LUZ ESPÍRITA
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Estudos Avançados Espíritas

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Estudos Avançados Espíritas - Página 33 Empty A desencarnação não é igual para todas as pessoas

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 05, 2012 8:34 pm

THIAGO BERNARDES

A certeza da vida futura não exclui as apreensões do homem quanto à desencarnação.
Há muitos que temem não propriamente a vida futura, mas o momento da morte.

Será ele doloroso?

Tentando elucidar essas questões, Kardec inquiriu os Espíritos e deles recebeu a informação de que o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte e que os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no instante da morte são um gozo para o Espírito.

É preciso, no entanto, que consideremos que a desencarnação não é igual para todos e que, ao contrário, há uma variação muito grande, tão grande quanto as diferentes formas de viver adoptadas pelos encarnados.

Vendo-se a calma de alguns moribundos e as convulsões terríveis de outros, pode-se previamente julgar que as sensações experimentadas nem sempre são as mesmas.

A separação da alma é feita de forma gradual, pois o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o prendem, de forma que as condições de encarnado ou desencarnado, no momento do desenlace, se confundem e se tocam, sem que haja uma linha divisória entre as duas.

Alguns factores podem influir para que o desprendimento ocorra com maior ou menor facilidade, factores que estão relacionados com o estado moral do homem quando encarnado.

A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego do indivíduo à matéria, que atinge o seu ponto máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusivamente à vida de gozos materiais.

Ao contrário disso, nas almas puras – que antecipadamente se identificam com a vida espiritual – o apego é quase nulo.

O desprendimento da alma jamais é brusco, mas gradual

Em se tratando de morte natural resultante da extinção das forças vitais por velhice ou enfermidade, o desprendimento opera-se gradualmente.

Para o homem cuja alma se desmaterializou e cujos pensamentos se destacam das coisas terrenas, o desprendimento quase se completa antes da morte real, ou seja, tendo o corpo ainda vida orgânica, o Espírito já começa a penetrar a vida espiritual, apenas ligado à matéria por elo tão frágil que se rompe com a última pancada do coração.

No homem materializado e sensual, que mais viveu do corpo que do Espírito, e para quem a vida espiritual nada significa, tudo contribui para estreitar os laços materiais e, quando a morte se aproxima, o desprendimento, embora também se opere gradualmente, demanda contínuos esforços.

As convulsões da agonia são indícios da luta do Espírito, que às vezes procura romper os elos resistentes, e outras vezes se agarra ao corpo, do qual uma força irresistível o arrebata com violência, molécula por molécula.

O desconhecimento da vida espiritual faz com que o Espírito se apegue à vida material, estreitando os seus horizontes e resistindo com todas as forças, conseguindo prolongar a vida e, consequentemente, a sua agonia, por dias, semanas ou meses.

Em tais casos, a morte não implica o fim da agonia, pois a perturbação continua e ele, sentindo que vive, sem saber definir seu estado, sente e se ressente da doença que pôs fim aos seus dias, permanecendo com essa impressão indefinidamente, uma vez que continua ligado à matéria por meio de pontos de contacto do perispírito com o corpo.

Dá-se o contrário com o homem que se espiritualizou durante a vida.
Depois da morte, nem uma só reacção o afecta.

Seu despertar na vida espiritual é como quem desperta de um sono tranquilo, lépido, para iniciar uma nova fase de sua vida.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 05, 2012 8:34 pm

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No suicídio, a separação da alma é bastante dolorosa

Nas mortes violentas, como nos acidentes, nenhuma desagregação teve início antes da separação do perispírito.

Nesse caso, o desprendimento só começa depois da morte e seu término não ocorre rapidamente.

O Espírito fica aturdido, não compreende o seu estado, permanecendo na ilusão de que vive materialmente por período mais ou menos longo, conforme o seu nível de espiritualização.

Nos casos de suicídio, a separação da alma é extremamente dolorosa.
Constituindo o suicídio um atentado contra a vida, o sofrimento quase sempre permanece por período igual ao tempo em que o Espírito deveria estar encarnado.

Além disso, as dores da lesão física provocada repercutem no Espírito.

A decomposição do corpo e sua destruição pelos vermes são sentidas em detalhes pelo Espírito desencarnado, conquanto tal facto não constitua regra geral.

Há ademais o remorso, gerando sofrimento moral para aquele que decidiu desertar da vida.

