LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS III

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 27, 2019 2:09 pm

É comum ver pessoas com variadas expectativas a respeito do que se sucede após a morte do corpo, o que é natural.
Algumas não pensam muito nisso, muitas temem o assunto, outras o esperam da forma como sua crença o "pinta".
Cada uma com os seus motivos.
Na Doutrina Espírita, o conceito de morte possui uma leitura diferente e detalha-se muito mais a questão.
Para quem não se contenta com a aniquilação completa da sua existência, o Espiritismo fundamenta em cinco obras muitas das questões relativas à natureza de tudo que envolve a temática do “post-mortem”.
Diferente de todas as doutrinas anteriores, religiosas ou não, a DE não se baseia em fantasias celestiais, nem se encerra na completa extinção da consciência e existência humana.
Compreendendo a DE, é possível constatar que a sobrevivência da alma é um facto, e que dele decorrem inúmeras outras perguntas às quais são fundamentais para uma compreensão mais completa da vida humana, sem pieguice, dogmas, mitos ou milagres (que não existem).
Ao contrário disso, a DE nos fornece um conjunto de “ferramentas” intelectuais/filosóficas que descortinam as mais complicadas questões da vida humana, como nunca se tratou antes, e encerra de uma vez por todas as bases dessa compreensão. Logo, tão naturalmente curvemo-nos a ela com a seriedade de qualquer ciência e filosofia, despido de qualquer preconceito, será natural então perguntar:
O que acontece exactamente depois da morte do corpo?
E parte da resposta é: não se sabe exactamente.
Mas uma coisa os espíritos já nos adiantaram na questão 569 de O Livro dos Espíritos (OLE) ao responder que as actividades dos espíritos “São tão variadas que seria impossível descrevê-las; além do que, não as podeis compreender.
(...)” Então é certo adiantar que não temos como compreender a realidade das coisas que acontecem depois do desencarne.
No entanto, alheio a desânimos, os espíritos deixaram algumas pistas.
Antes de se chegar directo ao ponto, é preciso responder a essa outra questão: por que não podemos compreender?
Ou, por que seria impossível aos espíritos descrever essas actividades?
Este é o cerne da questão, pois que para aceitar essa resposta dos espíritos, é preciso compreender os limites das faculdades corporais humanas diante da realidade espiritual.
No Livro dos Espíritos, quando Kardec indaga (questão 403) sobre a lembrança dos sonhos (sabe-se que o sono é um período no qual o espírito “acorda para a realidade espiritual, e vive experiências que podem ou não, serem lembradas quando o encarnado acorda do sono - ver OLE, livro II, cap. 08)”.
Os espíritos explicam:
“(...)Sendo o corpo uma matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões que o espírito recebeu, visto que o espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo”.
Outra passagem de OLE toca nessa questão, quando fala sobre a necessidade da união do espírito com o corpo para haver manifestações na matéria, os espíritos informam que “Ela é necessária para vós, porque não sois organizados para perceber o Espírito sem a matéria; vossos sentidos não são feitos para isso.”
Também constitui dificuldade de compreensão o grau de adiantamento moral e intelectual de cada um.
Na questão 18 de OLE, quando Kardec indaga sobre a possibilidade do homem adentrar nos mistérios das coisas, os espíritos encerram-na dizendo que “O véu se levanta para ele à medida que se depura; mas, para compreender algumas coisas, é preciso faculdades, dons, que ainda não possui.”
Dessa forma, conclui-se que muito ainda falta para compreender completamente uma realidade tão ímpar quanto à do plano espiritual.
Entretanto, apesar dos limites à total compreensão da fase errante, não quer dizer que não temos como compreender pelo menos algumas das ocupações dos espíritos, e que foram reveladas em vários momentos diferentes ao longo de toda Codificação.
É importante lembrar que, quando Kardec compilou os cinco livros, sua preocupação foi outra que não somente falar das atividades dos espíritos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 27, 2019 2:10 pm

Entretanto, dedicou um capítulo inteiro de OLE a isso (Missão dos Espíritos), do qual se extrai a maior parte das informações sobre esse “trabalho” no plano espiritual.
Usam-se aspas, pois o trabalho humano conceitua-se de forma diferenciada da dos espíritos, a começar pelo fato de não haver mais corpo.
E até onde se entende e define trabalho humano, para realizá-lo é necessário haver dispêndio de energia, dentro da premissa de conservação da matéria de Lavoisier, onde “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Ou seja, no plano material, o sistema obedece às leis que impõem desgastes das mais variadas formas, seja como atrito, seja químico/metabólico, cinético, sonoro, etc.

O que acontece quando o sistema e as leis da matéria se aplicam de formas tão diferentes?
Para melhor compreender, tem-se em OLE a distinção que foi necessária fazer entre o conceito erróneo de ser “imaterial” e ser “incorpóreo”.
Na pergunta 82 quando os espíritos são questionados se seria certo chamar o espírito de “imaterial”, respondem que “(...)Imaterial não é bem a palavra, incorpóreo seria mais exacto, porque deveis compreender bem que o Espírito, sendo uma criação, deve ser alguma coisa.
É uma matéria puríssima, mas sem comparação ou semelhança para vós, e tão etérea que não pode ser percebida pelos vossos sentidos”.
Mais à frente, na pergunta 254, completa-se o conceito a respeito da natureza de suas tarefas, quando se explicita que o espírito não sente fadiga, nem necessidade de repouso, “pois não possuem órgãos em que as forças tenham de ser restauradas”.
E repetem mais uma vez na questão 558 de OLE dizendo:
“a vida espírita é uma ocupação contínua, mas não é sofrida, como na Terra, porque não há o cansaço corporal, nem as angústias da necessidade.”
Dessa forma, fica claro que no plano espiritual não há consumo de energia para as actividades realizadas pelos espíritos.
Porém, se há infinitas actividades como os espíritos disseram, outra pergunta se faz:
O que move os espíritos?

Na pergunta 89 de OLE, explicam que “quando o pensamento está em algum lugar, a alma está também, uma vez que é a alma que pensa.
O pensamento é um atributo.”
Sendo o pensamento o “motor” do espírito, e sendo este incorpóreo como bem explicam, é factível assumir que nada cansaria uma forma de vida assim.
Engano. Sendo o espírito confundido com a manifestação da inteligência pura e simples, ele ainda pode cansar-se cognitivamente.
Para descansar, o espírito deixa de focar seus pensamentos em determinada actividade, pois “sua acção é toda intelectual e o seu repouso é todo moral” (OLE, questão 254).
Desta forma, os espíritos chamam atenção para a natureza puramente cognitiva das actividades dos espíritos, pois não possuindo mais corpo, eles estão livres dos desgastes do corpo material, podendo dedicar-se única e exclusivamente às actividades de cunho moral e intelectual.
Entretanto, há uma vastidão de actividades que se desconhece e que envolvem as mais diferentes escalas de adiantamento espiritual, onde os trabalhos dos espíritos variam em um espectro de possibilidades que vai desde mensageiros de Deus até os mais atrasados e próximos da matéria, como se verificará a seguir, na influência que esses exercem nos fenómenos da natureza por exemplo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 27, 2019 2:11 pm

As actividades foram separadas nas seguintes categorias:

De cunho moral.
- Protecção e auxílio moral:
colocados como fazendo parte da segunda ordem de espíritos, ou espíritos bons, estes auxiliam moralmente ao longo da vida do encarnado, aconselhando quando chamados e procurando influenciar, dentro do possível, a tomarem-se as melhores decisões.
São obrigados a velar por nós, por terem aceitado essa missão (OLE, questão 493), escolhendo geralmente pessoas que lhes são simpáticas.
O tempo de sua missão segue “Desde o nascimento até a morte e, muitas vezes, o segue após a morte na vida espiritual, e mesmo em muitas existências corporais, porque essas existências são somente fases bem curtas em relação à vida do Espírito.”
Há, porém, três tipos distintos colocados na questão 514 que são:
“- O Espírito protector, anjo de guarda ou bom génio tem por missão seguir o homem na vida e ajudá-lo a progredir”.
É sempre de natureza superior à do protegido.
“- Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis, para ajudá-las conforme seu poder, muitas vezes limitado.
São bons, mas, às vezes, pouco avançados e mesmo um pouco levianos; ocupam-se voluntariamente dos detalhes da vida íntima e somente agem por ordem ou com permissão dos Espíritos protectores”.
“- Os Espíritos simpáticos se ligam a nós por afeições particulares e certa semelhança de gostos e de sentimentos tanto para o bem quanto para o mal.
A duração de suas relações é quase sempre subordinada às circunstâncias.”
Esta ocupação pode ser ainda mais estratificada se levarmos em conta as inúmeras afinidades, interesses e relações existentes na terra e no espaço, sendo então assim, impossível descrever todas.
Mas o mais importante é que até mesmo o ser mais isolado ou aparentemente sozinho, haverá sempre um espírito amigo a seu lado para lhe auxiliar.

De cunho intelectual.
- Inspiração nas ciências, nas artes e tarefas diversas: apesar de terem conhecimentos diferentes, em graus e áreas do conhecimento humano, esses espíritos se ocupam nos trabalhos artísticos e intelectuais dos homens encarnados.
Por afinidades de interesses, podem auxiliar e inspirar variadas mentes ao redor do globo.
Tanto a pintura de quadros, as artes cénicas, a música e a literatura, muitos artistas são inspirados em suas acções, sendo muitas dessas ideias provenientes de influências e sugestões dos espíritos (OLE, questões 556, 565, 577).
Há inclusive, uma passagem curiosa no Livro dos Médiuns (LM), sobre os médiuns videntes (questão 196), ocorrido numa apresentação de ópera.
Um médium vê diversos espíritos no teatro e os descreve para Kardec.
Ele relata a existência de diversos tipos e interesses dos espíritos ali presentes. Uns interessados em pensamentos mundanos da plateia, outros se divertindo com os actores, e outros inspirando os artistas a melhor se expressarem em seu trabalho. Isso ilustra muito bem todo um leque de intenções, afinidades e ocupações.
Arremata-se a questão dos trabalhos intelectuais, na pergunta 419 do Livro dos Espíritos sobre a origem das mesmas ideias surgirem em lugares diferentes do globo.
Os espíritos afirmam novamente ser parte do quadro relativo às actividades e ocupações intelectuais.
Vejamos:
“Já dissemos que durante o sono os espíritos se comunicam entre si.
Pois bem, quando o corpo desperta, o Espírito se recorda do que aprendeu e o homem acredita ser o autor da invenção.
Assim, muitos podem descobrir a mesma coisa ao mesmo tempo.
Quando dizeis: uma ideia está no ar, usais de uma figura de linguagem mais justa do que acreditais; cada um, sem saber, contribui para propagá-la”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 27, 2019 2:12 pm

- Auto-instrução dos espíritos:
diferente dos humanos, os espíritos aproveitam o estado errático e “Estudam o seu passado e procuram o meio de se elevarem.
Veem, observam o que se passa nos lugares que percorrem; escutam os discursos dos homens esclarecidos e os conselhos dos Espíritos mais elevados que eles, e isso lhes proporcionam ideias que não possuíam”.
Dessa forma, e somado ao que se sabe do que ocorre durante o sono (comentado mais acima), as actividades de cunho instrucional são tão amplas quanto o conhecimento humano e, claro, não limitado a ele.

