LUZ ESPÍRITA
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Estudos Avançados Espíritas

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 08, 2012 10:13 pm

Continua...

É assim a solicitada mensagem de lógica e do consolo:
"Esta carta não quer converter você a nenhuma religião.
É que, ao visitar um cemitério, sei o que você procura.

É verdade, existe um vazio dentro do seu coração, deixado pela pessoa querida que foi embora.
A lembrança do rosto imóvel, do caixão, do velório, do enterro, eu sei, são recorda­ções doloridas.

As lágrimas que caem pelo seu rosto são as testemunhas dessa dor que parece impossível curar.
Pode ter certeza:
a pessoa que você pensa que está morta na verdade está viva.

Viva e sabendo o que acontece.
Ela, inclusive, deve estar agora desejando que você esteja preparado, sabendo como é a vida depois da morte, para que, quando chegar a sua hora, você também seja feliz.

Sim, porque é preciso viver bem, para morrer bem.
Não importa que religião você tenha.
A vida não termina com a morte, mas é transformada por ela.

Eles, os nossos mortos, estão vivos.
Morrer é só sair do corpo, é mudar de plano, como alguém que se transferisse de uma cidade para outra, sem que isso altere a pessoa em si.

Depois que se morre, vive-se com um novo corpo:
o corpo espiritual, feito de uma espécie de energia que obedece ao comando do pensamento.

Por isso, no mundo dos espíritos, somos o que pensamos.
Quem é equilibrado aqui, será equilibrado lá.

E daqui, do mundo físico, através do pensamento, nos comunicamos com as pessoas queridas que partiram antes de nós.
Todo pensamento de angústia, de tristeza, pode atingi-las, causando mais tristeza, mais aflição.

Mas, também, tudo o que pensarmos e fizermos de bom, em nome delas, as tornará felizes.
Portanto, nessa visita ao cemitério, pense positivo.

Envie pensamento de paz, de amor, de alegria, para o seu ente querido.
Ajude aos outros em nome dele.

Reze, de acordo com a sua religião, pedindo a Deus em favor dessa pessoa pois, pelo pensamento, ela estará recebendo as nossas energias espirituais positivas.

Por fim, viva mantendo a consciência tranquila.
Nunca prejudique a ninguém e faça aos outros o bem que puder, mesmo que lhe custe sacrifício.

Porque vivendo assim você também será feliz, quando deixar o seu corpo de carne, para se encontrar com as pes­soas queridas que partiram antes de você."

Jávier Godinho

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty O Sermão do Monte

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 09, 2012 9:51 pm

"E Ele, abrindo a sua boca, os ensinava...”
Mateus - Cap. V - vers. 2.

Abria a sua boca para ensinar: - era um Mestre.

Nem os poetas do Lácio nem os filósofos gregos deixaram na terra tanta sabedoria e ternura.
Sua palavra não era como a palavra de todos, que não perfuma sem ferir nem ampara sem se orgulhar.

Ao seu redor - quando Ele falava - surgia aquele silêncio solene que não se confunde com a ausência do ruído, porque é o silêncio da alma que escuta e aprende...

Queria falar com todos.
Mas os que se assentavam, no banquete da vida, nos lugares reservados pelas convenções da aparência, temiam ouvi-lo.

Fechavam as portas à sua passagem, não o fitavam nos olhos, gritavam-lhe de longe, numa reacção contínua àquela irresistível e luminosa influência.
Sequiosos de misericórdia, sedentos de paz, infelizes e aflitos, fugiam como inimigos para não se curvarem diante de seus pés descalços.

Toda Israel nutrira-se da privilegiada esperança de ver chegar o "Príncipe da Paz", o "Pai do futuro século" - o que traria a espada do Deus dos Exércitos para definir ao mundo o significado de povo eleito.

Entretanto, Jesus caminhava quase só, incompreendido e evitado.

Isaías, o suave médium, filho de Amos, profetiza com acerto:
- "Conheceu o boi o seu possuidor, o jumento o presépio do seu dono, mas Israel não me conheceu e o meu povo não entendeu".

O grande Mestre abria a sua boca para ensinar o mistério da vida.
Só os humildes de espírito o ouviam.

Os repetidores dos ensinos de Jesus, enfatuados de orgulho e perdidos no labirinto das palavras inúteis, não souberam reter-lhes a sabedoria e têm sido superados pela lógica mais simples.

Porém, as palavras que os quadros naturais e os homens simples da Palestina receberam dos lábios divinos, ficaram plasmadas na terra modificando-lhe a estrutura íntima.

A força do Verbo Divino alimentou o éter e permaneceu como a mensagem eterna, ouvida em qualquer tempo, pelos que a buscam directamente com os sentidos do espírito.

Senhor, nós, os tímidos cristãos de hoje, quanta vez olvidamos a herança que deixaste aos que te querem seguir.
Também nossa palavra é eterna.
É força que constrói sem interrupção ou fogo permanente que consome.

Fomos chamados ao teu divino colégio para sermos pequeninos verbos da vontade dos céus, porém, transitando sem pressa das trevas para a luz, produzimos palavras levianas e malévolas.

Felizes em aprender, não abrimos nossa boca para ensinar, do pouco que sabemos.


Vemos o cortejo triste dos corações mortos, dos que agonizam de fome ou de dor perante nós, dos que morreram de sede ao nosso lado:
- não lhes demos da água viva, não repartimos o pão.

Através dos tempos, na grande Israel que se estendeu sobre o mundo, temos semeado a revolta, fomentado a intolerância, instigado a incompreensão, provocado a desarmonia, impedido a união, em teu nome, com as armas da palavra.

Ainda somos dos grandes, dos soberbos, dos que não te fitam de frente recuando à imperiosidade de curvar diante de teus pés descalços?

Mestre, Santo dos Santos, Sábio dos Sábios, em qualquer tempo, só os humildes te ouvem até o fim e te compreendem para sempre.

Nancy Puhlmann di Girolamo

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Obediência Construtiva

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 09, 2012 9:52 pm

"E assim vos rogo eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados."
Paulo. (EFÉSIOS, 4:1.)

Na leitura do Evangelho, é necessário fixar o pensamento nas lições divinas, para que lhes sorvamos o conteúdo de sabedoria.

No versículo sob nossa atenção, reparamos em Paulo de Tarso o exemplo da suprema humildade, perante os desígnios da Providência.

Escrevendo aos Efésios, declara-se o apóstolo prisioneiro do Senhor.

Aquele homem sábio e vigoroso, que se rendera a Jesus, incondicionalmente, às portas de Damasco, revela à comunidade cristã a sublime qualidade de sua fé.

Não se afirma detento dos romanos, nem comenta a situação que resultava da intriga judaica.

Não nomeia os algozes, nem se refere às sentinelas que o acompanham de perto.

Não examina serviços prestados.

Não relaciona lamentações.

Compreendendo que permanece a serviço do Cristo e cônscio dos deveres sagrados que lhe competem, dá-se por prisioneiro da Ordem Celestial e continua tranqüilamente a própria missão.

Simples frase demonstra-lhe a elevada concepção de obediência.

Anotando-lhe a nobre atitude, conviria lembrar a nossa necessidade de conferir primazia à vontade de Jesus, em nossas experiências.

Quando predominarem, nos quadros da evolução terrestre, os discípulos que se sentem administradores do Senhor, operários do Senhor e cooperadores do Senhor, a Terra alcançará expressiva posição no seio das esferas.

Imitando o exemplo de Paulo, sejamos fiéis servidores do Cristo, em toda parte.

Somente assim, abandonaremos a caverna da impulsividade primitiva, colocando-nos a caminho do mundo melhor.

Emmanuel

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty O Reino de Deus

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 10, 2012 10:24 pm

O jovem carpinteiro fundou um Reino.
O maior e mais poderoso dos reinos, embora fosse pobre de valores materiais, pois aí está a diferença dos demais reinos.

Todos sugerem acúmulo de bens.
Este, porém, é um reino de valores interiores, protegidos contra todos os possíveis danos que possam destruí-lo.

Quem o constrói dentro de si constrói para sempre.

Apresentando-se na Sinagoga, perante seu povo, declarou Ter vindo em nome do Pai para anunciar e implantar o Reino de Deus no coração dos homens.

Comparou este Reino ao grão de mostarda, ao fermento, a um tesouro escondido, a uma pérola, a uma rede para peixes e ao trigo que cresce no meio do joio...

Seu Reino fundamenta-se em tres alicerces:
Deus, Amor e Justiça.

Ora, se já compreendemos que Deus é Amor conforme ensinou o evangelista, vamos estudar seu desdobramento: amor e justiça.

Em O Livro dos Espíritos, questão 875, pode-se buscar a definição de justiça – que deixo ao leitor pesquisar.

Já em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI e em seus desdobramentos e subtítulos, poderemos encontrar o que é o amor, seus efeitos, uso e prática.

