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Psi x Sobrevivência

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2012 9:14 pm

Estudo de reencarnação: na procura da hipótese suficiente mais parcimoniosa
Dr. Titus Rivas

Resumo

Neste artigo, uma tentativa é feita para explicar os assim chamados Casos do Tipo Reencarnação (CORTs), estudados por pesquisadores de todas as partes do mundo.

O autor enfatiza que em geral uma boa interpretação académica é tanto parcimoniosa quanto exaustiva.

Assim, embora muitos casos possam ser explicados por processos normais como auto-ilusão e fantasia, alguns deles definitivamente necessitam uma explicação paranormal.

Similarmente, apesar de ESP parecer ser uma hipótese mais parcimoniosa, ela não explica satisfatoriamente estes casos que desafiam hipóteses normais.
Em contraste, reencarnação preenche ambas condições.

Finalmente, o autor menciona alguns tópicos para a pesquisa futura, os quais vão além de uma mera demonstração de reencarnação.

1. Introdução

Em 1926, uma garota indiana chamada Shanti Devi nasceu em Delhi.

A partir de seus três anos em diante, ela afirmou se lembrar de detalhes de uma vida prévia na cidade de Muttra (Mathura), cerca de 130 km do lugar onde ela nasceu.

Ela afirmou que ela era chamada Lugdi, que ela havia nascido em 1902, que ela havia pertencido à casta de Chobar e que ela havia sido casada com um mercador de tecidos, chamado Kedar nath Chaubey.

Mais ainda, ela disse que havia dado a luz a um filho e que ela havia morrido dez dias depois.

Somente quando Shanti Devi contava nove anos de idade, sua família começou uma investigação para verificar se realmente havia um homem com aquele nome em Muttra.

Um homem com aquele nome foi encontrado e ele escreveu uma carta na qual ele confirmou as afirmações da garota.

Posteriormente, ele enviou um parente dele para a casa da garota e enquanto esta pessoa visitava a família, Kedar Nath Chaubey também apareceu inesperadamente.

Nesta ocasião, Shanti Devi reconheceu ambos.

Então, a possibilidade foi testada se a garota poderia ter estado em Muttra nesta vida e poderia ter aprendido os dados de alguém que tivesse vivido lá.

Isto mostrou não ser este o caso, porque ela nunca havia deixado Deli.

Em 1936, um comité foi erigido para realizar uma visita com a garota em Muttra, para registar seu possível reconhecimento de pessoas e lugares.

Durnte sua visita a Muttra, se tornou claro que Shanti Devi não somente era capaz de reconhecer pessoas, mas que ela poderia mostrar ao comité o caminho para a casa de Kedar Nath Chaubey também.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2012 9:14 pm

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Mais ainda, ela também reconheceu sua casa, apesar de ter sido pintada com outra cor após a morte de Ludgi.
Mais ainda, ela podia responder corretamente a questões sobre o interior da casa, armários, etc.
Também, ela reconheceu os pais de Ludgi entre uma multidão de 50 pessoas.

Além disso, sua afirmação de que ela havia enterrado dinheiro em algum lugar foi memorável.

Quando escavaram no ponto em questão, e não encontraram qualquer coisa, Kedar Nath Chaubey admitiu que já tinha encontrado este dinheiro após a morte da sua esposa.

Finalmente, percebeu-se que Shanti Devi tinha usado as expressões em uma idade adiantada que eram específicas para o dialecto de Muttra, o que impressionou as testemunhas.

No total, tinha expressado ao menos 24 correctas, afirmações específicas sobre a vida de Lugdi (Stevenson, 1960; Camionete Praag, 1972).

A investigação de reencarnação porque é actualmente realizada de uma maneira responsável academicamente, chamou à atenção de investigadores ocidentais pela primeira vez graças ao Dr. Ian Stevenson em 1960.

Naquele ano escreveu um artigo sobre a evidência para a sobrevivência após a morte, baseada em memórias reivindicadas de vidas precedentes.
O caso Shanti Devi é um exemplo de tal caso.

A abordagem de Stevenson ganhou muito respeito no Ocidente.

Entretanto, aparte de Stevenson, uma parte importante da pesquisa de reencarnação está sendo realizada também por outros investigadores ocidentais, tais como H.G. Andrade, Erlendur Haraldsson, Peter e Mary Harrison, e eu mesmo, e por investigadores da Ásia tais como Jamuna Prasad, S. Pasricha, K.S. Rawat e Godwin Samararatne.

Um caso mais recente é o de Thusitha do Sri Lanka.

Esta garota, nascida em 1981, descreveu aproximadamente com três anos de idade, como tinha vivido em um lugar chamado Kataragama (distante de 230 quilómetros de sua vila) onde se afogou em um rio.

Afirmou que seu pai era um vendedor de flores e que um de seus irmãos não podia falar.

Em Kataragama, Stevenson e Samararatne (1988 a, b) encontraram uma família de vendedores de flores que tiveram um filho que não podia falar e uma filha que se afogou em um rio em 1974.

Das 30 indicações que Thusitha tinha feito somente duas se mostraram equivocadas, e três inverificáveis.

Ou seja todas as outras 25 indicações eram correctas.

As duas famílias em questão nunca haviam se encontrado e nunca tinham ouvido falar uma da outra.

Neste artigo eu vou analisar as várias explicações que são oferecidas para casos de possíveis memórias de vidas passadas.

Ao fazer assim, eu farei exame especial da observação do poder explanatório da Percepção Extra-Sensorial ou hipótese ESP e à pergunta se a hipótese ESP a priori merece sempre a preferência.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2012 9:14 pm

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2. Explicação

Agora é minha intenção analisar a mais parcimoniosa e ao mesmo tempo a mais exaustiva explicação para os resultados encontrados.

Os factos que são mencionados em casos como os mencionados mais acima, estão sendo levados em consideração de modo sério pelos pesquisadores.

Entretanto, isso não significa que um pesquisador deva acreditar em tudo que ele ou ela diga.

Um pesquisador de reencarnação tentar encontrar o quão acurado possível se fraude (tanto consciente quanto inconsciente), auto-ilusão, fantasia ou percepção extra-sensorial está envolvida em um caso específico.

Mas também se e como a história do caso em questão pode demonstrar sobrevivência após a morte.

2.1. Fraude e auto-ilusão

Stevenson (1960; 1974; 1980; 1987) mas também seu colega brasileiro Andrade (1979; 1980) por exemplo, exploraram extensivamente a possibilidade de fraude.

Na luz de suas pesquisas, nós podemos concluir que a fraude consciente ocorre somente esporadicamente e somente em casos não típicos.

Isto também foi corroborado por minha própria pesquisa com pessoas holandesas.

Deve-se ter em mente que normalmente, uma pessoa não pode adquirir um monte de fama, de status ou de riqueza fabricando memórias falsas de vidas precedentes contrariamente ao que o público é geralmente inclinado a pensar.

Entretanto, há umas excepções.

Um exemplo de tal caso é o de Nirmal Singh (pseudónimo) em que os aldeões indianos mentiram para um monge budista de Singhalese sobre afirmações que uma criança teria feito sobre uma vida como o primo do monge.

Os aldeões assim fizeram, porque quiseram tirar vantagem da generosidade budista do monge.

Na grande maioria dos casos, a fraude não é plausível ou mesmo uma explicação possível;
uma conspiração demasiada grande seria necessária por pessoas com interesses opostos (Stevenson, 1960; 1980).

Isto não se aplica à auto-ilusão.

Em um número relativamente grande dos casos do tipo do reencarnação (CORTs) de adultos holandeses, esta parece ser a origem da paramnésia.

Uma ilustração deste processo pode ser encontrada em meu artigo sobre o engenheiro técnico aposentado F.H. (Rivas, 1991).

F.H., um engenheiro aposentado, afirmou que tinha se afogado como a criança Alfred Peacock no desastre do Titanic.

Afirmou que ele tinha sido capaz de verificar determinados elementos de suas memórias, disse ao investigador, e que ele seria o melhor exemplo de prova de reencarnação que jamais foi trazido à luz.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2012 9:15 pm

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O homem afirmou entre outras coisas, que o segundo aniversário desse Alfred Peacock era na mesma data da partida do Titanic, e já verificara este ponto em um arquivo inglês.

Aparte disto, ele sabia que:
sua família tinha passado a noite anterior com uma tia em Hampstead;
esta tia tinha uma filha de 14 ou 15 anos de idade;

a tia era rica e possuía um carro velho do começo do século;
esse Alfred, sua mãe e sua irmã tinham sido trazidos clandestinamente e assim a todos os tipos de outros detalhes verificáveis e inverificáveis.


