LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS III

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Frustrações Inevitáveis

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 10, 2018 8:34 pm

O processo da reforma íntima, para quem o leva realmente a sério, é paulatino e exige muita disciplina de nossa parte.
E por ser intenso e complexo, nos traz frustrações inevitáveis durante seu desenvolvimento.
Certa vez, recebemos uma mensagem psicografada em uma reunião mediúnica, onde uma senhora narrou sua última encarnação terrena de forma muito simples, dizendo que a mesma não teve nenhum brilho ou acontecimento especial.
Contou que teve família, filhos, trabalhou de forma normal, mas o que chamou a atenção na psicografia foi quando esta mulher disse que havia saído “vitoriosa” de sua jornada, pois assim que desencarnou, percebeu que tinha conquistado um bom lugar em uma colónia no plano espiritual.
Afirmou que isto se deu simplesmente porque ela tinha vencido seu orgulho e sua intolerância, nesta última vivência, conseguindo se transformar em uma pessoa mais humilde e indulgente.
Estudioso dedicado da série psicológica de Joanna de Angelis, psicografada pelo venerando Divaldo Pereira Franco, me senti de certa forma espantado.
Afinal seria muito simples focar apenas em dois aspectos das minhas várias imperfeições, para então também me sentir um vitorioso em meu desencarne!
Mas, em se considerando estas verdadeiras chagas morais, o orgulho e a intolerância, quanto de esforço precisamos envidar para vencê-las durante uma única existência?
Imaginemos por quantos e quantos séculos tivemos existências nas quais mentimos, enganamos, traímos, torturamos e até matamos por questões de orgulho e de intolerância.
Estes sentimentos estão tão enraizados em nossa psique, que possivelmente necessitaremos de muitas idas e vindas ao plano terreno, com preparações intercaladas no plano espiritual, para nos vermos livres destas imperfeições.
Por isto, por mais que nos empenhemos, será muito normal nos frustrarmos cada vez que cairmos durante o processo da reforma íntima; pois por mais estudo, disciplina e dedicação que tenhamos, mudar uma característica que está impressa e registada em nosso inconsciente, é uma tarefa extremamente árdua, principalmente quando estamos imersos no corpo físico.
Precisamos aceitar que teremos estas frustrações inevitáveis sim, pois somos seres imperfeitos e carregamos uma bagagem existencial pesada.
Consideremos que a angústia e o descontentamento que estas frustrações nos causam, fazem parte de nossas provações e expiações, portanto necessários.
O importante é sabermos que qualquer esforço no sentido de melhorarmos, será reconhecido; mas para que nos tornemos “vitoriosos”, teremos que aprender a levantar após cada queda, superar nossas frustrações e continuar caminhando, tendo como objectivo nossa evolução.

André Franchi

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty O poder das palavras

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 11, 2018 11:31 am

por José Lucas

Palavras, leva-as o vento”, diz o povo e com razão, na maioria das vezes.
Mas, quando adentramos no conhecimento espírita, no conhecimento da espiritualidade, do Homem como um ser integral (Espírito imortal, temporariamente num corpo carnal), a coisa muda de figura.
Afinal, as palavras têm muito poder.
Com o advento do Espiritismo (Doutrina Espírita ou Doutrina dos Espíritos) em 1857, a morte morreu.
Aquilo que outrora era crença das religiões tradicionais (acreditar na imortalidade da Alma) tornou-se comprovação experimental, surgindo assim a ciência espírita, de onde brotaria uma filosofia de vida, acoplada à moral que Jesus de Nazaré deixou na Terra.
Nascia assim o Espiritismo, ciência que estuda a natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual.
Aprendemos que somos seres imortais, temporariamente num corpo carnal, nesta reencarnação, que sucede a muitas outras e que precede outras tantas, até que atinjamos o estado de Espírito puro e não mais necessitemos de reencarnar.
Tudo o que fazemos, aprendemos, enfim, tudo o que fere os nossos sentidos (para o bem e para o mal) fica registado no nosso Espírito, como numa base de dados de um disco rígido, ao qual se vai acedendo conforme for útil e possível.
Somos animais de hábitos, aprendemos e repetimos, criamos rotinas diárias e vamos sendo aculturados pelo meio onde reencarnamos.
No entanto, o nosso destino é escrito por nós mesmos, dia após dia, como se fosse num diário, com páginas em branco, onde ficam grafados todos os nossos sentimentos, pensamentos e atitudes.
O Espírito tem um património cultural e espiritual que depende sempre do seu esforço, perseverança e livre-arbítrio, daí que encontramos uns estagnados, outros em busca de um devir melhor, e outros que parecem dar saltos de gigante.
Vivemos no planeta Terra, planeta onde o Mal ainda se sobrepõe ao Bem, onde aportam Espíritos em provas e expiações, daí ser um planeta onde o sofrimento ainda é uma presença constante, parecendo não mais acabar.
Nesta época tormentosa da evolução terrestre, todos dizemos buscar a Paz, todos almejamos estar em paz.
Mas o que fazemos para que a Paz seja o caminho nas nossas vidas?
Muito pouco ou nada!
Pegando num jornal desportivo, encontramos expressões que com facilidade nos saltam dos lábios, em conversas triviais, como “duelo, embate, luta, jogo mata-mata, jogo de vida ou de morte, o jogador ceifou o adversário”, entre outros termos bélicos adaptados ao desporto.
Noutras áreas da nossa existência, passa-se o mesmo: “estou numa luta contra o cancro”, “vamos à luta do dia a dia”, enfim, de um modo generalizado e, por hábito, utilizamos um vocabulário bélico ao invés de expressões de paz.
Os nossos monumentos comemoram guerras, batalhas, dramas, as nossas avenidas têm o nome de guerras, batalhas.
Para construirmos a paz, precisamos de paz nos sentimentos para que os nossos pensamentos sejam de paz, para que nos expressemos com palavras de paz, e para que ajamos em paz.
Mas, para isso, é preciso mudarmos de hábitos, fazermos uma auto-vigilância acerca do que sentimos, pensamos e dizemos, para mudarmos de hábitos e passarmos a ter hábitos de paz.
Sem começar pelo princípio, como chegar ao fim?
“Não existe um caminho para a paz, a paz é o caminho”, referia Mohandas Gandhi, em consonância com a mensagem pacificada de Jesus de Nazaré.
Construir esse caminho é trabalho intransferível de cada um de nós, e de todos em conjunto.
Vamos, pois, utilizar termos que transmitam paz, que ficarão gravados no nosso subconsciente e que, derivados do hábito, do treino, passarão a fazer parte do nosso património espiritual.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Força mediúnica

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 11, 2018 7:44 pm

por Inês Rivera Sernaglia

“Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.
De repente veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso que encheu toda a casa onde se encontravam.
Apareceram-lhe, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles.
E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito lhes cedia se exprimirem.” (Actos, 2:1-4.)
A mediunidade está presente em todas as épocas da humanidade independentemente da crença religiosa ou da sociedade onde estivermos inseridos.
A ideia de que é um dom divino, privilégio de alguns, vem de épocas nas quais imperavam a falta de informações e o desvio de conceitos, a fim de benefícios apropriados a determinados grupos.
Entretanto, com a vinda do Espiritismo, somos alertados sobre o verdadeiro significado do que é ser médium.
No livro O Consolador, questão 382, o Espírito Emmanuel pergunta sobre esse verdadeiro significado e tem como resposta que “é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos Seus filhos misérrimos.
É atributo do Espírito, património da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajectória pela face do mundo”.
Partindo-se dessa definição podemos dizer que médiuns são almas que fracassaram no curso da Lei Divina ao longo de suas existências e que estão tendo a chance de resgatar seus débitos, sob o dever de severos compromissos e responsabilidades.
Então, a mediunidade nunca deve ser encarada como dom ou privilégio e, sim, como bendita possibilidade de reparar enganos de outrora, muitas vezes graves, que causaram o tombamento do próprio Espírito ou da colectividade.
Existências pela qual passamos, nas quais fizemos uso preponderante do poder, da autoridade, da fortuna ou da inteligência.
Hoje retornamos cada qual na sua tarefa, reorganizando sacrifícios e aprendizados, buscando na prece o equilíbrio para iluminar o coração e a fé para seguir adiante.
O Pai, que é toda bondade e misericórdia, não faz distinção entre Seus filhos, pois a ocasião é para todos.
Cada um tem sua história, seus resgates, suas colheitas...
A mediunidade se apresenta com variedades quase infinitas, desde as formas mais comuns como as mais raras; nunca é idêntica em dois indivíduos, porém, o mais importante não é o tipo de mediunidade ou o seu grau e, sim, o que fazemos com ela, ou seja, o seu rumo dependerá da orientação que lhe dermos.
Poderemos entender, assim, que se estivermos distantes da caridade e ausentes da educação, ela nem edifica e nem ajuda e, mesmo assim, por pura misericórdia de Deus, todos nós receberemos essa oportunidade.
Compreendendo a extensão da nossa responsabilidade nos deveres para a obtenção do êxito no trabalho, é fundamental que façamos luz à confiança que nos foi depositada para a caminhada, cumprindo com severidade e nobreza as obrigações, mantendo a consciência serena e o foco no objectivo maior.
O burilamento da nossa personalidade é constante e por isso o trabalho no bem sempre encontra resistência, pois somos assediados por tentações e ciladas diárias.
Somos seres humanos precisando administrar o egoísmo e o orgulho que são devastadores em nós.
Vivemos em um mundo que ainda acredita na felicidade material, tornando difícil nosso desprendimento, pois os vícios ainda nos cutucam quotidianamente.
O tempo concedido ao Espírito para uma reencarnação por mais longa que pareça é sempre curta se comparada ao serviço que somos chamados a realizar.
Daí a importância das horas e do que estamos fazendo da nossa força mediúnica, uma vez que nos foi concedida para a nossa própria melhoria, progresso e aprimoramento.
Esqueçamos as mágoas, os medos, abrindo a janela do coração para que a alma se encha de brilho e energia, tornando-se um ponto de luz a serviço do próximo.
Sejamos firmes no nosso caminhar porque nosso principal companheiro é Jesus.
No livro Emmanuel, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, Capítulo 1, item 11.6, o benfeitor espiritual Emmanuel faz a seguinte advertência:
Apelo aos Médiuns: “Médiuns, ponderai as vossas obrigações sagradas!
Preferi viver na maior das provações a caírdes na estrada larga das tentações que vos atacam, insistentemente, em vossos pontos vulneráveis.
Recordai-vos de que é preciso vencer, se não quiserdes soterrar vossa alma na escuridão dos séculos de dor expiatória.
Aquele que se apresenta como vencedor de si mesmo é maior que qualquer dos generais terrenos.
O homem que se vence faz o seu corpo espiritual apto a ingressar em outras esferas e, enquanto não colaborardes pela obtenção desse organismo etéreo, através da virtude e do dever cumprido, não saíreis do círculo doloroso das reencarnações”.

