LUZ ESPÍRITA
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O PASSE: SEU ESTUDO, SUAS TÉCNICAS, SUA PRÁTICA / Jacob Melo

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:45 pm

CAPÍTULO VI - COMO É O IMPASSE DO PASSE
“E quem tiver feito seus estudos e experiências reconhecerá que a diversidade dos processos resulta principalmente da própria natureza e das propriedades do fluido de cada magnetizador.
Uma observação acurada nos levará à convicção de que o essencial é agir de acordo com os princípios, sem ficar preso aos métodos prescritos, mas adoptando aquele que for, em cada caso, o mais consentâneo e eficiente”.
(Michaelus)320

Desde criança ouvimos que a Doutrina Espírita não tem mistérios, que tudo (ou quase tudo) tem explicação, que o bom senso sempre prevalece e que nada é imposto, principalmente, se vem de Espíritos Superiores.
Mas na hora de se explicar o passe, “é um Deus nos acuda!”.
Tanto que é comum pessoas e Instituições Espíritas recriminarem abertamente o “passe magnético” sem, entretanto, darem para tal fato explicações convincentes.
Perquirindo e raciocinando a respeito, fomos percebendo que o grande problema a ser vencido estava a nível de definição, pois as discussões que havia, via de regra, giravam em torno de palavras e não dos fatos em si.
Procurando resolver esta situação, embora ousando um pouco e correndo o risco de sermos mal interpretados, propomos uma forma de solucionar o que chamamos de “impasse do passe”.

1. NECESSIDADE DE CARACTERIZAÇÃO DO PASSE
É sabido que o passe não atende a uma única finalidade nem sua origem fluídica promana de uma única fonte.
Sabemos igualmente que muitas escolas orientais e esotéricas têm estudado as técnicas do magnetismo sob as mais diversas denominações e com os mais variados objectivos.
Percebemos, por fim, que o passe na Casa Espírita está muito miscigenado, por vezes de uma forma um tanto quanto indevida; não que tal facto seja, em si, condenável pois, atendendo ao convite feito pelo “apóstolo dos gentios”321, devemos analisar tudo, retendo o que é bom; apenas não devemos incorporar conceitos, práticas e rituais que sejam contraditórios entre si, que afrontem os princípios doutrinários do Espiritismo ou que não melhorem, não aprimorem ou apenas piorem aquilo que já está estabelecido e reconhecido como correcto e frutuoso.
A par disso, o personalismo. as práticas eminentemente individuais ou de grupos isolados da realidade universal, além de certas informações não crivadas na razão e no bom senso, dadas por determinados “guias” - os quais se melindram ao serem questionados, relegando o interesse na promoção da universalidade de seus ensinos, como que a temê-lo -, muito têm contribuído para os desvios e impasses com que nos deparamos na maioria das Casas Espíritas.
Decorrentemente, começaram a surgir nomes, técnicas e métodos os mais variados e exóticos possíveis, sem falar nas concepções equivocadas atribuídas a nomenclaturas já bem definidas.
Desse embaralhamento restou a constatação límpida de que nós, os espíritas, já não nos entendemos quando nos referimos ao passe, como se os termos que o envolvem formassem um verdadeiro dialecto e, o que é pior, um dialecto muito pobre e conflituante.
O que fazer então para sair do “impasse do passe”?
Sem dúvida que a resposta é estudar. Só que estudar não é apenas ler um livro, ouvir uma palestra ou participar de um curso; é isso e muito mais.
É pesquisar, experimentar com equilíbrio e sob boa orientação, é buscar o sentido das coisas, tudo ponderando com critério e bom senso.
É bitolar-se pela Lei Natural.

320 MICHAELUS. In “Magnetismo Espiritual”, cap. 9, p. 66.
321 I Tessalonicenses, V, v. 21.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:46 pm

Vamos estudar, então.

E comecemos por Kardec:
“A acção magnética pode produzir-se de muitas maneiras:
“1º) pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja acção se acha adstrita a força e, sobretudo, à qualidade do fluido;
“2º) pelo fluido dos Espíritos, actuando directamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o individuo uma influência física ou moral qualquer.
É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão directa das qualidades do Espírito;
“3º) pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento.
É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual.
Combinando com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades que ele carece (...)” (grifos do original)322.
Percebe-se claramente que Kardec tomou por referencial apenas um aspecto da questão fluidoterápica:
a acção magnética em função da “fonte dos fluidos”, ou seja, de sua origem. Isto quer dizer que, traduzindo suas palavras para a terminologia do passe, ele falou, respectivamente, do passe magnético, do passe espiritual e do passe misto;
tudo, perdoem-nos a enfatização, apenas no que se refere à fonte dos fluidos.
Racionalizando nossa realidade, sabemos que o passe também pode (e deve, e é) ser analisado segundo, pelo menos, outros dois aspectos: em relação ao “alcance do fluido” e as “técnicas” usadas.
Retornemos ao raciocínio inicial: tornou-se por demais comum ouvir-se dizer que na Casa Espírita não deve ser aplicado o passe magnético mas apenas o espiritual ou o mediúnico (...)
Nesse ponto perguntamos: e o que é o passe mediúnico?
Será aquele que se aplica “incorporado”?
Não concordamos que seja dessa forma323, assim como discordamos se aplique passes com riqueza de técnicas do magnetismo de forma pública e colectiva.
Como se vê, dependendo da situação proposta poderemos concordar ou discordar de determinadas práticas.
Uma coisa, contudo, ressalta: precisamos saber exactamente o que se quer dizer quando se fala de passe magnético, espiritual e/ou misto.
Eis por que precisamos urgentemente de uma caracterização do passe na Casa Espírita324.

322 KARDEC, Allan. Os fluidos. In “A Génese”, cap. 14, item Curas, tópico 33.
323 No capítulo X, item 9 - “Incorporação Durante o Passe”. trataremos detalhadamente deste aspecto.
324 No Congresso Internacional de Espiritismo de 1989, realizado em outubro daquele ano em Brasília-DF, tivemos a honra de apresentar este assunto sob o título “Caracterização dos Passes Ministrados na Casa Espírita”, cujo trabalho serviu de base para este capítulo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:46 pm

2. TIPOS DE PASSE
“O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo;
mas o Espiritismo, que começa, ainda não pode ter dito tudo; não pode, de um só golpe, mostrar-nos todos os factos que abarca; diariamente os mostra novos, dos quais vêm corroborar ou completar os já conhecidos, mas é necessário tempo material para tudo”325.
Com este pensamento, Kardec nos adverte para a progressividade do tema.
Ele, é fácil verificarmos, não se prendeu a análise isolada dos outros factores que envolvem a prática do magnetismo tal como didacticamente o faremos nesta oportunidade; mas que ele sabia dessas considerações é inegável, pois em várias oportunidades estudou e comentou, em sua “Revista Espírita”, os aspectos do “alcance” do fluido e das “técnicas” do passe, conforme teremos ocasião de observar ao longo das citações que faremos.
Busquemos então, sem mais delongas, o entendimento para o passe segundo as três situações propostas.

325 Da Mediunidade Curadora. In “Revista Espírita”, set. 1865, p. 250.

2.1 - O Passe Segundo a Fonte do Fluido
Conforme já observamos e deduzimos anteriormente, aqui teremos três tipos de passes, cuja sequência obedecerá àquela seguida por Kardec326: magnético, espiritual e misto.
a) O passe magnético aqui caracterizado é aquele cujo fluido utilizado emana basicamente327 do próprio passista (ou do médium, magnetizador, curador, curandeiro, etc.).
Seria, isoladamente considerado, o animismo de cura.
b) O passe espiritual é o que se verifica pela doação fluídica directa dos Espíritos ao paciente, sem interferência de médiuns.
Na prática dos encarnados, contudo, a presença do médium, nesse caso, serve apenas como “canal” dos fluidos espirituais328.
A Literatura Espírita nos mostra exemplos registando a acção do Plano Espiritual sobre o Físico.
Eis dois registos de André Luiz:
“Aproximou-se dele o irmão Clementino e, a maneira do magnetizador comum, impôs-lhe as mãos aplicando-lhe passes de longo circuito”329;
o Espírito Áulus, numa tarefa de atendimento desobsessivo, “Aplicou passes de desobstrução a garganta da enferma (encarnada) e, em breves instantes, o verdugo (obsessor desencarnado) começou a falar (...)”330.
Antes de passarmos ao próximo tipo, notemos que os Espíritos trabalham no Plano Espiritual, “à maneira do magnetizador comum”, isto é, “aplicando-lhe passes de longo circuito”.
O que será isso?
Um outro factor a se considerar ainda é que este passe se dá igualmente de Espírito para Espírito.
c) O passe misto, que é predominante em nosso meio. conta com a participação fluídica tanto dos Espíritos quanto dos médiuns.
Este passe também recebe o nome de mediúnico por alguns Espíritas, em virtude da presença espiritual manifesta no fenómeno por seu derramar fluídico, a qual por vezes se dá de forma muito ostensiva, e indevida, através da psicofonia331.