Entretanto, através do investigador de sobrevivência Alan Gauld e dos peritos especializados na catástrofe com o Titanic, eu pude estabelecer com certeza absoluta que Alfred Peacock – a quem F.H. a propósito tinha “resgatado" na lista de passageiro de um livro padrão no Titanic - não tinha nada a ver com as afirmações do engenheiro sobre o menino.

Uma após a outra, estas afirmações eram sem dúvida falsas.

Em outras palavras:
apesar de claras e vívidas e as memórias de F.H. poderem estar de acordo com sua própria declaração, simplesmente não corresponderam aos factos numa primeira análise.

Alguém pode supor que as memórias se aplicariam a um outro passageiro do Titanic, ou a um outro desastre de navio, mas nenhuns dos outros passageiros combinaram com sua descrição, e o próprio F.H. disse que poderia somente ter sido o Titanic.

Assim, F.H. não concordou com os dados que eu tinha encontrado e afirmou que eles continham todos os tipos de erros.

Finalmente, até mesmo reivindicou que tinha se transformado em vítima de uma conspiração.

Aparentemente este caso não envolveu apenas a auto-ilusão, mas também um persistência teimosa nele mesmo depois que se tinha provado empiricamente que suas memórias não poderiam ser memórias reais.

O sincero homem se prendeu a suas "memórias" mesmo apesar destes resultados e também a sua "verificação", e ele acusou apenas o investigador de ser um integrante de um grupo conspiratório que estava atrás dele.

De um jeito ou de outro esta auto-ilusão deve ter um significado para o sujeito que torna-se impossível para ele encarar a verdade.

Stevenson sustenta que deve haver directas, razões específicas para assumir que um caso específico envolva a auto-ilusão.

Entretanto, eu sustento que o critério que nós devemos tomar é que se o sujeito puder se beneficiar emocionalmente de seu ou sua auto-ilusão e for ao mesmo tempo capaz de adquirir toda a informação relevante, o caso pode a princípio certamente ser explicado pela auto-ilusão.

Assim, uma categoria inteira de casos torna-se dúbias:
a saber os casos em que os pais da pessoa foram parentes ou amigos da personalidade que a criança reivindica ter sido.

Pode ser o caso que enquanto alguém esteja de luta pelo amado, a pessoa pode ser inclinada a se iludir (inconscientemente) no sentido de pensar de que a pessoa falecida reside ainda em algum lugar em um objecto físico ou passou para uma outra pessoa.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2012 9:23 pm

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Bowlby (1980) fala neste contexto do "deslocamento da presença da pessoa perdida".

Por esta razão, os pais podem às vezes nomear suas crianças depois da morte de alguém amado.

Cain e Cain (1964) menciona a respeito disso:
"em alguns casos surpreendentes [de deslocamento], os pais mudaram mesmo o nome da criança viva para darem o da criança morta, quando em outros casos a criança recentemente nascida foi dado o nome exacto da criança morta ou seu nome mudado ligeiramente.

A identidade da criança morta foi imposta nos irmãos pelas expectativas e pelas demandas dos pais estarem baseadas na recolocação da imagem idealizada da criança falecida.

As crianças a quem os próprios Cain e Cain investigaram, sofrerem todos os tipos dos distúrbios, mas eles afirmaram que é bem possível que tal criança cresça sem problemas relacionados à recolocação.

Agora, muitos CORTs parecem ser a princípio explicáveis com base nisso.

Stevenson (1960) sustenta que tal hipótese de deslocamento não concordaria com a visão tradicional comum entre hindus e budistas que as crianças que recordam vidas precedentes morreriam jovens.

Mas mesmo aí, o desejo subconsciente dos pais em substituir o parente falecido ou amigo pode ainda ser mais forte do que o medo que resulta desta tradição.

Um exemplo curioso de um CORT que pode ser explicado como deslocamento, que eu próprio investiguei, envolveu o filho de um auto-proclamado”psíquico” holandês.

Este homem tinha tido um amigo que morreu sob circunstâncias trágicas e muito prematuramente.

Agora, este homem reivindicou que seu próprio filho na idade de três anos tinha entrado no quarto dos seus pais para falar sobre uma visão emocional das exatas circunstâncias que conduziram à morte do amigo do seu pai.

Investigações cerradas revelaram que o menino (então com 11 anos de idade) esteve influenciado fortemente por ideias de seu pai, e dificilmente podia recordar qualquer coisa deste designado evento independentemente.

Para mim isto era razão suficiente para supor que seu pai tinha criado toda a história subconscientemente, porque ele mostrou uma “imaginação” muito rica na maioria dos aspectos.

2.2 Fantasia

Uma hipótese “normal” que deveria ser considerada é a imaginação (infantil):

Já em 1920, Ernest Jones descreveu um tipo específico de fantasia que ele cunhou de “inversão de gerações”

De acordo com esta fantasia, pessoas mais velhas ao longo do tempo se tornam mais jovens até que se tornam bebés novamente.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2012 9:24 pm

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Jones escreve:
"por exemplo, um pequeno menino a quem eu conheço, quando tinha cerca de três anos e meio de idade, frequentemente costumava dizer a sua mãe com perfeita seriedade de maneiras:

'quando eu sou grande, então você será pequena;
então eu carregá-la-ei e vesti-la-ei e colocá-la-ei para dormir"
(veja também: Rivas & Rivas, 1987).

Mas quão distante podemos estender esta hipótese de fantasia para explicar CORTs?

Se alguém vir que uma criança muito nova se identifica com uma vida passada negativa sem nenhuma razão clara para proceder assim, e quando alguém não puder razoavelmente sustentar que ele ou ela talvez faça isso para resolver algum problema actual, a fantasia não pode ser analisada seriamente como uma hipótese plausível por muito mais tempo.

Além disso, se em um CORT, a criança possui informação não trivial que ela ou ele não podem ter adquirido de nenhuma maneira normal, a plausibilidade da hipótese de fantasia desmorona completamente.

A maior parte (apesar de não todos) CORTs hipnóticos podem a princípio ser explicados por fantasia (Rivas, 1992a).

O limite entre a auto-ilusão e a fantasia encontra-se no facto que na auto-ilusão o sujeito sabe ou soube que a história a que ele ou ela se aderem assim desesperadamente, não corresponde aos factos, visto que no exemplo da fantasia o processo inteiro deve ocorrer inconscientemente.

Nós devemos ter em mente entretanto, que essa fantasia, apenas porque a auto-ilusão pode ser acompanhada por um processo de pseudo-verificação, em que as pessoas estão convencidas que estão verificando elementos de sua fantasia, enquanto elas estão de facto é consultando originais e outras fontes de uma maneira muito inacurada, ou quando misturam notícias, informação historicamente correta com sua fantasia original.

2.3. Percepção Extra Sensorial (ESP)

Uma categoria de casos que concerne aos CORTs “paranormais”, i.e. casos onde o sujeito parece possuir conhecimentos ou habilidades relacionadas à vida de uma pessoa morta e as quais o sujeito não pode adquirir através dos canais sensoriais normais.

No caso de habilidades, é bem fácil verificar se o sujeito pode adquiri-las na vida (presente) dele ou dela.

Um exemplo de CORT com habilidades paranormais, é o de Swarnlata Mishra, que interpretou danças e canções que ela não poderia ter aprendido por meios normais (Stevenson, 1974).

Conhecimento paranormal por outro Aldo, pode estar presente em muitos casos, mas depois das assim chamadas verificações pelos próprios sujeitos, é muito difícil verificá-las.

A melhor forma de proceder nesses casos portanto é se concentrar nos CORTs onde os investigadores podem mostrar com base em documentos, ou porque eles próprios tomaram parte na verificação da vida passada, que itens paranormais a pessoa conhecia certamente.

Se em tais casos, com afirmações registadas ou gravadas antes das verificações, “acertos” prevalecerem esses acertos não podem, ou são extremamente improváveis, serem descritos como mera coincidência, nós podemos em meu ponto de vista seguramente falar em “informação paranormal”.

Tais CORTs de facto existem, e seu número parece estar crescendo, porque muitos pesquisadores estão se envolvendo em um caso antes de ter sido verificado.
Um exemplo é, entre muitos outros CORTs, o caso de Imad Elawar (Stevenson, 1974).

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2012 9:24 pm

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O garoto druso Imad Elawar nasceu em 1958 em Kornayel (no Líbano).

Ian Stevenson procurou a família de Imad antes que tivesse ocorrido a verificação de suas informações, e ele mesmo esteve envolvido nesta verificação.

