obras da caridade, descuidando infantilmente de zelar pelas conquistas interiores, que são a única garantia de paz além-túmulo.
As variações da desencarnação, os redutos de dor, a natureza na vida extrafísica, as mutações dos estados mentais, a suprema interacção entre os planos de vida, os resultados dos estados conscienciais sobre o perispírito, o destino dos hábitos culturais no além, os processos de retorno à matéria, os mecanismos de intercâmbio entre orbes, os efeitos das movimentações humanas no plano espiritual e muitos outros aspectos de um leque infinito de assuntos sobre a morte ainda carecem de noções mais ampliadas.
Contudo, por mais que o homem na carne eleve seu entendimento sobre essa versatilidade, a morte continuará sendo uma grande reveladora de Verdades para a alma que se despede da hipnose da reencarnação para penetrar os pórticos da imortalidade.
Em face disso será sempre oportuno, especialmente aos adeptos do Espiritismo, a reciclagem de sua posição mental e afectiva sobre seu futuro.
Corações queridos que aqui se aportam experimentam largas decepções por acreditarem displicentemente que dominam sobremaneira os temas da desencarnação, quando, em verdade, tinham primárias lições sobre o assunto, agravados por uma conduta invigilante de auto-suficiência alicerçada na soberba crença de "salvacionismo", sob forte influência do atavismo religioso em concessões e facilidades no "céu", devido aos serviços prestados ao bem comum.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:08 pm

Atentemos para esse episódio, porque o Codificador não descuidou de indagar das "Vozes Espirituais" se o saber espírita seria importante na erraticidade, recebendo uma isíbia advertência:
"Influência muito grande, por isso que o espírito já antecipadamente compreendia a sua situação.
Mas, a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência xetrem."
Nessa resposta temos o roteiro correto para uma vida corporal em plenitude.
Consciência tranquila e o bem são assertivas alvissareiras da paz interior que havemos de levar de um para outro mundo nas sucessivas alternações na busca da perfeição.
A vida física é um curso para aprendermos a morrer correctamente, conquistando o perfil do homem espiritualizado e livre das imposições da matéria.
Estudemos com mais afinco a vida futura, buscando compreensão sobre a senha para o acesso feliz ao mundo dos espíritos, a integração com a consciência do Eu Divino que reside em nossa intimidade.
Meditemos com seriedade nas incomparáveis lições oferecidas pelos "mortos" através das vias sagradas da mediunidade, treinemos sentimentos e atitudes em cada ocasião de separação e miremo-nos no espelho da consciência em busca de um balanço leal sobre o estado pessoal, frente às directrizes do Consolador para os novos estágios a que fomos convocados.
Unamo-nos, homens e espíritos, espíritas ou não, em declarado e imbatível planeamento de vida para que nos preparemos ao regresso feliz, na reencarnação ou na desencarnação, como expressões naturais de existir e transformar com abundante vida.
Vigilância sempre e sempre nesse tema, porque aqui também o orgulho - nosso sagaz adversário - costuma cantar cantigas de ninar, doces e serenas, para embalar nosso sono de ilusão a fim de que venhamos a despertar nos braços da morte atribulada, sob os efeitos de dolorosa decepção e revolta.
A morte como informação nem sempre é sinónimo da divina certeza da imortalidade - único sentimento capaz de transformar nossas vidas na matéria pelas sendas redentoras do legítimo amor sentido e aplicado todos os dias.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:09 pm

Capítulo 12 - Interiorização
"Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra:
ao fim do dia interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar.
Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma."

O Livro dos Espíritos - questão 919

Imaginemos que um excelente engenheiro fora convidado por uma empresa para fazer uma reforma na parte interna de suas dependências.
Seria viável chamá-lo à porta de semelhante edificação e solicitar-lhe imediatamente um planeamento da tarefa, sem que ele conheça os mínimos detalhes que a compõem?
Essa comparação pode ser trazida para a vida íntima.
Que reformas poderemos efectivar em nós, sem o devido conhecimento do que precisa ser transformado?
Conhecer-se é a primeira iniciativa a fim de estabelecermos um acordo de paz interior.
E a via de acesso para chegarmos ao estágio íntimo do bom relacionamento com a sombra, a tal ponto de nos munirmos de condições para uma autêntica mudança.
Conhecer-se é libertar-se da ignorância, adquirir domínio e poder perante si mesmo.
Essa viagem ao mundo íntimo exige preparo e exercício, sem os quais poderá ser infrutífera e repleta de motivos para o desânimo.
Santo Agostinho oferece-nos um roteiro de viagem seguro e eficaz: um balanço diário com a assistência de Deus e o "anjo da guarda".
A fórmula é simples, mas essencial.
Multiplicar as perguntas sobre o objectivo de nossos procedimentos é meditar; e quanto "material" oferece-nos a vida interpessoal para esse mister?!
O estudo de si mesmo vai exigir duas posturas que asseguram melhores resultados.
Enumeremo-las:
1) Atenção Plena - é a arte Budista de observar-se incansavelmente, olhar-se sempre.
É um hábito que deve ser desenvolvido na rotina, a fim de que o balanço nocturno tenha elementos ricos para a auto-análise.
Para pessoas encharcadas de materialismo e preconceitos, o outro só tem valor na justa medida de seus
interesses pessoais; as relações, nesse caso, são superficiais, perigosas, instáveis...
As deficiências são atribuídas exclusivamente ao próximo, sem a suficiente disposição para uma incursão reflexiva nas próprias atitudes.
São corações que vivem sob o império do narcisismo, escravos de crenças e modelos mentais de comportamento, educados para encontrar fora de si as causas para tudo que lhes acontece, anulando, quase que por completo, a possibilidade do auto-encontro, sempre aptos a analisar a conduta alheia.
A Atenção Plena do Budismo só é possível em criaturas que se dispõem a melhorar, que anseiam por permanente sentimento de renovação de si próprias.
A disposição de melhora, portanto, é-lhe a base de dinamização.
Essa disposição alberga a ausência de punições, a dissolvência da culpa, a ternura consigo e os julgamentos flexíveis e versáteis.
Sem isso esse autocontrole pode tornar-se um caminho para a decepção e a insatisfação pessoal.
2) Interiorização - dispor-se a melhorar não basta para o autoconhecimento.
O próximo passo é a interiorização, o ato de enfrentar seu mundo interior, admitir para si a natureza de seus sentimentos, estudar as reacções perante a vida; um trabalho muitas vezes doloroso e que poucos desejam realizar, vivendo em constante fuga de si mesmo.
Nessa tarefa de crescimento, inclui-se a arte de ouvir a consciência e aprender a escutar os ditames Divinos.
A consciência é nosso elo de ligação com a Verdade; aprendermos a lidar com sua "voz" é aprender a ouvir Deus em nós.
Essa interiorização é a "degustação mental" daquilo que a Atenção Plena nos permitiu perceber.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:09 pm