326 KARDEC, Allan. Os fluidos. In “A Génese”, cap. 14, item Curas, tópico 33.
327 Dizemos “basicamente” porque sabemos sempre haver participação dos fluidos espirituais, mesmo naquilo que se convencionou chamar de “magnetismo puro”.
328 Atente-se para o que referimos no capítulo IV, item 1.2, último parágrafo.
329 XAVIER, Francisco Cândido. Desdobramento em serviço. In “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 11, p. 97.
330 XAVIER, Francisco Cândido. Fascinação. In “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 23, p. 220.
331 Mais conhecido popularmente por “incorporação”.
Embora esta expressão não seja bem aceita por todos, ela é usualmente empregada e assimilada no meio Espírita.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:46 pm

2.2 - O Passe Segundo o Alcance do Fluido
Até aqui este capítulo foi elaborado levando em consideração apenas o passe que tem por base a fonte de onde “primordialmente” se origina o fluido.
Apesar desse aspecto ser de importância basilar, a característica que ora iremos analisar também se destaca por sua relevância.
É pelo alcance do fluido que buscaremos, posteriormente, as técnicas, para atender aos três tipos de pacientes que caracterizamos no capítulo V, item 1 - “Quem recebe”.
Uma dificuldade parece se interpor: como definir novos nomes para os passes, agora segundo o alcance dos fluidos, sem com isso criarmos mais terminologias numa área onde o excesso de termos só tem gerado confusão e desencontro de ideias?
Ou então, como aceitar uma mesma terminologia sem cair neste já complicado impasse?
Bem se vê que urge uma solução. Iremos propô-la e acreditamos que será bem aceita e entendida com facilidade.
Mas, antes de fazermos nossa propositura, pedimos permissão para usarmos a mesma terminologia utilizada no item anterior para definir o passe, só que agora levaremos em conta apenas sua ocorrência em relação ao “alcance do fluido”.
Assim sendo, teremos:
a) O passe magnético, neste enfoque, é aquele cujo alcance objectiva o atendimento de problemas orgânicos, físicos e/ou perispirituais, aí se incluindo aqueles passes praticados pelos Espíritos directamente em desencarnados com o fim de recuperar deficiências ou limitações “físicas” naqueles.
b) O passe espiritual aqui assume a feição daquele destinado ao atendimento de problemas de ordem espiritual, principalmente dos cujas matrizes são os processos obsessivos ou decorrentes de desvios morais.
Para exemplificar, este passe é aplicado pelos médiuns nas reuniões de desobsessão, assim como pelos Espíritos.
c) O passe misto, a exemplo do seu homónimo anterior, já nos sugere ser aquele onde o tratamento visa não uma mas todas as partes do ser, ou seja: corpo, perispírito e espírito.
Obviamente os fluidos aqui “manipulados” actuarão não apenas a nível perispiritual, mas atingirão as próprias células do corpo e alcançarão igualmente a intimidade do Espírito, ainda que por via perispiritual.
Acreditamos que o leitor já terá percebido onde queremos chegar.
Por esta nova caracterização ficou patente que muitos de nossos desentendimentos se dão mais por questão de falta de definição do que propriamente por má vontade ou menor entendimento da parte de algum.
Mas ainda existe, como dissemos no início, uma outra “variável” para o nosso equacionamento;
é a questão da técnica.

2.3 - O Passe Segundo a Técnica
Pelos mesmos motivos explanados no item anterior, mais uma vez deixaremos de criar novos termos e faremos uso dos três já utilizados nos itens acima.
Não creia o leitor que isto é simples comodidade ou mera inovação; é que muitas pessoas, por exemplo, quando falam “passe magnético”, estão se referindo aos passes que usam as técnicas do magnetismo, sem se reportarem necessariamente às características que já apresentamos.
Tanto é que comummente ouvimos as pessoas dizerem que preferem tomar passe com “fulano” porque ele dá um “passe magnético” (com movimentação de mãos) enquanto “sicrano” só dá “passe espiritual”, pois “nem sequer se mexe”.
Vejamos, então, como fica nosso entendimento em face desta nova situação, atentando que não iremos levantar as técnicas em si mesmas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:47 pm

a) O passe magnético agora é entendido como o que é aplicado segundo as técnicas do magnetismo, não importando nem de onde venham os fluidos, nem para que fins se destinam, nem ainda quem o aplique.
b) O passe espiritual, conforme seu entendimento nesta situação sugere, é aquele onde o passista utiliza, como técnica, apenas a prece, a irradiação (a distância) ou, no máximo, a imposição de mãos, sem movimentos e sobre a cabeça ou fronte do paciente.
Este seria aquele caso em que o médium passista não necessitaria ter tantos conhecimentos de técnicas pois sua acção seria essencialmente mental.
c) O passe misto aqui é entendido como o que faz a utilização conjugada da prece com imposição de mãos, seguido do uso de outras técnicas, ou então a aplicação de um passe com técnicas variadas após uma radiação (que é um passe espiritual, segundo a técnica). Para reforço do entendimento.
diríamos que tal passe é aquele onde se utiliza a dispersão fluídica antes e/ou após a imposição de mãos, intercalada por técnicas outras.
Agora que definimos nossas três características típicas, vamos à proposição que visa solucionar o problema do entendimento.
Entrementes, caso não tenham sido percebidas as diferenças estabelecidas nos itens acima pormenorizados, sugerimos sua releitura antes de entrarmos no próximo tópico.

3. O FIM DO IMPASSE
Na matemática encontramos um cálculo chamado “combinação” que nos permite encontrar o resultado da soma de vezes em que um número de coisas se combinam com outras, dentro dos padrões estabelecidos pela propositura do problema.
Como, nas situações apresentadas, temos três características de passes (em relação a origem do fluido, em relação a seu alcance e em relação a técnica aplicada) onde cada um nos apresenta três tipos (magnético, espiritual e misto), se fizermos a combinação desses três elementos três a três, teremos, por resultado, o número vinte e sete.
Isto quer dizer que, se para cada tipo de combinação rotulássemos um nome, teríamos que criar vinte e sete nomes diferentes para atendê-las todas.
Convenhamos, seria um embaraço sem fim, fazendo com que nosso simplório passe se revestisse de uma falsa prosopopeia, além do agravante de atrapalhar o raciocínio de pessoas humildes, no meio das quais, por sinal, se encontra o maior número dos médiuns mais produtivos, prestativos, honestos e pontuais.
Como nos recorremos da matemática para chegarmos ao número acima, faremos mão de suas teorias outra vez a fim de explicar nosso raciocínio.
Aprendemos que, quando temos uma única equação com tais variáveis, se torna indispensável fixemos valores a duas dessas variáveis para descobrirmos a outra incógnita.
Com isso queremos dizer que iremos fixar nomes para podermos simplificar nossa solução.
Paralelamente, buscaremos na gramática um recurso muito usado para, por meio de duas ou mais palavras, se exprimir uma terceira significação;
trata-se da “união gramatical”, aquele tracinho (-) que quando une guarda com chuva, por exemplo, faz com que desapareça o sentido de vigilante e de aguaceiro para surgir o de protector contra a chuva.
Essa união gramatical, quando necessário, aos permite usar um artifício bem interessante que é o de sincopar as palavras, ou seja, reduzi-las, suprimir-lhe certas letras sem, contudo, alterar-lhe o sentido.
De posse dessas “ferramentas”, vamos ao que interessa.
Primeiro, vamos lidar com uniões gramaticais para definir nossa caracterização onde, portanto, a união gramatical será nossa linha de equação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:47 pm

