LUZ ESPÍRITA
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Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz

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Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz - Página 10 Empty Re: Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 26, 2018 8:38 pm

No entanto, muitos não tinham mais para onde ir e, assim, dependiam dos poucos recursos que lhes serviam à sobrevivência.
Um modesto quarto, o serviço da enfermagem, o atendimento médico e, para consolo de seus anseios humanos, alguns horários de visita pública durante a semana.
Desde muitos anos, os Espíritas atenderam ao chamamento cristão da solidariedade em relação a tais enfermos, amontoados em leprosários onde esperavam a morte. Caravanas foram organizadas e, de todas as partes, dezenas de fraternos irmãos chegavam para a troca de energias com os desesperados que, então, viram atenuada a dor moral mesmo quando não podiam ter liberado o corpo da doença.
Estabeleceu-se a estrada da fraternidade real, pela qual os doentes da alma, aqueles de corpo aparentemente saudável e que viviam fora dos leprosários, se medicavam a si mesmos pelo carinho oferecido a um irmão desfigurado que os recebia com atenção, gratidão e amizade.
Doentes ajudando doentes, de braços dados encontravam o caminho da saúde essencial, aquela que recupera o equilíbrio das vibrações verdadeiras pela construção de novos padrões de esperança.
O tempo construiu profundos laços entre os enfermos visitantes e os doentes visitados.
Centros espíritas foram inaugurados, sessões mediúnicas se realizavam sob os tectos de tais instituições.
Palestras esclarecedoras, atendimentos fluídicos pelo passe magnético, amparo material com a distribuição de roupas, alimentos e utensílios variados para diminuir as agruras colectivas correspondiam à fonte de Amor Verdadeiro, desinteressado e simples a compartilhar o calor humano que faltava no ambiente doloroso daquelas que eram ilhas de desesperança.
Com os anos e décadas e com a diminuição dos enfermos isolados, a fase aguda da dor fez também diminuir o afluxo de visitantes.
Todavia, mesmo que em menor volume do que no passado, os espíritas continuavam se fazendo sentir junto àqueles irmãozinhos de infortúnio que eram, no silêncio de suas dores e renúncias, exemplos de coragem, de superação e de fé, virtudes muitas vezes faltantes no seio dos próprios visitantes.
É assim que Jerónimo e Adelino buscaram encontrar nesse ambiente de dores esquecidas pela maioria da humanidade, a caridade salvadora.
Lá fora, a chuva forte afastava o interesse dos visitantes que, se deixando amolecer pelos obstáculos mais simples, viam no aguaceiro suficiente desculpa para adiarem a visitação aos doentes.
Os quartos e pavilhões, então, permaneciam entregues às moscas e aos poucos doentes que tinham condições de deixar seus leitos, sobretudo em um dia como aquele.
Imaginavam ambos que veriam frustrada a intenção de identificar a caridade preconizada pelo Evangelho exercitada na prática.
Foi quando tiveram a sua atenção atraída pelas vibrações de verdadeira afectividade que, na forma de intensa luminosidade, pulsava de um dos quartos no corredor de um dos pavilhões desertos que percorriam.
Apressados, dirigiram-se para o foco luminoso a indicar a presença de sentimentos nobres junto às aflições do mundo.
E qual não foi a surpresa dos dois invisíveis amigos quando, lá penetrando, encontraram Horácio e Plínio, os trabalhadores do esclarecimento e da doação fluídica, tutelados de Ribeiro e membros do Centro Espírita a que se ligavam também, reunidos a um irmão acamado, todos em profundas vibrações de solidariedade, enquanto transmitiam ao débil velhinho um pouco das forças vitais de que eram portadores.
De pé, ao lado dos dois encarnados, o próprio Ribeiro, que os acompanhava.
Observando a chegada dos espíritos conhecidos, sorriu diante da impossibilidade de atender a qualquer conversação naquele instante, convidando-os, porém, com um gesto, a que participassem da doação fluídica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 26, 2018 8:39 pm

Acercaram, emocionados, daquele quadro de amor espontâneo, que mais parecia a cena evangélica na qual Jesus, em pessoa, atendia ao desenganado da sorte.
A oração, ungida pelos mais sinceros sentimentos de solidariedade e compaixão, recebia a resposta do Alto através da chuva de flocos luminosos que recaíam sobre o corpo do doente, velhinho inconsciente, amarrado ao leito para que não se ferisse pela agitação de que era portador.
Essa força sublime que lhe era destinada pela solicitude de Deus, se reforçava pela doação vibratória do potencial magnético de Ribeiro, Jerónimo e Adelino, além das próprias energias físicas de Horácio e Plínio, transubstanciada em verdadeiro elixir tonificante para o corpo e, mais ainda, para abastecer a alma daquele infeliz.
Terminada a prece singela, depois de acariciarem a fronte do ancião desacordado, seguiram os amigos encarnados para o próximo quarto, onde os esperava falante irmã, sempre bem disposta e alegre e com quem os dois poderiam gastar vários minutos de salutar entendimento antes de se proporem à oração, que era esperada com ansiedade pela enferma.
Como os dois poderiam distrair-se um pouco, Ribeiro se deu ao prazer da conversação com os recém-chegados.
- Que bom encontrá-los por aqui – disse Ribeiro.
- A surpresa é nossa, meu irmão.
Tantos afazeres junto aos trabalhos do centro e ainda encontra tempo para amparar nossos irmãos asilados neste hospital!... – exclamou Adelino, surpreendido pela multiplicidade de tarefas que Ribeiro assumia.
- Como vocês também o fazem, meus amigos, precisamos aproveitar os minutos como se nos fossem os últimos.
Além do mais, nossos dois trabalhadores encarnados cumprem tarefa de amor que está sob nossa responsabilidade espiritual acompanhar e atender.
E o fazem com o primor do anonimato, da simplicidade e da verdadeira doação.
- É justamente isso que estamos buscando, Ribeiro.
De acordo com as orientações do nosso Bezerra, buscamos as demonstrações mais simples nascidas no coração das criaturas em cujo altar da sinceridade e do idealismo pulsasse aquela Caridade sem a qual não haveria salvação.
- Pois vieram no lugar certo na companhia dos irmãos adequados.
Ribeiro passou, então, a historiar sucintamente a condição dos dois visitantes.
- Diferentemente de muitos dos caravaneiros que aqui aportam com seus ónibus repletos de coisas a serem divididas, Horácio e Plínio não possuem condições materiais para se fazerem benfeitores dos infelizes pela doação de bens.
Quase não possuem para eles mesmos.
Se observarem com atenção, Horácio traz o sapato corroído, subtilmente amarrado com um pedaço de arame, porque lhe faltam recursos para trocá-lo por um outro mais novo.
Plínio, por sua vez, convive com dores nas costas, que aconselhariam qualquer pessoa ao repouso descompromissado em sua modesta casa.
No entanto, entendendo as obrigações de transformação, esquecem-se de suas deficiências variadas e aqui comparecem para transferir muito do muito que já entesouraram na forma de alegrias, esperanças e benefícios espirituais.
Adelino e Jerónimo admiravam-se, observando as peculiaridades mencionadas por Ribeiro em relação aos dois doadores de si mesmos.
- Mas o sacrifício não termina aí, não.
Muitos para cá se dirigem esporadicamente, mesmo tendo a facilidade no transporte em confortáveis veículos disponíveis em suas garagens.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 26, 2018 8:39 pm

Já os dois irmãos, para cumprirem as doces tarefas da consolação, não contam com tais benefícios.
Levantam-se cedo, vão ao terminal de ônibus de sua cidade, pagam a passagem e deslocam-se por mais de duas horas até chegarem aqui.
E as condições atmosféricas de hoje fazem-nos imaginar o quanto lhes custou esse esforço.
A chuva, todavia, não foi obstáculo aos seus ideais e ao dever fraterno.
Para vir hoje, Horácio sacrificou na compra da passagem do ônibus parte dos recursos que está separando para comprar um sapato novo, enquanto Plínio veio, enfrentando a oposição e as críticas da companheira que, imatura para as coisas da alma, desdenha do seu desejo de ser útil, procurando ofender o marido com amargas referências à sua conduta de generosidade e abnegação.
Certamente, ao chegar em sua casa depois da vivência espontânea da alegria e da compaixão junto a estes infelizes, encontrará o azedume da mulher que, com as ironias que lhe são costumeiras, ridicularizará o companheiro, fechar-se-á às demonstrações de carinho e, ao invés de acolhê-lo com afecto e admiração pelo desprendimento que demonstra, vai atirar-lhe na face acusações e xingamentos por considerá-lo irresponsável, preguiçoso, indiferente com os destinos da própria família.
Dirá que o marido se dedica aos estranhos quando deveria estar trabalhando nos finais de semana e nas horas de folga para engordar os ganhos, melhorando a vida do casal.
Sempre ambicionando maiores confortos, insaciável na criação de necessidades, a esposa de Plínio o pressiona para que corresponda aos seus caprichos, mesmo que isso signifique o abandono do trabalho do Bem, que ela interpreta como perda de tempo ou caridade de carola só porque não favorece aos seus desejos e vaidades.
Se o marido gastasse suas horas com a venda de entorpecentes para obter o dinheiro que propiciasse à esposa a realização de seus caprichos, certamente ela o valorizaria como um marido diligente e o cercaria com os carinhos de companheira feliz.
No entanto, como ele elegeu a fraternidade como a estrada recta do dever, isso representa um espinho em sua garganta.
Assim, além do sacrifício que faz para alentar o coração abatido dos doentes que visita, ao regressar ao lar nosso Plínio ainda se defrontará com o ambiente adverso, precisando exercitar o equilíbrio espiritual para manter a paciência, o silêncio e a resignação, compreendendo a companheira infeliz, demonstrando com isso quanto, realmente, assimilou das lições de caridade real, aquelas que fazem calar alguém para que um mais tolo fale em seu lugar.
Apesar de tudo isso e por causa disso, Plínio e Horácio continuam a ser os servos do Bem representando o próprio Jesus junto aos desfalecidos.
Com todos os obstáculos contra eles, estão empenhados em ajudar com a palavra, com a oração e o magnetismo do Amor puro a todos quantos aceitem suas ofertas de carinho.
Por onde passam, a atmosfera se transforma enquanto que entidades sofredoras vão sendo recolhidas para o encaminhamento necessário.
Como vocês sabem, estas paredes abrigaram, desde muitos anos, centenas de doentes que entregaram o corpo à sepultura, mas, em espírito, permanecem por aqui mesmo, necessitando de esclarecimento e ajuda tanto quanto os próprios encarnados.
Então, graças ao trabalho destes dois companheiros, conduzimos a tarefa do resgate com um grande contingente de entidades trabalhadoras que perambulam por este hospital e pelas casas que o circundam, tentando ajudar a outros irmãos sem o corpo para que nos acompanhem à Casa Espírita, onde receberão os recursos adequados para a sua modificação.
Os dois estudiosos estavam surpresos com as revelações de Ribeiro.
- Aqui, hoje, meus amigos, estamos em um grupo que é composto de dois encarnados e duzentos e cinquenta trabalhadores invisíveis, voluntários para as tarefas de resgate de entidades necessitadas, e esperamos sair daqui com não menos de dois mil e quinhentos espíritos, ex-leprosos ou não, que nos aceitem a palavra e a mão estendida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 26, 2018 8:39 pm

