LUZ ESPÍRITA
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CINQUENTA MISSIVAS - MARIA NUNES/João Nunes Maia

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CINQUENTA MISSIVAS - MARIA NUNES/João Nunes Maia - Página 3 Empty Re: CINQUENTA MISSIVAS - MARIA NUNES/João Nunes Maia

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:02 am

Carta aos Professores
Sois mestres e não sabeis disso?
É necessário amar, para ensinar.
A natureza é a nossa melhor mestra; sem ela, onde poderíamos beber a água da sabedoria?
É nas coisas simples da vida que aprendemos o mecanismo mais difícil, que é o de viver bem.
Um professor, bastante irritado com alguns alunos, ao término das aulas, começou a passear pelos jardins, olhando as coisas com determinado interesse, esperando desanuviar sua mente da depressão nervosa.
Um vento brando brincava com algumas folhas no chão, as árvores, com seus variados galhos, pareciam braços balançando para os que passavam, dizendo adeus.
O homem carrancudo começou a desembaraçar suas feições, em contacto directo com a natureza.
Para coroar seu contentamento, afastando seu pensamento da opressão nervosa que antes tivera, apareceu de repente uma galinha com mais de uma dúzia de pintainhos, coco rocando na frente como bússola para os recém-nascidos, como só acontece com as mães e mestres, que sempre amparam os filhos e os alunos.
Espantado, não restou ao professor outro recurso a não ser meditar naquele quadro que a natureza se propunha a lhe mostrar: a ave, de asas abertas e com algo no bico, anunciando a alimentação para todos os filhinhos e eles, cercando-a, esperando a decisão da mãe.
Essa, com cuidado inerente às mães, tritura o achado, doando a cada um o bocado correspondente.
Todos se alimentavam e uns entravam por baixo das suas grandes asas e outros subiam por cima dela, na maior algazarra, traduzindo a alegria de serem beneficiados pela mãe.
A galinha sacudia as penas com zelo, fazia descerem os que estavam por cima do seu corpo, agachava-se e acolhia a todos no seu calor materno, sem distinção.
O professor, ao ver aquele quadro, entendeu a lição no silêncio da alma; voltou contente para os alunos, sorrindo, reuniu-os no pátio e começou a repartir balas, iniciando pelos mais travessos.
Uma aluna, conhecedora da distonia entre o professor e aqueles colegas que estavam sendo beneficiados em primeiro lugar pelos caramelos, reclamou, nestes termos:
— Eis que nós outros, professor, somos acomodados, de procedimento exemplar, e o senhor cuida primeiro dos travessos?
Então o mestre, alegre e paciente, passou a narrar para todos a linda história evangélica do filho pródigo.
Meus irmãos, compete-nos anotar, no decorrer da vida, todos os casos que possam nos oferecer lições com propensões para o bem, histórias que nos incentivam à conquista do amor, e diálogos correspondentes aos anseios de todas as criaturas de encontrar a felicidade.
Uma das mais grandiosas tarefas no mundo físico, ficai sabendo, é o magistério.
Ensinar, além de ser a chave do progresso, expressa no meio humano a misericórdia divina, sendo que as tendências das instruções se afinizam, na sua infra-estrutura, com os preceitos evangélicos.
Encontramos na escola da natureza advertências inúmeras para os que têm a missão de ensinar, referente à disciplina própria, ao amor para com os semelhantes e à esperança para com seus tutelados.
Professores de todas as universidades, procurai, em primeira mão, a compreensão, porque aí, certamente, sereis compreendidos.
Sois pais, no lugar dos verdadeiros pais e, até certo ponto, compreendeis melhor os filhos rebeldes e o melhor modo de educá-los.
O verdadeiro professor é sócio do Cristo, a despertar corações para a luz, alimentando a chama divina em todas as almas, ensinando que o saber promana de Deus e que o amor é o alimento das almas.
O mestre nunca deve se irritar com seus alunos.
Se eles cometem faltas, necessário se faz buscar, na índole psicológica dos transviados da disciplina, as causas, redobrando cuidados para que o bem que existe nos corações deles não se atrofie, mas cresça, de modo a sufocar o ódio, a falta de atenção, e a disposição subversiva em suas mentes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:02 am

O professor, se assim podemos dizer, é um jardineiro espiritual que sempre poda os galhos das árvores na garantia do seu embelezamento no jardim da vida.
No entanto, para disciplinar, antes tem de aprender.
Cultivai com mansidão as plantinhas, no florescer da vida.
Se fordes tomados pela rebeldia, por encontrar somente espinhos onde vos esforçais para semear o bem, ainda não estais preparados para serdes mestres.
As leis nos advertem que no amanhã o professor pode voltar a ser aluno, pela reencarnação, e então o que plantastes, isso colhereis, pois ser-vos-á dado aquilo que mereceis nos caminhos por onde percorrerdes.
Procurai compreender vossos irmãos menores, que alguém maior do que vós está, igualmente, vos tolerando, esperando e ensinando-vos coisas que ainda não sabeis.
A vida em ascensão é uma escada que todos nós temos de subir e subir eternamente, porque somente Deus está no fim, onde sempre esteve.
Lembremo-nos que todos somos alunos, na extensão infinita da criação, e se ensinamos alguma coisa a alguém, aprendemos igualmente.
Se um catedrático pode equacionar intrincados problemas no quadro negro para seus alunos, em muitos casos aprende a acolher com carinho a todos, sem distinção, como uma galinha acolhe os seus pintainhos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:02 am

Carta aos Turistas
Podendo, é bom distrair em viagens, sem exagerar; ficar livre de um peso, adquirindo outro, não é vantagem.
É fácil compreender o motivo pelo qual o espirito anseia movimentar-se.
A inquietação do ser humano é derivada de uma necessidade intrínseca de troca de energias que, em muitos casos, escapa ao entendimento de muitas pessoas.
O turismo nasceu por intuição, como uma terapia para aliviar os cansados, confortar os oprimidos e alegrar os tristes, mas nem todos estão em condições de desfrutar desse conforto psico-físico-espiritual.
Embora em modalidades menores, poderemos chamar de turismo o passeio aos domingos e feriados, nos parques, nos clubes e mesmo nas ruas, quando em função de descanso.
No mundo espiritual existem as excursões colectivas, com fins de aprendizado, quando as almas se regalam, sentindo a alegria das belezas da vida.
O turismo, no fundo, é de essência dinâmica, mas não deve passar dos limites das posses dos excursionistas.
Quando o passeio é longo em demasia, parece que sentimos a consciência nos chamar ao dever, de forma a parecer que estamos sendo vagabundos, e aí vem a inquietação movida pela crítica interna ao abuso do tempo disponível.
O dinheiro, muitas vezes, proporciona aos irmãos que o possuem meios de excursões longas, em países estrangeiros.
Deveis fazê-las, sem esquecer o bom senso, não deixando ultrapassar os limites das posses do ouro e do tempo, de forma que a consciência aprove igualmente.
0 turismo constitui uma escola, onde podereis aprender lições que variam ao infinito: as experiências de outros povos, a oportunidade de mostrar as qualidades de que são dotados vossos corações, métodos de vida mais práticos, comidas típicas excelentes, livros, revistas, jornais e assuntos até então desconhecidos.
Eis que ficais sabendo de um mundo de curiosidades que vos interessam sobremodo, e quando voltardes, os que não foram podem se beneficiar com tudo isso.
Acima de tudo, podeis aprender, com grande interesse, as virtudes afloradas nos povos que visitais, como a gentileza, a sinceridade, a fraternidade, o amor, a alegria, o trabalho e a tolerância.
Todavia, deveis proteger-vos com o equilíbrio, para que o turismo não se transforme em fanatismo na sua vida, alimentador da inércia e corrompedor dos bons costumes, bem como destruidor da coisa sagrada que Deus vos deu, que se chama tempo.
Na vida é imprescindível o discernimento perante as necessidades, o bom senso ao usar os tesouros da vida, de forma que a inteligência possa desfrutar tudo, sem deslizes do coração.
As pessoas de posses baixas não são aconselhadas a fazer excursões longas e distantes; não deveis vos sacrificar em bancos para viajar como os ricos.
Alimentar essa vaidade é ir além dos vossos limites, pelo que sereis rudemente prejudicados.
Fazei o que estiver ao vosso alcance e o resto Deus há-de inteirar; confiai em Jesus, que podereis ser consolados, reconfortados e alegrados, mesmo em pequenas excursões.
Deus é tão bom que existe, no mundo inteiro, a excursão visual pela televisão e pelo cinema, que todos podem desfrutar.
Um grupo de turistas escalava montanhas no Tibete.
O céu parecia mais próximo, o ar tinha uma leveza indescritível.
Os pulmões começavam a se afogar, por lhes faltar o peso da atmosfera, a que já estavam acostumados.
As nuvens eram escassas e não havia ruídos.
Todos estranhavam o silêncio da natureza, ambientados a ensurdecedores barulhos.
Avançando mais além, depararam com uma caverna em que um monge aparecia à porta, sorridente, cumprimentando os turistas cansados, todos de peso avantajado, deformados pela fome e pela falta de conforto, o que causava pena ao místico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:02 am

