LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 6 - Auto descobrimento: Uma Busca Interior/Joanna de Angelis

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 10, 2023 9:07 pm

Auto descobrimento: Uma Busca Interior.
Divaldo Pereira Franco

(Joanna de Angelis)

Série Psicológica Vol. 6

Índice
1 - O Ser Real
Complexidades da Energia * Interacção Espírito - Matéria * Problemas da Evolução

2 - Equipamentos Existenciais
O Pensamento * Conflitos e Doenças * Distonias e suas Consequências * O Ser Emociona

3 - Consciência e Vida
Incursão na Consciência * Consciência Responsável * Consciência e Sofrimento * Exame do Sofrimento

4 - O Inconsciente e a Vida
O Inconsciente * O Subconsciente * O Inconsciente Sagrado

5 - Viagem Interior
Busca da Unidade * Realidade e Ilusão * Força Criadora

6 - Equilíbrio e Saúde
Programa de Saúde * Transtornos Comportamentais * Terapia da Esperança * Plenitude! – A Meta

7 - O Ser Subconsciente
Computação Cerebral * Reciclagem do Subconsciente * 189Subconsciente e Sonhos

8 - Sicários da Alma
O Passado * Incerteza do Futuro * Desconhecimento de Si Mesmo

9 - Viciações Mentais
Insatisfação * Indiferença * Pânico * Medo da Morte

10 - Conteúdos Perturbadores
A Raiva * O Ressentimento * Lamentação * Perda pela Morte * Amargura

11 - Os Sentimentos: Amigos ou Adversários?
Amor * Os Sentimentos * Estar e Ser * Abnegação e Humildade

12 - Triunfo sobre o Ego
Infância Psicológica * Conquista do SI * Libertação Pessoal
Notas
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 10, 2023 9:07 pm

Muito antes da valiosa contribuição dos psiquiatras e psicólogos humanistas e transpessoais, quais Kübler Ross, Grof, Raymond Moody Júnior, Maslow, Tart, Viktor Frankl, Coleman e outros, que colocaram a alma como base dos fenómenos humanos, a Psicologia Espírita demonstrou que, sem uma visão espiritual da existência física, a própria vida permaneceria sem sentido ou significado. O reducionismo, em Psicologia, torna o ser humano um amontoado de células sob o comando do sistema nervoso central, vitimado pelos factores da hereditariedade e pelos caprichos aberrantes do acaso.
A saúde e a doença, a felicidade e a desdita, a genialidade e as patologias mentais, limitadoras e cruéis, não passam de ocorrências estúpidas da eventualidade genética.
Assim considerado, o ser humano começaria na concepção e anular-se-ia na morte, um período muito breve para o trabalho que a Natureza aplicou mais de dois bilhões de anos, aglutinando e aprimorando moléculas que se transformaram em um código biológico fatalista...
Por outro lado, a engenharia genética actual, aliando-se à Biologia molecular, começa a detectar a energia como factor causal para a construção do indivíduo, que passa a ser herdeiro de si mesmo, nos avançados processos das experiências da evolução. Os conceitos materialistas, desse modo, aferrados ao mecanismo fatalista, cedem lugar a uma concepção espiritualista para a criatura humana, libertando-a das paixões animais e dos atavismos que ainda lhe são predominantes.
Inegavelmente, Freud e Jung ensejaram uma visão mais profunda do ser humano com a descoberta e estudo do inconsciente, assim como dos arquétipos, respectivamente, que permitiram a diversos dos seus discípulos penetrarem a sonda da investigação nos alicerces da mente, constatando a realidade do Espírito, como explicação para os comportamentos variados dos diferentes indivíduos que, procedentes da mesma árvore genética, apresentam-se fisiológica e psicologicamente opostos, bem e mal dotados, com equipamentos de saúde e de desconserto.
Não nos atrevemos a negar os factores hereditários, sociais e familiares na formação da personalidade da criança. No entanto, adimos que eles decorrem de necessidades da evolução, que impõem a reencarnação no lugar adequado, entre aqueles que propiciam os recursos compatíveis para o trabalho de auto-iluminação, de crescimento interior.
O lar exerce, sem qualquer dúvida, como ocorre com o ambiente social, significativa influência no ser, cujo ónus será o equilíbrio ou a desordem moral, a harmonia física ou psíquica correspondente ao estágio evolutivo no qual se encontra.
A necessidade, portanto, do auto-descobrimento, em uma panorâmica racional, torna-se inadiável, a fim de favorecer a recuperação, quando em estado de desarmonia, ou o crescimento, se portador de valores intrínsecos latentes. Enquanto não se conscientize das próprias possibilidades, o indivíduo aturde-se em conflitos de natureza destrutiva, ou foge espectacularmente para estados depressivos, mergulhando em psicoses de vária ordem, que o dominam e inviabilizam a sua evolução, pelo menos momentaneamente. A experiência do auto-descobrimento faculta-lhe identificar os limites e as dependências, as aspirações verdadeiras e as falsas, os embustes do ego e as imposturas da ilusão.
Remanesce-lhe no comportamento, como herança dos patamares já vencidos pela evolução, a dualidade do negativismo e do positivismo diante das decisões a tomar.
Não identificado com os propósitos da finalidade superior da Vida, quando convidado à libertação dos vícios e paixões perturbadoras, das aflições e tendências destrutivas, essa dualidade do negativo e do positivo desenha-se-lhe no pensamento, dificultando-lhe a decisão. É comum, então, o assalto mental pela dúvida: isto ou aquilo.'' A definição faz-se com insegurança e o investimento para a execução do propósito novo diminui ou desaparece em face das contínuas incertezas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 10, 2023 9:08 pm

Fazem-se imprescindíveis alguns requisitos para que seja logrado o auto-descobrimento com a finalidade de bem-estar e de logros plenos, a saber: insatisfação pelo que se é, ou se possui, ou como se encontra; desejo sincero de mudança; persistência no tentame; disposição para aceitar-se e vencer-se; capacidade para crescer emocionalmente.
Porque se desconhece, vitimado por heranças ancestrais — de outras reencarnações —, de castrações domésticas, de fobias que prevalecem da infância, pela falta de amadurecimento psicológico e outros, o indivíduo permanece fragilizado, susceptível aos estímulos negativos, por falta da auto-estima, do auto-respeito, dominado pelos complexos de inferioridade e pela timidez, refugiando-se na insegurança e padecendo aflições perfeitamente superáveis, que lhe cumpre ultrapassar mediante cuidadoso programa de discernimento dos objectivos da vida e pelo empenho em vivenciá-lo. Inadvertidamente ou por comodidade, a maioria das pessoas aceita e submete-se ao que poderia mudar a benefício próprio, auto-punindo-se, e acreditando merecer o sofrimento e a infelicidade com que se vê a braços, quando o propósito da Divindade para com as suas criaturas é a plenitude, é a perfeição.
Dominado pela conduta infantil dos prémios e dos castigos, o indivíduo não amadurece o Eu profundo, continuando sob o jugo dos caprichos do ego, confundindo resignação com indiferença pela própria realização espiritual. A resignação deve ser um estado de aceitação da ocorrência — dor sem revolta, porém actuando para erradicá-la.
Liberando-se das imagens erróneas a respeito da vida, o ser deve assumir a realidade do processo da evolução e vencer-se, superando os factores de perturbação e de destruição.
*
Ao apresentarmos o nosso livro aos interessados na decifração de si mesmos, tentamos colocar pontes entre os mecanismos das psicologias humanista e transpessoal com a Doutrina Espírita, que as ilumina e completa, assim cooperando de alguma forma com aqueles que se empenham na busca interior, no auto-descobrimento. Não nos facultamos a ilusão de considerar o nosso trabalho mais do que um simples ensaio sobre o assunto, com um elenco amplo de temas coligidos no pensamento dos eméritos estudiosos da alma e com a nossa contribuição pessoal.
Uma fagulha pode atear um incêndio.
Um fascículo de luz abre brecha na treva.
Uma gota de bálsamo suaviza a aflição. Uma palavra sábia guia uma vida. Um gesto de amor inspira esperança e doa paz. Esta é uma pequena contribuição que dirigimos aos que sinceramente se buscam, tendo Jesus como Modelo e Terapeuta Superior para os problemas do corpo, da mente e do Espírito.
Rogando escusas pela sua singeleza, permanecemos confiantes nos resultados felizes daqueles que tentarem o auto-descobrimento, avançando em paz.

Salvador, 30 de novembro de 1994
JOANNA DE ÂNGELIS
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 10, 2023 9:08 pm

1 - O Ser Real
Complexidades da Energia * Interacção Espírito - Matéria * Problemas da Evolução

