LUZ ESPÍRITA
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UMBANDA E ESPIRITISMO / José Queid Tufaile Huaixan

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:13 am

UMBANDA E ESPIRITISMO
José Queid Tufaile Huaixan

AS ORIGENS DA UMBANDA

Para compreendermos as origens da Umbanda precisamos entender que o mundo não se resume só nas actividades, nem na cultura que observamos à nossa volta.
Cada país, cada povo, possui seu atavismo cultural, sua bagagem histórica.
Atavismo é o conjunto de valores morais, físicos e culturais que cada nação possui e que foram herdados das gerações antecedentes.
Essas experiências são passadas de geração a geração, mantendo ao longo da história, uma gama de características comportamentais que identificam os povos e as nações.
Carl Gustav Jung (Suíça, 1875-1961), eminente estudioso do psiquismo humano, afirmou que o atavismo é provocado por um mecanismo que ele denominava "inconsciente colectivo", cujos conteúdos são arquétipos, isto é, representantes comuns dos instintos nas diferentes culturas.
É nesse sistema que os costumes, conhecimentos e valores dos antepassados se deslocam pelo hábito e por uma espécie de espírito conservador para as gerações vindouras.
Chega-se a dizer popularmente que os jovens possuem no "sangue" muitos valores e defeitos dos seus antepassados.
Ora, nós espíritas sabemos que a alma não herda caracteres morais ou intelectuais daqueles que se constituíram em pais carnais do indivíduo.
Portanto, o inconsciente colectivo é mesmo um mecanismo de transferência de valores.
Para se entender a Umbanda é preciso primeiro compreender como foi formada a sociedade brasileira e quais são suas raízes étnicas.
Uma seita, culto ou religião, instala-se num dado grupo social quando encontra elementos culturais favoráveis à sua proliferação.
Quais são, pois, as características sócio-culturais da sociedade brasileira?
Vejamos:
Sabe-se que no Brasil existe uma mistura muito grande de raças.
Se, por um lado, esse fato deixou o brasileiro sem identidade definida, por outro fez com que a nação se transformasse num verdadeiro berço, onde qualquer Espírito encarnado encontra espaço para suas realizações.
Daí a facilidade para frutificar ideias religiosas de diversificadas tendências.
Quem chega ao país, depois de certo tempo acaba sentindo-se em casa, dada a diversidade de raças e costumes.
No princípio, no entanto, não foi assim.
Ao desembarcar no continente no ano de 1500, os colonizadores portugueses encontraram aqui uma significativa nação indígena.
No passar do tempo, esses povos foram dominados e subjugados pelos conquistadores europeus.
O reflexo desse domínio perdura até os dias de hoje na forma de perseguições, abandono e preconceitos contra as tribos aborígenes.
Pode-se, pois, afirmar que a primeira raiz do povo brasileiro é o índio.
Habituados à vida na natureza, os silvícolas não se adaptaram ao que os brancos queriam com sua diferente cultura e reagiam como podiam ao trabalho escravo, imposto pelos novos donos da terra.
As "capitanias", imensas fazendas feudais, deveriam produzir riquezas destinadas à Coroa Portuguesa.
Mas faltava mão de obra.
Os índios não se mostravam dispostos a servirem de força de trabalho.
Onde se poderia arranjar trabalhadores capazes de cumprir com as obrigações do campo?
A Europa certamente não seria.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:13 am

Ninguém por lá estava disposto a deixar as delícias da Corte para encarar o serviço braçal numa terra quente, cheia de mosquitos, doenças e outras coisas mais, a não ser os degredados, e obviamente porque lhes era imposto.
Tiveram então a ideia de buscar na África o elemento negro.
Não tendo razões lógicas para convencer esses irmãos a deixarem sua terra, empreenderam verdadeiras caçadas, caracterizadas pela forma desumana com eram executadas.
Nascia o tráfico de escravos negros.
E, eles foram trazidos para o país em grande quantidade.
Muitos dos que embarcavam nos imundos navios negreiros, nunca chegavam a desembarcar na terra tupiniquim, pois ao serem tratados como animais, adoeciam e era atirados aos tubarões para que não contaminassem o resto da "carga".
O negro:
eis a segunda raiz de nossa gente!
Antes do aparecimento do povo brasileiro, cada uma dessas duas raças, o índio e o negro, já trazia particularmente sua história milenar e, com ela, um património cultural e religioso.
Ao misturarem-se, pela convivência, com a cultura europeia trazida pelos descobridores, pelos aventureiros e mais tarde pelos imigrantes, deram origem ao conhecido "povo brasileiro".
A Umbanda foi fundada no Brasil por razões diversas.
Uma delas é essa bagagem religiosa atávica que nos liga ao passado do negro e do índio (pretos-velhos e caboclos).
Ela teve facilidade para crescer nesse sítio espiritual.
Outra razão, foi a de desenvolver junto ao povo, um trabalho mais voltado para os interesses imediatistas, popularescos.
A Umbanda também nasceu em terras brasileiras para actuar na solução de certos processos obsessivos, não alcançados pela prática espírita da época: a magia negra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:13 am

