LUZ ESPÍRITA
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A mãe que desistiu do céu / M. B. Tamassia

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A mãe que desistiu do céu / M. B. Tamassia - Página 3 Empty Re: A mãe que desistiu do céu / M. B. Tamassia

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:51 pm

24 - CONSELHOS ANTIGOS AOS JOVENS MODERNOS
Se fosse chamado a dizer alguma coisa aos jovens, eu repetiria o que Séneca disse a Galion, na “Bem-aventurada Vida”, que resumiríamos assim:
“Não siga o jovem aqueles que não ligam para nada, blasonam do próprio carácter leviano e irresponsável.
Todo o tempo que vivermos vagando debaixo das cargas sugestivas destes tipos, seguindo-os e ajuntando-se a outros, debaixo de inspirações menos nobres, estamos sujeitos a praticar
tantos erros na existência, que possivelmente a vida toda será pouca para que nos arrependamos.”
E é conselho valioso que tem mais de dois mil anos!
Raramente, o moço exemplar, aplicado, honesto e fiel aos seus elevados ideais, insiste para que os colegas ,o sigam.
Preocupado em crescer e trabalhar, ou estudar duro, para tanto, não tem horários vazios, para bancar madrinha de tropa.
Cumpre o seu dever e não se imiscui na vida dos outros.
Mas, já os bagunceiros, contestadores e desafiadores, geralmente complexados, têm a necessidade de dar demonstrações de força e prestígio.
Insistem muito, e geralmente convencem os demais.
Quando garoto ainda, havia na cidadezinha em que me criei, um jovem deste tipo que se fazia sempre seguir por um bando.
Às tantas saía na calada da noite, ele na frente e os outros atrás, armados de estilingues para a excitante aventura de quebrar todas as lâmpadas eléctricas.
Na noite seguinte, programava acossar animais nos pastos, judiando tanto destes que os mesmos se atiravam pelas barrocas e de cima de pontes, rebentando-se todo.
Já tendo alcançado a adolescência, conheci um rapazelho, em minha terra natal, que exercia estranha liderança sobre os jovens.
Com extraordinário poder, arrastava os comparsas para bordéis, levava-os a curras e até lhes dava aula prática de gigolô.
Nesse tempo, eu vivia inteiramente voltado para os livros.
Não me lembro de um jovem sequer, embora convivesse com eles, organizássemos serestas, que tivesse sido atraído por mim a exercícios literários ou para o lado sério da vida.
O homem é mais facilmente contagiado pelo seu lado fraco.
Daí que os nobres de alma tenham de trabalhar duro o solo para nele vicejar a virtude e a sabedoria.
Séneca, na obra citada, fornece aos jovens, directrizes para que não fiquem no meio do caminho e se vejam decaídos e lastimados.
Diz aquele notável filósofo, que foi preceptor de Nero:
“O jovem deve se conscientizar ou deixar bem claro, na sua mente, o alvo que deseja atingir.
E para fazê-lo, deve estudar o caminho a ser trilhado.
E manter firmeza de propósito.
Quando estamos seguindo uma estrada de terra, objectivando alcançar uma cidade, podemos nos dar ao capricho de sair da via larga convencional e seguir por um trilho, caso verifiquemos que esse trilho encurta a distância e se encontra bem batido.
No entanto, quando se trata da nossa vida moral, se ansiamos para alcançar a felicidade, quase sempre o caminho mais cómodo é o que engana mais.
Não deve o jovem fazer como as ovelhas que seguem as que vão adiante, sem cogitar de que caminham inconscientes para a tosquia ou para o matadouro.
Nada nos leva a maiores males do que nos deixarmos guiar a opinião, tomando por bom aquilo que é aprovado e seguido por muitos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:52 pm

Seguir a maioria não significa escolher o melhor.”
De facto, a sabedoria antiga é sempre sabedoria, ontem como hoje.
A mim, me tem acontecido de receber pais aflitos, em minha actividade espírita, aos quais se encontram derruídos, pelo fato de o filho ter sido preso pela Polícia e levado ao xilindró por prática de actos reprováveis.
No fundo, vão verificar que se trata de más companhias e de modismo:
“Todo mundo puxa fumo, vamos puxar também.”
Assim, com a jovem que, logo, fica mal falada e desacreditada, em virtude de ter a cabeça feita pelas amiguinhas que lhe sugerem insistentemente:
“Todo mundo hoje pratica o amor livre, vamos, também, praticá-lo.”
Por tudo isto, este eminente filósofo da antiguidade, Séneca, insiste num ponto em que raramente insistimos:
“Não nos apartemos nunca da razão, pois Deus nos deu cabeça para pensar e não para que nos sentemos em cima dela”

TEMA PARA REFLEXÕES:
O caminho e os descaminhos.
As más companhias - O modismo - Lideranças inconvenientes.

PORVENTURA É NECESSÁRIO QUE, ALÉM DOS CONHECIMENTOS DO CURRÍCULO ESCOLAR E PROFISSIONAL, INOCULEMOS NO JOVEM UMA PROPÍCIA E ELEVADA FILOSOFIA DE VIDA?
- Sem dúvida alguma, apenas o conhecimento das ciências, das artes e Tecnologia não são suficientes para fazer um homem de verdade.
Na antiguidade, os alunos eram discípulos do professor, a quem chamavam por mestre e lhe tinham elevada consideração.
Assim Platão foi discípulo de Sócrates.
Mesmo os reis entregavam os seus filhos para que os preceptores, não só lhes ensinassem as letras, como aprendessem a viver.
Com o crescimento demográfico, cada vez mais, foram alterando os métodos de educação e, dada a quantidade de alunos, surgiu a necessidade de reuni-los em grandes classes escolares.
Também, para facilitar ó ensino em massa, estabeleceram-se programas para aprendizagem mais rápida, a fim de que se formassem em série.
Actualmente, substituíram o exame pelo método de computação, sim ou não, nos chamados testes!
Por outro lado, eliminaram dos programas todas as matérias referentes à educação, principal mente, no tocante ao carácter do aluno.
Como os pais, na vida moderna, passaram a viver mais fora do lar que dentro dele e as antigas religiões perderam a eficácia, eis que o homem, na sua mais importante fase, que é de assimilação, apropriou-se de tudo, menos de educação.
Daí o paradoxo deste fim de século, cheio de ciência e manifestações extraordinárias da inteligência, mas, nos mostrando quadros deploráveis, em que junto a uma juventude brilhante, corre outra verdadeiramente perturbada e em descaminhos.

QUE CONTRIBUIÇÃO O ESPIRITISMO TEM PARA ESCURECER OS PEDAGOGOS?
- A de que, ao contrário do que se afirma, os homens não são todos iguais.
Cada homem se constitui em uma auto-realização através de inúmeras vidas sucessivas.
O Espírito que anima cada um de nós pode ser velho, de meia idade ou novo, isto é, ter já muitas virtudes asseguradas, estar a meio do caminho ou permanecer ainda no limiar da Escola Cósmica Sendo, pois, por natureza, mais adiantados, atrasados, comportados, levados, responsáveis ou irresponsáveis, eis que importava se descobrissem métodos de ensino diversificados, em forma adequada, no ensino normal e moral.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:52 pm

25 - A LUZ POR DUROS CAMINHOS
São muitas as criaturas, que profundamente traumatizadas pela perda dos seus entes queridos, nos buscam desesperados.
Trazem o coração despedaçado. Isis, a grande deusa, andava pelo Egipto atrás dos pedaços do seu filho Osíris, assim como o coração de Maria deveria gotejar sangue, seguindo os passos de Jesus.
A morte, por contra-senso, leva o homem a conjecturar acerca da vida.
Passa a cogitar do que nunca o preocupou antes, imerso nas águas da fantasia e da ilusão.
Indaga, então, se aquele seu filho, um rapagão simpático, inteligente e afectuoso, será carne putrefacta na voragem da morte, em apenas um instante fatídico.
Ainda ontem um casal comparecia em nossa casa, que é minha residência, e também dos espíritos consoladores.
Por todos os cómodos predispusemos lenços mediúnicos para enxugar as lágrimas dos que sofrem, sem que ciência, filosofia, escola, políticos, e mesmo religiosos possam dar-lhes a Esperança do Reencontro e a certeza da imortalidade.
A mãe na calçada, o filho de seis anos brincando atrás do veículo de sua propriedade; o pai dá marcha- ré na enorme jamanta e passa por cima do garoto.
Estoura-lhe o corpo e as vísceras se despedaçam.
Haveria palavras de simples consolação para um caso tão trágico e cruel?
A gente não tem palavras, mas os espíritos consoladores, da grande legião dirigida pelo mais amante dos amantes, Jesus, têm a palavra sedativa própria.
Sabemos, só depois, que é outra óptica daqueles, agora redivivos que saem da cabina.
E mais do que consolação, esclarecimento.
Abre-se-lhes o reposteiro.
O enigma se esclarece.
É necessário fortaleza.
E o próprio amargor se transforma em gotas de sabedoria e compreensão.
Não só os humildes e simples buscam a verdade; também, os grandes nomes do saber.
Cesare Lombroso, grande nome da ciência se referia com desdém aos que diziam acreditar na sobrevivência da alma e sua comunicabilidade com os vivos.
Um dia, porém, assistindo uma sessão de materialização, na Itália eis que a sua mãe se materializa e lhe fala com o seu maneirismo inconfundível e no seu dialecto.
Isto abriu uma enorme fenda na couraça de Cesare Lombroso, que se encontrava encerrado na masmorra do corpo sólido, apalpável, carnal, e ele passou a enxergar outras dimensões do Infinito, onde moram as almas dos nossos irmãos que transpuseram o vale da morte.
O mesmo sucedeu a Oliver Lodge, corifeu da ciência da Inglaterra, que havia perdido o seu filho Raymond, na batalha de Flandres, na primeira guerra mundial.
Acostumado a pesquisar, Oliver Lodge fez um soberbo trabalho, de que dá conta na obra à qual deu o nome do próprio filho 'Raymond".
E, mais tarde, perante a humanidade toda, até mesmo os seus pares na Academia de Ciência, deu o seu testemunho da sobrevivência da alma, numa obra condensada que traz o título sugestivo; “Porque creio na Imortalidade".
Mesmo quando alguém pertença a Credo fechado que ensina a ressurreição do corpo no “Dia do Juízo Final", a perda de um ente querido, leva-o a perquirir sem mais constrangimento ou medo.
Assim aconteceu com James A. Pike, Bispo da Igreja Episcopal
que, de tanto procurar e sondar, reencontrou o seu filho, exclamando para toda gente:
"Comuniquei-me com meu falecido filho James, por intermédio de um médium, numa sessão de Espiritismo realizada em Toronto, sessão essa que foi gravada para a Televisão do Canadá.''
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:53 pm