Para isso, fixemos nossa primeira variável ou seja:
todos os primeiros nomes das nossas uniões gramaticais.
Que nomes serão esses?
Serão exactamente os nomes dados à nossa primeira característica de passe, isto é: os nomes dos passes segundo a fonte do fluido;
magnético, espiritual e misto.
Antes de passarmos aos segundos nomes das uniões, a fim de facilitar a composição que faremos a seguir, tomemo-los em suas formas sincopadas, quer dizer:
passe magneto (de magnético), passe espírito (de espiritual) e passe misto (este não convém sincopar).
Em seguida, fixemos, da mesma maneira, nossa segunda variável que são os nomes dos passes caracterizados segundo o alcance do fluido.
Aqui iremos empregá-los em suas formas naturais e não mais de maneira sincopada.
Para facilitar nosso entendimento, deixemos nossa terceira variável (passes segundo a técnica), provisoriamente, de lado.
Componhamos agora nossa união gramatical com as variáveis que já fixamos, combinando essas variáveis duas a duas:
2º a origem 2º o alcance
passe magneto - magnético
passe magneto - espiritual
passe magneto - misto
passe Espírito - magnético
passe Espírito - espiritual
passe Espírito - misto
passe misto - magnético
passe misto - espiritual
passe misto - misto
Antes de seguirmos, poderíamos fazer um certo “aperfeiçoamento” naquelas uniões gramaticais, mesmo não sendo isso tão importante.
Se observarmos com atenção veremos que ali alguns termos se repetem, soando como uma repetição meio esquisita.
Por este motivo, e para quem ache que assim ficará mais conveniente, poderemos substituir o segundo termo das uniões que se repetem pelo algarismo “II” (em romanos).
Com isso, três daquelas uniões seriam modificadas:
a) de “passe magneto-magnético” para “passe magneto-II” (ou “passe magnético”);
b) de “passe Espírito-espiritual” para “passe Espírito-II” (ou “passe espiritual-II”); e
c) de “passe misto-misto” para “passe misto-II.
Que queremos dizer com isso? Exactamente o que o leitor já deve ter imaginado.
Estamos usando os mesmos nomes para dizer as mesmas coisas só que agora com tudo bem definido, pois em nossa união gramatical o primeiro termo estará sempre se referindo à origem, a fonte básica do fluido, enquanto que o segundo estará definitivamente fazendo alusão ao destino, ao alcance do fluido.
Vejamos como ficaria nosso entendimento:
- quando falarmos em “passe magneto-espiritual”, estaremos nos referindo, de forma clara, directa e irretorquível, do passe magnético, segundo a origem do fluido (os quais são predominantemente do médium), com o fim de tratar problemas de fundo espiritual, que é o passe segundo o alcance do fluido;
- quando se disser: “passe misto-magnético” estar-se-á referindo ao passe misto segundo a origem do fluido (com fluidos tanto do passista quanto da espiritualidade), para tratamento de problemas orgânicos e espirituais (pois este é o alcance pretendido do fluido);
- no caso do “passe misto-misto” (ou “misto-II”), isto exprimirá que o passe está sendo aplicado com fluidos oriundos dos dois Planos da vida, com o objectivo de atender a problemas materiais e espirituais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:47 pm

E assim por diante...
Neste ponto fazemos uma sugestão: que tal você mesmo tentar denominar as outras seis variações que não esmiuçamos?
Com isso você poderá checar seu entendimento acerca dessas caracterizações.
Não! Não esquecemos a variável do passe segundo a técnica; apenas reservamos uma surpresa a respeito: por incrível possa parecer não iremos incorporá-la de forma definitiva em nossa união gramatical.
Ocorre que as divergências maiores comummente envolvem as duas primeiras características.
Com isso evitaremos as uniões gramaticais triplas.
Mas, com justa razão, alguns leitores não aceitação este argumento, pois na abertura deste assunto não só atiçamos a curiosidade como prometemos uma solução para os impasses.
Ei-la, então.
Quando houver necessidade de se explicitar o tipo de passe segundo uma técnica, conjuntamente com as outras características, apresentaremos as uniões gramaticais acima já definidas e acrescentaremos, explicitamente, o tipo de técnica que se vai usar.
Com isso poderemos, inclusive, descer a nominações específicas das técnicas, posto que estas têm vários nomes já bem estabelecidos e reconhecidos universalmente.
Assim, quando se quiser recomendar um passe “misto-magnético” com uma técnica magnética, diremos, simplesmente:
“passe misto-magnético” com técnica(s) tal(is), expondo a técnica a ser empregada (por exemplo:
um “passe misto-magnético-longitudinal”).
Tal procedimento será de grande valia para instruir iniciantes, para exposições acerca das técnicas ou quando, nos trabalhos do passe, um instrutor funcionar sugerindo os procedimentos aos demais médiuns, ou ainda para facilitar o encaminhamento nas orientações dos receituários da Casa Espírita.
De forma alguma estamos desconsiderando a técnica nesse modo de caracterizar o passe; como na maioria das vezes não é necessário ou não são conhecidas as técnicas, tal supressão é mais benéfica que desrespeitosa.
Ademais, estamos deixando em aberto, para quem queira, a liberdade de explicitar mais ainda as técnicas ou, o que à outra opção, poder até fazer-se a união gramatical com três elementos, seguindo os mesmos princípios já estabelecidos para os dois primeiros tipos.
Dessa maneira, agindo assim participamos da ideia do Codificador do Espiritismo quando, se posicionando quanto às técnicas, disse:
“Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar certos sofrimentos, mesmo de os curar, ainda que não instantaneamente, umas tantas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador.
O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável”332 (grifamos).
Tomando as palavras de Kardec, faremos um parêntese aqui:
se ele reconheceu que “o conhecimento dos processos magnéticos é útil”, como querer não se deva usar os recursos do magnetismo nas Casas Espíritas?
Ou será que nas Casas Espíritas ou nos serviços de atendimento pelos Espíritas não surjam “casos complicados”?
Ou será ainda que do facto de não ser “indispensável” se queira tornar aquele conhecimento inútil, menosprezando-o?
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:48 pm

Tomemos Kardec mais uma vez:
“1ª - “Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética como formando uma variedade de médiuns?
- “Não há que duvidar.

“2ª - Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.
“É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela acção dos Espíritos que ele chama em seu auxílio.
Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo,• e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.

“3ª - Há, entretanto, bons magnetizadores que não crêem nos Espíritos?
“Pensas então que os Espíritos só actuam nos que crêem neles?
Os que magnetizam para o bem são auxiliados por bons Espíritos.
Todo homem que nutre o desejo do bem os chama, sem dar por isso (...)

“4ª - Agiria com maior eficácia aquele que, tendo a força magnética, acreditasse na intervenção dos Espíritos?
“Faria coisas que considerareis milagres”333.

Nos afirmando os Espíritos que os magnetizadores são médiuns, sentimos não há como criar precisas demarcações limítrofes entre os domínios da mediunidade e do animismo, pois que os fluidos utilizados nos passes e, por extensão, nas manifestações anímicas, não são só dos Espíritos encarnados.
Depois verificamos que, mesmo sem crer-se nos Espíritos, os magnetizadores (animistas, portanto) são ajudados por eles, os quais agem por seu intermédio, ainda que a inconsciência ou não perceptibilidade do facto se verifique.

Isso nos faz recordar uma outra questão proposta por Kardec:
“Influem os Espíritos em nossos pensamentos?
“Muito mais do que imaginais.
Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem”334.