A DOUTRINA ESPÍRITA E O POVO

A Doutrina Espírita, Consolador prometido por Jesus, tendo como representante humano a figura de Allan Kardec, apoiou-se no pensamento e na cultura europeia.
Seria muito bom que tais ensinamentos fossem absorvidos por todos os povos, de modo a direccionar-lhes a vida e o futuro, mas a realidade tem se mostrado outra:
o "povão", que forma o grosso da massa humana no Brasil, não absorve seu conteúdo como o desejado.
Prefere outras formas religiosas mais afinizadas com suas condições atávicas e conforme seu grau de desenvolvimento espiritual.
A tradição católica, por exemplo, é muito forte em nosso meio, embora a maioria das pessoas que dizem professar essa religião, só o façam nas aparências.
O Espiritismo, como a experiência demonstra, deu seus melhores frutos junto às classes mais intelectualizadas, mais sintonizadas com o espírito europeu.
O povo brasileiro sofreu uma influência atávica secular, onde os valores religiosos foram basicamente aqueles introduzidos pelo índio, pelo negro e pelo catolicismo.
Boa parte da população tem dificuldades para compreender as finalidades do Espiritismo.
Antes confundem-no com toda ordem de seitas que lidam com o elemento espiritual.
Isto é perfeitamente compreensível, pois sendo uma doutrina bastante nova no mundo, levará tempo para que as pessoas possam compreender seus verdadeiros objectivos.
Alia-se a isso a imaturidade de espírito de um povo já secularmente arraigado a princípios religiosos dogmáticos e sectários, pode-se entender quais dificuldades encontraria a Doutrina Espírita para se firmar no seio do povo brasileiro.
Embora diga-se o contrário, o Espiritismo ainda não foi bem compreendido entre nós.
Ainda somos minoria e mesmo entre os espíritas, existe uma certa dificuldade em compreender os nobres propósitos dessa doutrina de libertação do Espírito.
O povo, de uma maneira geral, não se beneficia do melhor que o Espiritismo tem a oferecer que é o estímulo às mudanças do indivíduo.
Encara a Doutrina apenas como uma "religião" que faz muita caridade, devido as características assumidas pelos primeiros adeptos no país.
Mas, com o tempo, e com a maturidade do povo, essa visão se modificará e o Espiritismo poderá exercer a influência salutar entre os povos, que poderá modificar a face do planeta, se assim o quisermos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:14 am

O CANDOMBLÉ

Os negros africanos, ao chegarem ao Brasil, trouxeram um culto primitivo, oriundo de sua pátria, conhecido como Candomblé.
Aparentemente de maneira infantil, cultuavam alguns deuses chamados por eles de "orixás".
Essas divindades seriam, por um lado, ligadas à natureza e por outro aos homens.
Praticantes seculares do mediunismo, os negros adeptos do Candomblé, não aceitavam e não aceitam até hoje, a "incorporação" em seus médiuns de Espíritos de "mortos".
No Candomblé um Espírito errante é chamado de "egum".
Nos terreiros de Candomblé, só se manifestam mediunicamente as divindades chamadas de "orixás".
O Panteão Africano constitui-se basicamente por sete Orixás Maiores e ainda por muitos Orixás Menores.
Os primeiros, são voltados para o lado mais divino da obra de Deus.
Os últimos, são mais ligados à própria criatura humana.
Os "orixás", ao presidirem a própria natureza através de seus agentes, trariam em si características de personalidade que os ligariam a determinados estados evolutivos da espécie humana.
A vibração provocada pelo tipo de personalidade de um certo indivíduo, vai colocá-lo sob a influência de determinado "Orixá".
Diz-se, então, que ele é oriundo daquela faixa psíquica, ou como fazem no Candomblé, que ele é "filho de Santo".

Os Orixás maiores são:
OXALÁ - Símbolo da natureza religiosa, santificada.
Não é Deus, mas está abaixo Dele, presidindo seus desígnios.
Para os iniciados é o Cristo, para os umbandistas, Jesus.
Na natureza, liga-se aos céus e tudo o que nele há.

IEMANJÁ - Símbolo da natureza feminina, da beleza e da reprodução.
Na natureza, liga-se às águas do mar.
No sincretismo, Nossa Senhora.

XANGÔ - Símbolo da justiça.
Envolve o cumprimento da lei de causa e efeito, com os seus "agentes" de naturezas diversas.
Segundo os estudiosos, é esse orixá que dá origem à justiça terrena.
Na natureza liga-se às montanhas.
No sincretismo, seria São Jerónimo.

OGUM - Simboliza a ideia de trabalho, de luta, de guerra, de vitória.
Na natureza, liga-se aos metais.
No sincretismo, é São Jorge.

OXÓSSI - Simboliza a natureza jovem, de homens e mulheres, a alegria saudável, a energia jovial.
Na natureza está ligado às matas. No sincretismo, é São Sebastião.

IORIMÁ - é símbolo de maturidade, de serenidade, amor, compreensão e humildade.
Na natureza, liga-se à movimentação das águas, cachoeiras etc.
É o estado de experiência do velho.
No sincretismo, é São Cipriano.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:14 am

IORY - Traz em si a natureza infantil.
Representa as vibrações inocentes da criança, sua simplicidade etc.
Na natureza, simboliza a alegria existente nas matas, nos rios, nos lagos etc.
No sincretismo, é Cosme e Damião.

Essas variedades de divindades formam o mundo dos Orixás, dos sentimentos, com o qual cada criatura possui sintonia em determinada faixa, segundo o grau evolutivo que atingiu em sua ascensão espiritual.
Mas, conforme o Candomblé, existe outro lado espiritual, de uma natureza ruim, onde as mentes se encontram em desequilíbrio:
é o reino de Elegbara.
Na Umbanda é conhecido como mundo de Exu e na Igreja católica, como região do Diabo.
A origem dos orixás, segundo as lendas do povo africano, é a fragmentação do pensamento criativo, quando este, por sua vontade, vai presidir a criação de determinado orbe.
Os orixás não estariam sujeitos à evolução, embora fossem ligados aos Espíritos que o estão, pela afinidade vibratória que os caracterizam.
Filhos do grande "Olorum" (Deus Pai), os "orixás" seriam cumpridores de Sua vontade, em plano mais grosseiro.
As histórias narradas pelas lendas, à primeira vista parecem infantis, mas quase sempre elas possuem fundamentos lógicos.
Infelizmente, tudo o que veio da África está actualmente muito diluído, misturado à prática de adivinhações, de baixa magia e de rituais inconsequentes.
Entretanto é importante que se compreenda as origens dessa crença a fim de que se tenha uma visão mais completa do que ela representa em nossa cultura.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:14 am

