LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 8 - Vida - Desafios e Soluções/Joanna de Angelis

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Série Psicológica Vol. 8 - Vida - Desafios e Soluções/Joanna de Angelis - Página 3 Empty Re: Série Psicológica Vol. 8 - Vida - Desafios e Soluções/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:43 am

Examinando-se imparcialmente essas propostas de despertamento, compreende-se que o problema é urgente, embora o tempo que vem transcorrendo desde as advertências existentes em todas as doutrinas de dignificação humana.
Chama, porém, a atenção, a própria experiência de Pedro, nos momentos que antecederam a traição do Amigo e a inolvidável tragédia do Calvário, sendo advertido carinhosamente: Esta noite antes de o galo cantar, três vezes me negarás7... prenunciando-lhe a defecção, por estar adormecido para a grandiosidade de comportamento junto ao Benfeitor, quando fosse convidado ao testemunho que é sempre prova de maioridade psicológica e existencial.
Parecia impossível que se concretizasse esse prognóstico, no entanto o mesmo sucedeu com a riqueza de detalhes com que foi anunciado, chamando o inadvertido ao verdadeiro despertar, que o fez auto-doar-se até o momento final...
Prosseguindo-se em uma releitura do Evangelho de Jesus, o discurso está exarado sempre em advertências aos adormecidos, seja pelo sono fisiológico, seja pelo sono moral, seja pelo sono intelectual.
Destaque-se mais uma vez que, quando Jesus se encontrava em comunhão com Deus, pouco antes das humilhações a que seria submetido, por três vezes saiu de Si e foi visitar os companheiros que deveriam estar em vigília e todos dormiam, anestesiados pela indiferença ou pela inconsequência do seu estado de consciência. Convidados ao despertamento nas repetidas oportunidades, por fim foram deixados, porque já era tarde, não mais adiantava acordá-los.
O desafio do sono é muito grande, face ao largo período de permanência nas faixas primárias do processo da evolução, pelo qual passa o ser no seu crescimento espiritual.
O inconsciente está no comando das sensações e das emoções, deixando pouco espaço para a consciência, a lucidez dos actos. Não obstante, quando Jesus informou a Pedro sobre a negação e o cantar do galo, pôde-se inferir que o inconsciente estava representado pela figuração da ave que faz barulho, que desperta, e isso se daria somente quando o remorso lhe assomasse à lucidez invigilante.
O despertar é inadiável, porque liberta e concede autoridade para o discernimento. De tal forma se apresenta a capacidade de entender, que uma visão optimista e clara se torna a base do comportamento psicológico, portanto, do mecanismo íntimo para a aquisição da felicidade.
Essa realização não se dá somente quando tudo parece bem, mas sim quando sucedem ocorrências que são convencionalmente denominadas como infortúnios. Diante de tais fatos, em vez de haver uma revolta ou desespero, na serenidade do estar desperto, interroga-se: O que me está desejando dizer este fenómeno perturbador? Tratando-se de uma enfermidade, um desgaste físico, emocional ou psíquico, uma perda de valores amoedados ou de um trabalho, que é o sustento da existência, pergunta-se: Isto que me está acontecendo, que significado tem para o meu progresso? Qual ou quais as razões destas mensagens?
E penetrando-se com harmonia e sincero desejo de auto-descobrir-se, de identificar o factor desequilibrante, a consciência identifica a causa real e trabalha-a, administrando a distonia profunda que se exterioriza na forma intranquilizadora.
Tal comportamento proporciona segurança, fixação no ideal, harmonia, equilíbrio.
Quando não está desperto, o indivíduo se transfere de uma para outra dependência, buscando guias e condutores que lhe diminuam o esforço para pensar, e passem a assumir responsabilidades que lhe dizem respeito.
No mergulho do Si nasce a coerência para com a vida e suas possibilidades, trabalhando pela libertação de todos os vínculos esclavagistas. Nem busca modelos pré-fabricados, nem formas unívocas que sirvam para todos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:44 am

Cada ser possui as suas características e recursos, o que não estimula ao individualismo perverso, antes à aquisição da própria identidade. Não obstante, há um Guia e Modelo, cuja vida exemplar tem resistido a todos os vendavais do tempo e a todas as críticas ácidas quão demolidoras de muitos pensadores, que é Jesus, o verdadeiro divisor de águas da História.
Psicologicamente completo e desperto, tornou-se o maior exemplo de Consciência plena que se conhece no processo da evolução do ser, ensinando sem presunção, amando sem qualquer capricho, imolando-se sem qualquer mecanismo masoquista.
Portador de saúde por excelência, jamais se Lhe registou qualquer tipo de distúrbio, como exaltação ou como depressão, mesmo nos momentos mais difíceis de uma trajectória assinalada pela incompreensão dos Seus coevos.
Simples e desataviado, Seu comportamento era optimista, rico de beleza e de ternura, demonstrando inequivocamente a Sua ascendência moral e intelectual.
Sempre desperto, Jesus é o exemplo máximo da conquista do Si.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:44 am

Esforço para equilibrar-se
Há, em todo processo de amadurecimento psicológico, de despertamento da consciência, um jogo de interesses, que pode ser sintetizado nas experiências vivenciadas que formaram a personalidade do ser, criando hábitos e comportamentos, e na aspiração pelo que se deseja conseguir, enfrentando lutas e desafios constantes, até que se estabeleçam as condições para os fenómenos automatistas da nova realidade.
Trata-se de uma luta sem quartel, em razão dos impulsos cristalizados no já feito e a incerteza das aspirações pelo que se deseja realizar.
Nesse tentame, pode o indivíduo pecar por excesso de qualquer natureza, ou abandonando a experiência nova, para entregar-se ao amolecimento, ou dedicando-se exaustiva, irracionalmente à anelada conquista, que ainda não pôde ser testada pelas resistências do combatente.
O ideal, em toda situação, é sempre o equilíbrio, que constitui medida de avaliação das conquistas logradas.
Equilíbrio é harmonia entre ao que se aspira, o que se faz e como se comporta emocionalmente, sem ansiedade pelo que deve produzir, nem conflito por aquilo que foi conseguido. Trata-se de uma conquista interior, capaz de medir, sem paradigma estático, o valor das próprias conquistas.
Detectando-se falhas do passado no comportamento, com tranquila naturalidade refazer-se o caminho, corrigir-se os equívocos e, quando se descobrir acertos, ampliá-los serenamente, sem extravagâncias ou presunção, compreendendo que apenas se encontra no limiar do desenvolvimento interior, do amadurecimento profundo do ser psicológico.
O equilíbrio resulta da identificação de vários recursos adormecidos no inconsciente profundo que, penetrado, abre campo para a conscientização dos deveres e responsabilidades a desempenhar. Somente através do trabalho constante de auto identificação, é possível conseguir-se a harmonia para agir, iniciando a conduta nas paisagens mentais, pelos pensamentos cultivados, que se transformam em motivos para a luta.
Protágoras de Abdera afirmou que o homem é a medida de todas as coisas, sendo a realidade um permanente devir, variando a verdade de acordo com as épocas e os próprios processos de desenvolvimento do ser humano. Entretanto,
Heráclito afirmava que a natureza gosta de esconder-se, em uma proposta-desafio para que seja encontrada a razão de todas as coisas, porquanto o olhar desatento somente alcança limites e nunca a natureza em si mesma. Para Heráclito, o ver é parte integrante do dizer e do ouvir, numa tríade constitutiva da sua realidade.
Em uma análise mais profunda, a natureza está oculta porque dormindo no inconsciente colectivo de todos os observadores, nas suas heranças atávicas, nas conquistas variadas dos tempos e dos povos, cada qual descobrindo parte do todo até alcançar o limite do olhar, a capacidade do dizer e a faculdade de ouvir além dos sentidos físicos. Por outro lado, esse homem que se apresenta como medida de todas as coisas é remanescente do processo natural da evolução, nos diferentes períodos antropológico, sociológico, psicológico avançando para a sua conscientização, a sua identidade plena.
O Si adquire experiências pelas etapas sucessivas das reencarnações, superando condicionamentos e dependências através da lucidez de consciência, que lhe impõe equilíbrio para a conquista do bem-estar emocional, da saúde integral.
As Leis do equilíbrio estão em toda parte mantendo a harmonia cósmica, ao mesmo tempo ínsitas no microcosmo, a fim de estabelecer e preservar o ritmo da aglutinação molecular. No campo moral, trata-se da capacidade de medir-se os valores que são adequados à paz interior e à necessidade de prosseguir-se evoluindo, sem os choques decorrentes das mudanças de campos vibratórios e comportamentais que todo estado novo produz no ser.
O esforço para equilibrar-se é o meio eficaz para a auto-realização, o prosseguir desperto. Trata-se de uma proposta de acção bem-direccionada, mediante a qual pode ser disciplinada a vontade de atingir a meta iluminativa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:44 am

