LUZ ESPÍRITA
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Estudos Avançados Espíritas

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Caridade: Fonte de Luz e Amor

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 08, 2011 11:22 pm

Joanira Necas Soares

Chegou dezembro, as cidades brilham e rebrilham, centenas de milhares de lâmpadas são acesas para enfeitar os lares, as lojas, as ruas, as praças...

É Natal, um sentimento novo invade a alma humana.

Sonha-se com presentes, cestas básicas, visitas a asilos, creches, hospitais, internatos e muitos desses sonhos se tornam reais.

A vida pulsa num novo ritmo, há um clima de solidariedade no ar.

Além dos vínculos afectivos estreitados entre os familiares consanguíneos, se estabelecem nesta época do ano muitos laços do Amor Universal e dessas acções muitas se perpetuam pelo resto de vida.

Alguém prova o sabor da beneficência e descobre o valor incondicional da caridade.
Semelhante cooperação é fundamento inalienável do Bem.

Nesses tempos natalinos várias expressões de beneficência surgem como impositivo do amor.

Que lindo!
Muito louvável qualquer acção benéfica que valorize a vida do semelhante, que alivie a fome, o abandono, a falta de remédio aos doentes, as dificuldades financeiras em que vivem um número expressivo de instituições de caridade, porém, caridade real é somente aquela acção que se amplia em nossas vidas como transfusão de amor de coração para coração.

É aquela acção que nos integra à grande família humana, nos interligando aos nossos protegidos em amor e convivência.

A caridade pode se manifestar como instinto de solidariedade e progredir à medida que se dilata a compreensão e se aperfeiçoa o sentimento.

Quando se aloja no território íntimo de nossas almas, não se liga mais a conveniências, épocas natalinas ou oportunidades, alcança processos humanos inimagináveis e representa, dessa forma, os objectivos superiores da vida, integrando o ser humano em comunhão plena com a Luz Maior que verte do Criador.

O optimismo momentâneo do natal é bem vindo num mundo que ainda sofre de falta de amor e de necessidades básicas, no entanto que bom será quando nós, habitantes deste Planeta, vivermos na expressão verdadeira do bem um natal permanente em nossas vidas, aí atenderemos de facto ao que prenunciou nosso insigne codificador, Allan Kardec:
"Fora da caridade não há salvação".

(Jornal Verdade e Luz Nº 179 de Dezembro de 2000)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Capacidade psíquica

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 09, 2011 11:32 pm

Domério de Oliveira

Todos nós, na escala animal, temos uma determinada capacidade psíquica.

Na esfera da capacidade psíquica, situa-se a intuição que é património do nosso Espírito e que nos possibilita fazermos um juízo de pressentimento ou de presságio.

A intuição é aquela pancadinha que bate lá dentro de nós e que nos faz perceber as coisas antecipadamente.

Às vezes, ouvimos ou percebemos antes de vermos.
Na nossa existência quotidiana, quantas coisas que se nos antolham e depois chegam a se consumar.

Por exemplo, pensamos em alguém e, poucos minutos depois, toca o telefone e é justamente aquela pessoa em que estávamos pensando.

Ao dirigirmos nosso carro, assoma-nos um pensamento repentino para mudarmos de pista e logo descobrimos que havia um acidente na pista em que nos encontrávamos.

Quantas vezes pensamos em uma música e, logo depois ao ligarmos o rádio iremos ouvir aquela mesma música.

Podemos dizer que a intuição faz parte do nosso sexto sentido.

Em Grego, a palavra "Psíquico" quer dizer "da Alma".
Quando utilizamos nossa capacidade psíquica, estamos nos sintonizando com a energia da nossa Alma.

Sim, meus amigos, quando crianças, temos mais capacidade psíquica do que quando adultos, isso porque nosso Espírito não se encontra, ainda, tão arraigado ao nosso conjunto somático.

Nestas condições, o Espírito tem mais ampla liberdade de pressentimento.

Já vimos uma criancinha começar a chorar, quando no colo de uma pessoa estranha, mas quando voltou ao colo da mãe, de imediato, parou de chorar.

No colo de uma pessoa estranha, a criança capta vibrações que não se combinam com as suas, mas, quando retorna ao colo da mãe, por certo, capta vibrações mais harmoniosas.

Sim, existe um Elo Psíquico muito forte entre a mãe e o seu bebé.
Quantas premonições passam pelo Espírito de uma mãe quando em sintonia com o Espírito do seu filho.

A propósito, contou-me um meu amigo que, quando Pracinha, nos campos de batalha da Itália, no momento em que foi atingido por uma explosão de uma granada, sua mãe, aqui no Brasil, sentiu, claramente, aquele momento, como também, sentiu que o seu filho acidentado iria sobreviver.

Meus amigos, a capacidade psíquica também actua no mundo vegetal e no mundo animal.

Continua...
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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 09, 2011 11:33 pm

Continua...

As plantas são extremamente sensitivas e geralmente vicejam lindamente quando sentem, ao seu redor, um ambiente gentil e amistoso.
Quem nos diz essa verdade é o Pesquisador Peter Tomkins no se famoso Livro "Vida Secreta das Plantas".

Também os animais são conhecidos por contarem com a sua faculdade de percepção.

Quantas vezes já observamos um cachorro esconder-se ou alegrar-se quando encontra determinada pessoa.

Quando ocorrem catástrofes naturais, os animais, previamente, procuram um lugar mais seguro.
Sim, os animais, nossos irmãos irracionais, possuem o instinto natural da preservação da vida.

O nosso querido passarinho João de Barro, o pedreiro da Floresta, edifica sua casinha, com prudência e cautela.

Faz a sua casa, com repartições internas, para proteger a sua prole da agressividade de outros pássaros.

A casinha do nosso inteligente João de Barro tem a sua porta de entrada do lado em que não vem a chuva.

Quando menino, ficava ao lado do meu saudoso Pai, no alpendre da nossa casa, no Sítio das Pedras.

Era tempo de verão e de forte seca.
Em frente, havia uma frondosa árvore conhecida na região como "açoita-cavalo".
Então, às vezes, um gavião-carcará pousava no galho mais alto e começava a cantar.

Então, meu Pai dizia:
meu filho, esse gavião está anunciando chuva.

E, de facto, dentro de poucos dias, começava a chover, para a alegria de todos nós.

Sim, meus amigos, desde a criação, nossos irmãos animais sempre contaram com o seu sentido psíquico.

A Bíblia regista a percepção extra-sensorial da jumenta Balaão.

Deus, nosso Pai, nos concedeu esta faculdade intuitiva justamente para preservarmos o nosso Dom maior, ou seja o abençoado Dom da nossa vida.

(Jornal Verdade e Luz Nº 177 de Outubro de 2000)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Boas referências

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 09, 2011 11:34 pm

Orson Peter Carrara

Temos que falar do que é bom.
Conheço-o pessoalmente e temos vivido experiências felizes no Movimento Espírita, quando dividimos o espaço da divulgação para falar da Doutrina e cantar as belezas da arte através da música.

É que ele acaba de lançar um CD.

O nome é bem sugestivo:
Para um novo tempo e entre as belas músicas, estão as magníficas Tributo a Francisco de Assis, Rap dos Espíritas, Caravana do Amor, Caminhar com Jesus e Anjo da Guarda, entre outras.

Seu nome é Sidirlei Ferreira, mas é mais conhecido por Leleco.
Bauruense, de família espírita, com 47 anos e na Doutrina desde os primeiros anos, integra actualmente o Centro Espírita "A Serviço do Mestre" e colabora com o Centro Espírita "Dr. Leocádio Correia", ambos em Bauru, onde reside.

A ligação com a música vem desde a infância e chegou a formar dupla sertaneja profissionalmente, mas depois em virtude dos conflitos que viveu, abandonou shows e hoje usa a música apenas para divulgar a Doutrina Espírita.

