LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS II

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS II

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 09, 2018 9:36 pm

Porque pessoas jovens, boas, desencarnam prematuramente, enquanto há pessoas más que vivem por muitos anos?
Se olharmos as coisas dentro da óptica materialista, certamente não encontraremos resposta para esta delicada questão.
Se, no entanto, partirmos do princípio que somos seres imortais e que estamos em uma escalada evolutiva em direcção à perfeição, compreenderemos com facilidade que a vida terrena é apenas parte desse processo.
A verdadeira vida é a espiritual e quando encarnados cumpre-se as etapas necessárias ao aprimoramento do Espírito imortal.
As diferenças existentes entre as pessoas são as várias etapas em que o Espírito se encontra em termos de evolução.
O viver muitos anos, portanto, é muito relativo.
A vida terrena é a escola que a criatura precisa para se aprimorar e o tempo que deve demorar aqui depende de sua necessidade.
Os Espíritos bons, geralmente necessitam mesmo de menos tempo.

Uma criança, quando desencarna, seu Espírito terá a mesma idade que ela tinha, quando era encarnada?
Sim, dependendo no entanto de sua maturidade espiritual.
O Espírito, quando desencarna, permanece com os mesmos condicionamentos mentais que tinha na Terra, até que se conscientize de sua real situação.
Permanecerá em estado de criança ou de adolescente, por um determinado tempo, dependendo de sua evolução, ou seja, de seu grau de entendimento, até que adquira plena consciência de sua condição e de suas necessidades.
Isso, geralmente acontece com Espíritos que ainda estão em situação de pouca evolução espiritual.
Por isso, nas colónias socorristas próximas à crosta terrestre, encontram-se Espíritos em condição de crianças e adolescentes.
Deve-se saber, entretanto, que esta situação perdura apenas por um determinado período.

Quando uma pessoa morre de morte acidental, por exemplo por afogamento, e ainda é muito jovem (18 anos) como fica o seu Espírito?
Todas as pessoas, ao desencarnarem, passam por um período mais ou menos longo de perturbação espiritual, podendo durar de algumas horas a anos, dependendo de seu grau evolutivo.
Quando o Espírito é muito jovem, e certamente experimenta uma vida de muita actividade, pode permanecer sem entender sua situação por um tempo, como pode ser logo socorrido pelos Espíritos amigos que trabalham nessa área.
Isso vai depender do seu merecimento.
Se permanecer revoltado por ter retornado cedo, criará para si um ambiente vibratório ruim, que o levará a experimentar grandes dores morais nas zonas de sofrimento.

Os Espíritos ao desencarnarem conservariam intacta suas auras externas?
Seriam ainda emanações de seu perispírito?

Aura é um termo utilizado no meio espírita, originada do esoterismo, e se refere à atmosfera fluídica criada em torno da pessoa pelas emanações energéticas do seu corpo espiritual.
Allan Kardec não deu atenção a isso na Codificação, por se tratar de assunto de pouca importância para a compreensão da ciência dos fluidos.
A "aura" nada mais é do que um efeito, causado pela irradiação íntima do Espírito.
Não, a "aura" não é uma emanação do perispírito que, por si mesmo, nada é, a não ser uma massa fluídica estruturada pelo Espírito com sua projecção interior, para se manifestar no mundo exterior.
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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS II

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 09, 2018 9:36 pm

Quando desencarnamos, sendo levados para as colónias socorristas, teria como nossos entes queridos ficarem sabendo em qual delas nos encontramos?
Se forem entes desencarnados, isso dependerá da afinidade espiritual existente entre o nosso Espírito e os deles.
Também se deverá levar em conta a condição evolutiva de cada um.
Se são pessoas muito diferentes em moralidade, certamente irão para lugares distintos.
Os mais atrasados podem desconhecer onde estão os mais adiantados.
Os que nos precederam, dependendo de suas condições espirituais, poderão nos amparar no momento do desencarne e, evidentemente, saber para onde vamos.
Se a informação refere-se aos entes que ficaram no mundo material, eles poderão saber as condições do Espírito desencarnado, ou o lugar onde se encontra, evocando-o numa sessão prática de Espiritismo feita por grupos sérios.

O que acontece ao nosso anjo da guarda quando desencarnamos?
O anjo de guarda é um Espírito protector de uma ordem elevada que Deus, por sua imensa bondade, coloca ao nosso lado, para nos proteger, nos aconselhar e nos sustentar nas lutas da vida.
Cumprem uma missão que pode ser prazerosa para uns e penosa para outros, quando seus protegidos não os ouvem seus conselhos.
Quando desencarnamos, ele também nos ampara e frequentemente o reconhecemos, pois, na verdade, o conhecemos antes de mergulhar na carne.
Claro que tudo depende da condição evolutiva da pessoa em questão.
O anjo da guarda poderá também nos guiar em outras experiências, por muitos e muitos tempos.

Todos os Espíritos sem excepção, mesmo os sofredores, podem conhecer a intimidade dos nossos pensamentos?
Para os Espíritos nada há que seja escondido.
O pensamento é a forma de comunicação no plano invisível.
Quando se emite um pensamento, ele impregna o ambiente e logicamente os que estão na dimensão espiritual o captam com facilidade.
Quanto a conhecer na intimidade o que vai na alma de cada um, depende do estado mais ou menos lúcido do desencarnado em questão e ainda de suas condições morais.
Como regra geral, pode-se afirmar que uma natureza má simpatiza com uma natureza má que lhe conhece a intimidade.
Assim também é com os bons Espíritos.
Os Espíritos sofredores podem estar passando por um período de perturbação (mais ou menos longo, conforme o caso) e não se encontrarem em condições de sondar a intimidade daqueles com quem tinham relações.
Porém, não deixam de sofrer as influências vibratórias das coisas boas ou ruins que forem feitas por essas pessoas.

É possível, mesmo a pessoas menos esclarecidas, a comunicação com entes desencarnados a que foram intimamente ligados na Terra, e dos quais sentem muitas saudades?
Sim é possível, pois o intercâmbio entre os dois mundos é muito fácil e comum.
Mas deve-se ter muito cuidado com as comunicações ditas de parentes desencarnados, pois como se sabe, embora a mediunidade seja um factor ligado à potencialidade orgânica, o uso que se faz dela depende da moral do médium.
Muitas vezes não há como identificar se aquela comunicação é autêntica, principalmente se é dada por médiuns sem preparo para a tarefa.
Frequentemente ligam-se a esses, Espíritos enganadores que se comprazem em brincar com a dor alheia, ou então que querem estimular o ego do médium, emprestando a este uma importância que não tem.

§.§.§- Ave sem Ninho
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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Deus na Natureza (Parte 15)

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 10, 2018 11:15 am

Camille Flammarion

Continuamos o estudo metódico e sequencial do livro Deus na Natureza, de autoria de Camille Flammarion, escrito na segunda metade do século 19, no ano de1867.

Questões preliminares

A. O trabalho mental causa fadiga?
Sim. O trabalho mental fatiga tanto ou mais que o corporal.
A expressão que utilizamos, referindo-nos a criaturas de pensamento ardente, é justa.
Qualquer acréscimo de trabalho espiritual produz aumento de apetite, qual se dá com o intenso trabalho muscular.
A actividade cerebral, assim como a dos membros do corpo, aumenta a eliminação da pele, dos pulmões, dos rins.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)

B. O sangue provém tão somente da alimentação?
Não. Ele provém, simultaneamente, da alimentação e da respiração.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)

C. É correcto dizer que a renovação completa do organismo humano se faz a cada sete anos?
Não. Os resultados dos estudos realizados permitem-nos concluir que 30 dias bastam para a renovação completa do organismo.
Os sete anos que a crença popular fixava a essa operação eram, em verdade, um exagero colossal.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)

Texto para leitura

303. Na planta a albumina, o açúcar e a gordura se decompõem em alcaloides, ácidos, matérias corantes, óleos voláteis, resina, azoto, ácido carbónico e água.
No animal as mesmas substâncias se resolvem em leucina, sirosina, criatina, hipoxantina, ácido úrico, fórmico, oxálico, ureia, amoníaco, ácido carbónico e água.
Fora do corpo a ureia decompõe-se em ácido carbónico e amoníaco.
Assim, graças à vida em si, plantas e animais revertem às suas fontes.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
304. Após a morte, a desassimilação é ainda uma evolução, não menos regular que durante a vida.
O que se dá, apenas, é que percorre outros graus, até que chegue ao termo da decomposição.
A putrefacção não é mais que uma combustão lenta das matérias orgânicas, a operar-se fora do corpo vivo.
Ela representa uma espécie de respiração depois da morte e cada átomo vai conformar ou entreter outros corpos.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
305. Tal o esboço químico da permuta vital nos dois reinos orgânicos.
Agora, abordemos o assunto particular da vida no reino animal.
Nestes novos fatos observados, tanto como nos precedentes, estamos de acordo com os adversários.
Aqui temos, segundo o próprio autor de A Circulação da Vida, baseado em recentes trabalhos de fisiologistas alemães, o processo geral de desassimilação no animal, ou, para falar mais claramente, os principais fenómenos de permuta das matérias que constituem a vida.
Tratemos aqui, particularmente, do corpo humano, por ser o que mais nos interessa[i].
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 10, 2018 11:17 am

306. Sabemos hoje que a história da evolução dos alimentos e das matérias rejeitadas depois de servirem à assimilação é a essência mesma da fisiologia da permuta material.
A digestão e formação dos tecidos estão compreendidas entre dois limites:
as substâncias alimentícias e as partes constitutivas das secreções.
Assim é que todos os elementos anatómicos do corpo se decompõem para se rejuvenescerem sem cessar.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
307. O oxigénio aspirado passa da boca pela traqueia arterial, esta se ramifica e seus últimos ramúnculos desligados são providos de vesículas laterais e terminais, que só se intercomunicam pelo ramúnculo do tubo aéreo que as contém. Deste tubo, o oxigénio passa às vesículas pulmonares e destas ao sangue, através da parede dupla de vesículas e vasos capilares, até que entra, com o sangue, no coração.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
308. Em seguida, o coração impele o sangue oxigenado a todos os territórios orgânicos, através das artérias da grande circulação, que mantém todo o corpo sob sua dependência.
Finalmente, o oxigénio penetra os tecidos através das paredes de vasos capilares, que rematam as artérias.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
309. Enquanto isso, um fenómeno inverso se verifica.
O ácido carbónico proveniente do sangue e o ar atmosférico aspirado se transformam, segundo a lei das permutas de gases, ao penetrarem as cavernas pulmonares, os brônquios e a própria traqueia.
Depois, o ritmo respiratório, produzindo a retração do peito, expele uma coluna de ar carregado de ácido carbônico.
Uma curta pausa e a essa expiração sucede a aspiração, dilata-se o peito, um ar rico de oxigênio substitui o ar expirado, que perdera uma parte desse oxigénio, e o fenómeno prossegue.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
310. Podemos comparar os pulmões a um banco: o ácido carbónico é entregue à circulação externa, para alimento das plantas, em troca do oxigénio recebido.
O sangue provido de oxigénio escoa-se dos pulmões para o ventrículo esquerdo do coração, daí derivando-se para todos os sectores do organismo.
Começa, então, aí, a combustão geral que, sob a forma de nutrição aqui, de eliminação acolá, vai accionando as primeiras funções.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
311. É possível medir a intensidade de permuta das matérias de um organismo humano pela quantidade de ácido carbónico, água e ureia eliminados em dado tempo.
A rapidez das permutas dá a medida da vida.
Sua maior actividade verifica-se dos 30 aos 40 anos.
Termo médio, é nessa fase que as energias criadoras do homem atingem o apogeu.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
312. Pulmões e rins não são os únicos órgãos eliminadores; a eles devemos juntar a pele e o recto.
Os cabelos que caem, a epiderme que se escama no interior como no exterior, as unhas que aparamos, multiplicam os pontos de eliminação dos princípios azotados.
A actividade eliminatória dos pulmões e dos rins atinge a um quinze avos do peso total das excreções e ultrapassa de muito a dos intestinos.
Quanto maior actividade, mais rápida a eliminação.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
313. Os homens entregues a trabalhos de movimento activo eliminam pela epiderme, em 9 horas, tanto ácido carbónico quanto o correspondente a 24 horas de repouso.
Num cavalo a trote, a eliminação é 117 vezes mais copiosa do que em repouso.
Um parelheiro inglês, que percorrera em 100 horas uma extensão correspondente a 500 horas de marcha ordinária, não perdeu menos de 14 quilos depois do feito.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 10, 2018 11:18 am