Quando Imad tinha cerca de um ano e meio de idade, ele afirmou entre outras coisas ser natural de Khriby e se chamar Bouhamzy.

Ele tinha uma patroa, chamada Jamileh. Jamileh era bonita, se vestia bem e ela usava sapatos com saltos altos.

Bouhamzy tinha um “irmão” (um conceito muito amplo nesta região) que se chamava Amin e trabalhou em Trípoli na Corte.

Pela época de sua morte estavam construindo um novo jardim com cerejeira e três macieiras.
Ele possuía uma fazenda, um pequeno carro amarelo e um caminhão.

Todas estas memórias vieram corresponder à vida de um determinado Ibrahim Bouhamzy, que vivia em Khriby, e tinham sido conhecidos como encrenqueiro e mulherengo.

Jamileh tinha sido sua esposa.
Ibrahim tinha morrido em 1949 na idade de 25 de tuberculose, em seguida permanecendo em um sanatório por um ano.

Imad podia recordar sua vida como Ibrahim Bouhamzy melhor quando tinha cinco anos e meio de idade, depois do qual algumas falhas ocorreram em sua memória.

Stevenson foi capaz de verificar muitas afirmações que corresponderam aos factos;
estes factos não poderiam ter conhecidos de Imad de uma maneira normal.

Especialmente convincente neste ponto é o facto que em sua própria família Imad Elawar teria sido um outro Bouhamzy, o que exclui completamente a fraude e explicações normais.

Outros exemplos são de Jagdish Chandra (Stevenson, 1975), Bishen Chand Kapoor (Stevenson, 1975), Kumkum Verma (Stevenson, 1975), diversos casos de Sri Lanka (veja por exemplo: Stevenson & Samararatne, 1988) e um caso inglês recente em um livro por Peter e por Mary Harrison (1983).

Também, os casos excepcionais de hipnose podem inegavelmente possuir informação paranormal, o melhor exemplo disso é o CORT de L.D. (Tarazi, 1990).

Agora, estes tipos de casos precisam de uma hipótese “paranormal”, o que aqui significa uma hipótese em que o factor causador que está incluído não faz parte da psicologia ou física comuns.

A coisa mais parcimoniosa a fazer , como Van der Sidje (1992) correctamente observa, é tentar explicar os CORTs paranormais através de uma hipótese ESP
(compare: Tenhaeff, 1954; Chari, 1962; Wilson, 1982; Ryzl, 1984).

Primeiro, consideremos CORTs com habilidades paranormais.
Não existem absolutamente hipóteses plausíveis sobre como alguém poderia obter tais habilidades através de ESP.

ESP é uma forma de percepção e é bem conhecido que percepção é certamente necessária mas não é uma condição suficiente para a aquisição de habilidades.

Nós muitas vezes necessitamos de instrução, mas em qualquer caso treinamento, prática para aprender habilidades.

É por esta razão que por exemplo Feldman (1980) comenta que crianças dotadas só podem ser um mito que elas tenham habilidades que jamais tenham aprendido através de treinamento.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 24, 2012 9:19 pm

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Tanto quanto eu saiba, nunca existiu qualquer caso bem documentado de aquisição extra-sensorial de habilidades.

Teorias gerais sobre habilidades indicam que nós não temos razão para acreditar que a percepção seria suficiente para adquiri-las.

O que significa, naturalmente, que a hipótese de ESP para CORTs com habilidades paranormais deve ser rejeitada como insuficiente.

Mas o que pensar de CORTs com informações paranormais?

Primeiro de tudo, devemos ter em mente que a informação não é relevante por si mesma, mas é parte da convicção da pessoa que ele ou ela viveu anteriormente e da identificação pelo sujeito com a possível personalidade passada.

Esta identificação geralmente não é apenas uma declaração serena mas é usualmente acompanhada por fortes emoções e duradouras, que de facto ajustam-se na vida que o sujeito afirma relembrar.

Em consequência disso, a única hipótese ESP que nós podemos considerar de modo sério na explicação de CORTS com informações paranormais é a hipótese que explicaria esta identificação.

O que importa é que de longe a maioria dos CORTs com conhecimento paranormal envolve jovens crianças, então nós devemos ter registos dos dados revelados em crianças novas.

Parece que as crianças que são as pessoas primárias nas pesquisas de reencarnação, começam a falar sobre suas possíveis memórias em torno de seus três anos.

Agora, infantes e bebés de acordo com várias investigações (Damon & Cervo, 1982; Leahy & Shirk, 1985) têm na média uma auto-imagem que difere daquela de uma criança mais velha ou de adultos.

Ao pensar sobre eles mesmos, colocam mais stress sobre dimensões concretas, como a aparência física, possessões ou actividades de recreação.

A identificação pode conduzir a um deslocamento na auto-imagem de uma pessoa, de modo que corresponda mais com a imagem que alguém tenha do objecto da identificação.

Também, nós devemos supor que o objecto da identificação é atractivo à criança de um jeito ou de outro, o que implica que corresponde a seu auto-conceito ideal (Milrod, 1982);
de um modo que uma pessoa gostaria de ser mais do que qualquer coisa.

Se nós supusermos consequentemente que ESP é usada inconscientemente para procurar até aqui por um objecto da identificação desconhecido e mesmo falecido, isso deve necessariamente significar que há algum tipo de processo com o qual a criança tenta encontrar uma pessoa falecida que corresponda tanto quanto possível ao seu ou a sua imagem ideal.

Nós devemos neste caso somente esperar CORTs com objectos de identificação do falecido que seriam atractivos às crianças novas, primeiramente por causa de suas características externas, e em quais o sujeito não sofreria de todos os tipos de conflitos internos desagradáveis que são ligados à vida da pessoa falecida.

Nenhumas destas propriedades preditas são típicas para CORTs informacionalmente paranormais.
A hipótese ESP é consequentemente insuficiente (Stevenson, 1974).

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 24, 2012 9:20 pm

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Também, há ao menos outros dois argumentos importantes contrários à hipótese ESP:

1. Fora deste contexto somente os psíquicos seriam capazes de mostrar tal extensão de ESP, visto que as crianças em CORTs não foram sequer uma única vez caracterizadas como psíquicas.

2. Que poderia motivar uma criança de três anos de idade para escolher um completo desconhecido, um falecido estranho em vez de uma pessoa bem conhecida que estivesse ainda viva como um objecto de identificação?

Estes argumentos são já muito importantes quando você os considera um por um, mas em minha visão se eles forem analisados em conjunto nos forçam sem dúvida a declarar que a hipótese ESP em geral é insatisfatória para os CORTs paranormais.

Apenas porque está claro que nem todo o CORTs pode satisfatoriamente ser explicado pela fraude, pela auto-ilusão ou pela fantasia, eles não podem todos ser explicados por ESP.

Isto é porque uma hipótese não deve somente ser parcimoniosa, mas deve também ser julgada no poder explanatório.

Assim nós temos alcançado já o domínio da hipótese da sobrevivência, em outras palavras algum tipo de influência por uma pessoa desencarnada ou a reencarnação de tal entidade.

2.4. ESP versus sobrevivência

Como eu indiquei acima e em outra partes (Rivas, 1992b) os proponentes da hipótese ESP para a pesquisa da reencarnação não podem oferecer uma explanação satisfatória de determinadas propriedades cruciais de alguns CORTs.

Além disso eu penso que estão errados se afirmarem que sua hipótese a priori remanesceria sempre melhor do que a hipótese da sobrevivência.

A hipótese da sobrevivência interpreta que as afirmações e as habilidades paranormais, que estão documentados em CORTs, são o resultado (episódico, semântico e processual) da memória de alguém que tenha morrido, mas que tenha pessoalmente sobrevivido à morte.

Isso significaria que todas as objecções contrárias à hipótese ESP teriam que ser satisfeitas por grandes esforços de mudança nas teorias gerais a respeito das habilidades especiais, auto-imagem em crianças novas, a própria ESP, e a identificação, porque as adaptações que a hipótese da sobrevivência causaria em nossa visão filosófica e/ou académica mundial sempre seria maior.

Existe um grande abismo entre os proponentes de ESP e os sobrevivencialistas.

Para o primeiro grupo, a mente pessoal é apenas um aspecto ou uma parte integral de um organismo biológico que não pode nunca ser separado desse organismo.

Para o segundo grupo, a mente pessoal é uma entidade que não pode de maneira alguma ser reduzida ao mundo biológico ou material.

Em termos filosóficos, estas são as posições do materialista e do dualista respectivamente.

