LUZ ESPÍRITA
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Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira

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Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira - Página 3 Empty Re: Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:56 pm

Dizem que Jesus veio buscar Lúcifer.
Acirram o ódio dos corações adoecidos para lutarem por sua bandeira.
Para isso, basta enganarem o grupo dos encarnados inventando todo tipo de mentira acerca da conversão e aceitação das doutrinações, tomando tempo dos trabalhadores.
Quando chegam ao campo mental dos médiuns, são dopados com altas doses de medicação sonífera destilada pelos implantes.
Em sintonia com os medianeiros, que também já se encontram com seu campo mental povoado pela imaginação fértil, embasada no sistema insuflado, ocorrem as manifestações mediúnicas que jamais temos como prever o resultado.
Há quem imagine, no plano físico, que temos em nossas mãos as rédeas de quaisquer reuniões e que, por essa razão, poderíamos afastar ou vigiar os intrusos que visam perturbar as actividades espirituais.
Os nossos irmãos encarnados esquecem-se ou ignoram que o processo natural da busca pela sintonia não é fruto daquele instante de encontro semanal.
Nesse caso, os próprios médiuns do grupo, de posse das informações adquiridas sobre as realidades dos planos inferiores da vida, julgam-se prontos o suficiente para o socorro, mantendo sua mente em estado de adesão permanente aos apelos de aproximação das entidades desorientadas.
Não podemos suprimir-lhes a necessidade do aprendizado.
Amparamos até o ponto em que temos o mínimo para realizar.
No momento, a entrega tem sido sistemática.
Cultivando a ideia de que participam de uma actividade rara, não querem perder o ensejo do aprendizado.
Passam por climas difíceis e somatizam os quadros pertinentes às entidades que os sintonizam, sendo que, em verdade, mais do que entidades espirituais, manifestam, em várias situações, seu próprio conteúdo anímico e energético em desequilíbrio.
Envolvem-se entre boa vontade, disposição de ser útil, entrega mental e uma obsessão em via de se consumar.
Como sempre, joio e trigo se misturam.
Diante deste episódio, cada dia mais perdem a noção de realidade de seu mundo pessoal e avançam na aceitação de um delírio persecutório, no qual são perseguidos por seus inimigos espirituais.
Tudo o que lhes acontece de indesejável é classificado como assédio em razão da "tarefa especial" que julgam realizar.
Na direcção do Grupo X encontramos outros factores de análise para os acontecimentos de agora.
Nossos amigos dirigentes, nesta casa aprenderam que um dos factores fundamentais para o progresso dos médiuns é incentivar-lhes a crença, a fé em suas próprias faculdades mediúnicas.
Longe de nós contestarmos essa iniciativa, que trará frutos auspiciosos na grande maioria das vivências da mediunidade.
Chega, porém, o momento no qual médiuns, dirigentes e colaboradores necessitam do diálogo franco e da avaliação desinteressada para a troca de impressões sinceras e educativas para o bem da tarefa e o amadurecimento de todos.
Infelizmente, no Grupo X essa possibilidade está longe de acontecer.
Nosso irmão Calisto, que conduz as actividades, é um homem bom, um batalhador incansável.
Carrega, como nós mesmos, as lutas interiores que assediam para a loucura da importância pessoal.
Todavia, um componente grave em sua conduta alimenta a estrutura de fascínio de toda a equipe.
Nosso irmão perdeu, há muito tempo, a medida entre coragem e altivez.
O mais grave disso tudo é que, pelo menos por enquanto, não demonstra a menor intenção de adquiri-la, mesmo com os inúmeros chamados que a vida tem lhe endereçado acerca de seu traço psicológico de inquietude, que já o levou a diversas situações constrangedoras nos negócios materiais, na família e na vida afectiva das relações humanas.
Com muita facilidade podemos perder a noção de limite entre a determinação e a teimosia, a coragem e a vaidade.
Variados grupos mediúnicos, na actualidade, estão sendo mistificados não somente pelos ardis direccionados aos médiuns, mas também pela atitude imprudente de muitos directores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:56 pm

No caso em questão, Calisto alcança o patamar de uma enfermidade mental patente: a "megalomania".
Sua bravura alcançou o patamar de perturbação.
Ao lado desse exagero da interpretação humana, encontramos Ana, presidenta do centro e dirigente de mediúnicas, que, por sua vez, não faz mais nenhum esforço no intuito de acreditar nas clarinadas que partem de nosso plano para a Terra. Sua cautela excessiva é o outro extremo da imprudência de Calisto.
Em meio aos dois irmãos, temos Antonino, médium devotado que passa por um instante de instabilidade e ajuste emocional, entregue a profunda confusão mental com todas as situações.
Em busca de uma postura adequada, termina, muitas vezes, sendo precipitado e inconveniente, imaturo e ingénuo.
Cada qual com suas qualidades e lições a aprender, eles formam a identidade da casa espírita que vamos auxiliar mais de perto.
Almas arrependidas tanto quanto nós outros e com muitas lutas interiores a vencer.
Bom! É isso, meus irmãos!
Fiz essa introdução com base em seus questionamentos.
Coloco-me ao dispor para o debate.
Juliano foi o primeiro a perguntar:
- Sendo almas arrependidas, por que a presença da arrogância?
Arrepender-se não significa mudar, renovar-se?
- Meu irmão, arrependimento é estado psicológico.
Arrogância é tendência moral sustentada pelo sentimento de orgulho, enraizada no subconsciente.
Quem se arrepende não se livra imediatamente da construção moral que ergueu dentro de si mesmo.
Veja a situação de Calisto como exemplo.
É um homem em busca de sua redenção consciencial.
Genuinamente arrependido dos males que semeou.
Ainda assim, luta com tenazes impulsos de sua personalidade condicionada em mandar e controlar.
Sem perceber, manipula e articula impensadamente.
- Mesmo lendo a súmula, ainda não consegui compreender - continuou Juliano - como tudo começou na experiência do Grupo X.
O que terá acontecido para terem chegado a esse ponto?
- Nossos irmãos fizeram o que a maioria não quer se arriscar a fazer:
investigar, experimentar, ultrapassar os padrões.
Receberam o chamado de Eurípedes e sua falange para a limpeza do submundo astral e lançaram-se ao serviço.
Assim como Ananias, foram chamados e, conforme narra em Atos dos Apóstolos, capítulo 9, versículo 10:
"E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias!
E ele respondeu:
Eis-me aqui, Senhor".
Apresentaram-se ao serviço incondicionalmente.
Neste momento de recuo nos serviços da mediunidade junto à sementeira espírita, o Grupo X fez-se escolhido para uma tarefa que raríssimos se dispõem a realizar.
Chamados todos são, mas escolher-se é uma questão de atitude.
Entregaram-se, pois, ao serviço, sem queixas ou lamentações.
De nossa parte, nada mais temos a ajuizar sobre a sinceridade de nossos irmãos.
- Quer dizer, então, que foi assim que chegaram até aqui?
- Arriscaram.
- Arriscaram em que sentido?
- Decididos a ultrapassar os limites preestabelecidos com sua própria segurança no intuito de melhor servir.
- Que segurança?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:56 pm

- Os grupos mediúnicos da seara, evidentemente, com honrosas excepções, objectivando maior segurança contra os perigos e inconvenientes da mediunidade, equipam-se com medidas cautelares para uma prática mais cristalina e fiel aos propósitos superiores.
A maioria pautou-se por excesso nesta atitude, criando normas e padrões que terminaram por cercear a criatividade e a espontaneidade dos servidores da tarefa mediúnica.
A regra passou a ser mais importante que os valores da alma.
Daí para a padronização foi questão de um passo.
Nenhum progresso será fruto do mero cumprimento do dever.
Dever é justiça, obrigação moral, e o serviço de Jesus é amor, vai além da obrigação.
Enquanto nos mantivermos na esfera do habitual, corremos o risco da acomodação. Com a acomodação, sustentamos a ilusão.
E com a ilusão nos distanciamos da Verdade.
Não será essa a nossa condição espiritual há milénios?
Mistificados por nossos próprios interesses?
Com todas as lutas de nossos companheiros, temos autorização de Eurípedes Barsanulfo para creditar-lhes condições excepcionais, em razão do valor moral de seus esforços.
Fique claro: quando analisamos seus descuidos, o fazemos para nossa própria educação espiritual, nutridos do maior carinho e respeito.
Todavia, guardamos no coração o tesouro da boa parte de nossos companheiros e preferimos vê-los na condição dos servidores despreparados que se apresentaram para servir.
Nossos irmãos no Grupo X fizeram como Ananias diante do chamado de Jesus, e responderam:
"Eis-me aqui Senhor".
Mesmo não estando prontos, estavam de prontidão.
- Quer dizer que - emendou Juliano, em tom de questionamento - eles são vistos de uma perspectiva diferente pelos orientadores do Hospital Esperança?
- São vistos pela perspectiva de Jesus:
da tolerância incondicional e do apoio possível nos regimes da solidariedade.
- Que bom ouvir isto!
Confesso que meu contacto com a história escrita do Grupo X despertou certos sentimentos em meu coração.
- Quer falar sobre tais sentimentos, Juliano?
- Sem dúvida!
Creio mesmo que me fará enorme bem.
- Certamente - arrematou Cornelius.
- Eu tive um desgosto ao ler a história.
São feitas muitas referências ao preparo recebido pelos integrantes do grupo.
Fiquei incomodado e até com certa dose de revolta com a arrogância de Calisto e a ingenuidade dos médiuns do grupo.
A certa altura, ensimesmado em meus pensamentos, me vi dentro do conjunto enfrentando Calisto e dizendo a ele o que achava que deveria ouvir.
Há registos de sua personalidade controladora dentro do próprio lar.
Aquilo me deixou, por assim dizer, colérico.
Por fim, quando participei dos encontros de meditação no Hospital, identifiquei em mim mesmo o "Calisto interno".
Fiz apenas uma projecção do que estou procurando não ser mais.
- Que bom ter chegado a este estágio de auto-enfrentamento, Juliano.
Por esta e outras várias razões não podemos permitir incursões aos abismos sem o devido preparo.
Há de se ter uma neutralidade afectiva muito intensa para viajar a esses pátios de dor.
Neutralidade que não signifique negação do que sentimos, e sim consciência do nosso tónus afectivo.
Você já imaginou se tivesse de visitar o Grupo X com esse estado interior?
- Seria um desastre!
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:56 pm