Bibliografia:
XAVIER. C. Francisco – Seara dos Médiuns – ditado pelo Espírito Emmanuel – 20ª edição – Editora FEB, Brasília /DF – 2015 – lição 16.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty "PERDOAR SETENTA VEZES SETE, CADA ACTO"

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 12, 2018 10:34 am

VIRTUDE DE POUCOS, MAS QUE TRAZ SÉCULOS DE LUZ.

Sim, deves perdoar!
Perdoar e esquecer a ofensa que te colheu de surpresa, quase dilacerando a tua paz.
Afinal, o teu opositor não desejou ferir-te realmente, e, se o fez com essa intenção, perdoa ainda, perdoa-o com maior dose de compaixão e amor.
Ele deve estar enfermo, credor, portanto, da misericórdia do perdão.
Ante a tua aflição, talvez ele sorria.
A insanidade se apresenta em face múltipla e uma delas é a impiedade, outra o sarcasmo, podendo revestir-se de aspectos muito diversos.
Se ele agiu, cruciado pela ira, assacando as armas da calúnia e da agressão, foi vitimado por cilada infeliz da qual poderá sair desequilibrado ou comprometido organicamente.
Possivelmente, não irá perceber esse problema, senão mais tarde.
Quando te ofendeu deliberadamente, conduzindo o teu nome e o teu carácter ao descrédito, em verdade se desacreditou ele mesmo.
Continuas o que és e não o que ele disse a teu respeito.
Conquanto justifique manter a animosidade contra tua pessoa, evitando a reaproximação, alimenta miasmas que lhe fazem mal e se abebera da alienação com indisfarçável presunção.
Perdoa, portanto, seja o que for e a quem for.
O perdão beneficia aquele que perdoa, por propiciar-lhe paz espiritual, equilíbrio emocional e lucidez mental.
Felizes são os que possuem a fortuna do perdão para a distender largamente, sem parcimónia.
O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é espírito em lucro.
Se revidas o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em melhor condição; mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em marcha invejável pela rota do bem.
Todo agressor sofre em si mesmo.
É um espírito envenenado, espargindo o tóxico que o vitima.
Não desças a ele senão para o ajudar.
Há tanto tempo não experimentavas aflição ou problema - graças à fé clara e nobre que esflora em tua alma - que te desacostumaste ao convívio do sofrimento.
Por isso, estás considerando em demasia o petardo com que te atingiram, valorizando a ferida que podes de imediato cicatrizar.
Pelo que se passa contigo, medita e compreenderás o que ocorre com ele, o teu ofensor.
O que te é Inusitado, nele é habitual.
Se não te permitires a ira ou a rebeldia - perdoarás!
A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega, está ferida ou se ferirá simultaneamente.
Não lhe retribuas a atitude, usando estiletes de violência para não aprofundares as lacerações.
O regato singelo, que tem o curso impedido por calhaus e os não pode afastar, contorna-os ou para, a fim de ultrapassá-los e seguir adiante.
A natureza violentada pela tormenta responde ao ultraje reverdescendo tudo e logo multiplicando flores e grãos.
E o pântano infeliz, na sua desolação, quando se adorna de luar, parece receber o perdão da paisagem e a benéfica esperança da oportunidade de ser drenado brevemente, transformando-se em jardim.
Que é o "Consolador", que hoje nos conforta e esclarece, conduzindo uma plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em missão de misericórdia e amor, senão o perdão de Deus aos nossos erros, por intercessão de Jesus?!
Perdoa, sim, e intercede ao Senhor por aquele que te ofende, olvidando todo o mal que ele supõe ter-te feito ou que supões que ele te fez, e, se o conseguires, ama-o, assim mesmo como ele é.
"Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes". Mateus: 18-22.
"A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacifico.
Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas".

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty DESENCARNAÇÃO DE CRIANÇAS

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 12, 2018 8:38 pm

SOFRIMENTO QUE POUCOS ENTENDEM E ACEITAM.
Este facto nos mostra o porque do entendimento do sofrimento que principalmente as mães passam com o desencarne dos filhos queridos, mas também mostra o quão pequenos ainda somos no entendimento das leis maiores do nosso Pai.
“Por que a desencarnação de crianças? Muitos problemas observados exclusivamente do lado físico, assemelham-se a enigmas de solução impraticável; entretanto, examinados do ponto de vista da imortalidade da alma, reconhece-se que o espírito em evolução pode solicitar conscientemente certas experiências ou ser induzido a elas em benefício próprio.
Marcos é o companheiro em readaptação na vida maior, após haver deixado o corpo de menino num acidente de trânsito.
Ainda a sentir-se criança, no degrau evolutivo em que se acha, escreve aos pais, de modo comovedor, trazendo notícias dele mesmo e dos irmãos que se lhe associaram à prova.
A palavra simples e eloquente do garoto amigo, a identificar-se, quanto possível, para reconforto dos entes queridos, aqui se encontra, demonstrando que, além da morte do corpo, o espírito prossegue atendendo aos condicionamentos indispensáveis à conquista da evolução que não dá saltos.“
Um dos trabalhos mais importantes que o médium Chico Xavier fazia, quando vivo, era o de intermediário entre o plano espiritual e o material, trazendo notícias, sob a forma de cartas, dos parentes mortos, inclusive, e principalmente, de crianças que partiam deste mundo, deixando os pais em frangalhos, completamente desesperados, sem saber o que fazer, sem entender o porque daquela morte.
Chico psicografou milhares de cartas, ditadas pelos próprios desencarnados, trazendo um grande lenitivo para milhares de pessoas, um verdadeiro consolo.

Q. 199. Por que tão frequentemente a vida se interrompe na infância?
Resposta: “A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais.”
Como exemplo, podemos citar o caso de pessoas que se suicidaram em encarnações anteriores.
Agindo desta forma, elas abreviaram a sua existência.
Reencarnando novamente, vivem apenas alguns anos, o suficiente para complementar o tempo faltante.
É o caso, também, de pessoas que tiveram algum tipo de vício (fumo, álcool, drogas, etc.) que as levou à morte do corpo antes do previsto.
Todo aquele que deu causa ao suicídio alheio, ou estimulou qualquer tipo de vício em outras pessoas, pode vir a reencarnar na condição de pais daquelas crianças que terão a vida interrompida na infância, constituindo-lhes o facto uma grande prova ou expiação de erros pretéritos.
Todos nós sabemos que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória.
De sorte que, se plantarmos o bem, somente colheremos o bem.
Em plantando o mal, colheremos o mal.
Nada mais justo.
E não podemos culpar a ninguém, a não ser a nós próprios, por estarmos, hoje, pagando dívidas contraídas em outras vidas, por não termos observado as leis imutáveis que regem o Universo moral, prejudicando os nossos semelhantes.
Deus, porém, a ninguém desampara.
As crianças, ao desencarnarem, são levadas para colónias situadas nas esferas espirituais ao redor da Terra, para serem assistidas por Espíritos adredemente treinados na tarefa de mães temporárias, até que consigam readquirir a forma adulta – o que requer um certo tempo – e se readaptarem à vida no Mundo Espiritual, aguardando a oportunidade de uma nova encarnação.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Consequências do Suicídio

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 13, 2018 10:34 am

1 – Qual a primeira consequência do suicídio?
A terrível constatação: o suicida não alcançou o seu intento.
Não morreu! Não foi deletado da Vida.
Continua a existir, sentir e sofrer, em outra dimensão, experimentando tormentos mil vezes acentuados.
É uma situação traumática e apavorante, conforme informam suicidas que se manifestam em reuniões mediúnicas.

2 – Seus sofrimentos são de ordem moral?
Em parte. Há outro aspecto a ser considerado: os estragos no perispírito, o corpo espiritual.
O apóstolo Paulo o denominava corpo celeste.
Um corpo feito de matéria também, mas em essência, numa outra faixa de vibração, como define Allan Kardec.
É o veículo de manifestação do Espírito no plano em que actua, e intermediário entre ele e o corpo físico, na reencarnação.

3 – Quando o médium vidente diz que está vendo determinado Espírito, é pelo corpo espiritual que o identifica?
Exactamente. O Espírito não tem morfologia definida, como acontece com a matéria.
É uma luz que irradia.
Diríamos, então, que o vidente vê determinado Espírito em seu corpo espiritual, tanto quanto identificamos um ser humano pela forma física.

4 – O que acontece com o perispírito no suicídio?
Sendo um corpo subtil, que interage com nossos pensamentos e acções, é afectado de forma dramática.
Se alguém me der um tiro e eu vier a desencarnar, poderei experimentar algum trauma, mas sem danos perispirituais mais graves.
Porém, se eu for o autor do disparo, buscando a morte, o perispírito será afectado e retornarei ao Plano Espiritual com um ferimento compatível com a área atingida no corpo físico.
É muito comum o médium vidente observar suicidas com graves lesões no corpo espiritual, produzidas por instrumento cortante, revólver ou outro meio violento por ele usado.

5 – Qualquer tipo de suicídio sempre afectará uma área correspondente no perispírito?
Sim, com tormentos que se estenderão por longo tempo.
Dizem os suicidas que se sentem como se aquele momento terrível de auto aniquilamento houvesse sido registado por uma câmara em sua intimidade, a reproduzir sempre a mesma cena trágica.
Imaginemos alguém a esfaquear-se.
A diferença é que, enquanto encarnado, essa auto-agressão termina com a morte, enquanto que na vida espiritual ela se reproduz, insistentemente, em sua mente, sem que o suicida se aniquile.

6 – Digamos que a pessoa dê um tiro na cabeça…
Sentirá repercutir, indefinidamente, o som do tiro e o impacto do projéctil furando a caixa craniana e dilacerando o cérebro.
Um tormento indescritível, segundo o testemunho dos suicidas.
Lembra a fantasia teológica das chamas do inferno, que queimam sem consumir.

7 – Falando em chamas, e se a pessoa se matou pelo fogo, desintegrando o corpo?
Vai sentir-se como alguém que sofreu queimaduras generalizadas.
Experimentará dores acerbas e insuportável inquietação.
É uma situação desesperadora, infinitamente pior do que aquela da qual, impensadamente, pretendeu fugir.

