LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 6 - Auto descobrimento: Uma Busca Interior/Joanna de Angelis

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:32 am

A tolerância, que resulta da melhor identificação dos valores éticos e das conquistas espirituais, enseja maior respeito por si mesmo, permitindo-se os limites aos quais não se submete mais, sem reacções inamistosas nem aquiescências injustificáveis.
A insatisfação decorre da ignorância, do desconhecimento do Eu profundo e das suas inesgotáveis possibilidades. Supondo-se, equivocadamente, que tudo está feito e terminado, a entrega a esse fatalismo gera saturação, desmotivando para novas conquistas.
Quanto mais a pessoa se auto-penetra, mais se descobre e mais possibilidades tem de conhecer-se. Essa conquista leva ao infinito, porque vai até o deus interno que abre as portas ao entendimento do Criador. A psicologia da religião começa na análise dos recursos de cada um: sua fé, sua dedicação, seus interesses espirituais, suas buscas e fugas, seus medos e conflitos...
Na programação da mente, saturando o subconsciente de forças positivas, de legados idealistas, de esperanças factíveis de ser conseguidas, da luz do amor, do perdão, do Bem, todos os resíduos de negativismo, de depreciação, de antagonismo devem ser eliminados, sem saudades, iniciando-se novo ciclo de experiências de equilíbrio.
As agressões exteriores, os choques sociais e emocionais, mesmo que recebidos, passarão por critérios novos de avaliação e serão compreendidos, retirando-se deles o que seja positivo e diluindo os efeitos perturbadores.
A mente, desacostumada aos novos compromissos, expressará lapsos, reavivará fixações, que são os naturais fenómenos de sobrevivência das ideias usuais. Não abastecida pela mesma vibração dos pensamentos anteriores se lhes desabituará, imprimindo as novas ordens recebidas e ampliando a área de entendimento.
A insatisfação, irmã gémea do tédio, nesse campo mental programado, com muita actividade a executar, não encontra área para permanecer e desaparece. Somente através do esforço do próprio indivíduo que se sente saturado, descontente com a vida, é que o fenómeno da sua transformação se opera.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:33 am

Indiferença
Nos estados depressivos a apatia se manifesta, não raro, dominando as paisagens emocionais da pessoa. Essa apatia impede a realização das actividades habituais, matando o interesse por quaisquer objectivos. É uma indiferença tormentosa, que isola, a pouco e pouco, o paciente do mundo objectivo, alienando-o. Além dessa manifestação psicopatológica, há aquela que resulta da viciação mental em não se preocupar com as outras pessoas, nem com o lugar onde se encontra. Tão grave quanto a primeira, essa indiferença provém de vários conflitos, como as decepções em relação à própria existência, em demasiada valorização do secundário em detrimento do essencial, que é a própria vida e não aqueles que a utilizam egoisticamente, de forma infeliz, com desrespeito pelo seu próximo, pela sociedade.
Noutros casos, há a atitude egocêntrica, que remanesce da infância e não alcançou a maturidade psicológica na idade adulta, sentindo-se o ser desconsiderado, desamparado, sem chance de triunfar; o cansaço decorrente de tentativas malogradas de auto-afirmação, de empreendimentos perdidos; o desamor, em razão de haver aplicado mal o sentimento, como troca de interesses ou vigência de paixões; o abandono de si mesmo pela falta de auto-estima... Para esse tipo psicológico é mais fácil entregar-se à indiferença, numa postura fria de inimigo de todos, do que lutar contra as causas desse comportamento.
Vício mental profundamente alienador, arraigado nos derrotistas, a indiferença termina por matar os sentimentos, levando o paciente a patologias mais graves na sucessão do tempo.
Caracteriza também a personalidade esquizofrénica de muitos títeres e algozes da Humanidade, a insensibilidade que resulta da indiferença, quando praticam crimes, por mais hediondos sejam.
Inicia-se, às vezes, numa acomodação mental em relação aos acontecimentos, como mecanismo de defesa, para poupar-se a trabalho ou a preocupação, caracterizado num triste conceito:
Deixa para lá.
Toda questão não resolvida, retorna complicada.
Ninguém se pode manter em indiferença no inevitável processo da evolução. A vida é movimento e o repouso traduz pobreza de percepção dos fenómenos em volta.
Terminada uma cerimónia religiosa em plena Natureza, fez-se um imenso silêncio que tomou conta de todos os presentes.
Sensibilizado, um jovem disse ao seu pastor: - Nunca percebi tão grande e profundo silêncio. Ao que o outro respondeu: — Nunca havia ouvido toda a música das galáxias nas suas revoluções siderais...
Quando a indiferença começar a sinalizar as actividades emocionais, faz-se urgente interrompê-la, aplicar-lhe a terapia da mudança do centro de interesse emotivo, despertando outras áreas do sentimento, adormecidas ou virgens, a fim de poupar-se o indivíduo à sua soberania. Acostumando-se-lhe, inicia-se uma viciação mental mais difícil de ser corrigida, por ter um carácter anestesiante, tóxico, ao largo do tempo.
Se o stress responde pela sua existência, em alguns casos, o relaxamento, acompanhado de novas propostas de vida, produz efeito salutar, que deve ser utilizado.
O Fluxo Divino da força da vida é incessante, e qualquer indiferença significa rebeldia aos códigos do movimento, da acção, proporcionando hipertrofia do ser e paralisia da alma.
Uma análise do próprio fracasso em qualquer campo redunda eficaz, para retirar proveitosa lição dele e levantar-se para novas tentativas. Nas experiências retributivas da afectividade mal direccionada, das quais resulta a síndrome da indiferença, a escolha pelo amor sem recompensa, pelo bem sem gratidão, emula o indivíduo a sair do gelo interior para os primeiros ardores da emotividade e da auto-realização.
Nunca deixar que a indiferença se enraíze. E se, por acaso, crer que a própria vida não tem sentido nem significado, num gesto honroso de arrebentar algemas, deve experimentar dar-se ao próximo, a quem deseja viver, a quem, na paralisia e na enfermidade, busca uma quota mínima de alegria, de companheirismo, de afecto e de paz. Fazendo-o, esse indivíduo descobre que se encontra consigo mesmo no seu próximo ao doar-se, assim recuperando a razão e o objectivo para viver em actividade realizadora.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:33 am

Pânico
No imenso painel dos distúrbios psicológicos, o medo avulta, predominando em muitos indivíduos e apresentando-se, quando na sua expressão patológica, em forma de distúrbio de pânico.
O medo, em si mesmo, não é negativo, assim se mostrando quando, irracionalmente, desequilibra a pessoa.
O desconhecido, pelas características de que se reveste, pode desencadear momentos de medo, o que também ocorre em relação ao futuro e sob determinadas circunstâncias, tornando-se, de certo modo, factor de preservação da vida, ampliação do instinto de autodefesa. Mal trabalhado na infância, por educação deficiente, o que poderia tornar-se útil, diminuindo os arroubos excessivos e a precipitação irreflectida, converte-se em perigoso adversário do equilíbrio do educando. São comuns, nesse período, as ameaças e as chantagens afectivas: — Se você não se alimentar, ou não dormir, ou não proceder bem, papai e mamãe não gostarão mais de você..., ou O bicho papão lhe pega, etc. A criança, incapaz de digerir a informação, passa a ter medo de perder o amor, de ser devorada, perturbando a afectividade, que entorpece a naturalidade no seu processo de amadurecimento, tornando o adolescente inseguro e um adulto que não se sente credor de carinho, de respeito, de consideração. A deformação leva-o às barganhas sentimentais - conquistar mediante presentes materiais, bajulação, anulando a sua personalidade, procurando agradar o outro, diminuindo-se e supervalorizando o afecto que anela.
A pessoa é, e deve ser amada, assim como é. Naturalmente, todo o seu empenho deve ser direccionado para o crescimento interior, o desenvolvimento dos recursos que dignificam: não invejando quem lhe parece melhor — pois alcançará o mesmo patamar e outros mais elevados, se o desejar - nem se magoando ante a agressividade dos que se encontram em níveis menores.
Por outro lado, em face das ameaças, o ser permanece tímido, procurando fazer-se bonzinho, não pela excelência das virtudes, mas por mecanismo de sobrevivência afectiva.
O medo, assim considerado, pode assumir estados incontroláveis, causando perturbações graves no comportamento.
Os factores psicossociais, as pressões emocionais influem, igualmente, para tornar o indivíduo amedrontado, especialmente diante da liberação sexual, gerando temores injustificáveis a respeito do desempenho na masculinidade ou na feminilidade, que propiciam conflitos psicológicos de insegurança, a se reflectirem na área correspondente, com prejuízos muito sérios.
Bem canalizado, o medo se transforma em prudência, em equilíbrio, auxiliando a discernir qual o comportamento ético adequado, até o momento em que o amadurecimento emocional o substitui pela consciência responsável.
Confunde-se o pânico como expressão do medo, quando irrompe acompanhado de sensações físicas: disritmia cardíaca, sudorese, sufocação, colapso periférico produzindo algidez generalizada.
Essa sensação de morte com opressão no peito e esvaecimento das energias que aparece subitamente, desencadeada sem aparente motivo, tem outras causas, raízes mais profundas.
Na anamnese do distúrbio de pânico, constata-se o factor genético com alta carga de preponderância e especialmente a presença da noradrenalina no sistema nervoso central. É, portanto, uma disfunção fisiológica. Predomina no sexo feminino, especialmente no período pré-catamenial, o que mostra haver a interferência de hormônios, sendo menor a incidência durante a gravidez.
Sem dúvida, a terapia psiquiátrica faz-se urgente, a fim de que determinadas substâncias químicas sejam administradas ao paciente, restabelecendo-lhe o equilíbrio fisiológico.
Invariavelmente atinge os indivíduos entre os vinte e os trinta e cinco anos, podendo surgir também em outras faixas etárias, desencadeado por factores psicológicos, requerendo cuidadosa terapia correspondente.
Há, entretanto, síndromes de distúrbio de pânico que fogem ao esquema convencional. Aquelas que têm um componente paranormal, como decorrência de acções espirituais em processos lamentáveis de obsessão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:33 am

