LUZ ESPÍRITA
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O que é a Doutrina

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 22, 2012 9:58 am

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O sr. Constant atribui o desenvolvimento e a continuidade da moléstia à imitação, à influência das conversas dos doentes entre si e aconselha a pô-las entre loucos ou isola-las num pavilhão do hospital!

Não é uma contradição e é isto que ele entende por tratamento moral?

Em nossa opinião o mal se deve a uma causa absolutamente diversa e requer meios curativos diferentes.

Tem a sua fonte na reacção incessante que existe entre o mundo visível e o invisível, que nos cerca, e em cujo meio vivemos, isto é, entre os homens e os Espíritos, que não passam de almas dos que viveram e entre os quais há bons e maus.

Esta reacção é uma das forças, uma das leis da natureza, e produz uma porção de fenómenos psicológicos, fisiológicos e morais incompreendidos, porque a causa era desconhecida.

O Espiritismo nos deu a conhecer esta lei, e, desde que os efeitos são submetidos a uma lei da natureza, nada tem de sobrenatural.

Vivendo no meio desse mundo, que não é tão imaterial quanto o imaginam, uma vez que esses seres, embora invisíveis, tem corpos fluídicos semelhantes aos nossos, nós sentimos a sua influência.

A dos bons Espíritos é salutar e benéfica.
A dos maus é perniciosa como o contacto das criaturas perversas na sociedade.

Assim, dizemos que em Morzine abateu-se, de momento, uma nuvem de Espíritos malfazejos.

Abateu-se sobre a localidade como aconteceu sobre muitas outras.
E não será com duchas nem alimentos suculentos que serão expulsos.

Uns o chamam diabos ou demónios.
Nós os chamamos apenas maus Espíritos e Espíritos inferiores, o que não implica uma melhor qualidade, mas o que é muito diferente pelas consequências, visto como a ideia ligada aos demónios é a de seres a parte, enquanto eles não passam de almas de homens que foram maus na terra, mas que acabarão por se melhorarem um dia.

Vindo a essa localidade como Espíritos, fazem o que teriam feito como se vindos em vida, isto é, o mal que faria um bando de malfeitores.
É, pois, necessário expulsá-los, como se expulsaria uma tropa inimiga.

Na natureza desses Espíritos está o serem antipáticos à religião, porque temem o seu poder, assim como os criminosos são antipáticos à lei e aos juízes que os condenam.

E exprimem esse sentimento pela boca de suas vítimas, verdadeiros médiuns inconscientes, absolutamente certos quando dizem ser apenas ecos.

O paciente é reduzido à passividade.
Está na situação de um homem dominado por um inimigo mais forte, que o obriga a fazer a sua vontade.

O eu do Espírito estranho neutraliza momentaneamente o eu pessoal.
Há subjugação obsessional e não possessão.

Que absurdo!
dirão certos médicos.
Vá que seja absurdo, mas nem por isso deixa de ser tido como verdade por grande número de médicos.

Tempo virá - e não tão longe quanto se pensa - em que a acção do mundo invisível será geralmente admitida e a influência dos maus Espíritos posta entre as causas patológicas.

Será levado em conta o importante papel desempenhado pelo perispírito na fisiologia e uma nova via de cura será aberta para uma porção de doenças consideradas incuráveis.

Se assim é, perguntarão, de onde vem a inutilidade dos exorcismos?

Isto prova uma coisa:
é que os exorcismos, tais quais são aplicados, não valem mais que os remédios, porque sua eficácia não está no acto exterior, na virtude das palavras e sinais, mas no ascendente moral exercido sobre os maus Espíritos.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 23, 2012 9:49 am

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Os doentes não diziam:
"Não são remédios que nos faltam: mas padres santos".

E os insultavam, dizendo que não eram bastante santos para ter acção sobre os demónios.

Era a alimentação de batatas que os levava a falar assim?
Não, mas a intuição da verdade.
Em casos semelhantes a ineficácia do exorcismo é constatada pela experiência.

E porquê?

Porque consiste em cerimónias e fórmulas de que se riem os maus Espíritos, ao passo que cedem ao ascendente moral que lhe impõem.
Vêem que os querem dominar por meios impotentes o querem mostrar-se mais fortes.

São como o cavalo passarinheiro que derruba o cavaleiro inábil, mas se dobra quando encontra um mestre.

"Numa dessas cerimónias," diz o dr. Chiara, "houve na igreja, onde haviam reunido todos os doentes, um tumulto horrível.

Todas as mulheres caíram em crise simultaneamente, derrubando, quebrando os bancos da igreja e rolando pelo chão, de mistura com homens e crianças, que em vão se esforçavam por conte-las.
Proferem juras horríveis e incríveis, interpelam os sacerdotes nos mais injuriosos termos."


Neste momento cessaram as cerimónias públicas de exorcismo, mas foram exorcizar a domicílio, a qualquer hora do dia e da noite, o que não deu melhores resultados, determinando-se sua renúncia.

Citamos vários exemplos da força moral em semelhantes casos, e caso não tivéssemos sob os olhos um número suficiente de provas, bastaria lembrar a que exercia o Cristo que, para expulsar os demónios, apenas mandava que se retirassem.

Comparem-se, nos Evangelhos, os possessos daquele tempo com os de nossos dias, e ver-se-á uma chocante similitude.
Jesus os curava por milagres, direis vós.
Seja. Mas eis um facto passado entre os cismáticos e que não considerais miraculoso.

O Sr. A..., de Moscou, que não havia lido o nosso relato, contava-nos, há poucos dias, que nas suas propriedades os habitantes de uma aldeia foram atingidos por um mal em tudo semelhante ao de Morzine.

Mesmas crises, mesmas convulsões, mesmas blasfémias, mesmas injúrias contra os padres, mesmo efeito do exorcismo, mesma impotência da ciência médica.

Um de seus tios, o sr. R..., de Moscovo, poderoso magnetizador, homem de bem por excelência, de coração muito piedoso, tendo vindo visitar aqueles infelizes, parava as convulsões mais violentas pela simples imposição das mãos, acompanhada de fervorosa prece.

Repetindo o acto acabou curando quase todos radicalmente.

Este exemplo não é único.
Como explicá-lo, senão pela influência do magnetismo, secundada pela prece, remédio pouco usado pelos nossos materialistas, porque não se encontra no codex nem nas farmácias?

Contudo, remédio poderoso quando parte do coração e não dos lábios, e que se apoia numa fé viva e num ardente desejo de fazer o bem.

Descrevendo a obsessão em nossos primeiros artigos, explicamos a acção fluídica que se exerce em tal circunstância e daí concluímos, por analogia, que teria sido um poderoso auxiliar em Morzine.

Como quer que seja, parece que o mal chegou a seu termo, mas as condições da região continuem as mesmas.

Porquê isto?
É o que ainda não nos é permitido dizer.

Como, porém, mais tarde será reconhecido, haverá servido ao Espiritismo mais do que se pensa, ainda quando não fosse senão para provar, por um grande exemplo, que aqueles que não o conhecem não estão preservados contra a ação dos maus Espíritos e a impotência dos meios ordinários empregadas para os expulsar.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 23, 2012 9:49 am

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Terminaremos assegurando a certos habitantes da região sobre a pretensa influência de alguns dentre eles teria podido exercer causando o mal, como o dizem.

A crença nos lançadores da sorte deve ser relegada entre as superstições.
Que sejam de coração piedoso.

E os que se encarregaram de os conduzir se esforcem por elevá-los moralmente:
é o mais seguro meio de neutralizar a influência dos maus Espíritos e de prevenir a volta do que se passou.

Os maus Espíritos só se dirigem aqueles a quem sabem poder dominar e não aqueles a quem a superioridade moral - não dizemos intelectual - encouraça contra os ataques.

Aqui se apresenta uma objecção muito natural, que convém prevenir.

Talvez perguntem por que todos os que fazem o mal não são atingidos pela possessão?

A isto respondemos que, fazendo o mal, sofre de outra maneira a perniciosa influência dos maus Espíritos, cujos conselhos escutam, pelo que serão punidos com tanto mais severidade quanto mais agirem com conhecimento de causa.

Não creiais na virtude de nenhum talismã, nenhum amuleto, nenhum signo, nenhuma palavra para afastar os maus Espíritos.
A pureza de coração e de intenção, o amor de Deus e do próximo, eis o melhor talismã, porque lhes tira todo império sobre as nossas almas.

Eis a comunicação que a respeito deu o Espírito de São Luís, guia espiritual da Sociedade Espírita de Paris:

"Os possessos de Morzine estão realmente sob a influência dos maus Espíritos, atraídos para aquela região por causas que conhecereis um dia, ou melhor, que vós mesmos reconhecereis um dia.

O conhecimento do Espiritismo ali fará predominar a boa influência sobre a má fé, isto é, os Espíritos curadores e consoladores, atraídos pelos fluidos simpáticos, substituirão a maligna e cruel influência que desola aquela população.

O Espiritismo está chamado a prestar grandes serviços.
Será o curador dos males cuja causa era antes desconhecida e ante às quais a ciência continua impotente.

Sondará as chagas mortais e lhes ministrará o bálsamo reparador;
tornando os homens melhores, deles afastará os maus Espíritos atraídos pelos vícios da humanidade.

Se todos os homens fossem bons, os maus Espíritos deles se afastariam porque não poderiam os induzir ao mal.

A presença dos homens de bem os faz fugir.
A dos homens viciosos os atrai, ao passo que se dá o contrário com os bons Espíritos.
Assim, sede bons, se quiserdes ter apenas bons Espíritos em redor de vós.

(Médium, sra. Costel).

§.§.§- O-canto-da-ave
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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Bem Aventurados os que têm os olhos fechados

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 23, 2012 9:51 am

Revista Espírita, julho de 1863

(Sociedade Espírita de Paris, 19 de junho de 1863, Médium: Sr. Vézy)
Nota: Esta comunicação foi dada a propósito de uma senhora cega, presente à sessão.

Meus amigos, não venho muito ao vosso meio;
mas hoje eis-me aqui.

