LUZ ESPÍRITA
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Artigos sobre a Mediunidade

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Laços de Família

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 07, 2011 11:43 pm

Laços de Família
Celso Martins

Dizia o escritor russo Léon Tolstoi que a verdadeira felicidade reside dentro do lar, ao lado da esposa amada e dos filhos queridos.
Realmente, ter uma família bem constituída, onde reine a concórdia, onde exista a harmonia, é ter um tesouro de inestimável valor.

Por isso, é muito gratificante a certeza de que a morte não será capaz de romper estes laços de família.
A seguir são apresentados dois factos que reafirmam o que acabo de dizer.

O primeiro aparece no livro O Génio Céltico e o Mundo Invisível, de Léon Denis.

Ele transcreve um relato da obra La légenda de la mort chez les Bretons Armoricains (escrito por Le Braz) mais ou menos nos seguintes termos:
Marie Gouriou, da vila de MinGuenn, perto de Paimpel, deitou-se uma noite depois de haver colocado perto de seu leito o berço em que dormia seu filho.

Acordada por choros durante a noite, ela viu seu quarto iluminado por uma estranha luz, e um homem inclinado sobre a criança, que a balançava levemente, cantando, em voz baixa, em refrão de marujo.

De imediato Marie Gouriou reconheceu naquele estranho exactamente o seu marido, que há um mês havia partido para pescaria na Islândia;
ela ainda notou que as suas roupas deixavam escorrer água do mar.

- Como, exclamou ela, você já está de volta?
- Tome cuidado, pois você vai molhar a criança...
Espere que eu me levante para acender o fogo...

Mas aquela luz se esvaneceu e, quando ela acendeu o fogo, verificou que seu esposo tinha desaparecido.

Jamais voltaria a vê-lo pois que o primeiro navio vindo da Islândia trazia a notícia de que o barco em que ele havia embarcado naufragara, não se salvando ninguém, justamente na mesma noite em que Marie Gouriou tinha visto o marido debruçado sobre o leito de seu filho.

Houve o que se chama em Espiritismo mais um caso de visão de pessoas nas vizinhanças da morte visitando entes queridos, como estudou exaustivamente o astrónomo francês Camille Flammarion nos três volumes da obra A morte e o seu mistério, edição da FEB (Federação Espírita Brasileira).

O outro caso deu-se por via mediúnica, envolvendo o escritor Aldous Huxley.

Como se sabe, este inglês, nascido em 1894 e falecido em 1963, escreveu novelas, sátiras, romances, ensaios, dramas, biografias e se fez famoso ao lançar em 1932, com seu espírito céptico o romance Admirável Mundo Novo de maneira implacável satirizando a sociedade industrial.

O casal Ambrose A. Worral e Olga N. Worral curavam pela imposição das mãos conforme já recomendava Jesus.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 07, 2011 11:48 pm

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Neste particular, vale até a pena lembrar as palavras do espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, no livro O Consolador (questão 98):
"Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas, com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças espirituais.

Mas voltemos ao casal Worral.
Em Baltimore, eles fundaram na Igreja Metodista de Monte Washington, uma clínica para tratamento espiritual e atendiam a um grande número de pessoas diariamente.

Olga Worral era clarividente e clariaudiente.

Certa ocasião viajou para Rye, Estado de Nova York, para participar de um seminário durante o qual o citado romancista Huxley pronunciaria uma conferência sobre as curas espirituais.

Apresentada a ele, entre ela e o escritor começou animada conversação e, num dado momento, Olga lhe diz:
- Há uma mulher ao seu lado e me diz que se chama Maria.

Declara ser sua esposa e pede que eu lhe transmita esta informação:
- Diga ao Huxley que eu ouvi e compreendi cada uma de suas palavras, embora eu perdera inteiramente a consciência.
Ouvi cada palavra da poesia que ele leu para mim naquela hora;
por isso, sou muito grata por tudo quanto ele fez por mim.

Todos ficaram surpreendidos ao ver Aldous Huxley baixar a cabeça e chorar copiosamente.
Confirmou tudo quanto Olga lhe transmitira na mensagem.

E ainda acrescentou:
- Eu, para dizer a verdade, ficara imaginando se ela teria, ou não, ouvido o que eu estava lendo.
Pensei que talvez fosse um esforço inútil, um tempo perdido.
Você não pode imaginar como é reconfortante para mim saber que Maria estava consciente da minha presença junto dela.


Fazia apenas dois meses que a mulher havia morrido.
Nenhum dos presentes conhecia esta particularidade.

Então, como disse de início, nada mais gratificante do que saber que a morte não tem forças para romper os afectuosos laços de família!...

Aqueles a quem Deus ligou por vínculos de verdadeiro amor, nem a morte os separará jamais!

§.§.§- O-canto-da-ave
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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Sobre a Prática Mediúnica Espírita e Não-Espírita

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 08, 2011 10:04 pm

Sobre a Prática Mediúnica Espírita e Não-Espírita
Cícero Pimentel

Notamos uma grande necessidade de se esclarecer a diferença entre Espiritismo e Mediunismo, dado o aumento de pessoas que praticam a doutrina espírita, porém sem estudo crítico adequado, especialmente sem estudo das obras básicas de Kardec.

Ocorre também o afastamento de confrades mais experientes do movimento e falta de elementos dispostos à difusão sadia e clara da doutrina espírita cristã, codifica por Kardec.

Os “centenários” das obras do mestre de Lyon são comemorados por um reduzido grupo de adeptos fervorosos porém não atinge a massa popular que no momento está se interessando pelo Espiritismo.

Outro facto prejudicial que ocorre é de muitas pessoas conhecerem inicialmente as orientações e práticas deformadas e não realmente espíritas.

Infelizmente as práticas espíritas mal orientadas e eivadas de erros se difundem rapidamente devido à falta de estudo metódico, pouca orientação por parte de órgãos competentes e às vezes devido à teimosia de dirigentes de entidades espíritas em não aceitar os princípios simples e profundos da Codificação Kardecista.

Por isso a USE em 1962 realizou a 1ª Reunião Centro-Sul do Brasil, com a participação de presidentes das federações dos estados sulinos (Ver “Unificação” — Jan. Fev. 1965) e aprovou os trabalho das Comissões de Doutrina Assistência, Mocidades e Educação

E das conclusões do cap. V (Doutrina) que destacamos os seguintes itens importantes:

PRÁTICA MEDIÚNICA ESPIRITA

Considerando:

a) que é tarefa de eleva­do alcance a relacionada com a prática mediúnica genuinamente espírita;

b) que se deve procurar a harmonia no sector da prática mediúnica;

c) que o estudo e a difusão da Doutrina estão intimamente relacionados com o sector mediúnico;

d) que a igualdade nesse sector é mera ilusão, não de­vendo ser procurada;

e) que há necessidade de tornar bem patente que nem todo trabalho mediúnico é trabalho espírita;

f) que o sector mediúnico é das mais largas portas de entrada para o Espiritismo;

g) que há necessidade de trabalho mediúnico bem orientado para haver produção e difusão eficiente da Doutrina espírita;

Propõe:

a) incentivar no meio espírita [brasileiro], em face das sessões mediúnicas, o método usado por Kardec, assim sintetizado:
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1º) — escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos tanto no ponto de vista moral quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual;

2º) — análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não possa ser logicamente justificado;

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 08, 2011 10:05 pm

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3º) — controle dos Espíritos comunicantes através da coerência das suas comunicações e do teor de sua linguagem;

4º) — consenso universal, ou seja, concordância de vá­rias comunicações dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em vários lugares, sobre o mesmo assunto;

b) esclarecer o meio espírita acerca da prática mediúnica confeccionando um trabalho sintético sobre “normas práticas” para o uso espírita da mediunidade;

c) fazer compreender ao meio espírita brasileiro que o fenómeno mediúnico sem Doutrina espírita não é Espiritismo;

d) para evitar a vaidade e o personalismo, difundir no meio mediúnico o carácter de devedor e de oportunidade de redenção em relação a cada médium;

e) pugnar para que, no movimento [espírita brasileiro,] as sessões mediúnicas vulgarmente intituladas “doutrinação de espíritos”, se tornem paulatinamente privativas, perdendo seu carácter público.