Agindo psiquicamente sobre a mente da vítima, o ser espiritual estabelece um intercâmbio parasitário, transmitindo-lhe telepaticamente clichés de aterradoras imagens que vão se fixando, até se tornarem cenas vivas, ameaçadoras, encontrando ressonância no inconsciente profundo, onde estão armazenadas as experiências reencarnatórias, que, desencadeadas, emergem, produzindo confusão mental até o momento em que o pânico irrompe incontrolável, generalizado. Dá-se, nesse momento, a incorporação do invasor do domicílio mental, que passa a controlar a conduta da vítima, que se lhe submete à indução cruel.
Cresce assustadoramente na sociedade actual essa psicopatologia mediúnica, que está requerendo sérios estudos e cuidadosas pesquisas.
As terapias de libertação têm a ver com a transformação moral do paciente, a orientação ao agente e a utilização dos recursos da meditação, da oração, da acção dignificadora e beneficente.
Quando a ingerência psíquica do agressor se faz prolongada, somatiza distúrbios fisiológicos que eliminam noradrenalina no sistema nervoso central do enfermo, requerendo, concomitantemente, a terapia especializada, já referida.
Mediante uma conduta saudável de respeito ao próximo e à vida, o indivíduo precata-se da interferência perniciosa dos seres espirituais perturbadores, adversários de existências passadas, que ainda se comprazem na acção perversa. Esse sítio que promovem, responde por inúmeros fenómenos de sofrimento entre os homens. Não sendo a morte do soma o aniquilamento da vida, a essência que o vitaliza - o Eu profundo — prossegue com suas conquistas e limitações, grandezas e misérias. Como o intercâmbio decorre das afinidades morais e psíquicas, fácil é constatarem-se as ocorrências que se banalizam.
O medo, portanto, necessita de canalização adequada, e o distúrbio do pânico, examinada a sua génese, merece os cuidados competentes, sendo passíveis de recuperação ambos os fenómenos psicológicos viciosos, a que o indivíduo se adapta, mesmo sofrendo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:33 am

Medo da Morte
O medo da morte resulta do instinto de conservação, que trabalha em favor da manutenção da vida. A vida, no entanto, são todos os acontecimentos existenciais que ocorrem durante a reencarnação — no corpo como fora dele - no Espírito.
O desconhecimento da imortalidade, as informações fragmentárias, as lendas e fantasias, os mistérios, a ignorância, vestiram a morte de inusitadas e irreais expressões, que não correspondem à realidade. O fenómeno da morte diz respeito ao fatalismo biológico das transformações moleculares do corpo.
Com o desaparecimento da forma, suspeitou-se que haveria o aniquilamento da essência, como se essa fosse derivada da matéria e não a sua responsável.
Para atenuar-se o desconhecimento, compuseram-se os funerais, as cerimónias e ritos fúnebres, ocultando a face inevitável da legitimidade imortal. Esses recursos são valiosos para os familiares, parentes e amigos que se desobrigam das responsabilidades humanas, na Terra, e dos deveres afectivos para com os que são desalojados do corpo. Para o Espírito somente valem os sentimentos, as preces e vibrações de autêntica afeição e honesta intercessão, especialmente os próprios pensamentos e actos mantidos durante a experiência carnal. Em outras circunstâncias, porque a fantasia concebeu o Divino Poder com sentimentos arbitrários e apaixonados, que perdoa e pune irremissivelmente, as consciências culpadas temem-lhe o encontro, quando seriam duramente castigadas, elaborando, inconscientemente, mecanismos de evasão.
Às vezes se torna tão grave o medo da morte que portadores de transtornos psicológicos matam-se para não aguardarem a morte, em terrível atitude paradoxal.
Não houvesse a morte física, e o sentido da vida desapareceria, assim como a finalidade da luta, da conquista de valores e do desenvolvimento intelecto-moral do ser.
Analisando-se a sobrevivência — fenómeno natural e consequência da vida - a existência terrestre adquire significado e a dimensão de tempo, um grande valor.
Por ignorar-se quando ocorrerá a fatalidade orgânica, todo minuto e cada acção constituem admiráveis bênçãos e devem ser utilizados com sabedoria e propriedade, vivendo-os intensamente.
A compreensão da vida como um todo, feito de etapas, estimula a conquista dos patamares do progresso, ainda mais pela sua marcha ascensional. Fosse limitada ao período berço - túmulo, todos os labores perderiam o seu conteúdo ético e os esforços esvair-se-iam na consumpção do nada.
Considerando a energia psíquica valiosa e actuante, a mente, desatrelada do cérebro, prossegue independente dele, e a vida estua. Desse modo, enfrentando-se com equilíbrio o conceito da sobrevivência, a morte desaparece e o medo que possa inspirar transforma-se em emulação para enfrentá-la com uma atitude psicológica saudável e rica de motivações, quando ocorrer naturalmente.
Vício mental arraigado, o medo do fim converte-se em esperança de um novo princípio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:34 am

10 - Conteúdos Perturbadores
A Raiva * O Ressentimento * Lamentação * Perda pela Morte * Amargura

A Raiva
Os conflitos psicológicos se instalam sempre nas pessoas imaturas, que da vida conhecem e valorizam apenas as sensações, desejando, em particular, as agradáveis, sem levar em consideração as outras, que resultam de desordens de variada natureza. A condição humana propicia, por si mesma, a fragilidade, por decorrência da impermanência dos implementos físicos que revestem o ser, assim como dos diferentes níveis de consciência que são alcançados no processo da evolução. Como resultado, todos experimentam conflitos, que são choques de entendimento e de comportamento entre o que se quer e o que se é, entre o ego e o Self. Quando, porém, esses conflitos se fazem duradouros, enraizando-se no psiquismo e perturbando o procedimento, adquirem expressões patológicas que necessitam de terapias específicas para serem erradicados.
A raiva é um factor de frequentes conflitos, que aparece repentinamente, provocando altas descargas de adrenalina na corrente sanguínea, alterando o equilíbrio orgânico e, sobretudo, o emocional. Ninguém deve envergonhar-se ou conflituar-se por ser vítima da raiva, fenómeno perfeitamente normal no trânsito humano. O que se deve evitar são: o escamoteamento dela, pela dissimulação, mantendo-a intacta; o desdobramento dos seus prejuízos, pelo remoer do factor que a gerou; a auto-compaixão, por sentir-se injustiçado; o desejo de revide, mediante a agressividade ou acompanhando o deperecer, o sofrimento do antagonista.
Quando algo ou alguém se choca com o prazer, o bem-estar de outrem, ou afecta o seu lado agradável, desencadeia-lhe instantaneamente a chispa da raiva, que se pode apagar ou atear incêndio, dependendo da área que atinja. O ideal será permitir que a descarga voluptuosa e abrasadora tombe sobre material não inflamável, logo desaparecendo sem deixar vestígios.
A sensação da raiva actual tem as suas raízes em conflitos não digeridos, que foram soterrados no subconsciente desde a infância e ressurgem sempre que alguma vibração equivalente atinge o fulcro das lembranças arquivadas. Quando tal ocorre, ressumam, inconscientemente, todos os incidentes desagradáveis que estavam cobertos com a leve camada de cinza do esquecimento, no entanto, vivos.
A raiva instala-se com facilidade nas pessoas que perderam a auto-estima e se comprazem no cuidado pela imagem que projectam e não pelo valor de si mesmas. Nesses casos, a insegurança interior faculta a irascibilidade e vitaliza a dependência do apoio alheio.
Instável, porque em conflito, não racionaliza as ocorrências desagradáveis, preferindo reagir - lançamento de uma cortina de fumaça para ocultar a sua deficiência - a agir, afirmando a sua autenticidade. Toda vez que a raiva é submetida à pressão e não digerida, produz danos no organismo físico e no emocional. No físico, mediante distúrbios do sistema vago-simpático, tais como indigestão, diarreia, acidez, disritmia, inapetência ou glutoneria - como autopunição, etc. No emocional, nervosismo, amargura, ansiedade, depressão...
Muitas raivas que são ingeridas a contragosto e não eliminadas desde a infância, em razão de métodos castradores da educação, ou agressividade do grupo social, ou necessidades sócio-económicas, podem desencadear tumores malignos e outros de graves efeitos no organismo, alterando a conduta por completo.
O Poder Supremo criou a vida como bênção e o ser para fruí-la.
Nas Leis Soberanas não existe um só item punitivo ou gerador de violência, tudo contribuindo para a harmonia geral, inclusive as ocorrências que parecem desconcertantes.
Diante da raiva, é necessária a aplicação do antídoto equivalente para dela liberar-se. Muitas técnicas do Rolfismo, da Psicologia, merecem ser utilizadas, de forma que não se transforme em ressentimento, por ficar arquivada intacta à espera do desforço.
Não adiantam o perdão externo e a aparência, mas a sua eliminação, assim como dos seus efeitos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:34 am