314. O trabalho mental fatiga tanto ou mais que o corporal.
A expressão que utilizamos, referindo-nos a criaturas de pensamento ardente, é justa.
Qualquer acréscimo de trabalho espiritual produz aumento de apetite, qual se dá com o intenso trabalho muscular.
O apetite não é mais que o sinal de empobrecimento do sangue e dos tecidos, manifestando-se por meio de uma sensação.
A actividade cerebral, assim como a dos membros do corpo, aumenta a eliminação da pele, dos pulmões, dos rins.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
315. O sangue, por sua vez, abandona constantemente aos órgãos do corpo os seus componentes, que a actividade dos tecidos vai decompondo em ácido carbónico, ureia e água.
Por fim, as matérias excrementícias atravessam continuamente a corrente circulatória para atingir os pulmões, os rins, a pele e o recto, de onde se eliminam.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
316. Preciso se faz, pois, que os tecidos e o sangue experimentem, no curso regular da vida, uma perda de substância só compensada pelo processo alimentar.
Notável a rapidez com que se opera esse intercâmbio de matéria.
A duração média da vida dos que sucumbem de inanição atinge a duas semanas.
Mas, desde que um vertebrado, seja qual for, morra de inanição, o seu corpo terá perdido quatro dez avos do peso normal.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
317. Nos indivíduos alimentados convenientemente, a permuta se opera mais rápida que nos esgotados pela abstinência.
Moleschott e fisiologistas outros acreditaram poder concluir de certos factos que o corpo renova a maior parte de sua substância num período de 20 a 30 dias.
Impondo-se um regime regular, diversos observadores verificaram uma perda, em média, de um vinte avos do seu peso, em 24 horas.
O alimento ingerido e o oxigénio aspirado contrabalançam essa perda.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
318. O sangue, com efeito, não provém apenas das substâncias alimentares, mas, simultaneamente, da alimentação e da respiração.
É uma verdade que mais avulta no concernente aos tecidos orgânicos.
Perdendo o corpo diariamente um doze avos e no Estio um quatorze avos do seu peso, todo o corpo estaria renovado dentro de 12 ou 14 dias.
Pelos resultados obtidos com o último observador, seriam precisos vinte e dois dias.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
319. Liebig deduziu dessa rapidez de permutas uma outra consideração.
Pode-se, sem maior dúvida, atribuir a um homem idoso 24 libras de sangue.
O oxigénio por nós absorvido em 4 ou 5 dias basta para transformar pela combustão todo o carbono e hidrogénio dessas 24 libras de sangue em ácido carbónico e água.
Mas o sangue corresponde mais ou menos a um quinze avos do peso do corpo:
se, pois, 5 dias bastam para substituir o sangue, com a troca dos elementos, pode inferir-se que o corpo inteiro se renova em 25 dias.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
320. Moleschott e Malerf verificaram que corpúsculos de carneiro, profusamente injectados na circulação de rãs, desapareciam completamente ao fim de 17 dias.
Ora, como a permuta nas rãs se opera mais lenta que nos animais de sangue quente, somos levados a crer que os glóbulos vermelhos do sangue humano se renovam totalmente em menos de 17 dias.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
321. O autor de A Circulação da Vidadeclara, portanto, que a concordância dos resultados obtidos, partindo de três pontos de vista diferentes, é uma garantia positiva de veridicidade da hipótese dos 30 dias necessários à renovação completa do organismo.
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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS II

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 10, 2018 11:18 am

Os sete anos que a crença popular fixava a essa operação seriam um exagero colossal.
“Por surpreendente que possa parecer, à primeira vista, essa rapidez – diz – concorda com a experiência em todos os pontos.”
Para Stahl, as andorinhas perdem num dia a gordura aprovisionada durante a noite.
O desenvolvimento das células opera-se, no sangue, em 7 ou 8 horas, a expensas das matérias fornecidas pelo quilo.
De resto, quem ignora bastarem poucos dias para que um homem emagreça a ponto de tornar-se irreconhecível?
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
322. A celeridade das permutas difere de indivíduo para indivíduo.
O homem, a mulher, a criança, o velho, manifestam aptidões diferentes:
assim, o homem tem a propriedade de permutar maior quantidade que a mulher, e o adulto mais que os velhos e as crianças.
O operário e o pensador recompõem o corpo em tempo mais curto que o necessário aos ociosos e inactivos.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
323. Há criaturas de vida acelerada: nelas a esperança, a paixão e o temor, que se transformam rapidamente em confiança e alegria, precipitam a circulação do sangue.
Vivem apressadas, porque depressa se executa o seu metabolismo.
Enquanto se mantém equilibrado o regime de permutas, o corpo não padece alteração no seu aprovisionamento.
É, ordinariamente, esse, o ritmo do adulto, que se altera com os anos, para romper-se na velhice.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
324. Também a digestão vigorosa é privilégio da criança.
A absorção de sólidos e líquidos igualmente se regula, mui rapidamente, no trabalho digestivo.
A acção do oxigénio e a desassimilação dos tecidos, a ela consequente, nunca se interrompem.
Daí resulta, imediata, uma diminuição do suco nutritivo, que se pode verificar não só pelo peso, como por inspecção directa.
Na idade avançada, sofrem tal ou qual depressão, retraem-se.
A córnea achata-se, a miopia atenua-se e pode mesmo chegar ao efeito contrário – à presbiopia.
Os ossos, com a velhice, perdem a elasticidade, de vez que menos ricos d'água, como na mocidade.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
325. Uma vez rompido o equilíbrio, o desgaste dos tecidos se processa inevitavelmente.
O maxilar inferior diminui de volume, o mento se torna considerável, a pele das mãos e do rosto torna-se mais flácida, enruga-se, e aos músculos adelgaçados míngua contratilidade.
Não podem os velhos fletir a medula espinal e a fronte lhes pende para adiante.
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)
326. Também as cordas vocais, como que se tornam mais secas, perdem em flexibilidade e elastério; a voz é rouca, surda, ou metálica e áspera.
Depois dos 50 anos o peso do cérebro também começa a diminuir.
Tudo deve contribuir, na velhice, para avolumar a desproporção entre a sanguificação e a desassimilação.
Com a matéria, a força decresce.
Suavemente, aproxima-se o fim; a morte é um esgotamento resultante do empobrecimento material. [ii]
(Deus na Natureza – Segunda Parte. A Vida.)

[ i ]    Brief – Kreislauf des Lebens, 12º.
[ii]    Eis como se exprime Moleschott, sem uma palavra que venha coroar a aridez dessa descrição.
Pedimos licença para compará-la ao fecho de capítulo análogo, de outro fisiologista alemão – Schleiden – e perguntar para que lado pendem as aspirações da alma.
“Nossa percepção da vida e da morte – diz este – torna-se, na velhice, outra. que não a da mocidade.
Os elementos acumulam-se no corpo, progressivamente; os órgãos flácidos, flexíveis, enrijam-se, ossificam-se, recusam-se a trabalhar; a Terra atrai o corpo sempre maiormente, até que a alma fatigada desse constrangimento lhe abandona o invólucro já insustentável.
Abandona o corpo de barro, nascido do pó, à combustão lenta, a que chamamos putrefacção.
Só a alma, imortal e incorruptível, deixa a servitude das leis materiais e volve-se ao Regulador da liberdade espiritual.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty O Espiritismo responde

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 10, 2018 9:14 pm

por Astolfo O. de Oliveira Filho

Um companheiro de lides espíritas pede-nos que façamos um resumo do que nos ensina o Espiritismo acerca dos temas fatalidade e livre-arbítrio.
Antes de mais nada, lembremos que Allan Kardec escreveu sobre o assunto um texto explicativo muito claro e que deveríamos ter sempre à mão.
O leitor o encontrará no item 872 d´O Livro dos Espíritos.
Pinçamos desse texto alguns trechos que atenderão, com certeza, à expectativa do nosso companheiro e dos leitores desta revista:
- O homem não é fatalmente conduzido ao mal; os actos que pratica não "estavam escritos"; os crimes que comete não são o resultado de um decreto do destino.
- A pessoa pode, como prova ou como expiação, escolher uma existência em que se sentirá arrastada para o crime, seja pelo meio em que estiver situada, seja pelas circunstâncias supervenientes.
Mas será sempre livre de agir como quiser.
- O livre-arbítrio, quando estamos desencarnados, consiste na escolha da existência e das provas que deveremos enfrentar na existência corpórea seguinte.
Essa escolha é feita segundo o grau de perfeição que tenhamos atingido.
- Uma vez reencarnados, o livre-arbítrio se manifesta na faculdade que todos temos de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente nos submetemos.
Se a pessoa cede, sucumbirá nas provas que ela mesma escolheu.
Se resiste, avançará para novos desafios.
- No retorno à existência corpórea trazemos, evidentemente, nossa bagagem espiritual e com ela nossas tendências, boas ou más.
Cabe à educação dar-nos os meios de combater as más tendências, e ela o fará de maneira eficiente quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem.
- A fatalidade, como vulgarmente entendemos, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os acontecimentos da vida, qualquer que seja a sua importância.
Se as coisas fossem assim, o homem não passaria de um robô e, como tal, destituído de vontade.
- A fatalidade não é, entretanto, uma palavra vã, e realmente existe no tocante à posição do homem na Terra e às funções que nela desempenha, como consequência do género de existência que seu Espírito escolheu, a título de missão, prova ou expiação.
- Somente na morte é que o homem é submetido, de uma maneira absoluta, à inexorável lei da fatalidade, porque ele não pode fugir ao decreto que fixa o termo de sua existência, nem ao género de morte que deve interromper-lhe o curso.
- A fatalidade é, portanto, fruto de uma escolha pessoal, razão pela qual sofremos, de maneira fatal, todas as vicissitudes da existência programada e todas as tendências que lhes são inerentes, cientes de que dependerá sempre de nossa vontade ceder ou não ao mal.
- Os detalhes dos acontecimentos da vida estão na dependência das circunstâncias que a própria pessoa provoque com seus actos, e sobre os quais podem influir os Espíritos, através dos pensamentos que lhe sugerem.
- A pessoa que procura agir sempre no bem poderá poupar-se a muitas dores, algo que Pedro deixou muito claro ao escrever à comunidade cristã que “a caridade cobre a multidão dos pecados”
(1ª Epístola de Pedro, 4:8).

