LUZ ESPÍRITA
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A REENCARNAÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC / M. Henri SAUSSE

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:08 am

A REENCARNAÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO

ENSINAMENTOS DE ALLAN KARDEC

Compilação feita por M. Henri SAUSSE

ESTUDO sobre a REENCARNAÇÃO segundo os ensinamentos de ALLAN KARDEC

A REENCARNAÇÃO
Nascer, morrer, renascer e progredir sem cessar
Tal é a grande lei à qual precisamos todos nos submeter,
Ninguém a pode transgredir, a suprema sabedoria
Nos fez nascer um dia apenas para logo morrer.

É preciso voltar a este lugar de miséria
Expiar nossos erros, suportar o peso;
Porque em um novo corpo saído da matéria
O Espírito deve reparar suas faltas de outrora.

A Terra é para nós apenas um inferno passageiro;
Onde devemos lutar e trabalhar sempre;
Vencer nossas paixões cada dia mais,
Para ganhar, passo a passo, as moradas celestes.

Viemos muitas vezes sobre esta Terra;
E ainda viremos progredir e sofrer;
Assim o quer o destino; desvendando este mistério,
De nossos más tendências saibamos nos libertar.

Não, Deus não teria querido que uma só existência
Decidisse o porvir do Espírito imortal;
Ele lhe deu o tempo, a esperança e o sofrimento,
Para conquistar um dia a felicidade eterna.

Mais dura seja nossa tarefa nesse Mundo, amigos,
Mais é preciso preenchê-la com zeloso cuidado.
Se quisermos experimentar a exaltação profunda
De logo deixá-lo por Mundos mais doces.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:09 am

A REENCARNAÇÃO ANGLO-SAXÓNICA

Estas poucas estrofes, escritas antes da guerra, me foram trazidas à memória em seguida à leitura de uma carta de um correspondente londrino, expondo como os espiritualistas do outro lado da Mancha abordam a questão do progresso e da reencarnação.
Persuadido de que esses novos resumos interessarão aos leitores, ressalto, textualmente, as passagens seguintes que nada têm em comum com os ensinamentos de Allan Kardec, os quais temos a intenção de expor no decorrer desta compilação.
Eis aqui a opinião de meu correspondente inglês:
"A Doutrina Espírita, tal como foi exposta pelo Sr. Léon Denis, é muito prática e inteligente; é completamente diferente da crença dos espiritualistas deste lado da Mancha.
Na Inglaterra, ao invés de crer na Reencarnação, pensa-se que uma vez transposto o umbral do Além, não se retorna à carne, mas que há Esferas espíritas em torno da Terra onde ficam os defuntos.
Logo próximo à Terra se localiza (conforme seu ensinamento) "o plano astral Inferior", esfera astral de baixo onde se encontram os Espíritos viciosos, malignos, etc.
Após vem o "plano astral Superior", esfera astral do alto; aqui os Espíritos estão em um degrau mais alto e são um pouco mais avançados.
Depois existe "a Summerlan", Terra de Verão do céu:
aqui os Espíritos são muito similares aos Espíritos encarnados; têm um corpo astral de uma fluidez mais subtil e fazem o bem, estudam e aprendem para subir para a quarta esfera.
Ali o corpo fluídico se torna mais refinado, purificado, não se ocupando mais das coisas que interessavam os Espíritos quando estavam encarnados na matéria, mas estudam-se as grandes leis do Universo e as artes celestes, as matemáticas e talvez a geografia do sistema solar.
Depois de haver passado um longo período de anos na quarta esfera, passa-se para o que se chama "a esfera Cristã", a esfera do Cristo.
Aí se situa a grande escola sob a direcção do Cristo.
Após haver passado um tempo na "esfera do Cristo", torna-se puro Espírito, quer dizer sem nenhum corpo, somente um Espírito e progride de esfera em esfera até que se torne Mestre, ou seja, finalmente absorva a si mesmo em Deus e nele se dissolva.
Diz-se que é Dele que viemos, pequena centelha do fogo divino, e que é para Ele que retornaremos.
Eu diria, caro Senhor, que achei a Doutrina Espírita, tal como a expôs o Sr. Léon Denis, bem mais razoável e aceitável por todos e agradeço por me haver enviado suas obras."
Uma coisa que meu correspondente não disse, é a razão pela qual os Espíritas e os Espíritas Anglo-Saxões eram, de início, hostis à reencarnação tal como a compreendemos e tal como os Espíritos a ensinaram.
Talvez fosse considerada uma queda para eles o facto de poder reencarnar em uma personagem de cor, ao retornar sobre nosso planeta.
Depois de alguns anos esta repulsão foi modificada e a reencarnação tal como nos ensina Allan Kardec é aceita, conforme a compreendemos, na Inglaterra como na América.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:09 am

INSTRUÇÕES SOBRE A REENCARNAÇÃO
Ditada por meio de um copo e recolhida pela Srtª Bedette

" Observação interessante.
Este ditado foi dado em várias sessões; cada interrupção feita no meio de uma frase, esta era continuada nesse ponto preciso na sessão seguinte. "
16 de Janeiro de 1911. - Afirmar a lei da reencarnação foi, durante minha vida material, o ponto de partida de todos os meus trabalhos, o dogma fundamental.
A pedra sobre a qual Pedro devia fundar a Igreja de Jesus e que, tendo sofrido tantas tormentas e tempestades, seria ainda forte e quase invencível se a Igreja não tivesse escondido sob o alqueire esta luz, por julgá-la muito viva, muito luminosa para nossa compreensão.
Sem a reencarnação qual seria nosso destino futuro?
No que tange à parte espiritual, ele não poderia ser determinado como resultante de apenas uma vida material já que ela seria única.
20 de Janeiro, e seria então muito natural considerar a morte com o terror religioso no qual a Igreja a envolve.
A reparação para a maioria seria eterna e incluiríamos os choros e o ranger de dentes dos infelizes lançados ao monturo celeste, tenros corações dos esposos, dos irmãos, dos amigos, abismados na mais profunda dor, talvez jamais revendo aqueles por quem choram.
Tais seriam as consequências.
22 de Janeiro, bem adoçadas, bem abreviadas da teoria da vida única da qual a Igreja não quer ou não pode se desfazer porque isso completaria sua perda.
Nos dias atuais as vozes de além-túmulo se elevam e gritam:
Eu vivo.
Talvez digam:
O sofrimento não foi abolido pela destruição do corpo, mas estou vivo e posso mitigar esse castigo que as faltas de minhas vidas anteriores me tem infligido; posso, desde já, diminuir minhas penas por minhas próprias resoluções e com a ajuda de meus Guias.
Em todo caso a estrela brilhante da esperança brilha ante meus olhos; seres queridos, nada está perdido.
Vivi, viverei, retornarei para o meio de vocês sobre essa Terra de sofrimentos que pode se tornar uma Terra de alegria e de amor se batalharmos contra todos os nossos instintos perversos.
Glória a Deus no mais alto dos Céus.
Eis o canto de nossa alma quando ela tiver apreciado e compreendido esta verdade que é a fonte da vida.
Vamos meus amigos, penetrem-se desta confiança que dá uma fé absoluta, mas uma fé apoiada sobre provas inegáveis.
Qual será nosso amanhã?
Ele será exactamente tal qual vocês o tiverem feito no dia de hoje.
Entre as reencarnações, sua alma imortal gozará as alegrias e a felicidade correspondente ao ideal que vocês tiverem traçado durante a encarnação.
23 de Janeiro. Omnia mecun porto - Trago todos os meus bens comigo - possam vocês dizer essas palavras com alegria quando de sua entrada na vida espiritual.
Por todas as maneiras possíveis nós viemos lhes dizer:
Vocês constroem seu amanhã; ele será pouco diferente, talvez até inferior àquele de hoje se vocês não se melhorarem.
Vocês próprios pagam as faltas cometidas nas suas existências anteriores, é por isso que muitos dentre vocês têm de lutar contra a adversidade, durante toda ou parte de sua encarnação.
Entretanto coragem, a paciência e a resignação na luta os permitirão reparar e conquistar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:09 am