Por isso dou graças a Deus e aos bons Espíritos que vos vem ajudar a marchar pelo novo caminho.
Porque me chamastes?
Para impor as mãos sobre a pobre sofredora que aqui está e a curar?


E que sofrimento, meu Deus!
Ela perdeu a visão e as trevas se fizeram para ela!...
Pobre filha! Que ore e espere!

Não sei fazer milagres sem a vontade do bom Deus.
Todas as curas que pude obter, e que vos foram relatadas, só as atribuais aquele que é pai de todos.

Nas vossas aflições olhai sempre para o céu e dizei do fundo do coração:
“Meu pai, curai-me, mas fazei que minha alma seja curada antes das enfermidades do corpo.
Que minha carne seja castigada, se preciso, para que minha alma se eleve para vós com a alvura que tinha quando a criastes!”


Depois desta prece, meus boníssimos amigos, que o bom Deus ouvirá sempre, a força e a coragem vos serão dadas e, talvez, também esta cura, que pedistes timidamente, em recompensa de vossa abnegação carnal.

Mas, já que aqui estou, numa assembleia onde se trata, antes de tudo, de estudar, dir-vos-ei que os privados da visão deveriam considerar-se como bem aventurados da expiação.

Lembrai-vos que o Cristo disse ser preciso arrancar o vosso olho, se fosse mau e que mais valia lança-lo ao fogo do que ser causa de vossa danação.
Então! Quantos há em vossa terra que, um dia, nas trevas, maldirão terem visto a luz!

Oh! Sim: como são felizes os que são feridos na expiação pela visão!

Seu olho não lhes será motivo de escândalo e de queda;
podem viver inteiramente a vida da alma;
podem ver mais que vós que vedes claro...


Quando Deus me permite ir abrir as pálpebras de alguns desses pobres sofredores e lhes dar a vossa luz, eu me digo:
“Querida mãe, por que não conheces todas as delícias do Espírito que vive de contemplação e de amor?
Ela não pediria para ver imagens menos puras e menos suaves que as que lhe é dado ver em seu cegueira.”


Oh! Sim, bem-aventurado o cego que quer viver com Deus!
Mais feliz que vós que aqui estais, ele sente a felicidade e a toca;
ele vê as almas e com elas pode lançar-se nas esferas espíritas, que nem os predestinados de vossa terra podem ver.

O olho aberto está sempre pronto a fazer a alma falir;
o olho fechado, ao contrário, está sempre pronto a fazê-la subir para Deus.

Crede-me, meus bons e caros amigos, a cegueira dos olhos é, muitas vezes, a verdadeira luz do coração, ao passo que a visão é, por vezes, o anjo tenebroso, que conduz à morte.

E agora, algumas palavras a ti, minha pobre sofredora.
Espera e coragem!

Se eu te dissesse:
“Minha filha, teus olhos se vão abrir”, como ficarias contente!

E quem sabe se esta alegria não te perderia?
Tem confiança no bom Deus, que fez a felicidade e permite a tristeza.

Farei tudo quanto me for permitido por ti;
mas, por tua vez, ora e, sobretudo, pensa em tudo quanto acabo de dizer.

Antes de me afastar, vós que aqui estais, recebei minha bênção, meus bons amigos:
eu a dou a todos, aos loucos, aos sábios, aos crentes e aos infiéis desta assembleia;
e que ela sirva a cada um de vós.


VIANNEY, Cura d’Ars

Observação:
Perguntamos se esta é a linguagem do demónio e se se ofende ao cura d’Ars atribuindo-lhe tais pensamentos.
Uma camponesa sem instrução, sonâmbula natural, que vê os Espíritos muito bem, tinha vindo à sessão e estava em sonambulismo.
Não conhecia o cura d’Ars, nem mesmo de nome e, entretanto, o viu ao lado do médium e lhe fez o retrato perfeitamente exacto.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Da proibição de evocar os mortos

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 24, 2012 9:36 am

Revista Espírita, outubro de 1863

Alguns membros da Igreja apoiam-se na proibição de Moisés para proscrever as comunicações com os Espíritos.
Mas se sua lei deve ser rigorosamente observada neste ponto, deve sê-lo igualmente em todos os outros.

Porque seria boa em relação às evocações e má em outras partes?
Há que ser consequente:
se reconhece que sua lei não mais está em harmonia com os nossos costumes e a nossa época.

Aliás é necessário nos reportarmos aos motivos que os levaram a fazer tal proibição, motivos que, então, tinham uma razão de ser, mas que, seguramente, não mais existem.

Quanto à pena de morte, decorrente da infracção, é preciso considerar que nisto ele era muito pródigo e que, na sua legislação draconiana, a severidade do castigo nem sempre era um índice da gravidade da falta.

O povo hebreu era turbulento, difícil de conduzir e não podia ser domado senão pelo terror.

Aliás, Moisés não tinha grande escolha nos meios de repressão;
não tinha prisões, nem casas de correcção e seu povo não era de natureza a sofrer o medo das penas puramente morais;
assim, ele não podia graduar sua penalidade como nos nossos dias.

Ora, pelo respeito à sua lei, seria preciso manter a pena de morte para todos os casos em que a aplicava?


Aliás, por que fazem reviver tal artigo com tanta insistência, quando se passa em silêncio o começo do capítulo que proíbe aos sacerdote a posse dos bens da terra e ter parte em qualquer herança, porque o próprio Senhor é a sua herança?
(Deuteronómio, Cap. XVIII).

Há duas partes distintas na lei de Moisés:
a lei de Deus, propriamente dita, promulgada no Monte Sinai e a lei civil ou disciplinar, apropriada aos costumes e ao caráter do povo;
uma é invariável, a outra se modifica, conforme o tempo, e não pode vir à cabeça de ninguém que possamos ser governados pelos mesmos meios que os Hebreus no deserto, assim como a legislação da Idade Média não poderia aplicar-se à França do século dezanove.


Quem sonharia por exemplo, em reviver hoje este artigo da lei mosaica:
"Se um boi fere com o chifre a um homem ou a uma mulher, e a pessoa morrer, o boi será lapidado sem remissão, e não será absolvido".

Ora, que diz Deus em seus mandamentos?
"Não terás outro Deus senão eu;
não tomarás o nome de Deus em vão;
honra a teu pai e à tua mãe;
não matarás;
não cometerás adultério;
não roubarás;
não dirás falso testemunho;
não cobiçarás o bem de teu próximo".


Eis uma lei que é de todos os tempos e de todos os países, e que, por isto mesmo, tem um carácter divino;
mas não trata da proibição de evocar os mortos;
de onde ser necessário concluir que tal proibição era simples medida disciplinar e de circunstância.

Mas Jesus não veio modificar a lei mosaica e sua lei não é código dos cristãos?


Não disse:
"Ouviste o que foi dito dos Antigos esta ou aquele coisa;
mas eu vos digo outra coisa.


Ora, em parte alguma do Evangelho não se faz menção da proibição de evocar os mortos.
É um ponto muito grave para que o Cristo o tivesse omitido em suas instruções, quando tratou de questões de ordem mais secundária.
Ou se deve pensar como o sacerdote, a quem tal objecção foi feita, que "Jesus esqueceu-se de falar nisso?"

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 24, 2012 9:37 am

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Sendo inadmissível o pretexto da proibição de Moisés, apoiam-se em que a evocação é uma falta de respeito aos mortos, cujas cinzas não devem ser perturbadas.

Quando essa evocação é feita religiosamente e com recolhimento, não se vê nada de desrespeitoso.

Mas há uma resposta peremptória a dar a tal objecção:
é que os Espíritos vem de boa vontade quando chamados e, mesmo, espontaneamente, sem serem chamados;
testemunharam sua satisfação comunicando-se com os homens, e às vezes se lamentam do esquecimento em que por vezes são deixados.


Se fossem perturbados em sua quietude ou ficassem descontentes com o nosso chamado, ou o diriam ou não viriam.

Se vêm, é porque isto lhes convém, porque não sabemos de ninguém que tenha o poder de obrigar Espíritos, seres impalpáveis, a se incomodarem, se não o querem, pois não lhes podemos dominar o corpo.

Alegam outra razão:
as almas estão no inferno ou no paraíso.

As que estão no paraíso estão na sua inteira beatitude e muito acima dos mortais para se ocuparem com eles.
As que estão no inferno dali não podem sair.

Restam as que estão no purgatório;
mas estas são sofredoras e devem pensar antes de tudo em sua salvação.

Ora, se nem umas nem outras podem vir, é apenas o diabo que vem em seu lugar.

No primeiro caso seria muito racional supor que o diabo, autor e instigador da primeira revolta contra Deus, em rebelião perpétua, que nem experimenta arrependimento nem pesar pelo que faz, seja mais rigorosamente punido que as pobres almas que arrasta ao mal e que, muitas vezes, são apenas culpadas de uma falta temporária, de que sentem amargo arrependimento.

Longe disso, é tudo ao contrário o que acontece.

E as almas infelizes são condenadas a sofrimentos atrozes, sem trégua nem mercê durante a eternidade, sem um só instante de alívio e, durante esse tempo, o diabo, autor de todo o mal, goza de plena liberdade, corre o mundo recrutando vítimas, toma todas as formas, se permite todas as alegrias, faz malandragens, diverte-se até interrompendo o curso das leis de Deus, desde que pode fazer milagres.

Na verdade as almas culpadas deveriam invejar a sorte do diabo.
E Deus o deixa agir, sem nada dizer, sem lhe opor nenhum freio, sem permitir que os bons Espíritos ao menos venham contrabalançar suas acções criminosas!

De boa fé, isto é lógico?
E os que professam tal doutrina podem jurar, com a mão na consciência, que a poriam no fogo para sustentar que é a verdade?


O segundo caso levanta uma dificuldade igualmente grande.

Se as almas que estão na beatitude não podem deixar o seu feliz repouso para vir em socorro aos mortais, o que, diga-se de passagem, seria uma felicidade muito egoísta, por que a Igreja invoca a assistência dos santos, que devem gozar da maior soma possível de beatitude?

Porque diz ela aos fiéis que os invoquem nas doenças, nas aflições e para os preservar dos flagelos?
Porque, segundo ela, os santos, a Virgem mesma, vem mostrar-se aos homens e fazer milagres?