Para o estudioso mais atento, há comentários muito edificantes de Emmanuel em seus livros Caminho, Verdade e Vida (capítulo 107) e Vinha de Luz (capítulo 177) e ainda a resposta à questão 673 de O Livro dos Espíritos, embora não se refira ao assunto, traz comentário importante sobre esta postura para implantação do Reino de Deus nos corações.

A questão toda, como apresenta Neio Lúcio no livro Jesus no Lar, capítulo 36, é que se cada um estivesse vigilante da própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso.

O mais intricado problema do mundo, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas actividades alheias.

Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

É que o Reino de Deus é uma construção interior, com valores reais das virtudes que precisam ser conquistadas a custo do esforço próprio.
E isto exige coragem, determinação, perseverança.

Desde já precisamos nos apressar em desligar o criticador e parar com os hábitos da achologia, onde muitos acham isto ou aquilo, mas consideram ser dever do outro fazer.

Achamos, damos opiniões e palpites, mas deixamos de fazer o que nos compete.

O Reino de Deus se inicia no coração do homem, com os valores da bondade e da fraternidade.

Quando destruímos uma ideia ou temos postura pessimista, estamos criando o reino da descrença, da crítica e por aí afora.

Para alcançar o Reino de Deus no coração, quatro condições são essenciais:
a) libertação pelo auto-conhecimento;
b) humildade para perceber nossas imperfeições;
c) persistência no bem;
d) crescimento espiritual.

Todos conquistas do esforço próprio, que exigem no mínimo iniciativa que deve ser acompanhada pela perseverança.

Em seu livro, Parábolas e Ensinos de Jesus, Cairbar Schutel comenta no capítulo A palavra de vida eterna, que a imortalidade é a luz da vida;
ela é a alma da nossa alma;
a esperança da nossa fé;
e a mãe do nosso amor.


Sem imortalidade não pode haver alma, sem alma não há esperança, fé, amor;
e sem esperança, fé e amor tudo desaparece de nossas vistas:
família, sociedade, religião, Deus!


A imortalidade é a base, o alicerce, a rocha viva...

E recomenda:
Urge, pois, que busquemos, primeiramente, a imortalidade, para crermos firmemente na palavra de Jesus.

Urge que estudemos a imortalidade, que conversemos com a imortalidade, que ouçamos a imortalidade com seus substanciosos ensinos, a fim de, firmes e resolutos, orientarmos a nossa vida, regularmos os nossos actos na senda religiosa que nos foi traçada.


Sem aprofundamento percebe-se com clareza os efeitos da incredulidade no mundo, ou até da ausência de interesse na busca de informações e estudos sobre a questão.

Aí estão os difíceis quadros sociais a desafiar o homem.
E mais interessante que este implantar do Reino dos Céus no coração, como propôs Jesus modifica o ambiente, as circunstâncias ao redor, favorecendo a todos com a harmonia e paz que lhe é próprio.

A própria vivência interior deste Reino, ajuda a modificar o panorama exterior.

Já imaginou o leitor quando cada habitante do planeta esforçar-se por esta vivência?
Teremos o mundo modificado, como desejamos.

Fácil? Não!
Individualmente já é um grande desafio, imagine colectivamente falando, com a diversidade de estágios evolutivos que vivemos.

Mas é a única alternativa para a construção da paz interior e social, que tanto almejamos.

Orson Carrara

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty O Sacrifício Vicário

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 10, 2012 10:26 pm

A família Nogueira, vivia num pequeno vilarejo, perto de um grande centro urbano, mudara-se para lá há muito tempo, fugindo dos problemas da cidade grande.

Helena, já viúva, morava com seus três filhos, fruto do seu feliz casamento.
Enviuvara-se fazia uns dez anos.
Isso aconteceu após um desastre de avião, que vitimou seu marido e toda a tripulação do pequeno bimotor.

Após esse tempo, sentia-se mais conformada com a situação, pois, na trágica viagem, era para ter dizimado toda sua família, entretanto, naquele dia, por ter acordado muito indisposta, resolveu não ir, e achou melhor que seus filhos também não fossem, para ficarem sem sua companhia.

Apesar de ser uma mulher trabalhadora, dependia muito de seus filhos para administrar os bens da família.

Seu marido foi um próspero industrial, cujo património o colocara entre os homens mais ricos de seu país, herança essa que agora teria que ser administrada por ela e seus filhos.

Dos filhos, somente Roberto, o mais velho, assumiu o encargo de ajudar a mãe.
Era extremamente dedicado, trabalhava doze horas ou mais por dia, cuidando dos negócios da família.

Ao contrário dos outros dois, Cristiano e Roger, que não queriam nada com a “dureza”, passavam o dia inteiro malandrando.
Eram dos tais que diziam que “sonhar com trabalho” não era sonho, era pesadelo.

Tinham mesa cativa num barzinho da cidade, onde, junto com os “amigos”, ficavam quase o dia inteiro entre “um gole e outro”, e, pelos boatos, já estariam iniciados nas drogas.

Mas o destino, esse destino cruel que sempre nos pega peças, trouxe, a cada um dos dois irmãos, inimigos declarados do trabalho, uma doença fatal.

Cristiano, necessitava urgente de um transplante de coração, sob risco de não sobreviver por nem mais um mês.

Roger, por sua vez, com problemas renais, também não tinha nenhuma perspectiva de vida longa para o seu futuro, a não ser que encontrasse um doador compatível.

Imaginem agora como estava o coração de Helena, a mãe amorosa, desses jovens.

Tomou uma decisão que parecerá muito estranha, mas ela queria resolver, de uma vez por todas, o problema de saúde de Cristiano e Roger, assim determinou aos médicos que retirassem o coração e os rins de Roberto para salvar a vida dos outros dois filhos.

É isso mesmo!
Iria sacrificar um dos filhos para salvar os outros dois.

Já até sabemos o que você está pensando, “que coisa maluca” é essa que está nos contando?
Como uma mãe iria sacrificar um filho mesmo que fosse para salvar vários outros?
Isso é inconcebível, só doido proporia uma coisa dessas.

É claro que concordamos com você, caro leitor, mas diremos que não perdemos o juízo, pelo menos “ainda” não.
Se existe alguém pinel nessa história, só pode ser muitos dos que nos lêem.

Espere, não apelamos não, quer ver porque dizemos isso?
Tá bom, vamos lá.

É aceite por muitos, que não uma mãe, mas um pai tenha sacrificado um filho para salvar outros, muitos dos quais nem mesmo querem ser salvos?

De onde tiramos isso?
Ora, não é o que a maioria diz de Deus, em relação a Jesus?
Não é exactamente isso que dizem que Deus fez?

Como sacrificar um filho para salvar outros que não querem nada com a dureza, que se comportam egoisticamente, não se preocupam em melhorar-se?

Como sacrificar alguém em favor de muitos criminosos, estupradores, corruptos, pervertidos sexuais, ladrões e inúmeros outros que não dão a mínima para valores morais?


Deixamos, a cada um de vocês, caro leitor, a resposta aos questionamentos acima.

Paulo da Silva Neto Sobrinho

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty O Que é o Evangelho no Lar?

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 10, 2012 10:26 pm

É uma reunião fraterna dos componentes do Lar, sob o amparo de Jesus.

Porque fazê-lo?
Para bem compreender e sentir o Evangelho, a fim de melhor exemplificá-lo.

Para se criar o hábito salutar de reuniões Evangélicas no Lar, com o objectivo de despertar e acentuar o sentimento de fraternidade que deve existir entre as criaturas.

Para melhor protecção do Lar, através de bons pensamentos ensejando a afluência dos Mensageiros do Bem.
Para a obtenção do amparo necessário que possibilite a superação das dificuldades materiais e espirituais, em consonância com a recomendação “Orai e Vigiai” ensinada por Jesus.

Para unir sempre mais os participantes do Lar, propiciando uma vivência mais amorosa.

Como fazê-lo?

Reunir os componentes do Lar uma vez por semana em dia e hora predeterminados.

Iniciar com uma prece simples e espontânea.
Ler um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e comentá-lo de forma acessível, sem polemizar.

Fazer vibrações:
Pela implantação e a vivência do Evangelho em todos os Lares;
Pela Paz na Terra;
Pela Paz no Brasil;

Pelas criaturas carentes;
Pelas pessoas com quem temos dificuldades de ajustamento;
Pelo incentivo e a proteção dos trabalhadores do Bem e da Verdade e,
Por nós próprios.


Fazer prece de agradecimento e encerrar.

Lembrete:
A reunião deverá ser conduzida por pessoa do Lar e incentivada a participação de todos.

Usar o “Evangelho Segundo o Espiritismo” como leitura básica, podendo-se complementar com outras obras espíritas de boa procedência.

Acautelar-se para não transformar a reunião em trabalho mediúnico;
a mediunidade e a assistência espiritual devem ser atendidas em sociedade espírita idónea.

Não suspender a reunião em virtude de visitas ou eventos adiáveis.
Convidados podem participar do culto.

