LUZ ESPÍRITA
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Estudos Avançados Espíritas

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 06, 2012 10:38 am

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Penetrando o mundo invisível, vê os Espíritos com os quais ela pode conversar, e dos quais pode nos transmitir o pensamento.

O esquecimento do passado segue, bastante e geralmente, o retorno ao estado normal, mas algumas vezes conserva dele uma lembrança mais ou menos vaga, como seria a de um sonho.

27. A emancipação da alma amortece, às vezes, as sensações físicas ao ponto de produzir uma verdadeira insensibilidade que, nos momentos de exaltação, pode fazer suportar com indiferença as mais vivas dores.

Essa insensibilidade provém do desligamento do perispírito, agente de transmissão das sensações corpóreas:
o Espírito ausente não sente as feridas do corpo.

28. A faculdade emancipadora da alma, na sua manifestação mais simples, produz o que se chama o sonho desperto;
ela dá também, a certas pessoas, a presciência que constitui os pressentimentos;

num maior grau de desenvolvimento, produz o fenómeno designado sob o nome de segunda vista, dupla vista ou sonambulismo desperto.


29. O êxtase é o grau máximo de emancipação da alma.

"No sonho e no sonambulismo, a alma erra nos mundos terrestres;
no êxtase, ela penetra num mundo desconhecido, no dos Espíritos etéreos com os quais entra em comunicação, sem, todavia, poder ultrapassar certos limites, que não poderia transpor sem quebrar totalmente os laços que a prendem ao corpo.

Um brilho resplandecente e todo novo a envolve, harmonias desconhecidas sobre a Terra, a arrebatam, um bem-estar indefinível a penetra;
[i]ela goza, por antecipação, da beatitude celeste, e se pode dizer que põe um pé no limiar da eternidade.


No êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo;
não há mais, por assim dizer, senão a vida orgânica, e sente-se que a alma a ela não se prende senão por um fio que um esforço mais forte faria romper sem retorno."
(O Livro dos Espíritos, nº 455.)

30. O êxtase, não mais do que os outros graus de emancipação da alma, não está isento de erros;
é por isso que as revelações dos extácticos estão longe de ser sempre a expressão da verdade absoluta.

A razão disso está na imperfeição do Espírito humano;
não é senão quando chegou no cimo da escala, que ele pode julgar sadiamente as coisas;

até lá, não lhe é dado de tudo ver nem de tudo compreender.


Se, depois da morte, então que o desligamento é completo, ele não vê sempre com justeza;
se há os que estão ainda imbuídos dos preconceitos da vida, que não compreendem as coisas do mundo invisível onde estão, com mais forte razão, deve ocorrer o mesmo com o Espírito preso ainda à carne.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 07, 2012 9:21 am

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Há, algumas vezes, entre os extáticos mais exaltação do que verdadeira lucidez, ou, melhor dizendo, a sua exaltação prejudica a sua lucidez;
é por isso que as suas revelações, frequentemente, são uma mistura de verdades e de erros, de coisas sublimes ou mesmo ridículas.

Os Espíritos inferiores se aproveitam também dessa exaltação, que é sempre uma causa de fraqueza quando não se sabe dominá-la, para dominar o extáctico, e, para esse efeito, eles revestem aos seus olhos aparências que o mantêm em suas ideias ou preconceitos, de sorte que as suas visões e as suas revelações não são, frequentemente, senão um reflexo de suas crenças.

É um escolho ao qual não escapam senão os Espíritos de uma ordem elevada, e contra o qual o observador deve se ter em guarda.

31. Há pessoas cujo perispírito é de tal forma identificado com o corpo, que o desligamento da alma não se opera senão com uma extrema dificuldade, mesmo no momento da morte;
geralmente, são as que viveram mais materialmente;

são também aquelas cuja morte é a mais penosa, a mais cheia de angústias, e a agonia a mais longa e a mais dolorosa;

mas há outras, ao contrário, cuja alma prende-se ao corpo por laços tão fracos, que a separação se faz sem abalos, com a maior facilidade e, frequentemente, antes da morte do corpo;

à aproximação do fim da vida, a alma já entrevê o mundo onde ela vai entrar, e aspira ao momento de sua libertação completa.



§ 5. APARIÇÕES DE PESSOAS VIVAS.

BICORPOREIDADE.

32. A faculdade emancipadora da alma, e seu desligamento do corpo durante a vida, podem dar lugar a fenómenos análogos àqueles que apresentam os Espíritos desencarnados.

Enquanto o corpo está no sono, o Espírito, se transportando para diversos lugares, pode se tornar visível e aparecer sob uma forma vaporosa, seja em sonho, seja no estado de vigília;
pode, igualmente, se apresentar sob a forma tangível, ou pelo menos com uma aparência de tal modo identificada com a realidade, que várias pessoas podem estar na verdade afirmando tê-lo visto, no mesmo momento, em dois pontos diferentes;

ele o fora com efeito, mas de um lado só estava o seu corpo verdadeiro, e do outro não havia senão o Espírito.


De resto, esse fenómeno é muito raro, é que deu lugar à crença nos homens duplos, e que é designada sob o nome de bicorporeidade.

Por extraordinário que ele seja, não entra menos, como todos os outros, na ordem dos fenómenos naturais, uma vez que repousa sobre as propriedades do perispírito e sobre uma lei da Natureza.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 07, 2012 9:21 am

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§ 6. DOS MÉDIUNS.

33. Os médiuns são as pessoas aptas a receberem a influência dos Espíritos e transmitirem os seus pensamentos.

Toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por isso mesmo, médium.

Essa faculdade é inerente ao homem, e, por conseguinte, não é, de nenhum modo, um privilégio exclusivo: também há poucos nos quais não se lhe encontra algum rudimento.

Pode-se, pois, dizer que todo o mundo, com pequena diferença, é médium;
todavia, no uso, essa qualificação não se aplica senão naqueles nos quais a faculdade mediúnica se manifesta por efeitos ostensivos de uma certa intensidade.

34. O fluido perispiritual é o agente de todos os fenómenos espíritas;
esses fenómenos não podem se operar senão pela acção recíproca dos fluidos emitidos pelo médium e pelo Espírito.

O desenvolvimento da faculdade mediúnica prende-se à natureza mais ou menos expansível do perispírito do médium e à sua assimilação, mais ou menos fácil, com o dos Espíritos;
prende-se, por consequência, ao organismo, e pode ser desenvolvida quando o princípio existe, mas não pode ser adquirida quando esse princípio não existe.

A predisposição mediúnica é independente do sexo, da idade e do temperamento;
encontram-se médiuns em todas as categorias de indivíduos, desde a mais tenra idade, até a mais avançada.

35. As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio de seu perispírito;
a facilidade dessas relações depende do grau de afinidade que existe entre os dois fluidos;

alguns há que se assimilam facilmente e outros que se repelem;

de onde se segue que não basta ser médium para se comunicar indistintamente com todos os Espíritos;

há médiuns que não podem se comunicar senão com certos Espíritos, ou com certas categorias de Espíritos, e outros que não o podem senão por uma transmissão de pensamento, sem nenhuma manifestação exterior.


36. Pela assimilação dos fluidos perispirituais, o Espírito se identifica, por assim dizer, com a pessoa que quer influenciar;
não somente lhe transmite o seu pensamento, mas pode exercer sobre ela uma acção física, fazê-la agir ou falar à sua vontade, fazê-la dizer o que não quer;

em uma palavra, servir-se de seus órgãos como se fossem os seus;

pode, enfim, neutralizar a acção de seu próprio Espírito e paralisar-lhe o livre arbítrio. Os bons Espíritos se servem dessa influência para o bem, e os maus Espíritos para o mal.


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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 07, 2012 9:22 am

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37. Os Espíritos podem se manifestar de uma infinidade de maneiras diferentes, e não o podem senão com a condição de encontrarem uma pessoa apta a receber e a transmitir tal ou tal género de impressão, segundo a sua aptidão;
ora, como não há nenhuma delas possuindo todas as aptidões no mesmo grau, disso resulta que umas obtêm efeitos impossíveis para as outras.

