LUZ ESPÍRITA
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Diálogo dos Vivos - Espíritos diversos/Francisco Cândido Xavier/J. Herculano Pires

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 18, 2017 10:20 am

Releva-me, Senhor,
A doação escassa
Nos imensos recursos que me deste
Do Tesouro Celeste!…
Do teu rio gigante de ternura
Recebo, dia a dia,
Carinho, bênção, graça,
Providência e alegria
Em manifestações da luz que nunca falha;
Mas de tudo o que dou, cedo apenas migalha…
Leve nota de amor, incrustada de ciúme,
Um pingo de paciência em caudais de azedume,
Uma palavra de esperança
Entre laudas de queixa desatada,
Leve nota de paz
Em tom distante e indiferente,
Eis o que dou somente…
Tantos me amparam tanto e auxilio a tão poucos!…
Senhor!…
Abre-me o coração,
Dá força nova aos meus ouvidos moucos,
Prende-me os braços ao serviço,
Cura-me o pensamento ocioso e enfermiço!…
E, por agora,
Se te dou minha vida, gota a gota,
Nas sombras do egoísmo em que me vejo,
Entre rosas de sonho e espinhos de desejo,
Lavrando contra mim
Exigências fatais
Que somarão mais tarde prova e dor,
Perdoa-me, Senhor,
Se nada posso fazer mais…

8 - Multiplicação
(J. Herculano Pires)
Na possibilidade de servir
Sempre nos tolhe a impossibilidade,
Porque não damos nunca sem pedir
O necessário sem necessidade.
Se tantos nos apoiam sem medir
Nem pesar a farinha da bondade,
Por que não entregar sem exigir
Os nossos pães às mãos da caridade?
Que o Senhor da fartura sem limites
Consiga abrir-nos os ouvidos moucos,
Pondo limite aos nossos apetites.
Se pudermos abrir nossos bornais
À multiplicação dos pães (tão poucos!)
Já estaremos fazendo muito mais!
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 18, 2017 10:21 am

9 - Diante dos obstáculos
(Chico Xavier)
A página que envio foi recebida numa reunião de amigos.
Vários deles destacavam os obstáculos que acreditam defrontar na vida.
Obstáculos para encontrar tranquilidade, trabalho certo, prosperidade e alegria de viver.
Como agir para acertar com a verdadeira estrada do sucesso?
Falávamos sobre as muitas soluções que a experiência comum nos sugere para a liquidação dos problemas da vida, quando um dos presentes lembrou a oportunidade de orarmos em conjunto, buscando a inspiração dos nossos maiores.
Fizemos a prece e em seguida buscamos o amparo de O Livro dos Espíritos, que nos ofereceu a questão 768 para estudo.6
Após ligeiro diálogo, o nosso amigo André Luiz escreveu, por nosso intermédio, a página referida que envio, considerando a possibilidade de sua publicação com o apoio dos seus comentários.

9 - Sucesso e nós
(André Luiz)
Você é o seu próprio pensamento em acção.
Todos somos filhos de Deus e, em qualquer lugar, estamos todos na Presença Divina.
* * *
A Suprema Lei da Vida é o Bem de Todos.
Concentre-se tão-somente no bem e a sua imaginação funcionará por lente vigorosa, ampliando a visão dos bens que lhe enriquecem a vida.
* * *
A palavra é força criadora.
Coloque bondade e compreensão no verbo que lhe expõe o modo de ser e a sua palavra realizará maravilhas.
* * *
Aceite a lei do progresso.
Observe a árvore que você planta e verificará o imperativo da evolução.
* * *
Você pode e deve conservar-se fiel ao seu amor e ao seu ideal, mas não conseguirá ser feliz sem renovar-se.
Aprendamos com a fonte que prossegue sem alteração na estrutura essencial da corrente, entretanto avança em movimento constante para os seus próprios objectivos.
* * *
A tarefa em suas mãos é semelhante a determinada empresa com os clientes que se lhe agregam aos interesses.
O seu êxito terá sempre o tamanho do serviço que você preste.
* * *
Apague de sua mente e de sua conversação toda ideia ou palavra que estabeleça imagens condenatórias ou deprimentes.
A nossa existência é comparável à escada e todos somos capazes de utilizar os degraus que nos levem acima.
* * *
Nunca despreze os outros, nem despreze a você mesmo.
Ninguém existe sem utilidade ou sem importância na Obra Divina da Criação.
* * *
Auxilie para o bem quanto e como possa, resguardando a consciência tranquila.
De tudo o que dermos receberemos centuplicadamente.
* * *
Faça de Deus o seu mentor, o seu companheiro, o seu amigo e o seu sócio, reconhecendo que é nosso dever colocar-nos em Deus, tanto quanto Deus, por Suas Leis, está em nós.
Praticando o bem com esquecimento do mal, conforme evidenciam as leis de Deus, entreguemo-nos às obrigações que a Divina Providência nos confiou, nos quadros do dia-a-dia.
E, em matéria de sucesso e segurança, paz e alegria, o nosso próprio trabalho, com a bênção de Deus, fará o resto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 18, 2017 10:21 am

9 - Os degraus do bem
(J. Herculano Pires)
É bastante conhecida a frase de Sartre:
“Os outros são o Inferno”.
Mas André Luiz nos propõe o contrário:
os outros são o céu.
Quando compreendemos bem a necessidade da vida social, aprendemos que os obstáculos são degraus de uma escada que temos de subir.
Esses obstáculos estão precisamente nos outros.
Porque são os outros que nos negam as facilidades que desejamos obter, que procuram afastar-nos do seu caminho ou utilizar-nos como instrumentos para as realizações deles, em detrimento das nossas.
Mas se estamos na vida para desenvolver nossas faculdades, para aprender a superar dificuldades, é claro que os obstáculos são os recursos de que dispomos para o nosso aprimoramento.
Uma corrida de obstáculos é um treinamento valioso para o atleta.
E nós todos nada mais somos do que atletas do espírito, desenvolvendo na vida as nossas habilidades.
O atleta desenvolve os músculos, a agilidade, o equilíbrio.
O espírito desenvolve a inteligência, o pensamento, a compreensão, o amor.
Mas sem os outros pela frente não teríamos a possibilidade de treinar.
À proporção que fracassarmos nas relações sociais, iremos sendo forçados a procurar novos meios de agir.
E então perceberemos que encarando os outros como irmãos e não como adversários conseguiremos superar os obstáculos.
Deus é o Bem Supremo.
Os outros são os degraus da escada que nos leva a Deus.
Pensando em Deus e fazendo o bem ao próximo, estaremos subindo a escada do verdadeiro sucesso.
Temos de anular no presente as reacções do mal que fizemos no passado.
São essas reacções que nos atrapalham.
Aprendamos agora a fazer o bem aos outros e Deus nos retribuirá com o bem dos outros a nosso favor.

10 - Como agir?
(Chico Xavier)
Antes das tarefas espirituais da noite, com vários amigos que nos visitavam a instituição, comentávamos as circunstâncias em que tantas vezes nos vemos impossibilitados de fazer o que desejamos, no que se refere à prática do bem.
Em muitas ocasiões somos constrangidos por nossos deveres a dar o que nos exigem em alto nível de quantidade, quando só possuímos muito pouco.
Em ocasiões outras a experiência nos pede atitudes de tolerância que, de momento, não somos capazes de mostrar de todo, a fim de não favorecer a perturbação.
Às vezes queremos dar tempo e alegria aos outros, sem conseguirmos fazê-lo senão em escala mínima, de modo a não criar dificuldades e inquietações em outras pessoas.
Como agir nesses casos?
Explanávamos sobre o assunto quando o horário nos chamou à reunião doutrinária.
Abertos os estudos da noite, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu a exame os itens 5 e 6 do capítulo XIII, contendo a lição do óbolo da viúva.
Feitos os comentários por diversos irmãos, ao término da reunião o nosso caro Emmanuel trouxe-nos pela psicografia a página “Melhor Assim”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 18, 2017 10:21 am