Centro Espírita União

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Oração no Horto

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 11, 2012 9:51 pm

Pai, santo, eis que é chegada a minha hora!
Acolhe-me em teu amor, eleva o teu filho, para que ele possa elevar-te, entre os homens, no sacrifício supremo.

Glorifiquei-te na Terra, testemunhei tua magnanimidade e sabedoria e consumo agora a obra que me confiaste.
Neste instante, pois, meu Pai, ampara-me com a luz que me deste, muito antes que este mundo existisse !...

Manifestei o teu nome aos amigos que me deste;
eram teus e tu mos confiaste, para que recebessem a tua palavra de sabedoria e de amor.

Todos eles sabem agora que tudo quanto lhes dei provém de tí!

Neste instante supremo, Pai, não rogo pelo mundo, que é obra tua e cuja perfeição se verificará algum dia, porque está nos teus desígnios insondáveis;
mas, peço-te particularmente por eles, pelos que me confiaste, tendo em vista o esforço a que os obrigará e Evangelho, que ficará no mundo sobre os seus ombros generosos.

Eu já não sou da Terra;
mas rogo-te que os meus discípulos amados sejam unidos uns aos outros, como eu sou um contigo!

Dei-lhes a tua palavra para o trabalho santo da redenção das criaturas;
que, pois, eles compreendam que, nessa tarefa grandiosa, o maior testemunho é o do nosso próprio sacrifício pela tua casa, compreendendo que estão neste mundo, sem pertencerem às suas ilusórias convenções, por pertencerem só a ti, de cujo amor viemos todos para regressar à tua magnanimidade e sabedoria, quando houvermos edificado o bom trabalho e vencido na luta proveitosa.

Que os meus discípulos, Pai, não façam da minha presença pessoal o motivo de sua alegria imediata;
que me sintam sinceramente em suas aspirações, a fim de experimentarem o meu júbilo completo em si mesmos.

Junto deles, outros trabalhadores do Evangelho despertarão para a tua verdade.

O futuro está cheios desses operários dignos do salário celeste.
Será de algum modo, a posteridade do Evangelho do Reino que se perpetuará na Terra, para glorificar a tua revelação!

Protege-os a todos, Pai!
Que todos recebam a tua benção, abrindo seus corações às claridades renovadoras!


Pai justo, o mundo ainda não te conheceu;
eu porém, te conheci e lhes fiz conhecer o teu nome e a tua bondade infinita, para que o amor com que me tens amado esteja neles e eu neles esteja!...

(Oração feita por Jesus no horto)

Irmão X

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Os Excluídos

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 11, 2012 9:53 pm

Era uma vez...

Num país bem distante, vivia um rei com os seus súbditos.
Era um país onde todos os seus habitantes não tinham qualquer tipo de problema.

Não havia pobreza, nem miséria, todos eles possuíam casa para morar, emprego fixo, escola, etc., mais parecia um paraíso.
A vida média daquele povo ficava por volta de 70 anos.

Um dia, chegaram dois visitantes de terras ainda mais distantes.
Um era você, meu caro leitor, o outro eu.

Passamos a passear por este reino e observamos que todos os habitantes viviam alegres e em perfeita harmonia uns com os outros.
Numa volta pela cidade notamos que a arquitetura dos prédios era de uma rara beleza, feita por mãos de verdadeiros artistas.

Andando pelo campo, vimos que não havia nenhuma propriedade improdutiva, todos os camponeses produziam alguma coisa, não existia um lugarzinho sequer que não houvesse uma cultura, principalmente, a de géneros alimentícios.

Era exactamente por isso que não havia fome no reino.

Continuamos a andar pelo campo quando nos afastamos em demasia, e fomos parar nas redondezas desse reino.
Chamou-nos a atenção uma placa indicativa com os seguintes dizeres:
“Vale dos Excluídos”.

Curiosos nós seguimos aquela indicação e fomos deparar com os muros que cercavam todo o reino.
Ao aproximarmos, um portão foi aberto e, sem que pudéssemos parar para pensar, nós já estávamos do lado de fora.

Era um ambiente terrível, de muita miséria, dor, e sofrimentos.
As pessoas que viviam naquele lugar eram em número muito maior que as que existiam no reino, tão evidente isso, que não era necessário nem contar.

Ao aproximarmos de um velhinho, este foi logo nos cumprimentando, e nos perguntou:
- Como vão as coisas lá no reino?
- Tudo bem,
dissemos.

- Como? Será que vocês não perceberam que lá quase não há crianças.
- Realmente, não as notamos em grande quantidade,
respondemos. Mas porquê isso?

- Bom, é porque o rei exige que nossas crianças ao completarem os 7 anos de idade devem se matricular num estabelecimento escolar.
- Ora, isso é o que se deve esperar de um rei que se preocupa com seu povo.

- Seria, se o nosso rei não exigisse que todas as crianças aprendessem tudo o que os adultos sabem somente no primeiro ano de escola, sob pena de serem enviados para este Vale.
- Mas isso é um absurdo.
Não há a mínima possibilidade de que uma coisa dessa aconteça.

- Concordamos.
Entretanto, não podemos fazer nada, pois nosso rei é todo-poderoso.
E cabe-nos apenas nos resignarmos diante dessa situação.

Mas o melhor é vocês irem embora bem rápido, pois correm sério risco de ficarem presos aqui para sempre.


Saímos daquele estranho lugar, sem nem mesmo olhar para trás.
Voltamos o mais rápido que conseguimos ao nosso país de origem.

Sei, que tanto você quanto eu, estamos indignados diante da atitude desse rei, pois estava sendo muito exigente com as crianças.
Era uma, digamos, missão impossível.

Esse rei tinha mais súbditos no Vale dos Excluídos que dentro dos muros que cercavam seus domínios.
Mas, vamos pensar um pouco.

Não é o mesmo que as religiões dizem, que Deus faz connosco, ou seja, quer que atinjamos a perfeição em apenas uma vida?

Perceba que uma só vida não é praticamente nada para um espírito que é imortal, que viverá para toda a eternidade.

Analisando a situação, vemos que a quantidade de pessoas que não conseguiram se tornar “santos” é muito superior aos que o são.
Assim, também, Deus teria mais filhos na exclusão (inferno?) do que no seu reino.

Pense nisso!

Paulo da Silva Neto Sobrinho

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty "Pai nosso..."

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 11, 2012 9:54 pm

"Pai nosso..."
Jesus. (MATEUS, 6:9.)

A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.

Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.

De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.

É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que o nosso trabalho não se parca no movimento ruinoso ou inútil.

O Espírito Universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.

Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade.
Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.

Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.

Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.
A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.

O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.

Quando entendemos semelhante realidade, o "império do eu" passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.

Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.

Pai nosso . . . - disse Jesus para começar.
Pai do Universo . . . Nosso mundo . . .

Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do "eu quero", invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.

Emmanuel

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Para Conquistar a Verdadeira Liberdade

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 12, 2012 10:44 pm

No belo livro “Jesus no Lar”(1) Neio Lúcio relata-nos acontecimentos da intimidade de Jesus com os discípulos, em casa de Pedro, no seu humilde lar de Cafarnaum.

No episódio narrado em seu Capítulo 3, “Sara, a esposa de Benjamim, o criador de cabras”, apresenta ao Mestre uma questão que interessa a todos nós:

“— A ideia do Reino de Deus, em nossas vidas, é realmente sublime; todavia, como iniciar-me nela?(...)

Eu desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas sinto-me presa a velhas normas.
Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos meus bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha. (...)

Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa?
— É a criação de cabras — redarguiu a interpelada, curiosa.

Como procedes para conservar o leite inalterado e puro no benefício doméstico?

— Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado.
Se qualquer detrito ficar na ânfora, em breve todo o leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços mais delicados.

Jesus sorriu e explanou:
Assim é a revelação celeste no coração humano.
Se não purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, se confunde com as sujidades de nosso íntimo
(...).

— O orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta.” (...)

Valorizamos o asseio exterior:
água limpa; alimento lavado;
roupa imaculada; casa varrida e arejada.

Certamente que o asseio exterior é agradável e necessário.
Mas, e o nosso íntimo?
E os nossos maus hábitos físicos e mentais?


Para limpar o primeiro e renovar os últimos, é indispensável esforço diário:
lavar pensamentos; corrigir sentimentos;
substituir maus hábitos por outros saudáveis;
adquirir virtudes; praticar acções nobres e alimentar sadias aspirações.


Nós nos dizemos cristãos, mas não estudamos os ensinos de Jesus.
Muito menos buscamos vive-los.

Temos posição acomodatícia e superficial, relativamente à religião, qualquer que seja aquela que dizemos professar.

Essa forma de pensar e agir nos tem mantido jungidos aos sofrimentos, em muitas encarnações, escravos de paixões e deslizes, pelo descumprimento das Leis de Deus.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 12, 2012 10:45 pm

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“Roteiros não nos faltam para conquistarmos a verdadeira liberdade.
Ela se dará, efectivamente, através da reforma íntima — tarefa inadiável, que compete exclusivamente a nós”


Em nossas vidas há muitas doenças, físicas ou mentais, que existem em função dos maus hábitos alimentares ou de pensamentos. Por isso, em certos casos, os remédios não nos curam.