O CANDOMBLÉ E A UMBANDA

O Candomblé, ao desembarcar no País com os escravos, encontrou aqui um outro culto de natureza mediúnica, chamado "Pajelança", praticado pelos índios nativos em variadas formas.
Em ambos os cultos havia a comunicação de Espíritos.
Os jesuítas, incumbidos de "doutrinar" os índios e depois o negro, proibiram que estes últimos cultuassem seus "deuses" pátrios.
Naquela época não havia liberdade religiosa.
Os escravos, por não terem outra alternativa (os açoites falavam alto), construíam altares com imagens e gravuras dos santos do catolicismo.
Nas práticas exteriores, chamavam-nos segundo a vontade dos padres, mas em sua intimidade associavam essas imagens aos orixás que evocavam fervorosamente.
Era a única forma de continuarem com suas crenças de origem.
Formou-se assim o "sincretismo religioso", ou seja, a associação entre o orixá e o santo da Igreja Católica.
Os rituais eram realizados naturalmente nos terreiros das senzalas.
Com o tempo, alguns terreiros começaram a misturar os rituais do Candomblé com os da Pajelança, dando origem a um outro culto chamado "Candomblé de Caboclo".
Naturalmente, os Espíritos que se manifestavam eram os de índios e negros, que o faziam com finalidades diversas.
Do Candomblé primitivo, restou um tronco original que continuou fiel a suas raízes e que ainda hoje é a melhor linhagem de terreiros na Bahia e outros Estados do país.
O Candomblé de Caboclo, porém, degenerou-se na prática de baixa magia, conjuros, Canjerê, Catimbó, macumba e Quimbanda.
Uma mistura de cultos que precisava sofrer a acção do progresso mas que não poderia ser pela influência da Doutrina Espírita, pois sua natureza abstracta e totalmente despida de rituais, afastava-a de tudo o que os praticantes dessas variantes do Candomblé estavam habituados.
Em 1908, por vontade dos Espíritos superiores, criou-se um movimento espiritualista, destinado a fazer progredir aqueles cultos primitivos nascido do Candomblé.
Por meio do médium Zélio Moraes e do Espírito de um padre, chamado Gabriel Malagrina, na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, nasceu a Umbanda cristã, bem brasileira.
O trabalho desse Espírito deu origem a uma linhagem de terreiros onde não se faziam rituais de sacrifícios, não se olhava sorte; os trabalhos tinham disciplina, com hora para começar e terminar; os adeptos eram convocados ao estudo do Evangelho de Jesus e a fazer a "caridade" junto do povo sofredor.
Esse culto deveria misturar-se na mentalidade dominante dos terreiros já existentes, enfraquecendo-a aos poucos quanto ao primitivismo e fazendo esses trabalhos progredir no mundo das ideias.
Segundo Frei Malagrina, a Umbanda seria a manifestação do Espírito para a prática da caridade.
Ao contrário do Candomblé, a Umbanda admite a manifestação de Espíritos errantes, exactamente como no Espiritismo.
Alguns terreiros fazem sessões de desobsessão e estudam as obras espíritas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:15 am

MACUMBA: SERÁ QUE EXISTE?

Um conhecido nosso, já desencarnado, era católico fervoroso.
Andava por todos os lugares com folhetinho de Nossa Senhora no bolso da camisa.
Sempre que ouvia falar de feitiços, fazia questão de mostrar a todos os presentes a sua santinha e dizer:
"Não acredito nisso.
Se é que existe esta tal de macumba, mandem fazer para mim".
Exibia, então, a santinha, e completava:
"Está aqui minha protectora.
Nela eu confio".
Certo dia, tendo entrado numa mercearia vizinha de sua casa, acabou pegando uma conversa pela metade.
Nela, algumas pessoas falavam de trabalhos de macumba.
Ele, como fazia muitas vezes, não deixou por menos:
foi logo fazendo seu costumeiro desdém, apresentando a todos sua santinha protectora.
Lá no canto do balcão estava encostado um homem moreno, meia idade, que tomava seu golinho de cachaça.
Nosso conhecido nem desconfiava que o tal senhor era o pivô de toda a conversa.
Depois de falar que macumba era bobagem, e que os macumbeiros poderiam mandar seus "trabalhos" sobre ele, pois sua santinha o protegeria, ele ouviu o que não esperava.
O baixinho do canto do balcão pegou o copo de cachaça, jogou um golinho no chão, e disse:
"É bom mesmo que tua santa te proteja, pois assim que o amigo dela se afastar, correndo vais mandar me chamar".
Terminou sua cachaçinha e despediu-se com um "inté!".
Nosso amigo disse que tinha saído dali firme na fé, mas no fundo, havia ficado preocupado com a história do desconhecido.
Ao chegar em casa preparou-se para o banho.
Tirou a camisa como sempre fazia e, bruscamente, ficou "tomado" de um Espírito desordeiro que tudo fazia para jogá-lo ao chão.
Se colocava a camisa o Espírito saía, se tirava a camisa o Espírito o subjugava.
No outro dia, mal se abrira a mercearia, o dono, seu Manoel, encontrou a figura do nosso conhecido, apavorado, lá fora.
O vendeiro, estranhando aquela presença tão cedo, arriscou:
"Bom dia freguês.
O senhor já por aqui?
Veio buscar pão?".
Ele respondeu:
"Não, seu Manoel, eu preciso que você chame depressa aquele homenzinho de ontem".
Chamaram.
Ele chegou com olhar meio maroto, cumprimentou os presentes e, num cantinho da venda, fechou os olhos e rezou sabe-se lá prá quem.
Daí a pouco, disse:
"Pode ir meu compadre, agora está tudo bem".
E lá se foi nosso amigo, agora com mais cuidado com suas falas.
Sempre que seus amigos o encontravam, logo lhe perguntavam:
"E então, como é que é?
Agora você acredita em macumba?".
Ele, então, respondia:
"Acreditar eu não acredito, mas também não abuso".
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:15 am