Qual é o mais plausível, essa é a pergunta.

Ao tentar respondê-la, nós não podemos nos satisfazer com um argumento de autoridade como o "materialismo é o mais plausível destas duas posições, porque os principais cientistas e as teorias científicas actuais são todas materialistas", ou "Dualismo deve simplesmente ser verdadeiro, ou do contrário Platão nunca o teria pregado".

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 24, 2012 9:20 pm

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Ao invés disso, é preciso julgar ambas as posições em suas qualidades intrínsecas.

Se nós tentarmos fazer isso, é notável que o materialismo parece ter uma vantagem sobre o dualismo, já que pressupõe que tudo o que existe, consiste de uma e do mesmo material, a saber a matéria.

Em outras palavras:
materialismo é um monismo corrente que postula somente um tipo de entidade.

Em contraste com o materialismo, o dualismo não é um monismo corrente, porque postula dois tipos de entidades, como o termo já sugere.

Então em um senso estritamente formal o materialismo tem uma vantagem sobre o dualismo, é mais parcimonioso na postulação de entidades.

Mas nós não estamos prontos ainda se apenas aceitarmos o respectivo princípio de parcimónia.

O materialismo corresponde ao que sabemos com segurança sobre a natureza da realidade?

Materialismo coloca que existem somente coisas externas, e algo como subjectividade é apenas um aspecto dessas coisas.

Existe um erro muito claro nesta representação das coisas:
se existem somente coisas externas, não pode haver subjectividade, já que esta não é um fenómeno externo.

Se você chamar a consciência um aspecto ou um nível do cérebro, você está dizendo realmente que algo que é puramente material poderia ter propriedades imateriais, o que é por definição absurdo.

A única forma de materialismo que pode consequentemente a priori ser defendido, é consequentemente o materialismo reducionista que nega totalmente a existência da consciência.

Mas a defesa séria desse forma de materialismo é ao mesmo tempo impossível, porque pressupõe que você poderia defender uma posição sem nenhum tipo de consciência, já que tal coisa não existiria.

Por outro lado, o dualismo pode ser menos parcimonioso formalmente, mas em todo o caso é reconciliável com nosso conhecimento da realidade.

Assim nós vemos que o materialismo não é uma teoria ontológica adequada da natureza básica do universo.

Isso significa que nós devemos supor que a mente ou a consciência não existem de todo apenas graças da matéria, e que não lhe pertence.

Isto não significa que este ponto sozinho provaria a hipótese da sobrevivência, mas a hipótese da sobrevivência de certo cabe perfeitamente dentro da estrutura do dualismo, no qual nós tratamos assim que nós penetramos a realidade da matéria.

Entretanto, por muito tempo em meu modo de ver conclusivos argumentos filosóficos para a imortalidade pessoal já são conhecidos.

Foi formulado já por Plotin, e desde sempre, reformulado por numeroso outros pensadores, entre outros exemplos, filósofos durante o período académico da filosofia cristã, René Descartes, Leibniz e o perito em lógica e matemático Bernhard Bolzano.

Também, na Índia antiga os pensadores formularam uma variante deste argumento, que está sendo defendido hoje pelos seguidores do movimento Hare Krishna e por outros.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 25, 2012 8:50 pm

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Eu chamo este argumento o argumento da substância ou do substancialismo.

Em nenhuma parte no corpo, nem no cérebro nem em outra parte, nós podemos apontar um local onde todos os estímulos sensoriais se juntem, de maneira que são unidos na consciência.

Em subjectivo, a consciência pessoal que nós vemos em outras palavras é algo que nós não sabemos do corpo.

Há uma entidade, um eu, que experimente tudo. Como o exemplo seguinte:
Alguém pode escutar música, ao dactilografar um texto atrás de um p.c. e ao mesmo tempo mascar um pedaço de chiclete.

Ele ou ela experimentam quatro tipos de impressões sensoriais simultaneamente:
a pessoa ouve, vê, sente e prova.

Naturalmente a atenção para experiências diferentes pode diferir, mas normalmente a pessoa está ciente de mais de uma.

A pessoa pode também estar ciente de processos psíquicos internos:
ele ou ela podem pensar sobre uma coisa, recordar de outra, etc..

Em todos estes processos conscientes há claramente apenas um eu, uma e a mesma entidade consciente que tem acesso a todas estas modalidades (o que quer que budistas, David Hume e cognitivistas contemporâneos possam dizer em contrário).

Este ponto prova que no exemplo da mente pessoal nós estamos tratando não somente com algo que é radicalmente diferente de qualquer coisa material (dualismo), mas também algo que pertence a um nível diferente do que o corpo físico.

No exemplo da mente pessoal, nós estamos lidando com uma personalidade irredutível visto que o corpo, apesar de perfeito ou bonito, permanece sempre um composto e consequentemente (isto é fatal) um sistema material redutível que um dia perde sua estrutura.

Agora, isto significa que a mente não pode ser destruída.

Apenas como no exemplo da matéria, nós devemos supor que uma mente pessoal é uma entidade irredutível, básica (que nós denominamos ontologicamente "substância") dentro da realidade (dualismo da substância).

Algo que constitui uma substância preliminar não pode se dividir em outra coisa ou apenas desaparecer, como é o caso com estruturas temporais, por exemplo estruturas materiais.

Consequentemente, a mente pessoal, sendo uma substância, é substancialmente imortal (Rivas, 1993).

Isto não significa que as estruturas dentro dessa mente pessoal seriam imortais:
essas podem se alterar com o tempo, exactamente como no caso de estruturas materiais.

Na perspectiva do argumento do substancialista nós podemos dizer que não somente a hipótese da sobrevivência é completamente sem problemas dentro do dualismo, mas está mesmo suportada directamente por uma prova filosófica para a imortalidade pessoal!

Consequentemente, em minha visão não pode haver nenhum argumento a priori importante de encontro a adoptar uma hipótese da sobrevivência se esta hipótese tornar-se melhor por razões empíricas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 25, 2012 8:50 pm

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E assim, não pode haver nenhum argumento a priori contrário à hipótese da sobrevivência como melhor explanação para alguns CORTs.

É tarefa da parapsicologia investigar e explicar os assim chamados fenómenos "paranormais", para não reduzir todos os fenómenos paranormais a priori às manifestações das capacidades PSI.

Neste sentido, nós podemos fazer um paralelo com a investigação da origem das espécies.

Esta é em qualquer caso uma parte da biologia, aquela é caracterizada por algum objecto do estudo, não por uma única "teoria indubitável".

Exactamente como a teoria mecânica da evolução e a teoria teológica da evolução são ambas teorias biológicas, a ESP hipótese e a hipótese da sobrevivência são teorias parapsicológicas.

2.5 A Hipótese de Sobrevivência

Nós podemos distinguir entre duas hipóteses de sobrevivência que podem ser aplicadas para explicar CORTs paranormais: possessão e reencarnação.

Um famoso e bem documentado caso de possessão é o de Lurancy Nennum (Stevenson, 1974; Smith, 1975).

Em 1878 Mary Lurancy Vennum de treze anos de idade de Watseka várias vezes entrou em um estado de transe em que ela era possuída por uma série de “espíritos”.

Lurancy foi investigada por um certo Dr. E. W. Stevens que a recomendou procurar um espírito guia no meio de todos aqueles visitantes de modo que criasse a ordem em seu caos.

Quando tentou fazer assim, uma determinada Mary Roff viu-se preparada para cumprir esta função.

Mary Roff tinha morrido em Watseka na idade de 18, quando Lurancy tinha somente 15 meses de idade.

Mary Roff tomou possessão de Lurancy e dominou aparentemente a criança por três meses:
O corpo de Lurancy mostrou o falar, o agir e as memórias de Mary Roff.

Lurancy foi mesmo viver com pais de Mary, onde tudo era familiar a ela, e onde se encontrou com parentes, amigos e conhecidos.

Também era capaz de recordar as coisas que corresponderam certamente à vida de Mary Roff.

A diferença principal entre este caso verídico de possessão e CORTs, é que Mary desapareceu após três meses porque Lurancy tinha sido “completamente curada" e poderia retornar a sua própria casa.

Mais tarde Mary ocasionalmente voltava, com permissão de Lurancy, de modo que pudesse falar com seus pais (veja Zorab, 1986).

Assim nós vemos duas personalidades distintas entre quem não há nenhuma continuidade, no contraste a CORTs.

Este caso claramente demonstra que possessão por um espírito desencarnado é provavelmente um fenómeno real.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 25, 2012 8:51 pm

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Isso não seria capaz de explicar todos os CORTs?

