LUZ ESPÍRITA
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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:52 am

Acresce que os Espíritos moralizados não subtraem energias do médium nem deixam nenhuma sensação de fadiga ou mal-estar.
Pelo contrário, os fluidos de tais Espíritos deixam serena impressão de paz.
As comunicações com enfermos provocam certo cansaço, pela evasão fluídica do médium para o paciente.
Temos aí um quadro singular.
Um médium pode transmitir quatro comunicações de Espíritos moralizados e não sentir nenhuma fadiga, mas outro, com apenas duas comunicações de enfermos, pode sentir-se cansado.
O que fazer?
Não seria possível aos dirigentes espirituais dividir entre os dois medianeiros os seis comunicantes, ficando um enfermo e dois moralizados para cada um?
Isso depende da variável seguinte.
A flexibilidade mediúnica de alguns médiuns.
Um médium pode actuar sistematicamente recebendo enfermos.
É o traço característico do seu mediunato, trabalhado em seu perispírito antes do reencarne.
É o chamado médium sem flexibilidade.
Alguns deles até se sentem encabulados por nunca receberem o mentor da casa, depreciando-se, pensando estar imensamente distanciados da sua intimidade, quando a linha de trabalho a que se submetem mais os aproxima dele.
O médium flexível transmite mensagens das mais variadas fontes:
crianças, enfermos, obsessores, mentores, caboclos.
A existência ou não dessa flexibilidade no grupo de médiuns pode influir no número de comunicações.
A especificidade do trabalho mediúnico.
Às vezes, o grupo mediúnico opera em faixas específicas do campo mediúnico, como resgate de escravos, recolhimento de crianças desamparadas, atendimento a abortados, a suicidas, hansenianos, vítimas de guerras ou catástrofes.
Esse trabalho, levado a efeito paralelamente ao ritmo normal da reunião, em ocasiões especiais, toma-lhe todo o tempo, devido à urgência de que se reveste.
Nessas ocasiões, os médiuns dotados da faculdade de desdobramento são os mais accionados, deslocando-se em auxílio a enchentes, terremotos, desabamentos, guerrilhas etc., permanecendo os demais em preces e vibrações.
Esse trabalho específico é também outro factor que não nos permite distribuir equitativamente as comunicações em uma reunião mediúnica, que, pelo seu aspecto dinâmico e diferenciado, não pode nem deve obedecer à rigidez dos monólitos.
Quando o grupo é equilibrado, a divisão de trabalho é feita pelos mentores espirituais, que, sem privilégios ou nepotismos, distribuem as tarefas, obedecendo às variáveis citadas.
Se não há equilíbrio, se apenas um ou dois médiuns trabalham e outros bloqueiam, é papel do doutrinador investigar, dialogar e sanar o contratempo.
Não nos esqueçamos de que existem médiuns ciumentos, fascinados, críticos, improdutivos, melindrosos, e de que os bons Espíritos têm preferência por aqueles que, de boa vontade, a favor do bem, se tornam dóceis ao trabalho de Jesus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:52 am

Em uma reunião mediúnica, os homens devem ficar separados das mulheres?
“Quando se quer fazer uma experiência, numa reunião, basta simplesmente sentar-se em torno de uma mesa e colocar as mãos espalmadas sobre ela, sem pressão nem contensão muscular.
No princípio, como as causas do fenómeno eram ignoradas, indicavam-se numerosas precauções, depois reconhecidas como inúteis.
Por exemplo, a alternância de sexos, o contacto dos dedos mínimos das pessoas para formar uma cadeia ininterrupta.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. II, questão 62)
O Espírito não tem sexo, conforme o entendemos na vida corpórea.
Eventualmente reencarna sob o invólucro masculino ou feminino, afirmando-se em seu psiquismo como macho ou fêmea, quando, por sucessivas encarnações, venha habitando corpos de um mesmo sexo.
Mas é necessário que o Espírito adquira experiências variadas, o que só é possível pela alternância de sexos.
Como conhecer a maternidade, por exemplo, sem viver-lhe as nuances?
No mais, o sexo não importa muito ao Espírito por ocasião do seu reencarne.
O que interessa é a realização dos planos de vida.
Se estes podem mais facilmente ser concluídos em um corpo feminino, sem dúvida ele optará por este.
Caso sua prova ou missão seja mais compatível com um corpo masculino, ele não hesitará em reencarnar como homem.
O Espírito é, portanto, o princípio inteligente habitando corpos de homem ou mulher, o que torna a ambos semelhantes em direitos e deveres e, como médiuns, dotados de sensibilidade, a qual se distingue apenas através da condição moral e intelectual de cada um. Essa é a regra.
O médium encarnado como homem será superior ou inferior ao médium encarnado como mulher, a depender do seu grau evolutivo.
A superioridade ou a inferioridade procede do Espírito e não do corpo, que é apenas mero reflector das condições espirituais.
A partir daí, separar, em uma mesa mediúnica, homens e mulheres, a pretexto de equilíbrio na corrente vibratória, é um procedimento inócuo e irracional.
Quem vibra é o Espírito e a vibração independe do corpo para ser projectada.
Depende, sim, em sua essência, dos méritos individuais de cada medianeiro.
Esse proceder (separar por sexo os médiuns) apenas demonstra o desconhecimento doutrinário de que muitos são portadores.
Revela a inacção do senso crítico, intelectual e lógico de muitos dirigentes espiritualistas.
O espírita deve conhecer a sua doutrina e defendê-la nos actos que pratica.
Qualquer omissão nesse sentido é condenável.
Ele deve ser um pesquisador, um garimpeiro da verdade.
Sem fanatismo, ele age; sem radicalismo, ele opera.
A intransigência só lhe deve caracterizar as acções quando ele estiver diante de algo que conteste as verdades espíritas, e não as suas verdades, porquanto, se aquelas forem diferentes destas, ele estará errado.
Se alguém critica a reencarnação, o espírita, tendo esta como valor inquestionável, deve radicalizar sua opinião já que, na maioria das vezes, os debates racionais, sem o aflorar das emoções e o desarmamento de ideias preconcebidas constituem ocorrências raras.
Trabalhar é sempre mais nobre que discursar, desde que o trabalho seja o fruto resultante das pesquisas em busca da verdade, cujo discurso é apenas uma faceta.
O trabalho deve ser orientado pelo estudo e este dirigido pela lógica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:52 am

Homens e mulheres são apenas Espíritos, nada havendo que os separe quando visam aos mesmos objectivos.
Por que separá-los, se o clima de amor que deve reinar em uma reunião mediúnica desaconselha qualquer discriminação ou desigualdade?
Que prejuízos podem causar a uma reunião mediúnica a ausência de um médium?

“A vossa constância ajuda os Espíritos a virem comunicar-se convosco.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXV, questão 282, § 16)
Quando a ausência é motivada por impedimentos naturais, como ocorre em casos de doenças, viagens inadiáveis ou similares, o prejuízo é amenizado, resumindo-se no não atendimento dos enfermos que poderiam ser auxiliados pelo faltoso.
Em ocasiões assim, quando os dirigentes espirituais são avisados da ausência do médium, os enfermos só serão trazidos à reunião caso haja possibilidade de atendimento por parte de um outro médium.
O problema reveste-se de gravidade, quando o faltoso não apresenta motivos sérios para ausentar-se do trabalho.
É um aniversário, uma visita que recebe, o automóvel na oficina, pequena garoa ou qualquer outro evento fácil de contornar, quando orientado pela boa vontade e pela responsabilidade. Se em um hospital o médico dirigente trouxesse os pacientes, e decepcionado constatasse a ausência de enfermeiros, como procederia?
Certamente buscaria outros profissionais ou mandaria de volta aos leitos os enfermos.
Na reunião mediúnica a situação não é diferente.
Se desencarnados enfermos fossem trazidos à reunião e a encontrassem carente de médiuns sofreriam a decepção do não-atendimento, ao mesmo tempo que poriam em cheque a eficiência do tratamento, pela leviandade dos enfermeiros.
Como confiar em alguém que foge ao sacerdócio a que se vincula por quaisquer mudanças de ares?
Quem gostaria de confiar a sua dor à guarda de um vigilante insensível? Eis porque a perseverança, a assiduidade, a sensibilidade e a disciplina devem sempre fazer parte da aprendizagem mediúnica.
Ao transmitir a mensagem de um Espírito, enfermo ou não, o médium jamais poderá considerar-se suficientemente educado.
Se costuma transmitir mensagens dos mentores, de mais aprimoramento vai precisar, pois um Bom Espírito, em não deixando nenhum incómodo e não necessitando de nenhum tratamento fluídico, por não portar enfermidades sanáveis pelo método mediúnico, faz com que o médium se sinta, não raro, desobrigado dessa educação emocional que se volta em auxílio à dor, hospedando-lhe na alma os germes da solidariedade e da caridade.
No mais, o médium que só trabalha em função do mentor, só a ele conferindo permissão de actuar sobre sua faculdade e só dele transmitindo recados, é um médium de relevância secundária, ao contrário do que muitos pensam, pois a prioridade de atendimento em uma reunião de desobsessão é para os enfermos, e não para o mentor.
Se ele assim procede conscientemente, impondo obstáculos às comunicações dos enfermos, para não lhes sofrer constrições, é um médium improdutivo, quiçá obsidiado.
Quanto aos médiuns que, conscientes de sua actuação e necessidade, se ausentam da reunião por motivos torpes, são trabalhadores negligentes que terão descontadas em seus salários as parcelas de inactividade em que se comprazem.
Falo de salário mas sabemos que o salário do trabalhador fiel é a paz.
Quando a paz escasseia, é porque são trocadas pelas moedas da estagnação.
Em cada enfermaria existem, obrigatoriamente, os plantonistas que dela não se afastam.
Desobedecida essa regra, a enfermidade se sobrepõe à enfermagem e os enfermeiros, tocados pelo vírus do desamor, tornam-se enfermos vulgares eles mesmos.
Quem quer que haja adentrado uma reunião mediúnica na posição de intermediário, há de saber agir conforme as normas da disciplina e da assiduidade.
Se assim não proceder, por julgar demasiado o rigor para um trabalho voluntário, diremos que a obrigação moral é que as aconselha, a caridade é que as inspira e a consciência é que as impõe.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:53 am

Todos os componentes de uma reunião mediúnica devem ter tratamento equânime?
No tocante aos Espíritos inferiores, seu próprio carácter determina a linguagem que devemos empregar.
Há entre eles os que, embora inofensivos e até mesmo benévolos, são levianos, ignorantes, estouvados.
Tratá-los igual aos Espíritos sérios, como o fazem algumas pessoas, seria o mesmo que nos inclinarmos diante de um escolar ou perante um asno com barrete de doutor.
O tom familiar não lhes causa estranheza nem os melindra; pelo contrário, é o que lhes agrada.