De ordem material.
- Fenómenos da natureza:
bem explicado entre as questões 536 e 540 (OLE), os espíritos informam que muitos são designados a realizar tarefas ligadas aos fenómenos da natureza, como chuvas, terremotos, ventos e demais actividades naturais.
Os que agem directamente na matéria, são espíritos inferiores, conforme descrito no capítulo da escala espírita, sobre os batedores: estes “(...)Parecem estar ainda, mais do que outros, ligados à matéria e ser os agentes principais das variações e transformações das forças e elementos da natureza no globo, seja ao actuarem sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros ou nas entranhas da terra.
Reconhece-se que esses fenómenos não se originam de uma causa imprevista e física, quando têm um carácter intencional e inteligente.
Todos os Espíritos podem produzir esses fenómenos, mas os de ordem elevada os deixam, geralmente, como atribuições dos subalternos, mais aptos às coisas materiais do que às da inteligência.
Quando julgam que essas manifestações são úteis, servem-se dos Espíritos dessa classe como seus auxiliares”.
São eles então, comandados por ordens mais superiores, de forma a alcançar o “restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da natureza.”
E quanto aos grandes fenómenos, como as tempestades, os espíritos nos informam que são “Em massas inumeráveis.”.
Logo, todos possuem uma ocupação, até mesmo os mais atrasados e ligados à matéria, desempenhando funções relativas à sua inteligência e compreensão das coisas, como eles encerram esse pensamento dizendo na pergunta 559:
“Todos têm deveres a cumprir.
O último dos pedreiros não participa na construção de um edifício tanto quanto um arquitecto?”
Acreditando ser essa ocupação um mero exemplo diante de todo o universo, pode-se inferir que, para tudo o mais, há também classes de espíritos responsáveis pelos eventos de ordem planetária e intergaláctica, visto que a natureza não se encerra neste planeta, nem na galáxia, (OLE, Cap. Pluralidade dos Mundos); é apenas a extensão do raciocínio aplicado a todo o funcionamento do universo.

De ordem Divina.
- Responsáveis pelos desígnios divinos:
na pergunta 562 (OLE), os espíritos são muito claros sobre a natureza das ocupações dessa ordem de espíritos.
Dizem Receber directamente as ordens de Deus, transmiti-las em todo o universo e velar pela sua execução.”
São categorizados por Kardec como espíritos puros de Primeira Ordem (OLE, questões 112-113).
Os espíritos explicam que essa ordem mais pura “São os mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal.
Comandam todos os Espíritos que lhes são inferiores, ajudando-os a se aperfeiçoarem e lhes designam missões.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 27, 2019 2:12 pm

Assistir os homens em suas aflições, incitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os afastam da felicidade suprema é para eles uma agradabilíssima ocupação.”
Superiores a todos os outros espíritos moral e intelectualmente, sua natureza ainda é um mistério, dada a enorme distância em que os homens se encontram de tal patamar.
- Responsáveis pelas sugestões nos acontecimentos da vida:
agem de acordo com as leis da natureza (OLE, questão 525), ou seja, não podem sair fazendo o que bem entendem, sendo tudo supervisionado e permitido de acordo com a vontade de Deus.
Sobre se se intrometerem nas ocupações dos homens, dizem que “Os Espíritos comuns, sim; estes estão sem cessar ao vosso redor e algumas vezes tomam parte activa no que fazeis, conforme sua natureza, e isso se faz necessário para estimular os homens nos diferentes caminhos da vida, excitar ou moderar suas paixões.”
Kardec completa em seguida:
“Os Espíritos se ocupam das coisas deste mundo em razão de sua elevação ou inferioridade.
Os Espíritos Superiores têm, sem dúvida, a condição para considerá-las nos menores detalhes, mas fazem isso somente quando for útil ao progresso; só os Espíritos inferiores dão uma importância relativa às lembranças ainda presentes na sua memória e às ideias materiais que ainda não estão apagadas.”
Outro exemplo igualmente interessante, sobre quanto os espíritos influenciam nossas vidas é quando Kardec, nas questões que levanta sobre uma suposta influência directa dos espíritos, estes nos revelam que não directamente sobre a matéria, como exemplo, desviar uma bala, mas sugerir erro ao atirador ou que o alvo se desvie. (OLE, questões 526-528)
Dessa forma, agem de acordo com as Leis da Natureza, sem as transgredir, não precisando manipular a matéria, mas sugerir ao homem a agir dessa ou de outra forma, com um fim útil, seja este para seu desencarne, ou sua salvação como o ilustrado no Livro dos Espíritos.
Enfim, contando ainda os espíritos que trabalham junto a pesquisas e reuniões de natureza mediúnica, esses poderiam também ser contemplados dentro de uma outra categoria, mesmo não sendo mencionada nas obras básicas, pois que onde há alguém trabalhando e se instruindo, há espíritos ali interessados em ver o desenvolvimento de tais actividades, seja pelo bem dos presentes, seja por um bem maior.
Todas essas actividades se confundem com um só objectivo:
O cumprimento dos desígnios Divinos.
Mais que bem feito aqui, o trabalho minúsculo de separar, juntar e organizar de uma forma lógica e objectiva, sem esquecer, de apontar de onde procedem tais ideias.
Isso é e será de extrema importância para os textos futuros, pois que mais se mostra como a Doutrina Espírita é complexa e que há variados conceitos filosóficos que podem ser compilados e agrupados em temas, a fim de se construir um pensamento ou um entendimento sobre determinada ideia.
No mais, há que se agradecer a Kardec e aos espíritos por esses ensinamentos tão preciosos, e que concedem uma dimensão muito além dos horizontes, circundados pela atmosfera.

§.§.§- Ave sem Ninho
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Animismo, Mistificação ou Excesso de Rigor?

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 27, 2019 7:55 pm

Sidney Fernandes

Na verdade a questão do animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para espíritas desprevenidos ou desatentos.
Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o médium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenómeno anímico e não espírita.
Creio oportuno enfatizar aqui que em verdade não há fenómeno espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencarnados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, anímicas.

“Diversidade dos Carismas”, de Hermínio Miranda
Uma das perguntas mais recorrentes no programa Pinga-Fogo, que eu e Simonetti apresentávamos, era a busca por notícias de parentes desencarnados.
Ele sempre usava o velho argumento, aliás, vindo de Chico Xavier, de que o telefone toca de lá para cá, isto é, a espiritualidade coordena esse intercâmbio.
Num dos últimos programas de que Richard participou, em dado momento ele deu um testemunho inédito, e disse que seus parentes mais próximos nunca se comunicaram, provavelmente pelo excesso de rigor que ele sempre teve, patrulhando e filtrando as mensagens de além-túmulo, a fim de garantir sua autenticidade, no que ele estava coberto de razões. Finalizou a resposta dizendo:
— Meus pais nunca se comunicaram, provavelmente porque eu sempre fui muito crítico…
Confesso, caro leitor, que sempre comunguei com os mesmos cuidados de Simonetti e reconheço excesso de rigor em minhas análises.
Mesmo assim, tenho que agradecer aos céus por ter permitido que eu recebesse incontestável comunicação psicográfica, e, em outra ocasião, durante o sono, abençoada visita do meu amado e saudoso Vô Joaquim, esta citada em meu livro Reencontro, com o título A Volta do Vô Joaquim.
Essa rijeza de julgamento sempre teve como inquestionável fundamento a frase de Erasto, contida em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, que afirmou:
—Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.
André Luiz, o sempre atento repórter dos céus, referiu-se a esse assunto de forma, como sempre, magistral.
Das dezassete páginas do capítulo 9, Mediunidade, do livro No Mundo Maior, vou trazer algumas linhas, pertinentes ao tema de que estamos tratando, tentando evitar demasiadas transcrições, remetendo o leitor interessado e estudioso à sua integral leitura.
***
A tese animista é respeitável — começa André —, e nasceu para coibir os prováveis abusos da imaginação.
Vem sendo, entretanto, usada cruelmente pela maioria dos trabalhadores encarnados, que não aceitam os servidores medianímicos que hão de crescer e de aperfeiçoar-se com o tempo e com o esforço, pois nenhuma árvore nasce produzindo e qualquer actividade nobre requer burilamento.
A mediunidade tem, pois, sua evolução, seu campo, sua rota.
A maior parte das pessoas parece desconhecer ou finge ignorar essas realidades, e desclassificam o aparelho mediúnico, se ele não exibe absoluta harmonia com os desencarnados, em seus aspectos mental, perispiritual e fisiológico.
Esses médiuns iniciantes servirão com a matéria mental que lhes é própria, com naturais imprecisões, se forem submetidos à investigação terrestre.
Com o tempo, à custa de trabalho incessante, poderão evoluir, até se tornarem verdadeiras pontes benfeitoras para entendimentos construtivos.
Essa realidade, no entanto, é impossível de se alcançar de vez, pois toda obra impõe começo.
A elevação de nossas qualidades receptivas — continua André Luiz, destacando a importância da mediunidade — é necessária para alcançarmos a necessária sintonia com os mananciais da vida superior.
Não que o intercâmbio com os desencarnados tenha o condão de transformar homens em anjos, de um dia para o outro, mas, pode ajudá-los a se tornarem criaturas melhores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 27, 2019 7:56 pm

