LUZ ESPÍRITA
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O difícil caminho das drogas - Rosângela / Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:50 am

O difícil caminho das drogas
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

Rosângela

Em 1975, Vera Lúcia acompanhada de seu esposo, conheceu o Espiritismo, passando a frequentar as sessões espíritas e as palestras doutrinárias.
Desenvolvendo sua mediunidade, que se manifestou ainda na infância, Vera Lúcia dedicou-se com empenho a estudar as Obras Básicas de Allan Kardec, onde encontrou forças e esclarecimentos para viver uma nova etapa de sua vida.

Mãe realizada de três filhos, Vera Lúcia e seu esposo são comerciantes.
Dedicando parte de seu dia ao trabalho na casa espírita, onde colabora assiduamente, a médium afirma que a psicografia já se incorporou ao seu cotidiano, tarefa que procura levar adiante - sempre amparada por bons amigos espirituais.

O DIFÍCIL CAMINHO DAS DROGAS

A imprensa divulga todos os dias notícias envolvendo dependentes de drogas em acções criminosas e trágicas.
A droga está mais próxima do que se imagina, pode estar na porta da escola, nos bailinhos, na esquina, e quantos de nós conheceu ou conhece dramas de pessoas que se envolveram com drogas e a luta diária pela qual passa o dependente e a família.

O que nem se imagina é a situação que fica esse usuário, desencarnando sendo um dependente, o drama pelo qual passa, sentindo ainda os reflexos da droga e suas consequências.

Relatos emocionantes das experiências de drogados espirituais são aqui expostos, não para chocar, mas sim para alertar.
Esta obra inovadora é de vital importância, porque nos mostra uma realidade até hoje desconhecida e nunca abordada por nenhum outro livro.

É destinada ao jovem, ao pai, ao professor, enfim toda a sociedade, já que a droga é um problema social em que todos somos afectados.

Semeando luz em forma de livros
Narrativa do espírito Rosângela

É urgente conhecer as consequências das drogas no espírito!
Nos sentimos muito felizes quando nossos livros alcançam as mãos daqueles que são a razão de ser do nosso empreendimento: nossos leitores leitoras.

É pensando em vocês *que investimos nossos esforços para ampliar a qualidade das publicações da Petit Editora.
Essa busca de excelência se inicia na avaliação criteriosa do original que é realizada por analistas capazes e qualificados para essa tarefa.

Aprovado o texto, o trabalho prossegui na direcção da melhor produção editorial e gráfica.
Finalmente, o livro está pronto para ganhar o selo Peti, símbolo de leitura atraente e inteligente.
Para levar adiante o nosso ideal contamos com sua valiosa colaboração: indique este livro para seus amigos.

Estamos certos de que sua participação vai nos aproximar, ainda mais, do nosso objectivo: transmitir ao maior número possível de pessoas mensagens que traduzem a certeza de que somos espíritos eternos, destinados a um mundo de paz e de felicidade, que já se prenuncia no horizonte de nossa vida.

Agradecidos por sua preferência atenção, nos despedimos, desejando que a leitura que se inicia possa iluminar sua jornada terrestre, e que muito em breve, possamos nos encontrar em novas páginas, escritas ou inspiradas pela Espiritualidade Maior, que acompanha a todos aqueles que perseveram, determinados, no caminho do bem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:50 am

O Editor

Somos associados a Fundação Abrinq pelos direitos da criança.
Nossos fornecedores uniram-se a nós e não utilizam mão-de-obra infantil ou trabalho irregular de adolescentes.

Sempre ansiei por estudar.
Quando desencarnei, entristeci-me pensando que não ia mais poder fazê-lo.
Ainda bem que me enganei.
As oportunidades de aprendizado continuam além da morte do corpo carnal.

Sempre, em todos os momentos, e onde quer que estejamos, seja no plano físico, seja no espiritual, quando queremos, podemos adquirir conhecimentos.

É sobre um estudo interessante que venho, por meio deste livro, falar a vocês, meus leitores.
E é a você, meu amigo, ou minha amiga que como eu, irá aprender também -, que dedico esta obra com todo o meu amor.

Outono de 2001.

Observação: São muitos os nomes que se dão às drogas.
Por exemplo, houve e há muitos sinónimos para cocaína.

E, entre os usuários, fala-se muito em gírias, que mudam de tempo em tempo.
Por isso não as usamos nos livros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:50 am

Um

Rosângela participava de um curso no plano espiritual, sobre drogas, ansiava por aprender mais sobre este assunto e as consequências dos tóxicos sobre nós, encarnados e desencarnados.

Estávamos numa sala de aula e ouvíamos atentos as elucidações do instrutor.

-Vocês, meus amigos, estudantes deste curso, espero que não tenham dúvida de que os tóxicos fazem muito mal a todos nós.
Quem quiser saber mais, é só pesquisar em livros de ciências e artigos informativos.
Esse veneno intoxica a vestimenta carnal comprometendo muitos órgãos com doenças, muitas vezes de forma irreversível.

- Foi isso que aconteceu com você, não foi, Carina? - perguntou Marcelo em voz baixa à colega ao seu lado.
- Foi - respondeu a garota.
O professor Gabriel, que estava dando aula para nós, uma classe de quarenta e cinco alunos, todos atentos e com vontade de aprender, olhou sereno para os dois que o haviam feito desviar a atenção e falou:
- Aprendemos muito com exemplos.
Se é para ilustrar nosso assunto, você, Carina, poderia nos falar de sua experiência.

Todos aprovaram.
Carina olhou para Marcelo, que a incentivou com um sorriso.

Ela disse:
- Tenho aproveitado bem este estudo, é deveras interessante.
Cheguei até a pensar que, se tivesse esses conhecimentos quando encarnada, talvez minha história tivesse sido diferente.
Mas, como Marcelo diz, os encarnados têm acesso a informações, mas quase sempre prestam atenção às que querem, às que lhes são convenientes, e não às que necessitam.

- Digo isso - interrompeu Marcelo -, porque desencarnei muito jovem, não faz muito tempo, e não me envolvi com drogas, apesar de ter tido oportunidades;
foram várias as vezes que colegas me ofereceram, na escola e perto de casa.
Mas também escutei de amigos que drogas faziam mal e nenhum bem, ouvi palestras no colégio, e meus pais me pediam para ficar longe disso.

Tive opção, e ainda bem que escolhi o melhor para mim.
- Não serve de desculpa para ninguém dizer que não sabe que drogas são prejudiciais.
Acho que todos os encarnados sabem que tóxicos fazem mal.
Pelo menos deveriam saber que, se algo é tóxico, tem o poder de envenenar - disse Carla.

- Pelas estatísticas, uma percentagem pequena de usuários não sabe do veneno contido nas drogas.
Grande parte deles ilude-se, pensando que com eles nada acontecerá - explicou Gabriel.
- Eu tinha conhecimento de que as drogas eram nocivas, mas achava que fossem só para o corpo físico, desconhecia o tanto que são também para nosso corpo espiritual.
Erradamente pensava, como muitos, que ao morrer ficava livre do vício, delas. - Carina falou e suspirou triste.

Todos estavam olhando atentamente para ela.

Mauro José tentou animá-la:
- Carina, minha colega, não se acanhe, ninguém está aqui para julgá-la.
Somos todos jovens, isto é, desencarnamos por vários motivos na mocidade.
Drogas foram... são do nosso interesse.

Eu não me envolvi com tóxicos e me sinto aliviado por isso, mas tenho um primo encarnado que está envolvido e estou aqui para aprender como ajudar, não só a ele, mas a outros também.

Não me gabo por não ter sido usuário.
Não experimentei quando encarnado nem me senti tentado a fazer isso, mas não fiquei isento de erros.
Por motivos bobos, provoquei um acidente, queria morrer e minha desencarnação foi por suicídio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:50 am

Devo ter sofrido mais ou o mesmo que você.
Que pena! Não dei valor à grande oportunidade de estar encarnado.

- Você sofreu muito, Mauro José? - perguntou Larissa.
- Sofri! A dor maior foi ver, saber, que causei muitos sofrimentos.
Meus pais se desesperaram, meus dois irmãos entristeceram-se, todos os meus familiares sentiram.
Eu me arrependi. Acho que o remorso é a dor maior que existe.

Fiquei *com meu corpo espiritual muito machucado e foram anos de sofrimento.
Agora, sinto-me melhor, quero servir, ajudar, como fui auxiliado, principalmente porque sabemos que há falta de servidores.
E aqui estou aprendendo.

- Quando encarnada quis morrer várias vezes, mas não tive coragem de me suicidar.
Sofri muito com minha doença, desencarnei e fui socorrida.
Entristeço-me quando lembro que por vezes pensei nessa tolice.

Vou pedir, depois que terminar meu estudo, para trabalhar nesse campo de socorro com suicidas, para aprender e nunca mais pensar nessa imprudência - falou Marisa.