10 - Melhor assim
(Emmanuel)
Terá soado o momento de tua cooperação, no amparo a outrem, e efectivamente estimarias entregar o máximo de ti, segundo as circunstâncias, mas se não podes dar, na medida dos teus desejos, cede a migalha que possuis, de vez que será melhor ofertar o mínimo de que dispões que te recusares ao benefício, cerrando as portas do amor aos semelhantes.
* * *
O desafio à humildade terá surgido à frente e decerto surpreenderias razão para grande prazer com a capacidade de revelar compreensão angélica, diante daqueles que te examinam a evolução espiritual; no entanto, se não consegues fazer isso, não escondas esse ou aquele pequenino gesto de tolerância, porque será mais justo articular apagado impulso de entendimento que desertar do concurso fraterno, dando pasto à agressividade exagerada, perante ofensas e pedradas que, no fundo, não passam de manifestações de enfermidade ou desequilíbrio no comportamento alheio.
* * *
Caso não desfrutes a oportunidade de empenhar um dia de serviço aos irmãos mais necessitados do que nós mesmos, quando se te faça possível, oferece uma hora em favor deles, porquanto será mais proveitoso mobilizar alguns minutos na execução das boas obras que te omitires, junto delas, gelando a confiança e o ideal do bem nos irmãos de experiência e caminho.
* * *
Na ocasião em que não te vejas capaz de testemunhar alegria, nos instantes de crise, sem outro recurso senão aquele de exteriorizar um sorriso pobre, em auxílio de teu ambiente pessoal, será mais valioso esse pobre sorriso que qualquer palavra menos feliz tendente ao mergulho no desespero, agravando os problemas dos que te cercam, a esmolarem apoio e compreensão.
* * *
Ampara o bem dos outros, na garantia do teu próprio bem.
E quando não possas entregar o máximo qual desejas e tanto quanto se espera de ti, oferece o mínimo ao teu alcance, porquanto a ausência do melhor que se possa realizar é uma brecha ao pior talvez por surgir; e, por isso mesmo, o mínimo de bem será sempre uma luz dissipando as trevas que se adensam constantemente onde não há bem nenhum.

10 - Desafio à humildade
(J. Herculano Pires)
Somos constantemente desafiados no campo de lutas da vida.
A expressão de Emmanuel, definindo a situação em causa como um desafio à humildade, exige maior atenção de nossa parte.
A pobre viúva no Templo de Jerusalém, vendo os ricos depositarem grandes somas no cofre, segundo a parábola evangélica, foi desafiada na sua humildade.
Mas respondeu ao desafio de maneira positiva, depositando ali a sua ínfima contribuição.
De outra feita, após o Sermão do Monte, os apóstolos de Jesus foram desafiados na sua humildade pela multidão faminta que reclamava alimentos.
Podiam omitir-se quando o Mestre lhes pediu o que levavam no bornal, alegando a insuficiência de seus recursos.
Mas não vacilaram em entregar os poucos pães e peixes da merenda pobre que Jesus multiplicou para saciar a fome do povo.
Muitas vezes somos desafiados pelos que pedem socorro exibindo necessidades que não podemos atender.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 18, 2017 10:21 am

Mas se formos humildes poderemos dar pelo menos um pouco para aliviar a miséria.
E se dermos o nosso pouco pensando no Mestre, talvez ocorra de novo o milagre da multiplicação.
Porque, se dermos em espírito, estaremos dando mais do que o simples óbolo material.
O mesmo acontece em relação às dores, aflições e sofrimentos alheios.
Quantas vezes somos procurados por pessoas que sofrem dores tão profundas que não temos recursos para cobrir aquele abismo de angústias.
Mas se elevarmos o pensamento ao Mestre e dermos o que nos for possível, talvez nossas palavras, embora inseguras e descoloridas, possam levar ao sofredor o bálsamo do entendimento e da consolação.
Em nossa vaidade desejaríamos proferir palavras milagrosas, mas em nossa humildade é que realmente poderemos produzir o milagre do socorro divino.
O desafio à humildade é também um convite à fé.
Se conhecermos a nossa fragilidade e a nossa pobreza, conhecemos também o poder e a riqueza de Deus.
Não é justo querermos resolver por nós os problemas alheios, quando não resolvemos os nossos.
É vaidade e pretensão querer mostrar uma superioridade que não possuímos.
Mas se tivermos humildade para reconhecer o que somos e fazer apenas o que podemos, nosso óbolo material ou moral será como o da viúva: pesará mais que o dos ricos.

11 - O que mais rogar?
(Chico Xavier)
Falávamos em nossa reunião, antes de iniciar as nossas tarefas, sobre o carácter da prece.
Se a Divina Providência tudo nos dá, para aprendermos a trabalhar e produzir, o que mais rogar a Deus?
Era o que perguntavam alguns companheiros.
Outros se fixavam na opinião de que as nossas orações devem ficar simplesmente no plano do reconhecimento.
Abertos os estudos da noite, O Livro dos Espíritos nos ofereceu a questão 660 para exame.
Depois das considerações feitas pelos presentes, o nosso amigo espiritual André Luiz nos trouxe pela psicografia a prece que lhe envio.
Companheiros que se interessaram pelo exame da prece de André Luiz solicitaram essa providência, a fim de que seja publicada com suas observações e notas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:29 pm

11 - Oração para não incomodar
(André Luiz)
Senhor!
Concede-me, por misericórdia, o dom de contentar-me com o que tenho, a fim de fazer o melhor que posso.
Ensina-me a executar uma tarefa de cada vez, no campo de minhas obrigações, para que eu não venha a estragar o valor do tempo.
Livra-me da precipitação e da insegurança, de modo que não busque aflições desnecessárias ante o futuro, nem me entregue à inutilidade no presente.
Dá-me a força de esperar com paciência a solução dos problemas que me digam respeito sem tumultuar o caminho dos que me cercam.
Ajuda-me a praticar o esquecimento de mim mesmo, auxiliando-me a fazer pelo menos um benefício aos outros, cada dia, sem contar isso a ninguém.
Se este ou aquele companheiro me aborrece, induze-me a olvidar o que se passou, sem dar conhecimento do assunto aos que me rodeiam.
Ensina-me a não condenar seja quem for e, quando algum apontamento injurioso ou alguma nota de crítica malévola vierem me à cabeça, ampara-me a fim de que eu tenha recursos de dissipá-los em silêncio, no plano de meus esforços imanifestos.
Impele-me a calar toda queixa, em torno das provas e empecilhos da vida, para que eu não perturbe os que me compartilham a estrada.
Auxilia-me a conservar boa aparência tanto quanto o espírito isento de culpa, a falar com voz calma, a sustentar bons modos e a perder o hábito de impor minhas ideias ou de contradizer as dos outros sem necessidade.
E ajuda-me, Senhor, a viver na obediência aos meus deveres e compromissos, trabalhando e servindo, para não incomodar ninguém.

11 - Dinâmica da prece
(J. Herculano Pires)
Ao se libertar dos instintos animais, pelo desenvolvimento da razão, o homem se desliga do domínio de Deus, que o conduzia segundo as suas necessidades, como conduz a todos os demais seres da criação.
Libertando-se do poder que o dirigia, o homem se torna senhor de si mesmo.
Deus lhe concede o livre arbítrio, para que ele possa aprender a ciência difícil do discernimento e desenvolver o senso de responsabilidade pessoal.
É o que nos ensina a alegoria bíblica de Adão e Eva, ao comerem do fruto proibido da árvore da sabedoria.
Dali por diante Adão e Eva sabiam distinguir entre o bem e o mal e deviam aprender a conduzir-se por si mesmos.
Os nossos filhos, quando atingem a idade legal de emancipação, libertam-se do nosso domínio e passam a dirigir-se a si mesmos.
Nem por isso poderão dispensar os nossos conselhos, as nossas advertências e o nosso auxílio.
Se os dispensarem, estarão sujeitos a erros muitas vezes fatais que desejamos naturalmente evitar para eles, mas nem sempre o conseguimos.
Deus nos concede tudo, mas nem sempre compreendemos o valor de suas concessões.
Para continuar ajudando-nos, sem prejudicar o nosso desenvolvimento racional e espiritual, Deus colocou em nossos corações a lei de adoração de que trata O Livro dos Espíritos.
Essa lei é o fundamento moral das religiões cuja finalidade é religar-nos a Deus.
A prece é o meio de comunicação espontânea de que dispomos para nos dirigir ao Pai.
Esse meio nos serve também para religar-nos àqueles que de nós se afastaram pelos caminhos do mundo ou pelas portas da morte.
A dinâmica da prece implica a pergunta e a resposta, o pedido e a concessão.
Mesmo quando o pedido seja absurdo, Deus nos atende na medida do possível e da necessidade real.
O importante é não nos desligarmos de Deus pela nossa vontade própria, como o filho orgulhoso e pretensioso que não quer mais saber dos conselhos e advertências do pai.
Quando nos transviamos na vaidade e no orgulho, sempre acabamos incomodando os outros, pois na vida social a lei de interdependência impera soberana.
Essa a razão por que André Luiz responde às nossas dúvidas sobre a prece com a rogativa a Deus para que não nos permita incomodar os outros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:29 pm