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXV, questão 280)
Recebemos com a mesma deferência os amigos e os inimigos?
No caso do amigo, o coração que, jubiloso, pulsa mais forte, movido pelo sentimento de confiança e amizade, não diverge da retracção que sente, em arritmia pesarosa, pela presença incómoda do inimigo, o qual nos pode prejudicar? Os ministros, chefes de estado, autoridades do mundo intelectual, científico, filosófico e religioso não recebem tratamento diferenciado pelos postos que ocupam e pela autoridade de que estão revestidos?
Por outro lado, os agressores, os críticos, os ignorantes, os maledicentes, os coléricos e os maldosos não exigem uma linguagem enérgica que, revestida de autoridade moral, os faça recuar de seus propósitos insanos?
Assim é na relação com o além-túmulo, visto ser o Espírito que se comunica nas casas espíritas somente um homem despojado de seu invólucro carnal, a conservar a sua individualidade, mutável apenas pelo esforço perseverante de iluminação, alteração na qual a morte em nada interfere.
Seria absurdo tratar de maneira equânime a todos os comunicantes das reuniões espíritas, como seria ingénuo honrá-los com privilégios, devido às funções que ocuparam na Terra, desde que em nada lhes engrandeceram a dignidade da alma.
Ao enfermo, o tratamento fluídico devido, que visa a fortalecê-lo, é a linguagem do optimismo, da esperança, da fé em si e no Pai Celestial.
Para ele, a linguagem do Cristo consolador. Ao amigo, as palavras de incentivo, a vibração da amizade, o amplexo sincero de quem se compromete a ser solidário na alegria e na adversidade.
Ao obsessor, o sentimento fraterno, o esclarecimento sem compromisso, que não toma partido nem por ele nem pelo obsidiado, mas por ambos.
Para ele, a caridade que devemos uns aos outros, em um mundo onde necessitamos igualmente de doutrinação e benevolência.
Aos inimigos do Espiritismo, aqueles que se agrupam em legiões trevosas para combater a luz e que têm como objectivo consciente a guerrilha contra as casas espíritas, a palavra enérgica, porém não descaridosa; a acção fluídica construtiva que lhes iniba o gestos agressivos; a indução hipnótica; a prece como argumento visível a contrapor-se-lhes às artimanhas; o fortalecimento da corrente vibratória, a formar escudo contra a dominação mental que procuram impor.
Esse tipo de visitante desencarnado é de difícil diálogo.
Com ele as citações evangélicas pouco adiantam.
Revestem-se de uma couraça protectora, alicerçada pelo poder mental que possuem ou imposta pelo hipnotismo, e conseguem entender apenas a linguagem que lhes é peculiar.
O doutrinador deve precaver-se contra os artifícios envolventes de tais indivíduos e entender que, quanto mais agressividade, mais sofrimento.
Quanto mais afastamento de Jesus, mais necessidade de estar próximo dele, razão pela qual a regra geral para estas comunicações é a dosagem da energia pela medida da caridade.
Não existe atendimento padrão para as comunicações espíritas.
O que determina o tratamento a ser dispensado é o desenvolvimento do diálogo, que, revelando a superioridade ou a inferioridade do comunicante, possibilita a formulação de remédios para os seus males.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:53 am

O traço que nunca deve estar ausente no atendimento é o desejo de servir, o que não implica em pieguismo inútil ou em revide nas agressões.
Às vezes, é necessário dizer palavras que despertem o Espírito, tirando-o da letargia mental, o que o beneficia.
Tais palavras, contudo, não devem estar impregnadas da vibração anti fraterna que costumeiramente as caracteriza (— Não! — Basta! — Chega!), mas da enérgica emoção fraterna de quem, na condição de enfermeiro, ministra o medicamento que alivia e salva.
Muitas vezes o sim, pronunciado pelo doutrinador para parecer bonzinho produz um efeito contrário ao esperado.
O Espírito tende a manter-se calado, ocultando o que poderia ajudá-lo a despertar, e essa fuga da realidade, incentivada pelo sim do doutrinador, adia o sofrimento, mas não o elimina.
Um Espírito que se submete à auto-hipnose com a finalidade de fugir do passado, que sabe ser doloroso pelos débitos contraídos, pode perder a oportunidade de despertamento quando diz em comunicação:
— Sou um assassino! Sou um grande devedor! Ao que o doutrinador lhe responde, sem inteirar-se dos factos:
— Não, meu irmão! Você é uma pessoa boa.
Quem de nós não comete crimes?
Não se desespere com essa ideia.
Você é filho de Deus.
Jesus está ao seu lado e, faça você o que fizer, esteja onde estiver, ele nunca o abandonará.
Com esta resposta, o desejo de ajustar contas consigo mesmo, insuflado pela consciência do comunicante, sofre um desestimulo, que, diga-se de passagem, era ansiado pelo inconsciente, que tudo fazia para adiar tal ajuste de contas.
— Então, o irmão acha que devo permanecer no meu trabalho e me desvencilhar dessas ideias pessimistas?
— Sim, responde o doutrinador, sem aprofundar-se no diálogo para saber que o tipo de trabalho daquele Espírito é justamente o de obstaculizar o desempenho da casa espírita que dirige.
O tratamento teria sido oportuno em outro paciente, uma vez que os ensinamentos eram verdadeiros.
O médico não aprofundou o diagnóstico e não medicou correctamente, apesar da boa intenção que o credenciava.
Foi infantil, piegas, despreparado.
O seu sim contribuiu para a permanência do Espírito no erro, embora o efeito benéfico dos ensinamentos evangélicos só venha a se fazer sentir a longo prazo, por ocasião, talvez, de um tratamento de choque.
Em termos de atendimento aos Espíritos, saber alguns preceitos evangélicos não é tudo.
Tato psicológico, cultura, moral, espírito de serviço, pesquisa, aprendizado constante, eis a questão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:53 am

Por que, em uma reunião mediúnica, um vidente observa um evento e outro não?
“Entre os médiuns videntes há os que vêem somente os Espíritos evocados, podendo descrevê-los com minuciosa exactidão.
Conseguem descrevê-los nos menores detalhes dos seus gestos, da expressão fisionómica, os traços característicos do rosto, as roupas e até mesmo os sentimentos que revelam.
Há outros que possuem a faculdade em sentido mais geral, vendo toda a população espírita do ambiente ir e vir e, poderíamos dizer, entregue a seus afazeres.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XIV, questão 168)
Para responder a esta pergunta, é necessário entender como se processa a vidência e as suas subtilezas para cada tipo de vidente em particular.
A vidência é a faculdade de quem vê cenas e personagens do mundo espiritual, em estado de vigília, pois, ao desdobrar-se durante o sono, o Espírito goza da visão relativa ao seu estado evolutivo.
Ocorre que ver e ouvir são fenómenos ligados a faixas vibratórias.
Escapam-nos, no mundo material, milhares de fenómenos para os quais a nossa visão física não está acostumada, sem, contudo, haver qualquer dúvida quanto à sua existência.
O microcosmo das bactérias, vírus, protozoários, algas unicelulares, bem como o ar, as ondas magnéticas, parte do espectro das cores etc. não se encaixam à vidência física, por nossa anátomo-fisiologia não corresponder às vibrações desse diminuto e extenso mundo, anulando-o à nossa presença pela dissonância vibratória.
No mundo espiritual, a eficiência da visão também depende da adaptação visual ao fenómeno, o que equivale a dizer, estando o Espírito situado em certa faixa visual por força do seu estado evolutivo, só consegue ver nas frequências a que se possa ajustar.
Quando encarnado, o Espírito, se detentor da sensibilidade mediúnica, continua subjugado ao estágio de evolução em que se detém, razão lógica pela qual possui vidência restrita a certas cenas e eventos do plano espiritual, sendo cego para outros cenários a que podem ter acesso médiuns cujas faixas mentais sejam diferentes, inferiores ou superiores à dele.
Vê, portanto, o filme que passa em determinado canal de televisão quem nele sintoniza o aparelho.
O canal, por sua vez, está graduado na frequência certa para emissão de imagens a quem o sintonize.
A estação geradora de imagens seria o plano espiritual, e o médium o aparelho receptor, que só tem função quando graduado na sintonia certa.
Nessa grosseira comparação, podemos admitir que dois aparelhos estejam sintonizados na mesma frequência e recebam, portanto, as mesmas imagens.
Mas, estando um aparelho em outro canal, certamente irá captar outras cenas, o que não impede que, em ambos os casos, tenhamos comunicações verdadeiras.
Importa-nos também neste estudo fazer a diferença entre faixa vibratória e frequência vibratória.
A faixa corresponde a um intervalo onde muitas frequências podem operar.
Digamos, hipoteticamente, que um médium vidente tenha a sua faixa de vidência estabelecida entre 500 e 1000 vibrações por segundo.
Ele possui a capacidade de ver cenas que estejam nesse padrão vibratório.
Mas, dentro dessa faixa, ele ocupa frequências diversas, a depender do seu estado físico e psíquico do momento.
Se é evangelizado e estudioso, o seu normal será a frequência máxima, podendo observar cenas ocorridas em todo o espectro.
Pode-se dizer que as frequências varrem toda a faixa, confundindo-se com ela.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:53 am