E quando Kardec nos acrescenta:
“Todo magnetizador pode tornar-se médium curador, se souber fazer-se assistir por bons Espíritos.
Neste caso os Espíritos lhe vêm em ajuda, derramando sobre ele seu próprio fluido, que pode decuplicar ou centuplicar a acção do fluido puramente humano”335, ficamos extasiados ante o universo que se descortina em face de nossas possibilidades, hoje raquíticas, mas com justas esperanças por um centuplicar misericordioso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:48 pm

Com tudo isso para fechar este longo parêntese, não dá para entender não se deva aplicar o passe magnético (em qualquer de suas três versões apresentadas) na Casa Espírita;
é elementar uma conclusão favorável pois se os Espíritos multiplicam nosso poder “humano”, dentro dos limites da Lei de amor e justiça, certamente que será para uma finalidade superior.
O que não aconselhamos, e isso queremos deixar bem frisado, é querer transformar-se o magnetismo em algo maior que a participação da Espiritualidade em nossos trabalhos de passe, ou que se fique a imaginar que “nossas energias” sejam melhores ou mais efectivas que quaisquer outras beneficiadas pelos Mentores Espirituais.
Afinal, são eles, com suas “energias e técnicas”. que invariavelmente actuam, “manipulando” os fluidos e nos favorecendo com suas “intuições” e benesses a fim de suprir nossas deficiências e limitações.
Por tudo isso era necessário uma caracterização do passe a fim de possibilitar não caminhássemos indefinidamente nos trilhos do desentendimento por falta de simples definições.
Encerrando este assunto, nos daríamos por felizes se o leitor comparasse seus conceitos sobre tipos de passes com esses que, mesmo não sendo exclusivamente nossos, vimos propor.
Na verdade, eles fazem luzir reflexões, as quais poderão propiciar a germinação de bons e proveitosos frutos nos níveis de entendimento em meio àqueles Espíritos desprendidos que buscam meios de ajudar e progredir, servindo e amando.

332 Da Mediunidade Curadora In “Revista Espírita”, set. 1865, p. 254.
333 KARDEC, Allan. Dos médiuns. In “O Livro dos Médiuns”, cap. 14, item 176.
334 KARDEC, Allan. Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e actos. In “O Livro dos Espíritos”, Parte 2ª, cap. 9, questão 459.
335 Da Mediunidade Curadora In “Revista Espírita”, set. 1865, p. 253.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 06, 2018 9:48 pm

CAPÍTULO VII - QUANDO E ONDE
“Fazei aos homens tudo o que quereis que eles vos façam, porque esta é a Lei e os profetas.” (Jesus)336
Falar das imensas necessidades, privações e provações que a humanidade terrena está constantemente a viver é redundante.
Luz na Doutrina Espírita todo um manancial de informações, observações, teorias e comprovações, quer filosóficas, científicas ou inspiradas, a confirmar a destinação presente de nosso orbe:
“mundo de provas e expiações”.
Em consequência, nada mais natural que tanta dor, tanto sofrimento, tantos desatinos, tantos erros...
Por outro lado, atendendo as Leis de Amor e Justiça, percebemos tantas bênçãos anónimas, tantas almas generosas, tantas oportunidades de reparação e tantos e eloquentes convites ao Evangelho...
Infelizmente, por conjugações visivelmente equivocadas, muito se tem usado o argumento de que, sendo aqui mundo de provas e expiações, cada um tem que pagar seu quinhão sozinho, com isso se esquivando do exercício do amor fraternal...
Que pena! Quão dignos de compaixão e esclarecimentos são os que assim pensam, agem ou ensinam! Bernardino, Espírito protector, em Bordéus, 1863, já nos recomendava:
“Não digais, pois, quando virdes atingido um dos vossos irmãos:
“É a justiça de Deus, importa que siga seu curso.”
Dizei antes:
“Vejamos que meios o Pai misericordioso me pôs ao alcance para suavizar o sofrimento do meu irmão.
(...) Vejamos mesmo se Deus não me pôs nas mãos os meios de fazer cesse esse sofrimento; se não me deu a mim, também como prova, como expiação talvez, deter o mal e substituí-lo pela paz.”(...)
Resumindo:
todos estais na Terra para expiar; mas, todos, sem excepção, deveis esforçar-vos por abrandar a expiação dos vossos semelhantes, de acordo com a lei de amor e caridade”337.
Exaramos daí que nos compete agirmos em favor do próximo, pois, se para ele suas dificuldades são “testes”, para nós, os conscientes das Verdades Eternas ensinadas pelo Cristo, são oportunidades de “quitação” pois, já nos asseverou Pedro:
“Tende amor imenso uns para com os outros, porque o amor cobre a multidão de pecados”338.
Agindo assim estaremos contribuindo para o bem não só da humanidade senão de nós mesmos;
estaremos aprendendo a amar, pois amor não é título que se compre ou se regateie, mas sim uma vivência profunda de largo conjunto de práticas, tais como a afabilidade, a doçura, a renúncia, a resignação, o perdão, o esquecimento das ofensas, a compreensão, a humildade, a benevolência, a caridade, a paciência...

336 Mateus, VII, v. 12.
337 KARDEC, Allan. Bem aventurados os aflitos. In “O Evangelho segundo o Espiritismo,”cap. 5. item 27.
338 I Pedro, IV, v. 8.

1. QUANDO
Se devemos socorrer nossos irmãos, sejam eles quem forem, isso nos leva a meditar sobre a oportunidade de fazê-lo.
Deveremos, em qualquer caso, atender, socorrer um irmão necessitado?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:20 pm

Óbvio que sim.
Mas, no caso do passe, devemos igualmente prestar este atendimento a qualquer hora e sob quaisquer condições?
Meditemos um pouco antes de emitirmos alguma resposta.
Na primeira situação tínhamos uma questão extremamente genérica requisitando uma solução em igualdade de condições, ou seja: genérica.
Na segunda proposição encontramos um questionamento genérico requerendo uma acção fundamentalmente específica.
Busquemos uma comparação para materializar o entendimento: uma pessoa está acidentada na via pública; devemos socorrê-la?
E, no mesmo caso, deveremos, ali mesmo, cirurgiá-la, ainda que sejamos médico cirurgião?
Parece estar claro que à primeira pergunta a resposta será afirmativa enquanto que à segunda talvez não o seja.
Por quê?
Pelo simples fato de situações especiais requererem atendimentos especiais.
Assim, salvo situações quase sempre incomuns, o passe pode ter aguardada sua aplicação por parte do paciente, o qual deverá ser enquadrado ou se enquadrar às normas de atendimento desse serviço, tal como o acidentado do exemplo que será ou deverá ser preparado para o atendimento devido, no momento e lugar próprios.
Para que não nos percamos num emaranhado de hipóteses e proposições, tornaremos o mais didáctico possível nossa classificação sobre “quando” aplicar o passe.

1.1 - Em Relação ao Paciente
O orientador espiritual Anacleto, comentando sobre o passe em sua visão desde o Plano Espiritual, nos lega uma advertência muito séria:
“Nossa missão é de amparar os que erraram e não de fortalecer os erros”339.
Comentemos: nessa oportunidade tinha sido socorrido um Espírito encarnado, através dos benefícios do passe, pela décima vez seguida, sem que ele se corrigisse de suas conscientes e corrigíveis falhas.
Que lição podemos tirar dai?
Além da seriedade com que os Espíritos tratam das actividades a eles atinentes, ressalta o facto de que situações existem em que a caridade não é necessariamente prestar um atendimento ao necessitado, socorrendo-o com novos e novos suprimentos de energias para um reerguimento físico ou psíquico imediato, mas ajudá-lo com esses recursos, fazendo-o compreender a necessidade de sua participação efectiva, sem, contudo, se acumpliciar com seus equívocos; aliviá-lo, porém não eximindo-o de suas responsabilidades, as quais são pessoais e intransferíveis.
De forma bem genérica, podemos concluir, por força do bom senso e do amor cristão, que:

1.1.1 - Podemos Aplicar o Passe Quando:
a) O paciente procura ou solicita tal serviço, se esforçando por consegui-lo.
Nesse caso, deverá ele se condicionar às normas de atendimento do passe da casa por ele buscada, dando, assim, demonstração de seu real interesse.
Esta atitude, aparentemente anacrónica, irá auxiliá-lo profundamente, pois Jesus já nos ensinou que “Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á”340, ensejando-nos assim que a participação de cada um é devida e requerida.
A excepção, no que diz respeito à participação consciente do paciente, fica para os casos de emergência como crises epilépticas, obsessivas, febres violentas ou situações similares;
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:21 pm

b) O paciente se encontra hipnotizado ou em estado sonambúlico, quer por força material, anímica, quer por força espiritual, quer de forma natural, quer provocada, e é necessário tirá-lo desse estado;
c) Como recurso terapêutico total, complementar, reparatório ou preparatório.
Total: quando forem casos plenamente tratáveis por essa terapia;
Complementar: se o tratamento for conjugado, com a medicina dos homens ou com a medicina espiritual;
Reparatório: quando visa corrigir equívocos e/ou excessos decorrentes de terapias mal aplicadas;
e Preparatório: como auxiliar de primeiro momento para tratamentos médicos, fluidoterápicos e de ligamentos ou desligamentos nos processos reencarnatórios e/ou desencarnatórios;
d) O paciente se encontra sob influência obsessiva, pelo que, além da “evangelho terapia”, o passe é altamente significativo; e
e) O paciente atende indicação tanto de consulta espiritual, através do receituário da casa Espírita, quanto de recomendação que lhe tenha sido feita nesse sentido.
Omitimos a condição requerida para efeitos de pesquisas científicas por nosso trabalho não visar tal alcance, mas, com a ressalva, alertamos também para este “quando”.