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Espiritualidade e mistério: ainda faz sentido tal percepção?

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 11, 2018 10:16 am

Dois pesquisadores neozelandeses recentemente asseveraram num estudo publicado no Eletronic Journal of Business Ethics and Organization Studies que “Espiritualidade é mistério”.
Cumpre esclarecer inicialmente que essa frase aparece meio, digamos, solta no contexto geral do texto.
No entanto, ela merece, mesmo assim, uma reflexão mais profunda à luz das revelações dos Espíritos e do cabedal de conhecimentos compilados pelo Espiritismo.
Imaginamos o frisson causado pela experiência das irmãs Fox com o Espírito Charles B. Rosma, ocorrida a partir de 31 de março de 1848, no condado de Hydesville, em Nova York.
Essas comunicações – essencialmente entre “vivos e mortos” – inauguraram uma nova fase nesse campo.
A bem da verdade, a relação entre membros dos dois planos da vida sempre existiu.
Mas é inegável que esse episódio despertou uma curiosidade provavelmente nunca antes vista.
Como se sabe, anos depois Allan Kardec encetou investigações sobre o assunto com extremo critério e seriedade, extraindo daí conclusões reveladoras para a humanidade acerca da vida espiritual.
O seu iluminado Pentateuco é o resultado desse esforço.
Por sua vez, a ciência contemporânea interpreta o construtor da espiritualidade como algo multifacetado.
De facto, há muitos ângulos de observação para analisá-lo e percebê-lo.
Nesse sentido, os cientistas têm sido bem-sucedidos em definir e/ou captar o sentido do termo, como ele é percebido pelas pessoas e a sua conotação prática.
No entanto, há o seu aspecto mais transcendente e que já foi também suficientemente explicado, embora pouquíssimo explorado pela academia.
Por isso, é vital não se perder de vista tal aporte de conhecimento de natureza transcendental para embasar melhor as conclusões.
Mais ainda, é imprescindível ir mais fundo no assunto para se evitar conjecturas infundadas e ilações inconsistentes diante das abundantes evidências já mapeadas e da própria lógica.
Portanto, decorridos exactos 160 anos da publicação da 1ª edição de O Livro dos Espíritos, não é mais cabível emitir tal tipo de afirmação, especialmente em publicação científica.
Há que se reconhecer as dificuldades que a ciência tem para esmiuçar os fenómenos espirituais, a despeito do avanço das investigações concernentes aos efeitos da mediunidade.
Mesmo assim parece-me pouco crível que instrumentos eminentemente materiais - e métodos de pesquisa correspondentes - possam vislumbrar por inteiro os aspectos espirituais que nos cercam – pelo menos por ora.
Desse modo, chega a um ponto que a ciência tradicional não consegue avançar e, assim, temos que aceitar os seus limites de investigação.
Diante de tal facto, é preciso buscar a elucidação por vias indirectas e aceitar o que não se encaixa exactamente no chamado mainstream.
É preciso abrir a mente para outras possibilidades talvez mais reveladoras.
Caso contrário, o pesquisador continuará falhando no propósito de desvendar os enigmas.
O tema da espiritualidade é típico desse cenário.
Graças à intervenção divina já temos pleno conhecimento do que nos aguarda do lado de lá – aceite a ciência ou não.
Em outras palavras, o repto de “a cada um segundo suas obras” deve ser considerado como um alerta sincero – aliás, de quem nos ama verdadeiramente - para que nos conduzamos direito pelas veredas da vida.
A expressão de que “na casa do Pai há muitas moradas” está estribada nos relatos de quem nelas vivem.
A fonte epistémica espírita identificou que, de facto, há inúmeras cidades e dimensões do lado de lá abrigando Espíritos de todos os matizes evolutivos.
A vida vibra por toda parte e o imperativo do progresso atinge a todas as criaturas.
Todos nós temos necessidades espirituais e, assim sendo, temos que alimentar as nossas almas com o conhecimento libertador, isto é, aquele que nos revela as razões das coisas.
É preciso vasculhar essas fontes e integrar as suas descobertas em nossos corações e mentes para que reflictamos condutas elevadas.
O Espiritismo tem cumprido um papel notável nesse particular.
Como disse Jesus, “... nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido” (Lucas, 12: 2).
É evidente que ainda não sabemos tudo.
A revelação do conhecimento vem de acordo com a maturidade psicológica e intelectual da humanidade.
Mas pelo que já é possível deduzir, o mistério da espiritualidade, no seu aspecto mais básico, já foi devidamente esclarecido há muito tempo pelas mensagens reluzentes do Consolador Prometido.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Suicídio em terras britânicas e a visão do Espírito imortal

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 11, 2018 9:22 pm

Os números são assustadores.
Universidades se unem a instituições caritativas do Reino Unido para buscar uma solução para o crescente número, considerado alarmante, de jovens e mesmo crianças que buscam livrar-se de seus problemas, pelas portas do suicídio.
Sempre que possível, a nossa BUSS busca somar esforços no apoio em algum projecto ou algo que possa beneficiar a comunidade.
Desde setembro de 2016 acontecem, a cada quatro meses, reuniões na sede da BUSS com os responsáveis pela Alliance For Childhood (AFC) no Reino Unido.
Essa instituição se desenvolveu muito bem no Brasil, Estados Unidos, Bélgica e UK.
O objectivo é dar condições de a criança ser criança em ambientes saudáveis, que possibilitem interacção com suas famílias, escolas, comunidades, enfim, que a criança possa ter mais diálogo com os adultos.
Soma-se aos demais órgãos de UK que estão também neste processo, a AFC, onde sempre é chamada a participar de reuniões, trazendo o cuidado e alerta nos planeamentos de construções residenciais/comerciais nas cidades, roubando o espaço do verde, destruindo os locais de brincadeiras, lazer, pátios, playgrounds e transformando em construções frias, concreto, distanciando o lazer das pequenas vidas, sem levar em conta que a vida se desenvolve e as crianças estão a cada dia perdendo espaços para os videogames em ambientes fechados sob luz artificial, sem diálogo, sem respirar o ar que já não se pode dizer que é puro, do lado de fora de suas casas.
Em nossa última reunião de planeamento com a AFC (Alliance For Childhood) visando ao bem-estar no lazer para a criança, coordenado por Marion Briggs, um assunto da pauta chamou-me a atenção.
Falamos em um fórum para ouvir os jovens, dar oportunidade a esses jovens que venham a falar sobre o que os aflige, ganhar suas confianças, e tentar minimizar ao máximo os medos internos de cada um.
É muito sério o suicídio por causa de bullying.
Uma das colaboradoras que estavam presentes é a Emma Stow, cujo texto na última AFC Newsletter encantou-me.
Parte de seu artigo transcrevo nesta crônica que se converte neste momento num assunto que bate à porta de todas as famílias, ricas ou pobres, seja em qualquer ponto das terras de além-mar.
Além disso em reunião com Emma, ela insiste em que os jovens precisam de ajuda da espiritualidade.
Sei por experiência própria que esse assunto não pode entrar em nenhuma terapia, da parte do dialogador, do facilitador, haja vista o respeito à não aceitação da palavra religião.
Aceita-se a palavra “Spirituality” mas não se fala em “Religion”.
Eu tenho comigo que se os terapeutas e médicos psiquiatras do mundo não se dissociassem do terapeuta Jesus, o avanço nos assuntos de esquizofrenia, suicídio, entre outros, seria muito grande e em tempo recorde, e não seriam os pacientes entorpecidos com tantos medicamentos psiquiátricos que causam às vezes mais dano do que ajudam, sobretudo nos casos de obsessão, isto é, mente influenciando mente.
Considero a proposta de Emma Stow um tanto espiritual camuflada, em ouvir o jovem, dialogar, dar o atendimento espiritual de que precisa, sem que o jovem perceba.
Buscar espaços de lazer e diálogo, montar e treinar essas pessoas totalmente fora de qualquer influência religiosa é um passo muito importante neste país.
“... Este é um chamado poderoso para ouvir jovens e para atender às suas necessidades no momento crucial de transição para a idade adulta.
Inspiring Youth ou A Juventude Inspiradora concentra-se na busca de explorar caminhos para introduzir uma nova maneira cultural onde as nossas crianças e jovens sejam ouvidos.
Onde a base de tudo seja saudável, emocional, e espiritualmente seja priorizada, onde os jovens possam conhecer seus próprios recursos internos para dar um passo com confiança em um mundo onde sua voz e a sua visão de mundo são necessárias para guiar-nos através das mudanças planetárias com as quais nos enfrentamos, entendendo-os um pouco melhor.
Apoiar os jovens para que eles possam ter seus lugares assegurados, serem ouvidos de facto, são partes essenciais nestas mudanças no mundo em transição...”
Uma gota de água no oceano é uma gota de água.
Pensar na criança com amor, em seu futuro, pensar no jovem e que se possa atendê-lo com espiritualidade será um projecto que eu gostaria de acompanhar e dele trazer, aos leitores, seu desenvolvimento e aplicação.

Elsa Rossi, radicada em Londres, é membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional (CEI) e coordenadora do CEI para a Ásia e Oceania.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Opinião Espírita (Parte 7)

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 12, 2018 10:46 am

Damos continuidade nesta edição ao estudo sequencial do livro Opinião Espírita, obra lançada pela FEB em 1963, com textos de autoria de Emmanuel e André Luiz, psicografados, respectivamente, pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

Questões preliminares

A. A conduta é mais importante que a palavra?
Sim. A palavra, a ideia, a opinião atraem, mas a conduta arrasta.
Em face disso, propõe-nos André Luiz que exercitemos a bondade e a paciência, a alegria e a fé, por companheiras da alma, levantando o ânimo e fortalecendo os corações que nos partilhem a marcha.
(Opinião Espírita, cap. 23: Segundo o Espiritismo.)

B. Qual a observação feita por André Luiz sobre o personalismo?
Segundo ele, o personalismo é porta subtil para a vaidade.
É por isso que devemos direccionar para Jesus, nosso Mestre, as atenções e os agradecimentos, a confiança e a reverência de todas as criaturas que mourejam nas tarefas do bem.
(Opinião Espírita, cap. 23: Segundo o Espiritismo.)