Como podem ver, cada um tem uma meta de resgatar, pelo menos, dez outros aflitos.
Por aí a gente compreende a parábola do Semeador que Jesus nos ensinou:
boa parte das sementes atiradas ao solo pelo semeador se perdeu porque, ou foi comida pelas aves, sufocada pelos espinheirais que cresceram à sua volta ou crestada pelo calor do Sol.
No entanto, uma pequena parte caiu em solo fértil e de um grão produziram trinta, sessenta ou até cem outras sementes.
Aqui estão os nossos dois trabalhadores, pequenas sementes que aceitaram germinar no solo da Bondade Verdadeira e, assim, graças aos seus esforços, podemos abrir caminho nas dores humanas e, quem sabe, sairmos daqui hoje com a meta de mais de dois mil irmãos ajudados.
***
Era surpreendente o poder que o Bem exercia sobre os corações desesperados.
Certamente que os que viviam em busca de orientações e ensinamentos nos diversos encontros doutrinários também encontravam benefícios e conquistavam importantes tesouros para a alma.
No entanto, era ali, na solidão de um leprosário semiarruinado, que o Amor fazia milagres pela vivência efectiva das teorias comentadas nos grandes salões intelectuais, construindo um mundo diferente, onde não estavam em jogo a liderança nos pontos de vista nem a discussão sobre temas variados.
A salvação do mundo não estava na dependência dos que falavam.
Continuava na mão dos que faziam.
E a Caridade Salvadora, que se doava, mesmo quando as mãos estavam vazias de bens, mostrava a Jerónimo e a Adelino o quão poderosa era para transformar as almas e encaminhá-las para um novo destino.
Já que o aprendizado se fazia belo e profundo para os dois irmãos, ambos aproveitaram os momentos de estudo para transformá-lo, igualmente, na produção de boas coisas.
Então, harmonizados pelo desejo comum de serem úteis, Adelino perguntou a Ribeiro se não poderiam, eles também, engajarem-se no esforço colectivo para o amparo de outros irmãos desencarnados, conforme os planos espirituais para aquele dia de atendimentos.
- Ora, meus queridos, como não?
Mais dois voluntários do Bem que se tornam salvadores de outros significa mais bênçãos espalhadas.
E se o estudo é tão importante para o amadurecimento de nossas almas, não nos esqueçamos de que somente com a vivência de suas lições é que, realmente, encontramos a verdadeira sabedoria, porquanto a teoria nos mostra o que fazer, mas somente a prática é que nos revela o “como” dar vida à teoria.
E não se esqueçam – disse-lhe Ribeiro, sorrindo – de que só poderão considerar cumprida a tarefa a que se propõe quando...
E antes que terminasse a frase, Jerónimo completou:
- Quando conseguirmos consolar e conquistar pelo menos outros dez aflitos...
- Cada um – completou o mentor amigo.
- Isso mesmo... cada um de nós...!
Serão, pois, pelo menos outras vinte almas que deixarão este ambiente e poderão ser encaminhadas para outros destinos, já que o trabalho da última hora está chegando ao fim, aproximando-se a hora do ajuste de contas.
No quarto humilde, Plínio e Horácio davam início à prece e aos passes magnéticos ao lado da heróica lutadora que, acamada, se abria para as energias do alto como uma flor espera o beijo da brisa para espargir seu perfume de renúncia, de resignação e de testemunho de fé para todos.
Acercaram-se os espíritos daquele pequeno núcleo de forças luminosas para fazerem parte do banquete de esperanças, abastecidos pelas energias superiores que caíam novamente, mais intensas do que a intensa chuvarada que persistia do lado de fora.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 26, 2018 8:40 pm

41 - REVELAÇÕES FINAIS
Reunidos na Casa Espírita, todos os trabalhadores do mundo invisível a ela consagrados, e que poderiam comparecer sem prejuízo para as suas tarefas naquela madrugada, se uniam aos trabalhadores encarnados que também ali se dedicavam ao Bem e que para lá se dirigiam quando do repouso físico para a continuidade da tarefa.
O ambiente destinado à reunião colectiva demonstrava esmero na arrumação apesar da simplicidade do mobiliário, característica da beleza celestial que combina o despojado com o extremo bom gosto.
As energias que envolviam o vasto salão inebriavam os espíritos e, entre os encarnados menos acostumados a ambientes de tal concentração radiante, era difícil manter-se sem extravasar a imensa emoção.
Todavia, esse estado emotivo natural não lhes afectava o autocontrole, a lucidez e a capacidade de raciocínio.
Todos os presentes tinham a mente muito clara e participariam de uma reunião na qual as autoridades superiores responsáveis pelos destinos daquela instituição apresentariam orientações e directrizes essenciais para os momentos vividos no mundo na presente fase evolutiva.
Ao centro do que se poderia chamar de palco, mas não isoladas dos demais trabalhadores e assistentes daquele encontro, um semicírculo de cadeiras marcava o local onde se sentariam os dirigentes.
Lá estavam, além de Ribeiro e dois de seus auxiliares mais directos, outras duas cadeiras ainda vazias, indicando a iminente chegada de seus dois ocupantes.
Em momento dado, suave sinal sonoro indicou o início das tarefas da noite, aprestando-se Ribeiro, agora de pé, no centro do recinto, para a oração de abertura.
Com o coração nas palavras e a emoção dominando todos os participantes de uma tão bela solenidade, o dirigente responsável invocou a protecção divina para os entendimentos da noite bem como para que as vibrações dos presentes, harmonizadas pelos sentimentos de pureza, obediência e devotamento ao Bem, fornecessem a energia necessária para que os planos superiores pudessem ser concretizados junto aos operários do Amor que ali haviam sido admitidos.
Imediata luminosidade expandiu-se de seu tórax, como se um diamante adormecido na escuridão começasse a irradiar, levando a todos os cantos e a cada qual dos assistentes uma porção luminosa daquela Boa Vontade exercitada ao longo de séculos e séculos pelo abnegado dirigente em oração.
A emoção era a tónica predominante.
Música de elevada inspiração tornava impossível conter as lágrimas, comunicando a cada destinatário de suas melodias a convicção de uma Grandeza Celeste governando todas as coisas com uma Sabedoria ainda não compreendida pelos homens.
Ribeiro, transformado em um sol , perdera os contornos perispirituais que o caracterizavam na visão dos amigos e trabalhadores, assumindo a forma de uma Estrela Sublime que, nesse instante, alongava seus raios para o alto, buscando a conexão com as emanações luminescentes dos planos superiores.
Como vigoroso broto que nasce do solo da Terra, subia o raio de luz ao encontro de outro facho brilhante, aquele que, caindo de mais Além, oriundo do que se poderia chamar de “confins” dos Cosmos, brotava de sublime fonte e se projectava sobre vários pontos da Terra, conforme já descrito nos capítulos anteriores, individualizando-se no raio safirino que sustentava aquela instituição.
Esse caminho estelar se ampliava em luminosidade, como se respondesse ao influxos da prece, vindo unir-se ao outro que nascia do coração de Ribeiro, num casamento de harmonias indescritíveis.
Por si só, presenciar aquela cena memorável, tanto quanto sentir as emoções dela decorrentes, significavam um prémio para os presentes, tão afeiçoados aos ásperos trabalhos de resgate, orientação e acompanhamento de sofredores, como se aos mineradores dedicados à escavação do carvão subterrâneo lhes fosse permitido deixar as covas abafadas e se deslumbrassem com as belezas da noite estrelada.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:54 pm

Não havia quem não se encantasse com a magnitude das emoções ali actuando sobre seus espíritos.
Ao mesmo tempo em que iam sentindo essas forças tão marcantes actuarem sobre suas almas, tonificando ideais, abastecendo suas energias e aflorando os mais nobres sentimentos de fraternidade e solidariedade, cada qual começava a emitir a luminosidade que lhe era peculiar, na intensidade da própria evolução.
O auditório, composto de várias centenas de espíritos, começou a transformar-se, cada qual com a sua propriedade radiante estimulada pela emoção verdadeira.
Não se tratava de uma exibição pessoal das próprias condições vibratórias.
Todos os que lá militavam sabiam da necessidade de se apagarem visando a necessária discrição no trato com espíritos tão sofridos , obscurecidos pela ignorância e pela maldade.
Daí, o normal do relacionamento entre os membros da instituição era o do controle mental das emanações para a manutenção de um padrão não luminoso, igualando-os.
No entanto, as belezas daquela hora tornavam incontroláveis as emanações da natureza espiritual.
Nenhum dos presentes desejava romper as orientações espirituais acerca da própria luminosidade, mas as luzes de cada um, abastecidas pelas vibrações do ambiente e pelas emoções da oração de Ribeiro, brotavam sem pedir licença, sem que os espíritos pudessem impedir que se exteriorizassem.
Muitos, apesar de orarem de olhos cerrados, se surpreenderam ao identificar o inesperado aumento da iluminação do amplo auditório, arriscando-se a abrir os olhos para identificar a origem de tal transformação da claridade ambiente. Encantavam-se ao perceber que isso se devera a eles mesmos, cada pessoa ali postada como uma usina de luzes, na exteriorização da evolução já conquistada.
Assim, o local se transformara num panorama que se assemelhava a um pedaço do Céu nocturno, onde uma Estrela dominante se via rodeada de uma via Láctea de outras estrelinhas, de coloração e intensidades variadas.
Todos se sentiam parte integrante dos esforços superiores, cooperadores inseridos nas responsabilidades de execução da Obra do Bem, no resgate das aflições da humanidade encarnada e desencarnada.
Ao término da oração do dirigente espiritual, o campo energético se transmutara intensamente, favorecendo a aproximação dos dois participantes ainda ausentes.
O facho luminoso que provinha do Alto correspondia, sem sombra de dúvida, a uma estrada vibratória segura por onde as nobres entidades se deslocavam até os respectivos terminais junto aos homens encarnados, nas diversas instituições terrenas às quais se ligavam.
Foi quando, diante dos olhares deslumbrados dos presentes, provenientes das dimensões superiores, penetrou o recinto, vindo por esse cordão de intensas luzes, a primeira entidade.
Como um cometa que caísse sobre Ribeiro, fundindo o seu brilho ao campo de forças do mentor da instituição, emergiu a augusta figura do generoso médico, conhecido de todos e que dirigia os trabalhos espirituais em várias áreas da espiritualidade dos homens.
Bezerra, simples e simpático, era o mesmo de sempre, endereçando aos presentes o carinho de um avô muito querido, de paizinho amado, paciente, generoso e devotado.
No entanto, vinha aureolado por uma atmosfera diferente daquela que o envolvia nos trabalhos normais do Dia-a-dia.
Algo de sublime e indescritível lhe irradiava do próprio ser, como se seu perispírito fosse composto de milhões de estrelinhas que se davam as mãos para tecerem-lhe a forma, um cristal iluminado que possuísse vida própria.
Acercou-se de Ribeiro a quem abraçou, comovido, demonstrando-lhe a gratidão pela sustentação energética que, ali, criava as condições para a manifestação de tão especiais belezas como aquelas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:55 pm