O espírita sério, adverte-nos Kardec, não se limita a crer, porque compreende, e compreende, porque raciocina.

A vida futura é para ele uma realidade que se desenrola incessantemente aos seus olhos, uma realidade que ele toca e vê a cada passo e de tal modo que a dúvida não pode ter guarida em sua alma.

A existência corporal, tão limitada, amesquinha-se diante da vida espiritual.

Que lhe importam os incidentes da jornada, se compreende a causa e a utilidade das vicissitudes humanas quando suportadas com resignação?

A alma se eleva então em suas relações com o mundo visível;
os laços fluídicos que o ligam à matéria enfraquecem-se, operando por antecipação um desprendimento parcial que facilita a passagem para a outra vida.

A perturbação consequente à transição pouco perdura, porque, uma vez franqueado o passo, para logo se reconhece, nada estranhando, mas antes compreendendo a sua nova situação.

A prece é útil no desprendimento da alma

O desprendimento da alma, uma vez morto o corpo físico, começa pelas extremidades e vai-se completando na medida em que são desligados os laços fluídicos que a prendem ao veículo carnal.

No livro "Obreiros da Vida Eterna", cap. XIII, o instrutor Jerónimo informa que há três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços de liberação da alma:
o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifestações fisiológicas;
o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no tórax, e o centro mental, situado no cérebro.

Essa foi a ordem em que ele actuou para facilitar o desprendimento de Dimas, descrito no referido livro.

A prece auxilia bastante o desprendimento do Espírito.

Allan Kardec relata no livro "O Céu e o Inferno" o caso Augusto Michel, ocorrido em 1863, o qual pediu a um médium fosse até o cemitério orar no seu túmulo.

O Espírito de Augusto Michel suplicou tanto, que o médium atendeu e no próprio cemitério ouviu o agradecimento de Michel, que se disse aliviado da constrição que antes o fazia preso ao corpo.

Ao comentar o caso, Kardec indaga se o costume quase geral de orarmos ao pé dos defuntos não proviria da intuição inconsciente que se tem desse efeito. (Thiago Bernardes)

§.§.§- O-canto-da-ave
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Estudos Avançados Espíritas - Página 33 Empty A mediunidade e os seus cuidados

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 06, 2012 8:31 pm

Astolfo O. de Oliveira Filho

I – Conceito de médium

1. Allan Kardec deu-nos a respeito do vocábulo médium dois significados:

“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse facto, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem;
não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.

Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.”

(LM, cap. 14, item 159.)

“Médium: pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens.”
(LM, cap. 32.)

2. Afirma Emmanuel:
“A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, actualmente em curso na Terra”.
(O Consolador, questão 382.)

3. M. B. Tamassia é bem claro: “Médium é instrumento, intermediário, meio hominal de captação barôntica.
Sensitivo é outra coisa, não se trata de intermediário, porque ele próprio é o produtor do fenómeno.”
(Médium, quem é, quem não é, Prefácio, pág. C.)

4. A faculdade mediúnica depende do organismo e pode ser desenvolvida quando exista no indivíduo o princípio, mas a predisposição orgânica independe da idade da pessoa, do sexo e do temperamento.

5. Cada criatura emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se identifica.
A mente permanece, pois, na base de todos os fenómenos mediúnicos.
Agimos e reagimos uns sobre os outros, por meio da energia mental em que nos renovamos constantemente.

6. Em nossa caminhada evolutiva, somos todos instrumentos das forças com as quais sintonizamos.
Somos, pois, médiuns dentro do campo mental que nos é próprio.
Se nosso pensamento flui na direcção da vida superior, associamo-nos às energias edificantes.

Se nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada, entramos em sintonia com forças perturbadoras e deprimentes.

II – Quem são os médiuns na actualidade?

7. Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo.
São almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso.
(Emmanuel, p. 65 e 66)

8. Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude.
(Obra citada.)

9. “Não existe médium perfeito aqui na Terra”, afirma Divaldo Franco.
“Todos somos falíveis, excepção apenas de Jesus, que foi o médium perfeito de Deus, no exemplo e na revelação das Leis Divinas.”
(Moldando o Terceiro Milénio, p. 40)

10. Os atributos medianímicos, afirma Emmanuel, “são como os talentos do Evangelho”.
“Se o património divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor na seara da verdade e do amor.

Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas;
todavia, se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irreflectidos.”
(O Consolador, questão 389.)

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 06, 2012 8:31 pm

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III – Como desenvolver ou educar a faculdade mediúnica

11. A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele sector da actividade doutrinária, porque em tal assunto a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.
(O Consolador, questão 384.)

12. Ensina Léon Denis que o homem tem de se submeter a uma complexa preparação e observar certas regras de conduta para desenvolver em si o precioso dom da mediunidade.
É preciso para isso, simultaneamente, a cultura da inteligência, a meditação, o recolhimento e o desprendimento das coisas humanas.

13. Corre perigo quem se entrega sem reservas e cuidados às experimentações espíritas.

O homem de coração recto, de razão esclarecida e madura pode daí recolher consolações inefáveis e preciosos ensinamentos;
mas aquele que fosse inspirado tão-somente pelo interesse material, ou que visse nesses factos apenas uma ocasião de divertimento, tornar-se-ia objecto de uma infinidade de mistificações e joguete de Espíritos pérfidos que, lisonjeando suas inclinações, captariam sua confiança para, mais tarde, acabrunhá-lo com decepções e zombarias.

14. A faculdade mediúnica pode desenvolver-se com a prática da disciplina, do equilíbrio, da conduta recta e caridosa.
(Moldando o Terceiro Milénio, pp. 37 e 38.)

15. A educação mediúnica exige, em primeiro plano, o conhecimento pelo estudo da mediunidade.
A seguir, a educação moral e, como consequência, o exercício e a vivência da conduta cristã.

Através dos hábitos salutares do estudo e do exercício do amor, o médium se libera de quaisquer atavismos para fazer-se ponte entre ele e o Criador, sob a inspiração dos Espíritos Superiores.
(Directrizes de Segurança, questão 102.)

16. Todos os dons mediúnicos são susceptíveis de desenvolvimento, mas nada se conseguirá se faltarem as principais condições, que são o trabalho e a perseverança, ao lado do estudo, do exercício, da calma e da boa vontade.
(Médiuns e Mediunidade, p. 44.)

17. O melhor meio de desenvolver a mediunidade é não se preocupar com o seu desenvolvimento, mas preparar-se moral e mentalmente para poder assumir o compromisso de se tornar médium desenvolvido.

E esse preparo não poderá ser rápido. Se a mediunidade não se apresentar assim, espontaneamente, naturalmente, é sinal de que ainda não está amadurecida o bastante para explodir.
(Cânticos do Coração, Volume II, p. 105.)

18. A faculdade mediúnica precisa ser controlada, educada, e o seu possuidor reformado em seus defeitos, pois quanto mais moralizado, mais sensato e criterioso ele for, melhor instrumento do Além se fará, porque mais assistido pelas entidades esclarecidas e defendido das intromissões das trevas e liberado, portanto, de empeços.

É, pois, de bom conselho repetir a todos os médiuns:
reeduquem-se, combatam seus vícios, inclusive os mentais, aprendam a ser bons, evangelizem-se todos os dias, sejam amigos dos bons livros educativos, procurem Deus através da prece.

A evangelização do carácter de um médium é, pois, a sua salvação, o amparo celeste iluminando o seu carreiro na trilha da redenção.
(Cânticos do Coração, Volume II, pp. 93 e 94.)

19. O médium deverá estudar a Doutrina Espírita e o Evangelho, diariamente, evitando o fanatismo pelas obras mediúnicas e meditando criteriosamente sobre as clássicas.
(Cânticos, v. II, p. 109.)

20. O desenvolvimento da mediunidade, na essência, deve ser o burilamento da criatura em si, porque o aperfeiçoamento do instrumento naturalmente permitirá ao Espírito manifestar-se em melhores condições.
(Chico Xavier em Goiânia, pergunta 23.)

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 06, 2012 8:32 pm

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IV – Necessidades do médium

21. O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo.
Com frequência, é o personalismo, a ambição, a ignorância ou a rebeldia no desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, que, não raro, o conduzem à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.
(O Consolador, questão 410.)

22. O segundo inimigo poderoso do apostolado mediúnico situa-se no próprio seio das instituições espíritas, quando o indivíduo se convenceu quanto aos fenómenos, mas não se converteu ao Evangelho pelo coração e traz para as fileiras do Consolador os seus caprichos pessoais, as suas paixões inferiores, suas tendências nocivas.