12 - Amigos da galhofa
(Chico Xavier)
A página de Albino Teixeira terá nascido de um assunto que muitas vezes nos preocupa no campo das tarefas espirituais.
Num grupo de amigos íntimos, antes da nossa reunião costumeira, falávamos a respeito das pessoas menos responsáveis que procuram os médiuns dedicados à causa espírita, mais no intuito de prejudicar as boas obras ou desmoralizá-las, do que no sadio propósito de colaborar na difusão das realidades e bênçãos da vida espiritual.
O médium está em serviço, ouvindo, por vezes, dezenas e até mesmo centenas de pessoas.
Está imbuído da maior boa vontade para servir, sem qualquer ideia de remuneração ou destaque pessoal.
Em meio às criaturas sinceras que o procuram, buscando instrução e reconforto, surgem os companheiros interessados em perturbação e ironia.
O médium está ali – ele mesmo, o médium – evidentemente amparado pela cobertura indirecta dos bons Espíritos, dos mensageiros da Vida Maior, informando, cooperando, esclarecendo, servindo, enfim.
Os amigos da galhofa surgem dizendo-se necessitados.
Inventam nomes supostos de parentes ou amigos, carregam a voz de aflição ou de choro que não sentem.
O médium se enternece.
Ele mesmo responde com boa intenção, procurando ajudar, seja com uma frase oral ou com um bilhete escrito ao suposto necessitado.
No caso, o médium é um trabalhador humano procurando colaborar com os bons Espíritos e prestar ajuda aos que o buscam, sem pedir-lhes sequer a identidade.
Mas tão logo o médium preste o auxílio de que possa dispor, declaram os galhofeiros que tudo não passa de mentira que eles próprios inventaram.
Com essa preocupação fomos às tarefas da noite.
Aberto O Evangelho Segundo o Espiritismo tivemos para estudo os itens 1 e 2 do capítulo XXI.
Ao término da reunião, o devotado missionário do bem, Albino Teixeira, escreveu por nosso intermédio a página que lhe estou enviando.

12 - A maior diferença
(Albino Teixeira)
Aquilo que mais te diferencia na Terra, perante a Vida Superior, para efeito de promoção espiritual, não será tanto:
• haver renascido em um corpo mutilado ou enfermiço;
• trazer graves conflitos psicológicos;
• residir num lar difícil;
• inquietar-te com familiares-problemas;
• aguentar frustrações e contratempos;
• experimentar o sarcasmo público;
• facear críticas injustas;
• tolerar humilhações e pedradas;
• suportar injúrias ou acusações descabidas;
• conhecer a deserção de colaboradores e companheiros;
• lutar incessantemente contra as próprias tendências inferiores;
• observar-te sob constante processo obsessivo;
• carregar tropeços e desenganos.
O que mais te destaca, no plano físico, ante a Vida Maior, com vistas à aquisição de melhoria e aperfeiçoamento, no rumo da Espiritualidade Superior, será sofrer na área de semelhantes provações e prosseguir trabalhando e servindo, em auxílio aos outros, na prosperidade do Bem Eterno.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:29 pm

12 - O valor do auxílio
(J. Herculano Pires)
O valor do auxílio não está na intenção do pedinte, mas na intenção do doador.
Quem trabalha no bem deve dar sem olhar a quem.
Ante a Vida Maior, como ensina Albino Teixeira, o que vale é o que fazemos em favor do bem.
Se os que nos procuram trazem o coração envenenado, a mente cheia de suspeitas injustas e o ardil nos lábios, é evidente que são os mais necessitados.
Pois pode haver maior necessidade do que aquela que ignora a si mesma?
Se os Espíritos Superiores não advertem o médium quanto às más intenções do consulente, é porque este deve ser socorrido e o médium precisa aprender a auxiliar até mesmo quando enganado.
O resultado das boas acções é computado pela evolução.
O galhofeiro de hoje evoluirá amanhã e acabará por envergonhar-se de si próprio.
Precisamos considerar que a Terra é ainda um reduto da ignorância.
O consulente ardiloso ignora a extensão da sua maldade.
Tanto assim que busca a verdade através da mentira.
Não compreende a importância do ato mediúnico e por isso não pode avaliar o que faz.
Age inconscientemente no uso da própria consciência.
Pode haver maior alienação do que essa?
O médium, pelo contrário, está na plena posse da sua consciência voltada para o bem.
Pode haver maior integridade moral no comportamento humano?
Que importa se o consulente alardear que enganou o médium?
Acaso o médium não é uma criatura humana e, portanto, falível?
Quer o médium gozar da infalibilidade, quer ter algum privilégio na sua condição humana?
Mediunidade a serviço do bem é aprendizado como qualquer outro.
Se o médium se sentisse infalível, estaria à beira da falência.
É melhor falir entre os homens ou perante os homens, por amor, do que falir ante a Espiritualidade Superior por vaidade e orgulho.
A obra mediúnica sincera e nobre não é afectada por alguns episódios de prova.
Os benefícios semeados através do trabalho digno não são depreciados pela maledicência e a ignorância.
Os que receberam o bem de que necessitavam saberão multiplicá-lo ao seu redor.
Porque grande é o clamor dos que sofrem e mesquinho o esgar dos zombeteiros.
Prosseguir no bom combate, à maneira de Paulo, é o dever de todos os médiuns a serviço do bem.

13 - Diante da actualidade
(Chico Xavier)
As presentes ocorrências do mundo nos levaram, antes da reunião, a longas conversações sobre os problemas da preservação do homem, no tocante à paz. Lembrávamos as guerras do passado e os conflitos da nossa época, imaginando como deve ser o nosso comportamento diante das grandes lutas da actualidade.
Como agir contra a insegurança?
De que modo assegurar a tranquilidade e os valores da existência?
Com semelhantes perguntas em nossa mente fomos aos estudos programados.
O Livro dos Espíritos nos ofereceu a questão 738 a exame.7
E vários comentaristas se expressaram sobre o tema.
Ao final das actividades o nosso caro Emmanuel escreveu a página que lhe envio em nome dos companheiros e em meu próprio nome, rogando a sua cooperação para que seja lançada com os seus comentários em nossas publicações conjuntas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:30 pm

13 - Abrigo
(Emmanuel)
Nas grandes calamidades que irrompem na Terra, cada criatura pode construir o seu próprio refúgio.
Comumente no mundo interpretamos por abrigo a fatia de espaço fechado que destinamos aos serviços de protecção e segurança.
Entretanto, embora respeitemos os redutos a que se acolhem as multidões nas horas de crise, buscando a preservação própria, consideramos que ainda mesmo segregada em forte redoma, do ponto de vista material, a pessoa humana não está livre da trombose ou da parada cardíaca, do colapso nervoso ou da tensão emocional.
Isso nos induz a reconhecer que em qualquer situação difícil, muito acima dos lugares de privilégio, precisamos de apoio íntimo que nos faculte serenidade e discernimento; uma fortaleza na qual possamos colaborar dignamente na supressão do tumulto por fora, conservando a paz por dentro.
Não obteremos isso, porém, fugindo da realidade, mas enfrentando-a através da acção construtiva, de modo a descortinar-lhe todas as lições e aproveitá-las.
Nunca disporemos de asilo seguro, escondendo-nos em praias desertas, bojos metálicos, covas de pedra ou fumas da natureza.
O abrigo real de cada um está no íntimo de si mesmo.
A certeza de que não nos achamos sós nos campos do Universo, a confiança na sobrevivência do Espírito além da morte, a fé na sabedoria da vida, a aceitação do dever de praticar o bem e a dedicação à ordem são materiais dos mais importantes com que se constrói a cidadela da consciência tranquila.
À frente de semelhante verdade, não temas a ventania das paixões desencadeadas, quando as tempestades da renovação agitam a Terra.
Conserva a calma e confia no Poder Maior que te insuflou a força da vida.
Calma, no entanto, não significa inércia.
Define o estado íntimo de quem se prepara, a fim de fazer o melhor, sejam quais forem as circunstâncias.
Ora trabalhando e espera construindo.
E, convençamo-nos todos, em todas as eventualidades, de que o abrigo invulnerável está sempre em nós mesmos, quando aceitamos a responsabilidade de viver com base na justiça e na misericórdia de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:30 pm

