LUZ ESPÍRITA
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Críticas aos “Cépticos”

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 03, 2013 9:39 pm

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Desde que os sujeitos normalmente não receberam feedback da ordem real das cartas até depois de uma ou mais corridas de 25 testes, a análise estatística das experiências de cartas supôs que a possibilidade de cada teste era de 1/5.

A primeira crítica importante ao trabalho de Rhine questionou a validez para supor isto.

Este assunto foi resolvido por provas matemáticas e através de "revisões cruzadas" empíricas.

Um tipo de séries de controle na qual as respostas dos sujeitos eram comparadas deliberadamente com o ordem das cartas para os quais não estavam dirigidos.

Por exemplo as respostas tentadas para as cartas na corrida número 1 foram comparadas com as cartas da corrida número 32 assim sucessivamente.

As revisões cruzadas empíricas se reportaram para 24 séries experimentais separadas e se encontrou que os resultados das corridas experimentais reais (isto é, às respostas para a corrida um, comparada com os objectivos da corrida um, eram altamente significativos (média: 7.23/25.), enquanto as revisões cruzadas de controle resultaram em todos os casos não significativos
(média: 5.04/25) (Ver Pratt et al. 1940-1966).

Outras divergências técnicas estatísticas foram anotadas e eventualmente abandonadas.

Em um artigo de 1938, V. Huntington perguntou "se a matemática tem dado conta satisfatoriamente da hipótese da coincidência, que tem a psicologia a dizer agora sobre a hipótese do PES"?

Por muito, o criticismo metodológico mais sério das primeiras experiências de adivinhação das cartas foi relacionado à possibilidade de sinais sensoriais.

Está claro que alguns dos primeiros estudos relatados na monografia de Rhine em 1934 não controlaram adequadamente os possíveis vazamentos sensoriais.

Rhine não baseou nenhuma de suas conclusões mais importantes nestes estudos iniciais, mas sua intuição na monografia forneceu uma base para uma crítica legítima e desviada da discussão dos estudos melhor controlados do que não eram possíveis de serem explicados por sinais sensoriais.

Estes estudos posteriormente usaram um de quatro métodos para eliminar o contacto sensorial entre as pessoas e as cartas que seriam adivinhadas.

(a) Usavam-se cartas dentro de envelopes opacos selados,
(b) usavam-se telas opacas para ocultar as cartas dos sujeitos,
(c) separava-se aos sujeitos e as cartas pondo-os em diferentes edifícios e
(d) usavam-se desenhos de precognição nos quais as cartas eram seleccionadas aleatoriamente somente depois de que os sujeitos tinham registado suas respostas.

Entre 1934 e 1939, levaram-se a cabo 33 experimentos que davam conta de cerca de um milhão de ensaios reportados usando os métodos anteriores, e se obtinham resultados altamente significativos com cada método.
(para referências dos estudos, ver Honorton, 1975; Pratt et al., 1940-1946.)

Uma outra linha do crítico sugeriu que resultados significativos do PES poderiam ser o resultado de erros do registo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 04, 2013 10:16 pm

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Isto representa um de poucos momentos em que os críticos tentaram fornecer a evidência empírica para uma explicação alternativa. Kennedys e o Uphoff (1939) puseram 28 observadores para registar 11.125 testes do PES simulado.

Ainda que somente 1.13% fosse registado equivocadamente no total, tanto os "crentes" como os "cépticos" sistematicamente se equivocaram na direcção de sua preferência:
75.1% dos erros pelos observadores favoráveis à PES aumentaram falsamente os registos de PES e 100% dos erros por aqueles conservadores não favoráveis à PES diminuíram os registos de PES.

Muitos anos depois Robert Rosenthal (1978) resumiu 27 estudos de erros de registo nas ciências conceituais e outra vez encontrou que a média de erro era ao redor de 1%. Uma quantidade de erros desta magnitude não poderia justificar os resultados dos experimentos PES e adivinhação de cartas, mas de qualquer jeito os pesquisadores rapidamente adoptaram controles para evitar os erros de registo.

No final dos anos 30, a prática de registar e comprovar com técnicas de duplo cego se tinha convertido numa rotina.

Os resultados eram ainda "astronomicamente significativos".
(Ver Pratt et al., 1940-1966, tabela 9, página 102)

O último assunto importante durante este período se relacionava com a possibilidade de uma selecção inapropriada dos dados.

Por conveniência, o critério de significância para as provas estatísticas normalmente se aceita como p = 0.5.

Quando o resultado de um estudo atinge este critério significa que as probabilidades são de 20 a 1 na contramão de que os resultados observados tenham sido produzidos pela casualidade.

Isto, naturalmente acontece às vezes.
Se um pesquisador conduz 100 experimentos, poderíamos esperar que em média 5 produzam resultados teoricamente significativos.

Quando somente está operando a casualidade, estes resultados pseudo-significativos se cancelam com outros experimentos.

Agora consideremos um caso extremo de selecção de dados onde o pesquisador recusa os 95 experimentos "não exitosos" e tenta sacar conclusões somente dos experimentos "exitosos".

Isto seria totalmente impróprio e as conclusões do pesquisador não teriam nenhum significado.

Como veremos mais adiante, há várias maneiras nas quais a selecção imprópria de dados poderia comprometer os achados experimentais.

Nos anos 30 o assunto foi desenvolvido por pesquisadores parapsicológicos através de estudos com um número previamente especificado de ensaios ou expressavam explicitamente que dados colectados se usaram na análise.
(Ver Pratt et al.., 1940-1966, pp.118-124 para uma discussão extensa dos assuntos de selecção de dados nos anos 30.)

A final desta década tinha uma concordância geral de que várias contra-hipóteses metodológicas assinaladas pelos críticos durante este período não podiam explicar os resultados dos experimentos mais rigorosamente controlados.
(Ver comentários dos principais críticos nestes dias em Pratt et al., 1940-1966, capitulo 8).

É necessário assinalar um ponto final e tem relação com esta fase dentro da controvérsia psi.

Ainda se crê que a maior parte dos experimentos exitosos de adivinhação de cartas por PES foram produzidos por Rhine e seu grupo na Universidade Duke enquanto a maioria das realizações independentes não foram exitosas. Isto não é verdadeiro.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 04, 2013 10:17 pm

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Os pesquisadores independentes contribuíram em 33 dos 50 estudos publicados durante este período, e 61% destes estudos reportaram efeitos de PES significativos.

E mais, a diferença em quantidade de acertos entre Duke e os outros investigadores não foi significativa
(Honorton, 1975, Tabela 2).

A era das críticas especulativas
(1950-1980).
Virtualmente não apareceram novas críticas substanciais entre 1950 e 1980, esta fase da controvérsia psi se centrou em reclamações especulativas.

A primeira linha de ataque especulativa, defendida por Spencer Brown (1953-1957), foi a de que os experimentos de adivinhação de cartas não davam evidência de PES, apenas representavam defeitos fundamentais na teoria de probabilidades.

Os argumentos de Spencer Brown, baseados em irregularidades nas tabelas de números aleatórios primitivas foram refutados por Scott (1958).

Este ataque nunca obteve muito apoio, e não requer muita imaginação ver porque.

Grande parte da ciência moderna se apoia na teoria de probabilidade, e aceitar as afirmações de Spencer Brown teria consequências muito maiores para a ciência do que a que seria aceitar PES.

Em qualquer caso, seus argumentos não explicam os resultados de PES.

Não explicam os controles de revisões cruzadas empíricos que resumi na sessão anterior e também são incapazes de explicar as variações sistemáticas em rendimentos tais como os experimentos "ovelha-cabra" onde os crentes em psi consistentemente conseguem maior sucesso do que os cépticos, os estudos que mostram correlação entre o rendimento de psi e as variáveis da personalidade tais como a extroversão, ou aqueles nos quais o rendimento de psi sistematicamente varia em relação às diferentes condições experimentais, tais como quando os sujeitos são instruídos para alterar a produção de resultados altos contra resultados baixos.

A segunda linha de ataque durante este período se centra na hipótese da ampla prática de fraude por parte do pesquisador.

Esta foi apresentada com maior força num artigo principal da revista Science titulado "Ciência e o super natural" por Price (1955), que começava com as seguintes observações:

Os crentes nos fenómenos psíquicos... parece que ganharam uma vitória decisiva e silenciado virtualmente a oposição... esta vitória é o resultado de uma impressionante quantidade de experimentação cuidadosa e de argumentação inteligente...

Na contramão desta evidência, quase a única defesa que fica para os cientistas cépticos é ignorar, ignorância que concerne ao próprio trabalho e suas implicações.

O próprio cientista típico se contenta com a retenção... um pouco de crítica que quando muito se aplica a uma pequena fracção dos estudos publicados.

