LUZ ESPÍRITA
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JONAS C. e os jovens / M. B. Tamassia

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 19, 2019 10:08 am

— Essa questão de colher o que se semeou e resgatar o que devemos, tem algo a ver com o que os hinduístas chamam pelo nome de carma? — ainda indagou Dr. Roberto Vaz, competente e dedicado jovem médico.
— Tem, sim. Nós carregamos connosco nossos débitos e créditos na própria vida.
Somos uma contabilidade de “deve” e “haver” ambulante.
A Lei Maior objectiva obrigar-nos chegar até Deus.
Quando prejudicamos essa Lei Maior tomamo-nos devedores; quando cooperamos, somos credores.
No fundo, trata-se de crescimento obrigatório.
É por isso que o povo diz que quem dá ao pobre empresta a Deus.
Quer isto dizer que, quando amamos, estamos recebendo de volta sobre nós mesmos, conforme a lei da acção e reacção, o bem que nos torna mais leves.
Outro tanto se diga da crueldade que volta sobre nós mesmos e nos provoca distorções em nossa estrutura espiritual.
— Então existiriam enfermidades de origem cármica, que podem infelicitar um homem a existência toda? — voltou a indagar Dr. Roberto Vaz.
— Eu mesmo conheci um menino que nasceu com o fígado hipertrofiado, sem que a medicina conseguisse explicar aquele facto, pois o seu estado orgânico geral era de alcoólatra inveterado, quando nunca tinha botado um cálice de bebida nos lábios.
Em circunstâncias especiais, um médium revelou que o garoto tinha sido realmente um estroina, em vida pregressa, malbaratando a sua saúde em orgias e pileques.
Um outro, meu conhecido também, ficou de repente cego dos dois olhos, em plena juventude, sem que a medicina conseguisse coisa alguma.
Através de sonhos persistentes, ele viu-se a si mesmo furando os olhos de todos os habitantes de uma aldeia, numa missão guerreira antiga, como ajudante de ordens de Gengis Khan, que realmente usava fazer isto.
Nos trabalhos realizados por Dr. Ian Stevenson, neurologista insigne, encontramos aquele caso do menino Wijeratne, nascido no Ceilão, em 1947, defeituoso no braço direito e que, com apenas dois anos, dizia:
“Eu sou assim defeituoso porque assassinei minha esposa...
As pesquisas feitas confirmaram que ele em vida anterior havia realmente cometido tal crime infamante, de acordo com os mínimos detalhes, que fornecera através dos seus lábios infantis!
— Nesse caso, então, não adiantaria tentar-se a cura de um enfermo assim? — prosseguiu perguntando o médico.
Jonas C. sorriu, reflectiu um pouco e respondeu:
— Se estivermos passando à margem de um rio e virmos um cidadão se afogando, tratamos de salvá-lo, sem fazer pergunta se é bom, ruim, burro, inteligente, branco, preto e muito menos se tem dívida de outra existência.
Ademais, assim como temos débito carmicamente, podemos adquirir créditos nesta vida, agora, amanhã e em qualquer lugar, quando nos ofereça oportunidade de praticar o bem ou reagir e, consequentemente, a dívida se amortiza e a enfermidade cármica desaparece misteriosamente.
Às vezes, não misteriosamente, mas através do bisturi ou do remédio, bem intuído e até mesmo através de um copo de água fluida.
Existem também as intercessões ...
— Como intercessões? — disse Dr. Roberto Vaz.
— André Luiz relata o caso de uma senhora idosa que estava moribunda.
De repente, para estranheza da ciência, voltou a viver e a gozar saúde.
Pesquisando-se no mundo espiritual, apuraram que uma menina desamparada que ela criava, cuja sorte dependia exclusivamente da velha, havia orado com tanto fervor que, lá do mais Alto, forças se movimentaram, restaurando-lhe o organismo e fazendo-a reviver.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 19, 2019 10:09 am

