LUZ ESPÍRITA
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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:29 am

DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE
Luiz Gonzaga Pinheiro

Introdução

Por mais de vinte anos tenho escutado a conversação de leigos que chegam ao centro espírita, ávidos por soluções imediatas para seus problemas, carregando velhos hábitos de outras religiões, esperando que fórmulas mágicas lhes retirem a incómoda e persistente companheira a que chamam dor.
Eivados de dúvidas sobre a Doutrina e esperando dela mudanças radicais em suas vidas, permanecem na busca externa até saber que o Espiritismo é apenas o farol, o leme, e que os remos estão com cada um que, desperto, os accione, deixando as águas em tormentas, para atingir os mares e os portos desconhecidos mas desejados.
Aprendem a distinguir a inacção de um mar morto das calmarias navegáveis e, mais que isto, que calmaria pode ser um fenómeno interno mesmo com exterior em guerra declarada:
"Não vim trazer a paz, mas a espada"; "Tome sua cruz e siga-me".
São avisos de que os guerreiros não podem descansar, mesmo porque a ordem do dia é ainda vigiar e orar.
Enquanto se adaptam aos ensinamentos básicos da Doutrina, perguntam, pesquisam, discutem, criticam.
É o início de um novo estilo e o final da acomodação.
Instruir-se e amar são imperativos novos, mas directrizes rotineiras em uma casa espírita que desempenha com seriedade sua função.
As suas perguntas mais constantes, as suas curiosidades mais imediatas são as expostas no roteiro deste livro.
As questões aqui discutidas são, portanto, uma pesquisa e um resumo dos questionamentos que, nestes últimos vinte anos, mais estiveram em evidência, como centro de atenção e curiosidade sadia desses companheiros.
Creio que tais temas, lidos e discutidos à luz dos ensinamentos dos Espíritos, coordenados por Kardec, muito auxiliarão na formação de uma mentalidade clara acerca da Doutrina, afastando o misticismo e o fanatismo, frutos que não devem nascer na frondosa árvore do Espiritismo.

Bom proveito na leitura.

Luiz Gonzaga Pinheiro
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:29 am

O que é ser médium?
“Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium.
Essa faculdade é inerente ao homem.
Por isso mesmo, não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem, pelo menos em estado rudimentar.
Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns.
Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XIV, questão 159)
Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos é médium, diz Kardec.
Em O Livro dos Espíritos, afirma-se que todos nós somos praticamente dirigidos pelos desencarnados.
Daí a conclusão de que todos somos médiuns, em maior ou menor intensidade.
Contudo, vastas populações desconhecem tais conceitos, por professarem religiões dogmáticas e de conteúdo, embora respeitável, destituído da pura essência informativa, no que se refere à actividade do Espírito, fruto do harmonioso intercâmbio com os irmãos do além-túmulo.
A morte, o após morte, a vivência e a ambiência espirituais, factores de suma relevância para o viajante que deixa o arcabouço celular, são itens de somenos importância para tais religiões, razão pela qual seus adeptos aportam no mundo invisível com incredulidade e espanto a tudo que assistem, quais estrangeiros deportados a mundo estranho e desconcertante.
Educar-se em vida para entender a morte é obrigação prioritária dos adeptos de todas as religiões que tomaram como modelo aquele que venceu a morte, reaparecendo a seus irmãos para confirmar a sobrevivência e a individualidade do Espírito após o desenlace da matéria.
Se existe sobrevivência e lucidez além da morte, factores que determinam a individualidade, o que impede ao Espírito de comunicar-se com os que ficaram e aos quais ama ou odeia?
Apenas a falta de um meio de comunicação, diremos.
Quando estamos em outro país, usamos a carta, o telegrama, o telefone, um recado para quem quer nos encontrar.
Por que haveria de ser diferente para quem está no país dos Espíritos?
Os mesmos métodos são usados.
O médium, pela sua condição de paranormalidade, de antena receptora e transmissora devidamente preparada para tais comunicações, é o telefone, o telex, o amigo que vai nos encontrar.
O desencarnado, então, usando de suas faculdades, fala, escreve, transmite a emoção que a saudade teceu.
Mas nem todos somos médiuns ostensivos.
É então que, durante o sono, reencontra-se a família, abraçam-se os amigos, são abençoados os filhos.
Durante a vigília, os chamados mortos seguem os vivos, instruindo-os, incentivando-os, e, às vezes, infernizando-lhes a existência.
Ser médium é, portanto, receber influenciações.
O que fazer dessas influenciações já é um outro capítulo, que somente o discernimento pode leccionar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:30 am

É perigoso ser médium?
“A faculdade mediúnica é indício de algum estado patológico ou simplesmente anormal?
— Às vezes anormal, mas não patológico.
Há médiuns de saúde vigorosa.
Os doentes o são por outros motivos.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVIII, questão 221, § 1)
Muitas pessoas fazem alusão à mediunidade, mencionando-a como geradora de distúrbios psíquicos variados, vendo, portanto, os médiuns como criaturas lunáticas, ingénuas, fanatizadas ou influenciadas por Espíritos maléficos.
A mediunidade jamais funciona como factor causal de qualquer enfermidade.
Mesmo na loucura, cujo início foi o eclodir de uma mediunidade atormentada, as causas são os factores físicos e morais do enfermo que, diante da lei, se colocou como infractor.
Acusar a mediunidade de geradora de males, qual se ela fosse micróbio patogénico, é trazer de volta a pseudo-medicina dos que jamais adentraram o laboratório da alma.
Aqueles que vêem perigo na mediunidade ou são desinformados ou agem de má fé.
Os primeiros, necessitados de estudo, e os demais, geralmente movidos pelo orgulho e fanatismo, estes, sim, agentes virulentos de larga patogenia.
Podemos considerar a mediunidade como factor concorrente de algum desequilíbrio espiritual, quando esta não se subordina aos ditames evangélicos e espíritas.
O médium, ostensivo ou não, é o livre construtor da sua enfermidade.
Culpar o Espiritismo pela fragilidade dos seus adeptos é a posição simplista dos que não admitem argumentos para justificar a coerência e a excelsitude dessa doutrina.
Esses tais combatem as ideias espíritas pelo orgulho de não se admitirem pequenos ante a evolução ou pela acomodação que lhes entrava a pesquisa libertadora.
Atacam a doutrina da caridade justamente porque desconhecem tal virtude, esquecidos de que as ideias só podem ser combatidas ou suplantadas por outras ideias mais dignas e mais nobres, situação que não existe desvinculada da caridade.
Diante da afirmativa que a mediunidade gera a loucura, perguntamos: por acaso não adoecem os médicos?
Não enlouquecem, eventualmente, os adeptos de todas as religiões, ocasião em que muitos são "curados" pelo Espiritismo?
Não vivemos em um mundo onde a dor é generalizada e visitante costumeira de todos os templos?
Nenhum perigo há, portanto, no exercício da mediunidade, desde que educada nos princípios da ciência espírita e da moral evangélica.
Evitá-la por medo de sofrer, tentar bloquear-lhe o fluxo por receio do contacto com os irmãos enfermos ou obsessores, é demonstrar despreparo e insensibilidade diante da dor alheia, com a qual estamos comprometidos no exercício da enfermagem.
Temer os espinhos significa afastamento das rosas.
Estejamos certos de que, sendo a mediunidade concessão divina apesar de nossos grandes débitos, Deus, que a concedeu e que nos ama, nos fortalecerá sempre, para que a apliquemos com amor e perseverança.
Confiemos. No barco da vida, Jesus é o timoneiro; e não nos consta que ele desconheça o rumo das estrelas, por ser sempre o Caminho, a Verdade e a Vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:30 am