Sem maiores cerimónias, Bezerra assomou a pequena plataforma que destacava o orador da reunião e, tomando a palavra, saudou a plateia com sua palavra amorosa e estimulante:
- Filhos do coração, que a Paz do Divino Mestre nos envolva nesta hora memorável de nossos destinos.
Graças às concessões do Criador, incansável doador de tudo, logramos nos reunir nesta noite, na morada do devotamento e da responsabilidade representada pela instituição humana a serviço da Vontade do Pai.
Por inúmeras décadas esta instituição vem se esmerando no Bem que realiza sem perder a pureza de intenções.
Fez-se grande na multiplicidade das tarefas sem perder a humildade no trato carinhoso e humano de todo e qualquer um dos que dela se acercaram.
Viu-se convocada a tarefas variadas e a todas aceitou com a responsabilidade do trabalhador fiel que não reclama das determinações que recebe, mas, ao contrário, tudo tenta fazer para lhes dar o melhor cumprimento, com a superação das próprias deficiências.
Enfrentou as turbulências naturais do crescimento e não se deixou arrastar no turbilhão dos insatisfeitos nem se perdeu às vibrações inferiores que, muitas vezes, tentaram atacá-la em seu próprio seio.
Suportou investidas trevosas de muitos tipos e direcções mas jamais deixou de cumprir seus deveres.
Tantos de vocês estiveram sobrecarregados, suprindo as diversas frentes de luta por escassez de trabalhadores dos dois lados da vida perante a abundância de necessidades.
E fizeram isso sem se descuidarem das atenções para com as próprias dificuldades, no esforço de se tornarem melhores do que eram.
Diferentemente de muitos irmãos de boa vontade que espalham o alimento celeste, mas continuam famintos, vocês trataram do próprio aprimoramento na luta contra as tendências inferiores, ao mesmo tempo em que ajudavam os necessitados. Desta maneira, filhos queridos, a Celeste Solicitude, que reconhece os filhos valorosos através do trabalho de Edificação do Reino de Deus no coração das criaturas, se faz presente nesta noite inesquecível, marcando a evolução de nossas almas com o selo da solidariedade e da união indissolúvel.
Essências inebriantes começaram a emanar pelo ambiente, como se mãos invisíveis destapassem precioso frasco de perfume desconhecido que penetrava não apenas nas narinas dos presentes, mas, além disso, parecia penetrar suas vestes, impregnando seus corpos e incorporando-se às vibrações de cada um.
Enquanto Bezerra falava, de sua boca aureolada pela rutilante barba como se constituída em prata, brotavam raios para todo o salão, verdadeiro farol que faiscava na direcção dos presentes que, naquela cerimónia, ocupavam o lugar mais importante, como harmoniosos membros do núcleo de serviço desinteressado e generoso.
Era indescritível o estado íntimo de cada participante, profundamente tocados por tudo o que viam, ouviam e sentiam.
No entanto, isso ainda não era nada. Harmonizados em tão excelente padrão vibratório, passando pelas paredes do amplo auditório, começaram a surgir seres alados, que penetravam o recinto na forma de anjos da renascença, com sua suavidade e pureza, entoando cânticos liriais como se houvessem saído dos contos de fadas.
Depois de breve pausa, o Venerando Orador retomou a palavra:
- Queridos filhos, a presença de todos nesta noite inolvidável tem a finalidade de reforçarmos os laços de Amor que nos unem a Jesus, de Responsabilidade perante o Dever e de Confiança em Deus, para que nunca nos falte a certeza de que estamos cumprindo a Sublime Missão de sermos equilíbrio e paz no mundo em turbulências.
Por isso, a Magnanimidade do Altíssimo nos entrega, directamente de seu coração, a jóia mais preciosa que possui na coroa divina do verdadeiro sentimento.
Interrompendo a oratória, Bezerra direccionou o augusto olhar para o facho luminoso que, vindo de mais alto, mantinha a conexão com aquele que nascia do coração de Ribeiro, como se indicasse à assistência a chegada de alguém, cuja aproximação fora preludiada pelos angelicais acólitos alados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:55 pm

Foi então que, pelo mesmo caminho usado pelo Médico dos Pobres, a segunda estrela se apresentou, caindo suavemente do firmamento e pousando naquela acolhedora manjedoura de luz representada pelo ninho brilhante erigido pelas vibrações de Ribeiro.
Do foco solar no qual o irmão director se havia transformado, emergiu, então, celeste e indescritível figura de mulher, trajada com a túnica humilde dos miseráveis da velha e esquecida Galileia, recoberta pelo suave manto azulado com o qual se representava a augusta Senhora dos Céus, a adorável Protectora dos Infelizes, Amparadora dos Suicidas, a Mãe de Jesus, a simples Maria de Nazaré.
A atmosfera de emoção atingiu o clímax e exclamações de amor e admiração percorreram toda a assembleia, inebriada com aquela sublime e imerecida honra.
Muitos não sabiam como proceder, além de chorar.
Outros se sentiam de tal forma tocados pela visão de alma tão elevada que, apesar de se encontrarem num auditório onde os assentos eram obstáculos naturais, ajoelhavam-se ali mesmo, desejando expressar o respeito que lhe dedicavam e a pequenez que sentiam diante de tão sublime Espírito.
Era jovem, mas parecia conter a maturidade dos milénios.
Delicada como o cristal, mas forte como se talhada na rocha mais resistente. Seu olhar penetrava o íntimo de qualquer um que tivesse a ventura de aproximar-se para um contacto directo, perante o qual não havia nada oculto que não fosse revelado.
A pureza de Mãe não precisava das palavras do filho para conhecer-lhe os problemas, os sofrimentos e os desejos.
Bezerra acercou-se dela e, partilhando da mesma emoção, dobrou os joelhos perante tal indescritível beleza, tomando-lhe a fímbria do manto para beijá-la, reverente.
Generosa e discreta, Maria segurou-lhe o braço fazendo com que se levantasse, envolvendo-o, então, com seus braços de mãe no abraço que se assemelhava a uma explosão nuclear de luzes policrómicas.
Os inumeráveis seres alados que anteciparam a sua chegada intensificaram as hosanas, ao mesmo tempo em que os perfumes se faziam mais sublimes no ambiente.
Dirigiu-se, então, sem qualquer cerimónia, para a pequena saliência onde, pouco antes, Bezerra havia estado.
E sem afectação, fez-se ouvir aos corações dos presentes:
- Amados filhos, que nossas emoções sejam nosso preito de gratidão e carinho que devemos ao nosso Divino Mestre, credor verdadeiro de toda e qualquer expressão de respeito de nossos corações agradecidos.
Ninguém nos tem amado tanto e com tal devotamento quanto Ele, nem se sacrificado de tal forma pela evolução do rebanho que o Pai lhe confiara, nos longos e perdidos milénios do pretérito.
Cada palavra ou frase era dotada de um magnetismo tal que parecia estar estruturada em matéria sólida, palpável, a flutuar no ambiente atendendo a mecanismos incompreendidos pelos homens e por muitos espíritos.
Parecia que, nascidas na pureza de seus sentimentos, se materializavam em formas visíveis para, rapidamente, darem lugar a outras que se sucediam.
- Trago-vos o beijo daquele que, Senhor de todos nós, fez-se Filho de meu coração para bafejar-me com sua Luz.
O mesmo que, ainda hoje, se nos oferece como o Verdadeiro Amigo.
O Cristo de Deus segue esperando vossa companhia, ombreando as tarefas sublimes para a edificação do Novo Mundo.
Felizes daqueles que, como vós, já se dedicam a cooperar com as forças da Vontade e o idealismo do Espírito para que a obra se encontre pronta à chegada do Senhor.
Venho da parte de meu filho para vos concitar à multiplicação dos esforços a fim de que os seres aproveitem os últimos chamamentos e despertem.
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Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz - Página 10 Empty Re: Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:55 pm