Muito inspirado, aproveitou a experiência profissional como cantor e compositor, e hoje suas composições cantam as belezas da doutrina Espírita e do Evangelho com apresentações musicais exclusivas para o Movimento Espírita.

Quando voluntário do Albergue Noturno do Centro Espírita "Amor e Caridade" em Bauru, no período de 1985 a 1994, cantou também no GRUMEAC - Grupo Musical Espírita Amor e Caridade e um dos momentos mais significativos de suas apresentações situou-se recentemente na abertura do Congresso Estadual da USE (também realizado em Bauru), quando cantou a canção Quanta Luz, de Cenira Pinto.

Já esteve em grandes cidades se apresentando, como Jundiaí, São José dos Campos, Araraquara, Campinas, Lins, Catanduva, entre outras menores como Ibitinga, Jaú, Dois Córregos, Rancharia, Mineiros do Tietê, Piratininga, Torrinha, entre outras.

Com o lançamento do CD, assumiu consigo mesmo o compromisso de reverter 30% da venda dos mesmos para a instituição que o convida e destinar outros 30% para entidades assistenciais de Bauru, valorizando o trabalho de divulgação.

[O CD custa R$ 10,00 e você pode convidá-lo para uma palestra musical (canções e comentários) através dos telefones (14) 224-3750 e 226-1432 ou escrevendo para a Av. Duque de Caxias, 2-17, em Bauru, SP, CEP: 17040-340.]

Mas, quisemos fazer tais comentários porque o trabalho é bom.

Letra e música das canções falam do amor com suavidade e divulgam a Doutrina Espírita com seriedade e muita elevação.

Um bom trabalho de divulgação em sua cidade vai beneficiar muitas pessoas da colectividade, face à qualidade da apresentação, seja pelo CD ou especialmente "ao vivo" para uma palestra musical.

(Jornal Verdade e Luz Nº 179 de Dezembro de 2000)

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Última edição por O_Canto_da_Ave em Qua Nov 09, 2011 11:35 pm, editado 1 vez(es)
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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty A prática cristã

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 09, 2011 11:34 pm

Sebastião Anselmo

Para vivermos os ensinamentos de Jesus não é necessário (e nem recomendável) que nos afastemos do mundo e nos isolemos na secura de algum deserto ou gelidez do cume de alguma montanha pois é justamente no mundo, na vida em sociedade, no difícil convívio diário com pessoas das mais diferentes procedências e opiniões, que devemos praticar o que Jesus nos ensinou.

Da mesma forma, vivendo no mundo e seguindo Jesus, devemos fugir da secura do intelectualismo e da gelidez do raciocínio lógico que muitas vezes, desviando-se de sua verdadeira finalidade, investem-se da falsa função de julgar e condenar os semelhantes naquilo que não os possa compreender.

Deserto e cume de montanha também podem ser oficinas de serviço cristão, mas secura e gelidez jamais encontrarão guarida no coração de um discípulo do Evangelho que seja, no mínimo, sincero e coerente com os ensinamentos de seu Mestre.

Em verdade, intelectualismo e raciocínio lógico ajudam, mas não são essenciais para seguir Jesus.

O importante mesmo (e essencial sob todos os prismas) é fazer tudo aquilo que Ele nos ensinou e que pode ser resumido na seguinte frase:
amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo (de qualquer procedência) como a si mesmo;
o que não se afinar a isto não é importante e pode até mesmo ser prejudicial a uma perfeita compreensão de Seus ensinamentos.


Foi o próprio Jesus quem afirmou que no ensinamento acima transcrito estão contidos toda a Lei (dada por Moisés e contida nos cinco primeiros livros da Bíblia) e os Profetas (que escreveram os demais livros que compõem o chamado "Antigo Testamento").

Portanto, qualquer coisa que esteja escrito na Bíblia (composta pelo "Antigo" e pelo "Novo Testamento") que não se afinar com os ensinamentos de Jesus deve ser ignorada, porque, ou se trata de enxerto de maus religiosos que adulteraram os textos sagrados, de erros de tradutores nem sempre comprometidos com a verdade, ou de enganos (lembre-se, "errar é humano") de quem escreveu o texto que não se afina com a "moral" ou com a "essência" dos ensinamentos de Jesus.

Portanto, para seguirmos Jesus, basta sermos sinceros e coerentes no Amor, tanto a Deus como ao próximo.

(Jornal Verdade e Luz Nº 177 de Outubro de 2000)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Amar como Jesus amou. É possível?

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 10, 2011 11:49 pm

Amílcar Del Chiaro Filho

O Evangelho relata que indagado pelos fariseus, sobre qual seria o maior dos mandamentos, Jesus respondeu que é Amar a Deus acima de todas as coisas, de todo o nosso entendimento, e com toda a nossa força.
Este é o primeiro e maior dos mandamentos.
O Segundo, que é igual ao primeiro,
é amar o próximo como a si mesmo.

Quando um doutor da lei indagou, quem é o meu próximo?
o Mestre Nazareno contou a Parábola do Bom Samaritano, que todos já conhecem.

Apenas para refrescar a memória, vamos lembrar que o Samaritano socorreu o homem ferido na estrada, sem perguntar quem era, qual a sua crença ou a sua nacionalidade.

Compreendemos, então, que todas as pessoas são o nosso próximo.
Amar ao próximo como a nós mesmos.
Será que amamos?

Perguntei isso a um amigo querido e ele respondeu:
— Estou aprendendo.

Estou aprendendo a aceitar as pessoas, quando elas me desapontam, quando me ferem com palavras ou atitudes ásperas, impensadas.
Não é fácil aceitar as pessoas como elas são.

Eu desejo que elas sejam de uma maneira, porém elas teimam em ser como elas querem ser.
É difícil, muito difícil, mas estou aprendendo.

Principalmente, estou aprendendo a amar.
A escutar não apenas com os ouvidos, pois, para isso só precisamos de disciplina.
Contudo, quero aprender a escutar com a alma, com o coração, com a pele, o olfacto e as papilas gustativas, isto sim é difícil, muito difícil.

Precisamos escutar o que fala o coração, os ombros caídos, o tremor na voz, as mãos frias ou suadas, ou irrequietas, escutar a mensagem que se esconde entre as palavras corriqueiras, superficiais.

Descobrir a angústia disfarçada, a insegurança, a solidão encoberta.
Aprender a identificar o sorriso falso, a alegria fingida, a vanglória absurda.
Quero aprender a descobrir a dor de cada coração.

Aos poucos estou aprendendo a amar, a perdoar, pois o amor perdoa sempre, jogar fora as mágoas, porque a mágoa, faz mal, contagia.
O amor não cultiva pensamentos dolorosos, nem ofensas, nem auto-comiseração.

O amor perdoa e esquece.
Extingue a dor passo a passo.


Quero descobrir o valor que há em cada vida, de todas as vidas.
Valores que estão soterrados pela rejeição, pela incompreensão, pela falta de carinho, de aceitação.

Pelas experiências duras, vividas em muitos anos, e pela dor daqueles que a sofrem nos primeiros anos de vida.
Estou aprendendo a descobrir a alma das pessoas, as possibilidades que Deus deu a cada um.

Estou aprendendo lentamente, porque é difícil, porém não é impossível amar como Jesus de Nazaré amou.
Mesmo tropeçando, errando, estou aprendendo.


(Jornal Verdade e Luz Nº 179 de Dezembro de 2000)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty A Literatura do Evangelho

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 10, 2011 11:50 pm

Domério de Oliveira

"La littérature est l’expression de la sociÉté, comme la parole est l’expression de l’homme".
(Louis de Bonald - de 1754 usque 1840 - "Pensamentos).

