LUZ ESPÍRITA
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FRANCISCO DE ASSIS - Miramez - João Nunes Maia

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 15, 2019 7:53 pm

Pode ser a minha despedida deste mundo, que me foi uma escola valiosa e, tenho a certeza, o será para todos.
Tudo, meus queridos, na Terra, constitui peça valiosa na engrenagem da evolução.
A nada poderemos amaldiçoar, por não entendermos a função das coisas no aprimoramento das criaturas.
Ninguém é culpado de nossa ignorância, nem mesmo nós.
Esta é a lei em todos os espaços do infinito, tendo Deus como seu feitor sábio e justo.
Paulo nos envia orações, a fim de que desperte em nós o homem interior, que sejam liberadas as forças internas e confia em que a aceitação do Evangelho pelos efésios, seja como um toque de despertamento nas qualidades que dormem em cada criatura, anunciando que o Cristo chama a todos para a operação urgente nos campos do aperfeiçoamento.
Eis que Ele bate às portas de cada um, que tem nas mãos o segredo de como abri-las, desejando que a Igreja seja sustentada pela fé divina e humana.
Que andemos unidos pela fé e que pela graça do Senhor nos compenetremos dos nossos deveres perante Deus, a família e os semelhantes, respeitando os direitos do próximo, repartindo com alegria aquilo que temos para dar.
Deveremos nos tomar um só corpo e um só espírito num vínculo de paz.
E confirma com veemência, o que fora anunciado por Moisés:
- Há um só Deus sobre todas as coisas, ao qual devemos amar com todas as nossas forças e o nosso interesse.
Passou, em seguida, a discorrer sobre os serviços dos filhos integrados no ministério do Mestre.
Apontou as regiões inferiores para os que não têm responsabilidade e preferem a inércia ao trabalho.
Propôs uma regra saudável, a fim de que a vaidade não desfigure as belezas das atitudes evangelizadas.
Deu firmeza ao tom da voz e continuou com delicadeza:
-Amados, a santidade cristã é contrária à corrupção, cuja ignorância segrega e abafa os poderes do espírito, desnorteando, igualmente, os sentimentos mais elevados.
Foi nesse sentido que o Cristo veio atear fogo e tem pressa que ele se alastre.
Aproxima-se o tempo da queima do joio no meio do trigal de Deus.
Nós somos plantas nascentes na lavoura do Mestre e Ele, o Jardineiro da Criação.
E necessário que nós nos despojemos do homem velho, para que a virtude nos revista de ânimo nos serviços do bem; que a beleza contorne toda nossa forma, mormente no que tange à moral e às atitudes, e que nunca sejamos insensíveis às necessidades dos outros, à dor alheia e aos infortúnios ocultos.
Busquemos, pois, a santidade; ela é a pureza que nos comove até a alma, porque é o Amor nos convidando à serenidade constante.
Trabalhar em benefício dos outros é, certamente, ajudar a nós mesmos, porque estamos ligados uns aos outros por laços indestrutíveis, e o Amor de Deus para connosco corre por esses fios vitais que fazem da humanidade uma constelação; o cúmulo de estrelas humanas se interliga por lei de justiça e necessidade de uns para com os outros.
Conclama-nos o homem de Tarso, que aquele que rouba não deve fazê-lo mais; o que despreza o trabalho honesto, que se revista de honestidade; aquele que se ira por qualquer motivo, que se esforce para perdoar, e quem cultiva a melancolia já ao amanhecer do dia, que aja como o sol, despejando raios de alegria ao terminar da madrugada.
Não deixemos que os pensamentos se desprenda, dos lábios, sem que antes tenham sido analisados, para que o escândalo não se processe por nós e perturbe os outros.
E indispensável que imitemos os santos, que imitaram o Cristo, que imitou a Deus.
A cobiça nos engana e a transitoriedade da falsa virtude nos esmorece diante da vida.
Toda aquisição duradoura requer tempo e o tempo busca espaço e este apura as coisas para que elas sejam permanentes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 15, 2019 7:53 pm

Meus filhos, abandonemos as trevas que escurecem os nossos sentimentos, que esmorecem a razão, que incentivam a tristeza.
Basta pensarmos na máxima divina - "Desperta, tu que dormes!
Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará!" - para sermos ajudados a entender a nossa missão.
Não é preciso que tudo abandonemos para seguir o Cristo; isto seria sairmos de um extremo para o outro e ficarmos do mesmo modo que antes.
Sensato é que usemos tudo com nobreza de sentimentos, tendo o Mestre como filtro, a fim de que tudo nos chegue com pureza e dignidade.
Quantos maridos nos ouvem e quantas damas nos assistem, filhos, servos e senhores?
A todos aconselhamos que amem uns aos outros como Jesus nos amou, ou que, pelo menos, tentem, sem interrupção, fazer isso em nome da Paz.
Esta é a maior armadura que nos protege contra qualquer investida da ignorância.
Ou de inimigos que queiram se apossar de nós, procedentes do exterior, ou oriundos do coração.
Pai Francisco, todo iluminado e sorridente, levantou a destra, abençoando a todos no mais profundo gesto de amor.
Relanceou os olhos húmidos, e num rápido manejo do olhar, percebeu quantos irmãos ali estavam bebendo as suas palavras, guardando-as como relíquias de um novo círculo de grandezas espirituais, sob a égide do Príncipe da Paz.
Pôs as suas mãos enrugadas, mas ágeis, no tosco banco, para levantar-se, e, com grande espanto, percebeu que o Mestre lhe ofertava ajuda, como acontecera com Ele na subida ao Calvário.
De facto, Pai Francisco carregava pesada cruz, fardo já bastante incómodo, que era o seu corpo.
Cresceu a sua alegria e, caminhando, sentiu o Cristo tomando-lhe as mãos e ocupando a sua mente.
Desconhecia ainda a vontade de Deus naquela noite, mas esta logo se fez entender.
A figura respeitável do venerando senhor de Patmos passou pela multidão foi em busca dos enfermos que se comprimiam em tomo do templo de Éfeso.
Seus discípulos o acompanhavam sem coragem de tocá-lo.
Queriam expressar suas presenças, mas sem querer, se misturaram a todos os efésios e beberam a água divina que fluía naquela noite.
Leve perfume se fazia sentir na grande extensão por onde Pai Francisco passava.
Falanges de Espíritos puros operavam entre a multidão pelo comando do Senhor, restabelecendo corpos, aliviando mentes desequilibradas e afastando Espíritos imundos das criaturas sofredoras.
Ouviam-se vozes abafadas agradecendo a Deus pelas curas...
Outros largavam de repente, as suas muletas.
Crianças eram suspensas no ar, em agradecimento.
Pai Francisco, compassadamente, tomado pelo Divino Amigo, tocava pelas pontas dos dedos os enfermos e os curava instantaneamente.
A noite correu sem que ninguém percebesse.
O canto dos pássaros anunciava o amanhecer de novo dia.
Os discípulos do apóstolo avançaram para protegê-lo e suspenderam-no diante da multidão, carregando-o sem qualquer reacção sua.
O povo aumentava na igreja de Éfeso e a notícia corria como a luz...
Pai Francisco, já em casa, foi cercado de todos os cuidados possíveis.
Levaram-lhe todos os tipos de alimentos e sucos, mas a tudo ele recusava.
Os discípulos conheciam a grandeza do seu mestre, pela vida que levava e pelo Amor que vivenciava.
No entanto, nunca pensaram que poderia chegar a tanto a sua grandeza.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 15, 2019 7:54 pm

A igreja de Éfeso foi visitada por toda a população, que ainda respirava as fragrâncias celestiais, impregnadas no ambiente pelos benfeitores da eternidade e pela presença do maior Espírito que aquela terra conheceu, lhe servindo de berço, por misericórdia de Deus.
O último dos doze não precisava fazer recomendações de sentido doutrinário, pois aqueles homens guardavam no coração o tesouro que ele ofertara, com amor e carinho.
A caravana celestial ainda não subira aos Céus.
Acompanhara o vidente de Patmos aos seus aposentos, observando as evoluções da vida na dimensão que lhe competia permanecer.
Recostado num velho leito, sentiu Pai Francisco forte estalo dentro da cabeça.
E eis que se encontrava de pé ao lado do velho corpo que começava a afrouxar os nervos.
A sua lucidez se dilatou, ganhando imensurável amplitude.
Nenhum dos Espíritos presentes operou em favor do apóstolo, uma vez que ele mesmo se recompôs.
Respirou em ritmo encantador, por acção de sua fabulosamente, acumulou em tomo de si recursos espirituais, restabelecendo todas suas energias-forças e, em segundos de operação ágil, com as forças renovadas, se libertou do fardo físico.
Palmas de luz se faziam ouvir...
Era a entrada triunfal de João Evangelista no mundo espiritual.
Ouvia-se deslumbrante hino anunciando o regresso de mais um soldado da refrega humana, que deixara na terra o testemunho de que somente o Amor vence todas as dificuldades, curando enfermos e distribuindo paz às criaturas.
João é abraçado por toda a corte celestial.
Primeiramente, por aqueles que foram seus pais na Terra: Salomé e Zebedeu.
Depois, surgiu Maria no esplendor de sua beleza e graça divina.
O profeta da ilha agreste, ao vê-la, caiu de joelhos, beijando-lhe as mãos de luz e ela osculou os seus ondulados cabelos de neve.
O apóstolo regressou ao passado e ouviu novamente com todos os contornos os sons, que antes registrara:
- Mulher, eis aí o teu filho".
"Eis aí tua mãe".
E ao sair daquela efusão de amor de mãe e filho espirituais, deparou com Paulo e Jesus, jubilosos pela vitória do apóstolo.
Quando quis ajoelhar-se novamente, não o conseguiu - Paulo tomou-o em seus braços e seguiu Jesus, que parecia um sol com um cortejo de estrelas, ramo ao infinito.
Era, de facto, a constelação espiritual em busca do seu pouso cósmico...
João Evangelista retomava ao colégio apostolar de Nosso Senhor Jesus Cristo!...
* * *
Logo que o Pai Francisco foi chamado para a pátria espiritual, contando quase um século de idade, o filho do comerciante de Éfeso, sem que ninguém percebesse, sentiu-se abalado nas fibras mais íntimas do coração.
Pouco depois de ser curado pelo velho apóstolo, passara a morar com ele, tendo-o como professor permanente.
Assimilara a Boa Nova do Reino com espontânea facilidade, que o mestre admirava.
Pátius havia renunciado ao reino da abundância de seu pai, para acompanhar Pai Francisco em suas andanças de caridade.
Vivia na mais pura simplicidade e rigorosa higiene, maneira que herdara da escola de Roma.
Era admirador da escola de Sócrates e Platão, conhecia detalhadamente a vida desses dois homens.
E pela influência de Pai Francisco, aceitara Cristo como um verdadeiro Deus, que viera à Terra, por misericórdia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 15, 2019 7:55 pm