Interessante que nem mesmo os espíritos guias, que estavam lhe aguardando a morte, para fazer o desligamento, sabiam o que se estava passando, nos altíssimos planos espirituais.1
— Então, nem todos os espíritos são capazes de dizer se uma pessoa tem cura ou não, se vai morrer ou não? — perguntou a mãe do Dr. Roberto Vaz, D. Alzira, cuja virtude se constituía em dádiva celeste para todos os seus parentes, amigos e, principalmente, para os pobres do lugar.
Novo sorriso de Jonas C. que se chegou comovido até Alzira, a quem amava muito pois a via sempre visitando doentes, atendendo os aflitos e conseguindo, com a força da sua fé, confortar e curar muitos desenganados.
Então respondeu:
— Minha doce e querida Alzira; você tem vivido muito junto dos que choram sem esperança.
E você não ignora como nosso Pai é o único que pode saber acerca da hora da cura, da solução ou do alívio.
Tantos os vivos, como os mortos, podem presumir que seja assim ou assado, mas existe uma imensa faixa para o Amor e este cobre a multidão dos pecados e preenche as faltas cometidas pelas nossas fraquezas.
A Esperança não pode se apagar, com a sua luz verde, em nenhum coração.
Nunca nos é dado saber o momento em que a Providência interferirá e libertará o ser da escuridão, da angústia e da dor.

PERGUNTAS E RESPOSTAS
Quem vem a ser o espírito?
— Não devemos confundir o Espírito, no sentido de essência, que penetra e de que provém todo o Universo, com um “espírito”, no sentido de alma de uma pessoa viva ou falecida.
O “espírito-alma”, pessoal, de que é povoado o Além, não é Espírito puro, mas sim, representa o Espírito-Essência em nível ainda bem baixo, revestido de um corpo, a que chamam de corpo espiritual ou perispiritual.
Não é fácil ao aluno compreender isto, mas vamos tentar uma comparação:
A água é um corpo líquido que ocupa 3/4 partes do nosso planeta.
Se tomamo-la e misturamos com uma essência e colocamos, numa garrafa, chamamo-la “guaraná” e eis um refrigerante gostoso.
Se tomamos, porém, a mesma água e fermentamos com cevada, chamamo-la “cerveja” e ela é uma bebida alcoólica amargosa.
Assim, ocorre com o Espírito-Essência que, em se tomando um indivíduo-espiritual, chama-se André. Luiz, Maria Dolores, Cornélio Pires ou Pai João, cada um com o seu carácter.
Como entendermos o perispírito?
— O espírito-alma, como vimos na pergunta supra, não é uma fumacinha, mas o próprio ser pessoal em corpo espiritual.
As linhas polarizadas desse corpo chamamos pelo nome de perispírito.
A palavra foi inventada por Allan Kardec, acerca do que diz:
“Assim como o germe de um fruto é envolvido pelo perisperma, da mesma forma o Espírito propriamente dito está revestido de um envoltório que, por comparação, pode-se chamar perispírito”.
O Dr. Gustavo Geley, fundador do Instituto Metapsíquico Internacional, esclarece-nos o que vem a ser o perispírito, com palavras bem claras:
“O perispírito constitui-se no princípio intermediário entre a matéria e o espírito, o meio de união entre a alma e o corpo, a condição necessária para as relações entre o moral e o físico.
É composto da quintessência dos elementos combinados das encarnações anteriores.
Evoluciona e progride com a alma e é tanto mais “subtil” e menos “material”, quanto mais elevado e perfeito for o indivíduo.
O perispírito assegura a conservação da individualidade, fixa os progressos já realizados e sintetiza o estado de adiantamento do ser”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 19, 2019 10:09 am