- Imprudência! Acho o suicídio uma acção impensada! - exclamou Fábio.
Eu desencarnei num acidente de carro.
Foi uma fatalidade! Não tive culpa!

Eu não ia em alta velocidade.
Outro veículo, que vinha em sentido contrário e corria além do permitido, fez uma ultrapassagem indevida e invadiu o meu lado da pista, vindo em minha direcção.

Não consegui desviar e em segundos estava aqui, do outro lado da vida.
Não queria ter desencarnado, era jovem, acabara de me formar, arrumara um bom emprego e ia ficar noivo.
Amava e era amado.

Era deficiente físico, andava com dificuldade e tinha problemas no aparelho digestivo.
Evacuava com frequência, tinha de usar fraldas.
Às vezes entristecia-me com minha deficiência, mas não reclamava e amava tudo, todos e a vida.

Nem senti meu desencarne, fui socorrido, mereci ser.
Só que fiquei inconformado, um dia indaguei o porquê:
“Tantos querem morrer, livrar-se do corpo físico, que até se suicidam.

Por que não foi um deles a morrer? Por que eu?’
”Meu instrutor escutou pacientemente meu desabafo e respondeu, orientando-me:
”Aprendeu a amar a vida no período em que esteve encarnado. Isso é bom!
Se você, Fábio, recordar sua penúltima encarnação, verá que nem sempre agiu ou amou assim.’

”E lembrei-me de alguns factos, mas o suficiente para não me queixar mais.
Na existência anterior fui sadio, tinha tudo para estar contente, mas, por motivos bobos, me suicidei. Sofri muito!
Mas Deus é bondade infinita e deu-me oportunidade de sair daquele sofrimento atroz.

Reencarnei e tive um aprendizado de que necessitava.
A deficiência ocorreu porque danifiquei outrora um corpo saudável.
Agora, dou muito valor à vida, pois aprendi a amar.”
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:51 am

- Estudando a história da humanidade - comentou Octávio -, tomamos conhecimento de que desde a Antiguidade existem suicidas.
Actualmente, temos notado que o número de casos está alto e são muitos os jovens querendo fugir da vida física.
- Pensam em acabar com a vida e com os problemas - falou Eunice.

- E a vida é única. - disse Magda.
Vivemos encarnados num corpo físico e, quando este morre, continuamos vivos e passamos a viver no plano espiritual; somos, então, desencarnados.

Estava muito contente por participar desse estudo e opinei:
- Não é fácil a continuação da vida para os desencarnados que fogem covardemente do período em que ficariam encarnados.
Além de os problemas não serem solucionados, surgem outros.

- Muitos dizem que o que falta aos suicidas é religião - comentou Sara.
Acho que, se a pessoa é mesmo religiosa, não comete esse ato triste.
Fui seguidora fiel de uma religião e isso me fez muito bem.
Meus pais me deram amor, conforto, mas a educação religiosa foi o melhor presente.

- Não basta dizer que se tem uma religião. Tem que seguir seus ensinamentos - disse Ricardo.

Carla deu sua opinião:
- Muitos pais não ensinam os filhos a ser religiosos; alguns acham que eles poderão escolher o que seguir quando adultos Não acho isso certo.
É na mocidade que se precisa muito de uma orientação que leve a amar a Deus, a escolher o caminho certo, evitando os muitos perigos, entre estes o suicídio.

Se quando pequenos forem criados sem esses ensinamentos dificilmente serão adultos religiosos.
Crianças e jovens necessitam de um alimento espiritual, de quem lhes dite regras morais de bem viver.

Todos nós, em todas as idades, precisamos desse elo com nosso Criador;
é com mais facilidade que encontramos essa ligação numa religiosidade.
Crianças e adolescentes religiosos quando adultos poderão escolher, entre as muitas religiões, aquela com que se identifiquem, para seguir.

- E infelizmente há os que agem como eu, provocando um acidente.
Só que não se engana a si mesmo - disse Mauro José.
Todos pensaram que tivesse sido uma fatalidade.
Estava deprimido, porque tinha brigado com a namorada e ela arrumara outro.
Pensei que, camuflando, enganaria a todos, só que aqui no plano espiritual não existe engano.

- Tudo isso acontece por falta de amor! - Mariana foi taxativa.
- Acho que quem se droga não ama a si mesmo, um viciado que desencarna por causa do vício é considerado suicida? - indagou Magda.
- Boa pergunta! Que você acha disso, Gabriel? - perguntou Ulisses.

Gabriel respondeu e todos prestaram muita atenção:
- Tudo que prejudica o corpo físico o faz também com o perispírito, nosso corpo espiritual, que sobrevive à morte.
Sim, são considerados suicidas os que pela livre vontade prejudicam sua saúde.
Essa responsabilidade depende do conhecimento de cada um.

Quem é usuário de tóxicos consome um veneno e abreviará seus dias na Terra.
Mesmo aqueles que não querem suicidar-se, morrer, vão fazer sua passagem de plano mais cedo, por prejudicar sua vestimenta carnal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:51 am

Podem ser considerados suicidas inconscientes.
Isto é, abreviaram com abuso sua permanência como encarnados.
E como sentem e sofrem por isso!
Porque a nossa vivência como encarnados é uma bênção pela qual devemos dar graças.

Nós, aqui no plano espiritual, estamos preocupados com os suicidas.
Esses imprudentes que matam o físico, mas não a alma, o espírito, continuam a viver
em sofrimento que, embora não seja eterno, é grande.
Aqui não há regra geral, cada caso é visto de uma forma.

Mas todos se arrependem, e o remorso dói muito.
Amor! Se todos amassem de forma verdadeira a Deus, amariam a si e ao próximo e não prejudicariam ninguém nem a si mesmos.
A bondade do Nosso Pai é enorme, como Seu amor por nós, nos dá novas oportunidades com a reencarnação.
Um reinício feito com esquecimento.

- E quem danificou um corpo físico saudável pode tê-lo na próxima encarnação deficiente? - perguntou Ulisses.
- Isso pode acontecer - respondeu Gabriel.
É estudado cada caso. Muitas vezes é o remorso que danifica.
Arrepender-se dos erros cometidos é estar pronto para repará-los, para construir onde se destruiu.

Mas muitos têm o remorso destrutivo, isto é, não querem recuperar-se, acham-se indignos de ser novamente sadios, querem se autopunir, o que torna seu perispírito doente e faz com que, ao reencarnar, eles passem essa deficiência à vestimenta que usarão para viver mais um período encarnados.

Outros estão tão perturbados aqui no plano espiritual que não têm condições de escolher e às vezes reencarnam não tendo o corpo físico saudável, o que, apesar de tudo, é um alívio para eles, pois sofrerão bem menos encarnados que aqui, com o remorso.

- Eu que o diga! Suicida sofre muito! - exclamou Mauro José.
Tenho medo de voltar a encarnar e me suicidar novamente.
Estou pensando em reencarnar sem as mãos.

- Gabriel, isso é possível? - perguntou Ricardo, assustado.
- Pedir é possível - esclareceu o instrutor.
O Departamento da Reencarnação estuda pedidos assim e para atendê-los leva em conta vários factores.
Principalmente se o indivíduo não vai revoltar-se.

É preferível aconselhar, e faço isso agora a você, Mauro José.
Estude mais, esforce-se para amar, ter melhor compreensão da vida e, quando se sentir apto, volte ao plano físico para sair vitorioso nos seus propósitos e desencarnar no tempo previsto.

- Sei que vou demorar para reencarnar, mas se tivesse que ser agora, queria fazê-lo sem as mãos - disse Mauro José suspirando.
- Quero ter conhecimentos espíritas quando estiver encarnada.
Acho que a pessoa espírita estudiosa não se suicida - falou Eunice.

- Depois que aprendemos a amar a Deus, a nós mesmos ao próximo, não fazemos mais nada que prejudique a nós nem ninguém.
Estou disposta a aprender. Quero amar! - exclamei.
- Amar a vida! Como é bom amar a vida e dar valor ao que se tem, e não só ficar se amargurando com o que não se tem ou acha que quer ter - disse Fábio.

Ficamos em silêncio.

Gabriel achou que não haveria mais comentários no momento sobre o assunto e convidou:
- Fale Carina!
Estamos querendo escutá-la.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:51 am

Dois

— Nasci numa família estruturada - disse Carina.
Pai, mãe e três filhos. Eu era a do meio, tinha um irmão mais velho e uma irmã caçula.
Parecia tudo certo, até que meu pai desencarnou.

Ficou doente por meses e veio a falecer.
Sentimos muito; minha mãe sofreu bastante e ainda ficou com toda a responsabilidade do nosso lar.
Ela trabalhava fora, tinha um bom emprego, mas teve que administrar bem o dinheiro, pois tivemos de viver sem o ordenado de papai, que passou a ser, então, uma pensão bem menor.