8 – Podemos situar os desajustes perispirituais como castigos divinos?
Imaginemos um filho que, não obstante advertido pelo pai, não toma os devidos cuidados ao usar uma faca afiada e se fere, seccionando um nervo.
As dores e transtornos que vai sentir não serão de iniciativa paterna para castigá-lo.
Ele apenas colherá o resultado de sua imprudência.
É o que acontece com o suicida.
Seus tormentos relacionam-se com os desajustes que provocou em si mesmo.
Não constituem castigo celeste, mas mera consequência de desatino terrestre.

Richard Simonetti

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Desejo do melhor

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 13, 2018 8:31 pm

por Ricardo Baesso de Oliveira

No Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XXV – Busca e achareis - Kardec, ao examinar o conceito de progresso como filho do trabalho (na medida em que o trabalho põe em acção as forças da inteligência), se vale da expressão desejo incessante do melhor.
Lembra o codificador que, na infância da humanidade, o homem só aplicava a inteligência à procura do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos.
Deus, porém, lhe concedeu mais do que facultou aos animais, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções e ao aperfeiçoamento da ciência.
O pensamento kardequiano se identifica com conceitos recentes apresentados pela Psicologia evolutiva, segundo os quais a evolução seleccionou genes relacionados à construção e ao funcionamento do cérebro, que o equiparam com recursos geradores de prazer, possivelmente relacionados à sobrevivência humana.
Centros geradores de prazer, estabelecidos em regiões específicas do cérebro, são activados por alimentos saborosos, intercurso sexual, sensação de segurança, certa dose de poder ou a condição de ser considerado como uma pessoa especial e importante.
Situações como essas por serem prazerosas, são buscadas com frequência, e nessa busca o indivíduo desenvolve as inteligências, como citado previamente por Kardec.
Se ingerir alimentos, sentir-se importante ou fazer sexo não gerasse certa dose de prazer, o homem se descuidaria de tudo isso e caminharia para a estagnação ou a morte.
Em decorrência dessa caixa prazerosa de ferramentas evolutivas chegamos onde estamos, em um nível de progresso intelectual jamais imaginado pela criatura humana, no entanto, o perfeito equilíbrio no trato com essa ferramenta evolutiva está ainda bem distante de nós.
O prazer decorrente da ingestão de alimentos saborosos e altamente calóricos tem tido responsável pela mais obesa geração da história e os prazeres da libido têm atormentado milhões de almas e destruído lares e relações afectivas sinceras.
O desejo de segurança se transformou para muitos em transtorno de personalidade, assustados diante de medos reais e imaginários, vivendo acuados em verdadeiras fortalezas.
O prazer decorrente da sensação de controle vem sendo canalizado para o vício do poder com suas consequências danosas e a necessidade de destaque tem feito de muitas pessoas fantoches da opinião alheia, viciados no sucesso, no aplauso e no elogio.
Necessário tomarmos ciência dessa dinâmica e nos equiparmos de recursos que nos levem a um saudável equilíbrio entre a satisfação dos desejos através de prazeres universais e atitudes corretas, justas, responsáveis e nobres.
Viver em harmonia a fase evolutiva em que nos encontramos é saber adequar desejo e ponderação, uso e continência, prazer e responsabilidade.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Jesus, o Irmão Maior

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 14, 2018 11:18 am

por Maria de Lurdes Duarte

Gostaria de iniciar este artigo com um parágrafo retirado do livro “O Evangelho da Mediunidade”, de Eliseu Rigonatti, em que o autor nos presenteia com uma singela, mas muito bela, súmula descritiva sobre os primórdios do Cristianismo.
“No princípio era um homem moço, beirava os trinta anos, tinha os olhos lúcidos, profundos, sonhadores.
Deu uma volta pelo povoado, e dali a pouco já não estava só; acompanhavam-no uma dúzia de homens, os quais se puseram a segui-lo sem mesmo saberem por quê.
Nada possuíam, viviam do trabalho do dia a dia; nem todos sabiam ler; alguns casados, solteiros outros.
E ele lhes falou dum império que desejava fundar na Terra: o Império do Amor.
E expondo-lhes seu plano, passaram-se três anos, findos os quais foi crucificado, e por isso um deles matou-se; ficaram onze.
Pouco depois escolheram um novo companheiro, e voltaram a ser doze.
Um dia, do pó da estrada de Damasco, ergueu-se um homem, juntou-se a eles e tornaram a ser treze.
E começaram a desenvolver o plano que lhes traçara o moço de olhos lúcidos, profundos, sonhadores.”
E o plano traçado por ele, há mais de dois mil anos, projectou-se no futuro, atravessou gerações e gerações, não conhecendo limites de espaço ou de tempo, e chegou aos nossos dias.
É verdade que nem sempre na sua forma mais pura original. Mas chegou.
Mas quem é este Jesus, a quem chamamos Cristo, este homem moço de olhos lúcidos, profundos, sonhadores, no dizer de Eliseu Rigonatti?
O que tem ele representado para nós, ao longo dos tempos?
Como foi e continua ele a ser interpretado e entendido pelos sábios e estudiosos da Terra?
Lançarei mão de um excerto retirado do livro “Jesus no Lar”, do Espírito Neio Lúcio, psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Diz-nos ele na introdução:
“Para a generalidade dos estudiosos, o Cristo permanece tão somente situado na História, modificando o curso dos acontecimentos políticos do mundo; para a maioria dos teólogos, é simples objecto de estudo, nas letras sagradas, imprimindo novo rumo às interpretações da fé; para os filósofos, é o centro de polémicas infindáveis, e para a multidão dos crentes inertes, é o benfeitor providencial nas crises inquietantes da vida comum”.
Somos forçados a não estranhar, perante isto, o facto de, por não ter sido devidamente entendido, este Jesus ter sido apropriado quer pelos intelectuais, quer pelas religiões, sob uma faceta que pouco ou nada teve em conta o seu real propósito: o de instaurar na Terra um Império de Amor.
Continuando com Neio Lúcio, na obra supracitada, importa reflectir que…
“Todavia, quando o homem percebe a grandeza da Boa Nova, compreende que o Mestre não é apenas o reformador da civilização, o legislador da crença, o condutor do raciocínio ou o doador de facilidades terrestres, mas também, acima e tudo, o renovador da vida de cada um”.
Reflictamos, então, quem é para nós este Jesus?
O que representa nas nossas vidas?
Oriundos, grande parte de nós, das religiões tradicionais, talvez nos tenhamos habituado a pensar nele como “o Filho de Deus”, aquele que veio à Terra para “nos salvar”, aquele que “já estava sentado à direita do Pai quando este mundo foi criado”, e a quem podemos recorrer para pedir socorro sempre que a dor aperta, e que nada pede, nada exige de nós, a não ser um culto apontado por esta ou aquela crença que, se bem cumprido, nos deixará de consciência tranquila, prontos para a dita salvação.
Tudo fácil, tudo limpo, sem grandes exigências, porque ele já “morreu por nós na cruz, para nos salvar”, só nos resta adorá-lo, como Filho de Deus, como o próprio Deus feito homem, até.
E recorrer a ele quando bem nos apetecer, ou seja, quando nos convém, como um banco de recursos disponível e sempre à mão.
Onde fica, então, a mensagem de renovação e aperfeiçoamento, presente em cada um dos seus ensinamentos, a renúncia às nossas falhas, vícios e imperfeições, que são o grande entrave ao merecimento desse Império de Amor anunciado e prometido por ele?
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 14, 2018 11:19 am

Onde fica a reforma íntima, transformando o egoísmo e o orgulho, no Amor, tão contrário a todos os vícios, mas o único que nos permitirá ascender a um estado de plenitude e comunhão próprio de filhos de Deus a caminho de uma felicidade possível, intemporal e independente do espaço em que nos encontremos?
Sim, porque a felicidade foi-nos anunciada e prometida pelo Mestre, quando disse: “Sede perfeitos”.
Não disse que a perfeição era apanágio de apenas outros mundos ou certos Espíritos, não apontou entraves de maior a essa conquista, não falou de eleitos predestinados a alcançá-la.
Apenas disse “Sede perfeitos” e “Amai-vos uns aos outros”.
Todos e cada um de nós.
É um caminho pessoal, uma conquista pessoal, na qual cada um tem de empregar todos os esforços, sem ficar atido à ideia de que a salvação já está feita, pronta a usar.
Mais que um salvador, Jesus é o Irmão Maior.
É aquele que já era perfeito quando Deus criou a Terra, a quem Ele incumbiu de proteger, orientar, ajudar a progredir, e que, por esse motivo, se sacrificou a viver nela pelo tempo necessário a dar testemunho, fornecer orientações e ensinamentos seguros, disseminar esperanças, projectando os seus habitantes, que somos nós, que já cá estávamos outrora e por cá continuamos ainda, nessa salvação que teremos de ser nós mesmos a alcançar, seguindo as suas sábias e amorosas lições.
Jesus é o Mestre, o Irmão, o Amigo incondicional, o Médico da nossa alma sofredora, sempre pronto a estender a mão, embora nem sempre da maneira simplista que nós desejaríamos.
Simplesmente porque se não formos nós a lutar contra as nossas doenças da alma, não haverá verdadeira conquista, haverá apenas a ilusão de bem-estar que não corresponde à verdadeira cura, não se traduzindo em felicidade.
Jesus é, sim, o Filho de Deus. Nós somos os Filhos de Deus.
Somos todos, ele e nós, seres por Ele criados com muito amor e destinados à perfeição e à felicidade, porque uma decorre da outra.
Se não, vejamos: que mérito teria Jesus em ser perfeito, se tivesse sido criado de uma forma diferente da nossa, se fosse um ser especial, criado por Deus sem necessidade de trabalho e esforço algum?
Que Deus imparcial seria esse que criaria Jesus, anjos, demónios e depois… nós, seres pequeninos e ignorantes destinados aos maiores esforços e sacrifícios para tentar alcançar uma réstia de felicidade que mal vislumbramos?
Como poderão querer que tomemos o exemplo de alguém que já nasceu com todas as vantagens, enquanto nós temos de começar do nada?
Esta ideia de um Jesus Filho unigénito de Deus, especial, inalcançável, Deus feito Homem, em tudo diminui o seu exemplo e a sua mensagem.
Pelo contrário, a ideia de humanidade deste Irmão Maior, maior porque já viveu mais, foi criado antes de nós, já alcançou pelo seu esforço, trabalho, ajuste às Leis Divinas, fruto de uma aprendizagem de muitos milénios (tal como nós), torna-o digno de ser ouvido e seguido.
Se ele chegou….
Também nós haveremos de chegar. Sigamo-lo!
E renovemo-nos em pensamentos, sentimentos, atitudes, desejos, com base nas Leis do Pai que ele tão sabiamente colocou ao alcance do nosso entendimento.
Sejamos humildes e reconheçamos que temos ainda um longo caminho a percorrer, mas com a certeza de que, pela mão amiga deste Irmão Maior, o caminho que palmilhamos, apesar de pontuado pelas pedras que nele depositamos, conduzir-nos-á à grande meta, que é o Pai.
Que não nos falte o ânimo!
Temos um Amigo de “olhos lúcidos, profundos, sonhadores”, a velar por nós.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty A MORTE NÃO EXISTE

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 14, 2018 9:08 pm

"Sobre a Terra, tudo é ilusão, tudo passa, tudo se transforma de um instante para outro.
O que conta é o que guardamos dentro de nós, tudo mais há de ficar com o corpo, que se desfará em pó.
“ Chico Xavier

“Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a chegada da noite – tendo confiança que, em breve, de novo há de raiar o Sol !... “
"A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução.
Para além da campa, abre-se uma nova fase de existência.
O Espírito, debaixo da sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações; acha no seu estado mental os frutos da existência que findou.