O perispírito tem importância na embriogénese, ou seja, na formação do ser humano?
— Sim, pois, aproximando-se, na reencarnação, do nosso espaço físico, “traz como consequência fulcros biomagnéticos — como prelecciona o prof. Hernâni Guimarães Andrade.
As substâncias sensíveis ao biomagnetismo tenderão a organizar-se, assumindo as configurações delineadas pelo perispírito”.
Poderíamos utilizar um exemplo muito comum de que se socorrem os professores:
Se colocarmos um imã em baixo de uma folha de papel cheia de limalhas, eis que as limalhas rapidamente serão comandadas e dirigidas pelas linhas magnéticas do imã e formarão um desenho submisso àquelas forças “ocultas”.
É assim, também, que operada a fecundação, processado o ligamento espírito-zigoto, o perispírito, tal qual o imã, passa a comandar os processos embriogénicos até a formação do homem.
Poderíamos dizer que o perispírito é o Modelo Organizador Biológico do ser humano.
No entanto, como no exemplo do guaraná e da cerveja, não podemos deixar de reconhecer, no homem, a convergência de inúmeros factores, entre os quais os genéticos, os de meio-ambiente, culturais, etc.
Qual outra importância do perispírito?
— Ao menos filosoficamente falando, seria difícil o Espírito-Puro tocar ou mover a matéria, alterando-a.
Essa ligação entre o Espírito-Puro e a Matéria é feita através do perispírito.
É uma espécie de mediador plástico.
Podem existir universos paralelos?
— Jonas C. sugere que as leis que conhecemos, como as electromagnéticas, as de gravitação, etc. se referem ao universo físico, mas que, além deste universo físico em que vivemos, existem outros inumeráveis universos, onde as leis são outras.
O Mundo dos Espíritos, a que se refere Allan Kardec, onde habitam as almas, logo depois que deixam a Terra, segundo descrições pormenorizadas de André Luiz, em “Nosso Lar”, funciona, naturalmente, noutro tipo de estrutura, debaixo de outras leis, daí que nos custe entender aquilo que se passa ali.
Ora, actualmente, os cientistas, descobrindo inúmeras partículas dentro do átomo, principalmente o méson K, verificaram que este se comporta de forma extravagante e que, para justificar isto, era forçoso que se aceitasse a ideia de que existem universos paralelos ao nosso, os quais evidentemente não vemos.
Tais experiências que começaram em Princeton, no fim de 1964, com Christenson.
0 W. Cronin, V. L. Fitch. R. Turlay, tem prosseguido.
Paulo Dirac, o papa da Física contemporânea, teria dito:
“O mundo que observamos não é senão uma minúscula película na superfície da verdadeira realidade”.
Eis um grande passo para que a Ciência aceite o Mundo invisível dos espíritos, onde a vida pulula e o pensamento é mais vivo do que no nosso pois é um universo mais subtil.
Todavia, esse Mundo dos Espíritos ainda tem atomicidade.
Conforme se purifique, se eleve e evolua, atinge incrível imponderabilidade, tornando-se um Mundo Psi, quase que puro.
Os factos espíritas, como os de “poltergeist”, os de materialização, de incorporação, psicografia, bem como os mais simples ditos paranormais, de que cuida a Parapsicologia, não se constituem em factos "sobrenaturais”, bem como não teria sido milagre Moisés fazer brotar água com a sua varinha, mas simplesmente, a produção do fenómeno em nível mais elevado do que o material.
O Espiritismo, pois, é a Religião aberta para compreender todas as soberbas consecuções da Ciência, mormente do futuro2.
2 (*) Sugerimos que o jovem aluno leia este trecho muitas vezes, se detenha no seu importante significado e, se necessário, solicite maiores esclarecimentos de espíritas credenciados, habituando a sua mente a interrelacionar a ciência da matéria com a. ciência do Espirito ou Espiritismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 19, 2019 10:10 am