O argumento principal contra a hipótese de reencarnação para CORTs é, entretanto, que a maioria dos casos paranormais não há mudanças de personalidades, algo que poderíamos certamente esperar se existisse uma estranha influência por um espírito desencarnado (Andrade, 1980).

Em outras palavras: A hipótese de possessão também é falha para CORTs.

O que significa que a reencarnação é a mais plausível hipótese para CORTs paranormais.

No caso de Shanti Devi esta hipótese implicaria por exemplo que a esposa de Kedar Nath Chaubey, Ludgi, teria um novo corpo após sua morte, e teria renascido como a infantil Shanti Devi.

Com este novo corpo e este novo nome, Shanti Devi era ainda era capaz de se lembrar que ela tinha tido outro corpo e que se chamava Ludgi.

Além disso, ela poderia ainda se lembrar de detalhes do dialecto que ela havia falado, as relações que eram importantes em sua vida prévia como Ludgi, e outras coisas relacionadas a sua encarnação passada.

Isso significa, portanto, que Ludgi não apenas sobreviveu como Shanti Devi, mas também possui acesso a qualquer caso da memória que seja relacionado a sua vida como Ludgi, e que sua memória tenha permanecido pelo menos em parte intacta e funcional, tanto semanticamente, processualmente e episodicamente quanto cognitivamente, motivocionalmente e emocionalmente.

Falando claramente:
em CORTs paranormais, as pessoas simplesmente podem estar certas.

Elas realmente relembram uma vida que elas viveram antes de nascerem em suas formas físicas presentes.

Esta hipótese é a hipótese suficiente mais parcimoniosa que explica todos os detalhes dos CORTs paranormais.

Talvez existam outras hipóteses exaustivas como a que as pessoas dos CORTs sejam realmente demónios das crianças, ou encarnações de espíritos malignos que querem propagar um falso ensinamento.

Mas tais hipóteses são menos parcimoniosas que a hipótese de reencarnação.

3. Pesquisa de Reencarnação: Tópicos fascinantes

A pesquisa de reencarnação não é certamente uma das filiais mais novas da parapsicologia, mas apesar disso, é certamente uma das mais promissoras.

Mais tardia do que o estudo da mediunidade, a pesquisa de reencarnação verte a luz em o que nos acontece após a morte.

Nesta empresa, somente começou apenas.
Passo a passo a pesquisa da reencarnação está saindo da fase puramente demonstrativa, apenas como está ocorrendo na pesquisa de ESP e PK.

Assim como no caso da pesquisa psi, há um espaço para maior compreensão do processo reencarnatório.

Nós podemos pensar em perguntas como:
a universalidade da reencarnação, as causas da amnésia e as memórias de encarnações anteriores, o estudo longitudinal do desenvolvimento pessoal sobre diversas vidas, etc..

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 26, 2012 9:18 pm

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Todas estas e outras questões (Prasad, 1993) foram o objecto de especulação esotérica por eras e nós estamos incorporando lentamente uma era em que os estudos doa pacientes vão sem dúvida – pelo menos em parte – ser capazes de responder algumas delas.

4. Bibliografia

- Andrade, H.G. (1979). Um caso que sugere reencarnaçao: Simone x Angelina. Sao Paulo: Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda.
- Andrade, H.G. (1980). A case suggestive of reincarnation: Jacira & Ronaldo. Sao Paulo: Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda.

- Bowlby, J. (1980). Attachment and Loss, vol. III. Loss. New York: Basic Books.
- Chari, C.T.K. (1962). Paramnesia and reincarnation. Proceedings of the SPR, 29, 264-284.

- Chari, C.T.K. (1987). Letter. JSPR, 54, 226-228.
- Damon, W., & Hart, D. (1982). The development of self-understanding from infancy through adolescency. Child Development, 53, 841-864.

- Feldman, D.H. (1980). Beyond universals in cognitive development. Norwood: Alex Publishing Corporation.
- Gauld, A. (1985). Cases of the reincarnation type: Vol. IV. Twelve cases in Thailand and Burma (review). JASPR, 79, 80-85.

- Harrison, P., & Harrison, M. (1983). The children that time forgot. Emsworth: Mason Publications.
- Jones, E. (1920). Papers on Psychoanalysis. London: Ballière, Tindall & Cox.

- Kappers, J. (1993). De hypothese van een voortbestaan. Spiegel der Parapsychologie, 32 (2), 131-140.
- Leahy, R.L., & Shirk, S.R. (1985), in Leahy, R.L. (ed.) The development of the self. London: Academic Press.

- Milrod, D. (1982). The wished-for self-image. The Psychoanalytic Study of the Child, 37, 95-120.
- Praag, H. van (1972). Reïncarnatie in het licht van wetenschap en bijgeloof. Bussum: Teleboek.

- Prasad, J. (1993). New dimensions in reincarnation research.Allahabad: Arvind Printers.
- Rivas, E., & Rivas, T. (1987). Wetenschappelijk reïncarnatie-onderzoek (2e druk). Arnhem: Schoon Genoeg.

- Rivas, E., & Rivas, T. (1988). Het geval Annet v.d.K.: Reïncarnatie of fantasie? Tijdschrift voor Parapsychologie, 56, 5-28.
- Rivas, T. (1991). Alfred Peacock? Reincarnation fantasies about the Titanic. JSPR, 58, 10-15.

- Rivas, T. (1992a). Reïncarnatie-onderzoek in Nederland: Geïnduceerde gevallen. Spiegel der Parapsychologie, 31 (2), 104-109.
- Rivas, T. (1992b). Reïncarnatie en psychical research. Spiegel der Parapsychologie, 31 (3), 165-167.

- Rivas, T. (1992c). Antwoord (op brief van B. Willink). Spiegel der Parapsychologie, 31 (3), 165-167.
- Rivas, T. (1993). Filosofische grondslagen van empirisch onderzoek naar persoonlijke onsterfelijkheid (unpublished Master's thesis of systematic philosophy).

- Ryzl, M. (1984). Der Tod und was danach kommt: Das Weiterleben aus der Sicht der Parapsychologie. Munich: Wilhelm Goldmann Verlag.
- Smith, S. (1975). Dood? Leven zonder lichaam: Bewijzen voor ons voortbestaan. Den Haag: Gradivus.

- Stevenson, I. (1960). The evidence for survival from claimed memories of former incarnations. JASPR, 54, 51-71.
- Stevenson, I. (1974). Twenty cases suggestive of reincarnation. Charlottesville: University Press of Virginia.

- Stevenson, I. (1975). Cases of the reincarnation type: Vol. I. Ten cases in India. Charlottesville: University Press of Virginia.
- Stevenson, I. (1980). Cases of the reincarnation type: Vol. III. Lebanon and Turkey. Charlottesville: University Press of Virginia.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 26, 2012 9:19 pm

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- Stevenson, I. (1987). Children who remember previous lives. Charlottesville: University Press of Virginia.
- Stevenson, I., Pasricha, S., & Samararatne, G. (1988). Deception and self-deception in cases of the reincarnation type: Seven illustrative cases in Asia. JASPR, 82, 1-33.

- Stevenson, I., & Samararatne, G. (1988a). Three new cases of the reincarnation type in Sri Lanka with written records made before verification. The Journal of Nervous and Mental Disease, 176, 12, 1741.

- Tarazi, L. (1990). An unusual case of hypnotic regression with some unexplained contents. JASPR, 84, 309-344.
- Tenhaeff, W.H.C. (1958). Telepathie en helderziendheid: Beschouwingen over nog weinig doorvorste vermogens van de mens (2e druk). Zeist: De Haan.

- Van der Sijde, P.C. (1992). Reïncarnatie en parapsychologie. Spiegel der Parapsychologie, 31 (1), 23-39.
- Willink, B. (1992). Ingezonden brief. Spiegel der Parapsychologie, 31 (3), 164-165.

- Wilson, I. (1982). Reincarnation? The claims investigated. Harmondsworth: Penguin Books Ltd.
- Zorab, G. (1986). Het Watseka wonder. Spiegel der Parapsychologie, 25 (3), 175-200.

Este artigo encontra-se em sua versão original em inglês em http://members.lycos.nl/Kritisch/index-53.html

§.§.§- O-canto-da-ave
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Psi x Sobrevivência Empty Exit Epifenomenalismo: A demolição de um refúgio

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 26, 2012 9:19 pm

Titus Rivas & Hein van Dongen *1.

Introdução

Neste artigo nos perguntamos se o epifenomenalismo é uma posição sustentável.