30 de Janeiro uma situação mais elevada.
Na erraticidade que enormidade de pobres seres sofredores, ignorantes ou viciosos vivem em fluidos quase tão materiais quanto os da Terra; eles foram surdos à voz de seu Guia, foram cegos à luz espiritual; arrastam-se em torno de nós, próximos a nós.
Algumas vezes, um pensamento simpatizante, forte, imperioso é para eles como um farol.
Há sobre a Terra, meus amigos, seres bastante elevados que, entristecidos com a situação desses infelizes, oram por eles e nisso se ocupam diariamente.
Os grupos espíritas que estão livres da presunção e do egoísmo podem ter sobre eles uma grande influência já que, graças aos médiuns, podem entendê-los, conversar com eles e lhes indicar um estado menos doloroso.
Encorajam-nos à prece, essa possante alavanca da qual vocês não se servem suficientemente.
Esses pobres irmãos que vocês esclarecem, atraídos para o bem que encontraram entre vocês aí se manterão e, se afastarem, retornarão; então, meus amigos, seus actos bons ou maldosos, serão comentados e julgados e exercerão sobre eles sua influência.
É uma grande responsabilidade que vocês tomam livremente, pois que, nenhum grupo ignora ou não deve ignorar as leis espirituais.
O bem moral que vocês farão a esses infelizes tem um resultado maior do que podem crer.
O remorso das faltas cometidas, agora que puderam compreender qual era a fonte de seus males, os obriga a tomar resoluções, embora não sejam muito puras, porque seu objectivo ainda não é o bem, mas a extinção de seus sofrimentos; o desejo de um futuro melhor e essas resoluções frequentemente são suficientes para que entre em uma nova evolução (reencarnação); um desejo desconhecido ou um comedimento no mal opera sobre o corpo material.
É assim que, pouco a pouco, uma nova regeneração se estabelece, ainda lentamente, mas por comparação rápida e activa.
Digo-lhes ainda, meus amigos, trabalhem os seus seres morais para a vida espiritual desde esta existência, ela será correspondente ao ideal que vocês se tiverem traçado.
Nenhum devotamento, nenhuma ternura.
6 de Fevereiro de 1911, poderá fazê-los participantes de uma felicidade que não seja obra sua e que essas palavras que Ovide colocou na boca de Médée não sejam nunca as suas:
" Eu vejo o bem, aprovo e faço o mal ".
Velo por seu grupo e os protejo e bendigo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:10 am

O PORQUÊ DESSE LIVRO

Um desejo que tem frequentemente se manifestado ao longo de quarenta anos durante os quais exerci as funções de secretário geral da Federação Espírita Lionesa, foi este:
Não seria útil reunir em uma só obra todos os pontos da Doutrina que, nos livros de Allan Kardec e de Léon Denis, têm tratado da reencarnação?
Esparsos como estão hoje nas suas diversas obras, isso tornaria mais fácil e mais aproveitável, a todos os adeptos do Espiritismo, o estudo dos diversos ensinamentos dados por nossos Mestres.
Está aí certamente uma lacuna a preencher, mas na época em que o pedido me era frequentemente feito, não tinha tempo para empreender esse trabalho, mas hoje, embora a reunião desses ensinamentos possa talvez fazer falta, o inicio antecipando a felicidade de nossos adeptos, de nossos Mestres e de nossos amigos do lado de lá.
A maior parte dos elementos contidos nesta brochura já foi publicada no jornal O Espiritismo Kardecista, de Setembro de 1919 a Dezembro de 1920.
A formidável procura que se produziu então com a publicação no jornal, nos fez abandonar e adiar para tempos melhores a tiragem em brochura de propaganda desse pequeno opúsculo:
A Reencarnação segundo o Espiritismo.
É esse projecto que hoje retomo no interesse da Doutrina.
É, para mim, um fato incontestável que se os livros de Allan Kardec fossem lidos mais frequente e seriamente seriam mais bem compreendidos, seus ensinamentos melhor observados e seriam apreciados em seu justo valor pelos detractores que os denegriram apenas por conhecê-los mal ou mesmo não os conhecer de todo.
Pretende-se, como desculpa, que os livros de Allan Kardec sejam velhos, rococós e por snobismo transmite-se isso aos outros; sem se importar com os tesouros de verdade que são, dessa forma, negligenciados.
É preciso reagir contra esta tola maneira de julgar sua obra; é preciso levar os neófitos a ler mais séria e atentamente Allan Kardec, para poder melhor compreendê-lo e reter seus ensinamentos.
Para que a Doutrina Espírita leve seus frutos e se propague conforme nossos desejos, é indispensável beber em sua fonte, isto é nas obras do Mestre, onde está formulada em termos claros, límpidos e precisos, não podendo dar lugar a nenhuma falsa interpretação; é por esse motivo que em vez de transmitir mal seus ensinamentos querendo explicá-los, me limitarei a uma simples compilação de seus trabalhos sobre esse ponto:
a Reencarnação, ao qual me permitirei somente adicionar a exposição de alguns factos novos que vêm confirmar os ensinamentos de Allan Kardec.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:10 am

O Sr. CORONEL DE ROCHAS
As vidas sucessivas


As experiências apresentadas pelo Sr. coronel de Rochas sobre as regressões de memória nas suas obras sobre o assunto das vidas sucessivas pareciam prometer uma quantidade importante de provas ao assunto da Reencarnação. É lamentável que essas promessas não tenham sido realizadas e que controles sérios e numerosos não tenham confirmado as primeiras experiências, afastando esse ponto obscuro do qual o coronel me falou várias vezes, ao me pedir para renovar as mesmas experiências.
"Não seriam as declarações dos que nada vieram provar nem confirmar, devidas somente à imaginação fértil e por vezes pouco escrupulosa dos sonâmbulos?"
Para se assegurar, é preciso retomar de novo essas pesquisas e, em lugar de admitir de modo benévolo, simples afirmações, exigir certezas, provas reais e factos precisos que pudessem ser controlados pelos pesquisadores escrupulosos, no único interesse da verdade.
Quando numa sessão de evocação, um Espírito se manifesta, pedimos provas de sua identidade, exigimos dele, seu nome, prenome, títulos e qualidades, seu estado civil, e informações particulares com os quais possamos reencontrar a pista e constatar a sua absoluta autenticidade.
Porque não agiríamos da mesma forma com os sonâmbulos que pretendem reviver suas existências passadas, mas que não fornecem nenhuma prova da realidade e da sinceridade de suas afirmações?
Peço perdão a todos os sonâmbulos do presente, do passado, e do futuro; é um fato certo e bem estabelecido pela experiência que todas as pessoas, durante o sono magnético, são mais ou menos preguiçosas e enganadoras ou enganadas.
Todo esforço lhes é penoso, toda busca os fatiga, assim eles frequentemente iniciam bem, mas em vez de buscarem seriamente o que se lhes é pedido, inventam de ler no pensamento de seu magnetizador o que ele deseja ou espera obter e, uma vez neste caminho, sua imaginação inventiva terá bela oportunidade de forjar histórias as mais estupendas, cujo controle será nulo porque impossível na ausência dos elementos necessários.
Por várias vezes o coronel de Rochas, a quem manifestei meus receios a esse respeito, me pediu para retomar, por minha conta, às mesmas experiências.
Infelizmente, nunca obtive resultados sérios nesse caminho.
Eu queria precisão, datas, informações que pudesse controlar, mas jamais obtive algo desse tipo, nada que pudesse me provar a sinceridade e a autenticidade das informações dadas, fora dos factos da vida presente, assim permaneci céptico sem por isso ter a pretensão de acreditar que porque não houvesse obtido de outrem o que pedia, teria de perder toda esperança nesse género de pesquisas1.
Mas um facto capital veio colocar aqui um grande ponto de interrogação:
Se a lembrança de todos os encarnados é a de que há uma causa, uma razão maior, que nós não conhecemos, mas que nem por isso tem menos razão de existir, a lembrança de nossas vidas passadas teriam sido apagadas de nossa memória simplesmente para nos incitar a buscá-la, a descobri-la por meio de um artifício mais ou menos engenhoso, mais ou menos sério?
Se fosse assim seria fácil desvendar o enigma de nosso passado e descerrar o véu misterioso que o encobre aos nossos olhos.
Então se perguntaria: que utilidade poderia ter este esquecimento, imposto a todos, de um passado que seria entretanto tão simples de fazer reaparecer à vontade aos nossos olhares curiosos?
Um facto importante e que é preciso assinalar, é que o Coronel, com seu sujeito Josefina, fazia não somente reviver o passado, mas podia também sondar o porvir e prever os eventos futuros.
Ora, as predições feitas pelo sujeito Josefina nessas condições não se realizaram de todo, longe disso, e o Coronel de fato o observa na página 89 das Vidas sucessivas.
Depois que as palavras de Josefina foram postas em cheque pelos eventos concernentes ao futuro, que ela anunciara, por que seriam mais dignos de crença os relatos do passado que eram impossíveis controlar?
Assim, não nos iludamos tão rapidamente e vejamos se este esquecimento do passado não nos teria sido imposto por ser necessário, indispensável, para não entravar nosso Espírito em sua marcha tão lenta para o progresso e para a perfeição, objectivo comum a todos nós.
Ao querer sondar um ponto misterioso que não devemos conhecer, há grande possibilidade de que sejamos enganados nas nossas pesquisas e mistificados, zombados por intermediários, submetidos como todos nós a esta grande lei de esquecimento do passado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:10 am