Capítulo XII - UMA SESSÃO ESPIRITA
Voltávamos à beira-mar, tal qual no início destas notas.
Só que, agora, a praia, embora em Caraguatatuba, era outra e chamava-se Prainha das Palmeiras.
A casa não era mais uma mansão, mas residência ampla, bem arejada mas simples, como as casas comuns de veraneio.
Lugar mais retirado, havia a vantagem de se viver em maior intimidade com o mar.
Jonas C. era parente de dona Teresinha, proprietária da casa, anfitriã tema e bondosa.
O mestre, longe dos que- fazeres e das obrigações rotineiras, se integrava completamente em nossa aventura praieira.
O mar era manso e raso, espraiando-se em enseadas pequenas e delicadas até tomar-se uma bacia, onde podia reflectir a velha São Sebastião, com os seus sobradões pintados de azulão colonial cheios de reminiscências.
Lançar picaré, catar berbigões, andar de barco, pescar corvinas, fazer, serestas até tarde, promover bailinhos na garagem do Tio Elia e até mesmo, encenar peças teatrais, que se transformavam em paródias provocadoras de muito riso.
A avó Hermínia, mãe de Teresinha, era incansável e colocava todos no eixo.
Como tivesse ali muitos netinhos, aproveitava a oportunidade para curá-los.
Colocava-os em fila e lhes dava o clássico purgante ou lombrigueiro.
Não se esquecia, depois, de dar fortificante para um e o ferro para outro.
Andava sempre com um livro “Bebe, para curar-te” de C. Kozel, muito antigo, onde havia indicação de ervas medicinais para tudo e para todos.
Evidente que os adultos não escapassem ao chá de pariparoba ou infusão de jurubeba.
No entanto, Cuquinha não estava bem.
A avó Hermínia não conseguia despertar o seu apetite e emagrecia a olhos vistos.
Teresinha estava cansada de levá-lo ao médico.
Às vezes, sem razão, tinha uma febrinha enjoada.
— Deixe, mãe — disse Teresinha.
Amanhã podemos levá-lo a tomar passes no Centro do “Seu” Ramos.
— Onde fica?
— Perto de São Sebastião.
E um distinto senhor aposentado, que possuía um estabelecimento fotográfico, em Campinas.
A esposa é professora.
Deixaram a vida de correria, passaram o Centro que mantinham lá; para outros irmãos, muito capazes e bondosos e se retiraram para o litoral.
Compraram uma casa e, ao lado, levantaram galpões.
Num lado construíram um salão e do outro saletas para passes.
Sabe, mãe, é uma maravilha!
— Custa a gente acreditar que exista, hoje, gente assim... — interferiu o Paulo Fomasaro que, sendo um homem calejado da vida, custava crer em tais altruísmos.
— Mas existe — afirmou, enfática, Teresinha.
No dia seguinte, no fusquinha de Jonas C., espremidos como sardinhas em lata, rumamos para o Centro do “Seu” Ramos.
O edifício era modesto, desataviado, mas acolhedor.
Notava-se, porém, que a construção tinha-se encompridado várias vezes.
— Geralmente estas organizações espíritas nascem do amor.
Raramente se encontram nelas homens muito ricos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 19, 2019 10:10 am

Erguem uma parede aqui, puxam um telhado acolá.
E a clientela de necessitados vai aumentando.
Conforme aumenta, surgem as soluções de emergência.
Fiquei olhando bem e imaginando se, no futuro, algum historiador conseguiria fixar perfeitamente tais detalhes.
Não sei porque me veio à mente a “Esquina de Pedra” de Wallace Leal V. Rodrigues e a maneira singela das reuniões que se faziam sob a orientação do venerável Adastro, em Sebastes.
Tais igrejas eram Casas do Caminho e, ali, a oração, a comunicação dos espíritos, a leitura do Evangelho se misturavam com o recolhimento de doentes mentais, paralíticos, feridentos, famintos e perseguidos da justiça.
Ah! essa palavra Casa do Caminho!
Por que os cristãos que vieram, depois, a abandonaram, instalando-se nos monumentais templos que antes eram dedicados aos deuses pagãos, como o importante templo romano consagrado a Júpiter que serviu para a Igreja Ara Coeli, sob a invocação da Virgem Maria?
Tais historiadores, daqui a três séculos, teriam de trabalhar com a intuição, a imaginação ou regressão de memória, à maneira de Wallace.
E isto porque os cronistas coevos não são capazes de observar os pequenos feitos de valor, que se tornarão gigantescos ou alterarão as nações do futuro.
Para historiadores insignes, os cristãos primitivos não passavam de gente de categoria vil e supersticiosa!
Assim, também, aquela casa, no caminho de São Sebastião, do casal Ramos com uma plaquinha insignificante “Centro Espírita Casa do Caminho”, fazia torcer o nariz dos turistas, julgando sei lá o quê.
— E eles não cobram nada por toda essa trabalheira? - perguntou Carol.
— Nem um tostão — redarguiu Teresinha.
O Espiritismo no Brasil, profundamente cristão, inspirando-se sempre e sempre no Evangelho, não admite remuneração, pois a caridade é o seu lema.
Os médiuns recebem de graça o dom de curar, elucidar e distribuem esse dom, gratuitamente.
Existem médiuns, no Brasil, que atendem por dia quase uma centena de pessoas e as orientam.
Às vezes, moram numa casa de tábua muito singela, sem mesmo dinheiro para comprar alimentos, roupa para a família ou para educar os filhos.
Debaixo das suas mãos calosas, passam milionários, damas da mais alta sociedade, industriais e não pedem um real.
— Não estou de acordo com isto — ponderou Carol.
Todo trabalho deve ser remunerado e isto não é desonestidade.
— Estamos de acordo com seus argumentos.
No entanto, a experiência nos ensina que a mediunidade exercida em termos de profissão e com objectivos financeiros logo se perverte.
O médium se corrompe.
Em breve, diz o que não ouviu, receita o que não deve, recebe espíritos que nunca ali estiveram.
Torna-se tudo uma farsa.
O dinheiro acaba dominando os sentimentos puros.
E, caindo de vibração superior, para a interesseira, os espíritos de luz acabam não encontrando campo para darem o seu trabalho.
Afastam-se de tal médium e só lhes resta esperar a queda, na esperança de que, depois dela, voltem a buscar o caminho verdadeiro.
Entre que Teresinha explicava isto à sua irmã Carol, já tínhamos entrado no Centro.
A sala não era grande.
Havia uma série de bancos e, depois do banco, uma mesa e, ao lado, uma senhora orientava.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 20, 2019 9:47 am

