LUZ ESPÍRITA
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CINQUENTA MISSIVAS - MARIA NUNES/João Nunes Maia

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 19, 2019 10:16 am

Carta aos Juízes de Menores
A criança é uma plantinha tenra, que amanhã pode ser um carvalho gigantesco e benfeitor.
Tomando maior incremento, o problema do menor, neste fim dos tempos, assusta-nos sobremaneira, mas somos forçados a dizer que ninguém tem culpa de ninguém sofrer.
Não é por isso que vamos cruzar os braços frente a todas e quaisquer dificuldades dos outros, que são nossas também.
É justo que cada um se esforce onde foi chamado para tal.
O chefe da nação deve procurar, por todos os meios, estabelecer a paz e a harmonia, em todas as latitudes da vida em seu país; caso isso não aconteça, ele fez a sua parte.
O médico deve, acima de tudo, ter o maior interesse em curar o enfermo; caso não aconteça, a sua consciência estará tranquila.
O construtor deve empreender todos os seus esforços para que os fatos não contradigam a sua sinceridade; se porventura acontecer algo inesperado, a consciência o conforta.
Esse ritmo vai até o infinito, caso tivéssemos tempo e espaço para monitorarmos todas as directrizes para a vida.
Já que estamos falando aos juízes de menores, é necessário que incluamos essa classe com todo o nosso respeito por ela, e mesmo com grande admiração.
Os menos avisados culpam sempre os juízes de menores, quando vêem as crianças a perambular pelas ruas.
É justo defender esses homens, pelo menos até certo ponto, pois a acusação se enfraqueceria, se todos conhecessem o carma de cada pessoa em separado, a evolução espiritual de cada um, e outros pormenores.
Quase todos os governos dos nossos tempos estão empenhados no bem estar colectivo; quem está de fora e não conhece as dificuldades encontradas por eles, não sente os obstáculos de todas as ordens, desde as necessidades materiais, até o limite de assistência esquematizada pelos céus, que cada governo pode dar.
Cada povo tem suas carências colectivas e individuais; às vezes falta em uma nação o que a outra tem com sobra, e vice-versa, ocorrendo isso também com as pessoas.
Não há pais nenhum no mundo que tenha tudo que deseja, tanto material como espiritual.
Por quê? Essa é uma pergunta que paira em todas as mentes e que somente o espiritualista estudioso sabe responder com segurança.
Porque cada nação atingiu um grau na escala evolutiva — como cada indivíduo — e nenhuma tem o mesmo nível de perfeição.
Isto significa que o que um povo passa de glória e sofrimento, nunca se compara com o vizinho, da mesma forma que acontece com os indivíduos.
Podemos concluir que cada pessoa, ou nação, tem seus carmas, tem suas provações.
Governo nenhum, nem sistema político equivalente, resolveu até hoje o problema da fome, do desemprego, dos viciados, das incompatibilidades conjugais, da miséria moral, da falta de honestidade das nações e dos seres humanos.
É por deficiência dos governos?
Absolutamente, não!
Todos esses dramas são processos usados pelas leis de Deus como escolas, para educar as almas, como as necessidades são variadas, os meios usados são diversos.
Parece que estamos nos alongando muito, mas a clareza é a nossa meta, para que a dúvida seja extinta.
Cada menor abandonado é um espirito endividado, que recebeu como socorro o empréstimo de um corpo em condições de suportar, até certo ponto, os encontrões da existência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 19, 2019 10:16 am