Quando Jesus propôs o perdão das ofensas, Ele se referiu ao esquecimento delas, isto é, à sua diluição na água lustral do amor.
Partindo-se do princípio pelo qual se considere o ofensor alguém que está de mal consigo mesmo ou enfermo sem dar-se conta, o conteúdo da raiva diminui e até desaparece, graças à racionalização da ofensa. Quando a raiva se deriva de uma doença, de um prejuízo financeiro, da traição de um amigo, da perda de um emprego por motivo irrelevante, de algo mais profundo e imaterial, a resignação não impede que se lhe dê expansão para, logo após, eliminá-la. Chorar, considerar a ocorrência injusta, descarregar a emoção do fracasso, gastar a energia em uma corrida ou num trabalho físico estafante, projectar a imagem do ofensor, quando for o caso, em um espelho, elucidando a raiva até diluí-la, são admiráveis recursos, dentre outros, para anular os seus efeitos danosos.
A meditação deve ser buscada também, para auxiliar na análise das origens do acontecimento, constatando se teria sido o responsável pela sua vigência e, ao confirmá-lo, evitar a autopiedade, contrapondo a lógica e o direito de errar, mas não a permissão de ficar no engodo. A prece de compaixão pelo ofensor e de auto-fortalecimento possui o miraculoso condão de diluir as vibrações da raiva, erradicando-as.
As ondas mentais perturbadoras da raiva sobre as células afecta-as e a inconsciente necessidade de autopunição pelo acontecimento facilita-lhes a degenerescência. Assim, ter raiva é sintoma de ser sensível, e bem canalizá-la, até a sua diluição, é característica de ser humano lúcido e saudável.
A raiva obnubila a razão e precipita o ser em profundos fossos da alucinação.
Quando ofendido, o indivíduo deve expressar os seus sentimentos ao agressor, aos amigos, sem queixa, sem mágoa, demonstrando ser normal e necessitado de respeito, de consideração como todas as demais pessoas. Nunca se permitir a falsa postura de humildade, fingindo santificação antes de ter alcançado a plena humanização. Quando se parece sem ser, transita-se por larga faixa de conflitos, inclusive o de inferioridade, avançando-se para os estados depressivos. Não se deve facultar a auto-desvalorização, apontando os próprios itens negativos ou apresentando relatos auto-depreciativos, para agradar aos demais ou fazê-los rir...
Humildade não é negação de valores, nem subestima por si próprio, fazendo-se caricaturas pejorativas da sua realidade. Ser filho de Deus, encontrar-se em experiência evolutiva, poder discernir, entre outros logros, constituem bênçãos que não podem ser desprezadas.
Jesus, o Homem humilde por excelência, jamais se escusou.
Submeteu-se aos fariseus, aos dominadores transitórios e seus fâmulos...
Respeitar-se e amar-se são, por fim, os melhores recursos para enfrentar a raiva. Retê-la, nunca! Sem revides, nem mágoas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:34 am

O Ressentimento
A raiva não extravasada ou liberada no mesmo nível da agressão recebida torna-se cruel adversário do indivíduo, tomando a forma hostil de ressentimento.
Herança das experiências mal suportadas, o ressentimento inconsciente encontra-se encravado no cerne do ser, ramificando-se em expressões variadas e da mesma qualidade perturbadora.
Ressuma sempre na condição de melancolia ou como frustração e desinteresse pela existência física, em mecanismo de culpa que não logra superar.
O ressentido agasalha sentimentos de antipatia, que se convertem em animosidade crescente, sempre cultivada com satisfação, à medida que lhe concede área emocional para o desenvolvimento. O ressentimento tisna a razão, perturba a óptica pela qual se observam os acontecimentos, enquistando-se como força destrutiva que, não conseguindo atingir aquele que lhe deu origem, fere o ser no qual se apoia.
Tumores de génese desconhecida, transtornos neuróticos, distúrbios gástricos de etiologia ignorada constituem somatização dos venenos do ressentimento, alcançando o metabolismo orgânico e interferindo na estrutura das células.
Tudo no Universo se encontra mergulhado em vibrações e ondas que procedem do Poder Criador. Em consequência, o equilíbrio vige na sintonia com a ordem, com os princípios da harmonia.
Cultivando-se a raiva e convertendo-a em ressentimento, este descarrega vibrações vigorosas na corrente energética mantenedora do equilíbrio, atingindo o arquipélago celular e interrompendo o fluxo normal das ondas que mantêm a interacção psicofísica.
Desarmonizado o ciclo vital, facilmente ocorre a distonia da mitose, que funciona por automatismo, acelerando-lhe, a partir de então, o processo de multiplicação, surgindo as tumorações, as neoplasias malignas ou não...
A mente é a grande mantenedora das forças existenciais.
Sob a acção de estímulos - optimistas ou tóxicos —, passa a exteriorizar os conteúdos equivalentes no comportamento emocional e físico.
É necessário vigilância e acção da vontade com real sentimento de humildade - que é virtude especial -, para converter o ressentimento em compreensão e tolerância. Cada pessoa é conforme suas estruturas psicológicas. Desejá-las diferentes, significa ignorar as próprias possibilidades.
Todos os indivíduos se enganam, agem incorrectamente e, às vezes, inspiram reacções inamistosas, como efeito do nível de evolução no qual estagiam.
Nem sempre ocorrem reciprocidades, quando da emissão de ondas mentais na área da simpatia, o que não se deve converter em atitude de animosidade por suspeição, por mecanismos de agressividade, gerando antipatia.
O ressentimento é fruto também da ausência de auto-amor, projecção inconsciente da sombra psicológica dos conflitos de cada qual.
À medida que se desenvolvem os sentimentos de segurança pessoal, de harmonia interior e de auto-estima, desaparece o ressentimento, por não encontrar apoio nos alicerces do subconsciente do ser.
Quando alguém se encontra ressentido com a má sorte, com os insucessos profissionais, afectivos e sociais, deve adquirir consciência das imensas possibilidades que lhe estão ao alcance e 138recomeçar as experiências que não obtiveram êxito, desarmado do pessimismo como do sentimento de culpa.
Todo processo de conquista passa por diferentes estágios de erro e de acerto, de insucesso e de vitória.
Desse modo, o conflito do ressentimento pode ser superado pelo exercício da auto-valorização, do sentido de utilidade à vida, de conscientização do bem.
Ressentir-se diante de alguém perturbador, ou de algo desequilibrante, pode ser considerado como reacção emocional imprevista que ocorre, susceptível, porém, de liberação, de rápida diluição nos painéis do sentimento atormentado. Se alguém se sente atingido por uma injustiça ou agressão, por uma onda perturbadora ou inamistosa, de imediato corrija a sintonia mental e mude a faixa do pensamento. Quando ressentido, não se deve constranger por chorar, reclamar, descarregar a tensão em algum trabalho, para logo retornar ao estado precedente, o de paz.
Humano é todo indivíduo que se considera capaz de errar, de magoar-se, mas também de erguer-se, saindo do paul sem as marcas da passagem pelo terreno pantanoso e infeliz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:34 am

Lamentação
Entre os hábitos negativos que se arraigam nas personalidades conflitáveis e inseguras, a lamentação ocupa um lugar de destaque.
Vicio perturbador, deve ser combatido com a lucidez da razão, em face à não justificativa dos argumentos em que se apoia.
Essas pessoas atormentadas, que se deixam arrastar pelos temores, normalmente buscam alívio em fugas espectaculosas pelas drogas aditivas, pelo fumo, pelo álcool, ou buscam os jogos de azar, a que se apegam em pugnas intérminas quão infelizes.
Quando não o fazem, dessa forma, ou simultaneamente, atiram-se às queixas e lamentações, assim exteriorizando as tensões geradas pelas altas cargas de amargura e ressentimento que guardam, sem o esforço por se liberarem desses tóxicos destrutivos, que mais se avolumam, quanto mais são cultivados.
Dotadas de auto-compaixão injustificável, à qual apoiam a preguiça física e mental, para não saírem da situação embaraçosa e negativa, consideram-se sempre vítimas da família, do grupo social, das leis e dos governos..., ou do destino. No entanto, poderiam ser saudáveis e ditosas, caso se resolvessem por adoptar o vício do optimismo. Ninguém alcança patamares superiores sem o empenho para conquistar os mais baixos, aqueles de difícil acesso.
Vencida uma etapa, outra surge, convidativa, como desafio a logros mais apreciáveis. Quem prefere a lamentação ao esforço, acreditando que as demais pessoas foram aquinhoadas sem mérito, opta pela situação de vítima de si mesma, ao invés de triunfador sobre os próprios limites.
Patologicamente compraz-se na situação insustentável, tornando a existência uma canga de elevado teor desequilibrante. A sua óptica é sombria, por considerar que tudo e todos conspiram contra sua paz e felicidade.
Saísse da concha da auto-compaixão, e se deslumbraria com o sol e a Natureza convidando ao banquete da alegria.
Preenchesse os vazios espaços mentais com preocupações positivas, recheadas de acções que favorecem o progresso, e respiraria o clima do optimismo, estimulado ao auto-crescimento, fruindo as dádivas do bem-estar existencial.
A lamentação como a queixa são morbo pestilento de fácil contágio, pelos vapores e vibrações tóxicas que esparzem.
A saúde mental exige esforço pessoal, que é intransferível, caracterizado pelo real desejo do equilíbrio. Uma decisiva disposição para o auto-encontro e o empenho para consegui-lo são os instrumentos hábeis para o tentame, que se coroará de êxito.
Toda empresa para alcançar metas impõe trabalho que não cessa.
O empreendimento da auto-valorização, com a consequente conquista de si mesmo, é de largo percurso, e sua gratificação se alcança nas diferentes etapas do processo de libertação dos vícios e acomodações habituais. A vida é rica de convites ao progresso e à responsabilidade, em iguais condições para os indivíduos. Mesmo aqueles que ora se apresentam limitados ou aparentemente impedidos não se localizam fora do processo, por estarem incursos nos imperativos da reencarnação, que alcança todos que se comprometeram com a ociosidade e a delinquência, convidando-os ao reequilíbrio, à reparação. Esse fluxo do ir e vir é inevitável até o momento da plenitude, que se atinge mediante a consciência objectiva, quando se consegue sintonizar em harmonia com a Cósmica.
Passo a passo, realização a realização, o ser libera os potenciais adormecidos, e com entusiasmo ascende moralmente, enquanto adquire os conhecimentos que o intelectualizam para entender as Leis da Vida.
A lamentação é, portanto, obstáculo voluntário que o indivíduo coloca no seu processo de evolução, retardando a marcha do progresso e abrindo espaço para situações perturbadoras e penosas que virão arrancá-lo, mais tarde, da inércia e da autocomiseração, porquanto ninguém pode impedir o crescimento para Deus, que é a fatalidade da vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:35 am