O trabalho se apresenta como o meio próprio para o cometimento, ao lado, é certo, da viagem interior. O trabalho externo é realizado no tempo horizontal, nas horas convencionais dedicadas à actividade para aquisição dos recursos de manutenção da existência corporal, no qual se investem as conquistas da inteligência, da razão e da força, a resistência orgânica. Ao lado dele outros surgem que passam a utilizar-se do tempo vertical, que é ilimitado, porque caracterizado como de natureza interna.
O trabalho de qualquer natureza, quando enobrecido pelos sentimentos, é o amor em actividade. O horizontal mantém o corpo, o vertical, sustenta a vida. Pode ser realizado com carácter beneficente, sem remuneração habitual ou mesmo da gratidão, da simpatia, feito com abnegação, em cujo tempo de execução o ser se encontra consigo próprio e desenvolve os valores reais do Espírito, compreendendo que servir é meta existencial, e amar é dever de libertação do ego em constante transformação.
O equilíbrio que se haure, enquanto se serve, permanece como marca de progresso, como lição viva do despertar, não se fadigando, nem se deprimindo quando não sucederem os propósitos conforme anelados.
O simples esforço para o equilíbrio já é definição do novo rumo que se imprime à existência, superando os condicionamentos perturbadores, egóicos, remanescentes dos instintos imediatos do comer, dormir, procriar... A existência física é mais do que automatismos, constituindo-se um apaixonante devir, que se conquista etapa a etapa até culminar na autoconsciência.
Esforço, nesta leitura psicológica, pode ser descrito como tenacidade para não se deixar vencer pelo marasmo, pela acomodação, pelo limite de realizações conseguidas. É o investimento da vontade para crescer mais, alcançar novos patamares, desembaraçar-se de toda peia que retém o Espírito na retaguarda.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:44 am

Disciplina da vontade
Essa faculdade de representar um ato que pode ou não ser praticado, como definem os bons dicionaristas, a vontade, tem que ser orientada mediante a disciplina mental, trabalhada com exercícios de meditação, através de pensamentos elevados, de forma que gerem condicionamento novo, estabelecendo hábito diferente do comum.
Necessariamente são indispensáveis vários recursos que auxiliam a montagem dos equipamentos da vontade, a saber: paciência, perseverança, autoconfiança.
A paciência ensina que todo trabalho começa, mas não se pode aguardar imediato término, porque conquistada uma etapa, outra surge desafiadora, já que o ser não cessa de crescer. Somente através de um programa cuidadoso e continuado logra-se alcançar o objectivo que se busca.
Tranquilamente se processa o trabalho de cada momento, abrindo-se novos horizontes que serão desbravados posteriormente, abandonando-se a pressa e não se permitindo afligir porque não se haja conseguido concluí-lo.
A paciência é recurso que se treina com insistência para dar continuidade a qualquer empreendimento, esperando-se que outros factores, que independem da pessoa, contribuam para os resultados que se espera alcançar.
Esse mecanismo é todo um resultado de esforço bem-direccionado, consistindo no ritmo do trabalho que não deve ser interrompido.
Lentamente são criados no inconsciente condicionamentos em favor da faculdade de esperar, aquietando as ansiedades perturbadoras e criando um clima de equilíbrio emocional no ser.
Como qualquer outra conquista, a paciência exige treinamento, constância e fé na capacidade de realizar o trabalho, como requisitos indispensáveis para ser alcançada. Evita exorbitar nas exigências do crescimento íntimo, no começo, elaborando um programa que deve ser aplicado sem saltos, passo a passo, o que contribui para os resultados excelentes, que abrirão oportunidade a outras possibilidades de desenvolvimento pessoal.
Na tradição do Cristianismo primitivo, consideravam-se santos aqueles que eram portadores de atitudes incomuns, capazes de enfrentar situações insuportáveis e mesmo testemunhos incomparáveis.
Certamente surgiram também várias lendas, muito do sabor da imaginação, conforme sucede em todas as épocas. Não obstante, conta-se que São Kevin, desejando orar, foi tomado por uma atitude de ardor e distendeu os braços pela janela aberta, preparando-se. Nesse momento, uma ave canora pousou-lhe na palma da mão distendida, e começou a fazer um ninho nesse inusitado suporte. Passaram duas ou mais semanas, e São Kevin permaneceu imóvel, até que a avezita concluiu o dever de chocar os ovos que ali depositara.
Os companheiros consideraram esse um ato de paciência abençoada e invulgar paciência!
Não é necessário que se chegue a esse estágio, certamente impossível de vivê-lo, mas que serve para demonstrar que, mediante a sua presença, mesmo o inverosímil torna-se verossímil.
Surge, então, a perseverança como factor imprescindível à disciplina da vontade.
A perseverança se apresenta como pertinácia, insistência no labor que se está ou se pretende executar, de forma que não se interrompa o curso programado. Mesmo quando os desafios se manifestam, a firmeza da decisão pela consciência do que se vai efectuar, faculta maior interesse no processo desenvolvido, propondo levar o projecto até o fim, sem que o desânimo encontre guarida ou trabalhe desfavoravelmente.
Somente através da perseverança é que se consegue amoldar as ambições aos actos, tornando-os realizáveis, materializando-os, particularmente no que diz respeito àqueles de elevada qualidade moral, que resultam em bênçãos de qualquer natureza em favor do Espírito.
Quando não iniciado no dever, o indivíduo abandona os esforços que deve envidar para atingir as metas que persegue. Afirma-se sem o necessário valor moral para prosseguir, não obstante, quando se direcciona para o prazer, para as acomodações que lhe agradam o paladar do comportamento doentio, deixa-se arrastar por eles, deslizando nos resvaladouros da insensatez, escusando-se à luta, porque, embora diga não se estar sentindo bem, apraz-lhe a situação, em mecanismo psicopatológico masoquista.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:45 am

Ê conquista da consciência desperta o esforço para perseverar nos objectivos elevados, que alçam o ser do parasitismo intelectual e moral ao campo no qual desabrocham os incontáveis recursos que lhe dormem no mundo íntimo, somente aguardando o despertamento que a sua vontade proponha.
Como qualquer outro condicionamento, a perseverança decorre da insistência que se impõe o indivíduo, para alcançar os objectivos que o promovem e o dignificam. Ninguém existe sem ela ou incapaz de consegui-la, porque resulta apenas do desejo que se transforma em tentativa e que se realiza em atitude contínua de acção.
Da conquista da paciência, em face da perseverança que a completa, passa-se à autoconfiança, à certeza das possibilidades existentes que podem ser aplicadas em favor dos anseios íntimos. Desaparecem o medo e os mecanismos auto-punitivos, auto-afligentes, que são factores dissolventes do progresso, da evolução do ser.
Mediante essa conquista, a vontade passa a ser comandada pela mente saudável, que discerne entre o que deve e pode fazer, quais são os objectivos da sua existência na Terra e como amadurecer emocional e psicologicamente, para enfrentar as vicissitudes, as dificuldades, os problemas que fazem parte de todo o desenrolar do crescimento interior.
Nesse trabalho, a criança psicológica, adormecida no ser e que teima por ser acalentada, cede lugar ao adulto de vontade firme e confiante, que programa os seus actos trabalhando com afinco para conseguir resultados satisfatórios. Nessa empreitada ele não deseja triunfar sobre os outros, conquistar o mundo, tornar-se famoso, conduzir as massas, ser deificado, porque a sua é a luta para conquistar-se, realizar-se interiormente, de cujo esforço virão as outras posses, essas de secundária importância, mas que fazem parte também dos mecanismos existenciais, que constituem o desenvolvimento, o progresso da sociedade, o surgimento das suas lideranças, dos seus astros e construtores do futuro.
Todo esse empreendimento resulta da vontade disciplinada, que se torna o mais notável instrumento de trabalho para a vitória da existência física do ser pensante na Terra.
Equipado por esses instrumentos preciosos, começa o novo ciclo de amadurecimento da criatura humana, que agora aspira à conquista do Universo, porquanto o seu cosmo íntimo já está sendo controlado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:45 am