Pátius não demoraria muito tempo na Terra depois da ida do mestre.
Numa queda, fracturou o crânio e quando o socorro se fez presente, eleja se encontrava junto ao apóstolo, sorrindo e abençoando a todos os da família de Éfeso.
Antes, quando o velho apóstolo curou o estudante recém-vindo de Roma, pedira aos familiares que desejava receber algo em troca do que fizera, já que eles insistiam tanto.
Os progenitores, atenciosos, interrogaram:
- Fala, Pai Francisco, que te daremos o que pedires aqui ou além: terras, ouro, sítio ou casas para fazeres o que bem entenderes.
O ancião sorriu satisfeito e disse com brandura:
- Eu quero, em nome de Jesus Cristo, que todos vós, homens, mulheres, crianças escravos e senhores, que vos caleis diante da cura que presenciastes, deis anúncio desse fenómeno a que, por permissão de Deus e bondade do Cristo vós assististes, pois a minha missão, por enquanto, não é curar, mas outra haverá de vir.
Ninguém precisa ficar sabendo, pois o povo de Éfeso sabe que pátius está em Roma, estudando e desconhece a sua enfermidade.
Agora vós podeis anunciar a chegada de Pátius, apresentando-o são, como era.
E a maior dádiva que posso receber de todos vós.
Juraram guardar segredo, em nome de todos os deuses, pois se tratava da vontade de Pai Francisco.
* * *
Esta é uma fracção da história do grande vidente do Apocalipse.
Os escritores antigos e modernos perderam o fio dos fatos que com ele ocorreram.
Quem poderia ter escrito muito sobre ele seria Pátius, mas, logo que pôde tomar essa atitude, foi chamado para o além, por lei irremovível do destino.
Seu nome não se encontra no Evangelho de João, porque ele o escreveu antes de conhecê-lo e não se encontra no Apocalipse porque este foi ditado pelo Cristo.
João, com certeza, não achou conveniente falar de seu discípulo, ou dos seus discípulos, que foram inúmeros.
Após desencarnar, Pátius o acompanhou, pela afinidade do coração.
Temos depois, já no século XII, voltaram juntos, reencarnando-se na velha Itália, como mestre e discípulo, por se encontrarem naquelas plagas, campos de trabalho que requeriam maior urgência.
Pátius, junto de Francisco de Assis, nas Ordens criadas pelo mestre, foi-lhe muito útil, escrevendo tudo o que o iluminado da Umbria falava como médium do Cristo.
E as mensagens eram enviadas às igrejas de maior expressão que, por sua vez, as transmitiam às demais.
Era o seu maior amigo, eternizado pela gratidão, tendo, como Pátius, recebido duas curas por intermédio de Pai Francisco: a alma e a do corpo.
Frei Leão foi o mesmo Pátius, que depois voltou sozinho, ainda na Itália, contando agora com Pai Francisco como guia espiritual.
E dessa vez na personalidade do Professor Pietro Ubaldi, quando aproveitou sua educação milenária, e hicida inteligência, servindo com médium.
Plasmou no papel o que Francisco desejava, em nome de Cristo.
E o Brasil foi, para ele, a nova ilha de Patmos, bem mais confortável do que a do seu inesquecível mestre.
Reencarnado, reviu toda a história da humanidade, sentiu a aproximação dos tempos anunciados as profecias, e reconheceu o verdadeiro lugar, no concerto das nações, desta Pátria soberana, pelo seu exemplo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 15, 2019 7:56 pm

* Muito se tem questionado a respeito desta passagem.
Também nós, ao recebermos o livro para análise e publicação, a questionamos e procuramos o médium João Nunes Maia.
Lembramo-nos com nitidez do seu olhar profundo, olhos rasos d'água, respondendo-nos com humildade:
"Mas eu vi! Miramez projectou um quadro à minha frente, como numa tela de televisão, e eu vi quando dois Espíritos vestiram uma roupa fluídica nele, como se fosse uma roupa de astronauta, como se fosse um escafandro!"
Naquele momento, dada a sua reacção humilde, mas convicta, paramos para reflectir.
E entendendo a profundidade da acção da espiritualidade superior, lhe solicitamos permissão para esclarecer o leitor.
E ele, mais uma vez, nos solicitou paciência, e confiança.
Mostrou-nos que os Espíritos preparados para entender, não careciam de explicação e os demais, que não entendessem, careciam de tempo, e não de explicações.
Assim, deixamos o tempo passar, pois a ciência se encarregaria de esclarecer factos considerados "milagres".
A imponderabilidade de átomos e moléculas, sob a acção da energia vital que actua sobre a matéria, interpenetrando-a em todos os sentidos e dimensões, é responsável pelos efeitos que, durante milénios, foram considerados sobrenaturais.
A partir de agora deverão surgir outras informações científicas que corroborarão tudo o que a Doutrina Espírita vem antecipando à guisa de explicações sobre efeitos do Espírito sobre a matéria.
(N.E.)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:43 pm

2 - Uma Cidade Diferente
"Então vi descer do céu um Anjo, tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente.
Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos. "

Apocalipse, 20:1 e 2.
João Evangelista, o grande vidente de Patmos, regredindo no tempo, teve a visão dos acontecimentos ocorridos no mundo espiritual, antes mesmo que ele nascesse, pois, para que o Cristo descesse à Terra, era necessário que engenheiros siderais limpassem a atmosfera do planeta, para que os atentados contra a Boa Nova do Reino de Deus não viessem a gerar alterações.
Uma falange de Anjos assomou à Terra, tirando dela dois bilhões de Espíritos inferiores, cuja animalização atingia até as raias do impossível.
Se fôssemos contar os factos ocorridos na comunidade que denominavam de A Cruzada.
Assim a chamavam porque sua planta era em forma de cruz, que se quebrava nas suas quatro hastes, sendo que, em cada uma delas foi criado um reino, cada qual comandado por um príncipe e um imediato.
Eles mesmos se organizaram, por haver no meio daquela multidão seres de alta envergadura intelectual, grandes magos, desenhistas habilidosos, artistas consagrados, muitos deles dados à lavoura, à pecuária e a outras actividades.
Não faltavam, na grande metrópole das sombras, especialistas em todas as áreas do conhecimento.
Esses Espíritos não foram cambiados para essa região de uma só vez; foram divididos em muitas levas, para maior segurança do trabalho.
A cidade das trevas foi edificada na linha do Equador, para que o Sol cooperasse com eles, desintegrando parte dos seus pensamentos inferiores e para que, de certo modo, os maltratasse, pelo calor abrasador dos seus raios directos, em fusão com as suas próprias vibrações.
A egrégora* formada por essas almas servia de filtros para os raios ósmicos, de modo a não lesar nem lhes crestar a estrutura espiritual, abrindo-a em chagas, principalmente a daqueles que trabalhavam em serviços mais posseiros.
A escravidão, ali, era bem pior do que todas as conhecidas na Terra.
Assim o Satanás descrito por João Evangelista, evidencia-se como o símbolo desses dois billões de Espíritos.
Relativamente a esses expatriados, os perseguidores da época do Mestre eram bem mais brandos, pois conheciam o motivo de sua estadia ali, e alimentavam o ódio e o prazer da vingança.
Quando pudessem sair da prisão milenar, a ideia era voltar à Terra e incendiá-la - tinham exércitos bem adestrados, esperando o dia de transformá-los em cinzas.
Engenheiros siderais planearam com habilidade indescritível a planta de um local que pudesse alojar esses seres, acumulando material adequado para que eles mesmos o edificasse, sem notarem que estavam sendo ajudados.
Correntes de fluidos de certa estrutura cruzavam os espaços em altas voltagens, carregando segredos que os habitantes não poderiam descobrir, para não anularem os curtos-circuitos lesivos, provocados ao contacto com a forma perispiritual.
Nas tentativas de evasão verificadas, constatou-se, pelas graves consequências para os fugitivos, que isso não compensaria.
Os habitantes de A Cruzada esperavam, no passar dos séculos, o cumprimento da profecia de que, após mil anos, seriam soltos.
Não desconheciam eles o futuro que lhes estava reservado e para isso se encontravam naquele preparo colectivo, assim como a Terra estava sendo preparada para suportar-lhes a maléfica acção. Deus, em Sua misericórdia, se serviria deles em benefício deles mesmos, em algumas etapas educativas, pois que, como filhos do Todo Poderoso, não se encontravam perdidos e condenados eternamente.
O tempo e a dor os fariam amadurecer sob o calor das provações.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:43 pm