Então deixam o céu para vir à terra?
Se o podem deixar, porque outros não o poderiam?


Como todos os motivos alegados para justificar a proibição de se comunicar com os Espíritos não podem suportar um exame sério, é preciso que haja outro, não confessando.

Esse motivo bem poderia ser o medo que os Espíritos, muito clarividentes, não viessem esclarecer os homens sobre certos pontos, e lhes dar a conhecer, ao justo, como são as coisas no outro mundo e as verdadeiras condições para ser feliz ou infeliz.

Eis por que se diz a uma criança:
"Não vá lá; lá está um lobo mau";
e aos homens se diz:
"Não chame os Espíritos; é o diabo que vem."

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 24, 2012 9:37 am

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Mas será em vão:
se proíbe aos homens chamar os Espíritos, não impedirão que os Espíritos venham aos homens, tirar a lâmpada debaixo do alqueire.

Tendo Moisés proibido evocar os mortos é permitido fazê-lo?

(Bordeaux - Médium: Sra. Collignon)

Nota:
Esta comunicação foi dada num grupo espírita de Bordeaux, em resposta à pergunta acima.

Antes de a conhecer, tínhamos escrito o artigo precedente, sobre o mesmo assunto.

Apesar disto nós a publicamos, precisamente por causa da concordância das ideias.
Muitas outras, em vários lugares, foram obtidas no mesmo sentido, o que prova o acordo dos Espíritos a este respeito.
Esta objecção não sendo mais sustentável do que todas as que opõem às relações com os Espíritos, cairá por si.

Será, então o homem tão perfeito que julgue inútil medir suas forças?
E é sua inteligência tão desenvolvida que possa suportar toda a luz?


Quando Moisés trouxe aos hebreus uma lei que os pudesse tirar do estado de escravidão em que viviam e reavivar neles a lembrança de seu Deus, que haviam esquecido, foi obrigado a graduar a luz por sua força de visão e a ciência pela força de sua inteligência.

Porque também não perguntais:
Porque Jesus se permitiu refazer a lei?

Porque disse:
"Moisés vos disse:
Dente por dente, olho por olho, eu vos digo:
fazei o bem aos que vos querem mal;
bendizei aos que vos amaldiçoam;
perdoai aos que vos perseguem".


Porque disse Jesus:
"Moisés disse:
Aquele que quiser deixar sua mulher lhe dê carta de divórcio".
Mas eu vos digo:
"Não separeis o que Deus uniu."

Porquê?

É que Jesus falava a Espíritos mais adiantados que na encarnação em que estavam ao tempo de Moisés.

É que é preciso proporcionar a lição à inteligência do aluno.

É que vós, que perguntais, que duvidais, ainda não chegastes ao ponto em que deveis estar e ainda não sabeis o que sereis um dia.

Porquê?
Mas, então, perguntai a Deus por que criou a erva do campo, da qual o homem civilizado chegou a fazer seu alimento?
Porque fez árvores que só deveriam crescer em certos climas, em certas latitudes, e que o homem chegou a aclimatar por toda a parte?


Moisés disse aos Hebreus:
"Não evoqueis os mortos!"
Como se diz às crianças:
"Não toqueis no fogo!"

Não foi pela evocação que, pouco a pouco, tinha degenerado em idolatria entre os Egípcios, os Caldeus, os Moabitas e todos os povos da antiguidade?

Eles não tinham a força de suportar a ciência, tinham-se queimado, e o Senhor tinha querido preservar alguns homens, a fim de que pudessem servir e perpétuar seu nome e sua fé.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 25, 2012 9:35 am

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Os homens era pervertidos e dispostos às evocações perigosas.
Moisés preveniu o mal.

O progresso deveria ser feito entre os Espíritos, como entre os homens;
mas a evocação ficou conhecida e praticada pelos príncipes da Igreja;
a vaidade, o orgulho são tão velhos quanto a humanidade;
assim, os chefes da sinagoga usavam a evocação e, muitas vezes, usavam-na mal.


Assim, muitas vezes, sobre eles abateu-se a cólera do Senhor.
Eis porque disse Moisés:
"Não evoqueis os mortos."

Mas a mesma proibição prova que a evocação era usual entre o povo e era o povo que ele a proibia.

Deixai, pois, falar os que perguntam porquê?
Abri-lhes a historia do globo, que cobrem com seus passos miúdos, e perguntai-lhes por que, desde tantos séculos acumulados, marcam passo e avançam pouco?


É que sua inteligência não está bastante desenvolvida;
é que a rotina os constringe;
é que querem fechar os olhos mau grado os esforços feitos para lhos abrir.


Perguntai-lhes porque Deus é Deus?
Porque o Sol os ilumina?


Que estudem, que busquem e na história da antiguidade verão por que Deus quis que tal conhecimento em parte desaparecesse, para reviver com mais brilho, quando os Espíritos encarregados de o trazer, tivessem mais força e não vergassem ao seu peso.

Não vos inquieteis, meu amigos, com perguntas ociosas, com objecções sem nexo, que vos fazem.
Fazei sempre o que acabais de fazer:
perguntai e nós vos responderemos com prazer.

A ciência é de quem a busca;
então ela vem se lhe mostrar.

A luz ilumina os que abrem os olhos, mas as trevas se adensam para os que os querem fechar.

Não é aos que perguntam que se há de recusar, mas aos que fazem objecções com o fito único de extinguir a luz ou que não ousam fitá-la.

Coragem, meus amigos, estamos prontos para vos responder todas as vezes que forem necessárias.

Simeão, por Mateus.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty O Livre Arbítrio e Presciência Divina

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 25, 2012 9:35 am

Revista Espírita, outubro de 1863

(Thionville, 5 de janeiro de 1863. - Médium, Sr. doutor R...)
Revista Espírita - 6° Ano - n° 10 – Outubro de 1863 – Edição IDE, Araras

Há uma grande lei que domina todo o Universo, a lei do progresso.

E em virtude dessa lei que o homem, criatura essencialmente imperfeita, deve, como tudo o que existe sobre nosso globo, percorrer todas as fases que o separam da perfeição.

Sem dúvida, Deus sabe quanto tempo cada um porá para chegar ao objectivo;
mas como todo progresso deve resultar de um esforço feito para cumpri-lo, não haveria nenhum mérito se o homem não tivesse a liberdade de tomar tal ou tal caminho.

O verdadeiro mérito, com efeito, não pode resultar senão de um trabalho operado pelo Espírito para vencer uma resistência mais ou menos considerável.

Como cada um ignora um número de existências consagradas por ele para o seu adiantamento moral, ninguém pode nada prejulgar sobre essa grande questão, e é aí sobretudo que brilha de maneira admirável a infinita bondade de nosso Pai celeste que, ao lado do livre arbítrio que nos deixou, no entanto, semeou nosso caminho de mourões indicadores que lhe aclaram os desvios.

E, pois, por um resto de predomínio da matéria que muitos homens se obstinam em permanecerem surdos às advertências que lhes chegam de todos os lados, e preferem estragar, nos prazeres enganadores e efémeros, uma vida que lhes fora concedida para o adiantamento de seu espírito.

Não se poderia, pois, sem blasfemar, afirmar que Deus haja querido a infelicidade de suas criaturas, uma vez que os infelizes expiam sempre, seja uma vida anterior mal empregada, seja a sua recusa de seguir o bom caminho, que então lhe estava claramente indicado.

Depende, pois, de cada um abreviar a prova que deve sofrer, e para isso guias seguros bastante numerosos lhe são concedidos, para que seja inteiramente responsável por sua recusa de seguir seus conselhos;
e ainda neste caso existe um meio certo de abrandar uma punição merecida, dando sinais de um arrependimento sincero, e recorrendo à prece, que não falta nunca de ser atendida, quando é feita com fervor.

O livre arbítrio existe, pois, muito realmente no homem, mas com um guia: a consciência.

Todos vós que tendes acesso ao grande centro da nova ciência, não negligencieis de vos penetrar das eloquentes verdades que ela vos revela, e dos admiráveis princípios que lhe são as consequências;
segui-os fielmente, é aí que brilha sobretudo o vosso livre arbítrio.

Pensai, de uma pane, nas fatais consequências que arrastariam para vós a recusa de seguir o bom caminho, como nas recompensas magníficas que vos esperam, no caso em que obedeçais às instruções dos bons Espíritos;
é aí que brilhará, a seu turno, a presciência divina.

Os homens se esforçam em vão procurando a verdade por todos os meios que crêem ter da ciência;
esta verdade que parece lhes escapar, os costeia sempre, e os cegos não a percebem!

Espíritos sábios de todos os países, aos quais é dado levantar um canto do véu, não negligencieis os meios que vos são oferecidos pela Providência!

Provocai nossas manifestações, fazei aproveitá-las sobretudo vossos irmãos menos aquinhoados do que vós;
inculcar em todos os preceitos que vos chegam do mundo espírita, e tereis muito merecido, porque tereis contribuído para uma grande pane no cumprimento dos desígnios da Providência.

ESPÍRITO FAMILIAR.

§.§.§- O-canto-da-ave
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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Os 10 principais serviços do centro espírita

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 25, 2012 9:36 am

Grupo Espírita Apóstolo Paulo

A Doutrina Espírita, ou Espiritismo, tem como lema a liberdade de expressão.
Assim, não há um órgão centralizador, como ocorre, por exemplo, na Igreja Católica.

Há apenas os princípios básicos que sustentam a Doutrina, ou seja:
a existência de Deus, dos Espíritos, a possibilidade da comunicação com eles, a existência do mundo espiritual, da Lei de causa e efeito e a reencarnação.

Diante disso, cada centro espírita tem a possibilidade de praticar as actividades doutrinárias da maneira que achar melhor.
Colocaremos abaixo 10 das principais funções que devem ser praticadas dentro de um verdadeiro centro espírita.

A prática correcta ou não destas actividades vai variar de acordo com o conhecimento do grupo que dirigir a casa.