Duplo trabalho de salvação que recupera iludidos e cegos, ao mesmo tempo em que vos resgata pelo exemplo no Bem através da Abnegação.
O Novo Mundo será marcado pela predominância desses sentimentos nos quais podereis vos diplomar através dos serviços desta hora difícil.
Seja como servos vestindo a roupa de carne, seja como os que já se despiram da matéria, todos estais convocados para essa ingente e gloriosa batalha.
Lágrimas espontâneas escorriam de seus olhos ao mesmo tempo em que o semblante de paz transmitia notas de jubilo e esperança.
- Perdidos no cipoal das ilusões da carne, nossos semelhantes se insensibilizam para as coisas do Espírito, desperdiçando os inúmeros avisos que lhes têm sido encaminhados pela solicitude do Governante Terreno.
Como crianças rebeldes a fazerem troça das advertências do tutor amoroso, candidatam-se à descoberta da Verdade através de um sofrimento que poderia ser evitado.
Todas as forças do Bem, neste momento, devem ser canalizadas para auxiliar os retardatários de boa vontade a que se conscientizem e trabalhem contra as nódoas inferiores que contaminam suas almas porquanto, o auxiliar da reforma que transformará o velho mundo em Novo Mundo, o Mundo Novo se avizinha com a missão de retirar os rebeldes, aqueles que se sintonizam com suas forças primitivas.
Confiando em vossos corações, o Filho Amado me incumbe de envolver-vos no amplexo do Amigo Fiel, para que não vos esqueçais da aliança de amor a frutificar nas horas da transformação do mal em Bem.
Este é o momento de beberem do mesmo cálice que ele bebeu, para salvação dos aflitos, à custa dos vossos esforços e do sacrifício de vossos interesses.
Aproxima-se o tempo do cumprimento de todas as coisas.
No entanto, a maioria ainda não está pronta.
Empenhemo-nos na multiplicação das luzes para que, iluminados pelos exemplos e ensinamentos da virtude, seja menor o número de caídos na escuridão, dos excluídos das núpcias por não terem envergado a veste nupcial, porquanto todos os que não se renovarem a tempo, ver-se-ão amarrados pelo orgulho e egoísmo de que não se libertaram e atirados nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes.
Erguendo a mão para a assembleia electrizada, a rutilante entidade despediu-se de todos, dizendo:
- Recordai-vos, amados de meu coração:
Não haverá outra última hora do que aquela em que estamos vivendo, no trânsito evolutivo para o mundo melhorado.
Já recebestes, ao longo dos milénios, o testemunho de Amor do meu Filho por cada um de vós.
Esta é, por fim, a derradeira oportunidade de demonstrardes o vosso Amor por Ele na superfície deste mundo.
Que a Paz a vossa conselheira e a Bondade o pão da Vida Eterna.
Simples como viera, Maria desceu do pequeno pedestal que a sustentara e, carinhosamente, passeou pelo palco com Bezerra ao seu lado, percorrendo-o de um lado ao outro, fitando a todos os presentes, enquanto que o cortejo de almas aladas que a servia flutuava sobre as cabeças dos embevecidos assistentes, espargindo em todas as direcções pequeninas pétalas de flores representando o carinho de Mãe, no gesto de gratidão.
Daquela que, incansável, se empenhava na Salvação dos irmãos de humanidade, a quem considerava como filhos amoráveis, em processo de evolução.
Decorridos longos minutos, Maria despediu-se de Bezerra e, voltando ao fulcro de luzes que era o dínamo poderoso que mantinha aberta a ligação do Céu aos caminhos da Terra, depositou um beijo no coração de Ribeiro e, mesclando-se na luz intensa, retomou aos páramos superiores de onde viera.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:55 pm

Com o afastamento da sublime Mensageira, Bezerra acercou-se de Ribeiro, abraçando o amigo fiel que se doara como um gerador de elevados recursos, restituindo-lhe parte das energias desgastadas pela condensação, a seu benefício das forças vibrantes daquele auditório.
Era o amor de todos a recompor as energias do amoroso mentor.
O Sol começou a diminuir de intensidade, com Ribeiro reassumindo a forma perispiritual que o caracterizava, fazendo-se novamente visível a todos, mantendo, entretanto, a mesma atmosfera rutilante de Bezerra.
Encaminhado por este à pequena base, o espírito dirigente daquela Casa de Deus, inspirado pelo próprio idealismo, assim se exprimiu, antes de dar por encerrada a reunião:
- Irmãos queridos, nada nos encanta mais nesta noite do que a demonstrou da Suprema Misericórdia, que recobre nossas imperfeições e misérias com o manto celeste e maternal, vendo valores onde, aos nossos olhares, resistem incontáveis defeitos.
No entanto, não desperdicemos esta sublime oportunidade menosprezando a confiança celeste que nos honra com um convite que, certamente, encontraria outros melhor capacitados a quem se destinar.
Não importa que não o mereçamos, filhos queridos.
Importa é que o convite nos chegou pelas palavras da própria Mãe do Senhor, a nossa Mãe querida.
Ribeiro deixava rolar lágrimas de emoção, mais parecidas a pérolas preciosas que, ao caírem nos solo daquele lugar, deixavam marcas de claridade.
- Que o nosso pouco se transforme em muito nas mãos sublimes dos que sabem multiplicar o nada para atender às necessidades da multidão. Não deixemos esmorecer a nossa alegria de servir pelo tamanho dos desafios que surgirão diante de nossas almas.
Se nos faltarem forças, apoiemo-nos uns nos outros e busquemos a luz do Senhor.
Se nos faltarem recursos, sejamos os que nos dividamos para multiplicar nossas vontades determinadas, transformando-as em alavancas para a obra de Deus.
Aproveitemos a boa hora para fortificarmos nossas boas decisões.
Jesus tem pressa e a ignorância avança com o seu cortejo de sombras na tentativa de estender seus tentáculos a um maior número de invigilantes.
Não nos deixemos amedrontar pelo tamanho da ameaça.
Acendamos o archote da fé viva e, no meio da tempestade, saibamos manter aceso para o consolo de muitos, para o equilíbrio de vários e para não perderem o rumo aqueles que, bons, mas fracos, estiverem em busca do caminho certo.
São poucos os seres, na Terra de hoje, que se prepararam convenientemente para os testemunhos desta hora.
Estamos podendo servir ao Cristo de Deus, testemunhando nossa convicção no Bem.
Não é hora para cansaço, para reclamos, para lamentos, para tergiversações.
A hora é agora, filhos queridos.
E recordando o parágrafo do Espírito de Verdade, inserido na parte final do capítulo XX de O Evangelho Segundo O Espiritismo, pausadamente, repetiu:
- “Deus faz, neste momento o recenseamento dos seus servidores fiéis, e marcou com o seu dedo aqueles que não têm senão a aparência do devotamento, a fim de que não usurpem mais o salário dos servidores corajosos, porque é àqueles que não recuarem diante de suas tarefas que vai confiar os postos mais difíceis na grande obra de regeneração pelo Espiritismo, e estas palavras se cumprirão:
OS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS E OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS NO REINO DOS CÉUS”- Eis a palavra do Cristo chamando-nos ao Dever do Bem.
Não nos esqueçamos desta noite.
Que Jesus nos abençoe. Muita paz!
Com essas palavras, encerrou a Assembleia, acercando-se de seus ajudantes para saudá-los fraternalmente, enquanto os presentes, inebriados com as alvissareiras notícias e com as grandes responsabilidades de se empenharem no cumprimento da Vontade do Pai, se despediam na direcção de suas tarefas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:55 pm

42 - HERDEIROS DO NOVO MUNDO
Lucas, 21, 25-26
25 – Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, e sobre a terra haverá angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas,
26 – desfalecendo os homens de medo e pela expectação das coisas que sobrevêm ao mundo; pois as potestades dos céus serão abaladas.
Marcos, 13, 14- 27
14 – Ora, quando vós virdes a abominação do assolamento, que foi predito por Daniel o profeta, estar onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judeia fujam para os montes.
15 – E o que estiver sobre o telhado não desça para a casa, nem entre a tomar coisa alguma de sua casa;
16 – E o que estiver no campo não volte atrás, para tomar as suas vestes.
17 – Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias!
18 – Orai, pois, para que a vossa fuga não suceda no inverno.
19 – Porque naqueles dias haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá.
20 – E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.
21 – E então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo; ou: Ei-lo ali; não acrediteis.
22 – Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos.
23 – Mas vós vedes; eis que de antemão vos tenho dito tudo.
24 – Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz.
25 – E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas.
26 – E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.
27 – E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu.
Acompanhando Bezerra de Menezes, Adelino e Jerónimo rumaram para as proximidades do satélite terrestre.
Entendendo que as modificações cíclicas se realizam em obediência a leis naturais que visam garantir o progresso de todos, não restava dúvida a respeito de serem, os tempos atuais, aqueles em que a transição se acentuava.
O trajecto na companhia do médico amigo era marcado pelas emoções do encontro recente com aquela que tanto Amor derramava em favor da Humanidade.
Quebrando o silêncio natural, Jerónimo tocou o assunto:
- Querido paizinho, como interpretar as lágrimas espontâneas que, quais pérolas de cristal escorriam pela face da Mãe Devotada?
Poderia a angústia residir no coração puro de um ser tão superior?
Tocando-lhe o ombro com carinho, Bezerra respondeu:
- Sabe, meu filho, uma das mais belas demonstrações de Amor Verdadeiro é sofrer pelo outro, mesmo que tal sofrimento esteja acompanhado pela serenidade dos que sabem que o outro necessita sofrer para despertar.
O esforço de um pai para salvar o filho que ama não dispensa, muitas vezes, o recurso drástico da amputação do membro apodrecido para garantir a sobrevivência do corpo.
No entanto, por mais que se alegre por estar salvando a vida do filho, isso não impede que o pai sofra por sabê-lo mutilado a partir de então.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:56 pm

Por isso, quanto mais cresce o Amor Verdadeiro no coração das almas, mais elas entendem as necessidades dos semelhantes e mais sofrem por seus destinos infelizes, sobretudo por compreenderem que, pela indiferença, pelo descaso, pela irresponsabilidade deles mesmos, elegeram a coroa de espinhos, aumentando o peso da própria cruz.
Estamos nos acercando do satélite terreno onde, por graça da Misericórdia, já se encontram recolhidos todos os seres que, até este momento, retirados do campo magnético e psíquico directamente ligado aos homens, ceifam os frutos dolorosos decorrentes de longos séculos e até mesmo de milénios de sementeira indiferente.
Não obstante, tais destinos poderiam ter sido esculpidos de outra maneira uma vez que não lhes faltaram informações, conselhos, demonstrações e alertas para que trilhassem a estrada recta, evitando o rosário de lágrimas das trilhas tortuosas.
Observemos como estão nossos irmãos de humanidade, compelidos a viver encerrados em um corpo celeste como a Lua, no aguardo do traslado para a casa nova que se aproxima.
O ambiente espiritual da Lua estava transformado pelo constante abastecimento de entidades retiradas das esferas vibratórias ao redor do núcleo rochoso da Terra.
Por isso, seu clima psíquico era lastimável.
Multidões em movimento de manadas animalescas se atritavam, agarrando-se aos antigos vícios e condutas que caracterizavam seus interesses comuns.
Violência e perversidade se conjugavam no entrechoque do ódio, do desejo do mal, da revolta e do crime.
Compostas em sua maioria por espíritos impuros, aqueles cujas características predominantes são o desejo do mal, a indiferença ao Bem, a inclinação para todos os vícios e o combate às virtudes, tais multidões se nutriam dos defeitos que as faziam algozes de si próprias.
Inconformadas com o afastamento compulsório do ambiente terreno de onde julgavam que jamais seriam banidas, estas entidades se hostilizavam mesmo quando pareciam estar unidas pelo pavor do desconhecido.
Aquelas almas sabiam, no íntimo, que algo muito grave lhes ocorria, e o temor do futuro lhes repercutia nas condutas desesperadas.
Seres monstruosos, animalescos, tirados das entranhas da Terra, como que libertados de cadeias lodosas, se arrastavam, asselvajados, confusos e violentos diante da nova condição.
Calor e frio, escuridão e luz intensa promoviam as modificações extremas nas sensações físicas e psíquicas no âmago de todos.
Entidades menos atrasadas, pertencentes a outros graus de evolução que não o dos Espíritos Impuros, também fugiam dos ataques de seus irmãos em sofrimento, migrando para outras regiões do satélite estéril, como andarilhos aterrorizados que nunca houvessem encontrado um pouso seguro.
Por toda parte a desolação e do desespero, sem portas para a fuga através do suicídio, da morte deliberada, do enlouquecimento.
Em verdade, a loucura já se havia instalado no seio de cada um deles, alienação vivida consciente ou inconscientemente, sem que se encontrasse uma medicação paliativa aos efeitos angustiosos.
Ao longe, nascendo no horizonte lunar, o Planeta Azul, o berço generoso que tanto sofrera com os ataques da ignorância, que tanto suportara o peso explorador daqueles indiferentes espíritos, nele tendo assumido corpos destinados a serem instrumentos para a evolução da alma, mais não haviam feito do que se empenharem num domínio destrutivo, como um filho que, desejando mais do que o leite materno, cravasse os dentes no seio que o alimentasse para dele arrancar a própria carne, indiferente ao sacrifício da mãe generosa.
Magnatas ególatras, governantes corruptos, ditadores despóticos, líderes religiosos indignos, conquistadores ambiciosos, magistrados venais, cientistas doentes da inteligência, homens e mulheres inferiorizados pelos hábitos pecaminosos de sua vida pessoal, por toda parte se viam assustados na companhia de outros seres ainda mais grotescos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:56 pm

