LUZ ESPÍRITA
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Materializações

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 10, 2011 9:38 am

Materializações

O cientista mais citado que estudou o fenómeno das materializações foi William Crookes.

Nesta página, encontram-se inúmeros artigos que buscam analisar sua metodologia e a possibilidade de fraude.

Encontram-se também artigos de Michael Prescott analisando os fenómenos de materialização produzidos por Marthe Beraud, também chamada Eva Carriere, e os fenómenos da médium Minnie Harrisson.

As fotos citadas podem ser conferidas nos links originais.

Por fim, há um depoimento do pesquisador Valter da Rosa Borges de um fenómeno bastante impressionante de materialização ocorrido em sua presença, pela médium Maria José.

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 10, 2011 9:38 am

Fenómeno de materialização do Espírito de Padre Zabeu Kauffman, ocorrido no "Instituto de Pesquisa Metapsíquicas de São Paulo"

A experiência que se segue teve o mais puro e sadio carácter científico e fez parte de uma série que o "Instituto de Pesquisa Metapsíquicas de São Paulo" realizou sob a orientação do eminente Professor C. G. Shalders, lente da Escola Politécnica.

Daí, por parte de quem quer que seja, pertença a este ou aquele credo, aceite esta ou aquela teoria, assisti-la não implicava em um compromisso.

No íntimo da mais ampla liberdade, o que se solicitava dos assistentes era apenas a impressão, a crítica e as deduções honestas sobre a observação do fenómeno, a fim de se comprovar a verdade de que um espírito, em determinadas circunstâncias, pode surgir completamente materializado aos olhos dos vivos.

A materialização

A sala é pouco espaçosa e a "cabine mediúnica" fica-lhe contígua, com acesso por uma porta vedada com cortina preta.

Dentro da cabine encontra-se uma mesa e sobre elas são colocados os discos, a vitrola, o megafone luminoso e várias coisas de menor importância: campainha, gaita, pandeiro, etc.

O médium, completamente despido, senta-se numa poltrona comum e é algemado, condição esta exigida pela própria entidade manifestante.

As algemas neutralizam a ação das mãos, braços e pernas, ficando o sensitivo impossibilitado de mover-se e andar, pois, além dessa medida de precaução, usam-se correias e cordas.

Esse controle é feito por alguns assistentes, entre os quais se contam um médico, o repórter, nosso amigo, e o autor.

A acção controladora desse grupo se estende meticulosamente por outros pontos da sala, de maneira a assegurar que ali, a não ser o médium totalmente despido e amarrado, ninguém mais entrou ou poderá entrar.

Feito isso, o controle se preocupa com a primeira fila de assistentes, denominados "primeira corrente".

Um cordel é trespassado pelos orifícios dos paletós de todos os componentes da primeira fila e as extremidades, depois de enroladas nas últimas cadeiras da Segunda fila, lacradas.

Dessa maneira, fica acertado pelo controle que, da assistência, ninguém pode se mover.

Apagada a luz branca, conserva-se a sala vagamente iluminada por uma luz vermelha, com luminosidade quase igual à das salas de revelação fotográfica.
O director dos trabalhos, Professor Shalders, faz suas preces, acompanhadas ou não pelos demais assistentes.

É pedida concentração.
Apaga-se, a seguir, a luz vermelha e a sala permanece às escuras.
Espera-se. Pensa-se mil coisas...

Porém, um ruído de quem dá corta à vitrola, avisa-nos de que vamos presencial algo verdadeiramente fora de tudo que se possa imaginar.
A música, vindo da sala onde o médium ficou amarrado e ressonando em transe, eleva-se na surdina.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 10, 2011 9:38 am

Continua...

O megafone luminoso, que o controle deixara em cima da mesa, aparece levitado atravessando a cortina e dirigindo-se aos assistentes, em voz clara, firme e sonos, diz:
— Como vão todos? Boa noite, meus irmãos...

É a entidade chamada Padre Zabeu Kauffman que ali está, e depois de conversar em voz directa (pneumatofonia) com os mais íntimos pergunta se desejam vê-lo.
A aprovação é unânime.

O megafone, sempre levitado, volta para a cabine mediúnica e, passados segundos, acende-se novamente a luz vermelha que, embora embaçada, deixa ver bem a sala, os assistentes e o espaço onde deverá permanecer o espírito meterializado.

Ficamos com o cérebro nos olhos;
porém, não esperamos muito.

Algo de nebuloso, esbranquiçado, aparece na frente da cortina que veda a entrada à cabina mediúnica, iniciando-se o processo da materialização.

A seguir, vimos um ser que se movimenta e gesticula — perfeito, nítido, humano — aparentando sessenta e cinco anos de idade e que percorre a sala com os olhos.

É o Padre Zabeu que caminha, firme e cadenciado, ressoando seus passos pelo espaço destinado às manifestações.

Ele se aproxima dos assistentes e o pudemos ver muito bem.
São brancos os cabelos.

O rosto era idêntico à fotografia que já conhecíamos, apenas acrescia a sua formosura uma indescritível suavidade de expressão e que reflecte, de muito, a beleza harmoniosa de seu rosto.

Retivemos entre as nossas as suas mãos.
Pudemos, então, examiná-las detalhadamente;
eram mãos com toda a aparência de vida, e de uma beleza e nitidez de formas impressionantes pela conformação perfeitíssima.

Os dedos moviam-se, a carne parecia tão humana como as demais e, à claridade de uma lâmpada vermelha que sobre elas reflectia em cheio, deixava-nos perceber perfeitamente as veias, os pelos, os jogos de músculos, porque o pulso e mão eram bem vivos, executando todos os movimentos que lhe poderia imprimir uma pessoa viva.

As brancas vestes, vibráteis, quando apalpadas em nada diferenciam do tecido deste mundo.
Vê-se um crucifixo tão real como outro.
A cruz é de madeira preta e o Cristo de prata luzente.

O espírito materializado caminha entre os presentes, deixando-se examinar.

Dá voltas no local destinado às manifestações e, depois de uns quinze minutos, regressa à cabine, sempre de frente para os que ali, maravilhados, presenciam o desconcertante fenómeno do espírito imortal que volta ao mundo nas condições de humano como nós.

Uma vez dentro da cabine, a própria entidade apaga a luz vermelha para se comunicar por intermédio do megafone luminoso, novamente em voz directa.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 10, 2011 9:39 am

Continua...

Revela um espírito agudo e inteligente.
Suas palavras são curtas e de conteúdo profundo.
Responde às perguntas formuladas em pensamento.

Diz que já tomou conhecimento do memorial a ele dirigido pelo "Instituto de Metapsíquicas de São Paulo" (um núcleo de estudiosos que se propôs a examinar cientificamente os fenómenos espíritas) e aprova a experiência solicitada, mais ou menos com as seguintes palavras:
— Não me esqueci do memorial a mim dirigido.

Assim todas as condições propostas e, espero em Deus, esse trabalho correrá de maneira a não desmerecer o esforço necessário de ambos os lados... deste, onde estou e para onde virão todos, e desse onde estão vocês, meus filhos, e de onde vim...

Apenas peço, não será já.
Mas não se aborreçam...
Não será tão tarde, pois, dentro de quinze dias, em outra sessão, talvez não aqui, eu direi a data e a hora para realização de mais essa prova da imortalidade...

E, se tudo isso faço, é porque estou cumprindo uma missão.
Eu sofro com estes trabalhos.
Porém, espero, eles darão frutos...

Dada a ordem, por batidas, para encerramento da sessão, é feita a prece habitual.
A própria entidade acorda o médium batendo-lhe afectuosamente no rosto.

O médium volta a si vagorasamente e todos podem ouvir o Padre Zabeu dizer algumas palavras a ele, palavras que não são entendidas porque pronunciadas ao mesmo tempo que o médium ressona.

Feita a luz, com ordem, as mesmas pessoas apontadas como controle da sessão, em número de seis, vão examinar os selos, o amarramento do médium e todos os pontos da cabine mediúnica.

Com assombro, de alguns, verificam que tudo se encontrava como antes da sessão.

Assinaram a acta da sessão, conforme a narrativa feita, todos os assistentes.
______________

Texto transcrito do livro "Afinal, quem somos?", de Pedro Granja, prefaciado por Monteiro Lobato.
Edição Centro Espírita do Calvário. - 1972

http://www.consciesp.org.br/zabeu_kauffman.htm

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 11, 2011 10:03 am

Sessão de 21 de outubro de 1954

Os Espíritos confortam a mãe de uma criança

(Acta transcrita do livro "Cumprindo-se Profecias: Materializações de Espíritos em São Paulo" de Mario Ferreira.
Este livro, publicado em 1955, traz as actas de sessões de materialização realizadas pelo
"Grupo Espírita Padre Zabeu" no período de 1948 à 1954.

O prefácio, datado de 1954, é de Julio de Abreu Filho e o livro foi editado pela "Édipo - Edições Populares Ltda.", editora fundada e dirigida por ele.
O exemplar do livro foi encontrado em um sebo no centro de São Paulo
)[1].

Aos 21 dias do mês de outubro de 1954, com a presença de 29 pessoas, conforme assinaturas constantes na pág. 95 do livro de presença, realizou-se no INSTITUTO DE PESQUISAS METAPSIQUICAS do "Grupo Espírita Padre Zabeu", à Avenida Gen. Olimpio da Silveira, 331, 1.o andar, sala 14, em São Paulo, uma sessão de efeitos físicos e de materialização.