PRÁTICA MEDIÚNICA NÃO ESPÍRITA

Considerando:

a) que se a solução de um problema não for encontrada ou permitida dentro da Doutrina, fora dela é que não o deverá ser, a bem do próprio interessado;

b) que via de regra, são a ignorância doutrinária ou os interesses imediatistas de certos espíritas menos avisa­dos e menos esclarecidos o que os leva à procura das práticas mediúnicas não espíritas;

c) que as soluções encontradas fora da Doutrina são apenas de efeitos paliativos, com resultados contra-producentes, para o futuro;

d) que a Doutrina espírita vem, para, com a aplicação adequada do Evangelho, esclarecer e facilitar a solução de todos os problemas humanos de acordo com as leis imutáveis que regem a vida;

e) que toda a doutrina praticada com sinceridade e boas intenções merece o nosso respeito e a nossa consideração;

f) que, embora com pontos de contacto ou semelhanças com outras doutrinas espiritualistas, a Doutrina espírita não deve com elas ser confundida;

Propõe:

a) o espírita deve saber que o Espiritismo esclarece ou soluciona os problemas humanos sempre conforme os méritos, as necessidades e as possibilidades e não conforme a vontade de cada um;

b) alertar os espíritas sobre o perigo de sintonia com vibrações menos elevadas de determinados trabalhos mediúnicos não espíritas;

e) alertar o meio espírita sobre os efeitos passageiros e as consequências indesejáveis de soluções imediatistas e fora do que a Doutrina admite.

O QUE SE DEVE EVITAR

Neste capítulo do tema geral “Doutrina”, deverão ser estudadas as várias atitudes que um adepto da Doutrina não deve tomar para não prejudicar o movimento espírita.

Tanto se refere à atitude diante dos “movimentos paralelos” como do mediunismo ou das atitudes em sociedade.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 08, 2011 10:06 pm

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Neste sentido é preciso lembrar ainda uma vez que o Espiritismo vem para “reformar, revolver” e fazer desaparecer certos velhos hábitos da humanidade visando sempre à espiritualização progressiva e ao consequente afastamento do sector das crendices das superstições, das convenções sociais sem expressão real, do ilusório, do fictício, do apenas aparente.

Neste sentido, além do já contido no Trabalho aprovado pelo [Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira] e intitulado “Esclarecendo Dúvidas”,

Propõe:

a) o espírita deve evitar a adesão irreflectida ou menos avisada a movimentos ou a produções literárias que, directa ou indirectamente, colidam com o movimento espírita;

b) o espírita deve evitar a prática de quaisquer rituais como casamentos, baptizados, crismas, bem como uso do luto, participação em apadrinhamentos e cerimónias ritualistas de qualquer natureza, e o aprisionamento a exterioridades;

c) o espírita deve evitar trazer luta política-partidária para dentro das agremiações espíritas;

d) o espírita deve evitar que as realizações espíritas vivam à sombra dos poderes públicos;

e) o espírita deve evitar que pessoas sem idoneidade moral ocupem postos de direcção no Movimento;

f) o espírita deve evitar que, nos núcleos espíritas prevaleça a autoridade de um só elemento;

g) o espírita deve evitar o uso de distintivos e emblemas, no movimento doutrinário,

Curitiba, 21 de abril de 1962
Ass. LUIZ MONTEIRO DE BARROS — Presidente (USE — S. Paulo)

LAURO SCHLEDER — Relator (F. E. P. — Paraná) etc.

A USE (União das Sociedades Espíritas de S. Paulo) num trabalho pioneiro no Brasil e quiçá no mundo conseguiu reunir grande parte das entidades espíritas, com a finalidade de unificação doutrinária.

Para a Assembleia Estadual a ter lugar em 13 e 14 de julho próximo em S. Paulo, todas entidades espíritas (Centros, Mocidades, Obras Assistenciais) devem apoiar as UMES e UDES, a fim de que estas indiquem seus representantes junto a USE.

Os grupos espíritas e demais entidades devem procurar as UMES de sua cidade para unidas trabalharem decididamente para levar bem alto o nome do Espiritismo.

Notamos pelo Rádio, pela TV, pelos jornais que há ainda confusão entre Espiritismo Mediunismo, com consequências danosas para o progresso da nossa doutrina.

Fonte: Correio Fraterno – junho, 1968
Wadi Ibrahim

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty MEDIUNIDADE

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 09, 2011 10:10 pm

MEDIUNIDADE

Elaborado por:
Centro Espírita “Caminho de Damasco”

TODOS SOMOS MÉDIUNS


A palavra médium foi utilizada pela primeira vez, por Allan Kardec para designar a pessoa que serve de intermediário na comunicação dos espíritos.

Mas, de uma certa forma, todos nós somos médiuns, porque estamos sujeitos às influências de espíritos e, de um modo ou de outro, ainda que sem percebermos, podemos pensar, falar e até mesmo agir sob essas influências.

Podemos, inclusive, captar pensamentos ou apresentar sintomas que anunciam suas presenças.
A intuição, por exemplo, é um tipo de mediunidade e se manifesta em qualquer pessoa.

MEDIUNATO

No entanto, alguns poucos indivíduos possuem certas predisposições naturais que os colocam em contacto mais duradouro com o mundo dos espíritos.

Apresentam sintomas tão evidentes e permanentes de mediunidade que, segundo Allan Kardec, eles têm uma tarefa específica como médiuns que precisa ser explorada.

A esta tarefa damos o nome de MEDIUNATO e a esses indivíduos chamamos de MÉDIUNS propriamente ditos.

A mediunidade manifesta-se por várias formas, levando os médiuns a interpretar os espíritos através da fala (PSICOFONIA), da escrita (PSICOGRAFIA), da audição (AUDIÊNCIA), da visão (VIDÊNCIA), da pintura (PSICOPICTOGRAFIA), da intuição, da cura, etc.

MEDIUNIDADE E ESPIRITISMO

Ao contrário do que muitos pensam, a mediunidade não é propriedade do Espiritismo e, muito menos, foi por ele inventada.

Trata-se de uma predisposição natural do ser humano, que existe desde que o homem surgiu na Terra e manifestou-se em todas as épocas, em todos os lugares e em todas as religiões, como ainda hoje acontece.

Na Bíblia, como em outros livros religiosos, encontramos factos mediúnicos.
Os espíritos estão por toda parte e não somente no centro espírita.

Onde quer que estejam podem manifestar-se de maneira mais ou menos ostensiva e até de forma que ninguém perceba.

Foi o Espiritismo que deu à mediunidade um tratamento especial, que a estudou de facto, que descobriu-lhe os mecanismos, concluindo tratar-se de valioso recurso para o progresso da humanidade.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 09, 2011 10:10 pm

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A própria Doutrina Espírita foi trazida através de médiuns pelos espíritos e essa revelação nos conduziu a alguns pontos básicos e fundamentais para o conhecimento e a utilização da própria mediunidade.

Antes do Espiritismo, a mediunidade era objecto de simples curiosidade e passatempo ou, então, era vista como bruxaria ou arte do demónio.
A ignorância e o preconceito contribuíram sempre para isso.

Mas a Doutrina Espírita deu-lhe tratamento próprio entendendo que, somente assentada sobre base moral sólida, a mediunidade poderia se constituir em instrumento do bem-estar e do progresso moral da sociedade.

Hoje, podemos ver muitas formas de utilização da mediunidade que não estão de acordo com os princípios morais do Espiritismo.
Dizemos, então, que se trata de mediunismo e não de Espiritismo.

MEDIUNIDADE E EDUCAÇÃO

Apesar da Doutrina Espírita recomendar certos cuidados na prática mediúnica, nem todos os grupos espíritas os observam.

Muitos entendem, erroneamente que, para o indivíduo ser bom médium basta exercitar sua faculdade de forma a facilitar a comunicação dos espíritos.

A pessoa chega ao centro, reclama de seus sintomas estranhos e logo é classificada como médium.

Em seguida, é convidada a participar das sessões, sem qualquer conhecimento, sem nenhum preparo para o exercício da tarefa.
Ela nem mesmo fica sabendo a que perigo está exposta e o mal que pode causar.

O Espiritismo não aprova tal procedimento.

Para que uma pessoa possa colocar sua mediunidade a serviço do bem - ou seja, para exercer bem o seu mediunato - é preciso primeiramente que seja iniciada nos conhecimentos básicos do Espiritismo, que se inteire de seus princípios morais e que, acima de tudo, se proponha a trabalhar por uma causa elevada, humanitária, começando pela prática do bem.

Emmanuel, espírito orientador de Chico Xavier, afirma que evangelizar-se é a primeira necessidade do médium.
Somente assim ele se coloca ao alcance dos bons espíritos e pode livrar-se do domínio dos mal intencionados.

Portanto, a educação espírita do médium é indispensável.

Desenvolver a mediunidade não é simplesmente empregar técnicas que facilitem as comunicações.
É bem mais que isso.

Porque ninguém educa a mediunidade se não educar-se a si mesmo, se não melhorar o seu comportamento, tanto dentro como fora do centro espírita - e principalmente fora.