O epifenomenalismo é a tese de que a mente ou a consciência no sentido cartesiano de experiência subjectiva (que compreende tanto a percepção e o pensamento como a emoção e a vontade) é um epifenómeno do cérebro e devido a isso completamente impotente.

Primeiro situaremos o epifenomenalismo brevemente dentro da filosofia da mente.

Ademais realizaremos um esboço de seu significado para a filosofia contemporânea e para a ciência empírica.

Seguidamente focaremos nos argumentos que se esgrimiram a favor desta postura.

Na segunda parte falaremos sobre os argumentos que se utilizaram ao longo do tempo na contra-mão do epifenomenalismo.

Nesta parte daremos também um argumento que segundo nós cremos demonstra melhor do que qualquer outro sua inconsistência interna.

Na terceira parte, finalmente, nos perguntaremos que consequências deveria ter a desqualificação do epifenomenalismo (como posição sustentável), tanto para a filosofia da mente e para a filosofia em geral, como para as ciências empíricas que se sustentam sobre elas.

I. Epifenomenalismo

O epifenomenalismo sustenta que todos os fenómenos, processos ou condições mentais não são mais do que epifenómenos de processos cerebrais.

Com isso não se quer dizer que o mental não poderia existir aparte do físico (ainda que se implique nisto), apenas que o mental não tem nenhuma influência sobre a realidade.

O mental sim existe, mas não é eficaz, isto é, não pode ser causa de nada, nem dentro de seu próprio domínio mental, nem também dentro do mundo físico *2.
Para esta suposta incapacidade mental se criaram imagens ilustrativas, como a do assobio de vapor de uma locomotiva.

O apito do assobio de vapor é um fenómeno real, mas não tem influência sobre a função da locomotiva, é só um epifenómeno desta *3.

De maneira semelhante, existem experiências conscientes que inevitavelmente são causadas por processos cerebrais.

Do mesmo modo que o assobio de vapor não tem influência sobre o funcionamento da locomotiva, a consciência também não tem influência sobre os processos cerebrais que a causam.

Ontologia e causalidade

O epifenomenalismo é uma resposta à questão referente à influência causal do mental ou a consciência sobre a realidade.

A resposta é que a mente não exerce nenhuma influência.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 27, 2012 9:08 pm

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A mente é sempre só efeito e nunca causa.
Como tal, o epifenomenalismo pode classificar-se dentro do chamado fisicalismo.

O fisicalismo sustenta que tudo o que existe é o resultado das leis válidas para o mundo físico.
É importante fazer uma distinção cortante entre fisicalismo e materialismo.

O materialismo é uma posição ontológica que diz que a única coisa que existe é a matéria - tradicionalmente: "átomos em movimeento".

O fisicalismo não é uma posição ontológica, apenas fala a respeito dos tipos de causalidade que podem existir.

Também apesar de que existem talvez uma infinidade de entidades que nunca podem ser incluídas dentro de definições da matéria, só as entidades materiais podem exercer influência causal.

Isto leva à conclusão que o epifenomenalismo é em verdade fisicalista.

No entanto, não se trata de uma posição materialista já que a mesmíssima razão que se dá para a incapacidade da consciência consiste em que a consciência não é material.

Deste modo o epifenomenalismo é uma posição dualista fisicalista *4.

Também há outras formas de fisicalismo, que sim têm um carácter materialista.

Assim, uma teoria de identidade também não pode reconhecer que a mente subjectiva como tal seria eficaz, porque a vida consciente segundo ela no sentido objectivo é idêntica a certos eventos fisiológicos no cérebro, e assim as propriedades subjetivas não importam causalmente no sentido objectivo.

Por outro lado, as posições eliminacionistas negam por suposto qualquer influência da mente, pela singela razão de que segundo elas nem esta sequer existe.

Dentro da filosofia da mente, o epifenomenalismo com frequência se utiliza como sinónimo de fisicalismo.

Por esta razão às vezes também se lhe chama a teoria da identidade também "epifenomenalista".

Esta classe de confusão não facilita o debate sobre o epifenomenalismo.
Alguns dos argumentos que se defendem ou são contrários ou em favor de certas outras formas de fisicalismo.

É por isso que nós sublinhamos novamente que o epifenomenalismo tem uma ontologia dualista.

É esta ontologia a que faz concluir seguindo o princípio fisicalista, que sim existe uma vida mental, mas que esta não tem nenhuma influência sobre a realidade.

Dualismo e causalidade psicogénica

O epifenomenalismo é uma das respostas dualistas que se dão à questão referente à causalidade psicogênica ou seja:
a influência da mente sobre a realidade.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 27, 2012 9:08 pm

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É a única resposta completamente fisicalista dentro do dualismo.
Ademais há outras duas posições dualistas a respeito desta questão.
Por um lado se encontra o paralelismo, que mantém um fisicalismo parcial.

Segundo o paralelismo a mente sim tem influência causal sobre sua própria realidade mental, mas não sobre a realidade física.

Como no caso do fisicalismo, o mundo material estaria determinado completamente por leis físicas.
Uma diferença importante é não obstante que o mundo material também não exerce nenhuma influência sobre a mente.

Teria uma causalidade totalmente paralela entre os dois tipos de domínio da realidade.
Por outro lado temos o interacionismo, que também recusa o fisicalismo dentro do mundo material.

Segundo o interacionismo matéria e mente ambas exercem uma influência causal recíproca tanto sobre si mesmas como mutuamente.

Envolvimentos do epifenomenalismo

No sentido filosófico o maior envolvimento do epifenomenalismo é do que o que fazemos ou experimentamos nunca é causado pelo que vivemos ou vivemos subjectivamente.

Este envolvimento vai bem mais longe do que a negação do livre arbítrio.
Como seres subjectivos somos completamente impotentes frente aos processos do mundo material.

Não podemos exercer nenhuma influência sobre eles, mas no entanto somos completamente determinados por eles.

Nossas relações com a realidade, nossa relação connosco mesmos, com outras pessoas, com objectos, etc., estão completamente causadas por processos fisiológicos no cérebro.

Tais relações jamais iniciam nada.

O epifenomenalismo, pois, implica antropologicamente numa consciência "encerrada" que não pode empreender completamente nada e nunca tem nenhum poder sobre si mesma.

Esta metafísica naturalmente tem grandes consequências para a axiologia e a ética.

Axiologicamente o epifenomenalismo de facto implica que todos nossos valores são biogénicos;
não existem valores que não sejam um epifenómeno de processos neurológicos.

Tudo o que os seres humanos experimentamos como transcendente ao puramente biológico, como beleza, verdade ou amizade, não é de facto mais do que o produto impotente da fisiologia isenta de valor.

Isto se aproxima a uma axiologia niilista.

Porque por exemplo muita gente encontra certa obra de Beethoven emocionante?

Unicamente porque seu cérebro reage de maneira específica (causa emoção) a certa estrutura auditiva e porque esta reacção física causa certa sensação subjectiva positiva.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 27, 2012 9:08 pm

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No campo da ética não só perdem seus contidos conceitos como responsabilidade, senão qualquer ideal ético deve tomar-se como exclusivamente causado por processos cerebrais.

O único tipo de ética que se poderia reconciliar com isto, é um naturalismo estritamente descritivo.
O domínio moral em outras palavras está completamente determinado pela neurologia amoral.

Na psicologia, o epifenomenalismo implica que tudo aquilo relevante para o comportamento e o conhecimento em princípio pode ser simulado completamente por máquinas (computadores).

O mesmo serve para a psicologia dos animais e a etologia:
se a consciência humana não tem nenhuma influência, o mesmo vale por suposto para a consciência animal *5.

Na neuropsicologia e a psiquiatria o epifenomenalismo lhe dá a razão ao pensamento com um carácter marcado completamente pela biologia.

No caso de transtornos psíquicos sempre é essencial a influência da fisiologia (biopsiquiatria).

A parapsicologia *6 que estuda os fenómenos paranormais que se dão em situações experimentais finalmente é dificilmente concebível dadas as pressuposiçõess do epifenomenalismo.

Diferentes parapsicólogos consideram suas investigações como possibilidade de averiguar a hipótese de interacções directas entre a mente e a realidade, isto é:
investigações que têm como objecto a percepção extra-sensorial e da psicocinese, pela que a realidade mental exerce influências extra-motoras *7.

I. Argumentos a favor do epifenomenalismo

O optar pela posição epifenomenalista não é questão de arbitrariedade.
De facto consiste, como já se disse dito, numa combinação de dualismo e fisicalismo.

