LUZ ESPÍRITA
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ESTUDOS DA FAMÍLIA À LUZ DO ESPIRITISMO

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 23, 2012 9:44 pm

A FAMÍLIA NO MUNDO ACTUAL

Explicando:


O conteúdo desta apostila não necessariamente ajustado com o pensamento dos expositores que ministraram o curso em Campos do Jordão nos dias 16 e 17 setembro 2000, e sim mais um subsídio em forma reduzida da apostila do curso O Melhor é Viver em Família do Centro Espírita Allan Kardec da cidade de Campinas ano 1998.

Nossos agradecimentos a todos os colaboradores que trocaram seus momentos de lazer em detrimento do auxílio à formação Educacional da Família, quanto da pesquisa e formulação desta apostila.
Sergio R.Goldstein

Objectivo:

a – Considerar o homem como ser humano único e capaz de aprender e mudar em todas as situações;

b – Localizar a família na sociedade;

c – Reflectir na missão dos pais como educadores e exemplificadores na formação da personalidade dos filhos.

Nossa capacidade de mudança


Deus deu ao homem, a mais do que ao animal, o desejo incessante do melhor, e é este desejo do melhor que o impele à procura dos meios de melhorar a sua posição, que o conduz às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento e à evolução.

Cada indivíduo ocupa uma posição única no mundo, no que diz respeito à sua composição genética, temperamento, história, idade e associação com os diversos ambientes sociais.

Cada pessoa é fonte de percepções, crenças e necessidades únicas.
Essas diferenças intrínsecas de cada ser em contexto relacional formam as bases de cada família.

Mas todos nós temos algo em comum, que é a capacidade de mudar o seu próprio modo de ser - temos emoções e sentimentos vivenciados na realidade de cada um, ajudando assim a formar seu modo característico de ser.

Por possuirmos essa capacidade de mudar, é que podemos nos desenvolver, evoluir, e sermos melhores hoje do que fomos ontem.

Precisamos entender a finalidade de nossa existência e arregaçar as mangas em busca de nosso progresso individual, para não sermos alunos sempre repetindo de ano.

Quando procuramos aprender coisas novas, nos melhoramos como pessoas, com certeza seremos capazes de ser mais felizes e como consequência oferecer momentos felizes aos que nos rodeiam.

Quando estamos bem, felizes connosco mesmos, somos capazes de modificar nossas vidas pára melhor.

Desde a maneira de arrumar a nossa casa de um modo diferente ou quando descobrimos um jeito melhor de educar os filhos, ou quando conseguimos ajudar alguém necessitado;
estamos utilizando o nosso cérebro de maneira adequada, positivamente e construtivamente.
- Você se sente importante?
- Nós todos somos importantes!

Pelo facto de sermos únicos, de ocuparmos um lugar no mundo e de podermos modificar este mundo.

Somos muito importantes e temos o nosso papel:
a) em relação a nós mesmos (ex. cuidar da nossa saúde),
b) de pai e de mãe (cuidar e educar os filhos),

c) membro da comunidade (participar de uma festa na escola),
d) membro da humanidade (ajudar uma pessoa desconhecida).
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 23, 2012 9:44 pm

A Família na Sociedade Actual e a Doutrina Espírita

O Movimento Espírita tem oferecido, através de cursos e encontros, grandes oportunidades para discussão de problemas relacionados á família, desde os mais simples até os mais complexos

- Nessas discussões, ou melhor, nesse processo de socialização, os componentes das famílias trocam experiências, dividindo suas dúvidas, multiplicando sua capacidade para bem conviver.

Os argumentos que a Doutrina oferece são convincentes, porque analisam problemas numa relação de causa e efeito, à luz da reencarnação.

1. O adulto consciente, seguro, transmitirá aos filhos uma herança benigna, mais humana e mais consciente.
A palavra convence e o exemplo arrasta.

2. A aprendizagem social tem inicio na família, primeiro grupo de que se faz parte.
É um grupo organizado com hierarquia, deveres e direitos que precisam ser respeitados.
Nele o individuo começa a assimilar padrões de comportamento que lhe serão úteis por toda a vida.

Na família o filho aprenderá a respeitar as autoridades - os pais;
a trabalhar em regime de cooperação;
a dividir o que é seu e de seus irmãos.

Aprenderá a desfrutar de seus direitos.

Desta forma estará se preparando para sua integração na sociedade em que vive, capacitando-se para respeitar os direitos de seu semelhante.
O lar, construído com amor e respeito, é o lugar onde os filhos são preparados para crescer no sentido da independência e de um modo de viver no mundo exterior..

3. Os pais, exemplos vivos, devem ser alavancas que impulsionam os filhos rumo à evolução maior; para que os superem.

Sabemos que o individuo traz suas experiências de outras encarnações, que se manifestam através de tendências boas ou más.

É responsabilidade da família procurar conduzir este individuo nos seus primeiros anos de vida, educando-o para sua harmonização com os semelhantes, eliminando ou mesmo atenuando, os defeitos trazidos de outras encarnações.

O Espiritismo como Doutrina evolucionista, vê no desenvolvimento a essência, sempre a entrever espaços abertos à frente e acima, pelos quais a criatura humana deve prosseguir a sua jornada rumo à perfeição.

Na capacidade encontra-se a implícita noção do potencial humano dentro do dualismo corpo/Espírito.
Em outras palavras somos Espíritos, mas estamos temporariamente ligados a um corpo físico.


O ser humano precisa do corpo para realizar no mundo material as tarefas necessárias ao seu desenvolvimento, ao seu progresso, ao resgate de suas faltas, ao reajuste, enfim, de seu espírito.

No que diz respeito aos aspectos intelectual e moral entende a Doutrina que devem caminhar de mãos dadas, lado a lado, ombro a ombro.
Quanto mais inteligente e culto o ser humano, maior é o seu potencial de influência sobre o meio em que vive.
Se sua capacidade empreendedora estiver divorciada da moral, poderá canalizar suas acções para empreendimentos maléficos.

Ex: Traficantes de drogas, Inventores de armas, etc.

A educação deve levar à melhor integração do homem na sociedade:
a Doutrina Espírita entende o ser humano como entidade eminentemente social ao destacar que ele não vive só.

É nas inúmeras comunidades espalhadas pelo mundo que homens e mulheres convivem, aprendem, trabalham e buscam suas realizações pessoais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 23, 2012 9:45 pm

A INFLUÊNCIA DO MEIO

Objectivo:
Aprofundar reflexões sobre a influência do meio ambiente no processo educativo e sobre a necessidade de maior actuação da família.

1. Quais são as maiores influências sobre a nossa família actualmente?
-
Relacionamento social
- Política
- Trabalho
- Meios de comunicação

- Escola
- Religião
- Saúde
- Espirituais (via encarnados ou desencarnados) etc.

Da mesma forma que chamamos todos os itens acima de influências sobre nossa família, temos a certeza de que para bem cumprir o desenvolvimento humano nós necessitamos conviver com todos eles.

Praticamente, desde que abre os olhos neste mundo, o ser humano começa a demonstrar que a socialização é uma das exigências mais fortes de sua natureza.

Já nos primeiros anos as crianças demonstram a facilidade com que se aproximam e se comunicam.
A partir dos 5 ou 6 anos os brinquedos e os jogos colectivos fazem com que trocas de influências e laços de camaradagem se estabeleçam.

O ingresso na escola ensejará o amadurecimento do espírito comunitário, pois já terão oportunidade do trabalho em equipe.

A adolescência apresenta-se como a fase mais importante desse processo, pois quase tudo é feito em turmas - trabalhos escolares, passeios, entretenimentos.

São esses sucessivos ensaios que tornam o homem um ser sociável, interessado em conhecer os problemas de seus semelhantes e capaz de oferecer sua cooperação em prol do bem comum.

2. Que influências neoactivas estamos deixando sem controle?
-
Influências negativas na televisão
- Influências negativas dos amigos
- Literatura inadequada (livros, revistas, jornais)
- Influências negativas de pessoas com ascendência sobre nossos filhos (professores, familiares, etc)

Erram os pais que criam toda sorte de dificuldades ao relacionamento dos filhos com estranhos ou com os meios de comunicação à nossa volta.

Dessa forma os privam de experiências vivenciais que lhes são muito úteis ao desenvolvimento.
O extremo oposto, no entanto, também é indesejável.

Deixar aos filhos a inteira liberdade de escolha de amigos, passatempos e actividades é priva-los de nossa experiência, é faltar com nosso dever primordial como pais.

Nem super protecção, nem abandono...

Procuremos o equilíbrio.


Tenhamos o cuidado de exercer continua vigilância em torno da actividade das turmas, procurando conhecer-lhes a ideologia, os princípios, as qualidades do líder.

Não deixemos tarefas tão importantes como a educação de nossos filhos a cargo exclusivo de professores ou sob o domínio de fabricantes de produtos de consumo.

Estar atento às influências negativas também é o cuidado de nunca fazer nada mecanicamente;
divertir-se, andar, comer, levar os filhos à escola, assistir televisão - tudo pode ser feito atentamente, raciocinadamente.