E ela nos disse:
— Não tomem lugar ainda.
Vocês têm de entrar na fila e tomar um passe de limpeza, para depois assistirem aos trabalhos.
— Mas não há passes de cura?
— Sim. Mas a senhora tem de sair e entrar pela porta à direita, onde se encontra D. Lourdes, médium que dá passes de cura.
Como o que mais interessava à avó Hermínia era o Cuquinha, ela tomou a direcção indicada, indo dar numa sala de espera, seguida de uma saleta de passes.
Esta saleta estava iluminada só por luzinhas azuis.
Uma senhora, que acredito fosse a médium D. Lourdes, morena e de cabelos lisos, estava em transe inconsciente.
Vovó Hermínia colocou o garotinho na cadeira e o espírito, psicofonicamente, falou:
— Como vai nosso irmãozinho?
Tão magrinho... Tão caidinho... Coitadinho...
Vovó Hermínia respondeu pelo neto:
— Este garoto cada vez está mais magro.
Não dorme direito e é nervoso feito uma pilha.
Cada vez mais fraco, não pára em pé.
E não há quem o faça comer...
Estamos desesperados.
— Muita sensibilidade! Muita mesmo.
Ele teve problemas de bichinho, mas foi curado.
O organismo se ressentiu de remédios fortes, destes... como se chama... sim, sim... biótica, antibiótica...
Depois, a entidade espiritual, cujo nome descobrimos ser Ingrid, de origem alemã, passou a mão pelo rostinho de Cuquinha e disse:
— Judiação...
Tão judiando de você, não é Cuquinha?
Meimei está aqui... e ela não gosta gente judia de criança.
Em seguida, deu um passe bem demorado no Cuquinha.
Terminando, virou-se para vovó Hermínia e disse:
— Este menino tem muita sensibilidade.
Precisa tomar passe toda semana.
Não devem gritar com ele, nem largar com pessoas nervosas e desequilibradas...
Ele pega tudo, como carrocinha de lixo.
Aproximou-se uma senhora loura, chamada Ema, e trouxe um copo plástico com água e o espírito de Ingrid, através da médium, fluiu-a, passando as mãos por cima do recipiente, como se tivesse depositando nele alguma coisa.
Jonas C., que nos acompanhava, explicou, em voz baixa, que a água é o elemento mais prodigioso da natureza e que capta e conduz fluidos ou cargas vibratórias, negativas ou positivas, boas ou más.
Mas, não houve tempo para Jonas C. continuar cochichando, pois que o espírito de Ingrid observou:
— Esta água fluida não é para todo mundo, mas só parra Cuquinha.
Ele vai ficar forte...
Vai jogar bola... dar caneladas...
Não vem, não, aqui dar caneladas em Ingrid.
Cuquinha, nome assombraçonzinha... mas assombraçonzinha bonzinha, como fantasma Gasparzinho.
Dali, passamos para o salão grande, onde nos sentamos.
Em torno de uma mesa, com uma toalha impecavelmente branca, com livros esparramados, sentaram-se médiuns e dirigentes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 20, 2019 9:48 am