É possível reconhecer um médium por sinais físicos?
“Quando o princípio ou germe de uma faculdade existe, ela se manifesta sempre por sinais inequívocos.
Limitando-se à sua especialidade, o médium pode aprimorá-la e obter bons resultados.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVI, questão 198)
Na minha vivência no trabalho desobsessivos, sou procurado com frequência por pessoas angustiadas, depressivas e, às vezes, até portando alucinações, dizendo-se médiuns, havendo recebido esta informação de leigos ou mal informados, que justificam suas afirmativas em caracteres físicos, notadamente uma pequena saliência na parte parietal do crânio.
Pergunto-lhes sempre:
Vêem os Espíritos? Escutam-nos?
Sentem-lhes a presença?
Quase sempre a resposta é negativa, sendo apenas tais irmãos portadores das aflições comuns do cotidiano de um mundo de provas e expiações.
Através de comparações anatómicas ou fisiológicas efectuadas entre um médium ostensivo e outro não ostensivo, dificilmente encontraríamos alguma prova identificada que pudéssemos tomar como referencial classificatório para algum tipo de manifestação mediúnica.
O fenómeno mediúnico tem sua sede no perispírito, com seus efeitos extrapolados ao corpo físico.
Por ocasião do reencarne ou depois, quando haja interesse ou oportunidade, os técnicos espirituais imprimem no perispírito do candidato ao mediunismo, modificações que o tornarão hipersensível no trato com os irmãos desencarnados, registando-lhes a presença, a influência e a acção.
Os sinais particulares, que poderiam servir como referencial para uma identificação da presença da mediunidade ostensiva em determinado indivíduo, localizam-se no perispírito, região ainda inacessível à aparelhagem científica terrena.
Inútil, portanto, tentar detectar uma faculdade psíquica por meios físicos.
Nenhum sinal particular, em nenhuma região do corpo físico, é capaz de atestar a presença da faculdade mediúnica.
Somente a confirmação de Espíritos sérios, a observação e estudos perseverantes podem fornecer subsídios para um diagnóstico confiável.
Em casos tais, há de se analisar e questionar de maneira não precipitada, a fim de não levar à mesa mediúnica atormentados mentais ou enfermos psíquicos.
A mediunidade costuma expressar-se de variadas maneiras em sua eclosão, razão pela qual são indispensáveis o estudo detalhado e a prudência, para que os neuróticos e psicóticos não sejam tomados como médiuns ou que médiuns em eclosão mediúnica não sejam aconselhados a uma visita ao psiquiatra.
Diante da dor do homem comum, saibamos que ele é um médium pois sofre influenciação.
Mas é imperioso saber se essa influência pode ser contabilizada à conta de mediunidade ostensiva a transformar-se em trabalho e assistência, regras áureas na medicina do amor, o que não se obtém pela análise física.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:30 am

A educação mediúnica pode efectuar-se em casa?
“Outro meio que pode também contribuir poderosamente para o desenvolvimento da faculdade consiste em reunir um certo número de pessoas, todas animadas do mesmo desejo e da mesma intenção.
Todas, guardando absoluto silêncio, num recolhimento religioso [...]
Fácil compreender o que se passa nessa circunstância.
As pessoas unidas por uma mesma intenção formam um todo colectivo, cujo poder e cuja sensibilidade aumentam por uma espécie de influência magnética que auxilia o desenvolvimento da faculdade.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVII, questão 207)
Todo religioso deve estar vinculado ao seu templo de trabalho ou oração.
O homem é um ser aberto e social, necessitando e alimentando-se psiquicamente das emanações daqueles que lhe são afins. O espírita não foge à regra.
Deve vincular-se a um centro espírita, onde o estudo e o trabalho lhe provarão o ânimo e a coragem, tornando-o fiel ou à doutrina ou às suas paixões.
As condições de um templo espírita em muito diferem das condições domésticas, sendo a atmosfera daquele preparada pelos mentores espirituais, enquanto a do lar, embora respeitável, é, quase sempre, carente de operários especializados, aparelhagem técnica e ambiência indutora para a produção dos fenómenos.
No centro espírita, comungam dos mesmos objectivos aprendizes encarnados e técnicos desencarnados, que, pelo somatório dos desejos, uns de aprender, outros de ensinar, formam o clima psíquico favorável à eclosão mediúnica, a qual é submetida às técnicas de manifestações crescentes e confiáveis.
Aliado a todo esse preparo, os mentores espirituais se manifestam oferecendo conselhos oportunos, exaltando a disciplina e a perseverança, o orar e o vigiar.
Ressalte-se que o estudo em grupo é sempre muito mais rendoso pelas diferentes interpretações e complementações dos participantes, bem como pela vibração dos aprendizes desencarnados que igualmente participam dos cursos nos centros espíritas.
Além desse trabalho técnico da educação da mediunidade, os centros espíritas oferecem outras opções de educação da sensibilidade, tais como os trabalhos assistenciais de variável gama, que funcionam como complementação da mediunidade.
No lar, as opções são mais restritas e, muitas vezes, desanimadoras.
Mistificações podem ser aceitas como orientações salutares e antigos obsessores podem aproveitar o treinamento para ameaças ou agressões.
Mesmo que o lar seja harmonioso, a educação mediúnica deve restringir-se ao templo espírita, salvo raras excepções, quando o psicógrafo possa treinar alguns minutos no recolhimento do santuário doméstico, acompanhado do seu Espírito guardião, ou quando, por motivo superior, sua presença no centro espírita é impossibilitada.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:31 am

A mediunidade é um privilégio?
“Sempre se disse que a mediunidade é um dom de Deus, uma graça, um favor divino.
Por que, então, não é um privilégio dos homens de bem?
E por que há criaturas indignas que a possuem no mais alto grau e a empregam no mau sentido?
— Todas as nossas faculdades são favores que devemos agradecer a Deus, pois há criaturas que não as possuem.
Podias perguntar por que Deus concede boa visão a malfeitores, destreza aos larápios, eloquência aos que só a utilizam para o mal.
Acontece o mesmo com a mediunidade.
Criaturas indignas a possuem porque dela necessitam mais que as outras, para se melhorarem.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 226, § 2)
Bem tolo é o que assim pensar, ou ousar fazer da mediunidade objecto de suas satisfações pessoais.
A mediunidade indica, quase sempre, pesados títulos a resgatar, através das moedas do esforço e do aprimoramento colocadas a favor do próximo, quando o devedor se exime das angustiantes promissórias que o chumbam à retaguarda.
Admitir a mediunidade por outro prisma é resvalar no orgulho, tropeçar na vaidade e cair no fracasso.
É sabido que Deus fornece aos devedores valorosos empréstimos, que, aceitos e cultivados, representam a chave das algemas com as quais se imantam.
A doença representa, não raro, a visita de Deus aos nossos sítios ou a resposta a nossos pedidos de saúde espiritual.
A dor física ou moral, criação nossa, há de sempre retornar aos nossos caminhos, no serviço de terraplenagem para rumos mais altos.
A mediunidade representa a oportunidade santa para um acerto de contas com a vida, ocasião em que deve funcionar como um buril nas mãos hábeis do escultor.
Necessário é que se entenda que não há privilégios na lei divina.
Recebe-se o que foi doado.
A vida traz de volta aquilo que se lhe oferta.
Considerar o médium como um predestinado, privilegiado ou santo, é desconsiderar a justiça divina, que pugna pela equidade.
Devemos, antes de tudo, entender o médium como aquele que tenta resgatar uma hipoteca de avultada quantia, razão pela qual necessita de apoio e compreensão.
Tecer-lhe elogios, antecipar-lhe os primeiros lugares, buscá-lo em consultas vulgares é colocar-lhe graxa aos pés.
Diante do companheiro que usa a intermediação com o invisível, destacando os interesses mundanos ou pessoais, há de se lamentar o desvio da função, o tempo desperdiçado, o agravamento da dívida.
Ninguém que mercadeje os talentos divinos fica sem a resposta da dor.
E a resposta da dor é a que todos conhecemos pelas nossas incoerências e desvios nas propriedades da alma.
Bons e maus médiuns existem nas incontáveis actividades humanas.
Todavia, resgata-se o mal praticado pelo bem operado, o ódio curtido pelo amor vivido, o trabalho negado pelo esforço dobrado.
Mediunidade não é privilégio.
Privilégio é trabalhar e sofrer por amor a Jesus Cristo, como afirma o iluminado mentor Emmanuel.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:31 am