Na medida em que vamos descobrindo o desconhecido mundo de nós mesmos, vamos ganhando autonomia, paz, felicidade, porque passamos a encetar a caminhada consciente da evolução, senhores do eu, capacitando-nos para a liberdade responsável em todas as direcções do existir.
Ter melhores noções de si enseja-nos uma convivência mais harmoniosa, pródiga de habilidades para a concórdia, a lealdade, o desapego, o perdão, a cordialidade, o afecto, tornando-nos pólos vigorosos de simpatia e bem-estar que serão fortes atractivos, pela força do exemplo, para que os outros se esforcem por imitar-nos o procedimento.
Se aquele engenheiro que citamos tiver o ensejo de esquadrinhar com precisão a edificação na qual irá trabalhar, seu planeamento de acção será mais produtivo, garantido e seguro para todos.
Da mesma forma, esse balanço interior, quando bem concretizado, será fonte de excelentes resultados no auto-aperfeiçoamento.
Atenção Plena é vigília.
Interiorização é investigação permanente de si próprio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:09 pm

Capítulo 13 - Personalismo, a Lupa do Orgulho
O egoísmo assenta na importância da personalidade.
Ora, o Espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade.
Destruindo essa importância, ou, pelo menos, reduzindo-a às suas legítimas proporções, ele necessariamente combate o egoísmo."

O Livro dos Espíritos - questão 911

O personalismo é o grande adversário da causa do amor.
Consideremo-lo em uma metáfora como a lupa do orgulho voltada na direcção do eu, ampliando, exageradamente, o valor pessoal.
Um estado no qual a mente está mais voltada para os apelos do ego em negação aos ditames da consciência.
O fio condutor de seus nocivos reflexos é a paixão pela importância individual que supomos possuir.
Sua acção desorganiza o departamento mental da imaginação e projecta na vida as imagens de si mesmo pelas quais nasce o "império do eu", encarcerando-nos no automatismo do egoísmo.
Não vivemos imunes ao personalismo.
Ele constrói psiquicamente a identidade pessoal e a participação no meio onde vivemos; o problema é o excesso da importância que conferimos ao eu, perdendo o controle e tornando-se um vício, o vício do "amor" próprio.
Ver o mundo pela óptica individual é uma necessidade para aquisição de valor pessoal.
Contudo, o apego intransigente às próprias concepções, sem abertura para a permuta e ampliação das experiências individuais, é que torna uma questão grave de conduta nas relações junto aos grupos de convivência.
Por milénios estamos vivendo essa experiência.
Hoje, sob as alvíssaras da renovação íntima, assumiu proporções de um grande desafio a ser superado em favor da causa espírita que abraçamos.
Assevera-se que o serviço em equipe é garantia de sua erradicação, e não podemos discordar, embora tenhamos que assinalar, que mesmo nessa circunstância a sanha do personalismo poderá arrasar as melhores sementeiras espirituais, caso não vigiemos suas formas ardilosas de manifestar.
Alguns exercícios poderão auxiliar-nos na sua identificação, o que será o primeiro passo para um programa reeducativo.
Eis uma pequena lista:
- Emitir opiniões sem fixar-se obstinadamente na ideia de serem as melhores.
- Aprender a discernir os limites entre convicção e irredutibilidade nos pontos de vista.
- Ouvir a discordância alheia acerca de nossas acções sem sentimento de perda ou melindre.
- Cultivar abnegação na apresentação dos projectos nascidos no esforço pessoal, expondo-os para análise grupal.
- Evitar difundir a "folha de serviço" das realizações pessoais já concretizadas.
- Disciplinar e enobrecer o hábito de fazer comparações.
- Acreditar que a colaboração pessoal sempre poderá ser aperfeiçoada.
- Pedir desculpas quando errar.
- Ter metas sem agigantá-las na sua importância frente às incertezas do futuro.
- Aprender a ouvir opiniões para melhor discernir.
- Admitir para si os sentimentos de mágoa e inveja.
- Ser simples.
- Ter como única expectativa nas participações individuais o desejo de aprender e ser útil.
- Esforçar-se para sair do "personalismo silencioso", do isolacionismo e a timidez.
- Delegar tarefas, mesmo que acredite que o outro não dará conta de fazê-la tão bem quanto nós.
Como vemos é aprendizado de longa duração que devemos começar com intensa humildade e contínua disposição de autoconhecimento.
Como diz o Codificador:
Ora o Espiritismo, bem empreendido, repito, mostra as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, decerto modo, diante da imensidade.
Concluímos então que se ainda nos aferramos com tanta desídia ao personalismo é porque ainda não compreendemos bem a nossa própria Doutrina, preferindo acreditar nas concepções individualistas ao sabor de opiniões pessoais...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:09 pm

Capítulo 14 - Velho Descuido
"Os que no Espiritismo vêem mais do que factos; compreendem-lhe a parte filosófica; admiram a moral daí decorrente mas não a praticam.
Insignificante ou nula é a influência que lhes exerce nos caracteres.
Em nada alteram seus hábitos e não se privariam de um só gozo que fosse.
O avarento continua a sê-lo o orgulhoso se conserva cheio de si, o invejoso e o cioso sempre hostis.
Consideram a caridade cristã apenas uma bela máxima.
São os espíritas imperfeitos."