Acções libertadoras
Possuindo os instrumentos hábeis para disciplinar a vontade, mantendo o conhecimento do Si, é claro que o indivíduo se auto desperta, percebendo a própria realidade e os objectivos essenciais para desfrutar de uma existência saudável, o que não significa viver sem qualquer aflição ou desafio. Antes, havendo adquirido consciência dos próprios limites, amplia-os em possibilidades de realização, assim também dos fenómenos normais que fazem parte da sua jornada evolutiva.
Assim considerando, percebe que deve partir para a acção, porquanto o conhecimento sem a experiência vivida no cotidiano carece de valor para significar equilíbrio, por não haver passado pelo teste demonstrativo da sua resistência.
Vive-se, na Terra, o momento do desvelar o que se encontra oculto. Não que este seja um período pior do que outros que foram ultrapassados. E mesmo caracterizado por muitas bênçãos advindas do progresso e do desenvolvimento cultural dos seus habitantes, embora ainda permaneçam muitos desastres evolutivos em forma de violência, de desrespeito aos códigos soberanos da Vida, de desequilíbrios em expressões diferentes, mas todos muito graves quão perturbadores.
Sucede que muitos dos acidentes morais que chegam ao conhecimento público e fazem a felicidade dos tablóides escandalosos e da mídia em geral, que com eles se preocupam, assim interessam às criaturas porque são projecções inconscientes do que está gravado no íntimo dos seres, permanecendo ocultos. De certo modo, o ser humano sente prazer quando detecta desgraça alheia, vendo-se reflectido no outro, que parecia nobre e bom, no entanto portador das mesmas misérias que ele. Como consequência, compraz-se em divulgar o fato, hipocritamente algumas vezes, dando a impressão de lamentá-lo, quando o está aplaudindo e ampliando a área da informação malsã, ou simplesmente quando se ergue para agredir em nome da moralidade ou da defesa dos ideais de enobrecimento, assim agindo, irado, porque o outro realizou o que ele gostaria de fazer e não pôde, não teve coragem, as circunstâncias não lhe facultaram.
O comportamento emocional é muito complexo para ser reduzido a padrões que inspirem segurança e estrutura, em razão do processo de evolução de cada criatura, ao largo das reencarnações, tendo como predominância, em a sua natureza, o período multimilenário de experiências nas faixas mais primárias do desenvolvimento e pouco tempo no acesso à razão, ao discernimento, ao sentimento de amor.
As acções, portanto, são o reflexo da fixação das conquistas psicológicas e intelectuais, tornando-se realidades na pauta do comportamento humano e no inter-relacionamento pessoal.
Começam como tolerância para com aqueles que se encontram nos patamares inferiores do processo de crescimento moral, ensejando-lhes aberturas fraternais para a sua realização, ao mesmo tempo auxiliando de forma directa na conquista do necessário ao seu crescimento interior e externo.
A tolerância real é conquista valiosa, que se transforma em degrau de progresso, porque faculta novas expressões de solidariedade, destacando-se o perdão irrestrito a todo mal que se haja feito, com esquecimento real da ofensa.
Superar esse desafio significa um passo avançado no processo iluminativo pessoal, que abre campo para as acções da caridade fraternal, do auxílio aos mais necessitados, da presença onde se tornem indispensáveis o apoio e a ajuda dignificadora.
Acção é a palavra de ordem, em todo o Universo. O movimento constitui mecanismo que impulsiona a vida em todos os sentidos.
O ser humano somente se identifica com a sua realidade quando age, tornando-se útil, desprendido dos bens materiais e das paixões pessoais ainda primitivas. Muitas desgraças que lhe acontecem são lições da vida, cujos bens morais deve compreender e armazenar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:45 am

Enfermidades inesperadas, acontecimentos desagradáveis, mortes prematuras, separações que surpreendem, acusações descabidas são ocorrências que favorecem o enrijecimento do carácter do Espírito e que o enobrecem, promovendo-o das faixas psíquicas mais pesadas onde se encontra, para que se possa movimentar em outras ondas elevadas que o aguardam no processo de libertação.
Por isso mesmo, nem todo infortúnio deve ser lamentado, senão aceito de modo positivo, porque a Vida sabe o que é necessário para o ser, proporcionando-lhe conforme a sua capacidade de aceitação e oportunidade de experimentação. Assim realizado, esse ser auto-desperto já não pode adiar a sua contribuição em favor do meio social onde vive, passando a agir de maneira infatigável.
As suas acções se tornam factor preponderante para o progresso de todos os demais seres, que agora se lhe tornam irmãos, companheiros da mesma jornada.
A sua ascensão eleva-os; a sua queda os conduz ao abismo. Sua responsabilidade torna-se expressiva, porquanto, auto-consciente dos compromissos que lhe estão reservados, entende por que se encontra na Terra neste momento e sabe como desincumbir-se dos confrontos e lutas que lhe chegam, preservando os valores morais e humanos que lhe são próprios.
Quaisquer conflitos que porventura lhe surjam, agora não constituem mais razão de desequilíbrio ou de perturbação, mas oportunidade de ampliar-lhe a capacidade de entender e de solucionar, de crescer infinitamente, porque o seu futuro é a conquista do Si plenamente, superando todos os obstáculos decorrentes das reencarnações passadas com vistas nas propostas desafiadoras do futuro.

3 João11:11
4 Romanos, 13:11; (Nota da Autora espiritual).
5 Efésios, 5:14; (Nota da Autora).
6 II Pedro: 1.13.
7 Mateus: 26:34. (Nota da Autora espiritual)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:45 am

9 - RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS
Ninguém consegue viver sem a harmonia do grupo social no qual se encontra. Animal gregário, o ser humano nutre-se da vibração e da presença de outro igual, que o estimula para avançar na busca da sua auto-realização.
O relacionamento social é de grande importância para desenvolver os valores que se encontram adormecidos nos refolhos do inconsciente, aguardando os estímulos que os fazem exteriorizar-se, e isso, somente é possível, na convivência com outros indivíduos da mesma espécie.
O isolacionismo é sintoma de desajuste emocional, portanto de psicopatologia que necessita seja aplicada uma terapia competente.
Na convivência com o próximo, o ser humano lima as arestas interiores e ajusta-se ao grupo, aprendendo que a sua perfeita sintonia com os demais resulta em produção e aperfeiçoamento moral para todos. O seu crescimento é conquista geral, o seu fracasso é desastre colectivo. Nesse mister, portanto, descobre a beleza da harmonia, que resulta da perfeita identificação com os componentes do conjunto.
Quem duvide do valor da renúncia pessoal em favor do aperfeiçoamento do grupo social, observe, numa orquestra, qualquer instrumento que se destaque, por exibicionismo, destoando da pauta musical, e teremos a tragédia do esforço de todos.
Assim, portanto, há uma necessidade ética, psicológica, moral, em favor do relacionamento entre as criaturas, particularmente quando este pode ser saudável. A sua proposta se faz mediante o intercâmbio fraternal, aspirações culturais, doações dignificadoras, que se convertem em esforço de construção de momentos enriquecedores.
Os estímulos humanos funcionam de acordo com os propósitos agasalhados, porque a mente, trabalhando os neurónios cerebrais, estimula a produção de enzimas próprias aos sentimentos de solidariedade ou às reacções belicosas. Assim, portanto, aspirar a ideias de teor elevado e mantê-las constitui meio seguro de conseguir-se relacionamentos saudáveis.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 11:46 am

A Influência dos mitos na formação da personalidade
Todos os seres são herdeiros naturais das suas experiências transactas. O processo da evolução antropológica permanece impresso nos painéis do inconsciente profundo, no próprio Espírito, que se socializa e desabrocha as expressões psíquicas por intermédio das vivências sucessivas e ininterruptas, o que lhe faculta crescer e adquirir maior soma de valores intelecto-morais.
Os mitos, dessa forma, encontram-se no bojo da sua formação, não dissociados do seu comportamento actual. Atitudes e realizações, anseios e propostas de variado teor repousam, inconscientes, em mitos que não foram decodificados pela consciência. O temor a Deus, remanescente do pensamento primário, mesmo de forma automática, prossegue conduzindo os indivíduos a processos religiosos sem nenhuma estrutura lógica, em forma instintiva de preservação do Si, para a eventualidade de existir um Ser Superior, Criador do Universo. Como consequência dessa atitude, o comportamento social é sempre caracterizado por ameaças, imposições, exigências descabidas e antológicas, disfarçando o medo que lhe permanece dominador nas fibras do sentimento mal-direcionado.
Não tendo conseguido superar as impressões infantis que ficaram no íntimo, em forma de atitudes injustificáveis, o indivíduo continua transformando a vida em um proscénio especial para a vivência dos seus dramas e conflitos interiores, e espera acolhimento da plateia que o cerca. Não se conscientizando da realidade do cotidiano, foge para as paisagens das fábulas que lhe encantaram o período juvenil e aguarda as presenças fantásticas que lhe retiram os fardos opressores do trabalho, do esforço, das conquistas culturais, elegendo-o como privilegiado e semideus. Sua personalidade experimenta deformação constitutiva e apresenta-se com sinais de morbidez.
À medida que o ser se desenvolve psicologicamente, os mitos, que nele se encontram em forma arquetípica, sofrem transformações e adaptações aos mecanismos dos diferentes períodos de crescimento e de amadurecimento. As leves construções fantasistas vão sendo substituídas por novas aspirações realistas que se fundem na imaginação, abrindo espaço para um desenvolvimento equilibrado e saudável.
Na raiz de muitos comportamentos estranhos, encontram-se mitos não diluídos, comandando o indivíduo que prossegue imaturo.
Inúmeros desses mitos se originaram em ocorrências que não puderam ser comprovadas e passaram à galeria da imaginação, enriquecidos pelos sonhos e aspirações de pessoas e gerações sucessivas, que se encarregaram de dar-lhes vida, ora real, em outros momentos com carácter apenas simbólico.
Povos e civilizações que teriam existido, quais os atlantis e os lemurianos, passaram à galeria dos mitos, alguns dos quais enraizados em diferentes Livros sagrados, ao se referirem à criação da criatura humana, à expulsão do paraíso, ao dilúvio, à arca de Noé, à aliança entre a Divindade e o homem, renascendo, mais tarde, nas belas fábulas da índia, da China, do Tibet, do Japão, nos deuses das grandes civilizações do norte da África e do Oriente Médio, ou, no Ocidente, no Panteão greco-romano, com o surgimento dos deuses-homens e dos homens-deuses, com paixões e sublimações características, que se transferem de geração em geração até o homem moderno, de alguma forma plasmando-lhe a personalidade.
A libertação do mito se torna possível quando o indivíduo se reveste de valor moral e cultural, para enfrentar-se e demitizar-se, resolvendo-se por assumir a sua realidade espiritual.
A existência humana, porém, transcorre num mundo assinalado pelos conflitos, pela competição impiedosa, pelo desrespeito aos valores legítimos do ser, empurrando, naturalmente, as constituições psicológicas mais frágeis para a fantasia, para as fugas ocasionais da face objectiva da realidade, onde se resguardam e se preservam com a imaginação, estagnando ou retrocedendo emocionalmente ao período infantil. Fobias, insegurança e timidez se exteriorizam nas suas atitudes, que são resultantes da cultura receosa de agressão e descaso pelos aparentemente triunfadores.
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Série Psicológica Vol. 8 - Vida - Desafios e Soluções/Joanna de Angelis - Página 3 Empty Re: Série Psicológica Vol. 8 - Vida - Desafios e Soluções/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:05 pm