Sirva-se dos meios e não se entregue a eles com torpor paralisador.
Influa sobre as situações com calma e discernimento.
Sua atitude será compreendida e valorizada por todos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 24, 2012 9:48 pm

Não se coloque à frente da TV sem um objectivo;
esteja sempre esperando algo, sabendo o que espera.

Não deixa que a própria TV escolha para você a programação do momento.

Não se entregue à leitura irrestrita de jornais, livros e revistas.

Procure lê-los com o objectivo de educação própria ou informações a respeito de determinado assunto.

Não deixe que seja sempre sua opinião, a de tal ou tal articulador.

Escolha suas diversões - teatro, cinema, passeios - sempre com o fim de adquirir novos conhecimentos, de aumentar sua capacidade de discernir.
Evite espectáculos que fujam desse objectivo.

3. O Que estamos fazendo para reforçar as boas influências?

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.XXI temos:
Ide, portanto, meus filhos bem amados, caminhai sem desculpas, sem pensamentos ocultos, na rota que tomaste.
Ide, ide sempre, sem temor;
afastai cuidadosamente tudo o que vos possa entravar a marcha para o objectivo eterno.

Reconheceremos a boa árvore pelos bons frutos e saberemos lutar contra nossas próprias imperfeições para que possamos exercer a boa influência sobre os que connosco partilham a existência, a fim de que a boa árvore seja valorizada e a má árvore seque sobre a sua raiz.

Coloquemos como objectivo eterno nossa evolução para situações mais felizes;
eduquemos a nós mesmos;
trabalhemos sem inquietações o trabalho constante, fiel, dedicado.

Só assim influenciaremos para o bem os nossos semelhantes.
O Evangelho no Lar propicia uma reflexão, em conjunto com a família, sobre os ensinamentos do mestre Jesus e principalmente deve conter o compromisso familiar da reformulação das acções, vivenciando seus ensinamentos.

Sempre que isento de quaisquer vestígios cerimoniais, o Evangelho no Lar tem o poder de atracção das almas em convívio na família para uma reflexão alegre sobre os assuntos da família.

Deve conter leituras agradáveis também para os pequeninos, além das preciosas páginas de O Evangelho Segundo o Espiritismo, para que todos se sintam atraídos para esses momentos de sublime convívio.

"Quando o Evangelho penetra o Lar, o coração abre mais facilmente a porta ao Mestre Divino".
Emannuel (Jesus no Lar, pelo Esp. Neto Lúcio).

A participação nas actividades dos filhos - escolares, sociais, desportivas, religiosas, etc. - com o fim de conhecer-lhes os motivadores e os princípios, é o único meio seguro de conhecer quais são as influências, boas e más, presentes nestes ambientes.

Sempre que possível, tragamos para perto de nós, oferecendo inclusive o nosso lar, para o desenvolvimento destas actividades.

O principal motor do conhecimento das necessidades dos nossos filhos é o interesse e o diálogo constante, mostrando amor e vontade de ouvi-los e principalmente compreendê-los.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 24, 2012 9:48 pm

4. Actualmente quem está exercendo maior influência sobre a conduta das crianças e dos jovens?
A família ou o meio?

Quando tratamos de problemas humanos temos que ser cautelosos, pois não podemos equacioná-los com precisão matemática, através de uma fórmula prevista, que sirva para todos os casos da mesma natureza.

Sofremos as influências do meio em que vivemos ou nos impomos a ele?
Seria desavisado negar (que o meio influencia as pessoas, pois não podemos ignorar o poder sugestivo do impulso imitativo, especialmente nas crianças.

Tendências especificas podem ser estimuladas, suscitadas tanto quanto comprometidas e sufocadas pela influência do meio, mas também podem impor-se a ele, com maior ou menor segurança e determinação.

Não é, portanto o meio que forma ou contribui de modo decisivo, inquestionável e inevitável, para que a pessoa seja desta ou daquela maneira, embora contribua com alguma pincelada, tonalidade ou matiz.

Entender a formação familiar e o efeito das suas relações com a sociedade.

O que é família?

O homem é um ser que nasceu para viver em sociedade.
Não se tem notícia de uma sociedade que tenha vivido á margem de alguma noção de família.
Todo mundo tem, ou já teve, uma família.

Portanto, a família é uma entidade óbvia para todos.
No entanto, para qualquer pessoa, é difícil definir esta palavra e, mais exactamente, o conceito que ela engloba.

Família pode ser definida como "pessoas aparentadas que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe, os filhos, ou ainda pessoas do mesmo sangue, ascendência, linhagem, estirpe ou admitidas por adopção."

O termo "família" origina-se do latim "famulus", cujo significado é "conjunto de servos e dependentes de um chefe ou senhor".

Entre os chamados "dependentes" inclui-se a esposa e os filhos.
Assim, a família greco-romana compunha-se de um patriarca e seus "famuli": esposa, filhos, servos livres e escravos.

Actualmente os tipos de família ainda variam muito, conforme os costumes, condições sócio-económicas, tradições dos povos.

Para nós, do mundo ocidental, a forma mais conhecida e valorizada é a família "nuclear".

Este é o modelo que, desde criança, vemos nos livros, nas escolas, nos cinemas, na televisão, etc. e que assimilamos mesmo que em nossa casa vivamos em esquema diferente.

Crise da família:
Quantas vezes não se ouvem referências à "crise" porque estaria passando a família em nossos dias?

Em 1932 Aldous Huxley, escritor inglês, lançava seu mais famoso livro:
"O Admirável Mundo Novo"... uma visão pessimista do futuro da humanidade, em que imaginava uma sociedade onde a família estaria abolida.
Isso deveria ocorrer até o fim deste século.

Nessa "admirável" loucura a mulher não mais daria á luz;
os filhos nasceriam em incubadeiras altamente sofisticadas - madres artificiais.
Ninguém teria pai nem mãe.

Seria considerado subversão falar-se do assunto família.
Exercitar-se-ia o sexo sem compromisso, heterogeneamente.
Cada individuo cuidaria da sua vida, sem deveres com ninguém a não ser com o Estado.

A partir dos anos 50, com o rompimento de tabus relacionados com o sexo e o advento do "amor livre", muita gente imaginou que a humanidade estivesse a caminho de uma sociedade desta natureza.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 24, 2012 9:49 pm

No entanto, mais de três décadas passaram e, embora o casamento seja questionado, a família está muito longe de extinguir-se e jamais o será.
Ela se perpétua muito menos subordinada a modismos sociais e muito mais em decorrência dos desígnios de Deus.

Apesar de todos os seus momentos de crise e evolução, a família manifesta até hoje uma grande capacidade de sobrevivência e, porque não dizê-lo, de adaptação, uma vez que ela tem sobrevivido sob múltiplas formas através dos tempos.

O homem é um ser que nasce para não viver só;
busca no casamento um meio pelo qual se dará o processo de socialização com maior intensidade.

Dentro do condicionamento de nossa realidade humana, procuram homem e mulher, antes de tudo, a felicidade pessoal que anteviram nos enlevos do namoro e nos compromissos do noivado.

Ao se unirem, um homem e uma mulher defrontam-se com suas emoções.

Permutam experiências afectivas no campo do sexo, buscando no prazer a canalização das energias criativas represadas;
relacionam-se nas ideias a nível intelectual e de sensibilidade.

Convergem, mesmo que temporariamente, ansiedades, desejos e aspirações para um ponto de encontro, tentando desenvolver actividades conjugadas e se ajustarem mutuamente.

Esse homem e essa mulher não são unidades isoladas no mundo.

Pertencem a uma sociedade, provêm, por sua vez, de famílias.
Integram um ciclo humano, profissional e religioso.
Absorveram ideias, reflectem sentimentos, posições, entendimento diversificado.

No relacionamento humano e espiritual, defrontamos com forças a reagirem constantemente, desencadeando interacções emocionais por onde as cargas de energias emocionais se ajustam, multiplicando emoções agradáveis, compensatórias ou se atritam, estabelecendo conflitos.

Observamos que, apesar dos conflitos, a família é "única" em seu papel determinante no desenvolvimento da sociabilidade, da afectividade e do bem-estar físico dos indivíduos, sobretudo durante o período da infância e da adolescência.

Ninguém nessas fases pode se sentir feliz se lhe faltar a referência familiar.

Assim a família mais do que um fenómeno natural passou a ser uma instituição social variando através da história e apresentando formas e até finalidades diversas.

Em tese homem e mulher reencontram-se para desenvolver um trabalho especifico no relacionamento emotivo, na criação de uma família, dando oportunidade à reencarnação de Espíritos afins ou não, que irão receber suas influências.

O conjunto assim formado passará a ligar-se por profundos condicionamentos afectivos e laços psíquicos a exprimirem sua concepção familiar.

Entretanto, em qualquer enfoque, antropológico ou religioso, a família é a "oficina do convívio".

Uma visão panorâmica dos núcleos familiares, sob o ponto de vista de sua operacionalidade, mostra uma quantidade infindável de contrastes que caracterizam o grau de moralidade, intelectualidade e aspirações que determinam suas existências.

Fundamentos Afectivos

O assunto aqui tratado pode parecer complexo se for examinado de forma analítica.

