LUZ ESPÍRITA
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A Génese Segundo o Espiritismo (Resumo)

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jun 03, 2012 9:08 am

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1)- Fisiologicamente, existem diferenças entre as raças inexplicáveis simplesmente pela acção do clima, p. ex., a cor negra "provém de um tecido especial subcutâneo, peculiar à espécie".

Assim, têm origem própria as raças negras, mongólicas e caucásicas, tendo nascido em diversas partes do globo, resultando de seu cruzamento as raças mistas secundárias.

2)- Segundo a Génese, Adão teria sido um homem inteligente, tendo seus descendentes logo construído cidades, lavrado a terra e trabalhado metais.
Não é concebível que posteriormente tenham gerado povos atrasados, de rudimentar inteligência, existentes até nossos dias.

3)- Documentos antigos provam que o Egipto, a Índia e outros países como a América "já eram povoados e floresciam, pelo menos, três mil anos antes da era cristã, mil anos, portanto, depois da criação" de Adão.
Seria impossível, em tão pouco tempo, à posteridade um só homem povoar a maior parte da Terra.

4)- Admitindo-se a destruição de todo o género humano com o dilúvio, menos Noé e sua família, então o repovoamento da Terra teria ocorrido à partir dele;
teriam então seus descendentes hebreus povoado em seis séculos todo o Egipto e outros países, o que não seria possível.

Doutrina dos anjos decaídos e da perda do paraíso

Os mundos progridem na proporção do progresso moral de seus habitantes.

Por ocasião da ascensão hierárquica de um mundo, sofre mutação sua população encarnada e desencarnada, quando então os espíritos que perseveram no mal "apesar de sua inteligência e do seu saber" são exilados para mundos menos adiantados, alguns ainda "na infância da barbárie".

Lá, passarão a aplicar sua "inteligência e a intuição dos conhecimentos que adquiriram ao progresso daqueles entre os quais passam a viver".

A intuitiva lembrança que guardam de seu mundo de origem é para eles como um paraíso que perderam por sua própria culpa.
Para os habitantes de seu novo "hábitat" são tidos como anjos decaídos.

A Terra recebeu espíritos exilados de um mundo mais adiantado, embora não despojados de seu orgulho e maus instintos - a raça adâmica - cuja missão foi a de fazer progredir os homens, que se encontravam em estado primitivo de desenvolvimento.

Cristo foi o Salvador prometido por Deus, que lhes ensinou a Lei do Amor e da Caridade, mostrando o caminho para merecerem a "felicidade dos eleitos".

A teoria do "pecado original" implica numa relação entre as almas nascidas no tempo de Adão e no tempo de Cristo, ou seja, espíritos reencarnados - quando então se justifica o envio de um Salvador aos espíritos exilados ao tempo de Adão, ainda manchados de vícios.

O pecado original é, assim, "peculiar a cada indivíduo e não resultado da responsabilidade da falta de outrem a quem jamais conheceu".

A missão do Cristo só é concebível admitindo-se a reencarnação das mesmas almas, esclarecendo-lhes quanto às vidas passadas e quanto ao futuro que as aguarda após despojarem-se de suas imperfeições.

Os espíritos podem estacionar em seu desenvolvimento, mas nunca regredir.

Assim, os espíritos exilados para um mundo inferior, conservam seu desenvolvimento moral e intelectual, apesar do meio onde se encontram.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jun 03, 2012 9:08 am

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Capítulo XII

GÉNESE MOISAICA

Os seis dias


Comparando a teoria da constituição do Universo baseada em dados da Ciência e do Espiritismo com o texto da Génese de Moisés, pode-se observar que:

1)- Existe em alguns pontos notável concordância com a doutrina científica, sendo entretanto arbitrário o número de seis períodos geológicos, pois, conhece-se pelo menos 25 formações caracterizadas pela Geologia e referentes às grandes fases gerais, além do facto de que muitos geólogos consideram o período diluviano um fato transitório e passageiro, encontrando-se as espécies vegetais antes como depois do dilúvio;

2)- Quanto à criação do Sol e os astros em geral, objecto da Astronomia, ter-se-ia que considerar um primeiro período, o período astronómico;

3)- Considerando-se o período astronómico como sendo o primeiro dia da criação, período primário
= 2º dia, período de transição
= 3º dia, período secundário
= 4º dia, período terciário
= 5º dia, período quaternário ou pós-diluviano
= 6º dia, verifica-se que:

1. não há concordância rigorosa entre a Gênese mosaica e a Ciência;

2. notável concordância na sucessão dos seres orgânicos, quase a mesma, com o aparecimento do homem, por último;

3. concordância no surgimento dos animais terrestres no período terciário quando "as águas que estão debaixo do céu se reuniram num só lugar e apareceu o elemento árido", ou seja, quando por elevações da crosta surgiram os continentes e os mares;

4. Moisés queria significar dias de 24 horas quando descreveu a criação.
Tal crença vigorou até que a Geologia lhe demonstrou a impossibilidade;

5. Há um anacronismo na criação das plantas e do Sol, pois, é evidente que as plantas não teriam podido viver sem o calor solar;

6. Houve acerto na afirmação de que o "a luz precedeu o Sol", pois, o Sol é uma concentração em um ponto do "fluído que, em dadas circunstâncias, adquire as propriedades luminosas".
Esse fluído é causa e precede o Sol que é efeito.

O Sol é causa "relativamente à luz que dele se irradia;
é efeito com relação à que recebeu".

O erro estava na idéia de que a Terra houvera sido criada antes do Sol.

7. Moisés esposava a antiga crença de que a abóbada celeste era sólida e fora criada para separar as "águas de cima das que estavam sobre a Terra".
A Física e a Astronomia provaram ser insustentável tal doutrina.

8. A criação do homem através "do limo da terra" tem seu acerto no sentido de que o corpo do homem deriva dos elementos inorgânicos, enquanto que a formação da mulher através de uma costela deve ser entendida como alegoria, mostrando a identidade de natureza perante o homem e perante Deus;

A Génese bíblica não deve ser simplesmente rejeitada e sim estudada como sendo "a história da infância dos povos".
Em suas alegorias há muitos ensinamentos velados cujo sentido oculto deve ser pesquisado;
por outro lado devem ser submetidos à razão e à Ciência, apontando-se-lhes os erros.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jun 03, 2012 9:08 am

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Perda do paraíso

Assim como a fábula de Saturno, "que devorava pedras, tomando-as por seus filhos", significa:
Saturno a personificação do tempo;
seus filhos: todas as coisas mesmo as mais duras,que acabam destruídas pelo tempo, com excepção de Júpiter, "símbolo da inteligência superior, do princípio espiritual, que é indestrutível", também na Génese grandes verdades morais se encontram por traz de suas alegorias.

Desta forma deve ser entendido que:

1)- Adão personifica a Humanidade;
sua falta: a fraqueza do homem (dominado pelos instintos materiais);
a árvore da vida: emblema da vida espiritual;

árvore da Ciência: emblema da consciência (do bem e do mal);
o fruto da árvore: o objecto dos desejos materiais do homem (comer o fruto é sucumbir à tentação);
jardim das delícias: a sedução (no seio dos prazeres materiais);

a morte: aviso das consequências (físicas e morais);
a serpente: a perfídia dos maus conselhos, significando também encantador, adivinho (o Espírito de adivinhação teria seduzido a mulher para conhecer, compreender as coisas ocultas);

o passeio de Deus pelo jardim: a Divindade a vigiar o objecto de sua criação;
a falta de Adão: infracção da lei de Deus;
a vergonha de Adão e Eva ante o olhar divino: confusão do culpado na presença do ofendido;

o suor no rosto para conseguir sua alimentação: o trabalho neste mundo.
(Admitindo-se que a raça adâmica tenha sido exilada, por punição, de um planeta mais adiantado onde o "trabalho do espírito substituía o do corpo", pode-se compreender que a vida em nosso planeta, onde para a mulher o parto ocorre com dor e o trabalho é corporal, lhes representava a perda do paraíso);

o anjo com a espada flamejante: impossibilidade de penetrar nos mundos superiores (até merecimento pela depuração do espírito).

Com relação ao episódio do assassinato de Abel por Caim, em que este foi estabelecer-se a leste do Éden e passou a construir uma cidade, teve mulher e filho, conclui-se de sua impossibilidade se realmente só existissem somente seus pais e ele próprio.

Assim "Adão não é nem o primeiro, nem o único pai do género humano".

Através dos conhecimentos trazidos pelo Espiritismo quanto às relações do princípio material e espiritual, natureza da alma criada simples e ignorante, sua união com o corpo, sua marcha na escala do progresso através de reencarnações e através dos mundos, libertação gradual da influência da matéria pelo uso do livre-arbítrio, da causa de seus bons e maus pendores, nascimento e morte, estado na erraticidade e da felicidade futura após perseverança no bem, pode-se entender todas as partes da Génese espiritual.