Complexidades da Energia
O conceito actual para a representação do ser humano - Espírito e matéria - experimentou acirrado combate dos racionalistas e organicistas do passado, que o reduziram à condição de unidade corporal, que nascia na concepção fetal e se desintegrava após
a anoxia cerebral.
Os debates incessantes, porém, não lograram dissolver as dúvidas que persistiram em torno dos fenómenos paranormais, quando examinada a questão sob outro ponto de vista.
Viagens astrais (desdobramentos), sonhos premonitórios, recordações de experiências passadas, materializações e desmaterializações (ectoplasmias) permaneceram sob suspeição por falta de explicações lógicas dos investigadores apegados a este ou àquele conceito sobre o ser inteligente.
Com a proposta do homem trino - Espírito, perispírito e matéria -, a controvérsia encontrou campo fértil para equações favoráveis à sua existência antes, durante e depois do corpo físico.
Com muita propriedade, Albert Einstein definiu o homem como sendo um conjunto electrónico regido pela consciência. Essa consciência condutora, certamente, a ele preexistente e sobrevivente, é o Si eterno, o Espírito imortal, realizando inúmeras experiências da evolução, trabalhando, em cada uma delas, os valores que lhe jazem interiormente — Deus em nós.
Consequentemente, o indivíduo humano é um agrupamento de energias em diferentes níveis de vibrações.
Essa energia inteligente, na sua expressão original, como Espírito, passa por condensação de moléculas, assim constituindo o corpo intermediário (perispírito), que se encarrega de concentrar e congelar as partículas, que se manifestam como o corpo somático.
Na génese da energia pensante, permanecem ínsitos os instintos primários decorrentes das remotas experiências, que se exteriorizam, quando na área da razão, como impulsos, tendências, fixações automatistas e perturbadoras, necessitando de canalização disciplinadora, de modo a torná-los sentimentos, que o raciocínio conduzirá sem danos nem perturbação.
Muitas vezes, o ser, em crescimento interior, sofre os efeitos das energias abundantes de que é objecto e faz um quadro de congestão, responsável por vários distúrbios de comportamento como de natureza orgânica, transformando-os em campos enfermiços, que poderiam ser evitados.
Noutras circunstâncias, as energias não eliminadas correctamente, e mantidas sob pressão, expressam-se como inibição, igualmente geratriz de outras patologias desassossegadoras. As doenças, portanto, resultam do uso inadequado das energias, da inconsciência do ser em relação à vida e à sua finalidade. À medida que evolui, descobre as possibilidades imensas que tem ao alcance através da vontade bem direccionada, tornando-se capaz de liberar-se da congestão ou da inibição.
O despertar do Si enseja a compreensão da necessidade de transmudar as energias, encaminhando-as de uma para outra área e utilizando-as de uma forma profícua, único recurso para o gozo da saúde.
De certo modo, elas decorrem dos imperativos da Lei de Causa e Efeito, que inscreve nos seres o que se lhes faz necessário para a evolução, seja através dos camartelos do sofrimento ou mediante os impulsos santificados do amor.
A transformação moral, nesse cometimento, é factor preponderante para converter o instinto primitivo em força
produtora de novas energias, em vez de fomentar os distúrbios da congestão e da inibição.
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Quando o indivíduo, dominado pelos impulsos da violência, sob rude controlo, em tensão contínua, inteiriça os músculos antagónicos, exigindo-lhes demasiada elasticidade, gera atrito das articulações ósseas, às vezes dando origem a várias expressões artríticas, especialmente as de natureza reumatóide...
Conduzir bem essa força é um recurso preventivo para doenças degenerativas, portanto, evitáveis.
Por outro lado, os núcleos vitais (chackras) abaixo do diafragma2, que não têm as energias transmutadas para a região superior a fim de serem sublimadas, especialmente na zona sacral, produzem doenças do aparelho urinário e genésico, com agravantes no que diz respeito aos relacionamentos sexuais...
Nada se deve perder no organismo. Todas as energias poderão ser canalizadas sob o comando da mente desperta — o Eu superior - para a sua responsabilidade, criatividade e expressão divina, que demonstram sua origem. O Eu consciente, mediante exercício constante, deve comunicar-se com todas as células que lhe constituem o invólucro material, à semelhança do que faz quando lhe atende alguma parte ou órgão que necessita de tratamento.
Considere-se um corte que dilacere um membro. Pode ser deixado de lado para auto-refazer-se ou receber curativo imediato para a reparação dos tecidos e capilares.
Da mesma forma, a consciência - o Si - deve atender a energia, nas suas diferentes manifestações, rarefeita ou condensada, interferindo com amor e dando-lhe ordens equilibradas para a sua sublimação.
A doença resulta do choque entre a mente e o comportamento, o psíquico e o físico, que interagem somatizando as interferências.
Diante de ocorrências viciosas, de acidentes morais e emocionais, cumpre-se-lhes faça um exame circunstanciado, passando-se à conversação com o departamento afectado, despertando-lhe as potências e liberando-as para o preenchimento das finalidades da vida a que todas as coisas estão submetidas e se destinam.
Conversar, terna e bondosamente, com as imperfeições morais, alterando-lhes o curso; buscar penetrar no intrincado meandro dos conjuntos celulares e envolvê-los em vibrações de amor; estimular os órgãos com deficiência de funcionamento, ou perturbação enfermiça, a que voltem à normalidade, são métodos de comando da energia espiritual do Eu superior, interferindo nas complexidades da força mantenedora do perispírito e da matéria, alterando-lhes para melhor a movimentação. No sentido inverso, a conduta desregrada, os pensamentos violentos, as forças descompensadas do instinto, produzindo congestão e inibição das energias, dão curso aos atestados de violência, de depressão, de obsessão compulsiva, de degeneração dos tecidos e órgãos que lhes sofrem a corrente contínua deletéria.
A conscientização do ser leva-o a um conhecimento profundo das possibilidades criativas e realizadoras, que trabalham pelo seu e pelo bem da sociedade onde se encontra.
O tropismo da Divina Luz atrai a criatura, que às vezes se esconde nas sombras da inconsciência - ignorância de si - permanecendo nas faixas inferiores da evolução. No entanto, a força do progresso é Lei da Vida, e assim, pelo desgaste que produz sofrimento, surge o despertar, então a atracção poderosa da Plenitude arrasta o ser humano na direcção da sua destinação fatal - a perfeição.
Procrastinar o fenómeno da conscientização tem limite, porque, na sua complexidade, a energia, que é vida, constitui-se do Psiquismo Divino, e hoje ou mais tarde, liberta-se das injunções grosseiras que a limitam momentaneamente, subtilizando-se em ondas de amor que se espraiarão no Oceano do Amor de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 10, 2023 9:09 pm

Interacção Espírito - Matéria
O ser humano é um conjunto harmónico de energias, constituído de Espírito e matéria, mente e perispírito, emoção e corpo físico, que interagem em fluxo contínuo uns sobre os outros.
Qualquer ocorrência em um deles reflecte no seu correspondente, gerando, quando for uma acção perturbadora, distúrbios, que se transformam em doenças, e que, para serem rectificados, exigem renovação e reequilíbrio do fulcro onde se originaram. Desse modo, são muitos os efeitos perniciosos no corpo, causados pelos pensamentos em desalinho, pelas emoções desgovernadas, pela mente pessimista e inquieta na aparelhagem celular.
Determinadas emoções fortes - medo, cólera, agressividade, ciúme - provocam uma alta descarga de adrenalina na corrente sanguínea, graças às glândulas supra-renais. Por sua vez, essa acção emocional reagindo no físico, nele produz aumento da taxa de açúcar, mais forte contracção muscular, em face da volumosa irrigação do sangue e sua capacidade de coagulação mais rápida.
A repetição do fenómeno provoca várias doenças como a diabetes, a artrite, a hipertensão... Assim, cada enfermidade física traz um componente psíquico, emocional ou espiritual correspondente. Em razão da desarmonia entre o Espírito e a matéria, a mente e o perispírito, a emoção (os sentimentos) e o corpo, desajustam-se os núcleos de energia, facultando os processos orgânicos degenerativos provocados por vírus e bactérias, que neles se instalam.
Conscientizar-se dessa realidade é despertar para valores ocultos que, não interpretados, continuam produzindo desequilíbrios e somatizando doenças, como mecanismos degenerativos na organização somática.
Por outro lado, os impulsos primitivos do corpo, não disciplinados, provocam estados ansiosos ou depressivos, sensação de inutilidade, receios ou inquietações que se expressam ciclicamente, e que, em longo prazo, se transformam em neuroses, psicoses, perturbações mentais. A harmonia entre o Espírito e a matéria deve viger a favor do equilíbrio do ser, que desperta para as atribuições e finalidades elevadas da vida, dando rumo correto e edificante à sua reencarnação.
As enfermidades, sobre outro aspecto, podem ser consideradas como processos de purificação, especialmente aquelas de grande porte, as que se alongam quase que indefinidamente, tornando-se mecanismos de sublimação das energias grosseiras que constituem o ser nas suas fases iniciais da evolução.
É imprescindível um constante renascer do indivíduo, pelo renovar da sua consciência, aprofundando-se no auto-descobrimento, a fim de mais seguramente identificar-se com a realidade e absorvê-la. Esse auto-descobrimento faculta uma tranquila avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios para torná-lo melhor, alcançando assim o destino que o aguarda.
De imediato, apresenta-se a necessidade de levar em conta a escala de valores existenciais, a fim de discernir quais aqueles que merecem primazia e os que são secundários, de modo a aplicar o tempo com sabedoria e conseguir resultados favoráveis na construção do futuro.
Essa selecção de objectivos dilui a ilusão - miragem perturbadora elaborada pelo ego - e estimula o emergir do Si, que rompe as camadas do inconsciente (ignorância da sua existência) para assumir o comando das suas aspirações.
Podemos dizer que o ser, a partir desse momento, passa a criar-se a si mesmo de forma lúcida, desde que, por automatismo, ele o faz através de mecanismos atávicos da Lei de Evolução. A acção do pensamento sobre o corpo é poderosa, ademais se considerando que este último é o resultado daquele, através das tecelagens intrincadas e delicadas do perispírito (seu modelador biológico), que o elabora mediante a acção do ser espiritual, na reencarnação.
Assim sendo, as forças vivas da mente estão sempre construindo, recompondo, perturbando ou bombardeando os campos organo-genéticos responsáveis pela geratriz dos caracteres físicos e psicológicos, bem como sobre os núcleos celulares de onde procedem os órgãos e a preservação das formas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 10, 2023 9:09 pm