É importante recorrer ao significado das palavras.
- Fundamento: Base, alicerce, sustentáculo
- Afectividade: Qualidade de afecto, simpatia

Uma comparação vulgar poderá ajudar a compreender melhor a ideia:
Um automóvel pode ser dividido em duas partes: estática e dinâmica.


Última edição por O_Canto_da_Ave em Sex maio 25, 2012 9:56 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 25, 2012 9:55 pm

- Estáctica:
composta de componentes que perfazem a massa do corpo e a parte estrutural, submetida aos rigores da avaliação de resistência mecânica:
chassis, lataria, etc. e, por fim eixos e rodas.

- Dinâmica:
é a parte responsável pela movimentação do carro:
distribuidor, carburador, motor e, o mais importante, o combustível
(uma vez que, sem ele, o carro permanece estático).

É a família quem primeiro sustenta e alicerça o indivíduo na sociedade, nas suas aspirações e projectos de vida.
E é a afectividade que o impulsiona na realização dos mesmos.

Pode-se dizer que é a afectividade o combustível de que todo ser humano se utiliza na busca do progresso e evolução na caminhada rumo a Deus.

Mas serão todas as famílias constituídas por indivíduos cujo papel principal é o de trocadores de afetividade?

Atrasado como é o nosso planeta, as famílias que nele se formam, na quase totalidade são compostas por Espíritos adversos entre si, ou seja, devedores e credores.

Aparecem com a finalidade principal de acertarem perante a lei do Amor velhas contas de passadas existências.

Exprimindo a realidade de seus integrantes, podemos classificar em três designações gerais, em relação ao relacionamento familiar:
- Afectivamente amorfas
- Afectivamente passionais
- Afectivamente compensatórias

As famílias chamadas de "afectivamente amorfas" não chegam a uma relação mais compensatória porque cada um antepõe obstáculos emotivos que vão desde a indiferença até o abandono.

Quando antepõe obstáculos (comodismo, insensatez e subordinação às paixões) tornam a convivência familiar difícil ou desinteressante, quando poderiam, se quisessem, obter uniões razoavelmente gratificantes.

As famílias "afectivamente passionais" reúnem espíritos em evidente processo de desequilíbrio emotivo.
Estão marcadas por conflitos interpessoais que foram chamados a superar pelos laços familiares.
Contudo, continuam a guerrear-se, embora possam dar passos no caminho positivo.

Finalmente, as famílias "afectivamente compensatórias" se caracterizam não por uma tediosa e inoperante ligação, mas por um sentido de unidade produtiva, manifestada em atitudes e conceitos positivos no campo da auto realização e participação comunitária.

Em tese, o agrupamento doméstico se forma a partir de princípios de afinidade.
Contudo é preciso convir que afinidade não é simpatia.
Afinidade é atracção.

No campo do relacionamento moral, a afinidade psíquica representa atracção, devido a compromissos emocionais que decorrem tanto da simpatia como da antipatia.

No "Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap,lV - Parágrafo 19) temos:
"A união e afeição que existem entre parentes são indícios da simpatia anterior que os aproximou;
também diz-se, falando de uma pessoa cujo carácter, gostos e inclinações não têm nenhuma semelhança com os de seus parentes, que ela não é da família.

Dizendo isso, se enuncia maior verdade do que se crê.
Deus permite, nas famílias, essas encarnações de espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objectivo de servir de prova para alguns, e de meio de adiantamento para outros.

Os maus se melhoram pouco a pouco ao contacto dos bons e pelos cuidados que deles recebem;
seu carácter se abranda, seus costumes se depuram e suas antipatias se apagam;
é assim que se estabelece a fusão entre as diferentes categorias de espíritos, como ocorre na Terra, entre as raças e os povos".

Isto quer dizer que, por acréscimo da Divina Bondade também surgem nos grupos familiares algumas criaturas de nível mais elevado, do ponto de vista espiritual, e que funcionam à feição de moderadores que tendem a evitar indesejáveis "incêndios" na hora de "frisson".
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 25, 2012 9:57 pm

Cada família possui organização e estruturas específicas, bem como características próprias, quanto à natureza e função, as quais estão vinculadas aos valores de nossa sociedade e cultura.

A organização existente no interior da família poderão exercer suas tarefas especificas quando houver permeabilidade nas fronteiras que os delimitam dos demais sistemas ou famílias das sociedades.

Se não houver permeabilidade, a interacção ou troca não é possível e o sistema empobrece por falta de informação.

A ausência de permeabilidade na fronteira familiar, faz com que tornem-se escassas as trocas com o meio ambiente, tornando-se "famílias fechadas ao contacto externo".

Se houver permeabilidade total nas fronteiras, a família se descaracteriza, e em seu interior é comum a indiferença, confusão de papéis e ausência de autonomia.

O estado ideal das fronteiras é, portanto, a semi-permeabilidade que permite trocas ao mesmo tempo em que garante diferenciação do meio ambiente e dos membros que o compõem.

Podemos denominar o relacionamento familiar como disfuncional e funcional.

Em famílias cujos relacionamentos são disfuncionais, encontramos frequentemente, o envolvimento de uma ou mais crianças no conflito marital, o que serve geralmente para distrair a atenção dos pais de um conflito não resolvido, um conflito “submerso”, geralmente resultando numa disfunção na criança.

A criança triangulada "O papel do pai", torna-se, então, emaranhada, fundida com um ou ambos os pais e as fronteiras generacionais são rompidas.

Green (1981) nos fornece um sumário de formas específicas de triangulação da criança com a família:

A CRIANÇA SUPER-PROTEGIDA:

Os pais se unem para eliciar disfunções (incompetência física ou psicológica) na criança que se torna então o receptáculo de protecção, cuidados e preocupação excessiva dos pais.

A aparente "doença" ou "fraqueza" da criança desvia a atenção dos pais de seus conflitos conjugais.
E os pais unidos "ajudam" a incompetência ou disfunção da criança.

O BODE EXPIATÓRIO:

A criança torna-se alvo de tentativas agressivas por parte dos pais, para reformar, disciplinar, punir e controlá-la.

A aparente "ruindade" da criança desvia a atenção dos pais do conflito marital, na medida em que os pais se unem para controlar e reformar a criança "ruim'.

COMPETIÇÃO ENTRE OS PAIS:

Neste caso a criança é pressionada agressiva ou sedutoramente a tomar partido marital, frequentemente para decidir quem esta certo ou errado no conflito.

O que quer que a criança diga ou faça, ela é vista por um dos pais como sendo leal e, pelo outro, como sendo desleal.
A criança passa a acreditar que estar próxima de um dos pais significa também estar alienada em relação ao outro.
Além disso, os pais desvalorizam ou anulam a autoridade um do outro com relação á criança.

Tipicamente, os pais se revezam encarando a criança ou como sendo "má", e necessitando ser "punida", ou como sendo "doente" e necessitada de "cuidados".

Cada um dos pais, contudo, possui opinião oposta em momentos diferentes.
Não existe uma aliança parental forte em relação á educação da criança.

COALIZÃO RÍGIDA:

Neste padrão de triangulação, um dos pais e a criança formam um pacto especial, pelo qual existe uma aliança consistente entre eles contra a outra figura parental.

A autoridade do pai/mãe periférica é constantemente desvalorizada, enquanto a coalizão entre a outra figura parental e a criança domina a vida familiar.

Nesses casos, frequentemente encontramos inversão de papéis, ou seja, a criança como uma figura parental para seu pai ou sua mãe.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 25, 2012 9:58 pm

Já na família funcional conta com forte aliança entre os pais, que lidam com seus conflitos através da colaboração e satisfação mútua de suas necessidades.

Os cônjuges são flexíveis em sua maneira de lidar com o conflito, utilizando diferentes métodos em momentos diferentes.

Podem, por exemplo, discutir um ponto de divergência para achar novas alternativas.

Podem chegar a uma conclusão em concordância mútua, ou mesmo se revezar, dependendo do assunto e do momento, para que seja alcançada uma relação igualitária.

Em suas funções de pais existe o apoio da autoridade de cada um dos cônjuges com relação aos filhos.

Podem mesmo discordarem abertamente quanto a assuntos relacionados á educação dos filhos, mas essa discórdia não inclui o filho no papel de “juiz”.

No capítulo XIV , parágrafo 8 do "Evang. Segundo Espiritismo" temos:
"Os laços de sangue não estabelecem, necessariamente, os laços entre os espíritos.

O corpo procede do corpo, más o Espírito não procede do Espírito, porque o Espírito existia antes da formação do corpo, não foi o pai quem criou o Espírito do filho, ele não fez senão fornecer-lhe um envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, para o fazer progredir. "


A Parábola do Semeador e a Família

O Semeador, suas sementes e a qualidade da terra representam magnificamente o assunto estudado em nossa reunião.

Na família também semeamos todo o tempo, e, podemos dizer que, quando nos tornamos pais, temos a "delegação" de Deus para a semeadura na família.

A qualidade da terra representa as diferentes personalidades dos filhos que recebemos em nossos lares, variação esta acentuada pela diversidade dos compromissos do nosso passado.

É na Terra, mundo ainda na categoria de expiação e provas, que recebemos em nosso lar, pela lei das afinidades, aquele que no passado compartilharam conosco de acções de toda ordem.