Por toda parte se encontra a vida.
A Natureza inteira mostra-nos, no seu maravilhoso panorama, a renovação perpétua de todas as coisas.
Em parte alguma há a morte, como, em geral, é considerada entre nós; em parte alguma há o aniquilamento; nenhum ente pode perecer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente.
O Universo transborda de vida física e psíquica.
Por toda parte o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que, quando escapam às demoradas e obscuras preparações da matéria, é para prosseguirem, nas etapas da luz, a sua ascensão magnífica.
A vida do homem é como o Sol das regiões polares durante o estio.
Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte.
É o fim, na aparência; mas, logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu.
A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida.
A própria morte pode ter também a sua nobreza, a sua grandeza.
Não devemos temê-la, mas, antes, nos esforçar por embelezá-la, preparando-se cada um constantemente para ela, pela pesquisa e conquista da beleza moral, a beleza do Espírito que molda o corpo e o orna com um reflexo augusto na hora das separações supremas.
A maneira por que cada qual sabe morrer é já, por si mesma, uma indicação do que para cada um de nós será a vida do Espaço.
Há como uma luz fria e pura em redor da almofada de certos leitos de morte.
Rostos, até aí insignificantes, parecem aureolados por claridades do Além.
Um silêncio imponente faz-se em volta daqueles que deixaram a Terra.
Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e austeros pensamentos desprenderem-se do fundo banal das suas impressões habituais, dando alguma beleza à sua vida interior.
O ódio e as más paixões não resistem a esse espectáculo.
Ante o corpo de um inimigo, abranda toda a animosidade, esvai-se todo o desejo de vingança.
Junto de um esquife, o perdão parece mais fácil, mais imperioso o dever.
Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço.
Depois de certo tempo de perturbação, tornamos a encontrar-nos, além do túmulo, na plenitude das nossas faculdades e da nossa consciência, junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou alegres da nossa existência terrestre.

A tumba apenas encerra pó.
Elevemos mais alto os nossos pensamentos e as nossas recordações, se quisermos achar de novo o rastro das almas que nos foram caras.
Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida.
Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo.
As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais subtis, mais apuradas.
Do seio do invisível, onde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem.
A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 14, 2018 9:08 pm

Muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado.
Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração.
Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.

Ó morte, ó serena majestade!
Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois actos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara.
Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio, será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com ebriedade que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direcção àqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam.
Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente.
Para nós, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volve à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna.
Essa pátria é a Imensidade radiosa, cheia de sóis e de esferas.
Junto deles, como há de parecer raquítica a nossa pobre Terra”

O Infinito envolve-a por todos os lados.
O infinito na extensão e o infinito na duração, eis o que se nos depara, quer se trate da alma, quer se trate do Universo.
Assim como cada uma das nossas existências tem o seu termo e há de desaparecer, para dar lugar a outra vida, assim também cada um dos mundos semeados no Espaço tem de morrer, para dar lugar a outros mundos mais perfeitos.
Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado.
A Terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa.
Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler.
Mas, a Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem dotadas, a carreira de sua ascensão.
A vaga do progresso terá impelido todas as almas terrestres para planetas mais bem preparados para a vida.
É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável.
Lá é o lugar futuro dos seres humanos, o seu novo campo de acção, os sítios abençoados onde lhes será dado continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento.
No meio dos seus trabalhos, a triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante para se elevarem a maiores alturas.
Em vão a evocação do passado, lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes despojos que jazem nas sepulturas terrestres.

A voz da sabedoria dir-lhes-á:
“Que importa as sombras que se foram! Nada perece.
Todo ser se transforma e se esclarece sobre os degraus que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus”.
Espírito imorredouro, lembra-te disto: “A morte não existe”.

Léon Denis - O Problema do Ser, do Destino e da Dor

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Aprendendo com a morte

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 15, 2018 10:50 am

Toda vez que se pensa na morte, imagina-se que é o outro quem vai morrer, não nós.
Mas, todos vamos morrer.
É o que existe de mais preciso.
Não importa se somos ilustres ou desconhecidos, que tenhamos muitos diplomas ou sequer tenhamos cursado o ensino fundamental.
Não importa se tenhamos estragado nossa vida, tornando-a quase insuportável, ou se a tornamos bela, harmoniosa.
Todos vamos morrer.
Mas, se isso é o que há de mais certo na nossa vida, por que tememos tanto a morte?
Segundo Léo Buscaglia, só tememos a morte quando não estamos vivendo.
Se estamos envolvidos no processo de vida, não vamos gritar, nem gemer.
Se tratamos bem as pessoas enquanto estavam ao nosso lado, na carne, nós as deixaremos morrer com dignidade, sem que tenham que se sentir culpadas porque morreram antes de nós.
A morte é um processo contínuo e belo da vida.
É uma boa amiga, pois nos diz que não temos para sempre e temos que viver agora.
Por isso, cada minuto é precioso.
E temos que viver conforme esta verdade.
Quando alguém está falando connosco, escutemos e não olhemos por cima do ombro para ver o que mais está acontecendo.
Usufruamos o momento.
Olhemos a pessoa nos olhos.
Ouçamos o que ela tem a dizer.
Pode ser que seja o seu último contacto connosco.
E nos empenhemos em ouvir sua voz, gravando-a em nossa memória.
Assim, quando tivermos saudades do timbre daquela voz, poderemos amenizá-la, accionando os preciosos mecanismos cerebrais, escutando-a outra vez, na intimidade da alma.
A morte nos ensina que o momento é sempre agora.
É este o momento para pegar o telefone e ligar para a pessoa que amamos e dizer que a amamos.
É este o momento de atender o chamado do filho e observá-lo enquanto ele se balança no galho mais alto da árvore e, feliz, nos pergunta:
Viu o que eu faço?
É o momento de pararmos de ler o jornal e almoçarmos com a família, de corpo e alma presentes.
Dar-se conta de que o filho está com o joelho machucado e perguntar onde foi que se esfolou.
Olhar para a esposa e fazer um carinho, dizer-lhe como, apesar dos anos, ela continua a namorada encantadora e porque, um dia, nos apaixonamos por ela.
A morte nos ensina que não temos a eternidade na Terra.
Ensina que nada aqui é permanente. Ensina-nos a deixar as coisas terrenas, que não há nada a que nos possamos agarrar, senão aos sentimentos que nos acompanharão aonde formos.
A morte nos diz para olharmos hoje para o mar, com olhos de quem quer mesmo olhar o mar.
Encantar-se com o pôr do sol, reconhecendo que este pôr do sol, com estas tonalidades, jamais se repetirá.
Finalmente, a morte nos diz para vivermos agora, sem querer de forma ansiosa viver o momento seguinte, porque afinal, ninguém pode ter a certeza de que ele existirá para nós.
Este é um grande desafio.
Viver o instante presente, com toda intensidade, usufruindo todo o encanto, amor e ternura que ele nos pode oferecer.
* * *
O Mestre de Nazaré, ao prescrever a fórmula da felicidade para o homem, teve oportunidade de leccionar que não nos preocupássemos com o dia de amanhã, com o que haveríamos de comer ou de vestir.
Com isso, não estava ensinando imprudência ou descaso, mas nos dizendo exactamente isto:
Usufrua o dia que o Senhor Deus te concede na carne.
Ama. Trabalha. Cresce, hoje, porque este é o dia melhor de toda a tua vida.

Momento Espírita

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Aborto provocado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 15, 2018 8:54 pm

por Silas Lourenço

Inicialmente e para que não reste a menor sombra de dúvidas sobre o meu posicionamento pessoal, deixo consignado que sou contrário ao abortamento intencional, ainda que não seja considerado crime e praticado indistintamente.
Dito isso, passo a considerar a actualidade do tema em virtude da análise desenvolvida pelo Supremo Tribunal Federal de nosso país e também dos destaques oferecidos nas diversas mídias actualmente existentes.
Igualmente e por óbvio procurarei desenvolver o tema sob a óptica do Espiritismo.
Sob qualquer ponto de vista seria melhor estarmos debatendo no Congresso Nacional, local apropriado para que a sociedade através dos representantes do povo analisasse o tema sob todos os aspectos possíveis, quer sejam culturais, religiosos, ideológicos etc.…
Mas não está sendo assim, o Poder Judiciário se adiantou e está discutindo o tema.
Por quê? Trata-se de uma necessidade, o Direito protege a vida, assim o termo inicial e o momento final da vida são de suma importância aos operadores do Direito.
Quando o corpo adquire vida ou quando os corpos deixam de viver deve ser claramente delimitado para que, concretamente todo o aparelhamento do Estado possa proteger a vida e não simplesmente os corpos, que também são objectos da tutela estatal, todavia em outra esfera.
E na ótica Espírita quando ou em que momento o Espírito dá vida moral ao corpo, ou a ele se une?
Questão 344 de O Livro dos Espíritos, e em resposta dizem os Espíritos Superiores:
A união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento…”, desta forma tornando os nascimentos um processo de múltiplos factos que se prolongam no tempo e segundo a Organização Mundial da Saúde normalmente se completam em 40 semanas e não um facto único e isolado, um único momento.
O Espírito estando ligado ao corpo desde o momento da concepção sentirá as consequências de tudo o que a este corpo sobrevier.
Gerando as responsabilidades aos agentes que lhe provocarem o mal ou os benefícios àqueles que lhe produzirem o bem.
Portanto, a nós espíritas cientes e crentes nas suas verdades, devemos ser contrários ao aborto e contra ele pregar, sempre que nos for possível, ainda que a sociedade em flagrante atraso deixe de considerá-lo crime, ou ainda que o considere crime a partir de certo momento da gestação.
Realmente, me parece muito bárbaro que um casal, após uma relação sexual irresponsável, resolva como método contraceptivo, abortar, e aqui cabe um termo muito forte, matando, sim, matando um ser que se ainda não está inteiramente vinculado a um Espírito, o consideramos humano e vivo, sim.
Refiro-me ao casal, pois também é bárbaro imputar somente à mãe as consequências deste acto funesto.
No Plano Maior, sob a Justiça Divina e diante do tribunal incorruptível da consciência, os pais também responderão.
Assim sendo, em conclusão deste artigo jornalístico, cujo tema enseja muito mais que estas breves considerações, sugiro a todos nos posicionarmos publicamente sobre este tema e para que o aborto voluntário e provocado não deixe de ser considerado crime, porque outra coisa não é.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Nada de desânimo

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 16, 2018 1:36 pm

por Waldenir A. Cuin

“Mantenhamos, pois, a confortadora certeza de que toda tempestade é seguida pela atmosfera tranquila e de que não existe noite sem alvorecer.”
(Emmanuel, no livro “Fonte Viva”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, item 41.)