Quanto mais consciente o ser, mais saudáveis os seus equipamentos para o desempenho das relevantes tarefas que lhe estão reservadas. Há excepções, no entanto, que decorrem de livre opção pessoal, com finalidades específicas nas paisagens da sua evolução.
O pensamento salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tónus revigorante das células, passando por todas elas e mantendo-as em harmonia no ritmo das finalidades que lhes dizem respeito. O oposto também ocorre, realizando o mesmo percurso, perturbando o equilíbrio e a sua destinação.
Quando a mente elabora conflitos, ressentimentos, ódios que se prolongam, os dardos reagentes disparados desatrelam as células dos seus automatismos, que degeneram, dando origem a tumores de vários tipos, especialmente cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride.
Outras vezes, os anseios insatisfeitos dos sentimentos convergem como forças destruidoras para chamar a atenção nas pessoas que preferem inspirar compaixão, esfacelando a organização celular e a respectiva mitose, facultando o surgimento de focos infecciosos resistentes a toda terapêutica, por permanecer o centro desencadeador do processo vibrando negativamente contra a saúde. Vinganças disfarçadas voltam-se contra o organismo físico e mental daquele que as acalenta, produzindo úlceras cruéis e distonias emocionais perniciosas, que empurram o ser para estados desoladores, nos quais se refugia inconscientemente satisfeito, embora os protestos externos de perseguir sem êxito o bem-estar, o equilíbrio.
O intercâmbio de correntes vibratórias (mente - corpo, perispírito - emoções, pensamentos - matéria) é ininterrupto, atendendo aos imperativos da vontade, que os direcciona conforme seus conflitos ou aspirações.
Ideias não digeridas ressurgem em processos enfermiços como mecanismos auto-purificadores; angústias cultivadas ressumam como distonias nervosas, enxaquecas, desfalecimentos, camuflando a necessidade de valorização e fuga do interesse do perdão; dispepsias, indigestões, hepatites originam-se no aconchego do ódio, da inveja, da competição malsã - geradora de ansiedade -, do medo, por efeito dos mórbidos conteúdos que agridem o sistema digestivo, alterando-lhe o funcionamento.
O desamor pessoal, os complexos de inferioridade, as mágoas sustentadas pela auto-piedade, as contrariedades que resultam dos temperamentos fortes, são fontes de constantes atritos com o organismo, resultando em cânceres de mama, da próstata, taquicardias, disfunções coronarianas, cardíacas, enfartes brutais...
Impetuosidade, violência, queixas sistemáticas, desejos insaciáveis respondem por derrames cerebrais, estados neuróticos, psicoses de perseguição... O homem é o que acalenta no íntimo. Sua vida mental se expressa na organização emocional e física, dando surgimento aos estados de equilíbrio como de desarmonia pelos quais se movimenta.
A conscientização da responsabilidade imprime-lhe destino feliz, pelo fato de poder compreender a transitoriedade do percurso carnal, com os olhos fitos na imortalidade de onde procede, em que se encontra e para a qual ruma. Ninguém jamais sai da vida.
Adequando-se à saúde e à harmonia, o pensamento, a mente, o corpo, o perispírito, a matéria e as emoções receberão as cargas vibratórias benfazejas, favorecendo-se com a disposição para os empreendimentos idealistas, libertários e grandiosos, que podem ser conseguidos na Terra graças às dádivas da reencarnação.
Assim, portanto, cada um é o que lhe apraz e pelo que se esforça, não sendo facultado a ninguém o direito de queixa, em face do princípio de que todos os indivíduos dispõem dos mesmos recursos, das mesmas oportunidades, que empregam, segundo seu livre-arbítrio, naquilo que realmente lhes interessa e de onde retiram os proventos para sua própria sustentação.
Jesus referiu-se ao fato, sintetizando, magistralmente, a Sua receita de felicidade, no seguinte pensamento: A cada um será dado segundo as suas obras3
Assim, portanto, como se semeie, da mesma forma se colherá4
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 10, 2023 9:10 pm

Problemas da Evolução
A semente, portadora de vida, quando colocada para germinação, experimenta a compressão do solo e sua humidade, desenvolvendo os factores adormecidos e passando a vigorosas transformações celulares. Intumesce-se e, dirigida pela fatalidade biológica, desata a vida sob nova forma, convertendo-se em vegetal, para repetir-se, ininterruptamente, em futuras sínteses...
A criatura humana, de alguma forma fadada à perpetuação da espécie e à sua plenificação, encarna-se, reencarna-se, repetindo as façanhas existenciais até atingir o clímax que a aguarda. Em cada etapa nova remanescem as ocorrências da anterior, em uma cadeia sucessória natural. E através desse mecanismo os êxitos abrem espaços a conquistas mais amplas e complexas, assim como o fracasso em algum comportamento estabelece processos que impõem problemas no desenvolvimento dos cursos que prosseguem adormecidos.
Esmagada pelas evocações inconscientes do agravamento da experiência, ou sem elas, a criatura caracteriza-se, psicologicamente, por atitudes de ser fraco ou forte, segundo James, como decorrências do treinamento na luta a que foi submetida, podendo, bem ou mal, enfrentar os dissabores ou as propostas de crescimento e graças a essa conduta se torna feliz ou atormentada.
Ninguém se encontra isento do património de si mesmo como resultado dos próprios actos. São eles os responsáveis directos por todas as ocorrências da marcha evolutiva, o que constitui grande estímulo para o ser, liberando-o dos processos de transferência de responsabilidade para outrem ou para os factores circunstanciais, sociais, que normalmente são considerados perturbadores. Mesmo quando os imperativos genéticos inculpem situações orgânicas ou
psíquicas constritoras no indivíduo, esses se derivam da conduta pessoal anterior, e devem ser considerados como estímulos ou métodos correctivos, educacionais, a que as Leis da Vida recorrem para o aprimoramento dos seres humanos.
O estado de humanidade já é conquista valiosa no curso da evolução; no entanto, é o passo inicial de nova ordem de valores, aguardando os estímulos para desdobra-los todos, que jazem adormecidos — Deus em nós — para a aquisição da angelitude.
Da insensibilidade inicial à percepção primária, dessa à sensibilidade, ao instinto, à razão, em escala ascendente, o psiquismo evolve, passando à intuição e atingindo níveis elevados de interacção com a Mente Cósmica.
Os indivíduos, no entanto, mergulhados no processo do crescimento, raramente se dão conta de que o sofrimento, que é factor de aprimoramento, ainda constitui instrumento de evolução, em se considerando o estágio de humanidade. Assim posto, o auto-conhecimento desempenha relevante papel no adestramento do ser para a sua superação e perfeita sintonia com a paz.
Nesse desiderato, são investidos os mais expressivos recursos psicológicos e morais, de modo a serem alcançadas as metas que se sucedem, patamar a patamar, até alcançarem o nível de libertação interior.
Mediante esse comportamento surgem os problemas, as dificuldades naturais que fazem parte do desempenho pessoal e da sua estruturação psicológica. Quando imaturo, o ser lamenta-se, teme e transforma o instrumento de educação em flagelo que o dilacera, tornando-se desventurado pela rebeldia ou entrega de ânimo, negando-se à luta e auto-destruindo-se, sem se dar conta.
Surgem, então, como decorrência da sua falta de valor moral, os transtornos depressivos ou de bipolaridade, que o conduzem a lamentável estado de auto-abandono, portanto, de autocídio.
Há pessoas que afirmam ter problemas, por cultivá-los sem cessar, transferindo-se de uma dificuldade para outra, vitimadas pelo egoísmo, pela auto-comiseração, pelo amor-próprio exacerbado.
Há aqueles que têm problemas e não se encontram dispostos a enfrentá-los, a solucioná-los, esperando que outros o façam, porque se consideravam isentos de acontecimentos dessa ordem, negando-se, mesmo sem o perceberem, à mudança de estágio evolutivo.
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Outros há que vivem sob problemas, preservando-os mediante transferências psicológicas continuadas, assim adiando as soluções no tempo e no lugar, ignorando-os e ignorando-se. Esses cultivadores da ilusão fantasiam-se de felizes até os graves momentos, quando irrompem as cobranças da vida - orgânicas, sociais, económicas, emocionais -, encontrando-os entorpecidos e distantes da realidade.
Na maioria das vezes, porém, as pessoas são os problemas, que não solucionam nos pequenos desafios, mas os transformam em impedimentos, assim deixando-se consumir por desequilíbrios íntimos nos quais se realizam psicologicamente.
É lícito e natural que cada pessoa se considere humana, isto é, com direito aos erros e aos acertos, não incólume, não especial.
Quando erra, repara; quando acerta, cresce. A evolução ocorre através de vários e repetidos mecanismos de erro e acerto, desde os primeiros passos até a firmeza de decisão e de marcha.
Reflexão e diálogo, honestidade para consigo mesmo e para com o seu próximo, esforço constante para a identificação dos limites e ampliação deles constituem terapias e métodos para transformar os problemas em soluções, as dificuldades em experiências vitoriosas, crescendo sem cessar.
O ser psicológico, amadurecido, ama e confia, fitando o alvo e avançando para ele, sem ter, nem ser problema na própria trajectória.
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Série Psicológica Vol. 6 - Auto descobrimento: Uma Busca Interior/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 6 - Auto descobrimento: Uma Busca Interior/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 10, 2023 9:11 pm

2 - Equipamentos Existenciais
O Pensamento * Conflitos e Doenças * Distonias e suas Consequências * O Ser Emocional

O Pensamento
Os psicólogos organicistas estabeleceram, categóricos, que o pensamento é exteriorização do cérebro, já que não existe função sem órgão. Toda e qualquer manifestação funcional procede, segundo eles, de órgãos que a elaboram. Compreendendo e respeitando a conceituação, anuímos com o conteúdo, não porém, com a forma de que se reveste a tese.
Certamente há órgãos geradores de fenómenos que se apresentam na esfera física, embora não necessariamente materiais.
Considerando as ondas de vária constituição - eléctrica, magnética, curta, ultracurta, larga, etc. —, conduzindo mensagens de diferentes teores, incontestáveis, porque captadas e utilizadas para as comunicações, observamos que ocorrência semelhante se dá com os raios X, que passaram das aplicações mais simples e, graças às ondas curtas, às ultra-sonografias, às tomografias, às complexas técnicas de diagnósticos pelo poder de penetração dos mesmos nas intimidades do organismo, desvelando as intrincadas malhas da organização microscópica da aparelhagem física, estabelecendo os parâmetros da saúde e da doença, que podem ser computados, e os seus paradigmas fixados a benefício geral. No que concerne ao ser biológico, não se pode, seguramente, afirmar que seja apenas a massa com que se apresenta e, se se o fizer, estar-se-á infirmando a realidade da energia e dos seus campos, nos quais se aglutinam as micropartículas que constituem os conglomerados atómicos e, por sua vez, orgânicos, resultando no conjunto que é o corpo, conforme a constituição perispiritual de que se utiliza, em razão da programação moral a que se submete o Espírito no seu processo de evolução.
Desse modo, o pensamento não procede do cérebro. Este tem a função orgânica de registá-lo e, vestindo-o de palavras, externá-lo, como por intermédio da Arte nas suas incontáveis apresentações.
O pensamento é exteriorização da mente, que independe da matéria e, por sua vez, é originada no Espírito.
O Espírito possui a faculdade mental que expressa o pensamento em todas as direcções, utilizando-se do cérebro humano para comunicar suas ideias com as demais pessoas.
Por isso mesmo, analisando-o, o Prof. Mira y Lopez estabeleceu uma linha de progressão, na escala estequiogenética5, obedecendo a visão organicista, que apesar disso não foge à realidade espiritual, necessitando-se somente de elasticidade mental para atravessar a ponte de ligação entre uma e outra concepção.
Segundo o emérito mestre, a primeira expressão do pensamento - fase inicial do processo da evolução orgânica e mental - é o primário, no qual a linguagem se apresenta de forma instintiva, sensorial, sem comunicação intelectiva, de natureza verbal e clara.
São impulsos que decorrem das necessidades imediatas, buscando exteriorizá-las e tê-las atendidas. Graças às heranças genéticas, ao processo de crescimento (filogenético) e aos factores mesológico sociais, o ser passa para o pré-mágico, no qual a fantasia se apresenta em forma de imaginação rica de mitos que se originam no medo, nas aspirações de equilíbrio, de prazer - períodos da caverna, da palafita - para dar início aos cultos através dos sacrifícios humanos, como forma de aplacar a ira, a fúria dos elementos cruéis, os deuses da vingança, da inveja, do ódio, que lhe pareciam governar a vida, a natureza, o destino.
Naturalmente, mais tarde, vem o período mágico, que se instalou na era agrária, dando origem às grandes civilizações do passado com toda a concepção politeísta, inspirada nos fenómenos que se enriqueciam de ideias mitológicas, muitas das quais, na tragédia grega, oferecem campo para as admiráveis interpretações psicanalíticas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:29 pm