Será inconveniente desenvolver a mediunidade das crianças?
“— Certamente.
E sustento que é muito perigoso.
Porque esses organismos frágeis e delicados seriam muito abalados e sua imaginação infantil muito super-excitada.
Assim, os pais prudentes as afastarão dessas ideias ou, pelo menos, só lhes falarão a respeito no tocante às consequências morais.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVIII, questão 221, § 6)
Não há limite etário para o surgimento da mediunidade.
Ela pode tornar-se evidente em crianças de tenra idade que se assustam com os cenários perturbadores que percebem e até nas últimas visões do moribundo, quando se sente visitado e amparado por familiares que já não pertencem ao nosso plano.
A este, o estado particular de fragilidade nos liames que prendem o perispírito ao corpo faculta maior percepção do plano espiritual.
Àquelas, são processos obsessivos ou não que, diante da espontaneidade das suas faculdades, se apresentam com clareza meridiana.
Os Espíritos que, em suas vidas passadas, hajam educado as faculdades mediúnicas, podem ao reencarnarem conservá-las com bastante lucidez, desde os primeiros anos da nova etapa de vida.
Isso é mais comum com a vidência e com a audiência, por seus sistemas físicos já se encontrarem aptos, o que não ocorre com a psicografia ou a psicofonia, processos por demais complexos para um corpo ainda sem o domínio das funções exigidas para a manifestação desse carácter.
Alguns, depois de uma dezena de anos ou mais em actividades mediúnicas, é que amadurecem para o intercâmbio mais directo com os desencarnados.
Tudo depende do planeamento do reencarne e do esforço no aprimoramento e nos estudos efectuados pelo aprendiz.
O certo é que não há uma idade padrão para o surgimento e consequente educação da mediunidade, pelo simples facto de cada Espírito trazer bagagens e amadurecimento diferentes.
Se o centro espírita quisesse estabelecer normas, teriam que ser regidas pelo desenvolvimento físico e psíquico do candidato, variáveis nem sempre fáceis de detectar.
É aconselhável, todavia, o acesso às mesas mediúnicas de jovens com comprovado preparo para a missão a que se submetem.
Negado deve ser o ingresso de crianças e adolescentes em sua fase inicial, por lhes faltarem, geralmente, os conhecimentos e as condições adequadas à empreitada, cujo risco e responsabilidade devem estar à altura de quem os possa suportar.
Casos de mediunidade precoce não são comuns, constituindo-se antes numa excepção, pois, no dizer evangélico, Deus, quando nos coloca um fardo nos ombros, é porque podemos suportá-lo.
Uma fruteira não frutifica fora da estação.
Que se dêem às crianças os ensinamentos espíritas, para que pautem suas vidas segundo a moral cristã.
E que se lhes destine um lugar junto à mesa, se a ocasião exigir tal providência, quando souberem canalizar suas energias e conhecimentos para o trabalho de desprendimento, na divina enfermagem mediúnica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:31 am

Qual seria o médium que poderíamos considerar perfeito?
“— Perfeito? É pena, mas bem sabes que não há perfeição sobre a Terra.
Se não fosse assim, não estarias nela.
Digamos antes bom médium, e já é muito, pois são raros.
O médium perfeito seria aquele que os maus Espíritos jamais ousassem fazer uma tentativa de enganar.
O melhor é o que, simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido enganado menos vezes.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 226, § 9)
— Qual o médium com o qual trabalha que você considera perfeito?
Foi uma pergunta ingénua de um novato, dirigida a um aprendiz mais velho.
Apesar de Jesus aconselhar-nos à perfeição do Pai celestial, sabemos que muitos séculos se dobrarão no livro do tempo até que possamos atingir estágios de perfeição em nosso trabalho.
Todavia, somos Espíritos em aperfeiçoamento.
Hoje melhor que ontem, e amanhã melhor que hoje.
É a tão comentada lei evolutiva, particularizada por Kardec no prisma do amor e da instrução.
A busca da perfeição tem angulações infinitas.
É regar o solo sem maldizê-lo.
Buscar a luz do conhecimento.
Defender a vida, amar a verdade, cultivar o simples, ter mãos que sempre auxiliam... mesmo quando elas não estejam nos braços.
Demorar-se em uma dessas veredas é apenas lapidar uma face das outras mil que possui a perfeição.
Querer conquistá-las todas de uma vez é afastar-se da sabedoria pela viela da insensatez.
A perfeição é fruto dos milénios.
Forjada na dor, na bravura, assenta-se na paciência, sustentada nas pilastras da ciência e do amor, que igualmente se diversificam em miríades de virtudes.
Quem trabalha ama.
Quem caminha ama.
Tudo depende da finalidade com que se opera.
No entanto, no campo mediúnico, buscar a perfeição relativa aos limites físicos e psíquicos de cada um é imperativo de urgência, que se traduz em bom senso, quando se observa a exiguidade do tempo que flui sem retorno no relógio da vida. Herdeiro de volumosos débitos, recebe o Espírito a faculdade mediúnica para que possa resgatar, através do trabalho incessante, as dores e agressões por ele cometidas, e que, por misericórdia divina, não necessitam ser pagas pela mesma moeda da violência, mas pelo esforço de promoção no meio em que habita.
Falamos meio em que habita, pois a mediunidade não pode nem deve ser exercida somente nos centros espíritas.
O transe mediúnico, sim, necessita do preparo e do reconhecimento de um templo sério.
Mas mediunidade é palavra de largo espectro.
Inicia-se na reforma íntima, passa pelo estudo disciplinado e tem aplicação em todos os instantes e situações da vida.
É o passe, a prece, a visita ao enfermo, o conselho, o incentivo, o sorriso, a dor... a dor que, por ser silenciosa, não externa a lágrima no cenário do mundo, porquanto é estancada muitas vezes, antes de molhar os olhos, pelas mãos amorosas e vigilantes daqueles que nos amparam.
E se, assim procedendo, o médium julgar-se perfeito, reflecte apenas o que não é, pelo que julga ser.
Julgar-se perfeito é um sinal vermelho a indicar obsessão à vista.
Médiuns perfeitos não os encontraremos entre nós.
Cabe-nos lutar para sermos menos imperfeitos a cada acção.
E isso é o abençoado fruto da boa vontade de cada aprendiz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:31 am

Que duração deve ter um curso de educação mediúnica?
“Se, apesar de todas as tentativas, a mediunidade não se tiver revelado de maneira alguma, é necessário renunciar a ela, como se renuncia a cantar quando não se tem voz.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVII, questão 218)
Em primeiro lugar, é necessário que se entenda que a educação mediúnica não se faz em uma única encarnação.
Após o seu desabrochar, inicia-se o seu processo educativo mais intenso, curso onde não há férias e raramente algum lazer.
Refiro-me aos cursos ministrados pelos centros espíritas de onde, após uma fase teórica de geralmente seis meses a um ano, se encaminha o aprendiz com sintomas de mediunidade ou não para uma mesa mediúnica.
A partir daí, quando ele se exercita através da teoria e da prática, em contacto directo com a fenomenologia mediúnica, é que considero curso de educação da mediunidade.
Ocorre que em muitos centros espíritas esse curso não tem duração definida, permanecendo o aprendiz, em insistência cansativa, a ocupar o lugar de outro mais necessitado, à medida que os anos passam sem que a sua mediunidade apresente características ostensivas.
Sob a alegação de que ele se tornou um trabalhador da casa, que é óptimo passista, que sustenta a vibração ou que pode melindrar-se se convidado a exercer outras actividades na seara, o dirigente da reunião não se anima a substituí-lo por outro mais carente de exercício, desvirtuando assim as características da reunião, quais sejam, a de educar e promover o aprendiz às turmas desobsessivas, obedecendo a uma rotatividade exigida pela procura incessante de tais préstimos.
Tanto é necessário que o aprendiz tenha a consciência da sua responsabilidade no ato de educar-se, quanto o dirigente deve se revestir de lucidez para determinar um ponto limite aos aprendizes, no estágio planejado para aquele curso.
Não se retém um aluno no primário, quando ele já pode ser promovido a grau maior.
A repetição seguida e sem sucesso de um mesmo curso aconselha mudança de rumo.
Estacionar ou permanecer em trabalho incompatível com as nossas aptidões significa produzir menos por nós próprios e pelo grupo em si.
Um outro aprendiz que venha a substituir o inadaptado, não impulsionaria ali novo progresso?
Aconselhamos que o curso de educação mediúnica tenha a duração de um ano.
Durante esse período, as admissões não devem acontecer, pelo prejuízo que terá o solicitante, na teoria e prática já ministradas, bem como pela desarmonia que causará um elemento estranho a um grupo que já possui certo embasamento na área afectiva.
Terminado esse período, os médiuns adestrados devem ocupar assento nas reuniões de comunicação com o plano espiritual, e aqueles cujos esforços não lograram algum tipo de manifestação ostensiva da mediunidade devem participar de outras tarefas, igualmente úteis e importantes no contexto do centro espírita.
Esse proceder permite o atendimento a médiuns deseducados que buscam a casa espírita e faculta, em sua rotatividade, a formação de trabalhadores em áreas específicas, acomodando os operários segundo suas propensões naturais, possibilitando-lhes ascensão funcional, que neste caso é apenas tomar a si maior cota de responsabilidade, a qual, contudo, não se firmará no carácter do educando, se com isto ele se sentir orgulhoso.
Em mediunidade, estejamos cientes, a humildade é directamente proporcional ao bom desempenho do aluno.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 18, 2018 10:31 am