Mas estes achados (que são uma provocação para nossos preciosos conceitos de espaço e tempo) são – se válidos – de uma enorme importância... assim que não podem ser ignorados. (pag. 359)

Price continua dizendo depois, que a PES é "incompatível com a teoria científica actual" e que portanto é mais cómodo crer que os parapsicólogos mentem que crer que a PES é um fenómeno real.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 04, 2013 10:19 pm

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Ele baseava seu argumento no ensaio do filósofo David Hume sobre os milagres.

Hume argumentava que já que sabemos que a gente mente, mas não temos evidência independente dos milagres, é muito mas razoável que as afirmações de milagres estejam baseadas em mentiras que crer que os milagres realmente ocorrem.

Price concluía, "Minha opinião em relação com os achados dos parapsicólogos é que muitos deles dependem de erros de estatística ou de manejo de dados e do uso não intencional de sinais ou indicações sensoriais, e que todos os resultados que superam a esmo que não se explicam desta maneira dependem de fraude deliberada ou de condições mentais mediamente anormais" (pag. 360).

Já que se lhe deu uma grande proeminência numa das revistas interdisciplinar ias mais importantes do mundo, esta formidável crítica foi contestada amplamente.

As respostas não somente vieram dos parapsicólogos como também de muitos outros cientistas.

Uma das respostas mais efectivas foi a de um artigo conjunto do psicólogo Paul Meehl e o filósofo da ciência Michael Scriben (1956), que apontaram que os argumentos de Price repousavam em duas prerrogativas muito questionáveis:
que o conhecimento científico é completo e que a PES necessariamente está em conflito com isso.

O crítico mais proeminente deste período foi o psicólogo inglês C.E.M. Hansel (1966-1980).

Hansel perseguiu a linha de ataque iniciada por Price (as citações de Hansel desta sessão são da revisão de Hansel, 1980).

"É de sábios" escreveu Hansel "Adoptar inicialmente a prerrogativa de que a PES é impossível, já que há uma grande quantidade de conhecimento que apoia este ponto de vista" Hansel (1980, pag. 22).

Ele nunca proveu documentação alguma para esta prerrogativa.

Nem Hansel nem qualquer outro crítico ou até onde eu sei, pôde mostrar que a existência do fenómeno psi necessariamente entra em conflito com o conhecimento estabelecido.

Considere, por exemplo, os seguintes comentários do físico Gerald Feinberg (1975), em relação ao que é provavelmente o fenómeno parapsicológico intuitivamente mais desconcertante – a precognição:

Em lugar de proibir que a precognição ocorra, as teorias [físicas aceitas] tipicamente têm suficiente simetria entre passado e futuro para sugerir que os fenómenos similares à precognição poderiam ocorrer.

Em seu lugar, os fenómenos que envolvem ordem temporal inversa de causa efeito se excluem geralmente de ser considerados, baseando-se que nunca foi podido observar, ao invés de basearem-se na impossibilidade da teoria.

Esta exclusão introduz a si mesma um elemento de simetria nas teorias físicas, as quais os físicos sentiram que eram impróprias ou que requeriam uma explicação superior... assim que se os fenómenos de facto ocorrem, não se precisaria nenhuma mudança nas equações fundamentais da física séria para descrevê-los. (pp. 54-55).

Dizer que psi é a priori extremamente raro permitiu a Hansel e outros críticos de psi uma lassitude extraordinária nos tipos de explicações alternativas que eles mesmos se permitem tecer:
“Uma possível explicação diferente de [PES] assumindo que envolvem somente procedimentos bem estabelecidos”, disse, “Não deve ser recusada em base a sua complexidade” (pp. 21).

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 05, 2013 9:04 pm

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Se o resultado puder ter-se produzido através de um truque o experimento deve ser considerado uma prova não satisfatória de PES, até que se tenha ou não finalmente decidido que tal truque foi efectivamente usado” (pp. 21, realce meu).

Hansel admitiu que “um só experimento não pode ser concludente” e que a replicação de “um experimento de PES por pesquisadores independentes poderia mostrar que a possibilidade de engano ou de erro fosse muito pequena... se o resultado original é confirmado repetidamente,... a PES então poderia ser muito viável” (pp.21).

Então Hansel procedeu a revisar a evidência de tal maneira que foi logicamente inconsistente em suas afirmações.

O único acerto que conseguiu, foi reafirmar sua proposição inicial de que nenhum experimento único poderia ser tomado como concludente.

Existiram dois casos documentados de fraude de pesquisadores em parapsicologia (Markwick,1978; Rhine,1974), e a comunidade científica tem tido em anos recentes que se ver forçada a confrontar o facto pouco agradável de que a fraude científica é muito mas comum do que se cria anteriormente
(Broad e Wade, 1982; Khon, 1988).

Seguramente a solução mais efectiva a este problema é, como diz Hansel, requerer a duplicação independente de estudos que se crê tenham consequências práticas ou teóricas importantes antes que seus achados sejam aceitos.

Acusações de fraude não embaçadas não somente são antiéticas, como também são incompatíveis com o progresso científico.

As novas descobertas em ciência seriam impossíveis se os cientistas recusassem achados não esperados com base a que "se o resultado pode ser produzido através de um truque, o experimento deve ser considerado como uma evidência não satisfatória de X, já que pelo sim pelo não, finalmente se decida que tal truque foi de facto, utilizado.

Os estudos de replicação nunca são apoiados fortemente nem se lhes dá grande valor na ciência tradicional.

Um estudo recente das atitudes dos editores de revistas nas ciências sociais e comportamentais para a publicação de estudos de replicação encontrou um forte ânimo na contramão de publicar estas realizações
(Neuliep e Crandall, 1991).

Outros estudos de prática de publicação sobre ciências comportamentais, mostram características similares na contramão de publicações de trabalhos que não produzem resultados estatisticamente significativos.
(Bozarth e Roberts, 1972; Sterling, 1959).

Em sua revisão de 1334 artigos de revistas psicológicas, Bozarth e Roberts encontraram que enquanto 94% dos artigos dos que usavam provas estatísticas reportavam resultados significativos, menos do 1% envolviam replicações.

Em contraste os parapsicólogos fizeram muito ao reconhecerem a importância da replicação e de reportar resultados não significativos.

A Parapsychological Association (PA), teve como uma política oficial na contramão dos reportes selectivos de resultados "positivos" desde 1975.

A PA é até onde eu sei, a única organização científica profissional que adoptou tal política.

Se você examina as revistas filiadas à PA e os resumos das conferências, o leitor encontrará muitas tentativas de replicação tanto exitosos quanto não exitosos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 05, 2013 9:05 pm

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O "Debate Ganzfeld" dos anos 80.
O paradigma Ganzfeld de PES provê um excelente contragolpe ao tema central de Hyman, de que à parapsicologia lhe falta acumulação.

Vou proceder à discussão da controvérsia de ganzfeld com um breve relato dos antecedentes e da lógica que há por trás da investigação ganzfeld para mostrar como está sistematicamente construída sobre investigações anteriores.

Historicamente, os aparentes efeitos de psi têm estado frequentemente associados com o sonho, a hipnose, a meditação e outros estados de atendimento interno naturais ou induzidos deliberadamente.

Esta generalização se baseia em evidência que converge de estudos de casos espontâneos, de afirmações associadas com várias práticas culturais, com observações críticas e com estudos experimentais.

Apresentei este material de antecedentes em detalhe em outra parte
(Honorton, 1977).

Para recapitular:

Sonhos.
[/i]
As investigações através das culturas de casos espontâneos indicam que de aproximadamente dois de cada três interacções psi da “vida real” são por meio de sonhos em lugar de experiências de vida em vigília
(Green, 1960; Prasad e Stevenson, 1968; L.E. Rhine 1962; Sannwald1969).

Por suposto que os casos espontâneos são episódicos e não se pode basear nenhuma conclusão sobre os mesmos;
mas podem (e devem) servir como base da hipótese que tenham que ser provados experimentalmente.

A evidência experimental que apoia estas tendências dos casos espontâneos foi encontrada pelos estudos de PES em sonhos no Centro Médico Maimonides de Nova York
(Child, 1985; Ullman e Krippner com Vaughan, 1973).

Usando técnicas electrofisiológicas do monitoramento de sonhos para detectar período de sonho (MOR), investigadores acordavam fisicamente os emissores remotos que se concentravam em fotografias seleccionadas aleatoriamente enquanto os sujeitos dormiam.

O sujeito era acordado e um reporte do sonho era registado depois de cada período.

Seguindo séries experimentais, os juízes que estavam fora liam transcrições de cada um dos sonhos reportados nas noites e com base cega, comparavam os reportes, com a objectiva fotografia que foi usada essa noite.

Hipnose.
A associação entre hipnose e efeitos ostensíveis de psi datam das afirmações de “clarividência viajante” e “sensação de comunidade” nas primeiras etapas do mesmerismo
(*Dingwall, 1968).