As lutas na vida quotidiana são intensas.
Nos tempos actuais, diante dos imensos desafios de cada dia, uma criatura, para o desenvolvimento de suas actividades, exercita a mente muito mais que em outros tempos.
Se de um lado a tecnologia facilitou a nossa vida material, por outro criou novas necessidades, obrigando o ser humano a viver no limite de suas funções mentais e psicológicas, que, quando em desequilíbrio, tem conduzido a população a grandes desgastes emocionais que, somatizados no corpo físico, têm proporcionado todo tipo de doenças e descontroles físicos.
Geralmente nesses quadros de desconforto íntimo, além dos sintomas orgânicos, com grande incidência, ocorrem as manifestações do desânimo, apatia, inércia e uma enorme tendência ao abandono dos ideais, raiando para estados depressivos, perigosos e preocupantes.
A medicina do momento, atenta aos perigos da era moderna, apresenta uma visão holística do homem, ou seja, observa o homem total, corpo e mente, físico e psicológico.
Os sintomas que atormentam os órgãos físicos podem ter origem muito distante deles.
Tratar somente do órgão doente seria cuidar do efeito, cuja causa permanece desconhecida.
Certamente o sucesso da empreitada estará comprometido.
É comum, portanto, no meio social em que vivemos, encontrarmos quem afirma estar muito cansado, mesmo desanimado, levando a vida com extrema dificuldade, como se um peso enorme tolhesse seus movimentos.
Às vezes nós mesmos nos sentimos assim.
No entanto, parar, permitindo a proliferação da apatia, será um grande engano, pois que o antídoto está exactamente em fazer o inverso; encontrar novas razões de vida, novos caminhos, outras estradas, mas nunca cruzar os braços ou acreditar que um punhado de comprimidos possa resolver a questão.
O remédio é muito importante, mas a mudança mental é imprescindível.
Livros de auto-ajuda, de motivação, são valiosos e, nesse particular, nada mais abrangente e profundo para se meditar e reflectir do que o Evangelho de Jesus Cristo.
Sem dúvida, as lições de Jesus são as páginas mais completas para elevar a nossa estima. “Ama teu próximo como a ti mesmo”, “Faz aos outros o que queres que te façam”, “Amai-vos uns aos outros”, “Perdoe setenta vezes sete vezes”, “Quando alguém te pedir que caminhe com ele mil passos, siga outros mil”, “Se te pedirem a capa dá também a túnica”, e assim por diante.
Em resumo, o Divino Amigo não nos pede espectáculos de grandeza, nem demonstrações de santidade, apenas que amemos uns aos outros.
Que usemos o amor como base para as nossas acções diárias.
Crianças choram de fome, ao abandono. Jovens imploram oportunidades sadias de vida.
Famílias inteiras lamentam o descaso em que vivem.
Filhos gritam por exemplos dignos dos pais.
Desempregados imploram por uma ocupação.
Mulheres pedem a compreensão masculina. Idosos choram a solidão em que vivem.
Comunidades carecem de líderes honestos, justos e fraternos.
E Jesus apenas pede que nos amemos uns aos outros.
Estamos cansados, desiludidos, fraquejados, depressivos, experimentemos viver de conformidade com os ensinamentos cristãos.
Façamos uso frequente do amor, aquele amor que nos ensina a tolerância, a compreensão, o companheirismo, o perdão e a vontade férrea de fazer o bem, pois toda vez que criamos condições para a felicidade alheia, Deus, pela lei de acção e reacção, improvisa a nossa ventura.
Não existe nenhum recurso mais eficaz no combate ao desânimo que o desejo firme de ajudar o próximo.
Tomemos o nosso remédio, cuidemos do corpo, mas nunca descuidemos do equilíbrio emocional, através de acções benéficas em favor dos que sofrem.
Quem cuida do irmão do caminho tem a mão de Deus que o ampara em todas as circunstâncias da vida.
Contra o desânimo e a depressão, experimentemos o amor.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Benefícios da água magnetizada na melhora da qualidade de vida

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 16, 2018 7:45 pm

por Wellington Balbo

A água, elemento formado por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio, é fundamental para a existência da vida na Terra.
Cerca de 75 a 85% da estrutura dos seres vivos é composta por água, de modo que apenas esta simples observação oferece uma visão ainda pálida da importância desta substância para todos.
Desnecessário, portanto, discorrer aqui em torno de pormenores pertinentes à água.
O espaço será utilizado para a abordagem da água como ferramenta de cura, alívio de dores físicas e promoção de uma melhor qualidade de vida aos encarnados.
Vale lembrar que Allan Kardec interessava-se pelas curas espirituais e pelas terapias alternativas oferecidas pelos Espíritos.
Trago, aqui, interessante tema tratado por Allan Kardec na Revista Espírita, mês de novembro, 1862.
O título do texto é “Remédio dado pelos Espíritos”.
Nele, Kardec narra o caso da Srta. Dufaux, que estava com complicado problema nas pernas. Ao perguntar ao guia espiritual sobre o caso, o invisível informou que a cura estaria ao passar a pomada que o tio da Srta. Dufaux, já desencarnado, utilizava em ferimentos.
A receita, pois, havia se perdido, mas o guia ditou os ingredientes para a médium.
Ela utilizou e teve sua perna curada.
Outros indivíduos também utilizaram e receberam a cura por meio da pomada.
Vale lembrar que Kardec recomenda a utilização, pois a pomada nada tem de ofensiva, sendo composta apenas por ervas e plantas.
Mais uma prova de que os Espíritos interessam-se, genuinamente, pela melhora física dos homens e, quando possível, oferecem concursos directos para recuperação e, consequentemente, melhora na qualidade de vida das pessoas.
O mesmo raciocínio no tocante à pomada pode-se aplicar à utilização da água como substância que proporciona melhoria na qualidade de vida.
Extraí do livro “Segue-me” a seguinte informação da dupla Chico Xavier/Emmanuel:
“A água é dos corpos o mais simples e receptivo da Terra.
É como que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa, através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma, embora em processo invisível aos olhos mortais”.
Sendo a água, nas palavras da dupla, uma substância altamente receptiva fica fácil concluir que se torna, a água, um excelente elemento para que se deposite os bons fluidos, emanados por um encarnado e que, por meio de sua fé e vontade convida os bons Espíritos a também depositarem no precioso líquido as substâncias que possibilitarão o auxílio ao necessitado.
No livro “O Consolador”, novamente da dupla Chico Xavier/Emmanuel, na questão de número 103, ambos assinalam que a água pode ser fluidificada, ou magnetizada, que, em tese, configuram-se a mesma coisa, tanto para a colectividade quanto para um único indivíduo, sendo, neste último caso, importante a utilização exclusiva.
Parece-me, também, muito importante considerar que, assim como o passe magnético exige que o seu aplicador encarnado esteja em bom estado físico e psíquico, o mesmo cuidado deve ocorrer com relação à “fluidificação” da água por parte do encarnado.
Fundamental, portanto, o encarnado que se habilita a trabalhar nesta fluidificação estar apto a fazê-la.
Peço licença ao leitor para narrar um caso pessoal.
Entusiasta do Grupo Curador de Marmande, cujas experiências Kardec narra na Revista Espírita e deixo aqui como dica de pesquisa ao leitor, costumo magnetizar ou fluidificar a água e dá-la ao meu filho, portador de hiper-colesterol e atesto que obtivemos, em todas as oportunidades, óptimos resultados, pois aferimos seus exames antes e depois do início da terapia de passes junto à magnetização da água.
É que o amor, conforme a própria metodologia utilizada pelo Grupo Curador de Marmande, tem o poder fabuloso de potencializar ainda mais a acção magnética da água e, demais, eis porque o referido grupo utiliza o expediente de passes aplicados por familiares e amigos.
Quem, afinal, quererá com mais vontade a cura do que alguém que ama e tem ligação com o necessitado?
O assunto “água” é vasto, amplo e cabe continuação que faremos em tempo oportuno.

Até uma próxima!

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty O espírita nas eleições

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 17, 2018 9:15 am

por Yé Gonçalves

Não poderíamos, jamais, perder esta oportunidade de trazer neste artigo o tema sobre a postura espírita nas eleições.
Muitos confrades e confreiras podem estar questionando, e/ou se questionando, sobre a postura correta, durante o referido pleito eleitoral, a ser adoptada pelo espírita consciente, considerando a situação política e económica em que se encontra o nosso país, devido aos diversos escândalos por parte das lideranças políticas, levando grande parte dos cidadãos brasileiros às discussões, acusações e comentários negativos de toda ordem.
O certo é que a crise política e económica, não obstante a sua efemeridade, reflecte muito além do que podemos imaginar em termos de estabilidade no sentido material, alcançando o campo psicológico de cada cidadão brasileiro que, muitas das vezes, passa a ter a opinião formada ao descrédito, à desconfiança, ao desespero, podendo ter como consequência a poluição psicosférica, o que pode gerar problemas de difícil solução.
Então, vamos ao questionamento:
Qual deve ser a postura do cidadão espírita durante as eleições?
Percebam que a pergunta se refere às eleições, e não somente ao pleito eleitoral em si.
Isto é: durante as campanhas, as votações, as apurações dos votos e resultados, e assim por diante...
Pois bem! Sabemos que o exercício da cidadania abrange não apenas o voto; mas, também, a toda participação activa do cidadão através da sua conduta pautada na moral e na virtude, conforme conceituou Aristóteles.
O espírita consciente, agindo de acordo com a sua elegância cristã, terá como guia e modelo de comportamento moral e democrático, o amado Mestre Jesus Cristo.
(Vide questão nº 625 de O Livro dos Espíritos.)
Perguntará a si mesmo:
Se Jesus estivesse em meu lugar, neste período eleitoral, como Ele se comportaria?
Logo, o espírita consciente ouvirá, em sua intimidade, a voz do Mestre Jesus, que lhe dará a resposta correta, à qual se esforçará em aplicá-la.