Por certo conflituaria com o dirigente e poria tudo a perder.
Não contribuiria.
- Imagine, então, como são intensas e perturbadoras as emoções sentidas nas regiões do submundo astral!
Terminada a fala, iniciei minha sequência de indagações acerca do tema.
- Existe algum médium reencarnado em condições de visitar a semi-civilização?
- Visitar, sim.
Prestar socorro, raríssimos.
- Haveria outros sistemas embasados em sofismas que foram mais amplamente disseminados nos grupos espíritas?
- Inúmeros.
O campo da mediunidade é um dos terrenos mais explorados.
As regras excessivas impostas à mediunidade foram alvo, e ainda continuam sendo, de intensa actuação das entidades que querem nublar o conhecimento humano acerca das questões da imortalidade da alma.
- O problema é o excesso!
- A disciplina é bem-vinda.
Sem ela nada realizamos neste campo de serviço espiritual.
A título de segurança contra o excesso de imaginação, adoptou-se a normatização, e uma "nova proibição", em forma de cultura e hábitos, tomou conta de quase todos os núcleos de intercâmbio com nosso plano na seara espírita.
Uma poda injustificável.
O resultado é o cerceamento do mais rico atributo no exercício mediúnico: a espontaneidade.
A espontaneidade significa o fluir dos sentimentos em busca da verdade.
O temor de errar, o sentimento de inutilidade nas sessões, a tensão mental criada em razão da idealização para servir ao mundo espiritual bloqueiam os reflexos naturais que poderiam ser estampados no espelho da mente livre, retractando
com mais fidelidade as paisagens ignoradas da vida fora da matéria no âmbito das esferas que nós mesmos ocupamos ao deixar o corpo físico.
Espontaneidade, entretanto, significa apresentar-se de modo mais autêntico.
Ser espontâneo é ser quem é ou expressar-se mais livremente.
Nisso reside a causa de excessivos cuidados, pois quem está apto a lidar com a autenticidade alheia, com a expressão livre dos sentimentos?
Os dirigentes da seara, com raríssimas excepções, foram treinados para doutrinar.
Aprenderam técnicas de diálogo fraternal com os desencarnados.
Fizeram verdadeiros e valorosos cursos que, em síntese, são orientações para relações humanas previsíveis com os desencarnados.
Foram orientados para a convivência com espíritos, sendo que se distanciam da boa convivência com seus pares no plano físico.
Foi-se o tempo em que a tarefa mediúnica era feita somente a poder de boa vontade.
O tempo renova as necessidades entre os homens e, igualmente, as mudanças ocorrem entre nós, fora da matéria física.
Percebendo essa larga porta aberta, falanges adversárias dos espíritas e do Espiritismo organizaram campanhas pela disseminação de uma cultura de engessamento, usando o próprio despreparo dos homens no trato com assuntos da vida do Espírito.
Sussurraram em corações bondosos, mas desprevenidos, a suspensão de tarefas mediúnicas e o afastamento de médiuns que não se adequavam às novas normas.
Muitos desses médiuns foram taxados de indisciplinados, rebeldes a regras e obsediados.
O esclarecimento foi incentivado a título de melhor preparar os médiuns para seus deveres.
E, enquanto crescia o estudo, diminuía a autenticidade.
Modelos de reunião começaram a ser adoptados, e as reuniões mediúnicas, que no início do Espiritismo eram ricas de simplicidade e afecto, passaram a ter denominações e graus diversos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:56 pm

A história dos últimos quarenta anos do movimento espírita conduziu a prática mediúnica ao patamar de uma actividade discreta, selectiva, quase oculta e extremamente intelectualizada.
Sua função social dos tempos de Kardec e do Espiritismo nascente no Brasil foi quase totalmente abandonada.
Não fosse o esforço de corações sensíveis, que guardam o tesouro de suas nobres intenções voltados para o socorro à dor alheia, por intermédio de legítimas frentes de serviço de tratamento espiritual a encarnados e desencarnados, não teríamos mais as sessões onde o povo pode confabular com o mundo espiritual.
O processo de educação que permite a mediunidade social, ensejando ao homem do mundo físico sentir o "pulso da vida imortal", é um curso intensivo de Espiritismo por via do coração.
- Afinal, o que tem faltado para os serviços com as trevas profundas, técnica ou qualidade moral?
- Sobretudo qualidade moral.
Nos dias atuais, estamos incentivando o esclarecimento em torno dos assuntos da erraticidade inferior para formar melhor noção da realidade dessas paragens.
É necessário que os grupos mediúnicos de serviços intercessores alcancem mais vasta consciência da geografia das trevas e seu modo social de organização.
Sem isso, as informações e comunicações de seus habitantes serão mera fantasia para a maioria dos lidadores da mediunidade no plano físico.
Todavia, nosso foco prioritário nos labores de assistência às furnas da dor e da maldade deve ser a educação moral de quantos assumam o desafio de ser úteis nesse género de acção, seja no plano físico ou extrafísico.
Para nossos irmãos no corpo físico, em razão da limitação natural das percepções, os cuidados devem ser ainda mais amplos.
O cérebro os impede, naturalmente, de identificar as subtilezas da acção dos espíritos sobre o pensamento e também as manobras sagazes dos adversários do trabalho no campo dos planos organizados.
Resta-lhes a vigília lúcida e a conduta cristã.
A técnica auxiliará na obtenção de melhores resultados no auxílio e na fidelidade à Verdade dos vastos panoramas da erraticidade, ainda desconhecidos até mesmo pelos irmãos que se iluminam com o conhecimento espírita.
Ela é a ferramenta promissora que, a exemplo da enxada, facilitará a tarefa da semeadura do agricultor nas suas frentes de acção.
Entretanto, de que servirá arar e fertilizar o campo, se a lavoura não recebe a semente abençoada que produzirá o fruto?
O Evangelho é claro nesse sentido, quando afirma em Lucas, capítulo 6, versículo 44:
"Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos".
Quem anseia por cooperar com as actividades de regeneração do planeta, em atendimento ao chamado de Eurípedes Barsanulfo e os outros espíritos elevados, para a limpeza do submundo astral, deverá ter em mente que a preparação moral dos grupos é a única garantia para a continuidade e o bom proveito.
Do contrário, a natureza das forças enfermiças poderá arruinar os mais bem-intencionados planos de acção em favor do bem colectivo nesse terreno.
Afecto, respeito e amor fraternal serão os brasões morais de protecção para as equipes na construção da concórdia libertadora.
Onde não floresce a amizade legítima, será improdutiva a arregimentação de tais iniciativas, pela fragilidade de seus membros na concretização de laços consistentes em sua convivência.
A técnica facultará o desenvolvimento experimental, mas somente a honestidade emocional vertida na mais santificada capacidade de pacificar as relações permitirá que o conjunto consiga superar as intempéries e servir decisivamente pelo bem do ideal.
Somente a edificação de laços de afecto cristão será capaz de oferecer um campo fértil aos serviços.
Afora isso, teremos ensaios promissores que poderão ser dizimados ao peso das provas da convivência.
Muito sacrifício e devoção serão pedidos ao trabalhador e ao grupo que se comprometer em ser útil à nossa família espiritual, que se encontra atolada nos pântanos das sombras nos reinos inferiores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:57 pm

No Evangelho de João, capítulo 6, versículo 60, encontramos grave advertência a esse respeito, quando os discípulos, sentindo a dureza das provas para seguir Jesus, proclamaram:
"Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram:
Duro é este discurso; quem o pode ouvir?"
- E que qualidade moral seria mais valorosa para estabelecer uma amizade sincera? - perguntei interessado em reflectir sobre as minhas próprias limitações no assunto.
- Em situações como esta, vividas por nossos confrades, a melhor qualidade de pacificação para a convivência diária é a atitude de renúncia ao ponto de vista pessoal.
Só nesse clima surge o carinho, o perdão e a bondade espontânea.
O carinho é o alimento da socialização, o perdão é acto de tolerância máxima aos lapsos alheios, e a bondade é mola propulsora da motivação para trabalhar e continuar a criar vínculos com as diferenças e os diferentes a caminho da complementaridade de nossas faculdades.
No Grupo X esgotou-se a afabilidade do início, os pedidos de desculpa simplesmente desapareceram dos lábios, e pouquíssimos gestos de bondade são feitos com real desinteresse de soberania.
Nossos irmãos sucumbem sob a opressão de suas imperfeições.
Essa é a base das chamadas obsessões mentais.
Guardam interesse real de progredir e se libertar das amarras do passado, contudo, colhem o fruto da sementeira espinhosa que cultivaram em milénios de ilusão nos desfiladeiros sombrios da prepotência.
- Cornelius, posso satisfazer uma curiosidade?
- mais uma vez indaguei pensando em minhas próprias experiências vividas quando no corpo físico.
- Fique à vontade.
- Nossos irmãos querem sair deste momento tumultuado?
- É o que mais anseiam.
- E por que não saem?
- A melhor receita para superar conflitos humanos, amigo querido, foi dada por Paulo de Tarso, quando enunciou, em sua carta aos coríntios, capítulo 6, versículo 7:
"Na verdade é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os outros.
Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?"
Sem a excelência da renúncia jamais florescerá a concórdia.
Quase sempre, na condição de seguidores imperfeitos da mensagem de Jesus, fazemo-nos orientadores arbitrários do serviço celeste.
O carácter rígido de nossos irmãos nos conduz a atitudes destemidas em favor da tarefa e, sem perceberem, extrapolam os limites, entregando-se nos braços das crenças pessoais.
Imbuídos de intenções honestas em servir, guardam fidelidade ao que acreditam.
Fazendo o melhor que podem, distraidamente, alcançam a arbitrariedade.
Em nome de intuições e do bom senso, guardando sincero sentimento de lealdade às crenças, fixam-se em metas e decisões no trabalho doutrinário sem sensibilidade o bastante para mensurar, na intimidade de cada um, a repercussão de suas atitudes. Esquecem um princípio fundamental em assuntos à vida de relação:
o diálogo transparente que deve preceder cada rumo escolhido nos labores.
Não basta querer sair de conflitos criados nos relacionamentos, pois cada arranhadura provocada pela decepção, pela mágoa e pela discórdia é como teia aprisionante enredando cada membro do grupo nas subtis algemas do revide silencioso.
Há de ser ter muita capacidade de amar para participar de uma vivência desse porte e manter-se isento da constrição imposta pelo clima espiritual que se forma.
Nos dicionários humanos, são chamadas relações destrutivas, e quem nelas penetra perde completamente o discernimento sobre como sair.
Vive-se uma ilusão capaz de provocar a terrível hipnose da razão, na qual todos se acham correctos em seu proceder e donos do mais justo juízo.
É assim que assumimos a condição de orientadores arbitrários dos serviços do Mestre.
- E mesmo com todo esse cenário moral, são alvo da mais cara atenção do Mais Alto!
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:57 pm