Da mesma forma os turistas se condoíam da situação do monge, esquelético e afastado dos recursos da civilização.
Todos se confraternizaram, aceitando a acolhida do ermitão.
Os excursionistas, achando que o monge estava desligado do mundo, sem desfrutar as belezas do mesmo, sem conhecer o progresso das nações e as modernas invenções, começaram a narrar sobre o avanço do mundo, enquanto o monge escutava com paciência.
Quando terminaram, achando que haviam praticado uma caridade, e alimentando a certeza de que o monge ia pedir para voltar com eles, com destino ao grande centro civilizado de onde eram oriundos, o homem da caverna pediu licença e começou a discorrer sobre tudo o que eles tinham falado, acrescentando pormenores que eles desconheciam, como o porquê do funcionamento do rádio, os métodos científicos que a televisão usa para mostrar as imagens, o funcionamento dos computadores, etc., falando um inglês clássico que era pouco entendido pelos turistas pouco cultos.
Para concluir, acrescentou:
— Dentro de cada um de nós existe tudo isso que falais, com maiores enriquecimentos, dependendo do modo pelo qual usamos a vida.
Cada espírito, meus filhos, é um mundo onde encontrais de tudo que existe em toda a criação.
Vós estais alegres por andardes em todo o mundo e eu ando por ele, igualmente, sem sair daqui.
Os turistas, impressionados com a sabedoria do homem, resolveram ficar morando também na caverna, ao que o monge aconselhou:
— Não podeis fazer isso!
Deveis voltar para o outro lado da vida durante mais algum tempo, e quando conhecerdes Deus dentro de vós, podeis viver quietos em qualquer parte, excursionando onde quer que seja, porque dessa forma estareis nos céus da consciência pura, fazendo do amor o móvel da verdadeira vida.
Indo a outras nações, fazei questão de dar do melhor que já conquistastes em gentileza, em compreensão e em fraternidade, porque sois cartas do vosso país.
Sede igualmente mensageiros somente do que encontrardes de bom nas outras nações, fechando olhos e ouvidos às corrupções e às extravagâncias.
Respondereis pelo que anunciardes, pois a lei tanto vos defende quanto vos condena, de acordo com o que semeastes.
Sede turistas com Jesus, que sereis recompensados pela paz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:03 am

Carta aos Médiuns
Sois instrumentos do bem ou do mal, dependendo do que desejardes.
O mediunismo existe desde os primórdios da humanidade, donde se conclui que o Espiritismo veio apenas traçar normas seguras para o seu livre exercido, sem consequências más para os medianeiros.
O dom mediúnico, seja ele qual for, é força inerente à alma, desde quando essa se decide a voltar à terra pelo canal sublimado da reencarnação.
Até hoje foge aos pesquisadores mais avançados saber porque uns têm mediunidade avançada e outros não e quais os processos que são empregados para que um ser humano possa ser médium.
Não sabem também o que tem um que o outro não possui, se uns têm os centros glandulares mais sensíveis e quais os processos para activar essas percepções.
Tudo nos leva a concluir que estamos dando os primeiros passos para conhecer a mediunidade.
Os espíritos disseram a Allan Kardec que todas as criaturas são médiuns e na verdade o são, em potencial, pois cada um carrega consigo o germe de todos os dons, a dormitar no Intimo das almas.
Esclarecemos que tratamos aqui da mediunidade espirita, ou o intercâmbio dos homens com os mesmos homens, já no plano espiritual.
Ser médium é ser intermediário, e para tanto poderemos ser intermediários de diversas coisas, como o amor, a caridade, a tolerância, o progresso em todas as suas facetas de avanço sem precedentes, sem, com isso, sermos médiuns dos espíritos.
É por essa razão que falamos de médiuns espíritas, aqueles que têm o dom de transmitir a mensagem espiritual para os que ainda são cegos nesses assuntos do além.
No campo da psicografia, por exemplo, se todos os homens a tivessem em pleno exercício, cada um registava esse dom de maneira diferente no seu labor.
Eis a riqueza de formas em torno da mediunidade ainda obscura entre os que se exercitam no mundo.
Necessário se faz que estudemos com amor, que nos entreguemos com boa vontade à prática da mediunidade, obedecendo ao roteiro traçado por Jesus e enriquecido pelo codificador do Espiritismo, para que ela se expresse com dignidade, suportando a fé e a razão.
Cabe, pois, ao homem, tomar sua decisão quando dotado da força mediúnica e escolher os caminhos que deve e pode trilhar, do bem ou do mal, sempre responsável pelo uso que dela fizer.
Na bifurcação com que se depara o médium espírita, sem saber que roteiro deve ser seguido, aparece, como fenómeno espiritual e promessa do Cristo, o Prof. Denizard Hyppoyte Leon Rivail, para traçar normas, reunir preceitos, analisar fenómenos, senti-los como se fossem problemas seus, testá-los no calor de amplo raciocínio e coração ardente e, acima de tudo, contar com a grande ajuda dos espíritos superiores.
De outra forma, como poderia ofertar aos médiuns de todo o mundo experiências que suportassem a razão, face a face e que não estivessem de encontro ao bom senso?
A experiência na vida mediúnica prova, com efeito, que Allan Kardec tinha razão de sobra ao codificar a Doutrina dos Espíritos.
A mediunidade era uma força sem disciplina que, ao invés de ser dirigida para o bem, poderia fazer muito mal, dada a ignorância dos praticantes.
Moisés, quando notou as dificuldades na educação dos seus seguidores, no tocante aos dons que possuíam, dignou-se a por fim às manifestações.
Não restava outro recurso, devido ao primitivismo mostrado por aquelas criaturas.
Kardec agiu na hora certa.
E o dever de todos os presidentes de centros espíritas é instruir os médiuns, e não há outra escola mais eficiente do que a fundada pelo Prof. Rivail, por fazer cessar todas as dúvidas de como usar a mediunidade.
Homens, se já recebestes esse talento, cuidai de cultivá-lo com zelo, de modo que possais ajudar mais, incentivar a fraternidade e abrir livre acesso à caridade, em todos os corações.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:03 am

A mediunidade deve servir de canal na condução de todos os homens para Deus; que Jesus se saliente em todas as conversações, como pedra angular de todas as vidas.
A mediunidade sem o Cristo é canal de esgoto, onde somente se conhece a drenagem de águas sujas.
Os médiuns que não obedecem às disciplinas traçadas pelo espiritismo não são conscientes do trabalho que realizam, são autómatos sob regime de forças que desconhecem, ficando sujeitos, a qualquer hora, a chafurdar em lodaçais indescritíveis, ali permanecendo por tempo indeterminado.
Deveis procurar a tempo o socorro com Jesus e Kardec.
A noite parecia encantadora.
As estrelas brilhavam com intensidade indescritível, a lua parecia se deslocar com grande velocidade nos céus, e o espectáculo dos espaços nos convidavam para o contraste na terra.
Acompanhamos uma multidão de seres encarnados que, em um vozerio ensurdecedor, margeava um rio e buscava uma planície próxima.
Eram profissionais do candomblé!
Tudo acertado, começa a festa!
Falanges de espíritos indesejados comparecem, tomando a direcção dos trabalhos.
Alguns se incorporam como fumaças escuras, entrando dentro de corpos opacos; outros controlam os médiuns telepaticamente, mas com os mesmos resultados.
Um moço, meio apavorado, já um pouco tonto pelo álcool, dirige-se a um médium incorporado, faz algumas reverências e fala:
— Estou desnorteado, meu pai.
Não quero mais viver... a única coisa que me domina é a força da vingança, que no meu caso ê impossível, por não saber qual a pessoa que me fez toda essa desgraça... — e começou a chorar de ódio.
O médium, que servia de cavalo a uma entidade inescrupulosa, que não aprendera a medir as palavras, grita e pula, misturando-se com a massa de assistentes, fazendo lembrar os grandes sabás dos velhos tempos.
Meio rouquenho, o médium incorporado toma uma talagada de marafo e fala irritado, como se o caso fosse seu:
— Vou ajudar-lhe, frangote.
O tal homem que está fazendo a sua desgraça é fulano...
Deu todos os traços referentes ao senhor que, conquistador irreverente, enlameou o lar do sofredor.
O jovem pegou todos os dados, agradeceu ao espírito e saiu furioso, sem mesmo esperar o fim dos trabalhos.
No outro dia os jornais anunciam a morte do pai do médium, de maneira trágica, pois era ele o profanador do lar alheio.
Meus filhos, a mediunidade é uma verdade, mas nem todas as verdades podem ser ditas.
Tudo no mundo é relativo à evolução já alcançada pelas criaturas.
Essas coisas acontecem quando há carência de disciplina entre os médiuns e, consequentemente, no selo dos espíritos.
Não é da lei que os semelhantes atraem seus iguais?
O que acabamos de narrar pode ser tudo, menos Espiritismo.
O médium espírita procede de outra forma; a conversa de um espírito de luz é cheia de ternura, é mansa, deixa extravasar todas as modalidades de benevolência, ama a quem sofre e a quem faz sofrer.
Os candidatos ao exercício da mediunidade, em primeiro lugar, devem se instruir, para saber como convém usar seus poderes mediúnicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:03 am