Perda pela Morte
Profunda e dilaceradora é a aflição que decorre da perda de pessoas queridas, mediante o fenómeno biológico da morte. Essa dor, no entanto, é decorrente, entre outros factores, de atavismos psicológicos, filosóficos e religiosos, que não educaram o indivíduo a considerar natural, como o é, a ocorrência que faz parte do processo orgânico pelo qual a Vida se expressa. A própria conceituação de morte como fim é frágil e insustentável, porque nada se aniquila, e os mortos não têm interrompido o fluxo existencial. Transferem-se de faixa vibratória, deslocam-se temporariamente, mas não se aniquilam. Continuam a viver, comunicam-se com aqueles que ficaram na Terra, estabelecem novos liames de intercâmbio, aguardam os afectos e recebem-nos, por sua vez, quando desencarnam.
Ademais, o próprio verbo perder, nessa conceituação, encontra-se totalmente deslocado. Pessoas não podem deixar de prosseguir, perdendo-se, no sentido de coisas que deixam os seus possuidores e desaparecem. Ninguém pertence a outrem, e somente se perde o que não se tem...
Assim, as dores acerbas, que acompanham a morte das pessoas queridas, possuem altas cargas de emoções desequilibradas que explodem extemporâneas, com carácter autopunitivo, não afectivo.
Às vezes, a pessoa não era atendida como merecia, enquanto no corpo, e, ao morrer, aqueles que se descobrem em falta, auto-supliciam-se, fazendo quadros de revolta, desespero e depressão. Noutras ocasiões, projecções de conflitos
retidos espocam, gerando maior soma de desequilíbrios. Na maioria das oportunidades, no entanto, são os sentimentos naturais de saudade, de ausência, de ternura que ferem aqueles que ficam, martirizando-os.
É justo que se sofra a dor da separação, que se chore a ausência, que se interrogue em silêncio como se encontrará na nova situação o ser amado. O desespero, no entanto, não se justifica, por não equacionar, nem preencher o vazio que permanece. Extravasar a dor mediante as recordações felizes, orvalhadas de lágrimas, reviver episódios marcantes com ternura, repartir os haveres com os necessitados em sua memória, envolvê-los em orações e crescer intimamente, são recursos valiosos para a liberação das mágoas decorrentes da morte.
Quase sempre se fazem interrogações ilógicas, nessas situações, como: — Por que ele? Por que eu? Ora, todos são mortais, nos equipamentos orgânicos, e o número de óbitos é expressivo, cada vez alcançando este ou aquele indivíduo, ou alguém do seu grupo social.
Pela própria Lei das Probabilidades chega a vez de todos, um a um, ou colectivamente. É inevitável. A dor da separação física prolonga-se por largo período de tempo. A princípio é traumatizadora, mostrando-se mais pungente com o transcorrer dos dias. No entanto, digerida pela esperança do reencontro, da comunicação, e graças ao afecto preservado, torna-se luarizada, suavizando-se e conservando somente os sinais da gratidão por se haver fruído da presença querida.
Evitar, pois, a depressão e seus males, ante a morte de alguém afeiçoado, é prova de amor por quem partiu e não pode ser culpado de haver viajado, sem consulta prévia ou anuência, conduzido pela Vida ao retorno às origens, para onde todos seguirão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:28 pm

Amargura
Outro aspecto perturbador no comportamento psicológico do indivíduo é a presença da amargura, esse agente de transtornos depressivos. Pode situar-se em reminiscências inconscientes de reencarnações passadas, a causa da amargura, em forma de melancolia, saudade ou tristeza, ou pode encontrar-se na actual existência como efeito de traumas da infância, presença da imagem do pai ou da mãe dominadores, efeito das castrações pelo medo, da submissão imposta, de outros conflitos que remanescem como agentes que lhe são propiciadores. A amargura deve ser racionalizada, a fim de ser diluída e sua vítima recuperar a beleza, a alegria de ser e de viver, tomando parte activa nas realizações do meio social onde se encontra, para fortalecimento de valores e evolução.
Os exercícios frequentes de pensamentos optimistas com reflexão, caminhadas em bosques ou à beira-mar, auxílio fraterno em obras de ajuda social e moral, entre outros, são de excelente resultado para a liberação da amargura. Igualmente, a elaboração de programas de auto-estima, a participação em labores com grupos de apoio tornam-se estimulantes para o restabelecimento da saúde emocional do indivíduo, livrando-o do azedume e das sequelas da amargura.
A criatura humana existe para amar, amar-se e ser amada. O amor é a vibração de Deus que perpassa em todas as coisas do Universo. Quem não está disposto a sair do labirinto do ego, que se compraz na amargura, dificilmente se ama, será amado ou amará, por preferir ser visto pela piedade e pela compaixão, negando-se, embora inconscientemente, ao amor.
O grande fanal da vida é a auto-realização, é o auto-encontro, através dos quais se identifica com o seu próximo e Deus. Para se lograr o cometimento, quem esteja nas sombras da amargura, permita-se uma fresta por onde entre a luz da esperança e, ao banhar-se com a sua claridade, não lhe resistirá ao brilho, sendo vencido pela mensagem de que se faz portadora. A amargura é vapor morbífico que se exterioriza do sentimento doentio e domina as paisagens da mente, assim como da emoção. Todo empenho para diluí-la é a proposta-desafio para quem pensa e anela por felicidade hoje e no futuro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:28 pm

11 - Os Sentimentos: Amigos ou Adversários?
Amor * Os Sentimentos * Estar e Ser * Abnegação e Humildade