Sabe então o homem de onde vem, por que está na Terra, para onde vai.
Seu cativeiro neste mundo somente dele depende.
Compreende então a majestade, bondade e justiça do Criador.

(Publicado no Boletim GEAE Número 432 de 18 de março de 2002)

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 04, 2012 9:18 am

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- Parte 9

Capítulo XIII


CARACTERES DO MILAGRE

Os milagres no sentido teológico


Etimologicamente milagre significa: admirável, coisa extraordinária, surpreendente.
"Um acto do poder divino contrário às leis da Natureza, conhecidas".

Para a religião, o milagre tem origem sobrenatural, é inexplicável, insólito, isolado, excepcional.

Se uma pessoa estiver aparentemente morta, com vitalidade latente e a Ciência ou uma acção magnética conseguir reanimá-la, para o leigo ocorre um milagre, mas para pessoas esclarecidas dá-se um fenómeno natural.

Muitos fenómenos foram levados a categoria de milagres até que a Ciência revelou novas leis, restringindo assim "o círculo do maravilhoso", que não mais podendo se firmar no domínio da materialidade, refugiou-se no da espiritualidade.

O Espiritismo ao demonstrar que "o elemento espiritual é uma das forças vivas da Natureza" actuando sobre o elemento material, estando também sujeito a leis, faz com que o maravilhoso deixe de ter razão de ser.

Pode-se então dizer "que passou o tempo dos milagres".

O Espiritismo não faz milagres

Sendo o Espírito a alma sobrevivente à morte do corpo, sua existência é perfeitamente natural, durante ou após a encarnação.
Como o princípio espiritual e material "reagem incessantemente um sobre o outro", formando um conjunto harmonioso, representam duas partes de um todo, "tão natural uma quanto a outra".

Tanto encarnado como desencarnado o Espírito actua sobre a matéria através do perispírito.

Quando desencarnado utiliza-se de um intermediário para sua manifestação:
o médium, assim como um intérprete para quem não conhecesse determinada língua.

Tal manifestação está sujeita a leis, tanto quanto os fenómenos eléctricos, luminosos, acústicos, etc. que, enquanto não explicados pela Ciência deram origem a inúmeras crenças supersticiosas.

Um efeito físico como o de uma mesa que se ergue e é mantida no espaço sem ponto de apoio é explicável pela acção de um fluído magnético submetido à acção de um Espírito, tanto quanto o gás hidrogénio contrabalança o peso de um balão que se eleva no ar.

Como os fenómenos espíritas sempre existiram através dos tempos, entraram no domínio do sobrenatural, gerando crenças supersticiosas;
explicados racionalmente, passaram ao domínio do natural.

Actua o Espiritismo no campo da espiritualidade, demonstra o que é possível como também o que não é, deixando entretanto margem aos conhecimentos reservados ao futuro.

Analisando as manifestações da alma encarnada ou desencarnada (espírito), em que revela sua existência, sobrevivência e individualidade, chega o Espiritismo ao conhecimento da natureza e atributos da alma, bem como das "leis que regem o princípio espiritual", de modo científico, evidenciando no entanto aqueles acontecimentos tidos como fenómenos sobrenaturais, resultantes da imaginação de fanáticos ignorantes ou ainda produzidos pelo charlatanismo.

A característica dos fenómenos espíritas é de serem a maioria das vezes espontâneos e independentes das ideias das pessoas envolvidas.

Alguns podem, em dadas circunstâncias, ser provocados por médiuns conscientes ou inconscientes, revestindo-se portanto de capital importância os fenómenos espontâneos, como p. ex., o sonambulismo natural e involuntário, "visto não se poder suspeitar da boa- fé dos que os obtém".

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 04, 2012 9:19 am

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Faz Deus milagres?

"Não sendo necessários os milagres para a glorificação de Deus, nada no Universo se produz fora do âmbito das leis gerais.
Deus não faz milagres, porque, sendo, como são, perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las".


Se realmente existisse o Espírito do mal (Satanás) com o poder de "sustar o curso das leis naturais" para seduzir os homens, então Deus não seria Omnipotente e lhe faltaria a soberana bondade.

Todos os factos tidos por miraculosos são efeitos naturais causados por espíritos desencarnados ou encarnados, no uso de sua inteligência e conhecimentos adquiridos, para o bem ou para o mal, cfe. sejam bons ou perversos.

Assim o demonstra o Espiritismo, explicando os fenómenos no campo do magnetismo, sonambulismo, êxtases, visões e aparições, percepções a distância, curas instantâneas, levitações, comunicações com o mundo invisível.

O sobrenatural e as religiões

As religiões não podem ter como fundamento o sobrenatural, sob pena de verem minadas totalmente suas bases à medida em que factos tidos como miraculosos recebem explicação racional, levando-os do maravilhoso para o domínio do natural.

Deve o maravilhoso ser substituído pelo princípio espiritual, "sem o qual não há religião possível".

As bases sobre as quais se assenta o Espiritismo são as imutáveis leis de Deus, às quais obedecem os princípios espiritual e material.

Em lugar de fazer-se acreditar em "pedras que suam sangue", "estátuas que piscam os olhos e derramam lágrimas" o poder de Deus deve ser mostrado na infinita sabedoria que a tudo preside, na organização dos fenómenos da Natureza, na bondade e solicitude dispensada igualmente a todos, na sua previdência , no bem constatado após um mal aparente e temporário.

O mal é obra do homem e não de Deus.

Em vez de levar susto com as penas eternas, devem as religiões evidenciar a bondade divina, transmitindo a certeza de que se pode redimir e reparar o mal praticado.

As descobertas da Ciência representam a revelação das leis divinas.
Só assim serão os homens "verdadeiramente religiosos, racionalmente religiosos".

(Publicado no Boletim GEAE Número 434 de 2 de abril de 2002)

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 04, 2012 9:19 am

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- Parte 10

Capítulo XIV


OS FLUIDOS

I - Natureza e propriedades dos fluídos: elementos fluídicos

Os fenómenos materiais tidos vulgarmente como milagrosos, foram explicados pela Ciência, tendo em vista as leis que regem a matéria.
Quanto aos fenómenos "em que prepondera o elemento espiritual" não explicáveis unicamente pelas leis da Natureza, encontram explicação nas "leis que regem a vida espiritual".

O fluído cósmico universal assume dois estados distintos:
o de imponderabilidade - seu estado normal (eterização), passando ao de ponderabilidade que preside aos fenómenos materiais, de alçada da Ciência;

no estado de eterização situam-se os fenómenos espirituais ou psíquicos, ligados à existência dos Espíritos, estudados pelo Espiritismo.

Neste estado, os fluídos sofrem maior número de modificações, adquirindo propriedades especiais, sendo para os Espíritos o que para nós são as substâncias materiais:
elaboram, combinam, produzindo os efeitos desejados.

Tais modificações são feitas por Espíritos mais esclarecidos, enquanto que os ignorantes, mesmo participando do fenómeno, são incapazes de entendê-las.

Nossos sentidos e instrumentos de análise não podem perceber os elementos fluídicos;
alguns fluídos, entretanto, pela sua ligação com a vida corporal, podem ser avaliados pelos seus efeitos:
são fluídos mais densos que compõem a atmosfera espiritual da Terra.

Possuem vários graus de pureza, sendo desse meio que os espíritos deste planeta, encarnados e desencarnados, tiram os elementos necessários à manutenção de sua existência.

Em outros mundos ocorre o mesmo, com as devidas variações de constituição e condições de vitalidade de cada um.

Os fluídos espirituais na verdade são "matéria mais ou menos quintessenciada";
somente a alma ou princípio inteligente é espiritual.

Assim os fluídos espirituais são "a matéria do mundo espiritual".

Quanto à solidificação da matéria, na realidade "não é mais do que um estado transitório do fluído universal, que pode volver ao seu estado primitivo, quando deixam de existir as condições de coesão".

Formação e propriedades do perispírito

Originado da condensação do fluído cósmico, o perispírito - corpo do espírito envolve a alma, conservando sua "imponderabilidade e suas qualidades etéreas".
Assim, tanto o perispírito como o corpo físico originam-se do mesmo elemento primitivo, formados dos fluídos próprios ao mundo em que vivem;
"são matéria, ainda que em dois estados diferentes".

Ao emigrar para outro planeta o espírito deixa seu envoltório fluídico, para formar "outro apropriado ao mundo onde vai habitar".

Muitos Espíritos inferiores possuem perispíritos tão grosseiros, de tal modo que, mesmo após o desencarne, julgam-se vivos, continuando suas ocupações terrenas.

Outros, menos materializados, não conseguem alçar-se "acima das regiões terrestres".

Quanto aos Espíritos superiores, podem comunicar-se com mundos materializados como a Terra ou mesmo encarnar em missão, compondo seu perispírito e (ou) corpo à partir dos fluídos deste planeta.