Amanhã é outro dia.
Amanhecerá nossa alma e debaixo de outra luz, abraçaremos de novo nossos entes queridos.
E agradeceremos todo ó sofrimento que nos elevou à compreensão, à aceitação e à integração em comunidades espirituais, onde já não exigem tais provas.

TEMA PARA REFLEXÕES:
A consolação - todas as religiões cristãs a têm - O Espiritismo tem, a mais, os factos. A provação esclarecida.

EM QUE O ESPIRITISMO SE DISTINGUE DE TODAS AS OUTRAS RELIGIÕES CRISTÃS, NO TOCANTE A CONSOLAÇÃO?
- Embora o Espiritismo possua uma linguagem carregada de amor, a sua força consoladora, em muitos casos, provem do facto e o facto é a mola mestra da Doutrina codificada por Kardec.
Quando, pois, a pessoa sente-se profundamente abatida pela perda de entes queridos, principalmente os pais pela perda de filhos, eis que arrazoados metafísicos, o argumento de imortalidade que sé será constatada no dia do Juízo Final, em nada refrigera o coração do sofredor.
E uma promessa que se torna ténue, como aquela da Volta de Jesus, em novo advento, que tinha força extraordinária no começo do cristianismo.
Bem diferente é, rio entanto, se a pessoa chega a ouvir ou ler uma mensagem do ente amado, recebida através de médiuns de absoluta confiança, como por exemplo Chico Xavier ou Divaldo Franco.
Adicione-se a isto as lições e evidências da sobrevivência da alma, em outros planos, a lei de acção e reacção, que esclarecem os problemas do destino humano, eis que aquele pesado ónus da dúvida, no tocante à Justiça Divina, se resolve à luz da razão.
Entretanto, além dessa consolação religiosa, digamos assim, por não possuirmos outra palavra mais adequada, temos de considerar a consolação em seu sentido comum: o de lenitivo à aflição.
A simples consolação não cura o mal de ninguém; funciona como sedativo, mas, quando a pessoa sente dor lancinante, bem que se lhe torna bendito o analgésico ou mesmo um calomelano.
Assim todos nós devemos ter pronta a palavra consoladora para o que sofre.
Às vezes, mais do que a palavra própria que, de pronto, não encontramos, vale o gesto ou até mesmo o silêncio compungido que indica solidariedade.
Não devemos pensar que só o doente ou o atingido pela separação, através da morte, são os necessitados de consolação.
Há os portadores de paixões amorosas, que os levam a gestos tresloucados; os que se encontram trancafiados numa cadeia, os perseguidos pela Justiça, os caçados pelo chantagista, os desprezados pela família, os desempregados, os despejados, os arruinados financeiramente, os violentados por agressores, os torturados e os traídos.
O sofrimento campeia por toda parte, e chega a ser universal.
Sejamos dignos de ser seguidores do Divino Mestre Consolador, estendamos a mão e transmitamos a palavra
carregada de eflúvios refrigerantes e de imagens mentais que possuam dons miraculosos de transportar o aflito ou desanimado, de um painel de sombra para outro de sol.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:53 pm

26 - POR QUE JESUS NÃO NOS FALOU EM ARTE?
Quando jovem, eu me atrapalhava mentalmente no tocante ao Evangelho, por não encontrar nas palavras de Jesus a mínima alusão à arte.
De um lado eu me ligava a Jesus por profundo elo de amor, que condizia com um outro lado da minha natureza: a de servir, com todo empenho, os meus semelhantes, eu morava em Guarulhos, nas adjacências de São Paulo, para onde vinham rolando ondas de gente pobre, atacada por doenças insidiosas, sem mesmo um lugar para se recolher, que diremos receber tratamento.
Mormente a tuberculose os matava cruelmente, numa época em que não existia específico, tampouco hospitais.
Obtendo a cooperação do médico Paulino Filho, e do fornecimento de remédio pela Prefeitura, fazíamos o máximo possível.
Era tão alta a percentagem de morte que, a certa altura, contando com o idealismo e decisão do então Delegado de Polícia, João Ranali e outros companheiros, foi reformada uma casa velha, no centro da cidade, e transformada em estabelecimento original:
As pessoas eram recolhidas ali para, ao menos, terem um lugar para morrer.
Evidente, que Cristo Amor me caísse em cheio no coração.
Mas, por outro lado, embora tivesse pouca idade, era atraído irresistivelmente para o Belo.
Qualquer coisa bela, para mim, equivalia à mais linda prece pronunciada pelos lábios humanos.
Para eu crer em Deus não necessitava de sermão, tampouco de silogismos; apenas uma flor, um arrebol, até mesmo a chuva em tarde estivai.
Sobretudo a música era, para mim, algo transcendente que fazia o meu coração juvenil palpitar e mentalmente regredir a uma vida longínqua na esteira do tempo, enlevando-me sobremaneira.
Ainda nada sabia de Kardec.
Só mais tarde, vim a conhecer uma comunicação dada pelo Espírito de Rossini, em sessão na Sociedade Espírita de Paris, na qual discorre sobre a Música Celeste.
O autor de “O Barbeiro de Sevilha" esclarece:
“Uma dissertação sobre a música celeste!
Quem poderia de tal coisa encarregar-se?
Que Espírito sobre-humano poderia fazer vibrar a matéria em uníssono com essa arte sublime?
Que cérebro humano, que Espírito encarnado poderia apanhar-lhe os matizes, infinitamente variados?
Quem possui a esse ponto o sentimento da harmonia?
Não, o homem não está feito para tais condições!.
Mais tarde!_ muito mais tarde.” (“Revista Espírita", Ano XII, 1869)
A música não é onomatopaica quando profunda, e vem lá de dentro dos insondáveis arcanos.
Schumann reclamava que não pudesse passar para o papel todas melodias que os seus ouvidos interiores ouviam.
Um desperdício de beleza harmónica, logo dissolvida ali, no limiar do sensório, tornando-se, o belo, nada.
Ele então compunha apenas com o eco.
Beethoven, certamente ouvia por dentro, pois, era bastante surdo por fora.
A magistral Nona Sinfonia, a coral, que escreveu inspirado na Ode à Alegria, fê-la, no final, completamente surdo.
No entanto, neste mundinho chamado Terra qual a utilidade da música?
Com ela não se constroem estradas, tampouco se erguem arranha-céus ou fazem-se automóveis.
A Casa da Moeda não precisa de música para coisa alguma!
Foi graças a Kardec que esse grilo se resolveu em minha cabeça.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:54 pm

Segundo “O Livro dos Espíritos", a abundante bibliografia através de médiuns de grande gabarito, as mensagens soltas por toda parte, o colóquio com os nossos irmãos do lado de lá da vida, vim a saber que o céu não é ponto de reunião exclusiva das criaturas puras e angélicas, mas que a vida continua noutros páramos, em outra dimensão, após a nossa morte e que o nosso património artístico vai connosco.
Aí estão, no “Parnaso de Além-Túmulo”, os poetas presentes com o estilo próprio, as imagens e sortilégios peculiares a cada vate, dando uma prova inequívoca dessa perpetuidade da arte.
Através da médium londrina Rosemary Brown, os grandes músicos, que passaram por aqui, compõem e executam as suas composições.
Nas páginas da sua obra “Sinfonias Inacabadas", dizem “presente**:
Beethoven, Schumann, Chopin, Bach, Brahms, Grieg, Berlioz, Rachmaninoff, Debussy, Schubert e outros mais, liderados por Liszt, uma espécie de “public-relations" destes bigs da arte deste e de outro mundo.
A evolução do Espírito se dá de forma integral.
Assim, não só o Amor, mas, também a Arte e a Ciência que, de certo modo, prestam serviços e elevam os homens espiritualmente, são exercícios do Amor com outro nome.
Entendi, principalmente através de Emmanuel, transmitido pela psicografia de Chico Xavier, que, naquela época, em que o Divino Mestre se dignou de nos visitar pessoalmente, o homem precisava mais de Amor do que de outra faculdade qualquer.
Ou, talvez, possamos dizer que até hoje vivemos assim, fraco de coração, em penúria de afecto, correndo risco de provocar uma hecatombe planetária Jesus tinha razão, e terá sempre, enquanto o homem persistir vivendo egoisticamente, em desamor.