Carta aos Umbandistas
Procurai maior espiritualização; vede a multidão que segue os vossos passos.
No que tange a outras ideologias espiritualistas, o coração nos pede que falemos com mais sentimento, acerca daquilo a que nos propusemos fazer.
E o entendimento indica que, mais no futuro, as religiões se fundirão em um só ideal:
o bem desconhece barreiras de ideais separativistas.
Eis que esse tempo já está anunciado pelos espíritos superiores, faltando apenas que os homens se esforcem por isso.
Umbandistas, meus filhos, não vos resta outro recurso, nos caminhos que decidistes percorrer, senão acentuar com mais segurança, diante dos irmãos que vos acompanham, o estudo, principalmente no tocante à disciplina evangélica, às responsabilidades do médium perante os que ouvem e seguem os seus conselhos e o modo pelo qual usam as faculdades.
Cada um, como informa a Boa Nova do Cristo, responde pelo que pratica dentro da tenda.
Um pouco das responsabilidades de cada um soma um volume maior de consequências, às vezes funestas para o dirigente dos trabalhos, pois ele, querendo, poderá, com habilidade, polir todos os corações na oficina do Cristo, impulsionando-os para os preceitos irremovíveis da moral do Mestre, que vibra na alma dos anjos.
Não estamos aqui traçando normas para ninguém, longe disso.
Estamos apenas conversando com aqueles que encontram, na troca de ideias, onde haja sinceridade, um prenúncio de luz.
Nós todos, meus irmãos, somos necessitados, e talvez eu me situe com mais carência entre todos.
No correr dessas linhas, se porventura — o que não é minha intenção — vos sentirdes ofendidos, lembrai-vos do perdão e fazei isso por mim, que muito vos agradeço.
De algum modo podeis ajudar com mais amplitude na disseminação da Doutrina Espirita.
Não permitais, em nome de Deus e de Cristo, que nenhum irmão adentre o templo para exercitar as forças sagradas que dormitam na alma, a multiplicação dos talentos, no dizer do Evangelho, sem conhecimento de causa.
Não saber ler, ou entender pouco, não pode ser desculpa.
Se tendes ouvidos e um pouco de entendimento, se sois humanos e tendes raciocínio, podeis ouvir outros lerem.
Cabe-nos assinalar que pessoa nenhuma está completamente isolada dos outros.
Sempre encontramos no nosso lar, amigos ou vizinhos que podem nos proporcionar esse prazer de nos ensinar alguma coisa.
Pedi, meus filhos, sem vos corar, que Deus há-de notar vosso esforço, assim como os guias espirituais, para que encontreis quem possa ler e explicar-vos os livros espiritas.
Fazei esse esforço, que não há outro meio de beberdes a água que a samaritana tomou há quase dois mil anos, não no poço do famoso patriarca, mas na fonte viva do Cristo.
Irmãos que dirigis as tendas de trabalho deveis ter uma meta que sobressaia das demais: a de INSTRUIR.
Fazei também com que a casa de trabalhos espirituais seja uma escola, onde a inteligência se expanda com segurança nos preceitos do Mestre, e que os corações não se envergonhem disso, dando as mãos à razão, para glória da vida.
Todas as religiões são boas, dependendo do modo pelo qual agimos dentro delas.
A única religião que poderia ser ruim, seria aquela que não cultivasse a moral, por assim dizer, comparável e do Evangelho.
Felizmente, não existe tal organização.
Certa noite um espiritualista, recostando-se em seu leito, com um pensamento que fermentava toda a sua massa mental, interrogava-se, monologando:
— Meu Deus, qual é a religião mais certa do mundo?
Qual é, meu Senhor, a mais verdadeira?
Eu quero a resposta! Sou um vosso filho e anseio pelos caminhos que levam a vós.
E dormiu com essa interrogação a explorar todo o seu cérebro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:03 am

Em seguida, a nossa personagem é levado por guias espirituais para o espaço.
Esquecera o que mais lhe preocupava e sentia-se feliz, na felicidade universal, pela liberdade que o sono lhe dera e pela companhia benfeitora de dois espíritos livres das mazelas do mundo terreno.
Aproximou-se do oceano e, às suas margens, viu-se no meio de uma população humana, juntamente com outra desencarnada, em trabalhos incessantes, não conseguindo registrar os afazeres nas suas particularidades.
Luzes iam e vinham na vastidão das águas, como se fossem estrelas caídas dos céus.
Barracas, acampamentos, casas que volitavam com enfermos e enfermeiros, barcos chegando e saindo.
Para o espirito, pouco esclarecido, o voltar ao corpo físico confunde suas lembranças com as que conhece no mundo terreno, pois na verdade são idênticas.
Pois bem, a nossa personagem adentrou o mar, acompanhado pelos seus guias espirituais.
Começou a sentir falta de ar, mas foi logo socorrido; aprofundou-se no oceano e sentiu os dois planos da vida pulsarem como obra-prima do Criador; as belezas do mar, na sua contra-parte, são indescritíveis na linguagem humana.
Peixes de todas as espécies e cambiantes, emitindo e recebendo ondas com directrizes determinadas por inteligência que o visitante desconhecia.
0 tempo e o espaço são curtos para falarmos dos céus no mar e, em certos casos, de enfermos existentes nos profundos seios oceânicos.
Chegando a uma enorme praça, o personagem sentiu-se só.
E então uma voz suave estalou em sua mente:
— Se quiserdes, perguntai alguma coisa; mas fazei somente uma pergunta, que tereis a resposta.
O irmão encarnado deixou vibrar sua mente em busca de uma pergunta, no seu mundo de interrogações.
E eis que se lembrou daquela indagação que lhe corroía a alma, ao se deitar.
E imediatamente se expressou:
— Qual é a melhor religião na terra?
O silêncio reinou, juntamente com a expectativa e a emoção.
Notava-se uma policromia adensando a cabeça inquieta do irmão que esperava uma resposta.
Uma voz ressoou na sua acústica perispiritual, compassiva e vibrante:
— Todas as religiões são raios do mesmo sol: DEUS!
Após longa pausa, continuou a voz, com solicitude:
— São muitas as organizações religiosas no mundo.
No entanto, são mais importantes do que pensais, porque se vos situais em um aglomerado religioso, esforçando-vos para entender e viver os preceitos nela codificados, cada um de vossos irmãos de fé interpreta de maneira diferente, por não existir nenhum do mesmo peso evolutivo na balança do progresso.
Modificando a voz, como se fosse um canto divino, acrescentou:
— Pensando assim, existem tantas religiões na terra quanto o número de pessoas.
Todavia a verdade nos convida a esclarecer que, em espirito e verdade, só existe uma religião verdadeira, uma só ciência e uma só filosofia, dentro do conhecido e do desconhecido.
Essa religião se chama AMOR.
Umbandistas, vede a multidão que vos segue, sedentos de amor.
Vede os necessitados que vos procuram carecendo de instrução.
Vede a massa humana aflita, que procura as vossas tendas, com desacertos morais e necessidades de paz.
Esquecei um pouco a sistemática de trabalhos no campo dos ídolos e ajudai os famintos, vesti os nus e consolai os enfermos, abrindo maiores vantagens nos seios das comunidades para simplicidade do Evangelho nascente.
Que cada coração seja um templo que possa cultivar uma fé, virtude essa que não teme encarar a razão face a face, recordando Kardec, para renascer com Jesus.
Umbandistas!
Lede as obras do codificador do Espiritismo nas vossas reuniões, fazei comentários sobre elas que, desse impacto espiritual, nascerá a luz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:04 am

Carta aos Hipnotizadores
Cuidado com as vossas vontades, pois sereis rudemente castigados pelos lixos mentais largados nos porões dos outros.
Satisfazendo o imperativo da própria vida, consideramos licito falar aos hipnotizadores com voz mais alta do que a que acostumamos a usar com os outros.
O assunto exige, pelo que nos parece, um alerta contra os desastres do hipnotismo mal orientado.
Quase todos os mestres dessa arte de influenciar os outros pelos gestos e palavras esquecem ou não compreendem as responsabilidades que poderão advir das inconsequentes sugestões que canalizam o magnetismo inferior às profundezas da alma, fazendo essa se debater, qual presa inconsciente, atordoada com sofisticados, problemas, com reflexos torturantes da insensatez e podridão.
Os hipnotizadores interesseiros são vampiros, que ao invés de melhorar o paciente, retiram desse o que ele tem de mais sagrado, que é a força vital, trocando pelo lixo mental das suas próprias inconsequências.
É preciso ter muito cuidado com essa classe de irmãos, que podem estar munidos de boa vontade, mas sem qualidades para trabalhar.
Devo esclarecer-vos que não é preciso, nos ramos de saber e nas lides do aprendizado, somente boa vontade.
Pode-se dizer que essa condição é a última, como complemento de uma tarefa bem cumprida, e muitos do que se propõem ao exercício da hipnose, nem o Interesse de servir têm.
Outro não é o móvel senão a vaidade, a brincadeira de mau gosto, ou fonte de rendas.
Essa última hipótese vibra com mais intensidade nos corações daqueles que tiram o Cristo dessas operações, que baptizaram como “ciência de curar*’, sem intervenção de espíritos, tirando das jogadas as almas, por sua conta própria, para estimular preços, como
também sensualizar o ambiente, invertendo as vibrações de uma força singular e pura, que a bondade de Deus espraia em todos os quadrantes da criação, por amor às criaturas.
Qual a autoridade que os hipnotizadores possuem, para dizer que trabalham sem nenhuma assistência de espíritos desencarnados?
Coitados, são cegos querendo guiar cegos!
Ficai sabendo, meus filhos, que em todas as vossas operações, em todas as emissões de magnetismo que empreendeis diante de um sensitivo, estais sendo primeiramente sugestionados pelas forças invisíveis, boas ou más, de conformidade com as vossas intenções para com os outros.
Queiram ou não, essa lei escapa às vossas vontades, que são menores do que as que vos rodeiam, e tudo aquilo que derdes, recebereis de volta, enriquecido pela força poderosa, inerente ao Criador, que se chama JUSTIÇA.
O hipnotismo é como uma deturpação do magnetismo, anunciado pelo grande idealista Dr. Mesmer, que descobrindo essa força em a natureza de todas as coisas, começou a curar os enfermos e a dar vida àqueles considerados mortos pela medicina oficial.
É o magnetismo um agente imponderável que o Espiritismo testificou como verdadeiro, tecendo considerações a respeito dos grandes místicos que usavam a força magnética nos seus chamados milagres, e esclarecendo que ele poderia ser bom ou mau dependendo do carácter dos seus operadores.
Procuraram trocar o nome, que não precisava obedecer a preceitos morais, por não ter intermediários nem afinidades com religião.
Era apenas sugestão.
Nada de fluidos que saem dos operadores, entorpecendo os centros mais sensíveis dos sujeitos.
O mesmerismo era ilusão... e o espiritismo, que mostrou enormes afinidades com os processos de Mesmer, deveria igualmente desaparecer, logo no seu nascedouro.
O hipnotismo nasceu de fontes venenosas, destinando-se à deturpação das coisas mais sagradas da vida, mas não conseguiu seu intento nefando.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 22, 2019 10:04 am