Á vista de todos os presentes, no início dos trabalhos, o Sr. José Corrêa Neves, médium de efeitos físicos, foi, dentro da cabine, devidamente algemado e amarrado à cadeira.

Em seguida, foi corrida uma cortina, fechando a entrada da cabine e apagada a luz. Dentre os diversos fenómenos anotamos os seguintes:
levitação da vitrola;
a troca de discos feita no alto;
toque de campainha;
movimentação de uma corneta, que circulou pela sala, e o de voz directa.


Os objectos suspendidos no ar, estavam todos com tinta fosforescente a fim de ser facilitada a visão dos movimentos no escuro.

Todos esses fenómenos foram efectuados pelo espírito conhecido como Geraldo.

Este, dando provas positivas de se achar materializado em forma tangível, em certo momento aproximou-se do redactor desta acta e, pegando-o pelas mãos, fê-lo levantar-se e encaminhar-se para junto da mesa onde estava a vitrola.

Ao ser conduzido pela entidade, o anotador da sessão em voz alta ia descrevendo aos circunstantes o que se passava, informando que sentia o contacto das mãos do espírito e que estas eram normais, apresentando o calor natural, decorrente da circulação sanguínea...

Essa demonstração durou três minutos, mais ou menos, e depois o espírito reconduziu o anotador ao seu lugar.

Num dado momento o Geraldo começou a conversar com os assistentes.

Uma das senhoras presentes, que passara recentemente pela dor de perder a sua filhinha, vítima de uma acidente, atribulada pela saudade e, provavelmente, desejando saber algo sobre a situação dela na vida espiritual, perguntou ao Geraldo se a vira.

Talvez não sabendo ou não podendo explicar detalhes com mais esclarecimentos, o espírito limitou-se a dizer o seguinte:
- "Eu vou explicar... Eu não pude vê-la, mas ela veio me ver... Mas agora, o Vigário veio vê-la".

Auxiliando o entendimento dos circunstantes, o director da sessão informou, de acordo com o que deduzira das palavras da entidade:
- "Ela está em ponto intermediário entre o Geraldo e o Padre Zabeu".

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 11, 2011 10:04 am

Continua...

Durante a conversa a mesma senhora dissera ao espírito:
"Geraldo, eu tenho aqui um botãozinho em flor. Pode levar para a minha filha ?".

"Logo mais eu pego", respondeu a entidade.

Depois de palestrar com alguns dos componentes do grupo, o Geraldo deixou a vitrola tocando a musica "Ave Maria", a fim de preparar o ambiente para a visita do Espírito Padre Zabeu.

Essa elevada entidade, ao se manifestar através da corneta de papelão, assim se expressou:
- "Boa Noite. Como vão todos vocês?

Mais uma vez aqui estamos, certos que o nosso trabalho é reiniciado sobre o critério de absoluta auto-confiança.
Recomeça também a produzir frutos.
Hoje nos foi concedida a presença de inúmeros espíritos que nos visitam, e de cuja hierarquia, posso dizer, somos imerecedores, dada a evolução de cada um.

Antes, porém, desejava eu que você (director da sessão) pronunciasse uma prece agradecendo mais essa benevolência, que nos foi dada quando mais a necessitamos".

Após a oração que a seguir fora feita pelo diretor da sessão, a entidade prosseguiu:
- "Meus filhos: é realmente extraordinária ..."

Neste interim, o Padre sem completar a frase, dirigira a atenção ao espírito que junto a mesa manejava a vitrola e ordenou:
- "Geraldo pára a vitrola".

Estabelecido o silêncio, o Espírito Padre Zabeu continuou:
- " ... a disposição com que todos para cá acorrem na certeza de encontrar um lenitivo para suavizar não só o sofrimento, como também indicar o caminho que devem seguir nesta trajectória da vida na terra".

Ditas estas palavras, a senhora que acima referimos e que se achava ainda sob forte emoção, interrogou a entidade:
- "Padre, já esteve com ela ? ..."

Respondendo a mãe da criança, disse o espírito:
- "Elza, já tive a oportunidade de estar com ela.
Já pude, também, transmitir a você, através do Rondino e de todos os componentes do grupo, a minha palavra de fé.

Nesta hora em que você realmente compreende, possam todos sentir e compreender, também, a necessidade de cada um procurar através dos conhecimentos que adquirem, reformar-se, não é?

Tenho observado, em diversas ocasiões, as discussões que vocês travam intimamente sobre os problemas atinentes à vida espiritual.

Observo em cada um a disposição de procurar, através da prática do bem e do amor, reformar-se aos primeiros contactos do consciente sobre o inconsciente.

Noto em muitas oportunidades a duvida que paira em cada um, não é, Paulo? (médico presente).
Mas, também, reconheço a honestidade de propósitos.
Este reconhecimento é, sem duvida, uma maneira de demonstrar que cada um de vocês sente o problema em seus aspectos diferentes.

A própria natureza do trabalho, as vezes, não satisfaz a todos.
Hoje por exemplo, quase todos estão satisfeitos. E porquê?

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 11, 2011 10:04 am

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É aquele grande problema.
É que houve abundância de fenómenos.

Eu pergunto:
representaria a expressão máxima dos critérios que regem e determinam esses trabalhos? ..."

Respondendo, em voz alta, o director da sessão em poucas palavras afirmou que a finalidade precípua é a da espiritualização, a de incentivar a reforma individual e não, exclusivamente a da produção fenoménica.

Confirmando esta assertiva, a entidade prosseguiu dizendo:
- "Esta é a expressão dos trabalhos.
No entanto, há exactamente o contrário.
Eu assim falo apenas como medida de observância. Entenderam?

Castro, quando os fenómenos se produzem com mais abundância por determinação, as vezes, das própria ajuda dos médiuns, verifica-se que a espontaneidade é natural.
Estou trocando ideias. Vocês não se zangarão comigo, não é?

Aos visitantes de hoje eu desejo que, ao saírem daqui, meditem mais no que sentiram do que no que viram ...

Não vamos ter outras coisas que poderiam constituir novidades.
No entretanto, asseguro que os trabalhos de hoje foram tão produtivos como os outros trabalhos de valor, já realizados por este grupo.
Todos, ao saírem daqui, vão sentir-se bem dispostos, aprimorados e encorajados para prosseguir na luta".

Falando a mãe da criança que deixar a terra, o Padre perguntou:
- "Elza, entendeu o que o Rondino falou?".

Esta senhora, respondendo, disse:
- "Entendi, Padre: - Também, recebi comunicação de minha filha por intermédio de amiga (médium).
Não me sinto merecedora por tantas consolações e não sei mesmo como agradecer.
Estou bem conformada".

A entidade continuou:
- "Minha filha: tudo o que aconteceu, antes de mais nada, é a própria manifestação dos desígnios de Deus, que bem demonstra a Sua capacidade ao fazer-Se entender.

Não tivesse você conhecimento dos planos de vida, talvez a perda, que não é definitiva, fosse irrecuperável.

Entretanto o porque da vida, você também entenderá que tudo o que aconteceu, nas menores manifestações, como nas maiores, todas elas se identificam pelos desígnios de Deus.

Entenderam?
Desejo a vocês uma boa noite e que essa disposição se mantenha sempre, para que possamos prosseguir nesta jornada que nos foi dada para cumprir neste grupo.
Boa noite a todos".

Ao notar que o espírito ia ausentar-se. D. Elza bastante emocionada e com a voz súplice, pediu:
- "Padre, dê um abraço na minha filhinha".
"Tenho atendido a seus chamamentos", respondeu a entidade.

Em seguida, o Padre Zabeu se retirou e o Geraldo compareceu outra vez para cuidar da parte final da sessão.

O Geraldo, enquanto mudava discos na vitrola, lembrava-se da ordem que o Padre Zabeu lhe dera no início de sua palestra para que "parasse a vitrola".

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 11, 2011 10:04 am

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Tanto assim que, gracejando com o director da sessão, ele falou nestes termos:
- "Castro, você sabe que sou bom tocador de vitrola.
Toco tão bem quanto a Rosélys toca piano.

No entanto, hoje não estou muito afinado.
O Vigário mandou parar ..."

Dito isso, pouco depois acrescentou:
- "Esta quase na hora de encerrar.
Todos contentes? Hoje, quero agradecer a contribuição mais acentuada da Roselys, Eunice, Guilhermina e do Caetano" (médiuns),

O Geraldo, já de saída, atendendo ao pedido que antes lhe fizera D. Elza, aproximou-se para receber o botão de rosa que seria entregue ao espírito que na terra animara o corpo de uma criança.

A mãe, então, emocionadíssima, beiju a flor e entregou-a ao Geraldo, que a recebeu em silêncio.

A seguir, o director da sessão fez uma alocução, durante a qual afirmou que, nas nossas reuniões, à proporção que diminuem os fenómenos físicos se acentuam mais os fenómenos espirituais.

Depois de feita a prece de encerramento, ouvimos sinais (estalo de dedos) dados pelo Geraldo.

A sala foi, então, gradativamente iluminada.