O Livro dos Médiuns - cap. 3 - item 28

Quando mencionamos ser importante estudar e aprimorar o campo da conduta nas lições da casa espírita, é porque nas relações diuturnas do centro encontramos os embriões da postura moral do futuro.
E a escolado espírito na qual treinamos os hábitos da regeneração.
Apesar disso, a inexperiência e a imaturidade costumam criar um nível muito elevado de expectativas relativamente à conduta que deveria caracterizar o trabalhador espírita, gerando grave problema de relacionamento na maioria dos grupos doutrinários.
Espera-se, com certa dose de razão, daqueles que esposam os princípios espíritas, que sejam criaturas de hábitos sublimados e comportamento exemplar, e quando se constata que nem sempre os amigos de ideal são o que idealiza-se que fossem, abre-se espaço para as cobranças, o desencanto e a desafeição.
Entretanto, recordemos que, se a expectativa é um direito que nos cabe em relação ao próximo, jamais devemos esquecer que o dever convida-nos à tolerância quando não somos correspondidos naquilo que esperamos, a fim de não nos permitir tombar nas ciladas da decepção e da mágoa, da exclusão e da indiferença.
A desafeição acalentada - velha armadilha da convivência - entre companheiros de ideal costuma levar ao desencanto com a Doutrina, perda de motivação com a tarefa e afastamento temporário em direcção à desistência.
Muitos corações incipientes nesse assunto da vida moral costumam julgar o proceder alheio como hipocrisia, sendo que nem sempre os actos de infidelidade aos princípios evangélicos significa falsidade, mas sim a dificuldade natural de superar imperfeições, sobre as quais ainda não adquirimos completo domínio e transformação.
Ser espírita, no entendimento de muitos, ainda é um conceito bastante exterior e superficial.
Concebe-se, muitas vezes, que ser espírita é ter condutas padronizadas e aceitas como um modelo pela comunidade doutrinária.
Tais critérios levam a definir o espírita dentro da directriz moral "espírita faz isso e não faz aquilo", estabelecendo normas muito frágeis no campo das aparências para serem quesitos de validação da genuína conduta espiritista.
Outras vezes, adoptam-se critérios vinculados à "folha de serviço" estipulando que a habilidade com as práticas doutrinárias é atestado de superioridade e competência cristã, conferindo ao "tempo de casa" e "quantidade de realizações" as referências de autoridade.
Não podemos negar que todos esses parâmetros, quando avaliados sensatamente, são qualidades condizentes com o que venha a ser espírita, no entanto, é necessário que sejam acompanhadas das conquistas interiores, sendo fundamental associar essas referências aos valores cristãos que estamos consolidando nos sentimentos e acções de cada dia.
Além disso, somente as podemos aferir com precisão em nós mesmos.
Anotemos alguns pontos de meditação que nos auxiliarão a compreender melhor as causas de nossos incómodos com o comportamento alheio nessas vivências que discriminamos:
- A "recordação" de sentimentos semelhantes já experimentados em vidas pretéritas nas quais adoptamos intencionalmente a mentira.
- O assédio de espíritos que desenvolveram a migacidade em detectar ou mesmo induzir a faixa mental das decepções nos relacionamentos, levando suas "vítimas" a decisões infelizes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 11, 2018 9:09 pm

São os cultores desencarnados da mágoa.
Existem milhões deles na psicosfera terrena.
- Os encontros nocturnos com amigos do coração que nos advertem para a vigilância em nossas acções, porém, na vigília física, relembramos mais facilmente essas orientações ao vermos o outro fazendo aquilo para o qual fomos alertados que não deveríamos fazer.
Ambientes onde escasseia a fraternidade, prolifera a falsidade e o desânimo.
As pessoas sentem-se agredidas com cobranças subtis ou directas, o que as levam a mentir para continuar fruindo das benesses das tarefas ou passar a nutrir profunda desafeição, que as arrefecem nos ideais de melhora.
Poucos de nós conhecemos a intimidade do nosso próximo que partilha as responsabilidades do aprendizado e do trabalho na casa espírita, portanto, procuremos sempre os cuidados com o estímulo e a caridade que devemos uns aos outros, nessa escola abençoada na qual buscamos a força e a orientação, para vencermos os grandes obstáculos íntimos.
Compaixão e tolerância nas relações sempre deverão ser o nosso lema.
Se o ambiente das equipes ensejar bons exemplos, aqueles que por agora ainda não testemunham tanta fidelidade ao que já sabem imitarão os mesmos ou naturalmente se excluirão da equipe por entenderem que ainda não estão convictos do ideal que abraçaram.
Ao invés de expectativas e "promissórias de perfeição" ao outro, enderecemos-lhe a nossa firmeza e coerência contagiantes.
Decepção e ressentimento em grupos espíritas são mantidos somente por aqueles que ainda não descobriram o valor do perdão incondicional ou por se manterem, excessivamente, apegados a pessoas e grupos, nutrindo elevada cota de expectativas, em franca postura de egoísmo, de bem-estar exclusivamente pessoal.
Tais corações acalentam sonhos de "lugares paradisíacos e angelicais" sem medir a extensão dos limites e resistências de seu semelhante, esquecendo-se de que o centro espírita é um hospital para doentes graves da alma que desejam sua recuperação e melhora espiritual.
Velho descuido da convivência humana:
buscar corrigir as pessoas para que se encaixem em nossos modelos de expectativas e transformar as diferenças do outro em defeitos.
Traços típicos dos espíritas imperfeitos, conforme classifica com muita propriedade o senhor Allan Kardec.
Traços que deixam claro que estamos muito mais ocupados em cultivar severidade para com a melhora dos outros e desatentos da mais importante e única tarefa na qual verdadeiramente temos irrestrita capacidade de realizar:
a nossa melhora pessoal.
Carregar o peso de esperanças assentadas em direitos que supomos possuir sobre o próximo é trabalhar pela nossa infelicidade.
Concedamos a todos o direito de serem o que são, aceitando-os incondicionalmente como prova de amor e autêntica superioridade espiritual.
Dessa forma, perceberemos de pronto que estaremos fazendo enorme bem a nós mesmos, na preservação da paz, evitando afastamentos perfeitamente desnecessários.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:46 pm

Capítulo 15 - Carências
"Mediante a organização que nos deu, não traçou a Natureza o limite das nossas necessidades.
"Sem dúvida, mas o homem é insaciável.
Por mão da organização que lhe deu, a Natureza lhe traçou o limite das necessidades; porém, os vícios lhe alteraram a constituição e lhe criaram necessidades que não são reais."