Diante do exposto, seguem 3 (três) itens que seleccionamos, para serem observados, a título de sugestão, neste período de processo democrático:
1) Manter-se em vigilância e prece:
Devemos observar esse quesito e nos esforçar em praticá-lo, nestes momentos, sendo cautelosos na postura e nas conversações, procurando nos mantermos em clima de harmonia, de equilíbrio emocional, proporcionando a todas as pessoas um clima de vibrações fraternais, de muita paz, de confiança e esperança num futuro melhor.

2) Dar a César o que é de César:
Não adianta palestrarmos nas tribunas dos movimentos espíritas, de participarmos das mais diversas actividades doutrinárias, se não dermos a devida atenção aos cumprimentos das leis humanas, não respeitarmos a legislação eleitoral e demais leis aplicadas no quotidiano.

3) Imparcialidade partidária:
Não buscarmos o atendimento aos interesses próprios, em detrimento aos da comunidade como um todo, ouvindo apenas a voz da consciência cristã cidadã.
Neste quesito, podemos destacar a seguinte recomendação de André Luiz, no livro “Conduta Espírita”, assim vejamos:
“Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial”.
* * *
Que neste período eleitoral, não percamos a nossa identidade espírita, a nossa elegância cristã, manifestando um verdadeiro clima de condutas democráticas.
Que possamos estar sempre mentalizando e nos envolvendo com os ensinamentos do Mestre Jesus através da Boa Nova, sabendo que o nosso maior aliado político é o Evangelho Redivivo, que nos liberta da ignorância e dos vícios que nos assolam, e nos faz enxergar a verdade de nós mesmos, o quanto ainda temos de empreender esforços em melhorar o mundo a partir de cada um de nós.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Auto-afirmação

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 17, 2018 8:20 pm

As raízes da auto-afirmação do indivíduo encontram-se na sua infância, quando os movimentos automáticos do corpo são substituídos pelas palavras, particularmente quando é usada a negativa.
Ao recusar qualquer coisa, mediante gestos, a criança demonstra que ainda não se instalaram os pródromos da sua identidade.
No entanto, a recusa verbal, peremptória, a qualquer coisa, mesmo àquelas que são agradáveis, denotam que está sendo elaborada a auto-afirmação, que decorre da capacidade de escolha daquilo que interessa, ou simplesmente se trata de uma forma utilizada para chamar a atenção para a sua existência, para a sua realidade.
Trata-se de um senso de identificação infantil, sem dúvida, no qual a criança, ainda incapaz de discernir e entender, procura conseguir o espaço que lhe pertence, dessa maneira informando que já existe, que solicita e merece reconhecimento por parte das demais pessoas que a cercam.
Quando a criança concorda, afirmando a aceitação de algo, age apenas mecanicamente e por instinto, enquanto que se utilizando da negativa, também denominada conceito do não, dá início à descoberta do senso de si mesma, do seu Self, passando, a partir desse momento, a exteriorizá-lo, afirmando o NÃO, mesmo quando sem necessidade de fazê-lo.
E a sua maneira de auto-identificação que, não raro, parece estranho aos adultos menos conhecedores dos mecanismos da mente infantil.
Quando ocorre a inibição da negativa - o que é muito comum - esse fenómeno dará surgimento a alguém que, no futuro, não saberá exactamente o que deseja da vida, experimentando uma existência sem objectivo, que o leva a ser indiferente a quaisquer resultados, e, por cuja razão, evita expressar-se negativamente, deixando-se arrastar indiferente aos acontecimentos, assim desvelando o estado íntimo de inibição, de timidez e de recusa de si mesmo.
Com o tempo essa situação se agrava, levando-o a um estado de amorfia psicológica.
O Self, por sua vez, se estrutura e se fixa através do sentimento, e quando este se encontra confuso, sem delineamento, a auto-afirmação se enfraquece e a capacidade de dizer NÃO perde a sua força, o seu sentido.
A auto-afirmação se expressa especialmente no desejo de algo, mediante duas atitudes que, paradoxalmente se opõem: o que se deseja e o que se rejeita.
Em um desenvolvimento saudável da personalidade, sabe-se o que se quer e como consegui-lo, o que se torna decorrência inevitável da capacidade de escolha.
Quando tal não ocorre, há surgimento de uma expressão esquizóide, na qual o paciente foge para atitudes de submissão receosa e de revolta interior.
Silencia e afasta-se do grupo social que passa a ser visto com hostilidade, por haver-se negado a penetrá-lo, alegando, no entanto, que foi barrado...
A sua óptica distorcida da realidade, trabalha em favor de mecanismos de transferência de culpa e de responsabilidade.
Mediante essa conduta, o enfermo se nega a libertação dos conflitos, mantendo-se em atitude cerrada, por falta do senso de auto-afirmação.
O seu é o conceito falso de que não é bem-vindo ao grupo que ele acredita não o aceitar, quando, em verdade, é ele quem o evita e se afasta do mesmo.
À medida que vão sendo liberados os sentimentos perturbadores e negativos que se encontram em repressão, os desejos de afectividade, de expressão, de harmonia, manifestam-se, direccionando-o para valiosas conquistas.
Com o desenvolvimento da capacidade de julgar valores, surgem as oportunidades de auto-afirmação, face à necessidade de escolhas acertadas, a fim de atender aos desejos de progresso, de crescimento ético-moral e de realização interior.
Por meio de exercícios mentais, nos quais se encontrem presentes as aspirações elevadas e de enobrecimento, bem como através de movimentos respiratórios e físicos outros, para liberar o corpo da couraça dos conflitos que o tornam rígido, a auto-afirmação se fixa, propiciando um bom relaxamento, que se faz compatível com o bem-estar que se deseja.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 17, 2018 8:21 pm

Com o desenvolvimento intelecto-moral da criança, passando pela adolescência e firmando os propósitos de auto-conquista, mais bem delineadas surgem as linhas de segurança da personalidade que enfrenta os desafios com tranquilidade e esperanças renovadas.
Nesse particular, a vontade desempenha importante papel, trabalhando em favor de conquistas incessantes, que contribuem para o amadurecimento psicológico, característica vigorosa da saúde mental e moral.
Em cada vitória alcançada através da vontade que se faz firme cada vez mais, o ser encontra estímulos para novos combates, ascendendo interiormente e afirmando-se como conquistador que se não contenta em estacionar nos primeiros patamares defrontados durante a escalada de ascensão.
Desejando as alturas, não interrompe a marcha, prosseguindo impertérrito no rumo das cumeadas.
Esta é a finalidade precípua do desenvolvimento emocional, estabelecendo directrizes que definam a realidade do ser, que se afirma mediante esforço próprio.
Em tal cometimento, não podem ficar esquecidos o contributo dos pais, da família, da sociedade, e as possibilidades inatas, que remanescem do seu passado espiritual.
Estando, na Terra, o Espírito, para aprender, reparar e evoluir, nele permanecem as matrizes da conduta anterior, facultando-lhe possibilidades de triunfo ou impondo-lhe naturais empecilhos que lhe cumpre su­perar.
Quando a auto-afirmação não se estabelece, apresentando indivíduos psicologicamente dissociados da própria realidade, tem-se a medida dos seus compromissos anteriores fracassados e da concessão que a Vida lhe propicia por segunda vez para regularizá-los.
Cumpre, portanto, ao psicoterapeuta, o desenvolvimento de uma visão profunda do Self, de forma especial, em relação ao ser eterno que transita no corpo em marcha evolutiva.
Somente assim, se poderá entender racionalmente o porquê de determinados indivíduos iniciarem a auto-afirmação nos primeiros meses da infância, enquanto outros já se apresentam fanados, incapazes de lutar em favor da sua realidade, no meio onde passará a experienciar a vida.
A sociedade marcha inexoravelmente para a compreensão do Espírito eterno que o homem é, do seu processo paulatino de evolução através dos renascimentos, herdeiro de si mesmo, que transfere de uma para outra etapa as realizações efectuadas, felizes ou equivocadas, qual aluno que soma experiências educacionais, promovendo-se ou retendo-se na repetição das lições não gravadas, com vistas à conclusão do curso.
A Terra assume sua condição de escola que é, trabalhando os educandos que nela se encontram e propiciando-lhes iguais oportunidades de evolução e de paz.

Fonte:
Livro Amor imbatível amor - Cap. 39
Joanna de Ângelis - Psicografado por Divaldo Franco

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Conduta espontânea

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 18, 2018 11:38 am

por Altamirando Carneiro

Não basta a conduta externa.
Não basta a aparência.
Antes da conduta exterior, temos de reformar a nossa conduta interna, modificar nossos hábitos mentais e verbais.

É uma questão de fundo e não de forma.
Portanto, são inúteis as proibições: não fazer isso, não fazer aquilo, se o coração não estiver limpo.
A pureza que o Espiritismo propõe, e por isso mesmo é confundida, é a pureza interior, que deve reger as nossas atitudes, ao invés de ficarmos esperando que uma conduta artificial nos purifique.
Os ensinamentos da Doutrina Espírita são os mesmos de Jesus, quando repelia os formalismos da hipocrisia farisaica.
Querer formalizar nosso comportamento no artificialismo é voltarmos ao passado e o espírita esclarecido sabe que isso não contribui em nada.

Toda exterioridade sem raízes no coração é inútil e é até compreensível que, devido às heranças do passado, um grande número de pessoas se apegue ao formalismo, porém, cabe aos dirigentes esclarecidos, principalmente os dirigentes das instituições espíritas, orientarem essas almas frágeis, no sentido de tornarem a sua conduta social do dia a dia condizente com os ensinamentos da moral espírita.

Estamos agora no lugar certo, com as pessoas certas, diz a mensagem mediúnica.
Ora, se temos consciência dessa verdade intemporal e se conseguimos também entender a questão da reencarnação como a nossa possibilidade de reparar os erros e os vícios do passado, é evidente que devemos aproveitar essa oportunidade para romper com tudo o que representa cultos exteriores e formalismos.