O ESQUECIMENTO DO PASSADO

Allan Kardec disse, sobre esse assunto, no Livro dos Espíritos, no 392:
"Por que o Espírito encarnado perde a lembrança do passado? "
"O homem não pode nem deve tudo saber; Deus, na sua sabedoria, o quer assim.
Sem o véu que lhe encobre certas coisas, o homem ficaria ofuscado, como aquele que passa sem transição, da escuridão para a luz.
Pelo esquecimento do passado é mais senhor de si mesmo"
No 395: "Podemos ter qualquer revelação sobre nossas existências anteriores?"
" Nem sempre.
Muitos sabem, entretanto o que foram e o que fizeram; se lhes fosse permitido dizê-lo abertamente fariam singulares revelações sobre o passado."
No 396:
"Certas pessoas acreditam ter uma vaga lembrança de um passado desconhecido que se apresenta a elas como a imagem fugidia de um sonho que se busca em vão lembrar.
Não é esta ideia apenas uma ilusão? "
" Algumas vezes é real; mas frequentemente também, é uma ilusão contra a qual é preciso se por em guarda, porque pode ser o efeito de uma imaginação superexcitada."
No 430: "Já que a clarividência do sonâmbulo é a de sua alma ou de seu Espírito, porque ele não vê tudo, e porque se engana frequentemente?"
"Inicialmente não é dado aos Espíritos imperfeitos tudo ver e tudo conhecer; você sabe bem que eles partilham ainda dos seus erros e preconceitos, e assim, quando estão ligados à matéria não gozam de todas as faculdades do Espírito. Deus deu ao homem esta faculdade com um propósito útil e sério e não para que se informe daquilo que não deve saber; eis porque os sonâmbulos não podem falar de tudo. "
Página 233."
A experiência mostra que os sonâmbulos recebem também comunicações de outros Espíritos que lhes transmitem o que devem dizer e suprem suas deficiências.
Isso se vê, sobretudo nas prescrições médicas; o Espírito do sonâmbulo vê o mal, um outro indica o remédio.
Esta dupla acção é algumas vezes patente e se revela, além disso, por essas expressões bastante frequentes:
me disseram para falar, ou me foi proibido dizer tal coisa.
Nesse último caso, há sempre perigo em insistir para obter uma revelação recusada, porque podem se aproximar Espíritos levianos que falam sem escrúpulos e sem se preocupar com a verdade."
Sobre esse mesmo problema: o esquecimento do passado, Allan Kardec disse também em O que é o Espiritismo, página 115:
"Tudo se encaixa no Espiritismo, e quando se observa o conjunto, vê-se que os princípios decorrem uns dos outros, servindo de apoio mútuo e então, o que parecia uma anomalia contrária à justiça e à sabedoria, passa a ser muito natural e vem confirmar esta justiça e esta sabedoria.
Tal é o problema do esquecimento do passado que se liga a outras questões de igual importância e é por isso que pretendo aqui apenas trazê-lo à tona.
Se a cada existência um véu é lançado sobre o passado, o Espírito nada perde daquilo que adquiriu; apenas esquece a maneira pela qual a adquiriu.
Para me servir da comparação do escolar, diria que pouco importa para ele saber onde, como e sob qual professor fará seu quinto ano, se, chegando na quinta série, sabe o que aprendeu na quarta.
Que lhe importa saber que foi fustigado por sua preguiça e insubordinação, se os castigos o tornaram trabalhador e dócil?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:10 am

É assim que ao reencarnar, o homem leva por intuição e como ideias inatas, o que adquiriu em ciência e em moralidade.
Disse em moralidade porque se durante uma existência ele melhorou, se aproveitou as lições da experiência, retornará instintivamente melhor, com seu Espírito amadurecido na escola do sofrimento.
Pelo trabalho terá mais solidez e longe de ter de recomeçar tudo, possui uma base cada vez mais rica sobre a qual pode se apoiar para adquirir ainda mais.
O esquecimento temporário é um benefício da Providência; a experiência é adquirida frequentemente por rudes provas e terríveis expiações cuja lembrança seria muito penosa e viria se juntar às angústias das tribulações da vida presente. Se os sofrimentos da vida parecem longos que seria então se sua duração fosse aumentada com a lembrança dos sofrimentos do passado?
Você, por exemplo, Senhor, é hoje um homem honesto, mas isso se deve aos rudes castigos a que foi submetido por crimes que agora repugnariam sua consciência; seria agradável se lembrar de ter sido enforcado por isso?
A vergonha não o perseguiria ao pensar que o mundo saberia o mal que houvesse feito?
Que lhe importa o que fez e o que suportou para expiar, se você agora é um homem estimável!
Aos olhos do mundo é um homem novo, e aos olhos de Deus um Espírito reabilitado.
Liberado da lembrança de um passado importuno pode actuar com mais liberdade; é um novo ponto de partida; seus débitos anteriores estão pagos, cabe a você não contrair novos.
Quantos homens quereriam poder, durante a vida, lançar um véu sobre seus primeiros anos.
Quantos se têm dito, no final do percurso:
"Se fosse recomeçar, não faria o que fiz!".
Bem! Aqueles que não puderam refazer o que fizeram errado nesta vida, fá-lo-ão em uma outra.
Em uma nova existência, seu Espírito levará, no estado de intuição, as boas resoluções que terá tomado, é assim que se cumpre gradualmente o progresso da humanidade.
Se arrependido, viesse encarnar no seu meio, unindo-se por laços de família para reparar, por seu devotamento e sua afeição, os danos causados; não estariam mutuamente na mais difícil posição se lembrassem, ambos, de sua inimizade? Em vez de apaziguar, os ódios se eternizariam.
Conclui-se disso que a lembrança do passado traria a perturbação nas relações sociais e seria um entrave ao progresso.
Querem uma prova actual?
Um homem condenado às galés toma a firme resolução de se tornar honesto; que acontece na sua saída?
Ele é repelido pela sociedade e esta repulsão o lança quase sempre de volta ao crime.
Suponhamos, ao contrário, que ignorando seus antecedentes, fosse bem acolhido por todos.
Se ele próprio pudesse esquecê-los, sentir-se-ia mais honesto e poderia caminhar de cabeça erguida, em vez de curvá-la sob a humilhação da Isto concorda perfeitamente com a doutrina dos Espíritos sobre os mundos superiores ao nosso.
Nesses mundos, onde reina apenas o bem, a lembrança do passado nada tem de penosa, eis porque se recordam de sua existência precedente, como nós nos lembramos do que fizemos na véspera.
Quando ao tempo passado nos mundos inferiores, não é para eles mais que um sonho mau ". É com justa razão que a lembrança do passado nos foi retirada, não há então nenhum motivo razoável para querer possuí-la mesmo contra as ordens da Providência.
Não é então por esse caminho que devemos procurar fatos novos e provas que venham confirmar a teoria da pluralidade das existências passadas.
Nós as encontraremos mais certamente nos casos particulares, nessas reminiscências do passado, que se produzem por vezes entre certas pessoas e que são tanto mais comprobatórias quando são espontâneas e podem ser verificadas e controladas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:11 am

Importa pouco no momento saber quem fomos no passado.
O ponto capital para nós é adquirir a prova, a certeza de que já vivemos outras existências corporais, que deveremos reencarnar ainda muitas vezes antes de atingir o aperfeiçoamento moral para o qual todos caminhamos mais ou menos lentamente.
O que devemos saber também é que as condições de nossa existência actual são resultado de nossas existências precedentes, e que, na nossa existência presente, por nossos feitos e gestos, por nossas acções boas ou más, preparamos as condições favoráveis ou dolorosas, que teremos nas existências futuras.
Mas, neste ponto interrompo minhas reflexões pessoais e cedo a palavra ao nosso Mestre, Allan Kardec, mais autorizado de quem quer que seja, para tratar esta importante questão da Reencarnação.
Pego seus ensinamentos em O Livro dos Espíritos, em O Evangelho segundo o Espiritismo, na Génese e também nos diversos volumes da Revista Espírita onde esta questão foi tratada tão magistralmente.
Possa este trabalho atingir o triplo objectivo que me propus:
10 Propagar a grande lei da pluralidade das existências corporais sucessivas ou, dito de outra forma, a Reencarnação;
20 Expor as provas filosóficas e morais e as provas materiais;
30 Levar todos os Espíritas, ou os que assim se dizem como tal, a reler frequentemente e estudar as obras de Allan Kardec e Léon Denis onde estão expostos com tanto método e autoridade todas as questões que interessam à Doutrina Espírita.
Quando se quer estudar o Cristianismo, deve-se recorrer aos Evangelhos e aos Atos dos Apóstolos; para conhecer, a religião de Maomé é preciso aprender no Alcorão; os Judeus interrogam o Talmude no que concerne aos seus ritos; os Budistas se referem aos Vedas; os Cabalistas ao Zohar, etc...
Porque somente os Espíritas procuram alhures em vez de nas obras do fundador de nossa filosofia os princípios sobre os quais querem estabelecer suas convicções?
Desta falha, deste erro inicial, decorre a tepidez de suas convicções e sua falta de coesão; daí também a culpável lentidão com que conduzimos a difusão de nossa filosofia.
Ah! Como poderíamos proclamá-la abertamente quando muitos dos pretensos adeptos têm frequentemente vergonha de se declarar simplesmente Espíritas?
Saibamos, meus amigos, não é senão colhendo nossos ensinamentos em sua fonte verdadeira, isto é, nas obras de Allan Kardec e de Léon Denis, que podemos e devemos estudar a Doutrina Espírita se queremos conhecê-la intacta e sem nenhuma mistura.
É também estudando esses mestres, com toda atenção que eles merecem, que poderemos apreciá-los em seu justo valor e lhes render os tributos de reconhecimento e de admiração que lhes são devidos.
Também não é senão seguindo suas lições que poderemos adquirir as fortes convicções que nos farão traçar nossa conduta sobre nossos princípios.
Elas, somente, nos darão a fé dos verdadeiros apóstolos2.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 28, 2016 10:11 am