O novo Dicionário do Aurélio esclarece-nos que "literatura é a arte de compor e escrever trabalhos artísticos em prosa e verso";
também: "o conjunto de trabalhos literários de um País ou de uma época".

Encontramos a literatura em todos os recantos do nosso mundo.

Se volvermos nossos olhos para os dias do passado longínquo, vamos encontrar o berço da literatura nos Países orientais, depois, podemos contemplar a formosa literatura latina, da antiga Roma, época dos grandes Poetas e Escritores, tais como:
Virgílio, Horácio, Ovídio, Tácito, Suetônio, Juvenal, Cícero e tantos outros.

Também, encontramos, nas eras bem remotas, a literatura da idade média, ou medieval que consagrava, em ricos Poemas, cantados pelos Trovadores, os grandes feitos heróicos dos Guerreiros e seus violentos amores, época em que viveu Dante Alighieri, o célebre autor da Divina Comédia.

Naqueles dias, que já se vão bem longe, brotou a literatura da Renascença que chegou até nós com peças teatrais clássicas, tendo à frente o génio de Willian Shakespeare.

Mais tarde, é de se registar a literatura dos séculos XVIII e XIX, quando aventaram os grandes filósofos, os Eminentes Escritores e Poetas que brindaram o mundo com as suas produções maravilhosas.

E, agora, no nosso século XX, a literatura toma um colorido científico, torna-se mais objectiva e procura sondar o aspecto transcendental da vida.

No campo da religiosidade, despontam-se as literaturas Espírita, Católica, Protestante e de outras seitas.
Cada uma, procurando divulgar suas próprias ideias, servindo à uma causa diferente.

Podemos dizer, que existe uma literatura evangélica de carácter universal.

Cumpre-nos esclarecer que, desde o advento do Cristianismo, essa literatura universal, sem medir esforços, vem nobremente servindo à causa evangélica.

Essa literatura vem relatando factos de Jesus e seus apóstolos.

Meus amigos, dos Evangelhos emana aludida literatura, luminosa de grande valor, abrindo clareiras no matagal do materialismo.

Sim, o Sermão da Montanha é uma página literária de comovente beleza.
Os Salmos, os Provérbios, as Epístolas de Paulo, as Parábolas do Mestre Jesus, as Palavras dos Evangelistas, por certo, são páginas literárias brilhantes que, no conjunto, estruturam uma Verdadeira Literatura que encanta pela sublimidade dos ensinamentos.

Continua...
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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 10, 2011 11:51 pm

Continua...

Essa literatura do Evangelho traduz uma imortal beleza que venceu dois mil anos de lutas e incompreensões para chegar até nós, pura e imaculada, com o propósito sublime de engrandecer a nossa Mente, de aliviar as nossas dores e de iluminar os nossos passos.

A nossa literatura espírita possui um vasto e imenso reportório bibliográfico.

Só pelo crivo mediúnico do nosso Chico Xavier já passaram mais de 407 obras psicografadas.

Sim, foram os Espíritos que, ditando as obras básicas a Allan Kardec, criaram definitivamente a literatura espírita.

Assim sendo, a literatura espírita, desde há um século, vem oferecendo ao mundo não só o produto dos seus Escritores e Pensadores humanos, mas, também, páginas sublimes de instruções evangélico-espíritas ditadas do Além por eminentes e Cultos Espíritos através das faculdades de Médiuns possuidores do Dom Especial de Psicografia Literária.

Meus amigos, a literatura mediúnica, quando autêntica, é sempre bela, apresentando moral elevada.

É instrutiva, séria, artística, lógica, digna, sensata, consoladora, atraente e edificante.

Não possuindo tais características, torna-se uma literatura apócrifa e merece, de plano, ser rejeitada.

Meus amigos, como acabamos de ver, "per summa cápita", a literatura do Evangelho, que se desdobra em múltiplos matizes, é tão ampla como o vasto oceano.

Cumpre-nos a travessia das águas deste oceano.

Sim, para uma feliz travessia, temos que nos valer dos Barcos das Boas Leituras e temos que nos arrimar nos remos da nossa Boa Vontade.
Só, assim, poderemos alcançar as praias diáfanas e bordadas de Luz.

(Jornal Verdade e Luz Nº 179 de Dezembro de 2000)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Visão Espírita do Idoso - I

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 11, 2011 11:39 pm

Leda Marques Bighetti

* As fases da vida física e o que cada uma representa para o Espírito.
* O Idoso - quem é:
* Como é visto
* Como ele se vê

* A família - cuidados - respeito - carinho - amor - ou abandono?
* As formas de exteriorização desse abandono
* Responsabilidade - repercussões
* O entendimento espírita


"(...) É justo que os filhos cooperem com os pais, embora saibamos que os mais jovens de hoje serão os mais velhos de amanhã tanto quanto os maduros de agora, desempenharão, muito em breve o papel de jovens no futuro.

Tudo é sequência na Lei".

Emmanuel - Reformador, julho/76 - 22/4/51

"Antes de mais nada, é necessário esclarecer cada uma das gerações que se cruzam na mesma época reencarnatória sobre um princípio altamente funcional para o progresso das colectividades (povos e nações).

As actuais posições e funções específicas das gerações de hoje já estiveram trocadas em vidas passadas.

E ainda se inverterão em vidas futuras.
A geração mais velha de hoje em função educadora foi a mais nova e educanda de ontem; e será a de amanhã.

Os papeis vão sendo invertidos no suceder das exigências, para permitir um intercâmbio salutar de experiências, de vivências e de conhecimento, de infusão recíproco de valores em ampla e necessária complementaridade.

Essa contingência está a apontar a todos o respeito mútuo, recíproca compreensão e liberdade a ser mantida entre os mais velhos e os jovens em comunicação produtiva".

(Espiritismo e Educação, Ney Lobo - IX)

As fases da vida física e o que cada uma representa para o Espírito

Dentro dos objectivos da Doutrina Espírita - a renovação moral - encarnação, isto é, uso de um corpo físico e o tempo que pode desfrutar dele, é altamente valorizado no entender espírita.

"A passagem dos espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma acção material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia.

É-lhes necessária, a bem deles, visto que a actividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência.

Sendo soberanamente justo Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos;
assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 11, 2011 11:40 pm

Continua...

Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça.

Mas, a encarnação para todos os espíritos é um estado transitório.
É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso do livre-arbítrio.

Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores.

Os que, ao contrário, usam mal a liberdade que Deus lhes concede retardam sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrarem, podem prolongar, indefinidamente, a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo". [1]

Desse modo é o homem:

"um Espírito transeunte, reencarnado nesta Terra, peregrino imperfeito, em determinado grau educativo em romagem da perfectibilidade para perfeição que, pela Educação conquistada ou a conquistar em Reencarnações sucessivas e progressivas como ser Pluriexistencial atingirá o estado de Puro Espírito, isto é totalmente educado" [2]

Entendida essa premissa o Espírito precisa de um corpo físico para desenvolver seu potencial perfectível, submetido ao ciclo da matéria que "nasce, cresce, desenvolve-se, mantém determinado equilíbrio, desagrega-se e morre, qual a função de cada uma?
Há alguma coisa que seja superior, mais importante?


Recorde-se que na perfeição do Pai, não existe acaso, supérfluo, ou algo sem função específica.

Desse modo, cada fase em que estagia o Espírito, tem ela uma função altamente qualificada em preparações contínuas e sequentes onde o aprendizado, as experiências, o processo educativo aí contido, vai ampliando o campo perceptivo e irradiador do Espírito.

De passagem, recorde-se que a infância etapa que vai desde o nascimento até a puberdade configura-se como tempo de transição de uma existência para outra;
período de convalescença da árdua travessia da vida espiritual para a material, onde a primeira função, [3] é o repouso e as faculdades em latência encontrarão, no trabalho envidado pelos pais/responsáveis, os estímulos para que se manifestem.