Se o médium quiser o atendimento dos bons espíritos, terá que fazer por merecê-lo, através de uma conduta que possa, de facto, atraí-los.
Do contrário, não o terá.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 09, 2011 10:11 pm

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Essa educação, baseada na visão espírita dos ensinamentos de Jesus, pode ser auxiliada por um grupo de pessoas idóneas que conheçam o Espiritismo, e onde o médium aprenda a conhecer e a dominar sua mediunidade, testando seus recursos e procurando conhecê-los cada vez mais, pelas observações e críticas de seus companheiros interessados em ajudá-lo.

Um médium que não aceita crítica, que se melindra quando alguém faz qualquer observação à sua mediunidade, não está pronto para o mediunato, e terá muito que aprender ainda, antes de pensar em trabalhar nesse campo.

MEDIUNIDADE E COMÉRCIO

Por causa da natureza da mediunidade e do envolvimento dos desencarnados, o Espiritismo não recomenda que a actividade mediúnica seja exercida profissionalmente.

Pelo contrário, sua utilização deve ser única e exclusivamente para fins humanitários, quando o médium terá oportunidade de doar-se em serviços de caridade, conforme a recomendação de Jesus, “daí de graça o que de graça recebeste”.

Não se recomenda, por conseguinte, que o médium receba honorários ou outra qualquer paga material, mesmo em forma de presentes, a fim de que não seja estimulado a exercer a mediunidade em troca de favores.

MEDIUNIDADE E OBSESSÃO

No Espiritismo, damos o nome de obsessão à acção perniciosa de espíritos sobre seres humanos.

Qualquer pessoa pode ser obsediada, porque todos estamos sujeitos às influência dos espíritos.

Assim, não é só o médium que pode ser obsediado.

Não podemos dizer, também, que a mediunidade é que provoca a obsessão.
Este tem como causa nossos desvios de comportamento e somente pela mudança de comportamento podemos combatê-la de verdade.

Muita gente, por desconhecimento do assunto, tomam por médiuns todos os obsediados e teimam em “desenvolver suas mediunidades”, o que constitui grave erro.

Mesmo entre os obsediados muito poucos são médiuns.

Por isso, quando a pessoa perturbada chega ao centro, apresentando sintomas de mediunidade (visões, audições, sensações estranhas e desagradáveis e outros tipos de percepção) devemos primeiramente ampará-la com espírito cristão, envolvendo também sua família, no tratamento, através do esclarecimento do passe e da prece.

Seria imprudente encaminhá-la nesse momento para uma sessão mediúnica.
Devemos tentar integrá-la num grupo de prece e serviço e, ao lado da assistência espiritual, recomendar-lhe tratamento médico para garantir-lhe o equilíbrio orgânico, que pode estar comprometido a essa altura.

E mais, observá-la cuidadosamente, ouvir e ponderar com os espíritos orientadores dos trabalhos a seu respeito, verificando se os sintomas apresentados na obsessão perduram ou não.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 09, 2011 10:11 pm

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A maioria dos obsediados só esporadicamente apresentam esses sintomas, o que significa que não têm mediunidade para serviço.
Logo que se vêem livres da obsessão esses sintomas desaparecem.

Contudo, inadvertidamente, muitos se vêem constrangidos a “desenvolver a mediunidade” e, por não serem portadores de faculdade adequada para o mediunato, acabam caindo no animismo e na mistificação.

Damos o nome de animismo à manifestação de conteúdos mentais do próprio médium, quando em estado de transe, porém, sem a participação de espíritos, ainda que o médium não tenha consciência do que ocorra.

Mistificação é a manifestação fraudulenta em que o médium finge estar recebendo a mensagem do espírito.

Resta considerar que nem todas as pessoas, mesmo apresentando sintomas mediúnicos, estão aptas para o exercício do mediunato.

Poucos dirigentes de sessões se dão conta disso.

Em “O LIVRO DOS MÉDIUNS” de Allan Kardec, no capítulo referente aos “Incovenientes e Perigos da mediunidade”, encontramos uma questão dizendo que “há pessoas às quais é necessário evitar toda causa de excitação” e a essas pessoas o exercício da mediunidade não é recomendável.

Nesse grupo estão as pessoas excessivamente nervosas e impressionáveis.

MEDIUNIDADE E ESTUDO

Não se pode entender que um médium desenvolva sua mediunidade sem conhecimento:
primeiro, da Doutrina Espírita e, depois, da própria mediunidade.

É conhecendo os recursos de que dispõe e a forma como os espíritos actuam sobre ele (e ele sobre os espíritos), que o médium, aos poucos, pode ir adquirindo um domínio crescente sobre sua mediunidade e melhorando a qualidade de seu serviço.

Esse conhecimento deve ser adquirido pelo estudo permanente, ao lado da prática, em centro bem orientado, num grupo de pessoas sérias e responsáveis.

Há uma extensa bibliografia para o estudo da mediunidade.

Citemos algumas obras:
“O Livro dos Médiuns” e “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec;
“Nos Domínios da Mediunidade” e “Mecanismos da Mediunidade” de André Luiz;
“Mediunidade” de Herculano Pires;
“Seara dos Médiuns” de Emmanuel.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 09, 2011 10:12 pm

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FUNÇÃO DA MEDIUNIDADE

É sempre bom lembrar que a mediunidade pode ser bem ou mal empregada, com qualquer instrumento que é colocado nos mãos do homem.

Por isso, o Espiritismo pretende que o médium espírita esteja bem formado moralmente para dar à mediunidade o seu verdadeiro papel na sociedade.

Bom médium não é aquele que apenas recebe os espíritos com facilidade ou que só produz fenómenos extraordinários que encantam os sentidos, mas aquele que está consciente de sua responsabilidade perante a colectividade humana e o mundo dos espíritos, aquele que se esforça para servir sempre, não apenas no campo mediúnico, mas em qualquer outro sector de sua actividade, mesmo o profissional.

Quem é capaz de se sensibilizar ante a necessidade do próximo - seja essa necessidade de natureza material ou espiritual - quem está pronto a dar de si em favor do outro, este, podemos assegurar, está verdadeiramente apto a trabalhar pelas grandes causas da humanidade.

FINALIZANDO

A par destas informações, você passa a ter uma ideia geral de como o Espiritismo vê e trata a mediunidade.
Mas esta simples leitura não lhe dá o conhecimento suficiente para um domínio sobre o assunto.

Apenas o encaminha para o estudo.

Se você deseja, realmente, conhecê-lo melhor e dirimir suas dúvidas, deve seguir as orientações aqui contidas e começar a estudar pelas obras citadas.

Carmen Lucia

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Mediunidade de Cura

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 10, 2011 10:55 pm

Mediunidade de Cura
José Argemiro da Silveira

Temos observado que vários companheiros do movimento espírita reprovam a mediunidade de cura, como se fosse uma actividade estranha à boa Doutrina.

Isto se deve, provavelmente, ao facto de que alguns médiuns dessa especialidade, por não conhecerem, não procuram observar, no exercício da mediunidade, os ensinamentos da Doutrina Espírita.

Consequentemente, agem em desacordo com o que ensina o Espiritismo, levando os menos avisados a reprovarem, em sua totalidade, toda actividade desse campo.

Porém, esta não é uma atitude correcta.

O facto de alguns utilizarem mal suas faculdades, ou agirem em desacordo com os princípios espíritas, não justifica a atitude de negar valor a todos que trabalham nessa área.

A mediunidade de cura é estudada no Espiritismo.
Portanto, neste, como em outros sectores, é sempre necessário aprofundar o conhecimento do assunto, para não emitir opiniões levianas, sem fundamento.

Necessário saber distinguir o certo do errado, não aprovar tudo, mas também não reprovar, sem o devido conhecimento do assunto.

Allan Kardec no Livro dos Médiuns, 2.ª parte, cap. XVI, item 189, regista:
"Médiuns curadores
- Os que têm o poder de curar ou de aliviar os males pela imposição das mãos ou pela prece.

Esta faculdade não é essencialmente mediúnica pois todos os verdadeiros crentes a possuem, quer sejam médiuns ou não.

Frequentemente não é mais do que a exaltação da potência magnética, fortalecida em caso de necessidade pelo concurso dos Espíritos bons".

No item 175, cap. 14, do mesmo livro:
"Médiuns curadores
- Somente para mencioná-la, trataremos aqui desta variedade de médiuns, porque o assunto exigiria demasiado desenvolvimento para o nosso esquema.

Estamos, aliás, informados de que um médico nosso amigo se propõe a tratá-la numa obra especial sobre a medicina intuitiva".