O magnetismo, junto com o espiritismo, retomou seu lugar junto à humanidade.
Um instruindo, o outro curando os enfermos; um conduzindo almas para o Cristo, o outro dando condições fisiológicas de um dinamismo estuante, para que possamos sentir o Mestre em todas as operações da vida.
Mesmer e Kardec conseguiram intercambiar a ciência com a religião, usando os recursos da filosofia, para anunciar Jesus, lembrando e explicando tudo o que Ele, o Divino Amigo, fez e quais os recursos usados para curar os doentes e anunciar o reino de Deus.
A sugestão é uma realidade, não negamos.
Tudo o que vive é sugestionado por forças superiores, no entanto, não poderemos esquecer que ela é apenas veiculo de subtis radiações atraídas e projectadas com a chancela daquele que pretende ‘‘sugestionar*’.
Se colocardes algo de vós nesse fluido virgem, respondereis pelas consequências, colhendo de acordo com o plantio que fizestes.
Se quereis algo em demasia, passando dos limites das sugestões naturais da vida, isso torna-se
imposição, e a vossa pretensão se transformará em perturbação para alguém, fazendo com que a lei reflicta com mais intensidade em vossos próprios caminhos.
Eis o grande perigo dos hipnotizadores profissionais.
Nos grandes alagadiços dos umbrais existem muitos e muitos hipnotizadores, que no mundo, esqueceram a honra, a honestidade, o bom senso, a caridade, e que procuraram, no mundo da carne, fazer do hipnotismo, porta larga para a fortuna e a fama, caindo, sem o perceberem, nas malhas das trevas, sem conquistar nem uma coisa nem outra.
Hipnotizadores!
Se pretendeis ir avante com esses estudos e práticas, não vos esqueçais de, em primeiro lugar, aliar ao magnetismo que chamais hipnotismo a disciplina do cristianismo, principalmente na feição do Espiritismo, porque gereis orientados, de maneira a não caírdes nas armadilhas dos lobos, que tanto negais.
Assim sereis orientados pelos canais invisíveis da intuição, sem reprimir os sentimentos de fraternidade para com aqueles que sofrem.
Buscai, meus filhos, a simplicidade ofertada pela Boa Nova de Jesus, e não crieis outros métodos diferentes daqueles usados pelo Mestre e difundidos pelos seus discípulos: impor as mãos e orar, pois o resto virá por acréscimo de misericórdia.
A imposição das vossas ideias no mundo das almas, que desconheceis, não será aconselhada pelo bom senso do cristão.
Querer fazer uma cura instantânea em criaturas cujo carma desconheceis, poderá prejudicar o próprio doente, perturbando centros de forças ainda em fermentação para a verdade.
Em muitos casos, a enfermidade é o próprio remédio para a alma em desequilíbrio e, nesse caso, aconselhai a tolerância.
Hipnotizadores, vós quereis saber os melhores trabalhos que podeis fazer?
Ê a auto-hipnose convosco mesmos, ainda assim com brandura, sem violar as leis da maturidade, visando serdes bons, honestos, mais humanos para com vossos semelhantes, justos, tolerantes e compreensivos, cultivando o amor em todas as suas tonalidades.
Deus, pelo tempo, nas mãos do Cristo, dar-vos-á a resposta a esse grande trabalho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:22 am

Carta aos Astrólogos
Essa ou aquela hora, dia, mês ou ano não e bom nem ruim, tudo dependendo da evolução da alma que anima o corpo.
É justo que cada alma entenda e receba o que lhe é mais peculiar, no tocante à sua evolução.
Ninguém pode ser mais do que é.
Debalde, muitos sábios, com raras excepções, entusiasmam-se com a ideia de que todos os homens são guiados pelos astros, sem com isso compreenderem outras leis que regem a personalidade humana, obedecendo ao transformismo causado pela evolução de cada ser.
Reconhecemos a possante energia desprendida dos planetas e estrelas em direcção às almas, e sabemos que muitas delas são submissas a esse impetuoso destino.
No entanto, convém que todos saibam que não há regra sem excepção.
Teremos de compreender a justiça divina, que protege a todos de acordo com os próprios valores conquistados, e devemos escutar o Mestre, nessa assertiva:
"Observai as aves do céu, que não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as sustenta; não valeis vós muito mais do que as aves?"
O homem encarnado ou espírito livre da carne que já atingiu certa superioridade não é mais guiado por astros.
Coloca-se na posição de domínio desse magnetismo virgem da natureza, transformando-o em mananciais para a felicidade sua e dos outros.
Há quem disse que o Cristo, com seus fieis servidores, escolheu as conjunções adequadas dos planetas, para baixar à terra, sob o favorecimento dos astros e que, se não fora isso, não teria tido a vitória que alcançou.
Se porventura os engenheiros siderais fizeram esse esquema não foi para amparar o Cristo, nem tampouco seu colégio apostolar, mas a massa embrutecida e ignorante, guiada pelos instintos, sob influências várias na égide da natureza.
Nenhuma força externa, de estrelas, iria influenciar Jesus, um espírito livre, que já era antes que o nosso sistema solar fosse.
Como iríamos criar coisas para nos governar?
Somente a ignorância precisa de pelas, de limites próximos à sua área de acção.
Mas um espírito do quilate do Mestre domina todas e quaisquer forças contrárias à sua dinâmica de ajudar e de amar.
O espírito, com Jesus, vale muito mais que planetas e sóis, e por lógica irrefutável não pode ser seu escravo.
Quando o Cristo interno desperta no ser humano, esse domina toda a natureza intima que representa o micro em dimensões compatíveis com a alma que vem a ser um Deus, reinando em um pequeno universo.
E quando o homem domina a si mesmo, domina também as forças externas com sua habilidade, pois Cristo é o Rei da criação, como filho maior de Deus.
Consideramos de boa ética a posição dos astrólogos, desde que esses compreendam, sem exagero e fanatismo, até que ponto podem chegar em seus programas de comunicação com a massa humana, e são poucos, ou bem poucos, os que respeitam os limites das revelações.
Não é muito melhor, ao invés de obedecermos os conselhos da astrologia, formulados pelos homens para o ganho fácil, seguirmos os conselhos do Evangelho na conquista da superioridade?
Qual é a força de astros que pode mais do que o amor, a bondade, a caridade?
Se ainda desconheceis, ficai sabendo que, se os traços das mãos nos falam do passado, do presente e do futuro, esses mesmos traços mudam quando o homem se transforma moral e espiritualmente.
Sabemos que a lua e os mares têm grande influência na lavoura e que facilitam ou complicam as situações dos animais, em determinadas fases.
Todavia, o ser humano, que já deixou a vida animal, domina a própria lua.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:22 am

Há-de chegar uma época, quando se estender
no mundo o reino anunciado de Deus, em que nenhuma influência maléfica prejudicará nada na ferra, por ser este planeta morada de espíritos superiores.
É importante lembrar que não estamos combatendo a astrologia e os astrólogos, mas convidando nossos irmãos para uma nova feição de trabalho.
Por tudo aquilo que plantais de desequilíbrio nas almas, sereis responsáveis.
Há pessoas, influenciadas por astrólogos inescrupulosos, que não saem de casa o dia que seu horóscopo recomenda mal, que não conversam durante o dia ou semana, com medo de fazer inimigos na maléfica influência dos astros, e que evitam fazer negócios, com receio da força astral, em contraposição com a felicidade que desejam. Isso é uma calamidade!
Astrólogos, deveis estimular os que vos seguem é para conquistarem a coragem cristã em toda área em que trabalham.
Deveis incentivar os homens para a confiança em Deus e em si mesmos.
Deveis influenciá-los para a caridade e para o amor aos seus semelhantes, cultivando a justiça, a tolerância e a alegria pura, ajudando a todos a vencerem a si mesmos.
Conta-se que Moisés conhecia profundamente a astrologia e sua disciplina mental atingia o inconcebível.
Dominava a força dos astros e, quando lhe aprouvia, recolhia energia no grande suprimento da natureza, produzindo as calamidades no Egipto, para dobrar a cerviz do Faraó, no que tangia ao seu ideal de libertar os judeus.
Com essa mesma força sob seu domínio, abriu o mar, por onde escapou com seus tutelados, vencendo a suprema majestade da casa de servidão.
Vemos que essa força pode ser guiada pela inteligência e manifestada de acordo com a evolução de quem as maneja.
Jesus Cristo usava a mesma força magnética, diferenciada em sua poderosa mente, para curar os enfermos e estender em toda a terra a esperança da felicidade.
O Mestre foi, se assim podemos dizer, o maior astrólogo espiritual, que ajudava somente com o interesse de ajudar.
Meus filhos!
É possível que possamos ser entendidos, não por todos mas pelo menos por uma grande parte, no sentido de que seja
introduzida por vós, nos programas de astrologia e de leituras de horóscopos, a doutrina sadia de Jesus Cristo, para que o povo mude logo os arraigados hábitos perniciosos, os vícios corrompedores, os defeitos incompatíveis com a boa ética cristã.
Sede instrumentos desse transformismo, que sereis recompensados em todos os vossos esforços.
Vamos dar as mãos, visualizando um terceiro milénio de paz e de luz.
E se algum irmão se sentir chocado com as nossas palavras, que nos perdoem, porque o nosso objectivo não é ferir, mas trocar experiências em todo o campo da vida, para melhor vivermos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:23 am