A próxima fase foi a de natureza egocêntrica, caracterizada pela ambição de ser o alvo central de tudo que passa a girar em torno do interesse do ego em detrimento da colectividade, qual ocorre na criança.
É inevitável o processo de crescimento mental e o pensamento faz-se lógico, entendendo a realidade concreta da vida, os fenómenos e suas leis, interpretando o abstracto de maneira fecunda e raciocinando dentro de directrizes equilibradas, fundamentadas na razão. A linha de raciocínio lógico exige a formulação de dados que facultam o estabelecimento de factores para que a harmonia dos conteúdos seja aceita. Na última fase, o pensamento se torna intuitivo, não necessitando de parâmetros racionais, extrapolando o limite dos dados da razão, por expressar-se de forma inusitada no campo atemporal, viajando, concluímos nós, para a área da paranormalidade, das percepções extra-físicas.
Em uma visão espírita do pensamento, a mente plasma no cérebro a ideia, através das multifárias reencarnações, evoluindo o ser espiritual, desde simples e ignorante, quando se manifesta por meio do pensamento primitivo até o momento em que, desenvolvendo todas as potencialidades que nele jazem, estas se desvelam e se fixam nos subtis painéis da sua constituição energética.
O mecanismo filogenético é manipulado pela mente que programa a cerebração, pela qual exterioriza o pensamento na próxima reencarnação, tendo por base as conquistas anteriores.
À medida que o Espírito evolui, o corpo se aprimora, em face das vibrações do perispírito que o organiza e mantém. Nesse seguimento, a organização material depende das energias espirituais, que necessitam do processo da reencarnação, como a semente precisa do solo para desatar a vida que nela estua embrionária, e o espermatozóide com o óvulo, no reduto próprio, para liberar a vida material.
Assim, o pensamento, que procede da máquina mental, recorre ao cérebro a fim de fazer-se entendido no actual estágio de evolução da Humanidade.
Ocorrerá, oportunamente, que o pensamento no campo intuitivo se transmitirá de um a outro cérebro, telepaticamente, sem o impositivo da verbalização, da expressão material: sons, cores, imagens, formas... Disciplinar e edificar o pensamento através da fixação da mente em ideias superiores da vida, do amor, da arte elevada, do Bem, da imortalidade, constitui o objectivo moral da reencarnação, de modo que a plenitude, a felicidade sejam a conquista a ser lograda. Pensar bem é factor de vida que propicia o desenvolvimento, a conquista da Vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:29 pm

Conflitos e Doenças
As reencarnações comuns, sem destaques missionários, invariavelmente são programadas pelos automatismos das leis, que levam em conta diversos factores que respondem pelas afinidades ou desajustes entre os seres, assim como pelas realizações ético-morais, unindo-os ou não, de forma a darem cumprimento aos imperativos, responsáveis pela evolução individual ou dos grupos humanos. Em outras circunstâncias, são planeadas por técnicos no mister, que aproximam as criaturas, formando os clãs, nem sempre, porém, levando em consideração a afectividade existente entre eles, mas, também, situando-os próximos, na mesma consanguinidade, a fim de serem limadas as arestas, corrigidas as imperfeições morais, desenvolvidos os processos de resgates, próprios dos estágios em que permanecem.
Encontros para primeiras experiências são organizados com o fito de facilitar a fraternidade, ampliando o círculo de afeições; reencontros são estabelecidos para realizações dignificadoras e também rectificações impostergáveis.
Por isso, são comuns os choques domésticos, os conflitos de ideias e de interesses, as preferências e os repúdios, os entendimentos e as reacções familiares. Um Espírito que, na infância corporal, não recebe afecto no ninho doméstico, em face da sua historiografia perturbadora, e desenvolve futuros quadros de enfermidades psicológicas ou orgânicas, expia suavemente os delitos que não resgatou e agora são cobrados pela Vida, reestruturando a consciência do dever, ou despertando para ela.
Quando se trata, porém, de gravame severo, são impressos pelo perispírito no ser em formação física os limites e anomalias de natureza genética, propiciadores da expiação compulsória, que funciona como recurso enérgico para a reabilitação do calceta.
Nada ocorre na vida por acaso ou descuido da Consciência Cósmica impressa na individual.
Assim sendo, adquirir consciência, no seu sentido profundo, é despertar para o equacionamento das próprias incógnitas, com o consequente compreender das responsabilidades que a si mesmo dizem respeito.
O ser consciente é um indivíduo livre e realizador do bem operante, que tem por meta a própria plenitude através da plenificação da Humanidade.
Alcançar esse nível de entendimento é todo um processo de crescimento interior, mediante constante vigilância e desdobramento das potencialidades adormecidas, que aguardam os estímulos que fomentam o seu despertar e a sua realização.
Não conscientes das respostas da vida, obedecendo aos automatismos, muitas criaturas permanecem adormecidas em relação aos seus deveres, tornando-se instrumento de sofrimento para si mesmas, como para outros, que lhes experimentam a presença ou delas dependem.
Uma das finalidades primaciais da reencarnação é a aquisição do amor (afectividade plena), para o crescimento espiritual e o auto-aprimoramento (encontro com o Deus interno). Vitimado pelos atavismos do desamor, pelos caprichos do egoísmo, o ser fecha-se na rebeldia e passa a sentir dificuldades em espalhar a luz do sentimento do bem, permanecendo indiferente ao seu próximo, mesmo quando ele faz parte do grupo familial. O problema se apresenta mais complexo quando esse mesmo sentimento egoísta regista antipatia ou surda animosidade por alguém do grupo doméstico. Tal reacção ocorre em forma de desamor dos pais pelos filhos, desses por aqueles, entre irmãos ou outros membros do ninho doméstico.
A atitude injustificada faz-se responsável por inúmeros conflitos psicológicos - fobias, insegurança, instabilidade emocional, complexos de inferioridade ou superioridade, soberba, etc. -, e enfermidades orgânicas que aí se instalam.
A criança tem necessidade de ser amada, protegida, nutrida, orientada, a fim de desenvolver os sentimentos da afectividade, da harmonia, da saúde, do discernimento. Esquecida, momentaneamente, desses valores, que o véu da carne abafa, deve receber de fora - dos pais, da família, da sociedade - os estímulos que lhe propiciem o despertamento desses tesouros para multiplicá-los através dos investimentos da evolução.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:30 pm

Quando se sente atendida nessas necessidades, logra com facilidade alcançar os objectivos da reencarnação, devolvendo aos grupos familial e social todas as conquistas ampliadas e felicitadoras.
Ao experimentar carência, desenvolve quadros patológicos que assumem gravidade a partir da juventude, quando não se tornam pesadas cruzes da fase infantil, exigindo terapias psicossomáticas, espirituais, de natureza moral, a fim de libertar-se da opressão e do desespero que a estiolam. Desamada, a criança, o seu inconsciente chama a atenção através de distúrbios do sono — pesadelos, inquietação nocturna, choro, insónia -, agressividade e rebeldia, medos e mau desenvolvimento psicofísico.
O amor é alimento para a vida, que atua nos fulcros do ser e harmoniza os equipamentos electrónicos do perispírito, responsáveis pela interacção Espírito-matéria. A sua vibração acalma e dá segurança, ao mesmo tempo reabastece de forças e vitalidade insubstituíveis.
Quando o indivíduo se identifica desamado - hoje ou no passado - faz, inconscientemente, um quadro regressivo e descobre que não foi necessariamente nutrido (alimentado pelo amor), passando a experimentar um sentimento de reacção através da anorexia nervosa ou inapetência, que pode tornar-se um perigo para a sua saúde. O seu curso pode ser acidental, passageiro ou de largo tempo, gerando graves danos orgânicos.
De outra forma, pode apresentar reacção totalmente contrária e faz uma patologia de voracidade alimentar, a bulimia, em que a insatisfação leva a comer até a exaustão, propiciando perturbações digestivas e nervosas muito complexas. Ainda ocorrem, nesse capítulo, os casos de vómitos nervosos, em que o alimento é expelido por automáticas contracções do estômago e pelos distúrbios gástricos, levando o paciente ao enfraquecimento, à desnutrição...
Indigestão, dispepsia nervosa, diarreia, prisão de ventre fazem parte dessa patogénese decorrente da ausência do amor, no capítulo da reencarnação do Espírito. A necessidade de cada um digerir os próprios problemas é indiscutível e inadiável, devendo fazer parte da agenda diária de todo aquele que desperta para a consciência de si, não se permitindo agasalhar conflitos, mesmo que sob hábeis camuflagens do inconsciente. Mediante uma auto-análise honesta, na qual se dispensem o elogio, a condenação e a justificação, o indivíduo deve permitir-se a identificação do erro, do problema, e sem consciência de culpa digerir o acontecimento, buscando os meios para reparação e a libertação do sentimento perturbador.
Não são poucos os males orgânicos que defluem das emoções e sentimentos nas áreas da afectividade e do comportamento, que podem ser evitados e solucionados graças a uma atitude de boa vontade para consigo mesmo e para com os outros, permitindo-lhes o direito de serem como são e não conforme gostaria que fossem.
A cuidadosa auto-análise, sem carácter exigente nem condenatório, abrirá possibilidades inúmeras para o equilíbrio e ajudará a desenvolver a tolerância em relação aos outros, produzindo harmonia interior.
Surgem, então, os desejos de recuperação pelo trabalho e bem orientada canalização das energias, que se transformam em dínamos geradores de força, que propiciam saúde, bem-estar e harmonia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:33 pm