À cabeceira, sentou-se um cidadão de compleição robusta e simpático, que devia ser o “Seu” Ramos, que ocupava, assim, a função de “Presidente dos trabalhos”, que corresponderia a um director.
Jonas C., em tom de voz quase imperceptível, disse- nos que íamos assistir àquilo conhecido pelo nome de “sessão espírita”.
Era uma reunião de intercâmbio espiritual de muita originalidade, ponto de encontro entre os vivos e os chamados mortos, para o bem de ambos.
O “Presidente” distribuiu livros espíritas para vários integrantes da mesa, ao tempo que pronunciou uma bela prece de abertura dos trabalhos, pedindo o amparo de Deus.
Uma senhora de tez clara e cabelos alourados, Helena Froes, leu um trecho do Evangelho, levantando-se um jovem senhor, Joel Novaes, de agradável semblante, que comentou o versículo, com raríssima felicidade, num lapso de 10 minutos.
Um cidadão leu e comentou o “Livro dos Espíritos” e um rapaz, poeta, César Luiz declamou, com fundo musical do “Adagio de Albinoni” a poesia de Maria Dolores “Deus conta Contigo”; psicografada por Francisco C. Xavier e constante da obra mediúnica “Poetas Redivivos”:

Deus conta contigo
Maria Dolores

Ouço-te, às vezes, coração amigo,
Em tomo ao bem, numa questão qualquer:
— “Farei... Conseguirei...
Conta comigo...
Se Deus quiser, se Deus quiser...”
Mas não te alteres, a pretexto disso.
De segundo a segundo, a estrada a estrada,
A Vontade de Deus é revelada
Em bondade e serviço.
Fita os quadros da gleba, campo afora;
Tudo o que existe, vibra, luta e sente,
Serve constantemente
Dia-a-dia, hora a hora!...
De alvorada a alvorada, o Sol fecundo,
Sem aguardar requerimento,
Garante sem cessar o equilíbrio do mundo
De seu carro de luz no firmamento.
A fonte, a deslizar, singela e boa,
Passa fazendo o bem,
Dessedenta, consola, alivia, abençoa
Sem perguntar a quem...
Sem recorrer a humanos estatutos,
Nem a filosofias enganosas,
A laranjeira estende os próprios frutos,
A roseira dá rosas...
O lírio não se ofende, nem reclama:
Sobre a terra onde alguém lhe deitou a raiz,
Seja em vaso de estufa ou num trato de lama,
Desabrocha feliz.
Assim no mundo, coração amigo,
Faz o bem onde for, seja a quem for;
Em toda parte, Deus conta contigo
Na tarefa do amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 20, 2019 9:49 am