Ela não queria nos privar de nada e passou a fazer horas extras.
Ora mamãe nos dava atenção demais, protegendo-nos, ora, cansada, não se importava muito connosco.
Ficamos um pouco desajustados, inseguros.

Eu fui a que mais sentiu.
Meu irmão era ajuizado e responsável.
Naquela época, eu o julgava certinho demais, perfeito.

Ele sempre dizia a mim e à minha irmã:
”’Mamãe está cansada, trabalha muito.
Temos que entendê-la, gastar menos e ajudá-la mais.’
”Ele estudava muito, dava aulas para outros colegas, fazia compras para duas senhoras que moravam no prédio e, com isso, pagava suas despesas.

Minha irmã não pedia nada, mas eu queria e insistia;
eram roupas, passeios... supérfluos sem os quais passaria muito bem.
Estava com quatorze anos, era muito rebelde, não fazia nada em casa e reclamava de tudo.

”Numa dessas discussões com minha mãe, em que respondi de modo brusco, ela me deu uns tapas.
Revoltei-me. Naquela noite, saí com umas amigas, e um garoto nosso conhecido nos ofereceu drogas.
Minhas colegas recusaram, mas eu quis.

Fui alertada por elas:
- Carina, por favor, não faça isso!’
’”Por que quer experimentar? Sabe que droga é uma droga!’
’”Não faça isso, Carina. Pense em sua mãe.
Ela já tem sofrido tanto.’

”E foi nela que pensei. Ela tinha me batido.
Eu quis fazer pirraça e me dei mal.
É criancice e burrice fazer esse tipo de desaforo.”

Carina fez um pausa, suspirou profundamente.
Todos a olhavam atentos, ela continuou:
- Agora entendo que minha mãe não errou, nem na minha educação nem por ter ficado impaciente e ter me dado aqueles tapas.

Eu a deixava muito nervosa, fazendo-a se descontrolar.
Não compreendia o tanto que mamãe se esforçava para manter a casa, para que estivéssemos bem, nem que ela estava adoentada e stressada.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:52 am

Fiz sofrer quem muito me amou. Isso é muito triste!
”Fui com aquele garoto para um outro barzinho.
”’Não se preocupe com suas amigas.
Elas não sabem o que estão perdendo.
Sabe fumar? Não! Eu ensino você.’

”E fumei meu primeiro cigarro de maconha.
Senti calma, e o mundo me pareceu diferente, lindo; esqueci meus problemas.
Depois voltei para perto de minha turma.
Elas não conversaram comigo, e eu nem liguei.

”Esse garoto me convidou mais vezes e fui com ele fumar.
Minhas amigas se reuniram e tentaram me alertar.

”’Não entre nessa, Carina! Você vai se arrepender!’
’”Poderá se viciar e se tornar escrava delas, querendo cada vez mais.’
’”Se você se viciar vai se arruinar. Não fume mais.’

”’Vocês não sabem o que estão falando.
São umas bobocas que deveriam experimentar para opinar.
Se não querem, não fumem, mas me deixem fazer o que quero’, falei.

’”Carina, se você continuar não seremos mais suas amigas.
Você escolhe: nós ou as drogas.’
”’Prefiro vocês!’, respondi rápido.
”Continuei fumando escondido, mas elas logo descobriram *e passaram a me evitar.

”Achei que eram elas que estavam erradas, eu não estava fazendo nada de mau em fumar uns e sair com esse garoto e com sua turma. Até que...

”’Me dê mais um cigarro!’, pedi.
”’Outro? Já fumou dois.
Carina, é o seguinte:
se quiser fumar, de agora em diante, vai ter de comprar.’

”No começo não era caro e bastava eu me privar de um lanche, cinema.
Mas fui fumando cada vez mais.
”Não via mais minhas antigas colegas, tinha passado a evitá-las, pois achava-as chatas, certinhas.
Duas delas tentaram conversar comigo, aconselhar-me. Eu as tratei rudemente.
”Não estava tendo mais dinheiro para comprar os cigarros de maconha.

Reclamei para a turma:
’”Estou com muita vontade de experimentar cocaína, mas não tenho dinheiro.’
”’Carina, por que não se prostitui?
Você é jovem, bonita, terá muitos clientes, falou um colega.
”’Dou a você a cocaína para experimentar’, disse outro.

”Experimentei e ansiei por mais.
Drogar-se é algo estranho.
Parece bom e ruim ao mesmo tempo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:52 am

Para muitos, a sensação boa é de que se vive em outra realidade e que nada incomoda, porém o efeito seguinte não é nada agradável e a vontade de querer mais é um tormento.

Você começa a pensar só nela e o resto aos poucos deixa de existir.
’”Carina, tenho um cliente para você.
Quando falei a ele que você é virgem, ele lhe ofereceu uma boa quantia, uns dois meses de drogas.’

”Fiquei tentada e acabei aceitando. Foi muito triste.
Era um homem já idoso. Para ter coragem me droguei.
”E passei a me prostituir.
Não fui mais à escola e não parava em casa.

Evitava falar com meus familiares; meu irmão estudava para o vestibular e não prestava atenção em mim; mamãe trabalhava muito, eu pouco a via e, para que não desconfiasse, concordava com tudo o que ela dizia.
E, para que ela não *soubesse que não estava indo à escola, eu saía e chegava no horário, como se estivesse indo às aulas, e no colégio peguei a transferência, como se fosse mudar de cidade.

”Um dia, um cliente me deu uma surra. Fiquei marcada, toda ferida.
Disse em casa que tinha sido atropelada por um carro.
Meu irmão desconfiou, procurou minhas ex-amigas, que contaram a ele do meu envolvimento com as drogas.

”Elas deveriam ter dito logo no início.
Talvez, se tivessem contado, a minha família tivesse me ajudado, mas elas preferiram se calar.
Não as culpo nem cobro isso delas.
”Minha mãe, quando soube, sentiu-se mal e teve de ficar internada no hospital.

Parecia que tudo o que sucedia não era comigo, que eu estava à parte dos acontecimentos.
O viciado quase sempre tem os sentimentos anulados, parece não os vivenciar, fica como que adormecido.

”Falaram, discutiram, e eu fiquei quieta.
Meu tio veio em casa e levou-me para uma clínica, onde fiquei internada.
No começo estava perturbada, mas depois de uns dias comecei a entender o que ocorria.

Fiquei com dó de minha mãe e resolvi largar o vício.
Só que não calculei o quanto já estava viciada.
Saí da clínica com vontade de me regenerar, largar as drogas.

Fui para casa, não saía e fazia todo o serviço doméstico.
Meu irmão passou em medicina e minha irmã estudava muito.
Todos me trataram com carinho me dando apoio.

Quis voltar a estudar, mas como estava com dificuldade de aprender, planeei voltar à escola no ano seguinte.

”Certo dia, quando estava fazendo compras para casa, encontrei por acaso com uns amigos usuários;
conversamos e eles me ofereceram droga.
Achei que nada ia acontecer se fumasse um cigarro de maconha.

E foi um após o outro, e estava novamente envolvida.
Dessa vez roubei vários objectos de casa e vendi.
Minha mãe se exaltou e me mandou embora.

Fui morar numa pensão suja com umas meninas que se prostituíam, e me drogava cada vez mais.
”Mamãe, um mês depois, veio atrás de mim, implorou para que voltasse e aceitasse um tratamento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 15, 2014 9:52 am

Não quis. Ela me abraçou e pediu para me cuidar.
”Eu ia fazer um programa, encontrar com um cliente e injectei cocaína.

Depois, esse homem me deu cocaína para cheirar.
Esqueci que já havia injectado e tomei bebidas alcoólicas.
Fui com ele a um motel. Senti que adormeci, fiquei como se estivesse num terrível pesadelo.

Meu corpo físico morreu por overdose.
O sujeito que estava comigo, vendo-me morta, fugiu.
Os empregados do motel, percebendo algo estranho, entraram no quarto e, vendo meu corpo morto, me vestiram, me colocaram no porta-malas de um carro e me jogaram num local deserto.

Vi isso como um filme, perturbada e apavorada.
Tinha dezassete anos.
”Um grupo estranho, de que até hoje sinto medo só de lembrar e que ficava falando grosserias, desligou meu espírito da matéria morta, me pegou e me levou com eles1.

”Meu corpo foi achado no outro dia.
Minha família sentiu muito.
Mais uma vítima das drogas, ou mais uma tola que se envolveu com elas.
”Fiz minha família sofrer, principalmente minha mãe. Entristeço-me com isso.

”Tudo isso é deprimente, mas o pior para mim veio depois que meu corpo físico morreu.
Muitos encarnados acham que os tóxicos fazem mal apenas ao corpo físico, desconhecendo o tanto que prejudicam o corpo espiritual, o nosso perispírito, ou a nossa alma.