O suporte experimental para a relação entre hipnose e PES procede de uma variedade de estudos experimentais, quiçá os mais persuasivos provenham de estudos experimentais modernos que comparam os efeitos de indução hipnótica contra condições de não hipnose no desempenho de PES na adivinhação de cartas
(Schechter,1984; Van de Castle, 1969).

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 05, 2013 9:07 pm

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Schechter por exemplo, reportou um meta-análise de 25 experimentos levados a cabo entre 1945 e 1981 por pesquisadores de 10 diferentes laboratórios.

Os registos de PES na condição de indução hipnótica foram consistentemente (e significativamente) mais altos que as condições de controlo destes experimentos.

Meditação – Relaxação.
As afirmações da ocorrência de fenómenos ostensivelmente psíquicos durante a prática de meditação aparecem na maioria dos textos clássicos de meditação.

Uma variedade de estudos de experimentos modernos indicou que os exercícios de meditação e relaxamento facilitam a PES, o rendimento em provas de PES relativos a condições de controlo
(Braud e Braud, 1973, 1974; Dukhan e Rao, 1973; Stanford e Mayer, 1974).

Coisas em comum e modelo provisório.
O paradigma de psi ganzfeld emergiu como uma tentativa de explicar a condutividade psi nestas e outras condições similares.

Fez-se a seguinte pergunta:
que têm em comum o sonho, a hipnose e meditação que nos poderia conduzir a facilitar o desempenho de provas de PES?.

Ainda que divergem de muitos modos, cada um destes estados envolve o relaxamento físico, uma redução nos processos de percepção ordinários de privação sensorial, e um nível suficiente de estimulação cortical para sustentar um "dar-se conta" consciente.

Isto nos conduziu ao desenvolvimento de um modelo de baixo nível descritivo do funcionamento de PES, de acordo ao qual os estados internos de atendimento facilitam a detecção de psi por meio de redução dos estímulos sensoriais e somáticos que normalmente mascaram as entradas de psi mais débeis.

Este modelo de "redução de ruído" identifica assim o desprovimento sensorial como o segredo para a frequente associação entre comunicação ostensível de psi e os estados alterados, e o procedimento de PES ganzfeld foi especificamente desenvolvido para provar o impacto do isolamento perceptual no rendimento de psi.

Assim que podemos ver que o paradigma ganzfeld sistematicamente se construiu sobre uma casta diversa de evidências que incluía 4 diferentes linhas de achados experimentais.

O debate Ganzfeld consistiu numa série de intercâmbios entre Hyman (1983,1985) e eu mesmo (Honorton, 1983,1985), e envolveu a meta-análise de 42 estudos ganzfeld reportados entre 1974 e 1981.

Esta parte da controvérsia psi é única devido a que resultou numa colaboração conjunta entre críticos e investigadores que consentiram sobre directrizes metodológicos específicas para investigações futuras que poderiam ser aceitadas mutuamente
(Hyman e Honorton 1986).

Como em fases anteriores da controvérsia psi, o primeiro assunto se relacionava com o caso se havia algum efeito que requeria explicação.

As percentagens de replicação inicialmente estimadas de ganzfeld sugeriam que cerca de 50% dos estudos ganzfeld reportados tinham produzido resultados significativos comparados com o 5% esperado pela casualidade.

Estas estimativas foram desafiadas por Hyman.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 06, 2013 9:57 pm

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Ele dizia que alguns dos pesquisadores ganzfeld tinham aplicado múltiplas provas estatísticas ou múltiplas medidas de sucesso aos resultados de seus estudos, criando um problema de análise múltipla que podiam ter inflado os estimados de significância;
de facto, Hyman argumentava que o efeito da análise múltipla era tal que incrementava a % de casualidade de 5 ao 25%.

Também argumentava que o reporte selectivo de resultados positivos (o problema do “efeito gaveta") poderia ter exagerado a significação dos estudos conhecidos.

Em resposta eu restringi minha análise a 28 dos 42 estudos examinados por Hyman nos quais tinha uma medida uniforme (dos acertos directos) e que se poderia aplicar uma prova.

Os resultados ainda foram "astronomicamente significativos", com probabilidades na contramão da casualidade de mil milhões a um, e que requereria 15 estudos não publicados de cada estudo conhecido para voltar os resultados para a casualidade reduzindo assim os resultados totais a um nível não significativo.

Hyman subsequentemente esteve de acordo que a significância dos estudos ganzfeld não poderia ser explicada através da análise múltipla ou através do reporte selectivo:

Ainda que nós ainda provavelmente diferimos na magnitude das predisposições contribuídas pela prova múltipla, experimentos retrospectivos, e o problema do efeito gaveta, estamos de acordo que a significância total observada nestes estudos não pode ser explicada razoavelmente por estes factores selectivos.

Algo mais além do reporte selectivo ou dos níveis da significância inflados parece estar produzindo estes resultados para além da casualidade.

Mais ainda, nós conseguimos que os resultados significativos fossem produzidos por um número de diferentes pesquisadores
(Hyman e Honorton 1986, pag. 352).

A seguinte linha de crítica se referia aos efeitos de erros de procedimento nos resultados do estudo.

Em nosso meta-análise dos estudos ganzfeld Hyman e eu codificamos independentemente os procedimentos de cada estudo com respeito aos erros potenciais que envolviam comunicação sensorial, métodos de aleatorização, segurança, e assim sucessivamente.

Aqui Hyman e eu não estivemos de acordo:
minha análise mostrou que não tinha uma relação significativa entre estas variáveis e o sucesso do estudo, enquanto Hyman afirmava que alguns dos erros das variáveis tais como o tipo de aleatorização se correlacionava com os estudos.

Em sua avaliação inicial Hyman afirmava que tinha uma quase perfeita correlação linear entre o número de erros num estudo e seu sucesso (Hyman, 1982);
esta análise continha um grande número de erros que Hyman possivelmente atribuiu a erros mecanográficos
(comunicação Honorton, Novembro de 1982).

Depois, Hyman argumentou uma relação significativa entre os erros dos estudos e os resultados baseado numa análise complexa de multivariáveis.

No entanto um psicólogo estatístico independente descreveu esta análise como "sem sentido" (Saunders, 1985).

Finalmente Hyman concordou que "a base de dados actual não apoia nenhuma conclusão firme a respeito da relação entre erros e resultados do estudo"
(Hyman e Honorton 1986, p.353).

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 06, 2013 9:57 pm

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Foram nossas diferenças na avaliação de erros simplesmente reflexões de nossas respectivas predisposições?

Talvez, mas um exame independente deste assunto por pessoas que não são parapsicólogos falharam unanimemente na contramão de provar as conclusões de Hyman
(Atkinson, Atkinson, Smith e Bem, 1990; Harris e Rosenthal, 1988a, 1988b; Saunders, 1985; Utts, 1991).

Numa análise independente usando as codificações do próprio Hyman, dois metodólogos da ciência do comportamento, concluíram "Nossas análises dos efeitos dos erros nos resultados dos estudos não dão suporte à hipótese de que os resultados da investigação ganzfeld são uma função significativa de um conjunto de variáveis de erro"
(Harris e Rosenthal, 1988b, p.3).

Em lugar de continuar com o debate, Hyman e eu colaboramos com um "comunicado conjunto" no qual estivemos de acordo em que:

A melhor maneira de resolver a controvérsia entre nós é esperar os resultados de experimentos futuros de psi ganzfeld.

Estes experimentos, idealmente, serão levados a cabo de tal maneira que se possa resolver o problema do efeito gaveta, os problemas de análise múltipla, e os variados defeitos na aleatorização, aplicação estatística e de documentação que foram encontrados por Hyman.

Se uma variedade de parapsicólogos e outros pesquisadores continuarem obtendo resultados significativos sob estas condições, então a existência de anomalias de comunicação genuína terá sido demonstrada.
(Hyman e Honorton, 1986, pp. 353-354).

O comunicado conjunto apresentou directrizes metodológicas detalhadas para conduzir ou reportar os experimentos futuros de ganzfeld.

Quatro anos depois, meus colegas e eu reportamos uma extensa série de experimentos ganzfeld usando uma metodologia automatizada que satisfazia suas directrizes (Honorton et al., 1990).

Estes experimentos são discutidos de diferentes perspectivas através das contribuições de Broughton, Krippner e Morris, mas são curiosamente omitidos nas contribuições de Alcock, Hyman e Randi.

Por outra parte no entanto, individualmente, Hyman comentou sobre estes estudos o seguinte:
Os experimentos de Honorton produziram resultados intrigantes.

Se, como sugere Utts, os laboratórios independentes podem produzir resultados similares com a mesmas relações e com o mesmo atendimento à rigorosa metodologia, então a parapsicologia terá aliás finalmente capturado sua elusiva presa.
(Hyman, 1991, p. 392).