O Livro dos Espíritos - questão 116

Carência é o estado íntimo de insatisfação que surge da privação de alguma necessidade pessoal, cujo principal reflexo é o sentimento de infelicidade.
Sob análise espiritual, é um fluxo energético de vibrações não compensadas reclamando o dinamismo da complementação para gerar bem-estar e equilíbrio na vida do ser.
Uma força centrípeta que não ultrapassa a psicosfera individual em razão de constituir uma "atracção para dentro", um apelo para o suprimento de algo necessário à auto-realização.
Na óptica afectiva, é um processo de desnutrição que pode ter-se iniciado na infância ou até mesmo em outras reencarnações.
Advém de desejos recalcados, expectativas não colimadas, frustrações não superadas; uma descompensação emocional pelas experiências traumáticas mal elaboradas, gerando episódios de conflitos e sofrimentos no automatismo da vida mental.
A maior carência humana é de afecto e carinho, sem os quais ninguém se sente humanizado.
E não se sentir humano significa permitir a influência dos reflexos primitivos que açulam a ganância e a crueldade proveniente do instinto de conservação exacerbado.
No estágio espiritual da Terra, a carência do afecto, quase sem excepções, está subordinada aos ditames da lei de retorno.
Nem tanto do amor alheio precisam os carentes, porque a carência não está somente nessa ausência de ser amado.
Existem "mecanismos bloqueadores" compostos por processos emocionais e psíquicos do espírito, o qual se sente sob rigorosa "prisão nos sentimentos", que são activados, automaticamente, no campo mental em razão dos despenhadeiros de ilimitados crimes do coração que se arrojou em existências anteriores, agravados pela educação infantil em regime de aridez afectiva.
Tais mecanismos levam a não se sentir amado, mesmo que o seja...
Outra razão evidente das origens da carência pode ser encontrada na ausência de preparo para lidar com as perdas.
Na Terra não se prepara a criança para lidar com perdas.
A educação é quase toda destinada a fazer "campeões sociais", vitoriosos em tudo.
Pais frustrados tentam se realizar no sucesso de seus filhos, exigindo deles o que não conquistaram, tentando consertar erros e fracassos através da criação de um "super-herói" dentro de casa.
Sob pressão e coacção do sucesso, muitos espíritos de psiquismo frágil, que aspiram a outros ideais, sucumbem, em comportamentos desajustados, no vício ou no desequilíbrio dos costumes, como forma de encontrar alguma gratificação e prazer, já que suas habilidades inatas, aquelas que trazem como espírito imortal, são desconhecidas e desconsideradas pelo seu grupo educativo.
Crianças muito mimadas ou compensadas excessivamente para cumprirem os seus deveres querem tudo que desejarem na vida adulta, inclusive o afecto alheio, e para isso mascaram-se de mil modos no jogo das aparências como se estivessem em uma disputa da qual jamais admitem sair perdedores.
Outras carências surgem como ilusões da vida moderna estimuladas pela mídia e pelos costumes, exigindo verdadeiros imperativos de reeducação e controle para não levarem a padecimentos desnecessários e voluntários.
As matrizes profundas da carência podem ser encontradas no subconsciente.
É o vício milenar de exigir e esperar ser amado sem disposição altruísta suficiente para amar.
Resulta de uma construção lenta e gradual com bases no egoísmo.
Solidão, ciúme, dependência, escassa auto-estima, complexo de inferioridade, insegurança, fantasias, atracções 'proibidas", impulsos mentais permissivos, ambivalência sexual, depressões, patologias corporais e outros tantos quadros de sofrimento podem decorrer dessa tormentosa vivência da "prisão emocional" - reflexos fidedignos das atitudes inconsequentes e levianas de outrora.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:46 pm

E nos bastidores de todas essas tormentas está o "espírito carente" atestando sua incapacidade de amar, exigindo atenção e cristalizando-se no apego ou alimentando o ciúme, em conflituosas crises de possessividade.
O carente, em verdade, é um doente que deseja ardentemente amar sem conseguir.
Não conseguindo, passa a exigir ser amado, criando relações complicadas e frágeis; é alguém à míngua de amor, um constante cultivador da esperança de ser compensado.
Sua experiência, porém, frequentemente revela facetas ignoradas de si próprio.
A carência surge quando desconectamos o mundo dos sentimentos daquilo que realmente preenche e gratifica, priorizando o falso conceito de realização estipulado pela sociedade.
A convivência vai moldando na mente alguns modelos de vida e, porque se torna um caminho comum da maioria, mesmo que não atenda a nossos mais íntimos pendores e aspirações, deixamo-nos levar por essa influência, negando o que sentimos e fazendo o que os outros pensam que devemos fazer, ou ainda, aquilo que pensamos que devemos fazer.
A alma carente é alguém em débito perante sua própria consciência.
Essa realidade da subjectividade humana é percebida na intimidade através de sentimentos de baixa estima, vergonha, incapacidade, autopiedade, que levam o ser a se estiolar nos complexos de culpa de múltiplas variações.
Nada na criação foi gerado com carências e tudo foi criado para "pulsar para fora".
Porém, nossa incúria e teimosia, nossa infidelidade e rebeldia aos códigos Divinos ensejaram os caminhos da escassez.
Carência em termos do espírito não é somente aquilo que falta, mas o resultado em forma de desajuste comprado a preço de irresponsabilidade.
Todos temos o que precisamos e merecemos na vida, e se não concordamos com esse alvitre da Lei Divina cabe-nos, a todo instante, o direito de tentar melhorar nosso "existir" trabalhando pela melhoria que aspiramos.
E somente nesse afã de lutar pelo que idealizamos, no limite de nossas forças, é que saberemos o que nos reserva a vida no rol das experiências de cada dia, eliminando assim algumas carências que dependem do nosso esforço na caminhada de aperfeiçoamento.
Para triunfar nesse mister, somente amando e servindo.
Observa-se que boa parcela das pessoas não está aceitando mais, em nenhuma hipótese, a possibilidade de fazer cada conquista a seu tempo.
Querem tudo para já, custe o que custar.
A grande maioria dos espíritos reencarnados na actualidade tem vivido a "filosofia do imediatismo".
As necessidades e anseios pessoais não obedecem à prova da resistência moral pela paciência e perseverança.
E no atendimento de suas metas, percorrem os caminhos largos da precipitação e da imprudência, buscando de forma egoísta o gozo, o prazer, a satisfação de suas fantasias.
Depois surgem a decepção e a mágoa, e somente então percebem a fragilidade de suas escolhas.
Nesses torvelinhos de dor, não tendo força e coragem o bastante para assumir a sua responsabilidade, projecta culpa a outrem se eximindo de admitir também as suas decisões infelizes que contribuíram em suas dificuldades.
Mais adiante, passadas as crises mais intensas dos resultados de suas más opções, perceberá sua necessidade afectiva ainda mais acrescida de novos apelos e convites para outras tentativas de fruir o máximo, fazendo o mínimo.
Essa tem sido a "roda da vida" de muitas criaturas no transcurso de suas desditosas experiências no corpo físico.
O controle da vida emocional é o primeiro passo no suprimento das nossas necessidades reais.
Saber adiar a gratificação pessoal é muito importante na aquisição desse controle.
Tudo a seu tempo, conforme os méritos e esforços pessoais.
Perseverança e coragem são duas nobres virtudes que precisam ser cultivadas nesse caminhar da existência, a fim de colocarmos em funcionamento a possibilidade de alcançarmos nossas metas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:46 pm