Falam da caridade, humilhando todos os princípios fraternos.
Irónicos, acusadores, procedem quase sempre como crianças levianas e inquietas
(O Consolador, questão 410.)

23. A primeira necessidade do médium é, em vista disso, evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.
(O Consolador, questão 387.)

24. O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação.
Somente assim poderá habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada.
(O Consolador, questão 392.)

25. Antes de cogitar da doutrinação dos outros, encarnados ou desencarnados, o médium sincero necessita compreender que é preciso a iluminação de si próprio pelo conhecimento, pelo cumprimento dos deveres mais elevados e pelo seu esforço na assimilação perfeita dos princípios doutrinários, sem jamais descuidar-se da vigilância.

O estudo da Doutrina e o cultivo da auto-evangelização devem ser para eles ininterruptos..
(O Consolador, questão 409.)

26. Como sabemos, a alma exerce sobre os Espíritos uma espécie de atracção, ou repulsão, conforme o grau de semelhança existente entre eles.

Como os bons têm afinidade com os bons, e os maus com os maus, segue-se que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam.

27. A boa qualidade de um médium não está, pois, apenas na facilidade das comunicações.
Um bom médium é o que simpatiza com os bons Espíritos e não recebe senão boas comunicações.
(Revue 1859, p.3.)

28. Ensina o Espiritismo que as qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são:
I. a bondade
II. a benevolência
III. a simplicidade do coração
IV. o amor ao próximo
V. o desprendimento das coisas materiais.

29. Os defeitos que os afastam dos indivíduos são:
o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria.

E de todas as disposições morais, a que maior entrada oferece aos Espíritos imperfeitos é o orgulho, que muitas vezes se desenvolve no médium à medida que cresce a sua faculdade.
Esta lhe dá importância.
(Revue 1859, p. 36.)

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Última edição por O_Canto_da_Ave em Sex Abr 06, 2012 8:33 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 06, 2012 8:32 pm

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30. Os médiuns necessitam ter muita persistência, muita paciência, muita perseverança nas reuniões e nos estudos, para melhor se relacionarem com o Mundo Invisível.
(Médiuns e Mediunidade, p. 75.)

31. O médium eficiente será, pois, do ponto de vista espiritual, aquele trabalhador que melhor se harmonizar com a vontade do Pai Celestial, cultivando as qualidades citadas e destacando-se pelo cultivo sincero da humildade e da fé, do devotamento e da confiança, da boa vontade e da compreensão.

32. A faculdade mediúnica é neutra em si mesma.
O uso que o homem faz dela é o que importa.
Ao empregá-la, podemos nos harmonizar com os bons Espíritos ou relacionar-nos com os maus.
A sintonia é, dessa maneira, fundamental na prática mediúnica.

33. Eis o que três vultos da Codificação revelaram

(LM., cap. 31, itens XIII a XV):
“Quando quiserdes receber comunicações de bons Espíritos, importa vos prepareis para esse favor pelo reconhecimento, por intenções puras e pelo desejo de fazer o bem, tendo em vista o progresso geral.” (Pascal.)

“Falar-vos-ei hoje do desinteresse, que deve ser uma das qualidades essenciais dos médiuns, tanto quanto a modéstia e o devotamento.
(...) Não é racional se suponha que Espíritos bons possam auxiliar quem vise satisfazer ao orgulho ou à ambição.”
(Delfine de Girardin.)

“Todos os médiuns são, incontestavelmente, chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida de suas faculdades, mas bem poucos há que não se deixam prender nas armadilhas do amor-próprio.

(...) Lembrem-se sempre destas palavras:
Aquele que se exalçar será humilhado e o que se humilhar será exalçado.”
(O Espírito de Verdade.)

V – Precauções que médiuns e experimentadores não podem negligenciar

34. As condições de experimentação são favoráveis quando os componentes da equipe mediúnica constituem um grupo harmónico.
Outros factores que favorecem também o bom êxito das reuniões mediúnicas são o silêncio e o recolhimento.
Se, contudo, houver desarmonia ou desentendimento na equipe, haverá inequívocas dificuldades na realização de um bom intercâmbio mediúnico.

35. A ausência de método, a falta de continuidade e a inexistência de uma direcção segura nas experiências mediúnicas podem tornar estéreis a boa vontade dos médiuns e as aspirações, ainda que legítimas, dos experimentadores.