Com surpresa vimos, em seguida, que o médium Sr. José Corrêa fora, silenciosamente, transportado da cabine para fora e colocado no meio do recinto, próximo da primeira fila de assistentes, conservando-se nas mesmas condições de controle, isto é, com as mãos algemadas e o corpo amarrado à cadeira.

Nada mais havendo a constar, eu, Mário Ferreira, encarregado pelo Padre Zabeu para as anotações, lavrei à presente acta que, depois de lida e achada conforme, vai assinada pela comissão directora.

aa) Dr. Francisco Carlos de Castro Neves.
Prof. Mário Ferreira.
Cap. Genesio Nitrini.


(Fls 197, v. do 2.o livro de Actas)

Artigo disponibilizado na internet originalmente em http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae471.html#450

[1] Trata de uma observação feita pelos editores do boletim GEAE n. 471, no qual aparece este texto sob o título “São Paulo 450 Anos - Acta de uma sessão de efeitos físicos”.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 12, 2011 9:13 am

Ivan René Franzolim (Brasil)

Tão logo soube que a Fraternidade Espírita Irmão Kamura [São Paulo - SP] estava programando nova reunião de materialização, para o dia 9 de abril de 1988, apressei-me em conseguir alguns convites extras, desejoso de poder compartilhar com os amigos esta festa espiritual.

Dona Benê, muito gentil, telefonou-me dizendo que reservara dois convites:
um para mim e o outro para minha esposa que não pode ir na vez anterior.

Os convites como sempre, davam direito ao sorteio de um prémio e eram trocados pela colaboração de mil cruzados por parte dos interessados.

Ouvi alguns comentários inconformados com o facto da casa cobrar pela participação das pessoas em uma reunião de cunho eminentemente espiritual e religioso.

Houve até quem lembrasse:
”Daí de graça o que de graça recebeste”.

Outros acharam o valor muito elevado, preocupados com o impedimento natural às pessoas menos favorecidas financeiramente, mas igualmente merecedoras desta oportunidade.

Enfim, o caso é delicado e demonstra, pelo menos, a precariedade com que vivem as instituições espíritas e a dificuldade de contar com a entrada regular de recursos em espécie, necessários à manutenção de qualquer organização.

Ao oferecer os convites extras que dispunha, fiquei surpreso ao verificar a indiferença, medo e a resistência que as criaturas tem com este assunto.

A julgar por mim, um fenómeno tão raro quanto este, que demonstra a sobrevivência do ser depois da morte e a comunicabilidade com os espíritos, é uma oportunidade que não podemos desperdiçar.

Entretanto, as pessoas são diferentes - pequenos universos individualizados a expressarem-se segundo o impulso da vontade, determinando o seu próprio caminho para a ascensão.

Minha esposa alegou receio de se sentir mal, meu irmão mencionou problemas materiais, a instrutora de educação mediúnica muito polida e agradecida, declinou por não se achar preparada, outra mestra também desistiu em razão do marido não querer participar.

Fomos então eu e dois amigos.
Saímos juntos de casa e chegamos ao local às 19h15m.

Assinamos o livro, ganhamos um número para o sorteio e aguardamos na sala de espera, desta vez melhor organizada, com os convidados sentados inicialmente na primeira sala, ouvindo uma preleção de Dona Benê sobre o assunto, com as recomendações de praxe.

A temperatura externa era baixa, o que prenunciava uma reunião mais agradável neste ponto de vista.
Entrementes, um senhor pergunta se não é o próprio espírito do médium que se materializa através do desdobramento.

Apesar da resposta negativa de Dona Benê, o cavalheiro insistia, dizendo que estuda o assunto há muitos anos.

Pedi a palavra e esclareci que algumas vezes ocorre a densificação de dois espíritos simultaneamente, o que parece demonstrar que o processo é mesmo mediúnico e não anímico.

Naturalmente não mencionei os relatos de Aksakof que assinala a ocorrência da materialização também por este processo não mediúnico.
Não quis causar polémica - o momento não era para isso.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 12, 2011 9:14 am

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Nos mais de cento e vinte livros que disponho sobre o tema, constatei inúmeras insinuações deste tipo em razão do espírito materializado muitas vezes apresentar-se semelhante ao médium, inclusive o timbre de voz.

A explicação é que sendo o ectoplasma derivado, em sua maior parte, do fluído vital do médium, é portanto, altamente influenciável pela acção de sua mente, particularmente do inconsciente onde estão armazenadas nossas conquistas automatizadas.

Assim sendo, fica difícil para os espíritos sobrepujarem este influxo mental e, por isso, eles aproveitam a aglutinação natural das moléculas do “fluído nervoso”, para formarem parcial ou integralmente os corpos.

Logo após, passei à Dona Benê um resumo biográfico do Papa Leão XIII, encarnação anterior do Padre Zabeu.
A pedido dela, li o modestíssimo trabalho e salientei tratar-se de uma pálida ideia desta personalidade que viveu 93 anos.

Acrescentei que, pelos estudos realizados, sou levado a crer que esta entidade dirige os trabalhos de materialização no Brasil.;
Em seguida o Dr. Ney foi convidado a fazer uso da palavra, complementando muito bem o que já havia sido exposto.

Houve o sorteio, não prestei atenção no prémio ofertado, mas me certifiquei que nem eu,nem meus convidados havíamos sido contemplados.

O serviço de passe começou.
Em fila, cumprimos o itinerário rumo a sala principal, pela sala de passes e sala intermediária onde é distribuída a água fluidificada.

Logo à entrada estava Dona Benê, procurando, através da sintonia com o plano maior, designar o local a ser ocupado pelos participantes, inclusive os médiuns da casa.

Sentei em bom local, no corredor da entrada, ao lado da porta.
Lá estava o médium Benedito Cosme, aparentando segurança e serenidade.

Ele é irmão de Lúcio Cosme que cedeu suas faculdades ao Centro Espírita Padre Zabeu desde o final da década de 1940 até o início da década de 1980.
É ainda primo do falecido João Cosme - médium de grandes recursos.

A Guiomar fez uma pequena palestra, convidou os presentes a conhecerem a cabine e observarem os mecanismos de aprisionamento do médium.

Foi lida uma prece, apagaram-se as luzes e a Dona Benê iniciou o comando das orações, convidando as pessoas a orarem, individualmente, como forma de manter o nível psíquico do ambiente mais elevado e menos dispersivo.

Ouvimos batidas no peito.
Era o índio Irubi que abre e encerra os trabalhos.
Dona Benê pediu a entidade que batesse novamente no peito para que todos ouvissem, o que foi feito.

Surge a Irmã Josefa com um grande crucifixo preso em uma faixa larga e fosforescente.
Escuta-se alguns comentários na ala feminina.

Parece que esta peça não estava na cabine, o que obrigou o espírito a transportá-la de outro cómodo.
A irmã espiritual estava muito bem humorada, brincando com todos.

A Guiomar pediu para ela enrolar alguns discos, fazer perfume, respondendo o espírito:
- Só isso? ao que todos riram.
- Porque você não morre e vem aqui fazer tudo isso?

Guiomar respondeu que quando morrer ela vai dar muito trabalho, pois vai querer fazer muita coisa.

O rosário pendurado no pescoço da freira materializada era mais fosforescente que as demais peças como a corneta e o pandeiro.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 12, 2011 9:15 am

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A entidade retirou o rosário e com ele enlaçou, num gesto de carinho, a Dona Benê e o Sr. Ambrósio, que estavam sentados na primeira fila margeando o corredor.

Irmã Josefa disse que já “enrolou muitos discos”, mas que as pessoas presenteadas acabaram perdendo.
Dona Guiomar informou que cedeu o seu disco para o Divaldo Pereira Franco.

Neste instante, a entidade materializada pediu para a Guiomar segurar um buqué de rosas, enquanto o espírito com as mãos iluminadas embaixo das flores, captava as gotas que surgiam como que retiradas das próprias rosas ou transportadas de outro local.

Em seguida, passou a espargir este perfume a todos os componentes da sessão, mesmo aqueles sentados na última fila.
Perfume agradável, simples, não lembrando sua pseudo origem: rosas.
Desapareceu rápido sem deixar vestígios.

Após esta chuva terna e aromática a irmã Josefa abriu as cortinas e acendeu a luz vermelha do teto para que todos pudessem vê-la atravessando a grade de ferro da cabine.

A irmã brincou muito, intercalando, periodicamente, a expressão: - estamos com Jesus!

Andou pelo corredor central irradiando luz pelas mãos, os braços abertos, o rosto coberto com um tecido branco transparente, como a gaze, podendo-se notar parcialmente o seu semblante.

As mangas largas passavam sobre as cabeças das pessoas sentadas no corredor.
Sua voz tinha sotaque alemão e assemelhava-se a voz do Padre Zabeu.

Cantaram um hino à irmã Josefa e depois, ela pediu para todos cantarem Parabéns a Você em homenagem ao aniversário do Sr. Benedito.

Acto Contínuo, distribuiu algumas rosas, jogando-as no escuro, sobre o colo de três senhoras, informando antes, que quem as recebesse já havia convivido com ela em outra encarnação.

As senhoras agradeceram emocionadas.

Vem o Atanásio, com sua voz característica, brincou com o pandeiro, fazendo-o girar como um ventilador, dedilhou aleatoriamente as cordas do violão, fez cócegas nos homens da primeira fila e pediu para todos cantarem Índia, que ele acompanhou assobiando muito bem.