***
Em seguida, o mentor Calderaro destacou alguns obstáculos do excesso de rigor com que nós, homens, revestimos o intercâmbio com os espíritos, elegendo a tese animista.
— Os recursos de comunicação ao meu alcance ainda não são de molde a inspirar confiança dos companheiros encarnados — preveniu nobre espírito, interessado em transmitir mensagem, impulsionado por sincero e sadio desejo de praticar o bem.
— Permanece a mesma suspeita de animismo e de mistificação inconsciente… — aduziu.
Mesmo sem dispor de aparelhamento mais adequado para a transmissão, num admirável esforço, o espírito buscou superar a natural barreira entre a esfera espiritual e o campo de matéria densa.
Das oito pessoas que recebiam os raios de força positiva do comunicante, três não absorviam as suas emissões mentais e se mantinham impermeáveis ao serviço benemérito daquela hora.
Duas lamentavam-se por haver perdido esperada atracção cinematográfica, levada ao ar no horário da reunião mediúnica.
A terceira recordava-se de suas ocupações domésticas, que julgava inadiáveis, e haviam sido abandonadas para que sua presença naquele recinto fosse possível.
De todos os médiuns, apenas Eulália demonstrava receptividade e boa disposição para servir.
Depois de momentos de expectativa, a mão da médium começou a escrever com caracteres irregulares, em clara demonstração do natural conflito existente entre os dois cosmos.
E surgiu um apelo fraternal de amor aos enfermos.
Da mensagem ainda constavam convites para trabalhadores abnegados e o acompanhamento permanente da espiritualidade aos socorristas dos doentes.
A comunicação se encerrou com o exemplo do divino Médico, com a lembrança de que passou sua vida, na Terra, fazendo o bem.
Os participantes da reunião concordaram que a mensagem era edificante na essência, mas não indicava claros sinais de autenticidade.
Quem se dispusesse a tratar daquele importante assunto, deveria ter utilizado nomenclatura mais adequada e teria evitado linguarejar tão simples e coloquial.
Mais uma vez a desconfiança e o excesso de rigor dos componentes daquele invigilante grupo enveredou para a tese animista — comunicação do espírito do próprio médium — e de mistificação inconsciente — embuste —, como tábua de salvação.
***
Não perceberam os encarnados daquele agrupamento mediúnico que se esqueceram de examinar as próprias limitações culturais?
Que a única médium ali presente, em relativas condições para dar passividade ao comunicante, preciosa e sincera, embora rica de amor e de boa vontade, ainda não dispunha de plenas condições de ligar-se a ele por todos os seus centros perispirituais, nem de comungar-lhe as ideias e conhecimentos?
Não estariam ocorrendo, na maioria dos nossos centros de comunicação mediúnica, os mesmos percalços?
Se a resposta for positiva, talvez tenhamos que concluir que ainda nos faltam a tolerância da bandeira de Allan Kardec e o cultivo de um mínimo clima ameno de compreensão.
É possível que muitos irmãos estejam repousando na ilusão e se afastando da verdade, do esforço e do bem.
Estamos, efectivamente, no trato da mediunidade, amando e perdoando sempre, sob a inspiração dos bons espíritos?
Nossa alma somente conquistará a continuidade evolutiva, por intermédio de nossa tolerância e de nossa auto-educação, com fé vigorosa e reveladora, como lâmpada indispensável ao aprimoramento moral e de elevação sublime — finalizaria o assunto André Luiz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 27, 2019 7:57 pm

Animismo, mistificação ou excesso de rigor?
Fiquemos com as judiciosas palavras de André Luiz, contidas no capítulo 23 — Animismo — de Mecanismos da Mediunidade:
- Convenhamos, pois, que a tarefa espírita é chamada, de maneira particular, a contribuir no aperfeiçoamento dos impulsos mentais, favorecendo a solução de todos os problemas suscitados pelo animismo.
Através dela, são eles endereçados à esfera iluminativa da educação e do amor, para que os sensitivos, estagnados nessa classe de acontecimentos, sejam devidamente amparados nos desajustes de que se vejam portadores, impedindo-se-lhes o mergulho nas sombras da perturbação e recuperando-se-lhes a actividade para a sementeira da luz.
Espera-se do verdadeiro espírita — presumivelmente representante do cristianismo redivivo —, profundo respeito pelo fenómeno mediúnico e por seus protagonistas, tanto do lado de cá, como do lado de lá, dos desencarnados.
Rotular como fraude autênticos fenómenos, ainda que anímicos, é, no mínimo, faltar com a caridade e incorrer em leviandade de julgamento.
Acima de tudo, o praticante espírita deverá revestir suas atitudes de cuidados com as criaturas que se iniciam nos serviços da mediunidade, antes de categorizá-los à conta de mistificadores ou defraudadores.
Trabalho, sem jamais faltar a solidariedade e a tolerância.
Paciência e carinho, sempre!

Fontes consultadas:
No Mundo Maior, André Luiz, Diversidade dos Carismas, Hermínio Miranda e Mecanismos da Mediunidade, André Luiz
Colaboraram com este artigo: Mauro Sebastião Pompílio, Fábio Eduardo da Silva, Luiz Aldo Tezani, Edo Mariani, Edmir Garcia, José Mauro Progiante, Aylton Paiva e Cássio Leonardo Carrara

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty CONTINUAMOS NO "ALÉM" A MESMA PESSOA QUE NO CORPO

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 28, 2019 11:06 am

COM A DIFERENÇA, COLHENDO TUDO QUE PLANTAMOS...

Considerando que temos consolidada a preciosa e incontestável informação de que a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória, procuremos plantar o Bem, em qualquer circunstância e em qualquer situação, por maiores e mais complexos que sejam nossos problemas e dificuldades, que seguramente colheremos o Bem.
Sempre. Com efeito, é interessante notar como nós, de uma forma geral, conhecemos verdades milenares, mais que consolidadas por sua constante repetição, mas, nada obstante, não as colocamos em prática em nosso dia a dia, em nosso próprio favor (e tantas vezes em favor de terceiros, directa ou indirectamente).
O ser humano encarnado na Terra é dotado de livre-arbítrio, que consiste na liberdade de decidir, de fazer escolhas, de conformidade com o seu discernimento.
Um estudo realizado, em carácter não oficial, por um grupo de especialistas em comportamento informa que cada pessoa toma cerca de mil decisões por dia.
Pode, à primeira vista, parecer um exagero, mas, se prestarmos bastante atenção, é provável que o número seja este mesmo.
Um exemplo trivial, que entraria neste cálculo, seria a decisão de ir por uma rua, e não por outra, para o trabalho, para a escola, para a repartição pública, para o banco.
Sendo livres para decidir, podemos escolher as sementes que vamos semear.
E não apenas as sementes utilizadas na agricultura, da maior importância, por sinal. Emmanuel, Espírito, através da psicografia do eminente médium Francisco Cândido Xavier, tratando de homens inquietos e insaciados que ainda não conseguiram compreender a semente [que é o título da mensagem], regista que eles Não souberam aprender com a semente minúscula que lhes dá trigo ao pão de cada dia e lhes garante a vida, em todas as regiões de luta planetária.
Saber começar constitui serviço muito importante.
No esforço redentor, é indispensável que não se percam de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma hora, uma frase, podem representar sementes gloriosas para edificações imortais.
Imprescindível, pois, jamais desprezá-las. (Pão Nosso, cap. 7)
De todo conveniente, portanto, que escolhamos e plantemos as boas sementes, que estão ao nosso dispor e que independem de crença, de cor, de etnia, de condição social, financeira ou cultural.
As sementes estão em nossas mãos. A decisão é nossa.
Que sementes são essas, afinal?
Inúmeras vezes, uma palavra de encorajamento, de estímulo, de esperança, pode representar significativa mudança na existência atual de quem a recebe.
Do mesmo modo, ouvir com atenção e interesse a quem esteja com medo, em dúvida, deprimido, angustiado, aflito ou até mesmo desesperado, pode representar, por si, valiosa ajuda para a superação de tais dificuldades.
Os ensinos cristãos, pela excelente óptica da veneranda Doutrina Espírita, de há muito advertem que a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória.
Ou seja, cada um colherá exactamente aquilo que plantou, que semeou [nesta linha, até mesmo a sabedoria popular, que é fruto de longa e aguda observação do quotidiano, cunhou a expressão:
quem semeia ventos, colhe tempestades – dentre tantas outras sobre o mesmo assunto].
Quem trata bem a todas as pessoas (aí incluídas as crianças) e as respeita devidamente, só pode receber igual tratamento.
Não há quem não goste de ser respeitado. Importante destacar também que tratar bem as pessoas e respeitá-las não custa nada.
E, como se não fosse suficiente, só fazem bem, a nós e aos outros.
Quando passarmos a utilizar em nosso dia a dia, com a mesma naturalidade com que respiramos, as boas sementes da paciência [a ciência da paz], da tolerância, da resignação, da compreensão, do perdão, da bondade, do amor [a Lei maior da Vida], entre tantas outras, sem sombra de dúvida seremos melhores e mais felizes desde logo, além de significar que estaremos fazendo adequado e bom uso dos ensinamentos contidos no Evangelho, visto que A parábola do semeador exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do Evangelho.
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 6)
Daí a perfeição do ensino máximo de Jesus, o Cristo:
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo [em outras palavras, amar ao próximo como a si mesmo é fazer ao outro o que gostaríamos que ele nos fizesse], com o qual resumiu toda a lei e os profetas.
Procuremos, pois, em nosso favor e em favor da Humanidade, plantar o Bem, praticar o Bem, onde quer que nos encontremos, seja qual for a circunstância, seja qual for a situação que, com certeza, colheremos o Bem, porquanto, como bem o sabemos, a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty AS MOLÉSTIAS PROLONGADAS

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 28, 2019 8:29 pm

Nas enfermidades prolongadas, existiria, para determinados espíritos, certo beneplácito quanto aos angustiantes momentos no purgatório carnal?
De certa forma, essas horas de ansiedade para a libertação são realizadas por entidades responsáveis directamente ligadas aos trâmites da desencarnação, mas segundo a disposição espiritual de cada um, desencarnante.
Vejamos o que padre Hipólito esclarece quanto ao assunto a André Luiz, pelo lápis do médium Chico Xavier no livro:
Obreiros da Vida Eterna:
“Os que se aproximam da desencarnação, nas moléstias prolongadas, comummente se ausentam do corpo, em acção quase mecânica”.
De facto com os dias em maçantes agonias quanto ao restabelecimento de determinados moribundos em fase terminal, muitos familiares vão aos poucos cedendo aos imperativos do cansaço.
Desta forma, fica mais fácil da Espiritualidade agir quanto ao desligamento carnal do parente em vigília.
Os servidores da Casa Transitória, trariam os espíritos de Albina, Adelaide, Dimas, Fábio e Cavalcante que iriam desencarnar por seus intermédios.
E naquela noite, reuniriam todos nesta residência nos planos espirituais.
Cada uma dessas personagens citadas neste capítulo que iriam novamente se envolver nos decessos da morte tinha impressões variadas quanto à religiosidade de cada uma.
Neste desligamento temporário através do fenómeno natural do sono e a caminho da Casa Transitória, um sentia estar chegando ao céu; outra em Marte; e mais outro, não estava preparado ainda por não ter recebido o Viático católico.
Cada um tinha em si expressões de religiosidades que os auxiliariam naqueles momentos anteriores aos desligamentos finais.
Diante do exposto por mim colocado, vamos fortalecer esse meu pensamento através da intervenção de Jerónimo, que elucidaria algumas dúvidas de um dos componentes do grupo:
“O plano impressivo da mente grava as imagens dos preconceitos e dogmas religiosos com singular consistência”.
Diante de tal assertiva, devemos convir que todo desenlace natural se verificaria com certa cautela em que em nenhum momento poderia ser brusco, ocasionando assim, transtornos emocionais.

Devemos considerar que não será essa ou aquela religião que nos ditará a nossa sorte em planos mais superiores que o nosso se não estivermos com as mãos calejadas pelo trabalho fraterno.
A sementeira do bem pelo esforço voluntário não é tarefa fácil como pensam muitos.
Demandam horas de renúncia que não é qualquer um que se deixará levar pelo prazer do suor derramado.