Essa diversidade na aptidão produz diferentes variedades de médiuns.

38. A vontade do médium, de nenhum modo, é sempre necessária;
o Espírito que quer se manifestar procura o indivíduo apto a receber a sua impressão, e dele se serve, frequentemente, com o seu desconhecimento;

outras pessoas, ao contrário, tendo a consciência de sua faculdade, podem provocar certas manifestações;

daí duas categorias de médiuns:
os médiuns inconscientes e os médiuns facultativos.


No primeiro caso, a iniciativa vem do Espírito:
no segundo, vem do médium.

39. Os médiuns facultativos não se encontram senão entre as pessoas que têm um conhecimento mais ou menos completo dos meios de se comunicar com os Espíritos, e podem assim ter a vontade de se servirem de suas faculdades;
os médiuns inconscientes, ao contrário, se encontram entre aqueles que não têm nenhuma ideia nem do Espiritismo, nem dos Espíritos, mesmo entre os mais incrédulos, e que servem de instrumento sem o saberem e sem o quererem.

Todos os géneros de fenómenos espíritas podem se produzir pela sua influência, e foram encontrados em todas as épocas e entre todos os povos.

O ignorância e a credulidade lhes atribuíram um poder sobrenatural, e, segundo os lugares e os tempos, deles fizeram santos, feiticeiros, loucos ou visionários;
o Espiritismo nos mostra neles a simples manifestação espontânea de uma faculdade natural.

40. Entre as diferentes variedades de médiuns, distinguem-se principalmente:
os médiuns de efeitos físicos;

os médiuns sensitivos ou impressionáveis;
os médiuns audientes, falantes, videntes, inspirados, sonâmbulos, curadores, escreventes ou psicógrafos, etc.;

não descreveremos aqui senão os mais essenciais
(1).

(1) Para os detalhes completos, ver O Livro dos Médiuns.

41. Médiuns de efeitos físicos.
– São mais especialmente aptos a produzirem fenómenos materiais, tais como o movimento de corpos inertes, os ruídos, os deslocamentos, os soerguimentos e a translação de objectos, etc.

Esses fenómenos podem ser espontâneos ou provocados;
em todos os casos, requerem o concurso, voluntário ou involuntário, de médiuns dotados de faculdades especiais.

Tais efeitos são geralmente oriundos de Espíritos de uma ordem inferior, os Espíritos elevados não se ocupam senão das comunicações inteligentes e instrutivas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 07, 2012 9:23 am

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42. Médiuns sensitivos ou impressionáveis.
– Designam-se assim as pessoas susceptíveis de sentirem a presença dos Espíritos por uma vaga impressão, uma espécie de toque leve sobre todos os membros, dos quais não podem se dar conta.

Esta faculdade pode adquirir uma tal delicadeza que, aquele que dela está dotado reconhece, pela impressão que sente, não só a natureza, boa ou má, do Espírito que está ao seu lado, mas mesmo a sua individualidade, como o cego reconhece, instintivamente, a aproximação de tal ou tal pessoa.

Um bom Espírito causa sempre uma impressão doce e agradável;
a de um mau, ao contrário, é penosa, ansiosa e desagradável;
há como um cheiro de impureza.


43. Médiuns audientes.
– Eles ouvem a voz dos Espíritos; algumas vezes, é uma voz íntima que se faz ouvir no foro interior;
de outras vezes, é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma pessoa viva.

Os médiuns audientes podem, assim, entrar em conversação com os Espíritos.

Quando têm o hábito de se comunicarem com certos Espíritos, eles o reconhecem imediatamente pelo som de sua voz.

Quando não se é, por si mesmo, médium audiente, se pode comunicar com um Espírito por intermédio de um médium audiente que lhe transmite as palavras.

44. Médiuns falantes.
– Os médiuns audientes, que não fazem senão transmitir o que ouvem não são, propriamente falando, Médiuns falantes;
estes últimos, muito frequentemente, nada ouvem;

neles, o Espírito actua sobre os órgãos da palavra, como nos médiuns escreventes agem sobre a mão.


O Espírito, querendo se comunicar, se serve do órgão que encontra mais flexível;
a um toma a mão, a um outro a palavra, a um terceiro o ouvido.

O médium falante se exprime, geralmente, sem ter a consciência do que diz e, frequentemente, diz coisas completamente fora das suas ideias habituais, de seus conhecimentos e mesmo do alcance de sua inteligência.

Vêem-se, às vezes, pessoas iletradas e de uma inteligência vulgar, se exprimirem, naqueles momentos, com uma verdadeira eloqüência e tratarem, com uma incontestável superioridade, questões sobre as quais seriam incapazes de emitir uma opinião no estado normal.

Embora o médium falante esteja perfeitamente desperto, conserva raramente a lembrança daquilo que disse.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 08, 2012 10:58 am

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A passividade, no entanto, não é sempre completa;
há os que têm a intuição do que dizem no mesmo momento em que pronunciam as palavras.

A palavra é, no médium falante, um instrumento do qual se serve o Espírito, com o qual uma pessoa estranha pode entrar em comunicação, como pode fazê-lo por intermédio de um médium audiente.

Há esta diferença entre o médium audiente e o médium falante, de que o primeiro fala voluntariamente para repetir o que ouve, ao passo que o segundo fala involuntariamente.

45. Médiuns videntes.
– Dá-se este nome às pessoas que, no estado normal, e perfeitamente despertas, gozam da faculdade de ver os Espíritos.

A possibilidade de vê-los em sonho resulta, sem contradita, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, os médiuns videntes.

Explicamos a teoria desse fenómeno no capítulo das Visões e aparições, de O Livro dos Médiuns.

As aparições de pessoas que se amou ou conheceu são bastante frequentes;
e, se bem que aqueles que a tiveram possam ser considerados como médiuns videntes, dá-se, mais geralmente, esse nome àqueles que gozam, de maneira de alguma sorte permanente, da faculdade de ver quase todos os Espíritos.

Entre eles, há os que não vêem senão os Espíritos que se evocam e dos quais podem fazer a discrição com uma minuciosa exactidão;
descrevem, nos menores detalhes, os seus gestos, a expressão de sua fisionomia, os traços do rosto, a roupa e até os sentimentos dos quais parecem animados.

Há outros nos quais essa faculdade é ainda mais geral;
eles vêem toda a população espírita ambiente ir, vir, e, se poderia dizer, cuidar de seus negócios.

Esses médiuns jamais estão só:
sempre têm com eles uma sociedade que podem escolher à sua vontade, segundo o seu gosto, porque podem, pela sua vontade, afastar os Espíritos que não lhes convêm, ou atrair aqueles que lhes são simpáticos.

46. Médiuns sonâmbulos.
– O sonambulismo pode ser considerado como uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor dizendo, são duas ordens de fenômenos que, muito frequentemente, se acham reunidos.

O sonâmbulo age sob a influência de seu próprio Espírito;
é a sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites de seus sentidos;

o que ele exprime, haure em si mesmo;
suas ideias, em geral, são mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais extensos, porque a sua alma está livre;

em uma palavra, ele vive por antecipação a vida dos Espíritos.


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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 08, 2012 10:58 am

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O médium, ao contrário, é o instrumento de uma inteligência estranha;
é passivo, e o que diz não vem dele.

Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, e o médium exprime o de um outro.

Mas o Espírito que se comunica a um médium comum, pode do mesmo modo fazê-lo a um sonâmbulo;
frequentemente mesmo, o estado de emancipação da alma, durante o sonambulismo, torna essa comunicação mais fácil.

Muitos sonâmbulos vêem os Espíritos e os descrevem com tanta precisão quanto os médiuns videntes;
podem conversar com eles e nos transmitir o seu pensamento;

o que dizem fora do círculo de seus conhecimentos pessoais, frequentemente, lhes é sugerido por outros Espíritos.