Haviam sido os gozadores do mundo, os que conquistaram as recompensas terrenas, os que cultivavam o Bezerro de Ouro que, finalmente, encontravam-se no reino que tanto lhes havia seduzido.
Observando as tristes realidades que emanam de tais seres – falou Bezerra, interrompendo as observações – poderemos supor que estejam esquecidos da Misericórdia do Universo.
Vendo-os assim, como alucinados em debandada sem rumo, o coração que ama se condói até as mais profundas fibras.
No entanto, estamos presenciando a amputação para garantir-se a vida e o crescimento da alma.
Imaginemos que aí estejam nossos amigos, nossos companheiros de muitas vidas, nossos irmãos de ideais, nossos parentes equivocados, nossos algozes, nossos perseguidores, mas também aqueles a quem amamos como carne de nossa carne.
Não lhes parece doloroso presenciar esses momentos de destruição para a reconstrução?
Inegavelmente, tanto Adelino quanto Jerónimo guardavam idêntica impressão, percebendo em si mesmos a dor por verem tanta crueldade no meio dos cruéis sem, contudo, entregarem-se aos esgares das emoções desajustadas.
Respondendo à pergunta de Bezerra, Adelino considerou:
- As angústias, quando vividas em nós, parecem não nos fazerem sofrer tanto quanto as angústias que sentimos ao vermos nossos irmãos sofrerem ainda mais sabendo que poderiam tê-las evitado.
No entanto, doutor, não seria possível que os homens, ainda agora, pudessem algo fazer para que não estivessem aqui nesse infeliz destino?
- É nisso que estamos empenhados.
Todos os Espíritos disponíveis na Terra, neste instante, se multiplicam para a implantação do Reino de Deus no coração das criaturas.
Nesse mesmo momento, filhos, almas dos dois lados da vida se desdobram para fazer acordar para o Bem o pensamento dos indiferentes, para tocar a sensibilidade dos filhos de Deus no sentido de escolherem o bom combate, atacando as mazelas íntimas que têm trazido para cá todos estes infelizes.
Culminando a obra da evolução dirigida pelo Amor do Cristo, um sem número de homens e mulheres no mundo de carne se empenham na difusão da mensagem renovadora, em todas as crenças da Terra.
Mesmo fora delas, o pensamento livre tem produzido fóruns de debates e conscientizações variadas para que, com as armas do Bem e da Paz, se edifiquem novos conceitos na consciência dos povos. Inspirados por seus tutores invisíveis, muita gente gasta os próprios recursos materiais na multiplicação da mensagem edificante, sacrificam seus interesses e suas necessidades na faina e cooperar, como luminosos agentes encravados no mundo escuro e violento, visando humanizar a própria humanidade.
Meios de comunicação variados transportam o chamamento, como o resultado do progresso tecnológico propiciado por Jesus para que, antes do final dos tempos o seu Evangelho, a Boa Notícia, fosse pregada como um chamamento amistoso por toda a Terra.
Somente depois disso é que não seria mais possível improvisar medidas salvadoras.
Estamos no término desse ciclo, meus filhos, tentando multiplicar em tempo as informações da Consolação Celeste para que os fiéis adeptos da Verdade lhe correspondam ao chamado, não por imaginar que estão fazendo um favor a Deus, mas, sim, por entenderem que estão aceitando as medidas indispensáveis para a Salvação das próprias almas.
Imaginemos um médico que, conhecendo o mecanismo da propagação de uma doença, se esforçasse para convencer uma comunidade atrasada da necessidade de lavar as mãos para evitar o contágio.
Sem entendimento dos processos de contágio nem da existência de microorganismos invisíveis que se transmitem por contacto, a maioria julgaria alucinado e sem sentido o esforço daquele homem, aparentemente sem qualquer fundamento.
É que a lógica da ignorância claudica nela mesma e a si própria se vítima.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:56 pm

Então, malgrado os esforços do médico amigo, que não dispõe de tempo para provar suas teses ou seus alertas, os “sábios”, os “doutos”, os “inteligentes e arrogantes” o ridicularizarão, no que serão seguidos pela maioria dos ignorantes que, sem base nem consciência, prefere adoptar para si as opiniões dos que julga detentores do saber.
No entanto, os mais simples e de boa fé que, observando a sinceridade do médico, aceitam adoptar as condutas profilácticas protectivas, mesmo sem lhes compreender o mecanismo mais profundo, deixarão de passar pelas agruras do contágio e da morte, enquanto verão perecer os “sábios, doutos, inteligentes, arrogantes e gozadores”, porque não se dispuseram a adoptar condutas tão simples como a da lavagem das próprias mãos.
Depois de contaminados, poderão lavar as mãos tantas vezes quantas desejarem, mas isso já não será capaz de evitar-lhes a morte.
Já terá sido tarde para acreditar nos avisos e, então, lastimarão a triste escolha do orgulho presunçoso, da arrogância do falso saber, da egolatria exacerbada.
As coisas mais simples, meus filhos, costumam ser as mais difíceis de se entender e de se fazer.
Recordemos do mito do paraíso perdido.
Fala-nos a escritura que Adão e Eva tinham todas as facilidades garantidas.
Sua única tarefa era evitar a prática da uma só conduta.
Querem mais simples?
Deveriam abster-se, deveriam obedecer, deveriam evitar.
Mas como nos ensina a passagem simbólica, foi justamente isso que não fizeram.
Quando tinham a garantia do Paraíso de delícias sem nenhum gasto de energia, preferiam trabalhar para perdê-lo.
Isso contraria até mesmo a lei do mínimo esforço.
Essa é a selecção feita pelas criaturas quando, ao invés de modificarem seu carácter, dão mostras de que são insubmissas e arrogantes, desconsiderando todos os alertas como coisas sem sentido, porque não desejam modificar suas rotinas.
Não resta à lei do Universo, então, outro caminho senão apresentar-lhes o fruto de suas deliberações.
Para os que estão aqui, que já tiveram a sua oportunidade e não a aproveitaram, o tempo de acertar e errar chegou ao fim nesta etapa evolutiva.
Precisam, agora, receber o fruto de suas escolhas para que aprendam a eleger melhor daqui para diante.
Fazendo uma pequena pausa, enquanto olhava para a superfície da Lua com o olhar entristecido, mas sereno, Bezerra esperou alguns segundos como se divisasse mais longe e, por fim, continuou:
- Mas os seres que ainda estão na Terra, valendo-se das oportunidades do tempo no grande relógio da eternidade, aquele que reduz séculos a horas, décadas a minutos e anos a segundos, podem ainda contar com alguns segundos para tentarem reverter a inferioridade pelo cultivo dos valores da Nova Humanidade com ânimo sincero, com arrependimento pelos erros cometidos, com esforço de superação de si próprio, evitando tanto o estágio preparatório na Lua como também a transferência para o outro destino que, por suas peculiaridades, é bem mais doloroso e exigente do que o próprio estágio lunar.
Surpresos com a revelação da existência de algo pior do que aquele que tinham sob os próprios olhos e que os feria até as fibras d’alma, Jerónimo indagou:
- Como assim, Doutor?
O que o senhor que dizer com destino bem mais grave?
Porventura haverá coisa pior do que o que estamos vendo?
Foi então que, enlaçando seus dois acompanhantes, Bezerra tomou um rumo na direcção do Cosmos enquanto ia conversando acerca do futuro:
- Filhos, agora vocês entenderão o porquê das lágrimas da Mãezinha querida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 27, 2018 7:56 pm

Se as providências da Misericórdia já estão sendo atendidas com o afastamento dos Espíritos mais endurecidos do ambiente terreno, não imaginem que a Lua seja o porto definitivo, o destino final de tais entidades.
Trata-se de medida preparatória de adestramento pela dor cuja finalidade é apartar o que precisa ser transferido para o alvo final.
Observem ao longe, aquele ponto bem à nossa frente.
Apontou Bezerra na direcção de peculiar corpo celeste que, de imensas dimensões, devorava distâncias na velocidade vertiginosa dos astros massivos, em obediência a órbitas desconhecidas dos mapas solares.
- Não é prudente que nos acerquemos muito mais porquanto já daqui de onde estamos, recebemos o impacto desagradável de suas emanações primitivas, carregadas de um magnetismo inferior.
Os dois companheiros de Bezerra estavam em mutismo insofreável.
- Trata-se de mundo conhecido das lendas antigas como o portador da destruição, causador de traumas geológicos e mudanças bruscas na estrutura magnética eléctrica da Terra, isso sem falar no caos civilizatório que, em todas as suas aproximações, sua influência provocou.
Apesar disso, a sua aproximação é vista como um grande benefício para o aceleramento das mudanças.
Ainda que nesta distância da órbita terrena, suas magistrais dimensões e a grandeza de seu campo magnético-psíquico já se fazem sentir ao longo de sua trajectória, chegando aos homens bem antes de que sua massa se faça visível aos olhares aterrados.
Sua presença energética desperta nos que lhe são afins as emoções grotescas, as práticas mais vis pelos vícios que alimenta, das baixezas morais que estimula porque, primitivo, como disse, tal orbe emite esses sinais que se conectam com os se lhe assemelhem em vibrações e desejos, alimentando-os com seu psiquismo, fortalecendo-os nos desejos e nas práticas inferiores.
Precedendo-lhe a influência magnética e gravitacional que se avoluma, observa-se, há décadas, a piora dos padrões emocionais do planeta, o avolumar das crises sociais, dos crimes hediondos, das leviandades nos costumes, agora acrescidos das modificações climáticas, da surpreendente e inesperada variação do magnetismo planetário com modificação da posição dos polos da Terra.
Fenómenos inusitados confundem a mente dos homens de ciência, cheios de teorias e cegos para a verdade.
Várias instituições científicas estão informadas da aproximação desse corpo massivo, mas, por prudência ou por receio de se ridicularizarem, não se dispuseram ainda a reconhecer a emergência que se abate sobre toda a humanidade, preferindo adoptar condutas contemporizadoras ou, até mesmo, procurando preparar as pessoas empregando recursos subliminares com filmes, reportagens, documentários de desastres, tratando do assunto de maneira ficcional.
Gradualmente, porém, a influência gravitacional desse corpo planetário vai apertar seus laços sob os demais planetas do sistema solar, demarcando a sua trajectória com as naturais consequências de sua presença intrusa e gigantesca, aproximando-se do nosso Sol.
Este é o corpo celeste que, como um ímã poderoso, separará a limalha de ferro pelo poder que já exerce, e exercerá, ainda mais, sobre o que tudo o que se sintonize a sua vibração.
Homens e Espíritos no mesmo padrão serão por eles reclamados como um património que lhe pertence, liberando a Terra para novas etapas de crescimento e evolução.
Talvez venha a ser confundido por muitos com um cometa, com um astro que se chocará com nosso planeta, com um mensageiro do mal pelo medo e aflição que provocará.
Outros se valerão dele para atormentar seus irmãos de humanidade, tentando arrancar-lhes os últimos materiais que possuam.
Mal intencionados se valerão de tal presença no Céu para apregoar o fim do mundo, levando o caos aos mais ingénuos e despreparados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:15 pm