Ao segurar nos braços a criaturinha que nos chega pelas vias da reencarnação não sabemos, por misericórdia de Deus, que tipo de terra se nos está sendo apresentada para a semeadura:
*Os filhos beira do caminho são aqueles em que os ensinamentos não se fixam.

Outras ideias, representadas pelas aves, sobrepõem-se facilmente.

Os pais semeiam todo o tempo sem presenciar qualquer germinação;
ao contrário, outras tendências, próprias, provenientes do meio ou insufladas por espíritos que se lhes afinizam, tomam o lugar da germinação esperada.

*As famílias beira do caminho são as famílias permeáveis onde não há barreiras para a entrada de ideias e ensinamentos estranhos - as aves que podem “comer” todos as "sementes", impedindo a sua germinação.

*Os filhos chão pedregoso são os filhos "pouca terra", onde todas as idéias germinam com entusiasmo inicial.
As plantinhas, porém, não têm raízes ao primeiro sol (dificuldades, dores, contrariedades) logo morrem.
São os filhos de pouca vontade ou de temperamento volúvel, que agem por estímulos fortes, porém passageiros.

*As famílias chão pedregoso são as que oscilam entre o entusiasmo passageiro e o desequilíbrio causados pelas contrariedades da vida.

Não tendo o amparo de uma crença perambulam de ideia em ideia, de acordo com as conveniências e contrariedades da vida.

*Os filhos espinheiros são os em que as imperfeições do passado fazem sombra e sufocam as sementes.

Muitas vezes, em condições de crise, conseguem aceitar o ensinamento, mas passado o momento retornam ao abafamento de suas próprias personalidades.

*As famílias espinheiros são as famílias impermeáveis, que não permitem, dentro do seu abafamento, o brotar de novas ideias.

*Os filhos e famílias terra boa são aqueles que estão preparados para a semente e vão produzir de acordo com sua capacidade (30 para 1, 100 para 1,...).
São os indivíduos e família em pleno trabalho de reforma intima, estáveis, em curso normal de evolução.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 26, 2012 9:17 pm

UM SEGREDO NESTA PARÁBOLA

Há dois mil anos passamos adiante esta parábola de Jesus, e nela devemos notar algo essencial e, também, invisível aos nossos olhos:

O semeador semeia sempre;
não olha para traz;
não tem ansiedades pelo futuro nem maldiz a terra ou as dificuldades do passado e do presente que atrapalham a sua colheita;
simplesmente continua semeando.

Os pais, na função de semeador, não amam a semente nem a colheita.
Amam sim a terra que cultivam e que trabalham para tornar mais produtiva.

Sua semeadura não se restringe ao lançar de sementes, palavras valiosas, mas também na exemplificação que significa o trabalho na terra pedregosa, afofando-a e retirando-lhe as pedras para o arejamento da raiz;
o extirpar de más inclinações do passado, desbastando os espinheiros e ajustando a beira do caminho para que esta acolha as sementes antes da chegada das aves que com certeza virão visitá-la.

*As famílias afectivamente amorfas são o resultado dos semeadores que não semeiam, indiferentes ao destino da terra que lhes foi confiada.

*As famílias afectivamente passionais são o resultado dos semeadores que se voltam contra a terra, contra Deus e contra todas as dificuldades que os visitam.
Violentam a terra, cobrando dela resultados que esta ainda não está preparada para proporcionar.

*As famílias afectivamente compensatórias e semipermeáveis são o resultado do trabalho constante do semeador, assim como na parábola, que entende que mesmo a terra boa produz proporcionalmente á sua capacidade (30 para 1, 100 para 1,...).

Temos recebido, à luz do espiritismo, as sementes, a palavra do reino, os ensinos espirituais.

Segundo o que produzir com esses ensinamentos, cada qual revelará, em sua vida, que tipo de solo é a sua alma.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.14, parág. 9, temos um interessante ensinamento que vem completar as nossas
reflexões:

"Quando os pais fizeram tudo o que deviam para o adiantamento moral dos filhos, se não se saem bem, não têm censuras a se fazer, e sua consciência pode estar tranquila, mas, ao desgosto muito natural que experimentam do insucesso dos seus esforços, Deus reserva uma grande, uma imensa consolação, pela certeza que não é senão um atraso, e que lhes será dado acabar em outra existência a obra começada nesta, e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor."

O Que é uma Mãe?


A busca da identidade, que antigamente preocupava apenas os adolescentes e universitários, agora também preocupa as mães.

Ocupadas em servir a comunidade, ajudar ao marido e acima de tudo - fazer de seus filhos cidadãos sadios, felizes e produtivos, elas se detêm cada vez mais para perguntar:
"Quem sou eu?".

Procurando dar-lhes uma resposta, os psiquiatras têm explorado seu intimo, os institutos de pesquisas têm examinado suas atitudes, os sociólogos têm escrito ensaios eruditos, as fundações têm destinado grandes verbas para investigar o "papel" delas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 26, 2012 9:18 pm

O PAPEL DA MÃE

Conscientizar os pais quanto ao papel da mãe no mundo atual, e a necessidade de equilibrar sua missão primordial de educadora com sua tarefa de crescimento individual, conforme exige a sociedade moderna.
Exaltar o papel nobre da figura materna.

FRASE
"A maior alegria e o maior orgulho de uma mãe é ser admirada por seus filhos”
(Autor desconhecido)
COMENTÁRIO
Enfoque exagerado situa a mulher unicamente como mãe, centrando sua alegria na possível "admiração" dos filhos.

FRASE
"Frequentemente a mãe, mais do que amar o filho, ama-se no filho."
(Nietzche)
COMENTÁRIO
Enfoque que mostra confusão emocional na mãe e distorção em que a define.

FRASE
"Mães, sois vós que tendes nas mãos a salvação do mundo."
(Tolstoi)
COMENTÁRIO
Certo exagero.
Coloca muito peso sobre as mães, apesar de que ela realmente exerce muita influência.

FRASE
“Ser mãe é padecer no paraíso”
(Coelho Neto)
COMENTÁRIO
Distorce a verdade, enaltecendo a da mãe mártir.

MÃE Qualidades Positivas
Disponível – Paciente – Alegre – Optimista – Interessada - Organizada – Enérgica – Respeitadora – Actualizada – Afectiva – Presente

MULHER Deve Desenvolver Maturidade
Equilíbrio – Autenticidade – Coragem para ser pessoa sem deixar de ser educadora

PESSOA Tem Necessidades
Afeto e segurança (o marido pode atender) – Satisfação de pequenos gostos pessoais – Crescimento intelectual – Convívio social – Música ou teatro (participar) – Desporto – Filantropia.

Pergunta:
"Quais atitudes da mãe que prejudicam o lar?"

Angustiada, super-protectora, ansiosa, nervosa, mártir, desorganizada, perfeccionista, desconfiada, insegura (deixa tudo para o marido), irresponsável, vaidosa em excesso, fria (caos emocional), indiferente, ausente (presente/ausente, que rejeita o lar e o papel de mãe).

Mãe Que trabalha fora Deve fazê-lo?
Por tempo integral?

Pontos a considerar:
a. Provedora única - não há alternativa
-
Sem necessidade económica premente
- Ajuizar se seu trabalho trará maior felicidade a si e aos filhos

b. Primeiro ano de vida - a criança necessita de alguém que a considera a coisa mais importante do mundo.
Quanto mais nova, mais necessita da mãe (o carácter se forma até os 6 anos, sendo que os 3 primeiros anos são os mais importantes nesse processo)
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 26, 2012 9:18 pm

c. Evitar o trabalho numa fase difícil da criança

d. Contar com a concordância do marido

e. Não esquecer de ser esposa

f. O início e o fim do dia são momentos importantes para a criança

g. Doenças, festas escolares - a presença da mãe é importante

h. Paciência redobrada - as crianças não devem ser apressadas ou ignoradas

1. O modo como se convive é muito importante - as crianças de mães que trabalham fora não são necessariamente prejudicadas.

Perguntando:
"Que atitudes deve ter a mãe para manter o equilíbrio do lar?"
Resposta: As qualidade positivas que estão mencionadas no esquema inicial.
Pergunta:
"Quais as principais necessidade da mulher como pessoa?"
Resposta: As necessidades mencionadas no esquema inicial do desenvolvimento.

Conclusão:
"Para superar a presente conjuntura de transição é necessária à ciência da adaptação, a ciência do futuro.
Sobrevive quem se adaptar sem perder a sua própria identidade.

A identidade da mãe é a de Educadora, e por isso alguém já disse:
"São os cuidados inteligentes da mãe que devem formar a alma da criança.
Compete à mãe educar-lhe o sentimento e é essa, sem dúvida, a mais nobre de suas tarefas".

Bibliografia:

O que é ser pai?

Hoje as mulheres executam muitas tarefas que antigamente eram exclusivas do homem - chefe da família.

A evolução das técnicas nos trazem os bebês gerados em proveta, os óvulos fecundados fora do corpo, a possibilidade de escolha do tipo genético, do sexo da criança a ser gerada.

Será o pai importante?
Ou será que a mulher é suficiente para o desenvolvimento da criança?