339 XAVIER, Francisco Cândido. Passes. In “Missionários da Luz”, cap. 19, p. 374.
340 Mateus. VII, v. 7.

Entretanto, por ser recomendável poupemos esforços na aplicação de passes em determinadas situações, cabe-nos o cuidado de examinarmos algumas situações criadas pelos pacientes que, mesmo sem querer nem dever fazer-se disso uma preocupação tamanha a ponto de inibir as boas acções, nos indicam:

1.1.2 - Não é Conveniente Aplicar o Passe Quando:
a) O paciente é refractário por decisão própria, provocando com isso apenas desgaste fluídico para os médiuns.
Tal paciente é, via de regra, mordaz, cínico, irreflectido, buscando antes um motivo para chacotas a uma solução para seu(s) problema(s).
Antes recomendemos-lhe muito Evangelho, estudo metódico de obras sérias e boas orientações através do “diálogo fraterno”, sem falar na inclusão de seu nome para as irradiações e desobsessões;
b) O paciente simplesmente não quer tomar o passe;
c) A procura do passe é simples curiosidade, comodidade ou teste para tentar se convencer daquilo que, no fundo, não quer se convencer; e
d) O paciente se nega a seguir as orientações que lhe são dadas no sentido de, por exemplo, assistir reuniões doutrinárias, evitar bebidas alcoólicas antes e depois do passe ou não ficar faltando sistematicamente ao tratamento, etc.
Como se vê, tudo tem sua lógica, tudo se ajusta, pois do facto de o amor fraternal mandar nos socorramos uns aos outros, de igual maneira orienta não abusemos dos valores alheios nem joguemos “pérolas aos porcos”.
Bem servir é servir com utilidade e não necessariamente prestar serviço inopinadamente.
Afinal, como judiciosamente pondera André Luiz, “A caridade não dispensa a prudência”341.

341 VIEIRA, Waldo. Do dirigente de reuniões doutrinárias. In “Conduta Espírita”, cap. 3, p. 25.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:21 pm

1.2 - Em Relação ao Médium
Se o paciente deve assumir certas obrigações, notadamente de ordem moral, para poder fazer-se merecedor da assistência dos Bons Espíritos, o médium do passe, no cômputo de suas responsabilidades, deverá estar submetido a um condicionamento de muito equilíbrio e rectidão.
O Espírito Alexandre nos informa que “O missionário do auxilio magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio de si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino”.
E acrescenta:
“Na esfera da carne a boa vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de nossos círculos de acção ao servidor humano, ainda incompleto no terreno das qualidades desejáveis”342.
Se por um lado vemos reconhecida a importância da boa vontade para o bom desempenho desse ministério, não podemos inferir seja ela condição única.
Precisamos adquirir todas as virtudes ali descritas, pois são elas necessárias não apenas aos Espíritos mas igualmente aos médiuns passistas.
Para compormos os demais subtítulos deste item será necessário relembremos as três caracterizações que acabamos de ver no capítulo anterior, ou seja: temos o passe conforme a origem do fluido;
em relação ao alcance deste; e de acordo com as técnicas utilizadas.
Neste capítulo levaremos em consideração apenas a primeira característica, isto é: a origem do fluido (que seria o primeiro termo de nossa união gramatical).

342 XAVIER, Francisco Cândido. Passes. In “Missionários da Luz”, cap. 19, p. 321.

Assim, podemos concluir:
1.2.1 - O Médium Pode Aplicar

1.2.1.1 - O Passe Espiritual
(Só para reforçar, este, por definição, é aquele cujos fluidos provêm fundamentalmente dos Espíritos.)
a) Quando estiver moralmente equilibrado e se sentir em condições físicas para tal.
A partir daí, vêm as outras condições;
b) Quando for solicitado, em casos sérios ou urgentes;
c) Quando estiver ou for indicado para tal tarefa; e
d) Quando em condições ambientais e fluídicas propícias.
Apesar de poucas, não se prenda ninguém a essas limitações.
Afinal, se seguirmos as colocações feitas por Alexandre, não só estaremos sempre em condições de aplicar o passe como teremos moral suficiente para equilibrar os ambientes onde iremos operar.

1.2.1.2 - Os Passes Magnético e Misto
(É evidente que aqui o significado destes passes é o daqueles cujos fluidos são preferencialmente dos próprios médiuns (magnéticos) ou de ambas as fontes (mistos).)
a) Quando preencher todos os requisitos do item 1.2.1.1 acima;
b) Quando dispuser de fluidos magnéticos próprios e suficientes para o trabalho;
c) Quando conhecer, ao menos, a dispersão fluídica, a concentração de fluidos e a imposição de mãos;
tiver vontade firme e desinteressada e boa intuição e/ou “tacto magnético”343; e
d) Não portar doenças infecto-contagiosas nem deficiências orgânicas que sejam transmissíveis via fluido magnético344.

343 No capítulo VIII - “As Técnicas”, trataremos com detalhes de todas essas técnicas.
344 Vide capitulo X, item 7.5 - “O passista doente”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:21 pm

1.2.2 - O Médium Não Deve Aplicar
a) Quando não se sentir confiante pois, “Imerso em vontade duvidosa, fica impossibilitado de obter qualquer efeito curativo ou mesmo o mais insignificante alívio ao seu pobre paciente”345.
b) Quando estiver nutrindo sentimentos negativos e não conseguir superá-los;
c) Quando tiver vícios como o uso regular de alcoólicos, fumo, tóxicos, alimentar-se desregradamente ou usar de práticas que promovam desgastes físicos exaustivos e desnecessários, pois “Não é possível fornecer forças construtivas a alguém (...) se fazemos sistemático desperdício das irradiações vitais”346.
d) Quando estiver com o estômago muito cheio ou após ter se alimentado de maneira “pesada”;
e) Quando submetido a tratamento que prescreva medicamentos controlados (especialmente aqueles que agem no sistema nervoso central);
f) Quando em idade avançada e com visível esgotamento fluídico ou portando deficiências orgânicas impeditivas347;
g) Quando se é criança ou muito jovem ainda (adolescente), notadamente se o passe for magnético (dentro da conceituação aqui considerada)348;
h) Quando se encontrar estafado física e/ou mentalmente349: e
i) Observemos esta situação que foi proposta a Chico Xavier:

“Como agir com as pessoas que nos procuram nas horas impróprias?
Devemos atender a todos a qualquer hora?
R - “(...) Todo trabalho para expressar-se em eficiência e segurança reclama disciplina.
Aprendamos a controlar os horários de acção espiritual, a fim de que a perturbação não venha aparecer, em nossas tarefas, sob o nome de caridade.
Peçamos a Jesus nos inspire e abençoe para isso.
A ordem preside o progresso e, por isto mesmo, não podemos perder a ordem de vista, sob pena de desequilibrar, embora sem querer, o nosso próprio trabalho”350.
A isto, acrescenta Divaldo Franco:
“As consequências de um médium andar daqui para ali aplicando passes são muitos graves, porque ele não pode pretender estar armado de defesas para se acautelar das influências que o aguardam em lugares onde a palavra superior não é ventilada, onde as regras de moral não são preservadas, e onde o bom comportamento não é mantido”351.
Por fim, conforme nos observa Hermínio Miranda, “A primeira norma que poderíamos lembrar é a de que (o passe) não deve ser aplicado a qualquer momento, indiscriminadamente, e por qualquer motivo”352.
Por isso, ao tempo em que não queremos apor limites aos passistas, procuramos fazer convergir à reflexão aqueles que têm por hábito a aplicação do passe a qualquer hora, em qualquer lugar, sob qualquer pretexto, estando ou não em condições de fazê-lo.