A EXISTÊNCIA DA MAGIA NEGRA

O assunto Magia Negra ainda não foi convenientemente estudado pelos praticantes do Espiritismo.
Há espíritas que não acreditam na possibilidade da existência dos conjuros, ou trabalhos feitos, como é conhecida a Magia Negra.
Mas, um estudo cuidadoso da teoria de O Livro dos Espíritos, e de algumas citações feitas por Allan Kardec na Revista Espírita, mostra que essas manobras mediúnicas, com a finalidade de prejudicar o próximo, são perfeitamente possíveis.
A Magia Negra, macumba ou conjuro, ainda é um tema que desperta curiosidade.
Mas, será que a macumba existe mesmo?
Ou a crença na sua existência seria produto da ignorância ou superstição?
Estas perguntas vem sendo feitas com frequência por quem participa dos trabalhos práticos de Espiritismo, sem que se possa encontrar respostas convincentes.
Há pessoas que simplesmente não acreditam.
Outras, dizem que a prática do bem poderia livrar-lhes destes malefícios.
Destacamos a seguir, um trecho da pergunta 549 de 0 Livro dos Espíritos, para demonstrar que ali está a definição óbvia do que é a macumba.
Acreditamos que essa questão, se examinada à luz da razão e da experimentação, poderá ser resolvida de maneira lógica.
O raciocínio e a experiência têm nos fornecido elementos seguros para afirmarmos que a Magia Negra é um tipo de obsessão grave e que merece a atenção de todo trabalhador espírita sincero.

Questão 549 - Há alguma coisa de verdadeiro nos pactos com os maus Espíritos?
Resposta - Não, não há pactos, mas uma natureza má simpatiza com Espíritos maus.
Por exemplo:
queres atormentar o teu vizinho e não sabes como fazê-lo; chamas então os Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal; e para te ajudar querem também que os sirva com seus maus desígnios.
Mas disso não se segue que o teu vizinho não possa se livrar deles, por uma conjuração contrária ou pela sua própria vontade.
Aquele que deseja cometer uma acção má, pelo simples facto de o querer chama em seu auxílio os maus Espíritos, ficando obrigado a servi-los como eles o auxiliam, pois eles também necessitam dele para o mal que desejam fazer.
É somente nisso que constitui o pacto.
No trecho citado, o Espírito de Verdade demonstra de maneira muito clara que é possível uma criatura evocar maus Espíritos para ajudá-la a causar mal a uma outra pessoa.
A resposta esclarece ainda, que este ato pode ser realizado por uma sequência de procedimentos conhecidos como conjuração*.
Vai mais longe dizendo que a pessoa atingida pelo malefício, poderá se livrar dele, por uma vontade poderosa ou por uma conjuração contrária àquela que foi usada para fazê-lo.
Um desconjuro, que nos terreiros de Umbanda se chama: desmanche.

Na questão 551, pergunta-se ao Espírito de Verdade, se alguém poderia fazer mal ao seu próximo, com auxílio de um Espírito mau que lhe fosse devotado.
A resposta do Consolador é taxativa:
Não, Deus não o permitiria. Aparentemente parece encerrar a questão.
Entretanto, continuando o estudo vemos que ainda temos muito a aprender.
Recordando as bases nas quais se assentam os argumentos a favor da Doutrina, lembramos da conhecida citação de Moisés, em que ele proibia o contacto com os mortos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:15 am

Vozes sábias afirmaram que o legislador hebreu somente proibiria algo que fosse possível acontecer; depondo assim a favor da comunicabilidade dos Espíritos.
As palavras do Consolador em relação à possibilidade de alguém valer-se de um Espírito inferior para fazer mal ao seu próximo é uma situação semelhante.
Deus só não permitiria, uma coisa que fosse possível acontecer, o que por si mesmo, testifica a possibilidade da ocorrência do fenómeno obsessivo.
Continuemos: quando o Espírito de Verdade responde que Deus não o permitiria, parece se contradizer, pois há duas questões atrás, na 549, Ele disse que o conjuro é possível, e até demonstra como é que uma vítima pode se livrar dele. Aqui, na 551 diz que Deus não o permitiria.
Ora; se Deus não o permitiria não haveria necessidade, nem razão, para Ele (O Espírito de Verdade), explicar lá atrás, as formas de libertação do conjuro.
Seria perda de tempo e o Espírito Consolador não veio a isso.
Certamente tem alguma coisa a mais no ensinamento que passou despercebida. Procuremos!
Examinando os textos das perguntas seguintes, vamos encontrar a resposta a nossas dúvidas.

Na questão 557, a Verdade explica:
"Deus não ouve uma maldição injusta".
Isso quer dizer que permite uma maldição justa, ou seja, quando o indivíduo de alguma forma, ou por alguma razão, mereça aquele mal.
No final do mesmo texto o Espírito de Verdade deixa ainda mais claro:
"A Providência e a justiça Divina não ferem alguém que foi amaldiçoado, se a pessoa não for má".
E elucida ainda: "... a protecção Divina, não cobre aqueles que não o mereçam".

Vejamos a questão 557 na íntegra:
Pergunta: A bênção e a maldição podem atrair o bem e o mal para aqueles a quem são lançadas?
Resposta - Deus não ouve uma maldição injusta, e aquele que a pronúncia é culpável aos seus olhos.
Como temos as tendências opostas do bem e do mal, pode nestes casos haver uma influência momentânea, mesmo sobre a matéria; mas essa influência nunca se verifica sem a permissão de Deus, como acréscimo de provas para aquele que a sofre. De resto, mais frequentemente se maldizem os maus e bendizem os bons.
A bênção e a maldição não podem jamais desviar a Providência da senda da justiça:
esta não fere o amaldiçoado se ele não for mau, e sua protecção não cobre aquele que não a mereça.
Entende-se, pois, que o Espírito de Verdade não entrou em contradição, como se poderia pensar a princípio.
O Livro dos Espíritos é que precisa ser estudado com mais atenção.
Não se pode entender uma questão analisando-a fora do contexto geral do qual faz parte.
A macumba ou conjuração é possível sim.
Deus, porém, não permite que este tipo de maldição caia sobre alguém que não a mereça.
Eis a verdade!
O que é a Magia?
Nós espíritas sabemos que a magia, no sentido literal da palavra, não existe.
Segundo Allan Kardec, todos os fenómenos espirituais têm uma explicação lógica.
Mais uma vez, a Verdade nos traz luz na questão 552 de O Livro dos Espíritos.
Faz compreendermos que:
"...algumas pessoas têm um poder magnético muito grande, do qual podem fazer mau uso, se seu próprio Espírito for mau.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 24, 2016 11:15 am