Neste artigo enfoquei-me maioritariamente às contribuições de Hyman porque ele é quem mais que nenhum outro escritor céptico desta série tomou o problema de familiarizar-se a si mesmo com o material que está criticando e devido a essa decisão de que com a devida evidência contrária, modificaria sua posição.

Suas avaliações críticas de várias áreas de investigação psi foram fortes e eu creio que foram mal interpretadas.

Mas seu envolvimento contribuiu a uma avaliação mais exacta do estado das áreas em questão e, o mais importante, ao desenvolvimento de um experimento melhor.

É portanto desalentador que nosso comunicado conjunto não seja activamente, apoiado em tentativas de replicação de uma maneira mais ampla entre os cientistas fora da parapsicologia.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 06, 2013 9:58 pm

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Em seu lugar aqui como em outros escritos recentes Hyman parece que desanima os esforços de replicação por cientistas fora da parapsicologia.

Os experimentos automatizados de ganzfeld nos provêem todavia de mais evidência da acumulação em adição à confirmação de um efeito total consistente com os estudos anteriores.

Como anota Morris em sua contribuição, algumas hipóteses adicionais derivadas das tendências nas meta-análises prévias foram testadas e suportadas, incluindo um rendimento superior em ensaios usando objectivos dinâmicos em lugar de estáticos e o uso de "transmissores" que fossem amigos dos sujeitos, em lugar de desconhecidos.

É importante chamar atenção ao fato de que cada uma das hipóteses anteriores – a quantidade de sucessos totais, o impacto do tipo de objectivo, e o tipo de transmissores - as magnitudes reais destes efeitos foram consistentes com os estimados meta-analíticos.

Isto também foi verdadeiro para outras hipóteses baseadas nas meta-análises relacionadas no desempenho de PES e as características psicológicas de extroversão
(Honorton, Ferrari e Bem, em imprensa).

A magnitude da correlação entre o desenvolvimento de psi e a extroversão nos estudos automatizados de ganzfeld foi muito próxima ao estimado da meta-análise.

Achados tais como estes são importantes porque indicam a operação de um recesso sistematicamente, não somente de um desvio anómalo de uma linha baseada da casualidade, e demonstram que é possível construir sistematicamente, sobre achados anteriores.

Isto também valida os estimados meta-análiticos e provê a classe de "evidência prospectiva" que Hyman estava procurando.

4. Outros assuntos
A agenda oculta da parapsicologia?

A contribuição de Alcock não se dirige a assuntos científicos e consequentemente dá-nos pouca base para um substancial comentário.

Como em suas escritas precedentes (por exemplo Alcock, 1981; 1987) Alcock continua focando-se no que ele percebe como a agenda oculta das crenças filosóficas ou religiosas entre os parapsicológicos – o desejo de justificar alguma forma de crença espiritual –.

A maior parte dos parapsicólogos estão motivados por um desejo, o de aumentar o entendimento fundamental da natureza humana, mas assim é também na maioria dos outros cientistas.

A parapsicologia é uma área de problemas científicos, não um sistema de crenças.

Há os parapsicólogos que pensam que os resultados da investigação psi no último caso requererão aceitar alguma forma de dualismo, mente-corpo.

Outros pensam que os resultados podem ser acomodados dentro de uma estrutura monástica.

E há ainda outros – e eu suspeito que seja a maioria dos investigadores contemporâneos – que pensam que uma compreensão científica satisfatória dos dados psi terá que esperar desenvolvimentos teóricos em outras áreas, especialmente na física e na neuropsicologia.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 08, 2013 8:36 pm

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Seria necessário contrastar isto com a classe de apelações à crença religiosa que alguém vê mesmo em determinados escritos populares de cosmólogos modernos e de cépticos proeminentes.

Considere, por exemplo, o parágrafo final do livro extensamente aclamado de Stephen Hawking, Uma Breve História do Tempo.

Não obstante, se nós descobrirmos uma teoria completa, esta seria com tempo compreensível em princípio por todo o mundo... então teremos todos, cientistas, filósofos e pessoas comuns, serem capazes de fazer parte na discussão da questão de porque nós e o universo existimos, se nós encontrarmos a resposta a isto, isto será o grande triunfo da razão humana – porque então nós conheceremos a mente de Deus –.
(Hawking, 1988, p. 175).

E de que diz Alcock da "agenda oculta" do céptico de psi Martin Gardner?

No que se refere a provas empíricas do poder de Deus para atender às orações, eu estou entre aqueles teístas, no espírito do que foi dito por Jesus que somente os que não tem fé buscam sinais, considero que tais provas são inúteis e blasfemas.
(Gardner, 1983, p. 239).

Deveriam os sentimentos expressados nestes e em outros pronunciamentos similares fazer-nos duvidar da física de Hawking ou da perspicácia céptica de Gardner?
Eu penso de que não.. Eles têm direito a sua opinião pessoal.

Tal opinião deve ser considerada irrelevante ao menos na avaliação de seus logros científicos a menos que existe uma ampla razão para suspeitar que sua ciência foi comprometida por suas crenças.

Randi como o metodologista e estatístico
A contribuição de Randi é puramente polémica e falha em tratar de uma maneira substancial os assuntos científicos que suportam a controvérsia psi.

Seus loucos comentários sobre as meta-análises sugerem que ele não entende de meta-análises e que não se deu conta de seu amplo uso em medicina e na ciência de comportamento.

A habilidade de Randi como mágico é bem mais conhecida; mas apesar das afirmações amplamente divulgadas sobre seu conhecimento metodológico, sua habilidade para desenhar as experiências psi, de modo cientificamente apropriado não é o que aparente após um exame de seus esforços públicos.

As sérias fraquezas metodológicas e os erros estatísticos estão, por exemplo, em seu livro de testes do PES e em suas experiências televisionadas com psíquicos (Morris, 1992; Rao, 1984.)

5. Cepticismo, ciência e o “paranormal”
Eu acredito que o conceito de "paranormal" é um anacronismo e deve ser abandonado.

O termo é usado normalmente para dizer que as interacções psi devem necessariamente, se de facto forem credíveis, representar uma ordem de realidade fora do reino natural.

O termo surgiu dentro do contexto da física newtoniana e, no meu ponto da vista, perdeu qualquer utilidade que posa ter tido.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 08, 2013 8:37 pm

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Não serviu para guiar o desenvolvimento de programas construtivos da investigação;
de facto, seu efeito preliminar foi criar uma fissura artificial entre os investigadores psi e a comunidade científica geral.

Uma conceitualização empírica mas frutífera, é que a parapsicologia envolve o estudo de processos de conhecimento e de comunicação que são neste momento anómalos.

Esta aproximação guia o esforço da maioria dos investigadores parapsicólogos que eu conheço;
que trabalham supondo que estão tratando de processos naturais não explicados – anómalos mas não explicados.

Eu acredito na ciência e tenho a confiança que uma ciência que pode contemplar a origem do universo, a natureza da realidade física, 10-33 segundo após a grande explosão, princípios antrópicos, não localidade quântica, universos paralelos, possa resolver as implicações dos resultados parapsicológicos – o que quer que estes possam ser.

Não há perigo para a ciência confrontar estes assuntos. Isto somente pode enriquecê-la.

Mas há sim um perigo para a ciência em apoiar os auto-proclamados protectores que se preocupam em fazer campanhas polémicas que distorcem e mal representam esforços sérios de investigação.

Tais campanhas não são somente não-produtivas, elas tratam de corromper o espírito e a função da ciência e para levantar dúvidas sobre sua credibilidade.

A história distorcida, as contradições lógicas, as omissões dos factos exibidos nos argumentos dos três críticos não representa um criticismo académico ou cepticismo, mas em seu lugar anti-crenças disfarçado de cepticismo.

O cepticismo verdadeiro envolve a suspensão da credibilidade, não o descrédito.

Neste contexto, seria bom recordar as palavras do grande céptico e naturalista do século XIX, Tomas Huxley:
"Senta-te na frente dos fatos como um pequeno menino, prepara-te para deixar toda a noção preconcebida, segue humildemente aonde e a qualquer abismo que te guie a natureza ou a você não aprenderá nada".

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 09, 2013 9:04 pm

Cepticismo e Parapsicologia
Weber Dalla Vecchia

Inter Psi / CENEP / COS / PUC-SP
weberdv@uol.com.br
Muito longe de esgotar o tema, o pretendido neste artigo é abordar alguns aspectos relacionados às controvérsias suscitadas pela alegação da existência de uma classe de fenómenos - os ditos parapsicológicos ou psi - que escapam aos paradigmas científicos actuais, e que, por isto mesmo, são chamados de anómalos.