A morte, tem “cartas na manga” para cada um que vem desligar-se do mundo em seus braços.
A consciência ditará normas de merecimento segundo o que tivermos semeado enquanto envolvido num corpo físico.
O Céu e o Inferno estão dentro de cada um de nós e, assim sendo, seremos atraídos para um ou para outro, segundo as nossas obras.

Concorda comigo, Leitor Amigo?
Aécio Emmanuel César

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty O PIOR INIMIGO: A AUTO-SABOTAGEM

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 01, 2019 11:49 am

Quando estamos bem, quando tudo está correndo como o planeado entra em cena a AUTO-SABOTAGEM, a traição começa dentro de nós mesmos!
O grande inimigo a vencer não se encontra lá fora e sim dentro de cada um de nós e age no silêncio do dia-a-dia, escondido entre os nossos medos, anseios e dificuldades.
Dificilmente percebemos que nos auto-sabotamos.
Por que isso ocorre?
O que acontece quando estamos muito bem e as pessoas do nosso círculo não estão bem?
Na maior parte do tempo nos sentimos culpados!
Sentimos que não somos merecedores.
Muitas vezes não bastam os obstáculos naturais que a vida e as situações nos colocam, somos mestres na arte de encontrar dificuldades, criar obstáculos e complicar tudo o que puder ser facilitado.
Todos nós queremos as mesmas coisas, que é a realização, o sucesso e a felicidade em todos os aspectos.
Dentro de nós existem muito mais medos e receios do que podemos imaginar.
Apesar de querermos a felicidade usamos mecanismos de auto-sabotagem, sem perceber, colocando muitas barreiras e empecilhos que acabam por nos impedir de atingir nossos objectivos.
Na maioria das vezes, é muito difícil entender que as dificuldades que encontramos no caminho estão saindo exactamente da mesma fonte, ou seja, da nossa cabeça, da nossa maneira de pensar e de agir.
Mentimos para nós mesmos!
Nos enganamos e usamos muitos disfarces e desculpas.
Cada vez que duvidamos da nossa capacidade em superar obstáculos, cultivamos um sentimento de covardia interior, que bloqueia nossas emoções e nos paralisa.
Muitas vezes não queremos pensar no que estamos sentindo já que temos dificuldade para lidar com os nossos sentimentos sem julgá-los.
Enfrentar nossos sentimentos requer de nós sinceridade e compaixão.
Caímos em armadilhas criadas por nós mesmos.
A auto-sabotagem tem muitas origens e também muitas formas de se manifestar.
Para saber como fazemos isso devemos começar respondendo a seguinte pergunta:
“O que eu sei de mim mesmo que preferia não saber?”.
A resposta deve gerar em nós um auto-conhecimento, é através dele que começamos a desarmar o mecanismo de auto-sabotagem.
Quando percebemos o mecanismo que estamos accionando, quando começamos a identificar dentro de nós mesmos as razões para nossos fracassos, já estamos com meio caminho andado.
O primeiro passo, e que geralmente acontece dentro de um processo de psicoterapia, é rever as próprias atitudes, deixar claro para si mesmo o que se quer da vida e o que se está fazendo para chegar lá.
Muitas vezes, aquilo que se quer está claro, mas os métodos que estamos usando para chegar lá estão levando a caminhos totalmente opostos, e exactamente aí pode estar acontecendo a auto-sabotagem.
Nós nos auto-sabotamos quando saímos do nosso propósito de vida.
Somente pelo processo de auto-conhecimento, bem como o conhecimento real dos nossos objectivos, anseios e metas, onde queremos chegar e quais os caminhos e métodos que iremos escolher para alcançar, é que podemos entender se estamos ou não nos sabotando.
E, se estamos fazendo isso, por que estamos tendo essa atitude, por que estamos sendo inimigos dos nossos próprios sonhos e desejos.
Muitas vezes o medo da mudança é maior do que a força para mudar, pense nisso!

Katia Cristina Horpaczky

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Fogueiras modernas: o testemunho de Jan Hus.

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 01, 2019 8:46 pm

Vinícius Lara da Costa

Em 2019 comemora-se 650 anos desde o nascimento de Jan Hus. Escrever a respeito de Hus, no entanto, é uma tarefa difícil, e isso por alguns motivos: primeiro porque carecemos de fontes originais traduzidas em português a respeito do tema, e segundo, porque o perfil de Hus - se descolado da mitologia romântica das encarnações de Allan Kardec - é especialmente árido para nosso Movimento Espírita Brasileiro contemporâneo.
Hus nasceu em julho de 1369, em uma pequena comunidade localizada a aproximadamente 75 km de Praga, na Boémia.
Filho de camponeses, adentrou pelo caminho dos estudos em busca de uma melhor condição de vida, tendo se formado em Teologia, Filosofia e Artes, na Universidade de Praga.
No ano de 1400 foi nomeado sacerdote e a partir de 1402 passou a realizar pregações na Igreja de Belém, também em Praga.[1]
Um traço marcante de sua formação intelectual foi a influência de John Wycliffe (1328-1384), considerado precursor das reformas religiosas que aconteceriam na Europa nos séculos XV e XVI. Wycliffe foi um sacerdote que trabalhou na primeira tradução da bíblia para o inglês e era conhecido por sua firmeza ao defender a incompatibilidade entre comportamentos eclesiásticos de seu tempo e os ensinos contidos nos Evangelhos.
Segundo seu pensamento, a Igreja possuía muitas posses e poder, negligenciando os assuntos espirituais para se ocupar de eventos mundanos.
Após sua morte, em 1415, foi ordenado que seus restos mortais fossem exumados, queimados e jogados sobre o rio Swift como forma de reforçar a perseguição eclesiástica ao teólogo reformista.
Baseando-se em Wycliffe, Hus seguiu um caminho bastante semelhante ao dele, não oferecendo reconhecimento à autoridade papal, considerava apenas Jesus como verdadeiro superior à Igreja, bem como os Evangelhos como única lei aos fiéis. Aos poucos suas divergências com o clero se tornaram tão claras que, em 1410, ele foi excomungado, o que gerou entre seus compatriotas uma grande festa que o elevava como herói nacional na luta contra o tráfico das indulgências e a política imperialista e dominadora que era adoptada pela Igreja Católica.
No ano de 1414 ele foi convocado a se apresentar junto ao Concílio de Constança (Alemanha) tendo sido preso e condenado à morte pela fogueira, o que enfrentou com dignidade, coragem e fé.
As sementes reformistas plantadas por Wycliffe e alimentadas pela postura de Hus foram muito importantes para o amadurecimento de uma crítica à função política da instituição Igreja, bem como para reflexões a respeito dos fundamentos dos ensinos de Jesus que deveriam se assentar sobre as bases da simplicidade, permitindo assim amplo acesso de todas as pessoas à verdade espiritual, sem intermediação de sacerdotes ou sacramentos.
Martinho Lutero (1483-1546) juntamente com outros reformadores iniciaram movimentos semelhantes ao de Wycliffe-Hus no século seguinte, o que permitiu a realização do que a História regista como Reforma Protestante.
A admiração de Allan Kardec pelo mártir da Boémia é grande, e isso se pode notar pela mensagem ditada por ele na edição de setembro de 1869 a respeito das comemorações de 500 do nascimento de Hus:
Analisando através das eras a história da Humanidade, o filósofo e o pensador logo reconhecem, na origem e no desenvolvimento das civilizações, uma gradação insensível e contínua.
– De um conjunto homogéneo e bárbaro surge, em primeiro lugar, uma inteligência isolada, desconhecida e perseguida, mas que, não obstante, faz época e serve de baliza, de ponto de referência para o futuro.
– A tribo, ou se quiserdes, a nação, o Universo avançam em idade e as balizas se multiplicam, semeando aqui e ali os princípios de verdade e de justiça que serão a partilha das gerações que chegam.
Essas balizas esparsas são os precursores; eles semeiam uma ideia, desenvolvem-na durante sua vida terrena, vigiam-na e a protegem no estado de Espírito, e voltam periodicamente através dos séculos para trazerem seu concurso e sua actividade ao seu desenvolvimento.
Além de Kardec, também Léon Denis faz menções a Jan Hus e algumas de suas obras[2], sempre destacando o carácter exemplar de sua conduta, que repercutiu pelos séculos como modelo de firmeza moral diante de excessos religiosos.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 01, 2019 8:47 pm

Mas o que especificamente teria a vida e a morte de Jan Hus a nos dizer hoje?
Penso de modo objectivo que a herança hussista não seria outra senão o valor da contestação e da resistência íntegra diante dos abusos no campo da fé.
Hus nos ensina sobre a necessidade de buscar a conexão com os ensinos espirituais a partir do coração e da mente, nunca seguindo rastros de formalismo externos.
Aqui reside o tesouro mais precioso de seu testemunho, como também o de quase todos os heróis da virtude que nosso Ocidente conheceu e rechaçou.
Vejamos alguns aspectos do pensamento hussista em transporte para a contemporaneidade.
Gostaria de me ater a três tópicos, que, obviamente, pelo espaço que dispomos neste artigo, serão abordados de maneira superficial.
São eles o valor da pobreza/ simplicidade em oposição à ostentação; o rigorismo diante do acesso à informação/“formação” e a burocracia na condução da comunidade de prática espirituais.
Já o primeiro tópico seria fatal para boa parte de nosso movimento espírita: a simplicidade.
Jan Hus - assim como Wycliffe e Lutero - foi crítico severo da discrepância entre os ensinamentos de Jesus e a rotina da Igreja.
Como podemos conciliar templos sumptuosos, eventos caríssimos, máfias[3] livreiras em busca de recursos, palestrantes exigentes ao extremo com suas necessidades, ou federativas faraónicas e distantes da realidade das casas espíritas com os ensinamentos daquele homem que “não tinha sequer um lugar para repousar a cabeça[4]” e ensinava andando pelas cidades cercado de pessoas socialmente proscritas?
Não é possível a conciliação, eis a questão!
Alguns companheiros poderão responder com recursos demagógicos como:
“mas nós precisamos oferecer conforto aos participantes e frequentadores de eventos”, ou “é melhor quando recebemos palestrantes que vendem seus livro porque isso nos poupa gastos”, ou “mas os ricos e poderosos também precisam de atendimento” ou ainda, “organizando actividades grandiosas poderemos manter as tarefas sociais na instituição espírita e, neste contexto, os fins justificam os meios.”
Infelizmente não é assim que acontece.
O Espiritismo é uma ciência da mente e tem como função mais importante a capacidade de modificar nossa visão de mundo para percebermos a realidade material como transitória; uma ferramenta para superar vícios morais como orgulho, raiva, ignorância, apego ou inveja.
Como apagar um incêndio se o alimentamos com todo tipo de combustível?
O argumento da massificação da doutrina é muito utilizado, sem que percebamos que, ao distribuir para as pessoas uma filosofia espírita misturada com alucinações e devaneios esdrúxulos estamos fazendo um desserviço para a doutrina e outro para a pessoa - vide casos como o de João de Deus, o de Otília Diogo, o de Maury Rodrigues da Cruz entre outros ainda não descobertos pela imprensa.
Ninguém negará que remédios sejam úteis ao tratamento de doenças, desde que correctamente seleccionados e ministrados com disciplina.
Como podemos falar de valores morais como antídoto ao sofrimento em meio a “camarins” para palestrantes e identificações em telas de transmissão pela internet do tipo “fulano de tal - médium”?
Passando para o rigorismo e para a burocracia, que Hus combateu firmemente ao propor um cristianismo mais próximo das pessoas através do que chamava de “sacerdócio universal dos crentes” - ou seja,a crença de que qualquer fiel poderia se comunicar com Deus sem a intercessão de sacerdotes ou sacramentos - nos deparamos com outros desafios.
Vem crescendo o número de casas espíritas extremamente engessadas em seu padrão de funcionamento, munidas com cartões de ponto, leitura biométrica ou outras coisas que compõem um conjunto de parafernálias modernas utilizadas para controlar seus frequentadores, enquanto estes percorrem o longo caminho de um currículo espírita com duração de anos - em alguns lugares mais de uma década - entre a adesão à instituição e a efectiva “libertação” para participar de trabalhos nas diversas áreas da casa, sendo o topo da escala sempre o departamento da mediunidade.
Não é de se estranhar que, de modo geral, as instituições estejam perdendo seus jovens.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 01, 2019 8:48 pm