Amor
Os sentimentos são conquistas nobres do processo da evolução do ser. Desenvolvendo-se dos instintos, libertam-se dos atavismos fisiológicos automatistas para se transformarem em emoções que alcançam a beleza, a estesia, a essência das coisas e da vida, quando superiores, ou as expressões remanescentes do período primário, como a cólera, o ciúme, as paixões perturbadoras. Na fase inicial do desenvolvimento, o ser possui as sensações em predomínio no comportamento, que o vinculam ao primitivismo, exteriorizando-se na forma de dor e prazer, de satisfação e de desgosto... As manifestações psicológicas somente a pouco e pouco se expressam, rompendo a cadeia das necessidades físicas para se apresentarem como emoções.
Nesse processo, o ser é prisioneiro dos desejos imediatos e grosseiros da sobrevivência, com insight de percepção da harmonia, do equilíbrio, das alegrias que não decorrem do estômago ou do sexo. Lentamente, à medida que supera o egocentrismo do seu estágio infantil, desabrocham-lhe os sentimentos de valores morais, de conquistas intelectuais, culturais, artísticas, idealísticas. O largo trânsito pelos impulsos do instinto deixa condicionamentos que devem ser reprogramados, a fim de que as emoções superem as cargas dos desejos e do utilitarismo ancestrais. O primeiro, e certamente o mais importante sentimento a romper o presídio dos instintos, é o amor.
De começo, mediante a vinculação atávica com os genitores, os familiares, o grupo social que o protege, as pessoas que lhe propiciam o atendimento das necessidades fisiológicas. Logo depois, embora o desenvolvimento se faça inevitável, apresenta-se egoístico, retributivo, ainda vinculado aos interesses em jogo. Somente quando canalizado pela mente e pelo conhecimento, agiganta-se, constituindo-se objectivo do mecanismo existencial, capaz de se libertar dos efeitos rigorosos dos instintos. Em face da própria historiografia, externa-se como desejo de posse, na ambição pessoal para a eleição do parceiro sexual, fraternal, amigo.
Em razão disso, confunde-se, ainda hoje, o amor com os jogos do sexo, em tormentosos conúbios, nos quais sobres saem as sensações que os entorpecem e exaurem com facilidade. O amor é o alicerce mais vigoroso para a construção de uma personalidade sadia, por ser gerador de um comportamento equilibrado, por propiciar a satisfação estética das aspirações e porque emula ao desenvolvimento das faculdades de engrandecimento espiritual que dormem nos tecidos subtis do Eu profundo. Se desperta paixões subalternas, como o ciúme, o azedume, a inveja, a ira, a insegurança que fomenta o medo, ainda se encontra no primarismo dos instintos em prevalência.
Somente quando é capaz de embelezar a existência, proporcionando vida psíquica e emocional enriquecedora, é que se faz legítimo, com os recursos que o libertam do ego.
Predominando na fase da transição - do instinto para o sentimento -, o ego é o ditador que comanda as aspirações, que se convertem em conflitos, por direccionamento inadequado das forças íntimas.
Sendo um dínamo gerador de energia criativa e reparadora, o amor-desejo pode tornar-se, pela potencialidade que possui, instrumento sórdido de escravidão, de transtornos emocionais, de compromissos perturbadores.
A necessidade de controlá-lo, educando as emoções, é o passo decisivo para alcançar-lhe a meta felicitadora. Toda vez que gera tormento de qualquer natureza, insatisfação e posse, prejudica aquele que o experimenta.
Para libertar-se dessa constrição faz-se imprescindível racionalizá-lo, descondicionando o subconsciente, retirando os estratos nele armazenados e substituindo-os por ideias optimistas, aspirações éticas.
Gerar pensamentos de autoconfiança e gravá-los pela repetição; estabelecer programas de engrandecimento moral e fixá-los; corrigir os hábitos viciosos de utilizar as pessoas como coisas, tendo-as como descartáveis; valorizar a experiência e vivenciar, evitando a auto-compaixão, a subestima pessoal, que escondem um mecanismo de inveja em referência às pessoas felizes, constituem técnicas valiosas para chegar ao patamar das emoções gratificantes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:28 pm

O amor é o grande bem a conquistar, em cujo empenho todos devem aplicar os mais valiosos recursos e esforços.
Não obstante, a larga transição no instinto pode transformá-lo em adversário, pelos prejuízos que se originam quando se apresenta em desorganizada manifestação.
Possuidor de uma pluralidade de interesses, expande-se em relação à Natureza, ao próximo, a si mesmo e ao Poder Criador, abrangendo o Cosmo...
Quando alcança a plenitude, irradia-se em forma co-criadora; em intercâmbio com as energias divinas que mantêm o equilíbrio universal, o sentimento de amor cresce e subtiliza-se de tal forma que o Espírito se identifica plenamente com a Vida, fruindo a paz e a integração nela.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:29 pm

Os Sentimentos
Os sofrimentos são ocorrências naturais do processo evolutivo, constituindo desafios às resistências dos seres. Nas faixas primárias, nas quais predominam os instintos e as sensações, eles se manifestam em forma de agressivas dores físicas, em razão da ausência de percepção emocional para decodificá-los e atingir as áreas mais nobres do cérebro, igualmente limitado.
Desse modo, manifestam-se nas criaturas humanas, nos vários aspectos: físicos, morais, emocionais e espirituais. Quanto mais elevado o ser, tanto maior a sensibilidade de que é dotado, possuindo forças para transubstanciá-los e alterar-lhes o ciclo de dor, passando a ser metodologia de educação, de iluminação.
Inevitáveis, quando no campo físico, decorrem dos processos degenerativos da organização celular e fisiológica, sujeita aos mecanismos de incessantes transformações, como da invasão e agressão dos agentes microscópicos destrutivos. No ser bruto, expressam-se em forma de desespero e alucinação, com altas crises de rebeldia. A medida que a sensibilidade se lhe acentua, não obstante a força de que se revestem, podem ser atenuados pela acção da mente sobre o corpo, gerando endorfinas que, na corrente sanguínea, anestesiando-os, diminuem-lhes a intensidade.
Os morais são mais profundos, abalam os sentimentos nobres, dilacerando as fibras íntimas e provocando incontida aflição.
Impalpáveis, as suas causas permanecem vigorosas, minando as resistências e, não raro, afectando, por somatização, o corpo. Atuam nos sensíveis mecanismos das emoções, dando lugar a outros distúrbios, os de natureza psicológica. Somente uma forte compleição espiritual se lhes poderá opor, ensejando energias próprias para suportados e superá-los.
A canalização correta do pensamento, isto é, a racionalização deles e aceitação como processo transitório de evolução, torna-se-lhes a terapia mais eficiente, por propiciar renovação íntima e equilíbrio.
Os de natureza emocional, qual sucede com os demais, têm suas matrizes nas existências passadas, que modelam, nos complexos equipamentos do sistema nervoso, na organização sensorial, por intermédio da hereditariedade, a sensibilidade e as distonias que se exteriorizam como distúrbios psicológicos, psíquicos... Em face da anterioridade das suas origens, produzem aflições no grupo social, por motivo da alienação do paciente, agressivo ou deprimido, maníaco ou autista, inseguro ou perseguidor. Somem-se ao factor central, as ressonâncias psicossociais, sócio-económicas e as interferências obsessivas que darão lugar a quadros patológicos complexos e graves, sem que o enfermo possa contribuir com lucidez para a recuperação. Há excepções, quando as ocorrências permanecem sob relativo controle, facultando erradicação mais rápida. Os de natureza espiritual têm a sua génese total no pretérito, às vezes somadas às atitudes irreflectidas da actualidade. Invariavelmente trazem conexões com seres desencarnados em processos severos de deterioração da personalidade.
Em qualquer manifestação, os sofrimentos são efeitos do mecanismo evolutivo - desgaste dos implementos orgânicos —, da aprendizagem de novas experiências, da ascensão do ego para o Self. Enquanto o ego predominar em a natureza humana, maior soma deles se fará presente, em face da irreflexão, à imaturidade psicológica, ao desajuste em relação aos valores da personalidade. Os conflitos, que decorrem de alguns sofrimentos ou que levam a outros tipos de sofrimentos, no ego imaturo encontram mecanismos de evasão da realidade, dando surgimento a patologias especiais.
A pretexto de ascensão moral e espiritual são engendrados distúrbios masoquistas, fazendo crer que a eleição do sofrimento auxilia na libertação da carne - cilícios, jejuns injustificáveis, macerações, solidão, desprezo ao corpo, castrações, etc. -, reflectindo, não a busca do Si, mas um prazer degenerado, perturbador. Outrossim, quando se impõem os mesmos métodos a outros seres, a pretexto de salvá-los, não há saúde mental nem espiritual na proposta, mas sim, sadismo cruel.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:29 pm

O amor lenifica a multidão de pecados, como acentuou Jesus, com a Sua psicoterapia positiva. Ele sofreu, não por desejo próprio, mas para ensinar superação das dores, e, ao jejuar, preparou o organismo para bem suportar os testemunhos morais. Ele encontrava beleza e prazer nos lírios do campo, nas aves do céu, nas redes e pérolas, sendo a Sua mensagem um hino de louvor à vida, à saúde, ao amor. Jamais se reportou à busca do sofrimento como recurso de salvação. Esse acontece por efeito da conduta humana, inevitavelmente, não por escolha de cada um. A vida são as expressões de grandiosa harmonia na variedade de todas as coisas.
O ser humano existe, fadado para a conquista estelar. A saúde plena e o não sofrimento são as metas que o aguardam no processo de conquista pelos longos caminhos de sua evolução. A canalização da mente para o Bem - o ideal, o amor - é o antídoto para todos os sofrimentos, porquanto do pensamento para a acção medeia apenas o primeiro passo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:29 pm