A imaginação religiosa tem contribuído para a preservação desses mitos, portadores de dons e graças especiais, que são esparzidos com os seus eleitos ou com aqueles que se fazem eleger, através dos mesmos processos com que na Terra se conquistam os poderosos, tornando os solicitadores sempre dependentes, sem oportunidade de crescimento interior.
Nesse caso estão os gnomos, fadas e anjos, que possuem os ingredientes das imaginações férteis, tornando-os seres especiais, portadores de poder inimaginável e de recursos inesgotáveis, que põem à disposição dos seus aficionados, de todos aqueles que se lhes submetam e prestem culto de adoração. As fantasias desbordam e os excessos seduzem os incautos, que abandonam a lógica da razão para se comprazerem no mercado da ilusão, submetendo-se a imposições que não os engrandecem do ponto de vista psicológico nem cultural.
A posse de uma dessas personificações, que representam imagens arquetípicas das antigas fobias e aspirações, oferece força e poder para o indivíduo superar a má sorte, as dificuldades do dia a dia, os sofrimentos, e viver privilegiadamente no grupo social, sem sofrer as injunções naturais do processo de crescimento interior.
Estranhável seria se a constatação desse culto quase fetichista se desse apenas entre as pessoas de menores possibilidades culturais. Ele está presente em todos os segmentos sociais, e assim se encontra disseminado, porque os Espíritos reencarnados procedem de velhos cultos do pretérito, que ainda permanecem assinalados pelos atavismos impressionáveis do período primitivo do pensamento.
A Psicologia Espírita, eliminando os mitos da criação, oferece a visão científica dos factos, estimulando ao crescimento interior, sem receios nem constrições prejudiciais à razão. A realidade sem crueza, o objectivo sem magia, o subjectivo sem superstição demonstram que a conquista da felicidade e da harmonia pessoal depende do esforço que cada qual empreende para ser livre, para aspirar ao futuro, a fim de voar, não pela imaginação, mas através dos recursos psíquicos na direcção da Consciência Cósmica, que nele se desenvolve a pouco e pouco.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:05 pm

Conceitos incorrectos e perturbadores
O ser humano, imaturo psicologicamente, sofre a angústia das incertezas quanto à sua conduta no grupo social em que se encontra. A sua insegurança leva-o, não poucas vezes, a comportamentos dúbios, destituídos de significado equilibrador.
Sentindo-se sem condição para exteriorizar a realidade que o caracteriza, procura agradar aos demais, sufocando as próprias aspirações e assumindo posturas que não condizem com a sua forma de ser. Torna-se espelho, no qual reflectem as outras pessoas, perdendo a própria identidade e derrapando em conflitos ainda mais inquietadores. Supondo que essa seria uma forma de encontrar apoio social e emocional, descaracteriza-se e termina por não corresponder ao que espera como êxito, porque, por outro lado, as demais criaturas são também muito complexas, inseguras, e aquilo que em determinado momento as satisfaz, já não corresponde ao verdadeiro em outra oportunidade. Os relacionamentos degeneram e as suspeitas substituem a aparente estima antes existente, com resultado desgastante para ambas as partes.
Nessa situação, o indivíduo assume a atitude agressiva, mediante a postura de desvelar-se conforme é, esquecendo-se de diluir a insegurança e o dissabor, tornando-se, por isso mesmo, uma presença desagradável no meio social, que aguarda valores compensadores para a convivência saudável, quanto possível, que redunde em bem-estar e harmonia geral.
Essa criatura não sabe realmente o que deseja, para onde ruma e como se comporta, porquanto se encontra em estado de sonambulismo com flash de lucidez, que logo retorna ao nível de entorpecimento.
Preocupado com as demais pessoas, esquece-se de si mesmo, desvalorizando-se ou agredindo, quando deveria simplesmente despertar para a sua realidade e a que predomina no lugar em que se encontra. No entanto, nesse torpor robotiza-se, deixando-se conduzir pelas regras que lhe são impostas, mesmo não satisfazendo às exigências e necessidades que lhe são peculiares, ou seguindo o curso das tradições que nada têm a ver com seu objectivo, ou vitimado por hábitos que são resultantes de heranças anteriores sem nenhuma vinculação com o seu modo de ser, assim deixando-se massificar pela mídia extravagante e dominadora ou pelo grupo social que o asfixia...
Ele desejaria ser membro actuante desse grupo, que o repele, ou ele próprio se exila, por não haver compreendido a sua função existencial. Tornasse-lhes, então, indispensável o despertar real, através de uma reflexão em torno dos acontecimentos e das suas aspirações, a fim de situar-se em paz no contexto humano e ser livre, sem exibicionismo narcisista ou timidez depressiva.
O apóstolo Paulo, agindo de forma psicoterapêutica, por observar o letargo em que se encontravam os indivíduos do seu tempo, que reflecte o nosso tempo actual, proclamou: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te entre os mortos e o Cristo te esclarecerá., conforme se encontra na sua admirável carta aos Efésios, no capítulo cinco, versículo quatorze, e a que já nos referimos anteriormente.
O sono produz a morte do raciocínio, da lucidez, do compromisso elevado com o próprio Si, e como Cristo é discernimento, proposta de vida, conhecimento, é necessário permitir-se a sintonia com Ele, a fim de viver em claridade e sempre desperto para a vida.
O processo de libertação impõe alguns requisitos valiosos para culminar o propósito, como tais:
indagar de si mesmo o que realmente deseja da existência física, como fazer para se identificar com os objectivos que persegue, e avaliar se as acções encetadas levarão aos fins anelados. Trata-se de um empenho resoluto, que não deve estar sujeito às variações do humor, nem às incertezas da insegurança.
Estabelecida a meta, prosseguir arrostando as consequências da decisão, porque todo ideal custa um preço de esforço e de dedicação, um ónus de sacrifício.
Libertar-se das bengalas psicológicas de apoio para as dificuldades constitui um passo decisivo no rumo da vitória.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:06 pm

Da mesma forma, a vida exige que o indivíduo se libere da auto-comiseração, que lhe parecia um mecanismo de chamar a atenção das demais pessoas, que assim passariam a vê-lo como um necessitado, portanto, alguém carente de afectividade.
O mundo real não tem lugar para a compaixão nos moldes da piedade convencional, que não edifica, nem proporciona dignidade a ninguém. Na grande luta que se trava, a fim de que a espécie mais forte sobreviva imposta pela própria Natureza, os fracos, os tímidos, os inseguros, os de comportamento infantil e apiedados de si mesmos ficam à margem do progresso, cultivando os seus limites, enquanto o carro da evolução prossegue montanha acima.
Não tem a criatura motivo para a auto-compaixão. Esse comportamento paranóico é injustificável e resulta da aceitação da própria fragilidade, que trabalha pela continuação de dependência dos outros, o que é muito cómodo, no campo dos desafios morais. Esse falso conceito de aguardar que os demais o ajudem, apenas porque se apresenta fraco, não tem ressonância no ser saudável, que desfruta de lucidez para enfrentar as vicissitudes que desenvolvem a capacidade de luta e de empreendimentos futuros.
O indivíduo faz-se forte porque tem fortaleza interior aguardando o desabrochar da possibilidade. A sua carga emocional deve ser conduzida e liberada, à medida que as circunstâncias lhe permitam, entesourando os recursos de realização e crescimento que estão ao alcance de todos os demais seres.
Nos relacionamentos humanos, somente aqueles que oferecem segurança e alegria proporcionam renovação e entusiasmo para o ser consciente.
Aprofundar reflexões, em torno do que é e do que parece ser, constitui proposta de afirmação da identidade e libertação dos mecanismos de evasão da realidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:06 pm