Nestes casos, poderão ser secundadas por maus Espíritos".
Mostra ainda, que não se trata de magia sobrenatural, mas de efeitos decorrentes das leis naturais, mal observadas e compreendidas.
Aliando o conteúdo desta questão àquela primeira, a 549, temos a figura inegável do feitiço e do feiticeiro.
Exercitemos a razão: o que é o mal?
Sabemos que é uma fase transitória do bem!
Existe o bem e o mal?
Não, só existe o bem!
Os Espíritos, quando em suas fases primárias da evolução, passam pelo caminho da ignorância, constituindo temporariamente o mal.
É tudo uma questão de posicionamento de ideias.
Quando na ignorância, o Espírito obra o mal; quando no entendimento, o bem.
As leis que regem as acções, tanto numa área como na outra, são as mesmas.
Isto equivale dizer que, pelo menos teoricamente, tudo o que magneticamente se pode fazer no campo do bem, pode-se também fazer no campo do mal.
Num processo inverso ao que utilizamos nos centros espíritas, pessoas de mentalidade doentia, cheias de maus pensamentos, dotadas de grande poder magnético, com más intenções, secundadas por maus Espíritos, podem arremessar cargas fluídicas negativas sobre aqueles a quem querem prejudicar.
A mediunidade é uma faculdade, um instrumento, que pode ser usado de forma certa ou errada, assim como tantos outros, onde as obras dependem do pensamento de quem as maneja.
A natureza do mundo astral é una.
Suas leis são únicas e servem tanto para reger a movimentação de fluidos e vibrações positivas como negativas.
Entre os fluidos bons e maus, só existe uma diferença:
a natureza das vibrações que o impregnam, alterando a disposição de suas moléculas primitivas. Usando uma grosseira imagem:
é como água limpa e água suja.
Tudo o que se pode fazer com uma, pode-se fazer com a outra.
Onde, pois, o impedimento?
Não vemos nenhum; ou seja, quase nenhum!
O único impedimento possível está nos aspectos morais que regem a vida, pois são eles que determinam a afinidade e o merecimento - citados anteriormente - que facilitarão ou dificultarão a recepção das vibrações e fluidos deletérios.
É evidente que a acção da ignorância e a movimentação do mal é limitada e controlada pelo Bem, a única realidade.
Mas, a ignorância encontra largo acesso em nós, por causa do atraso evolutivo em que ainda nos posicionamos, pelas próprias disposições cármicas, e pelo próprio comportamento actual em face do livre arbítrio.
Podemos definir a macumba, como sendo uma forma de obsessão provocada.
E, não se trata de uma obsessão muito simples, nem fácil de se tratar como comumente se pensa.
Em alguns desses casos, podem estar envolvidos Espíritos habitantes do baixo mundo astral, espertos e maliciosos, com os quais é difícil se lidar.
Nos terreiros mais evoluídos de Umbanda, os trabalhadores e dirigentes possuem bom entendimento neste campo.
Identificam essas obsessões com habilidade, as pessoas encarnadas envolvidas, e, não raro, curam definitivamente o mal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:06 am

Pergunta-se:
E nós, kardecistas, como é que ficamos?!
Temos que virar umbandistas?
Temos que usar os mesmos métodos daquele culto para realizarmos o "desconjuro"?!
Não, não é necessário.
Um Centro Espírita sério, digno do nome de Allan Kardec, pode identificar e tratar com precisão, os trabalhos inferiores.
Em suas obras, deixou todos os caminhos para se compreender os fenómenos mediúnicos e os cuidados que devemos ter no trato com os Espíritos, inclusive os maus.
Estudou com profundidade essas situações.
Temos portanto, apenas que dar a devida atenção a elas.