47. Médiuns inspirados.
– Estes médiuns são aqueles nos quais os sinais exteriores da mediunidade são os menos aparentes;
a acção dos Espíritos é aqui toda intelectual e toda moral, e se revela nas menores circunstâncias da vida, como nas maiores concepções;

é sob esse aspecto, sobretudo, que se pode dizer que todos são médiuns, porque não há ninguém que não tenha os seus Espíritos protectores e familiares que fazem todos os esforços para sugerirem aos seus protegidos pensamentos salutares.


No inspirado, amiúde, é difícil distinguir o pensamento próprio daquele que lhe é sugerido;
o que caracteriza este último é, sobretudo, a espontaneidade.

A inspiração se torna mais evidente nos grandes trabalhos da inteligência.

Os homens de génio em todos os géneros, artistas, sábios, literatos, oradores, sem dúvida, são Espíritos avançados, capazes de, por eles mesmos, compreender e conceber grandes coisas;
ora, é precisamente porque eles são julgados capazes que os Espíritos, que querem cumprir certos trabalhos, lhes sugerem as ideias necessárias, e é assim que são, o mais frequentemente, médiuns sem o saberem.

Têm, todavia, uma vaga intuição de uma assistência estranha, porque aquele que apela à inspiração, outra coisa não faz do que uma evocação;
se não esperava ser ouvido, porque escreveria tão frequentemente:
Meu bom génio, venha em minha ajuda!

48. Médiuns de pressentimentos.
– Pessoas que, em certas circunstâncias, têm uma vaga intuição das coisas futuras vulgares.

Essa intuição pode provir de uma espécie de dupla vista que permite entrever as consequências das coisas presentes e a filiação dos acontecimentos;
mas, frequentemente, ela é o facto de comunicações ocultas que deles faz uma variedade dos médiuns inspirados.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 08, 2012 10:58 am

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49. [/i]Médiuns proféticos.[/i]
– É igualmente uma variedade dos médiuns inspirados;
recebem, com a permissão de Deus, e com mais precisão do que os médiuns de pressentimentos, a revelação das coisas futuras de um interesse geral, e que estão encarregados de fazer os homens conhecerem, para a sua instrução.

O pressentimento é dado, para a maioria dos homens, de alguma sorte para o seu uso pessoal;
o dom da profecia, ao contrário, é excepcional e implica a ideia de uma missão sobre a Terra.

Se há verdadeiros profetas, há mais ainda de falsos, e que tomam os sonhos de sua imaginação por suas revelações, quando não são velhacos que se fazem passar por tal por ambição.

O verdadeiro profeta é um homem de bem inspirado por Deus;
pode-se reconhecê-lo por suas palavras e suas acções;
Deus não pode se servir da boca do mentiroso para ensinar a verdade.

(O Livro dos Espíritos, nº 624.)

50. Médiuns escreventes ou psicógrafos.
– Designa-se com esse nome as pessoas que escrevem sob a influência dos Espíritos.

Do mesmo modo que um Espírito pode agir sobre os órgãos da palavra, de um médium falante, para lhe fazer pronunciar as palavras, ele pode se servir de sua mão para fazê-lo escrever.

A mediunidade psicográfica apresenta três variedades muito distintas:
os médiuns mecânicos, intuitivos e semimecânicos.

No médium mecânico, o Espírito age directamente sobre a mão à qual dá o impulso.

O que caracteriza este gênero de mediunidade é a inconsciência absoluta do que se escreve;
o movimento da mão é independente da vontade; ela prossegue sem interrupção, e apesar do médium, enquanto o Espírito tenha alguma coisa para dizer, e se detém quando ele termina.

No médium intuitivo, a transmissão do pensamento se faz por intermédio do Espírito do médium.

O Espírito estranho, nesse caso, não age sobre a mão para dirigi-la, age sobre a alma com a qual se identifica e à qual imprime a sua vontade e suas ideias;
ele recebe o pensamento estranho e o transcreve.

Nessa situação, o médium escreve voluntariamente e tem a consciência do que escreve, embora isso não seja o seu próprio pensamento.

Frequentemente, é bastante difícil distinguir o pensamento próprio do médium daquele que lhe é sugerido, o que leva muitos médiuns desse género a duvidarem de sua faculdade.

Pode-se reconhecer o pensamento sugerido no facto de que ele não é jamais preconcebido;
que ele nasce à medida que se escreve e, com frequência, é contrário à ideia prévia que se formou;

pode mesmo estar fora dos conhecimentos e das capacidades do médium.


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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 08, 2012 10:59 am

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Há uma grande analogia entre a mediunidade intuitiva e a inspiração;
a diferença consiste em que a primeira, o mais fequentemente, está restrita às questões da actualidade, e pode se aplicar fora das capacidades intelectuais do médium;

um médium poderá tratar, por intuição, de um assunto ao qual é completamente estranho.


A inspiração se estende sobre um campo mais vasto e vem, geralmente, em ajuda às capacidades e às preocupações do Espírito encarnado.

Os traços da mediunidade são, em geral, menos evidentes.

O médium semimecânico ou semi-intuitivo participa das duas outras.
No médium puramente mecânico, o movimento da mão é independente da vontade;
no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo.


O médium semimecânico sente um impulso dado à sua mão, apesar dele, mas, ao mesmo tempo, tem consciência daquilo que escreve à medida que as palavras se formam.

No primeiro, o pensamento segue o acto da escrita;
no segundo, precede-o;
no terceiro, ele o acompanha.


51. Não sendo o médium senão um instrumento que recebe e transmite o pensamento de um Espírito estranho, que segue o impulso mecânico que lhe é dado, não há nada que ele não possa fazer fora de seus conhecimentos, se está dotado da flexibilidade e da aptidão mediúnica necessárias.

Assim é que existem médiuns desenhistas, pintores, músicos, versificadores, embora estranhos à arte do desenho, da pintura, da música e da poesia;
os médiuns iletrados, que escrevem sem saber nem ler nem escrever;

os médiuns polígrafos, que reproduzem diferentes gêneros de escrita, e, algumas vezes, com perfeita exactidão a que o Espírito tinha quando vivo;

os médiuns poliglotas, que falam ou escrevem em línguas que lhe são desconhecidas, etc.


52. Médiuns curadores.
– Este género de mediunidade consiste na faculdade, que certas pessoas possuem, de curar pelo simples toque, pela imposição das mãos, o olhar, um gesto mesmo, sem a ajuda de nenhum medicamento.

Esta faculdade, incontestavelmente, tem o seu princípio na força magnética;
dela difere, todavia, pela energia e pela instantaneidade da acção, ao passo que as curas magnéticas exigem um tratamento metódico mais ou menos longo.

Todos os magnetizadores estão quase aptos para curar se sabem a isso se ligar convenientemente;
eles têm a ciência adquirida;
nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns a possuem sem jamais terem ouvido falar do magnetismo.


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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 09, 2012 10:55 am

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A faculdade de curar pela imposição das mãos tem, evidentemente, o seu princípio numa força excepcional de expansão, mas é aumentada por diversas causas, entre as quais é necessário colocar em primeira linha:
a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o ardente desejo de aliviar, a prece fervorosa e a confiança em Deus, em uma palavra, todas as qualidades morais.

A força magnética é puramente orgânica;
pode ser, como a força muscular, dada a todo o mundo, mesmo a homens perversos;

mas só o homem de bem dela se serve exclusivamente para o bem, sem dissimulação de interesse pessoal, nem satisfação do orgulho ou da vaidade;

seu fluido depurado possui propriedades benfazejas e reparadoras que não pode ter aquele do homem vicioso ou interessado.


Todo efeito mediúnico, como foi dito, é o resultado da combinação dos fluidos emitidos por um Espírito e pelo médium:
por essa união, esses fluidos adquirem propriedades novas que não teriam separadamente, ou pelo menos não teriam no mesmo grau.