NÃO SE MORRE

Não se morre, morrer, meus amigos, é renascer,
É se atirar alegre em um mundo mais belo.
É sondar o destino, é aprender e conhecer
Os segredos que nos vela aqui em baixo o túmulo.

É corrigir em nós as taras do Ser Velho,
Por um mundo melhor criar o homem novo,
É subitamente ver nos aparecer no Além todos os
Nossos queridos desaparecidos, em uma viva pintura.

Visto que o céu, para nós e para eles se entreabriu,
E o maior espectáculo à nossa alma é ofertado,
Bendigamos os Espíritos que nos estendem a mão.

Da voz e do aceno então com que eles nos convidam,
Ao uníssono que todos os nossos corações palpitem,
Nos conduzindo a Deus pelo mais seguro caminho.

Estrela, l° de Julho de 1923.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:19 am

DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS CORPORAIS
Revista Espírita, 1858, pág. 295 a 301.
O Livro dos Espíritos, pág. 96 e seguintes.


Das diversas doutrinas professadas pelo Espiritismo, a mais controversa é sem dúvida, a pluralidade das existências corporais, ou a Reencarnação.
Se bem que esta opinião seja agora compartilhada por um grande número de pessoas, acreditamos dever, em razão de sua extrema gravidade, examiná-la aqui de maneira mais aprofundada, a fim de responder às diversas objecções que ela tem suscitado.
Antes de entrar a fundo na questão, algumas observações preliminares nos parecem indispensáveis.
O dogma da reencarnação, dizem certas pessoas, nada tem de novo, foi ressuscitado de Pitágoras.
Nunca dissemos que a doutrina espírita foi uma invenção moderna do Espiritismo; sendo uma lei da natureza, deve ter existido desde a origem dos tempos, e estamos sempre nos esforçando para provar que se pode encontrar os seus traços na mais remota antiguidade.
Pitágoras, como se sabe, não é o autor do sistema da metempsicose; ele a colheu entre os filósofos indianos e entre os egípcios onde existia desde tempos imemoriais.
A ideia da transmigração das almas era então uma crença vulgar admitida pelos homens mais eminentes.
Por que meio ela apareceu?
Foi por intuição ou revelação?
Nós não o sabemos; mas, qualquer que ele seja, uma ideia não atravessa as eras e é aceita pelas inteligências de elite sem ter um lado sério.
Então a antiguidade desta doutrina seria antes uma prova do que uma objecção.
Todavia, como se sabe igualmente, entre a metempsicose dos antigos e a doutrina moderna da reencarnação, há esta grande diferença que os Espíritos rejeitam da forma mais absoluta, a transmigração do homem nos animais e reciprocamente.
Sem dúvida, dizem também alguns contraditores, vocês estavam imbuídos dessas ideias, da reencarnação, e eis porque os Espíritos abonaram a sua maneira de ver.
Está aí um erro que prova, uma vez mais, os perigos dos julgamentos precipitados e sem exame.
Se, antes de julgar, essas pessoas se dessem ao trabalho de ler o que temos escrito sobre o Espiritismo, elas se poupariam do esforço de uma objecção feita um pouco precipitadamente.
Repetiremos então o que dissemos sobre esse assunto, saibam que, quando a doutrina da reencarnação, foi ensinada pelos Espíritos, ela estava tão longe de nosso pensamento, que tínhamos feito um sistema todo diferente sobre os antecedentes da alma, de resto partilhado por muitas pessoas.
A doutrina dos Espíritos, sobre esse ponto, nos surpreendeu; diremos mais, contrariamente, porque ela revirava nossas próprias ideias; ela estava longe, como se vê, de ser um reflexo.
Isso não é tudo; não cedemos ao primeiro choque; combatemos, defendemos nossa opinião, levantamos objecções, e foi apenas à evidência que nos rendemos, e quando vimos a insuficiência de nosso sistema para resolver todas as questões que este assunto levantava.
Aos olhos de algumas pessoas, a palavra evidência parece sem dúvida singular em semelhante matéria, mas não parecerá imprópria para aquelas que estão habituadas a escrutinar os fenómenos espíritas.
Para o observador atento, há factos que, se bem não sejam de natureza absolutamente material, não deixam de se constituir numa verdadeira evidência moral.
Este não é o lugar para explicar esses factos; apenas um estudo contínuo e perseverante poderia fazê-los compreender; nosso propósito é unicamente o de refutar a ideia de que esta doutrina seja apenas a tradução de nossos pensamentos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:19 am

Temos uma outra refutação a opor:
é que não foi somente a nós que ela foi ensinada; isto tem ocorrido em muitos outros locais, na França e no exterior; na Alemanha, na Rússia, na Holanda, etc., e isso antes mesmo da publicação de O Livro dos Espíritos.
Acrescentemos ainda que depois que nos entregamos ao estudo do Espiritismo, temos tido comunicações de mais de cinquenta médiuns, escreventes, falantes, videntes, etc., mais ou menos esclarecidos, de uma inteligência normal mais ou menos limitada, alguns mesmo completamente iletrados, e, por consequência, totalmente estranhos aos assuntos filosóficos, e que, em nenhum caso, os Espíritos têm se desmentido sobre esta questão; ocorre o mesmo em todos os círculos que conhecemos, onde o mesmo princípio tem sido professado.
Este argumento não é de forma alguma sem réplica, nós o sabemos e é por isso que não insistiremos além do razoável.
Examinemos o assunto sob um outro ponto de vista, fazendo abstracção de toda intervenção dos Espíritos.
Coloquemo-nos então, momentaneamente, em um terreno neutro, admitindo um mesmo grau de probabilidade para uma e outra hipótese, a saber:
a pluralidade das existências corporais, e vejamos para que lado nos levará a razão e nosso próprio interesse.
Certas pessoas repelem a ideia da reencarnação pelo único motivo de que ela não lhes convém, dizendo que para elas já basta uma existência e que não quereriam recomeçar uma outra; sabemos que só o pensamento de reaparecer sobre a Terra os faz pular de furor.
Temos apenas uma coisa a lhes perguntar que é:
se pensam que Deus pediu seus conselhos ou consultou seus gostos para reger o Universo.
Ora, de duas uma:
ou a reencarnação existe, ou não existe; se ela existe será em vão contrariá-la, e será preciso se submeter, pois Deus não lhes pedirá permissão.
Parece-nos um mal entendido dizer:
já sofri bastante por hoje, não quero sofrer mais amanhã.
Qualquer que seja seu mau-humor, isto não lhe fará sofrer menos no dia de amanhã e nos dias seguintes ou até que esteja recuperado; portanto, se devem reviver corporalmente, reviverão, reencarnarão, em vão se revoltarão como crianças que não querem ir à escola, ou como condenados que não querem ir para a prisão, pois é preciso que passem por lá.
Semelhantes objecções são muito pueris para merecer um exame sério.
Nós lhes diremos, entretanto, para serená-los, que a doutrina da reencarnação não é assim tão terrível quanto crêem, e se a houvessem estudado a fundo não teriam tanto medo; saberiam que as condições desta nova existência dependem deles; ela será feliz ou infeliz conforme o que tiverem feito neste mundo, e podem desde esta vida se elevar tão alto, que não terão mais nada a temer em retornar ao lamaçal.
(O Livro dos Espíritos, página 145).
Supomos que falamos às pessoas que acreditam num futuro qualquer após a morte, e não aos que dão a si mesmos a perspectiva do nada, ou que querem afogar sua alma no todo universal, como as gotas de chuva no oceano, o que vem dar aproximadamente no mesmo.
Então se vocês acreditam em um futuro qualquer, sem dúvida não admitirão que seja o mesmo para todos, de outro modo onde estaria a utilidade do bem!
Porque se constranger?
Porque não satisfazer todas as suas paixões, todos os seus desejos, mesmo quando às custas de outro, uma vez que isso não faria diferença?
Vocês acreditam que esse futuro será mais ou menos feliz ou infeliz, segundo o que tiverem feito durante a vida; têm então o desejo de serem tão felizes quanto possível, já que isso deve ser para a eternidade?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:19 am