- Joio e trigo, José Mario, estão no íntimo de todos nós.
A pretexto de extirpar o joio, não podemos matar o trigo, do contrário, qual será a colheita?
- E nesse ambiente os adversários não têm muito trabalho para prejudicar o serviço, não é mesmo?
- De muito pouco necessitam para perturbar.
- Se não conseguem zelar com equilíbrio pelo próprio ambiente de trabalho cristão, como chegarão aos abismos de dor?
- Eis o quesito elementar aos labores com os abismos!
Solidez de laços fraternais.
Afora isso, será correr riscos incalculáveis ao próprio bem-estar mental dos cooperadores.
- Qual de nós está pronto para tais incursões?
Diante de suas observações sensatas, Cornelius, sinto-me totalmente inabilitado ao mister.
Chego mesmo a recear quanto a minha fragilidade.
- Vivendo todos os dias ao lado de equipes de amparo, posso lhes dizer que nenhum de nós está pronto para esta lição extrema.
Menciono aqui as lutas de dona Modesta nos abismos.
Os tipos de ameaça, os locais impenetráveis.
O estado perispiritual no qual retornam de tais labores.
Só quem vê essa realidade de perto é capaz de aferir a grandeza do testemunho.
Mesmo os mais dedicados ao serviço passam por enfermidades e efeitos dolorosos, em seus corpos espirituais após cada incursão nos recônditos da semi-civilização.
Todavia, não podemos imaginar esse género de actividade somente nas regiões mais inferiores da erraticidade porque o inferno tem subido para solo terreno como efeito inadiável da lei de progresso.
É necessário que haja um regurgitar das furnas mais densas.
Está se tornando quase impossível aos grandes líderes da hierarquia do mal manter-se velados.
A luz chega aos pântanos morais.
Nem sempre os irmãos do Grupo X vão aos abismos astrais.
Quase sempre, os abismos vêm até eles.
Quem vai às favelas educar os traficantes ou aos berços de ouro orientar a inteligência corrompida?
Quem vai aos corruptos para retirá-los das ardilosas armadilhas da usurpação?
Quem vai às zonas de sexo livre para imunizar-lhes o pensamento com o lampejo de uma nova vida?
Quem vai aos antros de jogatina para acenar-lhes com novas opções?
Quem penetra os lares do adultério para tentar salvar famílias?
Quem vai aos poços de amargura onde jazem companheiros que desistiram de viver?
Quem fará algo pelos que são escravos do poder?
E a mentira, quem é seu verdadeiro "pai", onde está seu verdadeiro foco?
Quem vai socorrer o louco obsediado?
Que podemos fazer pelos vândalos da violência ou do fanatismo?
E como agir pelo orgulho humano?
Nós temos feito algo por todos eles, mas precisamos de apoio.
Precisamos de calor sanguíneo, voz de garganta, toque na temperatura do corpo, odores perfeitamente fiéis aos do organismo físico, força magnética material, energia nêurica restauradora, ectoplasma.
Podem-se criar clones disso?
Claro. Mas nunca exactos; nunca perfeitos.
Do contrário, seríamos Deus.
Dominaríamos a Criação.
Em verdade, somos co-criadores, ou seja, apenas modificamos o existente.
Recriamos o Criado.
Nossos irmãos dispõem da maior potência energética já construída no reino humano, o corpo físico.
Possuem forças de atracção e magnetismo em ondas mentais centrípetas e centrífugas.
São os sentimentos humanos.
Criam uma perspectiva não imitável, única, portadora dos mais salutares medicamentos energéticos e cicatrizantes, um antibiótico natural contra muitos vermes astrais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:57 pm

Não esperamos mais por médiuns heróicos e devotados, mas por equipes cristãs.
Por mais extraordinários a faculdade mediúnica e os valores morais do médium, uma tarefa desse porte, nas atuais condições psíquicas da Terra, requisitará uma estrutura apropriada e resistente.
As tarefas haverão de se converter em laboratórios fraternos de investigação.
Médiuns como operários.
Dirigentes como parceiros.
Sustentadores como apoio afectivo.
Os que mais servem e não os que mais controlam, eis o quesito elementar.
Ficamos, assim, com a sábia colocação do codificador a respeito dos quesitos essenciais aos serviços de amparo e assistência mediúnica contida em O Livro dos Médiuns, capítulo 24, item 267:
"Para julgar os Espíritos, como para julgar os homens, é preciso, primeiro, que cada um saiba julgar-se a si mesmo.
Muita gente há, infelizmente, que toma suas próprias opiniões pessoais como paradigma exclusivo do bom e do mau, do verdadeiro e do falso; tudo o que lhes contradiga a maneira de ver, as suas ideias e ao sistema que conceberam, ou adoptaram, lhes parece mau.
A semelhante gente evidentemente falta a qualidade primacial para uma apreciação sã:
a rectidão do juízo.
Disso, porém, nem suspeitam.
É o defeito sobre que mais se iludem os homens".
Cuidar da nossa fragilidade com atenção, José Mario, será um ato de vigilância.
Que isso não nos afaste, porém, do desejo de servir onde raríssimos oferecem sua parcela de colaboração.
Pela aquisição desta rectidão do juízo aludida por Kardec, abandonemos o personalismo nocivo e agreguemo-nos à noção de grupo, eis nossa maior protecção.
- Pensava exactamente neste tópico: grupo.
Os amigos do Grupo X formam uma equipe e, no entanto, atravessam um momento de extrema delicadeza em sua convivência.
Por sua explicação clara, Cornelius, há uma fixação nos pontos de vista pessoais que coloca em risco o futuro.
Uma expressão em sua resposta chamou-me a atenção: "orientadores arbitrários do serviço celeste".
Perdoe-me a indiscrição, mas existe alguém que assume esta condição entre nossos irmãos?
- A situação é um pouco mais grave, José Mario.
Se fosse apenas uma pessoa assumindo esta atitude infeliz, os factos colocariam cada coisa em seu lugar.
- Então existe mais de um componente nesta posição?
- José Mario, a título de aprendizado, e sem qualquer julgamento aos irmãos queridos, credores de nossa amizade sincera, raros naquela casa são os que se encontram fora desta postura arbitrária.
Não fosse a luz da sinceridade que emana de suas almas, decerto estariam nas malhas da perturbação mental consumada, sem nenhuma possibilidade de acção da misericórdia divina.
- Meu Deus! Quando entramos neste tema, inevitavelmente, penetro nas recordações de meus próprios fracassos.
Isso dói até hoje!
Vejo-me nesta condição.
- Desde o primeiro grupo formado pelo próprio Cristo, caro amigo, temos notícias da influência danosa de nossas imperfeições morais.
Pedro, Tiago e Saulo duelaram ardentemente, colocando em risco a obra nascitura do Evangelho.
- Ainda não ouvi algo que me fizesse compreender tal quadro.
Com tanta luz jorrada pela doutrina, ainda pelejamos com tantas sombras!
- Eis a explicação, bom amigo.
- Onde? - expressei com um misto de indignação.
- No Grupo X temos um encontro de sombras atraídas pela luz de um ideal.
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Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira - Página 3 Empty Re: Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:57 pm

Foi preciso algo muito forte e impactante para reuni-los:
o ideal do afecto. Sem excepção, são almas atraídas para a afectividade ante o cansaço no qual se encontram pelas pelejas travadas em sucessivas vivências carnais.
Estão cansados de si mesmos e mendigando uma gota de sossego interior.
O volume de informações e conteúdos mediúnicos recebido pelos companheiros acendeu-lhes no íntimo o ideal luminoso da fraternidade.
Formou-se um ideal que os agregou.
Todos ansiosos pela luz do amor verdadeiro.
Dona Modesta, avalista amorável do Grupo X destinou-lhes projectos de cooperação.
Inebriados ante a proposta, entregaram-se incontinente ao serviço.
O grupo matriculou-se na preciosa escola de serviços socorristas aos abismos.
Corações impenetráveis e espíritos nas condições mais infelizes fizeram parte da mesa farta de alimento espiritual no Grupo X.
Os dragões empedernidos do Vale do Poder, servidores de Baco do Vale da Luxúria e almas cruéis do Vale da Descrença foram atendidos nas actividades, criando um campo de batalhas intermináveis com as falanges mais austeras e odientas das regiões inferiores da erraticidade.
E quando começaram as primeiras lições por meio do contacto com habitantes do submundo astral, as lutas surgiram.
Não poderia ser diferente.
Temos milénios de trevas contra nossos mais sinceros anseios de luz.
O grupo se uniu por um ideal superior, mas a conquista desse ideal, para qualquer um de nós em busca de ascensão espiritual, será alcançada somente ao preço de muito sacrifício de auto-superação.
Surgiu, assim, o encontro das sombras interiores de cada trabalhador.
É da Lei Divina que sejamos sempre atraídos para nossas próprias criações.
Vamos sempre ao encontro de nós mesmos na caminhada evolutiva.
Nossa vida exterior reflecte as buscas mais profundas e desconhecidas de nós próprios.
Cada componente do Grupo X aspirava à luz, todavia, o conjunto de suas características morais tornou-se elemento decisivo.
Valorosos, porém, por demais orgulhosos.
A sombra do orgulho é o mais poderoso ingrediente da vida mental para definir nossos destinos.
Nossos irmãos se complementam.
Vêem, um no outro, aquilo que possuem dentro de si mesmos e não conseguem assumir.
Os momentos iniciais de alegria e carinho, afecto e disposição esvaíram-se ao peso das rixas intermináveis e exaustivas.
O clima estava propício à obsessão.
Os articuladores das falanges adversárias, aproveitando-se do ambiente desarmónico, acirraram seus planos de interferência e destruição.
- Um encontro de sombras! - exclamei pensativo.
- Que outra análise fazer, José Mario?
- Quer dizer que os amigos espirituais que os orienta chamou-os à aplicação do afecto e eles se viram atraídos para o tema?
- Completamente atraídos.
- Eu sempre tive muito receio desse assunto.
Afecto e intimidade sempre andam juntos e arruínam amizades.
- De facto, José Mario, o afecto é como uma pedra de raro valor em uma galeria cercada de variadas medidas de segurança, a fim de não ser roubada.
A afectividade sem valores morais nobres que a protejam pode resvalar para decepções sem conta nas relações humanas.
- Se eles foram tão chamados à afectividade, por que não conseguiram se entender?
- Faltou-lhes um destes valores de protecção para que o afecto se transforme em argamassa construtora de paz na convivência humana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 08, 2018 7:57 pm