C. Devemos assegurar a simplicidade dos princípios espíritas em nossas instituições doutrinárias?
Claro que sim, evitando desse modo que sejam introduzidas nos centros espíritas práticas estranhas à simplicidade que lhes vige na base.
Proceder assim não é fanatismo nem rigorismo de espécie alguma.
Certamente devemos respeitar as opiniões alheias, mas não podemos aceitar nem abraçar tudo quanto nos sugerem os novidadeiros.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)

Texto para leitura

124. Segundo o Espiritismo – Nossa vida reflecte-se sobre todas as vidas que nos rodeiam.
Acata as leis que dirigem a experiência colectiva, sem esquecer-te de que o comportamento da pessoa interessada em burilar-se moralmente é sempre mais observado e seguido pelos outros.
(Opinião Espírita, cap. 23: Segundo o Espiritismo.)
125. A riqueza inaproveitada cria a miséria.
Aperfeiçoa a paisagem onde estejas situado, com os melhores recursos da aprendizagem humana, recordando que estás em trânsito, nessa ou naquela propriedade que a Sabedoria Divina pode fazer passar de mão em mão.
(Opinião Espírita, cap. 23: Segundo o Espiritismo.)
126. A existência no corpo terrestre, por mais longa, é instante breve à frente da Eternidade.
Certifica-te de que os minutos não nos esperam para a consecução desse ou daquele acontecimento.
(Opinião Espírita, cap. 23: Segundo o Espiritismo.)
127. A opinião atrai, mas a conduta arrasta.
Elege a bondade e a paciência, a alegria e a fé, por tuas companheiras da alma, levantando o ânimo e fortalecendo os corações que te partilhem a marcha, a fim de que a sinceridade e a pureza se façam a luz na tua estrada cristã.
(Opinião Espírita, cap. 23: Segundo o Espiritismo.)
128. Do auxílio individual surge a grandeza do esforço colectivo.
Busca dentro das próprias possibilidades os ideais e as opiniões favoráveis à melhoria das normas de trabalho nas organizações a que te filies.
(Opinião Espírita, cap. 23: Segundo o Espiritismo.)
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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS II

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 12, 2018 10:47 am

129. O personalismo é porta subtil para a vaidade.
Faz confluir para Jesus, Nosso Divino Mestre, as atenções e os agradecimentos, a confiança e a reverência de todas as criaturas que mourejam nas tarefas do bem.
(Opinião Espírita, cap. 23: Segundo o Espiritismo.)
130. Práticas estranhas – Muitos, companheiros, sob a alegação de que todas as religiões são boas e respeitáveis, julgam que as tarefas espíritas nada perdem por aceitar a enxertia da práticas estranhas à simplicidade que lhes vige na base, lisonjeando indebitamente situações e personalidades humanas, supostamente capazes de beneficiar as construções doutrinárias do Espiritismo.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)
131. No entanto, examinemos, sem parcialidade, a expressão contraditória de semelhante atitude, analisando-a, na lógica da vida.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)
132. Criaturas de todas as plagas dos Universos são filhas do Criador e chegarão, um dia, à perfeição integral.
Mas, no passo evolutivo em que nos achamos, não nos é lícito estar com todas, conquanto respeitemos a todas, de vez que inúmeras se encontram em experiências diametralmente opostas aos objectivos que nos propomos alcançar.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)
133. Não existem caminhos que não sejam viáveis e todos podem conduzir a determinado ponto do mundo.
Contudo, somente os viajores irresponsáveis escolherão perlustrar atalhos perigosos e desfiladeiros obscuros, espinheiros e charcos, no Dédalo de aventuras marginais, ao longo da estrada justa.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)
134. Indiscriminadamente, os produtos expostos num mercado são úteis.
Mas sob a desculpa do acatamento que se deve a todos, não nos cabe e sem qualquer consideração para com a própria saúde.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)
135. Águas de qualquer procedência liquidam a sede.
No entanto, com a desculpa de que todas são valiosas, não é aconselhável se beba qualquer uma, sem qualquer preocupação de limpeza, a menos que a pessoa esteja nas vascas da sofreguidão, ameaçada de morte pelo deserto.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)
136. Sabemos que a legislação humana obtida à custa de sofrimento estabelece a segregação dos irmãos delinquentes para o trabalho reeducativo; sustenta a polícia rodoviária para garantir a ordem da passagem correta; mantém fiscalização adequada para o devido asseio nos recursos destinados à alimentação pública e cria agentes de filtragem para que as fontes não se façam veículos de endemias e outras calamidades que arrasariam populações indefesas.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)
137. Reflictamos nisso e compreenderemos que assegurar a simplicidade dos princípios espíritas, nas casas doutrinárias, para que as suas actividades atinjam a meta da libertação espiritual da Humanidade não é fanatismo e nem rigorismo de espécie alguma, porquanto agir de outro modo seria o mesmo que devolver um mapa luminoso ao labirinto das sombras, após séculos de esforço e sacrifício para obtê-lo, como se também, a pretexto de fraternidade, fôssemos obrigados a desertar do lar para residir nas penitenciárias; a deixar o caminho certo para seguir pelo cipoal; a largar o prato saudável para ingerir a refeição deteriorada e desprezar a água potável por líquidos de salubridade suspeita.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)
138. Em Doutrina Espírita, pois, é compreensível afirmar que é certo respeitar tudo e beneficiar sem complicar a cada um de nossos irmãos, onde quer que se encontrem, mas não podemos aceitar tudo e nem abraçar tudo, a fim de podermos estar certos.
(Opinião Espírita, cap. 25: Práticas estranhas.)

(Continua no próximo número.)

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty A planta maldita

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 12, 2018 9:14 pm

A meninada estava eufórica.
Vovó Lúcia reuniu os doze netos e anunciou:
- Comprei uma fazenda.
Fica a menos de vinte quilómetros da cidade e a pouco mais de meia légua da estrada principal.
Vou mandar fazer uma reforma na casa grande, uma limpeza no riacho, um banho de bica e quadras para jogos.
- Uma boa, vó Lúcia!
Nossos fins de semana serão ainda mais animados - comentou Eulália, a neta de quatorze anos.
O tempo que antecedeu à inauguração foi de ansiedade, de planos, de sonhos.
Convidariam os colegas, organizariam corrida de saco, quebra-pote, cabra-cega, jogos de vôlei, torneios de futebol.
O grande dia chegou.
Vovó Lúcia exultava, observava cuidadosamente a meia centena de crianças esbanjando energias numa explosão de contentamento.
À tardinha, durante uma acirrada partida de futebol entre os de camisa azul e os de vermelha, a bola, seguida pelo esperto Rubinho, ganhou distância indo alojar-se numa touceira, longe dos limites do campo.
De repente, um grito lancinante.
Rubinho, apresentando vergões avermelhados nos braços e nas pernas, contorcia-se em desesperado pranto.
A moita era de cansanção, erva peluda de grande toxidez.
Muito contrariada, vovó Lúcia, sem poder conter a revolta, resmungava dizendo não aceitar a existência da “planta maldita” e de outras coisas nocivas.
No seu entender, houve uma perversão da natureza por um cochilo de Deus.
Seu Dadá, o encarregado da limpeza do sítio, em tom conciliador, tentava convencê-la de que tudo na natureza é obra de Deus, tem sua função, é necessário, só precisa o homem descobrir sua utilidade.
No dia seguinte, a zelosa senhora ordenou que fossem arrancados e queimados todos os pés de cansanção, urtiga, tamearana e de qualquer outra erva que provocasse reacções cutâneas dolorosas.
Em sua propriedade, jamais subsistiriam plantas daquele tipo.
Era uma determinação.
Em pouco tempo, o jardim e a horta da vovó Lúcia estavam sendo dizimados por cotias e coelhos silváticos vindos da mata contígua.
De nada valeram iscas envenenadas, armadilhas, cercas de estacas protegidas com tapumes de palhas de coqueiro.
Os roedores destruíam, principalmente, as plantações de batata e de cenoura.
Seu Dadá, profundo conhecedor da sabedoria popular, chamou a si a responsabilidade de combater a praga e pediu licença para resolver o problema a seu modo.
Em quatro meses, horta e jardim voltaram a exibir a exuberância das flores e das verduras, propiciando fartas colheitas.
Chamado a explicar o “milagre”, seu Dadá justificou:
- A natureza não erra, ela não pode ser ofendida, precisa ser respeitada.
O homem não deve “matar” o que Deus fez, basta deixar no lugar certo.
Intrigada com o discurso do morador, vovó Lúcia replicou, cheia de curiosidade:
- Sim, concordo, mas quero saber o que, de facto, foi feito para que os detestáveis bichinhos sumissem.
- A patroa me desculpe, desobedeci à ordem de vossemecê.
Do outro lado da cerca, sonde os meninos não vão, fiz uma “cerca viva” de cansanção com sementes que arranjei longe daqui.
Os pelos da “planta maldita” queimam e ferem os focinhos dos bichos e eles fogem.
- Muito bem, seu Dadá, agora entendo...
O senhor fez ressurgir o que a ciência chama de “equilíbrio ecológico” e que eu, em minha ignorância e prepotência, havia destruído.
O senhor é que está certo!
Dou minha mão à palmatória!
O assunto ficou encerrado, entretanto o rústico trabalhador da terra, ferrenho defensor da natureza, cresceu no conceito da vovó Lúcia, que passou a comentar:
- Até quando os homens desconhecerão e desrespeitarão as leis da natureza?
Até quando Deus - a infinita sabedoria - será desconsiderado por nossa tola presunção?
Responderemos à vovó Lúcia.
Malgrado nossa rebeldia, a cada nova encarnação, aprendemos um pouco dos muitos “mistérios” que envolvem a humanidade.
A cada nova experiência a que o Espírito se submete no corpo material, ele adquire mais conhecimentos e sobe um degrau na grande escala evolutiva a caminho da perfeição.
Por tudo isso, Jesus asseverou:
“Em verdade, em verdade, digo-te:
Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”.
Indubitavelmente, a reencarnação é factor imprescindível para o progresso espiritual.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty O melhor pai do mundo

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2018 12:58 pm

Carlinhos, um menino muito arteiro, entrou em casa sentindo-se chateado.
Estava no quintal jogando bola com os amigos e, sem querer, quebrou o vidro de uma das janelas.
O pai, que lia o jornal na varanda, percebeu o que tinha acontecido.
Levantou-se na mesma hora e foi chamar a atenção do filho:
— Meu filho, tenha cuidado!
Não chute a bola com muita força.
Você quebrou um vidro da nossa janela.
E se fosse da casa do vizinho?
Seu pai teria que pagar!
E se você tivesse machucado alguém?
— Mas, papai, eu não tive culpa!
— Seja como for, você causou um prejuízo e descontarei da sua mesada.
Entrando na cozinha, Carlinhos sentou-se numa cadeira, revoltado.
Maria, a empregada de sua mãe, que enxugava umas louças, perguntou:
— O que foi desta vez, Carlinhos?
— Meu pai brigou comigo só porque quebrei o vidro de uma janela.
Disse que vai descontar da minha mesada.
Sempre a culpa é minha!
Tudo eu! Tudo eu!
Maria, que gostava muito do menino, com carinho respondeu:
— Carlinhos, todos temos que ser responsáveis pelas nossas acções.
E seu pai estava apenas tentando ensinar-lhe responsabilidade, disciplina e respeito às coisas alheias.
— Maria, mas ele briga comigo o tempo todo!
Para tomar banho, fazer a tarefa da escola, arrumar os brinquedos.
Ufa! Estou cansado!
Gostaria de ter outro pai.
Olha, Maria, acho que nem vou dar presente a ele nos Dia dos Pais.
— Ele faz isso por amor, Carlinhos.
E não é verdade que seu pai chama sua atenção o tempo todo. Pense bem!
Carlinhos, já mais calmo, pensou um pouco e concordou.
Lembrou-se de todas as vezes que o pai o tinha levado para passear, pescar, tomar sorvete, andar de bicicleta, ao parque de diversões.
Todas as vezes que o pai tinha chegado cansado do serviço, mas se sentara para lhe ensinar os deveres da escola, que ele não conseguia fazer sozinho.
Mais ainda: lembrou-se das vezes que o pai tinha entrado na ponta dos pés em seu quarto para desejar-lhe boa-noite.
— Você tem razão, Maria.
Meu pai se preocupa comigo.
E Maria, que era uma mulher muito sofrida, colocou a mão da cabeça dele, sentou-se a seu lado e disse:
— Vou-lhe contar uma história, Carlinhos.
Tem um rapaz que, desde pequeno, foi muito peralta, fazia coisas erradas, brigava com os vizinhos, não respeitava as pessoas, porém nunca teve alguém que o ensinasse.
A mãe o amava muito e, como o menino já não tinha pai, ela não queria que ele sofresse.
E assim, sempre desculpava tudo o que o filho fazia, cercando-o de cuidados e de atenções.
Nunca acreditava nas professoras da escola e nem nas pessoas que vinham alertá-la sobre o péssimo comportamento do filho.
Um dia, ele começou a roubar.
No começo, eram pequenos furtos, depois passou a roubar coisas maiores, aparelhos de som, televisores e até carros.
Carlinhos ouvia com os olhos arregalados de espanto:
— E depois? — perguntou, interessado.
— Depois, acabou sendo preso.
A mãe lamenta até hoje não ter dado a educação que ele precisava.
O menino estava impressionado.
— Você o conhece, Maria?
Com os olhos húmidos ela respondeu:
— Conheço sim, Carlinhos.
Esse rapaz é meu filho.
Somente naquele momento o garoto percebeu que, embora Maria trabalhasse na sua casa desde que ele tinha nascido, nada sabia da vida dela.
Maria parou de falar, enxugou os olhos no avental, e completou:
— Por isso, agradeça a Deus todos os dias, Carlinhos, por ter um pai que se preocupa com você e que o ama muito.
Se eu me tivesse preocupado em dar uma boa educação e orientações religiosas a meu filho, provavelmente hoje ele seria diferente.
Carlinhos, muito sério, lembrou:
— É por isso que o papai e a mamãe sempre dizem que o Evangelho de Jesus nos ajudará a sermos pessoas melhores.
— Isso mesmo, Carlinhos.
Porém, na época, eu não sabia.
Voltando das compras, a mãe entrou em casa e Carlinhos correu ao seu encontro.
— Mamãe! Mamãe!
Precisamos comprar o presente do papai!
— Calma, meu filho!
Mas o que aconteceu para você estar assim tão ansioso?
— É que eu descobri que tenho um pai maravilhoso! O MELHOR PAI DO MUNDO!