Acreditar que a nossa evolução se dá através de abstenções e atitudes falsas é enganar a nós mesmos e aos outros, o que é muito grave.
Somos o que somos e se já conseguimos reconhecer com sinceridade as nossas deficiências morais, estamos no caminho certo.

Do contrário, "seremos semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundície", como lembrou Jesus, em palavras registadas no Evangelho de Mateus, 23:27.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Deus nos livra do mal?

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 18, 2018 8:16 pm

por Anselmo Ferreira Vasconcelos

Podemos esperar o afastamento total do mal em nossas vidas?
Faz sentido exigir tal coisa da parte do Criador?
Já conseguimos entender o mal na sua exacta medida?
Tais indagações ensejam muitas cogitações.
No entanto, vamos analisar alguns fatos para ajudar no entendimento da questão.
Em primeiro lugar, ao que se sabe, “o mal” sempre permeou este planeta desde o momento em que ele passou a abrigar seres inteligentes.
Em segundo, guerras, doenças, morticínios e penúria sempre estiveram ao lado dos humanos em sua luta diária pela sobrevivência.
Em síntese, as sombras do mal – entendido aqui como experiências pungentes – sempre existiram neste orbe simplesmente porque materializá-las tem sido a opção de biliões de almas.
Explicando melhor o raciocínio, esperar que Deus nos livre do mal, especialmente quando o vemos ainda presente em tantos sectores, soa como algo utópico.
Portanto, talvez seja melhor concluir que há certa fatalidade em enfrentarmos o mal em nossos caminhos ascensionais.
Afinal de contas, na sua acepção mais estreita, ao causamos mal a outrem, é certo que haveremos de senti-lo igualmente em algum momento mais adiante.
Dito de outra forma, sentir o mal é inerente à experiência humana.
Criamos sociedades imperfeitas porque assim também nós somos.
Desse modo, é lógico, portanto, ser atingido por coisas desagradáveis, frustrantes ou até mesmo fatais.
Por outro lado, temos de reconhecer: “o mal” serve de acicate ao desenvolvimento espiritual humano.
Analisando essa problemática, o Espírito Emmanuel, no livro Vinha de Luz (psicografia de Francisco Cândido Xavier), lembra, com precisão, que “A superfície do mundo é, indiscutivelmente, a grande escola dos Espíritos encarnados”.
Em sendo um educandário para as almas, não se pode, destarte, esperar facilidades imerecidas.
Diante dessa realidade, ocorre que muitos se aproximam das religiões imaginando obter privilégios indevidos, suavidades no caminho redentor, soluções para problemas complexos gerados pelo próprio Espírito infractor etc.
Não conseguem entender que é “Impossível recolher o ensinamento, fugindo à lição”, como observa Emmanuel.
O nobre mentor ainda pontua que “Ninguém sabe, sem aprender”.
Então resta-nos concluir que – gostemos ou não – a experiência dolorosa é decisiva para o aperfeiçoamento humano.
Seria ingenuidade aguardar que o avanço da alma aconteça sem esforço, disciplina e resignação diante das provas acerbas (às vezes, consideradas apenas como expressão do mal sem qualquer cogitação quanto ao seu lado transcendental). Nesse sentido, o benfeitor recorda que Jesus, embora tenha rogado ao Pai Celestial a libertação do mal, não lhe “pediu o afastamento da luta”, ou seja, “Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora” (João, 12: 27), reconhecendo, assim, que ali se encontrava para cumprir uma sagrada missão.
Ademais, a história da evolução humana mostra, com muita clareza, que o avanço do homem tem se dado através de muita luta e esforço.
Em outras palavras, cada um haverá de enfrentar a sua “hora” de sacrifícios e lutas próprias do caminho.
Reforçando esse entendimento, cabe lembrar a recente desencarnação de uma garota de 12 anos, ocorrida aqui no Estado de São Paulo.
A última imagem dela viva, detectada por câmaras de ruas, registava o seu despreocupado passeio sobre patins.
Dias depois do seu desaparecimento, o seu corpo inerme foi encontrado.
A causa da morte, segundo os peritos forenses, fora estrangulamento.
O mal praticado por outrem a abatera de forma fulminante.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 18, 2018 8:16 pm

Mas consideremos que, se o “mal” não havia sido afastado daquela criança indefesa, é porque o seu curto plano de vida corpórea assim previa.
Habitando aquele corpinho, cumpre observar, havia um Espírito milenar certamente com males a expurgar para o seu completo restabelecimento diante das leis universais.
O autor da tragédia agiu, se é que outros não participaram, na sua impiedade e falta de compaixão, como infeliz instrumento de reparação àquela alma.
Recordemos ainda os relatos de inúmeras e consagradas obras espíritas a respeito dos mártires cristãos sacrificados nos círculos da Roma antiga.
Não estavam eles ali para dar testemunho do aprendizado de fé e confiança na providência divina?
Foram eles poupados?
Não. Na verdade, nem poderiam, pois a imolação daquelas criaturas era vital para dar força ao movimento espiritual nascente.
De modo geral, tais acontecimentos podem ser vistos como supostamente maléficos, pois é pouco provável que tragam alegrias e felicidade imediata aos seus protagonistas.
Todavia, se conseguirmos enxergá-los com um olhar mais ameno, haveremos de entendê-los como testes pontuais e indispensáveis aos Espíritos.
Além disso, devemos também considerar a advertência de Jesus:
“E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim” (Mateus, 10: 38).
Explica Emmanuel que se aspiramos servir sob a direcção de Jesus, devemos rogar-lhe a libertação do mal – que não raro reside em nós mesmos através de marcas obscuras que trazemos imantadas ao nosso ser devido à nossa imprudência –, mas, em hipótese nenhuma, nos afaste dos lugares de luta – onde há geralmente muitas amarguras e dor –, de modo a aprendermos, em sua sublime companhia, “a cooperar na execução da Vontade Celestial, quando, como e onde for necessário”.
Assim considerado, a “cruz” não será um mal, mas um meio de libertação, de alforria da alma endividada perante a espiritualidade maior ou para servir de exemplo a outros que ainda titubeiam no enfrentamento dos embates.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty A Busca da Realização

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 19, 2018 12:17 pm

A infância, construtora da vida psicológica do ser humano, deve ser experienciada com amor e em clima de harmonia, a fim de modelá-lo para todos os futuros dias da jornada terrestre.
Os sinais das vivências insculpem-se no inconsciente com vigor, passando a escrever páginas que não se apagam, quase sempre revivendo os episódios que desencadeiam os comportamentos nos vários períodos por onde transita.
Quando são agradáveis as impressões decorrentes dos momentos felizes, passam a fazer parte da auto-realização, contribuindo poderosamente para o despertar do Si profundo, que vence as barreiras impeditivas colocadas pelo ego.
Se negativas, perturbam o desenvolvimento dos valores éticos e comportamentais, gerando patologias psicológicas avassaladoras, que se expressam mediante um ego dominador, violento, agressivo, ou débil, pusilânime, dúbio, pessimista, depressivo.
Essas marcas são quase que impossíveis de ser apagadas do inconsciente actual, qual aconteceria com a mossa provocada por uma pressão ou golpe sob superfície delicada que, por mais corrigida, sempre permanece, mesmo que pouco perceptível.
A busca da realização pessoal deve iniciar-se na auto-superação, mediante vigorosa auto-análise das necessidades reais relacionadas com as aparentes, aquelas que são dominadoras no ego e não têm valor real, quase nunca ultrapassando exigências e caprichos da imaturidade psicológica.
Para o cometimento, são necessárias as progressivas regressões aos diferentes períodos vividos da juventude e da infância, até mesmo à fase de recém-nascido, quando o Self verdadeiro foi substituído pelo ego artificial e dominador.
Foi nessa fase que a inocência infantil foi substituída pelo sentimento de culpa, em razão da natural imposição dos pais, no lar, e, por extensão dos adultos em geral em toda parte.
Mais tarde, identificando-se errada, em razão de não haver conseguido modificar os pais, nem vencer a teimosia dos adultos, mascara-se de feliz, de virtuosa, perdendo a integridade interior, a pureza, aprendendo a parecer o que a todos agrada ao invés de ser aquilo que realmente é no seu mundo interior.
Esse trabalho de progressão regressiva que se pode lograr mediante conveniente terapia é muito doloroso, porque o paciente se recusa inconscientemente a aceitar os erros, como forma de defesa do ego e, por outro lado, por medo do enfrentamento com todos esses me­dos aparentemente adormecidos.
O seu despertar assusta, porque conduz a novas vivências desagradáveis.
O ego, no seu castelo, conseguiu mecanismos de defesa e domina soberano, reprimindo os sentimentos e disfarçando os conflitos, porquanto sabe que a liberação desses estados interiores pode levar à agressividade ou ao mergulho nas fugas espectaculares da depressão.
Todos os indivíduos, de alguma forma, sentem-se desamparados em relação aos factores que regem a vida: os fenómenos do automatismo fisiológico, o medo da doença insuspeita, da morte, do desaparecimento de pessoas queridas, as incertezas do destino, os factores mesológicos, como tempestades, terremotos, erupções vulcânicas, acidentes, guerras...
De algum modo, essa sensação de insegurança, de desamparo provém da infância - ou de outras existências -, quando se sentiu dominado, sem opção, sujeito aos impositivos que lhe eram apresentados, fazendo que o amor fosse retirado do cardápio existencial.
Tal sentimento contribui para a análise do problema da sobrevivência, que é o mais importante, ainda não solucionado no inconsciente.
Eis porque é necessário liberar esses conflitos perturbadores, reprimidos, para que a criança inocente, pura, no sentido psicológico, bem se depreende, volte a viver integralmente.
Inicia-se, então, o maravilhoso processo de terapia para a busca da realização.
Sob o controle do terapeuta, esse direccionamento se orienta para a criatividade, através da qual o paciente expressa um tipo de sentimento mas vive noutra situação. Essas emoções antagónicas devem ser trabalhadas pelo técnico, para depois serem vividas pelo indivíduo, que passa a permitir que tudo aconteça naturalmente sem novas pressões, nem castrações, nem dissimulações.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 19, 2018 12:18 pm