Se deriva ao sabor do momento, se é instável, sua faixa se reduz a frequências específicas, podendo ele estacionar na frequência mínima, ou seja, no limite divisório entre um vidente e um não-vidente, percebendo apenas o plano espiritual quando elevar-se em oração, ampliando a faixa onde estaciona.
Quanto mais evoluído o ser, maior a faixa visual que abrange.
Nas reuniões mediúnicas, os acontecimentos ocorrem geralmente na faixa visual que os médiuns possam perceber.
Ocorre, todavia, que, encontrando-se os videntes em frequências diferentes, seja por invigilância de alguns, esforço de outros, actuação dos mentores inibindo as vidências ou, por outro lado, estimulando-as, seja ainda por particularidades intrínsecas de cada médium, os Espíritos favorecem a percepção de certas cenas por uns e não pelos outros.
Por esta razão é que não deve haver desconfiança de um médium para com a vidência do outro, pois, agindo assim, ao criar-se um clima de instabilidade e desconfiança no grupo, certo será que, em breve, as vidências mais comuns ao grupo serão aquelas relacionadas à sua dispersão.
Em Espiritismo, ter visão não é somente ser vidente.
É estudar a doutrina e aplicá-la, para não negá-la com acções que apenas exaltam a ignorância.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:53 am

Um médium pode ser designado para receber determinado Espírito?
“Para que um Espírito possa comunicar-se, é necessário haver entre ele e o médium relações fluídicas que nem sempre se estabelecem de maneira instantânea.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVII, questão 203)
Será possível ao dirigente da reunião designar um dos médiuns para receber determinado espírito?
Entendendo-se que a comunicação mediúnica exige, além de preparo físico e moral, afinidade fluídica e sintonia vibratória, perguntamos como tais variáveis de tão difícil mensuração podem ser avaliadas pelo doutrinador na indicação do médium para receber um espírito qualquer, o mentor, por exemplo.
Se é que todos os médiuns de uma reunião têm a devida afinidade com ele, a tal ponto de lhe servirem de porta-vozes, de duas, uma:
ou o grupo é perfeito ou o mentor é imperfeito.
Na minha opinião, a comunicação inicial, intermediária ou final do mentor, em qualquer reunião, é um procedimento viciante, acomodatício e desestimulante, fazendo com que os médiuns esperem as soluções e determinações deste, quando ele deveria ser consultado apenas em eventual problemática de carácter geral, manifestando-se em aconselhamento que não soe como ordem ou determinação.
Os mentores agem assim, respeitando o livre-arbítrio e incentivando o crescimento dos pupilos.
Entregar as decisões nas mãos dos dirigentes espirituais é patentear a incompetência e coroar a acomodação, subtraindo os méritos resultantes do bom andamento alcançado.
Se o mentor faz questão de manifestar-se em cada reunião, apenas para saudar o grupo, citando nominalmente alguns membros (o que pode até aumentar-lhes o orgulho), para enfatizar que todos devem estar preparados, que é preciso orar, ocupando o espaço que deveria ser usado por um enfermo, é que ele gosta de evidência, é vaidoso do cargo que ocupa, deseja ser exaltado como trabalhador pontual, quando, ao ministrar sua água com açúcar, faz chover no molhado.
Mesmo sabendo que cada grupo tem o mentor que merece, a atitude desse dirigente espiritual deve ser alvo de redobrada atenção.
Que o mentor use do incentivo e não do elogio, circunstancialmente, admite-se.
Rotineiramente, a sua ladainha repetitiva não encontra eco nos corações amolecidos pela sua presença ostensiva.
Os médiuns amoldam-se à sua "protecção paternal" e sentem-se vigiados pelo bem, desobrigando-se da vigilância contra o mal, a parecerem crianças cujos pais lhes resolvem os problemas, não necessitando, pois, de nenhum esforço para enfrentá-los.
Incentivar, coordenar, dialogar sobre problemas, deliberar, decidir, estabelecer o ritmo de estudo e de disciplina no grupo é função do doutrinador. Passar tais problemas aos mentores é sobrecarregá-los, esvaziando nossas funções na seara espírita.
Nenhum médium deve ser designado para receber o mentor ou qualquer enfermo, pois não basta a presença de um médium e de um Espírito para que haja a comunicação.
Esse problema, em nosso estágio de cultura espírita, deve ser coordenado pelos dirigentes espirituais que fazem as ligações entre os enfermos e os médiuns às vezes muitas horas antes do início da reunião.
Para efeito de raciocínio, digamos que apenas dois médiuns consigam transmitir a palavra do mentor e que, com o passar do tempo, um deles já não encontra a sintonia necessária para a comunicação.
Não é possível que aquele que permaneceu transmitindo a palavra do dirigente se tome de orgulho ou vaidade, e o outro, de complexo de culpa, de inferioridade ou de ciúme?
E se ocorrer, pois cabe tal hipótese no campo das probabilidades, que este que não consegue mais a sintonia do mentor, ao ser indicado pelo doutrinador para servir de intermediário para ele, use de mistificação, transmitindo sua própria mensagem amoldada ao estilo do mentor?
Pensemos!
Há de se estudar muito o Espiritismo para não trabalharmos contra ele, e sim, aplicarmos todo o amor de nossa alma ao que fazemos, para que os resultados, pelo adubo do esforço e a irrigação do conhecimento, venham a frutificar a cem por um.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:54 am

A comunicação do mentor é sempre necessária na reunião?
“Jamais ele deve esquecer-se de que a simpatia que conseguir entre os Espíritos bons estará na razão dos esforços feitos para afastar os maus.
Convicto de que a sua faculdade é um dom que lhe foi concedido para o bem, não se prevalecerá dela de maneira alguma, nem se atribuirá qualquer mérito por possuí-la.
Recebe como uma graça as boas comunicações, devendo esforçar-se por merecê-las através da sua bondade, da sua benevolência e da sua modéstia.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 229)
O que dizer de um trabalhador que só utiliza as ferramentas sob a orientação de outro técnico?
O que pensar do aluno que não faz a tarefa a não ser sob a vigilância do mestre?
Como julgar um instrumentista, se ele necessita de um outro para lhe tanger as cordas do instrumento?
Por este raciocínio, podemos perfeitamente indagar sobre um grupo mediúnico que, para iniciar os trabalhos, requer a orientação, o conselho ou o incentivo do seu dirigente espiritual.
Uma vez que todos tenham consciência das tarefas e saibam como proceder no tocante ao estudo e à renovação interior, por que aguardar que alguém venha repetir as lições que estão cansados de ouvir?
Será que é imprescindível a voz adocicada ou austera de um mentor funcionando como incentivo a cada reunião, assim como o combustível é útil ao motor?
Mas que grupo mais desmotivado é esse? Será possível que se julgue desassistido pela ausência de observações do dirigente desencarnado, tendo este que citar nominalmente algum medianeiro, para que a tarefa se inicie?
Mas que falta de fé é esta?
Será possível que o grupo sinta a falta da rotineira advertência em torno da oração e da vigilância, como o menino levado se acostuma ao puxão de orelhas?
Isto apenas significa falta de afirmação e de convicção doutrinária.
A comunicação do mentor deve ser sempre circunstancial.
Por que tomar o tempo em advertências para ouvidos acomodados ao menor esforço, quando poderia ser aproveitado em atendimento aos enfermos?
A advertência, nós a temos no dia-a-dia, nas palestras, leituras, reflexões, intuições.
Quando o mentor adverte rotineiramente os membros de uma reunião mediúnica acerca dos seus desregramentos, o grupo está à deriva.
A intervenção do dirigente espiritual, que tanto pode dar-se no início, no meio ou no fim da reunião, se reveste sempre de carácter objectivo e esporádico.
É preciso avaliar a capacidade de trabalho, o desempenho, o grau de superação dos obstáculos surgidos na reunião, que são sempre supervisionados pelo dirigente espiritual, sem que necessite colocar-se em evidência.
O dirigente pode, assim, ocupar um espaço da reunião em que as comunicações estão sendo remanejadas, devido à ausência dos médiuns designados para atender determinados enfermos que, pela urgência com que se revestem seus estados clínicos, exigem uma improvisação através de outros médiuns.
Para não ficar um intervalo longo, o doutrinador também pode sugerir que alguém faça uma prece em voz alta, aproveitando o tempo.
O dirigente, de qualquer modo, pode intervir na doutrinação, solicitando antes permissão do dirigente encarnado, quando o obsessor, renitente, ultrapassa os limites de tolerância fixados para que a desarmonia não se instale no ambiente.
Pode, enfim, intervir quando e como quiser, mas não o faz porque entende que, sendo nossos os problemas que criamos, nossas devem ser igualmente as decisões e soluções pesquisadas e praticadas.
Se chamados a aconselhar, falam genericamente, conclamando a todos ao optimismo, à esperança e às oportunidades de serviço.
Todavia, entendem que, para que um grupo cresça, é preciso delegar responsabilidades, sem, contudo, protagonizar o papel de babá para quem possui todo um roteiro luminoso nos livros espíritas e no evangelho de Jesus.
Em assim pensando, trabalhemos mais e queixemo-nos menos, pois é no trabalho, esmeril dos defeitos, que o Espírito se matricula na escola da luz celestial, onde a glória é a perseverança no trabalho, por amor a Jesus Cristo.
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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro - Página 3 Empty Re: DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 24, 2018 10:54 am