Nesse campo, interligado, junto, paralelo ao repouso/latência está a segunda função - a plasticidade, a maleabilidade" [4] propiciadora do campo aberto para se reformar, mudar.

O exemplo, o desvelo, o carinho, a firmeza, o empenho dos pais/responsáveis em trabalhar sem perder a dimensão de que está diante de um Espírito imortal, dá sentido e entendimento as várias situações com as quais se defrontarão.

Essa visão - Imortalidade - em nenhum momento pode ser esquecida - pois se ela referencia o ser, com seu passado, aquisições, virtudes e problemas, também dá sentido a todos os cuidados e trabalhos visando o futuro.

A adolescência, puberdade, fase que adentra em tese, além um pouco dos vinte anos, caracteriza-se pela descoberta e afirmação do EU, onde períodos de egocentrismo, crises de irriquietude, irritabilidade, alternando-se com períodos calmos, ou de entusiasmo e depressão são frequentes.

Continua...
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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 11, 2011 11:41 pm

Continua...

Produzem tormento interior, acrescido das dificuldades nas decisões, as desilusões, ou o contacto com a realidade mais evidente, onde o Espírito não se sente ainda com estruturação de um Homem, mas também não se aceita mais como criança.

Mendouse, pensador francês classifica essa fase como "estado de anarquia das tendências".

Sob o enfoque da Imortalidade, tudo isso de um modo geral (pode haver excepções) tem razão de ser.

Agora, o esquecimento do passado é total, a potencialidade está voltada para o futuro, mas esse Espírito é todo um aflorar de passado.

A infância acenou-lhe com novas propostas, ideais.

Nessa luta (quase sempre inconsciente) entre o que não mais quer se repetir, rescindir e o que almeja, sente ou deseja, o objectivo que é justamente a emancipação, quase sempre exterioriza-se através de conflitos a representar verdadeiro grito de socorro onde a atitude atuante dos pais/responsáveis - conversando, dialogando, reflectindo juntos será de capital importância para a fisionomia espiritual desse futuro homem, totalmente diferente do que já fora em passado, da "criança" dessa existência, dos pais ou familiares.

No mesmo enfoque e importância esse Espírito imortal alcança, atinge (na tese de uma sequência lógica) a maturidade onde pressupõe-se o equilíbrio físico e emocional no vigor e a energia que esplendem.

O Espírito se exteriorizaria aí em toda solidez, firmeza, precisão e desenvolvimento.
A segurança, a justeza, a reflexão dão real colorido as propostas e decisões "Se realmente a idade madura é menos primaveril que a adolescência;

se as flores decaíram do seu colorido e perfume, os frutos igualando-se aos frutos de uma árvore começam a aparecer na extremidade da alma pois é a idade madura, por excelência, o período da plenitude;

é o rio que corre a toda força e espalha pela campina a riqueza e a fecundidade".
[5]

A arte da vida, portanto, consistirá em justamente se entender porquês e funções, e se preparar para elas e nelas, qual trabalhador que após os serviços devidos se prepara para a colheita.

Essa fase madura onde "(...) o nascer do sol é logo de manhã, o poente é radioso e as noites sempre alumiadas maravilhosamente, sumptuosamente por milhares de estrelas (...) [6], o trabalho, a inspiração, o desprendimento e o amor preparam para a fase que se seguirá - a do envelhecimento da matéria.

Porquê a do envelhecimento da matéria?

"(...) teu corpo é uma veste que se apodrece (...)" [7]

Mantidas as condições gerais de vida, isto é, ar, luz, calor, alimento, cuidados necessários, porque a energia vital que mantém a Vida se desagrega?

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 11, 2011 11:41 pm

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Gabriel Delanne [8] representa essa resposta com a analogia de uma pedra lançada ao ar em sentido vertical.

Impulsionada pela força dos músculos, a despeito da força centrípeta, eleva-se rapidamente até que as duas forças contrárias se equilibram.

Depois, a atracção predomina, a pedra cai e quando chega ao ponto de partida toda energia a ela comunicada terá desaparecido.

Pode-se fazer paralelo com o ser vivo - a energia potencial proveniente dos pais e que se encontra na célula original, transforma-se em energia natural à medida em que se organiza a matéria.

De começo a acção é altamente enérgica - a assimilação ultrapassa a desassimilação - o indivíduo cresce (infância e juventude).

A seguir vem o equilíbrio das perdas e ganhos - é a maturidade, a estabilidade da matéria.

Cessado, rompido esse equilíbrio, os tecidos não mais convenientemente alimentados, esvai-se a força vital até a exaustão completa.

Caracterizou-se a velhice dessa matéria até o sobrevir de extinção completa, no caso, na morte.
A matéria agora desagregada retorna ao mundo inorgânico.

Essa matéria em desagregação influencia o Espírito?

Sem dúvida.
Ela limita sua exteriorização, sua expansão, impõe-lhe ritmo diferente. Os instrumentos para a manifestação da alma estão limitados, e o Espírito não mais consegue dinamizar sua pujança.

Acredita-se que esse processo natural do envelhecimento da matéria apresente menos problemas ao Espírito quando se faz acompanhar desse conhecimento e do fruto das atitudes positivas e condutas correctas no dia-a-dia, desde a mocidade e que as funções biológicas e psicológicas são alteradas com maiores repercussões diante dos comportamentos sem disciplina em todos os setores.

Daí entender, compreender essa fase natural da existência e trabalhar nela para que o Espírito se mantenha activo, lúcido, entusiasmado e permanentemente livre, embora limitado pela matéria que o restringe.

A História mostra que o envelhecimento da matéria não se processou em paralelo, para quem soube cultivar o Espírito ou em outras palavras, a idade cronológica não representou barreiras para Verdi, compositor italiano, que aos sessenta anos compõe "Aída";
com mais de setenta e quatro "Otelo" e aos oitenta e quatro completa três imorredouras páginas religiosas:
"Ave Maria", "Stabat Mater" e "Te Deum".


Picasso, o genial pintor espanhol aos noventa e um anos cria;
Churchill septuagenário foi a alma da resistência na Segunda Grande Guerra e morre aos noventa e um anos em plena contribuição social.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 11, 2011 11:42 pm

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Que falar ainda de Einsten, Edison, Albert Schwtzer, Pasteur, Fleming, Adenahuer, Bertrand Russell espíritos altamente produtivos aos setenta, oitenta, noventa anos de idade física, que não se entregando a vida contemplativa permanecem vivos até hoje quando pelos efeitos de suas descobertas, invenções, ideias e ideais se mantiveram produtivos, interessados, interessantes e actuantes, apesar, do envelhecimento físico.

Nessas colocações quem é o idoso?

Há primeiro que se diferenciar o que se entende por idoso. Assim...

Bibliografia - Estudo I:

* 1 - KARDEC, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV - 25

* 2 - LOBO, Ney, Filosofia Espírita da Educação, vol. 1 - 1.° resumo da solução

* 3, 4 - KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, q. 382 - 385

* 5, 6 - DENIS, Léon - O Grande Enigma, XV e seguintes

* 7 - KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, q. 196a

* 8 - DELANNE, Gabriel - Evolução Anímica, cap. I

(Jornal Verdade e Luz Nº 178 de Novembro de 2000)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Visão Espírita do Idoso - II

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 12, 2011 11:48 pm

Leda Marques Bighetti

Como definir ou o que se entende por idoso?

De modo geral, por hábito, costume, desconhecimento da real significação das palavras usamos como sinónimo de idoso, o termo velho.

E não têm elas (as palavras idoso e velho) a mesma significação?

Se tomarmos o dicionário mais simples encontramos:
Velho - adjectivo - gasto pelo uso, antigo, usadíssimo, desusado, antiquado, obsoleto, arcaico.