Acto contínuo, apagaram-se as luzes altas, restando uma iluminação atenuada, com focos azulados.
O “Seu” Ramos levantou-se e pediu que todos os presentes se abstivessem de pensamentos com os problemas pessoais.
Que esvaziassem o ego e enchessem-no de imagens elevadas, buscando o mais Alto.
Ainda, com fundo musical, o ambiente parecia penetrado por correntes espirituais delicadíssimas.
Então, ele solicitou que irradiássemos eflúvios para todos os que sofrem, dedicando especialmente a determinada instituição ou pessoa que se encontrava, gravemente enferma, no hospital.
Mais dez minutos deste tipo de amor irradiado e os médiuns, em número de três apenas, começaram a “receber”.
Primeiramente, falou Branca, directora espiritual dos trabalhos, que tinha estilo professoral e um português aprimoradíssimo, através da médium Sílvia Paschoal.
Manifestou-se Tadeu, em tom explicativo, através de uma jovem senhora, Vera.
Uma senhora loira, em seguida, recebeu o espírito de um mentor hindu, que se expandiu em eloquente mensagem universalista e verdadeiramente cósmica.
Outras entidades espirituais manifestaram-se, uma relatando a sua passagem na terra, para que tivéssemos um exemplo do que devemos ou não fazer na nossa existência e outras, como Josefa, Justino, irmão João, demonstravam amizade bastante humana pelos presentes, cavaqueando com os mesmos.
A sessão, todavia, ainda não havia terminado.
Às tantas um vidente observou:
— Nesta sala, estou vendo uma senhora alta, cabelos puxados para trás, formando um coque à moda antiga.
Ela chega-se atrás daquele senhor moreno que está na última fila...
Abraça-o e beija-o...
Mas... não consigo entender o nome...
Ah! diz ser sua esposa,
Do fundo da sala, quebrando o silêncio, brotou uma voz grave e comovida:
— “Sim, é minha querida Zilda.
Faleceu faz três anos e, desde então, nunca mais tive ânimo para viver, até que me foi dado ler o livro “Temas do Amor Imortal” de M. B. Tamassia e passei a compreender que minha querida esposa vive, no Além, e que, um dia, nos reuniremos.
E o cidadão agradecia e chorava de emoção.
Logo mais, o presidente encerrou os trabalhos, não tendo tudo isto durado mais do que uma hora e meia.
Lá fora, em copinhos plásticos, serviram-nos água fluida.
A experiência, para mim, tinha sido valiosa.
Além de tanta coisa boa, era uma prática religiosa consoladora, pois que eu vira, ali, ser enxugado o pranto de um homem que perdera a esposa.
Assim, acontecia com os pais que haviam perdido os filhos.
Eu estava tocado por indizível sensação de que um imenso cenário se abria, além daquelas humildes paredes mal caiadas de branco.
Ao sair lá fora, ouvia o mar marulhando ao longe.
As luzes tremeluziam nas faldas da Ilha Bela.
O céu estava pontilhado de focos luminosos e estes eram mundos suspensos.
Jonas C. parecia entregue aos seus profundos cismares mas, como que sentindo o mesmo que eu, observou:
• — Toda esta grandeza tão bela e apaziguante é obra do Pai.
Ele se deu inteiramente, por amor, e nós estamos mergulhados nesse plasma divino, como pintinhos recém- formados da gema e da clara do ovo.
Nossa infantilidade, desgraçadamente, nos impede de ver e de voar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 20, 2019 9:50 am