A prece, que é uma verdadeira evocação, atrai os bons Espíritos solícitos em virem secundar os esforços do homem bem intencionado;
seu fluido benfazejo se une facilmente ao dele, ao passo que o fluido do homem vicioso se alia com o dos maus Espíritos que o cercam.

O homem de bem que não tivesse a força fluídica não poderia, pois, senão pouca coisa por si mesmo;
ele não pode senão chamar a assistência dos bons Espíritos, mas a sua acção pessoal é quase nula;

uma grande força fluídica, aliada à maior soma possível de qualidades morais, pode operar verdadeiros prodígios de curas.


53. A acção fluídica, por outro lado, é poderosamente secundada pela confiança do enfermo, e Deus recompensa, freqüentemente, a sua fé pelo sucesso.

54. Só a superstição pode ligar uma virtude a certas palavras, e só os Espíritos ignorantes e mentirosos podem manter semelhantes ideias prescrevendo quaisquer fórmulas.

Entretanto, pode ocorrer que, para pessoas pouco esclarecidas e incapazes de compreenderem as coisas puramente espirituais, o emprego de uma fórmula de prece ou de uma prática determinada, contribui para lhes dar confiança;
neste caso, não é a fórmula que é eficaz, mas a fé que é aumentada pela ideia ligada ao emprego da fórmula.

55. Não é necessário confundir os médiuns curadores com os médiuns receitistas;
estes últimos são simples médiuns escreventes, cuja especialidade é de servirem, mais facilmente, de intérpretes aos Espíritos para as prescrições médicas;

mas não fazem absolutamente senão transmitir o pensamento do Espírito, e não têm, por si mesmos, nenhuma influência.


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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 09, 2012 10:55 am

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§ 7. DA OBSESSÃO E DA POSSESSÃO

56. A obsessão é o império que maus Espíritos tomam sobre certas pessoas, tendo em vista dominá-las e submetê-las à sua vontade, pelo prazer que sentem em fazer o mal.

Quando um Espírito, bom ou mau, quer agir sobre um indivíduo, ele o envolve, por assim dizer, com o seu perispírito, como um manto;
os fluidos se penetram, os dois pensamentos e as duas vontades se confundem, e o Espírito pode, então, se servir desse corpo como do seu próprio, fazê-lo agir segundo a sua vontade, falar, escrever, desenhar, tais são os médiuns.

Se o Espírito é bom, a sua acção é doce, benfazeja;
ele não leva a fazer senão boas coisas;
se é mau, leva a fazê-las más;

se é perverso e mau, constrange-o, como numa rede, paralisa até a sua vontade, o seu julgamento mesmo, que abafa sob o seu fluido, como se abafa o fogo sob uma camada de água;

fá-lo pensar, falar, agir por ele, impele-o, apesar dele, a actos extravagantes ou ridículos, em uma palavra, o magnetiza, o cataleptiza moralmente, e o indivíduo se torna um instrumento cego de suas vontades.


Tal é a causa da obsessão, da fascinação e da subjugação, que se mostram em graus de intensidade muito diferentes.

É ao paroxismo da subjugação que se chama vulgarmente de possessão.

Há a se anotar que, neste caso, frequentemente, o indivíduo tem a consciência de que o que faz é ridículo, mas é constrangido a fazê-lo, como se um homem mais vigoroso do que ele fizesse mover, contra a sua vontade, os seus braços, as suas pernas e a sua língua.

57. Uma vez que os Espíritos existiram de todos os tempos, de todos os tempos também eles desempenharam o mesmo papel, porque esse papel está na Natureza, e a prova disso está no grande número de pessoas obsidiadas ou possuídas, querendo-se, antes que fosse posta a questão dos Espíritos, ou que, em nossos dias, jamais ouviram falar de Espiritismo nem de médiuns.

A acção dos Espíritos, bons ou maus, é, pois, espontânea;
a dos maus produz uma quantidade de perturbações na economia moral, e mesmo física, que, por ignorância da causa verdadeira, atribuía-se a causas erróneas.

Os maus Espíritos são os inimigos invisíveis tanto mais perigosos quanto não se suponha a sua acção.

O Espiritismo, pondo-os a descoberto, vem revelar uma nova causa para certos males da Humanidade;
conhecida a causa, não se procurará mais combater o mal pelos meios que doravante se sabem inúteis, procurar-se-ão os mais eficazes.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 09, 2012 10:56 am

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Ora, o que fez descobrir essa causa?

A mediunidade;
foi por meio da mediunidade que esses inimigos ocultos traíram a sua presença;
ela fez para eles o que o microscópio fez para os infinitamente pequenos:
revelou todo um mundo.


O Espiritismo não atraiu, de nenhum modo, os maus Espíritos;
ele os descobriu, e deu os meios de paralisar-lhes a acção e, consequentemente, afastá-los.

Ele não trouxe, de nenhum modo, o mal, uma vez que o mal existia de todos os tempos:
trouxe, ao contrário, o remédio ao mal mostrando-lhe a causa.

Uma vez reconhecida a acção do mundo invisível, ter-se-á a chave de uma multidão de fenómenos incompreendidos, e a ciência, enriquecida com esta nova lei, verá se abrir diante dela novos horizontes.

QUANDO CHEGARÁ ELA A ISSO?

Quando ela não professar mais o materialismo, porque o materialismo detém o seu voo e lhe coloca uma barreira intransponível.

58. Uma vez que se há maus Espíritos que obsediam, há bons que protegem, pergunta-se se os maus Espíritos são mais poderosos do que os bons.

Não é o bom Espírito que é mais fraco, é o médium que não é bastante forte para sacudir o manto que se lança sobre ele, para se livrar do constrangimento dos braços que o enlaçam e nos quais, é necessário dizê-lo bem, algumas vezes se compraz.

Neste caso, compreende-se que o bom Espírito não possa ter a superioridade, uma vez que se lhe prefere um outro.

Admitamos agora o desejo de se desembaraçar desse envoltório fluídico, do qual o seu está penetrado, como uma vestimenta está penetrada pela umidade, o desejo não bastará.

A própria vontade nem sempre bastará.

Trata-se de lutar contra um adversário;
ora, quando dois homens lutam corpo a corpo, é aquele que tem músculos mais fortes que derruba o outro.

Com um Espírito é necessário lutar, não corpo a corpo, mas de Espírito para Espírito, e é ainda o mais forte que domina;
aqui, a força está na autoridade que se pode tomar sobre o Espírito, e essa autoridade está subordinada à superioridade moral.

A superioridade moral é como o Sol que dissipa o nevoeiro pela força de seus raios.

Esforçar-se para ser bom, tornar-se melhor sendo-se já bom, purificar-se de suas imperfeições, em uma palavra, se elevar moralmente o mais possível, tal é o meio para adquirir o poder de dominar os Espíritos inferiores, para afastá-los, de outro modo eles zombarão de vossas imposições.
(O Livro dos Médiuns, nº 252 e 279.)

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 09, 2012 10:56 am

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Entretanto, dir-se-á, por que os Espíritos protectores não lhes ordenam para que se retirem?

Sem dúvida, eles o podem e o fazem algumas vezes;
mas, permitindo a luta, deixam também o mérito da vitória;

se deixam se debaterem pessoas merecedoras sob certos aspectos, é para provar a sua perseverança e fazê-las adquirir mais força no bem;
é para elas uma espécie de ginástica moral.


Certas pessoas, sem dúvida, prefeririam uma outra receita para expulsar os maus Espíritos:
algumas palavras a dizer, ou alguns sinais a fazer, por exemplo, o que seria mais cómodo do que corrigir os seus defeitos.

Com isso estamos descontentes, mas não conhecemos nenhum meio eficaz para vencer um inimigo senão de ser mais forte do que ele.

Quando se está enfermo, é necessário resignar-se em tomar um medicamento, embora amargo que seja;
mas também, quando se teve a coragem de bebê-lo, como se porta bem e como se é forte!