13 - Os restos mortais
(J. Herculano Pires)
Há muitas expressões impróprias na linguagem humana.
Quando falamos dos finados, daqueles que morreram, damos à morte um sentido absoluto que ela jamais possui.
O que se finda com a morre não é o ser humano, mas apenas uma existência do ser imortal, numa breve passagem pelo plano físico.
Mas a intuição da eternidade da vida gerou também algumas expressões acertadas.
Ao falar de restos mortais, colocamos o problema da morte em seus devidos termos.
Restos, nada mais do que restos de um processo biológico pelo qual o ser humano real se liberta do seu envoltório animal.
Que segurança queremos ter no frágil escafandro do corpo?
Que abrigo nos pode dar a garantia de preservação diante do perigo?
Em que espécie de refúgio poderemos escapar da morte?
Não obstante, essa garantia que procuramos no exterior está em nós mesmos, em nossa própria natureza de seres imortais.
A vida aparente extingue-se com a morte, mas a vida real nunca se extingue.
Geração e corrupção constituem os polos da existência física.
Aquém de um e além de outro, a verdadeira vida se mantém inalterável.
Trazemos essa verdade em nós como potência, mas precisamos transformá-la em ato na nossa consciência para podermos superar as ilusões do efémero.
Inútil querermos agarrar-nos a uma vida que se esvai a cada minuto que passa.
E chamamos a isso atitude positiva, quando a positividade está precisamente no contrário, na certeza de que nada nos pode livrar da morte corporal.
Mas temos uma tarefa a cumprir nesta breve existência.
Temos de aprender a confiar no espírito.
E para isso precisamos desenvolver as nossas faculdades espirituais.
O egocentrismo exagera o instinto de conservação.
Mas as guerras, os flagelos, os cataclismos esmagam o nosso egoísmo e nos obrigam a sair de nós mesmos e nos tornarmos capazes das virtudes heróicas que nos elevam acima de nós mesmos.
Foi isso que o Cristo ensinou ao dizer que os que se apegam à vida perdê-la-ão, mas os que a perderem por amor à verdade a encontrarão.
A morte não é o fim.
Nunca seremos finados.
A morte é apenas a passagem de uma condição perecível para a incondição da verdadeira vida.

14 - Missão da imprensa
(Chico Xavier)
Antes da nossa reunião falávamos sobre a missão da Imprensa.
E, para surpresa nossa, iniciadas as tarefas, O Livro dos Espíritos nos deu a exame a questão 904.8
O assunto foi debatido fraternalmente.
Concluindo as actividades da noite, Emmanuel escreveu significativa mensagem a que denominou “Escrever”.
Pelo inesperado das reflexões a que fomos chamados, com as considerações de Allan Kardec, passamos às suas mãos a página de Emmanuel, no desejo de vê-la sob seus comentários, para mais amplos raciocínios sobre o assunto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:30 pm

14 - Escrever
(Emmanuel)
Escrever dignamente:
será isso tão-só guindar-se quem se exterioriza, através das letras, às alturas literárias, fixando imagens com palavras preciosas?
Certamente todos os escritores, ainda mesmo aqueles que se caracterizam por sentido absolutamente hermético, são credores de respeito.
Lícito, no entanto, considerar que importa, acima de tudo, escrever edificando.
Entendemos que a ideia graficamente materializada se destina de preferência aos salões nobres, entre os quais transita, suscitando criações educativas que honorificam a Humanidade.
Isso, porém, não lhe suprime a função em sectores outros, com muito mais extensão de força, onde atende a objectivos diferentes.
Observemos, de relance, os campos de experiência em que se agitam milhões de seres, aguardando o pensamento que se lhes ajuste às necessidades.
Não encontramos aí os temas de simpósio ou os assuntos altamente específicos, embora sempre dignos e indispensáveis.
Nessas linhas de provas e lutas edificantes identificamos a fome de ideias renovadoras que derramam consolo e esperança, orientação e fé, arrebatando corações às trevas da imponderação e da rebeldia.
Letras que traduzam apoio e socorro aos acidentados de ordem moral, a fim de que se refaçam, escora aos que se arrastam na aflição, remédio aos enfermos do espírito, salva-vidas aos náufragos da Terra, a se debaterem na pesada maré do desequilíbrio, para que se firmem na praia da segurança.
Escrever, sim, mas saber o que escrevemos, como escrevemos, para que e para quem escrevemos.
Porque o sentimento gera a ideia, a ideia plasma o verbo, o verbo estabelece a acção e a acção cria o destino.
À vista disso, é preciso lembrar que de tudo quanto escrevermos, nos quadros de hoje, a vida nos trará o reflexo claramente exacto nas telas do amanhã.

14 - Lição aos mestres
(J. Herculano Pires)
Eça de Queirós, em páginas que enviou à Terra depois da morte, através da mediunidade admirável de Fernando de Lacerda, conta que a sua bagagem literária foi considerada, na alfândega do Além, como avariada.
Humberto de Campos, servindo-se da psicografia de Chico Xavier, advertiu que os valores desprezados na Terra pelo escritor são os mais importantes no mundo espiritual.
Emmanuel confirma isso, na presente mensagem, que se encerra com uma síntese da mecânica da comunicação.
Vemos, por essa síntese, que a comunicação não é apenas transmissão de ideias, mas é também criação.
No processo que vai do sentimento à acção, criando o destino, evidencia-se a pesada responsabilidade de quem escreve.
O que mais importa no ato de escrever não é o burilamento da forma, nem a descoberta, hoje obsessiva, de novos caminhos estéticos.
A originalidade artificial é flor de estufa.
Só é original o que brota espontâneo da faculdade criadora.
E o sucesso literário ou jornalístico nada vale, se não for determinado pelo esforço legítimo de servir, enriquecendo o património espiritual da Humanidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:30 pm

A fascinação das conquistas imediatas alimenta a vaidade do autor e perturba a sua visão da realidade maior.
A vida passa rápida e a morte o levará para o plano da introspecção, num mundo em que as aparências se desfazem como bolhas de ar.
Mas o pior é que as obras ilusórias persistem no plano terreno da ilusão, suscitando sentimentos que vão criar novos destinos e desviar outras vocações de seu caminho certo.
A responsabilidade do autor, que na Terra se disfarça em miragens estéticas, no Além se desnuda aos seus olhos espirituais de maneira indisfarçável.
Por isso podemos dizer que essa pequena mensagem de Emmanuel é uma lição enviada do Além aos mestres da Terra.
Numa hora em que multidões ansiosas procuram palavras de orientação e estímulo, o dever de quem escreve é atender a essas exigências ao invés de explorar a desorientação geral.
Os mandarins da cultura moderna, refinados criadores de artifícios que brilham nas letras como broches metálicos, e os exploradores do sensacionalismo, poderão encontrar nessa página de Emmanuel – se tiverem humildade para tanto – a advertência oportuna de que necessitam.