Estar e Ser
Um conflito preponderante no comportamento das pessoas imaturas psicologicamente é o medo das críticas. Filho excedente da insegurança, esse factor negativo na conduta humana é responsável por vários dissabores, entre os quais o insucesso nos empreendimentos, ou mesmo a falta de estímulos para tentá-los.
Bloqueando-se, pelo injustificável receio das opiniões alheias, o indivíduo recua ante possibilidades enriquecedoras de crescimento interior, de realização, deixando de ser feliz para estar sob tormentos crucificadores. Como efeito, a sua é uma conduta confusa. Fugindo de suas dúvidas, torna-se crítico mordaz dos outros, num processo de transferência de valores internos; procura sempre agradar na presença e faz-se censor na ausência; insatisfeito, é rude com as pessoas que dele dependem e bajulador em relação aos que acredita superiores; oculta os sentimentos, a fim de poupar-se a comentários desagradáveis, apresentando-se dúbio e melífluo. As suas opiniões têm por meta atender a todos, concordando com ambos os litigantes, quando for o caso. Parece um diplomata hábil, não fossem os temores íntimos. Seus sentimentos, que poderiam expressar-se, gratificando-se com eles nos confrontos naturais, no êxito ou no insucesso, permanecem-lhe como adversários que devem ser escondidos, sejam quais forem, a fim de não ser descoberta a sua personalidade.
Gosta de opinar em assuntos que desconhece, como uma compensação ao conflito, estando sempre no que parece, evitando assumir o que é.
Todos que transitam em experiências humanas, durante o seu curso estão, mas não são a soma das mesmas. Conscientizar-se de que se é o que se está constitui desequilíbrio comportamental. O que se está, deixa-se, passa; o que se é, permanece.
Pode-se nascer enfermo ou sadio, o que significaria ser. Não obstante, através de uma boa programação mental, o ser doente pode transformar-se em apenas estar por um período, sofrer um tipo de conjuntura e deficiência, sendo saudável. Da mesma forma o sadio, em face à desorientação de conduta mental, transfere para o estar com saúde, apesar das chuvas de ansiedade.
Os sentimentos merecem análise cuidadosa, para se fazerem positivos. Sob controle e direccionamento, as emoções se tornam agentes de compensação, de alívio de tensões, de estímulos preciosos para as realizações plenificadoras. A autocrítica sincera, os exercícios mentais encorajadores, as conversações edificantes, a naturalidade diante das censuras, proporcionam recursos valiosos para o descobrimento do Si, dos seus potenciais disponíveis e ainda não utilizados. Uma plena conscientização de que todas as pessoas estão sob o exame de outras — que as criticam por inveja, por despeito, por preguiça mental, por espírito derrotista de competição, embora diversas o façam com sincero desejo de auxiliar, pelo direito de submeterem à prova o que se credencia ao conhecimento público -, é de grande utilidade.
Para ser objecto de crítica, basta destacar-se, sobressair, tornar-se um alvo. É confortador alguém ver-se sob petardos, significando haver rompido o escudo da mesmice, de igual a todos, do não chamar a atenção. É ser alguém, ser especial e até ser único.
Jamais se agradará a todos os indivíduos. Os padrões de preferência variam ao infinito, nas pessoas que constituem a Humanidade. Há uma diferença muito expressiva de óptica emocional, de interesses, de comportamentos, de aptidões, mesclados aos sentimentos nobres, como inferiores, que influem na análise de cada objecto, pessoa ou acontecimento.
Como se está visto, assim também se vê. Como se está analisado, da mesma forma se analisa. Essa diferente gama de observações no conjunto se organiza em um painel de comportamento geral.
Muito saudavelmente age aquele que está em permanente esforço para ser melhor, para conquistar novos patamares, reunindo os tesouros da auto-iluminação. Esse não teme obstáculos, não receia os outros, nem se teme. Renova-se, melhorando o grupo social e o mundo onde está, mas que não lhe pertence, não o detém, nem nele para. Segue adiante. O seu é o rumo do Infinito. Não se ofende, a ninguém magoa; não se limita, a outrem não obstaculiza; não desanima, aos demais não perturba.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:29 pm

Está sempre vigilante com seus defeitos e activo nas acções.
Psicologicamente, quando se está mal, tem-se a possibilidade de transferir-se para o bem-estar. Se, no entanto, se é mau, a luta para mudança de situação é gigantesca, de morada, até ocorrer uma transformação de profundidade. Quando se está bem, de maneira equivalente é preciso esforço para ser bom, permanecendo útil, agradável, produtivo. Os pessimistas e frustrados asseveram que o mundo e a sociedade são maus, responsáveis pelas suas aflições e desditas, quando apenas estão enfermos, em razão daqueles que aqui se hospedam e os constituem, por enquanto estarem distónicos e fora dos compromissos, diante apenas de alguns que são atrasados, ignorantes e insensíveis. Com o esforço conjugado de todos, porém, ter-se-á uma vida que é bênção e uma Humanidade que é boa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:30 pm

Abnegação e Humildade
O amadurecimento psicológico conduz o homem à verdadeira humildade perante a vida, na condição de identificação das próprias possibilidades, assim como das inesgotáveis fontes do conhecimento a haurir. Percebe a pequenez diante da grandeza universal, destituído de conflitos, de consciência de culpa, de fugas do ego. A visão intelectiva da realidade e a aquisição moral dos recursos interiores facultam-lhe a simplicidade de coração e o respeito cultural por todas as pessoas. A sua lucidez trabalha pelo bem geral com naturalidade, levando-o à abnegação e mesmo ao sacrifício, quando necessário, sem exibicionismo ou arrogância.
Percebe que a finalidade do ser existencial é a alegria de viver decorrente dos pensamentos e acções meritórios, o que o propele à auto-estima e à autodescoberta constante, trabalhando-se sem fadiga nem decepção. Não para na faina a examinar imperfeições, porque elabora esquemas de incessante aprimoramento, com sede de novas conquistas que não cessam.
A abnegação o induz às acções sacrificiais, por mais pesadas e menos grandiosas, que executa sem pejo nem jactância.
Independem, a abnegação e a humildade, de convicções religiosas, embora possam estas influenciar-lhes a conquista, tornando-as acessíveis a todos os indivíduos que adquirem consciência de si.
De alta importância para o progresso da sociedade, essas conquistas psicológicas dignificam a criatura, e promovem o grupo social, humanizando-o cada vez mais.
Invariavelmente, quando não expressam evolução, ou delas não decorrem, são simulações dos temperamentos emocionais conflituosos, que as utilizam para mascarar a timidez, o medo, o complexo de inferioridade, a inveja... Porque se sentem frustrados nas conquistas humanas, nos desafios sociais, tais indivíduos ocultam-se na abnegação forçada, recheada de reclamações e exigências, fingindo-se mártires incompreendidos pelos que os cercam, perseguidos por quase todos, e ricos de recalques. São presunçosos na sua abnegação e ciosos dela, apresentando propostas e comportamentos extravagantes, exibicionistas. Ganham o Céu, dizem. Isto porque não têm valores morais para conquistar e desincumbir-se dos deveres da Terra. Essa é uma conduta psicológica irregular, alienadora. Da mesma forma, decanta-se a humildade como forma de desprezo por si mesmo, de desestima, de reacção social. Libertar-se de aparências e ser naturalmente humilde, como Jesus Cristo ou Gandhi, não é alienar-se ou ser agressivo contra as demais pessoas e apresentar-se descuidado, sem higiene, indiferente às conquistas do progresso. Quem assim se comporta, desvela-se como preguiçoso e não humilde, bem como aquele que aceita todos os caprichos que se lhe impõem, e embora pareça, não possui a humildade real, antes tem medo dos enfrentamentos, das lutas, sendo conivente com as coisas erradas por acomodação, por submissão ou por projecção do ego que se ufana de ser cordato, bom e compreensivo.
A humildade não frequenta os mesmos campos morais da conivência com o erro, com o mal, em silêncios comprometedores. Antes é activa, combatente, decidida, sendo mais um estado interior do que uma apresentação externa. A indiferença, não poucas vezes, assume a postura falsa de humildade, permanecendo fria ante os acontecimentos e alienando a criatura dos jogos humanos. É uma forma patológica de comportamento, que perturba a claridade do discernimento.
A abnegação nunca é triste, porque é terapêutica. Sua medicação mostra-se na jovialidade, na alegria de viver e na felicidade de ser útil. Ajudar, renunciando-se, é um estado de júbilo interior para quem o faz e não uma áspera provação, mesmo porque ela é oferecida, é espontânea e jamais imposta. Não se pode nunca a outrem impor abnegação, que brota dos sentimentos mais elevados do ser. Da mesma forma, a humildade é cativante, sem aparência. Sente-se-lhe o perfume primeiro, para poder-se vê-la depois, qual ocorre com as delicadas violetas... Quando se é humilde, logra-se a pureza com o desprezo pelo puritanismo; vive-se a sinceridade, sem a preocupação de agradar; confia-se no sucesso das realizações, mas não se lhes impõem as propostas.
Tudo transcorre em uma psicosfera de harmonia e naturalidade.
Essas conquistas do sentimento são amigas do processo libertador do ser de seus atavismos, das suas heranças de natureza animal. Se os sofrimentos as acompanham, não as degradam, antes as aformoseiam, porque não se pode estar abnegado e humilde, mas se é uma e outra coisa, sempre igual em todas as situações. O amor legitima-as e irradia-se como alta realização plenificadora do sentimento são.
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12 - Triunfo sobre o Ego
Infância Psicológica * Conquista do SI * Libertação Pessoal