Passa a eliminar a raiva reprimida, que é direccionada contra objectos mortos, sem carácter destrutivo, a angústia pode expressar-se, porque sabe estar sob assistência e contar com alguém que ouve e entende o conflito.
Posteriormente, o paciente se transforma no seu próprio terapeuta, no dia-a-dia, por ser quem controlará os sentimentos desordenados e mediante a criatividade, começa a substituir o que sente no momento pelo que gostaria de conquistar, transferindo-se de patamar mental-emocional até alcançar a realização pessoal.
Nesse processo, surgem a liberação das tensões musculares, a identificação com o corpo no qual se movimenta e que passa a exercer conscientemente uma função de grande importância no seu comportamento, movendo-se de forma adequada.
A seguir, identifica a necessidade de experimentar prazeres, sem a consciência de culpa que as religiões ortodoxas castradoras lhe impuseram, transferindo-se das províncias da dor - como necessidade de sublimação - para o prazer agradável, renovador, que não subjuga nem produz ansiedade.
O simples facto de reconhecer a necessidade que tem de experimentar o prazer sem culpa, auxilia-o no amor ao corpo, na movimentação dos músculos, eliminando as tensões físicas, derivadas daqueloutras de natureza emocional, assim aprendendo a viver integralmente, a conquistar a realização pessoal.
É indispensável também aceitar-se, compreender que os seus sentimentos são resultado das aquisições intelecto-morais do processo evolutivo no qual se encontra situado.
Sem a perfeita compreensão-aceitação dos próprios sentimentos, é muito difícil, senão improvável, a conquista da realização.
Naturalmente terá que se empenhar para superar os sentimentos depressivos, excessivamente emotivos e perturbadores ou indiferentes e frios, de forma que a valorização de si mesmo faça parte do seu esquema de crescimento interior, o que lhe facultará alcançar as metas estabelecidas.
Por outro lado, a identificação da própria fragilidade leva-o a uma atitude de humildade perante a vida e a si mesmo, porque percebe que o ser psicológico está profundamente vinculado ao fisiológico e vice-versa.
Misturam-se a funções em determinado momento de consciência, quando percebe que algumas tensões musculares e diversas dores físicas são consequência daquelas de natureza psicológica, ou por sua vez, estas últimas têm muito a ver com a couraça que restringe os movimentos e os entorpece.
De fundamental importância também a constatação e a aceitação da necessidade da humildade, que o ajuda a descobrir-se sem qualquer presunção nem medo dos desafios, enfrentando os factores existenciais com naturalidade e autoconfiança, não extrapolando o pró­prio valor nem o subestimando.
Essa humildade dar-lhe-á forças para ampliar o quadro de relacionamento interpessoal, de auxiliar na fraternidade, percebendo que a sua individualidade não pode viver plena sem a comunidade de que faz parte e deve trabalhá-la para auxiliá-la no seu progresso.
Com a humildade, o indivíduo descobre-se criança, e essa verificação representa conquista de maturidade psicológica, que lhe faculta liberar esses sentimentos pertencentes ao período mágico da infância.
Jesus, na sua condição de Psico-terapeuta por excelência, demonstrou que era necessário volver a essa fase de pureza, de dependência, no bom sentido, de humildade, quando enunciou, peremptório:
...Se não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.
Quem, pois, se tomar humilde como uma criança, esse será maior no reino dos céus. (*)
O enunciado, do ponto de vista psicológico, apela para a auto-realização, a penetração no reino dos céus da consciência recta e sem mácula, assinalada pelos ideais de dignificação humana.
A criança é curiosa, espontânea, alegre, sem aridez, rica de esperanças, motivadora, razão de outras vidas que nas suas existências se enriquecem e encontram sentido para viver.
A busca da realização conduz o indivíduo ao crescimento moral e espiritual sem culpa ante as imposições da organização fisiológica, que lhe propõe o prazer para a própria sobrevivência e faz parte activa da realidade social que deve constituir motivo de estímulo para a vitória sobre o egoísmo e as paixões perturbadoras.

(*) Mateus 18: 3 e 4 - Nota da Autora espiritual.

Fonte:
Livro Amor imbatível amor - Cap. 15
Joanna de Ângelis - Psicografado por Divaldo Franco

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Retorno ao Mundo Espiritual

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 19, 2018 7:43 pm

Buscávamos inspiração para o ensaio semanal, quando recebemos a notícia da ocorrência do desencarne de uma prima de primeiro grau.
Vitimada por leucemia, ela, que experimentava o período da meia idade, lutou bravamente com a doença, sem rebelar-se contra o destino, enfrentando com confiança e fé todo o período de enfermidade, mesmo porque conhecia a realidade espiritual.
Alguns pensamentos começaram a fluir em nossa casa mental.
Lembramo-nos de que a consciência da morte iniciou-se aproximadamente há cem mil anos, já no final do período paleolítico superior.
Nesse período ocorreu uma mudança significativa na vida do Homo Sapiens, conforme nos informa o Benfeitor André Luiz na extraordinária obra mediúnica intitulada Evolução em Dois Mundos, recebida pelo não menos extraordinário Francisco Cândido Xavier.
Explica o autor espiritual na referida obra que aprendemos a falar, articuladamente, e em consequência desenvolvemos o pensamento contínuo, que possibilitou o desprendimento do espírito de seu corpo durante o sono físico, vendo-se na dimensão espiritual, sem noções maiores do que estava acontecendo.
Paralelamente, após o desencarne, também experimentava a dimensão espiritual, mas devido ao peso específico de seu perispírito permanecia próximo ao seu grupo social.
Ao retornar à vida corporal, trazia consigo as reminiscências do plano espiritual, desenvolvendo a ideia da vida além da morte física.
Com isso desenvolveu as ideias relacionadas a existência de deuses, com a ideia de que seriam os promotores dos fenómenos materiais que o envolviam, e também cuidadores dos espíritos no retorno definitivo ao mundo espiritual.
Desenvolveram-se as religiões, o intercâmbio mediúnico com as inteligências desencarnadas e o sepultamento dos mortos.
Chama a atenção a forma com que se lidava com o sepultamento. Em algumas regiões o corpo era adornado com flores e sepultado com seus pertences pessoais, outros com alimentos, outros ainda na posição fetal, e alguns destes dentro de grandes ânforas, como a imitar o útero materno, como que intuindo que a vida não se interrompia com a morte do corpo físico.
Conhecemos também o processo de mumificação, que se traduz na tentativa de manter o corpo preservado para quando do retorno do espírito à vida física.
Como o homem já dominava o fogo, este era utilizado para iluminar o corpo sem vida durante a noite, mas com o tempo e o desenvolvimento das superstições o fogo no entorno do corpo sem vida foi transferido para fins de rito e necessidade sacra.
Enfim, lidamos conscientemente com a morte há milénios, e as religiões se preocupam em moldar moralmente o homem para a vida de encarnado, preparando-o para a vida pós morte, acreditando todas elas que a vida continua, com os respectivos prémios ou castigos decorrentes do que se fez enquanto encarnado.
Caberia a Doutrina Espírita, na condição de Consolador prometido por Jesus, equacionar toda a realidade, esclarecendo-nos quanto aos dois planos da vida, suas interacções e implicações, deixando-nos conscientes quanto a imortalidade dos espíritos, passando a vida física a ser uma etapa evolutiva necessária ao seu desenvolvimento rumo a perfeição, o que, evidentemente, não é possível em uma única existência corporal sendo necessário então a existência do mecanismo da reencarnação.
Alivia-nos a consciência saber que já existíamos antes e que vamos continuar a existir além desta vida, e ao coração por sabermos que a separação física daqueles que nos precedem ao túmulo é momentânea, mantendo-se os laços desenvolvidos plenamente vivos.
Disse Jesus para deixarmos aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.
Evidentemente o Senhor estava nos educando para a realidade das tarefas espirituais, e não nos desincumbindo das obrigações sociais, o que nos leva ao entendimento que devemos nos comportar, diante do sepultamento daqueles que connosco conviveram, com equilíbrio e entendimento em relação a vida que continua, orando pelo que retorna a pátria maior respeitando-o com os nossos melhores sentimentos sabendo que todos nós, assim como já experimentamos tantas outras vezes, também passaremos, inevitavelmente, pela mesma porta chamada morte do corpo físico.

Pensemos nisso.

Antonio Carlos Navarro.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 19 Empty Companheiros difíceis

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 20, 2018 10:08 am

por Francisco Cândido Xavier

Companheiros difíceis não são as criaturas que ainda não nos atingiram a intimidade e sim aquelas outras que se fizeram amar por nós e que, de um momento para outro, modificaram pensamento e conduta, impondo-nos estranheza e inquietação.
Erigiam-se-nos por esteios à fé, soçobrando em pesada corrente de tentações…
Brilhavam por balizas de luz, à frente da marcha, e apagaram-se na noite das conveniências humanas, impelindo-nos à sombra e à desorientação…
Examinado, porém, o assunto com discernimento e serenidade, seria justo albergarmos pessimismo ou desencanto, simplesmente porque esse ou aquele companheiro haja evidenciado fraquezas humanas, peculiares também a nós?
Atentos às realidades do campo evolutivo, em que nos achamos carregando fardos de culpas e débitos, deficiências e necessidades que se nos encravaram nos ombros, em existências passadas, como exigir dos entes amados, que respiram connosco o mesmo nível, a posição dos heróis ou o comportamento dos anjos?
Com isso, não queremos dizer que omissão ou deserção nas criaturas a quem empenhamos confiança e ternura sejam condições naturais para a acção espiritual que nos compete desenvolver, e sim que, em lhes lastimando as resoluções menos felizes, é imperioso orar por elas na pauta da tolerância fraternal com que devemos abraçar todos aqueles que se nos associam às tarefas da jornada terrestre.
Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, que directriz adoptar ante os companheiros que se fizeram difíceis, senão abençoá-los em mais alto grau de entendimento, carecedores como se encontram de mais ampla dedicação?
Sem dúvida, eles não podem, em muitas ocasiões, compartilhar connosco, de imediato, as actividades quotidianas, à vista dos compromissos diferentes a que se entregam; entretanto, ser-nos-á possível, no clima do espírito, agradecer-lhes o bem que nos fizeram e o bem que nos possam fazer, endereçando-lhes a mensagem silenciosa de nosso respeito e afecto, encorajamento e gratidão.
Cumprindo semelhante dever, disporemos de suficiente paz interior para seguir adiante, na desincumbência dos encargos que a vida nos confiou.
Compreenderemos que, se o próprio Senhor nos aceita como somos, suportando-nos as imperfeições e aproveitando-nos em serviço, segundo a nossa capacidade de sermos úteis, é nossa obrigação aceitar os companheiros difíceis como são, esperando por eles, em matéria de elevação ou reajuste, tanto quanto o Senhor tem esperado por nós.

Do livro Alma e coração, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

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