As peripécias que ele fazia com o pandeiro fosforescente eu não podia ver em razão da intensidade de luz projectada pelo rosário, agora colocado no pescoço do Sr. Ambrosio.

Meu pensamento então, fixou-se nesta dificuldade, deixando-me indeciso quanto ao que fazer.
Pensei em pedir para este senhor retirar a peça.

Pensei também em não me concentrar neste assunto, pois poderia estar atrapalhando o meio ambiente astral, com a emissão de matéria mental inadequada, entretanto, meu esforço foi em vão (imaginem a força de uma obsessão!) e considerei melhor falar com o Sr. Ambrósio.

Dois ou três segundos depois já estava eu apreciando os malabarismos do Atanásio com o pandeiro, graças a gentileza deste cavalheiro.

Atanásio foi abraçar o médium aniversariante e em seguida ouvimos a voz do Padre Zabeu.
Cumprimentou diversas pessoas da casa, inclusive eu, que surpreendido mas lisonjeado, respondi ao cumprimento satisfeito.

Padre Zabeu então agradeceu as palavras que eu havia dito sobre sua biografia.
Mais surpreso ainda e algo encabulado, disse que não tinha nada que agradecer...

A entidade conversou bastante, projectou luz branca das palmas de suas mãos nas paredes, nos quadros e no tecto.

Irradiou ainda luz azul e vermelha.
Pediu uma prece para ele mudar sua forma de apresentação.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 12, 2011 9:15 am

Continua...

Ficamos alguns segundos na escuridão até que ele acendeu a luz vermelha do teto, deixando-nos perceber que havia mudado suas roupas, apareceu uma parte de tecido vermelho nas costas, não pude perceber outros detalhes.

O dirigente espiritual das sessões de materialização, passeou no corredor central também com os braços estendidos, a cerca de trinta centímetros dos meus olhos.

Ao ver passar suas mãos tão próximas, pensei em verificar se a luz era irradiada por algum aparelho trazido de seu plano.
A mão esquerda do Padre Zabeu passou muito perto de minha visão, emitindo luz, mas segurando alguma coisa...

De súbito, porém, como se ele tivesse captado meu pensamento, retornou a mão sob meu olhar e então percebi que ele segurava o interruptor de luz!
Como é fácil e perigoso tirarmos conclusões precipitadas.

Retornando ao palco próximo a cortina, avisou o espírito amigo que iria trazer um objeto de outra sala.
Dona Benê pediu uma oração e incontinente, a entidade apagou a lâmpada vermelha e se dirigiu para a porta lateral onde eu estava.
Não andava, deslizava, senti suas vestes passando em minhas pernas.

Chegando a porta sanfonada, percebemos a entidade sacudi-la propositadamente, três ou quatro segundos depois, retornava o espírito materializado, com suas mãos iluminando seu corpo, a medida que atravessava a porta.

Disse que havia trazido o objecto mais simples e que naturalmente não deveria estar na sala principal.
Era a pá de lixo!

A plateia bateu palmas.
Parece que todos ficaram contentes pela demonstração que as leis da física carecem de maior amplitude.

Ouvimos comentários: - que beleza! - que humildade!
As músicas se sucediam na vitrola, o Padre Zabeu entrou na cabine e logo ouvimos o som da flauta indicando que a sessão havia terminado.

Na saída, conversei rapidamente com o Sr. Silvio Angelini, médium de efeitos físicos aparentando cerca de oitenta anos.
Estava muito feliz de poder assistir uma sessão em vez de participar como médium.

Disse ter gostado muito.
Estranhou a intimidade que os assistentes têm com os espíritos, estranhou também as palmas e achou excessivas as orações.

Contou que no seu tempo, quando trabalhava com o Sr. Antonio Feitosa, havia quase sempre a voz directa dos espíritos se movimentando em cima das cabeças dos participantes e a vitrola frequentemente levitava.

Eu que tenho visitado diversos grupos que a esse assunto se dedicam, percebo claramente a diversidade de fenómenos que se manifestam espontaneamente, porém sob um rígido controle invisível, mostrando claramente o exercício de uma direcção espiritual.

Acredito que uma pleiade de espíritos de todos os níveis formam uma corrente no sentido vertical, recebendo orientação dos níveis mais elevados para comunicá-la em nosso nível.

William Crokes, Zolner, Bozzano, Aksakof e outros sábios, estudaram muito o assunto, mas só conseguiram dar algumas respostas das muitas perguntas que aguardam nossa evolução moral para serem respondidas.

Nota: o médium hoje só realiza trabalhos de cura.

FIM

Artigo disponibilizado originalmente em http://www.espirito.org.br/portal/palestras/ivan%2Dfranzolim/movimento-e-doutrina.html

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 18, 2011 11:14 am

[Vol. 60, No. 836; julho de 1994, pgs. 45-50]

Revisão do livro O Mágico dos Reis: O Caso de Daniel Dunglas Home e William Crookes
por Gordon.Stein - Prometheus Books, 1993. 140 pp. £19.50.

Tradução: Marcos Arduin
Revisão: Vitor Moura Visoni

De acordo com as notas iniciais Dr Gordon Stein chega a "conclusões novas surpreendentes" sobre Home e Crookes e, em um prefácio entusiástico de James Randi, recomenda o livro como uma "arma eficaz na batalha contra a irracionalidade e a tolice".

Randi diverge aparentemente dos pontos de vista de Stein em considerar o Senhor William Crookes como um palhaço nas mãos de todos os médiuns, visto que o tema levantado por Stein é mais complexo (e menos económico), a saber que enquanto Crookes era um panaca em suas pesquisas com Home, ele foi um descarado patife em relação a Annie Eva Fay e Florence Cook.

O livro é dividido em três secções, as primeiras resumindo a carreira de Florence Cook, a segunda tratando de Crookes, e a terceira, a secção mais significativa, examinando vários aspectos de Home e sua relação com Crookes.

As conclusões são brevemente revisadas em uma quarta parte.
As referências trazem reforço considerável de leitura, e Stein descreve extensivamente sobre "William Crookes e os Fenómenos Físicos de Mediunidade" (Medhurst & Goldney, 1964), escrito extensamente em resposta à obra de Trevor Hall, The Spiritualists (Hall, 1962).

Há um satisfatório índice ligado.

Em nenhum momento Stein finge não ser ele próprio parte interessada e, quando cita Crookes em "Notes of an Enquiry Into the Phenomena Called Spiritual" (Crookes, 1874) ele não pode resistir em inserir "[!]" atrás de toda menção por Crookes da palavra "genuína" (como em "fenómenos genuínos").

Em alguns casos ele se engana, como por exemplo, ao apoiar as descobertas de Myers (que às vezes aparece citado como "Meyers") que testemunhou a mediunidade de Home citado em livros de Home e de sua viúva como sendo transcrições precisas.

O que não é nem de longe exacta é a sua afirmação que ele “teria podido explicar como todos os seus efeitos eram produzidos".
Ele não tem essa capacidade.

Ao revisar este livro é difícil não saltar de um tema a outro, pois é este o modo de como o livro foi escrito.
Subitamente chega-se ao que o autor considera como uma "arma fumegante" achada na mão de Crookes;
a arma que o incrimina é a base da dedução da Stein de que Crookes deve ter sido cúmplice da Sra Fay.

Ele então trabalha nos bastidores, discutindo que se Crookes colaborou com Sra Fay, então ele obviamente teria feito o mesmo serviço para Florence Cook.

Não é tão difícil construir um caso convincente contra a autenticidade das materializações completas de Florence Cook, criaturas aparentemente compostas plenamente de carne e sangue, uma da quais caminhou de braços dados com a criação igualmente sólida de Rosina Showers, uma médium cujos métodos fraudulentos se tornaram conhecidos de Crookes.

É fácil à luz de tantas indicações de fraude desconsiderar o atestado de mediunidade fornecido pelo teste de Cromwell Varley.

Varley prendeu eletrodos aos braços da Florence de um modo que tornaria a remoção de um circuito eléctrico muito difícil, se não impossível (Stephenson, 1966), e ainda assim uma figura materializada apresentou-se, e mais convincente, pois de acordo com o relato de Varley na The Spiritualist, de 20 de março de 1874, ela não apenas apareceu completa, mas também "parcialmente materializada da cintura para cima - as partes mais baixas estavam ausentes".

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 18, 2011 11:15 am

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Formas fantasmagóricas, com partes faltantes são muito mais persuasivas do que aquelas que são indistinguíveis de humanos carnais.

Varley era membro da Royal Society, se especializando em engenharia eléctrica, e ele estava usando seu próprio aparelho, mas Stein não vê nenhuma dificuldade em postular que foi Crookes (descrito nos relatórios como também presente e como um dos "observadores") que teria assumido o lugar de Varley na tarefa de prender electrodos aos braços de Florence, e que ele teria vindo equipado com resistores para inseri-los no circuito, em lugar da médium, de forma que ela estaria livre para personificar uma materialização.

Isto tudo parece altamente improvável devido à observação de Varley sobre a condição de como ele encontrou Florence ao final da sessão:
"Os soberanos (moedas de ouro), papéis mata-borrões e arames estavam exactamente como eu [e não Crookes] os deixei, a saber, presos a seus braços por pedaços de elástico."