E a melhor maneira de sabermos se os trabalhos estão sendo feitos dentro dos preceitos de Allan Kardec é analisarmos os resultados obtidos na orientação e tratamento dos problemas materiais e espirituais dos que buscam ajuda no centro espírita.

Recepção:
aquele que chega pela primeira vez no centro espírita geralmente tem uma série de dúvidas a respeito do funcionamento da casa.

Muitas vezes nem sabe o que irá encontrar ali, haja visto a grande confusão que há na sociedade sobre o que é e o que não é Espiritismo.

Havendo uma recepção, que pode ser uma simples mesa ou uma sala, o indivíduo poderá para lá se dirigir e obter as informações sobre horário de funcionamento da casa, trabalhos desenvolvidos etc.

É necessário que a pessoa responsável pela recepção tenha total conhecimento das actividades da casa e que se mantenha simpática em todos os momentos.
Precisamos lembrar que a recepção é o primeiro contacto do visitante com o centro espírita.
E quase sempre é a primeira impressão que cativará ou afastará o público do grupo.

Palestras:
é o principal trabalho de uma casa espírita (veja exemplos de palestras escritas).

O ser humano só consegue libertar-se de seus vícios morais ou materiais quando se esclarece dos malefícios que os mesmos trazem para sua existência.
É através das palestras que os oradores conseguem levar o conhecimento espiritual existente na Doutrina Espírita.

Porém, por ser uma actividade de maior seriedade, deve ser entregue a pessoas preparadas doutrinariamente e experientes em relação à vida quotidiana.

O assistente precisa sentir no palestrante o que a Doutrina chama de força moral.
Ou seja, que o expositor esteja falando de algo que conhece e pratica.

O tempo destinado à palestra também é importante.
Muito curtas, são superficiais;
compridas, tornam-se exaustivas.


O ideal são palestras que tenham duração de no mínimo 30 minutos e no máximo 40 minutos.
Seu teor deve mesclar os postulados da Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus.

Sempre que possível, relacioná-los com o dia-a-dia da sociedade.
Assim, o ouvinte poderá fazer ligações do que está ouvindo com seus próprios problemas e dúvidas.

Importante:
no momento da palestra, é aconselhável que as demais actividades da casa sejam interrompidas para que todos os trabalhadores e público possam escutá-la.
Lembremos que a palestra será o agente modificador do necessitado e incentivador dos que prestam assistência no núcleo.


Atendimento particular:
chamado em alguns centros espíritas de consulta ou entrevista, este trabalho visa orientar e ajudar espiritualmente pessoas detentoras de problemas mais graves, e quando necessário, submetê-las a um tratamento espiritual.

Em uma sala reservada, um atendente e um auxiliar (trabalhadores experientes da casa) receberão para uma conversa íntima indivíduos desajustados emocionalmente, desesperados, com dificuldades familiares, amorosas, financeiras, desiludidos da vida.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 26, 2012 9:28 am

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A recepcionista da casa se encarregará de preencher uma ficha com os dados básicos do atendido (nome, idade, estado civil, endereço), encaminhando-a aos atendentes.

Estes, após conversarem com a pessoa, farão os demais apontamentos que julgarem necessários para o acompanhamento do caso, como:
estado emocional, religião praticante, se é portador de algum desequilíbrio mental já diagnosticado por médicos, se está sob efeito de remédios, e outras informações que poderão ajudá-los em um possível tratamento espiritual.

Casas que já possuem médiuns devidamente preparados poderão detectar durante a entrevista ou em uma reunião mediúnica se há ou não uma influência espiritual actuando junto ao ser, orientando-o após isso sobre as atitudes a serem tomadas.

Caso contrário, o atendente terá seu trabalho limitado, mas poderá orientar o indivíduo dentro de um posicionamento cristão, ajudando-o a corrigir seus defeitos e encontrar a paz procurada.

Importante:
a) Todas as informações prestadas pelo entrevistado ao atendente serão altamente sigilosas.

As fichas que contém anotações sobre a vida particular da pessoa deverão ficar em um fichário sob a responsabilidade daqueles que participaram da entrevista.

b) Caso haja a utilização de um médium verificando a actividade espiritual ao lado do atendido, possíveis manifestações de Espíritos nunca devem ocorrer na presença do necessitado, para evitar possíveis distúrbios psíquicos ou impressões indesejadas.

Reunião mediúnica:
trata-se de uma reunião íntima onde apenas participam os médiuns (pessoas com maior capacidade de sentir a influência dos Espíritos) da casa e algum trabalhador auxiliar, pois ali muitas vezes serão tratados assuntos que dizem respeito à vida particular de pessoas que buscaram auxílio no centro espírita.

Depois de passarem pela sala de atendimento, e verificado possíveis influências espirituais (obsessão), os casos serão levados às reuniões mediúnicas, ou de desobsessão.

Nestas reuniões, o dirigente da sessão fará o que Allan Kardec denominou de evocação, ou seja:
solicitará a Jesus e aos Espíritos superiores que permitam a manifestação da entidade espiritual que está acompanhando determinado ser.

Ao se manifestar em um dos médiuns presentes, este Espírito receberá o que o Espiritismo chama de doutrinação, que nada mais é do que uma conversa franca e amigável com o Espírito comunicante.

O trabalhador responsável tentará obter do Espírito o que ele deseja ao lado do necessitado e tentará convencê-lo a afastar sua influência, com a ajuda dos Espíritos que dirigem a casa.

A reunião mediúnica também pode servir para que os bons espíritos dêem orientações e para que os sofredores manifestem-se, podendo ser ajudados através da conversa.

Importante:
para conseguirem-se bons resultados na doutrinação dos Espíritos é necessário que médium e doutrinador tenham uma vida moral sadia.

Vícios materiais, como o cigarro, a bebida ou as drogas;
e vícios morais, como o adultério, o orgulho, a sensualidade exagerada e a mentira devem ser combatidos rapidamente por aqueles que se dispõem a trabalhar em nome de Jesus em um centro espírita.

Assim como nas palestras, onde o exemplo moral do palestrante é que tocará o indivíduo que o escuta, na mediunidade o Espírito só será convencido de que precisa se modificar se sentir que quem o está orientando ou dando-lhe passagem está esforçando-se também para isso.

Caso contrário, a evocação dificilmente trará benefícios ao sofredor.

Tratamento espiritual:
todo aquele em que foi diagnosticada uma influência espiritual (obsessão) deverá passar por um tratamento espiritual.

Ele consiste na aplicação de passes semanais, a ingestão de água fluidificada e o acompanhamento das palestras no centro espírita, buscando a análise constante das imperfeições que possibilitaram à má influência instalar-se ao seu lado, tentando melhorar-se moralmente a cada dia.

Este tratamento será complementado nas reuniões mediúnicas, onde os responsáveis pela ajuda continuarão a evocar a entidade perturbadora no sentido de orientá-la a seguir outro caminho.

Assim, actua-se nos dois campos que geram o problema obsessivo:
o obsedado, orientando-o moralmente e auxiliando-o fluidicamente;
e o obsessor, alertando-o de seu estado e encaminhando-o para um melhor estágio espiritual.


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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 26, 2012 9:28 am

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Passes:
os passes são transmissões de fluidos de um ser para outro.

Os fluidos são energias que fazem parte da estrutura material e espiritual dos seres.

Nos centros espíritas é aconselhável que os médiuns passistas tenham uma vida regrada, sem os vícios já citados no item "Reuniões mediúnicas".

Afinal, se seus fluidos estiverem contaminados por maus pensamentos ou atitudes indevidas poderão prejudicar ao invés de auxiliar quem os recebe.

O passe é aplicado apenas com a imposição das mãos do passista sobre a fronte do indivíduo.
Não é necessário tocá-lo.

No momento do passe, o passista busca sintonia com os Espíritos superiores, geralmente através de uma prece feita de pensamento.

Com isso, estes amigos espirituais poderão ajuntar seus fluidos aos fluidos do médium, favorecendo ainda mais quem está recebendo.

A pessoa após o passe irá se sentir fortalecida e mais disposta frente aos problemas por quais passa.

Importante:
o passe é um complemente espiritual, e não a solução.

Para que o indivíduo possa melhorar é necessário que busque constantemente a libertação de suas imperfeições.

Aqueles que buscam a casa espírita apenas para receber o passe devem ser orientados sobre a necessidade do esclarecimento através das palestras e das boas leituras.

Livro de preces:
muitas pessoas que vêm ao centro têm parentes e amigos que não podem acompanhá-los por variados motivos:
doença, viagem, trabalho ou mesmo ignorância sobre o que é a Doutrina Espírita.


Outras há que gostariam que seus entes desencarnados recebessem boas vibrações através de orações feitas no núcleo.
O livro de preces serve para isso.

As pessoas deixam lá os nomes, idade e endereço dos que elas gostariam que fossem beneficiados pela prece.

Um trabalhador da casa pode ficar responsável por anotar os dados, que posteriormente serão levados para a reunião mediúnica.

Assim, em determinada parte do trabalho, será feita uma prece a Jesus e aos bons Espíritos, pedindo que possam interceder junto àqueles que ali estão anotados.

Importante:
sempre que possível, orientar ao público que embora as preces à distância possam levar ajuda, o ideal é a presença da pessoa na casa espírita, onde o amparo será mais directo e os resultados melhores.

Estudo doutrinário:
é indispensável ao bom funcionamento do centro espírita o estudo semanal da Obras Básicas da Doutrina Espírita.

Para os trabalhadores em geral, é aconselhável a leitura de "O Livro dos Espíritos" e de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

Quanto aos que trabalham na mediunidade, a leitura de "O Livro dos Médiuns" torna-se obrigatória para o bom desenvolvimento de suas faculdades.

Se a casa espírita fica sem estudo torna-se presa fácil de Espíritos atrasados que vez por outra tentam atrapalhar o bom andamento dos trabalhos em nome de Jesus.

Conhecendo as Obras Básicas da Doutrina, as orientações de Kardec e os conselhos dos Espíritos superiores os trabalhadores do centro estarão mais atentos para saberem se estão ou não fazendo da casa um núcleo espírita sério.