O médium deve trabalhar no carnaval? Semana santa?...
“Mas onde a influência moral do médium se faz realmente sentir é quando este substitui pelas suas ideias pessoais aquelas que os Espíritos se esforçam por lhe sugerir.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 230)
O médium jamais deve parar de trabalhar.
Impor obstáculos ao serviço é tentar bloquear o rio da vida que jamais se detém.
Jesus trabalhava incessantemente, a exemplo do nosso Pai celestial. Por que, então, cerrar as portas do centro espírita em qualquer feriado?
Aguardam as doenças para surgirem após o feriado?
A obsessão faz intervalos de recreio?
Os suicídios evitam festividades?
A caridade deve adormecer em tais ocasiões?
Se a caridade adormece, multiplica-se o desespero e a agonia nos corações.
Certos espíritas sentem uma necessidade muito grande de férias e descanso.
Adoram as praias, as casas de campo, as viagens demoradas, o repouso ou lazer, como costumam chamar.
Aceito o argumento de que o lazer é uma necessidade para alguns, mas não aceito o afastamento continuado das tarefas, quando o medianeiro se comprometeu moralmente com elas.
Ausentar-se do trabalho a cada feriado que apareça é priorizar o descanso.
Quem valoriza mais os passeios que o trabalho não aprendeu ainda a construir as riquezas do Espírito.
Não é o trabalho símbolo da prosperidade? Não é este que exercita músculos e mente pelo uso dos dons que nos foram confiados?
Observando-se a actividade de Espíritos tais como Bezerra de Menezes, Emmanuel, André Luiz, constatamos a dinâmica com que constantemente operam, principalmente no carnaval e outras festividades, quando os desencarnes e as obsessões recrudescem.
Se pudéssemos acompanhar suas vozes por anos a fio, a palavra lazer, vinculada a qualquer de suas actividades, no sentido que lhe atribuem os turistas, jamais seria pronunciada.
Para tais operários, o lazer é o trabalho e só neste se sentem bem.
Pode-se argumentar que já são evoluídos, e que, quanto mais evoluído o ser, mais o trabalho lhe é vital.
Ao se afirmar isso, é o mesmo que confirmar como somos ou estamos ainda inferiorizados, e, portanto, pela lógica, mais necessitados de trabalho.
Se o trabalhador é digno do seu salário, este jamais lhe será subtraído.
Mas se ele não valoriza, pela perseverança e boa vontade, a função que lhe cabe desempenhar, será responsabilizado pela monotonia e baixa produtividade, o que repercute inquestionavelmente no salário.
A mediunidade não exige o concurso dos santos.
Mas de trabalhadores conscientes que, vivendo no mundo, não se afastem dele nem de suas obrigações, para provar a si ou a outrem a resistência às tentações.
Admitamos o que somos e mudemos para melhor, se este é o caso, uma vez que certas desculpas podem convencer aos circunstantes, sem, contudo, serem aceitas por nossa consciência.
Consultemos o espelho de nossas mentes, cofres dos nossos tesouros e desdouros, e estejamos certos de que é inútil ao abutre pintar de branco as penas: se um dia bate o sol, no outro chove.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:31 am

O médium pode fumar? Beber?
“De maneira geral, pode-se afirmar que os Espíritos similares se atraem, e que raramente os Espíritos das plêiades elevadas se comunicam por maus condutores, quando podem dispor de bons aparelhos mediúnicos, de bons médiuns, numa palavra.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 230)
Fumar ou beber não constituem necessidades básicas para o homem.
Antes, são factores de decadência orgânica e moral, quando o excesso passa a dominar o que era moderação.
O homem que sente a necessidade de um vício, quando este lhe subtrai cotas de fluidos vitais a troco de uma calma ilusória ou euforia efémera, ainda precisa educar-se emocionalmente para superar as frustrações ou enfrentar situações rotineiras, sem imaginar a fuga como solução.
Diz-se que o mal está no excesso.
Mas o excesso é relativo a cada indivíduo.
Para alguns, uma simples dose é excessiva.
Para outros, uma garrafa é suportável.
O que toma uma dose para almoçar, repete o gesto sete vezes por semana, trezentos e sessenta e cinco dias por ano.
Estará tal quantidade alcoólica compatível com os padrões orgânicos?
E quando a droga causa dependência?
E quando deixa no indivíduo fluidos que podem ser transferidos a outrem?
E quando submete certos órgãos a uma sobrecarga de trabalho?
E quando alimenta a morbidez, a violência?
Atrás da afirmativa de que o mal está no excesso, falso atenuante para amenizar a acusação da consciência, esconde-se extenso rol de argumentos que a desmentem na maioria das ocasiões.
Explico pelo enfoque mediúnico, cuja abordagem nos lembra, de imediato, as companhias espirituais que atraímos e cultivamos pelos pensamentos e acções.
Falo do passista, que poderá inverter o processo curativo, quando, pelo uso do livre-arbítrio, houver tomado uma única dose no dia do seu trabalho espírita.
Comento pelo trabalhador da mediunidade, a exigir dos técnicos espirituais extensos labores para higienizá-lo, e pelo tratamento inadequado ao enfermo carente de fluidos vitais assepsiados, quando os recebe mesclados de substâncias tóxicas.
Interpreto pelo doutrinador, desarmado ante a ofensiva do obsessor ao lembrá-lo da sua impotência diante do vício.
Critico pela falta de bom senso, quando, conhecendo o suicídio involuntário, tais usuários de venenos a conta-gotas nada fazem para afastá-los dos roteiros cármico a que se vinculam.
Se alguns consideram “chique” tomar uma bebida ou fazer-se de chaminés ambulantes, é um direito a que podem recorrer.
Todavia, como atrelado a cada direito existe um dever, é útil lembrar o dever da conservação do corpo, que se desgasta a cada gole ou baforada.
O problema é, pois, de conscientização.
Sendo a sala mediúnica local de terapia intensiva, aquele que não se encontra em condições de nela operar que se abstenha de contaminá-la.
Nesse caso, não atrapalhar já é ajudar.
E, se alguém entrar no recinto eivado de fluidos densos provindos do vício social do tabagismo, do alcoolismo e do pensar desregrado, que se prepare para enfrentar pesados débitos contabilizados em seu nome, nublando-lhe o futuro, a prenunciar temporais com acidentes.
Cuide-se o desatento!
O tempo, que tece a vida, não costuma esquecer os infiéis, nem ser ingrato aos que lhe honraram com a fidelidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:32 am

O médium pode perder suas faculdades?
“— Isso acontece com frequência, qualquer que seja o género da faculdade.
Mas quase sempre, também, não passa de uma interrupção momentânea, que cessa com a causa que a produziu.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVII, questão 220, § 1)
Qualquer médium pode ter a ostensividade mediúnica suspensa temporariamente, ou mesmo em definitivo, a depender das suas condições físicas e morais.
Geralmente, os motivos que o obrigam à inactividade na mesa, pois a mediunidade pode ser exercitada em actos fraternos exteriores à sala mediúnica, são os seguintes:
— Problemas de saúde.
— Mau uso da faculdade.
— Obsessão.
— O teste da perseverança.
— Parada para reflexão.
— Inacessibilidade ao centro espírita.
Problemas de saúde.
A mediunidade requer, como qualquer outra actividade, um organismo sadio para o seu desempenho.
Mentes frágeis e impressionáveis, corpos sem vitalidade geralmente não se adaptam à mesa dos trabalhos, por exigir esta que o intermediário, na sua actuação de enfermeiro, doe do seu fluido vital, ao mesmo tempo que suporte a carga emocional de quem o busca.
Mediunidade é esforço e sacrifício.
Aquele que, por sua debilidade, não consegue empreender o esforço e, por sua constituição orgânica não suporta o sacrifício, é levado a uma suspensão temporária ou definitiva até que se recupere.
Se a debilidade orgânica é causada por qualquer tipo de desregramento, a suspensão toma o carácter de punição, pois o operador tornou-se não confiável, invertendo-se a sua posição de enfermeiro a paciente, como mandam as regras disciplinares.
Mau uso da faculdade.
Se o medianeiro não consegue actuar orientando-se pelos postulados espíritas e evangélicos, se menospreza as virtudes fazendo culto à irresponsabilidade e cobiça, vulgarizando a sua faculdade em intercâmbio incompatível com as regras do bem, seu anjo guardião e seus amigos, que tudo fizeram para orientá-lo, podem decidir por uma suspensão da faculdade ou por deixá-la permanecer a serviço dos seus interesses, em conluio com seus sequazes, para que ele decida, pelas dores que trará a si, por um retorno às trilhas da dignidade.
Ocorre, às vezes, que o médium sofre a suspensão da mediunidade e, por orgulho ou interesse, passa a mistificar dizendo-se porta-voz dos Espíritos via mediunidade ostensiva, quando na realidade encena, praticando o simples mediunismo não ostensivo a que todos nos vinculamos.
Nesse caso, ele é apenas um farsante e como tal deve ser tratado.
Obsessão.
Pode ocorrer que o médium, em plena actividade na casa espírita, venha, por invigilância, a tornar-se vítima de um obsessor.
Isso é tão comum que tenho assistido a muitos eventos dessa natureza.
Como a regra geral é o médium obsidiado não dar passividade, este afasta-se dos trabalhos, permanecendo, quando a obsessão não lhe privou da lucidez nem da vitalidade, na subcorrente, sob a orientação do doutrinador e dos Espíritos amigos.
O período de tempo em que a suspensão persiste varia conforme a gravidade do caso.
Uma trabalhadora em exercício mediúnico activo vinculada a nossa casa espírita reencontrou antiga rival desencarnada, que passou a assediá-la, dando origem a violento processo obsessivo, o qual determinou a suspensão da mediunidade por dois anos seguidos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:32 am