Que dizer de médiuns que apenas recebem os mentores?
“Médiuns exclusivos
— Os que recebem de preferência determinado Espírito, e até mesmo com a exclusão de todos os outros, respondendo ele pelos que são chamados através do médium.
Trata-se sempre de falta de flexibilidade.
Quando o Espírito é bom, pode ligar-se ao médium por simpatia e com finalidade louvável.
Quando é mau, tem sempre em vista submeter o médium à sua dependência.
É mais um defeito que uma qualidade, e muito próximo da obsessão.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVI, questão 192)
O que ressalta da prática mediúnica é que médium exclusivo de mentor de reunião constitui raridade, pois toda exclusividade lembra privilégio ou cheira a egoísmo, comportamento incompatível com os Espíritos superiores.
O mais comum é que o médium, por sua falta de estudo e trabalho renovador, se deixe apanhar nas artimanhas preparadas pelos irmãos ignorantes que combatem sem tréguas os trabalhadores do bem.
Para que ocorra uma comunicação mediúnica, é necessário certa afinidade fluídica entre o médium e o Espírito comunicante, o que não é dificuldade de vulto entre os enfermos ou os obsessores, que possuem fluidos densos, e alguns médiuns, que, muitas vezes, se lhes assemelham nas patogenias da alma. Não estou querendo afirmar que todos os médiuns espíritas estejam preparados para as suas missões.
Enfatizo que determinados médiuns são fluidicamente equivalentes aos desencarnados que atendem, fato que gera sintonia pela atracção de fluidos semelhantes.
É verdade, igualmente, que influenciam nas comunicações a flexibilidade do médium, a sua organização física e psíquica e a sua boa vontade em auxiliar, factores que, embora não requeiram atracção fluídica entre o médium e o desencarnado, propiciam atracção mental, impulsionando um para o outro.
Pela lei da necessidade e do suprimento, um quer auxiliar e o outro necessita ser auxiliado.
Este quer sarar e aquele possui o remédio.
O desencarnado traz a cruz e o encarnado quer ser o cireneu.
Aquele que quer auxiliar e o faz com sinceridade aprende a remover bloqueios, no que é sempre auxiliado pelos irmãos maiores.
Na comunicação do mentor, quando o faz sempre pelo mesmo médium, é que certamente encontra mais facilidade de expressão e de actuação através daquele companheiro.
Contudo, pela psicografia ou pela intuição, comunica-se com os demais, pois entende que a exclusividade pode gerar melindres em uns e vaidade em outros.
Algum médium desavisado pode sentir-se inferior em sua faculdade por receber apenas sofredores.
Outro, sentir-se exaltado por transmitir apenas vozes do alto.
Ocorre também que, para ser porta-voz de Espíritos mais evoluídos, é necessário elevar o padrão vibratório, o que gera uma sintonia momentânea, procedimento a que muitos não estão afeitos.
Digo sintonia momentânea, visto geralmente não continuar após a reunião, voltando o medianeiro à sua habitual vibração, a qual lhe caracteriza os climas psíquico e fluídico.
Por isso o valor da prece como condicionante para a elevação mental e vibratória da reunião e para a percepção e a tradução dos eventos relativos ao plano espiritual.
Esse tipo de afinidade podemos considerar como mental e circunstancial, provocada pela acção da prece ou pela mentalização em objectivos nobres.
É esse tipo de afinidade que permite a comunicação do mentor através de determinado medianeiro.
Como cada estado mental particular corresponde a um estado fluídico específico, concluímos que, através da mente, pode o médium provocar a afinidade fluídica com quem deseja comunicar-se, desde que o que almeje seja possível e compatível com as suas limitações evolutivas.
O médium que apenas manifesta a voz do mentor pouco produz, pois, em reuniões sérias, o dirigente desencarnado não sente a necessidade de intervir ou de dialogar com assiduidade, dando prioridade aos enfermos, que são sempre em grande número.
Fiquemos certos de que, exceptuando-se a fragilidade orgânica do intermediário, quando não suporta o intercâmbio com os Espíritos enfermos, se ele revela apenas o pensamento de uma única entidade e se tal pensamento não traduz a pura essência evangélica, o facto é, no mínimo, um sinal de alerta para o capítulo das obsessões.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:11 am

Na desobsessão, por que só o doutrinador fala?
“O silêncio e a concentração são rigorosamente exigidos durante as sessões e particularmente durante os estudos.
Ninguém pode usar da palavra sem permissão do Presidente.
Todas as questões dirigidas aos Espíritos serão feitas por intermédio do Presidente, que pode recusar-se a fazê-las de acordo com as circunstâncias.
São rigorosamente proibidas todas as perguntas fúteis, de interesse pessoal ou de simples curiosidade, ou feitas com o fim de submeter os Espíritos à prova, assim como todas aquelas que não tiverem um fim de utilidade geral, do ponto de vista dos estudos.
São igualmente proibidas todas as discussões que se desviem do objectivo em causa.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXX, artigo 18)
Imagine-se uma reunião onde o diálogo entre o doutrinador e o seu interlocutor seja aparteado pelos médiuns.
Como se estabeleceria uma directriz para essa conversação?
Seria possível o encadeamento de ideias ou a conclusão do assunto?
A regra de só o doutrinador falar com os comunicantes na reunião desobsessiva vem em auxílio ao bom andamento do diálogo, bem como à manutenção da harmonia vibratória.
É uma regra disciplinar, sem a qual a sessão passa a ser mero interrogatório, conversa de comadre ou passatempo perigoso.
Todos sabem que o clima de desarmonia favorece aos irmãos obsessores e perseguidores contumazes do Espiritismo.
Quando um desses irmãos se comunica, tem interesse em provocar tanto o doutrinador, com suas adagas verbais, quanto os médiuns, que devem estar vibrando pela harmonia do conjunto.
É comum o manifestante usar a técnica de envolver um ou mais participantes da reunião, citando-os nominalmente ou deixando a pergunta no ar para que alguém responda.
O invigilante que tomar a palavra será a pedra de tropeço da reunião.
Tais irmãos nos vigiam e revelam, em ocasiões inoportunas, ocorrências que testemunhamos ou de que participamos, lembrando nossas falhas e a invigilância com que procedemos.
É necessário não revidar.
Deixar que o doutrinador com a sua vivência argumente, mostrando as vantagens daquele que perdoa e trabalha em relação a quem critica e agride.
Às vezes, por ocasião da mensagem do mentor, pode ocorrer alguém dirigir-se a ele em indagações pessoais, com assuntos extra-reunião, tais como a saúde da sogra, a mudança de bairro, a personalidade do novo patrão e até as chances de um político nas eleições.
Tais atitudes sempre devem ser evitadas, pois, a não ser que o assunto seja realmente sério, a abordagem torna-se, no mínimo, inoportuna.
Outros, diante da comunicação de um familiar, mencionam longa lista de perguntas, como se quisessem testar a personalidade presente ou conseguir um relato completo sobre as suas condições sociais, científicas, filosóficas, económicas etc., ocasião em que o objectivo da reunião passa a plano secundário.
A regra é única. Só o doutrinador fala.
É ele o porta-voz do grupo.
Interrompê-lo, só por absoluta e comprovada necessidade.
Até mesmo o dirigente espiritual pede permissão para abordá-lo.
Fugir a essa regra disciplinar é navegar em mar agitado prenunciando catástrofes.
Os que não se adaptam a esta condição e sentem a necessidade de indagar sobre fatos e épocas passadas revelam descaso, porque deveriam estar em preces e vibrações.
Perante a observação lógica de que deveriam silenciar para que o doutrinador desempenhe o seu papel, retractam a ignorância de que são portadores se são tocados por melindres, levando para o campo pessoal o que é apenas ensinamento genérico.
Abaixam-se à condição dos enfermos necessitados de doutrinação, às vezes até mais, pelas oportunidades de crescimento que têm e repelem.
Eduquemo-nos!
A palavra é prata, mas o silêncio é ouro — como ensinavam os antigos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:11 am

Quanto tempo o doutrinador deve falar com cada comunicante?
“Como pode um homem ter mais influência, nesse caso, do que os próprios Espíritos?

— Os Espíritos perversos se aproximam mais dos homens, que procuram atormentar, do que dos Espíritos, pois destes se afastam o mais possível.
Nessa aproximação aos humanos, quando encontram quem os tenta moralizar, a princípio não lhe dão ouvidos e até riem-se dele, mas, depois, se este soube prendê-los, acabam por sentir-se tocados.
Os Espíritos elevados só podem falar-lhes em nome de Deus e isso os apavora.
O homem não tem, é evidente, mais poder que os Espíritos superiores, mas a sua linguagem é mais acessível à natureza inferior e, vendo a influência que podem exercer os Espíritos inferiores, compreende melhor a solidariedade existente entre o Céu e a Terra.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXIII, questão 254, § 5)
Não existe um tempo determinado ou padronizado para cada tipo de enfermo.
Seria contrário ao bom senso estabelecer um tempo em minutos, tal como alguns médicos fazem, devido ao excesso de pacientes, imprimindo alta rotatividade ao atendimento, que, sem catarse e exames aprofundados, resulta fatalmente em diagnóstico inadequado e medicação, se não incorrecta, pelo menos deficiente.
Há quem aconselhe que, na prática desobsessiva, o doutrinador permaneça por um tempo máximo de dez minutos em conversação com o comunicante, salvo em situações excepcionais.
Mas o doutrinador que não for vidente nem audiente, o que lhe dificulta o diagnóstico, como irá detectar a problemática, geralmente profunda, em dez minutos?
Como precisar se o caso é excepcional, quando, pelo desempenho do centro espírita, oficina da caridade, toda dor se reveste de excepcionalidade?
Não necessitam alguns enfermos mais de serem ouvidos e aconselhados do que medicados?
Que se há de dizer-lhes quando se esgotar o tempo?
Que se retirem?
Jesus estipulava horário para os enfermos que atendia?
Alguns podem argumentar que, sem esse limite de tempo, doutrinadores despreparados podem levar toda a reunião em atendimento a um ou dois manifestantes.
Seria tempo perdido?
O que temos testemunhado é que, na maioria dos casos, os próprios mentores controlam o tempo para os comunicantes, seja por intuição fornecida ao doutrinador, seja por actuação junto ao assistido, ocasião em que muitos dormem sob efeito magnético ou se despedem dizendo estarem sendo chamados por enfermeiros.
O uso racional do tempo em uma reunião de desobsessão está ligado directamente ao bom senso e experiência do doutrinador.
Ele precisa, em casos de amnésia do enfermo, auxiliá-lo no diálogo fraterno.
Necessita saber que um médium não suporta um vampiro por tempo demorado, pois este poderá exauri-lo em seus fluidos vitais.
Deve estar consciente de que o suicida impõe grande sofrimento ao medianeiro, pelos esgares, sufocação, espasmos, náuseas e estertores que a ele passa, os quais, se prolongados em demasia, lhe podem alterar a saúde.
Ele deve ter aprendido que cegos, surdos, mudos, amputados e mutilados comparecem às reuniões para sofrerem cirurgias reparadoras, as quais exigem a sua coordenação mental; que obsessores endurecidos necessitam de doutrinação compatível com a linguagem que ostentam; que certos Espíritos tudo fazem para demorar-se em comunicação, evitando que outros sejam atendidos; que, sendo as enfermidades e as individualidades diferentes, o tempo de atendimento e a mensagem doutrinária devem ser igualmente diferentes.
Aqui falamos do doutrinador preparado para a sua tarefa e não do conversador que apenas indaga ou procura fazer prevalecer a sua ideia, sem dar oportunidade a que o enfermo se manifeste.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:12 am