Os fluídos espirituais que envolvem a Terra constituem-se em camadas inferiores mais pesadas, tornando-se mais puras nas faixas mais superiores.

Sendo heterogéneas, compõe-se de moléculas elementares alteradas e outras de diversas qualidades, de onde formam seus perispíritos os espíritos que aqui vivem.
Entretanto, cfe. seja o espírito mais ou menos depurado, "seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluído peculiar ao mundo onde ele encarna".

Assim, a constituição íntima de cada perispírito varia cfe. o progresso moral realizado em cada encarnação. Um espírito superior encarnado em missão possui o perispírito menos grosseiro que o de um indígena deste mundo.

Quanto ao corpo carnal, é formado dos mesmos elementos, independendo da inferioridade ou superioridade do Espírito.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jun 05, 2012 8:49 am

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"O fluído etéreo está para as necessidades do Espírito, como a atmosfera para as dos encarnados".

Assim como os animais terrestres não sobrevivem em uma atmosfera rarefeita, os Espíritos inferiores não podem suportar o brilho dos fluídos mais etéreos.

Somente após depurarem-se, transformando-se moralmente, despojando-se dos instintos materiais, gradualmente se adaptam a um meio mais depurado.

Existe, portanto, um encadeamento, uma interligação de tudo que existe no Universo, submetido "à grande e harmoniosa lei de unidade, desde a mais compacta materialidade, até a mais pura espiritualidade".

Acção dos Espíritos sobre os fluídos - Criações fluídicas - Fotografia do pensamento.

Os fluídos espirituais constituem-se nos materiais utilizados pelos Espíritos, o meio onde ocorrem os fenómenos especiais bem como onde se forma a luz perceptíveis no plano espiritual, como também é o veículo do pensamento.

Através do pensamento imprimem direcção, aglomeram, combinam ou dispersam, dando forma e cor, mudam as propriedades dos fluídos, de acordo com leis específicas.

Tais transformações podem ocorrer pela vontade como também resultar de um pensamento inconsciente.

Para o Espírito, basta que pense em algo para que se produza.
Pode, pois, tornar-se visível a um médium, mostrando a aparência de qualquer encarnação em que fixe seu pensamento, com todas as características e particularidades.

Pode criar fluidicamente objectos com duração efémera (idêntica à do pensamento que os criou) que, para ele "são tão reais como o eram, no estado material, para o homem vivo".

O pensamento "actua sobre os fluídos como o som sobre o ar";
criando imagens fluídicas reflecte-se no perispírito como num espelho, encorpa-se e se fotografa.

Assim, os mais secretos movimentos da alma repercutem no perispírito, permitindo a que leiam uns aos outros como num livro.

Vêem a "preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projectos, seus desígnios bons ou maus".

Qualidades dos fluídos

Assim como "os maus pensamentos corrompem os fluídos espirituais", sendo portanto viciados os fluídos que envolvem os Espíritos maus, os fluídos que envolvem e são emitidos pelos bons Espíritos são puros na medida de sua perfeição moral.

Os fluídos modificam-se cfe. os eflúvios do meio em que agem, adquirindo qualidades temporárias ou permanentes.

Recebem denominação cfe. suas propriedades, efeitos e tipos originais.
O perispírito dos seres encarnados irradia ao redor do corpo e o envolve com uma atmosfera fluídica.

"Desempenha preponderante papel no organismo".

Ao expandir-se, o perispírito se relaciona com os Espíritos livres e com os encarnados.
O pensamento se transmite através dos fluídos, de Espírito a Espírito, e, "cfe. seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluídos ambientes".

O perispírito "recebe de modo directo e permanente a impressão de seus pensamentos", guardando suas qualidades boas ou más.

Enquanto o Espírito não se modificar, seu perispírito conserva-se impregnado daqueles fluídos viciados que acabarão por reagir sobre o corpo ocasionando desordens físicas, ou seja, várias enfermidades.

Em uma reunião ocorre o mesmo que numa orquestra:
pensamentos bons produzem salutares eflúvios fluídicos tornando agradável o ambiente, como as harmoniosas notas emitidas por uma orquestra afinada.

Por outro lado, pensamentos maus, mesmo que não se externem, viciam os fluídos causando ansiedade, mal-estar, assim como uma nota desafinada.

Nas reuniões homogéneas e simpáticas o homem "recupera as perdas fluídicas que sofre todos os dias pela irradiação do pensamento".
Assim "um pensamento bondoso traz consigo fluídos reparadores que actuam sobre o físico, tanto quanto sobre o moral".

Para evitar, portanto, a influência dos maus espíritos, o meio é simples:
à invasão dos maus fluídos, deve-se opor fluídos bons com a emissão de bons pensamentos, repelindo assim as más influências.

Reflectindo o perispírito as qualidades da alma, ao melhorá-la criamos como uma couraça que afasta os maus Espíritos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jun 05, 2012 8:50 am

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II - Explicação de alguns fenómenos considerados sobrenaturais:
Vista espiritual ou psíquica.
Dupla vista. Sonambulismo. Sonhos.


Representando o perispírito a ligação entre a vida corpórea e a espiritual, permite o relacionamento com os desencarnados e opera no homem os fenómenos tidos como sobrenaturais.

A vista espiritual, dupla vista ou ainda vista psíquica tem como causa as irradiações do perispírito, na função de órgão sensitivo do Espírito, assim como os sentidos do corpo nos dão a percepção das coisas materiais.

É a alma que vê independentemente dos olhos do corpo.

Durante o sono o Espírito vive uma vida espiritual, quando então ocorre a emancipação da alma, podendo deslocar-se a pontos distantes da Terra, ligado ao corpo pelo laço fluídico;
"confabula com os amigos e outros Espíritos, livres ou encarnados também".

Ao despertar, às vezes conserva uma lembrança de suas peregrinações, que constitui o sonho.

Guarda algumas vezes intuições que lhe sugerem novos pensamentos, auxiliando na resolução de problemas que lhe pareciam insolúveis.

Fenómenos como o sonambulismo natural e magnético, catalepsia, letargia, êxtase, etc, sendo também "manifestações da vida espiritual", explicam-se igualmente desta maneira.

O mundo espiritual é "iluminado pela luz espiritual, que tem seus efeitos próprios", "tem o seu foco em toda a parte", não havendo obstáculos à visão espiritual em razão da distância, nem pela opacidade da matéria, inexistindo para ela a obscuridade.

Então a alma, envolta no seu perispírito, "tem consigo o seu princípio luminoso", e desenvolve seu alcance à medida da desmaterialização do Espírito.

A vista espiritual nos espíritos encarnados manifesta-se através da segunda vista, em vários níveis, "tanto no sonambulismo natural ou magnético, quanto no estado de vigília".

Com maior ou menor lucidez, permite a certas pessoas ver órgãos doentes e descrever a causa das enfermidades.

Manifestando-se de modo imperfeito nos encarnados, a segunda vista pode permitir percepções mais ou menos exactas devido ao estado moral do indivíduo, tais como:

1. Factos reais ocorridos a grande distância, descrição detalhada de uma localidade, causas e remédios para uma enfermidade;
2. Presença dos Espíritos;
3. Imagens fantásticas criadas pela imaginação (criações fluídicas do pensamento), das quais guardam lembrança ao sair do êxtase, dando-lhes a ilusão de confirmarem-se-lhes as crenças de existência do inferno ou paraíso.

Durante os sonhos podem ocorrer as três situações acima, incluindo-se as duas primeiras na categoria de previsões, pressentimentos e avisos, e a última explicando imagens fantásticas, que parecem reais ao Espírito, ao ponto de já ter até causado embranquecimento dos cabelos.

São provocadas por exaltação das crenças, fortes lembranças, gostos, desejos, paixões, remorsos, preocupações, necessidades do corpo, disfunção orgânica, ou mesmo por outros Espíritos.

Catalepsia - Ressurreições

O corpo e o perispírito são insensíveis, transmitindo as sensações ao "centro sensitivo, que é o Espírito", o qual as recebe como um choque eléctrico.
Pode haver interrupção causada por lesões corporais ou em virtude de momentânea emancipação da alma (sobre-excitação, preocupação, febril actividade, assim se explicando por que um soldado no ardor da batalha, não percebe ter sido ferido).

Em alguns fenómenos de sonambulismo, letargia e catalepsia, ocorre idêntico efeito, embora mais pronunciado, como também nos convulsionários e mártires em que há total insensibilidade.

A paralisia, ao contrário, tem causa nos próprios nervos, que "se tornam inaptos á circulação fluídica".

Nos casos de coma, em que o Espírito se acha ligado apenas por alguns pontos ao corpo, podendo inclusive iniciar-se a decomposição parcial, existe ainda vida, que poderá voltar a manifestar-se pela própria vontade ou por um influxo fluídico estranho.

Assim se explicam alguns prolongamentos de vida e mesmo supostas ressurreições.