Distonias e suas Consequências
Quando ocorre a ruptura do equilíbrio existente entre a consciência e o corpo, irrompem as enfermidades, as quais expressam a reacção que ora se estabelece.
A vida orgânica é resultado da harmonia vibratória do ser, que equilibra as células nos campos onde se aglutinam, dando forma aos órgãos e estas ao corpo físico, com as suas complexidades, através das quais se exterioriza o psiquismo. Um erro de comunicação entre a consciência e o corpo favorece a desorganização molecular, propiciando a instalação das doenças.
Em razão da causalidade física, moral ou emocional, o distúrbio surgirá nos equipamentos correspondentes, daí decorrendo os fenómenos perturbadores.
A energia vitalizadora que o Espírito irradia, preservando a harmonia psicofísica, resulta dos pensamentos e actos a que o mesmo se afervora.
A enfermidade de qualquer natureza é uma guerra que se apresenta nas paisagens do ser. Encontrando dissonantes os campos vibratórios que constituem os equipamentos da maquinaria humana, instalam-se as colónias microbianas perniciosas, que passam a predominar no organismo. Os macrófagos7, encarregados de defender as outras células, em face da deficiência energética, deixam-se destruir e perdem a força que os vitaliza, cedendo espaço aos invasores maléficos.
Pergunta-se, normalmente, por que o DNA, que é a causa primeira e essencial de todas as combinações no corpo, de um para outro momento sucumbe, deixando-se aniquilar pelos vírus e outros agentes agressivos, sem dar-se conta, já que a sua fatalidade biológica resulta do imperativo psíquico, da energia vital que desenvolveu e mantém a vida em todas as suas formas.
Na raiz, portanto, de qualquer enfermidade encontrasse a distonia do Espírito, que deixa de irradiar vibrações harmónicas, rítmicas, para descarregá-las com baixo teor e interrupções que decorrem da incapacidade geradora da Fonte de onde procedem.
Na mesma ordem estão os conflitos, os transtornos psicológicos, os distúrbios fóbicos e outros da área psiquiátrica. Mesmo quando a sua psicogénese se encontra na hereditariedade, nos factores stressantes, nos socioeconómicos, nos psicossociais e emocionais, as causas reais se originam do ser espiritual, que é sempre o agente de todos os acontecimentos que dizem respeito ao ser humano. Esse feixe de energia pensante, que é o Espírito, age e, ao fazê-lo, preserva a capacidade que lhe é peculiar, ou perturba-a de acordo com o direccionamento das suas manifestações.
Exteriorizada a acção, mental ou física, ondas de energia carregadas de força viajam no rumo que objectiva e, conforme a sua qualidade - positiva ou negativa -, potencializa ou desconecta os núcleos do corpo intermediário — perispírito -, resultando em capacidade de saúde ou receptividade a doenças.
Para o tentame do reequilíbrio e bem-estar, a interiorização do ser e o pensamento carregado de amor constituem os valores que reparam as engrenagens super-sensíveis do modelo organizador biológico, restabelecendo-lhe a harmonia e, no caso psíquico, refazendo os campos nos quais se movimentam os neuropeptídios e outras células nervosas. Todo conflito procede do ser que pensa, do direccionamento das suas aspirações, das suas atitudes próximas como remotas. Ademais, em se considerando os campos de força e afinidade que existem no Universo, o indivíduo sintoniza, também, com os equivalentes ao seu teor vibratório, tornando-se hospedeiro de mentes e seres enfermiços que pululam na psicosfera do 35Planeta, já desencarnados, que passam a exaurir-lhe as forças por osmose espiritual — obsessão -, assim como pelas correntes mentais que se exteriorizam das demais criaturas em cujo círculo se movimenta.
Nunca será demasiado propor-se elevação moral e renovação espiritual do ser humano, autor do próprio destino, considerando-se que, de acordo com aquilo que aspire e faça, proporcionará a si mesmo, hoje ou mais tarde, o resultado da sua escolha.
Introspecção, alegria, reflexão, cultivo de ideias superiores, oração constituem terapias avançadas, com os seus efeitos vibracionais positivos, em favor de quem os mantenha, produzindo saúde pela recomposição do equilíbrio psicofísico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:34 pm

O Ser Emocional
O homem e a mulher, pela sua estrutura evolutiva, são, essencialmente, seres emocionais. Recém-saídos do instinto, em processo de conscientização, demoram-se no trânsito entre o primarismo - a sensação - e a razão, passando pela emoção.
Mesmo quando adquirem o senso do discernimento após se intelectualizarem, acreditando possuir um grande controle da emoção, dela não se libertam como a princípio gostariam.
A emoção bem direccionada torna-se um dínamo gerador de estímulos e forças para realizações expressivas, promovendo aqueles que a comandam, como pode fazer-se instrumento de desgraça, caso lhes fuja ao controle.
Nos relacionamentos interpessoais a emoção exerce um papel relevante, essencial para o êxito, contribuindo para a afectividade, a convivência feliz. No entanto, antes de se exteriorizar como seria ideal, exige todo um curso disciplinante, uma análise profunda, a fim de converter-se em equipamento adequado do Eu superior, expressando-se na conduta e na vivência.
Inicialmente, cada indivíduo deve realizar uma avaliação a respeito da própria emotividade8, para identificar se a mesma se encontra embotada, exaltada, indiferente, apaixonada ou sob estímulos enobrecedores. Quando está embotada, não regista as manifestações da afectividade, conforme se expresse, buscando apenas a fonte das sensações rudes, em cujo desbordar se compraz; se se apresenta exaltada, perde a directriz do comportamento, deturpando quaisquer manifestações de carinho e perturbando o discernimento; quando indiferente, ignora o rumo das exteriorizações, morrendo por efeito de satisfações não saciadas e de prazeres não fruídos; se apaixonada, manifesta-se a um passo da alucinação, porque mantendo os remanescentes dos instintos fisiológicos, deixando que predominem os desejos hedonistas, em egocentrismo infeliz; somente quando estimulada pelos objectivos enobrecedores, estabelece paradigmas e patamares de auto-realização e integração nos mecanismos da Vida.
Nessa natural escalada para os níveis da consciência lúcida ou de transcendência do ego, a caminho da conquista cósmica através das suas diferentes etapas, é justo examinar-se: a) como se reage diante de si próprio; b) qual a conduta em referência ao próximo; c) de que forma desenvolver os valores íntimos em relação a si e aos demais.
No primeiro caso, torna-se essencial a análise cuidadosa a respeito das reacções emocionais diante dos desafios: cólera, ciúme, mágoa, revide, ódio, inveja..., que decorrem do primitivismo moral do ser, ainda aferrado a complexos de inferioridade, de superioridade e aturdido por conflitos que remanescem da consciência de culpa.
O trabalho por libertar-se desses verdadeiros verdugos do Eu superior torna-se imprescindível ao desenvolvimento da emoção, ao seu engrandecimento, para estabelecer e seguir as linhas de manifestação equilibrada. No segundo caso, as reacções diante do próximo serão resultado do hábito de como enfrentar situações inesperadas, fenómenos novos, jogos psicológicos desconhecidos, para que os conflitos não se expressem em forma de retraimento, suspeita, narcisismo, aparência de conhecedor de toda a verdade, medo, loquacidade, presunção instigante... A insegurança pessoal responde pelo descontrole da emoção na conduta do relacionamento com outras pessoas.
O indivíduo tranquilo, porque portador de confiança em si mesmo, não se atormenta quando enfrenta situações novas e desafiadoras, agindo com serenidade, sem a preocupação exagerada de parecer bem, de fazer-se detestado, de eliminar o outro ou de sobrepor-se a ele... É natural e espontâneo, aberto aos relacionamentos interpessoais, respeitador das ideias e condutas do outro, embora não abdicando das suas próprias nem as mascarando para agradar, ou exibindo-as para impô-las...
Dialoga com suave emotividade, assinalando aquele que o ouve com algo agradável e duradouro que brinda no contacto estabelecido. Por sua vez, recebe também alguma dádiva, que irá contribuir para o seu crescimento íntimo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:34 pm

Do inter-relacionamento nascem experiências proveitosas para o amadurecimento psicológico constante do ser.
No terceiro caso, faz-se doador, livre de exigências, sem paixões dissolventes, vinculando-se e amando, ou liberando-se sem ressentimentos, constatando, porém, que em todo relacionamento há sempre uma bela aquisição de vida pela empatia que provoca, pelas expectativas que desperta, pela convivência enriquecedora.
Avançando no equilíbrio da emoção, o encantamento da existência física libera-o da queixa, das frustrações, dos tormentos, que são resquícios do período egoístico ultrapassado, para viver as excelências de cada momento novo e de todas as horas porvindouras, sem angústias pelo ontem, nem ansiedades pelo amanhã.
Cada ser humano é uma incógnita a ser equacionada por ele próprio.
Quando se inicia a operação solucionadora, o primeiro quesito é dedicado à afectividade, ao desvelamento interior, à auto-revelação, ao diálogo franco e jovial. Nem sempre, porém, aqueles a quem se dirige estão em condições de entendê-lo, de intercambiar emoções.
Não raro, o interlocutor se alegra ao conhecer as dificuldades do seu confidente, desrespeita-lhe a confiança, divulgando as informações que lhe foram reveladas, ou nele provoca, por imaturidade como por insânia, conflitos desnecessários, perturbadores.
Nem por isso, deve o ser asfixiar a sua emoção, temeroso dos relacionamentos, isolando-se, assumindo posturas alienadas. Quem se afasta do meio social, por se acreditar perseguido, não compreendido - em crise paranóide -, deixa de realizar-se emocionalmente.
Não são as circunstâncias que se fazem responsáveis pelo bom ou mau humor do indivíduo, mas a forma pessoal como ele as encara.
O desenvolvimento da emoção é imperativo da reencarnação do Espírito, que se aprimora, etapa a etapa, no processo da evolução, passando pelas sucessivas experiências carnais. Cumpre, desse modo, ao homem e à mulher, seres essencialmente emocionais, a canalização dessa força dinâmica para a auto-superação, constatando que ninguém, em fase normal do desenvolvimento, passa sem vivenciar o alto potencial da emoção.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:34 pm