Marcada por eventos cataclísmicos datados de milénios, a humanidade sentirá a aproximação do novo ajuste de contas e cada qual saberá dizer se, no fundo de si mesmo, fez o que deveria ter feito para a modificação de suas vibrações.
Por fim, a aproximação maior provocará as alterações geológicas, climáticas e energéticas que promoverão a depuração da humanidade pelo perecimento de muitos e pela separação das almas. Para ele serão levadas aquelas que já se encontram estagiando na superfície do satélite lunar.
Baptizado desde a antiguidade com diferentes nomes, tais como Nibiru, Marduk, Hercólubus, pela ciência chamado de planeta X, também apelidado de Astro Higienizador ou Chupão pelos espiritualistas de diversas vertentes, este é o Mundo Novo, mundo em formação dotado de uma humanidade primitiva que precisa de irmãos mais capacitados, treinados no aprendizado terreno que a ajudará, acelerando a sua evolução.
E enquanto fazem isso, desbastam as próprias arestas ao conviver com as asperezas de um planeta primitivo e rústico que lhes fornecerá as oportunidades para lições novas de disciplina e transformação.
É por isso que Maria chorava como viram.
Se o sofrimento da Lua é apenas expansão da maldade dos que nela foram congregados, nenhum deles imagina o que os espera em um mundo novo como esse, sofrimento que compunge o sentimento dessas Almas Superiores, que tudo fizeram para adiar o trágico encontro dos maus com seus próprios destinos.
É da lei que a sementeira é livre, mas a colheita, obrigatória.
Os dois ouvintes estavam atónitos.
Ao longe divisavam um grande corpo celeste avermelhado pelos gases que o envolviam, com um tamanho imenso para os padrões terrenos e que, como Bezerra afirmava, era dotado de uma atmosfera fluídica primitiva, que já se podia sentir mesmo estando a milhões de quilómetros de distância.
Como haveria de ser árdua a vida naquele corpo celeste! – pensavam em silêncio.
Interessado em maiores informações, Adelino perguntou:
- Poderíamos visitar a superfície desse orbe?
Sem perda de tempo, Bezerra respondeu:
- Os cuidados que precisaríamos adoptar na realização de tal empreendimento exigiriam um esforço e um tempo de que não dispomos neste momento, sobretudo porque não é interessante perturbar nossos irmãos de humanidade com descrições deprimentes e chocantes acerca das condições evolutivas embrionárias que marcam a superfície de tal orbe primitivo.
É suficiente para os nossos objectivos que nos conduzem informarmos aos nossos irmãos de humanidade de que esta é a hora definidora de suas vidas.
Que a aproveitem da melhor forma para que não acabem mudando de casa.
Que não percam tempo na transformação decisiva de suas tendências mais profundas porque, pelo tamanho do planeta que estão observando, não faltará espaço para boa parte dos trinta biliões de espíritos que, encarnados ou desencarnados, estagiam na Terra ou em seus níveis vibratórios.
No entanto, poderíamos nos aproximar, assimilando as energias densas que visam à plasmassem Perispiritual indispensável, caso nos interessasse um aprofundamento na apreciação de suas peculiaridades para a descrição futura.
- Mas lá os corpos guardam similitude com os dos homens da Terra?
- Bem, em toda parte, a humanidade que habita os diversos mundos se estrutura de maneira semelhante, sem que isso signifique de maneira igual.
Nos mundos superiores, as formas são mais belas e elaboradas, não havendo um meio de comparação com as formas terrenas ou com seus conceitos estéticos.
Quanto mais elevados são os seres, mais predominam as suas características íntimas sobre a sua forma exterior.
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Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz - Página 10 Empty Re: Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:15 pm

Quanto menos avançados são eles, mais se vêem presos a corpos densos para a difícil elaboração das experiências, eclipsados em algemas de carne e ossos de onde só conseguem se ausentar por efeito do sono ou da morte.
Aí também os corpos são constituídos de maneira muito semelhante aos humanos da Terra.
No entanto, não possuem a beleza que a harmonia biológica já conseguiu edificar no funcionamento quase perfeito de todos os tipos e sistemas na Terra.
Corpos rudes, primitivos, com cérebros ainda em desenvolvimento no atrito das formas serão modelados para que o instrumental do pensamento possa expressar a intensa riqueza de ideias de que são portadores os novos membros.
A hostilidade dos elementos atmosféricos auxiliará nos esforços da sobrevivência para o estímulo ao raciocínio na superação de tais obstáculos.
A reminiscência de uma sociedade mais avançada ajudará os novos moradores na construção de embriões de comunidades nas quais tentarão reproduzir as instituições do planeta que deixaram.
Talvez edifiquem monumentos de pedra em homenagem aos seus antigos amigos e ao paraíso que perderam, cuja lenda provavelmente criarão para explicar aos amigos do mundo novo como que é que foram parar lá e por que motivos foram condenados ao degredo.
No entanto, terão braços, pernas, força física, necessidades básicas para sobrevivência, em corpos que só encontramos paralelo nos fósseis da nossa Terra, que atestam a evolução da forma humana.
A humanidade terrena que for exilada para lá se transformará no elo perdido na estrada evolutiva dos seres que o habitam, porquanto antes de sua chegada, o primitivismo morfológico predominava na longa edificação das formas.
Depois de aportarem ao destino, os recém-chegados levarão um modelador diferente para as formas, que passarão a progredir para corpos mais bem torneados, melhor elaborados, produzindo uma figura com feições mais delicadas.
Sob o esforço sucessivo de infindáveis reencarnações, melhorarão as formas pela imposição de sua nova estrutura perispiritual sobre a matéria obediente além de receberem o impulso dos Espíritos Superiores que, conduzidos pelo mesmo Cristo, ali operam para forjar os novos futuros para os irmãos de humanidade.
Grande laboratório de formas em busca de modificações de almas, esta Casa do Pai continuará, ela também, sob a administração cósmica do Divino Mestre na condução do Rebanho que, desde os longínquos tempos, recebeu de Deus com a tarefa de encaminhá-lo ao Crescimento Espiritual na Escola do Universo.
E como o Senhor bem o realçou nas passagens que chegaram aos dias do presente, DO REBANHO QUE O PAI LHE HOUVERA CONFIADO, NENHUMA OVELHA SE PERDERIA.
Não se trata, pois, de uma derrocada moral realçando a incapacidade pedagógica do Amigo Celeste.
Trata-se de um curso de aprendizado rápido, de depuração intensa, de amadurecimento contínuo graças ao qual Jesus conseguirá fazer com que despertem para a Verdade e, dessa forma, almejem regressar um dia ao planeta Azul de onde foram retirados, milénios antes.
Silêncio e inflexível em sua trajectória determinada, fluía o corpo celeste com as suas peculiaridades gasosas projectando-se por seus lados, qual cometa que desprendesse os gases durante seu deslocamento na aproximação com o sistema solar.
***
As imagens eram mais fortes do que todas as palavras e, por isso, os três se mantiveram na observação à distância, meditando na sabedoria das leis do Universo que se valem das próprias limitações das criaturas para, daí, retirarem os materiais para o progresso delas mesmas.
Esperança, antes do sofrimento...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:16 pm

Convite, antes da separação temporária...
Suor, antes que só restassem lágrimas de arrependimento...
Luz do Espírito para combater as novas trevas da matéria...
Assim agia a solicitude superior, tentando amparar todos os alunos da Escola da Vida.
Era a concretização do momento sublime da Grande Transição, conforme mencionado em tantos textos religiosos por milénios afora, como também constante da última pergunta de O Livro dos Espíritos:
“O reino do bem poderá um dia realizar-se na Terra?
- O bem reinará na Terra, quando, entre os Espíritos que vêm habitá-la, os bons predominarem sobre os maus; então eles farão reinar na Terra o amor e a justiça, que são a fonte do bem e da felicidade.
Pelo progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para Terra os bons Espíritos e afastará os maus; mas os maus só a deixarão quando o homem tiver expulsado de si o orgulho e o egoísmo.
A transformação da humanidade foi anunciada e é chegado o tempo em que todos os homens amantes do progresso se apresentam e se apressam, porque essa transformação se fará pela encarnação dos Espíritos melhores, que formarão sobre a Terra uma nova ordem.
Então, os Espíritos maus, que a morte vai retirando a cada dia, e aqueles que tentam deter a marcha das coisas, serão excluídos da Terra porque estariam deslocados entre os homens de bem dos quais perturbariam a felicidade.
Eles irão para MUNDOS NOVOS, menos avançados, desempenhar missões punitivas para seu próprio adiantamento e de seus irmãos ainda mais atrasados.
Nessa exclusão de Espíritos da Terra transformada não percebeis a sublime figura do paraíso perdido?
E a chegada à Terra do homem em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os traços de sua inferioridade primitiva, a figura não menos sublime do pecado original?
O pecado original, sob esse ponto de vista, se refere à natureza ainda imperfeita do homem, que é, assim, responsável por si mesmo e por suas próprias faltas e não pelas faltas de seus pais.
Todos vós, homens de fé e boa vontade, trabalhai com zelo e coragem na grande obra da regeneração, porque recolhereis cem vezes mais o grão que tiverdes semeado.
INFELIZES AQUELES QUE FECHAM OS OLHOS À LUZ.
PREPARAM PARA SI LONGOS SÉCULOS DE TREVAS E DECEPÇÕES;
INFELIZES OS QUE COLOCAM TODAS AS SUAS ALEGRIAS NOS BENS DESTE MUNDO, PORQUE SOFRERÃO MAIS PRIVAÇÕES DO QUE OS PRAZERES DE QUE DESFRUTARAM;
INFELIZES, PRINCIPALMENTE, OS EGOÍSTAS, PORQUE NÃO ENCONTRARÃO NINGUÉM PARA AJUDÁ-LOS A CARREGAR O FARDO DE SUAS MISÉRIAS.