E no item 193, cap. 16, diz:
"Médiuns medicinais
- sua especialidade é a de servirem mais facilmente aos Espíritos que fazem prescrições médicas.

Não se deve confundi-los com os médiuns curadores, porque nada mais fazem do que transmitir o pensamento do Espírito, e não exercem por si mesmos nenhuma influência.
Muito comuns".

Allan Kardec considera "muito comuns" os médiuns medicinais, "aqueles cuja especialidade é a de servirem mais facilmente os Espíritos que fazem prescrições médicas".

Quando trata dos "médiuns curadores" coloca que "o assunto exigiria demasiado desenvolvimento" para o esquema do livro (Livro dos Médiuns).
Mas fica claro a importância do tema.

Pergunta feita ao Divaldo P. Franco ("Directrizes de Segurança", item 21, cap. 1.°)
- Qual a finalidade da existência de médiuns curadores?"
Resposta:
"A prática do bem, do auxílio aos doentes.

O apóstolo Paulo já dizia:
"Uns falam línguas estrangeiras, outros profetizam, outros impõem as mãos".

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 10, 2011 10:57 pm

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Como o Espiritismo é o Consolador, a mediunidade, sendo o campo, a porta pelos quais os Espíritos Superiores semeiam e agem, a faculdade curadora é o veículo da Misericórdia para atender a quem padece, despertando-o para as realidades da Vida Maior, a Vida Verdadeira.

Após a recuperação da saúde, o paciente já não tem o direito de manter dúvidas nem suposições negativas ante a realidade do que experimentou.

O médium curador é o intermediário para o chamamento aos que sofrem, para que mudem a direção do pensamento e do comportamento, integrando-se na esfera do Bem".

As pessoas que condenam todo e qualquer tipo de actividade na mediunidade de cura deveriam estudar a biografia de Eurípedes Barsanulfo, Cairbar Schutel, e tantos outros.

O próprio Francisco C. Xavier, durante muito tempo, atendeu a essas tarefas.
Os médicos desencarnados, especialmente Bezerra de Menezes, por intermédio dele, respondia a centenas de consultas durante as reuniões semanais.

Da biografia do médium João Gonçalves do Nascimento, que está no livro "Grandes Espíritas do Brasil", organizado por Zêus Wantuil, e editado pela Federação Espírita Brasileira, consta o seguinte:
"Foi por volta de 1882 que o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, então deputado geral na Corte do Rio de Janeiro, resolveu consultar o médium Nascimento sobre uma dispepsia que havia cinco anos o torturava, não obstante haver ele recorrido aos mais famosos facultativos.

— Eu não acreditava nem deixava de acreditar na medicina medianímica, e confesso que proprendia mais para a crença de que o tal médium era um especulador - eis como Bezerra de Menezes julgava, a princípio, o abnegado Nascimento.

Servindo-se de um amigo de confiança, e em circunstâncias que não permitissem qualquer espécie de fraude, o grande político cearense obteve a receita solicitada, com a descrição de toda a sua moléstia, seguiu o tratamento prescrito, e, o que a Medicina oficial não conseguira em cinco anos, Nascimento o obteve em apenas três meses.

Este e outro facto posterior, agora com a segunda esposa de Bezerra, a qual tinha erradamente sido tratada como tuberculosa por importantes médicos, ficara para sempre curada com as receitas do famoso médium do Grupo Espírita Fraternidade.

"Nada me impressionou mais - afirmou Bezerra - do que ver um homem, sem conhecimentos médicos e até sem instrução regular, discorrer sobre moléstias, com proficiência anatômica e fisiológica, sem claudicar, como bem poucos médicos o podem fazer".

A biografia do médium Nascimento prossegue citando vários outros casos extraordinários de diagnósticos correctos e curas, realizadas por seu intermédio.

A mediunidade curadora deve ser tratada como qualquer outra modalidade mediúnica.
Não se pode aprovar tudo o que se faz nessa área, mas negar, indiscriminadamente, como se toda actividade nesse campo fosse estranha à Doutrina Espírita não é correcto.

O médium de cura deve orientar seu procedimento, observando:
a) Vinculação a um Centro Espírita
- A maior parte dos problemas constactados reside no facto de o médium não se submeter aos regimes doutrinários de um Centro Espírita;

b) Estudo Sistemático do Espiritismo
- Não se pode separar a prática mediúnica do estudo constante dos postulados espíritas;

c) Gratuidade absoluta
- A Doutrina Espírita não se coaduna com qualquer tipo de cobrança de prestação de serviço espiritual, ainda que disfarçada sob a forma de "presentes", ou de "doações para instituições";

d) Exercício Constante da Humildade
- O médium de cura deve conscientizar-se de que ele é apenas um elemento na complexa engrenagem organizada pelo mundo maior, engrenagem esta que vai encontrar no Cristo o seu condutor maior.

Jornal Palavra Espírita na Internet

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty As Irmãs Fox

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 11, 2011 10:24 pm

As Irmãs Fox
Arthur Connan Doyle

No mês de março de 1848, aconteceram, no pequeno povoado de Hydesville, nos Estados Unidos da América do Norte, os primeiros fenómenos espíritas dos tempos modernos, o que representou o prelúdio do advento da Doutrina Espírita, consumado com a Codificação Kardequiana.

Hydesville é um pequeno povoado típico do Estado de New York e, quando da ocorrência desses fenómenos, contava com um pequeno número de casas de madeira, do tipo mais simples.

Numa dessas cabanas, habitava a família de John D. Fox, composta dos pais e vários filhos, dentre outros Margareth, de quatorze anos, Kate de onze anos, além de Leah, que residia noutra cidade.

A família Fox havia passado a morar nessa casa no dia 11 de dezembro de 1847.

Algum tempo após essa mudança, seus ocupantes passaram a ouvir arranhões, ruídos insólitos e pancadas, vibradas no forro da sala, no assoalho, nas paredes e nos móveis, os quais passaram a constituir verdadeira preocupação para aquela humilde família.

Todos ficaram abalados com os acontecimentos.
Numa semana a senhora Fox ficou grisalha.

E, como tudo sugeria que os fenómenos estivessem ligados às duas meninas, Margareth e Kate, estas foram afastadas de casa.

Mas, em casa do seu irmão, David Fox, para onde foi Margareth, e na casa de sua Irmã Leah, cujo nome de casada era Sra. Fish, em Rochester, onde Kate ficou hospedada, os mesmos ruídos se fizeram ouvir.

Esforços inauditos foram dispendidos para que o público ignorasse essas manifestações;
logo, porém, elas se tornaram conhecidas.

Leah, a irmã mais velha, teve que interromper as aulas de música, pois, passando também a ser intermediária dos fenómenos, embora em menor escala, foi levada a não continuar com as lições.

Os fenómenos se produziam com tal intensidade que, da casa das irmãs Fox, passaram a ser ouvidos na residência do Rev. A.H. Jervis, ministro metodista residente em Rochester.

Logo, após, eles também se fizeram sentir na residência do Diácono Hale, de Greece, cidade vizinha de Rochester.

Na noite de 31 de março de 1848, descobriu-se um meio de entrar em contacto com a entidade espiritual que produzia os fenómenos.

A filha menor do casal, Kate, disse, batendo palmas:
Sr. Pé Rachado, faça o que eu faço.

De forma imediata, repetiram-se as palmadas.
Quando ela parou, o som também parou em seguida.

Em face daquela resposta, Margareth, então, disse, brincando:
"Agora faça exactamente como eu.
Conte um, dois, três, quatro, e bateu palmas."

Continua...
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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 11, 2011 10:25 pm

Continua...

O que ela havia solicitado foi repetido com incrível exactidão.

Kate, adiantando-se, disse, na sua simplicidade infantil:
"Oh! mamãe! eu já sei o que é.
Amanhã é primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira."


A senhora Fox lembrou-se, então, de fazer uma tentativa concludente:
solicitou à entidade que desse as idades de todos os seus filhos, o que foi feito com notável precisão.

Havia-se estabelecido, desta forma, um sistema de comunicação com o mundo espiritual.

Criou-se um alfabeto convencional, por meio de pancadas e, por intermédio desse sistema bastante rudimentar, descobriu-se que o Espírito comunicante era um antigo vendedor ambulante de nome Charles Rosna, que, daquele modo, procurava revelar a sua presença e entrar em contacto com as pessoas da casa.

O indivíduo portador desse nome fora, anos antes, assassinado na casa de Hydesville, na qual, sem o saber, viera posteriormente residir a família Fox.