Ocorrendo no entanto total desprendimento do perispírito, ou degradação irreversível dos órgãos corporais, "impossível se torna o regresso à vida".

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Curas

Tendo o perispírito e o corpo como origem comum o fluído universal, pode o primeiro "fornecer princípios reparadores ao corpo" desde que um Espírito encarnado ou desencarnado, pela sua vontade, inocule "num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico", substituindo cada molécula doente por uma saudável.

A cura depende também da intenção e energia da vontade, "que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluído".

Uma fonte impura, entretanto, funciona como um medicamento alterado.

Os efeitos da acção fluídica podem ser lentos ou rápidos.

Certas pessoas podem operar curas instantâneas, por imposição das mãos ou mesmo só por sua vontade;
pessoas com tal poder em seu máximo grau são raras.

A acção fluídica depende então da qualidade dos fluídos como também de circunstâncias especiais.

Pode a acção magnética ser produzida pelo próprio magnetizador, dependendo de sua força e qualidade (magnetismo humano), pelo fluído dos Espíritos (magnetismo espiritual), produzindo directamente e sem intermediário:
curas, sono sonambúlico espontâneo, influência física ou moral qualquer.

Podem também os Espíritos combinar seus fluídos com os de um magnetizador, imprimindo-lhes qualidades especiais;
produz-se assim um magnetismo semi-espiritual, servindo o magnetizador de veículo para aplicação desses fluídos.

Aparições - Transfigurações

Assim como um vapor rarefeito e invisível pode se tornar visível pela condensação, o perispírito pode tornar-se momentaneamente visível pela vontade do Espírito, que o faz "passar por uma modificação molecular", produzindo o fenómeno das aparições, que podem apresentar-se mais ou menos vaporosas, como também podem chegar à tangibilidade;
se o desejar, pode o Espírito apresentar-se com "todos os sinais exteriores que tinha quando vivo".

Quando tangível existe somente a aparência do corpo carnal;
ao desagregarem-se as moléculas fluídicas, instantaneamente desaparecem ou se evaporam.

Conhece-se várias aparições de agéneres, que se apresentam como pessoas estranhas com linguagem sentenciosa inspirando surpresa e temor;
passam algum tempo entre os humanos e depois desaparecem.

Espíritos encarnados, em momentos de liberdade, também podem aparecer, em local diverso do corpo, sendo reconhecidos, fenómeno "que deu lugar à crença nos homens duplos".

As aparições são percebidas pelos encarnados através da vista espiritual, podendo o Espírito tornar-se visível ou mesmo tangível para algumas pessoas, enquanto outras não o conseguem ver e muito menos tocar.

Faltam às aparições as propriedades comuns da matéria, pois, se as tivessem, seriam percebidas pelos olhos do corpo.

As transfigurações, por outro lado, resultam "de uma transformação fluídica" que se produz sobre o corpo vivo tornando-se visível para todos os assistentes pelos olhos do corpo.

Resultam da irradiação do perispírito em torno do corpo carnal, envolvendo-o com uma camada fluídica e o tornando mais ou menos apagado;
vistos através dessa camada, os traços da pessoa podem aparecer totalmente modificados e com outra expressão.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jun 06, 2012 9:33 am

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Manifestações físicas - Mediunidade

O perispírito é o meio pelo qual o Espírito quando encarnado actua sobre o corpo, como também o é, quando desencarnado, para manifestar-se.

Envolvendo e penetrando um objecto com seu fluído perispirítico, produzindo uma espécie de atmosfera fluídica, pode produzir fenómenos de tiptologia, mesas girantes, levitação, etc.

Ao envolver um médium com seu eflúvio fluídico, faz com que escreva, fale, desenhe.
Representam então, tanto o médium como os objectos de que se utiliza, os instrumentos de manifestação do Espírito.

Para o Espírito não há dificuldade em erguer no ar uma pessoa ou uma mesa, tomar um objecto e lançá-lo longe.
Produz ruídos dirigindo um jacto de fluído sobre o objecto, causando o efeito de um choque eléctrico.

Há médiuns que possuem a aptidão de escrever em língua estranha, explanar ou escrever sobre assuntos acima de sua instrução, sendo alguns até analfabetos, compõem poesias e músicas, desenham, pintam, esculpem, utilizam a grafia e assinatura do Espírito comunicante.

Agem os Espíritos sobre eles como se a uma criança se guiasse a mão fazendo com que executasse a tarefa que desejássemos.

Entretanto quando possui o médium na mente os conhecimentos à respeito do que pretende o Espírito executar, torna-se o trabalho mais fácil e rápido.

Tais conhecimentos podem ter sido adquiridos pelo médium em encarnações anteriores.

Obsessões e possessões

A acção malfazeja dos maus Espíritos é uma constante na Humanidade "em consequência da inferioridade moral de seus habitantes".

A acção persistente de um Espírito mau sobre uma pessoa, constrangendo-a a agir contra sua vontade, acção esta que pode ser perceptível ou não, influenciando moral ou fisicamente, ou então a obstinação em manifestar-se através de um médium tornando-o exclusivo, constitui-se na obsessão.

Decorre sempre de uma imperfeição moral do obsidiado.
Contra seus efeitos deve-se contrapor uma força moral com o fortalecimento da alma através do trabalho na melhoria íntima.

Representam as obsessões quase sempre uma vingança com origem em encarnação anterior.
Nos casos graves o obsessor envolve sua vítima com um "fluído pernicioso, que neutraliza a acção dos fluídos salutares e os repele".

Juntamente com a aplicação de passes no obsidiado é necessário que se actue com superioridade moral sobre o obsessor, levando-o a "renunciar aos seus maus desígnios".

A vontade e a prece por parte do obsidiado concorrem efectivamente para que mais rapidamente seja libertado da obsessão.

Quando porém se ilude com as qualidades de seu obsessor e se compraz no erro a que é levado, resulta em estado de fascinação, "infinitamente mais rebelde sempre, do que a mais violenta subjugação".

A prece é o "mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor".

Na possessão o Espírito actuante toma temporariamente o corpo por consentimento do encarnado, falando por sua boca, vendo por seus olhos, movimentando-se como se vivo estivesse, imprimindo-lhe sua voz, linguagem, maneiras e até expressão fisionómica.

Pode se tratar de um espírito bom que deseja se comunicar de forma mais expressiva, não causando qualquer perturbação ou incómodo.

Entretanto, se for um Espírito mau e se o encarnado não possuir força moral, será martirizado, podendo inclusive o possessor tentar exterminá-lo.

Blasfema, maltrata as pessoas que o cercam, mostrando-se louco furioso.
Tanto a obsessão como a possessão ocorrem, na maior parte dos casos, individualmente.

Pode no entanto "uma revoada de maus Espíritos" invadir uma localidade atacando muitos indivíduos ao mesmo tempo, em carácter epidémico.

Mostrando a causa das misérias humanas, o Espiritismo "indica o remédio a ser aplicado:
actuar sobre o autor do mal que, sendo um ser inteligente, deve ser tratado por meio da inteligência".


(Publicado no Boletim GEAE Número 435 de 16 de abril de 2002)

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jun 06, 2012 9:34 am

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- Parte 11

Capítulo XV


OS MILAGRES DO EVANGELHO

Superioridade da natureza de Jesus


Jesus foi um mensageiro directo do Criador, um Messias divino;
suas virtudes situavam-se em nível muito acima das possibilidades da humanidade terrestre;
não estava sujeito às fraquezas do corpo, pois o dominava completamente;
seu perispírito era
"tirado da parte mais quintessenciada dos fluídos terrestres".

Tratava-se de um Espírito Superior, desprendido da matéria e sua alma devia ligar-se ao corpo "senão pelos laços estritamente indispensáveis";
possuía dupla vista, que devia ser permanente e de excepcional penetração.


A pureza de seus fluídos perispirituais lhe "conferia imensa força magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem".

Jesus não foi um poderoso médium curador, pois, pela sua superioridade, agia por si mesmo;
poderia ser considerado médium de Deus.

Sonhos

Durante o sono, a alma penetra momentaneamente no mundo espiritual, entrando em contacto com os Espíritos afins, encarnados e desencarnados.

Nessas ocasiões, os Espíritos Protectores lhe transmitem conselhos mais directos, dos quais muitas vezes guarda lembrança ao despertar.
Nem todos os sonhos, entretanto, representam avisos da Espiritualidade.

"Cumpre se inclua entre as crenças supersticiosas e absurdas a arte de interpretar os sonhos".

Estrela dos magos

A descrição de S. Mateus não é passível de verificação.
Não poderia tratar-se de uma estrela, podendo, entretanto, ter sido a aparição de um Espírito sob forma luminosa, ou a transformação de "uma parte do seu fluído perispirítico em foco luminoso".

Dupla vista

Possuía Jesus a faculdade da vista espiritual em grau elevado e as narrações evangélicas atestam várias passagens em que demonstrava conhecer os pensamentos das pessoas, através das "irradiações fluídicas desses pensamentos", reflectidas como num espelho em seus perispíritos.