A Terra seria, por muitas vezes, berço para essas almas, no sentido de torná-las boas e mansas, a fim de obterem ingresso no grande rebanho de Jesus Cristo.
O solo da cidade era de matéria viscosa, o que lhes dificultava os movimentos, porém, com o passar do tempo, desenvolveram, como sói acontecer na Terra, recursos e, com a manipulação de elementos, solidificaram as ruas e deram uma expressão mais confortável às mesmas.
A pouca água de que dispunham tinha em sua composição substâncias electroquímicas, que os mantinham alimentados, renovando-lhes as energias.
Os vícios ali desenvolvidos foram incontáveis.
A falta de Pudor, sem limites.
O sexo em desalinho tomava proporções assustadoras, envolvendo todos os habitantes; a sofisticação da brutalidade e da prepotência era a condição maior dos dragões que tinham nas mãos o domínio e o comando daqueles Espíritos.
Movidos por reminiscências que traziam da Terra, criavam acções idênticas; por vezes festejavam inventos em praça pública, esbravejando o nome do rei dos reis, desdenhavam o mundo dos homens, alegando faltar nestes a inteligência que lhes sobrava, afirmando que a meta era a liberdade, com a saída daquela jaula astral.
Ali permaneceram verdadeiramente por mil anos.
Depois, eles mesmos, para que se cumprissem as profecias, descobriram meios de escapulir pelo cinturão energético que os mantinham presos, começavam a perder os sentidos, a fim de serem levados para colónias apropriadas e lá preparadas para novas reencarnações no plano físico.
Colocar-nos-emos diante das profecias do Apocalipse, revivendo o que o profeta e evangelista disse, ouvindo do mundo espiritual e vendo os acontecimentos, tanto do assado quanto do grande futuro.
A vista disso, acrescentaremos algo mais para que a realidade possa se apresentar e para que possamos sentir o drama que se passou na Idade Média, estendendo-se até quase o descobrimento do Brasil.
Somente as Cruzadas, contando do grito estentórico de Pedro, o Eremita, e o Papa na realidade, no governo de Sérgio IV, no ano de 1009. para que analisemos melhor as profecias, eis o que diz o Apocalipse, capítulo vinte, versículos sete e oito:
"Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão.
E sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da Terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja.
O número desses é como a areia do mar".
Na sequência, vejamos o fim do versículo três do mesmo capítulo:
"Depois disto é necessário que ele seja solto por pouco tempo, se referindo que, depois dos mil anos, seria Satanás solto por menor espaço de tempo e, na verdade, assim aconteceu.
Quando eles desencarnavam - quase todos por meios violentos - permaneciam na erraticidade por pouco tempo, pois os agentes da luz os traziam imediatamente para novas prisões, acorrentavam-nos em corpos físicos de todos os tipos, em todas as nações do mundo-escola educativa da dor, onde se investiam uns contra os outros e de onde saíam a seduzir todas as nações da Terra, estimulando guerras, ateando fogo onde conquistassem ou perdessem as batalhas, gerando a peste e a fome.
Por aí se nota a enorme justiça de Deus, a bondade imensurável do Criador, organizando esse trabalho indescritível para educar essas almas desviadas da Paz e do Bem, na sua feição de Amor, pois esse é o roteiro, pelo qual não se poderá um til que seja, em todos os factos, nas nações e reacções de todos os seres.
Depois das Cruzadas, explodiu a Inquisição, plano dos mesmos Espíritos já melhorados.
Se alguém se sente mal quando passa a saber de alguns acontecimentos ocorridos nas masmorras das casas inquisitoriais, sofreria mais se soubesse alguns detalhes dos acontecimentos das Cruzadas, oito investidas envernizadas no puro ódio e na vingança.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:43 pm

Sob o pretexto de preservar o túmulo do Cristo, invadiam e conquistavam, provocando carnificinas.
Sob a justificativa de que Deus ordenava e de que o Cristo surgia os incentivando às lutas de conquista, os fanáticos egressos da grande cidade negra reuniam-se em exércitos.
É certo que nem todos aderiram quando se encontraram na carne, mas, em compensação, dos que não estavam presos - almas já melhoradas em comparação com os cruzados do astral inferior - muitos a eles se uniram por junção magnética, por hipnotização ou por afinidade com os sentimentos inferiores do alto comando das trevas.
Hitler, um dos últimos príncipes que ajudaram a governar a grande cidade nos céus do Equador, foi uma das feras enjauladas por mil anos que, ao assumir o controle do Estado Germânico, tinha uma tarefa odienta com a sua consciência e os seus comandados preguiçosos, reencarnados como judeus, objectivando eliminar toda a raça.
Entretanto, pôde somente atingir àqueles que, na contabilidade divina tinham registadas dívidas remontadas.
Ele, prepotente em demasia e os outros, auto-hipnotizados, dizendo-se seres superiores, ainda desconheciam que eram a escória do mundo que os milénios e a dor iriam transmutar em pedras preciosas - todo o joio toma-se trigo, pela força do progresso.
Os comandados do Füehrer eram em tomo de quinhentos milhões que se dividiam entre os dois planos da existência, lutando e ouvindo a antiga voz do pastor negro, e obedecendo à risca o comando, sem darem valor à própria vida.
E ele, como símbolo, traz a grande cruz aberta nas hastes, planta da cidade das sombras, chamada A Cruzada, cuja quarta parte comandara com rigidez e orgulho, nunca saindo do poder durante todo o tempo, a não ser para voltar à Terra, com a grande pretensão de dominá-la, de colocar os pés no globo e dizer:
"Esta é a minha casa", ou então, transformá-la em pó.
E se envaidece com a cruz suástica.
Ao olhá-la, pareciam aumentar-lhe o poder e a coragem.
Falanges e mais falanges de Espíritos estavam sob suas ordens, pois logo se afinizaram com o seu modo de ser.
Desta forma, teve início a guerra de 1939 a 1945, com suas calamitosas consequências...
* * *
Francisco de Assis desceu à Terra em meio de enorme e terrível carnificina.
A Idade Média fazia do mundo um palco nefando de ódio e de vingança.
Depois de mil anos de cristianismo, foram abertas as portas das trevas, e ela foi tumultuada pelos agentes das sombras; contudo, Deus, em Sua divina programação, não esquecera das devidas protecções.
Ao armar a escola do planeta com meios apropriados para educar almas, cuja ignorância em seu verdadeiro clima, fez com que encontrando-se sombras com sombras, nascesse a luz desse impacto.
Uma mancha negra acumulava-se na Europa, com tendência a estender-se no mundo inteiro, apoiada e estimulada por alguns príncipes da Igreja, que, embora chamada do Cristo, d'Ele se distanciava.
Na condição de sacerdotes, oriundos das trevas, vieram reunir seu rebanho para incendiar o mundo de atrocidades, banhá-lo com sangue e fazer com que os corações se esquecessem do Amor.
Enganaram-se eles nas suas pretensões, pois serviram de instrumentos de corrigenda para os seus próprios companheiros.
Aqui nos referimos às Cruzadas e, principalmente, àquelas em que sucumbiram mais de quatrocentas mil crianças, Espíritos esses que, mesmos em corpos de inocentes, eram velhos devedores perante as leis divinas e que, levados pelas trevas, foram passados a fio de espada.
Essas almas eram todas procedentes do astral inferior, unidas umas às outras pela força dos sentimentos.
Quando ouviram a voz do chefe para a luta, largaram, como num ato de fé, irmãos, amigos e pátria, com a ilusória sentença de vários hipnotizadores das trevas, na influenciação colectiva, que diziam:
- O Cristo, meus filhos, em forma do Menino Jesus, está na frente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:44 pm

Vamos! E mais nada perguntem, que vamos libertar a Terra Santa onde pisaram os profetas de Deus e que o Cristo abençoou.
E levas de crianças de todas as idades acompanharam vários psicopatas vampiros, cujo prazer era ver e sentir o cheiro de sangue.
Caíram nas armadilhas dos lobos os que, por lei dos afins, não deixavam de ser lobos também.
Era a própria lei educando os refractários e fazendo com que despertasse, pelo guante da dor, o Cristo interno nos corações.
As Cruzadas eram comandadas por homens nefarios, isentos de todo e qualquer sentimento de fraternidade.
Os grandes missionários, dos quais Francisco de Assis era o mais lúcido, contrabalançavam o mundo doutrinário, não deixando desaparecer a fé em Deus e os exércitos espirituais em busca dos sentimentos altruísticos.
Os grandes místicos são como alto-falantes ligados no amplificador divino, em cujos microfones fala o Cristo, em nome de Deus, procurando despertar nos homens de boa vontade, a esperança.
Foram as Cruzadas o embalo execrável das trevas, como advento da Inquisição, e João Evangelista, como vigilante da Espiritualidade Maior, regressou como Francisco de Assis, com a missão sagrada de aliviar, por misericórdia, o fardo pesado que estava sendo imposto pelas Cruzadas aos ombros dos homens.
A sabedoria do Pai Celestial curava a obstinação das almas envenenadas na vingança e no ódio, usando Espíritos da mesma faixa evolutiva, dos mesmos sentimentos em decadência e, pelos impactos, ambos despertaram com o tempo, pela terapia milagrosa da dor.
O espaço é usado como medicamento na garantia da verdade de que ninguém se perde, porque todos somos filhos de Deus, com os mesmos direitos e deveres compatíveis.
O que chamamos de Mal é, no fundo, um Bem a nascer.
* * *
A França foi o berço onde se fermentaram as ideias mais nefastas da Terra.
Foi lá que as trevas acharam ambiente para se estabelecerem, usando como médium um homem que não deveria ser esse instrumento, por se intitular Pastor de Almas.
Diante da multidão, em outubro de 1095, no Concílio de Clermont, o Papa Urbano II, inspirado pelos agentes das trevas, deu o grito de guerra contra os turcos:
deveriam matar os muçulmanos, em defesa do Santo Sepulcro.
Quando viu o ambiente favorável às suas invectivas inferiores, arrematou com entusiasmo, frente à multidão sempre inconsciente, uma das maiores blasfémias de todos os tempos, no tom de voz conhecido das sombras:
"É Deus que o quer".
E terminou sua nefanda prosa em meio de gritarias:
"Ide sob a égide de Cristo".
Nesse dia foi fundada a primeira Cruzada, o movimento que tomou corpo, como sempre acontece com as coisas inferiores, e foi palco de morte e sacrifício para quase um milhão de pessoas.
E as trevas, temendo que as cruzadas acabassem, organizaram no século seguinte, movimento semelhante, disfarçado com outro nome, porém, movimentado pela mesma falange de Espíritos sanguinários, verdadeiros vampiros da Idade Média.
As trevas intentaram apagar o sol da Terra.
Foi na Itália, no papado de Lúcio III, que se lançaram as bases da Inquisição, no Concílio de Verona, em 1184, para depois se criarem na França os tribunais do Santo Ofício, no ano de 1233, sob a influência de Gregório IX.
Esse movimento ceifou vidas e mais vidas no mundo inteiro, sem piedade, fazendo desaparecer o amor na própria religião.
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FRANCISCO DE ASSIS - Miramez - João Nunes Maia - Página 2 Empty Re: FRANCISCO DE ASSIS - Miramez - João Nunes Maia