Superado o processo, voltou à actividade normal, com mais eficiência e responsabilidade.
Em se tratando de obsessões, nem o tempo na doutrina, nem o cargo ou função são capazes de livrar o seareiro de tal tropeço; apenas a sua autoridade moral o fará.
O teste da perseverança.
Perseverança quer dizer persistência.
Quem não se decide por um caminho ou ideal, quem é portador de ideias flutuantes, ou seja, o que vacila e muda conforme os ventos, não está apto ao exercício mediúnico.
O Evangelho é claro:
"Sim, sim; não, não; tomar o arado e não olhar para trás; fidelidade no pouco e no muito".
Não se é espírita quando se duvida da espiritualidade.
Não se é médium quando se é incerto na mediunidade.
Pode suceder, então, ao aprendiz vacilante, menos assíduo, apático, cheio de questionamentos acerca da sua própria faculdade, que uma suspensão, para que estude e se defina como espírita, seja uma necessidade.
O retorno da faculdade condiciona-se, então, à sua afirmação, dado que, para o exercício de qualquer função cuja especificidade seja definida, se exige que o operador seja qualificado e treinado no serviço.
Parada para reflexão.
Às vezes, o médium surpreende-se diante de problemas financeiros, domésticos, emocionais, que lhe tiram a paz íntima, necessária ao desempenho da mediunidade.
Como auxiliar o que sofre, se no momento ele parece sofrer mais?
Como demonstrar fortaleza, se a fragilidade é por demais ostensiva?
É o divórcio que lhe bate à porta.
É a viuvez, o desemprego, o desencarne do filho, os acidentes a que todos estamos sujeitos em um mundo de dor.
Os mentores espirituais, usando de benevolência, promovem a suspensão temporária, para que ele reflicta e, depois, com a ajuda de todos, encarnados e desencarnados, volte ao estado harmónico exigido ao seu mister.
A volta ao trabalho nessas circunstâncias sempre se constitui em tónico revigorante para o Espírito, visto ser o trabalho o antídoto do desespero.
Inacessibilidade ao centro espírita.
Não raro, o seareiro da mediunidade é transferido a locais onde ainda não existe uma casa espírita.
Sendo o exercício mediúnico facilitado pelo ambiente indutor do centro espírita, quando deste nos afastamos a faculdade mediúnica parece adormecer.
Em tais ocasiões, o médium não deve abater-se mas continuar a cultivar a sua faculdade através do esforço renovador para com os sofredores.
Caso este companheiro não encontre no novo ambiente pessoas afinadas com o seu ideal, para que seja criado um grupo espírita, só lhe resta esperar e batalhar por outra remoção, o que com certeza terá o aval dos amigos da espiritualidade.
Em todas as situações descritas, o médium jamais estará abandonado, seja o seu caso perda ou suspensão da mediunidade.
O que interessa aos Bons Espíritos é o retorno do pupilo e o seu consequente desempenho, no que são empreendidos todos os esforços.
Quando não for possível a reabilitação do trabalhador, este sempre possui o crédito da caridade de seus benfeitores espirituais, que jamais é negada, nem mesmo a quem se torna implacável perseguidor daquele que o beneficia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:32 am

O que é um médium fascinado?
“Mas através de tudo isso deixa passar os sinais de sua inferioridade, que só o fascinado não percebe; e, por isso mesmo, ele teme, mais do que tudo, as pessoas que vêem as coisas com clareza.
Sua táctica é quase sempre a de inspirar ao seu intérprete o afastamento de quem quer que possa abrir-lhe os olhos.
Evitando, por esse meio, qualquer contradição, está certo de ter sempre razão.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXIII, questão 239)
Médium fascinado é aquele que, não exercendo em suas comunicações a autocrítica, aceita como verdadeiras e inquestionáveis as mensagens recebidas, cujo teor se encontra impregnado, embora sutilmente na maioria das vezes, de pontos divergentes e até absurdos para com a pureza doutrinária.
A fascinação pode ser encontrada no movimento espírita e fora dele.
Sendo o orgulho e a vaidade vícios nossos de evidência rotineira, é natural que muitos encarnados e desencarnados, ávidos pelo estrelismo, admitam ou criem teorias inócuas e incongruentes, para que sejam comentados e elogiados, ocasião em que se empavonam, mostrando a cauda, por nada terem na cabeça.
Como existem bobos para todas as ilusões que surgem, é igualmente admissível que aqueles preguiçosos mentais, que não questionam as ideias para digeri-las, cujo estômago de avestruz a tudo comporta, se agrupem em cordão particular, unidos por esta característica.
É, portanto, um fascinado aquele que, por não usar de censura nas comunicações, nas leituras que faz, nas amizades que tem, nos afazeres profissionais, domésticos, doutrinários, se deixa dominar por outra mente mais forte, que só é forte para ele devido à sua preguiça mental e invigilância, passando a obedecer-lhe os mandados, depositando nele confiança cega e obediência passiva.
A fascinação não é escolho apenas para neófitos pouco versados na doutrina. Atinge também a médiuns que supervalorizam a prática sem o respaldo teórico da codificação, doutrinadores que se deixam apaixonar por ideias e estilos nem sempre éticos e a qualquer pessoa descuidada quanto as suas responsabilidades.
Deixa-se fascinar o invigilante, figura existente em qualquer religião no presente estágio moral do planeta, cujo orgulho e vaidade, portas largas para a fascinação, não o permite identificar-se como fascinado.
Nessa condição ele se afasta de quem procura auxiliá-lo com conselhos lúcidos, atitudes interpretada como inveja ou ciúme de sua suposta competência e inteligência privilegiadas.
É fascinado o doutrinador que vê mistificação na maioria das comunicações e que fica a pedir identificações, naturalidade, funções, caracteres dos comunicantes, revelando, em interrogatório neurótico, a sua paranóia obsessiva.
É fascinado o dirigente de centro espírita que quer impor a sua vontade autoritária, confundindo o título de posse que tem das paredes, com aquilo que é de posse geral, que é a doutrina, e com aquilo que é de posse particular, que é a consciência individual dos seareiros.
Em sua fascinação pelo poder, confunde a posse da casa com a posse da causa e da vontade dos frequentadores, disfarçando-se como zeloso do património.
Desse modo desrespeita a vontade democrática da maioria pela imposição das suas ideias, que, segundo ele, devem sempre ter acatamento, e exige respeito ao que pensa e a como age, alegando anos de trânsito pelo Espiritismo, cabelos brancos, rugas no rosto, como se tais detalhes fossem credenciais de evolução.
Nas mesas de conferência diz que o seu trabalho é o do Cristo, mas, instado ao compartilhamento de ideias, revela-se um monárquico cuja palavra não se discute.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:33 am

E, se alguém ousa lembrar o pluralismo como norma saudável de se trabalhar no centro, encontra a barreira do não, cujo complemento é sempre este:
porque eu sou o dono!
Lembra o garoto de rua que, nada revelando na técnica do futebol, joga pelo mérito de ser dono da bola.
Se a população de um centro espírita se deixa anular pela vontade firme do dirigente, quando a actuação de um templo deve seguir o roteiro elaborado a partir do somatório das mentes ali actuantes, e se, por medo de ferir ou causar melindres, permite o despotismo, omitindo-se do estado de direito por covardia disfarçada em falso pieguismo, sem dúvida está contribuindo para o êxito da hipocrisia, quando afirma:
Aqui temos a paz! — Dos cemitérios, responde sua consciência.
É fascinado o fanático, mesmo que a sua fascinação seja por Jesus Cristo.
E como o fanático não resiste ao revide de uma crítica, sincera ou não, sempre está em debates improfícuos, quando o correto seria trabalhar sem ruído.
Para combater tal espinho, o antídoto é a humildade.
Nela, reconhecendo-se frágil a criatura e fortalecendo-se pelo trabalho material e intelectual, solidificará as bases morais inacessíveis à obsessão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:33 am