Carta aos Curandeiros
Sereis sempre perseguidos, mas fazei o bem que puderdes, sem exigências.
É razoável acreditar que os curandeiros são sempre perseguidos, por terem consigo qualidades curadoras que, na sua feição disciplinar, são rudimentos pelos quais a mediunidade desponta embrionária, para mais tarde, nesta ou em outra reencarnação, se apresentar como dom a serviço de Jesus Cristo, na plenitude do amor.
Os curandeiros possuem a faculdade curadora, dependendo, por assim dizer, de educá-la para servir no ritmo da caridade e na feição da virtude.
A experiência nos demonstra a veracidade da força mediúnica nos homens dotados desse poder de curar.
São perseguidos, maltratados, presos, e ainda continuam alimentando as ideias terapeutas.
Eis que isso está na alma e faz parte da sua viagem pelo mundo, pois é seu ideal.
Que seria das tribos de índios, se não houvesse o curandeiro que, pelo seu poder magnético, abençoa os recém-nascidos, cura à distância e, em muitos casos, mastiga ervas conhecidas, sintetizando um pequeno laboratório entre suas mãos, mente e boca?
Isso é, sem dúvida nenhuma, o poder estuante da mediunidade para salvar vidas, é um recurso da divindade para as crianças que serão, no amanhã, os homens civilizados.
Os Índios, por lei, reencarnam em escala gradativa e alcançam a civilização, mas entram pelos campos cultivados e cultiváveis, dando os primeiros passos nas claridades da ciência, com os seus próprios companheiros que já vieram antes-, os caboclos, os camponeses, enfim, os donos de terras às margens dos centros comerciais.
A pressa não existe na escada evolutiva aprumada para Deus, como não há inércia nos cambiantes da existência.
Seja onde for, a vida pulsa vigorosa na dinâmica esquematizada pelo soberano Senhor de todas as coisas.
E os curandeiros dos índios os acompanham na grande escalada, até que o tempo os favoreça, fazendo-os entrar nas universidades aparelhadas para disciplinar os conhecimentos anteriores, no que se refere a remédios, diagnósticos e curas, assunto esse muito conhecido pelas sucessivas reencarnações que já tiveram em remotos passados, e que o subconsciente gravou como livro sagrado no Intimo da alma.
Muitos negam essa conquista pelo processo reencarnatório, todavia, isso não importa para a natureza, pois Deus lhes dá o direito da livre iniciativa, consubstanciada em livre arbítrio, que se amplia com a evolução, como também lhes pede contas acentuadas daquilo que fazem.
É nesse borborinho de vidas fascinantes que entram a vaidade, o orgulho e a obstinação, exortando todas as más tendências, com erros de outras raças, e o seu mundo mental, reflectido pela consciência culpada, transmuta-se em verdadeiro inferno, onde a alma se debate, esquecendo Deus, negando o Cristo e desdenhando a sua própria origem.
Os grandes médicos que transplantam órgãos na era moderna já foram, se assim nos cabe mencionar, os curandeiros das tribos indígenas, talvez em vários continentes.
Os grandes cientistas da era espacial comungaram com os selvagens no seio das antigas selvas, dotados de faculdades psicométricas para anunciar chuvas, trovoadas, tempo bom ou ruim, presença de amigos ou inimigos, existência de boa causa e bons frutos, pela simples irradiação das coisas.
No meio desse povo primitivo vamos encontrar os rudimentos da própria filosofia e da religião.
Combater o curandeiro não é certo, destrui-lo muito pior; se ele se nos apresenta como criança, abrindo os braços em busca de socorro, devemos dar as mãos a essa gente, instruindo, não como queiramos, mas ajudando na disciplina das suas faculdades, que serão proveitosas para muitos.
Eles precisam de muita coisa indispensável ao êxito, como obediência, gratidão, fidelidade e boa vontade, pois são peças de multa utilidade, principalmente no turbulento seio da civilização moderna.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:23 am

Conta-nos a história espiritual que, na América do Norte, um famoso médico, estudioso das reacções psíquicas, era sabedor da existência de um índio portador de poderes curadores indescritíveis, no meio de várias tribos.
Foi em busca do mesmo, com cuidados especiais, no sentido de que esse índio pudesse fazer experiências de curas em seu próprio consultório.
Já havia assinalado em seu caderno de pacientes cento e quarenta e dois casos de enfermos incuráveis e queria testar o índio milagreiro, certificando-se cientificamente da veracidade dos factos ocorridos no seio das tribos e propalados até pelos jornais.
O índio era um homem de compleição invejável, pele lisa, olhos sedutores, sereno, amigo, principalmente de crianças, de um poder magnético sem limites, e sentia grande alegria quando sabia que o enfermo por ele tratado era curado.
Para espanto do doutor, aconteceu o seguinte: das cento e quarenta e duas pessoas desenganadas pelo clínico, o índio curou cento e quarenta e uma.
A única que não foi curada tinha horror aos índios; tentou se aproximar do curandeiro por insistência de parentes e mesmo do médico, mas não conseguiu.
O índio, mesmo cientificado da razão, ficou furioso, deu um chilique de raiva, dizendo que estava sendo desmoralizado e ninguém o conteve por uma semana, espaço de tempo em que o paciente morreu.
O médico encerrou o caso, silenciou os estudos, não deixou a imprensa dizer nada e, sob a pressão dos colegas, voltou aos seus trabalhos de antes, sem nunca mais pensar em psiquismo, nem em curas milagrosas de índios ou de quaisquer outras pessoas.
O curandeiro tem, como no caso desse índio, forças virgens em abundância, magnetismo puro, mediunidade estimulada com escassez de disciplina.
O índio sentia que a desmoralização era um desprezo ao seu dom e que esse podia fugir.
E o médico ficou com medo de dar anúncio ao caso dos mais famosos na história de curar, com receio de um índio desmoralizar a ciência médica.
Qual o mais culpado?
O índio ou o médico?
É necessário que estudemos juntos todos os poderes de curar e façamos disso uma ciência divina, em favor de toda a humanidade.
Jesus Cristo, o maior dos maiores, não usou o poder de curar, impondo as mãos para restabelecer os enfermos?
Procurai os recursos que os medicamentos possam vos oferecer no alivio das enfermidades, porém não vos esqueçais de medicar-vos com os processos usados por Cristo.
Parece-nos cabível dizer que os curandeiros precisam muito de educar-se e, no exercício dessa disciplina, poderão fazer muito bem às criaturas.
É recebendo que se dá, e é dando que se recebe.
Irmãos que têm o dom de curar, cuidado para não comerciar esses talentos dos céus!
Curandeiros, o dinheiro é, de certa forma, o agente malfeitor que provoca a desmoralização, quando desperta em vós o interesse de trocar os dons pelo conforto que ele vos pode dar.
Cumpri a vossa missão de curar, sem exigir, e quando fordes tentados a receber qualquer coisa em troca, não aceiteis.
Se alguém argumentar, colocando as vossas necessidades na crista dos vossos problemas, mesmo assim, recusai com todas as forças da alma.
Fazei tudo por amor, que o pão de que necessitais e a roupa indispensável haverão de vir com o suor do vosso rosto, pois não sereis melhor do que os que assim fazem.
Não ofendais, quando ofendidos, não procureis vos defender, quando injuriados.
Trabalhai no bem silenciosamente, que Deus é justiça e amor.
Curandeiros, não temais os mexericos, não vos perturbeis com as más línguas; conservai-vos na sentinela das vossas faculdades, com a arma do perdão, pois amanhã o tempo vos conferirá o diploma de cidadão do bem comum, e Deus vos convidará certamente, com maior empenho, dando-vos bons olhos, para guiar muitos cegos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:23 am

Carta aos Parapsicólogos
A Doutrina Espirita vos fornece muito material que procurais em outras fontes, e a mediunidade é o melhor canal.
A parapsicologia surgiu para estudar os fenómenos inexplicados para a grande maioria dos homens.
Seu primordial dever é buscar as causas dos efeitos, sem, todavia, esquecer a coragem de trazer a público suas pesquisas, alcançadas mediante um sério controle racional e científico.
Antes, porém, o parapsicólogo deve ser livre de toda e qualquer mordaça religiosa, para que as verdades por ele descobertas não sejam misturadas pelo fanatismo humano.
Podeis pertencer a qualquer religião, desde que tenhais a verdade acima de tudo, e a sinceridade como norma de um dever maior.
O parapsicólogo terá de compreender e respeitar as pesquisas de outros que não pertencem à sua escola, e, ao mesmo tempo, publicar os resultados obtidos pelas suas próprias pesquisas, sem, contudo, desrespeitar o que seus colegas anunciam, pois todos têm um pouco de razão.
As experiências nos demonstram que não existe verdade sem enganos, nem mentiras, sem verdade.
O bom senso nos aconselha a examinar tudo sem o impulso das paixões desenfreadas.
Hoje já existem vários ramos de parapsicologia e muitos deles nasceram com o intuito de combater os outros, esquecendo-se de que a verdade é qual botão de rosa, que desabrocha em toda a parte, para alegria de todos os homens, e ainda mais, variando a policromia, pois assim fala melhor de Deus, servindo a todas as faixas humanas.
Existem parapsicólogos que, ao encontrarem certas verdades que confirmam a reencarnação, a comunicação dos espíritos desencarnados com os sensitivos e a imortalidade das almas, esfriam a pesquisa, dizendo que ainda não é tempo para tais afirmações, desviando suas atenções para outros ângulos.
Procuram a verdade, e fogem dela; começam seu labor envolvidos nos pensamentos de sinceridade e, perante a realidade, afrouxam a moralidade de anunciar o achado.
Quando as suas pesquisas irradiam a verdade, falam com um rompante nunca visto, mas ao sentirem as fraquezas de algumas das suas teorias, silenciam-se e escondem-se, para não dizerem que erraram.
O mesmo ocorre também com os parapsicólogos espíritas, ao quererem afirmar que todos os fenómenos são de espíritos desencarnados.
O caminho do meio é bem difícil de ser seguido pelos estudiosos da verdade, e poucos escapam às pretensões passageiras, em busca de glórias do mundo.
Mas como o Evangelho nos afirma que somente a verdade ficará de pé, o tufão dessa verdade leva de roldão todos os enganos com rótulos de leis de Deus.
Os parapsicólogos muito poderão fazer em beneficio dos que sofrem, seja qual for a enfermidade, desde a dúvida sobre o Criador até enfermidades morais e materiais.
Mas é razoável acreditar que esse trabalho, para eles, de quase todas as escolas, perde a sintonia científica, comungando mais com a caridade que, no dizer de alguns, constitui válvulas de escape de homens impressionados com pecados.
Asseveram que a parapsicologia não tem nada de religião, que é pura- mente cientifica, usando dos recursos da filosofia para anunciar os resultados obtidos.
Perguntamos: o que é a ciência, senão pura religião?
E o que é religião, senão uma ciência divina?
Uma se confunde com a outra, desde que haja sinceridade, desde que haja pretensão à verdade, desde quando se busca a Deus, entregando-se somente ao bem, sem barreiras.
Parapsicólogos!
Encontrareis na Doutrina Espirita recursos inumeráveis para as vossas pesquisas.
Não deixeis que os preconceitos torturem vossas boas intenções; analisai tudo e retirai o que vos convier, sem pensar na fonte que vos fornece informações.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:24 am