Todavia, destaquemos que tais virtudes serão improfícuas se o nosso estado emocional for de inconformação, porque criará uma barreira vibratória de obstrução no suprimento das nossas carências variadas.
O estado espiritual de inconformação ou azedume com o que nos cerca retira expressivas funções calmantes e compensadoras no campo mental, nascidas dessas nobres virtudes.
Nosso destino é a felicidade e a completude sem carências.
Hoje as sentimos em razão da trajectória pela qual optamos, colhendo da vida aquilo que nela plantamos.
Leis perfeitas regem nosso merecimento e somente quando empenharmos pelo amor, perceberemos que carência é o outro nome do egoísmo.
Estejamos certos de que a melhor solução para nossos problemas de equilíbrio, nas necessidades e aspirações pessoais, será sempre manter-se firme nos ideais enobrecedores que vertem da proposta terapêutica do amor.
Quem ama, ainda que precisando ser amado, supre-se, eleva-se, compensa-se.
De forma alguma estamos fazendo apologia ao descuido connosco no campo das expectativas íntimas e do desejo de ser amado, entretanto, tenhamos lucidez para compreendermos que a postura de cobradores revoltados e a atitude de precipitação não nos levarão a lograr os ideais de ventura e realização sonhados, agravando ainda mais as nossas provas.
Obviamente, as mais elementares necessidades humanas serão sempre, de alguma forma, atendidas.
Entretanto, nossa condição de penúria espiritual leva-nos a reflectir na colocação feita pelos sábios Instrutores da Verdade ao afirmarem:
"Por meio da organização que lhe deu, a Natureza lhe traçou o limite das necessidades; porém, os vícios lhe alteraram a constituição e lhe criaram necessidades que não são reais."
Num mundo faminto de amor, a Terra tornou-se o local onde a maioria espera saciar sua fome afectiva, e poucos são os que optam pela Divina escolha de amar.
Não fosse o celeiro de Amor da Misericórdia e certamente a humanidade, por si mesma, já teria se dizimado, tamanho o barbarismo emocional que não distancia muito o homem hodierno de certas espécies irracionais, nos campos da violência e da indiferença.
Colaboremos com o Pai.
Amemos intensa e nobremente.
Rica expressão do Amor Divino, a vida nos recompensará com farta nutrição que jamais nos deixará sentir a falta do essencial para sermos felizes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:47 pm

Capítulo 16 - Aprender a Fazer
Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos."
O Livro dos Espíritos - questão 685 A

Os rumos educacionais do século XXI apontam o ato de saber fazer como um dos quatro pilares do processo de desenvolvimento dos potenciais humanos.
Extremamente coerente com a evolução, esse aprender a fazer leva-nos a ricas inferências para o modelo espírita da educação.
A informação espírita é cultura, e a cultura em si não abriga o saber, porque o saber implica o uso da informação para gerar a transformação - meta essencial da proposta espírita.
Conciliando as assertivas educacionais da modernidade, percebemos, através de avaliações sinceras, que nossas agremiações doutrinárias cumprem com a valorosa missão do esclarecimento, apontando as directrizes do que se deve fazer contudo, ficam evidentes as necessidades prementes sobre o como fazer.
Indicar roteiros nem sempre será garantia de melhoria, porque cada individualidade traz em sua bagagem maior ou menor facilidade de compreensão das Verdades Cósmicas.
Por essa razão, o estudo minucioso do saber como fazer inclui a interacção do aprendiz com os veiculadores do conhecimento em tarefas grupais, participativas, dialogais, com plena troca de informações na construção do saber.
Podemos deixar algumas questões, entre diversas, que nos compete formular, a fim de aquilatar a extensão do quanto temos que aprender acerca do como fazer.
São elas:
Como aprender a dialogar?
Como amar a si mesmo?
Qual a fórmula para efectivar o perdão verdadeiro?
Qual o remédio para o melindre?
Existe uma forma de controle da irritação?
Como vencer os conflitos sexuais?
Como amar inimigos?
Como superar os impulsos mentais de violência?
Como dominar as desordens nos raciocínios, quando nos encontramos sob pressão?
Como discordar e criticar sem gostar menos?
Qual o caminho para formar uma equipe harmoniosa?
Qual a forma prática para sermos bons parceiros dos bons espíritos?
Como penetrar nos labirintos do personalismo em nossa intimidade?
Como fazer o autoconhecimento?
O momento das vivências espíritas conclama uma tomada de posição nova.
A ênfase dada à instrução precisa ser seguida de uma pedagogia mais palpável que permita aos estudantes espíritas a melhor absorção vivencial dos conhecimentos.
Levemos o ensino da casa espírita para "fora de si mesma" em actos e decisões que comprovem sua efectiva adequação ao entendimento; somente dessa forma estaremos trabalhando pela construção do saber em nós mesmos.
A isso denominamos contextualização aplicação prática e desenvolvimento de habilidades a partir dos conteúdos espíritas adquiridos nas abençoadas tarefas do estudo.
Nesse prisma, a convivência ganha conotações de carácter disciplinar e motivador a inestimáveis lições no cadinho do auto-burilamento espiritual.
O saber fazer implica um compromisso de grandes proporções, concitando-nos a mudanças de profundidade.
O centro espírita, quando escola do espírito apresenta, na sua operosidade, elementos estimuladores a esse imperativo de solidificar em grupo os alicerces individuais do saber que cada qual dará conta na sua faina renovadora, contextualizando-o na intimidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:47 pm

Em auxílio a esse assunto, enumeremos quatro referências que merecem reciclagem e aperfeiçoamento na criação de ambientes educativos, que melhor permitam nos partícipes um eloquente encontro consigo mesmo, que, sem dúvida, é o ponto de partida para deflagrar o aprender a fazer.
A transmissão do conteúdo - não é mais importante acumular informação, mas saber pensar, saber organizar o trabalho, saber gerenciar o conhecimento.
Contextualizar é aprender a estabelecer uma relação de parceria com o conhecimento espírita, a fim de transformá-lo em instrumento do crescimento pessoal.
A forma tradicional de transmitir conteúdos, centrados em programas e divulgadores do ensino doutrinário, reduz a capacidade comunicativa, que deve ser uma via de mão dupla, e incentiva a adopção de dogmas na informação doutrinária, sob o influxo de velhos atavismos da alma.
A Pedagogia do Afecto - é a didáctica da relação dialógica, relação parceira, interactiva, pois na vida social a relação nunca é monologar.
A massificação é factor dispersivo, daí o valor dos grupos.
Quando esse conhecimento é passado como conteúdo - informação pronta - o educando deixa de ter a oportunidade de dar a ele os seus significados, seus sentidos, e então o saber perde o colorido da representação individual capaz de contextualizar as vivências gerando a "Ética do ser".
Ter conhecimento é diferente de "ser" o conhecimento.
Os projectos vivenciais - além de gestor do conhecimento, o centro espírita deve ser um laboratório de encontros humanos, com projectos de estudo e oficinas para esferas específicas de necessidades, mentalidade educativa centrada em valores pelo desenvolvimento de competências, dinâmicas de expressão e criatividade nos campos da vida interpessoal.
Os relacionamentos educativos - os projectos não podem ser artificiais.
Sua eficácia é comprovada no próprio círculo onde se efectiva, através de relações de afecto que são tecidas entre os convivas, base segura e produtiva para grupos que buscam contextualização.
Os valores do respeito e da solidariedade mútua garantem a expressão dos significados pessoais e a valorização de todas as actividades.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:47 pm