O modo de pensar crítico deveria ser aplicado para qualquer alegação.

O cientista tem mesmo de ser céptico, pois se qualquer alegação fosse aceita sem critérios, a ciência perderia muito em eficácia, e, consequentemente, em credibilidade.

O cepticismo força o uso de métodos experimentais apurados, e portanto a utilização e produção de medidas mais correctas e de ideias mais elaboradas e consistentes.

Um pouco de senso crítico aplicado em muitas alegações New Age, revela porque muitos têm dúvidas sobre a realidade dos fenómenos parapsicológicos.

Há mesmo muita confusão com argumentos usados por entusiastas não críticos da existência de psi.

Algumas análises críticas de pesquisas parapsicológicas foram muito construtivas.

Os antigos experimentos de telepatia originaram as actuais técnicas de Ganzfeld, que continuam sendo aperfeiçoadas;
e os experimentos com dados cederam lugar aos Geradores de Números Aleatórios (RNG); apenas para citar dois exemplos.

O cepticismo exacerbado, porém, também é um problema, pois é preconceituoso e não aplica a crítica em suas afirmações.

Muitos argumentos estereotipados e simplistas são usados para negar psi.
Contudo, os mesmos ficam bem enfraquecidos após uma análise mais apurada.

Os fenómenos parapsicológicos são tachados de crenças populares ilógicas e primitivas, e a pesquisa dos mesmos é menosprezada como ocultismo em roupagem pseudo-científica, sendo acusada de possuir apenas uma fachada de metodologia científica.

As críticas à pesquisa psi, de que é uma pseudo-ciência, têm dificultado muito seu desenvolvimento, gerando falta de interesse e preconceito de cientistas sérios, o que acarreta falta de verbas e escassez de programas.

Ironicamente, os mesmos cépticos que tentam bloquear a pesquisa psi através de argumentos retóricos de que é ridícula, também são os responsáveis por perpetuar os muitos mitos populares associados aos fenómenos psi.

Muitos cientistas sérios, temendo por suas reputações, têm prevenção em investigar as alegações psi, e os cépticos extremos são especializados em criticismo, e não conduzem pesquisas.

Como os crentes extremos não estão interessados em conduzir estudos científicos rigorosos, poucos sobram, então, para conduzir as investigações.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 09, 2013 9:05 pm

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Um exemplo de atitude inflexível contra a pesquisa dos fenómenos psi, é a adoptada pelo grupo americano CSICOP (Comité Para Investigação Científica de Alegações de Paranormalidade), que reúne cientistas e outras pessoas, cujos propósitos originais, eram examinar objectivamente os indícios de fenómenos paranormais.

Seu periódico, o "Skeptical Inquirer", tem artigos que mesclam pesquisa parapsicológica com assuntos como tarô, astrologia, abominável homem das neves, vampiros, ÓVNIS, bruxaria, poder das pirâmides;
o que contribui para a impressão de que este não é um ramo de pesquisa que é conduzido muito seriamente.

Uma crítica frequentemente aduzida para explicar os resultados da pesquisa psi, é que os resultados positivos foram obtidos devido a fraudes.

Ora, este ramo da ciência, assim como todos os outros, não está imune à ocorrência de certos actos desonestos.

Comparando a parapsicologia com a psicologia, contudo, pode-se dizer que há um modo diferenciado de reacção frente às fraudes.

Na pesquisa psi, quando identificado um caso, os próprios parapsicólogos o divulgam no intento de mostrar a seriedade do seu campo de estudo, uma vez que já sofre preconceito por parte de outros cientistas.

Também são grandes os esforços no sentido de reproduzir os resultados experimentais, o que pode auxiliar na identificação de práticas fraudulentas.

Na psicologia, o interesse na reprodução dos experimentos é bem menor, sendo que, se os dados são teórica e intuitivamente plausíveis, normalmente não há a preocupação em se fazer simples duplicações.

Outros ataques visam uma suposta incompetência dos pesquisadores psi em conduzir experimentos bem feitos, dizendo que os resultados favoráveis se devem a falhas metodológicas, relatórios selectivos e tratamentos estatísticos deficientes.

Tais argumentos têm sido refutados já há muito.

Pesquisa realizada por especialistas em metodologia científica da Universidade de Harvard, apontou que a investigação experimental psi tem sido conduzida segundo padrões científicos apropriados, não raro se mantendo fiel a protocolos mais rigorosos que os encontrados actualmente nas pesquisas físicas e sociais.

Alguns cépticos chegam a dizer até, que quando houver o "experimento perfeito", o fenómeno psi desaparecerá, não levando em conta o facto de que eles têm sido convidados a participar de muitos experimentos, tanto no planeamento, como condução e análise de resultados.

Por que não sugeririam o "perfeito experimento" e não o realizariam ou dele participariam, os autos intitulados cépticos?

Deveriam, pelo menos, especificar as condições sob as quais a pesquisa poderia refutar as críticas.

"As Leis da Natureza seriam violadas por psi", é outro argumento brandido pelos cépticos.

Contra o mesmo, basta lembrar que as "leis da natureza" não são fixas, e sim ideias bem estabelecidas sempre sujeitas a expansão e refinamento, de acordo com evidências provenientes de novas observações.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 09, 2013 9:05 pm

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Outras críticas dizem que não há teorias de psi.

Isto não é verdade;
há, sim, muitas teorias que tentam explicar psi, o que não quer dizer que elas o façam satisfatoriamente de modo global.

Porém, a falta de teorias completas eficazes sobre psi, não implica que esses fenómenos não existam.

Aliás, a maioria dos parapsicólogos não alegam entender o que psi é.
Eles projectam experimentos tentando obter efeitos semelhantes aos espontâneos.

Infelizmente, não há uma regularidade das críticas às diferentes disciplinas.

Aquelas bem aceitas pela maioria dos integrantes da comunidade científica, são tratadas mais benevolentemente pelos cépticos.

Por exemplo, os cépticos não questionam a psicologia, mesmo que esta ainda não consiga explicar bem processos elementares como a consciência.

Também é inválido como crítica enfocar o facto de que muitos fenómenos que antes pensávamos ser paranormais terem hoje explicações normais.

Ora, este é o objectivo da ciência:
a explicação do mundo a nossa volta;
sendo que ela deve tentar entender também aqueles fenómenos que em determinada ocasião configurem anomalias.


A suposta falta de replicabilidade dos experimentos é muitas vezes apontada nas críticas.

Ao contrário de muitos experimentos em física e química onde poucas variáveis significativas estão envolvidas e podem facilmente ser feitos por qualquer pessoa, os fenómenos psi, assim como os sociais e psicológicos, envolvem muitíssimas e complexas variáveis muito difíceis ou impossíveis de serem directamente controladas.

No caso de psi, são usados argumentos estatísticos para demonstrar a "replicabilidade".
O facto de não se conseguir provocar um fenómeno no momento desejado, não quer dizer que o mesmo não exista.

Para avaliar a replicabilidade em psi, usa-se uma técnica que é muito aplicada em ciências médicas, comportamentais e sociais para integrar os dados de numerosos resultados independentes.

É a chamada meta-análise.
A mesma, em psi, tem mostrado que os resultados esperados pelo acaso são grandemente superados.

A própria meta-análise tem sido objecto de críticas na pesquisa psi, porém. em muitas delas os resultados criticados foram removidos, e as frequências continuaram as mesmas.

Outra crítica que se faz, é que enquanto outras ciências vão se construindo sobre seus dados prévios, na parapsicologia a base de dados é quase sempre descartada.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 10, 2013 9:44 pm

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O que não é verdade.
Os experimentos se sofisticam, o que não quer dizer que os resultados anteriormente obtidos percam valor.

Uma outra tentativa de desvalorizar as evidências, é falar que os efeitos psi são muito fracos e desinteressantes.

Certamente essa é uma avaliação que carrega grande subjectividade.
Todavia, serem "fracos e desinteressantes" não significa que não existam.
A hoje tão útil e comum electricidade, cento e cinquenta anos atrás não servia para nada.

Embora os cépticos frequentemente falem das hipóteses alternativas plausíveis, eles quase nunca testam suas ideias.

De qualquer forma, durante muitas décadas, a afirmação padrão céptica foi que psi era impossível porque violava algumas mal especificadas leis físicas, ou porque o efeito não era repetível.
Também era fácil de alegar que qualquer experimento bem sucedido era devido ao acaso ou fraude.

Actualmente, muitos cépticos bem informados sabem que os resultados são bem maiores que o esperado pelo acaso.

O foco mudou da existência de efeitos interessantes para suas apropriadas interpretações.

Muitos cépticos, agora, admitem que os experimentos psi demonstram algo, mas não admitem a possibilidade de psi.

A ciência, sendo uma construção do ser humano, tem seus substratos psicológicos e sociológicos.