TEMA PARA REFLEXÕES:
A arte - o Belo - a Beleza em outros páramos - Jesus veio para o Amor.

TODA CRIATURA BELA É BOA?
— Sabemos que o belo deve estar intrinsecamente na natureza de Deus.
Platão dizia ser Ele o Sumo Belo.
Existe uma associação mental entre o feio e a maldade, o bom e a beleza, tanto que os seres evoluídos no Amor são vistos pelos videntes como seres radiosos de rara beleza.
Os hinduístas pintam os seus Devas, espíritos da mais alta hierarquia, como portadores de singular formosura e esplendor, sendo que a palavra Devas quer dizer os refulgentes.
No entanto, no plano físico não existe relação necessária entre o Belo e o Bom, talvez pelo facto de que aquilo que consideramos bonito advém de um estado de sensibilidade, em “rapport” com o objecto, a que estamos condicionados.
Isto explica que o índio caiapó, que se desfigura, colocando grossas argolas no beiço, para os seus povos e as suas donzelas, represente um verdadeiro Adónis.
Para a raça negra, nas tribos africanas, um branco é o que de mais feio possa existir, e a maioria dos jovens casadoiros, fugiriam de Elizabeth Taylor como o diabo à cruz.
Mas, afora isto, em planos espirituais mais elevados, a beleza começa a se libertar da matéria.
O Espírito elevado então se manifesta em plenitude.
A música deve ter uma expressão mais etérea, empregando esta palavra com sentido de evanescência ou transcendência.
A escultura não fica na dependência de que o artista use o cinzel e outras ferramentas de metais, arrancando lascas dos materiais.
A pintura, por certo, não se sujeitará ao manuseio de materiais plásticos grosseiros.
Só poderão os Espíritos criar directamente, sem os duros empeços da Terra, desde que sejam evoluídos e estejam mentalmente disciplinados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:54 pm

Se na Terra o artista pudesse criar directamente, através da ideoplastia, teleplastia e psi-cocinesia, seria um desastre.
Aliás, o artista se matricula na Escola Planetária Terrena para aprender a imaginar e a pensar com pleno autocontrole.
Torna-se habilitado a imaginar e fixar a sua imaginação na matéria; em seguida confere o que imaginou com aquilo que esculpiu ou pintou, aprendendo a dosar os seus impulsos.
A isto os hermetistas chamam pelo nome de correspondência.
E, persistindo, a correspondência entre o pensamento, a acção e o meio, produzindo um efeito que pode se sujeitar à lei de causa ou em sincronismo, eis que é quase certo que, em esferas superiores à terrena, tudo que é belo deve ser bom.
Na Terra, ao contrário, existem flores que se engalanam para devorar os insectos e mulheres famosas que desgraçam homens e impérios.
Daí que notícias do Além-Túmulo, descrevendo zonas inferiores, nos mostram criaturas horripilantes, e um Espírito, desvestido da carne, apresenta-se-nos como verdadeiramente é, sem conseguir ocultar a sua deformidade mental.
Na Terra, o julgamento sobre o carácter de alguém é difícil, pois, o vestuário da alta costura, a maquilhagem, e até mesmo a cirurgia plástica dão a uma dama medíocre, aspecto cheio de encantamento e divindade venusiana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:54 pm

27 - EM BUSCA DA SERENIDADE
A inquietação é característica dos tempos actuais.
A angústia ferreteia hoje os homens mais do que nunca.
Na obra “O Mundo que eu vi”, Stefan Zweig estremecia, contemplando as transformações pelas quais o mundo tinha passado.
Agora, a civilização lhe parecia gigantesca Veneza construída sobre um tremedal.
As valsas vienenses, retinindo nos pingentes de cristal, tinham se metamorfoseado em cacofonias ou silvos de serpentes.
Os bate-papos nos bulevares tinham desaparecido, diante da presença de horrendo duende, chamado Medo.
O céu começava a tomar-se fuliginoso de poeira física e de detritos da psicosfera.
Por esta razão, erudito, mas sem fé, suicidou-se, justamente na aprazível Petrópolis.
Sem dúvida, a enfermidade do fim do século, é de natureza psíquica, e o enfarte, que mais mata os homens, se origina da falta de ritmo nas emoções.
A filosofia da angústia adquire importância, e um esquecido Kierkegaard é ressuscitado por Sartre.
Quem souber protestar, consegue um lugar proeminente no teatro de arena.
A própria arte expressa desafogo de histerismo incontido.
Ingere-se mescalina, porque a necessidade de fuga se torna consequente.
Não possuindo mais asas religiosas para voar, nenhuma fé verdadeira na sobrevivência da alma, o homem lança mão de drogas psico-trópicas.
Que então descamba para a super-actividade do “business man’ norte-americano e fica neurótico.
Aquilo que nesta civilização parece vitalidade, dinamismo e tenacidade, esconde a fragilidade do ser.
Só fica-se sabendo dessa fragilidade quando Marilyn Monroe ingere um vidro de tranquilizantes e morre, ou quando Elizabeth Taylor se toma vítima do alcoolismo.
Muita gente boa caminha assim, inconscientemente, para o suicídio ou psicopatias graves.
O delicado motor psíquico entra em alta rotação, sem que ninguém mais consiga pará-lo.
Com os nervos à flor da pele, tudo então nos inquieta, coisas que, anteriormente, não chegavam nem mesmo a roçar o nosso sensório.
E a humanidade é uma termiteira de irritados. Irritado o motorista. Irritado o funcionário.
Irritado o capitão de indústria. Irritado o banqueiro e o bancário.
O patrão e o operário. O rico e o pobre.
A serenidade é o oposto de tudo isto.
Conquistar a serenidade é desamarrar-se do suplício da roda, permitindo que ela gire, sem que a nossa alma a acompanhe e se creste.
É uma libertação que se conquista com a reeducação mental.
Que, sobretudo, nos habituemos a seleccionar os influxos que repercutem em nosso aparelho psíquico ultra-sensível.
Não é porventura assim que fazemos com o nosso aparelho de televisão, virando o botão, quando o canal não nos agrada ou está nos fazendo mal?
Que tenhamos, pois, botões selectores para cada momento:
O momento do comando, o momento da obediência, o momento da conformação, o da providência, o da festividade, o do trabalho árduo, o do espairecimento, o da desportividade.
E, finalmente, um momento todo especial:
Aquele em que desligamos todas as estações e penetramos silenciosamente dentro de nós mesmos, descobrindo o nosso Eu Maior, aquele algo transcendente que reside em nós que é o próprio Deus connosco.
Assim, vivendo no mundo, elevar-nos-emos acima dele.
Que os objectos se queimem, a fumaça se enovele ao nosso redor, estejamos confiantes de que nós não podemos ser queimados, nem enovelados, porque a divindade, que reside em nosso interior, é superior a todas as contingências e anseios.
Por isto Jesus, simplesmente, disse aos apóstolos agitados e inseguros:
“Não vos inquieteis.”
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:55 pm

TEMA PARA REFLEXÕES:
A serenidade - calma - tranquilidade - confiança em Deus.

PODEMOS ALCANÇAR SERENIDADE NESTE MUNDO TÃO TUMULTUOSO E INTRANQUILO?
- Não vemos muita vantagem no fato de uma pessoa alcançar a serenidade dentro do seu
ashram, convento, eremitério, cavernas, lugares ermos, onde não exista vida de relação.
Se isto devesse ocorrer, Jesus não andaria pelas ruas de Cafarnaum seguido pela multidão.
A casa de Maria, Marta e Lázaro, na Betânia, andava sempre cheia de gente, com muito movimento e alegria Jesus gostava de ali estar.
Nela, Marta era levada aos cuidados e trabalhos; Maria, a cogitações transcendentes, mas, todos naquele ambiente encontravam momentos apreciáveis para troca de impressões.
Isto não impede de um homem extraordinário, um Siddhartha Gautama, preparar-se, atingir o samadhi ou a iluminação, pára depois sair pelo mundo fazendo a sua pregação.
Em termos de vida normal, o certo é estarmos juntos, misturando suor, ajudando-nos mutuamente, e até mesmo divergindo, caminhando rumo ao Infinito.
Se devesse ser diferente, não haveria evolução.
O homem segregado não assimila o progresso, não realiza a mentos-síntese, isto é, não absorve as ideias do semelhante para fixar as boas em si mesmo.
O próprio fato de que devamos deixar o Mundo dos Espíritos, onde estávamos vivendo em harmonia, com nossos irmãos afins e numa comunidade constituída de criaturas com as mesmas tendências nossas, a fim de reencarnar num Planeta Terra, de incrível heterogeneidade e promiscuidade, indica a intenção de Deus.
Na Terra somos provados.
Somos diariamente sacudidos em nossos brios e alvo de verdadeiros petardos que atingem o nosso campo emocional.
Somos então obrigados a aprender a ser serenos, calmos e reflexivos.
Existe, no entanto, uma apreciação mais elevada do que seja Serenidade, que tem um sentido um tanto metafísico.
Neste caso, serenidade quer dizer um estado de Espírito transcendente em que nos conservamos leves e de paz inexprimível pelas palavras humanas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 14, 2019 6:55 pm