Infância Psicológica
O desenvolvimento intelectual do ser nem sempre é acompanhado pelo de natureza emocional. A conquista do conhecimento cultural faz-se com relativa facilidade, quando se é portador de equilíbrio mental, mediante o estudo, o exercício, as leituras. No entanto, o amadurecimento psicológico é mais complexo, exigindo contínua actividade moral e cuidadosa realização pessoal.
Muitos factores contribuem para essa ocorrência, na generalidade dos fenómenos emocionais. Entre outros, destacamos os atavismos culturais e sociais, no que dizem respeito à infância e aos poucos direitos que lhe são concedidos durante a formação da personalidade da criança.
Rigidez no lar, como negligência na educação, geram, na sua psique, pavores e comportamentos esdrúxulos, que acompanharão até a idade adulta, tornando-a insegura, pusilânime, desorganizada, dependente...
Toda vez que esse adulto enfrenta desafios, fugirá deles ou procurará mecanismos escapistas para esconder os temores, enfermando ou considerando-se incapaz, deprimindo-se. Noutras vezes, as reacções que assumirá diante das lutas a que seja convocado, fazem-se caracterizar pelo ciúme, pela mágoa, pela raiva, pelo ressentimento, particularidades do ser infantil não desenvolvido, ainda imaturo.
Normalmente desamado, guarda a imagem da severidade com que foi educado no lar e torna-se ditatorial, indiferente, impiedoso.
Reflecte aí o comportamento ancestral, que os pais e familiares tiveram para com ele e que, agora, automaticamente demonstra, escondendo os próprios conflitos sob a máscara da dureza, da insensibilidade. A criança insegura, que permanece no subconsciente do ser adulto, dele faz um infeliz, porque o impele a comportamentos ambivalentes, instáveis, ilógicos. No íntimo ele teme, e exterioriza agressividade; sente necessidade de carinho, e desvela raiva, ódio; precisa de apoio, de amparo, no entanto foge, isola-se... Sofre carência de afectividade, disfarçando-a mediante bem urdida crueldade; busca compreensão, mas prossegue agindo com inclemência.
Quase sempre esse adulto, que não amadureceu psicologicamente, sente-se deslocado do Si profundo e do meio social onde se encontra.
Para ocultar o desamor por si mesmo adorna-se de coisas que chamam a atenção, e busca prazeres que lhe não saciam a fome dos desejos. No fundo, odeia a própria debilidade de carácter, invejando os fortes, detestando aqueles que lhe parecem superiores, assim travando lutas íntimas intérminas, quais atormentados davis contra os golias das paixões internas, que não consegue vencer.
Identificada na infância, que não foi vivida com felicidade nem amor, a causa da sua insegurança, os resíduos daquele período persistem amargurando por toda a existência, caso a pessoa não se resolva pela decisão de reencontrar-se e amar-se, enfrentando a sua criança interior e fazendo-se crescer, realizar-se. Enquanto essa providência não for tomada, a inquietação infantil ressaltará em todos os seus actos, cada vez apresentando-se sob disfarce diferente.
A felicidade, o equilíbrio e a auto-realização merecem todo o investimento de esforço pessoal, de modo a erradicar esses factores de perturbação que ficaram ignorados, porém continuam pulsantes e dominadores.
Costuma-se asseverar com certa realidade que, no íntimo, todos os indivíduos são crianças carentes de amparo, de ternura, de entendimento. Há razões subjacentes nessa afirmativa, graças à herança psicológica infantil da insatisfação e dos medos, da crueldade e da agressividade que ficaram estratificadas no subconsciente, sem libertação, sem conscientização da sua realidade como ser digno.
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Série Psicológica Vol. 6 - Auto descobrimento: Uma Busca Interior/Joanna de Angelis - Página 3 Empty Re: Série Psicológica Vol. 6 - Auto descobrimento: Uma Busca Interior/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 13, 2023 9:31 pm

Atemorizada, a criança, pelas recompensas e pelos castigos, ao libertar-se da sujeição dos pais ou educadores severos, permanece presa às regalias como ao medo das punições divinas, perdendo a própria identidade, confundindo-se, vítima permanente de infundada consciência de culpa, quando não a tem obnubilada temporariamente pela presunção, pela prepotência.
Por melhor que seja, sempre se cobra mais, afirmando que se poderia haver desempenhado com perfeição e profundidade.
Quando se equivoca, perturba-se, deixando que a criança interior assuma o comando da sua conduta, passando a ter medo do correspondente castigo, do qual fica à espera, em conflito. É indispensável que se faça uma revisão desses conteúdos psicológicos, enfrentando com amor a própria infância não superada, a fim de diluir as fixações, mediante afirmações novas e visualizações afáveis, amorosas, que se sobreponham às de natureza perturbadora, crescendo, a pouco e pouco, na emoção, até atingir o amadurecimento que lhe corresponda à idade real.
Grande número de conflitos, cujas raízes perduram no período infantil, cede lugar à segurança de comportamento, de afectividade, facultando o auto-amor, bem como o amor ao próximo, certamente depois de realizar esse encontro com os temores ocultos, que não mais se justificam, deixando de ser fantasmas invencíveis...
Esse esforço bem direccionado, graças ao autodescobrimento, pode ser considerado um renascimento psicológico na vitoriosa reencarnação, cuja meta é desenvolver os valores ínsitos no Espírito e reparar as opções que geraram provas e expiações na passada experiência carnal.
Até esse momento o ego era caprichoso, dominador, porque permanecia com mais vigor do que o Self, não se permitindo superar as paixões primárias e alucinantes. Prevalecia como fonte de auto-sustentação, escamoteando a inferioridade através de reacções intempestivas, caprichosas, como efeito natural da má-formação do carácter psicológico. A atracção do Self enseja o arrebentar das algemas, no entanto a sua conquista é interior, enriquecida de alegria e de renúncias, sem medos, nem ambições sem significado real. A reflexão em torno dos objectivos da existência física é imperativo relevante para o amadurecimento psicológico, factor indispensável para a harmonia do indivíduo que se abre ao Si profundo. Com essa realização, os significados das ocorrências passam a ter profundidade, perdendo o carácter perturbador, afugente, egocêntrico...
Decorre dessa conquista, concomitantemente, admirável compreensão das limitações e fraquezas próprias, como das demais pessoas, que se tornam dignas de estesia e solidariedade, em face do desenvolvimento da consciência em nível superior. Repartindo o sentimento latente de amor, o adulto psicológico recebe amor, e a criança íntima, acalmada, cede lugar ao ser desenvolvido, equilibrado, portanto saudável. A harmonia emocional deve acompanhar a intelectual, e vice-versa, trabalhando pelo progresso espiritual na busca da bem-aventurança que a todos aguarda no término da jornada evolutiva, que é a meta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 14, 2023 11:00 am

Conquista do SI
Todo o empenho humano para um correto amadurecimento psicológico objectiva a conquista do Si, a harmonia do Eu profundo em relação à sua realidade, à compreensão do divino e do humano nele existentes, descobrindo a sua causalidade e entregando-se à fatalidade (de forma consciente) do processo de evolução, que não cessa.
Trata-se de um imenso programa de conquistas plenificadoras, que foram iniciadas no período de consciência de sono, passando pelos diversos níveis de progresso e auto-descobrimento de forma gratificante e pacífica, sem qualquer tipo de violência.
À medida que vão sendo fixados os patamares a alcançar, mais amplas perspectivas de triunfo se dilatam no ser, que se identifica com a vida e alça-se aos valores mais expressivos que passa a descobrir e a ter necessidade de vivenciar. O ego é produção do estado de consciência, portanto, transitório, impermanente.
Abandonando as regiões sombrias dos conflitos degenerativos, nos quais o ser se demora por largo tempo, eis que começa a fruir o bem-estar sem receio, e a alegria, sem inseguranças, libertado dos conturbadores prémios e castigos referentes aos actos praticados, a que estava condicionado pelas imposições sociais e religiosas.
O ego, nesse comenos, cede lugar a outras conquistas, que repartem júbilos enquanto compartem identificações realizadoras, e a ausência de angústias como de incertezas favorece a visão lúcida do sentido existencial da vida.
Nesse processo de crescimento, de descobertas valiosas, podem ocorrer vários desvios e insucessos psicológicos, como mecanismos de saudosismo dos dias de inquietação e incertezas sobre os recentes avanços, como fenómenos naturais para a fixação das novas e relevantes conquistas, A larga adaptação no vale produz choques desagradáveis quando o ser se instala na montanha, até que logre aclimatar-se. Essa é uma ocorrência comum a todas as formas de vida, a todos os seres vivos.
A ânsia de crescimento não tem limite. O desconhecimento dos potenciais que podem ser movimentados para o tentame e para a realização, é que constitui impedimento para os indivíduos inábeis e imaturos psicologicamente.
Essa luta que o ego trava, no campo das paixões onde se movimenta, alimenta-o e vicia o ser, que se compraz nas imposições que se permite graças às sensações fortes, recheadas de compensações imediatas, características do período primário da evolução. Dessa forma, não se dá conta, imediatamente, das emoções luarizadoras, desacostumado às suas manifestações, adaptando-se ao psiquismo da mudança das planícies constritivas para os planaltos refazentes.
Empreendimento de alto significado para o ser inteligente, propõe esforço e decisão para eleger entre o que se tem e aquilo que se aspira, que pode ser alcançado, eliminando os condicionamentos inquietadores mediante a assimilação de novos, que os substituem, libertadores.
O ser humano é herdeiro da sua história antropológica, fixado nos atavismos das experiências vivenciadas durante as fases primevas do seu desenvolvimento. Por ser, igualmente, psicológico, desdobra todos os potenciais que possui em latência e arrebenta as amarras ancestrais, a fim de libertar o Eu adormecido, escravizado aos instintos.
Impõe-se, para o cometimento, todo um curso largo de realizações pessoais, íntimas, de análise e avaliação de conteúdos, para a eleição daqueles que são imprescindíveis à vitória, em detrimento dos demais, que se apresentam afligentes.
Disciplinando-se a mente e a vontade, compreendendo-se que a proposta da Vida é a marcha para a Unidade — sem perda de quaisquer valores conquistados -, o Si desenvolve-se, enquanto o ego desagrega-se.
Nas fases primeiras, esse ego desempenha papéis relevantes, tais: o da preservação da vida, dos direitos ao prazer (transitórios), do atendimento das necessidades (fisiológicas), dos valores pessoais. Infelizmente, fixa-se, constritor, e passa à condição de algoz, dominando as paisagens do ser e sombreando-as para permanecer em predomínio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 14, 2023 11:00 am