Capítulo 17 - Camuflagens e Projecções
"Além dos notoriamente malignos, que se insinuam nas reuniões, há os que, pelo próprio carácter, levam consigo a perturbação a toda parte aonde vão: nunca, portanto, será demasiada toda a circunspecção, na admissão de elementos novos."
O Livro dos Médiuns - cap. 29 - item 338

As transferências e as camuflagens na esfera dos sentimentos são fenómenos complexos e rotineiros nos relacionamentos.
Conhecidos pela psicanálise como mecanismos de defesa do inconsciente, as projecções e camuflagens afectivas ocorrem em razão de processos educacionais da infância centrados no ego, ou por impulsos de núcleos afectivos consolidados em outras reencarnações, ou ainda pelo desconhecimento de si mesmo, sendo capazes todas essas causas de gerar extensas lutas íntimas e trágicas provas no quadro dos envolvimentos passionais.
O reflexo mais eminente da presença de semelhantes defesas psíquicas é a perda da autencidade humana.
Na medida em que vai amadurecendo física e psicologicamente, a criança, o jovem e mais tarde o adulto aprendem a esconder-se de si e do mundo, gerando um complicado mecanismo para atendimento dos apelos sociais e paternais, quase sempre, em desacordo com sua autêntica personalidade.
Perdendo a autenticidade o ser não se plenifica, arroja-se no desajuste ensejando o ebulir de culpas de outras vidas que não foram absorvidas, vivendo infeliz e sob intensa pressão interna em neuroses de longo curso.
Dependência, ciúme, possessividade e medo comandam as atitudes em direcção a relações imaturas, sofríveis, pobres de confiança e carácter, ensejando a potencialização dessas camuflagens psicológicas junto aos grupos de acção do ser humano.
Os "esconderijos psíquicos" têm como origem mais saliente o medo:
medo de si mesmo, medo de seus verdadeiros sentimentos.
Não havendo coragem suficiente e nem desejo para tal, a criatura foge do auto-encontro, incapacitando-se, a cada fuga, em dominar sua vida interior, deixando escapar a chance de olhar-se no espelho da consciência e cuidar de sua "realidade transitória", resgatando a sua "realidade natural e Divina".
Esse encontro, porque é doloroso, quanto mais for adiado mais a constrange a ombrear com um "eu falso" que lhe impinge sentimentos de desconforto e falsidade, caso possua um mínimo de formação ética, ou então faz-lha penetrar na conduta degenerada caso ela desista de entender o que se passa consigo mesma, ante o caleidoscópio de seus sentimentos e pensamentos confusos e inconstantes acerca do querer e do gostar.
Nas relações espíritas notabiliza-se um facto específico, credor de estudo e meditação.
Camuflam-se desejos sexuais e afectivos, que são transferidos para outras vivências reencarnatórias, escondendo o verdadeiro sentimento de sua presente existência, evitando admiti-lo.
Sentimentos esses que maceram e doem na acústica tio coração e da consciência, mas que, queiramos ou não, despontam na vida de relação.
Muitos amigos queridos do ideal, utilizando-se de expedientes humorísticos pouco sérios, zombam desses sentimentos tratando-os com brincadeiras, a fim de não ter que olhar para os mesmos com a seriedade que eles merecem em favor da própria paz. Frases que parecem ingénuas podem, em muitos casos, carregar dramas de largo urso, tais como:
"já devemos ter sido muito íntimos", aquela pessoa deve ser minha alma gémea", "tenho uma afinidade especial com tal coração", "sinto como se ele fosse meu pai", "há uma coisa muito forte que nos une, devemos ter vivido juntos"...
Vigiemos semelhante comportamento, perguntando-nos, com honestidade, qual a certeza e fundamento lógico temos para afirmar que as raízes de tais emoções pertencem ao passado de outras existências corporais.
Para vós outros que estais na carne, agraciados com o esquecimento cerebral, torna-se mais difícil ainda tecer afirmativas verdadeiras sobre semelhante ocorrência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:47 pm