Estabilidade de comportamento
O comportamento saudável segue uma linha de direccionamento equilibrado, sem os alti-baixos constantes dos transtornos neuróticos que produzem instabilidade emocional. A escala de valores adquire inteireza e passa a comandar as atitudes em todos os momentos possíveis.
O indivíduo permanece desperto, atento para as responsabilidades que lhe dizem respeito, no quadro de realizações humanas e não se apresenta assinalado pelas incertezas e limitações que antes lhe eram peculiares. Há uma lúcida integração nos compromissos que assume e um positivo relacionamento com todas as pessoas, que resulta da auto-estima e da auto-afeição. Desenclausurado da concha do ego enxerga o mundo de forma correta, compreendendo as suas imposições, mas, sobretudo descobrindo-se como ser eterno, cuja trajectória na Terra tem uma finalidade superior, que é a conquista dos recursos que lhe perduram latentes, herança divina aguardando desdobramento.
A estabilidade do comportamento não fica adstrita a regras adrede estabelecidas, mas resulta de um amadurecimento íntimo, que ensina como agir diante dos desafios do quotidiano, a enfrentar as situações menos favoráveis, perceber o significado das ocorrências e a deixar-se preencher pela resultante dos valores do amadurecimento da afectividade.
Com a mesma naturalidade com que enfrenta os momentos de júbilo, atravessa as horas de dificuldade, procurando descobrir a lição oculta em cada experiência, já que todo acontecimento é portador de uma mensagem que pode contribuir para o aprimoramento do ser. Por isso, a sua é uma forma agradável de viver, assinalada pela auto identificação e pela auto-realização.
Isso não implica ausência de lutas, antes, pelo contrário, essas se fazem mais fortes, porque os horizontes a descortinar são mais amplos e os planos de conquistas são mais grandiosos. Surgem como desafios novos e geram dúvidas, confusões momentâneas, conflitos para a selecção de qualidade... No entanto, são diluídos com relativa facilidade esses imperativos, que cedem lugar ao discernimento que selecciona o que deve e o que pode ser executado, sem espaço para aflições desnecessárias, que poderiam perturbar o comportamento habitual.
As tensões, que são parte das lutas humanas, não conseguem gerar estados stressantes, mostrando-se momentâneas e logo passando ao equilíbrio e à confiança na própria capacidade de enfrentar problemas e solucioná-los de forma saudável.
A esse indivíduo de comportamento estável, se associam as qualidades morais que o tornam um homem ou uma mulher de bem, que se faz portador de conquistas interiores relevantes, que não se confunde nem se perturba nos choques existenciais. Essa pessoa de bem é lúcida, porque sabe reconhecer os seus limites, porém conhece também as infinitas possibilidades de crescimento e se entrega à tarefa de alcançar os novos patamares que vislumbra.
Não se atemoriza ante as propostas de aperfeiçoamento, porque está acostumada com as realizações de todo tipo, havendo transposto os limites internos e superado as barreiras externas do convencionalismo, das heranças míticas, das suspeitas injustificadas, tornando-se parte activa do todo universal, com desempenho individual harmónico que proporciona alegria de viver.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:06 pm

10 - A BUSCA DA REALIDADE
O ser humano, em razão dos atavismos, do adormecimento da consciência, não tem sabido eleger o que é fundamental para a sua existência transitória no mundo, nem para a sua realidade como ser imortal. Atua por automatismos na busca do prazer e encoraja-se a realizar experiências libertadoras sem entregar-se plenamente a essa meta que lhe deveria constituir o objectivo essencial da sua reencarnação.
Aprisionado no corpo, que lhe serve de escafandro especial para o desenvolvimento dos valores morais na Terra, tem dificuldade de ensaiar as emoções superiores, que lhe podem proporcionar equilíbrio psíquico, e, por consequência, grande bem-estar físico, mesmo que sob os flagícios das enfermidades, que lhe constituem processo depurador da organização biológica.
A forma, no mundo corporal, está sempre em processo de transformação em todas as áreas e é inevitável que a enfermidade como desgaste visite-lhe a roupagem orgânica, impondo-lhe as sensações desagradáveis de dor e insatisfação. Todavia, se consegue harmonizar-se com o Cosmo, graças à perfeita sintonia entre o Si e o Infinito, supera essas constrições de breve duração para viver as elevadas manifestações do gozo interior, modificando a escala axiológica habitual e passando a valorizar aquilo que lhe é duradouro acenando-lhe com os projectos da imortalidade.
Não se trata de uma visão teórica, mas é factual essa sobrevivência à destruição molecular, impulsionando desde agora à introjecção das conquistas pessoais relevantes, de forma que a conduta seja desenvolvida dentro de um programa criterioso e lúcido de objectivos definidos, que irão sendo conquistados de maneira consciente.
Essa realidade deve ser buscada como necessidade básica do seu processo de evolução, que não deve ser transferido sitie die, tendo em vista a própria transitoriedade do corpo físico, no qual se encontra mergulhado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:07 pm

Necessidades humanas
O ser humano estabeleceu como necessidades próprias da sua vida aquelas que dizem respeito aos fenómenos fisiológicos, com toda a sua gama de imposições: alimentação, habitação, agasalho, segurança, reprodução, bem-estar, posição social. Poderemos denominar essas necessidades como imediatas ou inferiores, sob os pontos de vista psicológico e ético-estético. Inevitavelmente, a conquista dessas necessidades não plenifica integralmente o ser e surgem aqueloutras de carácter superior, que independem dos conteúdos palpáveis imediatos: a beleza, a harmonia, a cultura, a arte, a religião, a entrega espiritual.
Toda a herança antropológica se situa nos automatismos básicos da sobrevivência no corpo, na luta com as demais espécies, na previdência mediante armazenamento de produtos que lhe garantam a continuação da vida, na procriação e defesa dos filhos, da propriedade... Para que pudesse prosseguir em garantia, tornou-se belicoso e desconfiado, desenvolvendo o instinto de conservação, desde o aprimorar do olfacto até a percepção intuitiva do perigo.
Desenhadas no seu mundo interior essas necessidades básicas, indispensáveis à vida, entrega-se a uma luta incessante, feita, muitas vezes, de sofrimentos sem termos, por lhe faltarem reflexão e capacidade de identificação do real e do secundário.
Aprisionado no círculo estreito dessas necessidades, mesmo quando intelectualizado, sua escala de valores permanece igual, sem haver sofrido a alteração transformadora de objectivos e conquistas. Todas as suas realizações podem ser resumidas nesses princípios fisiológicos, inferiores, de resultado imediato e significado veloz.
Atormenta-se, quando tem tudo organizado e em excesso, dominado pelo medo de perder, de ser usurpado, e atira-se na volúpia desequilibrada de querer mais, de reunir muito mais, precatando-se contra as chamadas incertezas da sorte e da vida. Se experimenta carência, porque não conseguiu amealhar quanto desejaria, a fim de desfrutar de segurança, aflige-se, por perceber-se desequipado dos recursos que levam à tranquilidade, em terrível engodo de conceituação da vida e das suas metas.
Ninguém pode viver, é certo, sem o mínimo de recursos materiais, uma existência digna, social e equilibrada.
Mas, esse mínimo de recursos pode atender e sustentar outros valores psicológicos, superiores, que situam o ser acima das circunstâncias oscilantes do ter e do deixar de ter.
A grande preocupação deverá ser de referência a como conduzir-se diante dos desafios da sua realidade, não excogitada como essencial para a própria auto identificação, auto-realização integral.
A luta quotidiana produz resultados imediatos, que contribuem para atender as necessidades básicas da existência, mas é indispensável alongar-se na conquista de outras importantes exigências da evolução, que são as de natureza psicológica, que transcendem lugar, situação, posição ou poder.
Enquanto um estômago alimentado propicia reconforto orgânico, uma conversação edificante com um amigo faculta bem-estar moral; uma propriedade rica de peças raras e de alto preço oferece alegria e concede comodidade, mas um momento de meditação enriquece de paz interior inigualável; o apoio de autoridades ou guarda-costas favorece segurança, em muitos casos, entretanto a consciência recta, que resulta de uma conduta nobre, proporciona tranquilidade total; roupas expressivas e variadas ajudam na aparência e agradam, no entanto, harmonia mental e correcção de trato irradiam beleza incomum; o frenesim sexual expressa destaque na vida social, todavia, o êxtase de um momento de amor profundo compensa e renova o ser, vitalizando-o; a projecção na comunidade massageia o ego, mas a conquista do Si felicita interiormente...
As necessidades básicas fisiológicas são sempre acompanhadas de novas exigências, porque logo perdem a função.
Aquelas de natureza psicológica superior se desdobram em variantes inumeráveis, que não cessam de proporcionar beleza.
Por isso mesmo, a realidade do ser está além da sua forma, da roupagem em que se apresenta, sendo encontrada nos valores intrínsecos de que é constituído, merecendo todo o contributo de esforço emocional e moral para conseguir identificar-se.
Somente aí a saúde se torna factível, o bem se faz presente e os ideais de enobrecimento da sociedade como da própria criatura se tornam legítimos, de fácil aquisição por todo aquele que se empenha na sua conquista.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:07 pm