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:44 pm

Carrascos se assentaram, como afirmam, na "cadeira de amor de Pedro Apóstolo", que deu a vida por amor ao Cristo, abençoando e curando enfermos, que não tinha uma pedra sequer para reclinar a cabeça, e não aceitava companheiros para o apostolado que não renunciassem aos bens terrenos, chegando ao ponto de Ananias e sua esposa morrerem aos pés do homem de fé, por mentirem no que tange à renúncia das coisas materiais.
Esses homens que sucederam a Pedro convocavam inocentes, homens, mulheres, animais e coisas que poderiam estar trabalhando em prol da vida, para dar esperança e surgimento da fraternidade na Terra, incentivavam a guerra e instituíram tribunais para sacrificar e tirar vidas.
Esses movimentos foram estimulados pelas forças das trevas, que ficaram anuladas por mil anos, como se refere o Apocalipse, mostrando Satanás, simbolizado com uma legião de Espíritos que, soltos, desceram à Terra pelo processo da reencarnação, tomando os pontos estratégicos de comando, nos palácios e na religião, e mostrando o que realmente eram, em se falando dos sentimentos mais lúgubres que a Terra pôde conhecer.
Todavia, Deus, na Sua bondade infinita, não Se esquece de Seus filhos, e sempre os atende com Amor.
Envia milhares e milhares de Anjos à Terra, para aliviar o carma colectivo, dentre os quais destacamos duas falanges que desceram ao planeta:
uma sob a direcção de Francisco de Assis, no sentido de tomar conhecido pelo exemplo, o Amor e a Humildade, o Perdão e a Simplicidade, influenciando igualmente o alto escalão do clero romano, para o retomo do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo; a outra, sob a direcção de Domingos de Gusmão que, pela sua eloquência e por dominar vários idiomas inclusive o Languedoc* -, recebeu a incumbência do Papa Inocêncio III de combater os hereges.
Todavia, não o fez como queria Sua Santidade, pois era um homem de paz.
Conversava com os revoltados, exortando-os a esperarem com paciência em Deus e em Jesus, que jamais deixariam os Seus filhos e seguidores sem protecção.
Era, por excelência, um pregador do Evangelho, e corria muitos lugares para fazê-lo conhecido.
Certa feita, encontram-se em Roma, Francisco e Domingos, que vararam a noite conversando sobre a reforma da Igreja de Deus, desejando que eles cumpririam os deveres que a consciência traçou, sob a inspiração do Mestre, e que o resto seria ou já estava entregue a Deus e que somente Ele, o Todo Poderoso, saberia com Paciência e com Amor, sem tirar a oportunidade dos sofredores, de fazerem a sua parte.

* * *
Inúmeros factos e personagens influíram sobremaneira nos acontecimentos que culminaram com as Cruzadas e, na sequência da acção das trevas, a Inquisição.
A acção de Espíritos cujos compromissos com o Mal desencadearam situações as mais variadas, redundaram, para milhares de outros Espíritos, em situações dolorosas, como cumprimento das Leis Divinas.
Assim, para facilitar entendimentos e associação dos quadros nas diversas épocas, serão mencionados nomes de pessoas que foram protagonistas em diversos quadros de dor, e de lugares que lhes serviram de palco, onde a Sabedoria Divina fica evidenciada em sua acção de Amor em favor das criaturas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:44 pm

Pedro, o Eremita
Esse cruzado das primeiras horas, pregador comum em vários países, fez-se porta voz de Urbano II.
Homem de uma têmpera incomum, tribuno sem boas maneiras ou destaque intelectual, mas de uma atracção na voz que arrebanhava multidões de todas as classes, fazia com que homens e mulheres abandonassem todas as actividades e marchassem em direcção à Cidade Santa para libertá-la dos muçulmanos, inimigos ferrenhos do cristianismo.
Os turcos, igualmente, quando ouviam o nome de Cristo, cuspiam de lado, desdenhando o Mestre dos mestres; todavia, os que se armavam como defensores dos lugares santos, onde acreditavam estarem depositados os restos mortais do Divino Mestre, eram iguais aos inimigos e pertenciam à mesma falange dos renegados da luz.
Eram também Espíritos que vieram da grande Cruzada astral, cidade negra aprumada na linha do Equador.
Para termos ideia dos destroços praticados pelas Cruzadas, basta analisarmos a primeira, numa sequência de mais sete, cada vez piores.
Arregimentaram mais ou menos um milhão de cruzados, de todas as idades, raças e posições diversas.
A primeira guerra foi uma calamidade sem precedentes e o sangue derramado em nome dos nomes mais agrados do mundo.
Famílias lutadas sentiam-se honradas com essa situação e escravizavam-se pessoas de todas as classes.
Era exagerado o preço da liberdade em cada pedaço de terra, e contar os sacrifícios.
A tomada de Jerusalém servia de pretexto para atrair e magnetizar as massas, reunindo os fanáticos para a luta; no entanto, atrás de tudo isso ocorria o impacto das trevas com as trevas, de carma com carma, de processos evolutivos para os Espíritos ainda ignorantes acerca das leis de Deus.
Pedro, o Eremita, era um dos imediatos de um dos reinos da cidade do Mal Quando nasceu, a sua figura assombrou os próprios pais, que quiseram de imediato livrar-se dele, pois era de uma feiura assustadora.
Casou-se e adquiriu filhos, os quais entregou a caridosa família para criar, porque ele iria servir ao Senhor, na libertação de Jerusalém das mãos turcas e muçulmanas.
O fanatismo fê-lo instigar milhares de pessoas a fazerem o mesmo, desarticulando famílias inúmeras, saqueando fazendas indefesas, matando sem piedade quem encontrasse com ideias diferentes das suas.
Todo inimigo era contra Deus e por isso não merecia viver, e, em muitos casos, quando se sentia derrotado, acovardava-se, dizendo sempre aos seus comandados que ouvia a voz de Deus e de Cristo, ordenando-lhe que o exército marchasse e que fosse à frente.
Eram os mesmos obsessores do mundo espiritual, a ele ligados por ideias afins, que lhe falavam e o guiavam, estimulando-o na sangrenta tarefa.
A consciência de Pedro era um verdadeiro inferno e entendia que se libertasse a Cidade Santa das mãos inimigas, estaria livre de todos os pecados cometidos.
O próprio Urbano II perdoava todas as faltas, por mais graves que fossem, do voluntário que morresse nos campos de luta, e, os que recuassem, ficariam condenados eternamente ao fogo do inferno.
Príncipes, reis, condes e todo o alto escalão da nobreza marcharam para a frente, sem pensar nas consequências, sem medir os sacrifícios.
Todas as cidades por que Pedro passava, pregando a necessidade do alistamento nas fileiras da "Guerra Santa", ficavam quase desertas.
A sua feiura assombrava as pessoas; no entanto, o seu verbo as arrebanhava e unia para a maior das chacinas até então verificadas no mundo.
Ele simbolizava o Satanás Gogue, que João Evangelista identificou nas visões em Patmos.
A Terra foi assolada pelas sombras.
A Idade Média marcou na história as maiores perversidades até então praticadas - o homem desceu abaixo do animal selvagem, com todos os tipos de atrocidades.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:44 pm

O movimento foi tão grande, que chegou ao ponto de atrair os grandes guerreiros da época:
Frederico, o Barba Roxa, da Alemanha, Felipe da França e Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra.
Três grandes nomes mundialmente conhecidos, pesaram na balança dos inimigos.
Se fossemos numerá-los, estas páginas não comportariam os nomes dos grandes personagens que enlutaram as próprias famílias para defender a honra do Santo Sepulcro.
Espíritos conhecidos há milhares de anos, alimentavam todos a ideia de atear fogo à Terra, sob qualquer pretexto.
Do outro lado havia o mesmo número de guerreiros com as mesmas ideias e, dentre eles, Saladino, sultão impetuoso, que os comandava - diante de quem esteve Francisco de Assis pregando a paz.
Seu escuro coração inundou-se de luz e tudo aceitou por um momento, mas quando Francisco se retirou, as suas intenções maléficas voltaram todas e ele reassumiu seu padrão habitual.
Estamos descrevendo apenas alguns detalhes, somente para mostrar, por prismas mais leves, o que foram as Cruzadas, e como nasceram os oito gritos infernais que abalaram o mundo.
Foram duzentos anos de lutas terríveis, e quase cem de fermentação de ódio e vingança, cuja sequência foi a Inquisição com os mesmos Espíritos já mais brandos, porque pela lei de Deus não há regressão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:44 pm

Gengis Khan
Este terrível conquistador ateou fogo na Ásia Central e na Ásia Menor.
Onde as patas dos seus cavalos deixassem rastros, a máxima era essa: que ali nada mais nascesse.
Quando conquistava uma aldeia ou cidade, rapinava tudo, fazia prisioneiros e estuprava as meninas-moças.
Quando derrotado em algumas poucas batalhas, incendiava tudo por onde passasse: essa era a ordem do grande guerreiro.
Gengis Khan, um dos chefes da cidade A Cruzada, no astral inferior, na Idade Média foi um cidadão livre na Terra.
Essa liberdade custou bastante caro aos seus semelhantes, que não o eram somente na forma física, porém se agregavam a ele pelos sentimentos - a lei dos afins nos une com os nossos velhos companheiros de jornadas infinitas.
Como já dissemos alhures.
Deus educa as almas por intermédio das próprias almas.
Os dois bilhões de Espíritos da cidade negra baixaram à Terra em uma grande oportunidade de recomeço na pauta da disciplina, e, o mundo espiritual não iria, certamente, sacrificar santos, para que servissem de pais a tais monstros, nem tampouco companheiros, mas, sim, Espíritos da mesma estirpe.
Reuniam-se seres da mesma índole psicológica e psicofísica, monstros para devorarem monstros, cães para devorarem cães, lobos para caírem nas armadilhas dos mesmos lobos.
Todas essas atrocidades, cuja herança se faz mostrar até hoje, parecem-nos incompatíveis com a bondade do Criador.
Ser-nos-á pesado para a consciência, se a razão der o seu resultado desfavorável à consciência divina; é por isso que muitos procuram não entrar no mérito da questão, nem julgar os homens por suas acções.
Coitados! Foram eles criados simples e ignorantes; sua simplicidade é muito nobre e se reveste de muita beleza quando se encontra com a sabedoria, mas antes disso, ela favorece os maiores absurdos da vida, como os que aconteceram na Idade do Meio.
Devemos estudar esses processos usados pelo progresso, com serenidade e com mais amor às criaturas, fazendo a nossa parte com caridade, se já pudermos fazê-la, para ajudar a educá-los.
São crianças junto aos velhos que gritam por apoio, por liberdade e por amor.
E, no fundo de tudo, eles estão se instruindo cada vez mais; os seus feitos são cópias da própria natureza, em todo o reino da Terra.
Gengis Khan foi guerreiro forte, mestre em comando por largas experiências e na hora da luta, o seu objectivo era lutar somente, na máxima expressão.
Quando em acampamento, era generoso para com seus comandados.
Fazia-se um deles, e, em muitos casos, se entregava até a simples serviços, para que seus guerreiros se divertissem e descansassem.
Esse gesto os cativava até a morte:
era a gratidão nos caminhos do fanatismo.
Qualquer de seus soldados que caísse prisioneiro ou ficasse ferido, tinha certeza de que em altas madrugadas viria socorro.
Ele somente descansava em acampamento, quando nada mais havia para fazer, principalmente em benefício dos seus comandados.
Com esses gestos de humanidade, sabia que ganhava a unidade dos seus homens.
Em qualquer eventualidade bastava um grito, uma ordem de comando, para que todos se entregassem a qualquer combate, com fúria jamais presenciada em outro esquadrão.
Era, se pudéssemos dizer, o fanatismo em quarta dimensão...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:45 pm