As obras acessórias que existem no movimento espírita, psicografadas (escritas através de médiuns influenciados por Espíritos) por Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco e tantos outros médiuns de renome também podem ser estudadas, desde que não sejam o alvo principal dos estudos.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 26, 2012 9:29 am

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O trabalhador precisa estudar e revisar constantemente as obras de Kardec para poder separar o joio do trigo existente nas obras acessórias.

Importante:
Para os que estão ingressando ou querendo ingressar nos trabalhos da casa, é importante que o centro tenha um curso para iniciantes.

Há vários cursos deste tipo no movimento espírita, que trazem um resumo da Doutrina e de sua história.

É aconselhável que diferente dos trabalhadores, que devem estudar sempre, os iniciantes tenham um curso de curta duração (no máximo 5 meses, com aulas semanais).

Caso contrário, poderão desanimar antes de conhecerem mais a fundo o Espiritismo.

Se o curso seguir estas dicas, com certeza será um grande auxiliar na captação de novos trabalhadores para o centro.

Assistência material:
a caridade material deve fazer parte de toda casa espírita.

Se ficarmos apenas na teoria, sem colocar "a mão na massa", o centro corre o risco de tornar-se apenas um núcleo de muita conversa e pouco serviço.

Trabalhos assistenciais a serem desenvolvidos não faltam:
visitas a enfermos em hospitais, manicómios, orfanatos, asilos;
distribuição de cestas de alimento, de roupas, de comida;

desenvolvimento de escolas profissionalizantes, cursos de gestantes, e evangelização infantil em favelas e muitas outras formas de auxílio aos carentes do pão material.


Todo trabalhador do centro espírita deve buscar ao menos um tipo de caridade material por semana.

Isso desenvolverá dentro dele o sentimento de compaixão ao próximo, que lhe será muito útil em sua vida, dentro e fora da casa espírita.

Divulgação doutrinária:
a Doutrina Espírita precisa ser bem divulgada para que diminuam as confusões existentes entre ela e cultos espiritualistas ou afro-brasileiros.

Ter uma biblioteca na casa é de extrema importância.
O centro poderá comprar ou receber em doações uma série de livros doutrinários que possam esclarecer o leitor sobre as bases do Espiritismo e do mundo espiritual.

Estas obras devem ser emprestadas ao público que terá cerca de vinte dias para ler e devolvê-la para a casa.
Uma pessoa fica responsável pelo empréstimo e anotação do nome, endereço e telefone do locatário.

Com isso, se caso houver uma demora na devolução, o bibliotecário poderá contactar o leitor e lembrá-lo de devolver a obra para que outras pessoas possam usufruí-la também.

Outra forma importante de divulgação são os folhetos (veja exemplo) ou jornais doutrinários que podem ser confeccionados pelo grupo.

O teor das matérias deve ser o esclarecimento das práticas espíritas, a exposição de temas evangélicos e o comentário de situações e factos do quotidiano à luz da Doutrina Espírita.

Estes veículos de divulgação podem ser entregues aos frequentadores da casa, como também distribuídos nas redondezas do centro espírita, de casa em casa, servindo como propaganda para o núcleo espírita.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Porquê o Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 27, 2012 9:25 am

"Não procures repouso em momentos vazios, inércia simplesmente é começo de angústia."
(Emmanuel)

Todas as religiões são parcelas da verdade.
Todas as religiões
- caminhos para Deus - são bênçãos e luzes da Humanidade para a Humanidade.

Então, indagar-se-á:
Porquê o Espiritismo?

Tentemos esclarecer, porém, que as religiões tradicionais, embora veneráveis, jazem comprometidas com preconceitos de dogmas que, até certo ponto, lhe são necessários à função e à estrutura.

No âmbito delas, a criatura se satisfaz, até que a indagação lhe exija voos para além das constrições impostas pela autoridade humana ou até que a dor estilhace o invólucro de crenças úteis, mas superficiais, no qual se acomoda à estreitezas de vistas.

Desde o século XIX a ciência experimental e filosofia especulativa partiram para novos entendimentos, multiplicando descobertas e invenções que mudaram completamente a face externa dos povos.

Entretanto, por outro lado, o sofrimento e a morte continuam os mesmos.
Impõe-se demonstrarão homem que todos os avanços de que dispõe para senhorear a natureza exterior, não o exoneram do auto conhecimento.

Para conhecer-nos, porém, com o devido proveito, necessitamos de religião que nos integra na responsabilidade de viver e agir, porquanto, sem religião, o homem não passa da condição de animal aperfeiçoado, impelido a cair no mesmo nível dos animais inferiores.

A DOUTRINA ESPÍRITA é aquele Consolador prometido às criaturas pelo Divino Mestre, consagrado a explicar-lhes, em momento oportuno, as verdades eternas;
e, pelas verdades eternas que o Espiritismo nos descortina, sabemos positivamente que não há morte e que a Justiça da Vida funciona acima de tudo, na consciência de cada um.

Deus é amor.
A vida é imperecível.
O espírito é imortal.


A Terra é um dos múltiplos lares da imensidade cósmica.

A Humanidade é só uma família.
Cada criatura é responsável por si e cada um de nós é artífice do próprio destino.
Devemos a nós mesmos o bem ou o mal, a vitória ou a derrota que nos assinalem os dias.

Temos, assim, na DOUTRINA ESPÍRITA, Religião da Sabedoria do Amor, vigentes em quaisquer plagas do Universo, a restabelecer o nosso reencontro com o Evangelho de Jesus.

De posse dela, qualquer de nós está habilitado a acertar, regenerar, construir, melhorar e aperfeiçoar com o bem, onde, como e quando quiser.

Na porta da luz da Nova Revelação, estamos defrontados pela presença renovadora do Cristo de Deus.
Sigamos adiante com Ele e, segundo a promessa d'Ele próprio, o amor guiar-nos-à para a luz e a verdade nos fará livres.

Emmanuel

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty 20 Serviços que o Centro Espírita Faz Por Você

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 27, 2012 9:26 am

André Luiz (espírito)

1. Integra você no conhecimento de sua posição de criatura eterna e responsável diante da vida.

2. Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.

3. Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte, provando que ela não existe.

4. Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinando o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.

5. Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que o instrumento físico nos reflecte as condições ou necessidades do espírito.

6. Tranquiliza você com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente afectos mas também ao desafectos de existências passadas, para a necessária regeneração.

7. Demonstra-lhe que seu principal templo para o culto da Presença Divina é a consciência.

8. Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa.

9. Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do futuro alem da morte.

10. Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.

11. Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.

12. Traça-lhe providencias para o combate ou para a cura da obsessão.

13. Concede o direito da fé raciocinada.

14. Destaca o imperativo da caridade por dever.

15. Auxilia você a revisar e revalorizar os seus conceitos de trabalho e tempo.

16. Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios.

17. Garante-lhe a serenidade e paz diante da calúnia ou da crítica.

18. Ensina você a considerar adversários por instrutores.

19. Explica-lhe que, por maiores que sejam as dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.

20. Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas que ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada um segundo suas obras pessoais.

ESSAS SÃO 20 DAS BÊNÇÃOS QUE O ESPIRITISMO REALIZA EM NOSSO FAVOR.

SERÁ CURIOSO QUE CADA UM PERGUNTE A SI MESMO O QUE ESTAMOS NÓS FAZENDO POR ELE.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Médiuns Curadores

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 27, 2012 9:27 am

Revista Espírita, janeiro de 1864

Um oficial de caçadores, espírita de longa data, e um dos numerosos exemplos de reformas morais que o Espiritismo pode operar, transmite estes detalhes:
"Caro mestre, aproveitamos as longas horas de inverno para nos entregarmos com ardor ao desenvolvimento de nossas faculdades mediúnicas.

A tríade do 4º de caçadores, sempre unido, sempre vivo, inspira-se em seus deveres, e ensaia novos esforços.
Sem dúvida desejais conhecer o objecto de nossos trabalhos, a fim de saber se o campo que cultivamos não é estéril.

Podereis julgá-lo pelos detalhes seguintes.
Desde alguns meses nossos trabalhos tem por objecto o estudo dos fluidos.

Este estudo desenvolveu em nós a mediunidade curadora;
assim, agora a aplicamos com sucesso.

Há alguns dias, uma simples emissão fluídica de cinco minutos com minha mão, bastou para tirar uma nevralgia violenta.

"Há vinte anos a Sra. P. estava afectada por uma hiperestesia aguda ou exagerada sensibilidade da pele, moléstia que há quinze anos a retinha no quarto.
Mora numa pequena cidade vizinha, e tendo ouvido falar de nosso grupo espírita, veio buscar alívio junto de nós.

Ao cabo de trinta e cinco dias partiu, completamente curada.
Durante esse tempo recebeu diariamente um quarto de hora de emissão fluídica, com o concurso de nossos guias espirituais.

"Ao mesmo tempo estendíamos os nossos cuidados a um epiléptico, ferido por esse mal há vinte e sete anos.
As crises se repetiam quase todas as noites, durante as quais a mãe passava longas horas à sua cabeceira.

Trinta e cinco dias bastaram para essa cura importante, e aquela mãe estava feliz, levando o filho radicalmente curado!

Nós nos revezávamos os três de oito em oito dias.
Para a emissão do fluido ora colocávamos a mão no vazio do estômago do doente, ora sobre a nuca, na raiz do pescoço.

Cada dia o doente podia constatar a melhora;
nós mesmos, após a evocação e no recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós e escapar-se dos dedos estirados e do braço distendido para o corpo do paciente que tratávamos.

"Neste momento damos os nossos cuidados a um segundo epiléptico.
Desta vez a moléstia talvez seja mais rebelde, por ser hereditária.

O pai deixou nos quatro filhos o germe desta afecção.
Enfim, com a ajuda de Deus e dos bons Espíritos, esperamos reduzi-la nos quatro.

"Caro mestre, reclamamos o socorro de vossas preces e das dos irmãos de Paris.
Esse auxílio será para nós um encorajamento e um estimulante aos nossos esforços.

Depois, vossos bons Espíritos podem vir em nosso auxílio, tornar o tratamento mais salutar e abreviar a sua duração.