Idoso - substantivo masculino - homem que tem muita idade.

Nota: O vocábulo velho sendo adjectivo, indica qualidade, carácter, modo de ser ou estado do ser ou dos objectos nomeados pelo substantivo.
Assim...

Nos exemplos citados no estudo anterior (Verdi, Churchill, Einstein, Edison, Fleming, etc., etc.) evidenciou-se essa diferença, uma vez que todo idoso, inevitavelmente o será pelo próprio adentrar dos anos vividos no tempo presente.

Ser porém, junto a essa realidade, velho, obsoleto, desusado, usadíssimo, antiquado é opção, concluindo-se que: ser idoso (para quem aí chega) é contingência, porém, ser velho é arbítrio, decisão pessoal.

Desse modo é velho quem perdeu a jovialidade, quem só dorme, quem nada ensina ou recusa-se a aprender.
É velho aquele que somente descansa, que vive no passado e se alimenta de saudades, na vida que se acaba a cada noite que termina sem planos e sonhos para o amanhecer, em que os dias são tolerados como se fossem os últimos de uma longa jornada num calendário só de ontens.

O idoso, aquele que se entende na bênção de viver uma longa vida, compreendendo o desgaste natural das células, não se permite a degenerescência, o decaimento, o definhamento a alteração dos caracteres do Espírito, a mudança de um padrão para outro funcionalmente inferior.

Nesse aspecto, o idoso sonha, aprende, se exercita, faz planos, povoa a vida de ocupações pessoais interessantes;
renova a cada aurora que surge entendendo o hoje sempre como o tempo bendito de actualizar algo, rever um aspecto, apreender melhor isto ou aquilo num calendário repleto de amanhãs.

De um modo geral, pensamos e agimos assim?

Infelizmente não.
Por conteúdo, bagagem, contingência, imposição ou por nos atermos só à visão material da vida, somos tendenciosos a manter e aprofundar limites.

A posição contrária normalmente é vista com o leve sorriso de desdém, descrença ou pouco caso, rotulado de utopia, poesia, devaneios...

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 12, 2011 11:49 pm

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Não é bem assim;
não se trata de enganos de querer fugir ou não aceitar, assumir uma situação.

A realidade física é inexorável dentro da série de alterações que se exibem e se processam nesse campo:
por predominar agora os processos da desassimilação, onde a matéria praticamente não mais se regenera;
há a decadência progressiva do organismo, que poderá favorecer o aparecimento das doenças.


O estado da pele com seu tom, brilho ou opacidade, os cabelos, seu volume e colorido;
a marcha, a diminuição da força muscular, etc., etc. são visíveis.

Somem-se outros acontecimentos naturais que se revelam mais sob orientação clínica, onde as funções dos vários aparelhos diminuem ou são eliminadas, como por exemplo, a função sexual na característica de gerar vida.

Quanto a capacidade mental, ela também se ressente por influência dessas alterações.

"À medida que envelhecemos, segundo mostram inúmeros estudos, nosso cérebro sofre um verdadeiro encolhimento (...) a substância cinzenta (do cérebro) é perdida mais precocemente (dos 20 aos 50 anos) e a substância branca sofre uma perda mais acentuada em idades mais avançadas (dos 70 aos 90 anos de idade).

A perda de peso é algo em torno de 7 a 8% em relação ao peso máximo alcançado na vida adulta.

Tal declínio da massa cerebral, se deve, fundamentalmente, à perda de células nervosas (neurónios) tendo-se demonstrado uma perda de mais de 50% em algumas regiões específicas do cérebro como a frontal e a temporal superiores.

Alguns pesquisadores apontaram também, uma perda dos dentritos dos neurónios, após os 80 anos de idade (...).

Medição da capacidade de glicose (fonte de energia) pelo cérebro vem demonstrando uma redução após os 70 anos de idade.

Uma consequência é a queda na capacidade de síntese do neurotransmissor acetilcolina.

Neurotransmissores são liberados nas sinapses (pontos de ligação entre os neurónios) facilitando o impulso de uma célula para outra.

Suspeita-se que o decréscimo moderado na actividade da acetilcolina cerebral possa ser responsável por uma redução discreta na capacidade de atenção, concentração e aprendizagem comummente encontrada entre pessoas idosas.

Todavia, a grande maioria das pessoas chega aos 75 e 80 anos ainda com bom nível de desempenho intelectual mostrando que o nosso organismo tem uma certa reserva funcional para enfrentar as perdas" [1]

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 12, 2011 11:50 pm

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Essa constatação de uma realidade natural é imprescindível conhecer.

Não é o homem porém, só um aglomerado de triliões e triliões de células, mas uma Individualidade imortal que se serve por um determinado tempo, de uma matéria que lhe permitirá exteriorizar-se usando (essa matéria e exteriorização) para burilamento (educação) da essência.

Desse modo há perfeita interacção, acção recíproca, mútua entre mente/corpo, sendo impossível dissociar um do outro, o que equivale dizer, o Espírito da matéria.

A acção, a interferência do psiquismo no mundo orgânico é preponderante para que se possa viver em equilíbrio.

A matéria por suas limitações cerceará a exteriorização do Espírito mas a saudável disposição mental deste se reflectirá no conjunto em forma de bem-estar no dinamismo, lúcido, vívido, interessado e actuante fornecendo "(...) lubrificante para as engrenagens celulares que passam a movimentar-se sob o comando equilibrado" [2]

Isso é novidade?

Não.
Os pais gregos da Medicina já compreendiam esse papel interactivo do Espírito e a importância desse comando dinâmico para a constituição harmónica da existência humana.

A cada dia, os cientistas da Saúde constatam mais evidências dessa realidade, demonstrando que o processo educativo no qual o Espírito se insira ou não, produzirá reflexos na área da saúde, facultando o surgimento e manutenção de enfermidades (limitações) ou preservando e administrando o conjunto em boa actividade.

* Comportamentos stressantes;
* sentimentos agressivos;
* conduta conformista exterior e rebeldia interna;

* guardar ressentimentos ou paixões perturbadoras;
* ambições desmedidas;
* auto-desamor
etc., etc., etc....

Transformam-se em toxinas que o cérebro elabora.

Nesse desequilíbrio mental, os venenos produzidos se espraiam pelo sistema nervoso central, fixam-se no corpo físico especialmente nos órgãos, regiões mais sensíveis estabelecendo o desconcerto geral.

As emissões são carregadas de energia deletéria, depressiva, inconformista, perturbadora onde os efeitos se apresentam danosos, agredindo inclusive as defesas imunológicas, limitando ou/e desarticulando os mecanismos de equilíbrio que respondem pela saúde.

Por outro lado, os sentimentos de:
esperança, fé, alegria, amor, paz, entusiasmo, ideias, planos edificantes enfim, proporcionam altas descargas de energias salutares que "(...) são conduzidas pelas moléculas dos peptídeos em forma de endorfinas, interferon, interleucinas e outras substâncias equivalentes que restabelecem a equilibrada mitose celular recuperando-as das desarticulações, estimulando os leucócitos e gerando circuito de vibrações bem estruturadas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 12, 2011 11:51 pm

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Essa interacção mente/corpo é resultado de não ser a constituição humana só material, mas essencialmente psicofísica portanto, trabalhada pelo Espírito que é o agente da vida inteligente e organizada da criatura" [2]

As emissões constituídas dessas ideias acima, exteriorizam-se em respostas saudáveis no corpo que se apresenta dinâmico, jovial preservando seus equipamentos.

Sob esse enfoque, o Espírito, segundo a proporção do trabalho educativo que realiza consigo no decorrer do tempo, na existência em si, envia continuadamente mensagens do mais variado teor a todos os sectores do corpo físico pelo qual se manifesta.