3 - Consciência e Vida
Incursão na Consciência * Consciência Responsável * Consciência e Sofrimento * Exame do Sofrimento

[b]Incursão na Consciência[b]
Remontando-se à origem da vida nos seus mais remotos passos, encontra-se a presença do psiquismo originado em Deus, aglutinando moléculas e estabelecendo a ordem que se consubstanciou na realidade do ser pensante.
Etapa a etapa, através dos vários reinos, essa consciência embrionária desdobrou os germes da lucidez latente até ganhar o discernimento vasto, plenificador.
À medida que a complexidade de valores se torna unificada na sua actualidade, surgem, no comportamento do indivíduo, por atavismo das experiências anteriores, os conflitos e os distúrbios que respondem na área psicológica pelos muitos problemas que o afligem.
Faz-se então indispensável, ao adquirir-se o conhecimento de si, o aprofundamento da busca da sua realidade, deslindando os complicados mecanismos viciosos que impedem a marcha ascensional e não o levam à realização total.
Os impulsos orgânicos propelem sempre para a comodidade, a satisfação dos instintos, o imediatismo do prazer, a prejuízo da meta essencial: a libertação dos processos determinantes dos renascimentos carnais, que são as paixões primitivas. A atracção pelo mundo exterior conduz, por sua vez, a inumeráveis distonias emocionais, que atormentam e desvairam o indivíduo, afugentando-o de si mesmo num rumo difícil de ser mantido.
Somente através de um grande empenho da vontade é possível olhar para dentro e pesquisar as possibilidades disponíveis para melhor identificar o que fazer, quando e como realizá-lo.
Trata-se, essa tarefa, de um desafio que exige intenção lúcida até criar o hábito da interiorização, partindo da reflexão para o mergulho no oceano do Si, daí retirando as pérolas preciosas da harmonia e da plenitude, indispensáveis à vivência real de ser pensante.
A mente não adestrada nessa busca hesita e retrai-se impedindo-se o descobrimento dos recursos inimagináveis, que esperam para ser desvelados.
As tendências ao relaxamento e ao menor esforço, inerentes ao processo da evolução pelo trânsito nas fases anteriores, dificultam os procedimentos iluminativos imprescindíveis.
Na excursão ao mundo objectivo o ser adquire conhecimentos intelectuais e experiências vivas das realizações humanas; no entanto, apenas no esforço de interiorização conseguirá identificar-se com os objectivos essenciais da sua realidade, harmonizando-se.
Adquirir a consciência plena da finalidade da existência na Terra constitui a meta máxima da luta inteligente do ser.
O Evangelho refere que Jesus asseverou, conforme as anotações de Mateus, no capítulo seis, versículos vinte e dois e vinte e três: - “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!" Nessa figura admirável, o Psicoterapeuta por excelência estabeleceu a essencialidade da vida nos olhos, encarregados da visão, a fim de que, despretensiosos dos aparatos transitórios do mundo, mergulhem na luz interior, de modo que tudo se faça claridade.
O reino da luz é interno, sendo imperioso penetrá-lo, para que as trevas da ignorância não predominem, densas e perturbadoras.
Os olhos espirituais - a mente lúcida - são a chama que desce ao abismo da individualidade para iluminar os meandros sombrios das experiências passadas, que deixaram marcas psicológicas profundas, ora ressumando de forma negativa no comportamento do ser.
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Insatisfação, angústia, fixações perturbadoras são o saldo das vivências perniciosas, cujas acções deletérias não foram digeridas pela consciência e permanecem pesando-lhe na economia emocional.
Manifestam-se como irritabilidade, mal-estar para consigo mesmo, desinteresse pela vida, ideias autodestrutivas, em mecanismos de doentia expressão, formando quadros psicossomáticos degenerativos.
Quaisquer terapias, para fazê-los cessar, terão que alcançar-lhes as raízes, a fim de extirpá-las, liberando os núcleos lesados do psiquismo e restaurando-lhes a harmonia vibratória ora afectada.
Trata-se de uma experiência urgente quão desagradável nas primeiras etapas, porquanto, a exemplo de outros exercícios físicos, causam cansaço e desânimo, resultantes da falta desse hábito salutar, até que, vencida essa primeira fase, comecem a produzir leveza e rapidez de raciocínio, lucidez espiritual e inefável bem-estar. Cada vez que é vencido um patamar e superados os impedimentos castradores e de culpa, mais amplas possibilidades se apresentam, liberando o indivíduo dos conflitos habituais e equipando-o de legítimas alegrias. A vida se lhe torna ideal, e a morte não se afigura desagradável, por vivenciá-la nos estados de meditação, sentindo-se o mesmo no corpo ou fora dele.
Interiorizar-se cada vez mais, sem perder o contacto com o mundo físico e social, deve ser a proposta equilibrada de quem deseja realizar-se no encontro com os valores legítimos da existência.
Podemos considerar que este tentame leva o experimentador do mundo irreal - o físico - para o real - o transpessoal - gerador e causal de todas as coisas.
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Série Psicológica Vol. 6 - Auto descobrimento: Uma Busca Interior/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 6 - Auto descobrimento: Uma Busca Interior/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:35 pm

Consciência Responsável
Responsabilidade, em bom vernáculo, é a qualidade ou condição de responsável. O ser responsável, por extensão, é aquele que se desincumbe fielmente dos deveres e encargos que lhe são conferidos, que responde pelos próprios actos ou pelos de outrem, tornando-se de carácter moral, quando defende os valores éticos pertencentes aos outros e à vida. A responsabilidade pode ser deferida, desde quando é delegada por uma autoridade ou lei, a fim de ser cumprido o estatuto que estabelece e caracteriza os valores e compromissos a serem considerados.
Essa é a mais comum, encontrada em toda parte. Além dela, existe aquela que é conquistada pelo amadurecimento psicológico, pela conscientização inerente às experiências resultantes da evolução.
Muitas vezes, a responsabilidade que se torna atributo do carácter moral do indivíduo faz-se grave empecilho ao processo de engrandecimento do ser, caso o seu portador se atenha à letra ou ao limite do estabelecido, sem examinar a necessidade que lhe é apresentada, do ponto de vista da compreensão.
Graças à conceituação de responsabilidade, criminosos de guerra e servidores rudes buscam passar a imagem de inocência ante a crueldade que aplicaram, informando que cumpriam ordens na desincumbência das infelizes tarefas e que estavam sujeitos a imposições mais altas que deveriam atender.
Outros, responsáveis por massacres cruéis e atitudes agressivas, refugiam-se na transferência de responsabilidade, elucidando que deveriam agir conforme o fizeram, ou sofreriam as consequências da desobediência.
Nas instituições militares a responsabilidade cega o indivíduo, de modo a obedecer sem raciocinar e a cumprir ordem sem discuti-las ou justificá-las.
Diz-se que, aqueles que se lhes submetem, tornam-se pessoas responsáveis.
Nesse capítulo incluiríamos os tímidos, os medrosos, os pusilânimes, os aproveitadores, todos são necessariamente portadores de responsabilidade.
Dessa forma, seria inculpado, porque responsável, zeloso pelas suas funções e deveres, Pilatos, que condenou Jesus à morte, embora O soubesse inocente.
Posto em cheque pela astúcia dos doutores judeus, de que Jesus dizia-se rei e ele representava o imperador, que era o seu rei, não O crucificar seria crime de traição em relação ao seu representado, com esse sofisma levando o pusilânime, irresponsavelmente, a mandar crucificar o Justo, lavando as mãos para liberar-se da culpa. Os sicários dos campos de concentração e os belicosos, sistemáticos fomentadores de guerras, que as fazem com crueldade, assim procedem, dizem, para se desincumbir das determinações que recebem dos seus chefes e comandantes.
A responsabilidade, para ser verdadeira, não pode compactuar com a delinquência, nem ignorar os mínimos deveres de respeito para com a vida e para com as demais criaturas.
A responsabilidade, que resulta do amadurecimento psicológico e que é adquirida pela vivência das experiências humanas, harmoniza o dever com a compreensão das necessidades dos outros, conciliando o cumprimento das actividades com as circunstâncias nas quais se apresentam.
Quem assim age, responsavelmente, torna-se pessoa-ponte, ao invés de assumir a postura de ser obstáculo, gerando dificuldades e perturbações.
Nesse sentido, a visão do ser imortal contribui grandemente para entender a responsabilidade que se tem no mundo, porque é deferida desde o Mais Alto, como redarguiu Jesus ao seu inquisidor, que a tinha, porque lhe fora dada..., e poderia perdê-la, qual ocorreu pouco depois, ao ser destituído da função, e mais tarde, quando despojado do corpo pela morte...
Para a aquisição da responsabilidade consciente os valores eternos do Espírito são indispensáveis, de modo a serem absorvidos e vivenciados, ultrapassando os limites das determinações humanas de horizontes estreitos e curtos.
Considerando-se a existência física como sendo um breve período de aprendizagem, na larga faixa das sucessivas reencarnações, o ser adiciona ao conceito da responsabilidade os contributos do amor, dessa forma identificando os melhores meios para agir, quando pode e deve — com consciência - não se precipitando a tomar decisão, quando deve, mas não pode, ou quando pode, mas não deve - responsabilidade inconsciente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 12:35 pm