* Questão 553-a.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:06 am

MECANISMO DA MAGIA NEGRA

Os mecanismos da Magia Negra são os mesmos utilizados nos trabalhos sob a orientação do Espírito de Verdade.
E, não poderia ser diferente, pois no mundo invisível, tudo está sujeito a uma só Lei.
Vejamos um dos seus mecanismos, na palavra do Codificador:
"O fluido perispiritual do encarnado é, pois, accionado pelo Espírito.
Se, por sua vontade, o Espírito, por assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os raios o penetram.
Daí a acção magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade, mais ou menos benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou pior, mais ou menos vivificantes.
Porque podem, por sua acção, penetrar os órgãos e, em certos casos, restabelecer o estado normal.
Sabe-se da importância da influência das qualidades morais do magnetizador.
Aquilo que pode fazer um espírito encarnado, dardejando seu próprio fluido sobre uma pessoa, pode, igualmente, fazê-lo um desencarnado, desde que tenha o mesmo fluido.
Deste modo pode magnetizar e, sendo bom ou mau, sua acção será benéfica ou malfazeja" - (Allan Kardec, na Revista Espírita, número de 1826, Estudo sobre os possessos de Morzine).
No ano de 1990 lemos a entrevista de um conhecido orador espírita num publicado na cidade de Campinas, SP, onde ele era questionado sobre o assunto "magia negra".
Sua resposta foi a seguinte:
"Quando Kardec perguntou a respeito de feitiços, a resposta dos Espíritos foi que eles gargalham e zombam de crendices e superstições".
O orador não foi muito feliz na resposta.
O Codificador demonstra em seus estudos que a movimentação de fluidos de natureza inferior e a evocação de maus Espíritos com o intuito de prejudicar alguém é perfeitamente possível.
Na verdade, os Espíritos acharam graça daqueles que crêem em pretensos poderes mágicos, sobrenaturais, inexplicáveis pela razão.
Como veremos, entre uma e outra coisa, existem diferenças patentes.
Pelo texto apresentado na abertura desse capítulo, pode-se deduzir facilmente, que um Espírito encarnado pode, por sua vontade, lançar uma carga de fluidos mórbidos sobre uma pessoa, e que se este magnetismo inferior encontrar sintonia no destino, sua acção poderá ser maléfica.
Kardec explica que um Espírito desencarnado também pode fazê-lo, com consequências iguais às do encarnado.
Ora, os trabalhos feitos ou macumbas nada mais são do que o movimento de baixo magnetismo, realizado por homens e Espíritos maus.  
Sabe-se que uma reunião prática de Espiritismo constitui-se de elementos diversos:
Espíritos encarnados, Espíritos desencarnados e ambiente apropriado.
Contamos ainda com certos valores abstractos, tais como os sentimentos dos presentes, suas intenções, seus conhecimentos etc.
Sabe-se também, que uma reunião é governada por leis espirituais imutáveis, que são as leis naturais.
As boas intenções dos presentes, por um espécie de sintonia, atraem Espíritos bons.
A força psíquica dos vivos e sua capacidade mediúnica, ficam multiplicadas pela influência espiritual.
Cargas fluídicas benéficas e acções benfazejas podem ser realizadas no local ou à distância.
Por último, sabemos que a pessoa que recebe a acção desses trabalhos é beneficiada de acordo com a sintonia que tenha com eles, ou seja, suas condições morais.
Isto é, em resumo, a reunião prática de Espiritismo.
Já foi dito que o Mal não existe, pois é somente a ausência do Bem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:06 am

O Mal é o estado primitivo do Bem.
É a água suja e a água limpa.
Não existe, pois, uma lei que age no Bem e outra no Mal.
Só uma lei governa tudo.
Façamos um pequeno exercício de imaginação.
Tomemos uma reunião espírita e a viremos pelo avesso:
teremos aí a imagem da água turva.
Entrou aí alguma lei nova?
Não, tudo é regido pelas mesmas leis que actuava na reunião do bem, a água límpida.
Só foram alteradas as disposições morais e, por consequência a natureza dos fluidos e entidades desencarnadas presentes.
Nas reuniões de Magia Negra os objectos materiais e os rituais são utilizados para dar força à fé que, neste caso, é usada para prejudicar.
A assistência espiritual é de Espíritos inferiores, que simpatizam com aquela assembleia má, desejosa de prejudicar o próximo ou de conseguir atender interesses de ordem material.
Na verdade, tudo o que ali se faz é contrário ao ideais do Espírito Divino, mas as leis que governam os dois trabalhos, são as mesmas.
Se as criaturas visadas tiverem sintonia com estas vibrações, não tenham dúvidas que serão atingidas por elas.
No meio espírita existe uma ideia errada, vinda da má interpretação do conhecimento, de que os bons Espíritos nos protegem destes malefícios.
Isto não é bem da forma como se entende.
Os Espíritos amigos nos protegem, mas temos que ter merecimento para isso.
É a sintonia.
E, pelas nossas experiências nesse campo temos aprendido que a porta de acesso às más influências não se fecha tão facilmente.
Há dirigentes espíritas que fazem uso de um método estranho para combater este malefício:
não informam o público de que a macumba existe.
Se interrogados saem-se com explicações superficiais.
Pensam que se as pessoas não souberem não serão atingidas.
Outro engano.
Se isso fosse verdade, seria até um bom procedimento:
bastaria escondermos das pessoas que existem os maus Espíritos e, então, elas não sofreriam sua perniciosa influência.
A Umbanda é um culto mediúnico que trabalha no combate às práticas dos trabalhos de Magia Negra.
Usa de rituais e práticas que nada tem a ver com o Espiritismo.
Ao abordarmos essa questão no Movimento Espírita, não temos a intenção de trazer as práticas de Umbanda para o Centro Espírita.
Umbanda e Espiritismo constituem-se em coisas diferentes, dois mundos antagónicos, mas que no fundo, são regidos pelas mesmas leis.
Convidamos os homens sérios, que lidam e dirigem sessões práticas de Espiritismo, a estudar o assunto com amor.
Kardec nos dá a chave para tudo compreender.
Precisamos saber lidar com o problema da Magia Negra, para solucionarmos os casos que aparecerem nas sociedades espíritas sob nossa responsabilidade.
De outro modo, não teremos como ajudar as criaturas que caem presas dessas entidades diuturnamente.
Alguns tipos de entidades desencarnadas, envolvidas nestas práticas, são criaturas maléficas, maliciosas e primitivas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:07 am

Estes seres nem sempre obedecem à doutrinação comum, pois não possuem inteligência suficientemente desenvolvidas a ponto de compreenderem os princípios evangélicos.
São agressivos e perigosos, e podem colocar em risco a segurança dos grupos.
Para se libertar alguém que está sendo vítima deste mal, não é necessário o uso de nenhum objecto material, ou ritual, como se faz na Umbanda.
Mas, é necessário um preparo moral e intelectual mínimo.
Primeiro, pela lógica doutrinária, é preciso aceitar a existência desse tipo de malefício.
Depois, adquirir gradualmente o conhecimento prático para lidar com ele.
Ao nos colocarmos na intenção de servir neste sector de atendimento, Espíritos superiores, vão se aproximar das nossas sessões com a intenção de nos amparar no desempenho dessa tarefa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:07 am