Com o elemento dualista o epifenomenalismo evita a objeção esgrimida que este nega a existência da consciência, que precisa ele mesmo como corrente filosófica, ou a reduz a algo material e daí inconsciente *8.

Nossa atenção no resto deste artigo se centrará no aspecto fisicalista do epifenomenalismo, não na ontologia dualista compartilhada por nós *9.

Este ensaio pois, explicitamente não aborda nenhuma forma de materialismo qualquer que esta seja, já que como todos os epifenomenalistas e os demais dualistas, pensamos que é evidente que existem aspectos da mente subjectiva que apriori não podem considerar-se de jeito nenhum como materiais.

A discussão ontológica deve de fazer-se pois em outras palavras antes da discussão sobre a eficácia causal, não durante, e menos ainda depois.

A mistura destas duas questões claramente diferentes já causou bastante confusão.

Ainda que isso possa ser muito impopular, nós não seguimos pois a moda materialista e aqui só trataremos o problema de eficácia dentro de um contexto dualista.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 28, 2012 8:53 pm

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Os epifenomenalistas apresentam a seguinte argumentação para seu fisicalismo:

1. Teoricamente falando é mais parcimonioso ser fisicalista, porque

(a) as leis físicas são válidas segundo se sabe entre todas as formas de organização da matéria, inclusive o organismo humano e seu cérebro *10.

(b) não existe nenhuma prova empírica de uma influência psicogénica na realidade *11.

2. O interacionismo é "inconcebível".
Seria o mesmo que 'magia', como o expressa Jackendoff *12.

Como algo mental pode causar algo material?
Este segundo ponto já o deixamos imediatamente para atrás.

Se a influência psicogénica não se pode conceber, então a causa somatogénica da psique é mais inconcebível ainda.

E é em tal causa "mágica" que se baseia explicitamente o epifenomenalismo.
Podemos adicionar que qualquer causalidade é essencialmente misteriosa *13.
Posteriormente, consideraremos somente o argumento de parcimônia como aceitável.

O princípio de parcimônia é importante na filosofia da ciência porque pode refrear toda classe de especulações infundadas.

II. Argumentos contra o epifenomenalismo

Depois de nossa exposição do epifenomenalismo, toca-nos chegar a uma consideração dos contra-argumentos.

Entre parêntese, segundo Hodges e Lachs *14 o epifenomenalismo foi mais atacado do que defendido pelos filósofos.

A motivação bem se pode imaginar, vistos os envolvimentos pouco atractivos de dita posição em toda classe de terrenos.

Dentro dos contra-argumentos apresentados podemos distinguir quatro tipos:
objecções intuitivas, argumentos contra a parcimónia do epifenomenalismo, um argumento contra a validez da posição, e por fim argumentos lógicos dirigidos contra a consistência interna (coerência) do epifenomenalismo.

Primeiro discutiremos os argumentos apresentados que conhecemos e depois apresentaremos nosso próprio argumento analítico.

Objecções intuitivas

As objecções intuitivas *15 contra o epifenomenalismo são óbvias.
O epifenomenalismo não concorda em absoluto com a imagem que uma pessoa corrente tem de si mesma.

Para as pessoas correntes é evidente que se às vezes gritam é porque sentem dor, ou que se às vezes sorriem a alguém é porque lhe sentem simpatia para ele, etc. *16.

O epifenomenalismo vai contra este conceito intuitivo da existência da causalidade psicogénica.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 28, 2012 8:53 pm

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Desmascararia-o, por assim dizer, ao estilo de "A gente pode crer que suas experiências conscientes importam algo, mas nisso simplesmente se equivocam, só parece ser assim.

Em realidade só importam os processos e as estruturas cerebrais"
*17.

O argumento intuitivo de que a fala quotidiana mostra incontáveis exemplos da importância da consciência é, claro está, igualmente débil;
em outras palavras a língua reflecte tais ideias concebidas pela gente (corrente), e aquelas ideias podem ser como já se disse completamente erróneas.

Nós compartilhamos as mencionadas objecções intuitivas, mas nos damos conta de que em debates em torno do epifenomenalismo não têm muito peso.

Argumentos a respeito da parcimônia

Entre os argumentos a respeito da parcimónia se pode fazer uma subdivisão entre argumentos que vão contra o acima mencionado argumento 1 (a) dos epifenomenalistas, e um argumento contra 1 (b).

Isto é, contra a universalidade das leis físicas, e contra a falta de evidência empírica para a causalidade psicogénica.

Argumentos contra a universalidade das leis físicas: Argumento evolucionista

O argumento evolucionário já foi sustentado por William James *18 e recentemente foi defendido novamente por Karl Popper *19.

Segundo William James, as características da consciência indicam sua eficácia causal.
Em primeiro lugar a consciência provavelmente se faz mais complexa e intensa no curso da evolução animal.

Neste sentido se parece a um órgão físico.
Em segundo lugar, a consciência seria uma espécie de 'agência selectiva', um instrumento para efectuar eleições.

Em terceiro lugar, os sistemas nervosos cada vez mais complexos não só parecem adaptar-se cada vez melhor e fazer-se cada vez mais flexíveis senão também cada vez mais instáveis.

É por esta razão, pela que a consciência se teria originado, segundo James, pois faz eleições, preservando assim o cérebro do caos.

Isto se deve entre outras razões a que só a consciência tem algo que eleger, 'matter has no ideals to pursue'.

Por conseguinte a consciência aumenta as probabilidades de que a vida se mantenha.

Neste ponto, James raciocina do modo que segue:
Este plausível conceito legitima a existência da consciência.

Se a consciência não importa, por que se originou?

Karl Popper o formula assim (1977, p. 72):
'[...] o epifenomenalismo choca com a visão darwiniana.

[...] Os darwinistas têm de considerar [...] a mente como análoga a um órgão físico (provavelmente estreitamente vinculado ao cérebro) que evoluiu sob a pressão da selecção natural' *20.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 28, 2012 8:54 pm

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Agora bem, o problema com o argumento evolucionário é que seus apoiantes não se dão bastante conta de que nem todos os membros de um organismo em si mesmos têm que ser funcionais do ponto de vista evolucionário *21.

Um urso polar por exemplo tem uma pele gorda e quente que ademais é muito pesada.

O calor da pele contribui à sua sobrevivência, mas seu peso não.
O peso é um epifenómeno inevitável do facto de que a pele é gorda e quente.

De maneira que é muito concebível que algo se origine inevitavelmente como consequência de certa ordenação de genes sem que por si mesmo tivesse importância alguma na evolução.

É por isso incorrecto sustentar que o epifenomenalismo sem mais está em contradicção com o (neo)darwinismo.

Não se trata de que a consciência tenha um efeito positivo para que esta seja aceitada como suposto efeito da evolução, senão somente de que não influa a probabilidade de sobreviver e de reproduzir-se de maneira negativa.

É precisamente isto o que se daria segundo o epifenomenalismo:
a consciência não exerce influência sobre absolutamente nada, nem no sentido positivo nem no negativo.

Com respeito ao argumento de James da 'agência selectiva' que seria a consciência, isto é combatido explicitamente por Ray Jackendoff *22.

Em realidade, segundo Jackendoff se trata de um processo subconsciente, 'computacional' de concentração e selecção de certa informação, que em muitos casos efectivamente leva a experiências de atenção consciente.

A verdadeira seleção e eleição teriam lugar pois num nível subconsciente!

Não à base de objectivos e motivos conscientes senão à base de seus hipotéticos 'substratos' subconscientes (= as supostas estruturas fisiológicas subjacentes).

Indicação para a teleologia

Outro argumento que forneceu William James, diz que em casos de acidentes cerebrais certas funções podem ficar suprimidas e que depois aparentemente podem ser transferidas a outras partes do cérebro, o qual poderia indicar uma eficácia que só pode estar relacionada com a consciência.

O problema deste argumento é que de facto poderia tratar-se de uma pré-estruturação do cérebro que poderia explicar-se de várias maneiras.

Não tem por que ser a consciência a causa do traspasso de funções, senão somente a interacção entre as exigências que a vida impõe ao organismo e as possibilidades fisiológicas sobre as que este dispõe ainda.
A suposta teleologia seria em teoria só aparente.

Argumento contra a falta de evidência empírica para a causalidade psicogénica: Dados parapsicológicos

John Beloff *23 é o principal oponente do epifenomenalismo que se baseia em fenómenos paranormais ou PSI, isto é:
percepção extra-sensorial (ESP) e psicocinese (PK).