36. Um trabalho mediúnico produtivo deve, pois, primar pelo estudo, pelo esforço de melhoria moral, pela perseverança, pela humildade, pela assiduidade, pela disciplina por parte dos integrantes da equipe, e ser exercido em um ambiente de silêncio, prece, recolhimento e seriedade, com vistas ao bem-estar e à melhoria espiritual do próximo.
Recolhimento e pureza das intenções, eis a primeira condição para merecermos a simpatia dos bons Espíritos.
(Revue 1859, p. 195.)

37. Nem sempre as comunicações sérias são verdadeiras.
Existem comunicações sérias que contêm erros e falsidades.
Eis por que os Espíritos verdadeiramente superiores recomendam de contínuo que submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica.

38. Além disso, certos Espíritos presunçosos ou pseudo-sábios procuram, valendo-se de uma linguagem elevada, incutir nos encarnados as mais falsas ideias, os sistemas mais absurdos.
Não têm eles nenhum escrúpulo em se adornar com nomes respeitáveis, e tal mistificação somente um exame rigoroso e atento poderá desvendar.

39. As comunicações recebidas devem ser, pois, submetidas e rigoroso e severo exame da razão.
(Médiuns e Mediunidade, p. 58.)

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 07, 2012 9:20 pm

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40. É bom lembrar que Chico Xavier foi vítima de mistificação muitas vezes.
(No Mundo de Chico Xavier, p. 31) e o mesmo se deu com a notável médium Sra. Duret (Revue de 1860, p. 183) e com o próprio Codificador do Espiritismo, quando um mistificador usurpou o nome de São Luís, presente à reunião (Revue de 1860, p. 171).

41. Os casos de mistificação não ocorrem à revelia dos mentores espirituais mais elevados, que, agindo assim, visam a conduzir o médium à vigilância precisa e às realizações da humildade e da prudência no seu mundo subjectivo.

A mistificação traz sempre uma finalidade útil, que é a de afastá-lo do amor-próprio, da preguiça no estudo de suas necessidades próprias, da vaidade pessoal ou dos excessos de confiança em si mesmo.
(O Consolador, questão 401.)

42. Ciente de que as comunicações mediúnicas não podem deixar de ser rigorosamente analisadas, o médium deve, pois, aceitar agradecido, e até mesmo solicitar, o exame crítico das comunicações de que for o intermediário, atento à recomendação de Erasto, que propôs:
“Aquilo que é reprovado pela razão e pelo bom senso deve ser rejeitado firmemente.
Mais vale repelir dez verdades que admitir uma só mentira, uma só teoria falsa”.
(Revue de 1861, p. 257.)

43. Com vistas a isso, na Revue de 1860, p. 233, Kardec arrolou seis princípios que nos auxiliam na análise das comunicações espíritas, lembrando-nos que os Espíritos superiores não se contradizem jamais e não ensinam coisas absurdas.

Por isso, toda comunicação manchada de erros manifestos e contrários aos dados mais vulgares da ciência e da observação atesta a inferioridade de sua origem.

44. Outro ponto importante para aquele que se dedica à mediunidade é evitar que ocorram abusos na sua prática.
O exercício muito prolongado de qualquer faculdade acarreta fadiga, e o mesmo se dá com a mediunidade, principalmente a que se aplica aos efeitos físicos, a qual ocasiona necessariamente um dispêndio de fluido, que produz a fadiga e precisa, assim, ser reparado pelo repouso.

45. Entendendo a mediunidade como um meio que Deus oferece aos homens para a sua reforma moral e consequente progresso espiritual, os bons Espíritos afastam-se dos médiuns por vários motivos:
I. Quando o médium se serve da faculdade mediúnica para atender a coisas frívolas ou com propósitos ambiciosos e desvirtuados do seu verdadeiro objectivo.
II. Quando o médium não aproveita as instruções nem os conselhos que os protectores espirituais lhe propiciam.
III. Quando a interrupção dos fenómenos se dá como uma prova de benevolência do Benfeitor espiritual para com o médium.

46. O médium obsidiado, recomenda Kardec, deve ser afastado das reuniões práticas.
E só deve voltar à actividade mediúnica depois de sua completa cura.
(Cânticos do Coração, Volume II, p. 89.)