TIA CÉLIA

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty A encruzilhada

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 13, 2018 8:57 pm

Nos momentos de grandes dificuldades que encontramos naturalmente em nossa jornada pela Terra, planeta de provas e expiações, onde não se faz turismo, mas, sim, onde evoluímos através de provas e ou expiações, estamos diante de um perigo.
Não nos referimos aos riscos que a situação difícil possa representar, mas a outro tipo de problema representado pela interpretação e reacção que possamos ter diante do sofrimento, seja ele de que natureza for.
Francisco de Assis, por exemplo, contraiu a malária numa época em que recurso nenhum contra esse mal a humanidade dispunha.
Enfrentou a febre e os demais sintomas característicos dessa enfermidade de uma forma nua e crua, para nos valermos da expressão popular.
Da mesma forma, Francisco contraiu o tracoma, grave infecção ocular, também numa época em que de nada se dispunha no combate a essa doença.
Foi socorrido, se assim podemos nos expressar, por um ferro em brasa que queimou-lhe a vista comprometida no intuito de curar-lhe a enfermidade. Podemos considerar que o remédio fez um estrago maior do que a própria doença.
Isso apenas como uma pequena amostra do que padeceu Il poverello, sem entrarmos no mérito das demais dificuldades enormes que enfrentou sem revoltar-se contra o sofrimento e muito menos contra o Criador.
Madre Teresa de Calcutá, que iluminou a história da humanidade com a sua entrega aos esquecidos pelo mundo, padecia de uma terrível dor de cabeça que não lhe dava sossego.
No entanto, a força desse Espírito de escol foi sempre maior do que a própria doença, não a impedindo de praticar a caridade de forma incondicional.
Nunca vacilou ou entregou-se à revolta contra Deus, abandonando a tarefa de inestimável valor que trouxe como compromisso em sua última estada entre os homens.
Chico Xavier também foi outro exemplo vivo de fidelidade a Jesus, apesar de todos os sofrimentos e dificuldades que lhe repontaram pelo longo caminho de sua última existência no mundo dos encarnados.
Para quem conhece Divaldo pessoalmente ou através de suas várias bibliografias, sabe que esse tarefeiro também não foge à regra de enfrentar dificuldades que conhecemos e, principalmente, aquelas que desconhecemos.
Os Espíritos evoluídos se caracterizam por não alardear os problemas que os visitam persistentemente.
É que consideram as dificuldades como verdadeiras cercas vivas de Deus a mantê-los fiéis ao rebanho do Divino Pastor.
Por que será que temos imensas dificuldades em agir da mesma forma?
Nos primeiros embates que se nos apresentam nos colocamos numa encruzilhada:
aceitar o sofrimento entendendo que eles não erram de endereço devido ao facto da Justiça maior jamais falhar, ou nos entregamos aos protestos através das blasfémias que no fundo representam uma revolta contra o próprio Criador.
Se ganhamos um carro numa rifa; se concretizamos uma viagem de nossos sonhos; se trocamos nosso carro velho por um com zero quilómetro; se acertamos os números da loteria; se a saúde não nos falta; se tudo transcorre em paz em nosso lar; se os filhos percorrem o bom caminho; se, em resumo, tudo vai bem, quando conseguimos nos lembrar de Deus, temo-Lo como nosso grande e bom amigo.
Entretanto, se as coisas vão mal, se não seguem o rumo que desejamos, o primeiro a ser lembrado é a figura do Criador.
Rapidamente nos deslocamos do momento tranquilo para a referida encruzilhada onde, na maioria das vezes, optamos pela descrença, pela desistência de nossa fé, acusando a Deus como o grande culpado pelo mal que nos atinge.
Vamos recorrer a Emmanuel em uma página do livro Palavras de Vida Eterna, capítulo 117, denominado Espera por Deus:
Não julgues o sofrimento por mal.
A tempestade carreia a higiene da atmosfera.
A doença do corpo é renovação do espírito.
Em todos os sucessos desagradáveis e em todas as condições adversas da existência, acalma-te e aguarda a intervenção da Infinita Bondade.
Quantas vezes teremos que renascer para não chegarmos à encruzilhada emocional citada anteriormente e aplicarmos perante os obstáculos da existência esses ensinamentos de Emmanuel?
Quantas reencarnações demandaremos para entender que Deus está sempre presente em nossas vidas, principalmente nos momentos de dificuldades maiores?
Não é na ocasião da enfermidade grave que a mãe vela mais intensamente à cabeceira do filho?
Quando assim sentirmos e procedermos, a encruzilhada desaparecerá de nossa estrada e continuaremos firmes no caminho do bem, sem a necessidade de optarmos por nenhum outro percurso a não ser permanecermos confiantes no roteiro que nos foi proposto por Ele!

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Entre os Dois Mundos (Parte 4)

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2018 11:51 am

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco no ano de 2004.

Questões preliminares

A. É verdade que, em sua fala aos trabalhadores, Policarpo fez grave crítica ao comportamento das religiões ditas cristãs?
Sim. Segundo ele, as doutrinas que se derivaram do pensamento do Mestre, nas suas variadas denominações, comportam-se presas aos interesses das aparências e aos compromissos materiais, quase que indiferentes aos objectivos essenciais de iluminação das consciências, a que se destina a mensagem libertadora.
O dinheiro exerce fascínio nos seus altares e palcos de exibição das misérias orgânicas, emocionais e espirituais dos seus fiéis, apresentan­do espectáculos esdrúxulos, de forma que atraiam desatentos e ansiosos pelo poder, pela solução dos problemas externos, sem respeito pela criatura humana em si mesma.
(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

B. Quanto aos devotos que buscam actualmente os templos religiosos, que disse Policarpo?
Ele mencionou que os templos encontram-se abarro­tados de devotos aparentes, em negociações incessantes em favor do bezerro de ouro cultuado no século, deixando à margem a responsabilidade e o dever para consigo mesmo, para com o próximo e para com Deus, embora o Seu Nome seja enunciado a cada momento, numa atordoante competi­ção com o de Satanás.(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

C. Com vistas à preparação do nosso orbe, a caminho da regeneração, que providências a espiritualidade vem tomando?
Diz Policarpo que de diferentes esferas próximas do orbe, a cada mo­mento, mergulham nas sombras do mundo físi­co missionários da Ciência e da Tecnologia, do Pensamento e das Artes, da Fé religiosa e da Caridade, a fim de modi­ficarem a sociedade, com a finalidade de instaurar, ainda neste século, o pe­ríodo da beleza, da religiosidade, da cultura plenificadora, da harmonia. (Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

Texto para leitura

54. A mensagem de convocação – No clima de alta espiritualidade em que todos se encontravam, o público foi tomado de incontida alegria quando assomou, da parte posterior do cenáculo deslumbrante, Policarpo, o venerando mensageiro. Usando a tribuna, ressumando beleza e visivelmente comovido, ele saudou a todos:
– Eu vos desejo a paz incomparável de Jesus de Nazaré!
(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

55. O orador, em seguida, falou:
– Vivemos, na Terra e nas esferas espirituais que a circundam, o momento histórico aguardado por todos aqueles que estamos vinculados ao Consolador prometido por Jesus.
Cumprindo a tarefa para a qual veio ao Planeta – actu­alizar os ensinos do Mestre, repetir-lhe as lições, dizer coisas novas que no Seu tempo não seriam compreendidas – expande-se como formosa primavera de bênçãos após invernia calamitosa e antes do verão devastador.
Avançando com o ritmo do conhecimento nas mais diversas áreas, predispõe-se a enfrentar as rudes batalhas que se multiplicarão destruidoras.
Como se pode observar, a criatura humana aturde-se no torvelinho da matéria, em face da loucura que toma as massas e envilece os espíritos.
Tresvariadas, a Ética e a Moral são substituídas por novos códigos de conduta, que se atêm ao gozo extenuan­te e ao prazer fugaz.
Sucedem-se os volumosos caudais de existências arrebatadas pela ilusão, numa volúpia de imediatismo corporal, como se a vida estivesse apenas reduzida ao fenómeno orgânico.
(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)[/i]
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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS II

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2018 11:53 am

56. Policarpo calou-se, por um momento, a fim de facultar ao público a absorção plena dos conceitos enunciados, dando prosseguimento:
– As doutrinas que se derivaram do pensamento do Mestre que viveu todos os ensinos que transmitiu, nas suas variadas denominações, comportam-se presas aos interesses das aparências e aos compromissos materiais, quase que indiferentes aos objectivos essenciais de iluminação das consciências, a que se destina a mensagem libertadora.
O dinheiro exerce fascínio nos seus altares e palcos de exibição das misérias orgânicas, emocionais e espirituais dos seus fiéis, apresentan­do espetáculos esdrúxulos, de forma que atraiam desatentos e ansiosos pelo poder, pela solução dos problemas externos, sem respeito pela criatura humana em si mesma.
Nenhuma consideração demonstram pela miséria, distanciando-se da caridade e do amor aos infelizes, deles utilizando-se apenas para exibir as caricatas demonstrações milagreiras, sem sentido, nem finalidade.
Os templos religiosos da Terra encontram-se abarrotados de devotos aparentes, em negociações incessantes em favor do bezerro de ouro cultuado no século, deixando à margem a responsabilidade e o dever para consigo mesmo, para com o próximo e para com Deus, embora o Seu Nome seja enunciado a cada momento, numa atordoante competição com o de Satanás.
Um olvido proposital a respeito das graves problemáticas humanas abre espaço para a manutenção da frivolidade e do bem-estar existencial, sob o empenho do valioso património espiritual.
A intoxicação mental pelos vapores dos vícios arrasta milhões de incautos aos porões da angústia e da depressão, da ansiedade e da rebeldia, enquanto outros, alucinados, envolvem-se em crimes hediondos, legalizados pelas guerras oficiais, ou marginalizados pelas legislações igualmente incapazes de detê-los ou, pelo menos, de evitá-los.
Há uma sensação de horror na Terra, que sensibiliza os céus...
(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