28 - ARREPENDER-SE, ATE QUE PONTO?
O arrependimento é tema desenvolvido pelos grandes mestres de espiritualidade.
Jesus não só o colocou em parábolas, como deu exemplo da maneira como devemos tratar os arrependidos.
O filho pródigo é recebido com festas e Maria de Magdala, arrependida da vida luxuriante, toma-se figura destacada na história do Cristianismo.
Quando ressurge da campa, é a esta arrependida que o Divino Mestre se revela, facto que se constitui na revelação mais importante do Novo Testamento:
O da continuidade da vida além da sepultura, a derrota da morte, a possível presença dos chamados mortos junto aos chamados vivos, enfim, o esplêndido facto do “Túmulo Vazio”, a que tanto alude Emmanuel.
Nunca, em momento algum, vimos Jesus rejeitar uma lágrima de arrependimento.
Abaixa-se humildemente para recolhê-la dos olhos da mulher adúltera “Vai e não peques mais”.
O próprio baptismo era um acto formal e público de arrependimento.
Se alguém, pois, errou e repudiou o caminho do erro, ele deve ser perdoado, abrindo-se-lhe uma porta para o refazimento.
Se, no entanto, uma pessoa apenas finge
integrar a equipe dos Emissários da Luz, mas não faz o efectivamente, fica parado à margem da estrada, sem demonstrar o mínimo pesar, para nada lhe serve a nossa condescendência
Entre os que erram, há aqueles cuja obtusidade os impede de arrepender-se.
Estes não gravam na consciência as suas faltas.
Alguns são obstinados no erro, opacos e impenetráveis à luz, por se julgarem mais inteligentes e capazes do que os humildes.
A própria descrença na existência de uma Lei Superior de Justiça lhes advém dessa prepotência e arrogância.
Uma senhora, tendo participado das tertúlias espíritas, em minha residência, ficou tão entusiasmada que um dia trouxe o marido, grande engenheiro especializado em Informática.
Depois dos trabalhos, vi-o com semblante desprazeiroso e perguntei-lhe que havia achado das luzes kardequianas, ao que me respondeu:
É o que digo para minha esposa, isto tudo, nesta como noutras religiões, se constitui em muletas, que colocam nas criaturas frágeis para que possam andar.
Mas, eu, por exemplo, não necessito de muletas, logo, vivo muito bem sem religião.
” - Até quando?" - redargui.
Um dia chega para baixar-nos a cerviz.
Em sentido contrário, vamos encontrar vida afora, criaturas que transformam, no laboratório mental, pequenas falhas cometidas em verdadeiros pesadelos.
Não se conformam com a queda, mesmo que seja um simples tropeção.
Erguem diante de si mesmas um verdadeiro muro de lamentação.
O remorso exagerado lhes transforma a existência num verdadeiro inferno.
Encontramos muitos quadros, assim, na vida dos santos que escolhem o caminho do ascetismo.
Em certos conventos, os cilícios eram abundantes e umas irmãs azorragavam outras.
Uma jovem se me apresentou para uma avaliação espiritual.
Estava profundamente combalida, olhos apagados, compleição linfática, cheia de enfermidades psicossomáticas.
Não se tratava de obsessão como pensavam, mas, de monoideísmo, ideia fixa, que lhe causava uma auto-vampirização.
Havia anos cometera uma falta grave, e nunca mais viu o sol inundá-la de luz. Toda alegria se lhe tomou estranha.
Daí que Emmanuel nos advirta:
“Há que prevenirmo-nos não só contra o fingimento que nos impele a exibir superioridade imaginária, como também, contra aquele outro que nos induz a parecer piores do que somos.
Efectivamente é muito difícil assinalar qual deles é o mais ruinoso aos interesses do Espírito, porque, se o primeiro coagula a vaidade, favorecendo o desequilíbrio e obsessão, o segundo se define por sorrateiro agente de fuga, retardando o serviço a fazer."
Certo. Ninguém deve parar e olhar para trás, como a mulher de Ló que, por isto, se converteu em estátua de sal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:22 pm

TEMA PARA REFLEXÕES:
Arrependimento - Tribunal de Consciência - A reforma interior. - Tecla batida nas páginas bíblicas.

EM QUE SENTIDO O ARREPENDIMENTO É ÚTIL Â EVOLUÇÃO DA ALMA?
- O arrependimento é um volver-se sobre si mesmo e o conscientizar-se de que errou, gerando um estado de compunção, reprovação e dor.
Parece que dentro de cada um de nós existe um Tribunal que nos julga, implacável e automaticamente.
Sem esse Tribunal de Consciência, seríamos como bichos.
Somos acusados, julgados e, ao mesmo tempo, penalizados, sem que haja juízes togados, promotores e soldados.
Esse estranho Fórum da Justiça, dentro de nós, parece- nos uma fogueira cujas línguas de fogo nos lambessem a carne, dia e noite.
Possui, portanto, carácter depurador.
No entanto, o seu grau de ardume varia em relação à gravidade do nosso erro e à sensibilidade do nosso coração.
Há faltas que nos levam ao arrependimento, mas não chegam a provocar remorsos.
Apenas lastimamos ter agido incorrectamente.
Outras levam a criatura a remorsos tão lancinantes que a enlouquecem.
Todavia, esse Tribunal de Consciência não funciona de modo igual para todos.
Há pessoas que, mesmo cometendo toda sorte de vilanias, não se arrependem.
Conhecemos muitos criminosos na cadeia, que praticaram crimes revoltantes, sem qualquer arrependimento; e quando saem, em livramento condicional, logo na primeira esquina reincidem, voltando à agressão.
O melhor lugar para se analisar tais pessoas é a penitenciária ou o Palácio da Justiça.
Todavia, mesmo a nível social, e até familiar, notamos que a consciência não funciona de modo uniforme em todas as pessoas.
Aliás, tudo que pertence à faixa espiritual é refractário a qualquer codificação, donde terem sido ridículas as confissões auriculares, nas quais o padre confessor dava ao fiel uma série de penitências para cumprir.
Ocorre que, à luz do Espiritismo, cada ser humano possui um grau de desenvolvimento espiritual, segundo o caminho percorrido em inúmeras vidas pregressas.
Uns nem mesmo atingiram o grau de infantilidade; outros são crianças inconscientes, que só conhecem a dor e o prazer; outros, já em degrau mais elevado, entendem o que é certo e o que é errado, mas confusamente, assim, por diante.
Dessa forma, aquele estado de contrição pela prática do mal, depende do grau evolutivo do ser.
A Justiça Divina é perfeita, mas a Justiça Humana, imperfeita, aplica pena igual para seres desiguais, usando um absurdo código inflexível.
O que constatamos, ao menos em nosso trabalho de ouvir e aconselhar, é que nenhum doente da alma se cura sem que esteja arrependido dos seus descaminhos e abusos contra si mesmo.
Isto se dá com aquele que se queixa de que a esposa não mais o aceita, os bancos não lhe abrem mais as portas, certas enfermidades não o deixam, ou então, não consegue deixar a bebida e os tóxicos.
Sem arrependimento sincero, é difícil haja milagre.
Assim, embora, nos pareça que as pessoas mais delicadas e espiritualizadas sofram mais, elas se curam mais depressa, enquanto o empedernido não se curará nunca.
Dizem que o arrependimento tarda mas não falha; e isto é uma verdade, pelo facto que sendo todos nós, filhos de Deus, somos atraídos, mesmo inconscientemente, para Ele, para o lado positivo, para o crescimento.
No momento em que começamos a crescer, permitindo brilhar a luz crística em nós, mesmo que bruxuleante, aprendemos a nos examinar.
E verificaremos que estamos vestidos de andrajos!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:22 pm

29 - O PAPEL UTIL DOS MAUS
Que fazem os maus nesta existência?
Eles lixam os semelhantes tomando-os brilhantes.
No dizer de um simples professor de piano, Leschetizky, citado por Norman Peale:
“Aprendemos muito mais com as coisas desagradáveis que as pessoas dizem, porque nos fazem pensar, ao passo que as coisas boas, apenas fazem ficar contente.”
Evidente que não poderíamos ser atenazados a vida inteira e que tenhamos necessidade de boas palavras, até mesmo mentirosas a nosso respeito, para que, à maneira da plantinha acalentada pelo sol, sintamos estímulo de crescimento.
No entanto, como prelecciona Toynbee, a civilização tem avançado em virtude do desafio.
Enquanto houver desafio, haverá progresso.
Quando não houver mais pico a escalar, o alpinismo se tornará monótono.
Se, pois, a nossa psique se relaxa inteiramente e nos julgamos plenamente bons e inteligentes, acomodamo-nos.
Um profissional torna-se vencido desde o momento em que se julgue acima de qualquer crítica e que pense saber tudo.
Assim, também, no campo da realização espiritual.
Talvez o homem mais criticado da sua época tenha sido Jesus.
Chamavam-no o feiticeiro, o baixo, o chefe dos belzebus, o ímpio, o herege, o subversivo e até o bêbado ou admirador de mulheres fáceis.
O motivo, pois, de não sermos na Terra todos anjos é que realmente não somos anjos.
Somos seres perfectíveis, mas não perfeitos.
Existimos, partindo da estaca zero, e temos de aprender muito no campo moral, estético e intelectual. Se somos assim imperfeitos, o erro vem com a gente e está dentro da nossa própria psico-estrutura.
Se Deus nos colocasse num planeta homogéneo, onde todas as almas fossem iguaizinhas, nas virtudes e nos vícios, poderia haver progresso, mas seria lento.
A cocção se faz mais rápida, na medida em que o fogo é mais forte, se bem que as chamas poderão, ao invés de cozinhar, queimar a comida.
Mas é este nosso risco na sociedade humana e este o nosso mérito.
Os ensinos que nos trazem os Espíritos é de que ao morrer, experimentamos geralmente no Além algum tempo de vida em ambiente homogéneo, de almas semelhantes à nossa, mas que, de novo, nos vemos na contingência de viver com e amar dessemelhantes, voltando à Terra pelas vias da reencarnação.