"Não aceitamos como recompensa, como podeis compreender, e ela deve ser bastante, senão a satisfação de ter feito o nosso dever e ter obedecido no impulso dos bons Espíritos.

O verdadeiro amor do próximo trás consigo uma alegria sem mescla e deixa em nós algo de luminoso, que encanta e eleva a alma.
Assim, procuramos, tanto quanto nos permitem nossas imperfeições, compenetrarmo-nos dos deveres do verdadeiro espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.

"O Sr. A. de L. deve trazer-nos o seu cunhado que tem Espírito malévolo que o subjuga há dois anos.
Nosso guia espiritual, Lamennais, nos encarrega do tratamento desta rebelde obsessão.

Deus nos dará também o poder de expulsar os demónios?
Se assim fosse, teríamos que nos humilhar ante tão grande favor, em vez de nos orgulharmos.

Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorarmos, para testemunhar o nosso reconhecimento e para não perdermos dons tão preciosos?

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 28, 2012 9:42 am

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Lida esta carta tão interessante na Sociedade Espírita de Paris, na sessão de 18 de dezembro último, um dos nossos bons médiuns obteve espontaneamente as duas comunicações seguintes:

"Existindo no homem a vontade em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas tanto serviu para curar, quanto para aliviar.
É lamentável ser obrigado a constatar que, também, foi fonte de muitos males, mas é uma das consequências do abuso que, muitas vezes, o ser faz do livre arbítrio.

A vontade tanto desenvolve o fluido animal quanto o espiritual, porque, todos sabeis agora, há vários géneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal, e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro.

Um outro género de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.

"A vontade muitas vezes foi mal compreendida.
Em geral o que magnetiza não pensa senão em desdobrar sua força fluídica, derramar seu próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados, sem se ocupar se há ou não uma Providência interessada no caso tanto ou mais que ele.

Agindo só não pode obter senão o que a sua força, sozinha, pode produzir;
ao passo que os médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus, e a reconhecer que, por si-mesmos, nada podem.

Fazem, por isto mesmo, um acto de humildade, de abnegação.
Então, confessando-se fracos por si mesmos, em sua solicitude, Deus lhes envia poderosos socorros, que o primeiro não pode obter, por se julgar suficiente para o empreendimento.

Deus sempre recompensa o humilde sincero, elevando-o ao passo que rebaixa o orgulhoso.

Esse socorro que envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente.

Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium.

Ao passo que o magnetizador ordinário se esgota, por vezes, em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluído regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos.

Mas esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção."

Mesmer (Médium, Sr. Alberto)

"Uma palavra sobre os médiuns curadores, dos quais acabais de falar.

Estão todos nas mais louváveis disposições;
tem a fé que levanta montanhas, o desinteresse que purifica os actos da vida e a humildade que os santifica.

Que perseverem na obra de beneficência, que empreenderam;
que se lembrem bem que aquele que pratica as leis sagradas que o Espiritismo ensina, aproxima-se constantemente do Criador.


Que, ao empregarem sua faculdade, a prece, que é a vontade mais forte, seja sempre o seu guia, seu ponto de apoio.

Em toda a sua existência, o Cristo vos deu a mais irrecusável prova da vontade mais firme;
mas era a vontade do bem e não a do orgulho.

Quando, por vezes, dizia eu quero, a palavra estava cheia de unção; seus apóstolos, que o cercavam, sentiam abrir-se o coração a esta palavra.

A doçura constante do Cristo, sua submissão à vontade de seu Pai, sua perfeita abnegação, são os mais belos modelos da vontade que se possa propor para exemplo."

Paulo, apóstolo (Médium: Sr. Alberto)

Algumas explicações facilmente darão a compreender o que se passa nesta circunstância.
Sabe-se que o fluido magnético ordinário pode dar a certas substâncias propriedades particulares activas.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 28, 2012 9:43 am

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Neste caso, age de certo modo como agente químico, modificando o estado molecular dos corpos;
não há, pois, nada de admirar que possa modificar o estado de certos órgãos;

mas compreende, igualmente, que sua acção, mais ou menos salutar, deve depender de sua qualidade;
daí as expressões "bom ou mau fluido;
fluido agradável ou penoso."


Na acção magnética propriamente dita, é o fluido pessoal do magnetizador que é transmitido, e esse fluido, que não é senão o perispírito, sabe-se que participa sempre, mais ou menos, das qualidades materiais do corpo, ao mesmo tempo que sofre a influência moral do Espírito.

É, pois, impossível que o fluido próprio de um encarnado seja de uma pureza absoluta, razão por que sua acção curativa é lenta, por vezes nula, outras vezes nociva, porque transmite ao doente princípios mórbidos.

Desde que um fluido seja bastante abundante e enérgico para produzir efeitos instantâneos de sono, de catalepsia, de atracção ou de repulsão, absolutamente não se segue que tenha as necessárias qualidades para curar;
é a força que derruba, mas não o bálsamo que suaviza e restaura.

Assim, há Espíritos desencarnados de ordem inferior, cujo fluido pode ser mesmo muito maléfico, o que os espíritas a cada passo tem ocasião de contactar.

Só nos Espíritos superiores o fluido perispiritual está despojado de todas as impurezas da matéria.
Está, de certo modo, quintessenciada.

Sua acção, por conseguinte, deve ser mais salutar e mais pronta;
é o fluido benfazejo por excelência.

E desde que não pode ser encontrado entre os encarnados, nem entre os desencarnados vulgares, então é preciso pedi-lo aos Espíritos elevados, como se vai procurar em terra distantes os remédios que se não encontram na própria.

O médium curador emite pouco de seu fluido;
sente a corrente do fluido estranho que o penetra e ao qual serve de condutor;

é com esse fluido que magnetiza, e aí está o que caracteriza o magnetismo espiritual e o distingue do magnetismo animal:
um vem do homem, o outro, dos, Espíritos.


Como se vê, aí nada de maravilhoso, mas um fenómeno resultante de uma lei da natureza que se não conhecia.

Para curar pela terapéutica ordinária não bastam os primeiros medicamentos que surgem;
são precisos puros, não avariados ou adulterados, e convenientemente preparados.

Pela mesma razão, para curar pela acção fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis;
desde que esses fluidos benéficos são dos Espíritos superiores, então é o concurso deles que é preciso obter.

Por isto a prece e a invocação são necessárias.

Mas para orar e, sobretudo, orar com fervor, é preciso fé.
Para que a prece seja escutada, é preciso que seja feita com humildade e dilatada por um real sentimento de benevolência e de caridade.

Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse.
Sem estas condições o magnetizador, privado da assistência dos bons Espíritos, fica reduzido às suas próprias forças, por vezes insuficientes, ao passo que com o concurso deles, elas podem ser centuplicadas em poder e em eficácia.

Mas não há licor, por mais puro que seja, que não se altere ao passar por um vaso impuro;
assim com o fluido dos Espíritos superiores, ao passar pelos encarnados.

Daí, para os médiuns nos quais se revela essa preciosa faculdade, e que querem vê-la crescer e não se perder, a necessidade de trabalhar o seu melhoramento moral.

Entre o magnetizador e o médium curador há, pois, esta diferença capital, que o primeiro magnetiza com o seu próprio fluido, e o segundo com o fluido depurado dos Espíritos.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 28, 2012 9:43 am

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De onde se segue que estes últimos dão o seu concurso a quem querem e quando querem;
que podem recusá-lo e, consequentemente, tirar a faculdade aquele que dela abusasse ou a desviasse de seu fim humanitário e caridoso, para dela fazer comércio.

Quando Jesus disse aos apóstolos:
"Ide! expulsai os demónios, curai os doentes", acrescentou:
"Daí de graça o que de graça recebestes."

Os médiuns curadores tendem a multiplicar-se, como anunciaram os Espíritos, isto em vista de propagar o Espiritismo, pela impressão que esta nova ordem de fenómenos não deixará de produzir nas massas, porque não há quem não ligue para a sua saúde, mesmo os incrédulos.

Assim, então, quando virem obter por meio do Espiritismo o que a ciência não pode dar, hão de convir que há uma força fora do nosso mundo.

Assim a ciência será conduzida a sair da via exclusivamente material, em que ficou até hoje;
quando os magnetizadores antiespiritualistas ou antiespíritas virem que existe um magnetismo mais poderoso que o seu, serão forçados a remontar à verdadeira causa.

Contudo, importa premunir-se contra o charlatanismo, que não deixará de tentar explorar em proveito próprio esta nova faculdade.

Há para isto um meio simples:
lembrar-se que não há charlatanismo desinteressado, e que o desinteresse absoluto, material e moral, é a melhor garantia de sinceridade.

Se há uma faculdade dada por Deus com esse objectivo santo, sem a menor dúvida é esta, pois que exige imperiosamente o concurso dos Espíritos superiores, e este não pode ser adquirido pelo charlatanismo.

É para que se fique bem edificado quanto a natureza toda especial desta faculdade que descrevemos com alguns detalhes.

Conquanto tenhamos podido constatar-lhe a existência por factos autênticos, muitos dos quais passados aos nossos olhos, pode dizer-se que ainda é rara, e que só existe parcialmente nos médiuns que a possuem, quer por não terem todas as qualidades requeridas para a sua posse em toda a plenitude, quer por estar ainda em começo.

Eis por que até hoje os factos não tiveram muita repercussão;
mas não tardarão a tomar desenvolvimentos de natureza a chamar a atenção geral.

Daqui a poucos anos ela se revelará nalgumas pessoas predestinadas para isto, com uma força que triunfará de muitas obstinações.
Mas não são os únicos factos que o futuro nos reserva, e pelos quais Deus confundirá os orgulhosos e os convencerá de sua impotência.

Os médiuns curadores são um dos mil meios providenciais para atingir este objectivo e apressar o triunfo do Espiritismo.

Compreende-se facilmente que esta qualificação não pode ser dada aos médiuns escreventes, que recebem receitas médicas de certos Espíritos.

Não encaramos a mediunidade curadora senão de ponto de vista fenoménico e como meio de propagação, mas não como recurso habitual.

Em próximo artigo trataremos de sua possível aliança com a medicina e o magnetismo ordinários.