Os místicos não usam, por onde transitam, maneiras idênticas?
Só que a atenção que dispensam, a caridade que fazem e a gratidão que têm, universalizam-nos:
não tem partidos, não escolhem a quem beneficiar, amam a todos dando tudo o que possuem.
Vivem na fraternidade em busca do Amor, sem escândalos, sem guerras, sem ódios, sem ciúmes e sem conhecimento da inveja.
São homens livres, por trabalharem constantemente pela liberdade dos outros.
Grandes extensões de terras foram pisadas e massacrados os seus habitantes.
Foram trucidadas criaturas de todas as idades e o fogo era o sinal mais vivo de que por ali passou Gengis Khan...

No Egipto e na Síria
Saladino, o Sultão que dominava o Egipto e a Síria, empedernido conquistador, deixou sua marca na civilização da Idade Média, contribuindo para o aumento da calamidade universal, das catástrofes impostas pelas Cruzadas.
Foi de grande expressão seu comando nefasto na terceira Cruzada, pois resistiu com fúria a outro grande guerreiro da Inglaterra, Ricardo Coração de Leão que, desta feita, foi vencido pela audácia dos muçulmanos, que consideravam de mal agouro o dia que sucedesse àquele em que não vissem correr o sangue do inimigo.
Não é nossa pretensão historiar as Cruzadas, mas para que seja possível compreender melhor a missão de Francisco de Assis e de António de Pádua, necessário que busquemos alguns acontecimentos na história da Idade Média, e liguemos as coisas, a fim de deduzirmos o valor da vinda destes grandes missionários e Jesus, para amenizarem as provações da colectividade.
Eis que foram dois astros lançados dos Céus em favor da Terra.
Mais adiante apresentaremos dados mais concretos do encontro de Francisco de Assis com o Sultão, e a proposta feita pelo Santo de Assis, em busca da paz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 16, 2019 7:45 pm

A Inquisição na França
Os Céus se abrem, quando ouvem os clamores da Terra, haja vista o histórico caso dos judeus que estavam nas mãos dos egípcios, na Casa de Servidão.
Eis que desceu de uma abertura divina a Justiça, na personalidade de Moisés, para que os homens não ficassem órfãos e foi neste aconchego da lei, foi nas torrentes de lágrimas vertidas pelos escravos no êxodo com o legislador, que o mundo entrou em preparo para a vinda do Messias, Aquele que é a esperança do mundo, Aquele que foi, é e será sempre o nosso Guia Espiritual na grande casa de Deus.
Os Céus se abrem quando se faz necessário, quantas vezes a lei exigir, para que nenhuma das criaturas carregue peso maior do que suas forças.
Um nefasto príncipe negro, com o nome de Torquemada, surge na história da Espanha, patrocinado pelas cruzadas do astral inferior, compactuado com milhares de outros da sua estirpe, para dar sequência às Cruzadas na Terra.
Foi ele um curto-circuito nos fios da vida, principalmente dos espanhóis.
O sangue, para ele, era como um bom vinho na hora da ceia ou nos festejos das suas crueldades.
Era insensível aos apelos de mães e filhos, parentes e amigos dos condenados, e até mesmo de reis, que tremiam ante o seu poder.
A crueldade petrificou-se nesse ser de modo indescritível.
No ano de 1420, abre os olhos nas terras de Espanha esse agente das trevas, para presidir os tribunais das sombras e julgar os hereges, que eram os seus próprios companheiros da antiga cidade A Cruzada.
Em contraposição, em 1412, na cidade francesa de Domremy, para que o sofrimento não pesasse demasiadamente nos ombros dos sofredores, os Céus se abriram e desceu uma estrela em forma de mulher, com o nome de Joana D'Arc.
Foi ela vítima de todos os tipos de sofrimento, nas asquerosas mãos dos inquisidores inescrupulosos:
foi vilipendiada, cuspida, maltratada e encarcerada.
Submeteram-na à fome, à nudez, à convivência com insectos, répteis e batráquios.
Foi retalhada como se fosse um animal no açougue, foi vendida por cem francos, como acontecera ao Cristo pelas mãos de Judas.
Foi interrogada pelos mais brutos representantes das sombras, e em todos os diálogos os vencia com a maior simplicidade, nunca negando seu ideal, dizendo que era enviada de Deus e que conversava com Anjos e Santos, que ouvia vozes da parte do Cristo, que ensinava a doutrina da Serenidade, da Moral, da Verdade e da Paz.
A ignorância sempre apela para a violência, quando se encontra perdida nas evidências dos factos.
Foi julgada como feiticeira, herege de primeira linha, prostituta das mais baixas e escória das mais imundas mulheres que pisaram a Terra.
Foi abandonada pelos seus maiores amigos, dentre os quais aquele a quem ela tão bem serviu - o rei de França. Enfim, o seu destino foi a fogueira.
Em Rouen, jamais perdera o ânimo, pois sabia que estava lutando por um ideal dignificante, que a sua morte seria - como foi - uma injecção de luz nas veias dos esclerosados sacerdotes que dirigiam os tribunais da Santa Inquisição, em todo o mundo.
A Donzela de Orleãs foi queimada; no entanto, as suas ideias não sofreram com isso alteração alguma.
Antes, foram multiplicadas através dos próprios algozes.
Objectivando submeter cada vez mais as populações, os escreventes da época fizeram relatório que enviaram para meio mundo, onde suas ideias prevaleciam, para que fosse lido nas praças públicas, principalmente nos dias de festas.
Em vez do povo se assustar com as atrocidades, muitos cresceram em ânimo, ao lado da vítima, marcando-a como heroína, e a fé enraizou-se em muitos corações.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:08 pm

Joana fez tremer os alicerces da escuridão consciencial dos inquisidores, o que aliviou um pouco a severidade nos tribunais.
Os que mofavam nos cárceres, nas masmorras e nos porões do Santo Ofício, cresceram em coragem e em disposição de ânimo, pois a esperança transforma a alma, como a anestesia favorece o corpo que vai sofrer os cortes do bisturi.
Nenhum dos Espíritos de alta categoria vem ao mundo para tirar todo o sofrimento da humanidade.
Como a água que tomamos hoje, sabendo que amanhã teremos sede novamente, surgem como alívio, orientando-nos no sentido de encontrarmos a verdadeira fonte, dentro de nós mesmos.
Eis que devemos lembrar Jesus ao lado da samaritana, no velho poço de Jacó:
Dá-me desta água que te darei uma, que tomando-a, nunca mais terás sede " - água da sabedoria, da pureza espiritual, água da verdade!
O Tribunal da Inquisição, os homens de poder que faziam prevalecer as bulas papais, e os hereges eram almas vinculadas ao mesmo carma colectivo, vivendo o mesmo drama consciencial e sujeitos às mesmas dores.
Quem pode afirmar que o carrasco não venha a sofrer as mesmas agonias dos condenados?
Elas podem até ser bem piores.
O ódio, a vingança e a crueldade enchem o cálice da mente, que transborda na consciência e o líquido corrosivo queima as fibras mais íntimas da alma, tornando-a sensível ao apelo da vítima.
O arrependimento corta-lhe a satisfação externa que, por ignorância, se esforçou para ter, e borda, na feição desse Espírito, o emblema da sua própria inferioridade, forma animalesca que se afiniza com os seus sentimentos mais sensíveis.
Quando João Huss foi queimado, em 1415, por divulgar ideologia diferente da que imperava na época, acendeu no coração de Joana, então com três anos de idade, o mesmo ideal; e ela passou a ter visões de factos e coisas que ainda não compreendia.
No entanto, seu destino seria o mesmo; fortalecer a fé nos corações dos sofredores, mostrar a presença de Deus em tudo, e demonstrar que somos constantemente observados e amparados pelos Anjos de Luz em nome de Cristo.
Foi queimada em praça pública na velha França, como semente valiosa que iria germinar e se multiplicar até o infinito, sem com isso sofrer as consequências desastrosas das labaredas.
Na hora do sacrifício, estava revestida do mais puro ideal, da fé mais concretizada no Bem, da luz do Amor, e logo foi envolvida por fluidos imponderáveis, como agentes anuladores de todo e qualquer sofrimento.
Via, no entanto, rasgarem-se os céus, e os antigos mártires desfilarem em sua presença, animando-a e mostrando o que a aguardava depois da tormenta.
João Huss quis ser o primeiro a abraçá-la na presença do Cristo, que abençoou seu gesto gigantesco de firmeza e decisão, ao entregar-se como mecha divina e aumentar o clarão da fé nos corações humanos.
Se a Idade Média, pelas suas grandes rebeldias, escureceu os céus da Terra, não faltaram fulgurantes estrelas que brilharam entremeio às nuvens negras, desfazendo-as pela força do tempo.
Acham alguns que há demora do plantio da luz, por desconhecerem que os factores tempo e espaço são muito relativos na esteira interminável da eternidade.
Com as palavras do Evangelho, no simbolismo que lhe é peculiar, assim o podemos definir:
"Mil anos na Terra, é como um só dia no céu. " (Pedro 2, 3:8)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:09 pm