Lutas conflitivas
A experiência vivencial é feita de lutas. No passado remoto, o mais forte venceu a fragilidade do outro e impôs-se, abrindo o campo da evolução antropológica. À medida que o cérebro foi-se desenvolvendo sob o império do psiquismo espiritual e tornando-se mais complexo, a inteligência contribuiu para que o processo de vitória se fizesse menos agressivo, embora ainda predomine na criatura humana uma soma de manifestações da natureza animal. O ser, no entanto, já discerne, repetindo as lutas cruentas por atavismo e sentido de perversidade, muitas vezes patológica, que lentamente serão superadas pela força mesma da evolução.
Apesar disso, abandonar os patamares mais imediatos, do que considera como necessidade de sobrevivência, exige uma luta feita de conflitos entre o que se desfruta e ao que se aspira, o que se tem e o que se pode e deve conseguir.
Essa luta tem muito a ver com os hábitos ancestrais que deixaram sulcos profundos no inconsciente e que se repetem por quase automatismo que à razão compete superar. Nesse esforço ressurgem as impressões das reencarnações próximas, caracterizadas pela predominância do instinto, sem matrizes dominantes da razão e do sentimento de solidariedade. Reaparecem, então, como tormentos íntimos, frustrações e desaires que atormentam, exigindo terapia conveniente e esforço pessoal, a fim de ultrapassar os limites impostos pelas circunstâncias. Da mesma forma que existe o fototropismo, o heliotropismo, podemos encontrar na vida um psicotropismo superior propelindo os seres iniciantes a crescer, a se direccionar no rumo do Pensamento Causai e Organizador de tudo. É inevitável essa atracção e ninguém pode fugir-Lhe ao imperioso magnetismo, que vitaliza tudo e a tudo envolve.
A luta, porém, trava-se no âmago do ser acostumado ao menor esforço e muitas vezes à exploração do trabalho alheio. Nessa ascese, cada qual desempenha um papel importante e ninguém pode viver por outrem o compromisso que lhe cabe atender. Esse crescimento é feito com suor e esforço bem direccionado que, por isso mesmo, compensa e fascina abrindo novas oportunidades e desenvolvendo outras propostas de integração, que não mais se compadecem com a auto-comiseração, nem com a angústia, medo, limites a que se está acostumado. O desafio da evolução é grandioso e todos os seres são conduzidos inevitavelmente à sua conquista.
Como luta pode oferecer resultados sempre melhores, porque fortalece aquele que combate, essa, a da evolução das necessidades básicas para as libertadoras, superará os conflitos em que o ser vem mergulhado, libertando-o das amarras que o prendem na retaguarda do progresso.
Os seres humanos que caminham sob o jugo da insegurança pessoal, diante da vida, aclimatam-se às regiões de sombras, porque aí se refugiam para prantearem os limites em que se comprazem, temendo tomar decisões que os libertariam, mas que, por outro lado, exigem-lhes o denodo, o sacrifício e a coragem para não desistir. Começada essa batalha nova, a de conquistar os espaços da evolução, mesmo sob conflitos perturbadores, dá-se o primeiro passo, que logo será seguido por outros, até o momento em que o prazer de ser livre se torna o emulador para mais audaciosas realizações.
Ninguém, portanto, aspire a vencer, aguardando que outros realizem o esforço que lhe cumpre desenvolver, porque a conquista é pessoal e intransferível, não havendo lugar para fraude ou enganos.
Quando o homem primitivo ergueu os olhos para o Infinito, atemorizou-se e curvou-se ante a majestade que não conseguiu entender. Lentamente, porém, perscrutando a Natureza e exercitando-se, passou do instinto grotesco para os mais refinados e abriu o campo da razão, que lhe faculta alcançar as primeiras manifestações da intuição que lhe será património futuro, quando totalmente livre dos imperativos da matéria.
Assim, a luta conflitiva cede lugar à de natureza consciente e racional, porque apresenta a meta a ser conquistada, sem cuja vitória o sofrimento permanece como ditador, impondo as suas directrizes arbitrárias e nem sempre necessárias.
A vida não exige dor, mas brinda amor. A primeira é experiência para vivenciar o segundo, que não tem sido valorizado como necessário. Desse modo, os mecanismos da evolução se impõem como necessidades de um nível mais avançado, as ético-moral-estéticas, que fomentarão outras mais grandiosas que se tornarão de natureza metafísica, porque penetrarão as regiões mais altas do processo de crescimento da vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:08 pm

Auto-realização
Considerando-se o imperativo das necessidades imediatas, as fisiológicas, como essenciais à preservação do corpo e movimentação no grupo social, dêem-se espaços para as de natureza estética, aquelas que embelezam a vida e são o pórtico para o encontro com as meta-necessidades.
O homem e a mulher, despertos para os deveres, atravessam os diferentes estágios das necessidades primárias sem apegos ou aprisionamentos, conseguindo perceber que as conquistas culturais e artísticas que lhe proporcionam a visão estética e deslumbram, sensibilizam o cérebro emocional sob o entendimento e absorção dos seus conteúdos pela razão.
Transposta esta fase, detectam as meta-necessidades, que se apresentam como fortes apelos para o autodescobrimento, para a interiorização, por cujos meios poderão conseguir a auto-realização.
Esse processo dá-se lentamente como decorrência da insatisfação advinda dos valores reunidos, diante dos quais, porque já conseguidos, os estímulos para o prosseguimento da luta diminuem, perdendo a empatia e a significação que antes conduziam com entusiasmo para alcançá-los. Noutras vezes, surgem como insights que abrem as percepções para a realidade transpessoal, que ora deixa de ser um epifenómeno do sistema nervoso central ou uma alucinação, para apresentar-se com estrutura constituída e tornar-se realidade.
A pessoa que se encontra nesse patamar do processo de crescimento psicológico medita em torno dos objectivos existenciais e anela pelo prosseguimento da vida, que não termina com a morte orgânica.
Descobrindo-se como um feixe de energia, sob a acção e comando da consciência que pensa, identifica a leveza das teses materialistas e imerge no oceano íntimo, liberando o inconsciente sagrado, que faz despojar-se do primarismo, porque ascende vibratoriamente às regiões causais da vida, passando a sintonizar com as forças vivas e actuantes do Pensamento Divino.
Controla a máquina orgânica e suas funções, conseguindo desenovelar-se dos liames perispirituais e viajar pelo veículo da psico-náutica, inebriando-se e vitalizando-se de tal forma, que todas as aspirações passam a centrar-se no ser real, integral, que é o Espírito.
Um regozijo intenso invade esse novo nauta, que se autor realiza.
As meta-necessidades se fazem imperiosas, desdobrando painéis mais amplos quão atraentes, que, penetrados, mais favorecem com júbilo. Esse ser torna-se, então, o seu próprio terapeuta e não mais tomba nas torpezas habituais, ancestrais, livre, por fim, dos condicionamentos viciosos e perturbadores, porque aspirou a outras paisagens enriquecedoras, de psicosfera mais pura e penetrante, e as viveu.
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses I Capítulo cinco, versículo dezasseis propôs, com ênfase, após retornar de uma dessas meta excursões: Regozijai-vos sempre.
A proposta psicoterápica que ele oferece é concisa e sem comentários, como imposição para uma auto-realização imediata, sem fugas espectaculosas nem justificativas desnecessárias.
Não se refere ele ao regozijo das horas alegres nem dos momentos felizes apenas, ou de quando tudo transcorre bem e de modo confortador, de realizações em clima de paz, porém, sempre, em qualquer circunstância, o que implica viver o regozijo nos momentos difíceis e provacionais, por saber que ele tem importância liberativa, portanto, motivos justos para serem fruídos.
O imperativo se estende, numa análise profunda, em torno das ocorrências desagradáveis e aparentemente danosas, como aquelas que surgem com as tormentas físicas e morais, que passam deixando destroços e mutilações, que são convertidas em renovação e recomeço.
Assim, a meta-necessidade conclama à mudança de comportamento, transformando amargura em sorriso, revolta em abnegação, mágoa em perdão, desencanto em esperança, com que são superados os atores de perturbação e conquistados os tesouros iluminativos.
Galgando degraus ascendentes, a pessoa desperta rompe a treva íntima com a adaga de luz da auto-realização.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:08 pm

Não abandonando as técnicas e recursos da oração, dilui ansiedades e conflitos; da concentração nas meta-necessidades, após suprir as fisiológicas e ético-estéticas, aprofunda-se na meditação, de cujo exercício retorna para a acção do bem, do amor e da libertação de vidas.
Essa magnífica odisseia pode e deve ser tentada em qualquer período da existência, mesmo sob o açodar das necessidades fisiológicas, elegendo uma meta-necessidade e empenhando-se para atendê-la.
O tentame deixará sulcos e sinais fecundos na consciência, que aspirará por novos logros, criando o hábito de nutrir-se com essas vibrações de retempera para o ânimo, motivadoras de libertação das básicas e imediatas necessidades primárias.
O ser avança da ignorância para o conhecimento, da forma abrutalhada para a essência superior, autor realizando-se, vivenciando a própria imortalidade, que nele se encontra estabelecida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2023 8:08 pm