É necessário, pois, bem se persuadir de que não há, para alcançar esse objectivo, nem palavras sacramentais, nem fórmulas, nem talismã, nem quaisquer sinais materiais.

Os maus Espíritos deles se riem e se divertem, frequentemente, indicando-os, que têm sempre o cuidado de dizerem infalíveis, para melhor captar a confiança daqueles que querem enganar, porque então estes, confiantes na virtude do processo, se entregam sem receio.

Antes de esperar domar o mau Espírito, é necessário domar a si mesmo.

De todos os meios para adquirir a força para lá chegar, o mais eficaz é a vontade secundada pela prece, entenda-se a prece de coração, e não de palavras, para as quais a boca toma mais parte do que o pensamento.

É necessário rogar seu anjo guardião, e os bons Espíritos, para nos assistir na luta;
mas não basta lhes pedir para expulsarem o mau Espírito, é necessário se lembrar desta máxima:

Ajuda-te, e o céu te ajudará, e lhes pedir, sobretudo, a força que nos falta para vencermos os nossos maus pendores, que são para nós piores do que os maus Espíritos, porque são essas tendências que os atraem, como a corrupção atrai as aves de rapina.


Pedindo também para o Espírito obsessor, é restituir-lhe mal com o bem, e se mostrar melhor do que ele, o que já é uma superioridade.

Com a perseverança, freqüentemente, acaba-se por conduzi-lo a melhores sentimentos e de perseguidor se faz um agradecido.

Em resumo, a prece fervorosa, e os esforços sérios para se melhorar, são os únicos meios para afastar os maus Espíritos que reconhecem seus superiores naqueles que praticam o bem, ao passo que as fórmulas os fazem rir, a cólera e a impaciência os excitam.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 10, 2012 2:36 pm

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É necessário deixá-los se mostrando mais pacientes do que eles.

Mas ocorre, algumas vezes, que a subjugação aumenta ao ponto de paralisar a vontade do obsediado, e que não se pode dele esperar nenhum concurso sério.

É então, sobretudo, que a intervenção de terceiros torna-se necessária, seja pela prece, seja pela acção magnética;
mas a força dessa intervenção depende também do ascendente moral que os intervenientes podem tomar sobre os Espíritos;
porque se não valem mais, a sua acção é estéril.


A acção magnética, nesse caso, tem o efeito de penetrar o fluido do obsediado de um fluido melhor, e de livrá-lo do Espírito mau;
ao operar, o magnetizador deve ter o duplo objectivo de opor uma força moral a uma força moral, e de produzir sobre o sujeito uma espécie de reacção química, para nos servirmos de uma comparação material, expulsando um fluido por um outro fluido.

Por aí, não somente ele opera um desligamento salutar, mas dá força aos órgãos enfraquecidos por uma longa e, frequentemente, vigorosa opressão.

Compreende-se, de resto, que a força da acção fluídica está em razão, não só da energia da vontade, mas sobretudo da qualidade do fluido introduzido, e, segundo o que dissemos, que essa qualidade depende da instrucção e das qualidades morais do magnetizador;
de onde se segue que um magnetizador comum, que agiria maquinalmente para magnetizar pura e simplesmente, produziria pouco ou de nenhum efeito;

é preciso, de toda a necessidade, um magnetizador espírita agindo com conhecimento de causa, com a intenção de produzir, não o sonambulismo ou uma cura orgânica, mas os efeitos que acabamos de descrever.


Além disso, é evidente que uma acção magnética, dirigida nesse sentido, não pode ser senão muito útil no caso de obsessão comum, porque então, se o magnetizador é secundado pela vontade do obsidiado, o Espírito é combatido por dois adversários ao invés de um.

É necessário dizer, também, que se acusam, frequentemente, os Espíritos estranhos de danos dos quais são muito inocentes;
certos estados doentios, e certas aberrações que se atribuem a uma causa oculta, por vezes, devem-se simplesmente ao Espírito do próprio indivíduo.

As contrariedades, que mais comumente cada um se concentra em si mesmo, sobretudo os desgostos amorosos, fazem cometer muitos actos excêntricos que se estaria errado em levar à conta da obsessão.

Frequentemente, pode ser-se obsessor de si próprio.

Acrescentemos, enfim, que certas obsessões tenazes, sobretudo nas pessoas de mérito, algumas vezes, fazem parte das provas às quais estão submetidas.

"Ocorre mesmo, por vezes, que a obsessão, quando é simples, é uma tarefa imposta ao obsediado, que deve trabalhar para a melhoria do obsessor, como um pai pela de um filho viciado."

(Para maiores detalhes, remetemos a O Livro dos Médiuns.)

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 10, 2012 2:37 pm

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A prece, geralmente, é um meio poderoso para ajudar na libertação dos obsediados, mas não é uma prece de palavras, dita com indiferença e como uma fórmula banal, que pode ser eficaz em semelhante caso;
é necessária uma prece ardente que seja, ao mesmo tempo, uma espécie de magnetização mental;

pelo pensamento pode-se levar, sobre o paciente, uma corrente fluídica salutar, cuja força está em razão da intenção.


A prece não tem, pois, somente por efeito invocar um socorro estranho, mas de exercer uma acção fluídica.

O que uma pessoa não pode fazer só, várias pessoas unidas pela intenção, numa prece colectiva e reiterada, frequentemente o podem, sendo a potência da acção aumentada pelo número.

59. A ineficácia do exorcismo nos casos de possessão está constactada pela experiência, e está provado que, a maior parte do tempo, aumenta o mal antes que o diminua.

A razão disso é que a influência está inteiramente no ascendente moral exercido sobre os maus Espíritos, e não num acto exterior, na virtude das palavras e de sinais.

O exorcismo consiste nas cerimónias e fórmulas das quais se riem os maus Espíritos, ao passo que eles cedem à superioridade moral que se lhes impõe;
vêem que se quer dominá-los por meios impotentes, que se pensa intimidá-los por um vão aparelho, e tratam de se mostrar os mais fortes, por isso é que redobram;

são como o cavalo assustado, que lança por terra o cavaleiro inábil, e que se submete quando encontra o seu senhor;

ora, o verdadeiro senhor aqui é o homem de coração mais puro, porque é este que é o mais escutado pelos bons Espíritos.


60. O que um Espírito pode fazer sobre um indivíduo, vários Espíritos podem fazê-lo sobre vários indivíduos, simultaneamente, e dar à obsessão um carácter epidémico.

Uma nuvem de maus Espíritos pode invadir uma localidade, e ali se manifestar de diversas maneiras.

Foi uma epidemia desse género que maltratou a Judeia ao tempo do Cristo;
ora, o Cristo, pela sua imensa superioridade moral, tinha sobre os demónios, ou maus Espíritos, uma superioridade moral tal que lhe bastava ordenar-lhes para se retirarem, para que eles o fizessem, e não empregava para isso nem sinais, nem fórmulas.

61. O Espiritismo está fundado sobre a observação dos factos resultantes das relações entre o mundo visível e o mundo invisível.

Estando esses factos na Natureza, produziram-se em todas as épocas, e são muitos sobretudo nos livros sagrados de todas as religiões, porque serviram de base à maioria das crenças.

Por falta de compreendê-los, foi que a Bíblia e os Evangelhos oferecem tantas passagens obscuras e que foram interpretadas em sentidos tão diferentes;
o Espiritismo é a chave que deve facilitar-lhes a inteligência.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 17 Empty Lázaro

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 10, 2012 2:39 pm

Lázaro é a forma grega da abreviação hebraica lãzãr _ Eleazar - "Deus ajuda".

É apresentado como irmão de Marta e Maria, residentes todos em Betânia, distante cerca de uma hora de Jerusalém.

Era uma aldeia singela, cercada "por imensos campos de cevada, pequenos bosques de olivedos e figueiras"(1), no caminho de Jerusalém para Jericó.