Têm por acaso, a pretensão de ser um dos homens mais perfeitos que hajam existido sobre a Terra, e de ter assim, o direito de imediato à felicidade dos eleitos?
Não. Admitem também que há homens que valem mais que vocês e que têm direito a um lugar melhor, sem querer dizer com isso que vocês estejam entre os reprovados.
Pois bem! Coloquem-se por um instante pelo pensamento nesta situação intermediária que será a de vocês, como acabam de convir, e suponham que alguém viesse lhes dizer:
vocês sofrem, não são tão felizes quanto poderiam ser, enquanto têm, diante de vocês, seres que gozam de uma ventura sem par; querem trocar de posição com a deles?
Sem dúvida, dirão:
o que é preciso fazer?
- Quase nada, recomeçar o que tiverem feito mal tratando de fazê-lo melhor.
Hesitariam em aceitar, mesmo que fosse ao preço de várias existências de provas?
Tomemos uma comparação mais prosaica.
Se a um homem que, sem estar na última das misérias, passando, entretanto privações por causa da mediocridade de seus recursos viessem dizer:
eis uma imensa fortuna, você pode dela gozar necessitando para isso apenas trabalhar rudemente durante um minuto.
Fosse ele o mais preguiçoso da Terra, diria sem hesitar trabalhemos um minuto, dois minutos, uma hora, um dia se for preciso, que é isso comparado a terminar minha vida na abundância?
Ora que é a duração de uma vida corporal com relação à eternidade?
Quase nada, menos que um minuto, menos que um segundo.
Temos reparado pessoas fazendo este raciocínio:
Deus, que é soberanamente bom, não pode impor ao homem o recomeçar uma série de misérias e tribulações.
Acharão, por acaso, que há mais bondade em condenar o homem a um sofrimento perpétuo por alguns momentos de erro, do que lhe dar os meios de reparar suas faltas?
Dois fabricantes tinham, cada um, um operário que podia aspirar a se tornar sócio do chefe.
Ora ocorreu que esses dois operários empregaram uma vez muito mal sua jornada e mereceram ser despedidos.
Um dos dois fabricantes despediu seu operário, malgrado suas súplicas e ele, não tendo encontrado trabalho, morreu na miséria.
O outro disse ao seu operário:
você perdeu um dia e me deve uma compensação; tendo feito mal seu trabalho, deve-me uma reparação, eu o permito recomeçá-lo; trate de fazê-lo bem e o conservarei, e poderá sempre aspirar à situação superior que lhe havia prometido".
É preciso perguntar qual dos dois fabricantes foi mais humano?
Deus, a própria clemência, seria mais inexorável que um homem?
O pensamento de que a nossa sorte fique para sempre fixada por algumas horas de provações, ainda mesmo quando nem sempre tiver dependido de nós atingir a perfeição sobre a Terra, tem qualquer coisa de pungente, enquanto que a ideia contrária é eminentemente consoladora; ela nos deixa a esperança.
Assim sem nos pronunciar pró ou contra a pluralidade das existências, sem admitir uma hipótese em vez da outra, dizemos que, se tivéssemos escolha, não haveria ninguém que preferisse um julgamento sem apelação. Um filósofo disse que se Deus não existisse seria necessário inventá-lo para felicidade do género humano; poder-se-ia dizer outro tanto da pluralidade das existências.
Mas como dissemos, Deus não pede nossa permissão; não consulta nossos gostos, ou é ou não é; vejamos de que lado estão as probabilidades e encaremos a coisa de outro ponto de vista, sempre abstraindo os ensinamentos dos Espíritos, unicamente como estudo filosófico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:19 am

Se não existe a reencarnação, haveria apenas uma existência corporal, isso é evidente; se nossa existência corporal actual for única, a alma de cada homem é criada no seu nascimento a menos que se admita a anterioridade da alma, caso em que se perguntaria o que seria a alma antes do nascimento e se esse estado não constituiria uma existência sob uma forma qualquer.
Não há meio termo: ou a alma existia ou não existia antes do corpo; se existia, qual era sua situação?
Tinha ou não consciência dela mesma?
Se não tivesse consciência, é como se não existisse; se tiver uma individualidade, era ela progressiva ou estacionária.
Num ou noutro caso em que grau ela ingressaria no corpo?
Admitindo-se, segundo a crença vulgar, que a alma nascesse com o corpo, ou, o que viria dar no mesmo, que antes de sua encarnação tivesse apenas faculdades negativas, colocamos as seguintes questões:
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:20 am

O Livro dos Espíritos, página 147.

1º Por que a alma mostra aptidões tão diversas e independentes das ideias adquiridas pela educação?
2º De onde vem a aptidão extranormal de certas crianças de pouca idade para tal arte ou para tal ciência, enquanto outras permanecem inferiores ou medíocres por toda sua vida?
3º De onde vêm entre uns, as ideias inatas que não existem em outros?
4º De onde vêm, entre certas crianças, esses instintos precoces para os vícios ou para as virtudes, esses sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza que contrastam com o meio em que nasceram?
5º Por que certos homens, abstracção feita da educação, são mais avançados que outros?
6º Por que há selvagens e homens civilizados?
Por que se tomarmos um menino Hotentote, ainda na amamentação, e o educarmos nas escolas mais renomadas, jamais faremos dele um Laplace ou um Newton?
Nós perguntamos: qual é a filosofia ou a teosofia que pode resolver esses problemas?
Ou as almas são iguais ao nascer, ou são desiguais, quanto a isso não há dúvida.
Se são iguais, porque essas aptidões tão diversas? Dirão que isso depende do organismo?
Mas então esta é a Doutrina mais monstruosa e a mais imoral.
O homem não seria mais que uma máquina, um joguete da matéria; não teria mais a responsabilidade de seus actos; poderia tudo atribuir às suas imperfeições físicas.
Se elas são desiguais, foi Deus que as criou assim; mas então porque esta superioridade inata concedida a alguns?
Esta parcialidade estaria conforme a justiça de Deus e ao amor que distribui igualmente entre todas as suas Criaturas?
Admitamos, ao contrário, uma sucessão de existências anteriores progressivas e tudo se explica.
Os homens trazem no nascimento a intuição daquilo que adquiriram; são mais ou menos avançados, segundo o número de existências que têm percorrido; segundo estejam mais ou menos afastados do ponto de partida; absolutamente como em uma reunião de indivíduos de todas as idades, cada um terá um desenvolvimento proporcional ao número de anos que terá vivido; as existências sucessivas serão para a vida da alma, o que os anos são para a vida do corpo.
Reúnam um dia mil indivíduos, de um até oitenta anos; suponham que um véu seja lançado sobre todos os dias precedentes, e que, na sua ignorância, vocês acreditem que todos nasceram no mesmo dia:
vocês naturalmente se perguntarão porque uns são grandes, outros pequenos, uns velhos, outros jovens, uns instruídos e outros ignorantes; mas se levantarem a nuvem que lhes oculta o passado, se souberem que uns viveram mais tempo que os outros, tudo estará explicado.
Deus, na sua justiça não poderia criar almas mais ou menos perfeitas; mas com a pluralidade das existências, a desigualdade que constatamos em nada contraria a mais rigorosa equidade:
é que vemos apenas o presente e não o passado.
Baseia-se esse raciocínio sobre um sistema, uma suposição gratuita?
Não, partimos de um facto patente, incontestável: a desigualdade das aptidões e do desenvolvimento intelectual e moral, e constatamos ser esse facto inexplicável por todas as teorias em curso, enquanto que por uma outra teoria a explicação é simples, natural e lógica.
Seria racional preferir a que não explica em vez daquela que explica?
Com respeito à sexta questão se diria sem dúvida que o Hotentote é uma raça inferior; então perguntaremos se o Hotentote é um homem ou não.
Se for um homem, porque Deus o deserdou, a ele e sua raça, dos privilégios concedidos à raça caucasiana?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:20 am