BIBLIOGRAFIA PARCIAL CORRELACIONADA AOS TEMAS
Enigmas da Psicometria — Ernesto Bozzano — Feb.
Parapsicologia e scienza esatta a confronto — Armenia Editore.
Handbook of Psi Discoveries — S. Ostrander e L. Schroeder — Ed. Putnam.'
Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro, S. Ostrander e L. Schroeder — Cultrix.
Dimensioni Sconosciute — Massimo Inardi — Sugarco Se Edizione.
Noções Elementares de Parapsicologia — M. B. Tamassia — Ed. particular.
Reencarnação — Edward Wriothesley Russel — Artenova.
A Origem da Vida — A. Oparin — Editora Escriba.
O Significado da Evolução — George Gaylord Simpson — Livraria Pioneira.
A Terra — Nosso Planeta — Scientific American — Ibrasa.
O Fenómeno Humano — Teilhard de Chardin — Editora Herder.
El Porvenir del Hombre — Teilhard de Chardin — Taurus — Madrid.
O Futuro do Espírito — Lecomte Du Nouy.
A Caminho da Luz — Emmanuel — Psic. F. C. Xavier — Feb.
Evolução em Dois Mundos — André Luiz — Psic. F. C. Xavier — Feb.
Parapsicologia Hoje e Amanhã — J. Herculano Pires — Edicel.
A Parapsicologia e os Discos Voadores — A. Moacyr Uchoa — Ed. particular.
Mergulho no Hiperespaço — A. Moacyr Uchoa — Edição particular.
20 Casos Sugestivos de Reencamação — Ian Stevenson — Difusora Cultural.
Reencarnação — Gabriel Delanne — Editora Feb.
Evolução Anímica — Idem.
Jacira - Ronaldo — Monografia n.° 3 — IBPP — Hernâni Guimarães Andrade.
O que é regressão de memória — Maria Lídia Gomes de Matos — Apud Planeta — Agosto 1977.
Pierino Gamba — Isidoro Duarte Santos — Estudos Psíquicos, Edit. Port.
O problema do Ser, do Destino e da Dor — Leon Denis — Feb.
Reincarnation, based on facts — Dr. Karl E. Muller — Psychic Press Ltd.
No Limiar da Sobrevivência — Hamilton Prado — Editora Saraiva.
Life after Life — Raymond A. Moody Jr. M. D. A. Bantam Book.
Di Ritomo DalTAldillá — Jean Baptiste Delacour — Armenia Editore.
Thirty Years Among The Dead — Carl A. Wickland, M. D. Spiritualist Press.
Memórias, Sonhos e Reflexões — C. J. Jung — Editora Nova Fronteira.
A Crise da Morte — Ernesto Bozzano — Feb.
Teoria Corpuscular; do Espírito — Hernâni Guimarães Andrade — Ed. particular.
Novos Rumos da Experimentação Espirítica — Idem.
Resumo da Doutrina Espírita — Gustavo Geley — Lake.
Encyclopedia of Psychic Science — Nandor Fedor — University Books.
Projeção do Corpo Astral — Sylvan J. Muldoon e Hereward Car- rigton — Editora Pensamento.
Os Mortos acordam os Vivos — M. B. Tamassia — Círculo de Claus — Campinas.
Fenômenos de Transporte e Espaços Polidimensionais — Carlos Alberto Tinoco — Apud. Folha Espírita — Novembro 1977.
Katie King — Wallace Leal V. Rodrigues — Editora O Clarim.
Materialização de Espírito — Paul Gibier e Ernesto Bozzano — . Echo.
Fatos Espíritas — William Crookes — Feb.
As Mesas Girantes e o Espiritismo — Zêus Wantuil — Feb.
Provas Científicas da Sobrevivência — J. K. Friedrich Zollner e outros — Editora Edicel.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 20, 2019 9:50 am

No País das Sombras — E. D'Esperance — Feb.
Materializações Luminosas — R. A. Ranieri — Echo.
Forças Libertadoras — R. A. Ranieri — Echo.
O Trabalho dos Mortos — Nogueira de Faria — Feb.
O Espiritismo à Luz dos Fatos — Carlos Imbassahy — Feb. Parapsicologia — Segredos dos Russos — Martin Ebon — Ar- tenova.
Dinâmica Espiritual da Evolução — Jorge Andréa — Editora Caminho da Libertação.
When your animal dies — Sylvia Barbanell — Spiritualist Press. Is the Kirlian aura a life force... ? Rudolph P. Guzik — Impact
— Vol. XXIV — 1974.
Espiritismo e Cristianismo — Leon Denis — Feb.
Esquina de Pedra — Wallace Leal V. Rodrigues — Editora O Clarim.
Paulo e Estêvão — Emmanuel — Psic. F. C. Xavier — Feb.
Vida e Acto dos Apóstolos — Cairbar Schutel — Editora O Clarim.
O Cristianismo do Cristo e o dos seus vigários — Padre Alta — Feb.
Primícias do Reino — Amélia Rodrigues — Psicografado por Divaldo Franco — Sabedoria — Editora Ltda.
Em Busca da Matéria Psi — Prof. Henrique Rodrigues e M. B. Tamassia — Editora O Clarim.
Os Universos Paralelos — Jerôme Cardan — Apud. Planeta n.° 4. Luz Coagulada — Artigo de Hernâni Guimarães Andrade — Apud
— “Folha Espírita em Revista” — 1977.
OBRAS BÁSICAS — Livro dos Espíritos — Livro dos Médiuns — Génese — Céu e Inferno — Obras Póstumas, Evangelho Segundo o Espiritismo — de Allan Kardec.

Endereço do Autor:
M. B. Tamassia ou
Mário B. Tamassia — Av. José de Souza Campos, 116 Campinas -r SP — CEP 13.100

§.§.§- Ave sem Ninho
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