Nenhuma declaração poderia ser mais clara.

Stein rejeita a argumentação de Hall de que Crookes foi motivado a ajudar Florence na fraude porque ele teve (supostamente) um caso com ela, e pode-se ver que isto introduziria uma motivação presumivelmente ausente no caso da Sra Fay.

É este teste, onde Crookes foi mestre de cerimónia, que é o cavalo de batalha da argumentação de Stein da “arma fumegante”.

Sra Fay era uma artista, e qualquer um que se empenhasse em executar actos de quase-mediunidade no palco presume-se que tivesse um reportório fraudulento.

Que tal pessoa pudesse ter esporadicamente poderes mediúnicos genuínos não é uma possibilidade que Stein esteja disposto a admitir;
ele "prefere lidar apenas com aqueles que nunca foram pegos em fraude".
(Assim como todos nós, mas devemos observar os fenômenos como eles mesmos se apresentam e não como gostaríamos que eles fossem).

Stein discute se Crookes supervisionou correctamente a Sra Fay enquanto ela segurava os terminais que deveriam fechar a corrente, e aí então ela não poderia ter-se libertado;
mas ela se libertou mesmo assim e, a um dos presentes, Serjeant Cox, pareceu isso.

Daí então, vai o argumento: Crookes deve ter colaborado com ela para permitir-lhe escapar.

Havia quatro testemunhas do teste com a Sra Fay e apenas uma dos quais nos dá conta dos procedimentos de Crookes, informa-nos ter sido convidado por seus colegas científicos (dois deles especificados para serem FRS) a ir à frente dele na biblioteca e inspeccionar o aparelho, e eles o inspeccionaram para ver se existia qualquer modo de se poder burlá-lo.

Eles estavam portanto familiarizados com o terminal do aparelho tal como Crookes, que parece que estava ocupado, monitorando e ajustando o deflector do galvanómetro em outro aposento.

A fixação dos terminais era muito mais simples do que no teste de Varley com Florence Cook, pois ao médium era simplesmente exigido que segurasse os terminais.

É facilmente concebível que um de seus colegas permaneceram com Sra Fay enquanto Crookes continuava a ajustar os controles.

Que Crookes, assim como Varley, não achou necessário dizer exactamente o que fez para assegurar que mãos da Sra Fay ficaram onde deveriam ter ficado é realmente lamentável, mas é também perfeitamente crível.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 18, 2011 11:15 am

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Evidentemente nenhum destes cavalheiros científicos imaginaram ser possível que uma mulher tivesse adquirido a habilidade e conhecimento especializado para se substituir por resistores satisfatórios, então quando a leitura indicava um corpo humano no circuito, isto foi considerado prova conclusiva de que a Sra Fay segurava os terminais como determinado.

Assim, de maneira alguma se é forçado a concluir que Crookes foi cúmplice da Sra Fay.

Para justificar tal enorme impropriedade da parte de um investigador, tem que se propor alguma motivação poderosa.

Esta é explicação de Stein: "Crookes era um espiritualista convicto e ele queria conferir ao espiritualismo um status científico:
um cientista investigou o espiritualismo e o pronunciou como genuíno.

É bem forçado pensar que Crookes estivesse tão cheio deste desejo que ele passaria vários anos falsificando seus resultados a fim de enganar seus colegas cientistas e o público, mas é a única conclusão que parece fazer sentido diante dos fatos que temos."

Realmente é impressionante, não só que Crookes tenha posto em jogo sua própria integridade, mas também ele próprio ter se colocado em risco considerável de chantagem.

Stein levanta esta teoria do cruzado fanático pelo espiritualismo devido à morte do irmão, Philip Crookes.
Crookes era certamente um homem muito dedicado à família e pareceu sentir a perda profundamente.
Mas havia alguns vitorianos que não sofreram perdas semelhantes.

Ele pode ter realmente uma motivação forte para acreditar em sobrevivência (uma motivação compartilhada pela maioria das pessoas) mas não existe nenhum resquício de evidência de que ele se tornou enlouquecido — a menos que talvez Stein defenda a visão que alguém que pesquise o paranormal e fique convencido de suas descobertas seja ipso facto enlouquecido.

Crookes nunca foi de facto, como Stein declara, "um espiritualista convicto", tendo reservas contínuas sobre a autenticidade de comunicações.

Ele estava suficientemente convencido sobre a existência de entidades espirituais, mas isto, se tanto, torna a sobrevivência humana mais difícil de estabelecer e não mais fácil.

Seus testemunhos e experiências com D. D. Home nos anos de 1870 convenceu-o de facto que aquela 'força psíquica' era real, mas sua relação com as entidades espirituais eram, de resto, oblíquas.

Stein parece estar completamente confuso sobre o significado e âmbito do espiritualismo; deste modo ele diz:
"Ou o espiritualismo é verdadeiro e as manifestações de Home são genuínas, ou espiritualismo é falso e as manifestações de Home também o são."

As experiências com Home que Crookes tentou trazer à atenção de seus colegas cientistas podem de facto estar completamente dissociadas do espiritualismo, e elas podiam ser genuínas enquanto as reivindicações do espiritualismo (comunicação, sobrevivência, etc.) podiam ser bem fundamentadas, ilusórias ou falsas.

Algumas das simplificações da Stein são desoladoramente simples.

O raciocínio às avessas da “arma fumegante” em vez de esclarecer as coisas sobre as pesquisas de Crookes com Home, tem um efeito perturbador na perspectiva histórica.

O trabalho com Home deve, com razão, ter predisposto Crookes a acreditar que outros médiuns seriam capazes de exibir poderes espectaculares.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 18, 2011 11:15 am

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Florence Cook podia muito bem ter fraudado a maior parte do tempo e, se Crookes falhou em pegá-la em flagrante, isto sugere que ele se conteve em usar táticas mais rudes, necessárias em tais casos.

Em seu modo de pensar isto poderia ser visto como comportamento cavalheiresco em vez de controles negligentes.

Julgando do ponto de vista emotivo, ele escreve sobre Katie, soando como se ele estivesse enfeitiçado e, quando ele viu o que supôs ser a permissão de Florence para ele entrar no gabinete enquanto Katie caminhava pelo quarto, ele bem poderia achar desrespeitoso sondar o corpo reclinado.

Talvez em algum canto não confesso de sua mente, ele tivesse medo do que ele poderia encontrar se forçasse a barra.

Sua aposentadoria das atividades de pesquisa psíquica pode ter sido devido à sua realização, à quebra do feitiço de Katie, uma vez que suas pesquisas com Florence não seguiram o padrão daquelas com Home.

É um caso muito diferente de se envolver numa fraude escancarada.

Finalmente vamos para Home e podemos começar com o fantasma visto por Crookes, sua esposa, Stainton Moses e Serjeant Cox.

Stein descreve este incidente colocando-o debaixo do cabeçalho geral de "Malobservation", na base de que das três testemunhas que deram depoimentos independentes nem todas mencionaram todas as características.

Crookes, escrevendo no Quarterly Journal of Science, janeiro de 1874, incluiu isto entre seus resumos de fenómenos que observou.

Ele descreveu como durante uma observação com Home, uma forma fantasmagórica veio de um canto do quarto, começou a tocar o acordeão, e flutuando, continuou a tocá-lo por alguns minutos, até que ela veio perto de uma senhora, que gritou, no que o fantasma desapareceu.

A Sra Crookes, vinte anos mais tarde (e obviamente a pessoa mais próxima no momento) acrescentou o detalhe inesquecível que ela afundou através do chão ainda tocando o acordeão, e que Serjeant Cox afirmou que ela "estragou a melhor manifestação que nós já tivemos".

Por que então, pergunta Stein, acusativamente, Stainton Moses em seu próprio testemunho não menciona o acordeão?

Obviamente entendemos por esta pergunta que o incidente deve ser rejeitado como sendo real.

Mas de pessoas vendo um incidente de ângulos diferentes não se pode esperar que tenham experiências idênticas nem que elas escrevam relatórios idênticos.

O fantasma estava encarando e lançando-se sobre a Sra Crookes, que estava sentada separada dos outros;
Home, que estava em pé junto à porta aberta, pode ter atrapahado a visão do fantasma por Moses e o acordeão podia muito bem ter sido obscurecido pelo torso do fantasma.

Na excitação gerada pelo pânico da Sra Crookes e a reprovação de Cox, Moses pode não ter apreciado o papel do acordeão.

Isto não é uma defesa forçada: tal relato divergente (mas não contraditório) é típico de declarações de testemunhas confiáveis para eventos comprovadamente reais.

Sobre o comentário reputado de Cox, considerando que em outros contextos, Stein recomenda Cox por seu bom senso e aproximação céptica, ele agora está muito pronto para desqualificar a melhor manifestação que eles já tiveram.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 18, 2011 11:16 am

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Se a assim chamada malobservation é um repositório de toda a explicação, isto levaria a considerar para a convicção de Stein que ele explicou muito bem todos os fenómenos de Home.

Outras coisas 'explicadas' incluem as experiências celebradas com a lousa e com o acordeão.

A primeira experiência da lousa, testemunhada por William Huggins, entre outros, e provavelmente a experiência mais bem elaborada da série, é amplamente descrita, mas liquidada em apenas duas linhas:
"A experiência de Crookes foi criticada pelo Professor C. G. Stokes, da Sociedade Real."