Emmanuel (2) nos lembra:
“A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser.

Não nos reportando à imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas, referimo-nos tão somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração.

Quantas enfermidades pomposamente baptizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio?

Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulneráveL Um experimentar-lhe-á os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue.

Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mentaL” (Grifamos.)

É ainda o amoroso Mentor espiritual quem nos admoesta:
“(...) Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.”

A evolução é, pois, competência nossa.
E é um processo de duração ilimitada. Não se dá aos saltos, nem por acções dos outros.

Se nos empenhamos, podemos acelerá-la, queimando etapas e evitando quedas desnecessárias;
se nos acomodamos, mantemo-nos na retaguarda;
e a dor —
aguilhão que é argumento irretorquível — incumbe-se de nos retirar do círculo vicioso de erros e expiações dolorosas, buscando compelir-nos à caminhada.

Para evoluir conscientemente e assumir a direcção de nosso destino, é fundamental o estudo e a vivência das lições de Jesus.
Dizemo-nos cristãos, mas não nos aplicamos a conhecer sua doutrina de amor.
Não buscamos vivê-la.

Desde o século passado, conta­mos com a Doutrina Espírita, manancial de luz — Consolador prometido pelo Mestre —, reavivando seus ensinamentos, traduzindo-os em linguagem moderna, de cristalina clareza.

Aqueles que a conhecemos e estudamos, não teremos de que nos queixar nem justificativas a apresentar quando prestarmos contas de nossas vidas, se permanecermos escravos das paixões, dos vícios, e omissos diante da urgente tarefa a realizar: a reforma de nós mesmos.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 12, 2012 10:45 pm

Continua...

Devemos estabelecer metas:
para um semestre, para um ano.

Por exemplo:
neste mês, vou cuidar de eliminar tal defeito e de adquirir tal virtude.

O livro “Manual Prático do Espírita” regista considerações importantes do autor, Ney Prieto Peres (4), relativas à reforma íntima:

1. O que é Reforma Intima?
É um processo contínuo de autoconhecimento (...) modelando-nos progressivamente na vivência evangélica (...).

2. Porquê a Reforma Íntima?
Porque é o meio de nos libertarmos das imperfeições (...).

3. Para quê a Reforma Intima?
Para transformar o homem e, a partir dele, toda a humanidade (...).

4. Onde fazer a Reforma Íntima?
(...) dentro de nós mesmos (...).

5. Quando fazer a Reforma Íntima?
O momento é agora e já; não há mais o que esperar.

6. Como fazer a Reforma Íntima?
(...) um dos meios mais efectivos é o ingresso numa Escola de Aprendizes do Evangelho (...).

Enumera, ainda, nas páginas 185-186, uma série de virtudes que devemos adquirir, em contraposição a vícios que devemos extirpar de nosso íntimo.
O livro é, realmente, autêntico manual de reforma íntima e, assim, merece ser lido, estudado, vivido.

Na resposta à Questão 919 de “O Livro dos Espíritos”, Agostinho nos dá um roteiro de como estabelecia, diariamente, suas metas de melhoria íntima, avaliando-se, ao findar de cada dia.(5)

Roteiros, portanto, não nos faltam para conquistarmos a verdadeira liberdade.

Ela se dará, efectivamente, através da reforma íntima — tarefa inadiável, que, repetimos, compete exclusivamente a nós.

Mãos à obra, pois o Mestre espera por nós há mais de dois mil anos...

Até quando o faremos esperar?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 — “Jesus no Lar”, Neio Lúcio/Francisco C. Xavier, Cap. 3, pág. 23, 20ª ed. FEB.
2 — “Vinha de Luz”, Emmanuel/Francisco C. Xavier, Cap. 157, pág. 329, 13ª ed. FEB.
3 —“Pão Nosso”, Emmanuel/Francisco C. Xavier, Cap. 51, pág. 114, 16ª ed. FEB.
4 — “Manual Prático do Espírita”, Ney Prieto Peres, págs. 19-20, 8ª ed. Pensamento.
5 — “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec, Parte 3ª, Cap. XII, pág. 423, 76ª ed. FEB.

Gebaldo José de Souza

§.§.§- O-canto-da-ave
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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Pedro em Visita

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 12, 2012 10:46 pm

Conta-se que Simão Pedro, há tempos, conseguiu chegar ao Rio de Janeiro, perfeitamente materializado.

Utilizando preciosos fluidos da natureza, nos bosques floridos que marginam Petrópolis, desceu dos subúrbios para o centro, com o objectivo de verificar as realizações cristãs, entre os novos discípulos do Evangelho.

Alpercatas de pobre, cabelos à nazarena, leve bastão a sustentar-lhe o corpo e singela túnica de estamenha, ia o apóstolo, de olhos vivos e doces, estranho aos automóveis e aos arranha-céus, na consoladora antevisão do encontro com os aprendizes do Senhor.

Achavam-se multiplicados, pensava.
Trazia, mentalmente, o endereço de muitos, de conformidade com as rogativas que subiam da Terra para o Céu.

Que lhe contariam, acerca dos ideais evangélicos no mundo?

Não ignorava que o Planeta continuava sob o guante infernal da guerra, entretanto, sabia que os ensinamentos do Messias avançavam salvando almas.

Ante o frontispício de admirável organização católica-romana, deteve-se, emocionado.
Aproximou-se.

Tocou a campainha.
Pretendia avistar-se com os superiores da casa, a fim de trocarem ideias.

Um padre bem humorado atendeu:
- Quem é o senhor?
- Simão Pedro, para servi-lo.

O clérigo sorriu e anotou-lhe os desejos.
Findos alguns minutos, um dos directores apareceu, em companhia de vários religiosos.
Ouviram o visitante humilde, com inequívocos sinais de incredulidade e sarcasmo.

Não chegaram nem mesmo a considerar-lhe as palavras.
- Volte segunda-feira, com o atestado policial – declarou o orientador da instituição – e providenciarei seu ingresso no asilo.
Simão tentou explicar-se.

O eclesiástico, no entanto, foi claro:
- Não insista. Tenho mais o que fazer.
Venha segunda-feira. O psiquiatra organizará sua ficha.

Sequioso de entendimento, pediu Pedro:
- Tenho sede. Permita-me entrar, por obséquio.
- Quê? Entrar?
Não precisa disto para beber água.
Na esquina próxima encontrará um café, e será atendido.

Em vista da porta repentinamente cerrada, o apóstolo, algo triste, cruzou várias ruas e estacionou junto de simpática vivenda.

Perguntou ao jardineiro pelo ministro da igreja reformada que a ocupava.

O robusto rapaz deu-se pressa em satisfaze-lo.
Em momentos breves, trouxe consigo não só o pastor, mas também dois jovens presbíteros.

À primeira interrogação, o visitante respondeu, esperançado:
- Sou Pedro, o antigo pescador de Cafarnaum.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 12, 2012 10:46 pm

Continua...

Entreolharam-se os presentes, espantadiços.
Debalde buscou o velho Caphas esclarecer os propósitos que alimentava.
O ministro evangélico, ai invés de prestar-lhe atenção, pôs-se a ouvir os rapazes tagarelas.

- Penso que é portador da mania ambulatória – asseverou um deles – traz alpercatas e os pés não parecem muito distintos.
- Tenho ido pregar no hospício – informou o outro e conheço alguns casos de loucura circular.

O pastor dirigiu-se a Pedro e declarou, sem rebuços:
- Pode retirar-se.
Aqui, não posso recebe-lo.
Procure o culto no domingo pela manhã.

- Irmão, não me expulse assim... rogou Pedro, humilde.
- Nada posso prometer-lhe – revidou o ministro, seguro de si – a congregação está longe de construir o nosso hospital de alienados.

Vendo-se novamente sozinho, o ex-pescador Galileu varou largo trecho da via pública e parou à frente de nobre domicílio.

Bateu, acanhado.
Ao rapazelho que atendeu, lépido, indagou pelo director de importante organização espiritista que ali residia.
Decorridos alguns instantes, o dono da casa veio em pessoa, seguido de dois confrades.

À inquirição inicial, respondeu tímido:
- Sou Simão Pedro, o discípulo de Cafarnaum.
Os novos amigos permutaram expressivo olhar.

O missionário da Nova Revelação, que o apóstolo procurara, nominalmente, afirmou calmo:
- Obsessão evidente. Creio esteja ele actuado por argucioso perseguidor invisível.
- Um vidente faria aqui a necessária verificação, acentuou um dos companheiros.

O outro, contudo, mostrando extensa intimidade com Richet, acrescentou, com algum pedantismo:
- Tipo inabitual. Bem provável possa ser aproveitado aos estudos de criptestesia.

Adiantando-se, Pedro implorou:
- Irmãos, tenho sede de comunhão fraterna em torno do Cristo, Nosso Senhor.
Que me dizem do trabalho evangélico, na actualidade do mundo?