57. O orador novamente silenciou, percorrendo o imenso auditório com os olhos brilhantes de emoção, dando continuidade:
– Pais, desolados ou enfurecidos, assassinam filhos toxicómanos ou estes trucidam progenitores e familiares outros, consumidos pelos monstros da drogadição.
O sexo desvairado é o novo deus, o Moloch (deus dos Amonitas) ressuscitado, que arrebata e consome ao som estridente das músicas primitivas e dos embalos furiosos, tornando os seus fanáticos vítimas de si mesmos até quando se deixam devorar pela morte, obscura ou nos espectáculos aberrantes.
Corpos bem delineados sob os impositivos da herança genética ou trabalhados por ginásticas severas, dietas rigorosas, anabolizantes e implementos artificiais em favor da estética, tornaram-se a nova religião, o seu culto, o altar da nova mentalidade, sob o terrível flagelo do medo da decadência, da degradação orgânica, das enfermidades inevitáveis e da velhice implacável.
O esforço hercúleo para manter a juventude que se esfuma, desgasta as emoções que se comburem no extenuante anelo de preservá-la indefinidamente...
Trata-se de verdadeiro transtorno psicológico, que pretende ignorar as inexoráveis leis da vida e dos fenómenos biológicos.
Um grande número desses aficionados do corpo e do prazer diz-se cristão, cataloga-se em diferentes grupos religiosos que se derivaram do Cristianismo primitivo, sem responsabilidade nem respeito pela fé que dizem esposar.
Seria de perguntar-se: que foi feito de Jesus?
Em que contexto Ele se encontra inserido?
Qual o significado da Sua mensagem para esses equivocados?
Obreiros partem diariamente da espiritualidade com­prometidos com a renovação da Humanidade e com a tarefa libertadora de vidas.
Bem equipados, reencarnam sob vigilante e amorosa custódia dos seus guias espirituais, todavia, passado o período inicial do anonimato e das lutas necessárias, assim que se destacam no proscênio humano, entorpecem as lembranças e acompanham a caravana de desassisados, fugindo aos deveres assumidos e propondo esfuziante alegria, prazer, e... irresponsabilidade!
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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS II

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2018 11:53 am

Momento muito grave é este que toma conta dos ho­mens e das mulheres terrestres.
Em face da transição programada para o Planeta, anunciando a Nova Era, vêm renascendo em corpos belos espíritos primitivos que estiveram retidos por séculos em regiões de sofrimento, a fim de que não retardassem o progresso geral, para que, na actualidade, avancem e tenham chance de iluminar-se.
Ao mesmo tempo, constituem prova para aqueloutros que se encontram em nível moral mais elevado que, desse modo, são convocados a ajudá-los no crescimento interior e no desenvolvimento dos valores adormecidos.
Nada obstante, estão impondo-se, repetindo as tribos de onde procedem, praticando o canibalismo, ferindo-se e ador­nando-se de objectos dilaceradores, de forma que demonstrem o primitivismo que neles vige, ao tempo em que se comprazem em chocar a cultura e os hábitos sadios que desconsideram, preferindo o descaso e o cinismo em que se demoram, em lamentável promiscuidade e desrespeito pela vida.
Com esse comportamento provocam o confronto entre o ético e o banal, o saudável e o sórdido, o promocional e o rebaixamento.
Dores acerbas são acumuladas, em consequência, sobre os próprios destinos que escrevem com insensatez e cruelda­de, ameaçando a sociedade com o caos em que se alegrariam mergulhar.
Apesar disso, o Mestre vigilante tem programada a re­novação geral e, para tanto, espera que todos aqueles que O amamos, candidatemo-nos à acção edificante com objectivos socorristas, educativos, libertadores desses irmãos deambulantes no corpo físico.
A fim de que nosso esforço seja considerado e aceito por eles, torna-se-nos necessário repetir o período do martírio, por cuja demonstração de amor, à semelhança do que aconteceu no passado, possamos sensibilizá-los, arrancando-os da frieza emocional e da perversidade, despertando-os para a compreensão de outros valores mais significativos.
Como não mais existem as terríveis injunções políticas e religiosas do ontem, serão o sacrifício pessoal e a re­núncia aos encantadores recursos da mentira e da fantasia, a compaixão e a paciência, a acção de misericórdia e a pulcra fraternidade, que os sensibilizarão, arrebatando-os do vazio existencial em que estorcegam para se deixarem preencher pelo amor, iniciando a recuperação moral.
De diferentes esferas próximas do orbe, a cada momento, repetimos, mergulham nas sombras do mundo físi­co missionários da Ciência e da Tecnologia, do Pensamento e das Artes, da Fé religiosa e da Caridade, a fim de modi­ficarem a sociedade, instaurando, ainda neste século, o período da beleza, da religiosidade, da cultura plenificadora, da harmonia.
Entrementes, a fim de que logrem êxito no cometimento audacioso, aqueles que permanecermos em nossos núcleos de actividades espirituais, deveremos formar grupos de assistência e de apoio, auxiliando-os nos combates que travarão com os inimigos do progresso, reencarna­dos ou despidos da organização fisiológica.
(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

58. Utilizando-se do proposital silêncio que fez, Manoel Philomeno percorreu o auditório imenso com os olhos húmidos pelas lágrimas e constatou que todos ali eram voluntários naturais para a delicada e gigantesca tarefa, qual seja, a de cooperar com os apóstolos do Evangelho, que deverão acender as luzes da felicidade na imensa noite terrestre.
(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

59. Captando o pensamento geral de anuência, o nobre Policarpo adiu:
– Quem ama Jesus não conhece barreiras impeditivas, ignora desafios perturbadores e está sempre a postos para servi-lo.
Neste mesmo momento, em outras comunidades espirituais próximas, ouve-se idêntico apelo apresentado por antigos mártires da fé cristã, que se propõem retornar ao mundo físico, a fim de novamente imolar-se pelo Amor não amado.
Irmãos queridos:
não hesitemos em amar, nem nos escusemos de servir.
Os corações da Terra, que oram afervorados, rogando ao Pai pelo Seu amparo, necessitam de nós, convocados para o ministério da construção do Reino de Deus.
Ao primeiro ensejo serão organizadas equipes socorristas de emergência, aumentando os contingentes daqueles que já operam em nome de Deus sob a tutela de Jesus.
Escutai o coração e oferecei-vos aos novos holo­caustos pela fé sublime que se sustenta nas bases da razão e do sentimento de amor.
Que Jesus nos abençoe as tentativas de servir e dê-nos Sua paz!
(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

60. Ao calar-se, ergueu-se o coro de vozes angélicas e as dúlcidas melodias transformaram-se em vibrações de luz cambiante em cores diferentes, que se tornavam tônico revigorante penetrando-nos o espírito.
O silêncio não foi interrompido, senão quando o mestre de cerimônia liberou os presentes, facultando aos interessados acercar-se do Amigo de Jesus.
(Entre os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)

(Continua no próximo número.)

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Um minuto com Chico Xavier

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 14, 2018 8:27 pm

por Regina Stella Spagnuolo

Para não se perder em meio às palavras desconhecidas, Chico costumava recorrer ao dicionário.
Só assim descobria o sentido de algumas delas e corrigia a ortografia de outras.
Os poemas saíam de sua mão acompanhados de assinaturas inacreditáveis:
Castro Alves, Alphonsus de Guimarães, Olavo Bilac.
Até Dom Pedro II tomou coragem e arriscou versos sobre um Brasil "triste e saudoso", que rimava com "bonançoso", e sobre uma "alma torturada", que combinava com "pátria idolatrada".
Chico aproveitava cada minuto livre para escrever.
E, no início, quando a electricidade nem tinha chegado a Pedro Leopoldo, era surpreendido por acidentes estranhos.
Enquanto prestava atenção aos ditados do além ou sentia as mãos guiadas à revelia, ventos súbitos lançavam velas acesas sobre as mensagens e derrubavam o tinteiro sobre o papel.
O rapaz encarava os obstáculos como provação e seguia adiante.
A notícia de suas estripulias lítero-espirituais começou a correr.
Por essa época, Chico estava no enterro de um amigo, quando um jovem padre se aproximou e perguntou se era verdade que ele recebia mensagens do outro mundo.
Chico confirmou.
E o padre aconselhou cautela:
– Os espíritos das trevas têm muita astúcia para seduzir para o mal.
– Mas os espíritos que se comunicam através de mim só ensinam o bem, disse-lhe Chico.
Diante da resposta, o padre lançou o desafio.
Puxou um papel em branco do bolso e perguntou se ali, naquele momento, no cemitério, haveria um espírito disposto a se manifestar.
Chico, sem hesitar, pegou o papel, se concentrou e, minutos depois, escreveu um soneto intitulado "Adeus".

A primeira das quatro estrofes:
"O sino plange em terna suavidade
no ambiente balsâmico da igreja
entre as naves, no altar, em tudo adeja
o perfume dos goivos da saudade".

Assinado: Auta de Souza.

Numa noite de 1931, quando escrevia mais um dos poemas de seu livro de estreia, Chico sentiu o olho esquerdo invadido por fragmentos de areia.
Esfregou os grãos imaginários, mas a coceira continuou.
Experimentou fixar a lâmpada com a pupila incomodada, mas em vez da luz acesa viu um foco difuso.
Mal conseguia enxergar os versos recém-escritos e assinados por Casimiro de Abreu.
O rapaz ficou assustado e rezou mais uma vez. O Dr. Bezerra apareceu para ele, tacteou o olho e diagnosticou:
– Sua vista amoleceu por razões que não podemos saber agora.
Prepare-se para ir a tratamento em Belo Horizonte, para que sua família não diga que você ficou sem se tratar por nossa causa.
Dois dias depois, um amigo o levou à capital mineira e um oftalmologista diagnosticou:
– Isso é um tipo de catarata obscura e inoperável.
Chico nunca mais se livrou dos grãos de areia e ficou desconfiado de ter sido atacado por "falanges das trevas" interessadas em prejudicar sua tarefa mediúnica.
Desde então, todos os dias, ele medicaria o olho doente com colírios à base de cortisona e cloranfenicol.

Do livro As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Como a ti mesmo, um desafio

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2018 10:41 am

Estabeleceu Jesus dois mandamentos:
“Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
Proposta feita há mais de dois mil anos, para análise sugiro, por enquanto, dedicarmos nossa atenção à última parte do segundo mandamento, o “como a ti mesmo”, o auto-amor.
Não se trata de egoísmo; o egoísta deseja tudo abarcar.
Trata-se de amor, que é a virtude que nos leva a desejar o bem, a felicidade, o progresso do ser amado.
Aplicar o auto-amor conscientemente é um desafio altruísta.
Assim sendo, sem egoísmo e com altruísmo, “como a ti mesmo” servirá como parâmetro do amor que se dedica ao próximo.
Poderíamos dizer desta forma: amar ao próximo do mesmo jeito, do mesmo modo, na mesma medida em que nos amamos.
Portanto, é imperioso reflectir: estamos nos amando?
Nesse diapasão, teríamos três maneiras de nos amarmos.