Isso soará ao leitor não familiarizado como se um perito altamente qualificado tivesse demonstrado que havia um erro no método experimental, quando de facto as observações de Stokes eram tolices completas e cientificamente absurdas, tanto que Crookes publicou uma resposta à qual Stokes não replicou.

Nenhuma menção é feita de variantes posteriores nas quais a lousa se inclinou para baixo na extremidade oposta, enquanto Home se sentou na outra extremidade, com suas mãos seguras, ou com suas mãos na mesa, ou com uma mão próxima da lousa mas sem tocá-la.

Finalmente somos informados que isto deve, em todo caso, ter sido feito por linhas pretas, evocando um método cruamente óbvio que Crookes, que diz "tomou todo cuidado para excluir... a fraude", deve ter considerado seguramente.

São-nos oferecidas algumas explicações divertidas sobre o acordeão que toca sozinho, mas novamente elas falham em lidar com os fenómenos reportados.

Sem surpresas, Stein nos diz que Home, enquanto segurava o acordeão debaixo da mesa, podia faze-lo subir e descer por meio de um empurrão discreto;
mas não somos informados qual truque ele usou quando ele tirou sua mão e o acordeão continuou a tocar, ou como ele fez o acordeão mover-se ao redor e tocar nas mãos de outros presentes;
ainda menos é feita qualquer sugestão de como ele podia ter sido induzido a flutuar em torno do quarto enquanto tocava.

Somos informados de que o som de um acordeão pode ser feito por alguém com uma harmônica minúscula em sua boca e tocando melodias nesta.

Seria bom ter alguns detalhes. Uns sons de flauta minúscula como um flautim e uns sons de violoncelo minúsculo como um violino;
pelas mesmas razões esperar-se-ia que uma harmónica minúscula soasse como um par de apitos de lata.

Se por outro lado ela é uma seção pequena do tamanho total de um instrumento, eu penso como é possível segurar isto discretamente na boca, alterando notas (de alguma maneira), enquanto modula-se a respiração para dentro e para fora, fazendo soar o instrumento e, ocasionalmente, cantando também.

Parece que se espera que engulamos camelos volumosos e indigestos só porque vieram do estábulo de um mágico.

E embora admita a ideia de que os testes de fogo de Home pudessem ser ilusórios, eu queria definitivamente saber mais sobre o que nos foi dito brevemente acerca de lenços resistentes a fogo.

Quando vem com suas acusações de fraude contra Home, o céptico de repente perde toda restrição e, enquanto Crookes, Cox, Moses et al devem ter sido vítimas de má observação, a palavra de um Zé-Ninguém é considerada boa o bastante para estabelecer que Home foi visto fazendo truques com seu pé.

De todas as fraudes alegadas a menos preocupante concerne a uma ladainha sem nexo sobre um frasco de óleo fosforecente (úteis para simular luzes de espírito).

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 18, 2011 11:16 am

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Parece que alguém, em algum lugar, viu Home examinando este frasco, que estava numa abóbada sob a lareira e que Home pegou-o para observar, e aí o observador anónimo pegou o frasco e o observou.

Desconhecemos, e evidentemente Stein não se importa, se isto aconteceu nos próprios quartos de Home ou em outro lugar.

Se Home estava em seus próprios aposentos, ele dificilmente precisaria fazer um exame e podia perfeitamente ele próprio embolsar o frasco se pensasse que seria incriminado.

Se o incidente aconteceu nos quartos de outra pessoa, como isso incriminaria Home, e o que autorizou ao observador tomar o frasco ou atribuí-lo como pertencente a Home?

Stein não vacila em se referir a este incidente como um exemplo de Home sendo "flagrado".

Um crítico que queira fazer como missão da sua vida desacreditar os fenómenos de Home teria uma tarefa grande em suas mãos e teria que produzir um tomo muito significativo.

O que pode ser feito bastante prosperamente em algumas milhares de palavras plausíveis é para dar a impressão às pessoas que sabem pouco ou nada sobre o assunto, que uma explicação lúcida em termos de manipulação foi dada para todas as manifestações relatadas e que isto, nitidamente embaladas em 45 páginas de leitura fácil, é tudo que eles precisam saber sobre Home.

Para as pessoas ocupadas buscando limitar suas listas de leitura ao essencial, uma mensagem deste tipo vem ilusoriamente como boas notícias.

Crookes teve seu nome enegrecido mais de uma vez, e é uma pena que George Medhurst não esteja aqui para executar um novo trabalho de reabilitação erudita.

Eu posso apenas esperar que leitores deste Journal não verão este sumário apresentado atrativamente como a autoridade última em qualquer coisa ou alguém.

MARY ROSE BARRINGTON
20 Denbigh Gardens Richmond,
Surrey. TW10 6EN


Referências

Crookes, William (1874)
Notes of an enquiry into the phenomena called spiritual during the years 1870-1873.
Quarterly Journal of Science.

Hall, Trevor H. (1962)
The Spiritualists: The Story of Florence Cook and William Crookes.
London: Duckworth.

Medhurst, R. G. and Goldney, K. M. (1964)
William Crookes and the physical phenomena of mediumship.
ProcSPR 54, 25-157.

Stephenson, C. J. (1966)
Further comments on Cromwell Varley's electrical test on Florence Cook.
ProcSPR 54, 363.

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 19, 2011 10:01 am

The Sorcerer of Kings:
The Case of Daniel Dunglas Home and William Crookes. - book reviews

Journal of Parapsychology, The, Sept, 1994 by John Beloff

Quando eu soube que a Prometheus tinha publicado outro livro sobre D. D. Home, imaginei que novidades ele traria.

Gordon Stein aceita a tese do falecido Trevor Hall[1] de que Home era um prestidigitador que fez sua fama e fortuna tapeando espiritualistas crédulos.

Somente a Terceira Parte deste fino volume, entretanto, é dedicada a Home e a seus fenómenos;
o resto do livro é uma tentativa para desacreditar Sir William Crookes como a principal testemunha cujos experimentos com Home em seu próprio laboratório foi “o único estudo científico do espiritualismo que concluiu que tais fenómenos eram genuínos” [enfase do autor].

Antes de prosseguirmos considerando o caso de Stein contra Crookes, uma palavra ou duas sãos necessárias concernente a seu peculiar uso do termo espiritualismo.

Em sua introdução, ele escreve:
“Ou o Espiritualismo é verdadeiro, e as manifestações de Home genuínas, ou o espiritualismo é falso, e as manifestações de Home também são falsas.”

Não surpreendentemente, Stein chega à conclusão de que as manifestações de Home eram falsas.

Agora é perfeitamente verdadeiro que, naquela época, os fenómenos físicos da mediunidade eram frequentemente referidos como fenómenos espiritualistas, e, de facto, o próprio Crookes batiza seu livro de 1874 de Researches in the Phenomena of Spiritualism[2].

Mas para o leitor moderno, a única questão de interesse não é se os fenómenos de Home eram engendrados por espíritos desencarnados mas se eles eram “paranormais”.

No discurso parapsicológico contemporâneo, era Home um indivíduo dotado de macro-PK ou era um prestidigitador?

Que a maioria dos médiuns físicos atribuíam seus poderes a espíritos é algo sobre o qual o falecido Kenneth Batcheldor teria muito a dizer, mas que é complemente irrelevante para a questão que ainda interessa aos parapsicólogos.

Existem, no fim das contas, pessoas na China que alegam possuir poderes de macro-PK mas que nunca tiveram qualquer conexão com o espiritualismo.

Assim, o pensamento do autor de que é necessário despejar desprezo nas crenças espiritualistas mostra que ele está confuso.

Assim, quando ele chega a discutir sobre Florence Cook (uma médium muito mais suspeita do que Home) ele outra vez discorre longamente sobre o absurdo de aceitar a própria declaração de “Katie King” como o espírito de uma mulher há muito tempo morta.

Mas não há mais necessidade em aceitar sua história em valor de face assim como não há necessidade para aqueles que agora investigam desordem de personalidade múltipla aceitar como verdade literal os pronunciamentos de uma dada outra personalidade.

A única pergunta relevante sobre “Katie King” é: era ela uma materialização ou um baile de máscaras?

O ponto crucial deste livro é a contenda que William Crooks nunca foi desde o início uma testemunha imparcial porque, do tempo em que perdeu seu irmão Philip, que morreu no mar em 1867, ele era ao menos um simpatizante espírita.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 19, 2011 10:01 am

Continua...

Por um relatório por Edward Cox no The Spiritualist de março de 1875, concernente a um teste que Crookes executou na médium Ana Eva fay em que ele usou o controle eléctrico especial de resistência introduzido por Cromwell Varley, Stein chega, relutantemente, à conclusão que “Crookes foi um planeador activo na fraude que a Sra. Fay ia executar perante um grupo de colegas científicos de Crookes”.

Talvez nenhuma acusação mais incriminadora que esta jamais tenha sido levantada contra um distinto homem de ciência, mas o autor não se acanha e vai daí a considerar os negócios de Crookes com Florence Cook.

Ele outra vez vem à conclusão que Crookes não podia estar ignorante das fraudes de Florrie e que a única pergunta é por que ele escolheu desconsiderá-las e pronunciou-a genuína.