11 - VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES
A vida física é uma experiência iluminativa que enfrenta inumeráveis desafios, no seu processo de crescimento, exigindo esforços bem-direccionados, a fim de os solucionar.
O ser humano, graças ao seu instinto gregário, está fadado à construção do grupo social, no qual se realiza, recebendo auxílio e oferecendo recursos que são somados aos contributos do passado, de forma que a existência se torne mais agradável e enriquecedora. No entanto, em razão dos seus atavismos e vinculações às atitudes agressivas, padece as injunções constritoras que o asfixiam em conflitos, atormentando-o continuamente. Ao liberar-se, não raro, de uma dificuldade defronta outra, porque é impelido à ascensão e toda ascese exige sacrifício, renúncia e dedicação.
Para onde se volta depara convites ao crescimento, ao mesmo tempo testemunhos que o assustam.
Se amadurecido, considera cada vitória uma oportunidade de evolução, que o colocará diante de novos desafios, qual ocorre com os fenómenos da própria existência, que faculta visões diferentes da realidade de acordo com os períodos que são vividos. Em cada etapa há uma escala de valores que têm um grande significado. Logo depois de ultrapassada, surgem novos, que passam a interessar e a exigir esforços do indivíduo. Se, todavia, não desenvolveu a escala de auto-descobrimento, de maturidade, mergulha nos complexos dramas do desequilíbrio, perdendo-se no emaranhado das paixões e dos tormentos que o alienam.
Viver é construir-se interiormente, superando cada patamar da evolução mediante o burilamento de si mesmo. Não é uma tarefa simples, porque tem muito a ver com a realidade moral e espiritual da criatura, que é chamada a um incessante trabalho de auto-valorização, de aperfeiçoamento íntimo, com superação das dependências que a amesquinham.
Convidada às conquistas exteriores, multiplicam-se-lhe os estados perturbadores na área da emoção:
estados fóbicos, complexos de inferioridade ou de superioridade, narcisismo, egolatria, ressentimentos, inquietações quanto ao futuro, carência afectiva, transtornos neuróticos e psicóticos em variada gama, que não sabe como administrar, em razão da falta de hábito de adentrar-se interiormente, a fim de saber exactamente o que deseja da actual existência.
Acomodada, por hábitos ancestrais, receia auto-descobrir-se, justificando não saber como enfrentar-se, já que durante todo o tempo esteve fugindo da sua realidade.
Nesse estágio, a viagem interior para solucionar os desafios faz-se inadiável, sem reserva, sem retórica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 21, 2023 11:40 am

O cérebro intelectual e o cérebro emocional
Durante os últimos oitenta anos, aproximadamente, a Psicologia esteve aprisionada no conceito do cérebro intelectual, que se exteriorizava através dos QI's, cuja escala de valores estabelecia os créditos dos que deveriam triunfar na existência física. Todos aqueles que fossem bem-dotados intelectualmente, de certo modo, eram tidos como futuros triunfadores, passando a uma atitude quase arrogante em relação às demais pessoas, como se não necessitassem de mais nada para conseguirem a vida feliz que todos anelam.
Valorizando-se os resultados dos testes de Binet e Simon, graças à sua escala métrica da inteligência, não se levava em conta as emoções do indivíduo, que poderia ser comparado a um robô com capacidade de enfrentar os problemas e solucioná-los com frieza, equipado que se encontrava pela inteligência para os mais graves cometimentos existenciais.
A verdadeira ditadura dos elevados QI’s seleccionava os tipos eleitos pela natureza, abrindo-se-lhes as portas para o triunfo, criando, desse modo, uma casta privilegiada, que deveria conduzir as mentes humanas e a sociedade em geral.
Os resultados, porém, na prática, não corresponderam às expectativas dos seus formuladores.
Naturalmente, o indivíduo bem-dotado de inteligência encontra mais facilidade para solucionar os desafios das situações mais graves. Todavia, há outros factores de muita importância que devem ser levados em conta e que dizem respeito ao cérebro emocional, porquanto o ser humano é, antes de tudo, um feixe de emoções, que o dirigem, condicionam, elaboram programas para a sua estrutura psicológica, contribuem para a sua auto-realização.
Foi possível observar-se, com o passar do tempo, que homens e mulheres superdotados não lograram o êxito desejado por falta de vontade para a luta, por acomodação ou eleição de outros valores prazeres que os dificultaram na conquista do bem-estar. Simultaneamente, outros com menor capacidade intelectual, variando entre 90 a 100, conseguiram realizar e realizar-se, em face da tenacidade e esforço moral para alcançar os patamares, que se prometeram e não pararam de lutar sem os atingir.
Muitas vezes têm sido encontrados aqueles que alcançaram o expressivo QI de 160 e, não obstante, são dirigidos por outros que não passaram de 100...
As habilidades relacionais e emocionais são fundamentais para o êxito do ser humano e não apenas as resultantes da sua inteligência.
Defronta-se, então, no momento, uma nova proposta, que diz respeito ao desenvolvimento da inteligência interpessoal, que se responsabiliza pelo relacionamento social, pela observação e acompanhamento das ocorrências, pela capacidade de poder discernir, respondendo de forma consciente aos variados estados espirituais, aos diferentes temperamentos com os quais se deve lidar, aos cuidados que devem ser direccionados no trato com as demais pessoas, que extrapolam à robotização intelectual.
Em razão disso, é necessário harmonizar emoção e pensamento, de forma que se ajudem mutuamente, a emoção dando calor à razão que, por sua vez, oferecerá entendimento ao coração, evitando sempre a permanência em uma única vertente da realidade que constitui o ser humano.
As emoções, naturalmente, quando mal direccionadas perturbam o pensamento, dificultando a concentração e trabalhando em sentido diferente do intelecto. Da mesma forma, a inteligência fria e lógica cria obstáculos à doação afectiva, à concentração emocional, tornando o indivíduo destituído de amor e de sensibilidade. Ele pode expressar toda a beleza, descrever toda a harmonia, narrar toda a grandeza da vida, sem nada sentir, fazendo-o apenas de forma intelectual, sem vida.
Quando há predominância da emoção, as atitudes são embaraçosas, e a pessoa simplesmente não consegue pensar correctamente, discernir entre o certo e o errado, criando dificuldades de comportamento. A neuro-ciência denomina o fenómeno como decorrente da memória funcional, que se localiza no córtex pré-frontal. E necessário, portanto, que, no festival da vida, as emoções convivam bem com a racionalidade, a fim de que sentimento e pensamento dêem-se mutuamente contribuição, para o cometimento dos resultados felizes nas decisões e condutas humanas.
A criatura, concluímos, é possuidora de dois cérebros: o emocional e o racional, que poderíamos denominar como dois tipos de inteligência ou, mesmo, dois tipos de mentes. O desenvolvimento de ambos os factores responde pelos sucessos ou pelos prejuízos que afectam as criaturas humanas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 21, 2023 11:40 am

Meditação e visualização
Para um bom desempenho existencial, um adequado processo de evolução, torna-se indispensável uma análise profunda do Si, a fim de enfrentar a vida com os seus desafios e encontrar as convenientes soluções.
Entre os muitos métodos existentes, somos do parecer que a meditação, destituída de compromissos religiosos ou vínculos sectaristas mais como terapia que outra qualquer condição oferece os melhores recursos para a incursão profunda. Diferentes Escolas apresentam métodos diferenciados, cada qual mais exigente nos detalhes, como certas da excelência dos seus resultados, que merecem nosso respeito, mas não o nosso acatamento para o fim a que nos propomos neste contexto de pensamento e de identificação.
Assim, importantes não serão a postura, as palavras mântricas, as melodias condicionadoras, mas os meios que sejam mais compatíveis com cada candidato e suas resistências psicológicas. E sempre ideal que se tenha em mente a boa respiração, como forma de eliminar o gás carbónico retido nos pulmões por deficiência respiratória, e, lentamente, a eleição de uma postura que não se faça pesada, cansativa, constritora. Logo depois, seja seleccionado o em que meditar e como fazê-lo.
Como a nossa proposição não se refere às técnicas da meditação transcendental ou outras determinadas, muito conhecidas no Esoterismo, na Yoga, etc., sugerimos que o indivíduo procure relaxar-se ao máximo, iniciando pela concentração em determinadas partes do corpo, a saber: no couro cabeludo, na testa, nos olhos cerrados ou não, como for melhor para cada um na face e descendo até os dedos dos pés.
A repetição do exercício criará um novo condicionamento mental, induzindo o pensamento a permanecer firme nas metas que lhe são apresentadas, e raciocinando, que é a sua principal peculiaridade.
No início não seria conveniente ouvir música, a fim de evitar criar dependência desse género. Mais tarde, quando já aclimatado à experiência, a música poderá exercer uma função igualmente terapêutica, contribuindo para o relaxamento.
Deve-se ter em mente o tempo disponível. De início, o esforço deve ser breve e, vagarosamente, ampliado até o suportável com bem-estar e sem preocupação, atingindo-se depois o limite desejável de trinta ou sessenta minutos, conforme as possibilidades individuais.
Não há regras rígidas estabelecidas, antes propostas que facultem a educação da mente e criem o hábito da interiorização, em face do contubérnio em que se vive, distante de todo processo que induz ao silêncio mental, ao equilíbrio das emoções, à harmonia do pensamento.
A mente é um corcel rebelde, que necessita ser domada pelo exercício de direccionamento a valores que elevem e dignifiquem o ser. A polivalência de preocupações, de apelos, de necessidades deixa-a sempre agitada ou esgotada, incapaz de novas contribuições, quando são solicitadas colaborações inabituais, gerando dificuldade de concentração e de captação de ideias diferentes.
Criada a atmosfera de relaxamento sem dificuldade, com a respiração pausada, em tempos específicos de inspirar com a boca cerrada, reter, mantendo-a ainda fechada, e expirar, abrindo-se suavemente os lábios, modifica-se esse tipo de estrutura convencional, a que se está acostumado, dando-se lugar a um novo método saudável de absorção e eliminação do ser.
Perceber-se-á, aos primeiros dias do exercício, uma renovação orgânica, muscular e melhor disposição para as actividades, como efeito da boa respiração, passando-se então para a visualização, que é um método de enriquecer o pensamento e a memória, despojando a última das fixações pessimistas e inquietadoras que se tornaram habituais.
Basta que se pense em uma região agradável: praia tranquila, bosque perfumado, jardim colorido, regato cantante e manso, lago espelhado, montanha altaneira, recanto bonito, qualquer lugar que ofereça uma paisagem, uma visão encantadora e confortante, para poder transferir-se mentalmente para a mesma.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 21, 2023 11:40 am