Parto do princípio de que os doutrinadores sabem usar esse tempo adequadamente, o que torna inócua e desnecessária a delimitação, o que seria, em função do atendimento a enfermos nas reuniões de desobsessão, o mesmo que estandardizar o desempenho, nivelando o tratamento e as dores pela angulação temporal, quando a mais correta das directrizes é a caridade.
As cirurgias se procedem a tempos regulares?
O psiquiatra, o psicólogo e o analista aplicam técnicas subjugadas a tempo padronizado?
Os enfermos de tais profissionais absorvem seus conselhos igualmente?
Não é norma psiquiátrica mergulhar fundo no inconsciente do traumatizado, removendo dos escombros os obstáculos da sua normalidade psíquica?
Por que se prender à quantidade, se o Espiritismo prima pela qualidade?
Cremos que, pela dinâmica com que se reveste o trabalho desobsessivos e pela complexidade íntima de cada enfermo, fixar dez minutos para cada comunicante é atitude impensada.
Os grupos mediúnicos com apenas dois ou três médiuns deverão guiar-se por tais padrões?
Existem doutrinadores bem informados na área doutrinária que passam, às vezes, sessenta minutos ou mais com um único enfermo.
O bom senso, portanto, deve ser o único factor a determinar o tempo a ser destinado ao enfermo que se comunica.
Não existe nenhum motivo que justifique a transformação de uma reunião de desobsessão em hospital de alta rotatividade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:12 am

Todo médium é anímico?
“Como distinguir se o Espírito que responde é o do médium ou se é outro Espírito?
— Pela natureza das comunicações.
Estuda as circunstâncias e a linguagem e distinguirás.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XIX, questão, 223, § 3)
Em se definindo animismo como a narrativa de factos atuais ou passados que repontam do inconsciente do médium para o consciente, podemos dizer que, a princípio, quando não educados, os candidatos ao exercício da mediunidade são anímicos, em sua grande maioria.
Como somos Espíritos imortais em longa excursão pelos cenários terrestres, alternando a vestimenta carnal entre o feminino e o masculino, assimilando diversos hábitos regionais e linguísticos, vivendo tempos de paz e de discórdia, é natural que muitos eventos nos marquem emocionalmente, registando-se de maneira férrea nos arquivos do inconsciente.
Sob a influência de um indutor, um estímulo que se assemelha ao que foi gravado, gera-se uma ponte inconsciente/consciente, podendo, através dessa evocação, ser externado com aparência de realidade actual, aquilo que foi vivido mas não esquecido ou superado.
Conheci um médium que, havendo praticado o suicídio por duas encarnações seguidas, passou anos na mesa mediúnica a transmitir psicofonicamente as comunicações de dezenas de suicidas.
— Apenas animismo — diziam-nos em segredo os mentores espirituais.
O companheiro praticava a catarse dos longos sofrimentos que lhe cristalizaram na mente os esgares, a sufocação, o fogo na pele, a dor superlativa dos dois géneros de suicídios pelos quais passara.
A doutrinação era exercida como se realmente ali estivéssemos em contacto com um comunicante desencarnado trazido para o atendimento fraterno.
No entanto, sabíamos estar falando directamente ao Espírito do médium, que, portando cristalizações de difícil neutralização, sofria, através das reminiscências afloradas, o drama a que estava vinculado.
Esse período de animismo varia de aprendiz para aprendiz, conforme sejam as marcas emocionais que transporta.
O género não influi muito.
Um estigma é sempre um estigma.
Doloroso ou terno, depende do indutor que o faça aflorar, sendo justo que os sofrimentos, pela ulceração que imprimem na alma, sejam evocados com frequência, pelo carácter peculiar do mundo de provas e expiações em que vivemos, onde a dor é o inquilino pontual e assíduo na convivência com os terrícolas.
Acontecimentos ditosos, mas que deixaram saudade, nostalgia, ansiedade, misto de ternura e tristeza, também são arrancados do inconsciente pela ideia indutora que estabeleça uma sintonia com o que foi vivenciado.
Até mesmo uma emoção mais forte cultivada na actual encarnação, tal como a admiração profunda por santos e heróis a traduzir-se em fanatismo, pode gerar ideias obsidentes ou cristalizações duradouras, que, nesta ou em outras encarnações, retornam à cena via catarse, para que o médium possa produzir favoravelmente, desobstruindo o canal mediúnico para mensagens dos Espíritos e não de suas mensagens próprias ou espirituais ainda mescladas de personalismo.
Saliente-se que, se o médium, ao receber a mensagem do comunicante, a traduz em linguajar mais culto ou menos intelectual, sem prejuízo da sua essência, não é anímico. Há de se analisar o nível cultural, o estudo, a fluência, o grau de evolução enfim, de cada indivíduo, encarnado ou desencarnado.
Concluímos afirmando que nem todos os médiuns são anímicos.
Alguns o são por ideias e emoções cristalizadas no passado, enquanto outros o serão por ideias e emoções cristalizadas no presente.
Será assim, enquanto o amor não constar como regra de convivência e remédio salutar para os dramas do mundo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:12 am

O livro de anotações é realmente necessário nas reuniões mediúnicas?
“Sabemos que as distâncias nada são para os Espíritos, mas nos admiramos de ver que respondem, às vezes, tão prontamente ao chamado como se estivessem bem próximos.
— É que, às vezes, realmente estão.
Se a evocação foi premeditada, o Espírito recebeu o aviso com antecedência e frequentemente se encontra no lugar antes que o chamem.”

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(Cap. XXV, questão 282, § 6)
Certa feita, em uma reunião de pais e mestres na escola onde trabalho, uma mãe veio consultar-me acerca de seu filho, Francisco.
Informada que, dos mil e duzentos alunos, cento e quarenta tinham tal nome, desculpou-se e complementou que era o Francisco da sétima série.
Existindo três classes de sétima série, precisei indagar sobre as características do garoto.
Imaginemos um centro espírita cuja clientela, diariamente, o busque com nomes das mais variadas procedências, sendo muitos deles homónimos, com sintomatologia ou patologia análogas, a exigir o imediatismo tão comum aos mortais de hoje: como atender a tantos apelos, se, em meio àqueles nomes, estão endereços situados em todo o raio periférico da cidade e do interior?
Nossas empresas, cuja organização é apenas uma cópia inexacta da organização e disciplina espirituais, nos fornecem uma ideia de como devem actuar nossos irmãos do além nesse mister.
A cada centro espírita está ligada uma equipe que se responsabiliza por cobrir as zonas de maiores probabilidades de convergência de necessitados a ele destinados.
Cada operador da equipe, ficando responsável por uma zona do perímetro urbano, está em condições de informar sobre as pessoas ali residentes.
Mas nem todos são espíritas. Como estes são os prováveis consulentes da casa espírita a que este técnico está ligado, tendo-os catalogado, pode fornecer, por via telepática ou por instrumentos, as imagens ou informações necessárias, em tempo mínimo.
Como os irmãos que professam outras religiões, às vezes mostrando até aversão ou agressividade contra o Espiritismo, não estão desamparados pelo plano espiritual, podem igualmente receber ajuda quando solicitada ou merecida, para o que talvez esse tempo mínimo seja elastecido por detalhes óbvios de aferição de endereço e de problemática.
Se um homem vende cigarros em sua mercearia, já sabe quais são os fregueses daquele bairro, não esperando nunca que um não-fumante lhe venha fazer pedidos do seu produto.
Baseado em tal raciocínio lógico e sendo a lógica a mãe de todas as ciências, é que assim deduzo.
Ocorre que essas equipes são solidárias entre si e podem trocar informações quando o habitante de uma área venha eventualmente a requisitar préstimos fora do seu perímetro urbano.
Informações e imagens são então transmitidas com a mesma presteza, pois não existe concorrência ou monopólio informativo entre as equipes; mas fraternidade, disciplina e solidariedade.
É assim que, observando os nomes escritos no livro de anotações, o responsável por esse trabalho os envia aos sectores específicos através de que recolhe os informes necessários para a equipe espiritual da casa.
A rapidez é notória.
A depender do ponto de evolução do Espírito, pode dispensar o instrumental técnico e usar apenas a telepatia e, em alguns segundos, ter condições de diagnosticar e até de medicar o paciente.
É assim que, nas reuniões de desobsessão, nomes colocados sobre a mesa, desde que os dados sejam registados correctamente (nome, hospital, asilo, presídio etc.), recebem, às vezes no decurso da própria reunião, as informações esclarecedoras e o atendimento específico.
As informações vêm acrescidas, não raramente, da causa cármica, dos fatos comprometedores do passado que transformaram em efeito a doença de então.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:12 am