A aldeia era um contraste à aspereza da Judéia, pelo verdor de que se revestia.
Os declives eram cheios de folhagens, as casas brancas mostravam seus alpendres floridos e flores miúdas enfeitavam o tapete de relva verdejante.

Lázaro, como suas irmãs, amava Jesus e o dizia abertamente.
Jesus era como um membro da família e recebido sempre com alegria.

Quando o Mestre se encontra nas proximidades, é ali, na casinha risonha e franca que é recebido à porta pelo amigo, com efusivo abraço e o ósculo no rosto.

Em Betânia teve Jesus uma segunda família, no ninho de afeições que lhe oferecem os amigos.
O amigo dedicado, Lázaro, lá estava.

Era o único lugar onde o Galileu podia gozar algumas horas de sossego, de intimidade familiar - era como se estivesse em casa.
Lázaro é o grande e devotado amigo de Jesus.

É em Betânia, quando o Rabi narra ao amigo os últimos acontecimentos e explana sobre o futuro, enquanto a noite avança, que se deu o célebre episódio em que Jesus enfatiza a escolha da melhor parte, conforme narra Lucas no seu Evangelho, cap. 10:38-42.

Quando Lázaro adoeceu, no mês de shebat (fevereiro), Jesus se encontrava pregando na Peréia e as irmãs lhe remeteram um mensageiro.
Foram dois dias de marcha e o recado foi breve:
"Senhor, eis que está enfermo aquele que amas."

O profeta de Nazaré o sossega, despedindo-o com a certeza de que aquela enfermidade não levaria à morte, antes era para a glória de Deus.

Passados dois dias, Jesus empreende a jornada de retorno à Betânia, portanto, ao chegar ao seu destino Lázaro estava com 4 dias de sepultura, pois morrera na mesma data em que o mensageiro de Marta e Maria transmitira a Jesus o recado.

Por ser uma família distinta e estimada, havia muitas visitas na chácara de Betânia, quando a notícia da presença de Jesus O precede.

Marta vai ao Seu encontro e na encruzilhada, à beira da povoação, avistando-O, fala-lhe:
"Senhor, se estiveras aqui não teria morrido meu irmão."

Parece uma queixa e um velado pedido, que se reveste de leve esperança.
Não longe dali ficava o sepulcro de Lázaro, num rochedo da encosta.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 10, 2012 2:39 pm

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O acesso se dava por estreita escada rústica e uma escura galeria subterrânea, com um bloco de pedra, em forma de mó, tapando a boca do sepulcro.

Jesus pede a Marta que chame sua irmã e, acompanhado ainda por todos os judeus que estavam na casa àquela hora e seguiram Maria, o Mestre se dirige ao local onde o corpo do amigo estava encerrado.

Narra o evangelista que Jesus chorou.
Embora os judeus tenham comentado que aquela era a demonstração do quanto o Rabi amava Lázaro, as Suas lágrimas sentidas e sinceras se deviam à constatação da ignorância de que os homens ainda eram portadores e consequentemente, muitas seriam as dores que os avassalariam por largo tempo em pós.

Ao comando de Jesus, Marta manda abrir o túmulo.
Um hálito pestífero se espalha pela vizinhança.
Envolto em largas faixas embalsamadas de essências raras, o rosto coberto com um sudário, lá está o cadáver.

Ora o Mestre ao Pai e depois brada com voz vibrante:
"Lázaro, vem para fora."

Alguma coisa branca se move no fundo escuro da catacumba.
Aproxima-se.
Os contornos parecem mais nítidos.

Caminha lentamente e, enrolado da cabeça aos pés nas faixas do embalsamamento, Lázaro responde a Jesus:
"Eis-me aqui, Senhor!"

E quando a noite se fez, Lázaro é novamente o bom hospedeiro, andando, sorrindo, comendo do pão que todos comiam.
Era o motivo de todas as alegrias.
Ao mesmo tempo um motivo de terror.

Para aquela gente, ele se tornou um enigma.

Quais seriam suas recordações daqueles 4 dias em que estivera no Vale da Morte?

Mas ninguém ousava lhe perguntar as aventuras da misteriosa viagem.
Pelo desconhecimento da letargia, nas semanas que se seguiram, quase que não se falava de outra coisa em Jerusalém e arredores.

Jesus nem tocara no cadáver.
Apenas ordenara e Lázaro agora estava no meio deles, em perfeita saúde.
Muitos o procuravam e ele se tornou alvo de curiosidade geral.

Depois de verem a Lázaro, os curiosos iam ter com Jesus, contemplando com um misto de admiração e medo aquele homem de Nazaré, que dava ordens à própria morte, e a morte Lhe obedecia.

Quando, uma semana antes de Sua morte na cruz, Jesus retorna a Betânia, narram João, Marcos e Mateus que a localidade fervilhava de peregrinos, por causa das celebrações da Páscoa judaica que se avizinhava.

Jesus foi convidado a jantar em casa de um tal Simão, chamado leproso.
Talvez um daqueles que Ele curara em algum momento da Sua jornada de luz pela Terra.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 10, 2012 2:39 pm

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Lázaro foi convidado, naturalmente, para tomar lugar à mesa do festim.
Personagem tão distinto não poderia faltar.

Entretanto, desde que o Amigo Celeste o trouxera de retorno à vida física, despertando-o do sono letárgico, Lázaro não é mais o mesmo.

Tudo ao seu redor, a paisagem risonha, a casa confortável, a delícia da vida, tudo se tornou uma coisa sem importância.

Lázaro entendera a mensagem de Jesus.
Os homens o temem porque percebem que o sangue palpita nas suas veias, seu corpo é quente, seus olhos brilham, seus lábios sorriem.

Ele retornou "do outro lado", mas dentro dele a vida canta "como esplende na paisagem colorida e na asa dos pássaros." (3)

Em Lázaro há uma intensa alegria pois reconhece a verdade nas palavras de Jesus:
"Eu sou a ressurreição e a vida;
quem crê em mim viverá, ainda que tenha morrido;
e quem em vida crê em mim não morrerá eternamente."


E o amigo de Betânia se dispõe a trabalhar com Jesus, no cortejo de espíritos da equipe do Espírito de Verdade.

As suas páginas, A afabilidade e a doçura, Obediência e resignação, A lei de amor, O dever se encontram em O evangelho segundo o espiritismo, no capítulo IX, itens 6 e 8, capítulo XI, item 8 e no de número XVII, item 7, ditadas todas no período de 1861 a 1863 em Paris.

Bem se revela Lázaro como aquele que muito amou a Jesus, elegendo-O à condição de amigo e seguindo-O, na qualidade de Guia e Modelo, quando afirma:
"O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência..."

"...A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres;
extingue as misérias sociais...

Quando Jesus pronunciou a divina palavra - amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo."


Salgado, Plínio. Vida de Jesus

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Estudos Avançados Espíritas - Página 17 Empty A Mente que não Mente

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 11, 2012 10:48 am

A ortodoxia religiosa sempre andou preocupada com a eclosão de doutrinas reformistas e renovadoras que classifica sumariamente de heréticas.

Essa vigilância tem levado a muita perseguição injusta e a não poucos arrependimentos e recuos.

Alguns heréticos chegaram mesmo a passar da condição de réprobos à canonização, como Joana D' Arc, quando foi revisto o seu processo.

Outros, como Giodarno Bruno e Galileu, constituem até hoje pontos sensíveis na história eclesiástica, como pecados da juventude que não relembramos sem angústia.

O problema, porém, tornou-se muito mais sério nestes últimos tempos, nos quais o arcabouço teológico começa a estalar ao peso insuportável da modernização do pensamento.

Ainda que a ciência também tenha seus dogmas e seus hereges, muito do que ela vai revelando adquire foros de conquista irreversível, geralmente em sacrifício de velhos conceitos superados.

Qualquer menino de ginásio sabe hoje que um corpo humano não pode subir ao céu como querem os dogmas da ascensão do Cristo e de Maria.