TEMA PARA REFLEXÕES:
O mal e o bem - O sentido dialéctico na evolução do ser.

COMO PODEREMOS REFLECTIR NO TOCANTE AO MAL, CUJA EXISTÊNCIA CHEGA A NOS PERTURBAR O CONCEITO QUE TEMOS DE DEUS-AMOR?
- O conceito que temos de Deus é quase nada diante da suprema realidade da sua natureza.
Emprestamos a Ele muitas qualidades e defeitos que são nossos, e efectivamente não poderíamos falar d’Ele e entendê-lo senão dentro da nossa miopia.
Quem se dê ao trabalho de estudar a linguagem dos povos primitivos, verá que atribuem a Deus qualidades de valentia, usando a mesma que serve para designar um chacal.
A Jeová se atribuíam determinações próprias de um deus zeloso e cruel, como se lê no Deuteronómio.
No entanto, existe uma palavra que pode ser expressa até pela matemática, e ela se chama “Amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:24 pm

Amor é soma.
Amor é atracção.
Amor é princípio unitivo.
Facilmente veremos que a palavra Uno é uma das que usam para significar o Todo, que constitui o Cosmos.
Essa força poderosa que une todas as pecinhas do Cosmos, desde o átomo ao portentoso Antares, às imensas galáxias, as células entre si, biliões dentro dos seres, um homem a outro homem, aquele instinto procriativo que predomina nas espécies, isto tudo, podemos considerar Amor do Pai.
Evidente que esse Amor vai se apresentando com aspectos diferentes conforme o nível da existência seja mineral, vegetal, animal ou hominal.
Quando, então, passamos a conhecer o Amor, na dimensão seguinte a esta, no Mundo dos Espíritos, o Amor Divino incide mais directamente sobre nós, desvestidos da roupagem carnal, equipamento pesado que na Terra nos envolve, à maneira do que faz o escafandro ao mergulhador.
Como se fôssemos limalhas soltas, os espíritos mais desligados da Terra, descondicionados, como diríamos, são atraídos para diferentes centros polarizadores superiores.
Tais centros deixam de ser magnéticos, como ocorre no universo estelar, para se tornarem de magnitude espiritual.
Assim, Cristo atrai e coordena a população espiritual, como entidades outras, de Espíritos Co-Criadores, numes, expressões angélicas, se integrando no propósito de Deus-Pai, no sentido da harmonia e do bem.
No entanto, em sentido contrário, constituem-se colectividades que fomentam a desordem e o mal.
Formam reinos satânicos.
Perturbam a Ordem Divina.
Sempre que semearmos a cizânia, advogarmos a maldade, a crueldade, o desamor, seja a que título for, mesmo na Terra, tornamo-nos diminutos satanases.
No entanto, a força centrípeta de Deus-Pai acaba por anular todas as resistências.
Daí que a Senda do Amor Crístico seja a mais segura e que Allan Kardec tenha nos legado “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, como guia básico à nossa evolução.

COMO ENTENDER OS MALES QUOTIDIANOS QUE NOS AFLIGEM?
- Em nosso plano terreno, não conhecemos o progresso do espírito em linha vertical.
A água do mar evapora- se e sobe, mas sua ascensão já está limitada pela sua própria natureza e chega, no espaço, apenas a certo ponto, de onde despenha-se para a terra.
Em caindo, exerce importante ministério de vivificar a planta e todo o estofo planetário.
Assim, também, nós homens morremos, e nosso Espírito se desprega da matéria.
Cada Espírito, em virtude da sua própria natureza, como acontece com o vapor, “subirá” também até certa altura no Espaço espiritual, a que dão o nome de plano, esfera, etc.
Conforme ainda seja a sua densidade, acabará “descendo” à Terra pela porta da reencarnação e, morrendo, de novo “subirá”, devendo alcançar, no entanto, uma marca já superior à em que esteve.
Nesse vai-e-vem, se alambica, subtiliza-se, aproxima-se do Ómega, ponto conceptualmente final ou que dele se aproxime.
Então não necessita mais voltar à Terra Quando estamos “subindo”, consideramos um bem, quando descendo, um mal.
No entanto, a nossa falta de discernimento na carne, leva-nos a fazer confusão, entendendo que o êxito económico, o amor carnal, as aventuras, tudo que nos causa prazer humano, seja uma ascensão, enquanto que a dor, a amargura, o desengano, a falta de sorte seja um mal, quando poderá estar se dando o contrário.
De qualquer forma o refrão é verdadeiro:
“Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe."
Neste processo dialéctico de crescimento, Deus-Pai não permite que o homem perca o mínimo sacrifício que tenha feito para alcançar a Luz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:25 pm

30 - O BILHETE DO MENINO “RICARDO CORAÇÃO DE LEÃO”
Todos os dias, e principalmente aos domingos, depois da missa, o sacristão encontrava no altar-mor uns papeizinhos contendo dizeres assim:
“O meu neto Luiz está muito doente; permita, meu Deus, que ele se recupere até o dia das provas, para não perder o ano.
Agradeço, Pai Misericordioso”.
Às vezes, eram longos e a pessoa pedia:
“Cuide do Sebastião da Faustina.
Deu prá beber, Senhor.
Ele é muito bom.
O João da Venda anda desesperado por não poder pagar as suas dívidas.
Não deixe que ele perca o seu negócio.
Sempre vendeu fiado aos pobres, por esta razão ficou assim.
Depois vinha ainda uma relação de pessoas a serem amparadas.
O sacristão pegava os bilhetes e mostrava para o padre.
Este pediu que vigiasse bem para descobrir o autor de tais inusitadas solicitações.
Por fim, descobriu:
Era uma velhinha muito simpática de cujo semblante se irradiava muita bondade.
Era simples e desataviada.
O reverendo mandou chamá-la na sacristia e lhe fez severa reprimenda:
“Isto que você está fazendo é manifestação de deplorável crendice.
Ademais, não fica bem chegar a Deus como quem chega ao patrão, pedindo favores."
A velhinha humildemente respondeu:
“Porventura, não está escrito que devemos entregar os nossos problemas a Deus?
Então, eu faço isto.
E não calcula como tenho sido atendida.”
O padre se comoveu. Era também honesto e pensou consigo próprio:
“Afinal, que sabemos nós da maneira como Deus atende os homens?
Não serei eu aquele que estabelecerá o limite até onde chega a misericórdia divina”
E permitiu que a velhinha continuasse, desta forma, entregando a Deus os seus problemas.
Em minha casa, também, encontro muitos papeizinhos assim, depois das reuniões espirituais.
Não tenho o hábito, nem tempo, para passar os olhos nos mesmos.
Um dia destes, no entanto, encontrei um, para o qual a minha atenção foi chamada, talvez devido à caligrafia bem primária.
Era de um garotinho de sete anos, chamado Ricardo Muniz, muito ligado a mim, e a quem chamo, brincando, pelo nome pomposo de “Ricardo Coração de Leão”.
Ele escreveu no bilhete algo tão diferente dos outros, que me comoveu:
“Pai, sabe o que eu quero é a vida.
Obrigado pela vida.
Muito obrigado. Muito obrigado.”