Se não é um homem, porque procurar torná-lo um cristão?
A Doutrina espírita é mais ampla do que tudo isso:
para ela não há variadas espécies de homens, há apenas homens cujo Espírito é mais ou menos atrasado, mais susceptíveis de progredir; não está isso mais conforme à justiça de Deus?
Acabamos de ver a alma no passado e no presente; se a considerarmos no futuro, encontraremos as mesmas dificuldades:
1º Se somente nossa existência actual deve decidir nosso futuro, qual será, na vida futura, a posição respectiva do selvagem e do homem civilizado?
Estarão no mesmo nível, ou estarão distanciados na quota de felicidade eterna?
2º O homem que tem trabalhado por toda sua vida para se melhorar estará na mesma faixa que aquele que permanece inferior, não por sua culpa, mas porque não tem tido nem o tempo, nem a possibilidade de se melhorar?
3º O homem que fez o mal porque não pôde se esclarecer, é passível por um estado de coisas que não dependeram dele?
4º Trabalha-se para esclarecer os homens, para os civilizar, mas para um que se esclarece há milhões que morrem diariamente antes que a luz tenha vindo até eles; qual é a sorte desses?
Serão tratados como réprobos?
Caso contrário, que fizeram para merecer ficar na mesma situação que os outros?
5º Qual é a sorte, das crianças que morrem bem cedo, antes de haver podido fazer nem o bem nem o mal?
Estarão eles entre os eleitos?
Por que este favor se nada fizeram para o merecer?
Por qual privilégio foram liberados das tribulações da vida?
Haverá uma doutrina que possa resolver essas questões?
Admitam as existências sucessivas e tudo se explica conforme a justiça de Deus.
O que não se pode fazer em uma existência será feito em outra; é assim que ninguém escapa à lei do progresso, que cada um é recompensado segundo seu mérito real, que ninguém está excluído da felicidade suprema à qual podem pretender quaisquer que sejam os obstáculos encontrados em seu caminho.
Essas questões poderiam ser multiplicadas ao infinito, porque os problemas psicológicos e morais, que encontram sua solução apenas na pluralidade das existências, são inumeráveis; nos limitamos aos mais gerais.
Como quer que seja, dir-se-ia talvez, a doutrina da reencarnação nunca foi admitida pela Igreja, pois isso seria a subversão da religião.
Nosso objectivo não é o de tratar esta questão nesse momento, basta-nos haver demonstrado que ela é eminentemente moral e racional!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:20 am

Livro dos Espíritos, páginas 151 a 153.

Ora, o que é moral e racional não pode ser contrário a uma religião que proclama ser Deus a bondade e a razão por excelência.
Que teria sido da religião se, contrariando a opinião universal e o testemunho da ciência, ela tivesse, relutando contra todas as evidências, rejeitado de seu seio qualquer um que não acreditasse no movimento do sol e nos seis dias da criação?
Que mérito e que autoridade teria tido entre as pessoas esclarecidas uma religião fundada sobre erros manifestos impostos como artigos de fé?
Quando foi demonstrada, a Igreja sabiamente se colocou do lado da evidência.
Se estiver provado que certos fatos seriam impossíveis sem a reencarnação, se certos pontos do dogma não podem ser explicados senão por esse meio, é preciso admiti-la e reconhecer que o antagonismo entre esta doutrina e os seus dogmas são apenas aparentes.
Mais adiante mostraremos que a religião está, talvez, menos afastada do que se pensa e que ela não sofreria mais do que sofreu com o movimento da Terra e os períodos geológicos que, à primeira vista, pareciam ser um desmentido aos textos sagrados.
Além disso, o princípio da reencarnação ressalta de várias passagens das Escrituras e se encontra notadamente formulado, de maneira explícita, no Evangelho."
Quando desciam da montanha (após a transfiguração), Jesus fez esta recomendação e lhes disse:
Não falem a ninguém do que vocês acabam de ver, até que o filho do homem esteja ressuscitado dentre os mortos.
Seus discípulos então o interrogaram, e lhe disseram:
Por que então os Escribas dizem que é preciso que primeiro Elias venha?
Mas Jesus lhes respondeu:
É verdade que Elias deve vir e que restabelecerá todas as coisas.
Mas eu lhes declaro que Elias já veio, e sequer o conheceram, mas o fizeram sofrer como quiseram.
É assim que farão morrer o filho do homem.
Então seus discípulos compreenderam que era de João Batista que ele lhes havia falado." São Mateus, cap. XVII.
Pois que João Baptista era Elias, então houve a reencarnação do Espírito ou da alma de Elias no corpo de João Batista.
Qualquer que seja, de resto, a opinião que se faça sobre a reencarnação, quer se a aceite ou não, não nos livraremos de sofrê-la, se não obstante ela existir, contrariamente a todas as crenças; o ponto essencial, é que o ensinamento dos Espíritos é eminentemente cristão; ele se apoia sobre a imortalidade da alma, as penas e recompensas futuras, a justiça de Deus, o livre-arbítrio do homem e a moral do Cristo; então não é anti-religioso.
Temos raciocinado, como dissemos, abstraindo todo ensinamento espírita que, para certas pessoas, não teria autoridade.
Se nós, e outras tantas pessoas, adoptarmos a opinião da pluralidade das existências, não é somente porque nos vem dos Espíritos, é porque nos pareceu a mais lógica, e porque somente ela, resolve questões até então insolúveis.
Se tivesse vindo de um simples mortal nós a teríamos adoptado da mesma forma; e não teríamos hesitado nem um pouco em renunciar às nossas próprias ideias; desde o momento que um erro é demonstrado, o amor próprio tem mais a perder que a ganhar ao se obstinar em uma ideia falsa. Da mesma forma nós a teríamos repelido, ainda que vinda dos Espíritos, se nos tivesse parecido contrária à razão, como temos recusado muitas outras; porque sabemos por experiência que não se deve aceitar cegamente tudo o que vem de sua parte, mais do que o que vem da parte dos homens.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:20 am

Então, o primeiro factor aos nossos olhos é, sobretudo, o de ser lógica; há um outro, o de ser confirmada pelos factos; factos positivos e por assim dizer materiais, que um estudo atento e razoável pode revelar a quem se der o trabalho de observar com paciência e perseverança e em presença dos quais a dúvida não é mais permitida.
Quando esses factos forem vulgarizados como aqueles da formação e do movimento da Terra, necessário será se render à evidência, e os oponentes estarão em débito por sua contradição.
Reconheçamos então, em resumo, que a doutrina da pluralidade das existências explica somente o que, sem ela, é inexplicável; que ela é eminentemente consoladora e conforme à justiça mais rigorosa, e que é para o homem a âncora de salvamento que Deus lhe deu na sua misericórdia.
As palavras mesmas de Jesus não podem deixar dúvida a esse respeito.
Eis aqui o que se lê no Evangelho segundo São João, capítulo III.
3. Jesus respondendo, a Nicodemos, disse:
Em verdade, em verdade eu lhe digo, que se um homem não nascer de novo, ele não poderá ver o reino de Deus.
4. Nicodemos lhe disse: Como um homem pode nascer quando já é velho?
Pode reentrar no ventre de sua mãe e nascer uma segunda vez?
5. Jesus respondeu:
Em verdade, em verdade lhe digo que se um homem não nascer da água e do espírito, ele não pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do espírito é espírito.
Não se espante do que lhe disse:
é preciso que você nasça de novo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:21 am

A RESURREIÇÃO DA CARNE
" Livro dos Espíritos, pág. 470 "

O dogma da ressurreição da carne é a consagração daquele da reencarnação ensinada pelos Espíritos?
Como querem que seja de outra forma?
São palavras como essas e tantas outras, que só parecem desarrazoadas aos olhos de certas pessoas que se prendem à letra, que conduzem à incredulidade; dê-lhes uma interpretação lógica, e aqueles que se chamam de livres pensadores as admitirão sem dificuldade, precisamente pelo que reflectem; porque, não se enganem, o que esses livres pensadores mais desejam é crer; têm como os outros, talvez até mais, a sede do porvir, mas não podem admitir o que é contrariado pela ciência.
A doutrina da pluralidade das existências está de acordo com a justiça de Deus; só ela pode explicar o que sem ela é inexplicável; como querem que esse princípio não esteja na própria religião?
Assim a Igreja, pelo dogma da ressurreição da carne, ensina ela própria a doutrina da reencarnação.
Isso é evidente; aliás, esta doutrina é a consequência de muitas coisas que têm passado desapercebidas e que não tardarão a ser compreendidas nesse sentido; mais um pouco e se reconhecerá o que o espiritismo ressalta a cada passo do texto mesmo das Escrituras sagradas.
Então os Espíritos não vieram subverter a religião, como alguns o pretendem; ao contrário vieram confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis; mas como são chegados os tempos de não empregar mais a linguagem figurada, eles se exprimem sem alegorias, dando aos factos um sentido claro e preciso que não possa estar sujeito a nenhuma falsa interpretação.
Eis porque, dentro de algum tempo, haverá mais pessoas sinceramente religiosas e crentes do que existe no dia de hoje.
A ciência, com efeito, demonstra a impossibilidade da ressurreição segundo a ideia vulgar.
Se os restos do corpo humano permanecessem homogéneos, embora dispersos e reduzidos a pó, se conceberia ainda sua reunião em um tempo dado; mas de nenhuma forma isso se passa assim.
O corpo é formado de elementos diversos:
oxigénio, hidrogénio, nitrogénio etc...
Por sua decomposição, esses elementos se dispersam para servir à formação de novos corpos; de tal maneira que a mesma molécula de carbono, por exemplo, terá entrado na composição de muitos milhares de corpos diferentes (estamos falando apenas de corpos humanos sem computar os dos animais); que tal indivíduo tem talvez em seu corpo moléculas que pertenceram aos homens das primeiras eras; que essas mesmas moléculas orgânicas que vocês absorvem na sua nutrição provêem talvez do corpo de um outro indivíduo que vocês conheceram, e assim por diante.
Tendo a matéria uma quantidade determinada e sendo suas transformações indefinidas, como cada um desses corpos poderia se reconstituir dos mesmos elementos?
Existe aí uma impossibilidade material.
Então não se pode racionalmente admitir a ressurreição da carne senão como uma figura simbolizando o fenómeno da reencarnação, pois nada chocaria mais a razão do que algo que esteja em contradição com os dados da ciência.
É verdade que, segundo o dogma, esta ressurreição não deverá ter lugar senão no fim dos tempos, enquanto que segundo a doutrina espírita, ela tem lugar todos os dias.
Mas nesse quadro do julgamento final não haveria uma grande e bela imagem que, sob o véu da alegoria, oculta uma dessas verdades imutáveis que não terá mais cépticos quando o seu verdadeiro significado for restituído?
Quem quiser meditar bastante a teoria espírita, sobre o futuro das almas e sobre a sorte que se segue às diferentes provas a que elas devem se submeter verá que, com excepção da simultaneidade implícita no juízo final, o julgamento que as condena ou absolve nada tem de ficção, como pensam os incrédulos.
Observemos ainda que ela é uma consequência natural da pluralidade dos mundos, hoje perfeitamente admitida, enquanto que na doutrina do julgamento final, a Terra é tida como único mundo habitado.
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A REENCARNAÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC / M. Henri SAUSSE Empty Re: A REENCARNAÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC / M. Henri SAUSSE