A retórica ofensiva e os ataques pessoais são frequentes nas discussões sobre psi, e o próprio modo como a ciência trata as anomalias em geral, serve para mostrar o lado humano do funcionamento da mesma.

A despeito dos parapsicólogos deplorarem esses artifícios de retórica, assim é que uma controvérsia científica é disputada.

Não é tanto a lógica do caso que determina o desfecho, mas sim a habilidade retórica dos que advogam para cada um dos lados.

Se de um modo algumas análises cépticas de pesquisas parapsicológicas demonstraram-se muito construtivas, de outro, as reacções do establishment científico à parapsicologia tendem a ir mais além, ao se utilizar de críticas para mantê-la com o status marginal e negar a ela os privilégios de uma disciplina científica.

Certas atitudes cépticas criam e mantém um limite cultural entre a parapsicologia e o restante das ciências.

A ciência, de uma forma geral, teria a ganhar se o ardor missionário de muitos cépticos fosse exercido mais construtivamente, com mais propostas e trabalho, além das críticas.

Referências

FREIRE-MAIA, N. (1991). A Ciência Por Dentro. Petrópolis : Editora Vozes
IRWIN, H. J. (1994). An Introduction to Parapsycology. Jefferson: McFarland
RADIN, D.I. (1997). The Conscious Universe. San Francisco : Harper Edge

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 10, 2013 9:45 pm

A criatividade versus o cepticismo dentro da ciência:
mais dano tem sido feito na ciência por aqueles que fizeram um fetiche fora do cepticismo, abortando ideias antes delas nascerem, que por aqueles que credulamente aceitam teorias não verificadas
Skeptical Inquirer, Nov-Dez, 2006  por V.S. Ramachandran
Traduzido por Vitor Moura Visoni

Quando uma ideia fantástica – tal como telepatia – atrai uma seita fiel, é relativamente fácil para quase qualquer um fora da seita testá-la e desmenti-la adequadamente para satisfazer ao menos a maioria dos cientistas.

(Darei alguns exemplos mais tarde).

Por outro lado, precisa-se de um real visionário para reconhecer – e não matar – a nova ideia promissora que parece inicialmente transgredir a visão do paradigma vigente

(ao que Thomas Kuhn famosamente se referiu como a “ciência normal”, o tipo de actividade monótona praticada pela maioria dos cientistas, os pedreiros antes que os arquitectos da ciência).

Karl Popper frequentemente é creditado com a observação que uma ideia merece o cobiçado título de “científica” apenas se faz predições testáveis que são declaradas numa forma que as permite resistir à refutação.

(Isto descarta muitas “ciências” sociais, incluindo historicismo, deconstrutivismo, estruturalismo, “ismos” em geral, e muita da pretensiosa bobagem pós moderna que tenta se passar como ciência).

Este aspecto da ideia de Popper é bem conhecido, mas há o outro aspecto do seu argumento que poucos apreciam: o fato que a ciência revolucionária frequentemente começa com uma conjectura – uma visão que a leva bem além da evidência existente ao invés de ser restringida por ela.

Ciência de destaque é conduzida por aqueles que fazem excursões imaginativas dentro daquilo que pode ser verdadeiro, i.e., conjecturas que são ontologicamente promíscuas e não meramente coerente com os dados existentes.

Elas não são feitas por aqueles que são, para usar a frase de Peter Medawar, “vacas pastoreando no pasto de conhecimento”.

Se estou correcto sobre isto, então o perigo de credulidade (mesmo entre cientistas, não só leigos) por aceitar revoluções falsas vastamente é excedido pelo perigo de ideias singulares sendo ignoradas por cépticos.

Mais estrago foi feito por aqueles que eram “cépticos” da teoria de germes de doenças de Semmelweiss ou Pasteur que por aqueles que acreditaram em entortadores de colheres.

Como Francis Crick salientou a mim uma vez, “é melhor ter nove de suas ideias sendo completamente desmentidas, e a décima colocar em movimento uma revolução que ter todas as dez correctas mas descobertas sem importância que satisfazem os cépticos.”

Isto parece óbvio, mas porque tão raramente é praticado?

Em minha visão, há duas razões, todas psicológicas
(Isto se aplica principalmente a cientistas profissionais activos).

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 10, 2013 9:47 pm

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Cepticismo fim de linha
A primeira razão é o que eu chamo o fenómeno “fim-de-linha”.

As pessoas – incluindo cientistas – inconscientemente gravitam num beco sem saída cómodo onde eles se sentem seguros praticando “ciência normal”.

Há grandes recompensas sociais.
As pessoas que estão no mesmo clube ganham admiração mútua e recompensam-se financiando umas às outras.

Seus artigos são “revisados por pares” pelas pessoas de seus próprios clubes, e como resultado, ninguém seriamente questiona o significado da empresa inteira ou onde é encabeçada.

Qualquer um que ousa fazê-lo então está em perigo de excomunhão pelo clero, por assim dizer.

Nesta consideração, os cépticos não são meramente inúteis;
podem ser um impedimento real à ciência.

Por céptico, eu quero dizer alguém que adopta uma atitude céptica total, não é receptivo a algo novo – não aquele que pratica cepticismo legítimo em direcção a alegações que são empiricamente não demonstradas.

Isto deve tornar-se mais claro ao longo do caminho.

Há muitos sinais precoces deste fenómeno, mas o mais claro é a incapacidade dos cientistas de questionar as fundações axiomáticas de sua disciplina.

Um segundo sinal é quando um campo é dominado por certos clichés ou por metodologia (fMR, ondas senodais, medidas de tempo de reacção, movimentos de olho, EMG, EEG, “memória funcionante,” etc.) ao invés por perguntas.

A metodologia, frases, e mantras guiam os conceitos ao invés de outros caminhos possíveis.

Este tipo Kuhniano de “ciência normal” seria inócuo não fosse o fato que desvia 98 por cento de financiamento daqueles que embarcam em novas arrojadas aventuras ou perseguem anomalias.

Geralmente, cépticos prosperam na asfixia de ideias novas em ciência com sua abordagem “adapte-se ou pereça”.

Isto é especialmente devastador para jovens cientistas que entram no campo.
Mesmo os genuinamente talentosos são intimidados a se adaptarem – ou ao menos fingirem a se adaptarem – para obter trabalhos, financiamento, ou posse.

Com o tempo, a “máscara se torna o homem,” e qualquer vestígio de originalidade é jogado fora.

Participei de um comité em minha cidade universitária quando um jovem cientista publicou um trabalho inovador, internacionalmente reconhecido, e um céptico tentou impedir o contracto ou adesão, argumentando, “Mas porque ele não tem financiamento federal?”

Minha resposta normal a isto é que há algo de desequilibrado nesse argumento:
seguramente, o financiamento deve estar no denominador, não no numerador (“mais relação custo/benefício”), nestas decisões.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 11, 2013 10:28 pm

(Para não mencionar o facto óbvio que sendo jovem, o cientista não tem compadres no seu clube ainda;
comités financeiros normalmente são compostos de cientistas fracassados que gozam de serem “cépticos”.
Felizmente, há excepções; soube de muitos eminentes cientistas que participam nestes comités).

Se você acha que estou exagerando, vá a qualquer reunião anual da Sociedade para Neurociência nos Estados Unidos, assistida por 30.000 cientistas, e caminhe ao longo das fileiras e fileiras de apresentações de cartazes.

Se você for a duas destas reuniões em anos consecutivos, você será atingido por um sentido sinistro de deja vu.

É como se alguém tivesse pego todas as palavras-chave da reunião o ano prévio e misturando-as aleatoriamente num computador para criar os títulos dos cartazes do ano actual.

Qual é o dano em nisto tudo?
Certamente, há tanto disto acontecendo que algo será importante simplesmente por acidente.

O problema mais sério é que faz ciência perder sua alma;
faz a prática de ciência não ser mais agradável.

Para perspectiva, eu compararei a ciência do século XVIII e XIX com a ciência do fim do século XX.

A ciência vitoriana era uma aventura romântica grandiosa para aqueles que a praticavam;
eles eram motivados por uma paixão ávida pelo conhecimento.

Se você fosse um novato ou um eminente cientista (como Faraday, Huxley, Darwin, Wallace, Cavendish, e incontáveis outros), isso era certo.

O motivo é que muitos deles estavam financeiramente bem por fora – seu sustento não dependia de ciência, então podiam praticar ciência por prazer.

Enquanto isto é verdade ainda para uma minoria de cientistas, não é verdadeiro para a maioria.

O sistema de financiamento é suposto cuidar disso, mas não funciona bem nos Estados Unidos – não é tão mau quanto no Canadá e o Reino Unido – porque tende a ser “desequilibrado”;
aqueles que já têm concessões enormes recebem mais financiamento, porque são considerados absolutamente seguros.