345 TOLEDO, Wenefledo. Introdução. In “Passes e Curas Espirituais”, p. 37.
346 TOLEDO, Wenefledo. Médiuns passistas. In “Passes e Curas Espirituais”, p. 32.
347 Vide adiante no capítulo X, o item 2, “O idoso”.
348 Vide adiante no capitulo X, o item 1. “A Criança”.
349 Vide diante no capitulo IX, o item 4.3, “A Fadiga”.
350 SILVEIRA, Adelino da. Passes - Desobsessão - Disciplina. In “Chico, de Francisco”, questão 8, p. 119.
351 FRANCO, Divaldo Pereira e TEIXEIRA, Raul J. Passes. In “Directrizes de Segurança”, cap. 7, questão 81, p. 70.
352 MIRANDA, Hermínio Correia de. O Passe. In “Diálogo com as Sombras”, cap. 4, p. 249.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:21 pm

1.3 - Em Relação à casa Espírita
Hermínio Miranda, em obra de valor irreprochável, a qual estuda a temática da desobsessão, nos lembra que “O Espírito desencarnado, incorporado ao médium, torna-se facilmente acessível ao passe magnético e, portanto, aberto aos benefícios que o passe proporciona”353.
Isto quer dizer que o passe está intimamente associado aos trabalhos desobsessivos, por força mesmo de sua eficácia neste terreno.
Atentos, todavia, aos limites propostos para este capítulo, assimilamos que a incorporação referida, para estar submetida a uma boa norma, devem se dar em reuniões para este fim destinadas.
Por isso mesmo, é importante que a casa Espírita esteja preparada para atender às tarefas da assistência espiritual também neste sector.
Afinal, ainda que a prática da desobsessão - no seu sentido genérico - não seja uma prática exclusivamente espírita, é, entretanto, a casa Espírita quem melhor execução e uso pode dar a tão valoroso socorro, a tão ímpar profilaxia espiritual.
E como nesse mister o passe irrompe com o instrumento de subido valor, não podemos nem devemos negligenciar-lhe a atenção e prática devidas.
Partindo-se daí, fica evidente que a casa Espírita deve promover reuniões de assistência espiritual, com o passe a elas associado.

353 MIRANDA, Hermínio Correia de. O passe. In “Diálogo com as Sombras”, cap. 4, p. 247.

Há outras situações igualmente em que o passe também se reveste de uma importância muito grande para a casa Espírita, pelo que:

1.3. 1 - Deve Ser Aplicado
a) Quando do atendimento aos necessitados nas reuniões de assistência social e espiritual da casa Espírita;
b) Após as reuniões doutrinárias, àquelas pessoas que precisem ou queiram receber tal bênção;
c) Quando surja alguém muito necessitado dessa providência, em carácter de urgência, mesmo que naquele momento não tenha reunião própria para tal serviço, mas que exista ao menos um passista de boa vontade ali presente;
d) Nas reuniões mediúnicas, não apenas para atender aos Espíritos comunicantes, mas como auxílio aos médiuns.
Dizemos “auxílio aos médiuns” para que não se ritualizem nem se imponha, por norma, os passes nas reuniões mediúnicas da casa Espírita354; e
e) Em horários previamente estabelecidos para tal serviço.
Contrariamente, tal como se verificou nos itens anteriores, mesmo para a casa Espírita existem casos em que necessitamos analisar a conveniência ou não de sua aplicação.

354 No capítulo X, item 11 – “Passes Antes e Depois”, analisaremos este aspecto com mais detalhes.

Por isso mesmo, vejamos:
1.3.2 - Devemos Evitar
a) Quando antes não tiver sido feito nem uma prece ou pequena reflexão sobre página evangélica (para que o passe se dê com equilíbrio e maior proveito é conveniente se harmonizem o ambiente, os passistas e os pacientes):
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:22 pm

b) Concomitante às reuniões ou explanações evangélico-doutrinárias , evitando-se, com isso, subtrair o paciente da evangelização que, conforme já percebemos, é igualmente fundamental.
Excepções ocorrem quando a casa dispõe de evangelização conjugada com o atendimento fluídico-magnética para os pacientes:
c) Em horários não determinados (de forma habitual), salvo em casos de emergência; atentemos, porém, para não fazermos da excepção a regra;
d) Quando for apenas para atender a pedidos fantasiosos ou comodismos que são, via de regra, infundados e descaridosos; e
e) Quando não existir passista preparado para a tarefa.
Vale lembrar, por oportuno, que a Instituição Espírita deve estar sempre atenta à formação moral, teórica e prática de seus médiuns, preparando-os para as tarefas e alertando-os sobre os graves inconvenientes ocasionados por suas faltas e ausências repentinas.

1.4 - Quando Não Convém
Além dos vários inconvenientes já alinhavados nos itens anteriores, deveríamos meditar sobre mais alguns a fim de não faltarmos com a prudência e o bom senso tão recomendados por Kardec.
a) Em casos de obsessões violentas e subjugações, só aplicar o passe contando com o apoio espiritual e material indispensável e suficiente ao bom desempenho dessa tarefa, notadamente quando estivermos, por alguma circunstância, fora da casa Espírita;
b) Nos lares. Quando a prática do passe no nosso lar assumir característica de rotina ou quando formos ali para atender comodismos ou “vergonhas” do paciente em ir ao Centro Espírita, verdadeiramente não convém a prática:
c) Em hospitais, detenções, manicómios ou outros ambientes públicos, salvo em condições de muita necessidade e atendendo aos seguintes requisitos:
1 - Possuir autorização tanto da casa em nome da qual se faça o atendimento (se for o caso) quanto da Instituição visitada;
2 - Concordância e aceitação desse tratamento por parte do paciente e/ou de seu(s) responsável(eis), se for o caso;
3 - Estar-se em equipa de, pelo menos, dois membros;
4 - Poder antes fazer a leitura de uma mensagem, seguida de uma prece e voltando a fazer outra prece de agradecimento ao final.
Vale lembrar que nestes casos, mais que em qualquer outro, é necessário vigilância redobrada e equilíbrio inabalável não apenas no sentido de se manter em perfeita sintonia com a Espiritualidade Superior mas de coibir gestos, bocejos, incorporações e toques que, se em condições normais são injustificáveis, agora são literalmente impróprios; e
d) Quando o bom senso não recomendar e a prudência não o determinar.

2. ONDE
Se por um lado Jesus preconizou que “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estarei no meio deles”355. Allan Kardec nos afirmou que “Uma reunião é um ser colectivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros”356. Conjugando-se tais posições, vemos que elas se completam, fazendo-nos concluir que o ambiente de uma reunião será bom se observarmos que “As condições do meio serão tanto melhores, quanto mais homogeneidade houver para o bem, mais sentimentos puros e elevados (...)” Kardec357.
É por todos - e em todos os tempos - conhecido que as vibrações emitidas pelas pessoas, quer com palavras, actos e/ou pensamentos, impregnam os ambientes de um certo “clima psíquico”, correspondente ao nível dessas emissões.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:22 pm

Assim, em lugares onde se verifiquem reuniões serias e com fins nobres, ter-se-á, sempre um “clima” favorável aos trabalhos de passes.

355 Mateus, XVIII, v. 20.
356 KARDEC, Allan. Das reuniões e das Sociedades Espíritas. In “O Livro dos Médiuns”, cap. 29, item 331.
357 KARDEC, Allan. Da influência do meio. In “O Livro dos Médiuns”, cap. 21, item 233.