- Qual valor?
- A misericórdia. Eis um dos mais belos ensinos do Evangelho que tem faltado à maioria de nós, seguidores de Jesus.
Misericórdia é ter os olhos voltados para a boa parte da vida, saber extrair luz dos acontecimentos e das atitudes humanas.
Isso só será possível se tivermos compaixão das misérias uns dos outros.
Misericórdia, aliás, significa isso:
cordia, que lembra coração, em grego Kardia e miseri, que remete à dor, ao sofrimento e à penúria.
Somente nesse clima propício de bondade o afecto pode florescer sem atiçar a sombra interior.
- Talvez por isso sempre temesse o afecto.
A intimidade nos faz entrar em contacto com a riqueza e a pobreza alheia.
Isso causa inveja por um lado e crueldade por outro.
Ao não admitirmos a luz que o outro tem, tombamos na ciumeira enfermiça ou, então, verificando as imperfeições desta mesma criatura, procuramos ser cruéis com suas deficiências no intuito de apagar sua luz, que ofusca nossos olhos.
- A convivência, José Mario, com ou sem a afectividade, é um espelho no qual, queiramos ou não, temos de nos olhar através do outro.
Somente no deserto teríamos condições de anular essa possibilidade, ainda assim ficaríamos escravos da miragem que fazemos de nós mesmos.
- É verdade! - exclamei procurando analisar a profundidade do ensino de Cornelius.
Apenas mais uma questão, intercedeu Juliano:
- E hoje, como se encontram os irmãos do Grupo X?
- Isto será alvo de nossas reflexões nos próximos encontros.
Vocês serão chamados a cooperar activamente no melhor encaminhamento das vivências em curso, a pedido do professor Cícero Pereira.
- Professor Cícero está envolvido com os acontecimentos do Grupo X?
- Além de dona Modesta e doutor Inácio, que guardam laços estreitos com nossos irmãos, talvez o professor possa ser considerado o grande tutor do Grupo X.
Foi ele quem zelou durante algumas décadas, com incomparável devoção, pela união de um grupo extenso de almas comprometidas com velhas contas a quitar.
- E conseguiu reuni-los no Grupo X?
- Não, Juliano.
Não é este o objectivo.
Nem um décimo deste grupo foi reunido.
São aproximadamente trezentos corações, hoje reencarnados, que se vinculam a um novelo de histórias iniciado no século XV, com a infeliz Noite de São Bartolomeu.
- Meu Deus!
A reunião de estudos corria rica em comentários, mas, quando dei por mim, Juliano e eu havíamos monopolizado as indagações.
Sentindo um desconforto pela minha atitude, resolvi interrogar:
- Cornelius, será que alguém mais quer participar?
Estou exagerando nas minhas perguntas.
- O diálogo está em aberto, amigos - falou Cornelius, em tom de simplicidade e convite aos integrantes de nosso grupo de estudos.
Assim que foi franqueada a palavra, Railda, uma encantadora integrante de nosso grupo, actuante na seara espírita do Ceará, na cidade de Juazeiro, quando encarnada, apresentou uma questão de rara inspiração:
- Diante de tantas noções enriquecedoras, gostaria de saber se existe algum grupo que esteja conseguindo se manter nos compromissos de assistência às furnas da semi-civilização.
- Pergunta oportuna, Railda! - procurou motivá-la nosso instrutor.
Faz parte de nosso programa no curso visitar um desses ambientes.
Vocês conhecerão de perto um homem e médium honrado no estado do Rio de Janeiro, Zequinha, um abnegado servidor do Cristo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:26 pm

Capítulo 06 - O PODER MENTAL DE PAI JOÃO DE ANGOLA
"Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo" João 6:70.

Após nossos cursos preparatórios pela manhã, rumamos à tarde para as visitações confortadoras nas enfermarias.
Cornelius, Juliano, Railda e eu estávamos à porta de entrada do subsolo 1, quando um toque de emergência foi disparado no subsolo 2, um nível abaixo de onde nos encontrávamos.
Cornelius, ciente de que se tratava de algo grave, pensou por alguns segundos e solicitou-nos a companhia, saindo apressadamente.
Chegando lá, fomos recebidos por Salustiano, um enfermeiro servil que nos informou:
- Temos um caso de mutação.
- Meu Deus!
- Qual a classe?
- Um ex-dragão.
- Em qual cela está?
- Na 22.
Sem a menor noção do que se tratava, seguimos Cornelius, que nos solicitou muita vigilância e oração.
Em passos largos e apressados, dirigimo-nos com uma equipe de soldados para a cela 22.
O ambiente era muito carregado.
Um pedaço do inferno no céu, não tinha outra definição para tal quadro.
A diferença entre os andares superiores e o subsolo era marcante.
A respiração de todos ofegava, inclusive a dos mais afeiçoados ao ambiente.
Aproximando-nos da cela 22, ainda muitos metros distantes, podíamos perceber uma luz de cor laranja saindo pelas frestas da porta.
Parecia que estava tudo em chamas lá dentro.
Um odor causticante queimava nossas narinas.
Não suportando o ritmo dos passos da equipe, andamos mais lentamente, e Railda, Juliano e eu ficamos para trás.
Éramos, ao todo, uma equipe de vinte pessoas.
Alguns soldados habituados aos trâmites daquela hora postaram-se diante da cela, enquanto outros olharam pela pequena janela na porta.
Devidamente paramentados, traziam uma arma no coldre.
Uma farta chama de fogo foi literalmente cuspida lá de dentro, fazendo com que todos se arredassem abruptamente, menos os soldados.
Impressionei-me com a postura deles, que apenas fecharam os olhos e se mantiveram intactos.
Mesmo guardando alguns metros da cela, tive uma terrível sensação de ser sugado em minhas forças por aquelas chamas ardentes e malcheirosas.
O odor aumentou a tal ponto que nós três, os aprendizes, começamos uma tosse seca que nos deixava com a garganta ardendo.
Máscaras apropriadas foram distribuídas para quem não se adaptava.
De repente, comecei a ouvir uma música sendo cantada baixinho, que foi aumentando e aumentando, até que localizei sua direcção, e pude perceber, no corredor pelo qual caminhamos, que um senhor negro, vestido como escravo, de baixa estatura, apoiado em uma bengala de madeira brilhante, vinha dançando e cantava:
"Se a pedra é dura
É dura de quebrar
Coração que não bambeia
Hoje tem que bambear..."
Logo percebi que se tratava de um conhecido ponto de Umbanda cantado no mundo físico, cujo fim é auxiliar nos trabalhos mais pesados com corações empedernidos no mal.
Imediatamente, os soldados acompanharam a música seguida de um gesto similar às palmas, na qual apenas encostavam uma mão na outra, o que provocava uma irradiação dirigida à cela 22.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:27 pm

Quanto mais se aproximava o velho, mais éramos tomados por uma força descomunal de coragem, bem-estar e alegria.
A vontade que tinha era de me jogar naquela cela, mesmo sem saber o que lá acontecia, e resolver o que fosse preciso.
A força vibratória da entidade fazia uma barreira protectora e saudável de uma energia que nos revigorava.
O velho, com andar lento, passou à nossa frente e, com seu olhar meigo, saudou-nos de forma carinhosa:
"Louvado seja nosso senhor, muzanfio!
Jamais esquecerei o olhar do velho sábio, que nos enviava uma mensagem de força divina, fazendo-nos sentir que, mesmo diante de um perigo iminente, Deus connosco estava.
Aproximando-se da porta, foi saudado de forma respeitosa pelos soldados e falou:
- Muzanfio, abri essa porta!
Aberta a porta, logo vimos o ser que lá se encontrava.
Descrevê-lo seria gastar palavras, porque a similaridade com os dragões imaginados pelo homem no mundo físico era algo de impressionar.
Uma cópia fiel.
Quem copiou de quem?
O homem copiou o daqui ou os daqui copiaram os de lá?
Aquele velho olhou fixamente a criatura, bateu sua bengala no chão por três vezes e repetiu:
- Deus te ama, muzanfio.
Deus te ama, muzanfio.
Deus te ama, muzanfio.
A singeleza da frase não traduzia o poder energético daquela fala, porque já na segunda vez pronunciada, aquele ser, que parecia indomável, horripilante e destruidor, simplesmente caiu aos pés do velho, totalmente inerte, e passou a ter terríveis convulsões.
Médicos e enfermeiros prestimosos aproximaram-se com farto material asséptico, esponjas e muitas tigelas para recolher o caldo gorduroso que era expelido pela pele daquela estranha entidade.
Não fossem os ensinos que já havia recebido, e acreditaria tratar-se de um animal vivente nas plagas imortais, mas não era isso.
Estávamos diante de uma das mais temíveis criaturas na vida espiritual, um dragão.
Com uma rapidez impressionante, toda aquela forma composta de pequenas escamas da epiderme de réptil se desfazia, deixando transparecer hematomas e feridas similares às que se formam no corpo humano.
O odor no ambiente havia melhorado, embora ainda fosse difícil de suportar.
O velho, vendo o ser tombado, não demonstrou preocupação com ele, mantinha seu olhar fixo dentro da cela.
Solicitando que o arredassem para o corredor, foi entrando com o olhar atento, concentrado.
Cornelius pediu uma oração em voz alta, e o velho entrou e fechou a porta.
De repente, a serenidade da oração foi invadida por um silvo estridente que machucava nossos tímpanos.
Uma dor perpassava meu coração, como se fosse uma angústia dilacerante.
Luzes multicoloridas foram vistas por nós e novamente ouvimos aquele velho bater a bengala e repetir por três vezes:
"Deus te ama, muzanfio".
Após o mantra transformador, uivos horripilantes foram ouvidos.
Eu estava completamente tomado pelo medo.
Um misto de desespero e vontade de me esconder.
Não foi uma experiência fácil nem
agradável.
Não tinha a menor noção do ocorrido.
Tudo aconteceu em breves minutos, que pareciam uma eternidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:27 pm