15 - Um ponto de luta
(Chico Xavier)
Passamos algumas horas, antes da nossa reunião habitual, junto de companheiros que vinham de cidades distantes.
Entre outros assuntos, a renovação íntima foi o tema central de nossas conversações.
Falávamos de nossos obstáculos, a comparar-nos com os padrões apresentados pela nossa redentora Doutrina.
Sabemos o que devemos fazer, conhecemos as dificuldades para fazer o que devemos (falo especialmente de mim mesmo), entretanto há sempre um ponto de luta dentro da gente, no qual vemos como é grande o trabalho para se realizar a reforma da vida interior.
Debatíamos o problema com a sincera disposição de encontrar o melhor meio de acertar com a solução, quando o horário nos chamou às tarefas da noite.
Iniciada a reunião, O Livro dos Espíritos nos ofereceu a questão 660.
Concluindo os trabalhos da noite, a poetisa Maria Dolores esteve presente com a página “Confissão e Prece”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:31 pm

15 - Confissão e prece
(Maria Dolores)
Senhor Jesus!…
Enquanto orava, ainda hoje,
Pedindo auxílio e inspiração,
Uma voz que vertia do Mais Alto
Disse-me ao coração:
– Deus nos criou a fim de que sejamos
Um templo vivo para o amor sem fim,
Um pouso sempre assim
De portas para a luz e abertas para o bem,
Que, momento a momento, lhe arrecade
Os tesouros de paz e de bondade
Para servir sem perguntar a quem…
É por isto, Jesus, que te venho rogar:
Reconstrói a minh’alma pequenina…
Entre a luta que vem e as lutas que se vão,
Assemelho-me à estreita construção
Que o caruncho arruína.
Tão pobre qual me encontro e qual me aceitas,
Apresento-te o piso esburacado,
As brechas do telhado,
As paredes lodosas e imperfeitas…
Contempla em mim as cargas do recinto
Atulhado de erros e de enganos,
Na sucata infeliz de meus dias insanos
Sobre o imenso pesar dos remorsos que sinto.
Deixa que a dor me alije o peso da amargura
E ensina-me, Senhor, a recebê-la,
Qual a noite nublada acolhendo uma estrela
Para fugir da treva em que se desfigura.
Não importa minh’alma a ralar-se esquecida
Aos golpes da aflição em que me vejo.
Poda-me o coração, alimpa-me o desejo,
Anseio renovar-me ao ar puro da vida.
Que me atribule e sofra, ante a luz que me alcança,
Mas que eu seja contigo e sempre em ti, Senhor,
Um canteiro de paz no campo da esperança,
Um refúgio de fé e uma bênção de amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:31 pm

15 - A trincheira
(J. Herculano Pires)
É preciso tomar a trincheira.
Mas não podemos tomá-la à baioneta nem arremessando granadas.
Nossa batalha é a do Sol que avança a jactos de luz, espancando as trevas e despertando a vida.
O ponto de luta a que Chico Xavier se refere é o último reduto, a trincheira entranhada no solo.
Os jactos de luz passam sobre ela sem conseguir penetrar nas suas profundezas.
Mas os clarões a iluminam de momento a momento e se persistirmos na luta atingiremos o seu interior, chegaremos ao fundo escuro quando o sol estiver a pino.
Há qualquer coisa que lembra, nessa expressão feliz de Chico Xavier – ponto de luta – a conhecida expressão de Victor Hugo:
point d’optique.
Para Hugo o palco era o ponto de visão em que se concentrava no teatro a expressão da vida.
Para Chico o ponto de luta é o lugar secreto em que se concentram, em nosso interior, de maneira aparentemente irredutível, os resíduos mais resistentes do nosso passado.
Cada grande batalha, em determinado sector de nossa renovação espiritual, acaba sempre nessa trincheira que parece inexpugnável.
O Livro dos Espíritos nos ensina, na questão 660, a recorrer à prece nesses momentos difíceis, não com excesso de palavras, mas com firmeza de sentimentos.
Maria Dolores, com sua prece em forma de poesia, vem socorrer-nos através do exemplo.
Não nos diz como orar, mas ora, ela mesma, extravasando a sua fé numa súplica em versos.
Analisando esses versos verificamos, mais uma vez, que Maria Dolores, no seu panteísmo poético, serve-se dos factos naturais para que as lições de Deus, através das coisas, nos toquem o coração e nos despertem a razão.
Uma prece assim, transbordante de sentimento puro e de confiança em Deus, vale mais do que a repetição de preces decoradas e mecanicamente repetidas.
Nem todos somos poetas para exprimir nossos anseios num poema espontâneo como esse. Mas todos temos sentimentos e podemos acordar em nós o germe da fé para fazer uma súplica sincera.
Então faremos o sol de nossa fé atingir o zénite e derramar sua luz no fundo da trincheira, eliminando o último ponto de luta na batalha íntima.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 19, 2017 12:31 pm

16 - Convite à serenidade
(Chico Xavier)
Em nossa reunião pública, O Livro dos Espíritos nos deu a estudar o tema da questão 789, que foi examinado em preciosos comentários de muitos dos nossos companheiros.
Tínhamos connosco amigos e irmãos procedentes de cidades diversas.
Os assuntos da paz foram debatidos com respeitoso amor pelas elucidações kardecianas.
Naturalmente, vários oradores se detiveram a destacar as dificuldades da hora presente, em que todos os povos estão procurando segurança e entendimento.
A mensagem de Emmanuel – página de convite à serenidade – foi recebida psicograficamente ao final da reunião.

16 - Recanto de paz
(Emmanuel)
Há quem pergunte como servir à causa da paz.
Semelhante tarefa não será privativa daqueles que se encarregam da direcção do mundo?
A paz do mundo, no entanto, é a soma de todos os esforços das criaturas, nos domínios da pacificação.
Reflictamos nisso e atendamos à nossa parte, quanto se nos faça possível.
Deixa que a fonte do amor se te desate do coração.
Acende no cérebro a luz do pensamento recto.
Transforma o trabalho de cada dia num cântico de bênçãos.
Observa os compromissos assumidos por leis da própria consciência.
Transita nas vias do bem aos semelhantes.
Respeita o tipo de existência que os outros escolheram para si mesmos, como desejas que a tua própria vida seja respeitada.
Ergue em ti um sinal vermelho para os comentários infelizes.
Hospitaliza agressores e maldizentes em tua clínica de orações.
Não desperdices a riqueza do tempo, comprando remorso com queixas inúteis.
Veste a armadura da paciência para que consigas agir e reagir construtivamente, onde te encontres.
Instala a boa palavra nas estruturas verbais que te manifestam.
Ouve com atenção, aguardando sem pressa a tua vez de falar.
Não desconsideres pessoa alguma.
Resguarda no arquivo da prece os obstáculos e problemas que te desagradam, a fim de que não te destaques por motivo de aflição nas estradas alheias.
Aceita os outros tais quais são, sem o propósito de corrigi-los ou aperfeiçoá-los à força.
Aprende com modéstia e ensina sem exigência.
Auxilia sem cobrança.
Não solenizes as provações de que necessitas para melhorar o próprio caminho.
Diante das ofensas, imuniza-te na terapêutica do perdão.
Espera o momento propício destinado a esclarecer o ponto difícil que haja surgido em teu relacionamento com os demais.
Não exijas do próximo aquilo que o próximo ainda não possui para dar.
Não mentalizes o mal com inquietações imaginárias, e sim colabora na construção do melhor que deve acontecer.
Serve sem dependurar algemas nos pulsos de teus irmãos.
E, prosseguindo adiante, converter-te-ás em coluna da segurança geral.
Em verdade, a Divina Providência não pede para que te transformes, de imediato, numa estrela que dissipe as sombras da perturbação onde as sombras da perturbação estejam dominando na Terra.
O Céu espera sejas, ainda hoje, onde estiveres, um recanto vivo da paz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:32 am

16 - A paz de cada um
(J. Herculano Pires)
Todos queremos paz e vivemos em guerra.
Essa contradição milenar, que caracteriza a imperfeição moral dos homens, foi bem definida pelo apóstolo Paulo quando escreveu:
“Miserável homem sou, que não faço o bem que desejo mas o mal que não quero!”
Se ele próprio, o abnegado servidor do Evangelho, que tudo deixou para seguir o Cristo e propagar a Sua mensagem, sentia na carne essa contradição, quanto mais a sentirão os que, como nós, dois mil anos depois, ainda não aprendemos a soletrar a palavra básica do ensino evangélico, que por sinal se constitui de apenas duas sílabas: amor?
Há criaturas que se desesperam diante de confrontos dessa natureza.
Mas devemos lembrar-nos de que a Terra é uma escola em que as gerações se sucedem, recebendo as lições cada qual a seu tempo.
De Paulo aos nossos dias muitos alunos completaram o curso e saíram vitoriosos da escola terrena para instituições educacionais superiores.
Temos a vantagem de contar com os exemplos e as experiências dos aprendizes que nos antecederam;
e a vantagem de contar actualmente com as lições que nos enviam, através da mediunidade, os ex-alunos que se elevaram, como Emmanuel, à categoria de mestres.
A paz do mundo depende da paz de cada um.
Porque o mundo dos homens é feito pelos homens.
Deus criou o mundo natural com todas as possibilidades de evolução e paz.
E nos criou para também fazermos o nosso próprio mundo, o mundo de cada um e o mundo dos homens, aproveitando as nossas próprias possibilidades de evolução na conquista da paz.
Se nos convertermos no “recanto vivo da paz” a que se refere Emmanuel, daremos ao mundo a paz de que ele necessita.
Se permanecermos como focos de guerra e desajuste, o mundo estará sempre conflagrado pelas nossas contradições e as nossas injustiças.
Nos seus comentários à questão 789 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec assinala:
“A Humanidade progride através dos indivíduos que se melhoram pouco a pouco e se esclarecem.
Quando estes se tomam numerosos, tomam a dianteira e arrastam os outros”.
Se queremos, pois, lutar pela paz, façamos a paz em nós mesmos, e Deus nos ajudará a estendê-la ao mundo.