Durante muitos anos, estudos do desenvolvimento da personalidade fixaram-se na relação mãe-filho.
No entanto, o aprofundamento dos estudos psicológicos dos desvios da personalidade mostraram que o pai participa de forma completa na organização ou desorganização da personalidade do filho.

Ser pai, portanto, é participar de forma efectiva desde a concepção, tendo como elemento fundamental o Amor.
Amor manifestado e cultivado, através do toque, da carícia, da presença e do exemplo positivo.

A pergunta 582 de O Livro dos Espíritos nos diz o seguinte:
Pode-se considerar a paternidade como uma missão?
É, sem contradita, uma missão;
é ao mesmo tempo um dever muito grande e que obriga, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade pelo futuro.

Deus colocou o filho sob a tutela dos pais para que estes o dirijam na organização frágil e delicada que o torna acessível a todas as impressões....
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 27, 2012 9:39 pm

Para melhor entendermos a missão da paternidade, vamos analisar cinco atributos que contribuem para o seu bom desempenho:

1. Equilibrar as relações entre mãe e filho
O amadurecimento harmónico das relações mãe-filho ocorre com a presença do pai.
É uma aptidão do pai iniciar a relação triádica (mãe-filho-pai) encontrando o justo lugar entre mãe e filho, regulando sua distância e respeitando
a ambos.

Afastar-se demais da mulher ou amá-la insuficientemente é submetê-la a uma situação de insegurança;
ela poderá acercar-se demais do filho como compensação.

Exigir exclusividade da mulher é repelir a criança, privando-a da afeição materna e presença paterna.

Estar muito próximo do bebé/criança pode ser uma forma de compensação por desequilíbrio no relacionamento do casal.

Afastar-se do bebé/criança pode ser uma forma de eliminá-la[o] como um rival na competição pelo amor da mãe.
O pai tem o papel de equilibrador emocional pois a mãe é muito sensível e o bebé dependente.

2. Dar condições para a criança perceber-se como ser autónomo.
A presença do pai provoca a passagem da estreita relação mãe-filho, de natureza biológica natural para uma relação triangular de natureza social.

É o pai, com sua presença, que representará o corte do cordão umbilical psicológico da criança com a mãe.
Isso contribui para que a criança inicie o processo de socialização como ser único, independente da mãe.

3. Introduzir a criança no mundo do conhecimento.
O pai é o primeiro outro percebido pela criança como personagem fora da mãe.
Como ele se introduz na vida do filho, inaugura assim o mundo do conhecimento e prepara a criança para as relações sócio-culturais.

4. Introduzir a criança no mundo da autoridade.
Ao regular a distância nas relações mãe-filho, o pai apresenta-se como o principio incondicional da autoridade, pois, por sua existência, o filho vê-se obrigado a renunciar à posse exclusiva da mãe.

A imagem de autoridade desdobra-se por dois caminhos:
Coração: quando impõe limites, regula a distância mãe-filho; filho-mãe.

Protecção: quando a autoridade significa força e esta serve de refúgio á fragilidade e dependência da criança.

A autoridade do pai é indispensável à formação da personalidade dos filhos assim como seu exercício adequado irá ensinar-lhes a se submeterem a uma estrutura social feita de leis e obrigações.

Autoridade (do latim augere) significa aumentar, fazer crescer, desenvolver.

A criança reclama autoridade porque precisa dela para sua segurança.
A falta de autoridade ou erros na sua aplicação poderá ser sentida como falta de afecto e desinteresse.

5. Ser modelo de masculinidade e paternidade.
O pai existe porque existe o ser humano de sexo masculino.

Isto tem consequências:
o pai não pode ser só o progenitor, mas também o representante do sexo masculino.

Sua existência contribuirá para a formação (construcção) da personalidade do filho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 27, 2012 9:40 pm

O pai é duplamente pai:
ao participar naturalmente no acto de engravidar e como sendo representante do sexo masculino na constelação familiar, influindo na formação do carácter e da personalidade do filho.

Nossa reflexão até aqui se fundou sobre alguns dos atributos da paternidade e nos leva a concluir ser o pai indispensável na vida do filho.

Quando da sua ausência física no lar, por separação do casal, é importante lembrar que quem se separou foi o homem e a mulher e não a mãe e o pai.

Quando o filho é criado só pela mãe (mãe solteira, viúva, separada) esta deverá colocar o papel do pai sempre presente, falando sobre ele e, se possível deixar o filho conviver com o avô, tios ou amigos, que representarão o papel masculino na formação da sua personalidade.

Pai Ausente – Um pai ausente não tem condições de conhecer seu filho.
Assim sendo terá grandes dificuldades em criar vínculos afectivos e terá condições reduzidas de exercer autoridade, bem como dificuldades em estabelecer a distância mãe-filho.

Pai Indiferente – É o caso do pai fisicamente presente, mas que não assume seu papel.
Isso pode levar a criança a comportamentos agressivos para chamar a atenção.

Pai faça-o-que-eu-mando... – Atitude que desgasta a autoridade e a iniciativa e a criatividade.

Pai Mau Exemplo – Esse pai não conhece a extensão da máxima: A palavra convence, o arrasta.

Pai Presenteador –
Pai submisso aos caprichos do filho, invertendo os papéis e os valores, correndo sempre o risco de dar o que não se deve.

Pai Autoritário – A agressão só condiciona.
O autoritarismo não educa para o reconhecimento da autoridade.
O animal obedece ao seu dono através do condicionamento.

Pai Pagador – É o pai que paga o comportamento do filho.
Exemplo: Se tirar boas a sua bicicleta...

Quais as características positivas que um pai deve desenvolver?

Possíveis respostas:
1. Respeitar o filho
2. Conhecer as principais característica dos filhos, nas diversas faixas etárias
3. Ser presente
4. Ser e fazer realmente o que diz

5. Ter tempo para dedicar ao filho
6. Ser amigo e firme - saber impor limites
7. Aceitar o filho como ele é
8. Ter prestigio junto ao filho

Registar as respostas sem maiores comentários, passando á apresentação dos cartazes com as atitudes positivas, na sequência abaixo, estimulando a reflexão conforme os respectivos comentários:

Prestigio do Pai:
É o resultado de uma educação bem conduzida, condição básica para o exercício da autoridade.
As atitudes consistentes e coerentes, as admoestações serenas e firmes, são os construtores do prestigio paterno.

Pai acertador:
São os pais que aceitam os filhos como são, respeitando a maturidade dentro de cada fase em que se encontram.
A aceitação não significa compactuação com o erro, mas a compreensão dos filhos como espíritos em evolução, com potencialidades a desenvolver e defeitos a superar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 27, 2012 9:41 pm

Pai participativo:
Cada momento é único e passa depressa.
Ser pai participativo é esforçar-se para aumentar a frequência desses momentos criando oportunidades de conhecimento mútuo.
A participação do pai nos momentos felizes ou difíceis estreita os vínculos na família, oferecendo segurança necessária ao desenvolvimento.

Pai presente:
É o pai afectivo e interessado, transmitindo amor e segurança, conhecendo o filho, suas potencialidade e limitações.
Pai e Mãe devem crescer junto com o filho para não criar barreiras dentro de uma sociedade que se modifica rapidamente.

Pai companheiro:
O pai é um amigo especial, diferente dos outros amigos por ter autoridade, identidade própria, credibilidade, transparência e imagem nitidamente definida.
A mãe colabora muito com isso, favorecendo esse contacto e não fazendo do pai o Bicho - Papão que corrige os problemas ao chegar em casa.

Música: Acalanto - Vinícius de Morais

É comum a gente sonhar, eu sei
Quando chega o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer

Vejo um berço e nele ao me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim chorando acalentar O filho que eu quero ter

Dorme meu pequenininho,
Dorme que a noite já vem
Seu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem.

De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem correndo me abraçar
Quando eu voltar de onde eu vim

Um menino sempre a me perguntar
Um porque que não tem fim
Um filho a que só queira bem
que só diga que
sim...

Dorme menino levado.
Dorme que a vida já vem
eu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem.

Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tudo que me deu
Sentir a barba a me roçar
Num derradeiro beijo seu

E ao sentir por fim sua mão vedar
Meu olhar dos olhos teus
Ouvir-lhe a voz a me embalar
Num acalanto de adeus...

Dorme meu pai sem cuidado,
Dorme que ao entardecer
Seu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 28, 2012 10:27 pm

O RELACIONAMENTO DO CASAL

Objectivo:
Reflectir na importância do equilíbrio na vida á dois como realização pessoal e familiar.

A expectativa da Vida a Dois

Muitos casais convivem durante meses e anos alimentando promessas de felicidade e realizações, povoando a alma de explêndidas esperanças.

Amam-se e parece-lhes impossível não atingir essa felicidade na vida a dois que lhes espera.
Geralmente é esse o estado de espírito que existe durante o tempo de namoro e de noivado.

Mas, muitas vezes, pouco após o casamento, o entusiasmo diminui e se extingue, as esperanças desabam uma a uma e os sonhos de felicidade se dissipam, jogam-se um contra o outro os mesmos esposos que juraram amor sem fim.

Que aconteceu?
Enganaram-se sobre seu amor?
Representaram algo que não eram?
Será que cederam á promessa de satisfação sexual?