Existem médiuns ciumentos?
“Médiuns ciumentos — Os que encaram com despeito os médiuns mais considerados que eles e que lhes são superiores.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVI, questão 196)
Se fôssemos fazer um quadro demonstrativo das qualidades ou imperfeições dos médiuns, muito papel teria que ser gasto, principalmente no enunciado de pequenos defeitos que deslustram a actuação naquilo que de produtivo se faz.
Temos a tendência, incómoda para nossa consciência mas bem vista pela nossa acomodação, de exigir aperfeiçoamentos nos outros sem empreender o esforço em nós próprios. Diante de um salão ou de uma roupa limpa, chama-nos a atenção o minúsculo ponto sujo, passando a plano secundário o brilho restante.
É um velho defeito que, trazido ao campo mediúnico, em muito prejudica a fluidez e a pureza doutrinárias.
O médium que assim age e que, ao notar o bom desempenho dos companheiros, não se anima a imitar-lhes os esforços e sacrifícios visando aperfeiçoar-se, pode armar-se de despeito e, agasalhando o ciúme no coração, passar ao trabalho de demolição mental, em primeiro lugar da sua própria faculdade, atingindo os demais companheiros, caso a invigilância seja a administradora dos seus actos.
No médium ciumento, a agressão ao grupo inicia-se nele próprio, razão pela qual se torna vítima antes de ser algoz.
Apanha a lama para lançar nos companheiros, sendo natural que seja o primeiro a poluir-se.
É o ciúme, que se faz acompanhar de todo um séquito de outros defeitos paralelos, tais como o ressentimento, o melindre, a crítica maldosa, o falso testemunho, a obsessão.
Atingindo este ponto, o trabalho das trevas ganha um aliado na reunião e um avanço na frente de batalha. Resta ao grupo redobrar esforços na oração e na vigilância, visando neutralizar a acção do companheiro enfermo.
Expulsá-lo da reunião não resolveria o problema; apenas negaria a função do trabalho a que o grupo se empenha, qual seja, a enfermagem caridosa.
Se os membros do grupo recusam um doente, tornam-se insensíveis à dor e, portanto, indignos de tratá-la.
Esse tipo de médium ciumento carece de muita conversa e envolvimento fraterno em suas investidas iniciais, a fim de evitar que a obsessão simples possa evoluir para uma fascinação, quando ele terá que ser assistido fora da mesa mediúnica. Faz-se necessária uma conversa franca, para que ele se conscientize da falha existente em seu carácter, pela qual podem agir inúmeros perseguidores dos componentes do grupo.
Alijá-lo da convivência fraterna e doutrinária é o caminho mais curto da queda para ele e da descaracterização para o grupo.
Se o companheiro é renitente e não admite seu ciúme, invertendo os papéis ao afirmar que é perseguido, preterido e que todos têm má vontade para com ele, esgotadas as tentativas de conciliação, o doutrinador deve sugerir o seu afastamento da reunião, mas não da casa espírita, ocasião em que, tratado como obsidiado ou auto-obsidiado, alcance a recuperação e seja reintegrado ao serviço.
Médiuns ciumentos não são raros, razão pela qual o médium, ao surpreender em si resquícios desse mal, tem a obrigação moral, em nome da sua paz e da harmonia do grupo, de refrear os seus impulsos, para que não venham a traduzir-se em despeito, inveja e rancor contra quem procura firmar-se através do aprimoramento mediúnico.
Faz parte da vigilância a si próprio, pois quem vigia atitudes alheias acaba por esquecer que tem deveres a cumprir.
Não é o bastante perseguir novas virtudes, se para embasá-las temos apenas velhos defeitos.
O mais racional é pensar que, enquanto combatemos vícios antigos, estamos nos candidatando a aprendizes de novas virtudes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:33 am

Existem fórmulas para acelerar a mediunidade?
“Essa faculdade [da visão] pode se desenvolver pelo exercício?
— Pode, como todas as outras faculdades.
Mas é daquelas cujo desenvolvimento natural é melhor do que o provocado, quando corremos o risco de superexcitar a imaginação.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. VI, questão 100, § 26)
Em se tratando de mediunidade, vemos constantemente pessoas que gostariam de exercê-la e outras tentando fugir ao seu exercício.
Entre os primeiros, está a maioria que admira os fenómenos, que anseia por ver os familiares falecidos, a dinâmica dos trabalhadores espirituais, as cidades e colónias que preenchem os espaços.
Prendem-se apenas a este aspecto da mediunidade, sem aprofundar-se em sua essência.
O vidente vê muito mais o plano espiritual sob a angulação trágica das mazelas, locais infectos, vampiros, perseguidores, suicidas, obsessores, ocasião em que deve ter responsabilidade e amor ao serviço para actuar, requisitos que nunca devem estar ausentes de tais visões.
Julgam alguns que a mediunidade é algo para deleite espiritual, que não exige estudo e disciplina, que pode ser manobrada qual canal de televisão, onde as imagens e os sons dependem da vontade.
Para estes, a palavra esforço é factor de desistência, razão pela qual sabiamente a mediunidade não os acompanha na presente encarnação, evitando maiores comprometimentos com a lei.
Seria colocar fardos pesados em ombros fracos.
Outros, diante da eclosão mediúnica, quando esta traz o carácter de prova, a iniciar-se por obsessão ou sintomas de falsa patologia, uma vez que não é confirmada no corpo pela Medicina (o que não deixa de ser a sua iniciação) buscam um recuo, assustados, indagando das possibilidades de fuga ao dever, mascarando a acomodação a que se acostumaram com o medo da criança tola quando a ela se fala de fantasmas.
Temos a mediunidade, assim, como factor de atracção e de repulsão ao Espiritismo, onde o aprendiz apenas se torna útil a si e à doutrina quando, pela renovação, admite e age no sentido de incorporar à sua mediunidade, ou à ausência dela, a perseverança na fidelidade aos postulados coordenados por Kardec.
A depender da personagem podemos admitir que, frente a pergunta acima, teríamos reacções diferentes.
Uns gostariam, diante da possibilidade de resposta positiva, de tentar métodos rápidos que lhes despertassem a mediunidade adormecida.
Outros fugiriam a tais métodos, buscando mesmo uma fórmula para desacelerar ou pôr em letargia a faculdade desabrochante.
Todavia, esbarrariam na resposta lúcida dos Espíritos quando afirmam que, para o desenvolvimento mediúnico, a eclosão deve seguir o curso natural do tempo o que, sabiamente, por força da programação encarnatória, obedece aos critérios físicos, emocionais, culturais, à maturidade, à estabilidade e a outros factores básicos para o bom desempenho da faculdade.
Uma criança saberia identificar um mistificador profissional?
Teria condições físicas de absorver ou rebater fluidos perniciosos?
Teria maturidade espiritual para ouvir e ver cenas dantescas do mundo espiritual?
Certamente que não.
Os prejuízos seriam tantos que a perturbação física e mental seria inevitável.
Quanto aos adultos, a ansiedade de ver e ouvir o plano dos desencarnados geraria ilusões.
Pensariam estar vendo e ouvindo a outra dimensão, quando poderiam estar assistindo a imagens e sons criados por eles próprios, através de mensagens do inconsciente ejectadas ao consciente por chamamento da ansiedade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:33 am

Facilmente se confundiriam e portariam em sua mediunidade o travo típico da fruta não madura, que não atende completamente às necessidades básicas a que se destina.
A mediunidade pode ser despertada por métodos não estudados pelo Espiritismo.
As escolas antigas da Caldeia, Lemúria, Assíria e do Egipto usavam a técnica do desenvolvimento do chacra Kundalini, onde o fogo serpentino, energia poderosa emanada da terra, alimentando os chacras sob a orientação mental específica para esse fim, promovia o desabrochar das faculdades latentes da alma.
Contudo, muitos se perderam por falta do suporte moral, comprometendo-se com a lei por muitas encarnações.
Métodos utilizados na Yoga, também embasados no Kundalini, podem acelerar a eclosão mediúnica.
Mas afirmamos que, sem o respaldo moral e os conhecimentos específicos sobre a mediunidade e as suas relações com o mundo invisível, transmitidas com clareza e lucidez, e absorvidas com consciência e responsabilidade, as possibilidades de o aprendiz trabalhar contra si próprio são, no mínimo, promitentes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:33 am