Elastecendo-lhe a visão e apontando-lhe o Si, reage com violência e estertora-se à medida que perde espaço psicológico, até ser ultrapassado em vitória culminante. É
semelhante ao heróico triunfo das pândavas sobre os kauravas, cuja história mística narra o Mababarata, o incomparável poema da índia, constituído por duzentos mil versos, dos quais apenas a metade é conhecida. Trata-se da luta entre primos e parentes outros no campo de batalha da consciência: as virtudes (poucas) e os vícios (muitos), em sucessivas pelejas até o momento da vitória dos primeiros.
O ser humano sempre buscou as cumeadas da sensibilidade altruística, conquistando o Espírito, nele real, mediante a superação dos implementos materiais que lhe servem de factor preponderante para o desenvolvimento dos valores preciosos que nele dormem - herança transcendente da sua origem divina, espiritual.
A libertação do Eu profundo ocorre à medida que se desenfeixa dos desejos raga (as paixões) do conceito budista —, a fim de alcançar a realização interior.
Preocupado com a etapa terminal do processo da evolução e com profunda visão psicológica, Allan Kardec interrogou os mensageiros nobres que o assistiam na elaboração da Doutrina Espírita:
- O que fica sendo o Espírito depois de sua última reencarnação?
E eles responderam: - Espírito bem-aventurado; puro Espírito.
O Si profundo, pleno, é semelhante à transparência que o diamante alcança após toda a depuração transformadora que sofre no silêncio da sua subtilização molecular, libertando-se de toda imperfeição interna por que passa e de toda a ganga que o reveste.
Essa conquista é o imenso desafio da evolução dos seres.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 14, 2023 11:01 am

Libertação Pessoal[/b]
[b]A semelhança de alguém que sobe uma montanha e passa a ter uma visão mais ampla dos horizontes - quanto mais altos, maior a conquista da sua paisagem -, a superação do ego permite uma identificação profunda com o Si, que se desvela, manifestando a sua procedência divina e arrebatadora.
Iniludivelmente, o ser, na sua estrutura real, é psiquismo puro, com imensos cabedais de possibilidades. A imersão no corpo gera-lhe apegos injustificáveis como mecanismos de segurança, não obstante a transitoriedade dos implementos orgânicos.
O esquecimento ou embotamento da visão espiritual produz-lhe o bloqueio para as aspirações relevantes, retendo-o na ambição desmedida da conquista do prazer, por extensão, de tudo quanto culmina em sensações imediatas.
Durante a juventude, pensa em gozar, porque o corpo é forte e rico de hormônios; na maturidade prossegue com o rigoroso desejo de aproveitar as energias que atingem a plenitude; na velhice faz o quadro depressivo da amargura - por já não continuar desfrutando dos prazeres sensoriais, ou luta para manter um potencial de energias, que não mais retornam, sejam quais forem os recursos aplicados. Mesmo quando se lhes dilata a duração - a criança interior permanece viva, subconsciente, iludindo-se -, chega o momento do exaurimento, da interrupção pela morte, do enfrentamento da realidade. A visão transpessoal conduz à continuação da Vida após a liberação do corpo. Sem nenhum vínculo com as concepções religiosas e doutrinárias de ontem como de hoje, propõe um ser imortal, cujas evidências se multiplicam nos painéis das suas investigações computadorizadas, apresentando uma preparação psicológica para o enfrentamento dessa realidade que será alcançada fatalmente.
Esse processo de desgaste orgânico inevitável é prenúncio da futura experiência imortalista, que propiciará a cada um o encontro com o que é, e não com o que tem e deixa, com o que pensa, e não com aquilo que gostaria de haver realizado.
Nesse momento, o Eu profundo irrompe, arrebentando as camadas do inconsciente onde se encontrava soterrado - caso não haja sido liberado de forma lúcida - e estabelece tormentosos conflitos na área do psiquismo ou no complexo espiritual de que se constitui - energia pensante que é.
Como os traumas e perturbações que avassalam a criatura procedem das experiências anteriores - na actual ou noutras reencarnações -, o despertar da consciência do Si, amanhã, decorrerá das formulações pensantes, condutas e acções presentes.
Em a Natureza todos os fenómenos e acontecimentos sucedem normalmente por encadeamento lógico, sem interrupção. As leis que regem a vida são trabalhadas no equilíbrio. Mesmo o caos, que se apresenta como desordem - por uma visão limitada -, faz parte da harmonia no conteúdo do equilíbrio geral.
A conquista do Si impõe-lhe ruptura de todas as amarras, ampliando-lhe as perspectivas existenciais e as realizações profundas. Não se creia, porém, que nessa fase de libertação pessoal cesse o processo de busca. Quanto maior for a capacidade de entendimento e de desapego do ser, mais amplas perspectivas de conquistas se lhe desenham atraentes, preenchendo-lhe os espaços dominados e abertos a novas realizações.
A saída dos interesses objectivos enseja o infinito campo do mundo subjectivo, transcendente, a ser penetrada qual afirmava São Boaventura, o Doutor Seráfico, que influenciou muitos místicos medievais, ao anunciar que são três os olhos pelos quais se observa: o da carne, o da razão e o da contemplação. O primeiro enxerga o mundo material, exterior, as dimensões relativas do tempo e do espaço, os objectos, as coisas, as pessoas, preso às sensações imediatas; o segundo vê a lógica através da arte de filosofar, ampliando as percepções da mente; e o terceiro, que faculta penetrar no mundo oculto, da intuição, das realidades transcendentes, extra físicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 14, 2023 11:01 am

Essa proposta se ajusta à realidade do ser tridimensional da Codificação Espírita: a carne entra em contacto com o mundo físico, o perispírito registra o mundo mental, extra-sensorial, e o Espírito sintoniza e se alimenta com a estrutura da realidade causal, onde se originou e para onde retornará.
Assim, a visão carnal detecta alguns contornos do estado objectivo, enquanto que a da razão capta os detalhes que constituem a matéria (átomos, moléculas, partículas, entendendo-lhes o mecanismo) e a da contemplação é transmental, energética na sua plenitude.
Os imperativos da Tecnologia e da Ciência, e as exigências do ego obliteraram, no curso da História, a visão contemplativa, e muitas vezes bloquearam a da razão, detendo o ser apenas na da carne. A libertação pessoal recupera a percepção profunda, por superação do ego e a dilatação do Self, com o consequente triunfo do Espírito sobre a matéria, sem anular qualquer um dos olhos, facultando-lhes o direccionamento próprio que lhes seja peculiar, conforme a circunstância.
Com essa aquisição, as questões básicas da existência, que a Psicologia procura responder: quem é o homem? De onde vem?
Para onde vai?, tornam-se factíveis de elucidação, na perfeita união das correntes psicológicas individualistas do Ocidente e espiritualistas do Oriente...
Nesse sentido, a Doutrina Espírita sintetiza ambas as visões psicológicas, interpretando os enigmas do ser e capacitando-o à superação do ego, na gloriosa conquista do Eu profundo, mediante a libertação pessoal das paixões perturbadoras, anestesiantes, escravizadoras.
Nasce então, nesse momento, o homem pleno, que ruma para o Infinito, imagem e semelhança de Deus.

FIM
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 14, 2023 11:01 am

Notas
[:?:1] Nota digital: É ausência ou diminuição de oxigénio no cérebro durante o nascimento.
[:?:2] Nota digital: diafragma é um músculo estriado esquelético extenso que separa a cavidade torácica da abdominal.
[:?:3] Nota digital: Mateus 16:27 (ACF2007) “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras”.
[:?:4] Nota digital: Gálatas 6:7 (ACF2007) “Não se iludam, pois com Deus não se brinca: cada um colherá aquilo que tiver semeado”.
[:?:5] Nota digital: Na série estequiogenética (processo que A Grande Síntese denomina: estequio= elemento e genia= formação) ou seja processo que estuda a matéria na sua formação progressiva do Hidrogénio ao Urânio. Neste processo assistimos a uma progressiva condensação da energia e sua conversão em massa. (A Grande Síntese - Pietro Ubaldi
[:?:6] Nota digital: Dispepsia, também conhecida como indigestão, que é o desconforto depois de comer.
[:?:7] Nota digital: Em citologia, chamam-se macrófagos as células de grandes dimensões do tecido conjuntivo. Citologia: ramo da biologia voltado para o estudo da morfologia, do desenvolvimento e das funções das células e dos componentes celulares.
[:?:8] Nota digital: Destaques da versão digital;
[:?:9] Destaque da versão digital
[:?:10] Nota digital: Subcortical: Que fica debaixo do córtex ou casca. Córtex: s.m. Casca de árvore. Anatomia. Acamada superficial de vários órgãos. (Sin.: córtice.)
[:?:11] Destaque da versão digital;
[:?:12] I Coríntios, 15: 33. (Nota da autora espiritual)
[:?:13] Nota digital: Agorafobia (do grego ágora - assembleia; reunião de pessoas; multidão + phobos - medo) O agorafóbico sente ansiedade de estar em locais ou situações em que a saída seja difícil, como por exemplo, multidões, um supermercado muito grande ou um local. Agorafobia é um transtorno de ansiedade muito comum nos quadros de se síndrome do pânico
[:?:14] Destaque da versão digital
[:?:15] idem
[:?:16] Mateus, 6: 34 (Nota da autora espiritual)

§.§.§- Ave sem Ninho
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