Mesmo admitindo-se a actuação de uma força propulsora que os projectasse para além da gravidade terrestre, os corpos assim deslocados, ficariam suspensos no espaço a circular na órbita da terra ou de seu satélite.

Esse tipo de conhecimento leva o homem moderno às trilhas da descrença por não saber como conciliar razão e fé.

Os grandes filósofos do cristianismo ortodoxo conseguiram, com enorme sucesso e por largo espaço de tempo, convencer fiéis de que a fé era uma coisa e razão outra, e que aquela não poderia ser subordinada a esta.

Ainda há quem admita esse conceito absurdo;
outros, porém, preferem pensar por sua própria cabeça e submeter à crítica da razão aquilo que lhes chega envolvido pela atmosfera abafada da teologia escolástica.

Estes derivam para descrença e desanimam na busca da verdade ou partem para o estudo sistemático de qualquer sistema que ofereça alguma luz ao entendimento do universo.

O Espiritismo é a doutrina que conseguiu, pela primeira vez, conciliar fé e razão, não admitindo aquilo que não puder passar no teste do racionalismo inteligente e esclarecido.

Por isso vai se impondo metodicamente, seguramente, ampliando cada vez mais sua área de influência, pois atrai a todos aqueles que, sem poderem mais aceitar a velha crença divorciada da razão, estão prontos para acatar uma verdade superior que não exige o sacrifício do raciocínio.

Mas ainda:
o Espiritismo expõe uma doutrina do mais profundo sentido humanista.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 11, 2012 10:48 am

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A sua racionalidade não a levou à frieza dos símbolos matemáticos ou dos meros conceitos filosóficos - é, antes, uma norma de vida, um roteiro para compreensão do universo e posicionamento do homem na escala cósmica.

Por isso, muitos nos procuram, o que preocupa, como é natural, os responsáveis pela perpetuação do superado sistema dogmático.

Através dos séculos, chegou a ser desenvolvida uma verdadeira técnica de combate às novas idéias que ameaçam a estabilidade da ortodoxia.

Essa técnica se aperfeiçoa com o passar do tempo, mas continua basicamente a mesma.

O Espiritismo é uma das doutrinas que muito vem incomodando a igreja especialmente a brasileira, ou seja, a porção brasileira do catolicismo romano.

Para combatê-los, vários e ilustres sacerdotes têm sido investidos dos necessários poderes e dos competentes "Imprimatur" e "Nihil Obstat".

Essa é a técnica básica.

Há algum tempo, entretanto, a dominante do plano de ataque era a velha doutrina de interferência do diabo nas manifestações mediúnicas.

Hoje isto seria inadmissível, pois até mesmo os sacerdotes já descobriram que essa história de demônio é fantasia pura.

A prova está nas declarações de alguns eminentes teólogos perante o Concílio Vaticano-II.

Impedidos assim de invocar o demónio de atacar a ciência nas suas conquistas mais legítimas, buscam qualquer princípio científico que ofereça a mínima possibilidade de apoio.

Esse é o ponto em que variou a técnica.

Um dos recursos de que estão se socorrendo os nossos queridos irmãos sacerdotes é a Parapsicologia, na qual vêm depositando grandes e infundadas esperanças.

A Parapsicologia ainda não está muito segura de si e sofre dum renitente mal de origem, que poderíamos chamar, recorrendo ao velho grego, de pneumofobia, ou seja, medo do espírito.

A jovem ciência que nós espíritas, poderíamos classificar como autêntica reencarnação da Metapsíquica, treme à ideia de acabar descobrindo o espírito humano e foge da palavra como, segundo se dizia, o desmoralizado diabo fugia da cruz.

Os modernos tratados de Parapsicologia giram todos em torno do mesmo "leit motiv":
"O Alcance da Mente", "O Novo Mundo da Mente", "Ciência Fronteiriça da Mente", "Canais Ocultos da Mente".

É tudo mente e nada de espírito.

Sobrevivência?!
Deus nos livre!
Pois se nem quererem concordar em que o espírito exista, como vão admitir que sobrevive?

Nada disso;
tudo se explica pela faculdade extra-sensorial da mente.
Mas que faculdade é essa e que "Mente" é essa?


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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 11, 2012 10:48 am

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Vêm, então, os nossos inevitáveis sacerdotes parapsicológicos deitar sabedoria extra-sensorial, contaminados irremediavelmente pela mesmíssima pneumofobia e tudo para eles é Mente também.

Topamos, assim, como esta incongruência, difícil de se admitir em homens que devem ter estudado a sua filosofia:

1 - a mente dispõe de faculdades extra-sensoriais (postulado cientifico que aceitam e ensinam);

2 - o espírito (alma) que não pode existir sem a mente; sobrevive à morte física (postulado teológico que também aceitam e pregam);

3 - a mente (ou espírito ou alma) não está sujeita a limitação de tempo ou de espaço (também pacífico).

No entanto, qual a conclusão:
A mente do espírito sobrevivente que ligada ao corpo, tinha recursos tão notáveis, não pode manifestá-los quando se separa do corpo pela morte física, a não ser através do "milagre"(!).

E os livros que contam essas coisas merecem ingénuos e inadvertidos "Imprimatur" e "Nihil Obstat", o que vale dizer que são aprovados, confiantemente para o leitor católico;
autoridades Eclesiásticas respeitáveis dão cobertura do ponto de vista teológico a obras que, do ângulo científico, estão oferecendo uma visão deformada e incompleta da realidade.

A Parapsicologia não tem substância suficiente para oferecer base à teologia ortodoxa e jamais a terá, enquanto permanecer contida nos seus gabinetes actuais.

No dia em que o mecanismo do espírito (chamem de mente se quiserem) for pesquisado por cientistas corajosos e despidos de preconceitos, vão ser "revelados" os seguintes pontos que o Espiritismo conhece há mais de cem anos:

1- que espírito existe, preexiste e sobrevive;

2- que há um intercâmbio ativo entre os homens que já viveram na Terra e os espíritos dos que vivem como homens;

3- que o espírito se reencarna, evolui e é responsável pelo que faz aqui e no mundo espiritual.

Diante disso, como é que vão ficar os nossos padres parapsicólogos?

Quando voltarem para o espaço, depois da chamada "crise da morte" e quiserem transmitir a realidade da sobrevivência ao companheiro encarnado, este poderá dizer muito simplesmente que não é preciso admitir a comunicação espírita;
basta a pantomnésia ou a hiperestesia directa, ou indirecta.

E o pobre espírito, dentro duma realidade irrecusável, irá amargar alhures a repercussão de sua vaidade teológica e científica.

Hermínio C.Miranda

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Estudos Avançados Espíritas - Página 17 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 11, 2012 10:49 am

As Drogas e suas Implicações Espirituais[/b]

I— Introducção

Um dos problemas mais graves da sociedade humana, na actualidade, é o consumo indiscriminado e, cada vez mais crescente, das drogas por parte não só dos adultos, mas, também, dos jovens e lamentavelmente até das crianças, principalmente nos centros urbanos das grandes cidades.

A situação é tão preocupante, que cientistas de várias partes do Planeta, reunidos, chegaram à seguinte conclusão:
“Os viciados em drogas de hoje podem não só estar pondo em risco seu próprio corpo e sua mente, mas fazendo uma espécie de roleta genética, ao projectar sombras sobre os seus filhos e netos ainda não nascidos.”

Diante de tal flagelo e de suas terríveis consequências, não poderia o Espiritismo, Doutrina comprometida com o crescimento integral da criatura humana na sua dimensão espírito-matéria, deixar de se associar àqueles segmentos da sociedade que trabalham pela preservação da vida e dos seus ideais superiores, em seus esforços de erradicação de tão terrível ameaça.

O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual.

Tal situação, somada àquelas de natureza fisiológica, psíquica e espiritual, principalmente as relacionadas com as vinculações a entidades desencarnadas em desalinho, respondem, indubitavelmente, pelos sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais e sociais a que vemos submetidos os viciados em drogas.