O assassinado revelou que havia sido morto com uma faca de açougueiro, cinco anos antes;
que o corpo tinha sido levado para a adega;
que só na noite seguinte é que havia sido sepultado;
tinha passado pela despensa, descido a escada, e enterrado a três metros aproximadamente do solo.


Adiantou, também, que o móvel do crime fora o dinheiro que possuía, cerca de quinhentos dólares.

Na noite de 1.º de abril, começaram a escavar o solo na adega, atingindo um lençol de água.

Procedendo-se a nova pesquisa no verão do mesmo ano, foram descobertos uma tábua, carvão e cal, cabelos e ossos humanos, entretanto, somente no dia 22 de novembro de 1904, com a queda de uma parede, descobriu-se o esqueleto.

Também foi achado um baú que pertenceu ao mascate.

Após estabelecer esse sistema de intercâmbio com o mundo espiritual, de que os factos narrados foram apenas o prelúdio, outras entidades espirituais entraram a manifestar-se, fazendo entre outras a revelação de que as duas filhas de John Fox — Margareth e Kate — eram médiuns, por cuja inconsciente e involuntária intervenção se produziram os fenómenos.

A elas estava reservada a missão de cooperar no importante movimento de ideias o qual, por semelhante forma, não tardaria a atrair a atenção do mundo.

Os acontecimentos tiveram inusitada repercussão em Hydesville, em Rochester, e em outras cidades circunvizinhas.

Ao transferir a sua residência para Rochester, a família de John Fox deparou com o primeiro óbice:
o pastor da igreja, a que pertenciam, intimou as meninas, sob pena de expulsão, a abjurarem tais práticas.

Essa imposição foi repelida pelas irmãs Fox e, por isso, elas foram expulsas daquela comunidade religiosa.

Surgiram, posteriormente, as comissões nomeadas para averiguarem a veracidade dos fenómenos e se pronunciarem acerca da sua natureza.

Continua...
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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 11, 2011 10:26 pm

Continua...

A primeira, depois de longa e minuciosa pesquisa, concluiu por reconhecer a veracidade da intervenção espiritual, na produção dos factos que o público se obstinava em atribuir a artifício daquelas humildes meninas sem considerar que nisso não havia para elas interesse algum.

A segunda comissão foi nomeada, chegando ao mesmo resultado, com desapontamento para todos.

Nomearam por fim uma terceira comissão, composta de pessoas notáveis e insuspeitas e, quando terminou ela o seu rigoroso inquérito, grande parte da população de Rochester se reuniu no maior salão da cidade, conhecido por Corinthian Hall, com o fito de ouvir o resultado.

Deu-se, então, um facto incrível:
como a conclusão a que haviam chegado os membros da comissão, confirmava, definitivamente, as pesquisas anteriores, o público, indignado pelo que teimava em ser uma burla por parte das jovens médiuns, que, ao lado de seus pais, aguardavam serenamente o veredicto, levantou-se em atitude hostil e, numa onda ululante, pretendeu invadir o recinto, com o intuito de massacrá-las.

Foi necessária a pronta intervenção do venerando quaker George Willets, para evitar aquele linchamento.
Willets chegou ao extremo de dizer que, se quisessem matar as meninas, os fanáticos teriam que passar sobre o seu cadáver.

As meninas sofreram nas mãos dos investigadores.

No decurso das pesquisas, das comissões, que também tinham algumas senhoras entre os seus membros, estas despiram as meninas, submetendo-as a investigações brutais e aflitivas.

Seus vestidos foram amarrados, apertados nos corpos, e elas colocadas sobre vidros e outros isolantes.

A comissão se viu obrigada a referir que, "Quando elas se achavam de pé sobre as almofadas, com um lenço amarrado à borda dos seus vestidos, amarradas pelas cadeiras, todos nós ouvimos as batidas distintas nas paredes, no assoalho e em outros objectos".

Por fim, essa comissão declarou, enfaticamente, que as suas perguntas, das quais algumas feitas mentalmente, tinham sido respondidas correctamente.

As perseguições sofridas pelas irmãs Fox foram inenarráveis.

Um jornal denominado Rochester Democrat havia tirado uma edição com a manchete "Exposição Completa da Mistificação das Batidas".
O resultado das pesquisas obrigou o seu editor a sustar a distribuição do jornal.

Um dos pesquisadores afirmou que, senão se descobrisse qualquer fraude, ia atirar-se nas Cataratas do Genesse.
Ele teve que mudar de opinião em sua afirmação.

Em 1850, foram recebidas em duas salas separadas, em Rochester, duas mensagens simultâneas, do Espírito de Benjamim Franklin, cujo teor era o seguinte:
"Haverá grandes mudanças no século dezanove.
Coisas que, actualmente, parecem obscuras e misteriosas, para vós, tornar-se-ão claras aos vossos olhos.

Os mistérios vão ser revelados.
O mundo será esclarecido."


A História do Espiritismo - A. CONNAN DOYLE

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Literatos e mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 12, 2011 11:45 pm

Literatos e mediunidade
José Afrânio Moreira Duarte

Trata-se de assunto, frequentemente abordado a interferência da mediunidade em trabalhos literários.

Existem em nosso meio espírita tantas conversações sobre isso que é muito natural aparecerem opiniões divergentes e contraditórias acerca da matéria.

Parece-nos, entretanto, que juízos a respeito não devem ser generalizados, havendo mesmo a conveniência de analisar cada caso isoladamente.

É, por certo, grande a influência dos Espíritos na vida corpórea, mas ficando sempre respeitados o livre arbítrio e o valor pessoal de cada um, até porque, se assim não fosse, reduzidos à simples condição de marionetas da Espiritualidade, os encarnados não teriam culpa de seus erros e nenhum mérito seria atribuído às suas boas acções.

No caso específico das produções literárias, como em tantos outros, pode mesmo haver influências mediúnicas, mas, na maioria das vezes, ela existe apenas como indução, sugestão.

Por exemplo, um Espírito que simpatize com o escritor, até seu Guia, sabendo de um concurso que tem por tema, determinado poeta, pode estimular o amigo encarnado a participar do certame, fazer que ele compre o jornal onde se achem as bases, ou impulsionar alguém de seu circulo a levar-lhe o recorte.

Daí em diante, é tarefa do escritor terreno estudar profundamente a obra e o autor, visitar bibliotecas, fazer uma série de consultas e anotações, formular conceitos pessoais no que concerne ao assunto, planear seu trabalho, rascunhá-lo, retocá-lo, etc., até dá-lo por pronto, actividades inteiramente desnecessárias quando se trata de obra psicografada.

Nessa última hipótese, o Espírito escritor utiliza o aparelho apenas como uma espécie de taquígrafo, por assim dizer, ditando-lhe trabalhos já prontos, quase sempre com tamanha rapidez que seria impossível ao médium pensar aquelas coisas e escrevê-las, no mesmo es­paço de tempo.

E tanto é assim que pode o psicógrafo nem sequer conhecer a obra deixada pelo escritor quando de sua passagem por este planeta.

Quando um Espírito sugere ao literato, não faz mais do que seus parentes e amigos que agem tantas vezes de modo idêntico.

Estilo, palavra derivada do latim, era o nome dado ao ponteiro com que os romanos escreviam sobre a cera.

Como cada pessoa tem sua maneira bem definida de traçar na cera e expressar-se, o sentido do vocábulo foi ampliado, servindo agora para designar as características dos escritores e, por analogia, também a dos compositores, pintores e outros elementos que têm a capacidade, o dom de criar.

Pode-se dizer que o estilo mostra quem é o autor da obra, da mesma forma que a impressão digital identifica o corpo.

Basta lembrar que mediante sérios estudos estatísticos, nos quais foram levados em conta os tamanhos dos períodos, pontuação, frequência de repetições, tornou-se possível determinar o real autor do livro católico “Imitação de Cristo”, esclarecendo o assunto de uma vez, pois até então havia duas correntes, uma que o atribuía a Gerson, outra a Kempis, verdadeiro autor.

Praticamente, todo espírita brasileiro conhece a antologia de belos trabalhos mediúnicos “Parnaso do Além-Túmulo”.

Numerosos poetas nossos ali estão incluídos, cada qual com seu estilo tão perfeitamente bem caracterizado que a leitura causa espanto e impacto nas pessoas versadas em letras, mas ainda não iniciadas no Espiritismo.

Continua...
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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 12, 2011 11:46 pm

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Vê-se, pelo exposto, que quando encarnados eles próprios criaram suas obras, não as recebendo de ninguém, tanto que agora voltam para ditá-las, fiéis às mesmas técnicas e conservando, naturalmente, os estilos respectivos.