Tudo isso leva tempo e burocracia demais, e o pior, são um mapa escrito de modo burocrático por pessoas de realidades diferentes daquela em que estão sendo seguidos.
Falta lucidez ao processo.
Não faço aqui apologia ao despreparo - Hus não faria -, da mesma maneira que também não acredito que exercícios ascéticos estranhos seriam melhor do que toda essa “graduação” em Espiritismo.
É preciso estudo e compreensão, mas tudo isso ladeado pela coerência e pela lógica.
Cada célula espírita possui o desafio de se construir sobre experiências reais de disciplinas físicas e morais para, em seguida, adaptar suas actividades à realidade particular do meio em que está inserida.
Não são as federativas estaduais que devem definir como e quais estudos são melhores para uma casa espírita, nem mesmo a FEB tem condição de fazê-lo de modo absoluto.
Sugestões, apoio e direccionamento, isso sim, cabe a nossos órgãos unificadores oferecer ao movimento.
Agindo ao contrário vemos se construir o câncer que assola hoje o Espiritismo brasileiro:
donos da doutrina, agressores contumazes dos grupos que não rezam em suas cartilhas e médiuns perturbados assinando literatura de mau gosto como se fossem verdades elevadas.
E o resultado disso?
Descrédito para o Espiritismo.
Me pergunto então, onde anda a coragem de romper com o círculo vicioso?
De dizer não aos modismos tão travestidos de sabedoria inofensiva?
De testemunhar a fidelidade ao pensamento de Jesus e de Allan Kardec sem a preocupação com as fogueiras ociosas de companheiros de movimento que lidam com o Espiritismo como se fosse uma copa de futebol?
Eis aí o valor exemplar de Jan Hus, a coragem de assumir que o Espiritismo não é doutrina de massas, de reconhecer que conhecimento com arrogância é como veneno misturado no leite e de aceitar o compromisso modesto de viver a filosofia dos espíritos conquistando discernimento e paz capazes de se espalharem em nosso redor.
O mundo em que vivemos ainda é lugar de provas e expiações e, com sinceridade, pode ser que jamais deixemos essa condição se não houver uma real guinada na direcção do que importa verdadeiramente.
Pessoas padecem a cada dia porque perderam o sentido existencial.
Longe dos locais santificados do templo, nas ruas, nos metros, em escolas, supermercados, casas de família, bares ou bordéis há muita gente em sofrimento e é para elas que o Espiritismo existe, foi para elas que Jesus dedicou sua senda.
Se nossa prática espírita acontece apenas entre as paredes do templo, com dia e hora marcada, debruçada sobre regras excessivas e que não estão presentes nos ensinamentos de Jesus, lembremo-nos de Jan Hus.
O testemunho da humanidade nos convoca à coragem de servir, mesmo que com isso sejamos entregues às fogueiras modernas de nosso tempo.

[1] A maioria das informações biográficas colectadas sobre Jan Hus apresentadas neste artigo foram colhidas de outros textos disponíveis na internet.
Destaco, entre eles, o artigo de Enrique Eliseo Baldovino, publicado na Revista O Reformador e disponível no endereço: http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/destaque/jan-huss-60...
[2] Entre elas podemos citar “No invisível’, “Cristianismo e Espiritismo” e “O Problema do Ser, do Destino e da Dor.”
[3] O Dicionário Michaelis da língua Portuguesa apresenta a seguinte definição de máfia:
¹ Organização criminosa originada na Sicília controladora de atividade ilícita;
² Qualquer grupo de inescrupulosos que se associam para praticar crime organizado.
Creio que aqui nos interesse especialmente a segunda definição.
[4] Mat. 8:20

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Resistam as perseguições

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 02, 2019 11:19 am

Na jornada evolutiva há somente dois caminhos, uma escolha e suas inevitáveis consequências.
O ambíguo destino faz com que o homem muitas vezes se iluda com o significado do que é a verdadeira prosperidade.
Todavia, alguns depositam tal virtude no acumulo de bens materiais, que é uma concessão divina, porém, muitos acabam se esquecendo do principal, o acumulo das riquezas espirituais.
Entretanto, quando o homem excede o seu lado material e esquece de preencher o seu bem imaterial e logo o seu bem espiritual, a sua caminhada será marcada por muitos desafios e por enganos quanto a suas práticas, comportamentos, tradições e insensibilidade nociva aos íntimos tão quanto a sua sociedade.
E aquele que cede as pressões dos maus instintos e consequentemente as armadilhas do mal, acaba por criar envolto de si uma natureza de atitudes extremas viciada em condutas insensíveis, e que se estender por gerações vitimados do orgulho, da vaidade, do egoísmo que leva a alma a falência do seu tempo e no atraso do seu progresso levando a retornar muitas vezes do ponto inicial ao aprimoramento do seu ser.
Encampado pelos caminhos do destino, há aqueles que escolhem o caminho de Deus da justiça, da honestidade, do desprendimento, da caridade, do amor e do perdão na resistência de toda forma do mal a tentar contra os servos do Senhor.
Afinal de contas, a luta do bem contra o mal se arrasta por longínquas eras, razão pelo qual se testemunha extremas situações sociais que até confundem muitos irmãos a entender quais os motivos que o Criador permite que suas criações passem por situações complexas.
Contudo, ao entender profundamente as lições de Cristo, principalmente quando Ele diz que para o homem merecer o Reino de Deus deverá renascer novamente, e que, até o último denário o homem haverá de saldar para merecer o destino maior, compreende-se nesta aula que, o homem deve buscar se superar e melhorar sempre, e é claro, vencendo a si e onde as dificuldades mais acendem, devendo vivenciar situações que criara ao seu justo aprimoramento.
E enfim, enquanto o homem não se purificar por completo seguindo as orientações do Senhor e obedecendo na integra os seus mandamentos com sensibilidade, mansidão, gratidão, compreensão e amor, os juros serão cada vez mais altos, havendo a necessidade compulsória de voltar tantas vezes quando for necessária, refazer o caminho e assim progredir a se alcançar o objectivo tão desejado.
Mas, para se alcançar este propósito, é preciso cada um assumir o seu protagonismo na vida e fazer a sua parte com responsabilidade e não esperar por um milagre ilusório.
Porém, é sabido que o caminho recto, o caminho de Deus é o único sentido que nos levará a verdadeira e plena felicidade, mas é preciso entender que a travessia dos tempos não é uma tarefa fácil, como não há que esperar por facilidades o tempo todo, pois a tentação será grande, devendo o homem de lutar o tempo todo contra si próprio tão quanto em resistir a ofensiva do mal incentivando a desistência do caminho e enveredar pelos atalhos sugestivos das facilidades aparente.
E aquele que se une integralmente a Deus, deve se preparar, pois muitas coisas positivas farão parte de seu progresso, mas também o servo fiel do Senhor deve preparar o seu espírito, pois será perseguido, tentado, criticado, invejado, maltratado, excluído, humilhado, injustiçado, obsediado, traído, as suas intenções, comportamentos e tarefas serão alvo de dúvidas e até mesmo de investigação, mas aquele que resistir na fé, mesmo cansado, desanimado e machucado, mas que crer absolutamente em Deus com perseverança, boa vontade, trabalho, humildade, sensibilidade, superação e obediência será recompensado e elevado no Reino dos Céus.
Afinal de contas Deus enviou o seu Unigénito justamente a salvar todos estes que são mal compreendidos e por querer seguir o caminho da luz eterna.
Agora, se você passar por situações difíceis independente do grau de sua magnitude, não desanime de viver e praticar o bem.
E por fim, se situações árduas surgirem em sua vida, respire fundo, ore, afaste, recarregue, tire umas férias, relaxe e volte.
Entretanto, a situação pode não virar conforme deseja, mas acredite, Deus te fortalecerá ainda mais para você alcançar o seu objectivo, ao qual você mesmo reconhecerá que todo o esforço empreendido na sua vida valeu a pena.