No lar, muitas são as observações feitas em nome do amor, que não passam em si mesmas, de desconhecimento do que seja essa notável virtude.

O amor é a virtude que mais se ajusta ao equilíbrio.

O Modismo


Nesses tempos de modismo, costuma-se justificar o término de um matrimónio com a afirmação "o amor acabou".
Mas se houve amor este nunca acaba, pois o verdadeiro amor tende a aumentar até o infinito.
Verificamos que na maioria das vezes, o que ocorre é a mistura de sentimentos, de emoções, com as sensações comuns.

E a incompreensão que traz à tona um clima de tensão que joga um contra o outro.
Ela torna-se responsável por asfixiar os mais sólidos amores.
Se instalada entre o casal facilmente encontra tudo o que lhe é necessário para crescer com rapidez e alimentar-se constantemente nas mais simples atitudes.

Faixas Vibratórias

A Doutrina Espírita esclarece que vivemos em faixas vibratórias.
De acordo com o que pensamos e vivemos captamos vibrações boas ou más.
Daí a necessidade de conquistarmos um ambiente equilibrado em nosso lar e nossas vidas.

O matrimónio em linhas gerais é uma experiência de reequilíbrio das almas, um sério compromisso, e como todo compromisso, exige responsabilidades recíprocas.

Muitas vezes, o casal mal preparado para esse compromisso, dele "esperam tudo", sem estarem preparados para o "dar ao outro", que nada mais é do que "abrir-se o coração corrigindo deficiências, trocando experiências e completando-se mutuamente”.

É natural que ocorram desacertos.
Ao invés, porém, de separação, reajustamento.
A questão não é de uma "nova busca" mas de redescobrimento do que já possui.

Antes da decisão precipitada, ceder cada um, no que lhe concentre, a beneficio dos dois.
A interrupção desse compromisso somente adia a data da justa quitação.

O amor não pode deixar de ser inteligente.
Se o amor é espontâneo, não pode deixar de ser inteligente.
Precisamos usar a nossa inteligência em descobrir a psicologia do cônjuge.

É preciso penetrar um na intimidade do outro, para que ambos possam conhecer-se.
É o acto de doar-se, de compreender, de dividir, que trará segurança ao relacionamento e, portanto, a felicidade.


Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg maio 28, 2012 10:28 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 28, 2012 10:27 pm

É preciso aplicar a própria inteligência em:
observar
descobrir
conhecer o outro

Muitos casais viram o sofrimento nascer dentro de seu próprio amor porque não perceberam isto.
Estudos realizados em diversos países mostram que os casais têm interesse muito maior na comunicação e diálogo, do que em viver um amor romântico.
Isso significa que o companheirismo, a solidariedade, interesses comuns e participação nas actividades do outro, passaram a ser prioritários no casamento.

Vance Packard, jornalista americano, após 4 anos de pesquisa sobre o casamento, observou 7 causas básicas do sucesso matrimonial:
1. Intensa capacidade de afecto, envolvida por grande consideração pelo outro.
2. Maturidade emocional.
3. Habilidade em comunicar.

4. Disposição constante em se alegrar com o outro e participar de acontecimentos com.
5. Habilidade em lidar com tensões e diferenças, de forma construtiva.

6. Disposição e bom humor em relação ao sexo.
7. Conhecimento e aceitação dos limites do outro.

Assim sendo, quando existe compreensão das finalidades espirituais da família e quando há o interesse em se educar e vencer as diferenças de uma forma construtiva, o relacionamento familiar torna-se mais harmonioso e feliz.

PRIMEIRA INFÂNCIA
- NASCIMENTO ATÉ 11 ANOS


A existência terrena, frágil, imprevisível, curta, sofredora, inquietante, mas repleta da característica sublime de sua origem, é facto inerente do processo evolutivo, a multiplicar-se em segmentos reencarnatórios.

A cada vida terrena, abrem-se novas opções para o espírito.
E é no seio da família que ele retorna á experiência física.

É no insubstituível regaço materno, no clima do lar, que encontra ou procura segurança para, novamente, reiniciar o aprendizado. No desdobramento de sua vida familiar, choca-se, aprende, ama, sofre, caminha.

Ali começa sua tragédia, sua paixão, seu amor, sua existência, sustentada pelo afecto ou dilacerada pelo conflito.
É nesse contexto da família que desenvolvemos papéis temporários de "educador" e "educando".

O termo "temporário" acima foi usado porque, em relação á família a extensão destes papéis está limitada á encarnação presente do espírito.

A relação educando-educador extingue-se, reverte-se, muda de encarnação para encarnação, nos diversos segmentos reencarnatórios que compõem o nosso caminho evolutivo.

Os pais-educadores devem ter em mente que os filhos-educandos demonstram-se "incapazes, na infância e na adolescência, de um juízo perfeito sobre o que é certo e o que é errado, o que lhes convém ou não, necessitam que se lhes apontem o melhor caminho e nele perseverem".

É necessário, então, um prévio conhecimento do filho-educando, para suavizar a convivência, tornar mais fácil e eficiente o diálogo, aumentar a compreensão mútua, facilitar o exercício da compaixão para com os indivíduos em aprendizado.

Constitui vantagem o conhecimento prévio do que, em média, acontece com os nossos filhos, de como eles se modificam á medida que seu tempo de reencarnação avança e de quando esperar tais modificações.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 28, 2012 10:29 pm

A Personalidade

A personalidade, a maneira de ser de cada um, se desenvolve como uma soma de factores:
* Psicológicos
* Hereditários
* Ambientais

Através de dois processos:
1. Maturação: é o processo natural de crescimento.
Nesse processo, modificações espontâneas ocorrem como consequência do desenvolvimento (exemplo: crescimento físico).

2. Aprendizagem: resulta do relacionamento do individuo com seu ambiente, ou com outros ambientes.
A aprendizagem se dá não só com relação a experiências intelectuais, mas engloba também o campo do temperamento e do carácter.
É através da aprendizagem que o ser humano vai incorporando sabedoria.

Aspectos da Personalidade

1. Constituição da personalidade
Pode ser física (estática - tecidos, órgãos, etc.) ou fisiológica (funcionamento orgânico).
Devemos ressaltar que nessa fase do educando, a constituição encontra-se em crescimento.

2. Temperamento
É a maneira como se organizam as necessidades e emoções em cada pessoa.
Estudando sob o aspecto doutrinário, podemos dizer que o individuo herda de si mesmo as características conquistadas em vidas passadas.

O ser humano, ao encarnar-se, não é como um papel em branco;
traz de vidas anteriores as características do temperamento que, na presente encarnação sofre a influência dos factores genéticos herdados de sua parentela terrestre e dos factores ambientais.

O temperamento é o aspecto instintivo-emocional da personalidade e responde pelo sentir e agir humanos.

2. 1. Instintos
São as necessidades, impulsos, que levam a homem a por em acção sua energia.
Se não existisse impulso não existiria acção.
Instinto é o impulso cego que busca o prazer.

Segundo "O Livro dos Espíritos", perg. 73, o instinto é uma inteligência não racional e é por esse meio que todos os seres provêm as suas necessidades.
Dentre os animais o homem é o que tem o maior número de instintos.

2.2. Emoções
São os dinamismos que levam o homem a sentir.
Dentre os seres é o homem o que mais necessita e mais sente.

As emoções podem ser divididas em:
Destrutivas: relacionadas à dor.
São os sentimentos de medo, raiva, ciúme, angústia, inveja, tédio, ansiedade, nervosismo.

Construtivas: relacionadas ao prazer.
São os sentimentos de amor, alegria, entusiasmo, carinho, amizade, tranquilidade.

Voltando aos instintos, vejamos como se manifestam na infância:

Afecto
1a. Fase (0 a 6 anos)
Fase captativa (egocentrismo);
a criança se vê como centro do universo.
Demonstra afecto pelo tacto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 29, 2012 10:30 pm

2a. Fase (6 a 11 anos)
Fase captativa-oblativa;
a criança busca ainda receber, mas já começa a ver que os outros existem.

Segurança
1a. Fase (0 a 6 anos)
Fase hetero-segurança: a sua segurança está centrada fora de si, no adulto conhecido.
Por isso a necessidade de ser sempre a mesma a cuidar dela.

2a. Fase (6 a 11 anos)
Fase ainda de hetero-segurança: já suporta bem a distância por várias horas.
É por isso que aceita a escola.

Lúdica
1a. Fase (0 a 6 anos)
A criança tem "fome" de brincar.
Tem muita necessidade de mexer, tocar em tudo com todos os seus membros.
Os valores dos objectos diferem dos do adulto.

Brincar é a fonte de crescimento emocional e social das crianças.
Promove a relação entre o que é pessoal (realidade interior) e o que é do grupo (realidade exterior).
O movimento é fundamental nas brincadeiras da criança.

2a. Fase (6 a 11 anos)
A criança necessita de 4 horas para estudo, 8 horas para lazer e 12 horas para dormir.
O brincar ainda é prioridade nesta fase.

O exercício físico é fundamental.
Outros jogos (jogos de armar, músicas, modelagem) são importantes.

Social
1a. Fase (0 a 6 anos)
A socialização é uma exigência natural do homem.
O homem tem necessidade disso.
O bébé marca com um sorriso sua entrada na vida social.