Dentre os nomes que se destacam na literatura dos Estados Unidos da América do Norte está o de Harriet Beecher Stowe, nascida em 1819 e desencarnada em 1896.

Publicou o célebre romance “A Cabana do Pai Tomás” que na época repercutiu em todo o mundo e teve a sagrada missão de contribuir para que se libertassem os escravos norte-americanos.

Fiel seguidora da religião metodista e esposa de um pastor, Harriet sempre frisou que considerava aquele livro como escrito por ordem e indicação extra-terrena, pois o escreveu como a ouvir uma voz que lhe ditava, ficando muitas vezes sem saber o seguimento da história, fenómenos não observados quando da confecção de outros trabalhos de menor fôlego.

Este é um caso evidente de obra literária com as mais autênticas características de actuação mediúnica.

Apesar de já não ser pequeno o número de pessoas cultas espíritas, levando-se em conta ser nossa Doutrina revelação relativamente nova e tendo em vista a cultura terrena, ainda é maior o número das que não o são, pois ninguém pode negar, de boa fé, a existência de verdadeiras potências intelectuais fiéis seguidoras da religião católica ou de seitas protestantes, no próprio clero, ou até sem religião nenhuma, como acontece na Rússia Soviética.

Por isso mesmo, não existe propriamente o preconceito de que nenhum escritor pode ser médium, e sim o reverso da medalha:
alguns espíritas, mas não todos, pensam que ninguém pode ser escritor sem ser médium, o que já é tão diferente.

Na maioria das vezes, tal concepção se origina de um sentimento religioso exagerado.
Embora isso seja um erro, é um erro perdoável, pelo menos tolerável, pois tem a circunstância atenuante de ser puro nas suas raízes.

Em tais casos, o espírita conheceu uma verdade boa e quer propagá-la de qualquer jeito, a fim de que outros também se beneficiem dela e, com o objectivo de dar mais força ao que diz, vê mediunidade e influências espirituais em tudo que o rodeia.

Tal atitude é desaconselhável e perigosa, quer seja por dar visão falsa da verdade, quer seja porque só muito raramente os fins justifiquem os meios.

Ora, muitos espíritas de hoje foram contemporâneos de escritores que actualmente nos brindam com suas obras, valendo-se da psicografia, como Humberto de Campos e vários dos que estão no já citado “Parnaso de Além-Túmulo”.

Então, como é isso?
Ainda outro dia mesmo eles estavam aqui e eram apenas médiuns?
Porque agora ditam, usando o mesmo estilo que os caracterizou na Terra?
E como?


Há casos em que a mesma pessoa pode ser escritor e médium, simultaneamente.

Um exemplo concreto disso é o Raul de Carvalho, residente em António Dias, Minas Gerais, que escreve seus contos, quando muito bem quer e entende, e já recebeu dois livros, sem contar mensagens de menor porte.

É preciso, aprendendo a dar valor a quem tem, compreender que existem escritores encarnados, em grande quantidade, dotados de talento, autênticos criadores das obras que eles próprios escrevem e não recebem do outro mundo, até mesmo porque, uma vez desencarnados, poderão vir ditá-las.

(Reformador de Agosto de 1964)

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Materializações

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 13, 2011 9:44 pm

Materializações
Ismael Gomes Braga

No começo de 1964 a apreciada revista "O Cruzeiro" pôs em discussão pública os fenómenos de materialização de Espíritos.

Pela revista, pelo jornal, pelo rádio, pela televisão, esses fenómenos entraram em calorosa e benéfica discussão perante o grande público, quando em via de regra esses fenómenos são estudados somente em pequenas rodas de iniciados.

Esta discussão é utilíssima, porque mais cedo ou mais tarde a verdade vence toda a oposição, e a materialização de Espíritos é verdade demonstrada durante cem anos de estudos de sábios.

Como já assistimos a longas séries de sessões de materialização, aproveitamos a oportunidade para mencionar algumas observações inéditas e que talvez possam interessar aos estudiosos, não aos negadores sistemáticos.

Em todas as nossas sessões os Espíritos que dirigiam os trabalhos exigiam que o médium ficasse bem ligado à poltrona e manietado, alegando que ele correria perigo durante o transe, e quase sempre no fim da sessão nós o encontrávamos exactamente como o deixáramos antes„ porém certa vez houve uma excepção muito chocante.

Deixamos o médium muito bem ligado pelo tronco, pelos braços e pelas pernas à poltrona, na cabina escura.
A sessão correu bem.

Dentro da cabina escura havia uma vitrola com duas pilhas de discos fonográficos.

Quando se iniciava a sessão, falando em voz directa de dentro da cabina, o Espírito nos perguntava que disco desejávamos ouvir.

Cada um de nós dizia o nome de um disco e ele o procurava nas pilhas, punha na vitrola e o executava, demonstrando assim que via perfeitamente bem no escuro absoluto.

Apareceram diversos Espíritos materializados, todos iluminados, uns mais, outros menos, por sua própria luz.

Quando recebemos ordem de fazer a prece final, foi-nos advertido:
"Abreviem o encerramento, porque o médium vai despertar e sentir dores;
tivemos que modificar o controle que vocês fizeram."


Abreviamos a prece e corremos para a cabina, porque o médium começara a soltar dolorosos gemidos.

Fomos encontrá-lo numa posição incrível:
com o tronco dobrado como se não tivesse espinha dorsal;
a cabeça entre os joelhos, fortemente atada às pernas, e estas à cadeira.


Pela cintura, estava ligado ao espaldar da cadeira.
A corda lhe entrava pela carne no pescoço e nos dificultava cortá-la ou desatar os nós.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 13, 2011 9:44 pm

Continua...

Ele sofria e gemia profundamente, em grande ansiedade.
Finalmente conseguimos cortar a corda do pescoço e libertá-lo daquele sofrimento.
Ele não se lembrava de nada que se passara estava em sono profundo quando foi mudado o controle.

As cordas eram as mesmas que havíamos empregado, mas todo o controle que havíamos feito tinha sido substituído por outro, mais apertado e bárbaro.

Ninguém entrara na cabina.
Todos eram companheiros honestos, estudiosos sérios.
A sessão se realizava num lar amigo, de toda a nossa confiança.

Mesmo admitido que alguém houvesse entrado na cabina, ninguém poderia dobrar assim um corpo humano.
Só o puderam fazer os Espíritos, em sono profundo e em parte desmaterializado o corpo do médium.

A desmaterialização parcial ou total do corpo do médium é bem conhecida e foi observada com Miss d'Esperance, Centurione Scotto, Dona Ana Prado e outros médiuns.

Os desconhecedores dos fenómenos se limitam a negar esses factos, mas, apesar de todas as negações, eles são verdadeiros.

Noutra sessão e com outro médium, o controle era mais severo.
A poltrona do médium estava aparafusada ao soalho e ele algemado e fortemente ligado a ela.

Materializou-se um índio gigantesco, com uma força hercúlea.
Com sua mão enorme pegou-me na cabeça e a torceu, quase a deslocando do pescoço.

Tomou de cima da mesa uma estatueta de gesso duríssimo, recoberta de uma substância fosforescente, para ser vista no escuro, e quebrou-a toda entre os dedos, como se fosse casca de pão.

Depois de outras demonstrações de força, arrancou do soalho a poltrona com o médium e colocou-a brutalmente em cima da mesa, fora da cabina.

Nem dois ou três homens fortes poderiam realizar essa proeza, tão idiota e sem gosto.
Os pesquisadores de fraudes podem negar à vontade, porque o facto é verdadeiro e de certa forma inexplicável.

Ao lado desses factos grosseiros, assistimos a outros de grande beleza.

Cecília era um Espírito de belíssima jovem que aparecia ricamente iluminada, vestida de noiva, com um belo ramalhete de flores no braço esquerdo.

A uma sessão compareceu um assistente cego, guiado pela esposa.

Quando Cecília se aproximou do casal, a Senhora exclamou:
"Que pena você não poder vê-la!
Não é uma noiva, é um anjo descido do céu!"

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 13, 2011 9:45 pm

Continua...

Nesse momento - coisa incrível! - o ramalhete de flores desapareceu, e Cecília, com as duas mãos livres, tomou as mãos do cego e levou-as ao seu próprio rosto, depois à cabeleira, fazendo que ele pelo tacto lhe percebesse as formas.

O cego exclamou, comovido:
- "Obrigado, Cecília!
O cego vê pelo tacto: tua bondade me permite ver-te!
Deus te pague!"


Depois, ela lhe aplicou passes magnéticos sobre os olhos e nós víamos partirem de suas mãos centelhas de luz azul.

Nosso grupo de estudiosos não procurava fraudes, só procurava factos positivos para estudar e aprender, e obtivemos os mais variedados fenómenos.