Em instantes tão preocupantes da caminhada evolutiva do ser humano em nosso planeta, cabe a nós espíritas, não só difundir as informações anti-drogas que nos chegam do plano espiritual benfeitor que nos assiste, mas, acima de tudo, entender e atender aos apelos velados que estes amigos espirituais nos enviam com seus informes e relatos contrários ao uso indiscriminado das drogas, no sentido de envidarmos esforços mais concentrados e específicos no combate às drogas, quer no seu aspecto preventivo, quer no de assistência aos já atingidos pelo mal.

II — A acção das drogas no perispírito

Revela-nos a ciência médica que a droga, ao penetrar no organismo físico do viciado, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o cérebro e as células, principalmente as neuroniais.

Na obra “Missionários da Luz” — André Luiz (pág. 221 — Edição FEB), lemos:
“O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue.
O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual.


Em “Evolução em dois Mundos”, o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurónios guardam relação íntima com o perispírito.

Comparando as informações destas obras com as da ciência médica, conclui-se que a agressão das drogas ao sangue e às células neuroniais também reflectirá nas regiões correlatas do corpo perispiritual em forma de lesões e deformações consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria aparência humana do perispírito.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 11, 2012 10:49 am

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Tal violência concorre até mesmo para o surgimento de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que “o perispírito funciona em relação a este, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias espirituais junto ao corpo físico e vice-versa.

Por vezes o consumo das drogas se faz tão excessivo, que as energias, oriundas do perispíríto para o corpo físico, são bloqueadas no seu curso e retornam aos centros de força.

III — A acção dos Espíritos inferiores junto ao viciado

Esta acção pode ser percebida através das alterações no comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão agredido pelas drogas, e das consequências futuras e penosas que experimentará quando estiver na condição de espírito desencarnado, vinculado a regiões espirituais inferiores.

Sabemos que, após a desencarnação, o Espírito guarda, por certo tempo, que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de encarnado.

O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e necessidade de consumir a droga.

Somente a forma de satisfazer seu desejo é que irá variar, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na carne.

Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente para saciar sua necessidade, valendo-se para tal do recurso, ou da vampirização das emanações tóxicas impregnadas no perispírito do viciado ou da inalação dessas mesmas emanações quando a droga estiver sendo consumida.

“O Espírito de um viciado em drogas, em face do estado de dependência a que se acha submetido, no outro lado da vida, sente a desejo e a necessidade de consumir a droga”

Essa sobrecarga mental, indevida, afecta tão seriamente o cérebro, a ponto de este ter suas funções alteradas, com consequente queda no rendimento físico, intelectual e emocional do viciado.

Segundo Emmanuel, “o viciado ao alimentar o vício dessas entidades que a ele se apegam, para usufruir das mesmas inalações inebriantes, através de um processo de simbiose em níveis vibratórios, colecta em seu prejuízo as impregnações fluídicas maléficas daqueles, deixando o viciado enfermiço, triste, grosseiro, infeliz, preso à vontade de entidades inferiores, sem o domínio da consciência dos seus verdadeiros desejos”.

IV — Contribuição do Espírita'>Centro Espírita no trabalho anti-drogas desenvolvido pelos Benfeitores Espirituais

As Casas Espíritas, como Pronto-Socorro espirituais, muito podem contribuir com os Espíritos Superiores no trabalho de prevenção e auxílio às vítimas das drogas nos dois lados da vida.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 11, 2012 10:49 am

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Com certeza, esta contribuição poderia ocorrer através de medidas que, no dia-a-dia da instituição ensejassem:

1. Um incentivo cada vez mais constante às actividades de evangelização da infância e da juventude, principalmente com sua implantação, caso a Instituição ainda não o tenha implantado.

2. Estimular seus frequentadores, em particular a família do viciado em tratamento, à prática do Evangelho no Lar.

Estas pequenas reuniões, quando realizadas com o devido envolvimento e sinceridade de propósitos, são fontes sublimes de socorro às entidades sofredoras, além, naturalmente, de concorrer para o estreitamento dos laços afectivos familiares, o que decerto estimulará o viciado, por exemplo, a perseverar no seu propósito de libertar-se das drogas ou a dar o primeiro passo nesse sentido.

3. Preparar devidamente seu corpo mediúnico para o sublime exercício da mediunidade com Jesus, condição essencial ao socorro às vítimas das drogas, até mesmo as desencarnadas.

4. No diálogo fraterno com o viciado e seus familiares, sejam-lhes colocados à disposição os recursos socorristas do tratamento espiritual:
passe, desobsessão, água fluidificada e reforma íntima.

5. Criar, no trabalho assistencial da Casa, uma actividade que enseje o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o esclarecimento, com fundamentação doutrinária, ao viciado e a seus familiares.

V — Conclusão

Diante dos factos e dos acontecimentos que estão a envolver a criatura humana, enredada no vício das drogas, geradores de tantas misérias morais, sociais, suicídios e loucuras, nós, espíritas, não podemos deixar de considerar esta realidade, nem tampouco deixar de concorrer para a erradicação deste terrível flagelo que hoje assola a Humanidade.

Nesse sentido, urge que intensifiquemos e aprimoremos cada vez mais as acções de ordem preventiva e terapéutica, já em curso em nossas Instituições, e que, também, criemos outros mecanismos de acção mais específicos neste campo, sempre em sintonia com os ensinamentos do Espiritismo e seu propósito de bem concorrer para a ascensão espiritual da criatura humana às faixas superiores da vida.

Xerxes Pessoa De Luna

§.§.§- O-canto-da-ave
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Estudos Avançados Espíritas - Página 17 Empty A Água de Todos Nós

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 12, 2012 9:57 am

ONU Organização das Nações Unidas — estabeleceu a data de 22 de março como o Dia Mundial da Água.

Na verdade, a homenagem é simbólica, porque o respeito a esse elemento e o reconhecimento dos benefícios que traz ao homem são deveres de todas as horas.

A reverencia foi ressaltada pelo facto de, no dia citado, a mesma Organização ter realizado em Marrakesh, Marrocos, um simpósio no qual foi feito um grave alerta ao mundo.

Estudiosos do equilíbrio ecológico afirmaram que em 2025 dois terços da população estarão vivendo em áreas com recursos hídricos escassos.

De nossa parte, questionamos:
a água no Planeta é o bastante para a sobrevivência do ser humano?

A preocupação é relevante, sobretudo se levarmos em conta que daqui a 30 anos a falta dela estará relacionada directamente com o aumento populacional.

Somos actualmente 5,7 biliões de habitantes em todo o mundo.
Em menos de três décadas, a população será 50% maior.
A relação entre produção alimentícia e irrigação tomar-se-á fundamental.

Acredita-se até que a competição pela água começará aí, já que para produzir alimentos em áreas irrigadas será necessário um volume de água também na mesma proporção.

O maior problema para o homem é que o mundo não tem muita água disponível.

Senão vejamos:
97% dos 1,4 bilião de quilómetros cúbicos de água são salgados.
Dos 3% restantes, 77% estão congelados nas regiões polares e 22% são subterrâneos, o que já exigiria elevada soma de recursos para o aproveitamento.


Diante desses dados, sobra exactamente 1% de água potável na superfície para ser utilizada pela população mundial.

E aí surge outra questão: essa quantidade é suficiente?

Resposta:
seria, se a distribuição dela não fosse desigual em todo o Planeta.
As 200 bacias hidrográficas mais importantes do mundo estão localizadas em áreas de fronteiras, o que significa ameaça de conflito, como os que ocorrem no Oriente Médio.


Nesse campo de graves ponderações, nós — latino-americanos — já oferecemos um valioso estudo ao mundo, quanto aos recursos hídricos que a região possui.

Aliás, a América Latina é o único continente a ter o mapa desses recursos até agora.
De acordo com os números, o Perú, por exemplo, é o país mais pobre, com 1 .800 m3 per capita do manancial.
O Brasil tem boa quantidade — 33.700 m3 per capita.

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