Acho que o inferno com fogo e capeta nos espetando é pouco para descrever o que passei.
”Continuei viciada. Ansiava por drogas.
Para ter a sensação de que as usava, passei a sugar energias de encarnados usuários.

Vampirizei. Entendi que fui vampirizada quando me drogava encarnada.
Agora ficava perto de turmas de viciados usufruindo dos fluidos deles.
”E deprimente falar de tudo o que passei;
era uma escrava do grupo, era maltratada e me sentia muito infeliz.

Quando tinha consciência do que se passava comigo, chorava agoniada.
”Cheguei ao meu limite.
Como queria que minha morte tivesse sido do modo como eu acreditava que seria;
queria ir para o inferno ou a um lugar onde não existissem drogas.

Preferia ficar no fogo a ficar naquele tormento.
”Deformei tanto meu perispírito, minha imagem, que ninguém me reconheceria.

Parecia um monstro, um dia, estava perto de um encarnado viciado, e umas pessoas se aproximaram dele e disseram:
Você quer se livrar das drogas?’
”Parecia que perguntavam a mim, e respondi, esperançosa:
”’Eu quero! Pelo amor de Deus, me ajudem!’

”Um senhor desencarnado que estava com o grupo aproximou-se de mim, pegou na minha mão e falou tranquilamente:
*sim Venha comigo, mocinha! Ajudarei você!’
”Fui levada para um hospital e, embora socorrida, não foi fácil me livrar do vício.
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O difícil caminho das drogas - Rosângela / Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho Empty Re: O difícil caminho das drogas - Rosângela / Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:39 am

Foi com tratamento e carinho dos atendentes e meu esforço que melhorei.
Foi como sarar de uma terrível doença.
”Recuperei-me e hoje estou estudando.

Sei da minha família.
Minha mãe tem estado muito doente, meu irmão se formou e minha irmã está estudando medicina;
os dois, graças a Deus, não se envolveram com tóxicos.

Todos pensam em mim com saudade e lastimam o que me aconteceu.
”A vocês, meus colegas, posso dizer:
é pior estar viciado desencarnado que encarnado.
Vícios são adquiridos, e bobo de quem se vicia.

Eles nos desarmonizam e temos de voltar a nos harmonizar, e como isso é difícil.
Tolo de quem pensa que a morte do corpo físico nos muda de imediato.
Continuamos os mesmos até que resolvemos mudar.
”Sinto por ter desperdiçado a oportunidade de estar encarnada.

Tinha planeado, antes de reencarnar, estudar enfermagem e cuidar de crianças; ia encontrar com um espírito amigo, um rapaz, casar e ter filhos.

Usando o meu direito de livre-arbítrio mudei os acontecimentos:
me envolvi com as drogas e voltei ao plano espiritual antes da hora e muito infeliz.
Quero ser útil e vou esperar pacientemente uma nova oportunidade de reencarnar.”

Carina deu por encerrada sua história.
Todos se emocionaram e a olharam com carinho.
Guilherme indagou ao professor Gabriel:
impressionei-me com o relato de Carina de que sugava encarnados que se drogavam.

Isso é possível?
Pensei que os espíritos desencarnados, só ficassem perto de médiuns!

- Meus alunos, a presença de espíritos ao redor de encarnados não depende da mediunidade ou de evocação.
A mediunidade faz com que seja esse fenómeno notado, sentido, e por ela podemos nos comunicar com eles.
”A Terra é morada nossa, de seres humanos, seja usando o corpo físico, encarnados, seja sem ele, desencarnados.

Quando desencarnamos, podemos por afinidade, merecimento, ir para lugares de paz, abrigos onde continuaremos a aprender a ser úteis;
como também podemos ir para lugares tristes, onde o aprendizado se faz pela dor, que são os umbrais;
ou podemos vagar, ficar entre os encarnados, e alguns iludidos fazem isso, pensam que ainda estão usando o corpo físico, acham que estão encarnados;
são quase sempre pessoas que eram apegadas à matéria e não sabem que mudaram de plano.

Há desencarnados que sabem de seu estado e gostam de estar entre os encarnados usufruindo das mesmas coisas usufruídas anteriormente.
Alguns desencarnados se desesperam com a falta daquilo em que se viciaram, seja álcool, sejam tóxicos, e podemos ver que alguns até por tabagismo ficam perto de usuários para ter a sensação de que estão usando.

”Sabemos que a morte do corpo não modifica ninguém.
Só a pessoa mesmo pode se melhorar.
Qualquer vício que a pessoa tenha, torna-a escrava dele até que o vença.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:39 am

Carina desencarnou viciada, afinou com um grupo de desencarnados que vagavam e que também haviam sido usuários.
Para ter a impressão, de que usavam drogas, sugavam energias de quem as consumia.
Trocavam sensações.

Ela não ficou junto de ninguém em especial, usufruía de quem se drogava.
Muitas vezes, quem desencarna assim perturbado fica perto de alguém e se torna seu obsessor.
Espíritos mal-intencionados, ou viciados como Carina foi, não se aproximam de quem se veste de um corpo carnal se este tem boa vibração, isto é, que costuma orar, ter bons pensamentos, é bom.

Grupos se afinam.
Pessoas que querem a mesma coisa se atraem.
E viciados em tóxicos dificilmente costumam orar, vibrar bem, tornando assim isto possível.

Não estranhem vocês, meus jovens, o termo vampiro ou vampirismo, isto nada mais é do que usufruir da energia de outro;
ao fazer isto, passa-se e recebe-se o que o outro sente.
Por isso eu disse: trocavam sensações.”

- Isso parece chocante! - expressou Fábio.
- A vida é contínua; não mudamos quando trocamos de plano, mas sim quando queremos - respondeu Gabriel.
- Não precisa ter medo, só temos companhias más ou inconvenientes quando queremos - falei.

- Lembro a você, Fábio, que temos sempre boas e más influências.
E que os bons, estando desencarnados ou encarnados, estão sempre ajudando - esclareceu nosso professor.
- E que nos ligamos e escutamos a quem queremos.
Se nos ligamos ao bem, nada disso acontece connosco.
Desencarnados imprudentes não se aproximam de nós ou de encarnados - disse Carlos Eduardo, a Edu, sorrindo.

- Deveríamos temer o erro de fazer algo que nos prejudique.
Todos deveriam ter medo é de se drogar - expressou Larissa.
O assunto era muito interessante, mas, como estava no horário do intervalo, fomos para o pátio e ficamos conversando.

1 - Todos nós, encarnados e desencarnados, temos acesso a conhecimentos, basta ser activo e aprender.
Infelizmente, muitos usam o que sabem para o mal.
Este grupo sabia desligar o espírito da matéria morta, não usaram deste saber para ajudar, mas sim por motivos egoístas.
Este processo não é difícil, muitos o fazem.
(Nota do Autor Espiritual)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:39 am

Três

- Estou gostando muito destas aulas! - exclamou Larissa.
- Pena que vocês só estão assistindo a estas - disse Fábio.
- É que nós estamos fazendo um estudo sobre drogas e viemos assistir às que vocês estão tendo no momento com o professor Gabriel - falei.

- Esse estudo é muito interessante!
Mas temos que completá-lo com a aula da instrutora Maria Laura - expressou Ulisses.
- Por que vieram só para estas aulas? - perguntou Carina.

- Já fizemos esse curso que estão fazendo - falei.
Já aprendemos a viver sem o corpo físico no plano espiritual, e aí aula sobre tóxicos foi há pouco tempo incluída no currículo por ser de muita importância para nós, que desencarnamos jovens!
Nós seis temos interesse nesse assunto, por isso estamos fazendo um estudo mais abrangente;
logo que acabar esta matéria, o que está previsto para hoje, iremos embora.

”Fiquei quieta por momentos, observei o grupo e pensei o porquê de estar ali, de ter querido fazer esse estudo, achei que foi porque desencarnei na adolescência, sentindo-me ainda criança.
Estive muito tempo doente e não tive experiência nenhuma com drogas, escutei pouca coisa do assunto por noticiários.

Quis saber mais sobre os tóxicos, pedi para estudar, e meu pedido foi aceito.
Faria parte de um grupo, todos jovens Carla, Larissa, Carlos Eduardo, o Edu, Ricardo e Ulisses.
Primeiro fomos ter aulas teóricas com o professor Gabriel juntamente com uma turma que fazia o curso para aprender viver sem o corpo físico.

”Gostei muito. A escola era grande, arborizada, com muitas salas de aula, um lugar agradável.
A maior diferença de um grupo de encarnados é que todos ali estavam querendo aprender.

Carla segurou meu braço e exclamou, fazendo-me prestar atenção na conversa.

- Achei esse local magnífico! E o estudo também!
Não sabia o tanto que as drogas fazem mal ao corpo físico.
Agora sei e, se estivesse encarnado, estaria assustado - disse Ricardo.

- E como faz mal! Eu, que não gostava muito de estudar ciências, me encantei com este estudo.
O corpo humano é perfeito demais!
É fantástico seu funcionamento - falou Edu.