O médium pode receber favores pelo seu trabalho?
“Médiuns interesseiros não são somente os que podem exigir pagamento.
O interesse nem sempre se manifesta pela ambição de um lucro material, mas também pelas pretensões de qualquer espécie em que se apoiam desejos pessoais.
Essa é também uma fraqueza de que os Espíritos brincalhões sabem servir-se muito bem, aproveitando-a com habilidade e astúcia notáveis, embalando em enganos e ilusões os que caem sob a sua dependência.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXVIII, questão 306)
Deus porventura nos cobra pelo ar que respiramos?
As árvores, pelos frutos?
O Sol, pela luz e calor?
Insensato é aquele que se torna surdo ao apelo de Jesus, quando aconselha que se dê de graça o que nada custou; em nosso caso específico, a mediunidade.
Concedida por graça divina para nosso burilamento espiritual, no que deve traduzir-se em perseverante trabalho, a mediunidade não se compatibiliza com transacções comerciais ou troca de favores, por sua natureza espiritual, dado que todo e qualquer conteúdo informativo independe, em essência, do intermediário, pois procede de quem utiliza a faculdade.
O telefone em si nada vale, se alguém, do outro lado da linha, dele não se serve para informes.
E, quando a informação é passada, a fonte é que tem o mérito, havendo o telefone apenas cumprido a função para a qual foi destinado.
Sendo o médium simples intermediário entre os planos físico e espiritual, funcionando quase sempre com fidelidade inferior ao aparelho telefónico, de vez que não raro altera as mensagens que transmite, e recebendo a mediunidade como forma de saldar velhos débitos (o que já constitui maior recompensa que aquela que ele julga merecer); que justificativa pode oferecer senão a ignorância, para mercadejar os bens divinos?
Pode-se vender aquilo que não lhe pertence?
Pode argumentar alguém que o telefone precisa de manutenção.
Por acaso o médium não é alvo de assistência física e espiritual, quando, para actuar, é higienizado dos fluidos densos e revigorado com fluidos vitais?
Não velam por ele os mentores, actuando, inclusive, em sua vida doméstica e profissional, procurando avizinhá-lo da harmonia e da paz interior?
O que os guias espirituais não podem fazer é livrá-lo das provas e expiações a ele ligadas por imperativos cármico.
Mas insuflam a força, o ânimo e a coragem para que ele as supere.
Quando o médium começa a aceitar presentes ou favores, os bons Espíritos não mais o assistem e, em seu lugar, começam a agir os levianos e mistificadores, que só o deixarão à custa de muito esforço de subida.
Pode ocorrer também, como medida para beneficiá-lo, que a sua mediunidade seja desactivada, passando a ser como um telefone com a ligação cortada, comprometendo-se ainda mais, se continuar a dizer-se porta-voz do plano espiritual, em farsa cujo actor faz passar o monólogo pelo diálogo, o falso pelo verdadeiro.
No dicionário do Espiritismo mediunidade rima com responsabilidade, é sinónimo de disciplina e se contrapõe a negociatas.
Utilizá-la em benefício próprio é trair a palavra empenhada antes do reencarne, quando se jura solenemente exercitá-la em causas nobres.
Manchá-la é enterrar os talentos, aumentar a dívida, perder os sapatos na travessia de espinheiros.
Estejamos atentos, todos nós, operários da mediunidade, contra as subtis investidas dos caçadores de médiuns para consultas particulares.
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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro Empty Re: DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 19, 2018 10:34 am

A recompensa pelo trabalho mediúnico é a paz de consciência, a alegria do dever cumprido.
Qualquer outra, de cunho material, é trambolho nos pés a retardar a chegada aos portos celestiais.
Que o brilho do ouro não venha a ofuscar qualquer trabalhador mediúnico, pois demitido será das fileiras do Cristo, caso venha a desonrá-las, muito padecendo antes que seja readmitido nas hostes dos servos úteis.
Nunca é demasiado o cuidado em observar as riquezas, os cargos, as posições de mando, os destaques, as mordomias, como situações circunstanciais e passageiras.
E ter em mente que eternos e dignos de serem perseguidos são os valores do espírito, o que não implica em descaso para com as coisas materiais.
Os que possuem afinidade com o comércio, que não a misture com a mediunidade, pois tabelar bens espirituais é tido como severa infracção aos códigos divinos, onde os juízes desconhecem o suborno e a corrupção.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:49 pm

As reuniões mediúnicas podem receber visitantes?
“Isso é tão certo que, de dez pessoas estranhas ao assunto que assistam a uma sessão de experimentação, das mais satisfatórias para os adeptos, nove sairão sem convencer-se, e algumas delas ainda mais incrédulas do que antes, porque as experiências não corresponderam ao que esperavam.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. III, questão 34)
Quando a reunião é apenas de estudo cuja finalidade é a pesquisa séria visando ao aperfeiçoamento dos trabalhos mediúnicos, devemos nos ater ao conselho de Kardec, introduzindo um novo membro ou visitante somente quando se tem a certeza das suas intenções e do seu embasamento teórico.
O visitante, às vezes, é factor de constrangimento para o grupo, quando alguns de seus membros, em se sentindo observados, perdem a espontaneidade, tolhendo observações e omitindo detalhes por medo de parecerem ridículos ou triviais.
De outras vezes, o próprio visitante, em não contribuindo mentalmente para o bom desempenho do grupo, ou mesmo interferindo negativamente por excesso de curiosidade, reduz a produção habitual.
Em um grupo mediúnico, os indivíduos são ligados por laços fraternos, embasados no conhecimento que se tem de cada um, onde as deficiências e limitações individuais são plenamente aceitas pela compreensão de todos.
Daí o visitante ser, geralmente, uma nota dissonante na execução sinfónica da orquestra mediúnica.
Se a reunião é de educação mediúnica ou de desobsessão, as restrições ao ingresso ou visita de alguém devem ser mais severas.
Sendo a sala mediúnica uma UTI, e seus operadores enfermeiros, há de se entender a necessidade da assepsia por parte daquele que a ocupa.
Em sala operatória, é imprescindível o uso de roupas e instrumentos especiais para as incisões e suturas.
O médium deve estar preparado para nela adentrar, após assepsia física e mental, encontrando-se disposto a operar os quistos e miomas vários, derivados da cólera, da dor e da alienação.
Quando um visitante ingressa em tal recinto, sem obediência aos preceitos higiénicos, a contaminação é inevitável e o prejuízo inquestionável.
Com isso, não estamos colocando a inviolabilidade do recinto, no tocante a visitas, como norma absoluta e definitiva.
Podem ocorrer situações em que a presença de um familiar, amigo ou mesmo inimigo de alguém desencarnado seja urgente e necessária para o comunicante da noite.
Todavia, estes são casos esporádicos e quase sempre acordados entre o doutrinador e o mentor da reunião.
Aquele que penetra em uma sala mediúnica a trabalho, leva consigo pesada responsabilidade, qual seja, a de contribuir com o seu amor na cicatrização das feridas do próximo.
E não se deve nela entrar sem esta conscientização, para que não se veja surpreendido por uma indagação semelhante à que foi feita ao visitante inoportuno, no festim de bodas:
"Como entraste aqui, sem a túnica nupcial"?
É preciso, pois, trajar-se de maneira compatível ao evento, que pode ser representado na reunião mediúnica pelo traje assepsiado, simbolizando a condição perispiritual livre da patogenia fluídica densa, originada pelo pensar e agir regrados.
A alguém que almeje ingressar na reunião deve ser explicado todo este contexto, para que a negativa não seja tomada como gesto autoritário ou de má vontade de uma elite que não quer se misturar.
Reunião mediúnica é sinónimo de prece e de concentração.
Quem quer orar ou meditar requer condições propícias, para que se forme a sintonia entre os planos físico e espiritual, com consequente intercâmbio, fruto do recolhimento e da sensação de segurança que flui do interior e também do exterior da sala mediúnica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:50 pm