Dessa forma, a idade cronológica, tem importância limitativa relativa mais ou menos acentuada, segundo a disposição/entendimento/educação do Espírito.

Nesse tempo exteriorizar-se-á o idoso ou o velho como resultado do que construiu, elaborou, realizou, manteve e cultivou, durante toda uma vida.

Surge a interrogação - como ou quais as formas mais comuns de reacção frente a essa realidade?

Pode-se rejeitar, mas esta em si mesma, de forma alguma altera o quadro;
antes, amplia e complica-o.

Pode-se detestar, maldizendo desde sempre a ideia, na expressão rebelde que destrói as reservas de equilíbrio e força, aumentando aflições.

Pode-se aceitar, com resignação estática, indiferente que não trabalhando a causa semeia a morbidez no desânimo conformado, passivo, que se instala.

Somente a aceitação dinâmica, aquela que compreende o acontecimento e marcha envolto em planos, ideais e realizações, atenua consequências.

Superando-se o peso de grandes esforços é que contribui para manutenção harmónica do ser inteligente sempre, sempre aprendendo novas lições, desenvolvendo valores em gérmen, vinculado às Fontes Superiores de onde procede, que o inspiram e animam em todas as vicissitudes pelas quais inevitavelmente passará.

Essas seriam em tese, em ideal, os raciocínios, as premissas que deveriam em processo educativo constar da formação de uma mentalidade de respeito primeiro, cada um consigo para irradiando-se nos outros reformar a ideia de que idoso e velho seriam sinónimos.

Sem isso como o idoso se vê?
Como é visto, de um modo geral?


Bibliografia:

* Neto, João Germano - "O cérebro e a memória no envelhecimento"
* Dicionário Aurélio
* Enciclopédia Mente - vol. 18 e 19
* Ângelis, Joanna de - "Dias Gloriosos" - "Interacção mente/corpo" e "Energia mental e vida saudável"

(Jornal Verdade e Luz Nº 179 de Dezembro de 2000)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Visão Espírita do Idoso - III

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 13, 2011 11:46 pm

Leda Marques Bighetti

Sem esse entendimento, se não forem trabalhados os aspectos levantados, percebidas essas diferenças, manteremos o actual estágio onde as dimensões velho - idoso - idoso velho, permanecem como sinónimos, como padrão de comportamento.

De um modo geral, o idoso contribui para que essa mentalidade permaneça?

Na realidade, essa faceta não se instalou aí nessa fase da vida física.
É ela decorrência de todo um factor cultural, onde a criança já vê, no próprio meio que a acolhe, a afirmação desse desprestígio, no qual a idade adulta ou avançada significa marginalização, sofrimento e amargura.

Assim incorpora, mantém ou aprofunda esse entender, passando, não só a temer a idade, mas também a morte, como se essa não ocorresse em qualquer fase da existência.

Lá na frente, no tempo que chegará, encontraremos essa criança como o adulto desequipado, buscando desesperado métodos externos de rejuvenescimento, grupos especiais, nos quais seja possível repetir-se a ilusão da mocidade.

Desarmonizado interiormente cria, se vê as voltas com os transtornos psicológicos a se exteriorizar em quadros de depressões e angústias esquecido, nunca ensinado ou lembrado de que o factor idade apresentar-se-á como resultado de como cada qual se comportou, isto é, de como foi construída pelos pensamentos e atitudes todo um existir.

Esses dias de passado, já encarado aí como carga que se quer rapidamente alijar, não enriquecerá, nesse futuro, a mente, os pensamentos, as ideias ou as lembranças em luzes com painéis ditosos, criativos, úteis e felizes.

"Atravessar a existência - qual ocorre com aquele que vence as estradas ou águas de um rio - sempre conduzindo com segurança o veículo de que se utiliza, é processo de realização existencial, que produz resultados compatíveis com a maneira de enfrentar o percurso na direcção do objectivo".

Dentro desses raciocínios, poderíamos responder que o idoso contribui para que essa ideia de marginalização se intensifique.

Em suas atitudes mínimas lamenta-se do:

* distanciamento da vida activa - que ele (mesmo sem o saber) se negou desde muito tempo atrás a querê-la activa agora, pois esperava a idade, como um tempo que daria o direito de mais nada fazer.

* enfraquecimento das forças orgânicas
* privação dos provocantes de prazer

* proximidade com a morte, situações estas não condicionadas a número de anos vividos, uma vez que em qualquer período da vida orgânica, enfermidades, acidentes, conflitos, problemas económicos e sociais, geram as mesmas consequências.


O distanciamento da Vida, é gerado pela perda do encanto, da alegria de viver.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 13, 2011 11:46 pm

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O pensamento activo que se mantém útil aqui, ali e sobretudo no campo interno, encontra oportunidade de contribuir positivamente em favor dos grupos familiar e social.

Afere-se a força de um ser, não pelo vigor físico, mas pela capacidade de administrar a existência, de enfrentar dificuldades, de resolver desafios, de lutar e vencer;
ideias, situações e posicionamentos controvertidos.

Essas premissas, não são característica ou resultantes desta ou daquela idade, mas de disposição interior de viver e de participar dos desafios humanos.

Podemos encontrar muitos jovens de constituição orgânica fraca, o que não os impede de crescer e se realizar.

O mesmo ocorre com os idosos que podem ser fracos ou fortes, com estrutura mais ou menos equilibrada, sem que isto seja a causa de afectar-lhes o comportamento social, espiritual e humano.

Naturalmente, a prática de exercícios, a alimentação saudável, planos, ideais, pensamentos edificantes, leituras, actividades gratificantes, correspondentes à cada faixa etária, constituem-se como valores que se importantes no decorrer dos dias, se tornam imprescindíveis nos tempos mais avançados.

Ausência e diminuição do vigor físico necessariamente não são paralelos, contingências para que o mesmo ocorra nas áreas do pensamento, da emoção, do desejo de servir e amar.

Já vimos no estudo um, políticos e administradores, escritores, poetas, cientistas, filósofos, estadistas atingindo seus momentos culminantes quando outros haviam deixado de lutar e despertar oportunidade de crescimento.

Estes, encolhem-se para esperar a morte, o desaparecer, o dissolver-se no nada.

Os primeiros, utilizam-se dos valores que arregimentaram no tempo para se apresentarem mais vitoriosos, felizes, oferecendo ao mundo contribuição duradoura e brilhante.

Como lidar com o estabelecido de que o idoso esquece?

O hábito de pensar e agir desenvolve a memória retentiva, facultado maior número de aprendizados que não se apagam.

Permanece o interesse do principal em detrimento das questões secundárias que a selecção natural faculta desaparecer da mente.

À medida, porém, que o indivíduo se mantém ágil, exercitando a capacidade de pensar, aberto, interessado, participante nas inovações do tempo, maior se lhe torna o desempenho intelectual.

Mesmo que haja uma variação no ritmo, na velocidade, haverá não só a preservação do património conquistado como também aquisição de novos valores onde o idoso se configura como exemplo para as gerações novas.

Como reflectir sobre a privação de prazeres?

Depende também de como se entende o que é prazer.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 13, 2011 11:47 pm

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Sua significação não se atém somente ao que agrada em determinado período da existência física mas qualifica-se como sensação ou sentimento agradável, harmonioso, que atende a uma inclinação vital proporcionando alegria, satisfação, contentamento, deleite.

Prazer proporciona alegria, bem-estar, satisfação, felicidade, agrado, incentivo, estímulo para o crescimento interior, conforto e paz.

De acordo com essa definição, a escala de valores a respeito do prazer, varia, de acordo com a idade que cada um desfruta:
em um momento a volúpia, o grande prazer dos sentidos, noutro arrefece-se este;
em outro ainda perdem-se os atractivos, desaparecendo completamente.