Esta faculdade permitiu ao Mestre indicar o local exacto em que Simão deveria lançar suas redes para enchê-las de peixes, no episódio da pesca tida por milagrosa.

Conhecia as disposições íntimas de Pedro, André, Tiago, João e Mateus, quando os chamou e imediatamente o acompanharam.
Previu a traição de Judas e adiantou a Pedro que por três vezes o negaria.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jun 06, 2012 9:34 am

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Curas

1. Perda de sangue:

- Na passagem em que uma mulher é curada de hemorragia, doença de que era vítima há muitos anos, após tocar nas vestes de Jesus, sem que houvesse deste um acto de vontade, como imposição das mãos ou magnetização, ocorreu "a irradiação fluídica normal para realizar a cura".

O fluído terapêutico deve ser dirigido à matéria orgânica a fim de repará-la.
Pode ocorrer pela vontade do curador ou ser "atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra, pela fé do doente".

A fé a que Jesus se referia era a força atractiva desenvolvida pela doente que lhe permitiu a cura.
A falta de fé "opõe à corrente fluídica uma força repulsiva" que lhe paralisa a acção.

Por esta razão, pode acontecer que de dois doentes que tenham a mesma enfermidade, somente um venha a ser curado.

2. Cego de Betsaida:

- Procedeu Jesus a duas aplicações nos olhos do cego, que gradualmente recuperou a visão, evidenciando-se o efeito magnético, com recuperação "gradual e consequente a uma acção prolongada e reiterada, se bem que mais rápida do que na magnetização ordinária".

3. Paralítico:

- No caso da cura do paralítico de Cafarnaum, em que o Mestre lhe disse:
"Meu filho, tem confiança; perdoados te são os teus pecados" entende-se que aquela doença representava expiação de males praticados em existências anteriores.
Equivalia a Jesus dizer-lhe:
"Pagaste tua dívida; a fé que agora possuis elidiu a causa de tua enfermidade".

4. Os dez leprosos:

- Quando Jesus curou dez leprosos próximo a Galileia e somente um deles - um samaritano - retornou para agradecer a Deus a graça recebida, deu uma lição e um exemplo de tolerância, pois curou indistintamente judeus como também samaritanos que eram desprezados pelos primeiros.

O samaritano demonstrou sua fé e reconhecimento vindos do âmago do coração, enquanto que os demais demonstraram ingratidão e a dureza de seus corações, sendo de se supor que não tenham se beneficiado da graça concedida, retornando-lhes os seus males.

5. Mão seca:

- Os fariseus observavam se Jesus curaria um doente em dia de sábado, a fim de o acusarem.
Ordenando ao doente se dirigisse ao centro do templo, perguntou aos fariseus se era permitido naquele dia "fazer o bem ou o mal, salvar uma vida ou tirá- la",[i] ao que não lhe responderam.

Sentindo a dureza de seus corações, encarou-os, disse ao homem para estender a mão, e curou-o.

6. A mulher curvada:

- Ficaram também confusos os adversários de Jesus quando, ao ensinar em um sábado numa sinagoga, curou uma mulher possuída há dezoito anos por um Espírito que lhe deixava totalmente curvada.

Tendo ficado indignado o chefe da Sinagoga, inquiriu-lhe Jesus quem deixaria de aliviar a carga de seu boi ou jumento, dando-lhe de beber, somente por se tratar de um dia de sábado, e por que então não poderia libertar aquela doente da influência daquele Espírito.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jun 07, 2012 9:38 am

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7. O paralítico da piscina:

- Em Jerusalém havia uma piscina chamada Betesda alimentada por uma fonte natural intermitente com propriedades curativas.

Acreditava-se que, a agitação das águas era produzida por um anjo do Senhor, e quem primeiro tivesse nelas entrado seria curado de qualquer doença.

Encontrou Jesus, próximo à piscina, um homem paralítico há 38 anos, e perguntou-lhe se desejava curar-se; disse-lhe:
"Levanta-te, toma o teu leito e vai-te".

Mais uma vez protestaram os fariseus porque era sábado.
Reencontrando o homem que curara, acrescentou Jesus:
"Vês que foste curado; não tornes a pecar, para que te não aconteça coisa pior".

Aos fariseus disse que Deus não cessa em nenhum momento suas obras pelo que também ele obrava incessantemente.
Jesus deu a entender ao homem que sua doença era uma punição por seus erros, avisando-lhe que poderiam retornar seus males caso não se modificasse.

Procedia a curas nos sábados a fim de protestar contra o fanatismo dos fariseus e mostra- lhes que a verdadeira virtude está nos sentimentos e não nas práticas exteriores.

8. Cego de nascença:

- Mais uma vez num sábado encontrou Jesus um cego de nascença e, fazendo um pouco de lama com saliva e terra, untou-lhe os olhos e mandou-o lavar-se na piscina de Siloé, após o que o homem passou a enxergar claramente.

Levaram-no aos fariseus que, após interrogá-lo e a seus pais, o expulsaram da sinagoga, por não ter admitido ter sido "um possesso do demónio aquele que o curara e porque rende graças a Deus pela sua cura".

Mesmo nos dias actuais as curas efectuadas pelo Espiritismo são tidas como diabólicas pelas religiões tradicionais.

Haviam os discípulos perguntado a Jesus se aquele homem nascera cego por algum pecado seu ou de seus pais, referindo-se evidentemente a uma vida anterior.

A resposta negativa indica que se tratava de uma "provação apropriada ao progresso daquele Espírito".

A lama empregada serviu de veículo ao fluído espiritual que produziu a cura.

9. Numerosas curas operadas por Jesus.

- Pregando nas sinagogas, Jesus procedia a curas no meio do povo, provando que "o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem".
Aliviava os sofrimentos dos homens e, por isso, fazia numerosos prosélitos.

Quando João Baptista mandou perguntar-lhe se era o Cristo, respondeu:
"Ide dizer a João: os cegos vêem, os doentes são curados, os surdos ouvem, o Evangelho é anunciado aos pobres".

Assim também o Espiritismo cura, além dos males físicos, as doenças morais, fazendo adeptos entre aqueles que "recebem a consolação para suas almas" e não entre aqueles que pretendem apenas observar fenómenos extraordinários, não lhe reconhecendo a força moral.

Possessos

Juntamente "com as curas, as libertações de possessos figuram entre os mais numerosos actos de Jesus".

Sua superioridade era tal que à sua ordem não podiam os Espíritos resistir e se afastavam efectivamente de suas vítimas.

Eram muitos os casos de possessões na Judeia àquele tempo, evidenciando-se uma invasão de Espíritos maus em carácter de epidemia.

Diziam os fariseus que era com auxilio de Belzebu, príncipe dos demónios, que Jesus expulsava os maus Espíritos, ao que o Mestre mostrou a insensatez que seria se Satanás expulsasse a si mesmo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jun 07, 2012 9:38 am

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Ressurreições

1. A filha de Jairo.

- Jesus foi chamado por um chefe de sinagoga para impor as mãos sobre sua filha de 12 anos que estava para morrer.
Lá chegando ordenou que as pessoas que choravam sua morte se afastassem dizendo-lhes que não estava morta, mas apenas adormecida.
Tomando-lhe as mãos ordenou que se levantasse o que ela imediatamente fez e se pôs a andar.

2. Filho da viúva de Naim:

- Ao se aproximar da cidade de Naim, deparou Jesus com um cortejo fúnebre;
tratava-se de um rapaz, filho único de uma viúva.

Compadecido com o sofrimento materno, Jesus ordenou ao moço que se levantasse a que este sentou-se e começou a falar para espanto dos presentes.
Tal facto, considerado milagroso, espalhou-se por toda a Judeia e circunvizinhanças.

Assim como também a ressurreição de Lázaro, os casos citados evidenciavam ter havido ataque de letargia ou síncope, pois, seria contrário às leis da Natureza o retorno ao corpo de um Espírito após rompido o laço perispirítico.

Era costume na época sepultar-se logo em seguida alguém que deixasse de respirar, considerando-o morto.
(Sabe-se que há casos de letargia que se prolongam por mais de oito dias).

Houve então nos casos citados a cura produzida pelo Mestre e não ressurreição.

Jesus caminha sobre a água

Jesus se dirigiu "caminhando por sobre o mar" aos discípulos que dentro de um barco, se viam amedrontados com a fúria das águas;
Pedro pediu-lhe para fazer o mesmo, a que o Mestre mandou-o ir ao seu encontro.

Deu alguns passos, vacilou e começou a afundar, sendo socorrido por Jesus, que lhe disse:
"Homem de pouca fé! Por que duvidaste?".

O fenómeno de levitação de um ser humano produz-se "sob acção das leis da Natureza", por efeito da mesma "força fluídica que mantém no espaço uma mesa, sem ponto de apoio".