A Louca de Paris
Para elucidar o nosso interesse nas coisas espirituais, vejamos o que de mais interessante sucedeu com Joana, bem como o fenómeno mais admirável que com ela ocorreu.
Pelas mas de Paris perambulava uma mulher de certa presença, que viera de antigos mandatários, a quem o destino fez cair na mais dramática situação, como resgate cármico, para que pudesse destilar pelos canais da dor, o fel da consciência, acomodado por actos que invertem o ser humano, levando-o ao reino da bestialidade, confundindo-o com os próprios animais.
Essa criatura tomou-se conhecida como a Louca de Paris, e era comum os estudantes rodearem-na em certos momentos, quando parecia que cessava a loucura, e a lucidez causava admiração nos que a ouviam.
Roupas imundas, cabelos encrespados, olhos esgazeados, pés no chão; saíam de seus lábios, quando atacada, palavrões que o próprio ar se negava a conduzir aos ouvidos humanos.
Na sua lucidez, asserenavam-se as suas feições, brilhavam os olhos e a filosofia fluía, articulada por palavras que os próprios filhos de Sócrates teriam dificuldade de assimilar.
E quando algum caridoso tentava ampará-la, a fúria voltava de maneira a não dar mais lugar ao altruísmo do ouvinte.
Foi piorando muito, e já era incómoda sua presença nas mas da Cidade Luz.
Certa vez, por maltratar alguns inquisidores na sua fúria, expediu-se uma ordem para encarcerá-la na masmorra, onde se juntavam muitos condenados à forca e às fogueiras.
Joana D'Arc, nesta época, estava presa em frente à cela da louca.
Certa feita, a Virgem de Domremy é retirada para mais alguns dos intermináveis interrogatórios.
A mulher, em um dos momentos de consciência, ao ver aquele quadro de desumanidade, enfureceu-se avançando nas grades, e explodindo em nomes de baixo calão, querendo defender a guerreira francesa.
Os soldados, por ordem dos Inquisidores, abriram as grades da louca e empurraram Joana para dentro, dizendo:
"Pede a ela que te cure, pois não cansa de dizer que fala com os Anjos!"
A mulher enfurecida acalmou-se, ajoelhou-se nos pés da heroína e pediu alívio, como mãe relegada aos entulhos da própria natureza, chorando como criança.
Joana passou os olhos como raios em tomo da mulher e viu vultos negros que avançavam como vampiros, sugando tudo que fosse divino, nos divinos centros de força daquela criatura.
Ordenou-lhes, então, em nome do Cristo e dos Santos que sua memória alcançou na hora, falando com energia.
Acariciou a louca como se esta fosse uma criança em braços de mãe extremosa.
Beijou a fronte da companheira de angústias e dela se despediu, caminhando para o dever frente aos carrascos do poder temporal.
A mulher caiu em profundo êxtase, como se Morfeu a levasse para o paraíso.
Os soldados caíram em gargalhadas, tirando Joana, aos empurrões, da cela que acolhia a mulher marcada pelo destino.
Malgrado a zombaria deles, a louca nunca mais sofreu tais acessos, curada pela presença da Pastora de Domremy, e daí a alguns dias foi colocada em liberdade.
Voltou a andar nas ruas, calada e triste, procurando sua protectora.
Quando falava, era somente o necessário, e nessa altura, sua linguagem causava admiração nos que a ouviam, que logo perguntavam:
- "Essa não é a louca?
Ela foi curada? Por quem?"
E alguém respondia do meio da turba:
- "Foi Joana D'Arc quem expulsou os demónios que estavam com ela".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:09 pm

A melancolia invadira seu ser.
Andava sem parar, mansa e lúcida.
Queria encontrar sua protectora e, como gratidão, oferecer-lhe a vida, pois não tinha outro meio de pagar-lhe o que fizera por ela.
Descuidada, é colhida de sopetão por uma carruagem que dobrava a esquina e jogada de encontro a outra que vinha em direcção oposta.
A mulher morreu sem alcançar seu desejo de, pelo menos, servir de escrava fiel à sua benfeitora.
No entanto, como ninguém morre - apenas passa de uma dimensão para outra - ela continuou no mundo dos Espíritos procurando Joana D'Arc.
Em uma manhã, viu um ajuntamento de gente em Rouen, uma fogueira lastreando suas línguas de fogo e uma mulher suspensa, olhos fitos nos céus e algumas lágrimas escorrendo em suas faces.
A turba inconsciente, em gritos estentóricos, reclamava:
"Queimem a feiticeira!...
Queimem a baixa!"
A ex-louca, ao deparar com aquele quadro, quis avançar, fazendo grande esforço para salvar aquele Anjo; no entanto, algo a prendia, como chumbo atado aos seus pés.
Em prantos, suplicou a Deus amparo ou forças para que pudesse mostrar sua gratidão a quem lhe devolvera a consciência e a própria vida.
Uma luz fulgurante desceu dos céus em sua direcção, libertando-a e esplendendo sobre Joana como jacto luminoso.
Uma voz ressoou em sua mente inquieta:
"Vá, seja grata àquele coração que pulsa para o Bem da humanidade".
Quando a mulher tomou a olhar a mártir já sumida nas largas labaredas, viu seu coração como um sol e abraçando-o, beijou com todo amor o centro de vida de Joana D'Arc, e se entregou ao fogo inquisitorial como se doasse a vida para salvar 0 coração daquela mulher, que se propôs a salvar a França, que plantou a esperança em todos os que sofriam nas masmorras, preparando muitos com o seu exemplo de dignidade para o sacrifício, em todos os actos de fé, da podridão inquisitorial.
Quando os carrascos foram recolher as cinzas da maior das hereges da França, encontraram o seu coração intacto; parecia que fora extraído do peito da Princesa de Domremy, a dizer:
"O corpo é da Terra e nela fica; entretanto, o coração pertence ao céu, por ser ele a forma do Amor que herdamos de Deus pela intervenção de Jesus Cristo".
Os carrascos inconscientes, assustados com o achado, correram espavoridos para comunicar o acontecimento aos inquisidores, que festejavam mais uma vitória na teórica limpeza do sarro da Pátria, e principalmente, do seio da Igreja.
O coração de Joana, que não se queimou, contrariando as leis da Física, foi ponto alto nas reuniões dos chefes inquisitoriais.
Joana, quando atada ao lenho, poderia ter saído do corpo, mas assim não quis; preferiu, enquanto a queimavam, entrar em prece, pedindo a Deus por seus opositores.
Terminada a rogativa, desprendeu-se do fardo físico e viu sua protegida enroscada nas labaredas, protegendo seu coração.
Estendeu os braços e recolheu-a no regaço de Amor, e com um beijo, colocou-a refractária ao sofrimento que a torturava, causado pelas chamas, e, ao lado de um cortejo de estrelas volantes, demandou ao infinito.
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FRANCISCO DE ASSIS - Miramez - João Nunes Maia - Página 2 Empty Re: FRANCISCO DE ASSIS - Miramez - João Nunes Maia

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:09 pm

A Inquisição em Portugal
A Santa Inquisição invadira as terras lusas em 1536, cobrindo-as de luto, disseminando o vento da hipocrisia, matando e destruindo famílias, sem que estas, pelo menos, tivessem o direito de se defender.
Quem denunciasse qualquer movimento suspeito aos tribunais, obtinha grande recompensa, e ainda mais, tinha absolvidos todos os seus pecados, mesmo que fossem os "mortais".
Portugal era atacada pelos agentes das Cruzadas, agora vestindo a sotaina negra da inquisição.
Eram os mesmos Espíritos retomando à Terra, para novos planos de educação.
Uma cruz colectiva era o emblema do povo lusitano e Portugal recebia, por misericórdia, falanges e mais falanges de judeus e sírios, e, certamente, muitos grupos de todo o Oriente, como sendo a escória da sociedade, para novas etapas de soerguimento, através da perseguição pelos tribunais inquisitoriais, nas pessoas de crianças, velhos indefesos e mulheres.
O destino fez com que fossem perseguidos sem complacência pelos homens que se intitulavam Santos Inquisidores.
Na verdade, não havia injustiça, pois tanto perseguidos como perseguidores eram do mesmo naipe, pertencendo aos mesmos assalariados do pecado.
De tempos em tempos os inquisidores desencarnavam e voltavam à carne novamente, para serem perseguidos e, com o mesmo ferro que feriram fossem feridos, pois esta é a lei, que não perde nem um til.
Torquemada, o tentáculo negro do Santo Ofício, estende sua nefasta influência também a Portugal, e cria tribunais nas mais eminentes cidades da nação.
E os reis, temendo o ódio do clero, mancomunaram-se com ele, favorecendo a acção dos sacerdotes.
Em todos os departamentos do Estado era feito levantamento completo, cadastrando todos os filhos da Nação, para saber onde se escondiam os hereges, as pessoas de ideologias diferentes da que apresentava a religião oficial.
Todas as fichas eram estudadas pelos tribunais da inquisição; os julgamentos eram independentes dos tribunais do Governo, que ajudava em algumas informações.
Quase trinta mil pessoas eram queimadas em fogueiras; mulheres, torturadas em praça pública ou mortas nos porões infectos, outros, enforcados, a maior parte, refugiada e inúmeros que se achavam soltos, nada mais poderiam fazer na vida, pois lhes faltavam os órgãos mais indispensáveis.
Tanto na Espanha, quanto em Portugal, as orelhas e línguas cortadas diariamente enchiam balaios e eram atirados aos cães, já viciados nesse alimento incomum.
Em compensação, no decorrer de três séculos a nação lusa teve instantes de alívio quando, pela fé de seu povo, a crença em António de Pádua aumentava cada vez mais, principalmente na capital, a ponto de ter ele passado a ser chamado de António de Lisboa.
A crença nesse místico fazia com que aumentasse a esperança dos prisioneiros e permitia que seus débitos fossem resgatados com mais suavidade.
A fé, mesmo cega, proporciona bons momentos às criaturas.
A condição de domínio do clero atacou a nobreza de Portugal, e o Marquês de Pombal, quando foi aprisionada e torturada pessoa de sua família, revoltou-se e, reagindo, abalou as colunas da Inquisição.
Arregimentou forças e destruiu grande parte dos homens sem sentimentos; no entanto, eles eram muitos e reorganizaram-se, agora, mais cautelosos nas suas investidas.
Os autos de fé eram uma calamidade sem precedentes, e as tachas de azeite efervescente faziam tremer os homens mais corajosos.
Enquanto a política voltava seus olhos usurários para o Brasil recém-descoberto, os inquisidores tomavam conta da nação lusa, tendo como instrumento D. João III, em quem o medo atrofiou os sentimentos, levando a razão a concluir que tudo aquilo era um bem para a colectividade, permitindo assim que essa praga grassasse por todo o país.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:10 pm