O principal do grupo afagou-lhe a destra que se movia suplicante e replicou:
- Procure-me na sessão de sexta-feira, depois das vinte horas.
Teremos doutrinação. A coisa vai melhorar, “meu velho”.

E, gentilmente, deu-lhe o endereço.
Fechou-se a porta e o trinco rodou, automático.

Quem contou a história, disse-nos ter visto o antigo discípulo da Galiléia enxugar as lágrimas a he deslizarem copiosas do rosto e perguntar a esmo, fixando o céu tranquilo do crepúsculo:
- Senhor, onde estará pulsando o coração de teus aprendizes?!...

Em seguida, silencioso e taciturno, o velho pescador pôs-se de novo, a caminho, na direcção do mar...

Irmão X

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Pai, Perdoa-lhes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 13, 2012 9:58 pm

Quando o sangue do Redentor, exigido pelo interesse das classes parasitárias, borrifou a face de algozes postados ao pé da cruz, a alma do Eterno vibrou flamejante de cólera no seio do Infinito.

Então o Deus que expulsou Adão e Eva do Paraíso, privando-os das delícias do Éden por motivo de uma desobediência;
o Deus que amaldiçoou o fratricida Caim, condenando-o à erraticidade;

0 Deus que mergulhou o mundo nas águas do dilúvio, exterminando a geração corrompida dos primeiros tempos;
O Deus que mandou fogo abrasador sobre Sodoma e Gomorra, para punir a licenciosidade dos seus habitantes;

o Deus que sepultou na voragem o exército do Faraó, quando perseguia Israel foragido;
O Deus que arrasou os campos do Egipto, enviando sete terríveis pragas para dobrar a cerviz daquela orgulhosa nação;

o Deus que aniquilou as hordas dos filisteus, quando em luta com os filhos do povo eleito;
o Deus que imprimiu direcção à funda de David, abatendo o gigante Golias;

O Deus que milagrosamente injectou novos vigores nos músculos flácidos de Sansão, para abater o templo gentio sobre os idólatras ali reunidos;
o Deus forte e zeloso, cognominado Senhor dos Exércitos, que punia os pecadores até à quinta geração com desusada severidade;

O Deus cuja voz remedava o soturno ribombo do trovão, e cuja presença era precedida de relâmpagos e coriscos que incendiaram as sarças do Sinai;

o Deus omnipotente, terrível em suas vinditas, ao ver o sangue do seu Unigénito, alçou a destra, e ia ordenar ao anjo do extermínio que extinguisse para sempre a Humanidade perversa e má, assassina de seu filho, quando o olhar sereno de Jesus a Ele se alçou, partindo ao mesmo tempo dos seus augustos lábios já lívidos e trémulos pela aproximação da morte, a seguinte súplica:
Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem."

O Pai quedou-se.

A destra, então alçada, pendeu inerte;
e, desde esse momento, a omnipotência de Deus, que até ali se ostentara pela força, começou a manifestar-se pelo amor.

Vinícius

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Os Maiores Inimigos

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 13, 2012 9:58 pm

Certa feita, Simão Pedro perguntou a Jesus:
- Senhor, como saberei onde vivem nossos maiores inimigos?
Quero combatê-los, a fim de trabalhar com eficiência pelo Reino de Deus.

Iam os dois de caminho entre Cafarnaum e Magdala, ao sol rutilante de perfumada manhã.
O Mestre ouviu e mergulhou-se em longa meditação.

Insistindo, porém, o discípulo, ele respondeu benevolamente:
- A experiência tudo revela no momento preciso.
- Oh! – exclamou Simão, impaciente – a experiência demora muitíssimo.

O Amigo Divino esclareceu, imperturbável:
- Para os que possuem “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”, uma hora, às vezes, basta ao aprendizado de inesquecíveis lições.

Pedro calou-se, desencantado.
Antes que pudesse retornar às interrogações, notou que alguém se esgueirava por trás de velhas figueiras, erguidas à margem.

O apóstolo empalideceu e obrigou o Mestre a interromper a marcha, declarando que o desconhecido era um fariseu que procurava assassiná-lo.

Com palavras ásperas desafiou o viajante anónimo a afastar-se, ameaçando-o, sob forte irritação.
E quando tentava agarrá-lo, à viva força, diamantina risada se fez ouvir.

A suposição era injusta.
Ao invés de um fariseu, foi André, o próprio irmão dele, quem surgiu sorridente, associando-se à pequena caravana.

Jesus endereçou expressivo gesto a Simão e obtemperou:
- Pedro, nunca te esqueças de que o medo é um adversário terrível.

Recomposto o grupo, não haviam avançado muito, quando avistaram um levita que recitava passagens da Tora e lhes dirigiu a palavra, menos respeitoso.

Simão inchou-se de cólera.
Reagiu e discutiu, longe das noções de tolerância fraterna, até que o interlocutor fugiu, amedrontado.

O Mestre, até então silencioso, fixou no aprendiz os olhos muito lúcidos e inquiriu:
- Pedro, qual é a primeira obrigação do homem que se candidata ao Reino Celeste?

A resposta veio clara e breve:
- Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
- Terás observado a regra sublime, neste conflito? – continuou o Cristo, serenamente – recorda que, antes de tudo, é indispensável nosso auxílio ao que ignora o verdadeiro bem e não olvides que a cólera é um perseguidor cruel.

Mais alguns passos e encontraram Teofrasto, judeu grego dado à venda de perfumes, que informou sobre certo Zeconias, leproso curado pelo profeta nazareno e que fugira para Jerusalém, onde acusava o Messias com falsas alegações.

Continua...
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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 13, 2012 9:59 pm

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O pescador não se conteve.
Gritou que Zeconias era um ingrato, relacionou os benefícios que Jesus lhe prestara e internou-se em longos e amargosos comentários, amaldiçoando-lhe o nome.

Terminando, o Cristo indagou-lhe:
- Pedro, quantas vezes perdoarás a teu irmão?
- Até setenta vezes sete – replicou o apóstolo, humilde.

O Amigo Celeste contemplou-o, calmo, e rematou:
- A dureza é um carrasco da alma.

Não atravessaram grande distância e cruzaram com Rufo Grácus, velho romano semi-paralítico, que lhes sorriu, desdenhoso, do alto da liteira sustentada pelos escravos fortes.

Marcando-lhe o gesto sarcástico, Simão falou sem rebuços:
- Desejaria curar aquele pecador impenitente, a fim de dobrar-lhe o coração para Deus.

Jesus, porém, afagou-lhe o ombro e ajuntou:
- Por que instituiríamos a violência no mundo, se o próprio Pai nunca se impôs a ninguém?

E, ante o companheiro desapontado, concluiu:
- A vaidade é um verdugo subtil.

Daí a minutos, para repasto ligeiro, chegavam à hospedaria modesta de Aminadab, um seguidor das ideias novas.
À mesa, um certo Zadias, liberto de Cesárea, se pôs a comentar os acontecimentos políticos da época.

Indicou os erros e desmandos da Corte Imperial, ao que Simão correspondeu, colaborando na poda verbalística.
Dignitários e filósofos, administradores e artistas de além-mar sofreram apontamentos ferinos.

Tibério foi invocado com impiedosas recriminações.
Finda a animada palestra, Jesus perguntou ao discípulo se acaso estivera alguma vez em Roma.

O esclarecimento veio depressa:
- Nunca.
O Cristo sorriu e observou:
- Falaste com tamanha desenvoltura sobre o Imperador que me pareceu estar diante de alguém que com ele houvesse privado intimamente.

Em seguida, acrescentou:
- Estejamos convictos de que a maledicência é algoz terrível.

O pescador de Cafarnaum silenciou, desconcertado.

O Mestre contemplou a paisagem exterior, fitando a posição do astro do dia, como a consultar o tempo, e, voltando-se para o companheiro invigilante, acentuou, bondoso:
- Pedro, há precisamente uma hora procurava situar o domicilio de nossos maiores adversários.

De então para cá, cinco apareceram, entre nós:
o medo, a cólera, a dureza, a vaidade e a maledicência...
Como reconheces, nossos piores inimigos moram em nosso próprio coração.


E, sorrindo, finalizou:
- Dentro de nós mesmos, será travada a guerra maior.

Irmão X

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Orígenes e a Palingenesia

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 14, 2012 10:48 pm

Supõe-se que Origenes tenha nascido em Alexandria, por volta do ano 185.
Depois do martírio de seu pai Leónidas (202), cuidou da família, dedicando-se ao ensino.

Em 202, quando Clemente abandona a Escola Alexandrina, Origenes o substitui.
Durante o seu magistério a Escola atingiu o seu apogeu de esplendor.

Ensinando teologia e filosofia, Origenes, por sua vez, estudava, completando sua formação filosófica com o neoplatônico Ammônio Sacas.
Para consultas directas às fontes bíblicas, aprendeu hebreu.

Levava vida de rigoroso asceptismo.
Em 212 visitou Roma, em 230, a Grécia.
Foi ordenado presbítero na Palestina, apesar de ser eunuco e sem o consentimento do bispo Demétrio.