Na questão da motivação, Stein difere de Trevor Hall, que, num livro anterior, tinha argumentado que Crookes era seu amante e tinha concordado em endossar sua mediunidade em troca de seus favores sexuais.[3]

Isto nunca pareceu muito plausível - é qualquer mulher tão sedutora ou qualquer homem tão desprezível? - e Stein não tenta defender isto.

Sugere, em vez disso, que:
Crookes era um espiritualista convicto, e quis dignificar o espiritualismo com um carimbo científico:
um cientista tinha investigado o espiritualismo e tinha-o pronunciado genuíno.


Hesita a mente pensar que Crookes era tão imbuído com este desejo que ele gastaria vários anos fingindo seus resultados para enganar seus companheiros cientistas e o público, mas é a única conclusão que parece fazer sentido dados os factos que temos.

Isto, de facto, confunde a mente, mas faz sentido mesmo nos próprios termos de Stein?

O autor dedica o Capítulo 3 às sessões em conjunto que Florence realizou com sua amiga e companheira médium Rosina Showers.
Mas ele não parece compreender que esta situação compromete sua própria hipótese, como a de Trevor Hall.

Se a única razão de Crookes para apoiar Florence era gozar seus favores, como Hall sustentava, por que diabos ele quereria trazer Rosina Showers neste arranjo cómodo com todos os riscos de chantagem às quais ficaria exposto, e, ainda mais ao ponto, por que, tendo feito isso, ele então denunciaria a Senhorita Rosina Showers como uma fraude e ameaçado expô-la?

Mas igualmente, se, como Stein argumenta, acreditou que por endossar a Senhorita Cook que ele estava de qualquer maneira promovendo o espiritualismo, mesmo sabendo ser ela uma fraude, outra vez somos levados à pergunta:
por que ele teria ameaçado expor sua amiga, a quem ele igualmente deve ter sabido do começo que também era fraudulenta?

Além do mais, faz sentido argumentar que, por endossar médiuns fraudulentos, Crookes de alguma maneira calculou que promovia o espiritualismo?

Há, de facto, tal coisa como fraude piedosa, e nenhuma dúvida que alguns médiuns podem aplacar sua consciência por enganar seus fregueses com o pensamento de que estão, afinal de contas, promovendo a fé.

Sugerir, no entanto, que Crookes era uma parte de tal fraude é antes como sugerir que um católico piedoso alegremente protegeria um sabido impostor que nunca tinha sido ordenado mas que alegremente andava por aí tomando a confissão e oferecendo a absolvição!

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 19, 2011 10:02 am

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Um espiritualista piedoso, se é isso o que Crookes era, estaria estupefacto sobre o pensamento de proteger uma fraude descarada.

É, reconhecidamente, difícil de fazer sentido o episódio Florence Cook sobre qualquer base, mas isso não é nenhuma desculpa para oferecer explicações que simplesmente não funcionam.

Deixe-nos, no entanto, voltar ao tema principal deste livro, D. D. Home, que é, pace Stein, de longe mais importante à história da parapsicologia que à causa do espiritualismo.

Espiritualistas modernos são muito mais possíveis de achar inspiração nos grandes médiuns mentais como a Sra. Piper ou a Sra. Leonard do que nos médiuns de efeitos físicos espetaculares como Home ou Palladino.

Um dos capítulos mais interessantes aqui lida com os fenómenos de Home, e Stein, ele próprio um mágico, tem algumas sugestões interessantes a fazer sobre o que, afinal de contas, todos nós estamos ávidos por saber: Como fê-lo?

Fiquei interessado em saber aqui que aqueles alongamentos do corpo podem ser obtidos por meio natural, e ele menciona um C. E. Willard, que executou este acto em um teatro de variedades ao redor de 1910 e calculou-se esticar algumas 8 polegadas (20 cm) a mais.

Agora podia ser que Home treinou para produzir este efeito no próprio corpo, mas não procede que, se um ginasta perito pode conseguir algo, qualquer um pode fazê-lo.

Home era frágil e tinha tuberculose, mas pôde, numa ocasião, elevar-se em onze polegadas (28 cm) a mais.

No entanto, isto era um fenómeno periférico no repertório de Home, e nada de importante segue daí ainda que concedamos ao autor seu ponto.

Mais do mesmo pode ser dito da resistência de Home ao calor e à chama, outra característica menor do seu reportório.

Há, ele conta-nos, tais coisas como lenços resistentes ao fogo (estavam estes disponíveis em 1871?) e muitos mágicos hoje em dia “incorporam um truque de ‘resistência ao fogo’ em seu reportório”.

Quanto ao acordeão que pretensamente tocava quando Home não encostava nas teclas, Stein menciona a existência de uma pequena harmónica que pode ser ocultada na boca.
(De acordo com Randi, um certo Sr. W. L. Gresham, que se preparava para escrever um livro sobre Home, tinha descoberto uma tal harmónica diminuta entre os efeitos de Home.
Eu me lembro de Randi mencionando este artifício há alguns anos na ocasião quando Stanley Krippner e eu visitamo-lo no seu lar
).

Stein sugere que a harmônica seria bem escondida atrás do amplo bigode de Home mas ele não explica se Home teria tido que usar a sua mão ou se apenas a língua seria suficiente para operar este artifício.

Mas eu não quero soar grosseiro, e poderia ser que o desempenho inteiro fosse de facto uma fraude.

De qualquer forma isto não me chocaria nem particularmente ficaria surpreso em saber que um médium de efeitos físicos genuíno se curvava à trapaça de quando em quando.

No caso de Palladino, todo o mundo soube que ela empregava trapaça, mas ainda pensaram que valia a pena testá-la até o fim.

Isto me leva, finalmente, à realização suprema de Home, a levitação das mesas.
Stein descarta a possibilidade que Home talvez tivesse tido um cúmplice.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 19, 2011 10:02 am

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No entanto, ele conta-nos sobre um artifício que pode ser usado por só uma pessoa e fazer mesmo a mesa mais pesada virar.
Trata-se uma barra de aço articulada coberta com veludo preto.

Pode ser ocultada sob a capa, e então deslizada e posicionada sob o centro de uma mesa pesada de sessão espírita.
A barra tem um “estribo” na extremidade mais próxima ao médium.

Por pisar o estribo, a mesa pode ser “alavancada” fazendo-a inclinar-se.
A vantagem deste artifício é que funciona mesmo com as mesas Vitorianas mais pesadas usadas para sessões espíritas.

É esta, então, a resposta ao enigma de D. D. Home que confundiu as gerações de pesquisadores psíquicos?

Bem, como dizem, eu acreditarei nisto quando o vir.

Stein e Randi são bem-vindos a visitar-me em casa, onde eles podem tentar levitar minha mesa da sala de jantar (um pedaço modesto de teca de projecto dinamarquês, sem comparação com as imensas mesas de mogno com que Home teve que enfrentar) a uma altura de, digamos, 3 ou 4 pés do chão por 2 ou 3 minutos.

Eu não insistirei em algo mais forte que a luz de vela, ainda que Home às vezes executasse em luz do dia.

Se forem bem sucedidos comigo revistando ao redor e sob a mesa na procura de artifícios (como acontecia em algumas das sessões de Home), concederei vitória e unirei-me ao CSICOP!

Mas, brincadeiras à parte, Randi garante-nos que as pessoas como Paul Daniels hoje em dia produzem maravilhas de longe bem maiores que Home jamais pôde alcançar “enquanto testemunhado por literalmente milhões de pessoas via televisão ou ao vivo num teatro”.

Mas esse é exactamente o ponto.
Poderia Daniels produzir estas maravilhas a curto prazo, em locais de sessões privadas ou em quartos de hotel, como Home foi capaz de fazer por 20 anos?

Stein faz muito do facto que, como Home era capaz de permitir algum controle quanto a quem era admitido em suas sessões, ele nunca foi verificado por mágicos.

Isto não é estritamente verdadeiro.
Na França e Itália alguns mágicos conseguiram se infiltrar em suas sessões.

Por exemplo, um M. Cante (sucessor de Robert-Houdin como o mágico francês mais famoso dessa era) conseguiu colocar-se numa sessão em conhecimento de Home em Paris em 1857 e mais tarde atestou que “qualquer que seja o poder, não era um truque de mágica”.

Stein menciona o processo Lyon contra Home para demonstrar o embusteiro que ele era, mas não menciona que, embora o julgamento tenha sido dado contra Home, o juiz declarou a querelante, Sra. Jane Lyon, como uma mentirosa sem princípios que constantemente se contradisse.

No entanto, ao autor deve ser dado crédito por citar livros que tentam defender Home, notavelmente aqueles por Brian Inglis e por Elizabeth Jenkins.

Uma omissão notável é uma biografia excelente de Home pelo historiador holandês, falecido George Zorab.
No entanto, embora este livro tenha sido traduzido para o inglês, até agora só foi publicado em italiano e holandês; então tem uma desculpa.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 19, 2011 10:02 am

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Por outro lado, ele supervisionou o artigo de Zorab na visita de Home a Amsterdã em 1858.[4]

Isto é um pena porque, nesse ocasião, Home foi o convidado de um grupo de céticos que eram, talvez possamos dizer, o CSICOP de sua época e publicavam o seu próprio jornal, De Dageraad (O Alvorada).

Tinham a todo custo fazê-lo tropeçar e expor suas pretensões.