17 - Confirmação do sonho
(Chico Xavier)
Em nossa reunião da noite, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos dera para estudo o item 4 do capítulo XXV, referente à necessidade do trabalho como recurso de aperfeiçoamento e evolução.
Tivemos os comentários habituais.
Após a reunião tive de ir a um telefone público no centro da cidade.
E na rua fui abordado por um companheiro que até então não conhecia.
Disse-me ele estar chegando da cidade de Ribeirão Preto e declarou-se em grande desalento.
Desejava uma palavra do Alto e me informou haver sonhado, na noite da véspera, com o poeta Juca Muniz, de quem fora amigo em Salesópolis, Estado de São Paulo, dando-lhe respostas a várias perguntas.
Surpreendido pelo que ouvia e trazendo no bolso o original da mensagem que recebera na sessão, momentos antes, do referido poeta, dei ciência ao companheiro do que ocorrera e lemos juntos a comunicação do amigo espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:33 am

O recém-chegado de Ribeirão Preto, de sorriso nos lábios, disse que aceitava a mensagem como sendo exclusivamente para ele.
Dei-lhe o original psicografado, mas tiramos a cópia a fim de enviá-la para publicação.
Registro o acontecido na certeza de que os amigos espirituais organizaram a ocorrência para reconforto do nosso irmão em prova.
Agradeço desde já a sua valiosa contribuição, caro professor, nas observações doutrinárias que fizer para a nossa edificação geral.

17 - Respostas de amigo
(Juca Muniz)
Jamais te digas inútil
E deixa a ideia do azar,
Cada pessoa no mundo
Tem um dom a partilhar
Escuta!… O Céu nota e vê
O teu passo hora por hora…
Deus necessita de ti
Onde te encontras agora.
Prova na escola da vida,
Ensino que vai e vem…
Desânimo não resolve,
Nem auxilia a ninguém.
Felicidade, a rigor,
Tal qual se busca entender;
É a gente dar-se, de todo,
Ao que se deve fazer.
Se queres paz e alegria
Ouve este aviso comum:
Não desistas do trabalho,
Nem guardes remorso algum.
O que tens, seja alegria,
Saúde, corpo doente,
Encargo, inércia, penúria,
Tudo começa na mente.
Qualquer recurso no tempo,
Alegria, luz e paz,
Treva, aflição, amargura,
Vem daquilo que se faz.
Trabalha. Nada reclames.
Desajustes passarão.
Serviço silencioso
É base de promoção.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:33 am

17 - Encontro no Além
(J. Herculano Pires)
Os estudos de Freud sobre os sonhos marcam um momento significativo na evolução dos estudos psicológicos modernos.
Sem querer e até mesmo sem o perceber, o génio vienense batia na porta certa do castelo da alma.
O cepticismo de Freud não lhe permitiu entrar pela porta, mas coube ao seu discípulo Karl Jung aventurar alguns passos nesse sentido.
Jung era médium e relata episódios curiosos nas suas memórias, referentes a fenómenos mediúnicos ocorridos com ele na presença do mestre.
Hoje, psicanalistas mais audaciosos, como Jean Ehrenwald, apoiados na franquia parapsicológica, investigam os sonhos paranormais e procuram utilizá-los na clínica.
Kardec – quando Freud estava ainda na primeira infância – realizou pacientes e profundas investigações sobre a libertação da alma durante o sono.
Esse trabalho, realizado na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, foi publicado na Revista Espírita e pode hoje ser consultado pelos estudiosos.
A colecção da Revista, em 12 volumes, foi traduzida integralmente pelo Eng.º Júlio Abreu Filho e editada em São Paulo pela Edicel.
Chico Xavier recebeu psicograficamente, na série “Nosso Lar”, de André Luiz, e em outros escritos, descrições curiosas dos espíritos sobre a influência espiritual em nossas vidas através dos sonhos.
E o episódio que nos relata constitui uma prova espontânea da legitimidade da teoria espírita dos sonhos, constante de O Livro dos Espíritos.
Uma prova a mais, pois na verdade são muitas as provas espontâneas dadas em todo o mundo.
Como vemos no episódio citado, o poeta Juca Muniz atendeu aos apelos do amigo através do sonho.
E para confirmar o sonho, psicografou os seus versos pela mediunidade de Chico Xavier antes que aquele chegasse a encontrar-se com o médium.
As tentativas de explicação telepática desse episódio só podem partir de pessoas sectárias.
As provas parapsicológicas dos fenómenos theta e a identificação do poeta comunicante desfazem a hipótese de telepatia.

18 - Pedidos de auxílio
(Chico Xavier)
Antes da nossa reunião, no grupo de amigos que nos visitavam, destacava-se um que se declarava inseguro e enfraquecido diante das obrigações de que se via encarregado.
Dizia-se imperfeito e rodeado de inquietações.
Lamentava-se por haver reencarnado em ambiente de grandes provas.
Clamava contra ele mesmo, afirmando que abraçara a fé em Jesus mas não encontrava meios de sentir-se feliz consigo mesmo.
Pedia a algum benfeitor desencarnado que o auxiliasse.
Iniciadas as nossas tarefas, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu a estudo o item 3 do capítulo XVII.
E ao término da reunião o nosso amigo André Luiz escreveu, por nosso intermédio, a página dedicada ao companheiro que rogava directriz com afectuosa sinceridade.
Concordamos nós todos em solicitar os seus apontamentos doutrinários junto à mensagem do nosso benfeitor espiritual, já que a palavra dele nos reanimara a cada um para o desempenho de nossos deveres.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:33 am

18 - Nota de irmão
(André Luiz)
Diz você, meu amigo, que não se encontra habilitado para as tarefas do bem, à vista das imperfeições que carrega.
Entretanto, ponderemos:
Se você não experimenta empeços orgânicos;
se não suporta conflitos íntimos;
se vive isento de tentações;
se respira em clima de paz inalterável;
se não tem familiares problemas;
se não sofre obstáculos no lar;
se não vê desajustes em seu grupo social;
se não encontra companheiros difíceis;
se não conheceu algum dia a solidão de perto;
se caminha no mundo sem qualquer inquietação;
se não enfrentou crises em seu campo individual;
se nunca enxergou ao seu lado a presença do desânimo ou da aflição;
se não precisa esforçar-se para conservar seus amigos;
se não conhece adversários na tarefa que a vida lhe confiou;
se trabalha sem críticos que lhe façam observações e lhe desafiem
o espírito a discussões e distonias em serviço;
se não experimenta contratempos e desgostos que, de quando
a quando, lhe impulsionem o coração a renovações necessárias...
Se você desconhece algo dessa lista de provas, então estará fora do seu nível de evolução.
Isso ocorre porque, na Terra, é justamente em problemas e lutas que obteremos as vitórias da alma.
Lembre-se: a criatura humana realmente não entenderia a voz de uma estrela. E sem que a criatura humana ouça o verbo e receba a cooperação de quem lhe compartilhe as experiências, o esforço da evolução para cada um de nós, no clima do mundo, se faria impossível.