TEMA PARA REFLEXÕES:
Acção de Graças - Reconhecimento - Gratidão e Ingratidão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:25 pm

O HOMEM DEVE RENDER GRAÇAS A DEUS?
- Sim, tanto quanto ser reconhecido aos pais pelo que tiveram paciência de aniná-lo, alimentá-lo, ensiná-lo a falar, conduzi-lo à escola, suportá-lo em seus ardumes juvenis e tratá-lo nas enfermidades.
Deus nos ofereceu esta gigantesca tenda luminosa cheia de coisas tão belas, a terra miraculosa e tão humilde que, silenciosamente, faz nascer o trigo, acolhe no regaço o lume do petróleo, a energia do urânio e o brilho das pedras preciosas.
Sem ruído algum, Deus, através da natureza, bombeia a água dos mares e dos rios para o alto e, por lei de gravidade, fá-la cair e, para que não destrua, usa o crivo fino como de um regador.
Deu-nos a luz e o calor, sem nos pedir por empréstimo uma pilha sequer ou uma acha de lenha.
Fá-lo utilizando o sol que realiza o maior milagre da vida, sem qualquer ostentação, a fotossíntese, fabricando substâncias orgânicas indispensáveis à vida material.
Sem qualquer rasgo de ufania, dessa maneira tão simples, alimenta as plantas com drágeas de sol e os animais, comendo as ervas, transportam para si as mesmas drágeas!
Dotou-nos de inteligência, utilizando um mínimo de elementos, na fabricação de nossa massa cinzenta, prodigiosa sede também da memória, sem fazer alarde de sua Informática!
Podemos fazer cálculos, inventar, induzir, deduzir e, sobretudo, algo que é maravilhoso, propiciou-nos a intuição, a imaginação e o sonhar.
Por fim, deu-nos o coração que as máquinas não têm.
Com ele podemos amar.
Sinceramente, digam-nos se não é para vivermos sempre em Acção de Graças!
Você agradece a vida que Deus lhe deu?
Garanto que não. Nem eu.
E muita gente boa não o faz. Pois bem,
“Ricardo Coração de Leão” o faz.
Geralmente, as pessoas pedem graças e protecção para si ou forças para superar os seus problemas.
Mas, casualmente, certo dia encontrei, de uma jovem chamada Cynthia, um bilhete também comovente:
“Peço-lhe, Jesus, muita paz e saúde a todos que me cercam, e peço que dê aos pobres e doentes alimento, abrigo e agasalho.
Acabe, Senhor, com as guerras e com os crimes; dê amor a este mundo.
Desde já lhe agradeço, pois sei que me atenderá. Ilumine os meus passos, faça com que o meu caminho esteja certo.
Guie-me, Senhor. Obrigada.”
Não sei quem é Cynthia, mas tenho certeza de que Jesus, lendo o seu bilhete, abriu-se em amplo sorriso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:25 pm

31 - O TIME DO MIOLINHO
Conta-nos Carlos Imbassahy que um dia se encontrou com o seu amigo Vaz de Carvalho o qual começou a discorrer entusiasmado sobre um quadro do Cristo sem barbas, quadro esse que pretendia expor num vernissage.
Neste ponto da conversa, Imbassahy obtemperou:
- Você está doido?
- Doido por quê?
Afinal, quem sabe lá se Cristo teve ou não barba?
- O caso - aduziu Imbassahy com ponderação - é que logo se formarão partidos e haverá luta acerada:
0 partido do Cristo com barba e o do Cristo sem barba Velhos amigos se separarão por causa da barba do Cristo.
Muitos pais não quererão ver os seus filhos considerados heréticos e aliciarão elementos, uns da ala conservadora barbuda e outros da ala avançada sem barba.
E, por fim, em virtude da barba do Cristo, ninguém mais prestará atenção nas palavras e nos ensinos do Divino Mestre.
Na humanidade, em quase todas as uniões, sociedades pias, benemerentes, esportivas, ligas, clubes de serviços, ou empresariais, tem aparecido menos do que uma grande barba, mas, simplesmente, uma barbicha, para provocar inacreditáveis e imprevisíveis dissensões.
Muitas vezes, passei por amarga experiência neste sentido, e isto quando estávamos realizando belíssimo programa assistencial e irmanados por princípios religiosos.
Certa ocasião, um grupo de seareiros, inspirado pelo que de mais nobre possa existir entre o Céu e a Terra, edificou um estabelecimento para abrigar ampla frente de trabalho assistencial.
Todos os integrantes da equipe comiam o pão que o diabo amassou para conseguir aquilo que, depois de pronto, expressava verdadeiro milagre da fé e do serviço inspirado por Jesus.
Tudo montado.
Tudo funcionando á contento.
Tudo maravilhoso, até o momento em que se formaram dois partidos:
um, que fazia questão de que a palavra “espírita” figurasse no nome da obra com letras destacadas; outro, que se opunha, baseado no principio de que a caridade é do Cristo, e não desta ou daquela religião.
Como sempre, surgiram dois cidadãos, A e B, cada um liderando uma ala, dividindo o movimento uno em dois.
De certo ponto em diante, já não se sabia perfeitamente bem como começou a discórdia.
O facto é que onde se semeia a cizânia, uns prestam muita atenção no erro dos outros.
E como em quaisquer organização, se dão sempre erros e acertos, haverá sempre com o que se preocupar e alimentar o desentendimento.
Não foi assim que a Guerra de Tróia se tornou interminável, em virtude da vaidade dos deuses do Olimpo?
Certa ocasião, consegui para a minha terra natal, Cotia, uma dúzia ou mais de instrumentos de sopro, sax, bombardino, trombone, etc., atendendo a apelo do Prefeito Municipal.
Como acontece em cidades pequenas, fui recebido, na inauguração,_ com a própria banda tocando nos ditos instrumentos.
Rojões, discursos, harmonia e beleza!
No entanto, à maneira de um fungo venenoso, brotou da terra uma questão:
“A quem pertenciam aqueles instrumentos doados?"
A Prefeitura achava que era dela; uma ala da banda entendia que lhe pertencia, enquanto outra se negava a tocar já que, a seu ver, cada instrumentista era proprietário do seu instrumento e devia levá-lo para casa.
A política entrou no meio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:26 pm

Tanta foi a celeuma que várias comissões se dirigiram até mesmo à Câmara dos Deputados Federais em busca de solução.
Numa outra modelar sociedade de serviço, o Rotary Clube de Ribeirão Preto, ao qual eu pertencia, deu-se, também, e de repente, uma desinteligência que se iniciou num miolo de pão.
Um dos mais destacados membros do Rotary viajou para os Estados Unidos e trouxe uma novidade:
“O Rotary Clube estadunidense não era assim solene e sisudo como o do Brasil.
Os rotarianos, depois do ágape, brincavam, arreliavam e jogavam miolinho de pão uns nos outros!”
E ele mesmo, como Secretário do Clube, iniciou na primeira reunião do almoço semanal, a brincadeira.
Mas, o primeiro miolo de pão atingiu quem não devia, um companheiro abespinhável.
Iniciou-se, então, a guerra da ‘Turma do Miolinho”, avançada, e a ortodoxa “Turma da Compostura”.
Conflito declarado.
O Rotary Clube só não se acabou, em virtude da actuação feliz e pronta do Rotary Clube de Campinas, padrinho daquela entidade.
Que estejamos, pois, prevenidos contra tais tipos de envolvimentos, sem nunca nos esquecermos de que este ou aquele detalhe, numa obra, pouco valor tem no conjunto, a não ser que a mesma seja tão insignificante que um pingo de água entorne o líquido fora do recipiente. Importa aprendamos a ter grandeza, como Deus que não destrói o mundo por causa das nossas quizilas.

DE QUE MANEIRA EVITAR QUE NOS INFLAMEMOS NAS DISCUSSÕES?
- Seguir aquilo que o Espírito de Dona Maria João de Deus, vendo o seu filho Chico Xavier passar por longas irritações sem conseguir explicar e nem ser compreendido, disse-lhe:
“Meu filho, para curar essas inquietações você deve usar a água da Paz."
Debalde o médium procurou nas farmácias a água da Paz que lhe fora receitada Dando conta à sua progenitora do seu fracasso, esta sorrindo esclareceu:
“A água da Paz pode ser água do pote.
Quando alguém lhe trouxer provocações, beba um pouco de água pura e conserve-a na boca.
Não a lance fora, nem a engula
Enquanto perdurar a tentação de responder, guarde a água da paz banhando a sua língua” 4

TEMA PARA REFLEXÕES:
A desinteligência - Conflitos - A emoção no lugar da razão — Kardec: o bom senso encarnado.

COMO CONSIDERAR A DESINTELIGÊNCIA?
- Certo que a palavra desinteligência já significa ausência de inteligência.
Como se entender que, no meio de pessoas altamente desenvolvidas intelectual e moralmente, se dêem conflitos, alguns tão exacerbados que conduzem os litigantes à forra física?
Não é difícil de compreender, porque, em certo momento, o homem deixa de usar o raciocínio, a razão, ponderação, análise fria do acontecimento, tomando-se um boneco de energia emotiva que o envolve inteiramente, como o cavalo que toma a rédea pelo bridão e se atira ao abismo.
A razão pouco tem a ver com a emoção.
O homem, apaixonado por uma mulher, assassina-a brutalmente num gesto tresloucado de “amor”!
São, por esta razão, os inflamados aqueles que mais convulsionam os meios.
Pedro, o Eremita devia ser um grande tribuno, pois, andava de cidade em cidade, na Europa, a mando da Igreja, convocando reis, príncipes, o povo em geral, para assaltarem Jerusalém e tomarem-na dos muçulmanos, aventura verdadeiramente quixotesca, tendo quase todos o co-participantes da I Cruzada sido inteiramente dizimados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:26 pm

O mesmo podemos dizer de Hitler, levando um povo intelectualizado à prática do genocídio e crueldades inauditas.
A palavra com carga emocional electriza a massa, e pode levar mulheres pacatas, como na Revolução Francesa, a uma audácia e ardor sanguinolento incrível, pois dançavam com as cabeças decepadas pela guilhotina espetadas na ponta de um varapau.
Por esta razão, os grandes guerreiros nunca foram escolhidos entre a classe do magistério, isto é, dos professores.
A própria religião, de modo geral, não evolui, está sempre ultrapassada pela ciência, pelo facto de crescer e se manter, em nível sentimental, exclusivamente, sem interferência do raciocínio.
A crença mais generalizada não quer dizer que seja aquela mais próxima da verdade.
O fiel jamais indaga das razões de isto ser assim ou assado.
Não precisa de lógica para ter fé.
Acreditamos que o primeiro professor e pedagogo que o Alto enviou à Terra, para liderar um movimento espiritual novo, foi Allan Kardec, aluno e assistente do grande Pestalozzi, bem como autor de obras didácticas.
Este Mestre lionês insigne não põe, naquilo que escreve, um pingo de emoção, mas, apela para tudo o que dispõe de raciocínio lógico.
Dal tenha recebido do grande astrónomo Flammarion o epíteto de “o bom senso encarnado”.