Os espíritas, certamente, devem buscar outras experiências materiais de valores já polidos por nobres inteligências, sem com isso se agarrarem a tudo sem exame. Fazei como Paulo, dizendo:
‘Tudo é licito, mas nem tudo me convém aceitar".
Todas as obras valiosas do mundo são produtos de conjuntos de experiências e o próprio Evangelho careceu dessa forma de cooperação.
Talvez os contraditores de todas as doutrinas nascidas da Boa Nova de Jesus tenham cooperado mais para a pureza dos conceitos do que os próprios seguidores, devido ao fanatismo que tolda a visão e faz corromper até mesmo a caridade.
Um famoso parapsicólogo, enraizado em velhos preconceitos, busca na escola parapsicológica a que se filiara, forças para destruir verdades bastante aceitas pelos corações simples e almas mais ou menos puras.
Apresenta-se com fulgor em todos os instrumentos de comunicação, parecendo portador da verdade, sorrindo para o público, como quem possui a palma da vitória, mas dava para notar que esse seu contentamento não provinha da consciência.
Um apelo surgia da consciência profunda para o seu consciente, avisando que aquilo não era a verdade.
A massa, que o ouvia, aplaudia em ensurdecedoras aclamações, e ele, o artista, de muitas noitadas irreverentes, era o torturado.
Certa noite, dentro do seu aposento, depois de cansativas horas em exercício de levitação de objectos, encontrava-se bastante cansado.
Joga-se em uma confortável cadeira para a devida recuperação de energias, relaxa o corpo, cedendo lugar ao trabalho automático do metabolismo energético da argamassa fisiológica.
Eis que ocorre um fenómeno comummente relacionado com os processos espíritas para materialização.
Aparece, no cimo da sua cabeça, uma luz de um azul encantador, provida de inteligência, que rodopia várias vezes em torno do crânio, percorre todas as vértebras, subindo e descendo como se canalizasse algo das pirâmides seculares para os condutos das narinas e dos ouvidos.
O parapsicólogo dorme em meio daquela suavidade de forças espirituais e o ectoplasma se desprende como por encanto, dando forma a uma senhora respeitável, mas com todas as marcas de longas enfermidades.
Apareceu como desencarnara, para ser reconhecida.
Ele acorda meio tonto e vê, diante de si, a própria mãe, que lhe estende a mão com a ternura que lhe era peculiar e pega somente em dois de seus dedos, como era de seu costume nos tempos idos, dado a não poder abrir toda a mão que a doença fechara.
O homem quis levantar- se, mas não pôde, quis gritar, mas não conseguiu.
E pensava: ele... que estava acostumado a hipnotizar a massa humana... ele... que tinha o poder de tirar e colocar ideias nos outros, ele, que por um simples toque emudecia os sensitivos, agora, estava sendo dominado por aquele fantasma, em forma de sua mãe.
E pensava mais:
Satanás vestia-se de luz para enganar e desviar as ovelhas do redil de Jesus.
De repente, não pode nem mais pensar, somente ouvir.
E a querida mamãe, do outro lado da vida, deixando cair muitas lágrimas, assim se expressa:
— Meu filho!
Seja fiel a esse mesmo Cristo que diz amar.
E penetrou o olhar, como um foco de luz dentro do seu cérebro, para falar mais ao seu coração.
— Eu sou sua mãe, aquela mesma mãezinha que renunciou ao sono para que você dormisse em segurança, aquela mesma mãezinha que você esbofeteou no impulso da juventude desenfreada e que, esquecida de todos e torturada pela dor, morreu, perdoando-lhe eternamente e que ainda o ama com profundo respeito.
E, com a voz trémula de emoção, finaliza:
— Meu filho, escute mais a consciência e vele mais pela verdade, se quer ser feliz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:24 am

0 parapsicólogo sente um impulso irresistível, avança e cai de joelhos beijando o chão que aquele ser pisara e, chorando, pede perdão à mãe, que desaparecera deixando um suave perfume muito conhecido do seu filho.
Após algumas semanas, estava o parapsicólogo, em uma casa de saúde, pedindo ajuda a um psiquiatra materialista, para que pudesse esquecer aquele fenómeno que torturava sua mente, porquanto era seu dever combater o Espiritismo.
Meus filhos, a parapsicologia é muito perigosa quando o parapsicólogo não conhece o Cristo e desdenha da caridade, e quando as ideias preconcebidas tomam conta do seu cérebro.
Podeis estudar qualquer ramo do espiritualismo, desde que tenhais em mente o amor às criaturas, que tenhais como lema a verdade, que vos esforceis para melhorar moral e espiritualmente, todos os dias.
Acresce notar uma Doença quase total na parapsicologia:
a frieza frente às misérias humanas, quando esse fenómeno social é que deve merecer toda nossa atenção, movimentar todas as nossas inteligências, para mostrar pelos actos, aos que sofrem, que Deus existe, através de nós.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:25 am

Carta aos Materialistas
Quem nega Deus e a existência da alma, só o faz por fora, porque também é filho que veio do mesmo Pai Celestial.
Nas mais das vezes, os homens intentam negar a existência de Deus, procurando recursos que lhes possam envenenar mais os sentimentos, sem, contudo, encontrar segurança.
Todos aqueles que pretendem tirar da sua mente a paternidade do Criador nunca o conseguiram e jamais o conseguirão.
O importante é que cada vez que tocais nesse assunto, tentando desfazer a ideia nata de um Pai Celestial, mais essa se enraíza nas profundezas do vosso ser.
Eis um fenómeno que desconheceis, eis uma lei que funciona no silêncio da alma, sem com isso perceberdes.
A negação sistemática já é prenúncio de que estais começando a aceitar uma existência divina, causa primária de todas as coisas.
A matéria que abraçais ardentemente, como sendo a única expressa no mundo mental das criaturas, é apenas o efeito da grande causa, e tanto é, que pesquisais com afinco nos silêncios dos laboratórios, procurando algo atrás da matéria, que lhe possa dar vida.
Se tivésseis certeza absoluta de que não existe Deus, alma, ou qualquer outro agente que impulsiona a vida na matéria, é evidente que não perderíeis tempo procurando essas forças invisíveis abstractas. No entanto, não tendes essa certeza; a dúvida assoma vossos corações e preocupa as vossas consciências, inquietando-vos completamente.
E uma força estranha, dentro de vós mesmos, impulsiona-vos para a procura de algo de que tanto duvidais, que negais por achardes melhor assim, e que escapa às vossas fracas deduções.
0 homem seguro da verdade que já conquistou, não teme perdê-la, pois ela lhe fornece uma tranquilidade irremovível em todas as suas actividades, e a cada passo que dá, mais desanuvia da sua mente alguns resquícios de dúvidas que porventura ainda restem.
Alguns materialistas, se assim podemos chamar, vivem inquietos de os fenómenos existentes em tudo os desmentirem constantemente.
Por isto, vivem em um verdadeiro inferno, por não encontrarem segurança em nada, e chegam a duvidar da sua própria existência.
A fé lhes foge do coração, desconhecem o reino de Deus no imo da alma e somente falam das poucas experiências que conseguiram com as lides mundanas.
Mas, na verdade, vos dizemos, que eles se cansam dessa vida de negar, e não lhes resta outro caminho a não ser o mesmo pelo qual toda a humanidade haverá de passar, rumo à inteligência superior.
O filho que nega o Pai é carrasco de si mesmo.
A própria ciência material está encarregada de provar aos que se fazem de materialistas, por gosto, por prazer, ou por condições, a existência de muitas vidas em variadas faixas.
A filosofia, desde os seus primórdios, afirma essa verdade, e todas as religiões são unânimes nessa afirmação.
Um certo materialista, querendo disseminar suas ideias em todo o mundo, arregimentou suas forças, todos os seus meios, para concretizar suas aspirações.
O mundo não lhe deu ouvidos.
A massa humana, em uma inspiração colectiva, renegou todas as teorias que negavam a existência de Deus, dos anjos e dos céus.
Daí, a desilusão do negador sistemático da existência do Todo Poderoso foi total.
O materialista envelheceu, adoeceu e morreu, obedecendo à mesma lei que rege a todos no campo somática.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:25 am