18 - Campo de provas
(J. Herculano Pires)
A Terra é um campo de provas.
A vida humana, um estágio nesse campo.
Temos as provas e as provações que são coisas diferentes.
As provas são meios de aprendizagem e as provações são consequências do passado, expiações de faltas cometidas em vidas anteriores.
Se aqui estamos é porque necessitamos delas.
E se sabemos que nossas provas e expiações foram pedidas por nós mesmos, no mundo espiritual, devemos compreender que as pedimos porque a nossa necessidade era grande.
O Espírito desencarnado vê com precisão, auxiliado pelos Espíritos bons, os motivos da sua situação inferior no mundo espiritual; sabe que o seu mundo verdadeiro e definitivo é aquele e não o terreno.
Compreende que a existência terrena é passageira e só tem por finalidade prepará-lo para a vida verdadeira e permanente.
Quando na Terra, não tem o direito de se lamentar, mas o dever de enfrentar os seus problemas e agradecer a Deus as oportunidades de resgate, reparação e progresso que lhe foram concedidas.
Se o encarnado não procede assim é porque se deixou hipnotizar pelas miragens da Terra, perdendo a visão espiritual do seu verdadeiro objectivo na vida corporal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:33 am

Mas a prece sincera é o recurso de que então pode dispor para solicitar o auxílio dos amigos do lado de lá.
E toda prece sincera, toda solicitação legítima terá logo a sua resposta através de uma intuição, de uma advertência que parece surgir da sua própria consciência ou de uma mensagem amiga transmitida pela telegrafia humana da mediunidade.
Ninguém vem à terra para gozar da felicidade perfeita, que só podemos desfrutar no mundo espiritual ou nos mundos superiores do espaço infinito.
A felicidade na Terra consiste precisamente na oportunidade de enfrentarmos as nossas provas e expiações com firmeza e decisão; e sem lamentar, como ensina O Evangelho segundo o Espiritismo no item citado.
Só são realmente felizes os que vencem o mundo, como ensinou Jesus, para se elevarem aos planos superiores da vida verdadeira que é a vida espiritual.

19 - A missão do Cristo
(Chico Xavier)
Em nossa reunião pública os estudos foram orientados pelo item 4 do capítulo I de O Evangelho Segundo o Espiritismo, sobre a missão do Cristo.
A mensageira espiritual Maria Dolores trouxe-nos o poema “Confidência de Natal”.
Muitos de nossos companheiros, que nos auxiliavam nas tarefas, solicitaram que a página poética de nossa irmã fosse enviada para a sua cobertura doutrinária, a fim de obtermos mais ampla complementação para os nossos estudos sobre o tema.
Faço isso com satisfação, agradecendo-lhe desde já a atenção que puder dispensar ao nosso pedido.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:33 am

19 - Confidência de Natal
(Maria Dolores)
Senhor Jesus!
Vi o homem moderno
Em teu Natal,
Recordando viajor a deter-se em caminho
Junto de construção descomunal.
– Agradeço, Senhor, dizia ele,
O rio de progresso em que me inundo
De alegria esfuziante,
As maravilhas que enviaste ao mundo
Pelos canais do cérebro triunfante.
Agradeço à Ciência de alto nível,
Cintilação do Génio a servir-me de rastros,
Que me conduz ao colo de outros astros
No foguete de força quase incrível.
Agradeço o avião, o carro, o asfalto,
O mundo todo em casa a circuito instantâneo,
O átomo cativo, as usinas de urânio,
O soro, a anestesia, o antígeno, o cobalto,
As máquinas de espécie diferente,
Desde o computador à enceradeira,
Que estendem reconforto à Terra inteira,
Impulsionando os povos para a frente.
Agradeço o auto-estudo a que me elevas,
Para que me conheça sem alarme,
A fim de imunizar-me
Contra o assalto das trevas.
Entretanto, Senhor, ao procurar-Te em prece
Que o sentimento forma e a palavra não diz,
Minha vida te busca e te deseja.
Guarda e inspira minh’alma, enfim, para que eu seja
Plenamente feliz!
Nisso, o homem calou-se em pranto mudo.
E entendi, afinal,
Que embora a inteligência brilhe em tudo
E em quase tudo se engrandeça, embora,
Eis que sem ti, Senhor,
O coração da Terra sofre e chora
Entre a fome de paz e a carência de amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:34 am

19 - O Cristo moderno
(J. Herculano Pires)
A modernidade do Cristo não está na figura de gravata e chapéu que tentaram sobrepor à sua imagem clássica.
Está na interpretação nova do Cristo que surge das pesquisas históricas e da revelação espiritual que rompe o túmulo da letra.
Sepultado na letra que mata, durante dois milénios, o Cristo ressuscita para o terceiro milénio no espírito que vivifica, segundo a expressão paulina.
É a nova ressurreição no terceiro dia, cada dia correspondendo a um milénio.
O Cristo ressuscitado substitui o Cristo morto da tragédia grega da Paixão.
Não mais o vemos pregado na cruz ou enterrado junto ao Calvário.
O homem moderno sente o Cristo ao seu lado.
Se todos ressuscitamos e continuamos actuantes na vida, por que motivo o Cristo, Nosso Senhor, continuaria morto?
Essa tese é do apóstolo Paulo em sua 1ª Epístola aos Coríntios, mas só agora se impõe à consciência do mundo.
Porque só agora o mundo está preparado para compreendê-la.
Os mitos do passado se dissolvem à luz da razão esclarecida e a fé se renova ante as conquistas da Ciência, até agora acusada de inimiga da Fé.
Graças a isso Maria Dolores pôde ver, neste Natal, o homem moderno, junto à sua construção descomunal, dialogar solitário com o Cristo moderno que é o seu contemporâneo de todas as encarnações e reencarnações, no passado, no presente e no futuro.
A figura clássica do Cristo sobrevive intacta ao longo da História, porque não é a figura de um homem do passado, mas o ideal humano que todos buscamos, o arquétipo divino que nasce do mito para a realidade vivencial de todos os tempos.
O pranto mudo em que o homem se cala nasce da fonte oculta das suas desilusões.
De que valem as conquistas da Ciência e as construções descomunais, se a inteligência vitoriosa continua faminta de paz e amor?
O reconhecimento dessa realidade áspera lembra o instante em que a vara de Moisés fez brotar a água do coração da rocha.
Este é o Natal do reencontro.
No fundo de si mesmo o homem moderno vê nascer o novo Cristo que, no entanto, é o companheiro de sempre a oferecer-lhe as directrizes de paz e amor.

20 - Matar por benevolência
(Chico Xavier)
Antes da nossa reunião pública, amigos da Guanabara mostraram-nos duas reportagens recentemente lançadas sobre a eutanásia.
Éramos um grupo de irmãos debatendo assuntos da actualidade e o problema proposto despertou-nos a atenção.
Depois de opiniões variadas na conversação em curso, o horário nos chamou para as tarefas da noite.
Aberta a nossa reunião de estudos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, com surpresa para nós todos, ofereceu-nos o item 28 do capítulo V, sobre a questão da morte aplicada em nome da benevolência humana.
Diversos companheiros comentaram a lição, após o que Emmanuel, o nosso caro benfeitor espiritual, compareceu com a página “Eutanásia e vida”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:34 am

20 - Eutanásia e vida
(Emmanuel)
Amigos da Terra perguntam frequentemente pela opinião dos companheiros desencarnados, com respeito à eutanásia.
E acrescentam que filósofos e cientistas diversos aderem hoje à ideia de se apoiar longamente a morte administrada, seja por imposição de recursos medicamentosos ou por abandono de tratamento.
Declaram-se muitos deles confrangidos diante dos problemas das crianças que surgem desfiguradas no berço, ou à frente dos portadores de enfermidades supostas irreversíveis, muitas vezes em estado comatoso nos recintos de assistência intensiva.
Alguns chegam a indagar se os pequeninos excepcionais devem ser considerados seres humanos e se existe piedade em delongar os constrangimentos dos enfermos interpretados por criaturas semimortas, insensíveis a qualquer reacção.
Entretanto, imaginam isso pela escassez dos recursos de espiritualidade de que dispõem para dilatar a visão espiritual para lá do estágio físico.
É preciso lembrar que, em matéria de deformação, os complexos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual.
O homem vê unicamente o carro orgânico em que o Espírito viaja no espaço e no tempo, buscando a evolução própria, mas habitualmente não enxerga os retoques de aprimoramento ou as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o desembarque na estação de destino.
A vista disso, o homem comum não conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas conscientes, ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos ou flagelos de colectividades inteiras.
Devidamente reencarnados, em tarefas de reajuste, não mostram senão o quadro aflitivo que criaram para si próprios, de vez que todo espírito descende das próprias obras e revela consigo aquilo que fez de si mesmo.
Diante das crianças em prova ou dos irmãos enfermos, imaginados irrecuperáveis, medita e auxilia-os!
Ninguém, por agora, nas áreas do mundo físico, pode calcular a importância de alguns momentos ou de alguns dias para o Espírito temporariamente internado num corpo doente ou disforme.
* * *
Perante todos aqueles que se abeiram da desencarnação, compadece-te e ajuda-os quanto puderes.
Recorda que a ciência humana é sempre um fato admirável, em transformação constante, embora respeitável pelos benefícios que presta.
No entanto, não te esqueças de que a vida é sempre formação divina, e, por isto mesmo, em qualquer parte será sempre um ato permanente de amor.