- Que imprudência danificar essa vestimenta do espírito - expressou Ulisses.
- É, mas também prejudicamos nosso perispírito com outros erros - opinou Mauro José.
- Claro! Somos um só! - disse Ulisses, rindo.

- Calma! Eu explico:
nós mesmos, o verdadeiro eu, é o espírito, que revestimos no plano espiritual de um envoltório semi-material que chamamos de perispírito, que serve de modelo para o corpo quando encarnado.
E para estar reencarnado, nós os espíritos, vestimos o corpo de carne e osso.
Acho isso fantástico!

Voltamos à classe e tivemos uma revisão do assunto estudado.
Ao término da aula, nós seis nos despedimos dos outros colegas, agradecemos o professor Gabriel e fomos ao encontro de Maria Laura, que seria nossa instrutora na continuação do estudo sobre tóxicos.

Encontramo-nos com nossa instrutora no jardim da frente do hospital da colónia espiritual da qual fazíamos parte.
Estávamos no momento residindo ali.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:39 am

Maria Laura nos recebeu com um sorriso encantador.
Era de estatura pequena, devia medir um metro e cinquenta, tinha cabelos louros curtos e expressão delicada e aparentava ter desencarnado com sessenta anos.

- Que bom tê-los comigo para mais um trabalho.
Espero poder orientá-los neste aprendizado, expressou ela sorrindo.
- Você trabalha aqui há muito tempo? - perguntou Carla.

- Logo completará dez anos que sirvo nesta parte do hospital, em que ex-usuários de tóxicos se recuperam.
Encarnada, dediquei-me a ajudar dependentes químicos, era médica.
Quando me aposentei passei a fazer um trabalho voluntário ajudando os que queriam largar o vício e não conseguiam.

Foram muitos anos orientando pessoas.
Desencarnei com oitenta e quatro anos e em actividade.
No plano espiritual estudei | e aqui estou numa continuação do que fazia encarnada - respondeu Maria Laura.

- Quem é útil encarnado continua a ser aqui no plano espiritual!
Normalmente, os que gostam de ser servidos no corpo físico são os necessitados aqui - expressou Ulisses.
- Maria Laura - falei -, desencarnei depois de uma longa doença e de ter tomado remédios fortes, que viciam.
Desencarnei; e não tive necessidade deles.

- Rosângela, você os tomou como medicamentos, por; necessidade;
foram úteis esses remédios que você usou.
É no abuso que está a imprudência, o erro - respondeu a instrutora.
- Nós vamos conhecer a parte do hospital onde estão em» recuperação os que foram viciados em tóxicos? - perguntou Edu.

- Agora não - respondeu Maria Laura.
Vamos primeiro fazer um trabalho de auxílio, depois vocês ajudarão os socorridos, aí conhecerão esta parte do hospital.
Quero esclarecê-los que o plano espiritual é diversificado.
Há colónias com muitos hospitais e outras com um só, como o nosso, que é repartido em, alas, sectores, partes, e os que se recuperam dos vícios ficam separados.

- E quem foi viciado em cigarro, álcool e tóxicos? - perguntou Ricardo.
- Fica no sector do que causa maior dependência, o dos tóxicos - respondeu Maria Laura.
Agora vamos a uma reunião, estamos sendo esperados no salão número quatro.

Acompanhamos nossa instrutora.
Atravessamos um pequeno jardim.
Todo o hospital é circundado de bem cuidados canteiros floridos, com bancos confortáveis.

Dentro do hospital há bibliotecas, salas de vídeo, salões de palestras, isso em cada parte.
O salão número quatro tem capacidade para cem pessoas simples, tendo só as poltronas e alguns vasos com *plantas.
Acomodamo-nos.

Logo após chegaram outros grupos, um senhor, à frente, se apresentou:
- Sou Sebastião. Estou no momento como orientador desta parte do hospital.
Estamos aqui para o início de mais um trabalho de socorro aos que forem encarnados dependentes de tóxicos.
Contamos com cinco grupos, que têm como instrutores companheiros com experiência e anos de serviço nesta ala.

Aqui estão alguns novatos e estudantes.
Quero dar as boas-vindas e espero que fiquem connosco.
Estamos, em todos os sectores de trabalho no plano espiritual, com falta de trabalhadores, e no nosso sector faltam mais ainda.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:40 am

Cada grupo irá a determinados locais e trará um número certo de socorridos;
os instrutores de cada grupo passarão as orientações.

Sebastião sorriu e saiu da sala.
Observei, curiosa, os outros grupos.
O nosso e um outro tinham sete pessoas, outros dois tinham três e o último contava com vinte e sete.

Ricardo indagou a Maria Laura:
- Por que aquele grupo está com mais componentes?
- São os que estão começando; será o primeiro trabalho de socorro deles.
Por mais três vezes trabalharão juntos, depois se separarão e formarão grupos pequenos.
Estão com dois instrutores mais experientes.

- Vamos socorrer muitos? - indagou Carla.
- Não, só traremos cinco - respondeu Maria Laura.
- Só cinco? - exclamou Larissa espantada.
- Também acho pouco, pensei que fôssemos socorrer muitos - falou Ulisses.

- Temos vinte e quatro leitos vagos - disse Maria Laura explicando.
E serão vinte e quatro socorridos.
Foi repartido um tanto para cada um dos grupos aqui presentes.

- Sempre há este número de vagas? - perguntou Larissa.

Nossa instrutora sorriu e respondeu:
- Não, Larissa, são vagas periódicas.
Não pensem vocês que sairemos e horas depois estaremos de volta com os cinco, nosso socorro demorará, não temos tempo determinado para fazê-lo, dependerá de muitas coisas.
Temos aqui muitos pedidos e socito, iremos até eles e iremos socorrer somente cinco.

- Por que isso? - indagou Larissa.
- Vou explicar - respondeu Maria Laura.
Como viram, o nosso hospital é grande, imenso.
Os imprudentes, os necessitados de ajuda são tantos que infelizmente não há vagas para todos.1

- Entendo - disse Ricardo.
Quando estava encarnado, eu frequentava um centro espírita e lá já via essa diferença.
Um grupinho para ajudar - tanto na orientação espiritual como na assistência social - e muitos para serem servidos, e entre estes muitos poderiam cooperar de alguma forma e estavam sempre dando desculpas, evitando ser úteis.
Como não mudamos com a morte do corpo, mas sim quando queremos, os que gostam de ser servidos viram aqui necessitados.

- O hospital não poderia ser aumentado, ter mais vagas? - perguntou Edu.
- Poderia, e isso não seria difícil - respondeu Maria Laura.
A dificuldade maior é a falta de servidores.
Não basta ter vagas só por ter, se não há quem trabalhe, quem cuide dos socorridos.

- Os trabalhadores na Terra são poucos - comentou Ulisses - Jesus falou isso.
Ele até pediu a Deus que enviasse servidores messe.
E não é só entre os encarnados que os trabalhadores são escassos.
Aqui, no plano espiritual, também há falta deles.
Quem quer ser um trabalhador, tenho rogado ao Pai para sê-lo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:40 am

- Ulisses, você concluiu certo - disse Maria Laura.
Os desencarnados viciados, os que, encarnados, imprudentemente adquiriram dependências químicas, requerem muitos cuidados.
Os trabalhadores dos hospitais têm quase sempre muitos horas de trabalho por dia, num serviço de abnegação.
Mas eles também precisam ter lazer, horário para estudos, porque não é certo que só trabalhem.

Infelizmente, meus jovens aprendizes, vocês verão como falta pessoal para ajudar nesse campo.
Há poucas pessoas para trabalhar em todos os sectores, desde socorristas entre encarnados até servidores aqui nas colónias.
E, como irão ver nesta área de socorro faltam mais, porque não é uma tarefa fácil, requer que o servidor seja muito paciente, dedicado e que tenha conhecimentos.

- Maria Laura, você trabalha muito? - perguntou Carla.
- Sim, quando saio em socorro, trabalho por horas seguidas sem descanso.
Normalmente fico no hospital de plantão oito horas.

Tenho algumas folgas, em que visito amigos e parentes.
Também dou palestras sobre dependência química em diversas colónias.
Tenho vontade de fazer cursos em uma colónia de estudo, mas estou adiando.

- Entendo, você sente que fará falta aqui - disse Larissa.
- Quero estudar medicina aqui no plano espiritual;
Vou, com Certeza, um dia fazer o curso.
No momento, sinto que tenho de ficar aqui - respondeu Maria Laura sorrindo tranquilamente.

- Você sabe quem são os cinco a ser socorridos? - perguntou Ricardo.
- Não sei - respondeu nossa instrutora - mas temos aqui na lista, bem explicado, tudo que devemos fazer.
É o Departamento de Socorro que recebe os pedidos;
lá são separados e enviados às equipes socorristas.