Passou para o mundo espiritual na condição de cego, de maneira que somente via as coisas materiais do mundo, sua casa, seus filhos, mulher e parentes.
Quando duvidava da sua morte, corria ao cemitério, lia na lousa as despedidas dos seus parentes e via, no fundo da terra, seus despojos, demonstrando que ele não era o corpo, nem esse era a alma.
Procurava ver outros amigos que já haviam morrido antes, nada conseguindo.
Gritava... chorava... blasfemava contra tudo e contra todos, mas não encontrava solução.
O lugar melhor que encontrou foi dentro do seu ex-lar.
Procurava fazer-se presente em tudo, mas ninguém lhe dava atenção.
Removia as coisas, andava dentro de casa de maneira que os encarnados pudessem notar, accionava o ar dentro do lar sem que houvesse vento soprando lá fora, mas os seus familiares davam gargalhadas de tudo aquilo.
Um deles dizia:
— Bem que o papai falava que todos esses barulhos vêm da matéria!
Agora mesmo passou por dentro da casa uma corrente de vento.
Isso é pressão atmosférica, devido a estar tudo fechado, o calor humano faz aumentar as moléculas do ar e essas variam, fazendo coisas.
E riam gostosamente.
O caçula retrucava:
— E os passos de gente andando na casa toda quando nós estamos deitados, o que ê?
Respondeu a mãe, que se fazia namorada de um solteirão apaixonado, parecendo dois xipófagos no delírio do amor:
— Ah, meu filho, seu falecido pai explicava isso com uma clareza indescritível!
Dizia ele que quando nos deitamos, o subconsciente começa a rememorar as coisas que se passaram connosco durante todo o dia, e o que grava mais não são as passadas de gente, tanto na rua quanto dentro de casa?
Parece que estamos ouvindo, todavia nos enganamos redondamente.
É pura ilusão!
Nessa hora veio a empregada com o café e torradas, pedindo licença para fazer uma pergunta.
Todos aquiesceram e o mais velho da casa, estudante de medicina, acrescentou.
— Pergunte que iremos acabar com todo o medo, que a perturba todas as noites.
E de pés em cima da mesa começou a ouvir a fâmula, que assustada, perguntou:
— E as coisas que andam sozinhas nesta casa, doutor, como se explica isso?
Todos sorriram gostosamente.
E o futuro médico falou, com zombaria:
— Eis a pressão do ar novamente!
O nosso pai era um crânio.
O ar é que se move, entende?
Ele tem uma força poderosa e sustenta até a terra, girando em tomo do sol!
A empregada retrucou:
— O senhor me desculpa, mas não posso acreditar nessa história do ar aguentar toda a terra!
Pois a gente joga uma pedra para riba e ela toma a cair!
E saiu rindo do doutor, procurando novos afazeres na cozinha.
Acontece que o fantasma do ex-dono da casa estava furioso na sala.
Fazia todo esforço para levantar um vaso e soltá-lo na cabeça do solteirão que tomara seu lugar, e despertar toda a família para a fé em Deus, nada conseguindo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 23, 2019 9:25 am

Sofreu cinquenta anos com essa cegueira no mundo espiritual, convencido da realidade, já trabalhando no bem, mas sem conseguir ver além das coisas materiais.
Sentia que era induzido para esse ou aquele trabalho, porém não via nem ouvia nada.
Quando estava às portas de nova reencarnação, foi-lhe dada a visão:
ficou deslumbrado! chorava e sorria ao mesmo tempo e na nova existência que passou na terra, como convertido, transferiu-se para o pólo contrário ao do materialismo:
o fanatismo.
Esperamos que em outra veste de carne, aprenda a viver no meio das duas forças, desfrutando plena liberdade.
Meus filhos, a história inserida nesse texto é verídica e nos conclama para o cuidado que deveremos ter em abraçar teorias e difundi-las.
A lei nos devolve os frutos das árvores que plantamos.
Não vos esqueçais dessa verdade:
“O plantio é livre, mas a colheita é obrigatória".
Se ainda alimentais ideias subvertidas, se surge a dúvida no que pensais, se aceitais somente a vida física, cuidado com o que podeis fazer para os outros.
Ficai com as ideias para vós mesmos e esforçai- vos para vos desenvencilhar dessa encruzilhada.
A ajuda que podemos indicar é a oração e a vigilância em tudo o que falais, e pensar muito em Deus, mesmo não o aceitando, e em Jesus, mesmo que o impulso seja negar, pois esse exercício é igualmente uma prece, que terá sua resposta, no perpassar do tempo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 24, 2019 9:55 am

Carta aos Fanáticos
Fanatismo é ignorância; instruamo-nos, e ele desaparecerá.
É de se notar que o fanatismo é muito prejudicial a qualquer pessoa.
O fanatismo tem raízes profundas na ignorância.
Não podemos acreditar em uma alma dotada de razão esclarecida e de coração bem formado nas hostes do mundo, envolvida no mais duro e ferrenho fanatismo. Não pode ser...
O espírito menos esclarecido é que deixa a visão toldada acerca de qualquer coisa que lhes seja agradável ao coração, pois isso não é procedimento de almas livres, que já se iniciaram na escola da verdade.
A liberdade constitui o clima mais belo que se possa ter na face da terra, desde que o ser tenha qualidades enobrecedoras para usar essa liberdade e compreender o valor da sua força perante a própria vida. Já pensastes em uma alma vivendo no ambiente da obstinação, dotada de meios para destruir quem não pensa do mesmo modo que ela?
Onde há zelo excessivo, desaparece a liberdade e onde não há liberdade, mesmo nos seus primeiros passos, o cativeiro toma a dianteira, atrofiando corações e recuando a inteligência.
Já pensastes em um mundo em que todas as almas nele estagiadas pensassem de um mesmo modo?
Já analisastes uma nação em que o povo fosse obrigado a fazer tudo somente dentro de uma meta traçada por um punhado de homens apaixonados, que não pudesse sentir a fertilidade criadora de outros povos, que muito cooperam para a felicidade de todas as criaturas?
Já raciocinastes em uma casa de família onde as regras fossem uma só para todos e onde as próprias roupas, alimentos e maneira de conversar tivessem de obedecer a uma vontade envernizada no fanatismo?
Ao fanático não resta outro recurso a não ser despertar para a liberdade.
Que cada qual possa escolher, sem agressão, o que bem lhe convier; que cada pais mantenha sua política nos moldes que achar melhor; que cada nação dirija seu povo pelos caminhos que lhe agradar e que cada pessoa, em particular, tenha livre iniciativa no campo das suas emoções, na área do seu aprendizado e na escolha da vida que deseja levar, desde que responda pelas más consequências daquilo que pode advir de uma escolha errada.
Vejamos o que disse o Divino Amigo:
"Não façais aos outros o que não quereis para vós mesmos”.
Seja-nos licito dizer que não estamos aqui para impor nossas ideias, mas apenas para conversar com os companheiros, trocando experiências, sem as quais não haverá liberdade.
Estudemos uns aos outros, meditemos e retiremos aquilo que nos convém, pois é desse modo que nos aconselha Paulo, o grande apóstolo dos gentios.
Certo homem do mundo converteu-se aos estudos sistemáticos da Bíblia.
Envolveu-se de tal maneira nas orientações oriundas desse livro, que acabou sendo vítima da letra que mata.
Com um entusiasmo sem limites, tornou-se um gigante para a conversão da massa humana.
Colocou um antolho na visão espiritual, tomando aquele ramo de estudos espirituais como a verdade sem precedentes, achando que somente dentro da sua igreja estava o Cristo e que nas outras só havia o antl-Cristo.
Para provar o que dizia, queimava as pestanas durante todas as noites, em busca de capítulos e versículos que provassem as incongruências dos adversários, dando vazão ao seu doentio fanatismo, inerente a todos aqueles que começam a abrir os olhos para a verdade.
Qual criança quando aprende a escrever o nome, rabisca as paredes, os papeis que encontra, os muros, os livros etc., sem contudo prever o prejuízo que está causando.
É evidente que uma ideia espiritualista é boa, mas sem imposição.
Esse irmão queria se assemelhar a Paulo de Tarso, mas na verdade só conseguia ser Saulo.
Casou-se com uma recém convertida pelos seus argumentos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 24, 2019 9:55 am

A força do seu coração dobrou ao encontrar sua alma gémea.
A felicidade invadiu o seu ser e dava graças e mais graças aos céus.
Certo dia caiu nas mãos de sua eleita um livro de doutrina diferente, que uma sua antiga colega lhe ofertara.
Quis recusar, por achar que a verdade estava somente na igreja a que pertencia, todavia o coração e a razão se sobrepuseram às barreiras do ardente zelo pelos velhos pergaminhos sagrados.
Acabando de ler o Livro dos Espíritos, a mulher começou a viver em outra dimensão.
Em silêncio, devorou, com a ajuda da companheira de infância, todos os livros codificados pelo insigne Allan Kardec, experimentando a fermentação de toda a massa mental.
Era espírito de grande elevação, necessitando apenas de um toque, que foi feito através dos livros, o que tornou-a um gigante na teologia espiritualista.
Certa feita, sem o marido nada perceber, entrou em discussão com o pastor, em seu próprio lar, no campo das letras sagradas, fazendo-o calar-se por não encontrar argumento válido contra a lógica da mulher.
O facto deixou todos assustados, pois não conheciam aquele lado da irmã.
Como só acontece de vez em quando na vida, tudo mudou naquele lar.
Pediu desculpas ao marido, mas esclareceu que não poderia pensar da mesma forma que ele.
Estava decidida:
daquele dia em diante era espírita.
E acrescentou:
— Meu filho, muito lhe quero, de coração, mas outra força divina invadiu o meu ser, clareando, pelo que estou sentindo, todos os departamentos da razão, e eu não posso recuar diante da minha própria felicidade.
Nada vai mudar no nosso lar; vamos fazer o serão bíblico junto dos irmãos da igreja, você pode ser o mesmo entusiasta na imposição das letras sagradas, o meu carinho por você talvez seja maior.
Respeito todas as suas ideias, porém peço-lhe para respeitar, igualmente, a liberdade que devo ter de escolher o que mais me convém principalmente no tocante à religião.
Pegue um lápis aí, meu querido. e escreva essa frase de Jesus, que deve ser muito difundida, meditada e analisada:
"Não façais aos outros o que não quereis para vós mesmos".
O homem morreu de paixão, sem compreender a decisão da esposa de sair do redil de Jesus, segundo a sua visão, ingressando no rebanho dos anás e caifás,
esquecendo-se que foi o seu fanatismo que matou todas as suas esperanças.
Meus filhos do coração, a nossa maior intenção é arrancar essa planta daninha que germina no clima da ignorância: o fanatismo.
A bondade de Deus é tamanha, que coloca no mundo várias religiões, diversas ciências, número incontável de filosofias, policromia acentuada em todas as direcções da vida, por saber as diferenças de alma para alma.
Não somos nós que vamos interromper as diversidades de dons e de coisas, na nossa miopia espiritual.
Abandonai o fanatismo, de qualquer natureza, para que possais sentir a felicidade de ser livres, conhecendo a verdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 24, 2019 9:56 am