Consciência e Sofrimento
O desabrochar da consciência é um trabalho lento e contínuo, que constitui o desafio do processo da evolução. Inscrevendo no seu âmago a Lei de Deus, desenvolve-se de dentro para fora a esforço da vontade concentrada, como meta essencial da vida.
Da mesma forma que, para atingir a finalidade, a semente deve morrer para libertar o vegetal que lhe dorme em latência, a consciência rompe a obscuridade na qual se encontra (a inconsciência), para conseguir a plenitude, a potencialidade do Si espiritual a que se destina.
Nesse desenvolvimento inevitável - que se dá durante a existência física nas várias etapas reencarnacionistas - o sofrimento apresenta-se como o meio natural da ocorrência evolutiva, constituindo o processus de maturação e de libertação do Espírito, o ser imortal. Enquanto esse fenómeno não ocorrer, o indivíduo permanecerá mergulhado em um estado de consciência colectiva amorfa, perdido no emaranhado dos instintos primitivos, das paixões primárias, em nível de sono sem sonhos, sem auto-identificação, sem conhecimento da sua realidade espiritual.
Para que possa reflectir a luz, a gema experimenta a lapidação, que a princípio lhe arrebenta a aspereza, facultando-lhe a liberação da ganga até o âmago onde jaz toda pureza e esplendor. Em face à sensibilidade de que é constituído, o ser humano também experimenta a purificação mediante a dor, que gera os sofrimentos psicológicos, físicos e morais, que o propelem ao aceleramento do esforço de sublimação na qual conseguirá a plenificação.
Diante da ignorância da necessidade de evoluir (estágio de adormecimento da consciência) o sofrimento se lhe apresenta agressivo e brutal, gerando revolta e alucinação.
A medida que aprimora a sensibilidade, ele se faz profundo, subtil, fomentador de crescimento e transformação interior.
Mergulhado na sombra da desidentificação de si mesmo, o ser (embrutecido) não sabe eleger as aspirações éticas e estéticas para a felicidade, perturbando-se na contínua busca do atendimento às necessidades fisiológicas (sensações) em detrimento das emoções psicológicas, que o capacitam para a conquista do belo, do nobre e do bom.
O despertar da consciência, saindo da obscuridade, do amálgama do colectivo, para a individuação, é acompanhado pelo sofrimento, qual parto que proporciona o desabrochar da vida, porém, sob o guante ainda inevitável da dor.
Nesse mecanismo da evolução, cada ato gera um efeito equivalente, que interage em novos cometimentos de que ninguém se pode eximir.
Por ser parte do grupo social, no qual se movimenta e se desenvolve, influencia-o, querendo ou não, e com este produzindo um envolvimento colectivo, que responde pelo seu estacionamento ou progresso, conforme favorável ou perturbador seja o conteúdo da sua actividade. Como efeito, temos os sofrimentos sociais, dos agrupamentos humanos que transitam na mesma faixa de aspirações e interesses.
A reencarnação é lei da vida, impositiva, inevitável, recurso de superior qualidade para o desenvolvimento do Espírito, esse arquitecto de si mesmo e do seu destino.
Dispondo da livre opção ou arbítrio, ele trabalha em favor da rápida ou lenta ascensão, conforme o comportamento a que se entrega.
Como luz nos refolhos da consciência adormecida o que deve ou não fazer, cabe-lhe aplicar com correcção os impulsos que o propelem ao avanço de acordo com o que deve ou não realizar, de forma a conseguir a harmonia (ausência de culpa). Toda vez que se equivoca ou propositadamente erra, repete a experiência até corrigi-la (provação) e, se insiste teimosamente no desacerto, expunge-o em mecanismos de dor sem alternativa ou escolha (expiação).
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 8:24 pm

O sofrimento estrutura-se, portanto, nos painéis da consciência, conforme o nível ou patamar de lucidez em que se expressa. Do asselvajado, automático, ao martírio por abnegação; desde o grosseiro e instintivo ao profundo, racional, as tecelagens da noção de responsabilidade trabalham a culpa, que imprime o imperativo da reparação como recurso inalienável de recuperação.
Instalam-se então os conflitos - quando há consciência de culpa - que se transferem de uma para outra reencarnação, dando surgimento aos distúrbios psicológicos que aturdem e infelicitam; ou desarticulam as subtis engrenagens do corpo perispiritual o modelo organizador biológico propiciando as anomalias congénitas - físicas e psíquicas -, as enfermidades mutiladoras; ou se instalam no ser profundo, favorecendo com as rudes aflições morais, sociais, financeiras, em carmas perturbadores, que dilaceram com severidade o ser. Nesse complexo de acontecimentos, o amor é o antídoto eficaz para todo sofrimento, prevenindo-o, diminuindo-o ou mudando-lhe a estrutura.
A fatalidade da Lei Divina é a perfeição do Espírito. Alcançá-la é a proposta da vida. Como conseguir é a opção de cada qual.
O amor é o sentimento que dimana de Deus e O vincula à criatura, aproximando-a ou distanciando-a de acordo com a resposta que der a esse impulso grandioso e sublime.
Nas suas manifestações iniciais, o amor confunde-se com os desejos e as paixões, tornando-se fisiológico ou do queixo para baixo. É egoístico, atormentante, imprevisível, apaixonado...
A medida que a consciência se desenvolve, sem que abandone as necessidades, torna-se psicológico - do queixo para cima -, mantendo os idealismos, diminuindo a posse, os arrebatamentos, e superando os limites egoístas. Lentamente ascende à escala superior, tornando-se humanitarista, libertador, altruísta...
Graças à sua ingerência nas acções, o que favorece o progresso constitui-lhe recurso para alterar as paisagens cármicas do Espírito, modificando os painéis dos sofrimentos futuros - prevenindo-os, diminuindo-os ou liberando-os conforme a intensidade da sua actuação. Entretanto, à medida que o ser desperta para a sua realidade interior, o sofrimento muda de expressão e pode tornar-se um instrumento do próprio amor, ao invés de manter o carácter reparador, qual ocorreu com Jesus Cristo, Francisco de Assis e outros que, sem quaisquer débitos a ressarcir, aceitaram-no, a fim de ensinarem coragem, resignação e valor moral... Uma atitude mental afável, amorosa é a melhor receita para o sofrimento, porquanto rearmoniza a energia espiritual que vitaliza o corpo, e desconecta as engrenagens das doenças, que nelas se instalam como efeito dos distúrbios da consciência de culpa, defluente dos actos pretéritos.
A postura amorosa desperta a consciência de si mesmo, anulando os fluidos perniciosos que abrem campo à instalação das doenças incuráveis, portanto, dos sofrimentos dilaceradores. A energia gerada por uma consciência em paz, favorável ao desdobramento do sentimento de amor profundo, é responsável pela libertação do sofrimento. Mesmo que, momentaneamente, as suas causas permaneçam, ele se torna um estímulo positivo para maior crescimento íntimo, não se fazendo afligente, embora um espinho na carne, como asseverou o apóstolo Paulo, advertindo e guiando os movimentos na direcção da meta final.
Desse modo, diante dos carmas extremos, o amor é o recurso exacto para trabalhar a Lei de Compensação ou de Causa e Efeito, alterando-a para melhor ou dando-lhe o sentido da felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 8:24 pm

Exame do Sofrimento
A sensibilidade à dor depende do grau de evolução do ser, do seu nível de consciência.
À medida que progride, que sai do mecanismo dos fenómenos e adquire responsabilidade como decorrência da conscientização da sua realidade, ele se torna mais perceptivo ao sofrimento, embora, simultaneamente, mais resistente. Os desgastes biológicos decorrentes da entropia, naturais no processo da vida, que exigem a consumpção da energia, não o atormentam, quando ocorrem nas faixas primárias (das sensações), passando a afligi-lo, apesar da grande resignação de que se faz portador, na área moral, portanto, na dos sentimentos profundos (das emoções.)
Emergindo dos automatismos (da inconsciência), adquire mais amplas percepções e lucidez (consciência), despertando para as aspirações elevadas da altivez emocional e da abnegação pelo serviço do bem, com natural renúncia ao egoísmo, em favor do próximo (individual), como do grupo social no qual se movimenta.
Mantendo a sua individualidade intacta, percebe a necessidade de integrar-se harmonicamente na Unidade Universal, pelo que trabalha com afã, descobrindo que os seus acertos e equívocos produzem ressonância na Consciência Cósmica, da qual procede e para cuja harmonia ruma de retorno.
A consciência lúcida equipa-o de instrumentos que o auxiliam na superação da amargura, do desespero, da infelicidade, em face à compreensão dos objectivos espirituais da sua existência, por enquanto nas faixas mais ásperas do mecanismo evolutivo.
O sofrimento tem raízes em acontecimentos infelizes anteriores, cuja intensidade se vincula à gravidade daqueles. Por isso é inevitável. Gerada a causa, estão disparados os efeitos que alcançarão o infractor, convidando-o à reparação, que ocorre quando são detidos os factores da perturbação.9
Os acontecimentos decorrentes das acções degeneradoras também compreendem os sentimentos acrisolados, as emoções cultivadas e os pensamentos habituais, que se expressam em forma de impulsos contínuos definidores da personalidade. A vida mental e emocional é a desencadeadora dos fenómenos activos, consubstanciados nessas ocorrências. É importante preservar-se a fonte gerando experiências salutares, porquanto o corpo físico, tornando-se automático às influências, executa as pressões originais de que se faz objecto.
Quando o arqueiro libera a flecha, já não pode deter-lhe o destino. Assim também ocorre com as ideias emocionalmente comprometidas, ante a vontade fraca que as direcciona e liberta...
O corpo é veículo dúctil ao pensamento, sujeito aos sentimentos e vítima das emoções. De acordo com a qualidade deles passa a ter a sua organização condicionada, e o sofrimento é-lhe sempre a consequência das expressões erróneas.
Os sentimentos, as emoções e os pensamentos constituem a psique do ser, onde o Espírito encontra o seu centro de manifestação até o momento da sua conscientização plena.
Desse modo, a organização molecular do corpo somático é maleável à psique, que a acciona e conduz.
Por isso, cada indivíduo é responsável pela aparelhagem orgânica de que se serve, tornando-se co-criador com Deus, na elaboração dos equipamentos internos e externos para a sua evolução através do veículo carnal. A cada momento se está construindo, corrigindo ou destruindo o corpo, de acordo com a direcção aplicada à psique. Não raro, os efeitos se fazem demorados; porém, nunca deixam de produzir-se. Tais são os casos
dos ditadores, dos exploradores dos seres e dos povos, dos viciados de variado tipo que parecem progredir, quanto mais se fazem impiedosos, promíscuos e venais... No entanto, nunca escapam das malhas das tragédias que os enredam e consomem. A sua história de torpezas e venalidades, culmina em dolorosos embates com a consciência de culpa, que os alija do mundo ou que os leva a ser expulsos por aqueles que antes desprezavam, pisoteando-os selvagemente. Graças a essa psique — responsável pelos carmas — a hereditariedade encontra-se submetida à Lei da Compensação, unindo os homens conforme as suas simpatias e antipatias, afinidades e desarmonias, que os vinculam em grupos reencarnados com características semelhantes, impressas no genes e cromossomas pela necessidade da evolução.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 8:24 pm