É através do brinquedo que ocorre a socialização da criança.
A partir de um ano ela reclama um companheiro;
no entanto não forma grupo - seu interesse maior é o objecto (brinquedo).

2a. Fase (6 a 11 anos)
A necessidade social amadurece dando condições a formação de grupos.
Nasce a consciência grupal, assume os compromissos e aprende a respeitá-los.

Já obedece regras.
A educação se dá através de exemplos e com muito diálogo e compreensão.

Liberdade
1a. Fase (0 a 6 anos)
Necessidade de ser dono de si.
A criança necessita de liberdade para desenvolver sua criatividade.
Seu espaço e iniciativa devem ser respeitados pelos adultos, é claro com limites.

2a. Fase (6 a 11 anos)
ldem.

Sexual
1a. Fase (0 a 6 anos)
A curiosidade predomina.
A descoberta e manipulação dos órgãos sexuais são passageiras.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 29, 2012 10:31 pm

2a. Fase (6 a 11 anos)
Tem curiosidades, mas a idade já permite esclarecimentos.
Dar as explicações que forem solicitadas de maneira clara de acordo com o entendimento.

3. Inteligência
É o terceiro aspecto da personalidade.
É o dinamismo que leva o homem a conhecer (aspecto cognitivo da personalidade).
E através da inteligência que o homem se abre para si próprio e para tudo o que existe.

São várias as funções da inteligência:

3.1. Compreender

Compreender através da percepção:

Percepção
1a. Fase (0 a 6 anos)
Estudos mostram que a partir do 5º mês de gestação o fecto já reage aos estímulos exteriores.
Nessa fase (sensóriomotriz) a criança só conhece o que lhe chega através dos sentidos: conhecimento concreto.

2a. Fase (6 a 11 anos)
Já há a percepção global; maior maturidade.
Percebe o todo e certas partes que se destacam do conjunto.

3.1.2. Compreender através do Pensamento e Intuição (conhecimento que não é através dos sentidos – supra sensíveis):

Pensamento e Intuição
1a. Fase (0 a 6 anos)
O pensamento é concreto, baseado em elementos que a criança conhece.
Muitas coisas que são erradas para o adulto são certas para a criança

(Ex. Bola é igual ao relógio porque ambos são redondos. O pensamento infantil é crédulo (mamãe disse), é imediatista (tudo agora) - dai a importância do castigo/repreensão imediatos (não vale quando o papai chegar)

2a. Fase (6 a 11 anos)
O pensamento já é mais abstracto, mas suas deduções ainda são imperfeitas.
O raciocínio ainda está preso mais no concreto que no abstrato.

Seu pensamento continua crédulo (pais e professores não mentem).
Já tem noções de tempo, mas ainda não o relaciona com a organização de suas tarefas (tem que ser dirigido pelos pais).

3.1.3 Compreender através da introspecção:
é a função da inteligência que leva o indivíduo ao conhecimento de si mesmo:

Introspecção.
1a. Fase (0 a 6 anos)
A criança é incapaz de auto-análise.
Não consegue responder à pergunta: “De quem você gosta mais, da mamãe ou do papai?”.

2a. Fase (6 a 11 anos)
Começa a fazer uma auto-análise, porém de uma forma muito simples.

3.2. Imaginação
Trata-se da representação, da construção de imagens sensíveis.

Imaginação
1a. Fase (0 a 6 anos)
Nessa fase confunde a fantasia com a realidade, surgindo o que o adulto classifica como "mentiras”
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 29, 2012 10:31 pm

2a. Fase (6 a 11 anos)
A imaginação é rica e utiliza-se de elementos abstractos.

3.3. Memória
Guarda dados.

Memória
1a- Fase (0 a 6 anos)
Desde os primeiros meses a criança é capaz e memoriza somente os elementos concretos.

2a. Fase (6 a 11 anos)
Retém com facilidade, mas esquece com rapidez se não estiver motivada.

3.4. Atenção
É a capacidade de concentração.

Atenção
1a. Fase (0 a 6 anos)
Desde os primeiros meses a atenção da criança é momentânea.
Aos 5 ou 6 anos começa a se ater no que está interessada

2a. Fase (6 a 11 anos)
Já se concentra por períodos maiores, mas também enquanto durar seu interesse.

3.4. Consciência Moral (julgar)
E a capacidade de discernir entre o certo e o errado, de julgar, de estabelecer uma escala de valores funcione
como referência.

1a. Fase (0 a 6 anos)
A criança não é capaz de um julgamento moral.
Certo ou errado para ela é o que os pais proíbem ou não.
Deve haver, por parte dos pais, regras estabelecidas e coerentes para uma formação positiva dos filhos.

2a. Fase (6 a 11 anos)
Começa a existir uma tentativa de julgamentos moral.
É nessa fase que ocorre a formação ética da criança.
Os pais devem aproveitar os fatos para bem educar (cenas de heroísmo, falta de coleguismo, roubo de material escolar, etc.)

3.6. Linguagem
É a expressão falada da inteligência.

Linguagem
1a. Fase (0 a 6 anos)
É pouco desenvolvida; está em fase de aprendizagem.
A criança fala com o todo.

2a. Fase (6 a 11 anos)
A criança já escolhe seus meios de expressão, pois já se encontra mais desenvolvida.

Recapitulando, vimos acima que a inteligência é formada pela:
* Imaginação
* Memória
* Atenção
* Consciência Moral
* Linguagem
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 30, 2012 10:11 pm

4. Carácter

É a personalidade em seu aspecto volitivo - o que vai dar direccionamento ás acções (volitivo relaciona-se com vontade).
E a direcção racional imprimida ao temperamento.

O carácter dirige de acordo com que a inteligência julga.
Vontade é o dinamismo responsável pela direcção racional da personalidade.

São quatro os dinamismos que regem a personalidade:

O ser humano:
1. "age" pelos instintos (necessidades e impulsos)
2. "sente" pelas emoções
3. "conhece" pela inteligência
4. "dirige-se" pela vontade

A direcção da vontade é racional e depende de cada ser e a cultura na qual está inserido.

Portanto o carácter é o aspecto da personalidade que permite uma direção de si mesmo e diferencia o homem dos animais;
assim o homem não é arrastado por impulsos;
o homem escolhe e age conforme sua escolha.

Carácter
1a. Fase (0 a 6 anos)
A vontade é regida pelos valores dos pais.

2a. Fase (6 a 11 anos)
Começa a amadurecer o carácter.
Distingue o certo do errado em algumas áreas, mas não tem força para agir em consequência (por exemplo, sabe que brigar é errado, mas continua brigando).

Isto ocorre porque não foi atingido o nível de maturidade que lhe permita agir conforme o saber.

MEDIUNIDADE E OBSESSÃO NA INFÂNCIA

O que é Mediunidade?
Mediunidade é a faculdade natural que permite sentir e transmitir a influência dos Espíritos, ensejando o intercâmbio, a comunicação, entre o mundo físico e o mundo espiritual.

Sendo uma faculdade, é capacidade que pode ou não se usada.
Sendo natural, manifesta-se espontaneamente, mas pode ser exercitada ou desenvolvida.

Devemos estimular, ou simplesmente permitir o exercício da mediunidade na infância?
A mediunidade pode se manifestar na pessoa desde a fase da infância.

Não é aconselhável, porem, o exercício da mediunidade em crianças, porque:

1. O organismo, débil e em formação, pode sofrer grandes abalos.

2. A imaginação está em grande actividade e pode sofrer sobre-excitação.

3. Não tem discernimento suficiente para lidar com os espíritos nem valorizar sua faculdade e empregá-la com a gravidade necessária.

Muitas vezes as manifestações mediúnicas que a criança apresenta devem-se às perturbações no ambiente do lar.

Neste caso o recomendável é atendê-la com passes para eliminar as manifestações e orientar o comportamento dos familiares adultos para que as tensões espirituais não mais se reflictam na criança.

Se a manifestação mediúnica na criança for espontânea e equilibrada, aceitar com naturalidade os fenómenos mas sem estimulá-los nem querer colocar a criança em verdadeiro trabalho mediúnico.

Convém, entretanto, encaminha-la para a evangelização e conhecimento doutrinário adequado á sua idade, a fim de que, no futuro, esteja preparada para entender sua faculdade e empregá-la bem.


Última edição por O_Canto_da_Ave em Qua maio 30, 2012 10:14 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 30, 2012 10:12 pm

O que é Obsessão?
“A Obsessão é a acção persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo.
Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência Moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismos e das faculdades mentais. "

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap.XXVII/, item 81. )
Obsessão - do latim obsessione.
Impertinência, perseguição, vexação.
Preocupação com determinada ideia fixa em alguma coisa, gerando um estado mental doentio, daí podendo advir manias, cacoetes, atitudes estranhas.

Entre nós, espíritas, o termo tem acepção mais profunda, tal como foi colocado pelo Codificador.

Confrontando a significação vulgar do vocábulo e a definição de Kardec, verificaremos que "preocupação com determinada idéia, que domina doentiamente o Espírito", pode também resultar da certeza da culpa existente nos recessos da mente, denotando realmente "perseguição" a traduzir-se na presença do obsessor que vem desforrar-se do antigo algoz ou comparsa.

[Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.]

Esclarece ainda o mestre leonês:
(...) "a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau. "(... )
"Quase sempre a obsessão exprime vingança tomada por um Espírito e cuja origem frequentemente se encontra nas relações que o obsidiado manteve com o obsessor, em precedente existência.”


Obsessão - cobrança que bate às portas da alma - é um processo bilateral.

Faz-se presente porque existe de um lado o cobrador, sequioso de vingança, sentindo-se ferido e injustiçado, e de outro o devedor, trazendo impresso no seu perispírito as matrizes da culpa, do remorso ou do ódio que não se extinguiu.

A obsessão, tanto vista do ângulo do obsidiado quanto do prisma do obsessor, somente ocorre porque os seres humanos ainda carregam em suas almas mais elevadas taxas de sombras que de luz.

Enquanto isso ocorrer, haverá obsessores e obsidiados:
o domínio negativo de quem é mentalmente mais forte, sobre o mais fraco;
do credor sobre o devedor.

E haverá algozes e vitimas.
Tal estado de coisas unicamente se harmonizará quando existirem apenas irmãos que se amem.

Resumindo, diremos:
configura-se a obsessão toda vez que alguém, encarnado ou desencarnado, exercer sobre outrem constrição mental negativa - por um motivo qualquer - através de simples sugestão ou coacção, com o objectivo de domínio - processo esse que se repete continuamente, na Terra ou no Plano Espiritual inferior.

E, por conseguinte, teremos o obsessor e o obsidiado.

Quem é o Obsessor?
“O obsessor é uma pessoa como nós”.

Não é um monstro teratológico saído das trevas, onde tem a sua morada por todo o sempre.
Não é um ser diferente, que só vive de crueldades, nem um condenado sem remissão pela Justiça Divina.
Não é um ser estranho a nós.

Pelo contrário.
É alguém que privou de nossa convivência, de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços afectivos.
É alguém, talvez, a quem amamos outrora.

Ou um ser desesperado pelas crueldades que recebeu de nós, nesse passado obumbrose (1 Escurecimento. 2 Sombra, trevas. 3 Cegueira de espírito; obcecação.) que a bênção da reencarnação cobriu com os véus do esquecimento quase completo, em nosso próprio beneficio.

O obsessor é o irmão a quem os sofrimentos e desenganos desequilibraram, certamente com a nossa participação.“(... )

Crianças podem sofrer processos obsessivos?
"Não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 30, 2012 10:15 pm

Não se vê crianças dotadas dos piores instintos, numa idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação”?
Aqueles espíritos que são viciosos é que progrediram menos e tem então de sofrer as consequências, não dos seus actos da infância, mas das suas existências anteriores. "
(Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 199a. )

O espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses ou nas suas mais caras afeições.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Cap. X item 6)

Quando surge em nosso caminho, o obsessor nos enxerga tal qual fomos ou somos.
Ele nos conhece de longa data e não se iludirá se hoje nos apresentamos com a "capa" da inocência infantil.
Ele nos vê tal como nos viu quando nos defrontamos no pretérito.

Logicamente temos todos nossos mecanismos de defesa e, também, a protecção dos Espíritos superiores para o desenrolar de nossas tarefas enquanto encarnados.
A aproximação dos obsessores pode ser uma das etapas educativas de nossa encarnação.

E nossa obrigação, como espíritas, estarmos prontos a reconhecer e ajudar nos casos de obsessão nos pequeninos que connosco convivem, não com o intuito de livrá-los de tais compromissos, pois que não podemos fazê-lo, mas de orientá-los e aos demais á sua volta quanto as providências para a melhor solução para o caso.

Características das crianças atormentadas por recordações dolorosas ou por influência de espíritos perturbadores:

1. Crianças torturadas, inquietas, padecentes de enfermidades difíceis de serem diagnosticadas.
2. Choro aflito ou nervoso constante, sem causa aparente.
3. Crianças que despertam à noite, em aflição, desorientadas, apavoradas, olhos fixos em cenas que não sabem ou não podem relatar.

4. Crianças que quase não dormem ou dormem mal. Detestam o berço.
5. Medo.
6. Inapetência.

Possíveis causas, em casos ligados à obsessão na infância

1. Recordações de tormentos que sofreram ou fizeram sofrer no passado.
2. Acção de desafectos espirituais ou de comparsas de erros do passado.
3. Acção de espíritos que visam perturbar o ambiente familiar.

Procedimentos de ajuda

No Lar:

1. Muito amor e paciência.
2. Preces diárias e leituras edificantes.
3. Culto do Evangelho no Lar.
4. Acompanhamento médico.

Na Casa Espírita:


1. Passes
2. Auxílio específico em reuniões de Desobsessão.
3. Orientação evangélico-doutrinária aos pais e familiares.

4. Participação da criança nas actividades de Evangelização lnfanto-Juvenil, lembremos ainda que a reencarnação é o grande medicamento para a cura dos espíritos e que a família, estruturada em base cristãs, é a grande ajuda para que essas criaturas consigam sair da dolorosa situação em que se encontram.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 31, 2012 9:48 pm

FASES DO DESENVOLVIMENTO - ADOLESCÊNCIA

"Juventude é oportunidade para a edificação e a sementeira que a vida oferece”
Podemos dizer que o homem nasce duas vezes em cada existência.
A primeira vez é quando se destaca do corpo materno, vem ao mundo e se firma como um organismo distinto.

A adolescência, mais tarde, é como se fosse outro nascimento.
O início de uma vida dentro da própria vida.

É uma fase de reorganização e avaliação dos modelos infantis;
um período de transição pelo qual passa o Espírito até chegar à idade adulta.

Nesse período ele se defronta com uma série de situações antagónicas, tanto externas quanto internas, que o confundem, irritam e magoam, fazendo com que se mantenha em permanente estado de guerra, com o mundo que o cerca e consigo próprio.

Surge a necessidade de se desligar da família e buscar nos amigos - que vivem os mesmos problemas - o apoio para isso.

A "turma" representa o papel intermediário entre a ruptura normal e necessária com o vinculo familiar e as parcerias mais definitivas que os jovens estabelecerão.

Ao lado dos amigos eles se preparam para a vida social e para a saída do ninho.

Mas o que acontece com o espírito na adolescência que torna essa fase tão marcante?

Allan Kardec, na época da codificação, também se interessou por essa questão, tanto que formulou aos Espíritos que o assistiam na sua missão a pergunto 385 de "O Livro dos Espíritos", contida na 2a. parte, cap.Vll.

Ei-la:
- Que é que motiva a mudança que se opera no carácter do individuo em certa idade, especialmente ao sair da adolescência?
E obteve a seguinte resposta:
"É que o espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era."

É preciso entender que, na fase que antecede a madureza, isto é, a da juventude, se o jovem não é mais uma criança, também ainda não é um adulto.

Ele está tão somente numa outra etapa do seu desenvolvimento, etapa mais difícil, não só pelas transformações biológicas, mas também psicológica e social, e que necessita, mais do que nunca de orientação e amparo, a fim de que possa estar bem consigo mesmo, com o próximo e com Deus.

Esta fase é, como as demais fases do desenvolvimento humano, de grande importância para o espírito que está se preparando para, ao assumir sua verdadeira identidade, efectuar uma verificação de seus valores individuais e definir-se enquanto ser eterno.

A maturação ocorre no jovem de forma flutuante em relação à liberdade e submissão até atingir a fase adulta.

Ele ou ela interessa-se mais pelo auto-conhecimento;
a imaginação potencializa todos os seus desejos, dando-lhe o sentimento de omnipotência;
tem uma enorme ânsia de reformas - pessoais, sociais, políticas, etc.

É a fase de construção de seus próprios valores;
questiona os valores dos pais e da sociedade em geral, chegando a desvalorizar tudo o que os represente.

Conquista do amadurecimento com responsabilidade.

Uma vez que o jovem e a jovem estão vivendo uma fase de crise, de identificação e confusão, acrescida do facto de lhes faltar maturidade e perspicácia na análise das opções, cumpre aos pais e orientadores não deixá-los sozinhos, ao sabor de suas ideias contraditórias e inseguras, mas sim auxilia-los na aquisição de ideias próprias, verdadeiras e seguras.

E indispensável acompanhar o adolescente em seu desenvolvimento, não perdendo de vista a necessidade do diálogo, do companheirismo e da atitude de respeito que deve nortear toda e qualquer comunicação com eles, respeitando-lhes as inclinações e características individuais, mas apontando-lhes as vantagens e desvantagens dessa ou daquela opção, segundo a visão espírita.

É necessário que os pais tenham conhecimento e entendimento, pois as mudanças físicas se dão num espaço de tempo muito curto, ao passo que as psicológicas exigem tempo maior.

O livro "E para o resto da Vida...", de Wallace Leal V. Rodrigues, mostra no capitulo "A Traça" uma lição interessante:
"(... ) Um dos meus passatempos em criança era coleccionar os casulos das traças e assistir, na primavera, a emersão das borboletas (...).


Última edição por O_Canto_da_Ave em Qui maio 31, 2012 9:50 pm, editado 1 vez(es)
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