De repente, o velho negro saiu da cela, foi até o cóccix da criatura e, com uma tesoura específica para tais fins, fez uma incisão.
O que vimos a seguir era de impressionar.
Como fosse uma ferida enorme purgando, era expelida uma matéria pastosa de cor esverdeada como lodo, com odor de enxofre.
Ela se derramava aos borbotões.
Com a mão estendida sobre o cóccix, vimos que o velho fazia uma sucção e, em meio àquela pasta esverdeada, vi surgir um dispositivo do tamanho de uma pequena moeda, que se imantou à palma de sua mão.
Ele pegou a pequena peça e a entregou a Cornelius.
Como quem já sabia o que estava fazendo, dois enfermeiros conectaram um pequeno tubo para absorver a matéria, enchendo potes enormes rapidamente.
Na medida em que ela vazava na epiderme, a forma daquela criatura diminuía, como fosse um balão inflado esvaziando.
Pouco a pouco, apareciam os primeiros traços humanos em sua face, depois no peito e, por fim, nas pernas.
Após dez a quinze minutos, aproximadamente, nos quais nos mantivemos em absoluto silêncio, eu olhava cada detalhe.
Agora, quase totalmente humano, o corpo daquele homem parecia ter sofrido um acidente grave.
Hematomas por todo lado, inconsciência total, flacidez muscular, como se estivesse completamente quebrado.
Terminadas as operações emergenciais, ele foi cuidadosamente colocado em uma maca e levado ao centro cirúrgico de emergência, acompanhado pelos soldados, os enfermeiros e o velho sábio.
Ficou apenas nossa equipe de estudos junto a Cornelius.
Olhamos para o benfeitor sem saber o que dizer.
Ele, que em nenhum momento demonstrou perturbação, guardando invejável serenidade, nos dirigiu a palavra.
- Imagino o quanto estão curiosos!
Posso adiantar-lhes que, neste momento, a vida envia um recado prestimoso em relação ao futuro das actividades que lhes aguardam o concurso fraterno.
Raríssimas vezes algum aprendiz de nossos cursos preparatórios teve contacto com tal nível de atendimento tão cedo, como tiveram vocês.
A vinda ao subsolo 2 costuma ocorrer somente com autorização prévia e em fase bem mais adiantada nos estudos.
Ainda assim, proponho que regressemos ao andar de cima, onde poderemos fazer uma pequena pausa para o diálogo.
Continuamos os três em silêncio e seguimos Cornelius para o subsolo 1.
Paramos em um posto de enfermaria e nos assentamos em confortáveis cadeiras.
Um pouco mais refeitos, cada um de nós trazia ainda alguma alteração vibratória.
Railda tinha náuseas, Juliano guardava enorme dificuldade na respiração e eu trazia uma palpitação no coração que me causava um cansaço inexplicável.
Somente Cornelius mantinha-se inalterado, por estar habituado à natureza dessas actividades.
- Eu sei o que sentem. Logo passará - externou o benfeitor, solicitando um suco refazedor no posto central da enfermaria.
- Cornelius - falei, ainda bebericando o saboroso líquido que nos restaurava as forças instantaneamente -, que será daquele pobre homem daqui para a frente?
- Espera-lhe a sementeira que plantou na obra do Pai.
Quase sempre, depois de inúmeras cirurgias reparadoras do perispírito, passam por longo tratamento psiquiátrico e, mais adiante, caso consigam resultados satisfatórios, fazem gradativas actividades de preparação e, posteriormente, iniciam o serviço de sua própria redenção por meio da reencarnação.
Faremos tudo ao nosso alcance para auxiliá-lo em sua redenção, eis o fim maior desta casa de amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:27 pm

Todavia, ele próprio poderá criar obstáculos intransponíveis ao amparo que lhe será dispensado.
- E nesse caso?
- Nesse caso, podem ocorrer fugas do Hospital ou podemos encaminhá-lo para prisões educativas mais próximas da crosta.
Tudo dependerá do homem que vai surgir daquele dragão impenitente.
- De onde ele foi recolhido? Veio dos abismos?
- Não, José Mario!
Agora vocês entenderão melhor por que lhes disse que a vida lhes envia recados alvissareiros em relação ao futuro de suas actividades socorristas.
Este dragão atacava as dependências do Grupo X até duas semanas atrás, quando, em paciente serviço de amor, dona Modesta conseguiu trazê-lo ao Hospital.
Vejam como os seus laços com esse Centro Espírita vão se estreitando!
- Porventura, Cornelius - indagou Juliano -, ele é um dos luciferianos?
- É mais complexo, Juliano - respondeu Cornelius, como quem reflecte se seria mesmo o momento certo de nos confiar revelações sobre os verdadeiros factos.
- Seria ele então...
- Sim, Juliano.
Era a entidade que se passava por Lúcifer no Grupo X.
No momento adequado, vocês poderão obter mais detalhes dessa acção socorrista - expressou novamente Cornelius, como se desejasse alterar o rumo da conversa.
Railda, com a típica sensibilidade feminina, fez a pergunta que todos mais queriam saber.
- E quem é aquela alma boa que irradia paz e alegria?
Que vontade de beijar aquele velho!
- Aquele velho sábio é Pai João de Angola, distinto trabalhador das furnas.
- Ele parecia um mago! - exclamou Juliano, também inebriado pela figura do velho.
- Ele é um mago. Um mago do bem. Pai João, junto à equipe de dona Modesta, tem prestado serviços valorosos a vários grupos doutrinários que se erguem em nome do Cristo na Terra.
- Ele seria o que na Terra chamamos de preto velho?
- Sem dúvida. Ele integra as falanges protectoras do bem-estar social.
Sua acção é muito focada na saúde, especialmente no capítulo das interferências obsessivas na óptica da medicina espiritual.
Mais do que mago, Pai João é um médico do bem a serviço da libertação da consciência humana.
- O que eu não imaginava - aparteou Juliano - é que realmente eles ainda traziam essa aparência.
Quando na vida física, supunha se tratar de animismo dos médiuns essa descrição em forma de escravo.
- Pai João é muito singelo na sua forma de se apresentar.
Temos outros servidores da casa que chegam a se paramentar a rigor, assemelhando-se aos pais de santo da vida física ou escravos dos tempos idos.
- Estranho isso, não? - intercedeu Railda, com nova prova da acuidade feminina.
- O que é estranho, minha filha?
- Essas vestes dentro de um hospital.
- Você viu alguém assim vestido nos andares superiores?
- Não!
- Somente aqui, onde a doença se manifesta com expressões cruéis torna-se necessário reproduzir semelhante quadro.
Soldados com armas, magos com túnicas e assim por diante.
- E as armas? Eram de verdade?
- Diferem do armamento do plano físico porque eram apenas disparadores de tranquilizantes, embora em situações mais próximas da crosta sejam usados armamentos defensivos pesados e específicos.
- E por que vocês chamam o quadro apresentado na cela 22 de mutação?
- Railda, esse pobre ser está há quinze dias, entre nós, apenas tomando medicações contra sua vontade e recebendo atendimentos técnicos no intuito de ser desligado totalmente dos cordões energéticos que ainda o prendem a seus mandantes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:27 pm

É o tempo habitual para o que chamamos de mutação, isto é, o desligamento dos seus dominadores e a possível mutação perispiritual com a perda da carapaça de réptil.
A mutação é o que você presenciou, a mudança de forma.
Um fenómeno da biologia perispiritual que se torna inevitável após o rompimento com as matrizes sustentadoras do plasma, que organiza e mantém a forma reptiliana sob comando de pequenos dispositivos de acção mental implantados em seus corpos.
- Quer dizer que em quinze dias os dragões perdem sua forma original?
- Não, minha filha!
Cada caso é um caso.
O que, na verdade, ocorre no período aproximado de quinze a trinta dias é o desligamento dos cordões energéticos.
Há casos em que a forma perispiritual demanda meses ou anos em serviços complexos de cirurgias plásticas e rectificadoras para chegar ao ponto daquela mutação.
Mesmo que tenha havido a anulação dos pequenos implantes de biotecnologia fabricados nas engenharias do mal, muitos casos requerem acção técnica especializada.
Tais implantes são colocados no perispírito, que aqui em nosso plano é forma, mas sua acção mento-química ocorre na forma, isto é, no corpo mental inferior.
Basicamente, o microchip retroalimenta genes de répteis que foram separados e alojados na constituição plásmica do perispírito, algo como uma transfusão de sangue no corpo astral.
Esses genes têm o poder de reactivar componentes biológicos adormecidos dos antepassados, pelos quais todos peregrinamos nas faixas da evolução primária há milhões de anos.
O princípio da biotecnologia é activar as memórias ancestrais nos depósitos da vida subconsciente do corpo mental inferior, também chamado de corpo mental concreto.
Em alguns casos, dependendo da intensidade e do tempo de semelhante experiência, o perispírito não só expressa em sua plasticidade os contornos da forma ordenada pela vinda mental profunda como vai além e cria registros genéticos capazes de reavivar ou manter a forma reptiliana com toda sua constituição molecular nas engrenagens fisiológicas do próprio perispírito, absorvendo o modelo em toda sua vida microrgânica, passando a desenvolver todas as características da vida dos répteis.
- E esse dispositivo foi aquele retirado pelo preto velho?
- É apenas um deles.
- Nós podemos dar uma olhada nele?
- Sim, venham cá e olhem - e tirou do bolso uma pequena caixinha metálica na qual havia guardado a peça.
- Parece um dedal - falou Juliano.
- Ainda está sujo com aquela matéria que vazou, mas ela mudou de cor - observou Railda.
- Quer dizer que estava alojado no corpo mental inferior?
- Alojado no perispírito, mas com funções destinadas à vida mental profunda, especialmente nas estruturas da vida celular e na fisiologia do organismo mental inferior.
- Mudando um pouco o nosso assunto - falou Railda, que sempre trazia subtilezas muito ricas aos nossos estudos -, eu me senti muito surpresa ao penetrar o subsolo 2 e constatar a presença de celas
prisionais.
Tive um ímpeto de achar desconexa a relação hospital com prisão. Todavia, depois de ver aquele pobre ser, compreendi a gravidade do serviço ali desenvolvido.
- De facto, minha filha, é uma das alas que mais exigem nossa compaixão, diante dos dramas e tragédias ali reunidos.
Nossas celas são muito mais recintos de segurança para casos específicos do que locais de sanção. Muito raramente alguém passará mais que alguns meses por ali, por mais grave seja o caso.
- E para onde ele foi levado depois do socorro?
- Aos centros cirúrgicos aqui no subsolo 1 onde poderá permanecer por mais longo prazo.
- Cornelius, gostaria de voltar a um assunto expressei em tom de curiosidade.
- Fale, amigo!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:27 pm