Poderia também ter ocorrido a aparição tangível de Jesus, estando longe seu corpo real.

Transfiguração

Jesus proporcionou a Pedro, Tiago e João a oportunidade inesquecível de observarem fenómeno em que se transfigurou totalmente, realçado de excepcional fulgor, em razão da extrema pureza de seu perispírito.

Fenómeno também inteiramente explicável dentro da ordem da Natureza, foi a aparição de Moisés e Elias.

Tempestade aplacada

Enquanto atravessava um lago com seus discípulos, Jesus adormeceu.

Diante de súbita tempestade que ameaçava virar o barco, acordaram-no assustados ao que Jesus "falou, ameaçador, aos ventos e às ondas agitadas e uns e outras se aplacaram, sobrevindo grande calma", para espanto e admiração dos discípulos.

Não é possível afirmar-se "se há ou não inteligências ocultas presidindo à acção dos elementos".
Jesus, entretanto, dormia tranquilamente, demonstrando segurança advinda de que seu Espírito "via não haver perigo nenhum e que a tempestade ia amainar".

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jun 07, 2012 9:39 am

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Bodas de Caná

Tal acontecimento é referido somente por S. João, não tendo causado impressão maior.

Se realmente ocorreu, foi o único no género, pois, Jesus não era afeito a demonstrações materiais que aguçassem a curiosidade, próprias dos mágicos.

Mais racional é se considerar tal facto como uma parábola destinada a levar ensinamentos aos presentes.

Multiplicação dos pães

Para as pessoas sérias essa narrativa é vista com sentido alegórico, "em que se compara o alimento espiritual da alma ao alimento do corpo".

Pode-se também admitir que as pessoas presentes, ávidas de ouvir as palavras de Jesus, fascinadas "pela poderosa acção magnética que ele exercia sobre os que o cercavam", não tenham tido "necessidade material de comer".

Sabia então Jesus que poucos pães bastariam, mostrando aos discípulos "que também eles podiam alimentar por meio da palavra".

Posteriormente, nas passagens denominadas "O fermento dos fariseus" e "O pão do céu", ficou confirmado o facto de que o Mestre não se referia a pães materiais, quando disse aos discípulos:
"Ainda não compreendeis que não é do pão que eu vos falava..." afirmando que se trabalhasse principalmente para conseguir o "pão do céu", e dizendo:
"Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê nunca terá sede".

Tentação de Jesus

O episódio da tentação de Jesus não corresponde a uma ocorrência física;
deve ser entendida como uma parábola, a fim de mostrar aos homens sua falibilidade, devendo vigiar sua mente "contra as más inspirações a que, pela sua natureza fraca, é impelida a ceder", devendo ainda prevenir-se contra os perigos da ambição.

Também inadmissível seria a tentação moral do Cristo, pois, "o Espírito do mal nada poderia sobre a essência do bem".

Assim também as parábolas do filho pródigo e do bom samaritano mostram a misericórdia do Pai face o arrependimento do filho que, tendo sucumbido às tentações mas, praticando a lei de amor, vale mais aos Seus Olhos do que os irmãos que o desprezaram.

Prodígios por ocasião da morte de Jesus

Com relação às trevas que teriam ocorrido por ocasião da morte de Jesus, tal facto não foi notado, pois, não consta em citações de nenhum historiador;
poderia ter havido obscurecimento do Sol causado pelas "manchas físicas que lhe acompanham o movimento de rotação", sem causar no entanto trevas.

Pode também ter havido algumas aparições de Espíritos naquela ocasião, o que também seria um fenómeno natural.

"Compungidos com a morte de seu Mestre, os discípulos de Jesus sem dúvida ligaram a essa morte alguns factos particulares", que em outra ocasião não teriam notado.

Aparição de Jesus, após a sua morte

Jesus apareceu após sua morte, em várias ocasiões, descritas com detalhes por todos os evangelistas, não se podendo duvidar de tais factos que, sendo semelhantes a muitos fenómenos antigos e actuais, são explicáveis "pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito" o qual chega em certos casos a tornar-se tangível.

As circunstâncias dos aparecimentos e desaparecimentos de Jesus, algumas vezes em recintos fechados, sua linguagem breve e sentenciosa, a sensação de surpresa e medo causada pela sua presença, tudo isto demonstra que "se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que ele quis que o vissem".

Seu maior milagre foi "a revolução que seus ensinos produziram no mundo".

Jesus era pobre, nascido no seio de um pequeno povo sem expressão política ou literária, pregou sua doutrina durante apenas três anos, tempo esse em que foi "desatendido e perseguido pelos seus concidadãos".

Foi "obrigado a fugir para não ser lapidado", traído por Judas, renegado por Pedro - seus apóstolos - supliciado como um criminoso;
entretanto, mesmo sem nada escrever, "sua palavra bastou para regenerar o mundo";
"sua doutrina matou o paganismo omnipotente e se tornou facho da civilização".

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jun 08, 2012 10:04 am

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Desaparecimento do corpo de Jesus

Tal facto foi constatado no terceiro dia após a crucificação, pelas mulheres que foram ao sepulcro.
Alguns consideraram um facto milagroso, outros atribuíram "a uma subtracção clandestina".

Há a teoria de que Jesus não teria tido um corpo material e sim um "corpo fluídico" sendo aparentes seu nascimento, actos de sua vida e sua morte.

Assim se explicaria o desaparecimento de seu corpo do sepulcro.
Entretanto, no período anterior à sua morte "tudo se passa, pelo que respeita à sua mãe, como nas condições ordinárias da vida".

Durante toda a sua vida revelou-se com os "caracteres inequívocos da corporeidade", sendo "acidentais os fenómenos de ordem psíquicas".

"Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico".
Supliciado e morto, "todos o puderam ver e tocar".

Seu corpo foi sepultado normalmente, "donde forçoso é concluir que, se foi possível que Jesus morresse, é que carnal era o seu corpo".

Por outro lado, sendo o corpo "a sede das sensações e das dores físicas, que repercutem no centro sensitivo ou Espírito", segue-se que um Espírito sem corpo físico "não pode experimentar os sofrimentos".

Não se pode duvidar que Jesus sofreu materialmente, pois de outra forma a paixão, sua agonia, seu último brado teria sido uma comédia indigna de um ser tão superior.

"Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenómenos materiais e pelos fenómenos psíquicos que lhe assinalaram a existência".

(Publicado no Boletim GEAE Número 436 de 30 de abril de 2002)

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jun 08, 2012 10:05 am

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- Parte 12

Capítulo XVI

As Predições Segundo o Espiritismo


TEORIA DA PRESCIÊNCIA


Há muitos casos de predições que se realizaram.
O Espiritismo vem mostrar que também este fenómeno ocorre segundo leis naturais.

Figuremos um homem sobre uma montanha, de onde pode ver tudo o que se passa na planície;
pode acompanhar à distância o trajecto de um viajante e ver p. ex. que, em dado ponto, um ladrão o aguarda para assaltá-lo.

Do local em que se encontra, para o homem da montanha, todos aqueles factos são presente, enquanto que para o viajante, tendo sua visão limitada, a situação em que poderá ser assaltado lhe é desconhecida, e representa o futuro.

Se o observador da montanha descer e lhe avisar que será assaltado e socorrido, estará, para o viajante, predizendo o futuro.

Assim também, para os espíritos desmaterializados, não existe espaço nem tempo, estando a extensão e penetração de sua vista condicionadas ao grau de depuração alcançado.

Podem então abarcar um período de até milhares de anos terrestres e ver simultaneamente os acontecimentos que para os homens "se desenrolam sucessivamente".

Tais acontecimentos muitas vezes dependem da cooperação dos homens para concretização dos desígnios do Criador, pelo que nesses casos podem ser-lhes revelados parcialmente por Espíritos superiores, a fim de que estejam preparados a agir na ocasião oportuna.

Também quando encarnado, tendo já se adiantado moralmente, pode, durante o sono ou em êxtase da dupla vista, desprender-se e ter consciência de factos futuros dos quais poderá fazer a revelação, dependendo de que devam ou não permanecer secretos.

Poderá ainda guardar deles uma vaga intuição "bastante para o guiar instintivamente".
A revelação pode também ocorrer por inspiração dos Espíritos, transmitidas maquinalmente sem a pessoa se aperceber do que fala.

Quando da iminência de calamidades, revoluções, desenvolve-se providencialmente a faculdade, quando então surgem numerosos videntes.

As revelações podem se apresentar em forma de quadros desenhados pela mente dos Espíritos reveladores, formando imagens para o vidente.

Nestes casos, podem representar sugestões, no sentido de levar à realização ou prática de actos necessários à consecução de um objectivo, pelo que o vidente não pode prever o momento da realização, a qual pode também não ocorrer, pois representa um desejo, um projecto.

Para o Espírito "o princípio da visão não lhe é exterior, está nele".