Como fazer isso?
Localizado o paciente, seu Espírito guardião pode informar sobre a sua ficha cármica, ou um técnico irá retirar-lhe os elementos dos arquivos mentais, ou irá consultar o banco de dados específicos.
Se os nomes são colocados no livro de anotação durante a semana anterior à reunião, todo o histórico das pessoas estará nas mãos do dirigente espiritual da casa no dia aprazado, o qual procederá conforme a urgência e o merecimento dos pacientes, elaborando assim o roteiro da reunião.
Na Terra, a comunicação faz prodígios, desde que manobrada com dados correctos.
Haveria de ser diferente no espaço?
Penso que ainda se encaram os Espíritos como seres mágicos que tudo podem, até mesmo desprezar a tecnologia, a organização de dados e a disciplina burocrática, embora simplificada.
Pensamos sobre nossos mentores, como se eles fossem Espíritos angélicos e não companheiros um pouco acima ou mesmo equivalentes a nós, os quais, sem sentido organizacional, pouco produzem.
Nós descarregamos o efeito de nossa acomodação e desorganização sobre eles, quando colocamos um nome incompleto, sem o endereço, e pensamos:
— Não tem nada não.
Eles o encontram.
Podem encontrar, sim.
Mas a que preço?
É bom que nos conscientizemos de que quanto mais evoluído é o ser, mais organizado e disciplinado ele é, e de que, se queremos eficiência, temos de contribuir para que tenha início em nós, esforçando-nos para, pelo menos, eternos pedintes que somos, formularmos melhor e com mais coerência os nossos pedidos.
Só para reforçar a ideia que os Espíritos, mesmo os mentores, necessitam de um chamado um lembrete, uma referência, para nos auxiliar, lembramos aqui conhecido caso contado por Luciano da Costa e Silva sobre a vida de Chico Xavier.
"Certa noite, após atender centenas de pessoas no Centro Espírita Luiz Gonzaga, Chico Xavier sentiu uma de suas vistas prejudicadas; chegava mesmo a sangrar.
As dores eram insuportáveis.
Não contando naquele momento com a presença de seu guia receitista, o Dr. Bezerra de Menezes, sabendo que muitas pessoas ainda o aguardavam, e não tendo meios de esclarecer àquela massa humana o que se passava, isolou-se por alguns minutos quando lhe apareceu um dos assistentes espirituais daquele médico.
Ao vê-lo não pediu, implorou:
— "Irmão António Flores, você que é um dos abnegados e sinceros pupilos do Dr. Bezerra de Menezes, peça-lhe um remédio para os meus olhos, pois sofro muito".
Atendendo o seu pedido, o bondoso irmão partiu, prometendo interceder por ele.
Passados poucos minutos, regressou acompanhado do famoso médico, que ao olhá-lo, lhe diz:
— "Porque você não me disse que estava passando mal da vista?
Eu lhe teria medicado!"
Emocionado respondeu:
"Dr. Bezerra, eu não lhe peço como gente, mas como uma besta que precisa curar-se para continuar sua missão espiritual e terrena.
Cure pois, por caridade, os meus olhos doentes."
— Se você Chico, é uma besta, eu quem sou?
— O senhor Dr. Bezerra, é o veterinário de Deus.
Esse episódio prova que o Dr. Bezerra só veio a saber da dor de Chico quando avisado por um assistente.
Mesmo com a sua evolução espiritual superior a muitos mentores que dirigem reuniões mediúnicas ele precisou ser comunicado, como aliás procedeu também António de Pádua em mensagem telepática ao médico dirigida.
Nesta António de Pádua citava o nome da rua, número, cidade... ordenando a Bezerra atender uma pobre mulher que se debatia nos estertores da maternidade.
(Dramas da Obsessão - Psicografia de Yvonne Pereira).
Os Espíritos superiores são sábios e não adivinhos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:13 am

Há necessidade de água fluidificada, nas reuniões mediúnicas?
“A magnetização comum é uma verdadeira forma de tratamento, com a devida sequência, regular e metódica.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XIV, questão 175)
Existem espíritas que estão sempre procurando aperfeiçoar o trabalho do centro espírita.
Entretanto, na maioria das vezes, por causa dos aspectos exteriores, se colocam apenas em confronto com a água fluidificada, o livro de anotações para enfermos, a figura de Jesus em quadro na parede, as preces inicial e final das reuniões ou a ave-maria e outros procedimentos que, segundo seu ponto de vista, se constituem em igrejismos ou vícios introduzidos no corpo doutrinário do Espiritismo por beatos provindos de outras crenças.
São os reformadores ou inovadores que procuram adaptar a doutrina a si, no lugar de adaptar-se a ela.
Claro que, no Movimento Espírita, há atitudes exóticas que precisam ser extirpadas.
Mas daí a evitar algo produtivo e que beneficia a reunião, simplesmente porque Kardec não fez nenhuma citação a respeito, é uma incoerência.
Deveríamos, então, rejeitar as informações trazidas ao Espiritismo por Chico Xavier, Yvonne Pereira, Divaldo Franco e outros, quando estas não encontram referências na codificação?
E a comunicação dos Espíritos por gravadores, telefones, computadores?
Devem ser igualmente rejeitadas?
Não terá o Espiritismo o carácter de doutrina evolucionista?
Não se gradua mais a dose medicamentosa ao estado patológico do enfermo?
Penso, em minha inferioridade, que a figura de Jesus fica bem em qualquer templo de oração.
Idolatria? Não chego a tal radicalismo.
A figura de Jesus induz a reflexões, auxilia a mente frágil a fixar-se melhor na prece, concita-as ao recolhimento interior.
Não são todos os que são conscientes e fortes para sentir Jesus dentro de si, necessitando, por isso mesmo, de um indutor ou motivo para onde fazer convergir o coração e a mente.
Contemplando a figura de Jesus, ainda que aquela não tivesse sido a sua aparência, o coração se acalma, a mente ainda não acostumada à abstracção do sentir para ver, mas nos passos iniciais da sensibilidade, que é o ver para sentir, se deixa tocar de emotividade, educando-se pouco a pouco ao estágio de fé onde não se tem mais dúvida ou necessidade de motivações visuais.
Mas quem são os frequentadores de um centro espírita?
Os que já trazem Jesus em si ou os que precisam de Jesus em si?
Que mal existe em saudar Maria, mãe de Jesus (e não de Deus — substituição que sufragamos), com a prece que faz referência à sua condição de mulher escolhida para receber o tesouro mais precioso que este mundo já viu, que foi seu filho?
Se Jesus é o traço que une muitas religiões, há de se lhe extirpar a mãe, trazendo-o órfão ao Espiritismo, para que este seja mais puro?
Não serão sectários aqueles que deveriam ser caridosos e conscientes?
Quanto à prece inicial e final, é um costume dos Espíritos que nos dirigem.
Aprendemos com eles que a prece é agradável a Deus e que torna o homem melhor.
Se torna o homem melhor, o que ele faz será igualmente melhor.
Assim fazemos porque para isso fomos aconselhados através de O Livro dos Espíritos (perguntas 658 a 666).
Porque nos inspiramos em Bezerra de Menezes, em seus encontros e doutrinações sempre iniciadas e finalizadas com preces de louvor e agradecimento a Deus.
Porque acreditamos em Jesus, quando asseverou que tudo quanto pedíssemos orando haveríamos de obter, e na importância do capítulo XXVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que tem por título Pedi e obtereis.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:13 am

E, por fim, porque conhecemos a definição de prece consagrada pelos Espíritos como sendo o alimento da alma.
Orar é arar, mas arar nem sempre é orar.
Os que julgam desnecessária a prece na reunião, querem apenas arar, esquecidos do adubo da prece, que não é condição para que a semente germine, mas que influi sobremaneira na produção de frutos no pomar.
Finalmente, existem os que se sentem molestados com a jarra de água limpa posta sobre a mesa para que o seu conteúdo seja fluidificado pelos Espíritos.
Isso faz lembrar um caso descrito por André Luiz em sua colecção, no qual observa um sacerdote que eleva uma hóstia para introduzir na boca de uma mulher do povo.
O sacerdote não apresenta nenhuma luminosidade, mas aquela partícula, ao aproximar-se da boca da mulher, que orava e acreditava estar recebendo Jesus, é tomada de grande luminescência, através do que se depreende que a mulher, por sua fé e confiança, atraiu fluidos altamente benéficos.
Não ocorrerá o mesmo com a água, sendo esta, por carácter natural, elemento de fácil fluidificação e combinação com os mais variados fluidos?
Encontrando-se na reunião pessoas desvitalizadas e sendo a água fluidificada excelente tónico revigorante, a depender dos fluidos nela colocados, perderiam essa chance os Espíritos para fazer o bem?
Não aconselham os Espíritos a água fluidificada como poderoso auxiliar nos tratamentos de desobsessão?
Entendo o cuidado de alguns espíritas na preservação da pureza doutrinária, mas não entendo a intolerância para com estes detalhes que em nada deslustram a prática ou o trabalho dos Espíritos ou dos espíritas.
Creio que existem pontos doutrinários em cujos comentários essas pessoas zelosas podem ser mais úteis, direccionando o radicalismo no sentido de também retirar de si velhos vícios e preconceitos.
Esta é a minha opinião pessoal, que, por isso mesmo, pode ser contestada, visto não me apresentar como dono da verdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:13 am