Mas houve igualmente sessões negativas, sem nenhum fenómeno e sem explicação alguma do insucesso.

Há também quem não procura fenómenos, só procura fraudes, e estes igualmente recebem o que procuram:
fraudes por toda à parte, reais ou imaginárias!

Sua má fé os sintoniza com Espíritos que sentem prazer em decepcioná-los e em fazê-los ver mistificações e fraudes em todas as sessões.

Os semelhantes se atraem mutuamente:
quem busca a verdade, com humildade e paciência, termina por encontrá-la;
mas quem só imagina mistificação e fraude, em seus irmãos, encontra o que procura:
sofre mistificações e fraudes.


Os fenómenos inteligentes são mais convincentes do que os físicos.

Um livro cheio de sabedoria, escrito harmoniosamente por um só Espírito e pelas mãos de dois médiuns, como "Sexo e Destino", ou um livro de belos versos, escritos por cento e dez poetas espirituais, em seus estilos próprios, e pelas mãos de dois médiuns de graus de cultura muito diferentes, como "Antologia dos Imortais", tem muito mais força de convencer do que uma longa série de sessões de efeitos físicos.

No Brasil já temos uma rica literatura mediúnica à disposição dos estudiosos.
Quem realmente deseje aprender, deve estudar nossa literatura, começando de Allan Kardec até chegar aos nossos dias.

Essa multidão de espíritas que existe hoje no Brasil e que vão realizando uma obra social digna de todos os louvores, foi, toda ela, convencida pelos fenómenos inteligentes, não por efeitos físicos.

Esperemos que esta ampla discussão das materializações desperte maior atenção para nossa literatura, para algumas centenas de bons livros que existem em nossa língua e que o Espiritismo faça novas conquistas.

A discussão será benéfica para muitos.

(Reformador de Março de 1964)

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Mediunidade Através dos Tempos

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 14, 2011 11:22 am

Mediunidade Através dos Tempos
Dalisio Salati

Os povos adâmicos foram os primeiros a habitantes da terra que despertaram perante a responsabilidade de cada um, tanto moral como espiritual ou material, tanto é que Deus disse-lhes que daquele momento em diante deveriam ganhar o pão de cada dia com o trabalho de seus próprios braços.

E Caim, após o fratricídio de Abel também ouviu a voz que o maldizia pelo crime que havia praticado.

Daí seguiram-se os descendentes daquele grande povo, muitos deles recebiam os espíritos, outros ouviam as vozes, outros viam os espíritos, tanto seres inferiores como também superiores.

Lot também teve um diálogo muito prolongado com o Anjo de Deus quando recebeu ordem de abandonar, junto com sua mulher, a cidade de Sodoma.

Era tanta a facilidade que os homens e mulheres recebiam os espíritos que, sob aquelas aparições e manifestações aquele povo costumava negociar, fazer previsões sobre o futuro, fazendo jogatinas de todas as espécies e avultadas transacções.

Noé, o grande patriarca, também viu e ouviu o anjo do Senhor, que o preveniu que construísse uma casa apropriada para que ele e seus descendentes não fossem atingidos pelo fenómeno pluvial que iria aparecer.

Moisés, o grande legislador hebreu, recebeu do Alto a incumbência de livrar o seu povo da escravidão dos Faraós e com um sinal do seu bastão fez com que as águas do Mar Vermelho se abrissem em dois lados, paralisando o seu curso pelo espaço de tempo necessário para que alguns milhares de israelitas passassem de uma margem para outra, e logo consumada a travessia, com outro sinal as águas se uniram novamente voltando ao seu estado normal como de costume.

Conta-nos a história que a travessia do deserto foi de grande sofrimento, marchando Moisés com o seu povo muitíssimo tempo sem comida e sem água.

Estavam todos descontentes e percebendo que uma conspiração estava sendo tramada contra ele chamou os seus protegidos aos pés de uma coliga e com o mesmo bastão que havia ferido as águas, feriu uma rocha de pedra e com a admiração de todos jorrou água pura e cristalina em abundância para todos se refrescarem matando sua sede.

Levantou Moisés suas mãos ao Alto pedindo comida e eis que de um momento para outro surgiu uma revoada de filhotes de codornas e outros pássaros, em quantidade tão grande que deu para aquele povo se alimentar e fazer provisões para muito tempo.

Mais adiante, Moisés pede novamente comida e numa bela manhã apareceram os prados circunvizinhos cobertos de espessuras de diversos centímetros de uma massa alimentícia que a recolheram para guardar e alimentarem-se até o final da viagem.

Por ser tal massa de um sabor adocicado deram-lhe o nome de Maná e Mel.

Logo acomodado na Terra Prometida os seus protegidos e precisando de melhores esclarecimentos, Moisés subiu ao Monte Sinai onde novamente recebeu outra comunicação do Espírito do Senhor que lhe ditou a Tábua da Lei, que são os Mandamentos de Deus, para serem ministrados ao seu povo, mandamentos estes que perduram até hoje e perdurarão por toda a eternidade.

Profetizaram Jeremias, Isaias, Abrão, Isac, Jacob e Arão, Salomão com toda á sua glória recebeu a voz de justiça que ainda hoje é conhecida como a justiça de Salomão.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 14, 2011 11:22 am

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De sorte que as 60 gerações do povo adâmico até Malaquias quase todas profetizaram como medianeiras inconscientes não podendo, entretanto, conhecer ainda a lei de tal fenómeno.

Elias, o grande profeta zesbita também era inconsciente da sua responsabilidade, mesmo com a calma com que salvou uma mulher e o filho do desespero.

Mais vezes atraiu o fogo queimando os soldados que queriam prendê-lo.

Eliseu inconscientemente afirma ter visto Elias sendo arrebatado para o céu em carro de fogo;
mas logo também afirma ter visto os corpos dos soldados que há muito tempo foram vencidos e que ali haviam sido sepultados e que ao brado de outra batalha no mesmo lugar, se levantaram, pegando suas armas e combatendo ao lado de outros soldados contra o secular inimigo.

Mais tarde, todos aqueles que profetizaram, os chamavam de pitões, mesmo a pitoniza de Endor que, à noite, foi procurada pelo Rei Saul, para consultar a Samuel.

Foram também inconscientes Confúcio;
Buda, Krisma, Maomet, que foram os grandes sacerdotes e reformadores.


Recebiam também instruções do Alto, Pitágoras, Platão, Diógenes, Pigmaleão, Plutarco, Aristóteles que eram tidos como sábios.

Mais tarde aparece o Anjo a Zacarias anunciando-lhe o nascimento de João em seguida o mesmo Anjo anuncia a Maria que ela seria a mãe de Jesus.

Enquanto crescia, Jesus aparece no templo de Jerusalém, discutindo com juízes e sacerdotes daquele tempo, dando muito que pensar, de onde viriam as eruditas palavras pronunciadas pelo filho do carpinteiro.

Logo adulto, João, com a voz forte como um trovão, pregava no deserto e na beira do rio Jordão para que se aparelhassem o caminho do Senhor e endireitassem as veredas, anunciando a vinda do Salvador, ensinando e mergulhando aquele povo as águas do Jordão.

O Rabi havia atingido os 30 anos e 3 com o nome de Jesus Cristo, quando pareceu novamente no cenário mundial e, esta vez, com mais conhecimento e coragem ministrando a todos o cumprimento da Lei de Deus e dando por terminada a era Mosaica, destruindo todas as leis que eram o homem.

Eu irei, disse Ele, restabelecer a Lei Divina e dar cumprimento às Escrituras azando-vos como boa nova a notícia fiel a imortalidade da alma e o convite aos gémeas de boa vontade para trabalharem a grande Seara do Pai.

Chamou a si os doze homens nos quais por certo, reconheceu a grandeza de suas almas e os elevados predicados de que eram possuidores.

Transformou logo água em vinho nas bodas de Canaã;
fez a multiplicação dos pães e peixes, curou paralíticos, deu vista a cegos, ressuscitou Lázaro, curou a filha da viúva de Naim, expulsou uma legião de espíritos maus e dizia àqueles que o cercavam, «se vós quiserdes no futuro podereis fazer tudo o que eu faço e ainda mais».

Querendo saber Jesus se os apóstolos estavam a altura da missão que iam receber lhes perguntou:
- Quem dizeis vós que eu sou?

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 14, 2011 11:23 am

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Fez-se então um grande silêncio e Pedro respondeu:
- És filho de Deus vivo; responde, então, Jesus:

Pedro! Não foi a carne que te revelou, nem tão pouco a tua inteligência, mas sim meu Pai que está no céu e sobre esta revelação que é firme como a rocha de granito edificarei a minha igreja e tudo o que com esta revelação ligardes na Terra também será ligada no Céu.