Carta aos Costureiros
Procurastes um roteiro dificílimo junto às mulheres.
Para agradá-las, tendes de vos fazer iguais a elas. Sendo assim, ponderai, procurai ajudá-las e evitai escândalos.
O costureiro constitui, para algumas mulheres da sociedade, uma renovação, pelo que apresentam com eficiência no meio dos seus afins.
É justo perceber que a mente do costureiro é qual fornalha esquentando todos os pontos sensíveis das mulheres, no tocante ao luxo, à vaidade, retocando aparências e aprumando corpos já convidados pelos anos a se concentrarem mais nos deveres do lar.
O exagero dos lances instiga a feminilidade a se expor, fazendo tontear os sentimentos do decoro e do pudor, como sendo ranço do passado.
Devo dizer-lhes que já ouvimos falar nas rodas do “society" que a moral do passado, muito cultuada pelos ancestrais, são "roupas de uma filosofia carcomida pelo tempo”.
Não vamos a tanto.
Se é que os antepassados se vestiam em demasia, a nova geração passa além das fronteiras do bom senso, desvalorizando a beleza natural da mulher, como sendo objecto de pouco valor, sobrevindo então o total desrespeito pela figura inebriante que inspira os poetas, que incentiva os escritores e que dá grandeza à escultura, fazendo com que os homens, em todas as latitudes do mundo, se alegrem e se estimulem para o cumprimento dos seus deveres.
Desmerecer essa imagem é matar a vida, é tirar a esperança, é fugir da moral evangélica, é atender o pedido da inferioridade, que pulsa fortemente nesses fins dos tempos.
E os costureiros são responsáveis por grande parte desses desatinos nas sociedades de todas as nações do mundo.
Por isso, pedimos-vos, com todo o nosso respeito, ponderação e zelo, porquê as roupas que apresentais como sendo moda, representam uma mensagem que poderá permanecer muito tempo na mente psico-física de quase todas as criaturas.
Pela lei, sereis obrigados a vos saciardes com os frutos que produzirdes.
Querendo, podereis aconselhar contra os exageros que podem advir daquilo que apresentais, ajudando no equilíbrio dos sentimentos da mulher.
Essa é a oportunidade para vós outros, na refinação de uma conduta elevada, que nos espera no terceiro milénio.
Poder-se-ia dizer que o valor não está nas roupas que se veste, mas nos sentimentos que a alma já conquistou nas províncias do coração.
Não duvidamos dessa assertiva.
No entanto, poderemos afirmar que é essa mesma conquista que nos induz à sensatez, à moral, ao pudor e à dignidade perante os nossos semelhantes.
Não há recursos na ciência, na filosofia e muito menos na religião, de se reflectir para fora algo que não esteja irradiando por dentro.
É importante lembrar que não estamos impondo ideias, mas apenas escrevendo uma carta aos irmãos que servem de instrumentos para as mulheres se vestirem.
Sabemos, e somos verdadeiramente conscientes disso, que tudo muda, pois essa é a lei do progresso, sem o qual não há felicidade.
Todavia, aconselhamos o que já foi dito pelo sábio chinês:
"Seguir o caminho do meio".
Certo inquisidor interrogou Joana D’Arc em uma das infectas prisões, duvidando que ela escutasse vozes espirituais, nestes termos:
— Os anjos que se apresentam a vós são vestidos ou nus?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 24, 2019 9:56 am

Ela respondeu com certa ironia:
— Vós que sois carrascos tendes compridas vestes.
Como achais que Deus, todo amor, todo sabedoria, todo poderosa, que criou todas as coisas, não tem com que os vestir?
Insensatos, não queirais colocar Deus como escabelo dos vossos pés!
Mas o caso é que um dos maiores da inquisição queria que a heroína francesa respondesse que os anjos eram nus, para colocá-la da maneira dos anjos vistos por ela, quando poderia deduzir se servia ou não para satisfazer seus desejos imundos.
Não tendo sido satisfeito, mandou rasgar-lhe as vestes, por desrespeito à autoridade inquisitorial.
Obedecido na sua ordem, espantou-se com o quadro:
viu um corpo esguio e lindo de verdade, mas todo chagado, denunciando pústulas fétidas.
O religioso saiu correndo de batina presa na asquerosa mão, soltando cuspadas e blasfémias horripilantes.
Mandou trancafiar Joana D’Arc novamente e activou o processo para a queima daquela mulher missionária de Deus, anjo exilado na terra, como herege e filha de Satanás.
Meus filhos que costurais!
Não queremos atirar-lhes pedras, pois sois também filhos de Deus, talvez com muito mais mérito que nós, porém queremos convidar-vos a uma ética mais sadia nos bastidores sociais, porque, na verdade, a Índole psicológica das gerações atuais é mais sensível ao desregramento, por estarmos nos fins dos tempos previstos pelos evangelhos.
Não somente atingis as senhoras da sociedade, como também a toda a massa humana, por estar nas vossas mãos os canais de propaganda que percorrem todos os lares, influenciando-os, como é o caso do rádio, das revistas, dos jornais e da televisão.
A ponderação é o melhor caminho que podereis tomar.
No fundo, as intenções de alguns costureiros que fogem ao pudor, talvez por não terem uma educação cristã, é a mesma dos antigos inquisidores e, se assim podemos dizer, até piores, porque saciam seus instintos e despertam em quase toda a colectividade esse mesmo sentimento.
Diga-se, como advertência, que estais estimulando chagas nesses corpos e provocando pústulas nas almas que encontrais nas mesmas faixas.
Disse Jesus, certa feita, que era necessário o escândalo; no entanto, acrescentou, ai daquele que provocá-lo.
Convidamos-vos para um trabalho mais digno de louvor, caso possais nos compreender.
0 nosso amor para convosco é imenso e a nossa admiração bem acentuada; o nosso maior desejo é de que todos os costureiros, como artistas, encontrem dentro da própria arte meios variados de modelos, ampliando todas as costuras e dando vida a todos os esquemas, sem recorrer às extravagâncias. Se assim procederdes, sereis verdadeiros costureiros, buscando em Deus a intuição para imprimir requinte e beleza aos vossos cortes e requinte e beleza moral às nossas irmãs em Jesus, que esperam de vós esse toque de dignidade superior.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 24, 2019 9:57 am

Carta aos Magistrados
Ser juiz não é fácil, tanto que nem o Cristo aceitou essa incumbência.
A posição de um magistrado é uma das mais difíceis que se pode alcançar nas lides da terra.
Os casos que surgem perante a sua decisão são dos mais intrincados.
Mesmo sendo ajudado de diversos modos, o juiz encontra dificuldades enormes, diante da sua consciência, para julgar os outros, coisa que o próprio Cristo se recusou a fazer, diante da mulher adúltera.
O mestre, no entanto, aproveitou a oportunidade para aconselhá-la a não pecar mais e convidou os apedrejadores a um retrospecto de consciência.
Essa é uma fórmula elevadíssima de proceder com aqueles que erram, com aqueles que desobedecem às leis, dando ensejo também aos acusadores de revisar suas condutas perante Deus.
Aparentemente os juízes são serenos, mas na verdade, muitos e muitos deles sofrem com certas decisões que tomam, no afogueamento de um tribunal.
Não é difícil ser juiz, desde que coloquemos o réu como sendo um nosso pai, um irmão, um amigo ou um parente.
Será embaraçoso para nós julgarmos nessas condições, todavia haveremos de sentir acima de tudo, o dever que fomos chamados a cumprir, em beneficio da sociedade e do indivíduo a ser julgado.
O erro do juiz, dos jurados ou dos advogados, não é julgar esse ou aquele réu, de tal ou qual sentença, certamente que não; é abusar da liberdade que têm de assim proceder.
O juiz deve se concentrar no bom senso, esquecendo o dinheiro que possa lhe render a miséria dos outros.
Não é que um juiz, ou advogado ou jurado possa torcer as leis de Deus, invadindo os destinos do réu e fazendo com que ele sofra o que não merecia; isso nunca acontece, porque Deus é bom e justo.
O erro que por acaso comete é consigo mesmo.
A intenção que lhe assoma na hora é plasmada em sua consciência profunda, dando-lhe paz ou provocando distúrbios incontáveis, além de chamar a si a companhia de espíritos do mesmo nível de conduta.
Eis porque o Cristo nos aconselha, em qualquer posição da vida, a orar e vigiar, para não cairmos em novas tentações.
A toga de Juiz deve ser um estimulo para as necessidades urgentes da ponderação, com decisões cristãs; do amor, com energia; da caridade bem orientada; da fraternidade, com discernimento; e da alegria que imprime respeito às leis.
O magistrado deve deixar que todos os problemas passem pelo crivo do raciocínio e pelo calor do coração, para que a sinceridade dê sua chancela definitiva.
Mesmo com tudo isso, não é fácil ser juiz de erros alheios, porém é trabalho que ainda compete ao homem fazer, em consonância com o próprio carma colectivo e individual da humanidade.
Ficamos sabendo que certo processo de um criminoso, famoso pelos seus desajustes na sociedade, estava sendo acompanhado por seis mil espíritos, contando os que ajudavam e os que tumultuavam o caso, havendo entre eles espíritos de alto gabarito intelectual, a criar meios hábeis de confusão na colecta de dados da defesa e da acusação do referido irmão.
Já pensastes, meus irmãos, em que faixa podereis entrar durante um julgamento?
O erro que porventura podereis cometer vem em vosso próprio detrimento.
Quando condenais um réu que, no fundo, é injustiçado, as leis suplementares, no correr do tempo, apresentam a facilidade de livrar-vos de todas as injustiças.
Podereis observar, se ainda não tivestes essa atenção, que quase todos os réus encontram pessoas que se interessam fortemente pelo seu caso, pessoas essas que são instrumentos da misericórdia de Deus, a tirá-los do caminho da condenação, incompatível com suas dividas cármicas.
Os sofrimentos ficam com quem os proporcionam por maldade, por injustiça, por ódio, por inimizade ou por usura.
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