Então o rico fica mais rico.
Normalmente não há “vazão para baixo”.

(Não é uma coincidência que o mesmo tipo de coisa acontece no reino político;
a assim chamada revolução económica na Índia beneficiou-se só os 30 por cento superiores – e ainda não há nenhum sinal de passar para as camadas inferiores).

A ciência, em outras palavras, se tornou “profissionalizada”, virou somente outro “trabalho” de nove às cinco.

O único meio de inverter esta tendência é ficar ao redor dos cientistas intrépidos genuinamente curiosos de modo que algumas de suas paixões românticas os atinjam
(pois não há nada mais contagioso que o entusiasmo).

Por outro lado, evite cépticos como a praga até as etapas finais do “facto verificador”.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 11, 2013 10:29 pm

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Como Sherlock Holmes disse, “A mediocridade não conhece nada mais elevado que si, meu caro Watson; é preciso talento para reconhecer um génio”.

Alguém tem que fazer isto, ainda que signifique uma perda temporária de “tapinhas nas costas” de outros presos em seu próprio beco sem saída.

“A busca pela respeitabilidade”, Francis Crick uma vez contou-me, “é a morte de ciência”.

Há uma segunda razão psicológica por que alguém se torna céptico:
fá-lo ou parece inteligente sem esforço demais.

O cientista não apenas reconhece que isto é muito mais fácil do que uma inovação genuína mas também espera que isto seja incorrectamente interpretado como um sinal de inteligência alta – o fenómeno “Aha! Eu vi além, então devo ser esperto”.

O que tais pessoas não compreendem é que a maioria das pessoas espertas na audiência já “viu além” da assim chamada falha mas estão ao menos dispostas a dar ao cientista que apresenta a ideia o crédito pela sua coragem – soltando balões experimentais enquanto ao mesmo tempo reconhece sua natureza experimental.

Estes cépticos facilmente são notados na audiência em conferências científicas – são aqueles que normalmente perdem os pontos principais das conferências e tentam mascarar isto fingindo fazer perguntas que parecem penetrantes mas são com muita frequência nada mais que cépticas:
“É inconcebível que o efeito você fala seja realmente devido a X, Y, ou Z,” e assim por diante.

Perseguindo a Ciência Revolucionária
Uma estratégia para perseguir a ciência revolucionária é ignorar os cépticos e ficar no posto de observação para anomalias e as perseguir com tenacidade. Tenha em mente que uma certa quantia de cepticismo é realmente saudável - mesmo desejável.

Nesse aspecto, eu estou completamente sintonizado com a agenda principal da revista.
(Semir Zeki disse uma vez, “árbitros são porcos mas às vezes porcos podem levá-lo a trufas.)

É fácil retratar os cientistas como sendo pessoas rasas patinando na superfície, mente tacanha e não receptiva a novas ideias.

Mas seu cepticismo não resulta de estupidez.

Pelo contrário, há, razões de fato muito boas para ser inicialmente receoso a novas ideias, por causa do facto simples que a maioria de “anomalias” revelam-se alarmes falsos.

Há muitas ideias loucas posando de promissoras anomalias, p.ex., polywater, fusão a frio, telepatia, clarividência, UFOs, anjos, visões de Elvis;
alguém pode gastar a vida inteira perseguindo estas coisas.
(Um terço de todos os americanos não só acredita em anjos mas realmente alegam ter visto um).

Então a pergunta para o jovem cientista é esta:
como sei que anomalias perseguir e a qual permanecer céptico?

Foi dito que alguns cientistas desenvolvem um nariz para anomalias autênticas.

Se você não tem a sorte destes poucos, você também pode usar o método de tentativa-e-erro para eliminar anomalias falsas, mas isto exige tempo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 11, 2013 10:30 pm

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Uma melhor opção é adoptar a seguinte regra geral:
se uma anomalia existe por décadas, sobreviveu a muitas tentativas em falseamento experimental, e é considerada como uma anomalia pela única razão que você não pode pensar em um mecanismo que não se encaixa no “grande quadro” da ciência, então vá atrás dela, pois pode levar a uma mina de ouro

(p.ex,. deriva continental e transformação bacteriana, ambos os quais discutirei abaixo).

Mas se está sendo ignorado porque o próprio fenómeno foi testado repetidamente e descobriu-se ser problemático, então não desperdice tempo com ele, pois contrariamente, pode passar a vida inteira numa caça ao ganso selvagem.

A telepatia é um exemplo bom.
Quanto mais cuidadosas as medidas, menor o efeito, e isso é sempre uma bandeira vermelha.

(Contraste isto com o facto que qualquer um de dez anos de idade em qualquer lugar no mundo pode duplicar a experiência famosa do Galileu jogando uma bola de canhão e uma ervilha simultaneamente de um edifício alto;
diferentemente do caso da telepatia, você não tem que criar desculpas de por que a experiência que demonstra a gravidade não funciona).

Aviso
Um ponto final:
se escolher perseguir anomalias, pode ser limitado por algumas pessoas cujo trabalho de suas vidas inteiras é ameaçado por essas anomalias e portanto ficarão ofendidas por seus esforços.

Mas como Lord Reith observou, “há algumas pessoas que precisam ser ofendidas”.

Legitimando Anomalias
Em geral, para uma anomalia adentrar na ciência da corrente principal, tem que cumprir três critérios, que devem estar no lugar.

Primeiro, deve ser verdadeiro, i.é., de confiança repetível.
Segundo, tem que ser explicada em termos de princípios conhecidos.
Terceiro, deve ter implicações amplas para áreas de pesquisa além da do pesquisador.

Deixe-nos tomar dois exemplos:

No final da década de 1940, Oswald Avery et al. determinou que o ADN era o factor que permitia a transformação bacteriana, um fenómeno em qual a linhagem de uma espécie de bactéria (tal como pneumococo A) transforma-se numa espécie diferente (tal como pneumococo B) quando A é incubado com fluido que foi extraído de B.

Isto foi observado por outros investigadores em estudos prévios, mas nenhum mecanismo para a transformação foi isolado.

Essa observação, que foi publicada no prestigioso Journal of Experimental Science, devia ter enviado um tsunami pela biologia, mas mal fez uma ondulação.

Em princípio, era muito como ver um porco entrar em um quarto e reemergir como um burro.
Ainda, foi ignorado pelos cépticos, parcialmente porque desafiava um dos princípios básicos de biologia: a imutabilidade das espécies.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 12, 2013 9:08 pm

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Avery mesmo sugeriu que este “princípio transformador”, a molécula de ADN, talvez carregue informação hereditária, mas seus resultados foram ignorados (provavelmente como anomalias) antes do mecanismo de replicação do ADN ter sido entendido (graças a Watson e a Crick).

Se alguém tivesse visto a importância desses resultados mais cedo, a biologia molecular poderia ter nascido muito antes.

Porque a “anomalia” de Avery foi ignorada inicialmente?[i]

Porque enquanto cumpria o primeiro critério de ser de confiança repetível e o terceiro critério de ter implicações vastas ([i]desafiando a ideia da imutabilidade da espécie
), muitos cépticos não estavam ainda dispostos a aceitar isso como cumprindo o segundo:
fornecendo um mecanismo concebível para transformação bacteriana.

Mas isso, como vimos, não é uma boa razão para ignorar as descobertas.

Um segundo exemplo é o movimento continental.

Como muitos alunos, Alfred Wegener notou que os contornos dos litorais de revestimento dos continentes se encaixam quase perfeitamente, e baseado nisso, propôs que os continentes como sabemos agora devem ter se separado e se movido a partir de um único, super continente antigo.

Ele também notou que os estratos de pedra no litoral oeste da África perfeitamente combinavam com os do litoral leste da América do Sul.

Finalmente, salientou que fósseis de uma ordem de lagartos de água fresca de Permian, mesossauros, são achados em só dois lugares na terra – adivinhou, África Ocidental e o litoral oriental do Brasil.

E os restos fossilizados de espécie idêntica de dinossauros foram achados nos litorais atlânticos dos dois continentes.
Mas os peritos – os cépticos – ignoraram a evidência que os fitava no rosto.

Fizeram-no então porque não cumpria seu critério:
não se encaixava no grande quadro contemporâneo da geologia (“terra firma” e tudo o mais), e eles não podem pensar em um mecanismo para a deriva continental – as placas tectónicas não tinham sido descobertas.

Então os cépticos argumentaram, acreditem ou não, que havia uma longa, estreita (agora submersa) ponte de terra ligando os litorais atlânticos da América do Sul e África, através da qual todos os dinossauros tinham migrado e morrido!

Imagina-se o que levaria a convencer estas pessoas:
duas metades do mesmo esqueleto de dinossauro, cada uma num lado diferente do Atlântico?