A primeira é o cuidado e dedicação com o corpo material.
O templo dado em depósito por Deus do qual um dia nós teremos de prestar contas.
Consta n’ O Livro dos Espíritos que devemos prover as necessidades do corpo, mas para o fim do trabalho, na frase frisemos a conjunção, mas.
As dificuldades nos cuidados com a saúde do corpo nos seus vários aspectos servirão para compreender nossos irmãos que se descuidam.
Ajudará também, para medirmos a luta alheia em abandonar certos vícios materiais como o tabagismo e o alcoolismo, e também o esforço que é para perder “alguns quilinhos”.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, o Espírito Georges inicia sua instrução com esta frase:
“começo por demonstrar a necessidade de cuidar do corpo, que, segundo as alternativas de saúde e doença, influi sobre a alma de maneira muito importante”.

O segundo aspecto do auto-amor é cuidarmos da inteligência.
Não me refiro ao estudo formal, académico, pois isso depende de condições económicas, refiro-me ao desenvolver do raciocínio, se inteirar das novidades no seu ramo de trabalho, no hábito da leitura, na observação atenta, no assistir palestras etc., tudo enfim que nos enriquece culturalmente.
O Espiritismo é pródigo em oferecer meios de desenvolvimento cultural.
Temos cursos variados, reuniões de estudos em grupo.
Palestras sobre temas edificantes.
Tudo colaborando com nosso desenvolvimento intelectual.
O progresso intelectual ocorre antes do moral, é facto; em O Livro dos Espíritos, os mentores espirituais afirmam que “o fruto não pode surgir antes da flor”.

E por fim, na análise do auto-amor temos a considerar a mais difícil forma, que é o nosso progresso moral.
Fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fosse feito.
Somente quando prestarmos atenção no nosso lento progresso moral é que compreenderemos as dificuldades dos nossos irmãos de jornada.
Não é fácil o auto-amor.
Vivemos desatentos, física, intelectual e moralmente.
A sugestão proposta foi para reflectirmos sobre o auto-amor, suas dificuldades em relação a nós e aos outros, já o amor ao próximo é tema para outra oportunidade.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Cinco-marias

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 15, 2018 8:52 pm

por Eugénia Pickina

Regras e limites
“Parte das crianças fica sozinha, come se quiser, vai de perua para a escola e quase não encontra adultos.
Se é de classe média, o único adulto que ela encontra é a empregada, para quem ela dá ordem.”

(Mario Sergio Cortella)

Andávamos por um caminho ao longo de um capinzal e, lá embaixo, o rio raso e de águas branquinhas da fazenda dos meus avós.
Íamos a favor do vento da manhã que nos levava para a frente, sem um destino certo.
– Vamos pular naquela água? – propôs meu irmão.
– Como?! Repete isso.
Mal repetiu, pulou.
Pulou e arrastou junto minha irmã.
Por impulso, eu, a mais velha, segui o exemplo atrevido, e todos os três ficamos deitados naquela água gelada, ondulando o vento no alto do capinzal, movendo-se impiedoso através de nossas cabeças molhadas.
E assim por diante permanecemos ali distraídos, desrespeitando o aviso comunicado por nossa mãe logo cedo, à mesa, na hora do desjejum:
“nada de rio hoje, porque há um vento frio e vocês estão resfriados.”
Mãe e avó foram juntas nos resgatar no rio por escrúpulos educativos.
De longe, quando avistamos aquelas mulheres andando apressadas, um exemplo de modalidade do género policial, em que o detective procura os foragidos, o senso de realidade tomou conta de nossas mentes, matando na raiz qualquer desculpa estapafúrdia (as crianças têm pensamento mágico).
Acatamos silenciosos o sermão ardido e, após o almoço, nada de sobremesa...
E minha avó, nesses casos fascinantes, por respeito à infância, com firmeza nos dizia que nossa mãe tinha razão. “Porque é preciso cumprir os tratos desde assinzinho.”
Sim, ter filho dá trabalho.
Alguém dirá o contrário?
Porque educar uma criança exige do adulto amor, tempo, firmeza, atenção, exemplos que definem, de modos repetitivos, a diferença entre direitos e deveres.
Os pais precisam dar limites.
E isso tem que ser feito, senão é negligência, exercício materno ou paterno irresponsável.
Mario Sergio Cortella tem razão quando afirma que “precisamos de um amor que seja exigente.
Não posso dizer para meu filho ou filha ‘eu te amo e, por isso, faça o que você quiser’.
A frase correcta é:
‘porque eu te amo, eu não aceito qualquer coisa’, ‘porque eu te amo, eu não quero que você faça as coisas deste modo’”.
A realidade não é feita apenas de momentos felizes.
Regras e limites devem ser oferecidos à criança a fim de que ela desenvolva resiliência, autonomia e competências sociais.
Muitas vezes é preciso dizer não a uma criança e para que ela aprenda a lidar com frustrações e contrariedades, incorporando pouco a pouco a experiência de que tudo passa – sejam tristezas, sejam alegrias.
São os pais que têm o dever de ensinar aos filhos o que é certo e errado, dizendo “agora não”, “agora sim”, “isso não faz o menor sentido neste momento”, “já acordamos sobre isso”...
Educar não é tarefa fácil, e os pais precisam assumir com amor e firmeza esse papel.

Notinha
Para educar crianças, os pais podem se nortear por algumas directrizes:
1) assumir a autoridade.
Mas, cuidado: autoridade não quer dizer levantar a voz, impor regras inflexíveis, faltar com respeito com a criança, não validar seus sentimentos...
Autoridade quer dizer estabelecer, com respeito e firmeza, regras coerentes e lógicas, ciente o pai ou a mãe que está a educar pessoas que viverão em sociedade por conta própria;
2) aprender a colocar limites.
Principalmente para que as crianças sejam no futuro pessoas resistentes à frustração e, com isso, mais disponíveis à alegria e à satisfação;
3) educação democrática.
Os pais precisam mostrar à criança que as regras têm como finalidade dar instruções que ajudam as pessoas a viver em família e sociedade (as dimensões privada e pública e que se interrelacionam).
E fazer isso através de uma comunicação aberta, respeitosa, na qual todos são escutados, e sem usar o adulto duplo sentido e chantagens.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Aprender com Jesus

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 16, 2018 11:12 am

“Por mais aflitiva seja a tua situação, ampara sempre, e estarás agindo no abençoado serviço de salvação a que o Senhor nos chamou.”
(Emmanuel, no livro Fonte Viva, capítulo 139, psicografia de Francisco Cândido Xavier.)
Com frequência, a criatura humana, pensando em fazer algo que lhe ateste possibilidade de engrandecimento espiritual, procura por um modelo de virtude a ser seguido.
Dentre as personalidades que mais se destacaram no mundo, sem dúvida Jesus, com a máxima autoridade, é quem devemos tomar como guia e modelo, visando direcionar nossos passos rumo ao progresso moral, que tanta falta nos tem feito.
O Cristo, para trazer a Boa Nova à Terra, não precisou de títulos, aparato bélico, agitações sociais, movimentos reivindicatórios ou outra espécie de recursos ostensivos, apenas utilizou de superioridade natural, decorrente de sua evolução espiritual, como governador da Terra, contando com alguns discípulos, para que a humanidade conhecesse as lições imorredouras de seu Evangelho.
Dispensou a construção de templos e não fez quaisquer exigências quando espalhou os notáveis ensinamentos que se caracterizam, ainda hoje, como exemplares regras de boa conduta e convivência social.
Junto ao público que o acompanhava, destacavam-se pobres, estropiados, paralíticos, prostitutas, desiludidos, desequilibrados, idosos indefesos, mulheres famintas, que bebiam suas inquestionáveis e alvissareiras lições revestidas de alento e esperanças.
Jesus nunca procurava ostentação, nem tampouco se aproximava, por interesses escusos, de pessoa alguma que pudesse lhe atestar prestígio, fama ou poder.
Estava sempre a servir ao irmão do caminho, fosse quem fosse e viesse de onde viesse, de forma totalmente desinteressada.
Suas vestes simples e seus gestos amorosos evidenciavam um comportamento humilde, embora fosse, sem duvida, a maior autoridade espiritual vivendo no mundo.
Foi tão grande que soube colocar-se ao nível do povo para poder cooperar com todos.
Nunca disse que tal religião seria melhor que outra e nem que Deus preferiria mais esse ou aquele.
Com vigor pregava a igualdade entre senhores e escravos, ricos e pobres, fortes e fracos, chegando a dizer que não viera para os sãos, mas sim para os doentes, para aqueles que dele precisavam.
Esse, naturalmente, deve ser o nosso guia e modelo.
Observando Jesus não teremos qualquer dúvida sobre como pautar a nossa vida, buscando viver no mundo de forma a se caracterizar como um verdadeiro cristão.
Libertemo-nos das grossas algemas do egoísmo, que enormes prejuízos têm nos causado e nos preocupemos em prestar serviços à humanidade, usando os talentos que a Divina Providência nos agraciou.
Público idêntico ao que seguiu o Cristo, há dois mil anos, ainda continua de mãos estendidas, carregando no íntimo as mesmas dores, as mesmas aflições e amarguras.
O que estamos fazendo por ele?
Como estamos utilizando o nosso tempo, os nossos recursos, as nossas potencialidades?
A humanidade é a nossa família, pois que, enquanto existir uma única criatura em sofrimento, na verdade, a dor é de todos nós e o trabalho ainda está por fazer.
Estudemos, com afianço e dedicação, o Evangelho do Cristo e não teremos dúvidas de como deveremos seguir pela vida, tornando os nossos dias repletos de acções que redundem no bem do próximo.
Em verdade, no mundo, o que há de mais moderno são as lições de Jesus Cristo.
Conhecê-las, estudá-las e colocá-las em prática: essa deve ser a nossa urgente e inadiável preocupação, se realmente estamos interessados na paz e na felicidade nossa e daqueles que caminham connosco.

Reflictamos.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty A Revue Spirite de 1861 - Parte 1

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 16, 2018 8:57 pm

Iniciamos nesta edição o estudo da Revue Spirite de 1861, mensário de divulgação espírita fundado e dirigido por Allan Kardec.
Este estudo será baseado na tradução para o idioma português efectuada por Júlio Abreu Filho e publicada pela EDICEL.
As respostas às questões propostas estão no final do texto sugerido para leitura.

Questões para debate

A. No tratamento da obsessão de um rapaz, o papel dos pais é importante?
B. Por que o futuro nos é ocultado?
C. Quem foi e quando viveu São Luís?