Ainda que sejam sentimentos ou lembranças de outras vidas, se elas se encontram activas na vida presente, importa o que se sente hoje, devem ser elaborados como pertencentes à actualidade.
Se tais incursões mnemónicas são permitidas é com função educativa e não para que tenhamos um "lugarzinho na mente", como se fosse um álibi com o qual possamos justificar, uns perante os outros, tudo aquilo que sentimos e não deveríamos. Isso não nos torna menos responsáveis pela vida afectiva.
Assumamos com responsabilidade os nossos sentimentos, conhecendo-lhes os motivos, olhando para eles de frente, sem temor ou vergonha.
Essa a primeira condição para os transformarmos em valores espirituais que impulsionam a evolução.
Entendamos por assumir sentimentos, o serviço de autoconhecimento e auto-aceitação dos mesmos em nós com finalidades superiores, longe do "assumir" de alguns profissionais levianos e descuidados que induzem seus pacientes a admitirem e viverem intensamente o seu "lado sombra".
Como espíritas lúcidos, ao contrário, vamos assumir o nosso "lado nobre e Divino", esquecido ou ainda não devassado pela sonda do autodescobrimento.
Tenhamos sobriedade e dispamos dessas máscaras perniciosas do relacionamento.
Rompamos com essas "fantasias de outras vidas" e definamos o processo das afinidades e desafeições, buscando entender as razões atuais de tais ocorrências do coração.
Entendamos as causas presentes das antipatias e simpatias e honremo-las com uma conduta ética e ilibada.
Não podemos deixar de nomear essa situação como uma atitude infeliz.
Ao ficar camuflando sentimentos que temos uns com os outros, atribuindo-os a existências anteriores, perdemos o ensejo responsável de travar contacto com nosso mundo profundo e subjectivo em busca do autêntico amor e dos necessários ajustes emocionais que fazem parte do aprimoramento pessoal.
Nossa primeira tarefa ao depararmos com os sentimentos que não gostaríamos ou deveríamos estar sentindo, em favor do bem alheio e de nós próprios, é estudar nossas reacções e edificar as soluções adequadas ao melhor encaminhamento dos pendores da afectividade.
Por sua vez, as projecções são mais complexas ainda, porque, além dos factores causais pertinentes às camuflagens, elas contêm ainda uma outra matriz infelicitadora:
a obsessão.
O jogo das aparências entre os homens, mormente nesses dias de mídia exacerbada e desumana competitividade, faz com que a "comparação patológica" estabeleça complexos e síndromes sui generis no capítulo das doenças do afecto e do psiquismo.
Elencando valores fictícios e fugazes como a beleza perfeita, o status cultural e social, a felicidade pela posse e o sucesso no amor pelo sexo, a sociedade, desbaratada com o fenómeno da vaidade e da aparência, impõe que as pessoas se comparem sempre "para cima" e nunca "para baixo", ou seja, deseja-se o que o outro tem de melhor - o que seria muito natural não fossem os sentimentos inferiores e os complexos que se formam a partir dessas confrontações.
Na mira das comparações, não havendo a possibilidade de adquirir ou ter como o outro, estabelece-se frustrações e conflitos interiores que, não sendo bem administrados, podem raiar para neuroses múltiplas.
Entre espíritas, já que os valores morais e os bons exemplos são estimulados, as referências costumam surgir no campo das realizações espirituais.
Constatadas as possibilidades alheias no bem, a criatura com menos experiência, se não administrar bem suas projecções, estabelecerá comparações que conduzirão à falsa modéstia ou ao desânimo, confrontando sua suposta incapacidade em função da desenvoltura do outro, projectando sua limitação sem absorver o exemplo alheio.
Muitas vezes ocorre um processo de idealização no outro daquilo que não conseguimos êxito no relacionamento conjugal, profissional ou cultural, levando a sentimentos que são nomeados como "velhas afinidades", quando, em verdade, estamos locupletando com o outro ou desejando intensamente sua participação em nossa vida para fruir com ele o que lhe pertence no terreno das conquistas, incensando a princípio uma amizade e, mais adiante, possivelmente, um relacionamento amoroso.
E a realização no outro daquilo que gostaríamos de ser, um processo subtil que pode tornar-se dolorosa prisão de compensação e escravização afectiva, levando a uma "coagulação dos sentimentos".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:47 pm

Outra faceta mais conhecida das projecções é a dos defeitos, nas quais vemos nossas imperfeições mais marcantes e menos admitidas para nós na pessoa do outro.
A valorização das próprias potencialidades, na medida em que são descobertas, é a receita para lidar com as projecções de modo proveitoso para o crescimento pessoal.
Aprender a estabelecer comparações com o mundo subjectivo e real das criaturas, a essência do ser humano, o que de fato ele é, sua realidade profunda, eis a grande meta a que devemos devotar, conforme assevera Antoine de Saint-Exupéry, o essencial ê invisível aos olhos".
Enquanto mantivermos sintonia com as carapaças sócio humanas estaremos apenas vivendo na superficialidade das emoções, atraídos para realidades fugazes, quais crianças que tomam brinquedos umas das outras e logo os largam para novas investidas sem rumo e objectivo!
Somente treinando e desenvolvendo a sensibilidade enobrecedora estaremos aptos a fazer comparações e projecções mais sadias, promotoras de paz e contentamento espiritual, fruto da resignação dinâmica, activa.
Eduquemo-nos para essa viagem ao mundo subjectivo do Espírito, em plena carne, porém lúcidos e em estado de alerta mental.
Aprendamos a comparar-nos com o velho, o doente, o sábio sem diplomas, a quem ninguém quer se comparar, ou ainda com aqueles que agora estão no arrependimento sobre um leito de dor, sem tempo e sem mais opções de progresso, esperando a presença da morte para ajuizar sobre seu futuro.
Comparemo-nos com aqueles que agora se encontram no ocaso da vida, avaliando sua existência com enorme sentimento de perda, asilando uma frágil esperança de paz para sua consciência.
Avaliemo-nos no momento actual, frente àqueles que renascerão em situações mais dolorosas e que revoltam e odeiam a vida, dispostos a qualquer ato infeliz.
Reflictamos sempre, em nossas comparações, nos que têm menos, nos menos apreciados pelo mundo social, clastecendo a sensibilidade para o que se passa invisível aos olhos comuns, e perceberemos lições estimuladoras e preenchedoras de júbilo com o que somos e temos.
Aliás, sem exageros, o que destacamos de menos bom em nosso próximo quase sempre trazemos em nós mesmos.
Se não for uma experiência do presente poderá ser uma imperfeição de outrora que, embora vencida ou dominada, tem registros claros na intimidade que facilitam concebê-la em outras pessoas na actual existência, com fins educativos.
Vejamos as camuflagens e projecções como etapas do aprendizado afectivo, fenómenos comuns do sentimento humano, mas que carecem educação e responsabilidade para serem conduzidos a fins superiores.
São processos de defesa da mente para abrandar a angústia da inferioridade humana que com o tempo superaremos.
Na medida em que lhes entendemos a forma de exprimir na personalidade, dilatamos as chances de autoconhecimento, pois são "pistas" sobre nós mesmos.
O que tentamos esconder ou projectamos no mundo das formas são expressões do mundo profundo e podem ser fortes aliados no bom combate, naquele que consiste em lutarmos connosco mesmo, transformando hábitos e edificando sentimentos mais afinados com o verdadeiro amor, proposto pelo Evangelho, e com a rota de espiritualização apontada pelos conceitos espíritas.
Mediante a colocação do codificador na referência citada anteriormente, compreendemos bem a importância da circunspecção de elementos novos em nossos grupos, em se considerando o desconhecido mundo interior.
Circunspecção, no entanto, deve significar acolhimento fraternal para propiciar as condições ao novel frequentador para ter as possibilidades de fazer esse mergulho no mar de si mesmo, sem afogar-se nos sentimentos de insuficiência, decepção e tristeza.
Circunspecção quer dizer "exame demorado, atenção, prudência", o que nos leva a concluir que esse acolhimento, essa recepção é um serviço do tempo para o bem de todos, mas não pode deixar de ser feita, porque se analisarmos bem, o movimento espírita é um somatório geral de todas as nossas qualidades e esforços, mas também das projecções e camuflagens.
Pensemos e debatamos, portanto, o quanto tudo será diferente quando aprendermos a circunspecção espírita, fazendo das agremiações doutrinárias uma escola do espírito destinada a desenvolver condições íntimas para a humanidade ser mais feliz e autêntica!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:48 pm

Capítulo 18 - Vício de Prestígio
O choque, que o homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta, por sentir a necessidade de colocar-se na defensiva.
Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros.
Sirva de base às instituições sociais, às relações legais de povo a povo e de homem a homem o princípio da caridade e da fraternidade e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela pensaram.
Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do contacto.
Em face do actual extravasamento de egoísmo, grande virtude é verdadeiramente necessária, para que alguém renuncie à sua personalidade em proveito dos outros, que, de ordinário, absolutamente lhe não agradecem."