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 29, 2016 8:21 am

METEMPSICOSE
" O Livro dos Espíritos, pág. 301 "

611 : " A origem comum dos seres viventes no princípio inteligente não é a consagração da doutrina da metempsicose? "
" Duas coisas podem ter a mesma origem e mais tarde não se assemelharem absolutamente.
Quem reconheceria a árvore, suas folhas, suas flores e seus frutos no germe informe contido na semente? No momento em que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período de humanidade, não tem mais relação com seu estado primitivo e não tem mais a alma dos animais tanto quanto a árvore não é mais a semente.
No homem não há mais de animal do que o corpo e as paixões que nascem sob a influência do corpo e do instinto de conservação inerente à matéria.
Não se pode então dizer que tal homem seja a encarnação do Espírito de tal animal, e por consequência a metempsicose, tal como é entendida, não é exacta. "
612 : " Poderia o Espírito que animou o corpo de um homem encarnar num animal?
"Isso seria retrogradar e o Espírito não retrograda.
O rio não remonta à sua nascente."
613 : " Por mais errada que seja a ideia ligada à metempsicose, não seria ela o resultado do sentimento intuitivo das diferentes existências do homem? "
" Esse sentimento intuitivo se encontra nessa crença, como em muitas outras; mas como a maior parte dessas ideias intuitivas, o homem a tem desnaturado. "
A metempsicose seria verdadeira se entendêssemos por essa palavra a progressão da alma de um estado inferior a um superior onde adquiriria os desenvolvimentos que transformariam sua natureza; mas é falsa no sentido da transmigração directa do animal no homem e reciprocamente, o que implicaria a ideia de uma retrogradação ou de fusão, ora esta fusão, não podendo ter lugar entre seres corporais de duas espécies, é um indício de que elas estão em graus não assimiláveis e que o mesmo deve acontecer com os Espíritos que os animam.
Se os mesmos Espíritos pudessem animá-los alternadamente, se concluiria daí uma identidade de natureza que se traduziria pela possibilidade da reprodução material.
A reencarnação ensinada pelos Espíritos, ao contrário, está fundamentada sobre a marcha ascendente da natureza e sobre a progressão do homem na sua própria espécie, o que em nada lhe diminui sua dignidade.
O que o rebaixa, é o mau uso das faculdades que Deus lhe deu para seu adiantamento.
Como quer que seja, a antiguidade e a universalidade da doutrina da metempsicose, e os homens eminentes que a propuseram, provam que o princípio da reencarnação tem suas raízes na própria natureza; portanto são antes argumentos em seu favor do que contrários.
O ponto de partida do Espírito é uma dessas questões que se prendem ao princípio das coisas, e são segredo de Deus.
Não é dado ao homem conhecê-las de maneira absoluta, e a esse respeito, apenas pode fazer suposições e construir sistemas mais ou menos prováveis.
Os próprios Espíritos estão longe de tudo conhecer; sobre o que não sabem, podem ter opiniões pessoais mais ou menos sensatas.
É assim, por exemplo, que nem todos pensam da mesma forma no assunto das relações que existem entre o homem e os animais.
Segundo alguns, o Espírito não chega ao período humano senão após se ter elaborado e individualizado nos diferentes graus dos seres inferiores da criação.
Segundo outros, o Espírito do homem teria sempre pertencido à raça humana, sem passar pela fileira animal.
O primeiro desses sistemas tem a vantagem de dar um objectivo ao futuro dos animais que formariam assim os primeiros anéis da cadeia de seres pensantes; o segundo está mais de acordo com a dignidade do homem e pode se resumir como se segue:
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 30, 2016 8:46 am

As diferentes espécies de animais não procedem intelectualmente uns dos outros pelo caminho do progresso; assim o espírito da ostra não se torna sucessivamente o do peixe, do pássaro, do quadrúpede e do quadrúmano; cada espécie é um tipo absoluto, física e moralmente, cada um de seus indivíduos haure na fonte universal a porção do princípio inteligente que lhe for necessária, segundo a perfeição de seus órgãos e o trabalho que deve realizar nos fenómenos da natureza, e que na sua morte devolve à massa.
Os dos mundos mais avançados que o nosso são igualmente raças distintas, apropriadas às necessidades desses mundos e ao grau de adiantamento dos homens dos quais eles são os auxiliares, mas que, espiritualmente falando, não procedem de nenhuma maneira dos da Terra.
Não é da mesma forma com o homem.
Do ponto de vista físico, ele forma evidentemente um elo da cadeia dos seres vivos; mas do ponto de vista moral, entre o animal e o homem, há solução de continuidade; O homem possui sua própria alma ou Espírito, centelha divina que lhe dá o senso moral e um alcance intelectual que falta nos animais; é o ser principal, pré-existente e sobrevivente ao corpo, conservando sua individualidade.
Qual a origem do Espírito?
Onde está seu ponto de partida?
Forma-se do princípio inteligente individualizado?
Este é um mistério que seria inútil tentar penetrar, e sobre o qual, como havíamos dito, não se pode senão construir sistemas.
O que é consolador, o que ressalta imediatamente do raciocínio e da experiência, é a sobrevivência do Espírito, a conservação de sua individualidade após a morte, a progressividade de suas faculdades, seu estado feliz ou infeliz proporcional ao seu avanço no caminho do bem, e todas as verdades morais que são consequência desse princípio.
Quanto às relações misteriosas que existem entre o homem e os animais, isso é, nós o repetimos, o segredo de Deus, como muitas outras coisas, cujo conhecimento actual não importa muito ao nosso adiantamento e com as quais seria inútil nos preocuparmos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 30, 2016 8:47 am

PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
(Livro dos Espíritos página 120, capitulo IV).