Os hereges eram ervas daninhas na lavoura da Pátria e havia necessidade de arrancá-las pela raiz.
Ao ser sustado o funcionamento dos tribunais inquisitoriais na Espanha, por algum tempo, aliviou-se também a situação em Portugal; porém, a lei de acção e reacção não deixou que se estabelecesse a paz.
Ainda existia um resto de cobrança nos bancos das consciências, e alguns passos ainda deveriam ser dados pelas criaturas, nos caminhos cruciantes da dor.
A Inquisição avançou mais, e o Santo Oficio, já agonizante, entrou no século dezanove, quando foi suspenso por lei, não obstante permanecer ainda actuante, pela força dos sacerdotes.
A secular manutenção de poderes em Roma provocou inevitável explosão, gerando poderes menores.
Eram países e mais países se libertando do jugo da Águia, estados e mais estados que faziam parte da Unidade Romana se libertando, buscando a independência.
Fraccionou-se o Gigante em frágeis partes, porque esqueceu-se que não pode existir unidade sem Amor.
A violência e a força, com o espaço e o tempo se dividem, desunindo-se como verdadeiros inimigos.
O Amor, somente ele, força poderosa que o Cristo nos legou, ensinando-nos como adquiri-lo, se revigora cada vez mais, avolumando-se no tempo e no próprio espaço.
Foi essa ciência divina que o apóstolo querido, como João e como Francisco, veio ensinar aos homens, dando exemplos com a própria vida, renunciando a tudo que possuía em bens materiais, a fim de que estes pudessem circular em favor de todos, unindo as nações, aliviando os povos e permitindo que a felicidade beijasse os corações sofredores.
Eis que isso era o Cristo de novo na Terra.
Do início das Cruzadas até a Santa Inquisição, desta à escravidão, e até os nossos dias, são igualmente mil anos em que Satanás há de ficar solto, numa refrega de que fazem parte bilhões de Espíritos.
E dessa jornada extravagante, quantos entenderam que o melhor caminho é o do Amor?
Muitos, no entanto, milhares deles, ou talvez a maior parte, terão que desocupar a casa como inquilinos que não pagaram o aluguel.
Serão despejados para casas piores; como negociantes que não recolheram tributo ao governo, terão seladas as suas portas.
Mas as experiências valeram; as lições imprimidas em suas mentes pela estratégia da lei de acção e reacção, pelo ódio que alimentaram e a vingança que exercitaram por muitos anos, provaram, pelas experiências, que não compensa o Mal.
E no raiar do terceiro milénio, os arrependidos ficarão para herdar a Terra, onde vai haver paz, tranquilidade e trabalho suavemente feliz.
Aqueles a quem as bênçãos da evolução garantirem a posse do solo da Terra, pagarão ceitil por ceitil o fogo que acenderam e os distúrbios que causaram; todavia, a paz íntima conquistada pelos reveses da vida, tributar-lhes-á forças, no afã de resistirem a todos os tipos de problemas, com ânimo e alegria, por estarem conscientizados do dever maior:
amar a seus semelhantes em todas as direcções da existência.
Enquanto o homem medieval corria atrás do ouro como ponto único de obsessão, enquanto as nações matavam sem pensar nas consequências para acumular os bens terrenos, enquanto todos os povos amontoavam rações e mais rações para que a fome não os visitasse, Francisco de Assis trazia para eles uma mensagem diferente, sem carregar ouro ou prata, sem ter duas vestes, sem possuir uma pedra na qual pudesse reclinar a cabeça.
O alimento que adquiria durante o dia, distribuía à noite para os famintos, e mostrava a excelência dos melhores tesouros e a concentração de todos eles, que era o Amor.
Quem quisesse ser o mais afortunado, que amasse mais dentre todos.
Nada há o que se temer das profecias; elas estão se cumprindo e se cumprirão sem que falte um pingo na urdidura da frase, sem que falte um tom no som das palavras; entrementes, ninguém se perderá, pois nada se acabará - Jesus Cristo é o nosso Caminho, é a nossa Verdade e a nossa Vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:10 pm

Haveremos de passar por Ele para alcançar a vida em profusão de felicidade.
A hora é de começar, na distribuição do Bem em todos os caminhos, do Oriente ao Ocidente, do Norte ao Sul, e do Leste ao Oeste.
A vida se encarregará de distribuir luzes nos pontos cardeais da colectividade humana, quando essa ficar livre da eira pegajosa que as almas compraram nas lides da ignorância.
E, então, surgirão novas Terras e novos Céus, onde haverá justiça e paz, tendo o Amor como base da felicidade.

A Inquisição no Brasil
Essa grande nação, marcada pelo Cruzeiro do Sul, simbolizando a redenção de um povo na sua feição de sensibilidade cristã, ouvirá o grito dc Rei dos reis em seu berço esplêndido, como argumenta seu hino, para explodir em luzes na hora decisiva do concerto das nações.
Categorizada pelo Cristo para ser a remanescente das nações e como a primeira em dar exemplo de fraternidade, abrirá seus vigorosos braços para acolher pessoas de todas as procedências - será a mãe e o pai a abrirem as portas para os filhos pródigos.
A derradeira catástrofe de feição colectiva através de mudança de clima, de deslocamento das águas e de reforma dos homens respeitará, de certa forma, este país que nada tem a ver com as dívidas do velho mundo e que servirá de hospital para recolher aqueles enfermos que poderão se recuperar, pela altura de suas aspirações, pelo amadurecimento de suas qualidades.
O Brasil vai amparar os que sobrarem das contorções geológicas, do difícil parto da Terra, do qual nascerá um sol que dissipará todas as trevas.
O Brasil vai reflectir a sua luz em todo o globo, porque aos outros deve todas as experiências que acumulou através dos séculos.
Francisco de Assis e os seus colaboradores trabalham activamente nos céus do Brasil, para que este cumpra o seu dever.
Recorda o que o Mestre disse a João no Seu apostolado:
Importa que você fique até que eu volte.
O Cristo voltará para liberar as consciências activamente preparadas para herdar o reino da Terra e viverem na plenitude do Amor.
A escravidão, no Brasil, foi a Inquisição já aliviada, que sobrou para a vigilância dessa nação, para que ela desse o exemplo de que todos têm o direito de liberdade, mostrando que todos somos filhos da mesma massa e herdeiros do mesmo Pai Celestial.
O exemplo foi fecundo, pois muitos escravos, em cujo sangue e epiderme vinha a marca de sua procedência africana, uma vez livres, continuavam querendo ser escravos, por gostarem dos donos de engenho, porque mesmo nas senzalas eram bem tratados, o que dificilmente acontecia nos outros países. Muitos se sentiam felizes, mesmo quando experimentavam nos lombos ressequidos pelo sol, a tala de couro cru.
Dentre eles havia muitos Espíritos que vieram do alto escalão terreno e que logo aprenderam a lição de humildade, no corpo de um preto velho ou de uma ama de leite.
Os homens falam muito em Deus.
Habituaram-se a repetir o Seu nome em vão, sem, todavia, crerem verdadeiramente n'Ele.
O Senhor, em Sua omnisciência. não esquematizaria a Terra, planearia os fatos e estruturaria a evolução dos homens e das coisas, sem um objectivo maior.
O cumprimento das profecias, em relação a Deus, é ilusão passageira, fogo fátuo de pouca importância.
Todavia, para nós outros, o fim dos tempos nos perturba e comove, por termos de passar por provas que deverão atingir as últimas fibras do nosso equilíbrio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:11 pm

As palavras do Livro Santo assim se expressam:
"Os justos viverão pela fé".
Justos são aqueles que incrementam todos os dias os trabalhos de disciplina íntima, que estimulam a caridade e que exercitam o Amor, procurando universalizar os seus sentimentos.
Nesse clima, a criatura sairá da opressão dos acontecimentos e, mesmo na Terra, respirará o ambiente do céu.
Bombas de hidrogénio e outros engenhos de guerra nada significam em se falando da lei e da vontade do Criador.
O planeta continuará na sua órbita após os acontecimentos, mais serenado e evoluído, mais arejado e pacífico.
O Brasil foi escolhido como terapia divina para os que sobreviverem à borrasca.
O vendaval irá limpar as escórias humanas, para que o verdadeiro Amor encontre guarida nos corações que herdarem o mundo.
Porém, a premissa de que nada se perderá, tudo se transformará para melhor, é infalível.
O medo que avassala os homens é oriundo da ignorância da bondade e misericórdia da Suprema Inteligência.
Quando os desbravadores dos mares chegaram à Terra hoje conhecida como Brasil, Francisco de Assis já tinha vindo à frente, em companhia do Divino Mestre, o que foi constatado por certos índios dotados de vidência, que tiveram a graça de observar na primeira missa celebrada nas Terras de Santa Cruz, a presença de ambos.
Certamente não viram somente os dois.
Mestre e discípulo, mas uma falange de obreiros dirigidos por Jesus de Nazaré.
Estas terras estão marcadas para uma grande dinâmica espiritual, que vem se preparando pelos processos do tempo, e pelas mãos dos próprios homens, sob inspiração dos céus.
Ninguém tira do destino deste país o que lhe foi dado pela vontade de Deus.
Estamos para chegar ao fechamento de um ciclo espiritual, onde se processará uma selecção rigorosa de almas, pela lei de justiça, senão de Amor, para que o Amor puro se converta em felicidade para os homens, que souberam viver e amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.
Há, na pátria brasileira, regiões já em preparo, sem que os próprios dirigentes saibam da sua verdadeira finalidade.
Essa vastidão de terras desabitadas recolherá, mercê de Deus, os desprovidos de pátria, remanescentes da revolução geológica e dos impositivos cármicos.
O medo será o combustível para que eles se refugiem neste grande lar, que eles ajudarão a elevar no esplendor do concerto das nações.
As suas experiências se confundirão com as já catalogadas na consciência deste povo ordeiro e benevolente.
As convulsões geológicas, as eclosões atómicas de águas e a transferência em massa dos homens, tudo, em comparação com a grandeza de Deus, é menor do que o despejar de um copo d'água sobre um viras.
Se pudesses observar, com nossa óptica, biliões de vidas em plena batalha num pingo d'água...
São processos evolutivos que obedecem a determinadas leis universais, feitas pela Inteligência Maior, soberana do Universo.
Brasil, és tu o esplendor de todas as esperanças!
Que Deus te abençoe hoje e eternamente!
Confiemos, que ninguém se perderá no grande rebanho entregue ao Cristo.
Ele está no leme dos nossos destinos!