O médium pode alimentar-se de carne no dia da reunião?
“Mas podes estar certo de que chegará o tempo em que os bons médiuns serão muito comuns, para que os Espíritos bons não precisem mais servir-se de maus instrumentos.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 226, § 5)
Muita polémica se tem gerado em torno dessa problemática.
Em que afecta ao homem, no exercício da mediunidade, o sistema alimentar?
Primeiramente, é preciso entender que a carne alimenta o corpo, que influencia e recebe a influência do perispírito.
A alimentação carnívora, generosa em fluidos densos, causadora de inúmeras enfermidades, dificulta a mobilidade perispiritual na saída do corpo e no trânsito dentro da ambiência espiritual, à proporção que intoxica os centros de força e o plasma perispiritual, no que diminui a percepção, a vibração e a lucidez perispirituais, com acentuado prejuízo para o intercâmbio psíquico e para a qualidade dos fluidos com que operam os mentores.
Muitos a consideram insubstituível como fonte geradora de proteínas.
Os que lêem O Livro dos Espíritos encontram, na pergunta 723, as referências espirituais:
"Em nosso estágio, a carne alimenta a carne... " e nisso se baseiam para o seu uso e abuso, esquecidos de que, sendo a doutrina evolutiva, deixou na poeira do tempo a justificativa, que hoje não encontra ressonância frente aos avanços da Engenharia de Alimentos e dos conhecimentos acerca do perispírito.
A doutrina nascente não poderia iniciar-se com proibições, uma vez que tem o livre-arbítrio como postulado básico.
Contudo, diz o Espírito de Verdade, em resposta à mesma indagação:
"O homem deve, pois, se alimentar segundo lhe exige sua organização".
Perguntamos: a organização mediúnica, perispiritual, fisiológica, psicológica, mental, necessita do combustível sanguinolento para bom desempenho?
São insubstituíveis tais fontes de energia?
A evolução na Engenharia de Alimentos nos permite dizer que o regime vegetariano substitui integralmente qualquer tipo de alimento de origem animal, principalmente a carne.
Em Nosso Lar, a controvérsia em torno dos alimentos pesados foi longa e de difícil solução.
Foram anos de batalha verbal, com implicações perispirituais em vasta população, cujo predomínio fisiológico não lhe permitia o gerenciamento da questão nos moldes nascidos do bom senso.
Após exaustivo esforço de subida, concluiu-se que o melhor para todos era o regime de fluidos e essências reconfortantes, com excepção dos recém-chegados da Terra via desencarne.
É preciso entender que os instrutores espirituais que orientam os aprendizes da mediunidade não exigem nem interferem no sistema alimentar de ninguém.
Apenas aconselham, como medida salutar e benéfica à evolução e ao aperfeiçoamento dos trabalhos mediúnicos, o preparo físico e moral.
O preparo físico, em que se inclui a abstenção de todo e qualquer desregramento e excesso, também reivindica a alimentação leve e de fácil digestão, pelo menos no dia marcado para as tarefas mediúnicas.
O preparo moral corre por conta da oração e da vigilância, sem as quais a produção se anula sob o florete da obsessão ou da fascinação.
A alimentação grosseira compromete o desempenho do médium, mesmo com o árduo concurso dos técnicos em limpeza perispiritual, cuja função é retirar do sistema digestivo e circulatório dos invigilantes os pesados fluidos que lhes empanam os chacras ou centros de força.
A alimentação leve, ingerida duas horas antes da reunião, ou antes, facilita o trabalho dos técnicos e aumenta a produtividade fluídica da reunião, com o equivalente avanço no atendimento dos enfermos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:50 pm

Alimentação pesada significa sobrecarga de trabalho no sistema digestivo, transformando o medianeiro em barril de condimentos e pastas, forte atractivo para os vampiros e glutões desencarnados.
O ser humano, além do alimento que lhe concede energia ao sistema celular, igualmente necessita da alimentação fluídica, das emanações afectivas, da prece, alimento do Espírito, e de um ideal nobre que lhe faculte antever a destinação luminosa. Prender-se apenas a uma angulação alimentar é retardar-se na penumbra, uma vez que, dotado de corpo e Espírito, deles precisa zelar com perseverança.
Conclui-se portanto, que, quanto mais leve o alimento, menos poluição perispiritual, qual ocorre aos aviões, cuja gasolina é especial, e aos caminhões, que consomem o óleo bruto.
Se o bife é gostoso e insubstituível na lista das prioridades, é que o aprendiz cultua mais o corpo que o Espírito, necessitando muito esforço na decisão de visitar menos o açougue e mais o centro espírita.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:51 pm

O médium pode trabalhar em mais de um centro espírita?
“Necessário lembrar, ainda, que o orgulho é quase sempre excitado no médium pelos que dele se servem.
Se possui faculdades um pouco além do comum, é procurado e elogiado, julgando-se indispensável e logo afectando ares de importância e desdém, quando presta o seu concurso.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 228)
Iniciamos esta resposta lamentando a não uniformidade dos ensinamentos espíritas nos templos que os adoptam, onde as infiltrações e enxertos de outras religiões são introduzidos pelo personalismo dos dirigentes, em prejuízo da pureza doutrinária.
Centros espíritas existem situando-se em área física doméstica, extensão da cozinha, ou recuados a fundo de quintal, onde o tipo de espiritismo é ditado pelo dono, que não raro estabelece aí o seu reinado, até que o desencarne lhe ponha na horizontal a carcaça, ocasião em que um "príncipe herdeiro" assume em pompas a direcção dos trabalhos, devidamente "preparado" para dar continuidade à dinastia.
Falo em centro espírita doméstico.
Não que isso não ocorra em outros templos espíritas situados em sedes próprias, locais doados para atendimento à comunidade e propagação da doutrina.
É que nestes, devido à rotatividade da direcção, as decisões tomadas em conjunto e a liberdade da crítica sincera que visa a compatibilizar as acções com a teoria espírita são factores convergentes de pureza doutrinária.
Naqueles, às vezes, existe a tentação da evidência, do estrelismo, de ser sempre consultado, mesmo quando apenas para mudar um móvel de local, de mandar, de ter dependentes da sua vontade.
Esse tipo de dirigente-dono, no desserviço que presta à doutrina, confunde o centro espírita, que são os trabalhadores, com a casa espírita, que são as paredes.
Admite-se não apenas possuidor do prédio, mas igualmente da vontade dos trabalhadores, e, o que é pior, das normas espirituais, que devem ser moldadas à sua soberana vontade.
Pobres pigmeus!
Pessoas que não conseguiram postos de comando na sociedade e transportam para a casa espírita, que deve ser tribuna livre, a sede do mando?
Pessoas que se julgam auto-suficientes e acreditam que nenhum outro trabalhador é capaz de as substituir nas funções?
Seja qual for o motivo, fica de pronto demonstrado, de maneira clara e inequívoca, o orgulho e a prepotência que ostentam, antípodas da humildade e da caridade.
Se não houvesse a sede de poder, baptizada por eles como zelo ao património, o terreno ou o prédio onde se localizam as paredes da casa espírita seria doado a serviço da comunidade e não eternamente vinculado a uma posse.
Desapareceria a figura do dono e, portanto, a dinastia e sua corte.
Mas isso os tornaria trabalhadores iguais aos outros, o que teriam como um rebaixamento; portanto, inadmissível para suas cabeças predestinadas à coroa, embora de barro, reluzente apenas à visão eclipsada dos tolos.
Em termos religiosos, a única coroa que tem valor é a de espinhos, esquecem esses pobres mortais.
Feito esse aparte, afirmamos que o trabalhador espírita organiza-se melhor quando se vincula apenas a um centro espírita no seu exercício mediúnico, o que não o impede de auxiliar em palestras e trabalhos sociais em outras searas.
Cada grupo mediúnico tem equipe própria, que registra em fichas individuais os seus operários, requisitando-os diuturnamente para trabalhos específicos relacionados àquela casa.
O médium que atua em duas casas espíritas, simultaneamente, fica dividido e divide as equipes responsáveis, no sentido de permanente consulta uma a outra, sobre a utilização daquele trabalhador em seus serviços.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:51 pm

O trabalho mediúnico requer afinidade entre os membros do grupo, estudo, compromisso, dedicação, renovação...
O que exige bastante esforço do trabalhador filiado a um único grupo mediúnico.
Penso que fazer o trabalho bem feito em um grupo apenas é melhor que desenvolvê-lo parcialmente em dois.
Todavia se este não condiz com os ensinamentos espíritas e, após o médium lutar galhardamente para promover as mudanças necessárias, for tido como dissidente ou perturbador, que busque outro local de trabalho, pois ali a sintonia será difícil para o seu estilo.
O compromisso do espírita, médium ou não, é com a causa espírita e não com a casa espírita.
A casa é apenas a referência geográfica no momento, que pode e deve ser substituída quando não atender aos requisitos moralizadores da doutrina espírita.
Além do exposto, salienta-se que o médium deve harmonizar-se tanto com a equipe mediúnica desencarnada que dirige os trabalhos quanto com a equipe dos encarnados, seus companheiros de luta.
Duas casas espíritas usadas como campo de trabalho pelo mesmo médium duplicam as razões de queda, expostas no frontispício do capítulo.
Sobre a crítica que inicia o capítulo, nós a fazemos para alertar o medianeiro sobre o seu compromisso com a doutrina em particular, e não com aqueles que professam a doutrina à sua maneira, lembrando que omissão, às vezes, é também participação no erro.
A fidelidade espírita é para com o Cristo, o que não significa baixar a crista, em eterno amém ao personalismo disfarçado em Espiritismo.
Perguntamos: se Jesus é a porta e Kardec é a chave, aquele que entre eles se põe, o que será?
Certamente, não mais que uma pedra de tropeço.
Pensando sobre isso, o médium decidirá melhor onde deverá fazer verter o seu suor.
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