4 O “Lindos Casos de Chico Xavier”, Ramiro Gama, LAKE, 15§ ed., 1987, pg. 55.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:26 pm

32 - CONCEITOS FALAZES SOBRE O BOM E O MAU
Lin Yutang conta-nos que um velho vivia com o seu único filho, em um forte abandonado.
Certo dia, perdeu o seu cavalo, que lhe constituía arrimo de vida valioso.
Os vizinhos condoídos vieram expressar-lhe o pesar pelo infortúnio.
“Como sabeis que é má sorte?” - obtemperou o ancião aos visitantes.
Aconteceu que, poucos dias depois, o cavalo fujão regressou e trouxe na sua companhia uma verdadeira cavalhada.
E os vizinhos vieram felicitá-lo por ter surpreendentemente ganho tantos cavalos, quando houvera arriscado a perder unicamente o seu.
“Como sabeis que é boa sorte?” - redarguiu o velho, tomando-se frio às efusivas felicitações.
Pois bem, o seu filho, excitado diante de tantos cavalos, desejou experimentar todos, com ansiedade, e fez tantas artes que caiu e quebrou uma perna.
Apareceram novamente os vizinhos, apresentando-lhe os sentimentos por tão desagradável acontecimento.
“Como ainda sabeis se se trata de má sorte?” - vociferou o velho.
Eis que, poucos dias depois, estourou a guerra.
E, como o seu filho estava com a perna
quebrada, não foi convocado, deixando de padecer nas frentes de batalha e de morrer estupidamente.
Não temos necessariamente capacidade para ajuizar se os chamados eventos desagradáveis, que se dão em nossa existência, são efectivamente maus. Um magnata que se tomou meu amigo, em São Paulo, contou-me que o que lhe abrira as portas do êxito, fora terem-lhe negado um emprego público na mocidade, cargo para o qual havia feito concurso difícil, mas, preterido por candidato melhor apadrinhado.
Sofreu tanto a injustiça que adquiriu ojeriza ao emprego público, passando a lutar, com ardor, na actividade empresarial, do que lhe adveio a posição invejável que ocupava.
Se, pois, os males não são perfeitamente aquilatáveis, por outro lado, os bens e sucessos aparentemente felizes, nem sempre se constituem em bênçãos para nós.
Conheci uma senhora que dizia ter imensa saudade do tempo em que, casada de novo, ela e o marido, trabalhavam juntos em fazer doces e salgadinhos até altas horas da noite, para simplesmente ter com o que pagar as despesas essenciais de um lar.
O seu marido tinha um terno só, e era de uma simplicidade admirável.
O lar era-lhes um verdadeiro ninho de ternura recíproca.
Quanto mais lutavam, mais se ajustavam e se amavam.
Elevando-se, ele, no mundo dos negócios e engajando-se em actividades políticas, o lar se lhe tomou apenas um ponto de pouso nas contínuas andanças, do que resultou complicações afectivas fora do lar.
O êxito e a fulguração social, que a jovem esposa tanto desejara com grande empenho e que invejara nas outras mulheres, eram, agora, mananciais de dores e lágrimas.
Infelizmente, nossa mente deixa magnetizar-se por um evento qualquer negativo, prendendo-se a pequeninas coisas ou outras que falsamente nos parecem grandes demais, tais como uma nota baixa no boletim do filho, um desleixo do serviçal, uma transacção infeliz, um comportamento ingrato de amigo ou sócio, uma falta de consideração em determinada recepção ou festa familiar, serviço imperfeito do profissional contratado, uma crítica injusta ou considerações desairosas de alguém à nossa pessoa.
Temos a mania de arranjar cilicios para o nosso suplício permanente, pela incapacidade de neutralizar a nossa própria emoção.
E conforme vamos aprimorando essa infernalíssima arte de sofrer, as nossas mágoas aumentam por um factor negativo importante:
aquele de entendermos que só nós passamos por isto, os outros, não.
No jardim do vizinho não vicejam espinheiros, nem os mosquitos assentam nos seus bolos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:27 pm

A lição da vida, no entanto, é exactamente apropriada à nossa evolução.
Seja qual for o tormento, o importante é ter fé absoluta na interferência daquela poderosa Força Superior que transformou o caos terrestre dos primeiros dias, no actual Planeta Azul, e que segura os astros como se fossem plumas, pois, se é que cremos em Deus, toda criatura rica, pobre, remediada, boa, má, inteligente ou medíocre forçosamente deve entrar como elemento da sua respectiva ponderação matemática, com o componente de valor nesse prodigioso universo do Espírito, que começamos, só agora, a conhecer um pouco melhor, através de Kardec.

TEMA PARA REFLEXÕES:
Felicidade - Está dentro ou fora de nós - Competição ou Cooperação?

TEMOS, DE FACTO, A MEDIDA EXACTA DO QUE NOS SEJA UM EVENTO FELIZ OU INFELIZ?
- A felicidade está dentro do sujeito, tanto que o mesmo evento representa prazer para um e desgosto para outro.
Um clássico de futebol, entre Palmeiras e Coríntians, gera, ao terminar, estados diferentes na torcida, morrendo uns de parada cardíaca por alegria e outros por tristeza, segundo o placar.
A vida, muitas vezes, nos sugere ser escrita pelo método das partidas dobradas, nas quais infalivelmente há um título devedor para outro credor.
Se numa cidade grassa uma enfermidade, as farmácias ficam tão movimentadas quanto uma sorveteria em dia de calor, e os seus proprietários se rejubilam.
Conta Montaigne, em seus “Ensaios”, que um governador grego mandou prender um negociante de umas funerárias, pelo facto de que ele, no entusiasmo de ganhar cada vez mais dinheiro, torcia demais para que morresse mais gente, alegrando-se com a desdita dos outros.
Na área económica isto é muito comum:
se a broca ataca o cafezal do país concorrente, o produtor brasileiro manifesta-se eufórico, assim, como os plantadores de laranja quando um frio intempestivo provoca a baixa produtividade dos laranjais americanos.
Todavia, essa situação é gerado pelo fato de vivermos em regime competitivo uns com os outros, quando o certo é que vivêssemos em regime cooperativo.
O “mutirão” que os antigos usavam na colheita e a Prefeitura na construção de estradas vicinais, juntando-se todos no mesmo propósito, deveria ser o emblema do homem.
E o cooperativismo tem a vantagem de caber em qualquer sistema político.
Por outro lado, como dizia o poeta: “colocamos a felicidade sempre onde não estamos”.
Andamos atrás dela como dementados.
Isto nos advém de nossa permanente insaciedade.
Sempre temos algo mais a desejar.
De facto, somos entes incompletos, como se estivesse ainda nos fazendo; por conseguinte, só o encontro com Deus, nos tiraria de vez essa separatividade que nos defrauda.
Ao menos, a chamada Filosofia Perene aceita esta tese de unicismo que, por sinal, é substancial para os budistas que crêem numa plena integração com Deus, no Nirvana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:29 pm