47. Os médiuns devem evitar, na sociedade, os ambientes nocivos e viciosos. (Emmanuel, p. 67.)

48. As sessões práticas devem ser privativas, porque elementos estranhos prejudicam o bom resultado dos trabalhos.
(Médiuns e Mediunidade, p. 53.)
Carlos Imbassahy (À Margem do Espiritismo, p. 239) e Allan Kardec (Revue de 1861, p. 140) propõem idêntica medida.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 07, 2012 9:20 pm

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VI – Cuidados antes das reuniões

49. Na preparação para a reunião é preciso ter sempre em conta que "a mente permanece na base de todos os fenómenos mediúnicos"
("Nos Domínios da Mediunidade", cap. 1).

50. Segundo Allan Kardec ("O Livro dos Médiuns", cap. 29, item 330), "toda pessoa que entra em uma reunião leva consigo Espíritos que lhe são simpáticos.
Segundo seu número e sua natureza, estes acólitos podem exercer sobre a assembleia e sobre as comunicações uma influência boa ou má.
Uma reunião perfeita seria aquela cujos membros, todos animados de um igual amor ao bem, trouxessem consigo apenas bons Espíritos".

51. A preparação para a reunião é, pois, indispensável e deve começar desde cedo, cultivando-se atitude mental digna desde o momento do despertar, seja orando ou acolhendo ideias de natureza superior e evitando, deliberadamente, rusgas e discussões ao longo do dia.

52. A alimentação, nas horas que precedem a sessão mediúnica, será leve.
A digestão laboriosa consome grande parcela de energia e impede a função mais clara e mais ampla do pensamento, que exige leveza para exprimir-se.

53. A bebida alcoólica é completamente imprópria ao componente da equipe, sobretudo no dia da sessão mediúnica.
Quanto ao fumo, à carne, ao café e aos temperos excitantes, o ideal seria a abstenção total de seu uso no dia da reunião.

54. Após o trabalho profissional ou doméstico de cada dia, um momento de repouso físico e mental, nos instantes que precedem a sessão, será muito útil.
Repouso do corpo e da mente.
Ideações edificantes.
Aspirações superiores.

Abstenção de pensamentos impróprios.
Distância de preocupações inferiores.

Essa preparação pode incluir leitura moralizadora e salutar, seguida de prece e meditação no próprio lar, antes de o integrante da sessão mediúnica dirigir-se ao Centro espírita.

55. O estudo metódico do O Livro dos Médiuns e das obras respeitáveis que tratem da mediunidade fará parte, não necessariamente no dia da sessão, da preparação do tarefeiro da actividade mediúnica.
O estudo da Doutrina Espírita, bem como os estudos em geral, são providências que todos devemos acolher, porque o progresso depende também da construção das asas do conhecimento.

56. O integrante de uma equipe mediúnica deve, pelo menos uma vez por semana, realizar o culto do Evangelho em sua própria casa.

Como já assinalado por tantos autores espirituais, o culto evangélico no lar "equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual" e a ele acorrem, além "dos companheiros desencarnados que estacionam no lar ou nas adjacências dele", os "irmãos já desenfaixados da veste física, principalmente os que remanescem das tarefas de enfermagem espiritual no grupo, que recolhem amparo e ensinamento, consolação e alívio, da conversação espírita e da prece em casa" ("Desobsessão", cap. 70).

57. A preparação para a actividade mediúnica não pode, também, ignorar a importância da assistência aos necessitados.
Entidades sofredoras ou transviadas acompanham os componentes do grupo examinando-lhes os exemplos.

A assistência aos necessitados - através do pão, do agasalho, do auxílio financeiro, do medicamento, do passe ou do ensinamento, em favor dos que atravessam provações mais difíceis que as nossas - "não é somente um dever, mas também valioso curso de experiências e lições educativas para nós e para os outros"
(obra citada, cap. 71).

Os irmãos em revolta ou desespero não se transformam simplesmente à força de nossas palavras, mas, sobretudo, "ao toque moral de nossas acções, quando as nossas acções se patenteiam de acordo com os nossos ensinamentos".