Médiuns ostensivos podem dirigir reuniões mediúnicas?
“Todos os que recebem, no seu estado normal ou de êxtase, comunicações mentais estranhas às suas ideias, sem serem, como estas, preconcebidas, podem ser considerados médiuns inspirados.
Trata-se de uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma potência oculta é bem menos sensível, sendo mais difícil de distinguir no inspirado o pensamento próprio do que lhe foi sugerido.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XV, questão 182)
Quando queremos centralizar o pensamento em determinado objectivo, procuramos evitar o assédio de imagens e sons estranhos ao que analisamos, certos de que o recolhimento mental ou a fixação canalizada para a problemática em análise nos faculta melhor desempenho e produtividade na elaboração e encadeamento de ideias, que se aglutinam para o fim a que nos propomos.
O diálogo com o desencarnado requer essa convergência, que deve aliar-se à acuidade psicológica, boa argumentação, maturidade intelectual e forte dose de paciência e espírito de serviço.
Ao doutrinador cabe a áspera tarefa de soerguer a fé, incutir a esperança, firmar o optimismo, mostrar as vantagens do perdão, esclarecer sobre as dúvidas morais, científicas e filosóficas daqueles que nem sequer conhece, mas que lhe são trazidos para uma mudança de atitude.
Como se concentrar no diálogo, se, através da vidência ou audiência, der curso à percepção da dinâmica do plano espiritual?
Preocupar-se-ia, então, sobremaneira, com o estado agónico do suicida que não consegue a sintonia com o médium, com a trama dos obsessores e dos seus asseclas para sabotar o êxito da reunião, com o estado perispiritual metamorfoseado de um vampiro sexual que veio ligado a algum intermediário.
Baderneiros do além, sabedores da sua audiência, buscariam gritar aos seus ouvidos, transmitir recados inoportunos, iniciar diálogos paralelos.
Um desencarnado mais impaciente tentaria a psicofonia pelo próprio doutrinador, quando um seu familiar estivesse sendo por este doutrinado.
A presença de enfermos poderia causar-lhe sensações dolorosas, pela sua condição de antena receptora.
Quadros confusos o desviariam da conversação, instigando-o a divergir do epílogo almejado.
Em instante de prece, o desdobramento poderia surpreendê-lo, permanecendo a reunião à deriva.
Por tais motivos, e para não sobrecarregar com mais uma preocupação e correspondente actividade a equipe espiritual, achamos conveniente que o doutrinador esteja afinado com ela apenas através da intuição ou da inspiração, faculdades cujo desempenho não causa ruídos ou divisão em seus sentidos, que devem permanecer voltados para o diálogo, sem serem portadores, na ocasião, de mediunidade ostensiva que lhe dificulte a tarefa.
Para que o doutrinador tenha uma ideia do tipo de comunicante a quem se dirige, pode solicitar ao médium vidente que lhe traduza as impressões captadas.
Ele pode e deve usar o vidente como auxiliar na reunião, com as reservas de que tais consultas não sejam repetitivas, a tal ponto de gerar uma dependência, o que anularia a sua própria faculdade pelo desuso.
Que se consulte o vidente, na dúvida, quando se pressente a mistificação, o que constitui episódio circunstancial.
Com o tempo, o doutrinador aprende a distinguir o ambiente espírita por seus próprios recursos.
Aconselha o bom senso que cada um se ocupe de uma função, sendo todas de relevante importância no contexto doutrinário.
Afinal, o mais meritório não é ser doutrinador ou médium psicofónico, mas desempenhar com dignidade e perseverança aquilo que se é, atento à qualidade do que se faz, sem, contudo, descuidar-se da quantidade do que se faz.
Caminhemos!
Se há pedras, se há mãos, certamente hão de existir caminhos limpos.
Tudo depende do equilíbrio de cada um.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 25, 2018 10:13 am

Médium obsidiado deve dar passividade?
“A obsessão, como dissemos, é um dos maiores escolhos da mediunidade.
É também um dos mais frequentes.
Assim, nunca serão demais as providências para combatê-la.
Mesmo porque, além dos prejuízos pessoais que dela resultam, constitui um obstáculo absoluto à pureza e veracidade das comunicações.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXIII, questão 242)
Genericamente falando, nós, habitantes de um mundo onde o egoísmo e o orgulho constam da longa lista de vícios humanos, não podemos dizer-nos vacinados ou imunizados quanto às obsessões.
Longe está o dia em que Jesus ditou regras de boa convivência entre os homens, concitando-os ao perdão das ofensas, ao esquecimento dos males, à humildade de coração, factores que, por si só, seriam capazes de calar a maledicência, enferrujar a espada e cerrar as portas das regiões inferiores, que hoje têm livre acesso à grande maioria dos domicílios terrenos.
Todavia, caminhamos a passo milimétrico, surdos ao chamamento do amor, ouvindo apenas o comando de acelerar, imposto pelo incómodo da dor.
Herdeiros de religiões dogmáticas, amantes de cultos exteriores e afeitos ao imediatismo, tornam-se os homens vítimas de sua própria incúria, do seu comodismo e da sua incredulidade.
Se não acreditam na interferência dos Espíritos em suas vidas, com maior razão são manipulados por mentes hábeis, quando não se escudam na dignidade de acções e pensamentos.
Se acreditam mas não se modificam a fim de estabelecer intercâmbio com os obreiros do bem, igualmente são teleguiados para os pântanos da vida, onde a lama, ao sujar-lhes os pés, lembra a regra áurea da limpeza de carácter para ascender aos planos luminosos.
Esquecidos do passado, mesmo aqueles que não buscam o mal sentem dificuldade em se acharem comandados ou perseguidos, creditando aos azares do caminho os tropeços de que são vítimas.
Quando fatigados pela busca de paz através de paliativos, adentram o centro espírita, admiram-se ao ouvir o conselho da reforma íntima, do vigiar e do orar, uma vez que não se julgam criminosos.
Ademais, não entendem a relação que possa existir entre a conduta moral e as aflições da vida, preferindo que os que os atendem nesses templos usem de fórmulas mágicas, livrando-os de seus obstáculos, enquanto cuidam da rotina material da existência, parecendo ignorar que são Espíritos imortais ainda ensaiando os primeiros passos para as grandes e duras batalhas a serem empreendidas na aquisição da paz interior.
Alguns desistem, atendendo ao comando ou conselho dos obsessores.
Outros persistem. Aceitam o desafio com nobreza e enfrentam as lanças da vingança e do ódio, ocasião em que se revestem da armadura da prece e se escudam no trabalho persistente, liberando a si e ao seu antagonista das correntes da ignorância.
Nesse período de tratamento, onde a paz é conquista do esforço, o companheiro obsidiado não deve participar de trabalhos mediúnicos.
É preferível que assista a palestras públicas, receba passes, trabalhe em actividade fraterna do centro espírita.
Na reunião mediúnica, o seu obsessor poderá tomá-lo de assalto e, incorporando-o, provocar distúrbios imprevisíveis no recinto.
Poderá, igualmente, ouvir do seu perseguidor, por via psicofónica, através de outro intermediário, ameaças e impropérios, que poderão realizar-se ou não, mas que, a depender do seu grau de vulnerabilidade, irão provocar dura impressão, levando-o à paranóia.
Poderá, inclusive, haver açulamento no ódio do vingador ou dele próprio, ante o clima formado, quando palavras ofensivas se juntam a fluidos fustigantes, favorecendo o revide da vítima ou o ataque corporal do algoz, caso o médium não seja educado convenientemente.
Apressamo-nos a dizer que existem casos onde a presença dos envolvidos, vítima e algoz, é salutar, pois, propiciando a reconciliação pelo uso do perdão, através do desfazer das dúvidas, e do confessar-se uns aos outros, desfaz-se o clima belicoso pelo antídoto da humildade e do arrependimento.
Nesse caso, o doutrinador é quem deverá decidir como se deve proceder na reunião, seja por conta própria, seja a pedido dos mentores, o que constitui raridade.
Atentos estejamos todos nós que batalhamos nas hostes espíritas, uma vez que muitos trabalhadores nos são enviados pela porta da obsessão, para que, refeitos e despertos do tropeço, possam trabalhar em paz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:51 am

Um mesmo Espírito pode comunicar-se em duas reuniões mediúnicas simultaneamente?
“O Espírito que é evocado ao mesmo tempo em muitos lugares pode responder simultaneamente às perguntas que lhe fazem?
Sim, se for um Espírito elevado.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXV, questão 282, § 30)
Muitos espíritas se confundem diante da afirmativa de que determinado mentor se comunicou, no mesmo dia e hora, em dois ou três centros espíritas.
Os menos esclarecidos passam a desconfiar da veracidade do facto, julgando estar diante de mistificação ou de descaramento do informante, preferindo admitir que, se houve mistificação, foi no outro centro e não naquele em que ele doutrina, atitude ingénua de quem desconhece que as mistificações podem ocorrer com qualquer médium, em qualquer lugar.
Um Espírito, a depender do seu grau evolutivo, pode manifestar-se em pensamento em vários centros espíritas ao mesmo tempo.
Não que ele seja omnipresente, que se divida espiritualmente, partindo cada porção sua para local determinado.
O seu pensamento é que pode ser projectado em várias direcções, como uma lâmpada pode atingir, conforme a sua potência, os mais diversos recantos de um salão.
Nada há de estranhar nesse facto, diante dos avanços no estudo da telepatia, no conhecimento da rapidez do pensamento, na modernização dos instrumentos de comunicação a distância.
Um homem, sentado diante de instrumentos electrónicos específicos, não transmite a sua voz para todo o mundo?
Nos jogos olímpicos, estando um telespectador do outro lado do mundo, não lhe é possível ouvir no instante do acontecido, até mesmo o som oriundo do choque entre o jogador e a bola?
Se nosso instrumental de comunicação é pálida imitação dos meios utilizados pelos Espíritos, podemos concluir que a eficiência e a confiabilidade entre eles é indiscutível.
Mas, pode argumentar alguém:
— Aqui Bezerra comunicou-se por psicografia e lá por psicofonia.
Como pode ser isso, se, para psicografar, é necessária a presença perispiritual do comunicante junto ao médium?
— Nem sempre, diremos.
Se o médium for intuitivo não se faz necessária a presença do comunicante.
Se for mecânico, ou seja, quando o Espírito age directamente sobre a sua mão, impulsionando-a independente da sua vontade, sim. Então, admitindo-se que o médium seja mecânico, como explicar a questão?
Simplesmente pela telepatia.
O Espírito dita a mensagem a um seu auxiliar, que apenas lhe copia o ditado, sem que haja fraude ou engodo, nem que a mensagem tenha menor valor ou seja destituída de autenticidade.
Um Espírito como Bezerra de Menezes tem centenas de auxiliares voluntários que lhe cumprem as determinações em todos os centros espíritas do Brasil.
Vamos além. Não atende somente nas casas espíritas, mas onde a sua presença seja evocada com sinceridade de propósitos, em hospitais, hospícios, presídios, lupanares, choupanas e palacetes.
Poderia ele, então, abster-se de tais auxiliares, da telepatia e do instrumental de comunicação?
Como seleccionar por ordem de prioridade os pedidos?
Julgam alguns espíritas que não exista o captador e selector de preces, que, embasado no estudo das ondas, forneça tais informações?
Os Espíritos, mesmo evoluídos, não dispensam o auxílio tecnológico.
Isso não lhes tira o poder.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:52 am