- Embora não seja habitual a presença de pessoas paramentadas nos andares superiores do Hospital, já tive oportunidade de encontrar pais de santo, padres e outros religiosos cristãos com alguma vestimenta ou artigo que os caracterize como no mundo físico.
Haveria dependências especializadas no Hospital para essas designações religiosas?
- O Hospital Esperança, com sua filosofia de ecumenismo cristão, abriga em suas áreas todo tipo de templo para cultos a quantos ainda sintam necessidade de suas manifestações religiosas.
Somos adeptos do livre-pensamento, e Jesus e Suas sábias directrizes evangélicas são nossa área doutrinária catalisadora de todos os interesses.
Temos Centros Espíritas, Capelas, Tendas Umbandistas, Igrejas Evangélicas e outras entidades sociais aqui organizadas.
- Isso vai arrepiar muitos espíritas quando chegarem aqui - manifestou Juliano com toda espontaneidade.
- É verdade, Juliano - disse Cornelius em tom de ternura.
- Como diria o doutor Inácio, arrepiar os daqui e mais ainda os de lá, na matéria, quando tomarem conhecimento desse facto.
- As revelações obedecem ao progresso da alma - novamente respondeu Cornelius, querendo elevar o tom da conversa para não tombar na crítica.
- Cornelius - continuou Juliano -, o que são aqueles silvos? Havia outra entidade dentro da cela?
- Não, Juliano.
Aqueles silvos partem de regiões inferiores, de onde veio nosso irmão, e são ouvidos ali por meio dos cordões energéticos.
- Esses cordões são visíveis?
- São radiações muito intensas, como fios transmissores de comandos, que são assimiladas pelo micro-implante no cóccix de nosso irmão.
- É assim que teleguiam o dragão?
- É assim os habitantes dessas paragens mantêm laços com suas regiões de origem e também com seus pares.
Os cordões energéticos não são o que se poderia chamar de tecnologia fabricada por mãos humanas, e sim uma natural expressão das relações humanas.
- Quer dizer que todos temos cordões energéticos?
- Inevitavelmente.
Oportunamente, faremos um estudo especial sobre o assunto em nossos cursos preparatórios e veremos que não se pode entender a obsessão sem compreender bem este tema.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:28 pm

Capítulo 07 - UMA HISTÓRIA DE MALEDICÊNCIA
"Porque quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano" - I Pedro 3:10.

A conversa nos distraía quando, de repente, ouvimos um som estranho.
Era Benevides. Novamente aquele homem entrava em contacto connosco.
Ele soprava a própria língua de dentro da boca esparramando cuspe intenso.
Babava como uma criança bem novinha.
Parou diante da porta do posto e olhou-nos de forma vaga.
Ficou quieto como se varasse o íntimo de cada um de nós.
Soprou a língua de forma mais branda, o que me fez recordar alguns meninos com síndrome de Down, que a ficam mastigando com a boca semiaberta.
Olhou para o corredor e começou a dizer, para minha surpresa:
- Eu conheço José Mario!
Virei o rosto para Cornelius, como se perguntasse o que fazer e, sem que algo me ocorresse, olhei para o corredor, e novamente Benevides pronunciou:
- Eu conheço José Mario! José Mario é meu amigo!
Ficava clara a condição mental de nosso irmão.
Ele estava em pleno surto esquizofrénico.
Ainda assim, recordou-se de mim por causa do dia anterior, quando fizemos a visita ao subsolo 1.
Eu estava atónito, sem saber o que fazer ou dizer, quando fui incentivado por Cornelius a me aproximar dele. Então o saudei:
- Olá, Benevides!
Está se lembrando de mim?
- Benevides conhece José Mario - respondeu e continuou olhando para o corredor, como se estivesse sob o efeito de sedativos.
- Como você está hoje? - perguntei totalmente desconcertado.
- Benevides quer morrer.
- O que é isso, amigo!
- Benevides já morreu e quer morrer de novo.
Benevides é espírita ruim.
Benevides tem língua grande, veja só!
Ao pronunciar a palavra língua, ele a colocou para fora como no dia anterior e, como se fosse um grande elástico vermelho, puxou-a novamente para a boca.
- Viu a língua de Benevides? - e, sem mais nem menos, ele continuou caminhando pelo corredor afora.
- Não se perturbe, José Mario - disse Cornelius.
Ele está sedado e ainda confuso.
- É esquizofrenia?
- Um quadro parecido.
- Está fora de si?
- Quase completamente.
Railda indagou:
- Benevides era espírita?
- Sim, Railda.
Foi um grande trabalhador do Rio de Janeiro.
- O que faz um homem desse chegar aqui assim, meu Deus? - intercedi na conversa.
- Ele foi fundador e tarefeiro devotado de uma creche no subúrbio do Rio de Janeiro.
Cuidava de mais de 300 crianças.
Fazia sopa para mais de 180 famílias.
Tinha uma farmácia impecável.
Era uma obra social de largo porte que contava com mais de 200 trabalhadores efectivos e muitos outros indirectos.
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Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira - Página 3 Empty Re: Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:28 pm

Foi um homem de boa vontade.
Pai honesto, marido fiel, espírita convicto.
Benevides, como todos nós, tinha enfermidades morais a vencer.
Sua doença nuclear foi o preconceito.
Ele tinha uma visão muito distorcida, que o conectou com forças sombrias que desenvolveram uma severa doença mental ao longo de décadas.
Um quadro típico de obsessão mental, conforme a conceituação de Calderaro.
Depois da morte, o contacto com o remorso e a doença da consciência lhe trouxeram perturbações de vulto.
No mesmo bairro onde existia sua obra social, havia também uma Casa Umbandista renomada e muito procurada pelos serviços de caridade que prestava.
Era a Tenda Umbandista Espírita Pai João de Angola.
Benevides não suportava a palavra Umbanda.
Tinha rejeição sistemática por umbandistas, que denominava pembeiros ignorantes.
Além disso, ele também não tinha uma gota de tolerância com os pretos velhos, a quem designava como escravos analfabetos.
Se ele somente pensasse dessa forma, talvez tivesse poupado a si mesmo de muitas decepções, mas era impetuoso e fazia uma campanha infame contra a Tenda Umbandista.
Orientado por companheiros espíritas ligados aos órgãos de unificação de sua região, entregou-se a uma insistente acção para tirar o nome espírita da Tenda, principalmente porque tal entidade manifestou desejo de participar das actividades de unificação.
Entretanto, como não se dispuseram a cumprir com as severas exigências impostas, não só recusaram o pedido de adesão como passaram a dar demasiada importância ao facto de se dizerem espíritas umbandistas.
Valendo-se de influência política, influenciou a cabeça de homens públicos com maledicência e calúnia até conseguir um escândalo de proporções desastrosas contra a Casa Umbandista vizinha à sua.
Em uma batida policial interesseira e abusiva, carregada de preconceito social dos próprios órgãos públicos, a confusão se estabeleceu em briga, agressão e prisão do líder pai de santo e dois integrantes.
O assunto virou manchete, e a casa se esvaziou, atingindo o objectivo ilícito de Benevides, que prometeu votos de seus assistidos para os comparsas da politicagem que lhe prestaram o favor.
Certo de ter feito o mais honesto em favor do futuro do Espiritismo, Benevides ainda pediu favores a juízes, aos quais convenceu da periculosidade da Tenda, solicitando o fechamento da entidade ou seu deslocamento para outras bandas.
Após saírem da prisão, os líderes da tenda umbandista lutaram para reerguer o templo, que fora devastado por vândalos, que se aproveitaram da interrupção das actividades para saqueá-lo em manifesto repúdio social de preconceito.
Depois disso, ainda ficaram por dois anos em pendências e papéis, taxas e burocracias para reactivar as tarefas, tendo suspensas todas suas actividades sociais.
Toda a acção do servidor espírita ficou na penumbra do silêncio conivente.
Benevides não é um homem mau.
Ele não tinha noção de que o episódio pudesse chegar a tanto.
Na verdade, ele queria mesmo que a Tenda fosse fechada ou que mudasse de bairro para não empanar o brilho de sua obra pelas confusões, que não eram toleradas por ele.
Muitos dos que frequentavam sua casa espírita também participavam da umbanda no bairro.
A obra social dos umbandistas incomodava Benevides.
Todas as sextas-feiras, mais de 140 médiuns incorporavam pretos velhos para o diálogo com o povo.
Nas giras mensais, de exu e caboclo, a casa chegava a reunir mais de 1.000 pessoas.
Eles possuíam um terreno dez vezes maior que sua casa espírita, no qual planeavam uma obra assistencial para o povo.
Muitos pais das crianças assistidas em sua creche trabalhavam na tenda, e sofriam pressão para mudar de casa, sob pena de perderem a vaga de seus filhos na organização espírita.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:28 pm