Beloff crê que só os fenómenos PSI podem demonstrar a influência da mente.
Recusa explicitamente todos os demais tipos de argumentação.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 29, 2012 9:13 pm

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Esta atitude se pode comparar com a de Ray Jackendoff que sustenta que ele só poderia ser convencido de que sua posição não é correcta por dados empíricos.

Jackendoff não diz no entanto que classe de fenómenos seriam esses *24.

Como só os fenómenos PSI poderiam refutar o epifenomenalismo segundo ele, John Beloff considera a parapsicologia como um dos meios mais importantes para recuperar nossa dignidade e consciência do próprio valor humano.

Sustenta ademais de que há razões válidas para supor do que os fenómenos PSI existem realmente.
A seguir indica que os fenômenos PSI se podem explicar mais facilmente por formas de causalidade psicogénica.

Segundo ele não há nenhuma indicação de que o cérebro possui poderes completamente desconhecidos que poderiam ter como resultado os fenómenos PSI.

Simultaneamente, os fenómenos demonstrariam segundo sua convicção as mesmas actividades intencionais que as que são estudadas pela psicologia corrente.

Ainda que seja concebível que os fenómenos PSI são causados por algo completamente diferente da mente e o cérebro *25, esta não é em absoluto uma hipótese plausível.

Alfred Ayer *26 sustenta que o epifenomenalismo está definido de tal forma que nunca seria possível refutá-lo.

Em nossa opinião, no entanto, os fenómenos PSI devem ser considerados como fenómenos cuja explicação fisicalista se aproxima tanto a um nível de probabilidade zero, que a pretensão de parcimónia perde sua força *27.

Ademais somos da opinião do que a parapsicologia já demonstrou suficientemente do que a existência de PSI é plausível.

Quando filósofos como William James *28, Gerard Heymans *29, Henri Bergson *30 e H.H. Price *31 incluíram estes fenómenos em sua filosofia da mente, os dados de investigação eram mais controversos do que é o caso hoje em dia.

Entretanto, a evidência para a incidência dos fenómenos é de tal qualidade que algumas publicações sobre tais fenómenos são aceitas pelas revistas de ciências naturais *32 e também por exemplo pela eminente Associação Americana para o Avanço da Ciência.

Alguns físicos notáveis parecem inclinar-se não tanto pela redução dos fenómenos a processos físicos autónomos, senão por sua inclusão dentro de um modelo que demonstre características interaccionistas *33.

A mera aceitação da existência do fenómeno psi pode se provar difícil, mas no final do século vinte isto não deve ser mais um obstáculo à avaliação correcta da evidência abundante neste campo.

Argumento contra a validez do epifenomenalismo

Este argumento também foi apresentado por Karl Popper *34.

Ele sustenta que se um raciocínio em realidade só se cumpre fisiologicamente, o epifenomenalista não pode reclamar a validez para sua própria posição.

A possível validez do epifenomenalismo não é uma propriedade física mas deve ser vista como um juízo positivo na posição baseada em princípios abstractos.

Popper não considera este dado como uma refutação do epifenomenalismo, mas sim conclui que o epifenomenalismo não pode alegar nada para defender-se, já que isso implicaria o reconhecimento da influência de medidas imateriais.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 29, 2012 9:13 pm

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Estamos de acordo com esta argumentação de Popper. Se o epifenomenalismo sustenta que no mundo real as únicas coisas que importam são as entidades físicas, por que segue então preocupando-se por algo como "verdade" e "validez"?

Argumentos contra a consistência interna do epifenomenalismo

Formularam-se diversos argumentos similares segundo os quais o epifenomenalismo se contradiz.

Todos os argumentos se estruturam essencialmente como segue:
O próprio epifenomenalismo menciona a consciência ao negar por exemplo sua eficácia.

Isto implica que a consciência de uma maneira ou outra teve influência sobre a argumentação do epifenomenalismo e as ideias em que se baseia.

O argumento do conhecimento de conteúdos da consciência

A forma mais crua do argumento mencionado acima diz o seguinte:

Alguns epifenomenalistas estão falando sobre toda classe de conteúdos da consciência, como por exemplo a experiência de cores ou de sons, e sustentam ao mesmo tempo que nenhum desses conteúdos tem efeito sobre a realidade.

Como é possível pois que os mesmíssimos epifenomenalistas falem sobre conteúdos da consciência?

Esta versão do argumento, no entanto, ainda pode ser refutado pelo epifenomenalismo.

Ao falar de conteúdos da consciência, segundo o epifenomenalismo, não se tem que falar necessariamente dos conteúdos em si, senão de facto só dos substratos fisiólogicos específicos que formam a suposta causa de toda classe de experiências subjectivas *35.

Uma proposição como 'Vejo a cor vermelha' seria pois completamente causada pelo suposto correlato fisiológico do conteúdo da consciência de que se trata.

Que haveria tais substratos fisiológicos para qualquer conteúdo da consciência que exista, é um princípio básico do epifenomenalismo:
Todas as experiências subjectivas seriam causadas por estruturas ou processos cerebrais *36.

O argumento da origem do conceito 'consciência'

De onde vêm nossos conceitos a respeito das experiências subjectivas?

Esta é a questão que propõe uma segunda versão do argumento lógico.
S. Shoemaker sustenta que os qualia são a causa de que existe uma crença na existência dos qualia.

Seguindo a Shoemaker *37, se poderia sustentar que a gente pensaria, falaria e escreveria sobre o conceito de "consciência" porque formamos esse conceito conscientemente.

Assim formulado, o argumento ainda não é bastante forte *38.

Em primeiro lugar segundo os epifenomenalistas ainda se poderia imaginar uma representação conceitual da consciência dentro de um sistema que não tem absolutamente nenhuma consciência, mas só um conceito inato 'consciência'.

Em segundo lugar, falar da consciência em si mesmo não prova nada com respeito à presença de dita consciência, já que também se poderia programar um computador sem mente de tal maneira que produza um output linguístico a respeito do conceito 'consciência'.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 29, 2012 9:14 pm

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O argumento do assombro sobre consciência

Elitzur *39 sustenta que a consciência não tem que ser a causa de um conceito 'consciência', mas sim a causa de que 'people are bothered by problems of consciousness'.

Se é possível que exista um conceito inato 'consciência', o qual Elitzur não exclui, então o interesse emocional a respeito do estranho conceito 'consciência' se poderia explicar como um epifenómeno subjectivo de um processo puramente fisiológico.

Substractos fisiológicos de assombro sobre o suposto conceito inato 'consciência' levariam à experiência de assombro e interesse.

O argumento da justificativa do conceito 'consciência'

Nós mesmos conhecemos a dois autores que de maneira completamente independente de nós chegaram à seguinte versão do argumento lógico contra o epifenomenalismo, tratam-se de: Michael Watkins e Dennett *40.

Em resposta a um ensaio de Jackson de 1982 *41, Michael Watkins escreveu um breve artigo na revista Analysis *42.

Jackson defendeu em seu ensaio a existência dos "qualia" epifenomenais completamente impotentes, isto é aspectos qualitativos da experiência.

A isso Watkins respondeu do modo seguinte (p. 160):
'A única indicação que temos de que existem os qualia é nossa experiência directa deles.

[...] O epifenomenalismo não esclarece como poderíamos chegar a formar uma noção justificável da existência dos ditos qualia.'

Daniel C. Dennett publicou em 1991 seu 'Consciousness explained' depois da formulação de Watkins e também depois de uma primeira formulação deste argumento por um de nós *43.

Ainda que parta de uma filosofia da mente diferente, o funcionalismo, mostra de maneira semelhante que o epifenomenalismo é incoerente ou seja internamente inconsistente, e que por dita razão não merece nenhuma atenção filosófica séria *44.

Na página 403 diz literalmente:
'Poderia ter outra razão para sustentar que [as experiências subjectivas] existam efectivamente?

Que classe de razão? Ninguém jamais deu tal razão - boa, má ou neutra - que eu saiba.'

E na página 405 conclui pois:
'Se alguém afirma que é partidário de alguma variante do epifenomenalismo, você tem de tentar ser cortês, mas sim tem de perguntar:
De que você está falando?'


Ambos os filósofos acertaram no alvo segundo nossa opinião.

Para aclarar isto, passaremos a tratar nossa própria formulação independente:
(i) O epifenomenalismo utiliza o conceito 'consciência', já que sustenta que existe uma consciência, a qual possui características que não são materiais, etc.

(ii) O epifenomenalismo sustenta pois que seu conceito 'consciência' se refere a uma parte real da realidade, a saber um mundo epifenomenal mas irredutível da experiência mental.

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