Da Reencarnação
166 : " Como a alma que ficou longe de atingir a perfeição durante a vida corporal, pode acabar de se apurar? "
" Submetendo-se à provação de uma nova existência. "
" Como a alma realiza essa nova existência?
Faz isso pela sua transformação como Espírito? "
" A alma em se apurando sofre sem dúvida uma transformação, mas para isso lhe é necessário a provação da vida corporal. "
" A alma passa então por várias existências corporais? "
" Sim, todos nós tivemos várias existências.
Aqueles que lhes dizem o contrário querem mantê-los na ignorância na qual eles mesmos estão; esse é seu desejo."
" Parece resultar desse princípio que a alma, após ter deixado um corpo, toma um outro; dito de outra forma, que ela se reencarna em um novo corpo; é assim que devemos entender? "
" Isso é evidente. "
167 : " Qual é o objectivo da reencarnação? "
" Expiação, melhora progressiva da humanidade; sem isso onde estaria a justiça? "
168 : " O número de existências corporais é limitado, ou o Espírito se reencarna perpetuamente? "
" A cada nova existência, o Espírito dá um passo no caminho do progresso; quando ele tiver se despojado de todas as impurezas, não terá mais necessidade das provações da vida corporal. "
169 : " O número das encarnações é a mesma para todos os Espíritos? "
" Não; aquele que avança rapidamente se poupa das provações.
Todavia essas encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito."
170 : " Que se torna o Espírito após sua última encarnação?"
" Espírito bem-aventurado; ele é puro Espírito. "
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 30, 2016 8:47 am

JUSTIÇA  DA REENCARNAÇÃO
" Livro dos Espíritos, pág. 121 "

171 : " Sobre o que está fundamentado o dogma da reencarnação? "
" Sobre a justiça de Deus e a revelação, porque nós lhes repetimos sem cessar:
Um bom pai deixa sempre aberta aos seus filhos uma porta para o arrependimento.
A razão não lhe diz que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não tem dependido o se melhorar?
Não são filhos de Deus todos os homens?
Apenas entre os homens egoístas se encontram a iniquidade, a raiva implacável e os castigos sem remissão. "
Todos os Espíritos tendem à perfeição, e Deus lhes forneceu como meios as provações da vida corporal; mas na sua justiça, lhes concedeu a realização, em novas existências, daquilo que não puderam fazer ou acabar em uma primeira prova.
Não estaria de acordo com a equidade, nem com a bondade de Deus condenar para sempre aquele que encontrou obstáculos ao seu melhoramento, alheio à sua boa vontade e no próprio meio onde se encontram colocado.
Se a sorte do homem fosse irrevogavelmente fixada após sua morte, Deus não teria, de nenhuma forma, pesado as acções de todos na mesma balança e de maneira alguma os teria tratado com imparcialidade.
A doutrina da reencarnação, quer dizer a que consiste em admitir para o homem várias existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que fazemos da justiça de Deus para com o homem colocados em uma condição moral inferior, a única que pode nos explicar o futuro e assegurar nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatar nossos erros por novas provações.
A razão no-la indica e os Espíritos no-la ensinam.
O homem que tem a consciência de sua inferioridade haure na doutrina da reencarnação uma esperança consoladora.
Se ele crê na justiça de Deus, não pode ser igualado eternamente àqueles que têm feito melhor do que ele.
O pensamento de que esta inferioridade não o deserda para sempre do bem supremo, que poderá conquistar por novos esforços, o sustém e reanima sua coragem.
Quem é que, ao termo de sua carreira, não lamenta o haver adquirido muito tarde uma experiência da qual não pode aproveitar?
Esta experiência tardia não está absolutamente perdida, ele a colocará em proveito em uma nova vida.
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ENCARNAÇÃO NOS DIFERENTES MUNDOS
" Livro dos Espíritos, pág. 122 "

172 : " As nossas diferentes existências corporais se realizam todas na Terra? "
" Não todas, mas em mundos diferentes: as daqui não são nem a primeira nem a última, e são das mais materiais e das mais afastadas da perfeição. "
173 : " A cada nova existência corporal, a alma passa de um mundo ao outro, ou podem se realizar várias sobre o mesmo globo? "
" Ela pode reviver várias vezes sobre o mesmo globo se não estiver bastante avançada para passar para um mundo superior. "
" Assim podemos reaparecer várias vezes sobre a Terra ? "
" Certamente. "
" Podemos voltar a este após haver vivido em outros mundos ? "
" Com certeza; vocês podem já ter vivido algures e sobre a Terra. "
174 : "É uma necessidade reviver sobre a Terra? "
" Não; mas se vocês não avançam, podem ir para um outro mundo que não vale mais, e que pode ser pior. "
175 : " Há alguma vantagem em retornar a habitar sobre a Terra? "
"Nenhuma vantagem em particular, a menos que seja em missão; então se avança, aí como alhures. "
" Não seria mais feliz permanecer como Espírito? "
" Não, não! Seria estacionar, e se quer avançar para Deus. "
176 : " Os Espíritos após terem encarnados em outros mundos, podem vir para este sem que jamais tenham estado aqui? "
" Sim, como vocês nos outros.
Todos os mundos são solidários: o que não se realiza em um se realiza no outro.
" Assim haverá homens que estão sobre a Terra pela primeira vez? "
" Há muitos em diversos graus. "
" Pode-se reconhecer um sinal qualquer quando um Espírito está em sua primeira aparição sobre a Terra? "
" Isso não teria nenhuma utilidade. "
177 : " Para chegar à perfeição e à felicidade suprema que é o objectivo final de todos os homens, o Espírito deve passar pela fieira de todos os mundos que existem no universo? "
" Não, porque há muitos mundos que estão no mesmo grau, e onde o Espírito não aprenderia nada de novo. "
" Como então explicar a pluralidade das existências sobre o mesmo globo? "
"A cada vez ele pode se encontrar em posições bem diferentes, que são para ele outro tanto de ocasiões para adquirir experiência. "
178 : " Os Espíritos podem reviver corporalmente em um mundo relativamente inferior a outro onde já tenham vivido? "
" Sim, quando for para cumprir uma missão, para ajudar ao progresso e então aceitam com alegria as tribulações dessa existência, porque lhes fornecem um meio de avançar. "
" Não pode também ocorrer por expiação, e não pode Deus enviar Espíritos rebeldes para mundos inferiores? "
" Os Espíritos podem, permanecer estacionários, mas não retrogradam, e então sua punição é de não avançar e recomeçar as existências mal empregadas no meio que convier à sua natureza. "
" Quais são os que devem recomeçar a mesma existência? "
" Os que falharam em sua missão ou em suas provações. "
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183 : " Passando de um mundo a outro, o Espírito passa por uma nova infância? "
" Por toda parte a infância é uma transição necessária, mas não é, em toda parte, assim tão estúpida como entre vocês "
184 : " O Espírito tem a escolha do novo mundo em que deve habitar? "
" Nem sempre, mas pode pedi-lo, e pode obtê-lo se tiver mérito; porque os mundos são acessíveis aos Espíritos apenas conforme o seu grau de sua elevação."
" Se um Espírito nada pede, o que determina o mundo onde será encarnado? "
" O grau de sua elevação moral. "
185 : " O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada globo? "
" Não, os mundos também estão submetidos à lei do progresso.
Todos começaram como o de vocês por estarem em um estado inferior, e a Terra mesmo sofrerá uma transformação semelhante; ela se tornará um paraíso terrestre quando os homens tiverem se tornado bons. "
" É assim que as raças que povoam hoje a Terra desaparecerão um dia e serão substituídas por seres cada vez mais perfeitos; essas raças transformadas sucederão a actual, como esta sucedeu a outras ainda mais grosseiras. "
192 : " Pode-se, desde esta vida, por uma conduta perfeita transpor todos os graus, e se tornar um puro Espírito sem passar por outros graus intermediários?"
"Não, porque o que o homem crê perfeito está longe da perfeição; há qualidades que lhe são desconhecidas e que não pode compreender.
Ele pode ser tão perfeito quando comportar sua natureza terrestre, mas essa não é a perfeição absoluta. O Espírito deve avançar em ciência e em moralidade; se progrediu apenas em um sentido, é preciso que progrida no outro para atingir o topo da escala; mas quanto mais o homem avança na sua vida presente, menos longas e penosas serão as provações seguintes."
" O homem pode ao menos se assegurar, desde esta vida, uma existência futura menos cheia de amarguras ? "
" Sim, sem dúvida, pode abreviar a duração e as dificuldades do caminho.
Somente o descuidado se encontra sempre no mesmo ponto. "
193 : " Um homem, nas suas novas existências, pode descer mais baixo do que estava? "
" Como posição social, sim ; como Espírito, não. "
" A alma de um homem perverso pode se tornar a de um homem de bem?
" Sim, se ele está arrependido e isso então é uma recompensa. "
A marcha dos Espíritos é progressiva e jamais retrograda; elevam-se gradualmente na hierarquia, e não descem da categoria onde chegaram.
Nas suas diferentes existências corporais podem descer como homens, mas não como Espíritos.
Assim a alma de um potentado da Terra pode mais tarde animar o corpo de um artesão, e, vice-versa; porque as categorias entre os homens frequentemente estão em razão inversa da elevação dos sentimentos morais.
Herodes era rei, e Jesus carpinteiro.
196 : " Os Espíritos não podendo melhorar senão sofrendo as tribulações da existência corporal, seguir-se-ia que a vida material seria uma espécie de crisol ou de depurador, por onde devem passar todos os seres do mundo espírita para chegar à perfeição? "
" Sim, é bem assim.
Eles se melhoram nessas provas evitando o mal e praticando o bem.
Mas apenas após várias encarnações ou depurações sucessivas, em um tempo mais ou menos longo, segundo seus esforços, é que atingem o objectivo ao qual tendem. "
" É o corpo que influi sobre o Espírito para melhorá-lo, ou o Espírito que influi sobre o corpo? "
" Seu Espírito é tudo.
Seu corpo é apenas uma veste que apodrece, eis tudo "
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