Contraste estas duas com outra “anomalia”: telepatia.
Cumpre o critério 3 (implicações vastas) mas não o critério 1 (repetibilidade) nem o 2 (um mecanismo concebível).

Então legitimamente é ignorado, excepto por loucos.

Diferentemente da experiência de Galileu da Torre Inclinada de Pisa, a telepatia torna-se menor e menor quanto mais rigorosamente é testada, e isso é razão suficientemente boa para ser céptico.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 12, 2013 9:08 pm

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Concluirei com dois incidentes da vida do grande médico alemão, oftalmólogo, e físico Hermann von Helmholtz.

Quando inventou o oftalmoscópio para ver o fundo do olho, uma comissão real, composta principalmente de médicos de olho cépticos, foi montada na Inglaterra para “avaliar esta nova invenção alemã”.

Depois de deliberação considerável, eles informaram de volta ao rei:
“Sua Majestade; este instrumento alemão capacita-o olhar dentro do olho mas não é necessário para diagnosticar quaisquer das doenças conhecidas do olho”.

Ao ouvir isto, Helmholtz é dito ter observado, “Mas este é todo o ponto”.

Agora para o segundo incidente:
Helmholtz tinha acabado de produzir a primeira formulação matemática da lei da conservação de energia, que diz que a energia não pode ser criada nem pode ser destruída, e aplicou-a a seu estudo do uso de energia pelo tecido muscular.

Outros cientistas argumentaram que era aplicável só a objectos inorgânicos e não coisas vivas, porque coisas vivas têm um “espírito vital”.

Para convencer os cépticos, Helmholtz para montou uma demonstração aberta numa reunião científica na Europa, em que ele mostrou que a produção de calor de um músculo vivo é exactamente o que você esperaria de uma máquina inanimada (com nenhum espírito vital).

Ele então respondeu a um amigo na Alemanha:
“Nem um único cientista na reunião acreditou numa palavra do que eu disse.
Agora sei que estou correcto”.


Em resumo, a confiança de Helmholtz nas próprias experiências aumentava na proporção directa ao número das pessoas que eram cépticas delas!

Há seguramente uma moral nisto em algum lugar para cada aspirante jovem cientista:
escute os cépticos, certamente, mas tenha confiança suficiente – mesmo um toque de arrogância – em sua pesquisa para reconhecer que os cépticos estão frequentemente tão errados quanto certos.

V. Ramachandran, M.D., é professor e o director do Centro do Cérebro e Cognição na Universidade de Califórnia, São Diego, e um professor adjunto de biologia no Instituto de Salk.

Depois de treinar como um médico, Ramachandran obteve um PhD em neurociência de Faculdade de Trindade, Cambridge.

Publicou mais de 160 artigos em jornais profissionais, incluindo seu primeiro artigo, que apareceu na Nature quando tinha apenas vinte.

Ele também foi eleito um membro na All Souls College, Oxford, e foi o recebedor de dois honorários Doutorados em Ciências e o Prémio Henry Dale, concedido pela Instituição Real (U.K.), que também o elegeu um membro permanente.

A revista Newsweek nomeou-o um membro do “Clube do Século” – uma das cem pessoas mais proeminentes a adentrar no século vinte e um.

COPYRIGHT 2006 Committee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal

Skeptical Inquirer. Nov-Dec 2006. FindArticles.com. 25 Jan. 2007.
http://www.findarticles.com/p/articles/mi_m2843/is_6_30/ai_n16834264

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 13, 2013 9:27 pm

O desafio, parte 1
http://michaelprescott.typepad.com/michael_prescotts_blog/2006/12/the_challenge.html

Por anos o super céptico James Randi elogiou seu desafio de um milhão de dólares como seu argumento final contra o paranormal.

Se estes fenómenos são genuínos, Randi e seus muitos fãs insistem, por que ninguém ganhou o milhão de dólares ainda?

Os detractores do Randi opõem que o desafio é uma publicidade enganosa, e que Randi e a JREF (a Fundação Educacional James Randi) tornam difícil para as pessoas se candidatarem com êxito ao desafio, ou serem testadas ainda que suas solicitações sejam bem sucedidas.

Elas também argumentam que os padrões da JREF são soltos e ambíguos, e que podem ignorar ou podem desqualificar um candidato por qualquer número de razões, algumas das quais são puramente subjectivas.

Um documento interessante a este respeito é O FAQ do Desafio do Milhão de Dólares da JREF, que tenta responder tais críticas mas acaba só levantando mais perguntas.

É um documento longo, mas eu o aconselharia a clicar no link acima e ler a coisa toda.
O sabor deste material não pode ser adequadamente capturado por extractos breves.

Há muitos pontos que se pode fazer sobre esta série de perguntas e respostas, mas eu me limitarei a somente alguns.
Mesmo assim, vai levar um tempo para cobrir este vasto terreno, então divido esta mensagem em múltiplas partes.

Primeiro, quão objectivos são os padrões da JREF quando vem a decidir quais candidatos serão levados seriamente?

A secção 2.3 se dirige a esta questão.
(Nota: No material citado, todas as ênfases em negrito são adicionadas).

Há algumas alegações que são por demais improváveis para garantir qualquer exame sério, tal como as alegações “Breatharian” em que o candidato declara que pode sobreviver sem alimento ou água.

A ciência conclusivamente conta-nos tudo que nós necessitamos saber sobre tais questões, e a JREF não sente nenhuma obrigação em ocupar-se de candidatos envoltos em tais ilusões...

Outras alegações, tal como “Círculos nas Plantações” e UFOs são rejeitadas porque foram definitivamente provadas serem os resultados de fraudes ou histeria colectiva.

As alegações envolvendo “Cloud-Busting”, por exemplo, são rejeitadas porque a Ciência (junto com observação perspicaz) conta-nos conclusivamente que nuvens se moverão e se difundirão apesar dos esforços da raça humana de movê-las de acordo com seus desejos.

O fenómeno atrás de tábuas de Ouja, por exemplo, está atribuído a reflexos ideomotores, e não a algo paranormal.

Então parece bem que uma larga variedade de fenómenos sequer será considerada pela JREF porque a Ciência (a palavra sempre é capitalizada no FAQ) já tem “definitivamente” ou “conclusivamente” refutado tais alegações.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 13, 2013 9:27 pm

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Pode vir como novidade à maioria de nós que todas (não só algumas) visões de UFO foram “definitivamente provadas serem o resultado de fraudes ou histeria colectiva,” ou que porque nuvens ordinariamente se movem de acordo com forças naturais elas não podem ser movidas por qualquer outro meio.

Igualmente surpreende saber que todos os movimentos de tábua de Ouija “são atribuídos a reflexos ideomotores.

Atribuído por quem? Pela Ciência, presumivelmente.

O que é ímpar em tudo isto é que a JREF parece estar começando com a presunção que faixas enormes de fenómenos paranormais já foram explicados ou não valem a pena explicar.

Posteriormente tomamos conhecimento de que há mesmo mais áreas que são problemáticas para se testar.

Na secção 4.9 é dito:
As alegações de cura psíquica que beiram o milagroso, e a recusa da JREF de investigá-las a menos que prova extraordinária (na forma de documentação médica real da doença, “antes” & “após” o tratamento psíquico) seja submetido junto com sua alegação.

No seu FAQ Pessoal no fim do documento, Randi observa,

As alegações [dos candidatos] são às vezes interessantes variações sobre muito velhos juízos falsos ou ilusões, mas raramente está aí algo que nos surpreenda ou que exija análise muito pesada.

Nenhuma análise é necessária, já que os reivindicantes são iludidos.

De volta à Secção 4.9:

A maioria dos investigadores não quererá desperdiçar seu tempo com as mais improváveis alegações, e alegações envolvendo “cura psíquica” a maioria certamente cai dentro do reino do altamente improvável. ...

Algumas alegações mais “milagrosas” simplesmente não podem ser consideradas sem prova forte que é digna do enorme esforço envolvido em investigá-la.

Isto coloca tais candidatos numa posição mais difícil que alguns outros candidatos (tal como rabdomantes e leitores remotos), mas tenha em mente ...que há um milhão de dólares em jogo.

Observe que no último parágrafo citado acima, nós somos ditos que rabdomantes e observadores remotos estão numa melhor posição que curandeiros psíquicos, porque suas alegações são mais fáceis de testar e, aparente, não tão improvavelmente milagrosas.

Mas mais tarde, no seu FAQ Pessoal, Randi diz, naturalmente, quando confrontado com uma alegação particularmente incrível como “visão remota” (a versão actual de “clarividência”) nós facilmente podemos desistir e perguntarmos a nós mesmos por que estamos envolvidos com tal bobagem óbvia.

Evidentemente, então, visão remota é para ser categorizada com as incríveis alegações milagrosas que são difíceis de considerar seriamente, afinal de contas.

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