OS LIMITES DA PRÁTICA ESPÍRITA

A Doutrina Espírita foi obra realizada por um grupo de Espíritos superiores, denominados "Espírito de Verdade" e organizada por um dos seus membros encarnados, Hipollite Leon Rivail Denizard, que utilizava o pseudónimo "Allan Kardec".
Por tudo que podemos ler e compreender em seus livros, vê-se que seu trabalho tinha uma origem muito elevada.
O Espiritismo codificado nos traz princípios racionais nunca observados em outras doutrinas filosófica e morais.
É ele o Consolador Prometido por Jesus para ajudar na edificação do futuro da humanidade.
Todos os homens que nele apoiarem suas vidas e tomarem suas normas como guia para o sua vida moral e desenvolvimento de suas faculdades psíquicas, muito terão a ganhar.
Pode-se afirmar, sem sombra de dúvidas, que não existe orientação moral, filosófica e prática mais segura do que aquelas deixadas pelo Codificador.
Pergunta-se:
Por que razão o Espiritismo vem sendo considerado como uma doutrina incapaz de solucionar certas dificuldades espirituais da problemática humana?
Seus conhecimentos estariam ultrapassados? Não!
Não há nada de errado com a Doutrina Espírita.
O problema dessas dificuldades resume-se na falta de estudo e de preparo moral e intelectual adequados.
Por razões diversas, algumas pessoas tornam-se dirigentes de centros espíritas sem possuírem condições doutrinárias para isso.
O mesmo acontece com os dirigentes de sessões práticas, orientadores etc.
Quando não possuem a suficiente humildade para aprender com o posto que assumiram, acabam por orientar as pessoas de maneira inadequada, dando origem a um grande número de núcleos improdutivos.
Toda essa situação seria minimizada se as casas espíritas criassem escolas de estudos doutrinários em suas dependências, seleccionando os candidatos ao quadro de associados, evitando que pessoas problemáticas se transformassem em médiuns ou servidores na Seara do Bem.
O Espiritismo seria praticado com mais seriedade.
O grande mal ainda é o pouco interesse que os adeptos tem pelo estudo da Doutrina e das coisas em geral.
Por isso, é preciso que se faça um esforço para se modernizar as práticas espíritas e para fazer com que o Centro Espírita seja mais organizado em termos doutrinários e administrativos.
Pode parecer que exista um limite de acção na prática espírita para casos dessa natureza, uma vez que no meio espírita criou-se uma espécie de preconceito, originado pelo desconhecimento do problema.
Ele existe e é como se não existisse.
E se existe precisa ser solucionado.
E se não for resolvido com a visão racional que a Doutrina nos dá, será como?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:07 am

COMO VER A UMBANDA?

Com que olhos devemos olhar a Umbanda?!
Como uma família de irmãos, respondemos!
Acontece que, pela ignorância da sociedade, frequentemente nos meios de comunicação o Espiritismo é confundido com a Umbanda.
E pior, não com a Umbanda genuína, mas com o popularismo umbandista, que é o sincretismo e mediunismo praticado em sua pior forma.
Como dissemos no princípio desse trabalho, somos uma comunidade com características sócio-culturais muito diversificadas.
Temos visto comentários e escritos confusos a respeito da Umbanda.
Em geral, colocam Candomblé, Quimbanda, Cangerê, Catimbó e outras variantes históricas, que constituem a maior parte da práticas de terreiros, num mesmo patamar.
Muitos acreditam que estes amontoados de velas, garrafas de aguardente, charutos e outras bugigangas que frequentemente se encontram nas praias, encruzilhadas e ruas das cidades é Umbanda.
Enganam-se!
Os despachos e o vasto comércio de interesses que se observa com nome de Umbanda, nada têm a ver com ela.
Por não possuir um corpo doutrinário codificado, de acesso aos adeptos, a Umbanda mistura-se aos cultos que lhe deram origem, tomando uma feição que em verdade não tem.
Nas nossas sessões práticas de Espiritismo buscamos entrar em contado com os Espíritos que militam nesse campo de acção para sondar-lhes os pensamentos.
Ligadas a esse trabalho, conhecemos todo tipo de entidades.
Das mais grosseiras criaturas até o contacto com Espíritos que nos pareceram bem elevados.
Dos mais imperfeitos, colhemos experiências mais ou menos parecidas com aquelas que viriam de homens grosseiros, maldosos.
Dos Espíritos medianos, tiramos informações também parecidas com aquelas que nos passariam um homem comum:
hábitos terrenos, costumes, apego à vida material e ritos.
Dos superiores, embora se apresentassem em algumas ocasiões como índios ou como negros, tivemos a mais salutar impressão.
Pensamentos elevados, nenhum apego a rituais primitivos e capacidade de solucionar e orientar a maioria dos problemas de ordem humana.
Interrogamos os Espíritos que nos pareceram mais desmaterializados a respeito de muitos aspectos da prática umbandista e suas respostas foram sempre lógicas, não nos deixando dúvidas acerca das questões formuladas.
Entre os Espíritos inferiores que militam em terreiros, achamos contradições e embustes de toda ordem.
Tivemos contacto com entidades habitantes do baixo mundo astral, com feições distorcidas ou animalescas.
A presença dessas criaturas sempre foi controlada por Espíritos bondosos, que usando de auxiliares, mantinham-nos comportados e em atitude de colaboração.
Entre os superiores, achamos alguns Espíritos também um pouco estranhos.
Não quanto ao pensamento, mas pela autoridade que pareciam possuir e ainda o pelo conhecimento que demonstraram ter quanto à estrutura do mundo invisível.
Colhemos deles a mais agradável impressão.
Nunca foram contrários às nossas práticas e sempre quando se dirigiam ao nome do codificador, Allan Kardec, o faziam com especial reverência.
Interrogados a respeito de processos de baixa magia, em nenhuma ocasião nos disseram ser necessário procedermos utilizando de rituais para realizar o "desconjuro".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:07 am