Há prazeres dos sentidos que exigem imediatas compensações;
há prazeres do sentimento que proporcionam inimaginável e duradouro bem-estar.

A busca pelo prazer na juventude e madureza é afligente, busca o ter onde o sexo é priorizado como sua fonte única.

Nesse entender a idade avançada acena com a decrepitude e insatisfação, tormento, amargura, revolta e frustração.

No real entender do prazer, ele existirá e atrairá das mais variadas formas que poderão ser vivenciadas nos vários ou conforme o padrão orgânico, onde formas antes desconhecidas de companheirismo, convívio, afectividade, trocas, e prazeres fluem no ser sem a imposição do relacionamento sexual.

Ainda, nesse encadear dos sentidos que se superam, o ser pode nesse entender (ilusório para uns, utópico para outros) descobrir o prazer de encontrar-se, de viver consigo mesmo, experimentando sensações, percebendo um mundo estético pleno de harmonia na satisfação pessoal cada vez mais abrangente.

Prazer em tese, não se configura como sensação um momento fugaz, mas frui de dentro do ser, irradiando-se em indescritível paz, entusiasmo, alegria de ser, de estar e de viver.

Há quem associe idade avançada com rabugice.
Como reflectir sobre isso?

Queixar-se de tudo, ser impertinente, inconveniente, inoportuno, insolente, falar e agir de modo ofensivo, grosseiro, viver de mau humor, zangar-se continuamente, não é privilégio dos anciãos.

Pessoas exteriorizando a habituidade dessas posturas são encontradas em todos os períodos da existência!

Quantos, dispondo de uma existência pela frente, se exteriorizam em atitudes irritadiças, exigentes ao lado de idosos pacientes, confiantes e gentis.

O inverso também procede?

Sem dúvida, jovens ternos, pacientes e idosos inconvenientes, mostrando mais uma vez, cada um a se exteriorizar como fruto do trabalho que realizou e ou realiza consigo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 13, 2011 11:47 pm

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Como ainda em tese, não despertos, interessados ou motivados como Espíritos imortais para esse trabalho educativo a realizar-se na essência, é coerente que o idoso se configure como expressivo número a chamar a atenção pelas atitudes da rebeldia rabugenta, descontente e infeliz.

De um modo geral, essas posições reflectem esse imenso vazio do ser que se vê diante do nada, no fim que não chega, na família que estigmatiza, marginaliza e põe de lado como algo que estorva e enfeia o ambiente.

Estudiosos apontam que, grande parte das atitudes mais agressivas do idoso, configuram-se como reacções para com as atitudes, o pouco caso, o desprezo, o subestimar que sentem ou percebem (mesmo quando não exteriorizadas em palavras e actos) nos demais.

Desse modo, o relacionamento não saudável na família ocasionam ou aprofundam conflitos, implicâncias, cobranças que podem caminhar para agravamentos insustentáveis.

Reflictamos que de modo geral, mas especificamente neste caso, é na família que o processo se desenvolve em clima de sintonia, onde o menosprezo de uns (exteriorizado ou não) provoca reacções que reciprocamente interferirão na preservação da saúde física, emocional e mental do grupo familiar.

Nivelou-se nesse grupo, a visão do nada do idoso, no descaso desrespeitoso do grupo, onde todos querem se ver livres uns dos outros, como pesos recíprocos a se tolerarem por obrigação.

Nesse clima, somente aqueles que dispuserem de resistências morais relevantes, suportarão (não se sabe em que condições íntimas) o desrespeito mantido.

Essas "resistências morais relevantes", frise-se, não são conseguidas de uma hora para outra, mas fruto de trabalho pessoal no entender da Vida, na sua função, nos objectivos que cumpre frente ao crescimento do Espírito.

Entender que os dias da existência têm significado especial par o enriquecimento interior, na conquista de patamares elevados para o sentimento e o pensamento, nas acções nobres rumo a plenitude, desperta para que se viva integralmente cada momento, com actividades renovadoras, espírito de combate, alegria e paz.

Ainda, em favor de cada um, nesse preparo para dias que estamos ou que chegarão despojar-se da consciência de culpa pelas acções menos felizes que podem ser reparadas;
sem cobranças, pelo que gostaria de ter feito ou realizado de forma diferente.

Harmonizar-se, agir correctamente, dinamizar no Bem tudo quanto possui orientando os passos, pelos caminhos da Verdade, da Solidariedade e do Amor.

Quem trabalha consigo e se descobre, não mais permanece na indecisão, cultivando pensamentos perturbadores mas marcha em busca da auto-realização em total harmonia íntima.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 13, 2011 11:48 pm

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Conclui-se que, chegar a ser idoso é uma arte e uma ciência, que devem ser tomadas a sério, seja qual for a idade que se tenha hoje, exercitando-as a cada instante, em atitudes positivas do dia-a-dia.

Alijar do campo mental o "estabelecido" de que essa etapa espiritual deve ser ociosa, contemplativa, sem movimento e trabalho.

Mas o idoso trabalhar?

Todos necessitamos do trabalho, inclusive o idoso com trabalho é lógico adaptado às suas condições físicas e psicológicas, aliás, quanto mais participarmos de uma vida de trabalho, principalmente dirigido à sociedade dos homens, mais esquecemos de nós onde as naturais reacções da organização física ficam como que, apagadas, suplantadas, nos planos, nas ideias, no que se planeia fazer aqui e ali na mente que organiza procedimentos ou providências, esperando com euforia as luzes do amanhecer, para poder pôr em pratica, essas novas ideias e planos.

É nesse sonhar, arquitectar, planear constante que se nutre as próprias fontes de energia, quase sempre carentes e necessitadas de renovação.

Estima-se que por volta do ano de 2002 teremos no Brasil vinte e sete milhões de idosos e setecentos milhões no mundo.

Se entendemos que a vida é semeadura, e que muitos de nós comporá esse número, somente nesse entendimento da Vida e no desenvolvimento das qualidades positivas, teremos estruturas psicológicas dignificantes e bem sedimentadas acrescida ainda, pela compreensão de que chegar a ser idoso acena ainda como fase preparatória de uma nova vida.

Se já somos idoso ou se estamos a caminho, usemos de todo nosso interesse, preparemo-nos para a Vida que prossegue no sem fim dos tempos.

Saibamos atravessar o cair da noite com naturalidade e harmonia, afim de colhermos e apreciarmos as belezas de uma nova aurora.

Bibliografia:

* André, Jorge - Dinâmica Psi - estudo 27
* Ângelis, Joanna - Despertar do Espírito - estudo 10

(Jornal Verdade e Luz Nº 180 de Janeiro de 2001)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 9 Empty Visão Espírita do Idoso - IV

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 14, 2011 11:18 pm

Leda Marques Bighetti

Dentro do nosso plano de estudo, surge na caminhada do Espírito, a importância do núcleo familiar como factor preponderante.

O ser humano em geral, necessita, no seu processo de evolução, da família, do clã, dos indivíduos que são conhecidos, nas raízes que caracterizam os valores que os tipificam.

É aí, que renascem, se reencontram, sentimentos de afinidades, hostilidades, afeições, desamores a serem distendidos, ampliados, harmonizados, resolvidos.

Espíritos simpáticos ou antipáticos entre si unidos pela consangüinidade, expressam-se de inúmeras formas, criando o clima próprio de cada núcleo e voltam, necessitam buscar-se, conscientemente ou não como anseio inexplicável para superação e crescimento, em elos que representam verdadeira e recíproca nutrição.

Esse clima é tão envolvente, contagiante, que o Espírito embora recalcitre, hostilize, maldiga, dali não se afasta totalmente.

Mesmo fisicamente se distanciando, conservará lembranças, impressões que não se apagam, a avivar-se na identificação dos detalhes, expressões, cheiros, hábitos, comparações que estabelece diante da realidade de agora.