Autor: espírito de Ezequiel
Escrito: médium Marcelo Passos

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty FIDELIDADE A DEUS

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 02, 2019 7:36 pm

- A lição de Jesus, a conversa com os discípulos -

Depois das primeiras prédicas de Jesus, respeito aos trabalhos ingentes que a edificação do reino de Deus exigia dos seus discípulos, esboçou-se na fraterna comunidade um leve movimento de incompreensão.
Quê? pois a Boa Nova reclamaria tamanhos sacrifícios?
Então o Senhor, que sondava o íntimo de seus companheiros diletos, os reuniu, uma noite, quando a turba os deixara a sós e já algumas horas haviam passado sobre o pôr do Sol.
Interrogando-os vivamente, provocou a manifestação dos seus pensamentos e dúvidas mais íntimas.
Após escutar-lhes as confidências simples e sinceras, o Mestre ponderou:
Na causa de Deus, a fidelidade deve ser uma das primeiras virtudes.
Onde o filho e o pai que não desejam estabelecer, como ideal de união, a confiança integral e recíproca?
Nós não podemos duvidar da fidelidade do Nosso Pai para connosco.
Sua dedicação nos cerca os espíritos, desde o primeiro dia.
Ainda não o conhecíamos e já ele nos amava.
E, acaso, poderemos desdenhar a possibilidade da retribuição?
Não seria repudiarmos o título de filhos amorosos, o facto de nos deixarmos absorver no afastamento, favorecendo a negação?
Como os discípulos o escutassem atentos, bebendo-lhe os ensinos, o Mestre acrescentou:
Tudo na vida tem o preço que lhe corresponde.
Se vacilais receosos ante as bênçãos do sacrifício e as alegrias do trabalho, meditai nos tributos que a fidelidade ao mundo exige.
O prazer não costuma cobrar do homem um imposto alto e doloroso?
Quanto pagarão, em flagelações íntimas, o vaidoso e o avarento?
Qual o preço que o mundo reclama ao gozador e ao mentiroso?
Ao clarão alvacento da Lua, como pai bondoso rodeado de seus filhinhos, Jesus reconheceu que os discípulos, diante das suas cariciosa perguntas, haviam transformado a atitude mental, como que iluminados por súbito clarão.
Timidamente, Tiago, filho de Alfeu, contou a história de um amigo que arruinara a saúde, por excessos nos prazeres condenáveis.
Tadeu falou de um conhecido que, depois de ganhar grande fortuna, se havia tornado avarento e mesquinho a ponto de privar-se do necessário, para multiplicar o número de suas moedas, acabando assassinado pelos ladrões.
Pedro recordou o caso de um pescador de sua intimidade, que sucumbira tragicamente, por efeito de sua desmedida ambição. Jesus, depois de ouvi-los, satisfeito, perguntou:
Não achais enorme o tributo que o mundo exige dos que se apegam aos seus gozos e riquezas?
Se o mundo pede tanto, por que não poderia Deus pedir-nos lealdade ao coração?
Trabalhamos agora pela instituição divina do seu reino na Terra; mas, desde quando estará o Pai trabalhando por nós?
As interrogativas pairavam no espaço sem resposta dos discípulos, porque, acima de tudo, eles ouviam a que lhes dava o próprio coração.
Do firmamento infinito os reflexos do luar se projectavam no lençol tranquilo do lago, dando a impressão de encantador caminho para o horizonte, aberto sobre as águas, por entre deslumbramentos de luz.
Enquanto os companheiros meditavam no que dissera Jesus, Tiago se lhe dirigiu, nestes termos:
Mestre, tenho um amigo, de Corazim, que vos ouviu a palavra santificante e desejava seguir-vos; porém, asseverou-me que o reino pregado pela vossa bondade está cheio de numerosos obstáculos, acrescentando que Deus deve mostrar-se a nós outros somente na vitória e na ventura.
Devo confessar que hesitei ante as suas observações, mas, agora, esclarecido pelos vossos ensinamentos, melhor vos compreendo e afirmo-vos que nunca esquecerei minha fidelidade ao reino!...
A voz do apóstolo, na sua confissão espontânea, se revelava tocada de entusiasmo doce e amigo e o Senhor, aproveitando a hora para a semeadura divina, exclamou, bondoso:
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 02, 2019 7:37 pm

Tiago, nem todos podem compreender a verdade de uma só vez.
Devemos considerar que o mundo está cheio de crentes que não entendem a protecção do céu, senão nos dias de tranquilidade e de triunfo.
Nós, porém, que conhecemos a vontade suprema, temos que lhe seguir o roteiro.
Não devemos pensar no Deus que concede, mas no Pai que educa; não no Deus que recompensa, sim no Pai que aperfeiçoa.
Daí se segue que a nossa batalha pela redenção tem de ser perseverante e sem trégua...
Nesse ínterim, todos os companheiros de apostolado, manifestando o interesse que os esclarecimentos da noite lhes causavam, se puseram a perguntar, com respeito e carinho:
Mestre exclamou um deles —, não seria melhor exigirmos do mundo para viver na incessante contemplação do reino?...
Que diríamos do filho que se conservasse em perpétuo repouso, junto de seu pai que trabalha sem cessar, no labor da grande família? - respondeu Jesus.
Mas, de que modo se há de viver como homem e como apóstolo do reino de Deus na face deste mundo? - inquiriu Tadeu.
Em verdade esclareceu o Messias —, ninguém pode servir, simultaneamente, a dois senhores.
Fora absurdo viver ao mesmo tempo para os prazeres condenáveis da Terra e para as virtudes sublimes do céu.
O discípulo da Boa Nova tem de servir a Deus, servindo à sua obra neste mundo.
Ele sabe que se acha a laborar com muito (esforço num grande campo, propriedade de seu Pai, que o observa com carinho e atenta com amor nos seus trabalhos.
Imaginemos que esse campo estivesse cheio de inimigos:
por toda parte, vermes asquerosos, víboras peçonhentas, tratos de terra improdutiva.
E certo que as forças destruidoras reclamarão a indiferença e a submissão do filho de Deus; mas, o filho de coração fiel a seu Pai se lança ao trabalho com perseverança e boa-vontade.
Entrará em luta silenciosa com o meio, sofrer-lhe-á os tormentos com heroísmo espiritual, por amor do reino que traz no coração plantará uma flor onde haja um espinho; abrirá uma senda, embora estreita, onde estejam em confusão os parasitas da Terra; cavará pacientemente, buscando as entranhas do solo, para que surja uma gota dágua onde queime um deserto.
Do íntimo desse trabalhador brotará sempre um cântico de alegria, porque Deus o ama e segue com atenção.
Qual a primeira qualidade a cultivar no coração perguntou um dos filhos de Zebedeu —, para que nos sintamos plenamente identificados com a grandeza espiritual da tarefa?
Acima de todas as coisas - respondeu o Mestre - é preciso ser fiel a Deus.
A pequena assembleia parecia altamente enlevada e satisfeita; mas, André inquiriu:
Mestre, nestes últimos dias, tenho-me sentido doente e receio não poder trabalhar como os demais companheiros.
Como poderei ser fiel a Deus, estando enfermo?
Ouve, - replicou o Senhor com certa ênfase.
Nos dias de calma, é fácil provar-se fidelidade e confiança.
Não se prova, porém, dedicação, verdadeiramente, senão nas horas tormentosas, em que tudo parece contrariar e perecer.
O enfermo tem consigo diversas possibilidades de trabalhar para Nosso Pai, com mais altas probabilidade de êxito no serviço.
Tacteando ou rastejando, busquemos servir ao Pai que está nos céus, porque nas suas mãos divinas vive o Universo inteiro!...
André, se algum dia teus olhos se fecharem para a a luz da Terra, serve a Deus com a tua palavra e com os ouvidos; se ficares mudo, toma, assim mesmo, a charrua. valendo-te das tuas mãos.
Ainda que ficasses privado dos olhos e da palavra, das mãos e dos pés, poderias servir a Deus com a paciência e a coragem, porque a virtude é o verbo dessa fidelidade que nos conduzirá ao amor dos amores!
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 02, 2019 7:38 pm

O grupo dos apóstolos calara-se, impressionado, ante aquelas recomendações.
O luar esplendecia sobre as águas silenciosas.
O mais leve ruído não traía o silêncio augusto da hora.
André chorava de emoção, enquanto os outros observavam a figura do Cristo, iluminada pelos clarões da Lua, deixando entrever um amoroso sorriso.
Então, todos, impulsionado por soberana força interior, disseram, quase a um só tempo:
Senhor, seremos fiéis!..
Jesus continuou a sorrir, como quem sabia a intensidade da luta a ser travada e conhecia a fragilidade das promessas humanas.
Entretanto, do coração dos apóstolos jamais se apagou a lembrança daquela noite luminosa de Cafarnaum, aurelada pelo ensinamento divino.
Humilhados e perseguidos, crucificados na dor e esfolados vivos, souberam ser fiéis, através de todas as vicissitudes da Natureza, e, transformando suas angústias e seus trabalhos num cântico de glorificação, sob a eterna inspiração do Mestre, renovaram a face do mundo.

Do livro - Boa Nova, psicografia Chico Xavier, Cap.6

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Promessas e estelionatos

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 03, 2019 11:46 am

– Sidney Fernandes

Não desprezes o dom que há em ti.
Paulo, I Timóteo, 4:14

Diz Emmanuel que, a partir do momento em que já portamos alguma luz, adquirimos a responsabilidade de expandi-la.
Na espiritualidade, compreendemos a extensão das imperfeições que ainda nos privam da felicidade e pedimos nova encarnação.
Prometemos! Juramos de pés juntos que dessa vez nos aprumaremos.
Chegando ao plano terrestre, o amontoado de promessas e ansiedades não se converte em realizações espirituais.
Alerta André Luiz que a edificação do reino interior não se realiza só com palavras e exige trabalho persistente e sereno.
Costumamos chamar de estelionatário o que promete, mas não cumpre, assume compromisso e dele foge ou ainda o que acena com vantagem e somente cuida de seus interesses.
Ora, não nos enquadramos exactamente nessas condições ao participarmos de complexo planeamento, que conta com a participação e o patrocínio de parentes, amigos e mentores desencarnados e, ao contacto com a realidade terrestre, dele nos distanciarmos?
Não nos enquadraríamos exactamente na condição de estelionatários?
Não desprezes o dom que há em ti, alerta-nos Paulo.
O conhecimento aumenta a nossa responsabilidade, principalmente diante da mensagem renovadora do Espiritismo.
Retornamos ao velho círculo vicioso citado por André Luiz, em Missionários da Luz quando, fora do âmbito terrestre, diante de nossas necessidades cármicas, prometemos fidelidade e realização, mas, logo que reencarnamos, esquecemo-nos dessas promessas, voltamos ao endurecimento espiritual e ao menosprezo às leis de Deus.
Precisamos entender, definitivamente, que uma nova encarnação não é uma aventura, nem nos move o acaso ou a vontade aleatória do Criador.
Ela faz parte de um contexto global em que estamos inseridos, obedecendo a um planeamento evolutivo que, no mais das vezes, contou com nossa anuência e compromisso.
Como afirmou o abolicionista americano Wendell Phillips, a eterna vigilância é o preço da liberdade.
O mesmo se aplicará às promessas que fizemos na espiritualidade, se não quisermos perder a actual encarnação.
O sucesso do nosso presente projecto de vida dependerá de vigilância e persistência.
Moisés, Paulo de Tarso, Albert Schweitzer, Oskar Schindler, Zilda Arns, só para citar os mais conhecidos, renunciaram ao conforto, à segurança e à própria vida.
Como entender, aos olhos humanos, o comportamento dessas criaturas, dentre muitas outras que se destacam na história da civilização?
O que elas têm em comum?
Todas essas pessoas perguntaram-se se poderiam continuar em suas situações de conforto e segurança, enquanto milhares não tinham direito à mínima condição de sobrevivência.
Prometeram e cumpriram suas promessas e vivenciaram o seu profundo amor pela humanidade.
A maioria de nós talvez ainda não esteja preparada para esses rasgos de desprendimento, em favor de causas universais.
Com certeza estamos, todavia, habilitados a superar nossos interesses próprios, ensaiando desprendimento e respondendo pelas responsabilidades que assumimos perante o plano maior.
Prometemos? Cumpramos!
Ou vamos, mais uma vez, retornar à espiritualidade como meros estelionatários, como já fizemos tantas vezes?