Este, aborrecido, nos sínodos de Alexandria em 231 e 232 degradou-o, expulsando-o da comunidade de Alexandria.
Dirigiu-se a Cesaréia, na Palestina, sendo bem acolhido pelo bispo Teoctisto.

Ali fundou uma escola semelhante à de Alexandria, tornando-se célebre por sua cultura.
Um seu discípulo, Ambrósio, pôs à sua disposição sete taquígrafos e numerosos copistas e calígrafos, para que recolhessem o que ditava.

Em 232 Júlia Mamea, mão do imperador Alexandre Severo, chamou-o a Antióquia, Síria, desejando ser instruída por ele.

Na perseguição movida por Décio, foi encarcerado e atormentado barbaramente.
Em razão dos maus tratos sofridos veio a falecer em Tiro, aos setenta anos, em 254 ou 255.

É o maior teólogo da escola oriental;
sua influência foi universal;
é o pai da teologia grega.

Já em vida Origenes foi muito discutido, apreciado por uns e combatido por outros.
Os padres gregos do século IV veneraram-no com um Mestre, mas a partir de 543 passa a ser anatematizado por “seus erros”, à sua excomunhão aderindo todos os Concílios orientais.

Na Idade Média passou por herege.
A partir do Renascimento e especialmente em nosso tempo reconhece-se a grande importância teológica de Origenes, e isso, segundo a Igreja, apesar de sua “doutrinas erróneas”.

Entre essa “doutrinas errôneas”, ensinadas por Origenes, a reencarnação reponta como a mais significativa.

Por esse motivo tem-se feito em torno de sua obra uma conspiração de silêncio.
Ruffinus, traduzindo o texto do “De Principiis”, em quatro livros, sua obra mais conhecida e onde se encontram seus “principais erros”, suprimiu o que se referia à palingenesia.

Essa versão duvidosa pode, no entanto, ser corrigida por citações de S. Jerónimo e outros (Ed. Koetschan, CB, 3; Freiburg, 1894).

Para desembaraçar a doutrina de Cristo de toda a relação com a reencarnação e ao mesmo tempo diminuir a importância da palavra de Origenes, os escritores ortodoxos passaram a dizer que este grande “Pai da Igreja” tirou seus erros de Platão.

Não é assim.
Origenes aceitara essa doutrina – diz Pascal – de Clemente de Alexandria, que, por sua vez, a recebeu de Pantène, discípulo dos primeiros cristãos.

Pantène foi primeiro mestre da Escola de Alexandria.
Desde o ano de 181 é encontrado expondo e explicando o Cristianismo em Alexandria.

As convicções reencarnacionistas de Pantène certamente se fortaleceram quando, por volta de 190, no “interesse do Cristianismo”, fez uma viagem à Índia, isto é, ao sua da Arábia.

A doutrina palingenésica na Índia parece ser imemorial.
Ali Pantène deve ter visto confirmado o que aprendera da primeira geração cristã.

Sabe-se que seu mais ilustre discípulo foi Clemente de Alexandria que, por sua vez foi orientador de Origenes.

Como se viu, Origenes substituiu-o à cabeça da Escola. Pantène morreu por volta do ano de 202 depois de Cristo.
Dos seus numerosos escritos subsistem apenas dois pequenos fragmentos (V. Enc. De Berthelot, pág. 956, t, XXV).

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 14, 2012 10:48 pm

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Contrariando os seus intérpretes, o próprio Origenes protesta mais de uma vez conta a concepção platónica da palingenesia.

Em “Contra Celso” (livro IV, c. XVII), obra em que refuta um platónico e racionalista, que pinta Jesus Cristo como um mentiroso e seus milagres como fraude de seus discípulos, fazendo a propagação do Cristianismo um efeito do terror pelo juízo de Deus, Origenes escreve:
Celso é completamente ignorante do objectivo de nossos escritos;
é sobre a interpretação que ele dá que leva ao descrédito, e não sobre a sua significação real.


Se ele houvesse reflectido sobre o que é necessário a uma alma destinada à vida eterna, se ele houvesse pensado na natureza da sua essência e de seu princípio, não teria tornado ridícula a entrada do que é imortal em um corpo mortal, entrada que se efetua, não segundo o ensinamento platónico da metempsicose, mas segundo uma visão mais elevada deste facto.

Aqui, pois, vemos Origenes discordando do “ensinamento platónico” da metempsicose”.

Qual é o seu ensinamento?
É difícil de ser apresentado com clareza.

Ele o envolveu em reticências e o expôs em uma linguagem para a qual a filosofia actual nem sempre conhece a chave.
Todavia ele surge completo.

Abarca a preexistência e a reencarnação, e mesmo certas associações particulares de almas humanas com almas animais, associações já antes dele assinaladas e que, no dizer de Pascal, são factos capitais na misteriosa metempsicose.

Em nosso tempo André Luiz lança forte jorro de luz sobre o fenómeno nebulosamente pressentido ao longo dos tempos, enquadrando-o nas diversas caracterizações da licantropia espiritual.

Mas, eis com Origenes explica a preexistência das almas nos universos anteriores:
A alma não tem começo nem fim (“De Principiis”, liv. III, c.V).

As criaturas razoáveis existiam desde o começo destes séculos, que nos não vemos e que são eternos.

Houve aí a descida de uma condição superior a uma condição inferior, não somente entre as almas que mereceram esta mudança por suas acções, mas também entre as que, para servirem o mundo, deixaram as altas esferas pela nossa.

O Sol, a Lua, as estrelas e os anjos servem o mundo, servem as almas cujos defeitos mentais as condenaram a encarnar-se em corpos grosseiros, e é por interesse das almas que tem necessidade de corpos densos, que o mundo foi criado...

A variedade deste arranjo foi obra de Deus, que estabeleceu segundo as causas que o livre arbítrio das almas criaram no passado
(“De Principiis”, liv. III, c.V).

A evolução no curso dos renascimentos é claramente indicada;
a desigualdade de condições provém de vidas anteriores:
Não é razoável que as almas sejam introduzidas nos corpos em relação com seus méritos e as suas acções anteriores, e que aquelas que utilizaram os seus corpos para praticarem a maior soma de bem possível tenham direito a um corpo dotado de qualidades superiores aos outros corpos?

(“Contra Celso”, liv. I).

Todas as almas alcançaram o mesmo fim (“Contra Celso”, liv. I);
as almas engrandecem-se pouco a pouco, atingem a Terra e aprendem as lições que ela lhes pode dar, depois sobem a um lugar melhor e chegam finalmente ao estado de perfeição (“De Principiis”, liv. I, c. VI).

Mediante vidas repetidas em diversas esferas onde elas tomam corpos em relação com o mundo que habitam, estas almas caídas reconquistarão a pureza e a bondade (“Contra Celso”, c.VI e VII).

Certas almas chegadas ao repouso completo voltam em novos corpos, em mundos novos;
umas conservam-se fiéis, as outras degeneram-se de tal forma que se tornam demônios (“De Principiis”, liv. IV, c.IV).

E alhures:
A alma, sendo imaterial e invisível, não pode existir em nenhum lugar material sem revestir corpos apropriados a este lugar;
ela rejeita, num dado momento, um corpo que era necessário até aí, mas do qual não tem necessidade, e ela o troca por outro.
(“Contra Celso”, liv. VII, c. XXXII).

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 14, 2012 10:48 pm

Continua...

Origenes serviu-se muito da doutrina dos renascimentos para criticar e justificar os livros sagrados.

Fazendo alusão a certas passagens da Bíblia, ele diz:
Se o nosso destino atual não era determinado pelas obras de nossas existências passadas, como poderia Deus ser justo, permitindo que primogénito servisse ao mais jovem e fosse odiado, antes de haver cometido actos merecendo a servidão e o ódio?

Só as vidas anteriores podem explicar a luta de Jacob e Esaú, antes do seu nascimento, a eleição de Jeremias durante o tempo em que estava ainda no seio de sua mãe..., e tantos outros fatos que atirarão o descrédito sobre a justiça divina, se não forem justificados por atos bons ou maus, cometidos ou praticados em existências passadas (“Contra Celso”, liv. I, III).

Se bem que a “metensomatose”, isto é, a verdadeira doutrina de Origenes, não seja apresentada sob uma forma clara, a palingenesia não é posta em dúvida por ele, que influenciou consideravelmente os filósofos cristão dos primeiros séculos e foi acolhido com simpatia até a sua condenação no Sínodo de Constantinopla.

As seitas da época, conforme argumenta Pascal, e as do séculos consecutivos – simonistas, basilistas, velencianistas, marcionistas, gnósticos, maniqueus, priscilianos, cátaros, tártaros, albigenses, bogomilenses, etc. – eram todas reencarnacionistas.

O Sínodo de Constantinopla ocorreu em 543.