Explicaram que rituais podem ser usados para desmanchar certos arranjos hipnóticos feitos por Espíritos inferiores que se dedicam a isso, mas que um grupo espírita bem preparado moralmente, instruído intelectualmente e assistido por Espíritos bons, de nada material necessita.
Só o processo de desobsessão segundo o modelo ensinado por Allan Kardec, respeitando certas limitações de entidades em fase primária.
Para nós, em nada contrariaram a Codificação.
Existe muito folclore em torno da Umbanda, muita história, muitas práticas desnecessárias e escolhos de toda espécie.
Alguns disseram que ela seria a única religião verdadeira (todos dizem que a sua o é); outros, que ela é a seara de altos mestres da Espiritualidade.
Não achamos nada disso!
Na Umbanda, como no Espiritismo, existem pessoas e Espíritos que sabem o que estão fazendo e outros que não tem a menor ideia da gravidade das manifestações.
Há seres honestos e desonestos, humildes e orgulhosos; verdades e mentiras, faltas e excessos.
É um campo de acção espiritual como outros tantos.
Ali, como em qualquer outro lugar, pode-se obrar tanto o bem como o mal.
Fora da linha do seu pensamento, tudo o que se auto-denomina Umbanda carece de melhoramento, e não é pouco!
Os umbandistas verdadeiros devem trabalhar para o progresso de seu culto, por uma Umbanda cristã, evangelizada, sem sacrifícios, sem rituais excessivos, sem exus!
Assim poderá atender aos objectivos para os quais nasceu que é fazer com que os trabalhos espirituais primitivos possam progredir no mundo das ideias, afastando-se da faixa de atraso e ignorância cada vez mais, através dos ensinamentos da moral cristã.
Por último, lembrar que todos estamos em níveis evolutivos diferentes, estando portanto em diferentes estágios de entendimento.
Compreender isso é fundamental para que possamos exercitar o respeito aos nossos irmãos, quaisquer que sejam suas crenças.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:07 am

LIÇÕES DE PRETO-VELHO

Cenário:
reunião mediúnica num Centro Espírita.
A reunião na sua fase teórica desenrola-se sob a explanação do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Os membros da selecta assistência ouvem a lição atentamente.
Sobre a mesa, a água a ser fluidificada e o Evangelho aberto na lição nona do capítulo dez:
"O Argueiro e a trave no olho".
Dr. Anestor, o dirigente dos trabalhos, tecia as últimas considerações a respeito da lição daquela noite.
O ambiente estava impregnado das fortes impressões deixadas pelas palavras do Mestre:
"Por que vês tu o argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu?".
Findos os esclarecimentos, apagaram-se as luzes principais, para que se desse abertura à comunicação dos Espíritos.
Um dos presentes fez a prece e deu-se início às manifestações mediúnicas.
Pequenas mensagens, de consolo e de apoio, foram dadas aos presentes.
Quando se abriu o espaço destinado à comunicação das entidades não habituais e para os Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado:
a médium Letícia, moça de educação esmerada, traços delicados, de quase trinta anos de idade, dez dos quais dedicados à educação da mediunidade, sentiu profundo arrepio percorrendo-lhe o corpo.
Nunca, nas suas experiências de intercâmbio, tinha sentido coisa parecida.
Tomada por uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea, foi "dominada" por um Espírito.
Letícia nunca tinha visto tal coisa:
estava consciente, mas seus pensamentos mantinham-se sob o controle da entidade, que tinha completo domínio da sua psique.
O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas vindas, em nome de Jesus:
- Seja bem vindo, irmão, nesta Casa de Caridade, disse-lhe Dr. Anestor.
O Espírito respondeu:
"Zi-boa noite, zi-fio.
Suncê me dá licença pra eu me aproximá de seus trabaios, fio?".
- Claro, meu companheiro, nosso Centro Espírita está aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o director dos trabalhos.
Os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, Espírito que habitualmente comunica-se em terreiros de Umbanda.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 25, 2016 9:08 am

A entidade comunicante continuou:
"Vós mecê não tem aí uma cachaçinha pra eu bebé, Zi-Fio?".
- Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor.
Você precisa se libertar destes costumes que traz de terreiros, o de beber bebidas alcoólicas.
O Espírito precisa evoluir, continuou o dirigente.
"Vós mecê não tem aí um pito?
Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Zi-fio".
- Ora, irmão, você deve deixar o hábito adquirido nas sessões de Umbanda, se queres progredir.
Que benefícios traria isso a você?
O preto-velho respondeu:
"Zi-preto véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos que aqui estão, não faz uso do cigarro lá fora, Zi-fio?
Suncê mesmo, não toma suas bebidinhas nos fins de sumana?
Vós mecê pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que bebe whisky, no fim de sumana, do meu Espírito que quer beber aqui?
Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncê queima na rua, daquele que eu quero pitá aqui dentro?".
O dirigente não pôde explicar, mas ainda tentou arriscar:
- Ora, meu irmão, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar o trabalho de Jesus.
O Espírito do preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:
"Caro dirigente, na Escola Espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais Centro Espírita.
Para nós, estudiosos da alma, o verdadeiro templo é o templo do Espírito, e é ele que não deve ser profanado com o uso do álcool e fumo, como vem sendo feito pelos senhores.
O exemplo que tens dado à sociedade, perante estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores.
O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo.
A lição do próprio comportamento é que é fundamental na vida de quem quer ensinar".
Houve profundo silêncio diante de argumentos tão seguros.
Pouco depois, o Espírito continuou:
"Desculpem a visita que fiz hoje e o tempo que tomei do seu trabalho.
Vou-me embora para o lugar de onde vim, mas antes queria deixar a vocês um conselho:
que tomassem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Senhor, tem gente "coando mosquito e engolindo camelo".
Cuidado, irmãos, muito cuidado.
Deixo a todos um pouco da paz que vem de Deus, com meus sinceros votos de progresso a todos que militam nesta respeitável Seara".
Deu uma sacudida na médium, como nas manifestações de Umbanda, e afastou-se para o mundo invisível.
O dirigente ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar "daquela forma".
Não houve resposta.
No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição:
lição para os confrades meditarem.

§.§.§- Ave sem Ninho
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