58. Aparecem no quotidiano dificuldades e percalços que não podem constituir impedimento a que o integrante da equipe compareça à reunião mediúnica.
André Luiz (Espírito) os enumera:
a chuva, a visita inesperada de alguém que chega ao nosso lar sem aviso, ligeiros contratempos momentos antes do intercâmbio mediúnico, dificuldades de trânsito, festas de natureza familiar, comemorações de aniversário e eventos semelhantes que podem ser postergados sem prejuízo para as pessoas.
Cabe, pois, ao componente da equipa superá-los.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 07, 2012 9:20 pm

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59. André Luiz só ressalva, como impedimentos naturais:
viagens inesperadas que não possam ser adiadas, moléstia grave em casa, enfermidade epidémica, qual a gripe, no próprio participante, e os cuidados decorrentes da gravidez, bem como os relativos aos períodos menstruais.

Surgindo o impedimento, é importante que a pessoa se comunique, a tempo, com o dirigente da reunião, para assegurar-se a harmonia do conjunto.

60. Na chegada dos companheiros ao recinto da reunião, a posição deve ser respeitosa, sem vozerio, tumulto, gritos ou gargalhadas.
Devemos lembrar que nos aproximamos de enfermos reunidos, como acontece no ambiente de um hospital.

A conversação antes da reunião, se ocorrer, deve buscar a edificação comum, a pacificação do recinto, evitando-se temas contrários à dignidade da tarefa prestes a iniciar, anedotas jocosas, críticas, queixas, considerações injuriosas a quem quer que seja, azedumes, apontamentos irónicos e os comentários escandalosos.

61. A pontualidade, assim como a assiduidade, é sempre um dever, mas na desobsessão, diz-nos André Luiz, "assume carácter solene".
Devemos procurar remover, durante a semana, os empecilhos susceptíveis de ocorrer no dia e na hora prefixados para a reunião mediúnica.

O mesmo autor lembra que o fracasso, na maioria das vezes, "é o produto infeliz dos retardatários e dos ausentes".
A hora de início das tarefas deve ser observada com austeridade, entendido que o momento de encerramento é variável conforme as circunstâncias da reunião.

A porta de entrada deve ser fechada 15 minutos antes do horário da prece inicial, tempo esse que será empregado na leitura preparatória.

62. Uma reunião de desobsessão assemelha-se muito a uma enfermaria, com recursos trazidos da Espiritualidade para tratamento das entidades conturbadas e infelizes que ali comparecem.
Nesse sentido, não se compreende que a sessão seja aberta a curiosos.

André Luiz comenta:
"Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza" (obra citada, cap. 18).

63. Os integrantes de qualquer equipe de desobsessão, como deve acontecer com qualquer espírita, devem cumprir sempre suas obrigações de família e profissão, abstendo-se de qualquer atitude que possa induzi-los a cair em profissionalismo religioso.

O médium deve, segundo Kardec, dar à causa espírita o tempo de seu lazer, mas não transformar sua faculdade em profissão nem daí tirar os recursos necessários à sua subsistência.

VII – Cuidados depois das reuniões

64. A conversação depois da reunião deve cultivar bondade e optimismo, não devendo descambar para qualquer expressão negativa, como reprovações, críticas, motejos, sarcasmos dirigidos a médiuns ou desencarnados.

Os comentários desairosos, que destacam as deficiências e as falhas, constituem prejuízo na obra do progresso e na consolidação do bem.

65. O estudo construtivo das comunicações recebidas na reunião é sugerido por André Luiz e diversos autores.

Diz André Luiz:
"É interessante que dirigente, assessores, médiuns psicofónicos e integrantes da equipe, finda a reunião, analisem, sempre que possível, as comunicações havidas, indicando-se para exame proveitoso os pontos vulneráveis dessa ou daquela transmissão" (obra citada, cap. 60).

66. Nesse exame, as observações devem ser fraternas e desapaixonadas e visarão alertar os médiuns quanto a senões que precisem evitar e os doutrinadores quanto às atitudes ou palavras inconvenientes que não devem repetir.

Essa avaliação fará com que o grupo cresça em responsabilidade, conscientes todos de que não pode haver lugar para melindres e susceptibilidades numa equipe séria e sincera.

67. A saída dos companheiros observará a mesma discrição verificada na sua chegada ao recinto, evitando-se gritos, gargalhadas, referências maliciosas e anedotas picantes.
Lembremos que muitas vezes estamos sendo seguidos e observados por enfermos desencarnados que, pouco antes, nos ouviram com interesse as exortações e conselhos.

68. De volta ao lar, todos da equipa devem manter silêncio sobre os fenómenos e as revelações havidas na reunião mediúnica.

Londrina, setembro de 2004.

§.§.§- O-canto-da-ave
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