Não necessita, portanto, da luz exterior nem deslocar-se para abranger o tempo e o espaço.
À medida em que se desmaterializa, desenvolvendo-se moralmente, ampliam-se-lhe as percepções e todas as faculdades.

A Providência regula "os acontecimentos que envolvem interesses gerais da Humanidade".
Tendo seu livre-arbítrio, pode o homem não executar a missão por ele aceita no sentido da consecução dos desígnios do Criador, caso em que é afastado de modo que o resultado final de um acontecimento se cumpra.

Não há fatalidade, pois, "os pormenores e o modo de execução se encontram subordinados às circunstâncias e ao livre-arbítrio dos homens".

Por isso, mesmo que os Espíritos possam prevenir-nos quanto a ocorrência de certos acontecimentos futuros, não lhes é possível precisar a época exacta, pois dependem das decisões que serão tomadas pelos homens durante sua consecução.

As predições como as de Nostradamus eram verdadeiros enigmas, permitindo interpretações diferentes.

Actualmente os Espíritos, em linguagem comum, fazem advertências como conselheiros que são.

(Publicado no Boletim GEAE Número 437 de 15 de maio de 2002)

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- Parte 13

Capítulo XVII


PREDIÇÕES DO EVANGELHO

Ninguém é profeta em sua terra


Quando ensinava nas sinagogas de sua terra natal, diante do espanto e incredulidade de seus concidadãos, disse-lhes Jesus:
"Um profeta só não é honrado em sua terra e na sua casa".

Com efeito, tanto os sacerdotes e fariseus e mesmo seus parentes próximos não o entendiam, tachando-o de louco.

Tal facto é consequência das fraquezas humanas, pois, o ciúme e a inveja próprios de seus "espíritos acanhados e vulgares" criam preconceito que impedem aos homens reconhecer em alguém de seu próprio meio a superioridade do saber e da inteligência.

Por outro lado, é comum aos homens reconhecerem o valor do "homem espiritual" somente após sua morte, à medida que "mais longínqua se torna a lembrança do homem corporal".

"A posteridade é juiz desinteressado no apreciar a obra do espírito" abstraindo-a da individualidade que a produziu.

Morte e paixão de Jesus - Perseguição aos apóstolos - Cidades impenitentes - Ruína do Templo e de Jerusalém.

Jesus possuía em alto grau a "faculdade de pressentir as coisas porvindouras"[i], que é um dos atributos da alma (teoria da presciência).

Através de sua visão espiritual, previu, assim, as circunstâncias e a época de sua morte, os acontecimentos seguintes à sua paixão e morte, a ruína do Templo e da cidade de Jerusalém, [i]"as desgraças que se iam abater sobre seus habitantes e a dispersão dos judeus".


Maldição contra os fariseus - Minhas palavras não passarão.

Após dirigir duras palavras aos fariseus e saduceus, sabendo que se escandalizaram, disse Jesus a seus apóstolos:
"Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.

- Deixai-os; são cegos a conduzir cegos;
se um cego guia outro cego, cairão ambos no barranco".


As palavras de Jesus aplicam-se até nossos tempos, quando ainda algumas seitas cristãs se degladiam disputando a posse da Verdade e quando outras servem a ambições e interesses materiais.

Disse ainda o Mestre:
"O Céu e a Terra passarão, mas as minhas palavras não passarão".

Passarão as construções com sentido falso às palavras de Jesus; "o que não passará é o verdadeiro sentido" de suas palavras.

A pedra angular

A doutrina de Jesus tornou-se a "pedra de consolidação do novo edifício da fé, erguido sobre as ruínas do antigo", pedra que esmagou os judeus, sacerdotes e fariseus como também, depois, todos os que "a desconheceram, ou lhe desfiguraram o sentido em prol de suas ambições".

Parábola dos vinhateiros homicidas

Nesta parábola "o pai de família é Deus;
a vinha que ele plantou é a lei que estabeleceu;
os vinhateiros a quem arrendou a vinha são os homens que devem ensinar e praticar a lei;

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A Génese Segundo o Espiritismo (Resumo) - Página 2 Empty Re: A Génese Segundo o Espiritismo (Resumo)

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jun 09, 2012 10:20 am

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os servos que enviou aos arrendatários são os profetas que estes últimos massacraram;
seu filho, enviado por último, é Jesus, a quem eles igualmente eliminaram".


Constata-se que até nossos tempos o resultado alcançado pelos responsáveis pela educação religiosa da Humanidade foi a indiferença e incredulidade "espalhados em todas as classes da sociedade".

Fizeram do "Deus infinitamente justo, bom e misericordioso" que Cristo revelou, "um Deus cioso, cruel, vingativo e parcial".
Cultuam "as riquezas, o poder e o fausto dos príncipes do mundo".

Entretanto, presente em Espírito, "virá pedir contas aos seus vinhateiros do produto da sua vinha, quando chegar o tempo da colheita".

Um só rebanho e um só pastor

Tal declaração de Jesus significa que "os homens um dia se unirão por uma crença única".

Assim como no aspecto social, político e comercial tendem a cair as barreiras, havendo já confraternização entre os povos, terão as religiões que fazer concessões mútuas a fim de atingir a unidade, pois, sendo Deus único, é o mesmo que todas adoram não importa sob que nome.

Para tanto deverão encontrar-se em um "terreno neutro, se bem que comum a todas".
Sendo mantidos imutáveis seus dogmas, a iniciativa deverá partir do indivíduo.

Para congregar todos os homens em uma mesma religião, esta deverá:
satisfazer a razão, "às legítimas aspirações do coração e do espírito", ser confirmada pela ciência positiva, acompanhar o progresso da humanidade, não seja exclusivista, intolerante, admitir somente a fé racional, ter como código moral a prática da caridade e fraternidade universais.

Advento de Elias

Quando Jesus afirmou que Elias já viera e os homens não o haviam reconhecido, seus discípulos compreenderam que se tratava de João Baptista, o qual havia sido decapitado.

Ficou assim consagrado o "princípio da pluralidade das existências".

Anunciação do Consolador

Ao anunciar a vinda do Consolador, o Espírito de Verdade, que haveria de "ensinar todas as coisas e de lembrar o que ele dissera", havendo ainda muitas coisas por dizer, porque "presentemente não as podeis suportar", claro ficou que "Jesus não disse tudo o que tinha a dizer".

Dizendo que o Consolador ficaria eternamente connosco e estaria em nós, não poderia evidentemente tratar-se de uma personalidade, mas sim "uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador há de ser o Espírito de Verdade".

Sendo o Espiritismo uma doutrina resultante do "ensino colectivo dos Espíritos", completando e elucidando o Evangelho, revelando leis conjugadas às da Ciência que tornam compreensíveis os fenómenos tidos como maravilhosos, realiza "todas as condições do Consolador que Jesus prometeu".

A doutrina de Moisés restringiu-se ao povo judeu;
a de Jesus - o Cristianismo - espalhou-se por toda a Terra, "mas não converteu a todos".

"O Espiritismo, ainda mais completo, com raízes em todas as crenças, converterá a Humanidade".

Mais uma vez Jesus referia-se à reencarnação, quando anunciou a vinda do Consolador por não poder dizer tudo àquela época, pois, seria ilusória tal promessa se os homens não pudessem viver novamente, quando então teriam condições de compreender todo o seu ensino.

Segundo advento de Cristo

Anunciando seu retorno à Terra, terá Jesus se referido a volta em Espírito e não com um corpo carnal, para "julgar o mérito e o demérito e dar a cada um segundo as suas obras".

As palavras:
"Alguns há dos que aqui estão que não sofrerão a morte sem terem visto vir o Filho do homem no seu reinado" parecem contraditórias, pois, não se realizaram naquela época.

Demonstram falha de registo ou por ocasião das traduções sucessivas.

O princípio da reencarnação, assentado por Jesus, explica racionalmente tais palavras, pois somente assim "alguns dos ali presentes", reencarnados, poderiam ver o que ele anunciava.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jun 09, 2012 10:21 am

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Sinais precursores

A alegoria do fim dos tempos, composta de fortes imagens destinadas a impressionar e "tocar fortemente aquelas imaginações pouco subtis", oculta grandes verdades, como a predição das "calamidades decorrentes da luta suprema entre o bem e o mal"[i], fé e incredulidade, a difusão do Evangelho por toda a Terra, [i]"restaurado na sua pureza primitiva", e depois o reinado do bem, "que será o da paz e fraternidade universais".

"Depois dos dias de aflição, virão os de alegria".

Falando de coisas futuras como que possíveis de presenciar, dando sinais de advertência que, se pode deduzir,"mostrar-se-ão no estado social e nos fenómenos mais de ordem moral do que físico", só poderia se referir à presença, quando houver as transformações, como Espíritos reencarnados, podendo mesmo "colaborar na sua efectivação".