No campo mental mesmo sem o perceber, usa como padrão avaliador do hoje, os valores primeiros adquiridos no convívio com os pais, irmãos, com a família enfim.

Transparece isso ainda, no exterior, no modo de ser, que de alguma forma reflecte conteúdos das situações auridas no núcleo familiar.

Um dia no tempo, quase sempre retorna, na busca de melhor entender relacionamentos e porquês, uma vez que traz em si o instinto da própria superação buscando harmonia.

Tudo isso, mesmo que se exteriorizem em relacionamento conflitados, embora não percebamos, trabalham a afectividade em mecanismos de evolução.

Esse clima é importante ao idoso?
Como se insere nele?
Seria melhor ausentar-se de tais conflitos?


Nesse enfrentamento dos problemas, no atrito das emoções, é que se treinam as valiosas expressões do Amor.

Recorde-se que a vida do espírito não se alicerça em fases como a vida física.

Temos que entendê-la no sentido de radiosa eternidade marchando para a plenitude da grandeza espiritual, onde a experiência edifica a sabedoria e o amor.

É comum, num agrupamento familiar sob o mesmo tecto ou em relacionamento activo conviverem três ou quatro gerações.

De um modo geral, os indivíduos interagem de diferentes formas, em reacções que reflectirão os componentes morais do grupo, na sua estrutura individual, social e religiosa.

Os pais, que até certo tempo, constituíram-se como centro do grupo, vão (por posições pessoais, factores externos, acomodação, doenças, etc.) perdendo ou deixando escapar essa posição.

Se a estrutura familiar é rígida, e se sobretudo aí também residem os avós, podem surgir problemas graves, choques acentuados, atritos nos relacionamentos onde se advoga a ideia de separar os "velhos", inadequados agora ao ritmo familiar.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 14, 2011 11:19 pm

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Pela importância e função da família estudada acima, será que o melhor para esse Espírito imortal é confiá-lo a estranhos, ao asilo alijando-o de tudo quanto se lhe afigura como importante, como "seu", como constituinte formador da sua própria realidade?

Não será essa a visão da família flexível, onde pais, filhos e avós buscam entrosar-se cada qual entendendo-se como elo de algo muito forte e que constitui realmente a família?

Mesmo com essa visão e objectivo o processo será simples?


Não, pois haverá sempre factos pessoais, emocionais, espirituais, afinidades ou não, entendimento e preparo maior ou menor para esse chegar na idade, valor que se dá ao tempo, à vida, noção íntima da responsabilidade, dever, amor que influenciarão sobremaneira no contexto familiar, nas posições de cada um.

Se essa convivência, acontecer num núcleo, em que a formação de seus componentes, além dessas premissas acima, basear-se em propostas transcendentes, na Imortalidade que se prossegue, as diferenças serão menores, mais fáceis trabalhadas, pois ter-se-á presente não o momento actual mas a busca do que é melhor para o Espírito imortal.

Além disso, o que mais se poderia desejar?

Que o homem, em geral futuro idoso se entendesse nessa proposta ou raciocínios que esta série desenvolve, onde o uso da vida no dia-a-dia pleno de interesses gera um mundo de amanhãs, esperados, cheios de trabalhos e sonhos.

Compreensão das características normais de uma das etapas da vida mantendo-se no papel sócio-familiar, reconhecendo e sendo reconhecido pelos demais membros da família e da sociedade.

Aos membros da família, far-se-á necessário estar atento, sem tolher, impedir, cercear, o exercício da liberdade, dos gostos, preferências, hábitos que constituíram toda uma vida de interesses.

Sem esses cuidados, sofrerá a coerção impositiva e proibitiva dos mais novos, onde a troca de ideia, o respeito das diferentes opiniões, os raciocínios carinhosos, o diálogo fraterno inexistem na dureza das limitações e ordens.

Atenção ainda a mudanças significativas de ordem física, emocional, espiritual, onde o carinho deve se fazer acompanhar do auxílio de profissionais especializados.

Nessa vivência dos zelos do Amor (poderíamos afirmar que até na falta dele) a família será ainda e sempre, a melhor garantia do bem-estar material, físico, espiritual de todos os seus constituintes.

Como agir diante àqueles que se exteriorizam insensíveis à tais cuidados?

Frente àqueles que se recusam mudar, perceber, ainda é possível desenvolver a tolerância na compreensão das dificuldades, desculpando-o pelo estágio primário em que ainda se detém.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 14, 2011 11:19 pm

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No exercício do Amor, é aí que se aprende que o mesmo não pode ser imposto, porém não estacionará ante o obstáculo ou a recusa, distendendo-o em auxílio calado, exteriorizado, nas diferentes formas da ternura e da gentileza.

Mesmo que também se apresente o grupo familiar dispersivo, agressivo, egoísta, insensível, cabe os pensamentos salutares, trabalho mental no Bem a construir e fixar um campo moral fraterno, compreensivo, de doacção ao interesse comum, mediante ao qual, numa ação a se diluir no tempo, esses mesmos Espíritos, um dia buscarão agasalhar-se, despertando para novas etapas de renovação pessoal.

Em meio a tudo isso, o que mais teme o idoso?

Reflicta-se que, além da falta de vínculo com trabalho, afastamento de amigos e de colegas, baixa renda, dificuldade de locomoção, limitações no ir e vir, problemas de saúde, factores que levam a sentir-se inseguro e desprotegido, o maior dos medos, é justamente, a possibilidade de ser rejeitado pela família.

Nas cidades menores, nas famílias fraternas, amigas ou mais simples financeiramente falando, esse medo se ameniza, se dilui, é menor ou inexiste.

A situação muda, se agrava, quando esse idoso perde a saúde e necessita de cuidados especiais.
Ainda aí, o grupo se une, reveza-se, cuida e não abandona o familiar.

Há que se envidar todas as providências necessárias para o bem-estar, ainda e sempre no amor (zelo, respeito, carinho, atenção, paciência, ternura, afecto, etc., etc.) para que o clima de tranquilidade e paz seja vivido não só em relação a ele, mas entre todos.

Sobretudo é desse clima harmônico que se nutre o Espírito, e este se ressente quando, apesar das atitudes externas, das formas correctas, ele inexiste no fundo, na essência.

É o lar a escola viva da alma e o procedimento de cada um, nas atitudes que exterioriza demonstra o estágio que, espiritualmente falando, cada um se situa.

Daí a importância dessas reflexões, do conhecimento da reencarnação nas bases da família, com pleno exercício da lei do Amor, nos recessos do lar para que realmente este abrigue mentes abertas a se fortalecerem reciprocamente no Bem, nos ideais maiores da vida.

Nos grandes centros ou nas famílias mais complexas, em geral, a situação toma outra característica.

Isolamento, insegurança, sensação de fracasso, estorvo, peso, muitas vezes se agiganta, sufocando envolvendo em amargura, desespero e dor.

A falta de sensibilidade a essa realidade, pode reflectir-se em atitudes aparentemente normal no entra e sai dos membros da família que ocupados com trabalho ou estudo, desatenciosos ignoram o idoso, até de uma simples conversa, como se, não existindo, ainda incomoda nas perguntas ou interesses de quem se sente vivo e interessado, querendo participar ou entender o ritmo em que se processam agora os negócios, as metas, a realidade.

Esse colocar de lado, ostensivo ou não, esse tratar como coisa velha, o idoso que se sente com disposição, com motivação para conversar, questionar, querer saber, se distrair, recordar, sair, relega a desagradável solidão, amargurando as horas na acusação velada, de que se ‘aguenta", tolera-se aí um peso.

Não nos esqueçamos que é nesse grupo familiar que está se desenvolvendo, para o Espírito imortal, a função educativa e regenerativa sempre aliada a outras mentes de idêntico interesse afectivo.

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