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Dos Desvios e Distorções Doutrinárias

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 03, 2019 8:23 pm

Há que se dedicar muito cuidado e atenção na prática quotidiana da programação de nossas instituições espíritas.
O compromisso do adepto espírita é com o Espiritismo.
E Espiritismo está claramente definido nas obras básicas de Allan Kardec.
As inclusões indevidas, práticas que geram distorções doutrinárias, inovações oriundas de nossas distracções e mesmo quando criamos o “nosso espiritismo”, correm por nossa conta e risco, gerando responsabilidades de expressão, face às noções indevidas que podemos estar semeando em pessoas que agora se aproximam da Doutrina Espírita e o conhecem distorcido de suas propostas verdadeiras.
O compromisso do Espiritismo é com a renovação moral do ser humano.
Totalmente conectado com o Evangelho de Jesus, suas bases visam esclarecer e orientar sobre nossa natureza, origem e destinação como filhos de Deus.
Fundamentado em bases racionais e exclusivamente voltado ao crescimento intelecto moral dos filhos de Deus, o Espiritismo dispensa condicionamentos, dependências de qualquer espécie, imposições, exigências e fanatismos que possam ou queiram se impor.
Quando se fala em condicionamentos e dependências, há um leque enorme de situações subtis que vamos nos permitindo e que deformam totalmente a genuína prática espírita.
Alguém poderia perguntar: mas qual ou quais?
Relacione uma ou mais.
Não há necessidade de citar, discriminar ou criar outros perigosos caminhos que são os do preconceito ou do orgulho ferido e mesmo possíveis imposições ou críticas que não cabem.
A resposta é fácil.
O Espiritismo possui e oferece ferramentas úteis e precisas para se evitar condicionamentos e dependências.
Basta que perguntemos a nós mesmos: o que espero ou faço do Espiritismo?
Como dirigente, palestrante, escritor ou colaborador/tarefeiro em qualquer área de actividade nas instituições – pois que não há qualquer actividade que seja mais importante ou mereça qualquer destaque, já que somos todos meros aprendizes –, como estou me portando?
Aprisiono ou liberto e motivo as pessoas?
Uso ameaças, chantagem e imponho minhas ideias e vontades como as únicas corretas?
Sou daqueles que recriminam e acusam, desprezam ou não desmerecem o esforço alheio?
Não é preciso continuar. Muitas outras situações podem ser incluídas.
Com tais posturas, onde vão se incluir os desdobramentos próprios do orgulho, da vontade de dominar, da vaidade e da prepotência, geram os problemas de distorções doutrinárias, esperando nossa submissão à realidade do que realmente somos: todos meros aprendizes.
O pior de tudo isso é que deixamos que nossas tendências introduzem práticas estranhas ao Espiritismo na prática quotidiana dos Centros, como as actuais novidades incoerentes com a genuína prática espírita.
Quais são as novidades?
Novamente não é nem preciso citar.
Basta observar com atenção!
Os desvios surgem e as novidades aparecem quando esquecemos a prioridade do Espiritismo: nossa melhora e progresso moral.
E a orientação desse programa está claramente nas obras básicas, que esquecemos de consultar, de estudar, reflectir e divulgar.
E principalmente de fazê-la amplamente compreensível, em suas riquezas, para aqueles que se aproximam – sedentos por entender – e são bombardeados com condicionamentos que, ao invés de libertarem, aprisionam e repetem os mesmos equívocos da história bem conhecida, ao longo do tempo.

É nosso dever respeitar o Espiritismo!
É nosso dever transmitir Espiritismo com fidelidade.

Muitas pessoas que agora se aproximam do Espiritismo não trazem uma formação anterior que lhes facilite entender os fundamentos do Espiritismo e estes precisam ser explicados, comentados, exemplificados com clareza.
E, infelizmente, diante de tanta grandeza moral à disposição para cumprir sua justa finalidade, ficamos usando nosso tempo, recursos e inteligência para finalidades absolutamente distantes da genuína prática espírita que não é outra senão a caridade, em sua ampla abrangência, que não se restringe à doação de coisas, mas à doação de nós mesmos na gentileza, na sensibilidade, na atenção, no estender das mãos, no trabalho em favor do bem geral, etc, etc.
Abramos os olhos.
Nossa responsabilidade é enorme.
E nossa fragilidade também…

Autor: Orson Peter Carrara

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Segredo dos Invejáveis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 04, 2019 2:20 pm

Imagine o que é ser invejável.
Por outro lado, como é a estrutura de uma pessoa considerada invejável?
E se ampliarmos a questão para famílias invejáveis?
Qual o segredo delas?
E como se relacionam os invejáveis?
Inveja é algo ridículo. Invejar posição ou bens alheios demonstra incapacidade de descobrir os próprios talentos, perdendo a chance de crescimento no tempo que se dedica ao desgosto com o bem ou a felicidade alheia.
Ridículo, dispensável, verdadeira tolice.
Cada qual tem sua própria habilidade, sua própria capacidade, para não dizer várias, que deve ser movimentada no sentido do próprio crescimento.
Porque ficar se ocupando e se martirizando com as conquistas alheias?
É dessa tortura inútil que surgem as calúnias e tantos prejuízos nos relacionamentos que poderiam muito bem ser mais saudáveis.
Mas, o foco aqui é outro.
Desejamos focar que todos podem transformar os desafios diários em verdadeiros e autênticos tesouros de crescimento.
Pois afinal, a palavra invejável, por mais paradoxal que possa parecer, muda o sentido da inveja e torna-se apreciável até como estímulo e motivação.
A definição da palavra é: que merece ser invejado; apetecível; precioso.
Sim, porque demonstra e traz alguém que se esforçou, que se dedicou, que conquistou e, portanto, merece ser exemplo para muitos outros.
Podemos começar dizendo que o invejável é alguém bem acordado para as oportunidades diárias que a vida oferece.
É alguém com tenacidade, pois enquanto isso é sonho para muitos, é realidade para o invejável.
Por outro lado, não se prende à culpa, não fica se comparando; liberta-se da necessidade de aprovação, ama e sabe ser amado, cresce com as inimizades; dribla a ansiedade, tem consciência da brevidade da vida e não perde tempo com tolices, não se rende à preguiça, está sempre se recriando, utiliza as adversidades a seu favor e tira os projectos do papel, tornando-os realidade.
Notem os leitores.
São posturas de decisão, criatividade, iniciativa, trabalho, esforço.
Todas essas reflexões estão no belo livro de Lígia Guerra, editado pela Editora Gente, e que traz o título O Segredo dos Invejáveis.
Lígia é psicóloga, reside em Curitiba, e sua sensibilidade pode ajudar muitas pessoas no foco psicológico que muitas vezes nos deixamos conduzir com pessimismo, medo ou tantas inseguranças.
Trazendo o assunto para a óptica espírita, a abrangência é notável, face a essa imperfeição moral gritante que é a inveja.
Que faz sofrer, que gera angústias, que divide ou separa e destrói grupos e iniciativas.
Allan Kardec e os Espíritos trouxeram o assunto com muita lucidez na Codificação e na Revista Espírita.

Autor: Orson Peter Carrara

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Os Órfãos e a Reencarnação

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 04, 2019 8:19 pm

Debrucemo-nos hoje sobre as crianças, aqueles pequeninos seres que serão os adultos de amanhã.
Em especial daquelas que, à primeira vista, a sorte não favoreceu:
os órfãos e abandonados no caminho da vida.
Uma questão que vulgarmente se põe é a seguinte: como é possível haver pais tão desnaturados, capazes de abandonar os próprios filhos?
Por que permite Deus que tamanha barbaridade aconteça?
Para quem não enxerga mais do que a visão física permite, tal estado de coisas é de uma injustiça flagrante.
Que fizeram esses pequenos seres para serem esquecidos logo após o nascimento?
Que crime cometeram para ficar sozinhos no mundo?
Para compreender este problema é preciso ir mais além na busca de explicações e soluções.
Torna-se necessário ver e sentir para lá da cortina que a matéria nos impõe.
Em cada criança vive um espírito muito antigo que retorna à vida material para reparar erros do seu passado, suportar provas para o seu adiantamento moral ou, em casos raros e especiais, realizar uma missão elevada para o progresso geral da humanidade.
Assim, em muitos casos, ao ficar só na vida aquela criança sofre as consequências dos seus próprios actos praticados numa vida anterior, em que terá sido por hipótese um pai ou mãe descuidado dos seus deveres e obrigações para com aqueles que partilharam o seu lar na condição de filhos.
Se sofre agora o abandono foi porque igualmente abandonou aqueles que a Providência Divina entregou aos seus cuidados para orientar e encaminhar na estrada da vida.
Olhando por este prisma trata-se da mais elementar justiça divina.
Pode também acontecer que esses sofrimentos logo no início da sua estadia no mundo físico lhe pretendam servir de preparação para a sua vida futura, para dominar um carácter rebelde ou para dar mais valor às pessoas que mais tarde o acolherão, dando real significado à adopção.
Benditos aqueles que dispondo de recursos económicos ou afectivos não se conformam com a esterilidade da sua vida e dão a oportunidade a essas crianças abandonadas e desprotegidas de partilhar o seu lar.
Partilhar tudo o que têm com aqueles que nada possuem, além da vida que Deus lhes deu e do amor e dedicação por um ser humano que lhes preste um pouco de atenção e carinho.
Quantas vezes acolhem nos seus lares, sem o saberem, um ente amado de outra encarnação, e se estivessem conscientes desse facto então não praticariam apenas a caridade, antes cumpririam um dever.
Através da adopção pratica-se a caridade e a piedade para com os mais desfavorecidos, tornando-a uma das mais nobres instituições humanas, filha da fraternidade e solidariedade que deveria unir todos os seres humanos numa só família.
Se todos os casais sem filhos deixassem de lado os preconceitos e uma certa repugnância que a adopção lhes inspira, e dessem a oportunidade a uma dessas crianças que só desejam um pouco de carinho e atenção, não haveria tanta marginalidade e sofrimento juvenis como se vê nos tempos actuais.
Que cada um analise as facilidades que a vida material lhe proporcionou e se consciencialize de que tudo é efémero e passageiro, tudo o que lhe foi dado lhe pode ser tirado, e partilhe um pouco de amor com aqueles que nada têm.
Só assim estaremos a caminho de considerar como nossa família a humanidade inteira.