O Livro dos Espíritos - questão 917

Acostumamos enunciar nos meios espíritas que somos orgulhosos.
Admitimos essa imperfeição, mas temos que reconhecer que ainda somos inaptos para detectar seus traços em nossa personalidade.
Façamos então uma singela análise em uma de suas mais variadas manifestações subtis.
Escolhamos a esfera da vaidade!
O perfil moral dos habitantes da Terra guarda uma feição comum que é a necessidade de valorização e reconhecimento pessoal, o que seria muito natural não fosse nossa paixão no egoísmo.
No entanto essa necessidade tem constituído uma tormenta social: considerando que todos querem ser prestigiados, quem ficará para prestigiar?
Pouquíssimos são os que se encontram sensibilizados para a arte da alteridade, dispostos a destacar conquistas e valores no outro.
Esse é o choque do egoísmo a que se refere Fénelon:
cada um querendo que o outro pense nele sem se preocupar com os demais, oferecendo motivações para o descaso e o egocentrismo.
Observe o amigo da Terra um exemplo.
Se você iniciar uma narrativa que destaque seus valores individuais ou algum episódio de êxito na sua existência, quem estiver lhe ouvindo logo iniciará um processo similar, sem sequer ocupar-se em ouvir sua história ou dela tirar algum proveito.
É como diz Fénelon:
"Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros."
O vício de prestígio consome a criatura em disputas inglórias e imaginárias por apreço e consideração.
O mundo mental desses viciados desgasta-se em busca da aprovação de todos, e quando alguém não lhe rende as homenagens e tributos esperados, é considerado um opositor ou indiferente.
Seu principal malefício é essa espera de aceitação e consideração incondicionais, como se todas as pessoas tivessem a obrigação de enaltecê-lo.
Como é portador de muita susceptibilidade, pequenas desatenções e discordâncias são recebidas pelo viciado com revolta e mágoa suficientes para instalar um "pânico de revolta íntima", como se mentalmente indagasse: "por que esse súbdito não me homenageou?"
Assim como existe a dependência química de tóxicos, existe a dependência psíquica de evidência e conhecimento individual.
Esse tipo de viciado é escravo tia auto-imagem exacerbada que faz de si mesmo.
As causas desse vício podemos verificar na infância, quando a criança é levada a níveis abusivos de repressão no lar, dependendo de aprovação para tudo, tornando-se insegura, sem autoconfiança, crescendo como um adulto frustrado; outro tanto, de forma mais intensa ainda, verificamos as raízes desse mal nas pregressas existências, quando a alma acostumou-se aos faustosos títulos sociais e às honras individualistas que sempre lhe alimentavam o ego insaciável, na sedimentação da "cultura do melhor em "tudo".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 12, 2018 8:48 pm

A educação na sociedade moderna destina-se ao aplauso, ao êxito, e raramente educa-se para saber perder ou lidar bem com derrotas e críticas.
Treina-se para a passarela do sucesso e a necessidade de aprovação e reconhecimento social, sem se preparar para o auto-amor.
O vício de prestígio é um sintoma claro de que não nos plenificamos connosco próprio, de ausência de auto-confiança, de amor a si próprio.
Se nos amássemos, não Críamos tanta dependência de opiniões e atitudes alheias.
E O que impulsiona esse vício, mais que a necessidade de ser aceito, é o medo da rejeição:
um dos sentimentos mais camuflados e comuns da humanidade, que pode ser estimulado pelas causas já citadas.
Esse cenário moral é um convite imperioso para que trabalhemos pela formação de um "perímetro" de relações sinceras, onde se possa forjar o carácter objectivando a aquisição dos hábitos altruístas e o desprendimento dessa neurótica necessidade de tributos personalísticos.
Recordemos a oportuna recomendação de Jesus para convidarmos coxos e estropiados quando dermos um banquete.
Tal quadro de indigência espiritual e afectiva induz-nos a grave reflexão: estariam nossos círculos de Espiritismo Cristão atendendo a essa construção do ambiente regenerativo de nossas almas?
Ou será que, mesmo nas frentes de serviços com Jesus, estaríamos cultivando as amizades de conveniência que nos garantam a "nutrição da bajulação", mantendo os feudos de glórias pessoais?
O momento de transição da humanidade é instante de árduas comoções.
O egoísmo precisa ser extirpado e para isso somos todos convidados, de uma ou de outra forma, a descer dos "tronos" da falsa superioridade ou sair da "cabeceira" das decisões individualistas.
É tempo de abnegação e renúncia!
Convenhamos: nossa parcela de personalismo é enorme, mesmo nas lições de amor às quais nos afeiçoamos junto aos labores doutrinários.
Anotemos assim algumas de suas rotineiras formas de se apresentar, a fim de matricularmo-nos numa auto-avaliação sobre a possibilidade de ainda nos encontrarmos prazerosos com o vício do prestígio pessoal:
- Aversão a crítica.
- Mendicância de reverência.
- Gosto pela pompa.
- Imposição de pontos de vista.
- Melindre nas discordâncias.
- Mágoa alimentada.
- Importância conferida ao nosso nome.
- Apego a tarefas.
- Vício do elogio.
Com todo o respeito que devemos uns aos outros, não podemos deixar de assinalar que entre nós, os devotos da causa espírita, encontram-se lamentáveis episódios de vaidade.
Alguns corações, mais doentes que mal intencionados, não conseguiriam "manter-se espíritas" sem a reverência colectiva!!!...
Contudo, a "vitrine da fama" não foi feita para os discípulos do Cristo, e nossa maior conquista espiritual é o poder de negar a si mesmo.
O trabalhador em busca de reconhecimento pessoal efectivamente não serve à causa de Jesus.
Fénelon refere-se à força moralizadora do exemplo como forma de renovar as relações de homem a homem.
Certamente essa indicativa é admirável receita para nossa recuperação frente ao descontrolado vício de ser valorizado.
E para iniciarmos um processo educativo nesse sentido, deixemos uma dica preciosa na mudança dos nossos hábitos:
comecemos a falar menos de nós e estejamos mais atentos em prestigiar o outro...
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