* Égregora – do grego 'roi; Elifas Levy os denomina "os princípios das almas, que são os espíritos de energia e acção”; qualquer coisa pode significar.
Fonte Glossário Teosófico – Helena Petrovina Blavatsly
(N. E.)
* Languedoc-dialecto românico, com pronúncia peculiar, que se falava na região do OC, pertencente à Proença.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:11 pm

3 - Lembrar Cristo
Urbano III, que sucedera a Lúcio, encontrou desorganizado o comando dos príncipes do cristianismo, em função das Cruzadas, que arrasaram a moral da religião, no esquecimento do Cristo.
Parecia-lhe que o sacrifício dos apóstolos e dos convertidos ao Evangelho, no cristianismo nascente, de nada valeram, porque a vida humana estava exposta à covardia e à ganância, servindo como alimento da vaidade, da prepotência e da usura.
O Vaticano estava como um gigante a quem a cegueira fizera esquecer a nobreza espiritual, e se encontrava abatido no seu próprio domínio.
Tinha pés, mas não podia andar; tinha cabeça, mas não lhe eram dados bons pensamentos; tinha boca, no entanto a carência de harmonia no coração não o deixava falar acerca da vida, onde todos têm os mesmos direitos e deveres.
Tinha mãos, sem conseguir estendê-las ao infinito pedindo paz, porque a consciência era sufocada pelos impulsos de ódio, de vingança e de domínio.
Que fazer ante essa situação, por acreditá-la insuportável, com as chamas do implacável fogo da guerra ateadas no mundo inteiro e quando quem possuía recursos para apagá-lo jogara mais lenha nas labaredas sufocantes?...
Eis que encontramos Urbano III passeando em um belo jardim florido, meditando.
Dir-se-ia que o perfume das flores lhe dava inspiração divina, na divina harmonia dos seus pensamentos.
Naquela hora, ao seu lado aparecia um ser translúcido, de aprumo magistral, dominando quase que completamente seus pensamentos, fazendo-lhe perguntas mentais, acerca da posição que ocupava na casa de Deus.
Foi neste diálogo, de encarnado e desencarnado, que Urbano III começava, por ele mesmo, a deduzir, sentindo a sua posição de paz em favor da humanidade.
Qualquer pessoa poderia servir de instrumento de guerra na Itália e fora dela, menos ele e seu colegiado apostólico.
Se porventura alguém quisesse odiar, que não fossem eles.
Se surgissem vítimas em decorrência das incompreensões humanas, era compreensível; todavia, estas não poderiam nascer de quem tinha o dever de pacificar e abençoar.
Quando pensava nas Cruzadas, facto aparentemente sem solução, fogo sem esperança de se apagar, seus pensamentos se turvavam e ideias confusas desorientavam seus mais belos raciocínios.
E andando de um lado para o outro, balançava a cabeça que pensava para milhões de criaturas, sentindo vergonha de estar no comando da Igreja do Cristo, apoiando ideias favoráveis à destruição, à carnificina, ao assalto, à corrupção.
A grande figura de Pedro decepando a orelha de Malcus aparecia e fugia momentaneamente da sua visão interna, como que dizendo:
"Estás fazendo o mesmo".
E, se as faculdades não lhe enganavam, registava esta frase:
"Urbano, embainha a tua espada!"
Não via ninguém a lhe inspirar aqueles pensamentos dignificantes; no entanto, um sentido interno garantia-lhe que aquelas ideias favoráveis ao Evangelho eram de Deus e que sua estrutura espiritual, bastante acostumada àquele ambiente, não lhe permitia dúvidas.
Enfiou a mão nos complicados bolsos, buscando alguma coisa preciosa e encontrou o maior tesouro de todos os tempos.
Descansou o corpo em um banco de mármore, que se achava à sombra de frondosa árvore e seu rosto desanuviou-se em um largo sorriso...
Imprimiu os dedos no pequeno volume que alguém lhe ajudou a abrir com facilidade, em Lucas, capítulo seis, versículos de vinte e sete a trinta e oito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:11 pm

Fechou os olhos para que a Divina Providência pudesse agir, orientando-o sobre o que ele deveria fazer, diante de tantas investidas do Mal e de tantas indecisões na vida, começando a leitura em voz alta, em latim, sentindo que a paz o envolvia.
Comparava sua voz à palavra de Deus, dando ordens a serem cumpridas:
Digo-vos porém, a vós outros que me ouvis:
Amai os vossos inimigos, fazei o Bem aos que vos odeiam.
Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.
Ao que vos bater numa face, oferecei também a outra, e ao que tirar a vossa capa, deixai levar também a túnica.
Dai a todos que vos pedem, e se alguém levar o que é vosso, não entreis em demanda.
Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.
Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa?
Porque até os ímpios amam aos que os amam.
Se fizerdes o Bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa ^compensa?
Até os ímpios fazem isso.
E se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa?
Também os ímpios emprestam aos ímpios, para receberem outro tanto.
Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar qualquer paga; será grande o vosso galardão.
E sereis filhos do Altíssimo, pois ele e benigno até para os ingratos e maus.
Urbano III parecia desligado do mundo, hipnotizado pela fala do Evangelho.
Sentia um silêncio profundo, dentro e fora de si.
Respirou em longos haustos, passou a destra delicada nos cabelos e no rosto, já com sinais de decadência física, e deu continuidade à leitura, pausadamente, com redobrada atenção:
Sê-de misericordiosos, como também é misericordioso o vosso Pai.
Não julgueis, e não sereis julgados, não condeneis, e não sereis condenados, perdoai, e sereis perdoados.
Dai, e dar-se-vos-á, boa medida recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão, porque com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.
Uma mão espalmada na base do seu crânio comparar-se-ia com um pequeno sol a desfazer, com seus raios benfeitores, todo o enfado de seu organismo.
Estava, depois da leitura e meditação do texto, sem querer abrir os olhos que fechara para melhor degustar o alimento espiritual.
Com certa vergonha de ver a luz do dia, não queria pensar no que poderiam estar fazendo os cruzados, naquela hora, no Oriente.
Como analisar tudo aquilo frente ao Cristo?
Como se lembrar d'Ele naquele momento de guerra?
Os papas que o precederam teriam sido invigilantes?
Mas como, se suas decisões eram infalíveis?
Como, se o que ligamos aqui está ligado no céu?...
Precisava de tempo para pensar e corrigir os erros; deveria abraçar Jesus Cristo custasse o que custasse, em toda a Sua pureza e Verdade, e não como a conveniência dos homens O via.
Urbano III saiu do transe e começou a pensar:
"Meu Deus!...
Recomendaste-nos por intermédio do Vosso Incomparável Filho, que amássemos os nossos inimigos e fizéssemos o bem aos que nos odeiam.
E nós, que participamos de Seu colégio apostolar, estamos querendo aniquilar nossos inimigos e inutilizar os que nos odeiam, desprezando os que não pensam como nós.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 17, 2019 8:12 pm

Por que a nossa tendência é sempre a de contrariar as Vossas normas?
Jamais o Evangelho do Senhor esteve tão vivo em minha mente, despertando tanto interesse no coração, como hoje.
E como se caíssem as escamas dos meus olhos espirituais, como acontecera a Paulo a caminho de Damasco!...
Agora vejo com mais nitidez as letras sagradas, e as maneiras pelas quais elas atuam no entendimento com a verdade.
E preciso com urgência bendizer aos que maldizem as verdades que abraçamos e orar por aqueles que caluniam nossa Igreja de maneira irreverente, pois eles certamente não sabem o que fazem, e se nós outros, do convívio do Cristo, revidarmos, seremos mais condenados pela consciência.
Nossos propósitos, já identificados, fazem com que apanhemos no rosto moral da doutrina.
Alguém nos está tirando a capa - como os muçulmanos, no caso do túmulo sagrado do Cristo - que está sendo usada como capa exterior da doutrina Cristã, sem que ofertemos igualmente a túnica, que poderia ser a aquiescência, em favor da paz.
Pelo muito respeito que haveremos de ter pelo túmulo sagrado, ele não pode constituir a essência doutrinária e sim, revestimento exterior.
E em seu nome os corvos brigam, lutam, jogam a sorte, achando que ali está a verdadeira felicidade!
Qual o dever de quem já conhece a Verdade?
E tomar-se livre, em favor, também, da liberdade alheia.
E a nossa ignorância, meu Deus, é que o Evangelho nos pede, principalmente nos textos lidos neste momento, para darmos a todos os que porventura nos pedirem, e se alguém levar o que é nosso, que não entremos em demanda.
Os turcos, por acaso não estão nos pedindo aquele pedacinho de terra, que pertence a eles mesmos?
E a demanda que travamos é sem precedentes...
Quantas vidas já sucumbiram, e quantas ainda prometem desaparecer, pela nossa invigilância!?
Estamos fazendo aos nossos adversários o que queremos que eles nos façam?
Certamente que não!
Nós não desejamos que eles nos façam o que estamos fazendo a eles:
derramando sangue, desapropriando terras, e deixando um saldo imensurável de órfãos e viúvas.
Por onde passamos, a fome e a peste são o resultado, verdadeiramente contrário ao que fez o Cristo de Deus, a quem diariamente pedimos inspiração e dizemos que amamos.
Estamos dispensando algum amor - mesmo assim envernizado na ambição - somente àqueles sofredores inconscientes, a quem estimulamos para as guerras, para a rapina, para a depravação...
Isso também fazem os ímpios.
Somos, pois, piores do que eles.
Fazemos algum bem aos que estão sustentando as nossas ideias de domínio, de saque, de superioridade temporária.
Isso, diz o Cristo, os ímpios também o fazem.
Qual a diferença entre nós e eles?
E se emprestamos apoio aos políticos e aos reis, é para recebermos em troca o apoio dobrado das suas armas, em garantia das nossas pretensões, que arriscam vidas, que desnorteiam as emoções mais nobres.
Não é o que fazem os comerciantes, na barganha de mercadorias?
Esses, por felicidade, não fazem trocas com os valores da alma, e nós estamos queimando as mãos em permutas vergonhosas - somos os Judas da Idade Média, muito piores que o Judas que vendera o Senhor, pois este em seguida arrependeu-se, e nós continuamos ainda com o comércio...
Qual será a nossa recompensa?
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