§.§.§- O-canto-da-ave
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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Estudos sobre reencarnação

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 29, 2012 10:26 am

I - Limites da reencarnação.

A reencarnação é necessária enquanto a matéria domina o Espírito;
mas do momento em que o Espírito encarnado chegou a dominar a matéria e anular os efeitos de sua reação sobre o moral, a reencarnação não tem mais nenhuma utilidade nem razão de ser.

Com efeito, o corpo é necessário ao Espírito para o trabalho progressivo até que, tendo chegado a manejar esse instrumento à sua maneira, a lhe imprimir a sua vontade, o trabalho está realizado.

É-lhe preciso, então, um outro campo para a sua caminhada, para o seu adiantamento no infinito;
lhe é preciso um outro círculo de estudos onde a matéria grosseira das esferas inferiores seja desconhecida.

Tendo sobre a Terra, ou em globos análogos, depurado e experimentado suas sensações, está maduro para a vida espiritual e seus estudos.

Tendo se elevado acima de todas as sensações corpóreas, não tem mais nenhum desses desejos ou necessidades inerentes à corporeidade:
ele é Espírito e vive pelas sensações espirituais que são infinitamente mais deliciosas do que as mais agradáveis sensações corpóreas.

II - A reencarnação e as aspirações do homem.

As aspirações da alma ocasionam a sua realização, e esta realização se cumpre na reencarnação enquanto o Espírito está no trabalho material;
eu me explico.

Tomemos o Espírito em seu início na carreira humana;
estúpido e bruto, sente, no entanto, a centelha divina nele, uma vez que adora um Deus, que ele materializa segundo a sua materialidade.

Nesse ser, ainda vizinho do animal, há uma aspiração instintiva, quase inconsciente, rumo a um estado menos inferior.

Começa por desejar satisfazer seus apetites materiais, e inveja aqueles que vê num estado melhor do que o seu;
também, numa encarnação seguinte, ele mesmo escolhe, ou antes, é arrastado a um corpo mais aperfeiçoado;

e sempre, em cada uma de suas existências, deseja uma melhoria material;
não se achando jamais feliz, quer sempre subir, porque a aspiração à felicidade é a grande alavanca do progresso.


À medida que suas sensações corpóreas se tornam maiores, mais refinadas, suas sensações espirituais despertam e crescem também.
Então o trabalho moral começa, e a depuração da alma se une à aspiração do corpo para chegar ao estado superior.

Esse estado de igualdade das aspirações materiais e espirituais não é de longa duração;
logo o Espírito se eleva acima da matéria, e suas sensações não podem ser satisfeitas por ela;
é-lhe preciso mais;

lhe é preciso o melhor;
mas aí o corpo, tendo sido levado à sua perfeição sensitiva, não pode seguir o Espírito, que então o domina e dele se desliga cada vez mais, como um instrumento inútil.


Volta todos os seus desejos, todas as suas aspirações, para um estado superior;
sente que as necessidades corpóreas, que lhe eram um objecto de felicidade em suas satisfações, não são mais do que uma tortura, um rebaixamento, do que uma triste necessidade da qual aspira se libertar para gozar, sem entraves, de todas as felicidades espirituais que ele pressente.

III - Acção dos fluidos na reencarnação.

Sendo os fluidos os agentes que colocam em movimento o nosso aparelho corpóreo, são eles também que são os elementos de nossas aspirações, porque há fluidos corpóreos e fluidos espirituais, que todos tendem a se elevarem e se unirem aos fluidos da mesma natureza.

Esses fluidos compõem o corpo espiritual do Espírito que, no estado encarnado, age por eles sobre a máquina humana que está encarregado de aperfeiçoar, porque tudo é trabalho na criação, tudo concorre para o adiantamento geral.

O Espírito tem seu livre arbítrio, e procura sempre o que lhe é agradável e o satisfaz.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 29, 2012 10:26 am

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Se é um Espírito inferior e material, procura suas satisfações na materialidade, e então dará um impulso aos seus fluidos corpóreos que dominarão, mas tenderão sempre a crescer e a se elevar materialmente;
portanto, as aspirações desse encarnado são materiais, e, retornado ao estado de Espírito, procurará uma nova encarnação onde satisfará as suas necessidades e seus desejos materiais;

porque, notai bem, a aspiração corpórea não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito.


Ela será solicitada por seus fluidos que deixou se materializarem;
e como no acto da reencarnação os fluidos agem para atrair o Espírito ao corpo que foi formado, houve, pois, atracção e união dos fluidos, a reencarnação se opera em condições que darão satisfação às aspirações de sua existência precedente.

Ocorre o mesmo com os fluidos espirituais com os fluidos materiais, se são eles que dominam;
mas então, quando o espiritual se sobrepôs sobre o material, o Espírito, que julga diferentemente, escolhe ou é atraído por simpatias diferentes;

como lhe é necessária a depuração, e que não é senão pelo trabalho que a alcança, as encarnações escolhidas são mais penosas para ele, porque, depois de haver dado a supremacia à matéria e aos seus fluidos, lhe é necessário constrangê-la, lutar com ela e dominá-la.


Daí essas existências tão dolorosas e que parecem, frequentemente, tão injustas, infligidas a Espíritos bons e inteligentes.

Aqueles fazem sua última etapa corpórea e entram, saindo deste mundo, nas esferas superiores onde suas aspirações superiores acharão a sua realização.

IV - As afeições terrestres e a reencarnação.

O dogma da reencarnação indefinida encontra oposições no coração do encarnado que ama, porque em presença dessa infinidade de existências, produzindo cada uma delas novos laços, pergunta-se com medo o que se tornam as afeições particulares, e se elas não se fundem num único amor geral, o que destruiria a persistência da afeição individual.

Pergunta-se se essa afeição individual não é somente um meio de adiantamento, e então o desencorajamento se insinua em sua alma, porque a verdadeira afeição sente a necessidade de um amor eterno, sentindo que não se deixará jamais de amar.

O pensamento de milhares dessas afeições idênticas lhe parece uma impossibilidade, mesmo admitindo faculdades maiores para o amor.

O encarnado que estuda seriamente o Espiritismo, sem tomar partido por um sistema antes que por um outro, se encontra arrastado para a reencarnação pela justiça que decorre do progresso e do adiantamento do Espírito em cada nova existência;
mas quando o estuda do ponto de vista das afeições do coração, duvida e se atemoriza apesar dele.

Não podendo colocar de acordo esses dois sentimentos, se diz que ali ainda tem um véu a levantar, e seu pensamento nesse trabalho atrai as luzes dos Espíritos para concordar seu coração e sua razão.

Eu disse precedentemente:
a encarnação se detém lá onde a materialidade é anulada.

Mostrei como o progresso material havia de início refinado as sensações corpóreas do Espírito encarnado;
como o progresso espiritual, tendo vindo em seguida, havia contrabalançado a influência da matéria, depois a havia, enfim, subordinado à sua vontade, e, que chegado a esse grau de domínio espiritual, a corporeidade não tinha mais razão de ser, o trabalho estando realizado.

Examinemos agora a questão da afeição sob esses dois aspectos, material e espiritual.

De início, o que é a afeição, o amor?

Ainda a atracção fluídica atraindo dois seres um para o outro, e unindo-os num mesmo sentimento.
Essa atracção pode ser de duas naturezas diferentes, uma vez que os fluidos são de duas naturezas.

Mas para que a afeição persista eternamente, é preciso que ela seja espiritual e desinteressada;
é preciso a abnegação, o devotamento, e que nenhum sentimento pessoal seja o móvel desse arrastamento simpático.

Do momento em que haja, nesse sentimento, personalidade, há materialidade;
ora, nenhuma afeição material persiste nos domínios do Espírito.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 29, 2012 10:27 am

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Portanto, toda afeição que não seja senão o resultado do instinto animal ou do egoísmo, se destrói à morte terrestre.
Também, que seres supostamente amados são esquecidos depois de pouco tempo de separação!

Vós os haveis amado por vós e não por eles, aqueles que não são mais, uma vez que os esquecestes e substituístes;
procurastes a consolação no esquecimento;
eles se vos tornam indiferentes, porque não tendes mais amor.


Contemplai a Humanidade, e vede o quanto há pouca afeição verdadeira sobre a Terra!

Também não se deve tanto se amedrontar com a multiplicidade das afeições contraídas nesse mundo;
elas são em minoria relativa, mas existem, e as que são reais persistem e se perpetuam sob todas as formas, sobre a Terra, de início, depois continuam no estado de Espírito numa amizade ou um amor inalterável, que não faz senão crescer em se elevando mais.

Vamos estudar esta verdadeira afeição: a afeição espiritual.

A afeição espiritual tem por base a afinidade fluídica espiritual, que, agindo sozinha, determina a simpatia.
Quando ocorre assim, é a alma que ama a alma, e essa afeição não toma força senão pela manifestação dos sentimentos da alma.

Dois Espíritos unidos espiritualmente se procuram e tendem sempre a se aproximarem;
seus fluidos são atractivos.

Que estejam num mesmo globo, serão levados um para o outro;
que estejam separados pela morte terrestre, seus pensamentos se unirão na lembrança, e a união se fará na liberdade do sono;

e quando a hora de uma nova encarnação soar para um deles, procurará se aproximar de seu amigo entrando nisso que é sua filiação material, e fá-lo-á com tanto mais facilidade quanto seus fluidos peri-espirituais materiais encontrarem afinidade na matéria corpórea dos encarnados que deram a luz ao novo ser.


Dai um novo aumento da afeição, uma nova manifestação do amor.
Tal Espírito amigo vos amou como pai, vos amará como filho, como irmão ou como amigo, e cada um desses laços aumentará de encarnação em encarnação, e se perpetuará de maneira inalterável quando, vosso trabalho estando feito, vivereis da vida do Espírito.

Mas essa verdadeira afeição não é comum sobre a Terra, e a matéria vem retardá-la, anulando-lhe os efeitos, segundo ela domine o Espírito.

A verdadeira amizade, o verdadeiro amor sendo espiritual, tudo o que se relaciona com a matéria não é de sua natureza, nem concorre em nada para a identificação espiritual.