São Luís”
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:16 pm

43 - O QUE FAZER PARA SE SALVAR?
Certamente que a Salvação deve fazer parte das buscas daqueles que, encontrando-se na Terra com a noção da mortalidade do Espírito, sabem que a vida é uma oportunidade de crescimento.
Somente o aluno absolutamente irresponsável frequenta uma escola sem compromissos com os exames regulares ou com a possível reprovação ao final do período.
Para indivíduos que não tenham despertado para os sublimes deveres escolares do Espírito encarnado, certamente que o despreparo e a indiferença os conduzirão ao Mundo Novo.
No entanto, para todos os demais estudantes da Alma para os quais a Vida e a Terra são a matrícula da escola do aperfeiçoamento, as preocupações com o sucesso ou fracasso ao final do período devem incomodar de acordo com a sua maturidade no entendimento da importância da evolução.
Há os que vão à escola porque a vêem como um dever que lhes foi imposto por seus genitores, sem vontade própria no aprofundamento dos ensinamentos, desinteressados no cumprimento ou na repetição das lições não aprendidas, imaginando que conquistarão notas através da fraude no momento do exame, copiando de colegas mais esforçados.
Há os que frequentam as aulas com a indiferença dos que são levados pelos dias e meses, esperando com ansiedade o momento das férias.
Fazem lições, copiam cadernos, mas sem o prazer de quem estuda com afinco.
Não imaginam que a escola os está preparando para a Vida adulta e, assim, não vêem muito sentido nas tarefas e exercícios aos quais se submetem, mais por rotina que por satisfação.
Decoram os livros e, graças a uma conduta mecânica, mesmo sem compreenderem o âmago das coisas, conquistam as notas por responderem as mesmas palavras que ouviram dos mestres.
Por fim, há os que vivem a escola como se fosse o pão de suas Vidas, que desfrutam cada ensinamento, que se encantam com as descobertas da ciência, as maravilhas da matemática, as regras do bom falar e do bem escrever, as noções variadas que lhes vão sendo transmitidas por pessoas mais capacitadas.
Alunos que não se contentam com o currículo mínimo que a escola oferece e que, interessados, esmiúçam livros, pesquisam por conta própria, realizam lições não solicitadas pelos mestres e se destacam não pelas notas excelentes que conquistam, mas, sim, por serem exemplos de devotamento e por transformarem em prazer aquilo que aos outros alunos pesa como um dever, como um castigo ou como uma farra.
Se a reprovação pode rondar o imaginário destes três últimos tipos de alunos, para o que vê a escola como um prazer de aprender nada o intimida, nada o atormenta, nada o assombra, porque ele sabe que a aprovação final lhe é garantida pelo efectivo aprendizado e não pelos mecanismos artificiosos de pesos, contas e notas segundo algum critério aleatório da pedagogia dos homens.
O Bom Aluno não teme os exames, não tem receio de professores, não se atormenta com lições de casa, não aborrecem com exercícios extras nem está fixado na competição por notas.
Deseja saber e se encanta quando aprende o funcionamento das coisas, desvenda o mistério do mecanismo biológico, compreende o porquê de certas fórmulas matemáticas.
Plenamente em harmonia com a natureza racional que o empurra para o aprendizado, vive como o interessado Filho do Pai, Aquele que é a Soberana Inteligência do Universo.
Então, cumpre com prazer os ditames dessa filiação celeste, encantando-se com cada lição que o leva a entender melhor a vontade do Criador.
Ao contrário, os maus alunos pouco se interessam em corresponder aos esforços daqueles que os sustentam na aula, que lhes pagam o estudo, que lhes fornecem material, lanche e oportunidade de crescimento.
Malbaratam os esforços dos progenitores fazendo-os gastar seu tempo, seu dinheiro, seus sonhos e suas vidas, atirando na lata do lixo todas as oportunidades recebidas sem aproveitá-las adequadamente, em seu próprio benefício.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:17 pm

Então, nas horas de avaliação final como as que a Terra e os seus habitantes estão vivendo, duas classes de alunos não precisam se preocupar com os destinos, porquanto suas condutas já os definiram indubitavelmente:
- Os alunos irresponsáveis, indiferentes, farristas, gozadores, maldosos, dilapidadores do património do Pai, destruidores da Escola já definiram o destino para o Mundo Novo que os aguarda.
- Os alunos dedicados, aplicados no prazer de aprender, de se aperfeiçoarem, de cooperarem com os Mestres para fazer valer cada linha dos ensinamentos, melhorando todos os dias com a vivência das lições aprendidas, generosos companheiros dos professores, estudantes valorosos e entusiasmados com a vida, aqueles que representam os seres idealistas a serviço das causas da humanidade, que enfrentam as lições sem resmungos, sem queixas, que agradecem o esforço de seus tutores, que se devotam no cumprimento de seus conselhos e trabalham sem dar trabalho, estes já estão matriculadas nas novas etapas evolutivas no Novo Mundo.
O problema é a definição do destino dos alunos intermediários, aqueles que se localizam entre esses dois extremos e que, certamente, correspondem à maioria dos encarnados que já não são tão maus alunos, mas estão conscientes de que não se dedicaram à escola como deveriam.
Todos desejam a aprovação final, mas, estando a escola nos períodos finais que antecedem a apuração dos valores, como reverter a situação ou conquistar merecimentos que possam ajudá-los na definição favorável do destino, afastando o risco da reprovação?
Como fazer para, contando com a complacência da Misericórdia, obter ao menos uma autorização provisória para a matrícula para o novo ano ainda na Escola Terrena?
Essa é a angústia da maioria dos estudantes, dos seres humanos que, nesta escola do mundo, sabem que não foram os melhores alunos, apesar de também não terem feito, segundo supõem, nada grave que faça merecer a mudança de escola. Serei capaz de alcançar a Salvação? – pergunta-se o indivíduo mediano quando pensa nas questões intrincadas da selecção entre joio e trigo.
- Vivi de maneira leviana todos os meses de aulas.
Serei capaz de demonstrar ter aprendido o suficiente para estar entre os que poderão ser alunos na mesma instituição educacional no ano que vai se iniciar?
Onde devo concentrar meus esforços neste último momento de estudo, antes dos exames finais?
Onde encontrarei estabelecidos com clareza os critérios que me ajudem a escolher caminhos seguros de transformação?
Será que se doar todos os meus bens conseguirei uma tolerância da Directoria para uma nova chance na Terra?
Se eu fizer um testamento, se me ajoelhar e realizar as penitências que os religiosos me recomendarem, conseguirei sensibilizar as autoridades escolares?
Se eu rezar todas as rezas, se frequentar todas as cerimónias, se bater no peito confessando minhas culpas e me arrepender do mal que fiz, será que conseguirei permanecer no Novo Mundo no qual a Terra está se transformando?
Todas estas perguntas fazem parte das angústias de muitos que, conhecendo com clareza os próprios equívocos, não estão seguros acerca da possibilidade da aprovação.
Mesmo aqueles que se julgam bons porque deram coisas ou que fizeram coisas meritórias, mas para conquistar os prémios do mundo, ou que se acostumaram a rotinas sem profundidade, carregam a consciência mesclada de dúvidas ou incertezas sobre o destino que os espera porque, lá no mais profundo de suas almas, sentem que a Salvação não depende essencialmente dessas coisas.
Mas então, onde encontrarei – pergunta você, querido(a) leitor(a) – o caminho a seguir para compreender a essência que nos permite almejar a condição de escolhido, garantindo a Salvação nesta transição que se acelera?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:17 pm

Recorde algumas frases que, como um aluno da escola da vida na Terra, certamente já escutou de seu Director Espiritual:
“EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA”
Não seria a palavra imprecisa e pobre deste que lhe escreve a chave para a compreensão dos caminhos da SALVAÇÃO.
Eles já estão delineados há muito tempo, quando a Escola Terra abriu suas portas para um novo ciclo de ensinamentos mais luminosos e enriquecedores, quando o próprio Director foi à sala de aula estar com os alunos e ajudá-los nas lições, mostrando como se faz.
Então, se pesa em seu coração a dúvida sobre estar no rol dos escolhidos ou de como proceder para que nele possa figurar, voltemos às velhas lições ofertadas pelo nosso Amorável Director.
Não se enfadonhe em lê-las com atenção.
Pode ser que você já as tenha ouvido, mas, de verdade, se as tivesse escutado e entendido, certamente não teria as dúvidas que o atormentam a respeito do destino que o espera.
Se já as tivesse assimilado, não teria dúvida acerca da Salvação.
***
João, 12, 42-50
42 Contudo muitos das próprias autoridades creram nele, mas por causa dos fariseus não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga;
43 porque prezaram mais a glória que vem dos homens, do que a glória que vem de Deus.
44 Clamou Jesus, dizendo:
Quem crê em mim, não crê em mim, mas naquele que me enviou.
45 e quem me vê, vê aquele que me enviou.
46 Eu que sou a luz, vim ao mundo a fim de que todo o que crê em mim, não permaneça nas trevas.
47 Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque não vim a julgar o mundo, mas a salvar o mundo.
48 Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a palavra que falei, essa o julgará no último dia.
49 Pois eu por mim mesmo não falei, mas o Pai que me enviou, esse mesmo me tem prescrito o que devo dizer e o que devo falar.
50 Eu sei que o seu mandamento é vida eterna.
Aquilo, pois, que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito.
Escutar e conhecer os ensinamentos do Cristo sem lhes prestar atenção significa desprezar as orientações do Director da Vida acerca de como são as regras de aprovação dos exames e, então, a nota ruim que obtiver não será fruto da maldade dos professores e, sim, do descaso do aluno indiferente, que não conseguiu conquistar a nota da aprovação.
Não penetre no caminho religioso escolhido como quem vai ao passeio ou à festa, bem vestido, mas indiferente.
Não aprender a lição por não praticá-la significa desperdiçar a oportunidade.
***
Lucas, 21, 29-36
29 Propôs-lhes uma parábola:
Vede a figueira e todas as árvores:
30 quando começarem a brotar, sabeis por vós mesmos, ao vê-las, que o verão está próximo;
31 assim também vós, quando virdes acontecerem estas coisas, sabeis que está próximo o reino de Deus.
32 Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo se cumpra.
33 Passará o céu e a terra, mas não passarão as minhas palavras.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:17 pm