Os que se referem a tóxicos vêm para cá.
Nossa ida ao plano físico não é só para trazer os socorridos.
Há também auxílios a encarnados.
Para ver o que se passa, temos de ir até as pessoas, os pedintes, analisar, tentar orientar e ajudar do melhor modo possível.

Quanto aos desencarnados a ser socorridos, temos de analisar cada caso.
Primeiro, se o desencarnado quer mesmo ser socorrido para se melhorar.
Porque muitos pedem ajuda, clemência, mas não querem o que temos a oferecer:
um tratamento para que larguem o vício.

Muitos querem só o alívio para se viciar mais.
E mais ou menos assim: querem ficar livre da ressaca, para continuar usando a droga.
Segundo, uns pedem socorro e ao se sentirem melhor vão cometer outros erros ou se vingar de desafectos.
Alguns, ao serem libertados de grupos que os escravizaram, vão escravizar outros.

- Interessante... Para ajudar, tem de ser com sabedoria, senão pode-se fazer mais mal do que bem - disse Edu.
- Por isso, sempre é recomendado, para aqueles que querem servir, que estudem, aprendam, para melhor fazer sua tarefa - explicou Maria Laura.
- Há pedidos que pessoas fazem por outras? - perguntei.

- Claro! - respondeu a instrutora. - E, sempre que a solicitação é sincera, uma equipe vai verificar.
Temos, entre os que vamos analisar, pedidos que se enquadram nesse caso.
Verão que muitos pedem por outros, mas nem sempre o alvo do pedido quer o que se pediu para ele.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:40 am

Vou dar um exemplo:
uma pessoa acha que outra está com fome e pede a alguém que dê a ela um prato com arroz e feijão, o que acha que é o melhor para quem está necessitado.
Mas essa pessoa, que talvez seja realmente necessitada, pode não querer no momento o arroz e o feijão pedidos, e sim algo como uma viagem para o exterior.

Normalmente, é com a participação de muitas pessoas que se realiza um auxílio.
O prato com a refeição não surge do nada.
Além de ser trabalho de muitos, não podemos obrigar o alvo do pedido a se alimentar.
Por isso essas rogações são analisadas.

- E esse trabalho de preparar o alimento, o prato com arroz e feijão, é a nossa tarefa, não é?
Seu exemplo foi muito objectivo;
compreendi que nada é feito sem trabalho - expressou Carla.

- É a nossa tarefa e a de muitos outros - respondeu Maria Laura.
Quando recebemos solicitações assim, tentamos orientar e ajudar o pedinte, como também o alvo do pedido, mas muitas vezes não conseguimos ajudar porque este não quer o que temos para dar, e assim só podemos doar bons fluidos na nossa visita!
Quem pede é que se torna receptivo a receber.1

- E quem precisa mesmo e não pede?
Quem está *tão perturbado que não se lembra nem de rogar? - indaguei.

- Temos um caso assim na nossa lista.
Verão que o tóxico o danificou tanto e ele está tão perturbado, demente, que nem consegue pedir, mas mesmo assim anseia por melhorar.
Essa vontade é um pedido indirecto.
Vamos até ele e, se possível, traremos para nosso hospital - respondeu Maria Laura.

- Acho que são estes os verdadeiros socorros, os que são realizados com prudência! - exclamou Ulisses.
- São mesmo! - expressou a instrutora.
São muitos os que pedem socorro;
se trouxermos todos não haverá espaço,1 seria precipitado dar abrigo a alguém que não quer seguir a ordem nem a disciplina que temos aqui.

Além disso, ele poderia estar tomando o lugar de outro que quisesse não só diminuir seu sofrimento, mas também melhorar interiormente.
E lembro vocês, garotos, que todos nós estamos tendo a oportunidade de aprender, uns o fazem pelo amor, outros pela dor, que os faz despertar.

E muitos que não querem hoje o prato de arroz e feijão, irão querer um dia.
E, quando o pedido deles for sincero, quando quiserem realmente mudar, chegará a vez deles.
Estou lembrando agora da parábola do rico avarento e do Lázaro, o pobre2.

Preciosos ensinamentos que todos nós conhecemos.
O rico quando desencarnou, ficou num local de sofrimentos, denominado umbral. é assim que nos referimos a esta zona de dores.
E este ex-possuidor de bens materiais pede somente alívio para seus males sem se converter, sem querer se modificar.

Sua mente, que tanto errara, continua como antes.
Ele não se modificou, não porque não pudesse, mas porque não quis.
E podia querer porque o livre-arbítrio é atributo do espírito e não do invólucro físico.

Desencarnados podem se converter, querer se tornar melhores.
Vocês, meus amigos, verão que muitos sofrem revoltados e continuam com as mesmas atitudes erradas.
Infelizmente, estes, como o ex-rico da parábola, não têm como ser socorridos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:40 am

Muitos sofrem e entendem porquê e, acham até que seus sofrimentos são justos;
são estes que estão prontos para serem auxiliados.
Se aquele rico tivesse compreendido que errou, quisesse modificar-se para melhor, Lázaro ou outro, poderia tê-lo auxiliado.
Enquanto existir a maldade, persistirá o mal, que gera culpa e consequentemente o sofrimento.

- Esse socorro é imediato?
Basta pedir com sinceridade para ser auxiliado? - perguntou Edu.
- Carlos Eduardo, não é assim de imediato, não há equipes de socorro em excesso para isso.
Tudo é planeado. Nós, desta colónia que auxilia os toxicómanos, temos no momento cinco grupos, mas às vezes são só dois.

Vocês mesmos estão aqui só para estudar, e a equipe maior faz apenas estágio;
após, irão se dividir e ir para muitas outras colónias.
Saímos em socorro quando há vagas ou em casos especiais.

O pedinte, quando se torna receptivo, afinando-se connosco, é ajudado.
Às vezes, é necessário ser persistente, querer mesmo nossa ajuda, para aprender a dar valor ao que vai receber.

- O importante mesmo, turma, é ser útil, ser servidor, e não necessitado - concluiu Ricardo.
- Prontos, garotos? - perguntou Maria Laura.
Vamos! volitar para a Terra, para a cidade a que esta colónia está vinculada.

Teremos como ponto de apoio um posto de socorro! localizado num centro espírita.
Depois de conhecê-lo, iremos à nossa primeira visita.

Demos as mãos e, ansiosos diante da expectativa desse trabalho, volitamos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:40 am

Quatro

Fomos recebidos com muita alegria. Albino se apresentou:
- Sou o responsável pela parte espiritual deste posto de auxílio.
Sejam bem-vindos!
Venham conhecer nosso local de trabalho.

O centro espírita era de construção simples, com um salão grande para palestras, oito salas onde se realizavam trabalhos de desobsessão e que eram também classes de evangelização, um consultório dentário, a cozinha, onde faziam sopas, e uma sala de costura.

- Que lugar bonito! - exclamou Carla.
A vibração era suave, benfazeja, o que tornava o local mais encantador.
Mas para nós, desencarnados, a construção não era só isso, tinha mais dois andares.
Essa outra parte era invisível aos encarnados, sendo raros os que conseguiam vê-la.

Era feita do mesmo material com que são construídas as colónias, ou seja são semi-matéria, rarefeita e fluídica.
Nós vemos as duas construções, nos locomovemos por elas e sabemos distingui-las.
Esta parte está localizada acima da material.

No primeiro andar há um mini-hospital e no outro, alojamento para seus trabalhadores, salas de reuniões e de música e biblioteca.
É tudo muito limpo e organizado3.

O corpo físico é um acessório do espírito, uma roupagem que é abandonada quando suas funções são terminadas com a morte.
Além do invólucro físico, o espírito tem outro, chamado perispírito.
Essa roupagem é semi-material e tem a mesma forma humana do envoltório carnal, é uma espécie de corpo fluídico, que possui ainda algumas propriedades da matéria.

E nós, desencarnados, que usamos o corpo perispiritual para viver, temos de ter onde morar, estar, senão como ficaríamos?
Em que lugar?
Esses locais são da mesma matéria do nosso perispírito.

- Aqui - explicou Albino -, nesta sala, vocês poderão deixar acomodados os socorridos que deverão ir com vocês.
- Estou vendo que há muitos socorridos no posto, as enfermarias estão lotadas.
Há trabalhadores suficientes aqui? - perguntou Ulisses.

- Gostaria que houvesse pelo menos o dobro - respondeu Albino.
Mas não posso me queixar, temos uma óptima equipa.
São muitos os socorridos, e você, meu jovem, tem razão:
nossas enfermarias estão com todos os leitos ocupados.

Muitos dos que estão aqui pediram ajuda para nós, outros vieram com os encarnados que frequentam o centro espírita.
Alguns já receberam orientação nos trabalhos doutrinários da casa, ou seja, nas sessões de desobsessão, outros esperam para receber esses esclarecimentos.