Embora as actividades umbandistas tenham sido reactivadas, ficou a sombra da calúnia pairando sobre a Tenda.
O próprio Benevides tinha agora como justificar sua tese, reavivando sempre o lamentável episódio na lembrança de todos os que ainda manifestavam qualquer referência saudável ao núcleo de Umbanda.
Veio um dia, porém, em que sua filha mais velha foi tomada por terrível doença no sangue.
Ele gastou quase tudo o que tinha em exames, remédios e tratamentos para livrá-la da dor, e nada conseguiu.
Um sofrimento interminável, que durou anos a fio. Certa feita, a esposa, já sofrida ao extremo, na iminência da morte da filha, conforme previsão médica, foi aconselhada por uma amiga a procurar às escondidas a Tenda.
A amiga, também tarefeira da creche de Benevides, tinha acesso ao pai de santo e poderia conseguir um atendimento especial e sigiloso.
Assim foi feito.
Após duas sessões de tarefas de descarrego e outros rituais de libertação, Marisa, a filha de Benevides, readquiriu forças, começou a recuperar o peso e tudo o que perdeu nos anos de enfermidade. Com um mês de melhoria, os exames médicos foram unânimes:
Marisa estava curada.
E estava mesmo, porque, na verdade, o diagnóstico médico de leucemia linfóide nada mais era que um pequeno aparelho similar a uma agulha de costura conectada em sua medula20 por adversários das sombras, retirado nos serviços protectores da abençoada tenda umbandista.
Em um domingo de festa na família Benevides, todos os parentes foram reunidos para comemorar a bênção da cura de Marisa.
Nessa ocasião, a própria filha, que até então, a pedido da mãe, guardou segredo, não só contou o episódio dos trabalhos na umbanda, mas declarou-se apaixonada pelo pai de santo, que se tornou seu amigo inseparável e o homem com quem pretendia se casar.
A determinação de Marisa, aliada à surpresa da notícia, causou o pior sentimento que poderia existir no coração de Benevides.
Com indisfarçável contrariedade, levantou a taça de brinde na comemoração como quem fora colhido pela mais infeliz decepção de sua existência.
Daí por diante, as lutas não cessaram, porque Marisa consolidou seu casamento, presenteando os pais com dois netos que, já na infância, demonstravam enorme atracção pelo som dos atabaques, pouco a pouco ingressando nas fileiras umbandistas.
O sogro jamais aceitou o genro, a atitude dos netos e a atitude da esposa.
Enveredou por um mau humor sem precedentes na sua vida.
Tomado pelo rancor, incendiava a vida da família com as labaredas da reclamação, da malquerença e da mentira.
Os anos se passaram sem que o trabalhador demonstrasse uma mínima disposição de mudar sua amargura provocada pela mágoa e pela não aceitação contumaz.
Benevides cometeu a imprudência de acreditar que a vida lhe impunha uma dura prova em razão de erros do passado.
Lamuriava com os amigos, que também adoptavam os falatórios improdutivos, e formavam grupos de enfermos da palavra a depreciar quem não se moldava ao figurino de suas exigências de conduta.
Da lamúria ele tombou no vitimismo, criando um quadro de autopiedade, ficando cada dia mais com a sensação de abandono.
Com o tempo, o clima de revolta irrompeu em estranhas condutas que deixaram a todos preocupados, porque ele conversava sozinho e, em muitas ocasiões, foi surpreendido falando palavrões e xingando pessoas invisíveis ao olhar humano com extrema irritação.
Dava murros na parede.
Por fim, a memória também foi atacada e ele começou a esquecer nomes, lugares.
E pequenos incidentes começaram a surgir, até o momento em que não sabia mais como voltar sozinho para casa e ficava perdido na rua.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 09, 2018 7:28 pm

Algumas vezes, falava que sua mentora, o chamava a lugares desertos para nada...
Ficava clara sua condição de perturbação mental.
- Quanta dor! - manifestou Railda, compadecida do pobre homem.
A maledicência realmente é um dos mais tristes descuidos humanos.
- É verdade, Railda!
Benevides caiu em uma das mais subtis armadilhas nas quais valorosos espíritas estão sucumbindo.
- A maledicência é realmente uma armadilha cruel!
- Não se trata da maledicência, Railda.
- Como?
- A armadilha a que me refiro não é o uso indevido da palavra.
- É o preconceito?
- Também não!
Observando que Cornelius instigava a capacidade de pensar em todos nós, Juliano e eu nos arriscamos a participar.
- Seria a revolta?
- Também não!
- Então só pode ser a arrogância - falei como se tivesse matado a charada.
- Tudo o que vocês apontaram esteve presente na vida moral de Benevides.
Ele, porém, foi vítima de uma questão muito subtil nas fileiras religiosas, que necessita ser muito estudada e divulgada para diálogo, principalmente nos ambientes espíritas.
Nosso irmão padece de uma enfermidade da qual pouquíssimas pessoas na Terra estão conseguindo escapar: a descrença.
Quando nos fixamos no lado sombrio da vida, nada mais fazemos que deixar de accionar nosso potencial de fé.
A fé é o alimento divino da alma, que a vitaliza e a conecta com a essência luminosa da vida.
Sem esse sentimento em acção, enredamos na morte interior.
Acreditar na parte melhor das pessoas, ser indulgente com suas imperfeições, apoiar sempre, mesmo quando alguém falha, constituem caminhos de aplicação libertadora nos rumos da fé viva.
A misericórdia nada mais é que acreditar na luz.
Acreditando no que há de bom, fora e dentro de nós, seremos mais compassivos, tolerantes, amáveis e flexíveis, beneficiando, antes de tudo, a nós mesmos com estados íntimos de alegria, optimismo, visão universalista, paz diante dos diferentes e suas diferenças.
A descrença é exactamente a morte do ideal que sustenta nossa vida em sintonia com o bem.
Com o nosso bem e o bem dos outros.
Quem se fixa nos aspectos sombrios do próximo, activa sua própria sombra e cria uma cadeia de emoções que formam a teia da inimizade e da discórdia, do preconceito e da antipatia.
- Que interessante! - exclamou Railda.
A descrença teria, então, gerado o preconceito em Benevides?
- Possivelmente!
A descrença é um mecanismo da vida mental que acessa os arquivos das emoções primárias do ser, que são o medo, a raiva e a tristeza.
A partir dela, alguns comportamentos são previsíveis, tais como a mágoa, a indiferença, a rigidez, o preconceito, a inveja, o ódio, o pessimismo, a melancolia e outras tantas manifestações doentias.
Os Sábios Condutores da Luz, em resposta a Allan Kardec, na questão 886, de "O Livro dos Espíritos", afirmaram que existem três posturas morais que conceituam a caridade segundo o entendimento de Jesus:
a benevolência, a indulgência e o perdão.
São os três pilares fundamentais da vida emocional sadia focada na fé.
Acreditar na força do bem e realizá-lo, estender sempre a cordialidade fraterna, independentemente das imperfeições alheias, e perdoar as pessoas por não serem como gostaríamos que fossem formam a base da crença viva e vibrante.
O conjunto dessas acções é a misericórdia aplicada na convivência humana.
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Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira - Página 3 Empty Re: Quem Perdoa Liberta - José Mario / Wanderley Oliveira

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 10, 2018 7:29 pm

Nosso irmão, assim como a maioria de nós, derrapou na ausência de indulgência e não perdoou a vida por ser como é.
- Não perdoou a vida ou os irmãos de outra crença?
- Ele não perdoou a vida e suas leis, que se expressam naquilo que chamamos de realidade.
A realidade que nos cerca é o que é, todavia, poucos a aceitam.
Queremos controlá-la e conduzi-la conforme nossa visão egoísta da realidade pessoal.
Rebelar-se contra a realidade que não podemos mudar é rebeldia, e rebeldia é a morte dos ideais nobres do ser por querer contrariar algo que tem de ser como é.
Preconceito nada mais é do que não querer aceitar o que escapa da esfera de nossos conceitos particulares no campo do intelecto e que, por efeito, determinam nossas emoções e atitudes.
O próprio conceito de caridade de inúmeros religiosos é um atestado de descrença no poder alheio de se ajustar e superar suas lutas e sofrimentos.
Um conceito preconceituoso que tem impedido muitas pessoas de descobrir, por si mesmas, a força que possuem.
Ao construírem obras de amparo e apoio, muitos grupamentos se esquecem de ensinar a seus beneficiados que a solidariedade que socorre não pode ser um leito de acomodação.
O maior presente que podemos dar a quem sofre, depois de lhe mitigar a dor e socorrer o estômago, é auxiliá-lo a perceber sua luz pessoal e incentivá-lo a trabalhar sua autonomia.
- Cornelius de Deus! - expressou Railda espontaneamente.
Esse enfoque dá um nó em minha cabeça.
Então, como ficam as actividades de caridade espírita?
- Estou me referindo ao velho costume religioso de tomar o sábado pelo homem, e não o homem pelo sábado.
Trocar o conteúdo essencial de nossa melhoria pelas práticas de acção social.
Jesus deixou o seguinte ensino em Marcos, capítulo 2, versículo 27:
"E disse-lhes:
O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado".
Em outras palavras, seria dizer que a formalidade religiosa do sábado, aqui representando as normas, rituais ou práticas, foi feita para ajudá-lo no desenvolvimento da relação homem-Deus.
Quando o sábado se torna mais importante que o homem, inverte-se a ordem educativa, e o que foi criado para ajudar passa a ser uma prática limitadora, afastando o homem do divino.
É muito comum verificarmos homens e mulheres aqui em nosso plano que foram religiosos devotados e consagraram suas vidas ao ideal do amparo social, fundaram obras de valor incontestável para a melhoria das condições da sociedade terrena ou aderiram com devoção incondicional às obrigações ritualísticas, e que, ao desencarnarem, esperam o céu em virtude de suas acções benemerentes.
Entre espíritas não tem sido diferente.
Muita confusão tem se criado entre experiência doutrinária e renovação íntima, conhecimento espiritual e libertação da consciência, acção pelo bem e conquista da paz interior, amor ao semelhante e tratamento afectivo digno a nós mesmos, cargos hierárquicos e autoridade moral.
O conceito de caridade nos ambientes espiritistas está demasiadamente centrado em assistência social.
E, nesse sentido, existem os que encontram na tarefa assistencial o ambiente educativo de seus sentimentos em direcção ao Cristo, enquanto a maioria edificam um ambiente de protecção contra suas próprias intempéries emocionais.
Benevides foi um homem corajoso, desprendido e legitimamente amoroso na sua obra social, entretanto, quando foi chamado pela vida a tolerar e a romper barreiras emocionais em seu coração, nem mesmo o volume de suas iniciativas louváveis pelo bem alheio foi capaz de servir como medicação eficiente ao seu preconceito e à sua maledicência.
Sem sombra de dúvidas, muitos corações generosos, que ergueram alicerces e tijolos na edificação de creches, asilos, escolas e outros núcleos de amparo colectivo seriam mais amargos, intolerantes e descrentes caso estivessem distantes de tarefas como essas, que lhes desenvolvem o afecto e consomem energia e entendimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 10, 2018 7:29 pm