Foi nesta data precisamente que se condenou ao esquecimento um ensinamento sublime que a Igreja tinha o dever de conservar preciosamente e transmitir às gerações futuras como um farol em meio aos escolhos sociais, um ensinamento que teria desenraizado esse egoísmo estúpido que ameaça aniquilar o mundo, que nos dá uma perfeita ideia da justiça de Deus, contrapondo-se á velha doutrina das graças e das predestinações, que anula o valor do esforço humano em detrimento de afirmativas inconsistentes e originárias de uma escolástica profundamente humana.

Em 553, no grande Concílio realizado em Constantinopla, convocado por Justiniano, que se envolvia em questões teológicas, tratou-se de três pequenos escritos diferentes, que não se conhecem mais em nossos dias.

Eram denominados “os três capítulos”.
Disputou-se também sobre algumas passagens de Origenes.

O bispo de Roma, um certo Virgílio, quis ir lá ter em pessoa;
mas Justiniano fê-lo pôr em cadeia.

O patriarca de Constantinopla presidiu a este Concílio.
Nele não compareceu ninguém da Igreja latina, porque, então, o grego não era mais compreendido no Ocidente, tornado inteiramente bárbaro (Voltaire, Dict. Phisosophique, pág. 609).

A respeito, a “Encyclopédie de Berthelot” comenta o seguinte:
Em 2 de junho, tendo já proclamado o direito da Igreja de pronunciar uma condenação póstuma contra um herético, resumiu as sua decisões precedentes e condenou formalmente os três capítulos e, em outra, a pessoa de Teodoro.

Estes anátemas foram pronunciados com expressões análogas aqueles em que Justiniano se serviu nos seus éditos.
Ele adoptou semelhantemente, contra os ERROS DE ORIGENES as condenações contidas num édito de Justiniano e confirmadas por um precedente Concílio de Constantinopla.

Virgílio resignou-se finalmente a aprovar todas essas decisões, etc. (E. H. Vollet. Pág. 627).
Com estas decisões infelizes, roubou-se a reencarnação ao Cristianismo.

O trabalho dos Espíritos Superiores, através de Allan Kardec conseguiria a sua reincorporação tal qual a temos hoje, enquanto homens de ciência, o Dr. Ian Stevenson, por exemplo, tornam “best-seller”, um livro contendo “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”.

Taxado de herege e relegado ao esquecimento, Origenes pode voltar a ter o seu momento entre os precursores da Revelação.

Exceptuando-se João Crisóstomo e Agostinho, nenhum dos Pais da Igreja o comparam pela sua cintilante inteligência e erudição.

Eusébio denomina-o: “o homem de aço”.
Para os espíritas Origenes ergue-se agora como um desafio crítico.

Wallace Leal Rodrigues

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Perigos do Espiritismo

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 15, 2012 10:44 pm

Depois de haverem longo tempo negado a realidade dos fenômenos espíritas, numerosos contraditores, subjugados pela evidência, mudaram agora de tática e afirmam:
Sim, o Espiritismo é verdadeiro, mas a sua prática é inçada de perigos.

Não se pode contestar que o Espiritismo ofereça perigos aos imprudentes que, sem estudos prévios, sem preparo, sem método nem proteção eficaz, se entregam às investigações ocultas.

Fazendo da experimentação um passatempo, uma frívola diversão, atraem os elementos inferiores do mundo invisível, de cuias influências fatalmente padecem.

Esses perigos, entretanto, têm sido muito exagerados.
Em todas as coisas há precauções a adoptar.

A Física, a Química e a Medicina exigem também prolongados estudos, e o ignorante que pretendesse manipular substancias químicas, explosivos ou tóxicos, poria em risco a saúde e a própria vida.

Não há uma só coisa, conforme o uso que dela fazermos, que não seja boa ou má.

É sempre injusto salientar o lado mau das práticas espíritas, sem assinalar os benefícios que delas resultam e que sobrepujam consideravelmente os abusos e as decepções.

Nenhum progresso, nenhuma descoberta se efectua sem perigos.
Se ninguém tivesse, desde a origem dos tempos, ousado aventurar-se no Oceano, porque a navegação é arriscada, que teria daí resultado?

A Humanidade, fragmentada em diversas famílias, permaneceria insulada nos continentes e teria perdido todo o proveito que aufere das viagens e permutas.

O mundo invisível é também um vasto e profundo oceano semeado de escolhos, mas repleto de vida e de riqueza.

Por trás da cortina do além-túmulo se agitam multidões inúmeras que temos interesse em conhecer, porque são depositárias do segredo de nosso próprio futuro.

Daí a necessidade de estudar, de explorar esse mundo invisível e ponderar-lhe as forças, os inexauríveis recursos que contém, recursos ao pé dos quais os da Terra parecerão um dia bem restritos.

Quando mesmo, ao demais, nos desinteressemos do mundo invisível, nem por isso ela se desinteressaria de nós.

Sua acção sobre a Humanidade é constante.
Estamos submetidos às suas influências e sugestões.

Querer ignorá-lo é conservar-se inerme diante desse mundo, ao passo que, por um estudo metódico, aprendemos a atrair as forças benfazejas, os socorros, as boas influências que ele encerra;
aprendamos a repelir as más influências, a reagir contra elas pela vontade e pela prece.

Tudo depende do modo de emprego e da direcção dada as nossas forças mentais.

E quantos males há, cuja origem nos escapa, porque queremos ignorar essas coisas, males que poderiam ser evitados por um estudo aprofundado e consciencioso do mundo invisível!

Em sua maior parte, os nevróticos e os alucinados tratados sem êxito pela medicina oficial, não são mais que obsessos, passíveis de ser curados pelas práticas espíritas e magnéticas.

Deus colocou o homem no centro de um oceano devida, de um reservatório inesgotável de forças e potência.
E deu-lhe a inteligência, a razão e a consciência, para aprender a conhecer essas forças, a assenhorear-se delas e as utilizar.

Por esse exercício constante é que a nós mesmos nos desenvolveremos e chegaremos a afirmar o nosso império sobre a Natureza, o domínio do pensamento sobre a matéria, o reino do Espírito sobre o mundo.

É esse o mais elevado objectivo a que possamos consagrar a nossa vida.
Em vez de afastar dele o homem, ensinemo-lhe a caminhar ao seu encontro, sem hesitação.

Estudemos, escrutemos o Universo em todos os seus aspectos, sob todas as suas formas.
Saber é o supremo bem, e todos os mais provêm da ignorância.

Leon Denis

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Porque o Espiritismo é a Terceira Revelação?

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 15, 2012 10:45 pm

“Por que o espiritismo se apresenta com Terceira Revelação, se sabemos que houve muito mais do que três revelações no mundo?
Kardec não sabia disso?”


“Kardec sabia. Sabia perfeitamente.
Mas acontece o seguinte.

As numerosas revelações que houve no mundo, desde a época primitiva, revelações entre os povos primitivos, podemos classificar como as revelações entre os homens da caverna, porque sabemos que os mesmos, como crianças que se iniciavam na vida, tiveram os seus preceptores, aqueles Espíritos superiores que cuidaram deles e os orientaram.

Todas essas revelações têm um sentido preparatório, no tocante a uma revelação de importância fundamental para o desenvolvimento da civilização, que foi a revelação Mosaica, que, como sabemos, deu origem à Bíblia.

A Bíblia dos judeus, que é também a Bíblia dos cristãos.
Porque o Cristianismo é uma reforma do judaísmo, feita por Jesus, que era judeu.

Essa revelação é de importância fundamental, porque estabelecia uma modificação muito profunda nos conceitos sobre Deus e o homem, sobre a vida na Terra e o destino do próprio homem.

Deus Faz a História

A respeito de Deus, podemos acentuar um ponto capital, que é o seguinte;
enquanto as revelações, ocorridas nas diversas partes do mundo, nos davam uma ideia de Deus como distanciado do homem, alguém que houvesse, por assim dizer, criado o mundo e depois pouco se tivesse importado com ele, a revelação judaica nos mostra um Deus providencial.

É aquilo que estudam os filósofos e se cama providencialismo.

O providencialismo judeu modificou por completo o conceito de Deus.
Deus não está ausente do mundo;
Deus está presente;
Deus faz a História.


Ora, Deus, em fazendo a História, a sua participação no mundo dos homens é permanente, é constante.
Esta primeira modificação é de uma importância decisiva.

É para o homem uma concepção de Deus mais consentânea com a realidade daquilo que nós chamamos, hoje, a estrutura unitária do Universo.

Além disso, a revelação Mosaica nos deu uma ideia de que Deus havia criado o mundo, não se servindo de material já existente, mas produzindo, Ele mesmo, os materiais necessários.

É o dogma bíblico da criação, a partir do nada.
Deus não criou o mundo do nada.

O nada parece não ter condições para dar elemento algum a Deus, para que Ele pudesse criar o mundo.
O nada bíblico, como nós o entendemos, na sua significação mais profunda, é como o Nirvana, de Buda, que parece ser o nada, a negação de tudo o que existe.

Um nada apenas simbólico;
um nada relativo;
um nada em relação ao tudo o que consideramos na Terra.