34 Guardai-vos, para não suceder que os vossos corações fiquem pesados com o excesso no comer e no beber e com os cuidados desta vida, e que aquele dia venha sobre vós de repente como um laço;
35 pois há-de vir a todos os que estão sobre a face da terra.
36 Vigiai, porém, em todo o tempo, orando para que possais escapar de todas estas coisas que hão-de acontecer, e para que possais manter-vos na presença do Filho do homem.
Quando os sinais se tornam tão claros, como a natureza demonstrando as realidades decisivas através de todas as transformações que apontam para a aproximação de tão importantes mudanças, chega a hora de o aluno fazer um balanço de como está a sua situação escolar e se não lhe seria mais adequado aprofundar-se em matérias que mais pesam no cômputo dos exames finais visando a aprovação.
E que matérias seriam estas?
A espiritualização é indispensável.
Tratar de não turbar a mente e o oração com os excessos materiais, aqui simbolizados pelo muito comer, pelo muito beber, além de não se iludir com os cuidados desta vida nas suas buscas materiais infindáveis e avassaladoras porquanto todas estas coisas são laços, armadilhas que prendem ao mal e impedem o prosseguimento no Novo Mundo.
A todos os seres humanos chegará a hora do exame, sem excepção.
Por tal certeza, esteja com a bagagem leve, pronta, vazia das coisas do mundo para que a avaliação redunde em uma aprovação decorrente do predomínio das coisas da Alma sobre os cuidados da matéria e os vícios dela decorrentes.
***
Mateus, 24, 45-51
45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, ao qual o seu senhor confiou a direcção da sua casa, para que a tempo dê a todos o sustento?
46 Feliz aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar assim fazendo.
47 Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens.
48 Mas se aquele servo, sendo mal, disser no seu coração:
Meu senhor demora-se,
49 e começar a espancar os seus companheiros, e a comer e beber com os ébrios,
50 virá o senhor daquele servo um dia em que este não o espera e na hora que não sabe,
51 e cortá-lo-á pelo meio e pô-lo-á com os ímpios; ali haverá o choro e o ranger de dentes.
Se você está no mundo, tem uma incumbência na condição de servo fiel:
A de auxiliar a todos os que o rodeiam, de velar da melhor maneira pela Casa que lhe foi confiada, seja como chefe de família, como patrão, como governante, como funcionário público ou profissional de qualquer trabalho.
Então, se estiver a postos cumprindo bem o seu dever de administrar o património sublime em favor dos que atende e que estão sob a sua responsabilidade, alegrará o Senhor à sua chegada, porquanto demonstrou ser digno da confiança que ele lhe depositou.
No entanto, se o servidor de confiança, assim que se ausentar o seu Senhor, ao invés de cuidar bem de seus deveres em favor do abastecimento dos seus irmãos, passar a usar de violência, agressividade, arrogância, a favorecer a si mesmo, abusando da confiança que lhe fora demonstrada pelo Verdadeiro proprietário, incorrerá no grave delito de fraudar a boa fé de seu Patrão.
Surpreendido pela volta de seu Amo, que o flagra na prática de tudo o que mais alegra o orgulho e o egoísmo, será cortado ao meio e colocado junto com os impuros, no local onde haverá o choro e o ranger de dentes.
Não seria isso uma referência ao Mundo Novo para onde os maus serão levados e onde se enfrentarão com as mazelas que lhes são próprias?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:17 pm

***
Mateus, 25, 14-30
14 Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
15 E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
16 E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.
17 Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.
18 Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
20 Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo:
Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
21 E o seu senhor lhe disse:
Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse:
Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
23 Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo.
Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 Mas, chegando também o que recebera um talento, disse:
Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
25 E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26 Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe:
Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27 Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com juros.
28 Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
29 Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
30 Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Novamente refere-se Jesus à necessidade de ser útil, para que corresponda à confiança que o Patrão deposita em seu ombro no dever de administrar a sua Casa durante a sua ausência.
Respeitando as diferentes capacidades, o amo sabe dosar os valores atribuídos a cada um, mas, igualmente, sabe lhes dar o mesmo prémio se desempenham as tarefas que lhes foram assinaladas.
No entanto, o preguiçoso, o inútil, o ocioso, o indiferente, o falsamente honesto que devolve o valor recebido sem nada lhe agregar do seu esforço, esse tem um destino bem diverso dos anteriores.
E que valores seriam estes?
Não mais moedas materiais, apenas.
Riquezas são todos os dons de que as criaturas são dotadas para a multiplicação das benesses, atendendo à vontade de Deus e às necessidades humanas.
A inteligência, o conhecimento, os recursos da cultura e da tecnologia, o tempo, o discernimento, a saúde, a capacidade artística, a vontade firme, os bens materiais, o trabalho digno, dentre muitos outros, são as expressões do tesouro divino colocadas sob as suas mãos.
Multiplicar tais dádivas, transformando-as em alavancas do Bem a serviço dos semelhantes, é produzir frutos, reproduzindo benefícios e beneficiados.
Se você sabe escrever, ensine algum irmão analfabeto.
Se se formou em algum curso profissional, sirva-se dele para ajudar as pessoas, não apenas para ganhar dinheiro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:17 pm

Disponha-se a melhorar os outros, preste um serviço voluntário com a riqueza de seus conhecimentos e conquistas.
Se sabe cozinhar, ensine as pessoas interessadas no aprendizado de algum prato que lhes agrade ao invés de privar o mundo das delícias que você já é capaz de produzir.
Se você teme a concorrência, está demonstrando ser um mau aluno da vida, egoísta e vaidoso, orgulhoso do seu saber e pouco disposto a partilhar com aqueles que sabem menos que você.
No mundo da competitividade, os que se deixarem arrastar por ela e modelam sua personalidade por essa disputa sem fim, já garantiram o veredicto acerca do próprio destino:
LANÇAI O SERVO INÚTIL NAS TREVAS EXTERIORES...
Certamente, pelas palavras de Jesus tais trevas não se localizam na Terra, porque são trevas EXTERIORES.
Um lugar diferente e doloroso onde haverá prantos e ranger de dentes, para onde os maus, os indiferentes, os ególatras e egoístas, os preguiçosos, os servidores inúteis serão trasladados.
***
Mateus, 12, 33-37
33 Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
34 Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus?
Pois do que já em abundância no coração, disso fala a boca.
35 O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.
36 Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão-de dar conta no dia do juízo.
37 Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.
Quando nossas condutas parecem bem aos olhos dos homens, podem, talvez, estar sendo condenadas aos olhos de Deus.
Assim, os critérios divinos são explicados por Jesus nesta parábola onde a Salvação não depende das aparências nem das palavras, mas, sim, dos sentimentos que existem no interior das pessoas que motivam todas as suas atitudes.
Ao recomendar que não proferíssemos palavra ociosa, ou seja, palavra que não trabalha, que não realiza nada, que não se exterioriza em actividade, o Senhor nos alerta para que tudo o que digamos se transforme em atitudes úteis.
Promessas que não cumprimos, conselhos que ofertamos, mas não observamos, opiniões que esclarecem outras criaturas, mas que não nos iluminam, tudo isto será levado em conta no exame final que, nesta parábola, vem denominado como DIA DO JUÍZO, porque nossas palavras boas demonstrarão que conhecíamos a teoria, mas nossa falta de obras demonstrarão o ócio que tornará inútil o que sabíamos.
Por isso é que as palavras que dissermos nos Salvarão – se forem boas e não forem ociosas – e as mesmas palavras nos condenarão – se forem más ou, sendo boas, não se materializarem em boas obras.
***
Mateus, 15, 7-20
7 Hipócritas, bem proferiu Isaías a vosso respeito, dizendo:
8 Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.
9 Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.
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Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz - Página 10 Empty Re: Série Lúcius - HERDEIROS DO NOVO MUNDO / André Luiz Ruiz

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 28, 2018 8:18 pm

10 E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei:
11 O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem.
12 Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe:
Sabeis que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?
13 Ele, porém, respondendo, disse:
Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada.
14 Deixai-os; São condutores cegos.
Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.
15 E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explicai-nos essa parábola.
16 Jesus, porém, disse:
Até vós mesmos estais ainda sem entender?
17 Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado fora?
18 Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem.
19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfémias.
20 São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem.
Nesta parábola, inicialmente, Jesus demonstra conhecer a hipocrisia dos falsos profetas que, aparentemente interessados no ensinamento, assim que se ausenta o professor, viram as costas e vão em busca da diversão e dos prazeres, no exercício dos vícios que tanto amam.
Daí ser inócua a frequência à escola porque não será com base na folha de chamada ou no comparecimento que o aluno conseguirá a aprovação, anto quanto não lhe adiantará nada frequentar as religiões do mundo se isso não o ajudar na mudança essencial de sua conduta.
Observe o conteúdo dos sentimentos do coração onde se enraízam as demonstrações do que você é e que, mais importante do que aquilo que você parece ser, não deixa margem a dúvidas a respeito de seus verdadeiros méritos como aluno.
Isso se observa pelo teor do que exprimimos, de nossas condutas verbais, do padrão de nossas conversas, do teor dos assuntos que mais nos atraem.
Combater a mentira, a calúnia, a traição, a fala pecaminosa e imoral significa preservar-se do exercício de sentimentos perniciosos, comprometedores do nosso futuro.
A Salvação, como ensina Jesus, está ligada ao que nossa essência produz nas oportunidades da convivência.
Se deseja você investir, pelo pouco tempo que resta, no exercício mais adequado para a modificação do destino, conviva com as pessoas, frequente os ambientes que lhe parecerem adequados, mas transforme seus sentimentos, altere a qualidade das vibrações, perdoe, não guarde rancor, arrependa-se do mal praticado e peça desculpas a quem ofendeu.
Controle seus impulsos e não se escravize às exigências do corpo.
Não use da boca para as condutas levianas do Espírito, maldizendo pessoas, criticando suas vidas, fazendo fuxicos sobre condutas alheias, comentando os erros dos outros.
Ao melhorar o que existe em seu coração, sua boca emitirá sinais luminosos do Bem que já habita em você.
Esse é um dos exercícios diários que nunca devemos nos esquecer.
Falar só o Bem, porquanto o Mal não é assunto para quem deseja melhorar de verdade.
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