As sessões foram feitas no hotel onde Home permanecia e foram assistidas por não menos que 10 pessoas sentadas ao redor de uma mesa circular grande de mogno.

Aqui, em tradução, está um extracto do relatório como publicado no Dageraad de 1858 por um Dr. F. C. Gunst:

Durante a primeira sessão, pois tivemos três sessões, duas à noite e uma ao meio-dia, a mesa começou a fazer um movimento, deslocando-se em direcção ao lugar onde o Sr. Home sentava-se.

Aqueles sentados ao lado do Sr. Home da mesa foram solicitados a tentar parar este movimento;
isto, no entanto, eles não podiam fazer.

No outro lado da mesa (i.é. do nosso lado) a mesma manobra foi tentada, mas igualmente sem sucesso.
Quando a mesa tinha parou, batidas foram ouvidas vindas de todas as partes da sala.

Nós então pedimos à mesa para bater numa certa maneira, e para tantas vezes quanto indicássemos.
Este desejo foi realizado plenamente.

A mesa agora começou a elevar-se de um lado, e embora eu não deseje alegar que foi levantada tão alto que os candelabros colocados no topo necessariamente iriam perder seu equilíbrio e cair, o facto permanece que a mesa levantou tão alto que todos nós ficamos muito amedrontados de que caíssem.

Foi neste momento que a elevação da mesa também aconteceu apesar do facto que alguns de nós tentaram a duras penas impedir a mesa de subir e que nosso D.Phil. tirou as suas mãos ele e, com uma luz na sua mão, [minha ênfase!] agachou-se em suas ancas sob a mesa para investigar.

Claramente, então, algo mais aqui que o uso de algum artifício mecânico foi envolvido para içar as mesas!

Este livro é dedicado ao falecido Eric Dingwall, cuja fotografia adorna seu frontispício.
Dingwall está nos livros bons do autor porque em 1966 publicou um panfleto, The Critic’s Dilemma [O Dilema do Crítico], em que ele se posiciona ao lado de Trevor Hall em sugerir que Crookes deve ter estado em conluio com Florence Cook.

É extraordinário, portanto, que o autor não prestou nenhuma atenção aos pareceres de Dingwall sobre Home além de incluir na bibliografia uma referência a um capítulo no seu livro de 1947, Human Oddities [Excêntricos Humanos], pois o facto é que Dingwall manteve até que o fim que o problema de Home nunca tinha sido resolvido.

Assim, em 1953 Dingwall publicou uma carta que ele tinha descoberto na biblioteca do 25 Conde de Crawford.[5]

Era uma longa carta escrita pelo Conde (então Senhor Lindsay) a sua cunhada Mary Anne Lindsay.
Um certo Major Gregorie tinha-o convidado, em 1856, a permanecer na sua vila em Florence e estar presente nalgumas sessões com Home.

Dingwall conta-nos:
“O conteúdo da carta revela o escritor como um observador notavelmente cuidadoso e agudo.

Está pleno de detalhes nítidos e meticulosos concernente à casa do Major gregorie, a história dos seus parentes, a aparência e história da família do médium e a natureza dos fenómenos observado”.


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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 19, 2011 10:03 am

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O senhor Lindsay esteve presente só na terceira das três sessões, mas, depois de descrever duas sessões surpreendentes como testemunhadas pelo seu cunhado, Robert Lindsay, ele então descreve o que ele pessoalmente testemunhou.

Cito do artigo de Dingwalls:

Depois que o resto do círculo tomou seus lugares, com Home sentando entre a Sra. Baker e a Senhorita Crossman, as manifestações normais ocorreram.
Batidas começaram quase imediatamente no lado inferior da mesa, e então “a mesa começou a vibrar, e então as cadeiras;
e então o chão e então o lugar inteiro tremeu e sacudiu, enquanto a porcelana chocalhou na mesa no extremo distante da sala”.
[6]

Ao olhar sob a mesa o Senhor Lindsay nada via excepto os pés das pessoas presentes [e presumivelmente a perna central que a apoiava].
Mas logo depois a mesa “se elevou repentinamente no ar por cerca de meio minuto, oscilando em direcções diferentes - eu outra vez olhei sob a mesa, enquanto ela se movia, mas não havia nada visível - e então veio para baixo outra vez bem suavemente. . . . “.

Dingwall conclui com uma discussão das possíveis explicações contrárias: esse Senhor Lindsay e Robert Lindsay eram mentirosos;
que todo em questão ficaram alucinados; ou que Home fez tudo por truques.
Nenhuma destas ele considera remotamente plausível.

Dingwall morreu em 1986, quatro anos antes de seu centenário.
Mas viveu para revisar The Enigma of Daniel Home[7] pelo seu amigo Trevor Hall.
A revisão foi publicada no Zetetic Scholar durante agosto de 1987.

Esta prolongada revisão acaba com as palavras:
A lição principal a ser aprendida deste livro é que o enigma de D. D. Home permanece um enigma, e não há nenhum sinal de ser resolvido.

Tivesse Dingwall vivido para revisar este livro por Gordon Stein, eu não penso que suas conclusões teriam mudado.

O Dr. Stein é um bom acadêmico que faz seu dever de casa e consulta fontes originais, mas ele é estranhamente descuidado quando vem a verificar o esboço final.

No segundo parágrafo da página 24, Elizabeth Jenkins é três vezes referida pelo nome, mas na quarta vez, ela tornou-se Senhorita Perkins!
Frederic Myers é mencionado muitas vezes, mas seu sobrenome é escrito “Meyers”!
Sra. Guppy era Senhorita Nichol, não Sra. Nichols.
Aksakov não era professor; era um Conselheiro Imperial do Czar.

JOHN BELOFF Department of Psychology University of Edinburgh 7 George Square Edinburgh EH8 9JZ Scotland U.K.

[1] Trevor Hall (1984), The Enigma of Daniel Home: Medium or Fraud?
Buffalo, NY: Prometheus Books.

[2] “Factos Espíritas” no Brasil.

[3] Trevor Hall (1984), The Medium and the Scientist, Buffalo, NY: Prometheus Books [reprint of his The Spiritualists, London, 1962].

[4] G. Zorab (1970), Test sittings with D. D. Home in Amsterdam (1858), Journal of Parapsychology, 34, 47-63.
[5] E. J. Dingwall (1953), Psychological problems arising from a report of telekinesis, British Journal of Psychology, 44, 61-69.

[6] Este assim chamado “efeito terremoto” era uma característica regular das sessões de Home.
[7] Refere-se à nota de rodapé 1.

§.§.§- O-canto-da-ave
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Materializações Empty A Investigação Scole e o The Sunday Times

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 20, 2011 11:11 am

David Fontana

Os leitores podem ter ficado interessados para ver o artigo de Bryan Appleyard sobre a investigação de Scole no The Sunday Times de 27 de junho de 1999.

No artigo Appleyard levanta algumas apreensões pessoais sobre o grupo de Scole, que realizou sessões de fenómenos físicos de 1993 a 1998, e também critica a investigação neste trabalho executado por três membros desta Sociedade.

Este não é o local para entrar numa discussão da genuinidade ou das actividades em Scole.

Uma tentativa de fazer isto foi feita no relatório submetido pelos investigadores à Sociedade, e é somente com as referências de Appleyard a este relatório que eu aqui estou preocupado.

Para aqueles com nenhum conhecimento do caso, deixem-me dizer em resumo que o grupo de Scole publicou em detalhes em seu boletim de 1994 em diante uma variação de fenómenos físicos que eles alegaram assistir em suas sessões regulares num porão adaptado sob a residência de dois membros do grupo em Scole (posteriormente quatro pessoa), em Norfolk.

Estes fenómenos incluíram, entre muitas outras coisas, imagens em películas obtidas por meio aparentemente paranormal.

Monty Keen (apoiado pelo Professor Ellison e subsequentemente por mim mesmo) obteve permissão do grupo para assistir algumas de suas sessões para investigar os processos.

Um registo foi mantido de nossas consequentes experiências, e resumido num longo relatório (primeiramente num esboço e mais tarde numa versão revisada) a que Appleyard chama a atenção no seu artigo.

Infelizmente suas críticas do relatório e os detalhes que ele dá concernentes são ou incorrectos ou enganadoramente incompletos.

Analisarei cada um destes, citando suas palavras e fornecendo meus comentários sobre eles.

1. "Notícias do grupo de Scole alcançaram a SPR...
Uma equipe foi estabelecida
(para investigar)."

Incorrecto.
A investigação foi iniciada alguns meses antes de qualquer envolvimento da SPR, e foram os próprios investigadores que trouxeram o caso à atenção do Conselho da SPR (minha própria visão era de que nada deveria ser dito aos colegas a menos que e até que nós obtivéssemos o que eles talvez considerassem como evidência irrefutável, mas meus companheiros investigadores acharam inapropriado não procurar a cooperação de outros e obter se possível convites para eles também assistirem às sessões).

2. "Os investigadores tinham decidido os fenómenos não somente eram genuínos mas também forneciam certa evidência de sobrevivência humana depois da morte."

Incorrecto.
Nosso relatório não se refere a nenhuma de tais decisões.
Além do mais, Appleyard não procurou meus pareceres pessoais nestas questões nem me entrevistou na preparação do seu relatório, e assim não tem nenhuma autoridade para falar por mim.

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