Pelo contrário, aumenta-lhes a eficiência no trabalho em que se empenham.
Muitos pensam em determinado Espírito como um ser isolado e atribuem a ele a arte da magia, através da qual tudo se pode mas nada se explica.
Absurdo dos absurdos! Bezerra sozinho pouca coisa faria pelos enfermos.
Acompanham-no em ofício, médicos, enfermeiros, engenheiros, técnicos operadores, aprendizes, além de potente instrumental tecnológico para as mais variadas ocasiões.
É toda uma equipe pronta a actuar em qualquer local, hora e situação compatíveis ao estágio evolutivo em que se encontra.
Qualquer pessoa pode comunicar-se com Bezerra de Menezes, desde que se eleve em sintonia, que é a palavra-chave da comunicação mediúnica.
Fora dela, apenas o ruído a indicar obstrução de canal por distância de faixa.
Ao recebermos mensagens de Espíritos elevados, tenhamos em mente que eles podem irradiar o pensamento como o Sol e averiguemos o conteúdo delas.
Se não for discordante dos postulados espíritas, existe a possibilidade de que sejam autênticas, pois mesmo um médium imperfeito pode receber, à guisa de incentivo ao seu aprimoramento, uma mensagem de um Espírito como Bezerra, repassada telepaticamente por um auxiliar que consiga sintonia.
É a caridade em acção.
Todavia, isso não é muito comum.
O que deve ser corriqueiro no grupo mediúnico é o esforço pelo aprimoramento dos trabalhos, passaporte para a visita dos bons Espíritos.
Tentar subtrair-lhes a identidade, em paranóica mania de quem sempre se vê ameaçado por mistificações, é dar início à obsessão.
Veja-se o conteúdo das mensagens, na certeza de que uma árvore boa jamais dará maus frutos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:52 am

Um Espírito pode simultaneamente psicografar por um médium e usar a psicofonia por outro?
“Quanto mais puro é o Espírito, mais o seu pensamento irradia e se difunde como a luz.
Os Espíritos inferiores são mais materiais, não podem responder a mais de uma pessoa de cada vez e não podem atender à vossa evocação, se já foram chamados em outro lugar.
Um Espírito superior, chamado ao mesmo tempo em dois lugares, atenderá às duas evocações, se elas forem igualmente sérias e fervorosas.
Em caso contrário, dará preferência à mais séria.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXV, questão 282, § 30)
Tal questão veio à ênfase devido a sua ocorrência em uma das nossas reuniões.
O dirigente espiritual do centro espírita em que trabalhamos aconselhava-nos por psicofonia, enquanto um outro médium psicografava uma mensagem de incentivo e encorajamento para o grupo, cuja assinatura era da mesma personalidade que se comunicava por outro instrumento.
Há de se perguntar: o estilo das duas mensagens era o mesmo?
O conteúdo estava compatível com o discurso do emissor, de antemão conhecido?
Seriam confiáveis ambos os médiuns? Os videntes nada perceberam?
Essas são providências primárias e a elas nos dedicamos em fase preliminar antes de qualquer julgamento.
Tanto o discurso quanto o estilo eram semelhantes.
A assinatura, a de sempre, e os médiuns, confiáveis, observando-se as limitações intelectuais e doutrinárias, uma vez que a vontade de servir se firmara em anos de dedicação.
Quanto aos videntes, nada perceberam, o que é perfeitamente natural, visto não se encontrarem no local, em reuniões específicas de preces e vibrações, armados contra embusteiros espirituais, quais aparelhos detectores de metal pesado e inferior. Aquele que desconfia de todo comunicante, facilmente entrará em paranóia.
A vigilância aconselhada por Jesus não dispensa nem a confiança nem a previdência.
Outrossim, o vidente não vê o que quer mas aquilo que se situa em sua faixa visual, determinada pela especificidade mediúnica e pelo seu estado evolutivo.
O vidente, usado como auxiliar do doutrinador em consultas eventuais e de importância relevada, não deve tomar como suspeita, até que se prove o contrário, toda entidade que compareça à reunião.
Deve ficar em prece e pedir a Deus que lhe inspire, por via intuitiva, a identificação fluídica ou mesmo de detalhes, e lhe aguce a percepção, tornando-o alerta contra as mistificações.
Passemos ao núcleo da problemática.
Um controlador de voo, em sua cabine, não se comunica com dezenas de outros, distanciados dele, por intermédio de ondas electromagnéticas?
Do seu posto de observação, dá ordens a dezenas de aeronaves, pondo-as a subir e a descer, a planar ou a derivar.
Neste caso, o emissor é o controlador de voo; o receptor é o piloto; e o meio de comunicação usado, as ondas.
Por semelhança, podemos tomar o Espírito comunicante como emissor, o médium como receptor e o meio de comunicação as ondas mentais.
Pode-se argumentar que o controlador de voo só se comunica com um piloto de cada vez.
Isso só será verdade se cada piloto estiver em frequência diversa da torre, assemelhando-se apenas um deles, o que pode receber a mensagem.
Se a frequência for a mesma para todos, todos os pilotos ouvirão a voz de comando do controlador.
O mesmo vale para as comunicações mediúnicas.
— Mas seria um incómodo, dirão alguns, o médium ter que escutar as mensagens, a todo instante, por estar na frequência de um Espírito qualquer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:52 am

Ocorre que, na reunião mediúnica, ele está com a aparelhagem ligada e, nos afazeres domésticos e profissionais, não.
Por isso, as intuições, fruto da semelhança entre as frequências, só ocorrem rotineiramente nas reuniões mediúnicas.
Nas andanças do dia-a-dia, os afazeres se constituem em ruído para a transmissão, que é abafada total ou parcialmente pela supremacia da missão que desempenhamos, tal como ocorre ao leitor que, absorvido no que lê, escuta mas não ouve a música que pôs a tocar para o seu deleite.
Vale lembrar que, nos eventos de desobsessão, é a mensagem recebida e aceita, incorporada e vitalizada que faculta o elo e a tomada psíquica estabelecida entre obsessor e obsidiado, e que ela predomina sobre qualquer ideia do cotidiano pela persistência do obsessor na frequência do obsidiado.
Concluímos, então, que ambas as mensagens eram verdadeiras.
A psicografia mecânica exigiu a presença do Espírito junto ao médium para mover-lhe o braço.
A psicofonia, efectuada telepaticamente, foi uma mensagem transmitida de onde o Espírito se encontrava e captada pela mente do médium que a repetiu.
Não houve necessidade de semelhança de frequência entre os médiuns, uma vez que, escrevendo mecanicamente por um, para o outro ditava uma mensagem, o que pode ser obtido sem essa coincidência vibratória entre os intermediários.
Esclarecido o episódio, sepultado foi o fantasma da mistificação que tantos melindres e mal-estar causa aos desavisados que adentram a mediunidade.
A lição foi tida e absorvida como mais uma oportunidade de aprendizagem e de esclarecimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:52 am

O médium, durante o transe, pode ficar desacordado?
Levantar-se?

“O médium experimenta as sensações do estado em que se encontra o Espírito manifestante.
Quando o Espírito é feliz, seu estado é tranquilo, agradável, calmo; quando é infeliz, é agitado, febril e essa agitação se transmite naturalmente ao sistema nervoso do médium.
Aliás, é assim com o homem na Terra: aquele que é bom mostra-se calmo e tranquilo; aquele que é mau está sempre agitado”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXIV, questão 268, § 28)
O manifestante transmite sempre ao médium as impressões que carrega.
Se são penosas, o médium se agita, é tomado de pânico, parece sufocar, sente-se incendiado, debate-se e cai, como se desmaiasse.
O comportamento do médium está na razão directa da sua educação e do tipo de impressão que lhe comunicam.
Tenho assistido a médiuns que, por ocasião da comunicação de um suicida, parecem desfalecer, ficando imóveis sobre a mesa.
O choque fluídico, concentrado sobre a testa e a nuca, é que promove o despertamento.
Se o suicídio tiver sido por envenenamento, a provocação de vómitos acompanha a comunicação.
Caso o intermediário não haja seguido o salutar conselho de não se exceder na alimentação, poderá expor o que traz no estômago.
Se o suicídio tiver sido por enforcamento, segue-se a falta de ar e os esgares e, se foi por combustão, o mais comum são os movimentos convulsivos de quem quer apagar as chamas.
Não existe comportamento padrão, no entanto.
O ser humano reage diversamente diante da dor.
A regra é o comunicante transmitir sua carga emocional ao medianeiro.
O que acontece a seguir é fruto da educação do médium e da influência do doutrinador.
Certa feita, um irmão desencarnado por força de hanseníase, moléstia que lhe amputou mãos e pés, comunicou-se, portando ainda as impressões de amputado.
As mãos do médium se fecharam de modo a parecer cotos e seus pés se ergueram um pouco do solo, como se encurtadas lhe houvessem sido as pernas.
No meio da conversação, procurei explicar-lhe que estava em nossa casa de oração para uma cirurgia que lhe traria de volta mãos e pés, sob os auspícios do médico Jesus de Nazaré.
Que ficasse em prece que a cirurgia ia começar.
O grupo passou à mentalização, no sentido de moldar seu perispírito na forma antiga, colocando-se favorável à extracção de ectoplasma para o auxílio da modelação a ser empreendida pelos técnicos espirituais.
Abri vagarosamente as mãos do médium e disse ao comunicante: — Veja!
Seus dedos estão formados.
Faça um esforço para segurar minha mão.
Ele entrou em lágrimas.
Este ato de observar as mãos do médium julgando serem as suas, favoreceu a retirada do bloqueio mental que portava, em virtude da cristalização da ideia da amputação que sofrera, aproveitando-se os técnicos dessa nova situação mental para trabalhar o perispírito em carácter de emergência.
O mesmo lhe ocorreu aos pés.
Passados alguns instantes de espanto e júbilo pela nova situação, ele me disse:
— Eu quero ficar de pé!
Vagarosamente, eu o levantei.
Quis dar um passo e não conseguiu.
— É natural, disse-lhe, pois a musculatura das suas pernas ficou sem exercício por muito tempo.
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