- Aqui é tudo aberto.
Pode acontecer de o interno sair e o indesejável entrar facilmente?
Isto acontece?
Como vocês lidam com esse facto? - indagou Carla, curiosa.

Albino respondeu explicando e mostrando o sistema a nós os estudantes:
- Temos em volta tanto da construção material como da espiritual uma rede de protecção que impede os desencarnados mal-intencionados de entrar, estes só o fazem quando é permitido.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 16, 2014 11:41 am

Temos também um sistema de alarme que evita ataques.
Se para entrar há dificuldades, elas não existem para sair.
Nossos abrigados podem fazê-lo facilmente, é só descer as escadas e já estão na rua.

- Não posso entender como alguém que esteja aqui, socorrido, saia, recusando o auxílio do posto - eu disse.
- Pois isso acontece;
nossa casa é de primeiros socorros - respondeu Albino.

Abrigados que aceitam o que temos oferecer ficam connosco e quando estão melhor passam de servidos a servidores e alguns são transferidos para postos maiores ou colónias.
Infelizmente há os que não querem ficar connosco e vão embora.

- São muitos os que saem sem permissão? - perguntou Edu.
- Os que pedem socorro para si mesmos dificilmente saem.
Quando foi outra pessoa que pediu por eles, quase sempre vão embora.

Por exemplo, um encarnado vem ao centro espírita com o acompanhante desencarnado;
este fica aqui, mas normalmente não é isso que ele quer, então vai embora.
São muitos os que saem - respondeu Albino.

- Entendi, o encarnado pede ajuda porque quer se livrar do incómodo que o desencarnado lhe provoca, ou pede por ele querendo o seu bem.
Este permanece no posto, mas não é isso que ele quer e não fica - disse Ricardo.
- É isso mesmo - concordou Albino.

- Vocês sabem o motivo de muitos irem embora? - perguntou Larissa.
- A maioria não gosta da ordem e disciplina que temos aqui, não é isso que querem no momento.
Outros não se conformam com a morte do corpo físico ou não aguentam ficar longe das coisas que julgavam ser deles ou de afectos - respondeu Albino.

- São os apegados!
Eles ainda não compreenderam que a morte do corpo físico os leva a viver de modo diferente, não é? - perguntou Ricardo.
- Tentamos ensiná-los, mas muitos não querem ouvir, entender - esclareceu o orientador espiritual do posto.

- Que acontece com esses iludidos? - perguntou Carla.
- Você os definiu bem: iludidos.
Muitos até recebem esclarecimentos nas sessões de desobsessão ou de orientação por meio de incorporação.

Ficam perto do médium, vêem a diferença entre o corpo físico e o perispiritual, conversam com o orientador.
No momento, compreendem sua mudança de plano, mas depois o desejo de estarem perto de afectos, de bens materiais é mais forte, então alguns saem e se iludem, perturbam novamente.

Outros, mesmo sabendo que estão desencarnados, preferem estar com afectos. Vão vagar.
E isso é perigoso, pois correm o risco de ser aprisionados por desencarnados mal-intencionados que os levem para o umbral e de virar escravos.

Há também os que saem por outros motivos:
por gostar de farras, não querer largar seus vícios, deixar de fazer maldades, ou para se vingar e estar no Umbral com seu grupo.

- Que acontece com os que são levados para o umbral? - Indagou Larissa, preocupada.
- Estes, recusando-se a aprender connosco, aprendem de outra forma.
Quando querem o que temos a oferecer e pedem socorro, são auxiliados por nós ou por outro grupo - respondeu Albino.
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O difícil caminho das drogas - Rosângela / Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho Empty Re: O difícil caminho das drogas - Rosângela / Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 17, 2014 9:48 am

- Aí eles ficam, permanecem no posto, não é? - perguntou Edu.
- Normalmente. Mas pode acontecer que, estando melhor, saiam novamente sem permissão - explicou o orientador.

Como ninguém perguntou mais nada, Albino nos levou a outra parte da construção, a do plano espiritual.
Cima espaçosa sala de frente para a rua, aberta e sem cercado.

Olhamos curiosos, e ele esclareceu:
- Aqui é o nosso pronto-socorro, um local onde atendemos os desencarnados que querem só alívio, e não abrigo.
Esta é Luzia, que explicará a vocês o nosso trabalho. vou deixá-los aqui, enquanto converso com Maria Laura no salão de palestras. Até logo!

Luzia sorriu delicadamente e nos abraçou.

- Sejam bem-vindos!
Trabalho neste pequeno laboratório um pronto-socorro, para atendimento rápido, horas seguidas.
Se vocês ficarem aqui por trinta minutos, verão como é nossa tarefa.

Nisso, chegou um outro servidor com um desencarnado todo machucado.

Luzia o cumprimentou:
- Olá, Caju! Você brigou de novo?
- Eles me provocaram.
Me faça um curativo - disse ele.
- Esse Caju nem pediu por favor - falou Ricardo.

Luzia, enquanto fazia o curativo, nos esclareceu:
- Dos que são atendidos aqui, só raras excepções vão para o interior do posto.
A maioria vai embora após receber o auxílio.
Este aqui, nem sabemos o nome dele, só nos falou o apelido Caju.

Infelizmente é um dos nossos fregueses, como costumamos chamar carinhosamente um grupo que costuma vir aqui para receber uma ajuda.
Ele se embriagava quando encarnado;
desencarnou, se agrupou com afins e está sempre brigando por aí.

- Acho isso incrível! - exclamou Carla.
- Minha colega, só mudamos quando queremos, a morte do corpo não nos modifica - falou Ulisses.
- Parece que ele pensa que está fazendo um favor a vocês vindo aqui - expressou Carla.

- Conversamos sempre com os atendidos, tentamos esclarecê-los, mas não tem dado muito resultado - disse Luzia.
- São pessoas que desde encarnadas julgam que outros sempre estão dispostos a ajudá-las e, pior, pensam que estão fazendo favor, e não recebendo.

E acham que os que trabalham têm obrigação de servir - falou Edu.
- São os mendigos de favores dos outros.
O termo é forte, mas é assim que devemos chamar os que só querem ser servidos e nunca fazer nada de bom nem para si e muito menos para outros - eu disse.

Nisso, chegou outro desencarnado, que se sentou e esperou a vez de ser atendido.
Olhou com cobiça para Larissa.

Esta nossa colega é muito bonita, mulata, alta, de cabelos encaracolados curtos, aparenta ter vinte anos.
Ela se incomodou e ficou atrás de Ulisses.
O homem foi se sentar em outra cadeira para vê-la.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 17, 2014 9:48 am

- Não sei como agir neste caso.
Chamo a atenção dele? - perguntou Ulisses.

Luzia largou o que estava fazendo, pegou o homem pelo braço, colocou-o para fora da sala, deixando-o na rua dos encarnados, e ordenou:
- Espere aí, quando for sua vez eu o chamo.
- Tive medo dele! - exclamou Larissa.
- Medo por quê?
Ele não ia poder fazer nada com você - expressou Edu.

Luzia explicou:
- Como vocês podem ver, eu e os outros que trabalham aqui não somos bonitos.
Também são evitados jovens, isso para não haver problemas com os que vêm ao pronto-socorro pedir ajuda.
- Desculpe, Luzia, interrompê-la, mas você é muito bonita! - expressou Ricardo.

- Obrigada! Você já consegue ver como uma pessoa é pelo todo.
Mas esses que vêm aqui só enxergam a aparência - falou Luzia sorrindo.
- E se um deles mexer com você? - quis saber Carla.

- Eu faço o que fiz com aquele, pego-o e coloco-o para fora *- respondeu Luzia.
- É muito justo! - exclamou Ricardo.
Vocês estão aqui para servir, ajudar, e não recebem nem ”obrigado” de muitos, mas pelo menos os necessitados têm de ter respeito.

Luzia acabou de fazer o curativo em Caju.

Ele, que escutava calado, olhou para ela e para nós e disse:
- Muito agradecido, dona Luzia!
Boa tarde a vocês meus jovens!

Saiu rápido. Nós rimos.

- Pelo menos desta vez agradeceu! - exclamou Luzia.
- Como pode ele se machucar? - perguntou Edu.
- Desencarnados assim vivem como se ainda estivessem no corpo físico.
Embora ele saiba que já fez a mudança de plano, não aceita viver sem o invólucro carnal.

Vivendo como se estivesse na matéria, sente as necessidades de um encarnado.
Caju está sempre perto de encarnados afins, trocando fluidos, sensações, sentindo-se embriagar.
E, como os bêbados encarnados brigam, os amigos desencarnados deles quase sempre o fazem também.
Se eles se machucam, estes também plasmam os ferimentos para si e sentem-se machucados.

- Como podem viver assim? - perguntou Larissa.
- Somos livres para fazer o que quisermos, mas responsáveis pelo que fizermos.
Caju tem sempre oportunidades de se modificar, de ser melhor, mas não quer.
Um dia essa forma de vida o cansará e ele então vai querer mudar - disse Ulisses.
- É isso mesmo - concordou Luzia.