20 - Piedade assassina
(J. Herculano Pires)
A eutanásia é uma questão de lógica.
Se partirmos da premissa de que a morte é o fim, chegamos naturalmente à conclusão de que matar um doente incurável ou uma criança é um ato de piedade.
Mas se partirmos da premissa de que a morte é apenas o fim de uma existência, nossa piedade será assassina.
Uma premissa falsa nos leva a um raciocínio criminoso.
Para raciocinar de maneira certa precisamos dispor de dados certos sobre o problema que enfrentamos.
O materialismo só conhece o corpo e não leva em conta a existência da alma.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:34 am

Ignora por completo o sentido da vida.
Seu raciocínio sobre a eutanásia se funda na ignorância.
O espiritualista sabe que a alma sobrevive ao corpo, mas nem todo espiritualista conhece o processo da vida.
Seu raciocínio sobre a eutanásia pode levá-lo a um sofisma.
Mas o espírita sabe que a vida é um processo de evolução e que cada existência corpórea é o resultado das fases anteriores desse processo.
O espírita dispõe de dados seguros e precisos sobre o fenómeno biológico da morte.
Esses dados, obtidos nas experiências científicas do Espiritismo, estão hoje sendo confirmados pelas pesquisas parapsicológicas e físicas sobre o transe da morte.
Basta a descoberta do corpo bioplasmático pelos físicos e biólogos para advertir os espíritos sistemáticos de que podem estar enganados.
Os inquisidores medievais queimavam os supostos hereges em nome da caridade, para livrá-los do fogo eterno do inferno.
Os materialistas atuais pretendem abreviar a morte em nome da piedade racional.
Elas por elas, temos o dogmatismo da ignorância tripudiando sobre os direitos da vida.
A mensagem de Emmanuel é uma advertência da razão esclarecida e deve ser meditada em todos os seus termos.
Não basta lê-la, é preciso estudá-la.

21 - Renovação do mundo
(Chico Xavier)
Nosso grupo de amigos, antes da reunião, discutia sobre os problemas da nossa época.
Todos partilhávamos da conversação, tratando da renovação do nosso mundo.
Salientávamos as dificuldades espirituais em curso.
O horário chamou-nos às tarefas programadas.
E depois da prece inicial, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofertou para estudo o item 19 do capítulo III.9
Os comentários dos companheiros a respeito foram os mais valiosos.
E ao terminar a nossa reunião, foi Emmanuel quem trouxe a página mediúnica de complementação dos estudos.

21 - Dupla renovação
(Emmanuel)
“Época de transição”: esta é a legenda que repetis frequentemente para definir a actualidade terrestre, em que surpreendeis, a cada passo, larga fieira de ocorrências inusitadas.
Conflitos.
Desencarnações em massa.
Acidentes enlutando almas e lares.
Desvinculações violentas.
Dramas no instituto doméstico.
Processos obsessivos, culminando com perturbações e lágrimas.
Moléstias de etiologia obscura.
Incompreensões.
Forçoso observar, no entanto, que o plano físico e o plano espiritual que se lhe segue reagem constantemente um sobre o outro.
Criaturas desencarnadas atuam no ambiente dos companheiros encarnados e vice-versa.
E se vos reportais ao término do segundo milénio de civilização cristã em que vos achais, com a expectativa e o entusiasmo de quem se vê à frente de uma era nova, as mesmas circunstâncias se verificam na Espiritualidade, entre aqueles que aspiram a obter o retorno à Terra, expressando propósitos de auto-burilamento em nível mais alto de evolução.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 20, 2017 10:34 am

É por isso que legiões enormes de irmãos, domiciliados no Mais Além, vêm solicitando, desde algum tempo, reencarnações difíceis; testemunhos acerbos de aperfeiçoamento íntimo; tempo curto no veículo físico, de modo a complementarem tarefas inacabadas em diversos sectores da experiência humana; presença ligeira, junto de seres queridos, a fim de chamá-los à consideração da Vida Superior; ou empreitadas de serviço moral para a liquidação de empreendimentos redentores, largados por eles nos caminhos do tempo.
Para isso, tentam aproveitar-se da última vigésima parte do segundo milénio, a que nos referimos, para encerrarem o balanço das experiências menos felizes que lhes dizem respeito nos séculos últimos.
Perante a Vida Maior, quase tudo aquilo que vedes, presentemente, em matéria de agitação ou desequilíbrio, nada mais significa que a movimentação mais intensa de vastas colectividades que retornam à Esfera Física, em regime de urgência, no intuito de conseguirem retoques e meios com que possam abordar os tempos novos em condições mais dignas de trabalho e progresso.
Mantenhamo-nos prudentes, abstenhamo-nos de agravar dificuldades, evitemos a formação de problemas, orando e construindo, seja nos obstáculos que nos atinjam, seja nas inquietações que assaltem aos outros.
Mas sejam quais forem as circunstâncias, estejamos atentos à fé para servir e compreender, reconhecendo que todas as provas de hoje são recursos e instrumentos de que se vale a Providência Divina a fim de conduzir-nos à Vida Melhor de amanhã.

21 - Nos bastidores da evolução
(J. Herculano Pires)
Estamos no palco do mundo e participamos do ato final de uma fase de evolução do planeta.
Envolvidos na acção de figurantes, cada qual em seu papel, não vemos o que se passa nos bastidores.
Emmanuel, com sua mensagem, nos mostra o que está acontecendo nas antecâmaras.
E essa revelação das actividades do mundo oculto dá sentido ao que nos parece absurdo, mostra-nos a unidade e a coerência da dinâmica evolutiva a que estamos submetidos nesta hora grave, e não obstante auspiciosa, da vida terrena.
Quem leu o prefácio do livro Ave Cristo!, de Emmanuel, referente à fase de transição do mundo pagão para o mundo cristão, pode estabelecer valioso paralelo.
A fase actual é mais intensa, porque mais adiantada.
Avançamos agora decisivamente para o milénio de regeneração da humanidade terrena.
Multidões de espíritos reencarnam-se em regime de urgência, como explica Emmanuel, submetendo-se por assim dizer aos últimos exames de adaptação ao curso superior que devem fazer.
Confirma-se assim a teoria espírita da evolução dos mundos.
Há mais de cem anos Kardec divulgou o ensino dos Espíritos a respeito, anunciando que já no século passado se iniciara a fase preparatória da grande transição.
Dali por diante, a partir da Guerra da Itália (1859-1860) desencadeou-se o processo de transformação que culminaria nas duas Guerras Mundiais de 1914-18 e 1939-45.
Esta última conflagração acelerou, como estamos vendo, o processo evolutivo, abrindo perspectivas novas em todas as direcções do progresso terreno.
Guerras e revoluções são cataclismos sociais destruindo estruturas arcaicas para que novas estruturas possam surgir.
Muita gente pergunta para onde vai o mundo, com tantos conflitos e desequilíbrios.
Mas acaso existem modificações profundas sem abalos profundos?
Os que se desesperam ante os problemas da actualidade não alcançam o sentido real dos acontecimentos.
O Espiritismo nos oferece a chave do enigma. Tudo se transforma ao nosso redor, porque um novo mundo está nascendo.
Não há motivos para decepção.
Basta ver que ao lado das aflições florescem grandes esperanças.
A Terra amadureceu em seu processo evolutivo e as leis de Deus se cumprem à revelia da incompreensão humana.
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