Tendo-se por base tal raciocínio, analisemos:
2.1 - Lugares Mais Apropriados
“No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avançados do plano espiritual para o socorro a obsediados e obsessores (...)”358.
Generalizando a partir desta afirmação do Espírito André Luiz e na certeza de que os fluidos nesses ambientes favorecem excelentes condições para combinações fluídicas altamente ricas e profícuas em face das elevadas vibrações aí reinantes, podemos afirmar categoricamente que a Instituição verdadeiramente Espírita é o lugar ideal para a aplicação do passe, em qualquer de suas modalidades, abstracção feita às aplicações ocorridas em Regiões Espirituais Superiores.
Outrossim, na casa Espírita existem equipes espirituais atentas a tal mister, como se pode perceber nesse registo de André Luiz onde Hilário pergunta a Conrado (no plano espiritual):
“- O amigo permanece frequentemente aqui?
“- Sim, tomamos sob nossa responsabilidade os serviços assistenciais da instituição, em favor dos doentes, duas noites por semana.
“- Dos enfermos tão-somente encarnados?
“- Não é bem assim. Atendemos aos necessitados de qualquer procedência.
“- Conta com muitos cooperadores?
“- Integramos um quadro de auxiliares, de acordo com a organização estabelecida pelos mentores da Esfera Superior.
“- Quer dizer que, numa casa como esta, há colaboradores espirituais devidamente fichados(...)?
“- Perfeitamente.
(...) O êxito do trabalho reclama experiência, horário, segurança e responsabilidade do servidor fiel aos compromissos assumidos.
A Lei não pode menosprezar as linhas da lógica”359 (grifamos).
Somos levados a meditar na evidência da casa Espírita como o mais apropriado lugar para se fazer a aplicação do passe e, de preferência, lá, em sua sala (cabine) própria (se houver).
Fora do Templo Espírita, entretanto, pode-se igualmente fazer aplicação do passe, mas, para tanto, as condições precisam ser consideradas.
Por extensão do que exemplificamos no início do capítulo, assim como os médicos eventualmente dispõem de “mini-hospitais ambulantes” para prestarem socorro aos pacientes fora dos hospitais ou consultórios, por atendimento de condições de urgência ou de impossibilidade de transferência daqueles a ambientes mais apropriados, a casa Espírita também poderá prover “equipes de atendimento de emergência” através de “plantões” de atendimento com o objectivo de prestar, com equilíbrio, denodo e responsabilidade, este tipo de serviço.
Nesses lugares, ou seja, fora das Instituições Espíritas porém, “O magnetizador deverá, antes de tudo, certificar-se do ambiente em que vai operar, de maneira que possa agir com calma, atenção, recolhimento, sem receio de que possa ser perturbado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:22 pm

(...) Não deve permitir aglomeração de pessoas no recinto e aconselhar o maior silêncio.
Todavia, é útil a presença de uma, duas ou três pessoas, preferentemente das que mais desejam a cura do paciente” (Michaelus)360.
Tais recintos devem ser reservados, tranquilos, bem arejados ou calafetados (conforme o caso) e, durante a aplicação dos passes, evitar-se trânsito, conversas ou poluições físicas e mentais.
Para aplicação do passe na casa do paciente, além das condições já mencionadas, não descurar de alertar os envolvidos de que tal tarefa, naquele ambiente, é de cunho temporal e extraordinário, devendo o(s) paciente(s) ser(em) encaminhado(s) à casa Espírita não só para buscar(em) o refrigério do passe mas para se alimentar(em) com o “pão do Evangelho”.

358 XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Templo Espírita, In “Desobsessão”, cap. 9, p. 47.
359 XAVIER, Francisco Cândido. Serviços de passes. In “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 17, p. 163.
360 MICHAELUS. In “Magnetismo Espiritual”, cap. 9, p. 67.

2.2 - Lugares Não Recomendados
Quase fazendo coro à última citação de Michaelus, André Luiz nos adverte para se “Proibir ruídos quaisquer, baforadas de fumo, vapores alcoólicos, tanto quanto ajuntamento de gente ou a presença de pessoas irreverentes e sarcásticas nos recintos para assistência e tratamento espiritual”, pois “De ambiente poluído, nada de bom se pode esperar”361.

361 VIEIRA, Waldo. Perante o passe. In “Conduta Espírita”, cap. 28, p. 103.

Por esta situação proposta, podemos dizer que, para a aplicação do passe:
2.2. 1 - Não São Lugares Recomendados
a) Ambientes poluídos mental e fluidicamente, ou onde se verifique grande trânsito de pessoas ou muitos ruídos;
b) Lugares públicos em geral, salvo se observadas as recomendações já anotadas;
c) O lar não é recomendado para se fazer tratamento fluídico, notadamente quando se trata de problemas obsessivos.
Nos lembra Suely Caldas Schubert, entrementes, que “Se houver imperiosa necessidade de se socorrer o paciente em seu lar, por exemplo, através do passe, é imprescindível que compareçam, no mínimo, dois integrantes da equipe.
O médium passista nunca devera ir só, para quaisquer actividades do seu sector, mormente em casos dessa natureza”362.
Anotamos ainda que, assim como existem lugares melhores e outros não recomendáveis, existe uma outra situação a ser considerada.

2.3 - Quando o Lugar Não Importa
Voltamos a André Luiz para registar nossa observação de “Dar atenção e carinho aos corações angustiados e sofredores, sem falar ou agir de modo a humilhá-los em suas posições e convicções, buscando atender-lhes às necessidades físicas e morais dentro dos recursos ao nosso alcance”, pois “A melhoria eficaz das almas deita raízes na solidariedade perfeita”363.
O Espírito Manoel Philomeno de Miranda, por sua vez, registou uma nota de grande valor, dita por Genézio Duarte:
“- O médico não teme o contágio do enfermo, porque sabe defender-se; o sábio não receia o ignorante, porque pode esclarece-lo (...)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:22 pm

Ora, o espírita, realmente consciente, que se não apoia em mecanismos desculpistas, enfrenta vibrações de teor baixo, armado do escudo da caridade e protegido pela superior inspiração que haure na prece, partindo para o serviço no lugar em que se faz necessário, onde dele precisam”364.
Estas duas citações nos resumem as situações que sintetizam este tópico:
dentro do espírito de “solidariedade perfeita”, tenhamos em mente que as verdadeiras urgências muitas vezes superam quaisquer outras recomendações, tal como nos enseja o vigoroso exemplo da parábola do bom samaritano365.

362 SCHUBERT, Suely Caldas. Os recursos espíritas. In “Obsessão / Desobsessão”, cap. 8, p. 111.
363 VIEIRA, Waldo. Perante os doentes. In “Conduta Espírita”, cap. 22, p. 85.
364 FRANCO, Divaldo Pereira. Apontamentos necessários. In “Nas Fronteiras da Loucura”, cap. 17, p. 126.
365 Vide Lucas, cap. X, vv. 25 a 37.

2.4 - Ambiente das cabines
Há quem diga que o passe não exige ambiente próprio.
Não concordamos integralmente com tal afirmação, pois do fato de ele poder ser aplicado em quase todos os lugares, não se pode concluir não mereça um local para este fim destinado.
Por analogia, do fato de podermos, dependendo das circunstâncias, dormir em qualquer lugar, inclusive ao relento, isto não implica devamos ficar desprovidos de quartos e leitos.
Roque Jacintho sugere que “Nos Templos do Espiritismo-cristão366, contudo, é bastante oportuno destacar ou erigir um pequeno cómodo, isolado da visitação e da permanência alongada do público”367.
Concordamos com esta afirmativa, desde que não se entenda por “cabine de passes” um lugar onde as pessoas simplesmente entram, se aquietam e de lá saem, como se fosse uma espécie de oratório.
Acreditamos, inclusive, que foi este o enfoque dado pelo Roque Jacintho, mas, conforme podemos observar, ele é sumamente feliz quando diz que “Por útil a câmara de passes, o passista não deve, porém, a ela escravizar-se”, assim como “Não deve, também, tomar-se de inconcebível purismo, policiando ou proibindo a entrada de pacientes à câmara de passes, chegando a torná-la apenas o seu oratório e reflexório particular (...)”.
Concordes que estamos de que a casa Espírita precisa (e merece) de um lugar reservado para a aplicação dos passes, não devemos limitar tal necessidade aos aspectos da construção física do ambiente pois “Há uma tarefa especial, particularmente destinada aos espíritas, à margem das obrigações que lhe são peculiares: a formação de ambiente adequado ao trabalho edificante dos Bons Espíritos.
(...) É forçoso recordar, sobretudo, que os alicerces de qualquer ambiente espiritual começam nas forças do pensamento” (Emmanuel)368.
Portanto, além do espaço físico, cuidemos primordialmente do “espaço mental”.
Por isso afirmamos: deve sim! O Centro Espírita deve ter uma cabine de passes, mesmo que seja apenas uma divisão por biombo, cortina, plástico ou o que seja; ainda que num espaço onde só caiba um passista e um paciente, mesmo que em pé.
É importante que tenha uma cabine.
Fisicamente ela deve ser clara, sem com isso querer se entenda atingida directamente pelos raios solares ou submetida a fortes reflectores;
seu ambiente deve ser calmo e arejado (em nosso clima quente) ou aquecido (para climas frios), “podendo” (e não “devendo”) ter uma luz vermelha que será accionada precisamente para os trabalhos de passes com fluidos de origem magnéticos (já que, em tese, os passes espirituais dispensam tal cuidado).
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:23 pm