Não sendo racional que Deus destruísse o mundo logo após entrasse "no caminho do progresso moral", há que se entender que Jesus se refere ao fim do mundo velho, governado pelos "preconceitos, pelo orgulho, pelo egoísmo, pelo fanatismo" e todas as paixões pecaminosas.

Vossos filhos e vossas filhas profetizarão

Tais palavras de Jesus referindo-se aos "últimos tempos", coincidem com o período do advento do Espiritismo, onde a mediunidade espalhou-se por toda a Terra, revelando-se "em indivíduos de todas as idades, de ambos os sexos e de todas as condições".

Intensificou-se a "manifestação universal dos Espíritos", iniciando-se período de regeneração e, por conseguinte, o fim do mundo velho.

Juízo final

Não há juízo final, mas juízos gerais cada vez em que um planeta deve "ascender na hierarquia dos mundos".

Aqueles que se mantêm endurecidos no mal, não tendo acompanhado o progresso moral dos demais habitantes, quando por ocasião da ascensão da Terra a um grau mais elevado serão "exilados para mundos inferiores, como o foram outrora para a Terra os da raça adâmica, vindo substituí-los Espíritos melhores".

Jesus adiou a complementação de seus ensinamentos para uma época posterior, em virtude de não possuírem os homens ao seu tempo "conhecimentos astronómicos, geológicos, físicos, químicos, fisiológicos e psicológicos", explicando-se assim o estabelecimento por seus apóstolos de dogmas que contrariam tais conhecimentos.

O juízo final "não se concilia com a bondade infinita do Criador", enquanto que o processo de emigração é racional, justo e não privilegia ninguém.

"Tais as consequências da pluralidade dos mundos e da pluralidade das existências".

(Publicado no Boletim GEAE Número 438 de 28 de maio de 2002)

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jun 09, 2012 10:22 am

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- Parte 14

Capítulo XVIII


SÃO CHEGADOS OS TEMPOS

Sinais dos tempos


Nosso globo está, como todos os outros, sujeito à lei do progresso;
progride "fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem" e, de modo paralelo, "moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam";
quando a Humanidade se torna "madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus".

As leis de Deus são imutáveis porque Seu pensamento "que em tudo penetra, é a força inteligente e permanente que mantém a harmonia em tudo".

O Universo é "um mecanismo imensurável" onde actuam incontáveis inteligências subordinadas ao Criador, sob Suas vistas e de acordo com a grande lei de unidade.

Inicia-se para os homens o período em que deverão fazer "que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral".

Para tanto é necessário, mais que inteligência, a elevação do sentimento, com a destruição do egoísmo e do orgulho que ainda subsiste.
"Trata-se de um movimento universal a operar-se no sentido do progresso moral".
Tal movimento causará luta de ideias e não cataclismos materiais.

As transformações da Humanidade podem ocorrer de modo gradual, perceptíveis somente após épocas consecutivas, ou mediante crises penosas, dolorosas, que "arrebatam consigo as gerações e instituições, mas são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral".

Há mais de dois séculos ocorre esse trabalho de transformação do mundo dos encarnados, com a interacção dos desencarnados, "até que haja outra vez estabilizado em novas bases", quando estarão mudados os costumes, carácter, leis, crenças, "numa palavra: todo o seu estado social".

Os astros influenciam uns aos outros durante seu movimento de translação pelo espaço, podendo causar perturbações que coincidam "pelo encadeamento e a solidariedade das causas e dos efeitos" com os "períodos de renovação da Humanidade", causando fenómenos como tremores de terra e flagelos diversos, sendo interpretados pelos ignorantes como "sinais no céu".

Encontra-se portanto a Humanidade num período de crescimento moral, chegando ao estado adulto, onde a razão amadurece e lhe dá consciência de um destino mais amplo além das limitações da vida corpórea;
perscruta o passado e projecta-se no futuro "a fim de descobrir num e noutro o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza".

O Espiritismo "abre à Humanidade uma estrada nova e lhe desvenda os horizontes do infinito".

Leva à certeza na imortalidade da alma, a alternância entre a vida espiritual e a corpórea para a realização do progresso até chegar à perfeição, muito mais digna da justiça do Criador, evidenciando a aberração do pensamento materialista que circunscreve a vida humana em apenas uma existência.

Prega a fraternidade assentada na fé racional, ou seja, nos princípios fundamentais:
Deus, alma, futuro, progresso individual indefinido, perpetuidade das relações entre os seres.

O progresso intelectual já alcançado representa "uma primeira fase no avanço geral da Humanidade", porém a felicidade na Terra somente ocorrerá com o progresso moral, pois, "enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais".

Então cairão por terra "as barreiras que separam os povos", os antagonismos de seitas, e os homens aprenderão a viver como irmãos unidos numa mesma crença - "fundamento mais sólido da fraternidade universal".

Sinais desta transformação já são evidentes com a criação de inúmeras "instituições protectoras, civilizadoras e emancipadoras" propiciando reformas que se consolidarão à medida de uma "predisposição moral mais generalizada", com a predominância da "caridade, fraternidade, benevolência para com todos".

A aceitação às ideias espiritualistas em detrimento das materialistas é outro sinal que vem reflectir "a necessidade de respirar um ar mais vivificante".

O Espiritismo nasceu no exacto momento em que a Humanidade se encontrava cansada da dúvida e da incerteza sendo acolhido pelos homens progressistas "como âncora de salvação e consolação suprema".

A velha geração materialista cede lugar à geração nova, cuja madureza promoverá a renovação social, cabendo ao Espiritismo, com sua tendência progressista e poder moralizador, secundar tal movimento de regeneração.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jun 10, 2012 11:51 am

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A geração nova

"A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá que transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração".

Cada um dos Espíritos "ainda não tocados pelo bem", ao desencarnarem, serão encaminhados a mundos inferiores ou reencarnarão em "raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem", cabendo-lhes transmitir seus conhecimentos a fim de fazê-los avançar.

A ordem natural das coisas não será afectada, pois, cada Espírito expurgado será substituído por "um mais adiantado e propenso ao bem".

Estando numa época de transição, assistimos ao choque das ideias entre a nova geração, à qual cabe "fundar a era do progresso moral", (cujas características são:
inteligência e razão precoces, "sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas";
tendo já progredido, assimilam todas as ideias progressistas) e a velha geração, composta de Espíritos atrasados, revoltados contra Deus, negando-se a "reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos", com propensão instintiva às paixões degradantes, ao orgulho, inveja, ciúme, sensualidade, cupidez, avareza.

Sendo tais vícios "incompatíveis com o reinado da fraternidade", terá a Terra que ficar livre deles, para que os homens caminhem para "o futuro melhor que lhes está reservado".

Alguns dos Espíritos retardatários, entretanto, ao retornar ao mundo espiritual individualmente ou de forma colectiva, e sob a influência de "Espíritos benévolos que por eles se interessam", se modificam, passando a estar em condições de reencarnar na Terra "com ideias inatas de fé", encontrando já um meio mais propício ao desenvolvimento de suas faculdades.

Com a modificação das disposições morais, opera-se portanto a regeneração da Humanidade, mesmo não havendo a renovação integral dos Espíritos.

Portanto, nem sempre os que voltam são novos Espíritos;
podem tratar-se dos mesmos, porém com pensamentos e sentimentos modificados.

Após grandes choques que dizimam as populações, observam-se modificações que tendem a alterar "profundamente as ideias de um povo ou de uma raça", pela activação do "movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados".

Presentemente (Obs: A Génese de Kardec foi publicada em 1.868) opera-se "um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade".

(Publicado no Boletim GEAE Número 439 de 11 de junho de 2002)

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jun 10, 2012 11:52 am

Espírito Angélica de Jesus

Possuis neste curriculum de tua vida, a Doutrina Espírita como barca consoladora a reanimar teus dias de inglória.

És por assim dizer um dos discípulos do Cristo, por possuíres esta revelação que te estimula ao crescimento através das acções benéficas que praticas para teu próprio bem.

O conhecimento Espírita, de nenhuma forma faz-te superior a teus irmãos de outras lides evangélicas, nem mesmo daqueles que nada possuem.

Mensageiros felizes chegam de vários planos do imensurável, para decorar nossas cabeças e corações com conhecimentos legítimos Do Amor.

Médiuns benevolentes transmitem as messes de força e luz nos caminhos de muitos.

Por estes motivos maiores as responsabilidades na vivência e na divulgação Espirita.

Assim, indagues do teu ser o que fazes por ti e o que divulgas a teus irmãos.

O bom livro Espírita traz a prece inimizada e o raciocínio lógico impedindo o suicídio em qualquer de suas formas.

A palavra espiritualizada, eco Da Vida, é consolação e renovação.

Estudar a Doutrina Espírita é harmonizar-se, propagandear suas virtudes moralizadoras é caridade.

A ignorância, é veneno cruel de longa latência, deflagrando desânimo e medo.
Terríveis representantes da obsessão.

Trabalha, Serve, Ensina, Ama, Esquece, Avança.

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