Não se trata, pois, de deixar de fazer a obra, mas entender seu significado sagrado no reino profundo da alma, que procura sua autêntica alforria nos refolhos conscienciais.
O grande problema está na distracção para com assuntos tão essenciais de renovação íntima diante de serviços que causam a nítida sensação de paz e libertação interior.
A prova do que falo está nas atitudes, ainda enfermiças, de muitos líderes religiosos mantenedores de grandes actividades de benemerência e educação para a sociedade, que, quando na relação humana, são insuportáveis, demonstrando que os mais simples hábitos a que todos somos chamados a educar, não merecem deles a mínima atenção.
Agem se desculpando com o tamanho do trabalho que realizam pelo próximo em amplitude social.
Ofendem e ignoram pessoas, sentem-se os mais engajados com a proposta do Evangelho e, por isso, julgam as demais tarefas como periféricas em relação ao que fazem.
São pródigos distribuidores de bênçãos a multidões, mas são mendigos atribulados nos relacionamentos pessoais.
Muitos deles chegam aqui no Hospital Esperança como Marcondes, agressivos, ditando ordens, incapazes de obedecer a pequenas normas de disciplina e querendo regressar às obras que deixaram no mundo físico. Compreenderam?
- Sim! - respondi titubeante, embora a resposta tenha sido dada a Railda.
- Então, Benevides está na actual condição por conta dessa distracção com sua melhoria? - retomou o diálogo nossa companheira de curso.
- Railda - asseverou Cornelius -, digamos que ao passar pela porta da ilusão de grandeza com a obra social, nosso irmão entrou no reino da invigilância e sucumbiu aos encantos do preconceito, que tem por juíza a maledicência.
Ficou claro?
- Para mim está bem claro!
E você, José Mario, como dizem os bons mineiros, o que está matutando?
- Estou matutando mesmo - e dei uma gostosa risada.
- Diga o que pensa!
- Estou pensando no conceito de caridade diante de suas colocações.
Eu sempre achei, sinceramente, que as pessoas em melhores condições espirituais nas actividades espíritas seriam mesmo esses homens e mulheres que doam tempo, saúde e seus recursos pelo bem do semelhante.
Aliás, sempre admirei esses baluartes da caridade.
Fiquei um pouco confuso com suas observações.
- É muito simples, meu bom amigo!
Não é a tarefa para fora que define o homem espiritual que está sendo gerado por dentro.
É o que se constrói por dentro que o define perante a consciência.
Não confundamos os valores morais eternos e incorruptíveis pertinentes às criaturas devotadas a servir em favor do próximo com suas necessidades mais profundas no reino do carácter e das tendências que ela ainda terá de transformar à luz da educação do comportamento.
De mais a mais, a alma da caridade chama-se relação humana.
Sem os predicados de um relacionamento construtivo capaz de promover a amizade, tais como o afecto, a atenção, a saudade, a alegria da diversão, o gosto pelo diálogo ou ainda a gratidão pelos laços que unem, aquilo que chamamos de caridade pode não passar de filantropia, solidariedade, esmola ou assistencialismo - tarefas fundamentais que, sem amor nas relações, são apenas gestos de generosidade e cooperação de grande valor moral.
Muitos "caridosos", como Benevides, são incapazes de colocar no colo uma criança de sua creche ou nem sequer sabem o nome de seus tutelados.
A obra, nesse caso, é uma vitrine de personalismo que torna seus responsáveis doadores de coisas.
Temos constatado, claramente, que para muitos servidores do bem, a obra social que ergueram serve de estímulo ainda maior para sua arrogância e sua loucura egoística.
Recordemos, novamente, o codificador, quando indagou aos Orientadores de Luz sobre qual o conceito de caridade como a entendia Jesus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 10, 2018 7:30 pm

Eles foram categóricos em dizer, na questão 886, de O Livro dos Espíritos:
Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas".
Semelhante resposta deixa bastante claro que os Guias da codificação ocuparam-se em focar a caridade nos assuntos da convivência humana.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 13, item 10, irmã Rosália ensina:
"Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se".
A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados".
Caridade, portanto, é relação humana construtiva com base na benevolência, na indulgência e no perdão.
Está mais claro, José Mario?
Apenas balancei a cabeça afirmativamente, como quem pensava profundamente na resposta do benfeitor.
- E Benevides está aqui há muito tempo? - indagou Railda.
- Há três meses.
- E do que veio a falecer?
- Um aneurisma cerebral.
- Ele ficou perturbado mentalmente na matéria?
- Tomando por base o CID, Código Internacional de Doenças, ele desenvolveu um Transtorno de Personalidade, com delírios persecutórios e místicos.
Supunha-se perseguido por macumbas feitas pelo genro para adoecê-lo.
Não acreditava na cura da filha e dizia que a magia do pai de santo, a qualquer momento, iria desmoronar, exigindo da filha a frequência às actividades do Centro Espírita.
Para ele, os umbandistas são gente ignorante e supersticiosa.
O preconceito realmente fomenta tal transtorno, entretanto, para a medicina da alma, Benevides é apenas um homem imaturo emocionalmente.
Ele está com uma perturbação natural, proveniente da morte que teve.
Como asseveraram os Orientadores de Luz a Allan Kardec, na questão 175 de O Livro dos Espíritos:
"Por ocasião da morte, tudo, a princípio, é confuso.
De algum tempo precisa a alma para entrar no conhecimento de si mesma.
Ela se acha como que aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação.
A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de abandonar, e à medida que se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos".
Vai se recuperar muito rápido desse surto passageiro.
Nem por isso, podemos correr riscos de permitir sua internação em alas mais livres nos andares superiores do Hospital.
O que vem depois é o pior, e poderá exigir mais contenção e cuidados.
- Por que o pior vem depois?
- Porque ele ainda não tomou contacto com sua verdade pessoal.
Pouco a pouco, na medida em que tomar consciência de sua distracção, terá severas crises de depressão, assim virão tratamentos lentos e muita terapia para auxiliá-lo, seguidos de episódios repetidos de loucura passageira e muita revolta.
Esperam-lhe, ainda, como é natural e necessário, dias angustiosos de aflição e arrependimento no rumo de sua auto-recuperação.
Quanto a isso, esteja certa, minha irmã, obra social alguma pode nos defender de experimentar a dor da desilusão, caso não decidamos por edificar o reino de Deus na própria intimidade.
- E esse pai de santo - externou Juliano, depois de longo silêncio -, é um homem bom?
Como ele ficou com tudo o que aconteceu?
- Muito bem, Juliano - brincou Cornelius -, achei que estivesse com trauma de usar a língua por conta dos assuntos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 10, 2018 7:30 pm

- Em verdade, também tenho meus problemas com esse tema.
- Quem não tem, não é mesmo?!
- Sim, é verdade.
- O pai de santo é um homem bom, e vocês terão o ensejo de conhecê-lo.
Ele é o Pai Zequinha a que me referi em nossas conversas.
Sua Tenda Espírita Umbandista Pai João de Angola tornou-se uma referência de amor do Hospital Esperança, para onde são levados casos gravíssimos que em outros locais não conseguiram bons resultados.
- Quer dizer que aquele grupo exemplar a que você se referiu sobre os serviços às furnas da semi-civilização é uma Tenda de Umbanda?
- Exactamente!
- E esse nome da tenda tem algo a ver com o velho sábio Pai João? - interferiu Railda conectando os acontecimentos.
- Exactamente! - repetiu Cornelius diante da surpresa de todos nós.
Enquanto a surpresa tomava todos, eu me mantinha pensativo nas respostas do benfeitor, que, percebendo minha introspecção, aduziu:
- Pensativo ainda, José Mario!
- Estou pensando em tudo, Cornelius, e tentando imaginar qual seria o verdadeiro significado das obras assistenciais para nós, considerando que nem sempre a criatura devotada está se libertando automaticamente por estar no serviço de altruísmo.
Confesso que fica uma sensação de injustiça na minha alma.
Tanta devoção por parte de criaturas como Benevides e para quê?
Será que isso poderá acontecer com os servidores mais dedicados da caridade cristã que ergueram hospitais, escolas, orfanatos e tantas outras obras meritórias na vida física?
O mundo está tão carente de amparo e torna-se, para mim, difícil entender a vida espiritual com tantas decepções para quem se doou tanto.
Eu me pergunto se Benevides, mesmo com tanto preconceito, pelo tamanho do benefício que fez a tantas famílias e crianças, não deveria chegar aqui em melhores condições.
- Seu sentimento é muito compreensível, José Mario.
Você traz do mundo físico as noções ainda incompletas de paz pessoal e consciência liberta.
Em assuntos da alma, não é o tamanho do que se faz que servirá de medida para as conquistas interiores.
Benevides não está colhendo algo que não faça parte de sua semeadura.
A lei da vida é muito perfeita nesse sentido.
O que ele fez pelo bem do próximo é uma sementeira de luz da qual, no momento exacto, colherá os mais prestimosos frutos.
Entretanto, sua vida mental não estava em comunhão mais estreita com os dotes morais que o motivaram aos serviços generosos na creche.
Seu altruísmo e carinho com as crianças não foram suficientes para pacificar sua alma em relação ao preconceito.
Temos sombras dentro de nós que necessitam de remédios específicos para o tratamento correto.
Nem sempre fazemos aquilo que mais precisamos, mas sim o que convém aos nossos interesses ou que esteja em conformidade com nossos pendores.
Nosso irmão está nesse segundo grupo.
- Você estaria afirmando que até mesmo a escolha de uma obra social deveria obedecer ao campo das nossas necessidades pessoais de crescimento?
- Certamente! Seria uma escolha bem ajuizada e madura.
O bem é sempre o bem em qualquer circunstância, todavia, na medida em que a criatura percebe com mais clareza suas próprias necessidades, naturalmente deveria procurar ajustar suas acções na direcção de seu próprio aprimoramento.
- Nesse caso, o que você diria de Benevides?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 10, 2018 7:30 pm

Que obra daria melhores condições ao seu crescimento?
- Seria um julgamento de minha parte se respondesse a essa intrigante questão com uma sugestão de tarefa, seja ela qual fosse.
Posso lhe afiançar, porém, que a vida quase sempre traz essa obra no encalço de todos nós e não percebemos. Nas paredes do lar, na maioria das vezes, está nossa grande obra de redenção consciencial.
Benevides faria um curso intensivo de alteridade e misericórdia caso se esforçasse por aceitar os alvitres que a família lhe constituiu.
- Compreendi - externei mais vez, como quem tivesse de pensar por longos dias na resposta de Cornelius.
À noite, quando fui repousar, tomei o Evangelho e meditei longamente no que estava escrito na primeira epístola de Pedro, capítulo 3, versículo 10:
"Porque quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano".
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