Herculano Pires

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Quando Há Luz

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 15, 2012 10:46 pm

"O amor do Cristo nos constrange."
Paulo (II CORÍNTIOS, 5-14.)

Quando Jesus encontra santuário no coração de um homem, modifica-se-lhe a marcha inteiramente.
Não há mais lugar dentro dele para a adoração improdutiva, para a crença sem obras, para a fé inoperante.

Algo de indefinível na terrestre linguagem transforma-lhe o espírito.
Categoriza-o a massa comum por desajustado, entretanto, o aprendiz do Evangelho, chegando a essa condição, sabe que o Trabalhador Divino como que lhe ocupa as profundidades do ser.

Renova-se-lhe toda a conceituação da existência.
O que ontem era prazer, hoje é ídolo quebrado.
O que representava meta a atingir, é roteiro errado que ele deixa ao abandono.

Torna-se criatura fácil de contentar, mas muito difícil de agradar.
A voz do Mestre, persuasiva e doce, exorta-o a servir sem descanso.

Converte-se-lhe a alma num estuário maravilhoso, onde os padecimentos vão ter, buscando arrimo, e por isso sofre a constante pressão das dores alheias.

A própria vida física afigura-se-lhe um madeiro, em que o Mestre se aflige.
É-lhe o corpo a cruz viva em que o Senhor se agita crucificado.
O único refúgio em que repousa é o trabalho perseverante no bem geral.

Insatisfeito, embora resignado;
firme na fé, não obstante angustiado;
servindo a todos, mas sozinho em si mesmo, segue, estrada a fora, impelido por ocultos e indescritíveis aguilhões...


Esse é o tipo de aprendiz que o amor do Cristo constrange, na feliz expressão de Paulo, Vergasta-o a luz celeste por dentro até que abandone as zonas inferiores em definitivo.

Para o mundo, será inadaptado e louco.
Para Jesus, é o vaso das bênçãos.
A flor é uma linda promessa, onde se encontre.

O fruto maduro, porém, é alimento para Hoje.

Felizes daqueles que espalham a esperança, mas bem-aventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no Senhor!

Emmanuel

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Primícias do Reino

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 16, 2012 9:43 pm

O Evangelho - a nova ou a boa nova - é a mais expressiva história de uma vida, através de outras vidas, iluminando a vida de todos os homens.

É a história de um Homem que se levanta na História e faz-se maior do que a História, dividindo-a com o Seu Nascimento, de modo a constituir-se o marco rutilante dos fastos do pensamento universal.

Esta, a mais significativa história jamais narrada, encontra-se, todavia, sintetizada em "O Testamento'>Novo Testamento", modesta Obra de pouco mais de trezentas e cinquenta páginas.

Grafada por duas testemunhas pessoais de todos os acontecimentos, Mateus e João, e confirmada pelos depoimentos de outras que conviveram com Ele, tais como Pedro, - que pede a Marcos escrevê-la para os romanos recém-convertidos - e Lucas, que a recolhe de Paulo, o chamado da estrada de Damasco, de Maria, Sua Mãe, de Joana de Cusa, de Maria de Magdala e de outros, escrevendo, para a grande massa dos gentios conversos.

Outros depoimentos de conhecedores e participantes directos reaparecem nas Epístolas para culminarem na visão do Apocalipse.

Ao todo, vinte e sete pequenos livros constituídos por duzentos capítulos e sete mil novecentos e cinquenta e sete versículos, em linguagem simples:
quatro narrativas evangélicas, um Atos dos Apóstolos (atribuído a Lucas), catorze epístolas de Paulo (1), uma de Tiago Menor, duas de Pedro, três de João, uma de Judas (Tadeu) e o Apocalipse de João.

Discutidas e examinadas séculos a fio foram, no entanto, fixadas pelo Concílio de Trento (1545-1553), que lhes reconheceu a autenticidade, após compulsados os documentos históricos, constituídos pelos fragmentos das primeiras cópias manipuladas pelos cristãos decididos dos dias seguintes aos discípulos que fundaram as Igrejas então florescentes. . .

Embora as pequenas variantes de narrativas - o que lhes dá o testemunho inconteste da opinião pessoal dos escritores - através dos quatro evangelistas, a história do Filho do Homem é uma só.

Mateus (Levi) escreveu-a para os israelitas que se cristianizaram, comparando a Boa Nova com os Textos Antigos e utilizando-se das figuras comuns ao pensamento hebreu. (2)

Marcos (também chamado João), filho de Maria, de Jerusalém, em cujo lar os cristãos se reuniam o onde o Apóstolo Pedro, libertado do presídio se acolheu, que conheceu de perto as lides apostólicas junto a Paulo e Barnabé, dos quais se afastou em Perge, na Panfília, retornando a Jerusalém, tendo sido convocado mais tarde pelo próprio Pedro, à sementeira em Roma, em cuja ocasião grafou a sua narrativa. (3)

Lucas, recém-convertido por Paulo, residiu em Cesaréia, no lar do diácono Filipe de quem, emocionado, ouviu os mesmos factos contados por Tiago Menor.
Erudito, nascido em Antioquia, de cultura helénica, é o narrador deslumbrado e comovido dos feitos e palavras de Jesus.

É o mais lindo dos quatro Evangelhos, impregnado da mansuetude do Cordeiro.

Escrevendo.
Escrevendo ao "excelente Teófilo", é dedicado à grande grei dos gentios, arrebatada pelo verbo candente de Paulo, seu mestre (4).
Prosseguirá escrevendo, mais tarde, os Atos dos Apóstolos com o seu inconfundível estilo.

João, o discípulo amado, místico por excelência, escreveu para os cristãos que já conheciam a Mensagem com segurança.
Aprofundou a sonda reveladora e se adentrou no colóquio do Mestre com Nicodemos, sobre o novo renascimento, de cujo colóquio, possivelmente, participara como ouvinte.

Começa o seu estudo com a transcendente questão do Verbo e o encerra no Apocalipse com a fulgurante visão medianímica de Jerusalém Libertada.

O seu, é o Evangelho espiritual.
Escritos inicialmente na língua falada por Jesus, o arameu, excetuando-se provavelmente Lucas, logo foram traduzidos para o grego, corporificando o pensamento do Mestre, que se dilataria por toda a Terra . . .

A mais comovente história que já se escreveu.
O maior amor que o mundo conheceu.
O Exemplo mais fecundo que jamais existiu.

A vida de Jesus é o permanente apelo à mansidão, à dignidade, ao amor, à verdade.
Amá-lO é começar a vivê-lO.
Conhecê-lO é plasmá-lO na mente e no coração.

A vida que comporta a história de nossa vida - eis a Vida de Jesus!
A perene alegria, a boa mensagem de júbilo - eis o Evangelho!

(Notas da Autora espiritual).
(1) A Epístola aos Hebreus, no Concílio de Trento, foi atribuída ao Apóstolo Pedro, enquanto o de Cartago a supunha de autor ignorado.
Preferimos a primeira assertiva.

(2) Papias (75-150) informava que Mateus apresenta no seu Evangelho "os ditos do Senhor".

(3) Marcos, que servia de intérprete a São Pedro, registrou com exactidão ainda que não pela ordem, palavras e obras de Jesus.
(4) Dante afirmava que Lucas "é o escriba da mansidão de Jesus".

Amélia Rodrigues

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Estudos Avançados Espíritas - Página 29 Empty Persiste e Segue

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 16, 2012 9:44 pm

"Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados."
Paulo. (HEBREUS, 12:12.)

O lavrador desatento quase sempre escuta as sugestões do cansaço.

Interrompe o serviço, em razão da tempestade, e a inundação lhe rouba obra começada e lhe aniquila a coragem incipiente.

Descansa, em virtude dos calos que a enxada lhe ofereceu, e os vermes se incumbem de anular-lhe o serviço.

Levanta as mãos, no princípio, mas não sabe "tornar a levantá-las", na continuidade da tarefa, e perde a colheita.

O viajor, por sua vez, quando invigilante, não sabe chegar convenientemente ao termo da jornada.

Queixa-se da canícula e adormece na penumbra de ilusórios abrigos, onde inesperados perigos o surpreendem.

De outras vezes, salienta a importância dos pés ensanguentados e deita-se às margens da senda, transformando-se em mendigo comum.

Usa os joelhos sadios, não se dispondo, todavia, a mobiliza-los quando desconjuntados e feridos, e perde a alegria de alcançar a meta na ocasião prevista.

Assim acontece connosco na jornada espiritual.

A luta é o meio.
O aprimoramento é o fim.
A desilusão amarga.

A dificuldade complica.
A ingratidão dói.
A maldade fere.

Todavia, se abandonarmos o campo do coração por não sabermos levantar as mãos, de novo, no esforço persistente, os vermes do desânimo proliferarão, precipites, no centro de nossas mais caras esperanças, e se não quisermos marchar, de joelhos desconjuntados, é possível sejamos retidos pela sombra de falsos refúgios, durante séculos consecutivos.

Emmanuel

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