Conservando o relaxamento e a respiração, a mente que elabora o lugar ou a memória que traz de volta um referencial sedutor, como cromo festivo, deve fixar o pensamento e aí viver as agradáveis harmonias, enquanto se deixa penetrar pelas forças ignotas da Natureza, facultando a sintonia com a Energia Divina, que se encontra em toda parte, abrindo espaço para as influências dos Espíritos superiores, que se utilizam desses momentos, a fim de auxiliarem os seus pupilos, particularmente aqueles que estão interessados no próprio crescimento moral.
Quando estiver estabelecido esse novo hábito, deve-se visualizar um acontecimento agradável que se encontra guardado no inconsciente, retirando-o dali pela memória activa e voltando a experimentá-lo de tal forma, que se torna vivido e saudável, proporcionando o mesmo bem-estar daquela oportunidade ora passada.
Esse expediente auxiliará a emoção a reviver cenas felizes, que estão sepultadas sob os desencantos e problemas acumulados, que ora constituem carga emocional muito desagradável e inquietadora.
Com esse método fácil de reviver a felicidade, podem-se visualizar, também, momentos desagradáveis, ocorrências más, que deixaram resíduos ácidos e ressentimentos graves desculpando o ofensor, distendendo-lhe o perdão, retirando-o dos arquivos do inconsciente e liberando-se para preencher o espaço com acontecimentos vitalizadores.
Por fim, visualizar uma grande luz com tonalidades suaves e penetrantes, deixando que se lhe adentre pelo centro coronário, invadindo o aparelho circulatório, a partir do cérebro e tomando todo o organismo, lentamente, liberando-o das energias deletérias que facultam a instalação de microrganismos destruidores e de larvas mentais, formas-pensamento e outros, que contribuem para o surgimento de enfermidades degenerativas. Com a força mental deve-se empurrar os impedimentos que a luz encontre nas artérias, veias e vasos, até que todo o corpo interiormente seja uma torrente luminosa.
Durante três a cinco minutos permanecer em estado de claridade interior terapêutica, mantendo o pensamento na visualização salutar e volvendo ao ambiente onde se encontra, sem pressa e com tranquilidade.
É claro que se deve seleccionar o lugar onde se vai meditar e visualizar, a fim de que nada preocupe, nem crie embaraço ou perturbação.
Passado o exercício, conservar a experiência com naturalidade quanto possível nos painéis mentais, até que outras preocupações lhe tomem o lugar, sem gerar aflição.
Com essa técnica simples apresentamos uma forma terapêutica para a libertação de alguns conflitos, que devem ser trazidos, um a um, à visualização, através do tempo, superando-os ou diluindo-os. Caso permaneçam alguns mais difíceis de libertação, é evidente que a pessoa necessita de um grupo de apoio, ou de um psico-terapeuta para tanto, credenciado pelas Academias.
A visão da Psicologia Transpessoal sobre a criatura favorece-a com possibilidades inimagináveis de auto encontro, para uma auto-realização que vai sendo conseguida com esforço e prática de boas acções, que se encarregam de restaurar os créditos morais que as atitudes das encarnações passadas desperdiçaram, gerando efeitos danosos para a actual.
Como todos estão na Terra para serem felizes e superarem os impedimentos à perfeição que lhes está destinada, todo o esforço e empenho moral envidados contribuem para a harmonia e felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 21, 2023 11:41 am

O pensamento bem-direccionado
O pensamento é força viva e actuante, porque procede da mente que tem a sua sede no ser espiritual, sendo, portanto, a exteriorização da Entidade eterna.
Conforme o seu direccionamento, manifesta-se, no mundo das formas, a sua realização. A sua educação é relevante, porque se torna factor essencial para o enfrentamento dos desafios e encontro das soluções necessárias à vida saudável.
Normalmente, em razão do hábito de mal pensar, os indivíduos asseveram que tudo quanto pensam de negativo lhes acontece, e não se dão conta de que são, eles próprios, os responsáveis pela construção mental do que anelam, inconscientemente, e elaboram pelo pensamento. Alterassem a forma de encarar a vida e de pensar, e tudo se modificaria, tornando-se lhes a existência mais apetecível e positiva.
A Neurolinguística demonstra que as fixações mentais contribuem para as realizações humanas, e a Neurociência confirma o poder da força mental na actividade humana.
É de mau vezo cultivar-se pensamento destrutivo, pejorativo, perturbador, porquanto a sua emissão vai criar factores que lhe facultam a condensação na área das emoções, das realidades físicas.
Sempre que se pensar a respeito de uma ocorrência desagradável que se espera aconteça, e constate que a mesma sucedeu, estará na hora de alterar a maneira de elaborar as ideias, construindo-as de forma edificante ou positiva. Ver-se-á que se alterarão os acontecimentos, tornando-os mais felizes e confortadores.
Não desejamos com isso afirmar que, com o simples fato de elaborar-se uma ideia, necessariamente, acontecerá como se quer ou como se planeja. No entanto, a onda mental emitida se transforma em factor propiciatório, que irá contribuir para tornar viável o desejo, que deve ser acompanhado do empenho, do esforço para torná-lo real, construtivo e edificante.
Vitimado por uma necessidade masoquista, o ser humano, que gosta de chamar a atenção pela piedade e não pelos seus incomparáveis valores morais, intelectuais, culturais, sociais e outros, sempre se fixa nos complexos de desgraça, cultivando mentalmente as atitudes que geram infelicidade, assim desenvolvendo uma grande capacidade para produzir os efeitos.
Modificando a estrutura psicológica, pelo sanear do conflito a que se apega, deve direccionar a força mental para a sua realização, a fim de que lhe surjam factores especiais que o auxiliem na modificação das paisagens íntimas e das ocorrências externas, desde que está programado pelo Pensamento Divino para alcançar os patamares mais elevados da vida.
Necessário que se adapte às alturas, de forma que o crescimento se dê natural e caracterizado pelas bênçãos da alegria, da saúde, da ventura.
A harmonia que predomina no Universo igualmente se encontra no ser humano, que momentaneamente está em desenvolvimento dessas belezas que cantam em toda parte, emulando-o ao avanço sem repouso, ao trabalho sem fadiga, à edificação do melhor em todos os momentos.
Desse modo, os desafios existenciais fazem parte da vida, sem os quais o ser seria destruído pela paralisia da vontade, dos membros, das aspirações, que se transformariam em doentia aceitação dos níveis inferiores do estágio da evolução.
Viajar no rumo do inconsciente para liberá-lo das heranças primárias e enriquecer o Si com a luz do discernimento elevado, em ininterrupto esforço de engrandecimento e sintonia com a Vida, é a finalidade precípua da reencarnação, que liberta o Espírito da roda automática das experiências do ir-e-vir sem conquistas correspondentes às propostas da Divindade. E porque esse fenómeno de conquista do Infinito não cessa, terminada uma etapa outra surgirá mais desafiadora, e mediante essas vitórias o ser se plenifica e se torna uno com Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 21, 2023 11:41 am

Joanna de Ângelis, que realiza uma experiência educativa e evangélica de altíssimo valor, tem sido nas suas diversas reencarnações, colaboradora de Jesus: a última ocorrida em Salvador (1761 1822), como Sóror Joana Angélica de Jesus, tornando-se Mártir da Independência do Brasil; na penúltima, vivida no México (1651 1695), como Sór Juana Inés de La Cruz, foi a maior poetisa da língua hispânica.
Vivera na época de São Francisco (século XIII), conforme se apresentou a Divaldo Franco, em Assis.
Também vivera no século I, como Joana de Cusa, piedosa mulher citada no Evangelho, que foi queimada viva ao lado do filho e de cristãos outros, no Coliseu de Roma.
Até o momento, por intermédio da psicografia de Divaldo Franco, é autora de mais de 60 obras, 31 das quais traduzidas para oito idiomas e cinco transcritas em Braille. Além dessas obras, já escreveu milhares de belíssimas mensagens.

§.§.§- Ave sem Ninho
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