Texto para leitura

1. No ano de 1861, quando apareceu a primeira edição de “O Livro dos Médiuns”, Kardec empreendeu a sua segunda viagem espírita pelas províncias, visitando as cidades de Sens, Mâcon, Lião e Bordéus. (Introdução.)
2. Ao regressar da viagem, Kardec tratou da segunda edição de “O Livro dos Médiuns”, cuja primeira edição esgotou-se rapidamente. (Introd.)
3. Na Sociedade Espírita de Paris, a 30/11/1860, vários membros relataram um interessante fenómeno:
a elevação de uma pessoa, por influência mediúnica de duas mocinhas de 15 e 16 anos que, pondo dois dedos nas barras da cadeira, a elevavam a cerca de um metro, fosse qual fosse o peso da pessoa. (P. 4)
4. A Revue noticia o ataque feito pelo Sr. Georges Gandy, redator de La Bibliographie Catholique, ao Espiritismo, e apresenta a análise feita por Kardec às críticas do Sr. Gandy. (PP. 8 a 16)
5. Há, disse Kardec, um ponto que o Sr. Gandy não perdoa ao Espiritismo: é o não haver proclamado esta máxima:
“Fora da Igreja não há salvação” e admitir que aquele que faz o bem possa ser salvo das chamas eternas. (P. 12)
6. Kardec publica parte de uma carta do Sr. Canu, ex-materialista, em que o missivista analisa a questão da incredulidade, visando a esclarecer a todos aqueles a quem havia transviado com suas ideias materialistas. (PP. 16 a 24)
7. Aludindo à formação do mundo, diz o Sr. Canu que um globo não sai repentinamente do nada, coberto de florestas, de prados e de habitantes:
“Não: Deus seguramente procede com mais lentidão; tudo segue uma lei lenta e progressiva, não porque Deus hesite ou tenha necessidade de lentidão, mas porque suas leis são assim e são imutáveis”. (P. 20)
8. Tudo quanto não é Deus, afirma Canu, necessita aperfeiçoar-se: é precisamente para esse aperfeiçoamento que é dado um corpo ao Espírito, pois que, sem a matéria, ele não poderia manifestar-se e, assim, progredir. (P. 21)
9. Canu reporta-se ao sofrimento experimentado pelos Espíritos mais perversos ainda inacessíveis à vergonha e ao remorso:
empolgados pelo mal, mas impotentes para o fazer, sofrem a inveja de ver os outros mais felizes que eles. (P. 23)
10. A Revue noticia a ocorrência de fenómenos no departamento de Aube, verificados em 1856 em casa do Sr. R..., e até certo ponto parecidos com as manifestações de Bergzabern (veja Revue Spirite de 1858).
A pessoa que é objecto das manifestações era o filho do Sr. R..., com doze anos à época.
Os fenómenos geralmente se produziam quando o menino se deitava e começava a dormir.
Ao despertar, o garoto não tinha a menor a ideia do que se passou. (PP. 25 e 26)
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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS II

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 16, 2018 8:58 pm

11. Além de pancadas, arranhaduras, assobios, ruídos como a de uma serra, o balançar do leito e a suspensão magnética, o Espírito trazia para o local objectos muito volumosos.
Ao ser indagado sobre como os obtinha, ele respondia que os tirava de gente desonesta.
Se lhe pregavam moral, ficava irado e chegava a cuspir no rosto das pessoas. (P. 25 e 26)
12. Explicando o caso, São Luís ensina que um bom Espírito nada pode sobre outro, a não ser moralmente; nunca fisicamente.
No caso narrado, seria preciso chamar o concurso de bons Espíritos, para actuar sobre o rapaz e torná-lo menos acessível às impressões dos maus Espíritos. (P. 27)
13. “O mau Espírito que o obsidia – diz São Luís – não o largará facilmente, desde que não é fortemente repelido por ninguém.”
Confirmando que nesses casos a prece é sempre boa, ela de nada serviria se não fosse secundada por aqueles mais interessados no caso, isto é, os pais do rapazinho. (PP. 27 e 28)
14. Evocado, o Espírito tratou com rudeza o evocador, mas informou, depois, que a fúria do jovem médium, quando era magnetizado, se devia a ele (Espírito) e não ao rapaz:
“Não era ele quem se encolerizava: era eu”. (PP. 29 e 30)
15. Por que se encolerizava?, perguntou Kardec.
O Espírito respondeu:
“Não tenho nenhum poder sobre esse homem (o Sr. L..., o magnetizador), que me é superior: por isso não posso suportá-lo”.
“Ele quer arrebatar-me aquele que tenho sob o meu domínio. E isso eu não quero.” (P. 30)
16. Analisando esse caso, Kardec assevera:
“Sem dúvida esse Espírito é muito mau e pertence ao bas-fond do mundo espírita”.
Ele diz, porém, que Espíritos assim são menos perigosos do que os Espíritos fascinadores, que, com segunda intenção, sabem inspirar em certas pessoas uma cega confiança em suas palavras. (P. 30)
17. Comentando mensagem do Espírito de Cazotte, Kardec afirma que o futuro nos é oculto por uma lei muito sábia da Providência, pois que tal conhecimento prejudicaria o nosso livre-arbítrio e nos levaria à negligência. (P. 33)
18. Em nota aposta pelo tradutor, vemos que São Luís é o mesmo Luís IX, rei de França, nascido em 1215 e morto em 1270.
Muito virtuoso, foi Luís IX canonizado pela Igreja em 1297. (P. 39)

(Continua no próximo número.)

Respostas às questões

A. No tratamento da obsessão de um rapaz, o papel dos pais é importante ?
Sim. Comentando o caso de um jovem que padecia um processo obsessivo, São Luís diz que um bom Espírito nada pode sobre outro, a não ser moralmente; nunca fisicamente.
Naquele caso, seria preciso chamar o concurso de bons Espíritos, para actuar sobre o rapaz e torná-lo menos acessível às impressões dos maus Espíritos.
Lembrando que nesses casos a prece é sempre boa, ela de nada serviria se não fosse secundada por aqueles mais interessados no caso, isto é, os pais do rapazinho.
(Revue Spirite de 1861, pp. 27 e 28.)

B. Por que o futuro nos é ocultado?
Reportando-se a uma mensagem do Espírito de Cazotte, Kardec diz que o futuro nos é oculto por uma lei de Deus, aliás muito sábia, visto que tal conhecimento prejudicaria o nosso livre-arbítrio e nos levaria à negligência.
(Obra citada, p. 33.)

C. Quem foi e quando viveu São Luís?
Segundo nota redigida pelo tradutor Júlio Abreu Filho, São Luís foi, numa anterior encarnação, Luís IX, rei de França.
Nascido em 1215 e morto em 1270, Luís IX, conhecido por sua bondade, foi canonizado pela Igreja em 1297. (Obra citada, p. 39.)

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty A expressão da vida é um grande amor

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 17, 2018 10:38 am

Paulo, o eminente apóstolo, na sua carta aos coríntios, ao declamar sobre o amor, é preciso e conclusivo na razão do bem que o amor nos faz, quando optamos em viver uma vida de renúncia ao amor e para o Amor.

Pensar, falar e agir no amor, na vida racional e instintiva bem como na vida inteligente, é a proposta divina que Deus nos oferece como etapa necessária a viver em sintonia com os seres da mais da alta hierarquia, da esfera espiritual.

Mas há muito já sabemos que o amor precisa ser criado e cultivado na intimidade de cada ser, com estudo e aprendizado, para ser muito amado.

Pois, no início, o ser é apenas movido pelo instinto para, no decorrer da evolução, se transformar em sentimento.
Nascer e renascer é a proposta e a razão do grande amor de Deus.

Muito embora o nascer represente em cada ser o fruto do amor divino.
Na grande obra codificada por Allan Kardec, a mais alta espiritualidade versa claramente sobre a génese da vida e a génese do amor.

Jesus, o nosso irmão maior, nos deixou a mais alta lição do amor, pois amou os pobres e os doentes em sofrimento, curou com seu amor as diversas enfermidades do corpo e do espírito, ensinou com suas expressivas parábolas a grande e importante lição do amor, perdoou a muitos na sua excelsa humildade.

E foi levado ao holocausto pelo amor que tinha aos homens.

Logo, Jesus foi, aqui na Terra, o maior Ser iluminado que falou, pensou, viveu e versou sobre o Amor em sua maior plenitude.

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ARTIGOS DIVERSOS II - Página 22 Empty Poliamor: o que diz o Espiritismo

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 17, 2018 8:59 pm

Conversava com um amigo ainda pouco e falávamos sobre a questão do poliamor que anda em voga.
O poliamor é quando você mantém relacionamento íntimo com duas ou mais pessoas de modo consensual, transparente, ético e não monogâmico.
Os defensores da ideia dizem que o poliamor não é apenas um relacionamento aberto, que permite a um parceiro envolver-se sexualmente com outra pessoa fora do quadrado da relação, mas, sim, algo mais amplo, e que abrange ligações emocionais mais fortes e duradouras com duas ou mais pessoas.
Há muitos países em que os indivíduos já adoptam o poliamor, tais como:
Estados Unidos, Reino Unido e, também, o Brasil. Aliás, em nossas terras já há até jurisprudência que reconhece o poliamor como relação amorosa.
Diante de tanta diversidade de costumes que são estabelecidos pelas pessoas, cabe a todos exercitarem a reflexão.
Seria o poliamor um avanço na marcha da humanidade?
Vejamos:
Suponha-se que estabelecer relações duradouras e emocionais mais fortes faça o indivíduo desenvolver pelas pessoas que estão naquela relação poliamorosa, que pode ser composta por duas ou três pessoas, uma cidade, um estado ou um país inteiro, o amor denominado pelos gregos de Ágape.
Ou seja, o amor incondicional, que se entrega, que tudo faz, tudo suporta e trabalha incessantemente pela felicidade de todos os membros.
Caso desenvolver o amor Ágape por essas pessoas, e tão somente ele seja designado como o poliamor, há de entender que, quanto mais gente houver nas minhas relações, melhor.
Significa que minha capacidade de amar, doar, servir é estupenda e engloba uma infinidade de pessoas.
Suponha-se, todavia, que estabelecer relações duradouras e emocionais mais fortes faça o indivíduo exercitar o seu amor mais erótico, sensual, o amor que os gregos denominam de Eros.
Soa poético.
Todos se amam e relacionam-se na mais absoluta paz e harmonia.
Cabeças boas, nada de cíume, cobranças ou coisas do género.
Se a Patrícia estiver de mau humor hoje, ou de TPM, eu busco a Clara.
Mas caso a Clara esteja com o Maurício, aí não tem jeito, terei que ficar sozinho mesmo ou, então, buscar outro alguém para colocar nessas relações poliamorosas.
E o Espiritismo, tratou do poliamor?
Não com esse nome, mas tratou do tema poligamia e monogamia.
Então, o que dizem os Espíritos acerca deste tema?
Eles conversam com Kardec sobre isso nas questões 700 e 701 de O livro dos Espíritos.
Informam que a monogamia marca um progresso na marcha da humanidade.
Na poligamia há apenas sensualidade, ou como dizem os gregos, o amor Eros.
O que não é um mal.
O amor Eros, ou seja, o desejo é natural existir em nós.
Todavia, dizem os Espíritos que aquele que sabe limitar seus desejos poupa-se de muitas decepções desta vida.
Logo, lícito desejar, mas importante, para meu próprio equilíbrio, limitar os meus desejos, inclusive no campo sexual e de quantidade de parceiros.
Mas na monogamia, na construção de uma família e no cumprimento do dever de respeitar, inclusive, o corpo do cônjuge, pois pode-se, a partir de relações sexuais, contrair e espalhar doenças, está o grande sabor de amar alguém, amor aqui no sentido Eros, no sentido erótico.
É na monogamia que se encontra a possibilidade de refrear os institntos primitivos que propunham ao homem a cópula indiscriminada e realizada com todos, sem distinção.
Mas, então, e o poliamor?
Pois sim, o poliamor, se exercitado no sentido de amor Ágape e monogâmico, que serve, colabora e tudo faz pela felicidade de todos, vale para o ditado: quanto mais, melhor.
Enfim, quanto mais gente, melhor.
Mas o amor Eros, o amor desejo, este é recomendável guardar apenas para uma pessoa, ou seja, um amor monogâmico, como ensinam os Espíritos.

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