Tenho muitas coisas a vos dizer mas não sois ainda aptos para compreender:
mais tarde, porém, recebereis o Espírito Consolador que vos ensinará toda verdade.

É preciso que eu vá para vosso bem, mas logo que eu for açoitado e morto irei primeiramente a meu Pai e voltarei entre vós para dar testemunho de mim.

Crucificado, o Mestre voltou e mostrando-se à Maria e outras mulheres disse:
«Ide a Jerusalém, reuni-vos que lá estarei também e meu Pai mandará sobre vós o Espírito Consolador».

Foi justamente no Dia de Pentecoste que houve a grande explosão profética;
em conjunto aqueles homens simples falaram todas as línguas em vigor naquela época.

Passaram-se quase dois milénios e a voz do Alto continua suas manifestações em todos os sentidos, os homens que tinham' poder e curavam enfermidades os apelidaram de feiticeiros, outros que falavam com os espíritos, curavam loucuras, os chamavam de bruxos.

Enquanto os bruxos e feiticeiros eram perseguidos a santa madre igreja católica romana santificava seus adeptos que lhes reconhecia poderes do Alto.

Os grandes escultores, pintores, mestres da Arte como Leonardo da Vinci, Rafael e tantos outros eram chamados «Génios».

Os grandes mestres da música, da poesia, da literatura, eram apelidados como «inspirados».

Faltou sómente o momento propício para que os homens recebessem a verdade prometida pelo Cristo de Deus.

Justamente provocado pelos Espíritos que eram encorajados para tal trabalho, foi que em 1848, em Hisdesvile, na América do Norte, na casa das irmãs Fox deu-se o fenómeno de espíritos tão rumoroso que chamou a atenção de todos os sábios daquela época que estavam aparelhados para tal conhecimento.

Para lá rumaram centenas de sábios para estudar de perto aqueles fenómenos.
Logo reconhecida a verdade dos factos e cientificaram-se de que tudo aquilo era objecto de meticuloso exame.

Denizard Leon Hypolite Rivail foi designado e convidado para estudar os fenómenos logo recebeu ordem do Espírito da Verdade para que dos quatro evangelhos escritos pelos apóstolos do Mestre ele verificasse o verdadeiro sentido espiritual, compilasse tudo aquilo e ditasse livros científicos e filosóficos a respeito.

0 segundo livro que foi o «Livro dos Médiuns» e que veio nos esclarecer como devíamos chamar, a partir daquela época, todos os profetas, todos os génios, todos aqueles que foram santificados e todos os pitões, os feiticeiros, os bruxos do passado presente e futuro:
Médiuns, que quer dizer intermediários entre dois mundos, receptadores por excelência da vontade dos Espíritos com todos os seus fenómenos com toda sua grandeza, livre de mentiras, de títulos convencionais, que a mediunidade não é privilégio de nenhum povo, de nenhuma religião e que se manifesta em todas as esferas sociais, das mais atrasadas às mais elevadas, e que quando a humanidade conhecer bem a mediunidade, terminará a loucura e o fanatismo e todos viverão debaixo da bandeira dos verdadeiros génios.

(Revista Internacional de Espiritismo – Dezembro de 1968)

§.§.§- O-canto-da-ave
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Artigos sobre a Mediunidade - Página 4 Empty O “Deus” Huracán

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 15, 2011 10:42 am

O “Deus” Huracán
Suely Caldas Schubert

Em 1985 fui à Guatemala, e após fazer a conferência em Guatemala (DF), os confrades me disseram que a palestra do dia seguinte seria em Coatepec e que haviam feito uma larga propaganda para atrair umas seis mil pessoas.

— Mas, em Coatepec, seis mil pessoas? — indaguei.
— Sim, irmão Divaldo, há um mês estamos viajando pelos vales, pelas montanhas e o irmão vai falar ali no Palácio de Metal.

Eu comecei a imaginar a beleza do Palácio de Metal.
Tenho a mente muito entusiasta e logo imaginei alguma coisa de belo como os palácios da Índia.
Quando chegou o dia, os confrades estavam entusiasmadíssimos com a minha palestra no Palácio de Metal.

— Irmão — disse-me um deles —, toda a província de Coatepec virá para assisti-lo.

Viajamos trezentos e vinte quilómetros e quando chegamos perto, disseram-me:
— Vamos esperar a comissão de recepção.

Veio a comissão e entramos, na cidade, em caravana.
Eu imaginava a cidade de Coatepec, com o seu Palácio de Metal, imponente e grandioso.
Quando entramos, porém, constatei que era um lugar mais simples e menor do que eu esperava.

O hotel, onde me hospedei, era quase todo de tábuas, ainda em construção.
Às quinze horas começou a chover, a relampejar, a trovejar.

O presidente amigo me disse:
— Aqui chove muito; é chuva tropical, dá aquela pancada e logo passa.

Às dezassete horas a chuva prosseguia.
Ele voltou a afirmar-me:
— Passará já.

Às dezoito e trinta a cena se repetiu e ele garantiu-me que a chuva logo passaria.
Eu me aprontei, e, às dezanove horas, disse-lhe que já podíamos ir.

— Ainda não.
Só iremos quando faltarem quinze minutos, pois preparamos uma entrada triunfal.
O irmão já imaginou quase sete mil pessoas aplaudindo a sua entrada?


Tentei demovê-lo desse propósito, dizendo que preferia entrar por alguma porta lateral, pois fico constrangido, quando tenho que passar pelo meio do povo a me aplaudir.

— Não — respondeu-me.
— Tudo está preparado;
tem mestre-de-cerimónias, o salão mede setenta metros por dez.


Fiquei a imaginar um salão assim, devia ser quase uma quadra.
Mas a chuva prosseguia, torrencialmente.
Às dezanove e quarenta, saímos de carro.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 15, 2011 10:43 am

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Quando chegamos a uma certa distância, tudo estava interrompido.
As enxurradas eram como rios.

Carroças, carros, ónibus, caminhões, tudo interditado, O meu anfitrião olhou para mim e falou:
— O irmão trouxe guarda-chuva?
— Não, eu não sabia que ia chover.

— E se importa de se molhar?
Porque não vamos conseguir ir até lá de carro.
— Não havendo outra alternativa...
— Então vamos correr.


Quando desci do carro a água me veio quase aos joelhos.
Fomos andando pela rua, bem devagar, cercados de água e com a chuva caindo sobre nós.
Então, chegamos ao local.

Quando eu parei para olhar o Palácio de Metal...
Era enorme e estava superlotado.
Era, porém, um barracão de meia parede e a chuva entrava por um lado quase saindo pelo outro.

Em cima era de zinco, daí a razão do nome — Palácio de Metal.
A chuva caindo sobre o zinco fazia um barulho de estremecer.
O mestre-de-cerimónias falava ao microfone e o povo permanecia firme.

— É o irmão Divaldo! — anunciou.
Entrei e foram muitas as palmas.
Fui sendo levado até o meu lugar.

Sentei-me e olhei o público.
E o que vi, me comoveu.
Foi um dos dias mais belos da minha vida.

Ali estavam índios e mestiços guatemaltecos.
Alguns haviam vindo desde mais de cem quilómetros de distância:
a cavalo, de caminhão, de carruagem, de carroça, de ónibus para ouvir a mensagem.

Mães com filhinhos às costas e um xale, como é comum na região, ali estavam, de pé.
Não tinha um assento, todos paradinhos...

Cheguei ao palco e exclamei intimamente:
— Meu Deus! — Comovi-me, e fiquei envergonhado de mim próprio.
— O que vou dizer a eles, se não tenho o que dar.
Se Jesus não vier, o que será de mim?
— conjecturei.

Havia, na cidade, um problema, porque o senhor bispo, na véspera, atacara duramente o Espiritismo e ameaçou de excomunhão a quem fosse assistir a palestra espírita.

Esta seria irradiada, Os intelectuais, o bispo e as autoridades iriam ouvi-la em casa, certamente, mas aquele povo ali era modesto, semi-alfabetizado, simples de discernimento.

Eu teria que falar para os críticos que ficaram em casa, sem esquecer-me dos necessitados ali presentes.

Supliquei intimamente:
— Meu Deus, tenha misericórdia de nós!
Se eu jamais fui inspirado, meu Jesus, hoje, por caridade para com eles, inspire-me.
Eu afirmo que, a partir de hoje, irei mudar para melhor, procederei bem, para o Senhor me inspirar sempre, sem eu o pedir.
— Comecei a orar.

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