Nisso entrou outro desencarnado, que se sentou na cadeira de espera e ficou quieto, de cabeça baixa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 17, 2014 9:48 am

Luzia falou baixinho a nós:
- Esse é Lourival, desencarnou com trinta anos, aparentando bem mais, era dependente de tóxicos.
Sabe que mudou de plano, não quer o socorro, não quer largar o vício.
Vem aqui porque sua mãe, que está encarnada, frequenta nosso centro espírita e pede muito por ele.

Atendendo ao pedido da mãe um socorrista da casa foi tempos atrás até ele e o trouxe aqui.
Estamos tentando orientá-lo, mas no momento ele quer continuar a viver assim.
No momento, ele vem espontaneamente pois tem muitas dores de cabeça e pede remédios.

Virou para ele e o cumprimentou:
- Como está, Lourival?
- Com muita dor de cabeça.
Acho que é doença ruim, câncer.
Vai me atender com esses moços me olhando? - perguntou Lourival.

- Esse grupo está aqui para aprender - respondeu Luzia.
- Não dá para eles aprenderem com outros?
Não sou animal para que fiquem me olhando.
Aposto que eles nunca se drogaram.
Parecem santinhos olhando um pecador que se deu mal na vida.
- Eles ficarão aqui - respondeu Luzia.

Lourival levantou-se e saiu.

- Não teria sido melhor nós sairmos? - perguntou Edu com pena.
Ele foi embora sem o remédio.
- Estaria educando-o se cedesse à chantagem dele?
Não se preocupe, ele voltará, é nosso paciente.
Vem pelo menos três vezes por semana para que o livremos dos efeitos colaterais do seu vício ou os suavizemos - disse a trabalhadora do pronto-socorro.

- Ele teve câncer quando encarnado? - indagou Ricardo.
- Não, seu corpo físico morreu por uma parada respiratória devido ao excesso de drogas.
Inventa sempre doenças para que tenhamos dó dele.
Já lhe falei que não nos engana, mas acho que ele engana é a si mesmo - respondeu Luzia.

- Ele é arrogante! - expressou Ricardo.
- É! - disse Luzia. - Tentamos orientar todos os necessitados que vêm aqui, para saberem que o auxílio recebido é por bondade de Deus, que Ele, o Pai Amoroso, socorre um filho por outros.
Lourival já me disse que, se ele não viesse aqui, eu não teria trabalho.
Não entendeu ainda que é ele quem recebe favores e que deveria ser grato por isso.

- É ressaca que Lourival tem? - perguntou Carla.
- Podemos dizer que sim - respondeu Luzia.
- Agora entendo por que devem ser analisados todos os pedidos e seleccionados os necessitados que irão para a colónia.

Se levássemos Lourival ou aquele homem que me olhou com cobiça, não teríamos ordem nas nossas enfermarias - falou Larissa.
Existem postos como este por muitos lugares, em que podem receber auxilio - disse Edu.

- Lembro a vocês: se não são socorridos, é porque não querem o que temos a oferecer - falou Ricardo.
- Observando este atendimento, este posto, nossas colónias, entendo que a vida espiritual não difere muito da vivência física, a encarnada - falei.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 17, 2014 9:48 am

- Por que mudaria tanto?
Tudo foi criado por Deus e é sustentado por Ele.
A morte do corpo carnal é para a maioria tão traumatizante... não seria ainda mais difícil se eles encontrassem tudo muito diferente?
O Pai Divino é misericordioso - expressou Luzia emocionada.

Achei Luzia inteligente e muito dedicada.
Pensei que, se trabalhasse ali, naquele movimentado pronto-socorro, por um mês, ia certamente aprender muito.

Uma mulher entrou amparada por um socorrista, que nos cumprimentou sorrindo e explicou a Luzia:
- Achei Esmeralda no umbral com seus desafectos. Ela não está bem.

Deitou-a no divã e saiu.

Luzia segurou sua mão e falou com carinho:
- Esmeralda, por que não perdoa e segue seu caminho entre nós que a amamos?
- Sabe que é justo meu ódio e que tenho de me vingar - respondeu a mulher.
- Ódio nenhum é justo e ninguém se vinga impunemente!
Se você faz alguém sofrer, sofre mais que eles - respondeu a atendente carinhosamente.

- Hoje aqui está enfeitado!
É tão bom ver jovens querendo aprender! - exclamou Esmeralda olhando-os.

Depois de uma pausa de segundos, falou novamente:
- Se vocês estão aqui para aprender, será interessante eu contar por que quero me vingar.
Tinha uma família feliz.
Marido trabalhador e três filhos, que nunca nos deram preocupações.

Fomos assaltados, ficamos como reféns na nossa própria casa.
Um dos assaltantes quis levar minha filha de treze anos para o quarto para estuprá-la.

Tentei impedir e ele me matou.
Após ter atirado em mim, eles fugiram.
E nossa vida se modificou, eles sofrem e eu mais ainda.
Não queria ter desencarnado, termo que vocês usam, revoltei-me contra os assassinos e quis me vingar.

Esses assaltantes foram presos, assassinados e estão no umbral.
Acho certo os castigar. Vigio-os, porque estão presos num buraco, e o castigo deles é ficar sem as drogas.
Agora, desencarnados, eles não podem consumi-las, mas usufruem dos fluidos dos encarnados que as utilizam.

Só que o umbral é um horror!
Lutei com eles esta noite, machuquei-me, mas não os deixei fugir.
Vim para cá e dois amigos meus que também querem vingar-se deles ficaram vigiando-os.
Como vê, não sou um monstro, só sou infeliz!

Esmeralda enxugou umas lágrimas, e nós, as meninas do grupo, também secamos algumas.

Ulisses perguntou:
- A senhora se acha corajosa por enfrentar esses desencarnados?
- Acho! Sou corajosa! - respondeu ela.
- Pois eu não acho!
Quem se vinga é covarde! - expressou Ulisses.
Somos desencarnados como a senhora, deixamos o corpo físico, afectos, sonhos e muitas outras coisas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 17, 2014 9:49 am

Nós não temos sentimentos de perda.
Sabe por quê?
Porque a vida é uma só, única, vivemos em fases, no invólucro material e aqui no plano espiritual.
Quando amamos de verdade, conseguimos gostar da vida em todas as suas fases.

E, quando isso acontece, somos felizes em qualquer uma delas.
A vida desencarnada é tão bela!
Viver aqui no plano espiritual é tão esplêndido!
Coragem seria se a senhora tivesse perdoado e se esforçado por amá-los.

- É fácil falar quando não sentiu o drama na pele! - expressou Esmeralda.
- Eu, como a senhora, também fui assassinado.
Meu desencarne foi parecido com o seu.
A diferença é que não tenho auto-piedade e não me sinto vítima, e a senhora sim.

Trabalhava e estudava;
era, graças a Deus, um garoto exemplar.
Estava pelo meu serviço num banco que foi assaltado, me fizeram refém e mataram meu corpo físico.
Só que não mataram meu espírito, e continuei a viver sem mágoas ou revolta.

Fui socorrido, dei valor a isso fui e sou grato pelo carinho com que me trataram.
Amava a vida e, amo mais ainda. E como isso é bom!
Os ladrões e assassinos eram viciados em tóxicos.
Isto me fez querer conhecer mais sobre o assunto, e aqui estou, em estudo, para poder um dia ajudar os usuários com conhecimentos.

- Você vai ajudar quem o matou? - perguntou Esmeralda.
- Por enquanto eles não querem ajuda, mas, se um dia quiserem e puder fazê-lo, vou ajudá-los.
Não me liguei a eles, dona Esmeralda, pois não tenho raiva nem mágoa.
A acção dessas pessoas é responsabilidade delas mesmas, e a reacção virá independente de me vingar ou não.
A senhora, com sua atitude, liga-se a eles e sofre junto.

Esmeralda abaixou a cabeça e chorou, sentida.
Luzia continuou segurando sua mão; estávamos em volta dela e oramos, demos-lhe um passe, ou seja, doamos energias salutares, desejamos a ela que perdoasse.

Ela parou de chorar e disse, comovida:
- Fazendo uma comparação entre nós dois, dá para entender quem está certo.
Dona Luzia, por favor, quero mudar, perdoar, esquecer e recomeçar.
Peço-lhe auxílio, pelo amor de Deus. Ajude-me!

Até Luzia ficou com os olhos cheios de lágrimas.
Abraçou-a e depois apertou um botão.
Logo vieram do andar de cima dois servidores com uma maca, onde colocaram Esmeralda.

Ela virou o rosto para nós, detendo o olhar em Ulisses, e disse, comovida:
- Meu jovem, não sei como lhe agradecer.
Obrigada? É pouco!
Que Deus o faça cada vez mais inteligente!
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