33 - A RESPOSTA FINAL DE KARDEC A MAURIAC
Num patético artigo para o “The Saturday Evening Post", denominado A Resposta Final, François Mauriac, uma das maiores glórias das letras mundiais, confessa:
“Minha angústia muito singular, que não aprendi de ninguém, atormentou-me no momento em que comecei a tornar-me cônscio da tragédia contida no facto de ser homem; isto é, uma criatura condenada à morte e que vive sob a suspensão da execução por tempo desconhecido.
Esta suspensão toma-se cada ano mais curta, e minha vida parece aquela ‘humanidade infeliz
que um dos heróis de Balzac contemplou com horror ao vê-la encolher até o tamanho de uma moeda em sua mão trémula."
De certa maneira, o imortal Maurício Maeterlink, havia dito quase o mesmo:
“Para nós, em nossa vida e em nosso universo, há apenas um acontecimento de monta:
É a nossa morte.
Quanto mais os nossos pensamentos anseiam por se afastar dela, mais se lhe aproximam*.
Vida e Morte, eis um tema para todos os tempos, e que tem inspirado as mais diferentes reacções no homem.
Quando o ser nasce, ou mesmo na fase pré-natal, a natureza mobiliza inúmeros recursos para que a vida seja vitoriosa.
Somos, de pronto, dotados de um complexo equipamento de defesa que funciona, automaticamente, para que sobrevivamos.
Quando, depois, passamos a racionalizar nossos actos, submetendo-os à análise, fazemos questão de viver, embora possamos não saber para quê.
No struggle for life, na luta pela vida, quando e onde funciona a feroz lei do jângal, na falta da força física de Nenrod, apelamos para a simulação e dissimulação, que guardamos ainda, agora, em elevado nível de existência comunitária.
Um grande capitão de indústria, ou figura de relevo no mundo económico mundial, é criatura dotada da habilidade de um jogador de cartas, bastante adestrado a simular e dissimular.
Conforme o ser humano progride socialmente, vai adicionando, em sua personalidade, habilitações e conhecimentos que o inflam; mas, não só inflam-no, como também, criam-lhe uma couraça defensiva e activista.
Conforme o tempo passa, a civilização se agiganta, o homem toma, mais e mais, a rédea do mundo.
Isto nos causa a impressão de que Deus deixou de dirigir o nosso pequeno orbe planetário, largando todo o negócio nas mãos de seu filho homem, propiciando o aparecimento de um ciclo novo na faixa da vida, a que denominamos hominal.
O homem ilumina a noite escura, vence a gravidade e voa, dá um pulo à Lua, examina “in loco’ o chão de Marte, desloca os rios, barra-os, fazendo as águas ociosas lhe produzirem energia, aumenta a sua potencialidade, a ponto de Hércules tornar-se um pigmeu; penetra nas entranhas da matéria, descobre o seu grande segredo, estoura o átomo, predispõe elementos inter-atómicos, inventa engenhos mortíferos capazes de destruir a própria casa planetária, descobre o raio laser, fabrica robôs e incrementa a informática.
Não obstante esta e outras notáveis aventuras da inteligência, o homem singularmente falando, por mais que tenha se agigantado, permanece debaixo da mesma lei que se destina ao seu gato ou cachorro.
Não obstante possa ser um Prémio Nobel de Literatura, como Mauriac, conhece o homem apenas corporalmente e, consequentemente, envelhecendo, sente-se como animal, sob a lei inclemente que lhe rege o destino.
Nascer, viver e morrer, e talvez uma continuidade biológica através da reprodução.
Nenhuma outra abertura, senão essa do sémen, que afinal é a mesma do orangotango.
Sobretudo, nosso grande homem do mundo civilizado, alta expressão da ciência, da tecnologia, da literatura e da arte, começa a envelhecer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:29 pm

É-lhe fatalidade cruel, pois tudo
aquilo que armazenou no cérebro, em sessenta anos de dedicação porfiada, geralmente fechado dentro de uma biblioteca ou de um laboratório, dias mais, ou dias menos, será jogado dentro de uma cova.
Assim, a vida não poderia fazer sentido para ninguém!
No entanto, se Mauriac fosse humilde e seus colegas também, bastaria que olhassem a vida através dos ensinos de Kardec, principalmente, através da sua obra fundamental “O Livro dos Espíritos".
Em linguagem didáctica, sem carga mística alguma, aprenderiam que a vida continua além da sepultura.
“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre tal é a lei.” - é um dos enunciados básicos da Doutrina Espírita.
Por outro lado, quando este homem tivesse qualificação de cientista ou pesquisador, encontraria obras e mais obras, na bibliografia espírita e paralela, com soberbos fatos comprobatórios da sobrevivência.
Morte é uma simples palavra para descrever aquilo que desaparece diante da nossa percepção sensorial, principalmente, a vista
No caso do ser humano, o que é Espírito volta ao seu estado anterior, antes do renascimento, passando a sobreviver noutra dimensão, naquele estágio a que Kardec chamou pelo nome de "Mundo dos Espíritos”.
O progresso é contínuo até o ponto máximo da convergência: Omega.
O gelo nos morre como sólido, se transforma em água, portanto, líquido e este se evapora.
Por esta razão, caro Mauriac, e a esta altura você deve já ter conhecimento disto, onde se encontra no plano espiritual, a sua bagagem cultural, tanto quanto a de um Einstein ou a arte de Toscanini não se perde, e jamais se perderá.

TEMA PARA REFLEXÕES:
Que é a morte?

QUE É A MORTE?
— É o perecimento de um ser vivo ou o seu desaparecimento em nossa dimensão, fugindo aos nossos sentidos.
Se pisamos numa lagarta ela se converte numa porção de massa esverdeada repugnante.
Eis que ela pereceu, ou digamos, morreu.
Mas, se a deixarmos viver, se transformará numa linda borboleta.
Então, ela simplesmente desapareceu como lagarta e reapareceu como outro animal.
Se o observador não soubesse que lagartas viram borboletas, entenderia que a lagarta tinha morrido e que a borboleta tinha nascido, como ser à parte.
O mesmo ocorre com o homem.
Ele morre para os nossos sentidos, deixando de existir como ser humano.
Mas, isto é simplesmente uma impressão para os nossos sentidos, principalmente da vista e do ouvido.
Do casulo de carne, se tivéssemos desenvolvida e adequada vidência, veríamos o seu Espírito sair para outra vida, como ocorreu com a borboleta.

POR QUE OS HOMENS DE CIÊNCIA OU DE LETRAS, VIA DE REGRA TÊM DIFICULDADE EM ACEITAR A IMORTALIDADE DA ALMA?
- Pelo facto de que ser homem de ciência de letras, detentor de Prémios Internacionais, não significa desenvolvimento espiritual.
Jesus procurou os apóstolos entre os humildes, e lastimava que aqueloutros preparados, estudados, de categoria elevada na comunidade israelita, estivessem vendo, mas, não entendendo coisa alguma.
O motivo geralmente é a prevenção que o doutor tem pelo sobrenatural, receando que ele seja tido como ignorante e supersticioso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2019 7:29 pm

AFORA ISTO, EXISTEM OUTROS EMPEÇOS?
- O pavor da morte é generalizado em toda a humanidade.
Nasce de um vácuo tremendo que sentimos quando nos colocamos diante do não-ser.
Deus nos criou dentro de leis naturais, defendidos por um vigilante instinto de conservação.
Sem tal instinto não se teria dado a evolução das espécies.
Mas, depois, que nos tomamos homens, importava que esse instinto se atenuasse em nós, substituído pela razão.
É o que deveria acontecer e, por certo, acontecerá depois de um estágio para frente, em que estivermos maduros e mais espiritualizados.
Por enquanto, mesmo em nós, espiritualistas, esse instinto é forte e dominante, e vemos isto quando uma pessoa está morrendo afogada e poderá afogar todos os que forem salvá-la.
Muitos actos anti-sociais do homem que, insensível, deixa crianças morrerem de fome, enquanto possui a despensa cheia e reservas enormes, se ligam ainda a este instinto primário.
Tem-se a impressão que o ser racional, com que se encontra dotado, não se desenvolveu de todo.
A importância do Espiritismo é considerável neste dealbar do III Milénio, pois que cabe a ele missão, bem difícil, de demonstrar por “a + b" que morte é vida que continua se manifestando noutra forma. Kardec por isso enunciou a Fé Raciocinada que nos levaria à descoberta do Mundos dos Espíritos.

BIBLIOGRAFIA
“Que é um santo?", J. Douillet, 1940, Editora Flamboyant.
“Ensayos*, Miguel de Montaigne, 1956, El Ateneo Editorial, Argentina.
“Compêndio de Economia Política", 1942, Livraria Globo.
“O Dom de Curar", Ambrose e Olga Wforral, Editora O Pensamento.
“Ninguém está só—”, Catherine Marshall, Editora Cultrix.
“Evolução Criadora", Bergson, Editora Cultrix.
“Novo Catecismo", Instituto Superior de Nijimegen da Holanda, Editora Herder.
“Jesus, o Filho do Homem", Gibran Kalil Gibran, Editora Civilização Brasileira.
“As Novas Religiões”, Jacob Nedleman, Editora Arte- nova.
“Edison", William A. Simon, Editora Flamboyant.
‘Perfil de Goethe", Pedro de Almeida Moura, Editora Melhoramentos.
“Remotos Cânticos de Belém", Wallace Leal V. Rodrigues, Editora O Clarim.
“O Ramo de Ouro", Sir James George Frazer, Editora Círculo do Livro.
‘Decadência e Regeneração da Cultura", Albert Schweitzer, Editora Melhoramentos.
“El Porvenir dei Hombre", Teilhard de Chardin, Editora Taurus, Madrid.
“Obras", L Anêu Séneca, Atena Editora.
‘O Conceito de Angústia”, Sõren Kiekegaard, Editorial Presença.
‘A Conduta da Vida", Ralph Waldo Émerson, Cia. Brasil Editora.
“Raymond", Oliver Lodge, Gráfica e Editora Edigraf, São Paulo, SP.
“Meu Filho Vive no Além", Walter Wÿnn, Editora O Clarim.
“A Morte", Maurício Maeterlink, Livraria Clássica Editora, Portugal.
“Schumann, sua vida e sua obra*, Camille Mauclair, Editora Cultura Brasília.
“Sinfonia Inacabada", Rosemary Brown, Gráfica e Editora Edigraf .
“O Mundo que eu vi_", Stefan Zweig, Editora Delta.
“É fácil viver bem", Norman Vincent Peale, Editora José Olímpio.
‘Importância de Viver", Lin Yutang, Editora José Olímpio.
“O Livro dos Espíritos", Allan Kardec.
*0 Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec. *0 Céu e o Inferno", Allan Kardec,
Nosso Lar, Os Mensageiros, Missionários da Luz, Obreiros da Vida Eterna, No Mundo Maior, Agenda Cristã, Libertação, Entre a Terra e o Céu, Acção e Reacção, Conduta Espírita 9 obras todas de André Luiz, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, Ed. FEB.

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