Ana Cristina Campos

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Colónias espirituais

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 05, 2019 12:37 pm

Na literatura espírita actual há citação de grande número de colónias espirituais e muitos perguntam se essas seriam as mesmas a que se referem outras religiões, de outras culturas, de todas as épocas, citando como exemplo as citações das religiões egressas da Grande Fraternidade Branca[1].
Não se pode afirmar categoricamente que as colónias espirituais citadas na literatura espírita sejam as mesmas referidas em outras fontes.
No entanto, nada objecta reflectir e deduzir que sim: de alguma forma assemelham-se, em parte, como o facto de todas se localizarem nas esferas (degraus) espirituais, na psicosfera terrena, nas quais habitam Espíritos bons e maus.
As diferenças existentes decorrem da diversidade, não só da forma de expressão humana para registar acontecimentos, forma essa quase sempre eivada de animismo, mas principalmente em razão das tradições e da cultura dos diversos povos, ao longo da História.
Além disso, as várias correntes do pensamento religioso preconizam diferentes fundamentos para o “depois” da morte, quase todas, via de regra, proclamando existência terrena única e "juízo final".
Essa a grande diferença: a Doutrina dos Espíritos e não apenas ela[2] professam a reencarnação — vidas sucessivas —, como forma individual (por merecimento) de alcançar o progresso moral e a felicidade.
As referências de colónias espirituais, nas religiões advindas da Grande Fraternidade Branca[3], segundo pesquisas que realizei na internet, salvo engano, tratam do assunto, pelas premissas, e a óptica filosófica, de cada uma.
Exemplos de referências a colónias espirituais (também chamadas de "cidades espirituais", "moradas espirituais" etc.)[4]:
- Os egípcios (por volta do ano 2.100 a.C.): consideravam que os mortos seriam julgados diante de Osíris (deus do mundo infernal e juiz dos mortos); daí os bons iriam para locais venturosos e os maus para lugares tenebrosos, sem luz e sem alimentos, para sempre;
- Os persas (1.500 a.C.): proclamavam mais ou menos as mesmas condições dos egípcios, com a diferença de que, no fim (?), até os maus se salvariam;
- Os gregos (500 a 400 a.C.): os deuses, no Olimpo; quanto aos demais, após a morte, haveria um julgamento presidido por Hades (um dos doze deuses do Olimpo, senhor das profundezas subterrâneas, os Infernos), quando, então, os bons iriam para os Campos Elíseos, mansão dos bem-aventurados, e os ímpios seriam atirados ao Tártaro (lugar de expiação).
Sócrates e Platão filosofavam (intuíam) que as almas, após permanecerem por algum tempo no Hades, retornariam à vida terrena (pródromos da reencarnação...);
- Jesus: declarou sumariamente a existência de "muitas moradas na Casa do meu Pai";
- Dante Alighieri (1265-1321): consentaneamente com o pensamento da Idade Média, afirmou, na "Divina Comédia", que na Semana Santa de 1300 desdobrou-se espiritualmente e, após atravessar os nove círculos do inferno, viu como é a vida no mundo do Além;
- Emmanuel Swedenborg (1688-1772), sueco de grande cultura, precursor do Espiritismo, narrou ter recebido revelações espirituais; numa delas descreveu a visão que teve do Mundo Espiritual, citando, dentre tantos detalhes, a existência de cidades, palácios, casas, livros etc.
- Já Allan Kardec, de facto, foi económico quanto a citações referentes a cidades espirituais.
Porém, à questão nº 86 de "O Livro dos Espíritos", os bons Espíritos deixaram cristalinamente informado que "(...) é incessante a correlação entre o mundo espírita (espiritual) e o mundo material", daí inferindo-se que no plano espiritual há cidades e tudo o mais que temos aqui...
Sem pieguismo, por dedução, minha ilação é de que "lá" tem muito mais do que "aqui"...
Depois, Kardec deixou pequenas notas sobre habitações espirituais:
- Na "Revista Espírita" de agosto/1868: cidades na Espiritualidade, com comentários sobre habitações em Júpiter, com moradas e edifícios para várias finalidades;
- Em "O Céu e o Inferno", 2ª Parte, cap. II, regista o depoimento do Espírito da condessa Paula, dando conta das moradas aéreas, iluminadas por cores sublimes.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 05, 2019 12:37 pm

Na Espiritualidade os Espíritos que lá habitam são agrupados segundo:
- o grau individual de evolução moral;
- a sintonia: simpatias, objectivos, habilidades, tendências, hábitos etc.
- suas necessidades de aprendizado (evolução moral).
Nenhuma dessas condições é excludente.
Espíritos trevosos — infelizes, pois — reunidos em falanges constroem cidades no mundo espiritual, onde exercem tirania, subjugando incautos.
Como exemplo, cito a obra "Libertação", do autor espiritual André Luiz, com psicografia de F. C. Xavier, nos cap. II e XIV, este, contendo impressionante descrição de uma “cidade espiritual estranha”, comandada por infortunado, quanto poderoso, governador: naquela cidade residem centenas de milhares de Espíritos alienados e doentes.
De se registar: em todos os pontos infelizes, a caridade do Pai — Supremo Criador — sempre esteve, está e estará permanentemente presente!
Construções no mundo espiritual, para o bem, ou para o mal, obedecem ao manejo da vontade e do pensamento do Espírito.
(vide "O Livro dos Médiuns", cap. VIII e "A Génese", cap. XIV, item 13.)
No livro "Nosso Lar", do autor espiritual André Luiz, com psicografia de F. C. Xavier (a obra espírita mais detalhada de uma cidade espiritual, consta que sua localização é sobre a cidade do Rio de Janeiro.)
Incontáveis obras espíritas mencionam a existência de colónias espirituais, muitas delas situadas próximas à Terra, e outras, distantes, nas altas esferas.
São tantas as citações sobre essas colónias que se torna inviável quantificá-las.
Numa comparação tosca: apenas no Brasil existem mais de cinco mil municípios, além de uma infinidade de pequenos povoados, muitos deles sem registo nos mapas. E no mundo todo?...
Quanto à localização dessas incontáveis colónias espirituais, apenas por dedução, e também não mais do que por hipótese, considerando as notícias vindas do Plano Maior, parece-me que, na maioria dos casos, a cada cidade terrena, há uma correspondente espiritual, situada logo acima da respectiva psicosfera.
Provas materiais da existência de cidades espirituais, evidentemente não existem.
Quanto a provas espirituais, são muitas: não apenas as trazidas em reuniões mediúnicas, mas também as constantes na literatura espírita.
É assim que, como espírita, com lastro na fé raciocinada, preconizada por Kardec, creio firmemente na existência de colónias espirituais.
Algo assim como, arrimando-me na lógica, sem jamais ter ido ao Japão, no entanto tenho certeza, absoluta, de que sua capital é Tóquio...
(Relevem-me o ligeiro sofisma.)
Eurípedes Kühl

Referências:
[1] Grande Fraternidade Branca: segundo as tradições teria surgido no Antigo Egipto, vindo a popularizar-se no século XIX, graças à Teosofia,
[2] Religiões reencarnacionistas: Hinduísmo (Índia, 3.000 a.C.), Confucionismo, Jainismo, Seicho-No-Ie etc.
[3] Pensadores surgidos no período entre 700 a.C. e 300 d.C., trazendo ideias de várias vidas: Confúcio e Lao-Tse na China; Buda na Índia; Zoroastro na Pérsia, Pitágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles na Grécia e Plotino e Amónio Saccas em Alexandria; além dos judeus que estudaram o judaísmo esotérico, ou Cabala.
[4] Pequenas notas extraídas da obra "Colónias Espirituais", de Lúcia Loureiro, 1ª Ed. 1995, Edit. Mnêmio Túlio, SP/SP.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 33 Empty Conflitos de conduta e subjugação

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 05, 2019 8:19 pm

Charity era viciada em drogas e deu à luz o menino Páris.
Nove anos depois engravidou novamente e teve a menina Ella.
O menino era mais introvertido e tímido, enquanto Ella era extrovertida, teimosa e determinada.
Charity conseguiu ficar longe das drogas por alguns anos.
Porém, quando Páris tinha 12 anos e Ella 3, teve uma recaída (por seis meses) com cocaína.
Foi difícil para Páris perceber que sua mãe era uma viciada.
Transtornado, com 13 anos de idade, ele sufocou e esfaqueou sua irmã 17 vezes com uma faca de cozinha.
Após o crime, ligou para o 911, o número de emergência local.
Páris disse à polícia que estava dormindo e que, ao acordar, viu que Ella tinha se transformado em um demónio em chamas.
Então, ele teria pegado a faca e tentado matar o "demónio".
Em 2007, Páris foi condenado a 40 anos de prisão pelo assassinato.
Charity estava convencida de que o crime não havia sido um acidente ou resultado de uma psicose temporária, pois, para ela, Páris realmente quis matar a irmã.
Charity acredita que a recaída nas drogas contribuiu para deixar Páris furioso.
Entretanto, do mesmo modo, crê que grande parte do que está por trás da personalidade do filho seja genética, pois o pai de Páris tinha esquizofrenia do tipo paranóica, caracterizada, por exemplo, pela presença de ideias frequentemente de perseguição, em geral acompanhadas de alucinações.
Cremos que o ambiente familiar e social tem papel importante no desenvolvimento e manutenção de transtorno de conduta.
Em alguns casos o uso de álcool e drogas pela mãe durante a gestação, e também de alguns medicamentos, já foram confirmados.
As pessoas com transtorno de conduta são caracterizadas por padrões persistentes de comportamento socialmente inadequado, agressivo ou desafiante, com violação de normas sociais ou direitos individuais.
São pessoas carentes de amor e de apreço pela sociedade, por isso ignoram o outro.
Adoptam costumes criminosos sem nenhum remorso, conservando-se frios e insensíveis ao que ocorre ao seu redor.
Para a psicologia o “self” nessas pessoas é desconectado do “ego”, padecendo uma rachadura que impede o completo relacionamento que determinaria a sua adaptação ao grupo social.
O Espiritismo explica que isso procede de legados morais e espirituais que brotam das experiências infelizes de outras existências, quando o Espírito delinquiu, camuflando a sua culpa e se esquivando da coexistência social.
E há, em muitos casos, influências espirituais que podem levar a desvios de conduta e mau carácter.
Allan Kardec esclarece que há vários tipos de obsessão, sendo o mais grave o de subjugação, em que o obsessor interfere e domina o cérebro do encarnado.
A subjugação pode ser psíquica, física ou fisiopsíquica.
Assim, as doenças mentais ou físicas também podem, de acordo com o conhecimento espírita, sofrer influências externas.
Recuando à época de Jesus, conferimos que os evangelistas anotaram diversos episódios de obsessões.
A exemplo de Lucas, que descreveu o homem que se achava no santuário, possuído por um Espírito infeliz, a gritar para Jesus, tão logo lhe marcou a presença: “que temos nós contigo?”. [1]
Numa acção obsessiva, seguida de possessão e vampirismo, o evangelista Marcos escreveu sobre o auxílio seguro prestado pelo Cristo ao pobre gadareno, tão intimamente manobrado por entidades cruéis, e que mais se assemelhava a um animal feroz, refugiado nos sepulcros. [2]
No episódio da obsessão envolvendo alma e corpo, o apóstolo Mateus anotou que o povo trouxe ao Mestre um homem mudo, sob o controle de um Espírito em profunda perturbação e, afastado o hóspede estranho pela bondade do Senhor, o enfermo foi imediatamente reconduzido à fala. [3]
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