No fundo, cada um é herdeiro de si mesmo, embora carregando implementos condicionadores, que procedem dos genitores e ancestrais através das leis genéticas.
Desse modo, cada ser traz impressa nas tecelagens subtis da alma, que as transfere para os arquipélagos celulares do organismo, as doenças que lhe são necessárias para o reequilíbrio emocional, as limitações e facilidades morais para a recomposição espiritual, os condicionamentos, as tendências e aptidões para a reabilitação da consciência, reparando a ordem que foi perturbada pelo seu descaso, abuso ou prepotência.
Manifestam-se, portanto, os efeitos como enfermidades cármicas, colectivas ou individuais, que periodicamente o assaltam, exigindo refazimento do equilíbrio, restauração da harmonia.
Esta tarefa deverá começar na sublimação dos sentimentos, na qualificação superior das emoções, na evolução moral dos pensamentos, até tornar-se um condicionamento correto que exteriorize acções equilibradas em consonância com a ética do bem, 56do dever e do progresso. Da mesma forma que o impulso destrutivo e perturbador procede de dentro do ser para fora, o de
natureza edificante, restauradora, vem da mesma nascente, então
orientada correctamente.
O esforço de transformação da natureza inferior para melhor (emoções enobrecidas), alonga-se em um trabalho paciente, modelador do novo ser, que enfrentará os seus carmas consciente de si mesmo, responsavelmente, sem as reacções destrutivas, mas com as acções renovadoras.
É o caso das enfermidades irreversíveis, que se modificam e desaparecem às vezes, quando, quem as padece, enfrenta o infortúnio e coopera para sua superação.
Porque ainda não sabe identificar (ou não quer) o seu estágio de evolução, para bem compreender as necessidades e saber canalizar as energias, o indivíduo demora-se infrutiferamente nas faixas primárias do sofrimento, quando lhe cumpre ascender, empreendendo o esforço libertário que o leva à saúde integral, à felicidade.
Os princípios que regem o macrocosmo são os mesmos para o microcosmo, e o homem é a manifestação da vida, sintetizando as glórias e as imperfeições do processo da evolução, que lhe cumpre desenvolver para atingir o ápice da destinação a que está submetido.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 8:25 pm

4 - O Inconsciente e a Vida
O Inconsciente * O Subconsciente * O Inconsciente Sagrado

O Inconsciente
Do ponto de vista psicológico, o inconsciente é o conjunto dos processos que agem sobre a conduta, mas escapam à consciência.
Na História podemos encontrar as primeiras noções sobre o inconsciente, detectadas por vários filósofos desde Leibniz a Schopenhauer, tornando-se tema da Ciência somente a partir das admiráveis pesquisas de Charcot, Pierre Janet - na Universidade de Paris —, assim como de Liebault e Bernheim — na de Nancy —, nas suas experiências hipnóticas, tentando encontrar as causas psicológicas para as perturbações fisiológicas.
Com as notáveis contribuições de Freud e, mais tarde, de Jung, entre outros, o inconsciente passou a ser a parte da actividade mental que inclui os desejos e aspirações primitivas ou reprimidas, segundo o mestre de Viena, em razão de não alcançarem a consciência espontaneamente, graças à censura psíquica que bloqueia o conhecimento do ser, mas somente através dos métodos psicoterápicos - revelação dos sonhos, redescobrimento dos factores conflitivos, dos actos perturbadores e outros - ou dos traumas profundos que afectam o sistema emocional. Podemos distinguir duas formas de inconsciente: o psíquico ou subcortical10 e o orgânico ou cortical. Além dessa visão ou mesmo através dela, Jung concebeu o inconsciente colectivo, que seria uma presença no indivíduo com todas as experiências e elementos mitológicos do grupo social, decorrentes da estrutura hereditária do cérebro humano.
O subconsciente psicológico ou subcortical - fisiológico, instintivo - é automático, inicial, natural, corresponde ao id de Freud e aos arquétipos de Jung, enquanto o orgânico ou cortical responde pelos condicionamentos de Pavlov, pelo polígono de Grasset e os traumas e recalques estudados pela Psicanálise.
Acreditava-se, anteriormente, que o ser subcortical era um amontoado de automatismos sob o direccionamento dos instintos, das necessidades fisiológicas. A moderna visão da Psicologia Transpessoal, no entanto, demonstra que a consciência cortical não possui espontaneidade, manifestando-se sob as ocorrências do mundo onde se encontra localizada. Por isso mesmo, esse inconsciente é o Espírito, que se encarrega do controle da inteligência fisiológica e suas memórias - campo perispiritual -, as áreas dos instintos e das emoções, as faculdades e funções paranormais, abrangendo as mediúnicas.
Nesse subcórtex, Jung situou o seu inconsciente colectivo, concedendo-lhe atributos quase divinos.
Modernamente, a Genética descartou a transmissão cromossómica, encarregada dos caracteres adquiridos. Esse inconsciente colectivo seria, então, o registo mnemónico das reencarnações anteriores de cada ser, que se perde na sua própria historiografia. Felizmente o ser não tem consciência de todas as ocorrências do córtex, que as regista automaticamente — inconsciente cortical - pois se o conhecera, tenderia sua vida psíquica a um total desequilíbrio.
Necessário, portanto, ao ser humano, saber e recordar, mas, também, desconhecer e olvidar...
Todos os funcionamentos automáticos do organismo dão-se sem a participação da consciência, o que lhe constitui verdadeira bênção.11
Não raro, nessa área, patologicamente podem ocorrer dissociações mórbidas do psiquismo, dando origem às personalidades duplas (secundárias) que, em se tornando conscientes, prevalecem por algum tempo.
Janet pretendia, em equivalente conceito, resumir todas as comunicações mediúnicas, fenómenos dissociativos do psiquismo, considerando-as, por efeito, de natureza patológica. É, no entanto, nessa área, que se registam as manifestações mediúnicas, igualmente ocorrendo estratificações anímicas, que afloram nos momentos dos transes, às vezes, interferindo e superando os fenómenos de natureza espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 11, 2023 8:25 pm

O Subconsciente
Consideremos o subconsciente como parte do inconsciente, que pode aflorar à consciência, com os seus conteúdos, alterando o comportamento do indivíduo. Ele é o arquivo próximo das experiências, portanto, automático, destituído de raciocínio, estático, mantendo fortes vinculações com a personalidade do ser.
É ele que se manifesta nos sonhos, nos distúrbios neuróticos, nos lapsos orais e de escrita actos falhos tornando-se, depois de Freud e seus discípulos, mais tarde dissidentes, Jung e Adler, responsável também pela conduta moral e social. Os pensamentos e actos — logo depois de arquivados no subconsciente — programam as atitudes das pessoas. Assim, quando se toma conhecimento de tal possibilidade, elegem-se quais aqueles que devem ser accionados - no campo moral e social - para organizar ou reprogramar a existência.


O Inconsciente Sagrado
À medida que o ser se conscientiza da sua realidade, transfere-se de níveis e patamares da percepção psicológica, para aprofundar buscas e sentir o apelo das possíveis realizações.
Fase a fase, identificando-se com os seus conteúdos psíquicos, a visão dos objectivos íntimos se lhe agiganta e cada conquista faculta-lhe um elenco de entendimentos que fascinam, motivando-o ao avanço e à auto-penetração profunda.
Crê-se, com certa lógica, que a aquisição da consciência plena faculte sabedoria imediata, harmonia e certa insensibilidade em relação às emoções. Fosse assim e condenaríamos o sábio à marginalidade, por não participar, solidário, dos problemas que
afligem os demais indivíduos em si mesmos e na sociedade em geral.
A sabedoria resulta da união do conhecimento com o amor, cujos valores tornam o ser tranquilo, não insensível; afectuoso, não apaixonado.
A perfeita compreensão da finalidade do sofrimento, na lapidação, desenvolvimento e evolução, proporciona-lhe solidarizar-se com equilíbrio, sem compaixão nem exaltação, qual ocorre com um educador acompanhando o esforço e sacrifício do aluno até sua exaustão, se necessário, para a aprendizagem.
Havendo transitado pelo mesmo caminho, ele o bendiz, agradecendo a sua permanência, que propicia a outros candidatos experiências equivalentes. A visão de humanidade alarga-se e o sentimento de amor desindividualiza-se, para sentir uma imensa gratidão pelos que passaram antes, aqueles que prepararam a senda que ele percorreu; desponta-lhe uma grandiosa complacência pelos que ainda não despertaram no presente, compreendendo-lhes a infância espiritual em que se demoram; amplia-se a capacidade de auxílio em favor dos que estão empenhados na auto-iluminação e, por fim, agiganta-se, afectuoso, em relação ao futuro em que se adentra, mediante as incessantes realizações em que se fixa. Atingindo os níveis superiores de consciência, nos quais vivência estados alterados, lentamente abre comportas psíquicas que se assinalam por traços dessas percepções até imergir no inconsciente profundo.
Esse inconsciente profundo, porém, que alguns psicólogos transpessoais e mentalistas denominam como sagrado, é depósito das experiências do Espírito eterno, do Eu superior, da realidade única da vida física, da causalidade existencial... A identificação da consciência com esse Ser profundo proporciona conquistar a lucidez sobre as realizações das reencarnações passadas, num painel de valiosa compreensão de causas e efeitos próximos como remotos. Diante das possibilidades agigantadas, o indivíduo, lentamente, deixa todos os apegos - remanescentes do ego -, todos os desejos - reflexos perturbadores do ego -, todas as reacções - persistência dominadora do ego...
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