E quando dizemos “luz vermelha” fazemos nossa sugestão apoiada em confirmações experimentais - as quais existem desde os primeiros magnetizadores -, que indicam seja tal espectro o que menos afecta certas características dos “fluidos das curas”, ou seja:
o fluido magnético, o ectoplasma369.
Alguns magnetizadores antigos fazem reservas à humidade, a horários preferenciais, a condições climáticas e outros factores físico-químicos de menor importância.
Tais enfoques, para o passe espírita, além de não resistirem a uma análise mais profunda, são destituídos de respaldo doutrinário.
Ocorre que, ao tempo dos pioneiros do magnetismo, chegou-se a algumas conclusões levando-se em consideração factores que tais, mas ditas conclusões não só não se universalizaram como, por bom número de vezes, tiveram suas eficiências negadas.
Vale lembrar que referidos magnetizadores inclusive - e isso não é o nosso caso - não dispunham da companhia invocada e sabida370 dos Espíritos, o que, sem dúvida, não eliminava suas presenças mas limitava muito suas participações, pois os Espíritos Superiores não interferem nas disposições íntimas de ninguém, de modo a sobreporem-se ao livre-arbítrio das pessoas.
Em consequência, essa menor acção dos Espíritos serviu (e serve) para evidenciar que suas ausências ou não interferências mais directas toldavam-lhes ou embaraçavam-lhes os resultados, tomando as sessões de passes, por isso mesmo, longas, fastidiosas e, por vezes, inopinadamente infrutuosas.
Isso, a prática da fluidoterapia, de hoje, demonstra com fartura.
Na visão espiritual, entretanto, a cabine (ou sala de passes), quando mantida sob o influxo da prece e das boas acções, tem outra dinâmica:
“Atravessamos (diz André Luiz) a porta e fomos defrontados por ambiente balsâmico e luminoso.
“(...) Como compreender a atmosfera radiante em que nos banhamos? aventurou Hilário, curioso.
“- Nesta sala - explicou Áulus, amigavelmente - se reúnem sublimadas emanações mentais da maioria de quantos se valem do socorro magnético, tomados de amor e confiança.
Aqui possuímos uma espécie de altar interior, formado pelos pensamentos, preces e aspirações de quantos nos procuram trazendo o melhor de si mesmos”371.
Para que nossas cabines de passes tenham tais bálsamos e luminosidades, basta seguirmos os esclarecimentos ora prestados pelo Espírito Áulus.

366 Imaginamos que o autor quis fazer uso de uma enfatização, pois, coerentemente com Kardec, não conhecemos Espiritismo sem ser cristão.
367 JACINTO, Roque. Passe e câmara. In “Passe e Passista”, cap. X, p. 30.
368 XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Ambiente espiritual. In “Estude e Viva”, p. 200.
369 Maiores detalhes serão considerados no capítulo X, itens 14 e 15.
370 Vide primeira definição do item 2.1 - dos dicionários e enciclopédias, no capítulo I.
371 XAVIER, Francisco Cândido. Serviços de passes.
In “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 17, pp. 160 e 161.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 07, 2018 9:23 pm

3. RECOMENDAÇÕES
Muito já foi dito mas não queremos nos furtar de relembrar alguns pontos, ao tempo em que acrescentamos novos apontamentos.

1. Para o bom julgamento do “quando e onde” se aplicar ou não o passe, é imprescindível que se use o bom senso e a razão.
Entre o certo e o errado, existe a condição de “conveniência”.
É comum o certo, por inconveniente, se tomar errado, como ocorre com o errado que, tomado convenientemente, pode vir a ser considerado certo.

2. “Não penetreis, pois, nesse domínio sem a pureza de coração e a caridade.
Nunca ponhais em acção as forças magnéticas, sem lhes acrescentar o impulso da prece e um pensamento de amor sincero por vossos semelhantes.
Assim procedendo, estabelecereis a harmonia de vossos fluidos com o dinamismo divino e tomareis sua acção mais profunda e eficaz” (Léon Denis)372.

3. “Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles.
“Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequida;
e eles então, com o intuito de acusá-lo, perguntaram a Jesus:
É lícito curar no sábado?
“Ao que lhes respondeu:
Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali?
“Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha?
Logo, é lícito fazer bem, aos sábados”373.

O raciocínio é directo:
podemos e devemos fazer o bem, a qualquer tempo, em qualquer tempo e em qualquer dia.
Afinal, o dia foi feito para o homem e não o homem para o dia.
Faça-o quem tiver caridade para fazê-lo.
Mas jamais isso quererá dizer ou deverá ser interpretado como “faça-se o que se quiser, quando, onde e como se quiser”.

4. A despeito de podermos favorecer ajudas de grande valor aos pacientes, não nos é dado o direito de fazer brotar neles comodismos, falsas esperanças ou dissociação da necessidade de reforma íntima e do esforço próprio para sua própria recuperação.
Nossa acção, para ser completa, deve atender ao corpo e ao Espírito, sempre!

5. Ainda que o lugar não seja o mais recomendado; ainda que o paciente não seja dos mais coerentes;
ainda que não nos sintamos em condições excepcionais, lembremo-nos de Jesus, confiemos em seu amor misericordioso e procuremos fazer de nossa acção uma extensão de seu psiquismo divino sobre o atendido, esforçando-nos para favorecer uma melhor harmonia no ambiente, uma melhor compreensão e assimilação por parte do paciente e uma determinante decisão de corrigir os próprios deslizes, orando, vigiando, vibrando equilibradamente e agindo bem.

6. Isentemo-nos do orgulho pois “Onde há verdadeira fraternidade, o orgulho é uma anomalia” (Kardec)374.

372 DENIS, Léon. A força psíquica. Os fluidos. O magnetismo. In “No Invisível”, 2ª parte, cap. 15, p. 184.
373 Mateus, XII, vv. 9 a 12.
374 KARDEC, Allan. In “O Livro dos Espíritos”, item 3.

OBS. O LIVRO NÃO ESTÁ COMPLETO.
ESTÃO FALTANDO OS DOIS ÚLTIMOS CAPÍTULOS, QUE DÃO EXEMPLOS A RESPEITO DAS TÉCNICAS DO PASSE.
MAS COMO EXISTEM VÁRIOS LIVROS QUE ABORDAM O ASSUNTO, POR IMPOSSIBILIDADE DE SE ENTENDER OS CAPÍTULOS 8 E 9, POR ESTAREM MUITO MAL ESCANEADOS, NOS LIMITAMOS À PARTE FOCALIZADA NOS 7 PRIMEIROS CAPÍTULOS DO LIVRO.
MESMO SEM AS TÉCNICAS DOS PASSES, VALE A PENA LER PARA ENTENDER OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES DO PASSE ESPÍRITA.


§.§.§- O-canto-da-ave


Última edição por Ave sem Ninho em Qua Mar 07, 2018 9:24 pm, editado 1 vez(es)
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