A afinidade persiste, mas fica no estado latente até que o fluido espiritual se sobrepondo, o progresso simpático se efectue de novo.

Para me resumir, a afeição espiritual é a única resistência no domínio do Espírito;
sobre a Terra e nas esferas de trabalho corpóreo, ela concorre para o adiantamento moral do Espírito encarnado que, sob a influência simpática, cumpre milagres de abnegação e de devotamento pelos seres amados.

Aqui, nas moradas celestes, ela é a satisfação completa de todas as aspirações, e a maior felicidade que o Espírito possa sentir.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 30, 2012 10:27 am

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V - O progresso entravado pela reencarnação indefinida.

Até aqui a reencarnação foi admitida de um modo muito prolongado;
não se pensou senão nessa prolongação da corporeidade, embora cada vez menos material, ocasionando, no entanto, necessidades que deviam entravar o voo do Espírito.

Com efeito, admitindo a persistência da geração nos mundos superiores, atribui-se ao Espírito encarnado necessidades corpóreas, dão-lhe deveres e ocupações ainda materiais que constrangem e detém o impulso dos estudos espirituais.

Que necessidade desses entraves?
O Espírito não pode gozar as felicidades do amor sem sofrer as enfermidades corpóreas?


Sobre a própria Terra, esse sentimento existe por si mesmo, independente da parte material de nosso ser;
os exemplos, embora sejam raros, estão aí, suficientes para provar que deve ser sentido mais geralmente entre os seres mais espiritualizados.

A reencarnação ocasiona a união dos corpos, o amor puro somente a união das almas.
Os Espíritos se unem segundo suas afeições começadas nos mundos inferiores, e trabalham juntos para o seu adiantamento espiritual.

Eles têm uma organização fluídica muito diferente daquela que era a consequência de seu aparelho corpóreo, e seus trabalhos se exercem sobre os fluidos e não sobre os objectos materiais.

Vão em esferas que, também elas, cumpriram seu período material, em esferas cujo trabalho humano levou a desmaterialização, e que, chegados ao apogeu de seu aperfeiçoamento, também passaram por uma transformação superior, que os torna próprios para sofrer outras modificações, mas num sentido todo fluídico.

Compreendeis, desde hoje a força imensa do fluido, força que não podeis senão constatar, mas que não vedes nem apalpais.

Num estado menos pesado do que aquele em que estais, teríeis outros meios de ver, de tocar, de trabalhar esse fluido que é o grande agente da vida universal.

Porque, pois, o Espírito teria ainda necessidade de um corpo que está fora das apreciações corpóreas?

Dir-me-eis que esse corpo está em relação com os novos trabalhos que o Espírito terá que cumprir;
mas uma vez que esses trabalhos serão todo fluídicos e espirituais nas esferas superiores, por que dar-lhe o embaraço das necessidades corpóreas, porque a reencarnação ocasiona sempre, como eu o disse, geração e alimentação, quer dizer, necessidade da matéria a satisfazer, e, em compensação, entraves para o Espírito.

Compreendeis que o Espírito deve ser livre em seu vôo para o infinito;
compreendeis que tendo saído dos cueiros da matéria, ele aspira, como a criança, a caminhar e correr sem ser contido pelas andadeiras maternas, e que essas primeiras necessidades da primeira educação da criança são supérfluas para a criança crescida, e insuportáveis ao adolescente.

Não desejeis, pois, permanecer na infância;
considerai-vos como alunos fazendo seus últimos estudos escolares, e se dispondo a entrar no mundo, e a ter nele seu lugar, e a começar os trabalhos de um outro género que seus estudos preliminares terão facilitado.

O Espiritismo é a alavanca que levantará de um pulo ao estado espiritual todo encarnado que, querendo bem compreendê-lo e pôr-lo em prática, se ligará em dominar a matéria, a dela se tornar senhor, a aniquilá-la;
todo Espírito de boa vontade pode se colocar em estado de passar, deixando este mundo, ao estado espiritual sem retorno terrestre;
somente, lhe é preciso a fé ou vontade activa.


O Espiritismo a dá a todos aqueles que querem compreendê-lo em seu sentido moralizador.

(Um espírito protector do médium)

Nota.
- Esta comunicação não leva outra assinatura senão esta acima, o que prova que não há necessidade de haver tido um nome célebre sobre a Terra para ditar boas coisas.

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Re: O que é a Doutrina

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 30, 2012 10:27 am

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Resumo:
A vida do Espírito, considerada do ponto de vista do progresso, apresenta três períodos principais, a saber:

1º- O período material onde a influência da matéria domina a do Espírito;
é o estado dos homens dados às paixões brutais e carnais, à sensualidade;
cujas aspirações são exclusivamente terrestres, que são apegados aos bens temporais, ou refractários às ideias espiritualistas.

2º - O período de equilíbrio;
aquele em que as influências da matéria e do Espírito se exercem simultaneamente;
onde o homem, embora submetido às necessidades materiais, pressente e compreende o estado espiritual;
onde ele trabalha para sair do estado corpóreo.

Nesses dois períodos o Espírito está submetido à reencarnação, que se cumpre nos mundos inferiores e medianos.

3º - O período espiritual aquele em que o Espírito, tendo dominado completamente a matéria, não tem mais necessidade da encarnação nem do trabalho material, seu trabalho é todo espiritual;
é o estado dos Espíritos nos mundos superiores.

A facilidade com a qual certas pessoas aceitam as ideias espíritas, das quais parecem ter a intuição, indica que pertencem ao segundo período;
mas entre estas e as outras há uma multidão de graus que o Espírito atravessa tanto mais rapidamente quanto mais próximo estiver do período espiritual;

é assim que, de um mundo material como a Terra, ele pode ir habitar um mundo superior, como Júpiter, por exemplo, se seu adiantamento moral e espiritual for suficiente para dispensá-lo de passar pelos graus intermediários.


Depende, pois, do homem deixar a Terra sem retorno, como mundo de expiação e de prova para ele, ou não retornar a ela senão em missão.

(Sociedade Espírita de Paris. Médium, senhorita A. C.)
Publicado na Revista Espírita - Jornal de Estudos Psiclógicos - 7º ano - Nº 1 - Janeiro de 1864
1ª Edição - 1995 - Instituto de Difusão Espírita

(Revista Espírita, fevereiro de 1864)

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O que é a Doutrina - Página 28 Empty Controle Universal dos Espíritos

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 30, 2012 10:29 am

Revista Espírita, abril de 1864

Já abordamos esta questão em nosso ultimo número, a propósito de um artigo especial – da perfeição dos seres criados.

Mas ela é de tal importância, tem consequências de tal magnitude para o futuro do Espiritismo, que julgamos dever tratá-lo de modo mais completo.

Se a Doutrina Espírita fosse uma concepção puramente humana, não teria como garantia senão as luzes de quem a tivesse concebida.
Ora, ninguém aqui poderia ter a pretensão fundada de possuir, ele só, a verdade absoluta.

Se os Espíritos que a revelaram se tivessem manifestado a um só homem, nada garantiria a sua origem, pois seria preciso crer sob palavra naquele que dissesse ter recebido seu ensino.

Admitindo de sua parte uma perfeita sinceridade, ao menos poderia convencer as pessoas de seu ambiente.
Poderia ter sectários, mas não conseguiria jamais atrair todo o mundo.

Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por uma via mais rápida e mais autêntica.
Eis por que encarregou os Espíritos de a levar de um a outro polo, manifestando-se por toda parte, sem dar a ninguém o privilégio exclusivo de ouvir a sua palavra.

Um homem pode ser enganado, pode mesmo enganar-se.

Assim não poderia ser quando milhões de homens vêem e ouvem a mesma coisa:
é uma garantia para cada um e para todos.

Aliás pode fazer-se um homem desaparecer, mas não desaparecem as massas.
Podem queimar-se os livros, mas não os Espíritos.

Ora, se queimassem todos os livros, a fonte da doutrina não seria emudecida, por isso que não está na terra:
surge por toda a parte e cada um pode aproveitá-la.

Em falta de homens para a espalhar, haverá sempre Espíritos que atingem todo o mundo e ninguém os pode atingir.

Na realidade, são os próprios Espíritos que fazem a propaganda, auxiliados por inumeráveis médiuns que suscitam por todos os lados.

Se tivessem tido um intérprete único, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo seria apenas conhecido.
Esse mesmo intérprete, fosse de que classe fosse, teria sido objecto de prevenções por parte de muita gente.

Nem todas as nações o teriam aceitado, ao passo que os Espíritos se comunicam por toda a parte, a todos os povos, a todas as seitas e partidos, sendo aceites por todos.

O Espiritismo não tem nacionalidade.
Está por fora de todos os cultos particulares, não é imposto por nenhuma classe da sociedade, pois cada um pode receber instruções de parentes e amigos de além túmulo.

Era preciso que assim fosse, para que pudesse chamar todos os homens à fraternidade.
Se, não tivesse colocado em terreno neutro, teria mantido dissensões, em vez de as apaziguar.

Essa universalidade do ensino dos Espíritos constitui a força do Espiritismo.
Aí, também, está a causa de sua propagação tão rápida.

Ao passo que a voz de um só homem, mesmo com o auxílio da imprensa, teria levado séculos antes de chegar a todos os ouvidos, eis que milhares de vozes se fazem ouvir simultaneamente em todos os pontos da terra, para proclamar os mesmos princípios, e os transmitir aos mais ignorantes, como aos mais sábios, a fim de que ninguém fique deserdado.

É uma vantagem de que não gozou nenhuma das doutrinas até hoje aparecidas.

Se, pois, o Espiritismo é uma verdade, nem teme a má vontade dos homens, nem as revoluções morais, nem os desmoronamentos físicos do globo, porque nenhuma dessas coisas podem atingir os Espíritos.

Mas se não é a única vantagem resultante desta posição excepcional, o Espiritismo aí encontra uma omnipotente garantia contra os cismas que poderiam suscitar, pela ambição de uns, ou pelas contradições de certos Espíritas.

Seguramente essas contradições são com escolho, mas que leva em si o remédio ao lado do mal.

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