É claro que esse mesmo Deus que lhe deu a ajuda da carne, proporciona-lhe a assistência dos homens, de maneiras diversificadas, desde que não ultrapasse tudo aquilo que ele tem de receber, por lei, pois “ninguém recebe o que não merece".
Cabe-nos assinalar que os religiosos devem continuar a fazer o máximo pela força do coração, em favor de todos os que sofrem, porque daí surge um grande alívio para esses corações.
Que os homens de bons sentimentos continuem, em nome de Deus, a ofertar o que lhes convier, na abençoada atitude de diminuir a fome, a nudez, o crime e a corrupção.
Sois, talvez sem serdes cientes disso, instrumento de Deus em favor dos vossos semelhantes.
Os juízes de menores devem empreender esforços no sentido de dar toda a cobertura às instituições que cuidam da criança e, no seu labor de amparar os menores, encaminhá-los para um futuro promissor, porque essa é a sua missão, essa será sua vida, cumprindo assim os seus deveres, na frequência da lei.
Não perturbeis o coração, por verdes muitos menores nas ruas, no analfabetismo e na enfermidade, pois Deus, que os criou, está vendo tudo e sabe que para cada indivíduo é necessário um esquema de lutas, que corresponde justamente ao que ele está precisando para educar-se.
Nós todos estamos caminhando para uma libertação, porque estamos nos aproximando mais ou menos da verdade, que há de nos libertar.
Quem não tem pena de ver uma criança sofrer?
Se os homens são sensíveis a esses dramas da terra, será que Deus se esquece de quem sofre, sendo um Deus de bondade, de justiça e de amor?
Certamente que não.
Todavia, cabe mencionar que tudo o que achais ser sofrimentos na terra são, na verdade, meios de socorro a todos os filhos do Senhor, para que esses abram os olhos à luz divina.
Ninguém se perde; essa profecia, como lei universal, cumpre-se sem excepção para todas as criaturas, senão para todas as coisas.
A parteira ou a mãe, que sentindo compaixão da criancinha recém-nascida, recusa-se a cortar o cordão umbilical, para que o bebé não sofra o corte da tesoura, provoca a morte do candidato à vida.
0 médico cirurgião que sentisse pena de cortar o ventre de uma criancinha para salvá-la de um tumor maligno, iria chorar, arrependido, no seu enterro.
Pois assim ocorre com os próprios pais na educação dos filhos.
Tudo o que sofremos são recursos maiores para não sofrermos mais.
Entendestes por que Deus deixa que soframos, desde crianças até a velhice?
Não é com isso que deveis cruzar os braços.
Cabe aos homens trabalhar com todas as forças em defesa das crianças, no sentido de educá-las e instrui-las.
E é nesse campo que, depois dos pais, entram os juízes de menores, que devem abrir os braços como fez o Cristo a todas as crianças do mundo, e dizer, sentindo no coração o amor verdadeiro:
"Deixai vir a nós as criancinhas”.
Lembrai-vos que Jesus nasceu aparentemente abandonado, em um estábulo.
No entanto era, é, e será sempre o rei do mundo e dos homens, diante de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 19, 2019 10:16 am

Carta aos Delegados
Ponderai no que estais fazendo com autoridade; a força é necessária, mas sempre com respeito ao direito.
O coração não nos deixa esquecer desses nossos irmãos em Cristo, que se dedicam com grande empenho à harmonia social.
Cabe-nos assinalar também as duras provas que um homem da lei atravessa para sentir-se à vontade diante da consciência.
O trabalho é árduo mas, na sua profundidade, proveitoso, quando o homem da lei se empenha na educação dos que se entregaram ao vício, ao crime e a outros inúmeros desequilíbrios dos sentimentos, propiciando um pouco de segurança para os lares e para a sociedade.
Tudo isso depende do modo pelo qual o delegado sente e aplica a lei frente aos perturbadores da ordem.
Não deveis sentir felicidade nas corrigendas dos que já sofrem por ignorância.
O mais acertado é procurar, dentro de todos os meios próprios da disciplina, educá-los com o bom senso ramificado nas luzes evangélicas.
O importante é o ato de ensinar, qual um pai que chama o próprio filho às contas.
O Evangelho não pede amor sem raciocínio, nem tampouco raciocínio sem amor.
É na vivência do meio que podereis encontrar, para os chamados "incorrigíveis'', a solução favorável.
A posição de delegado no mundo não é nada boa para aquele que quer se entregar ao Cristo, com fortes tendências a altas reformas morais e espirituais.
Todavia, não é impossível, pois o coração é dotado de recursos que o próprio homem ainda desconhece.
Lançai mão da boa vontade, do coração e da razão; lembrai-vos de vossos filhos e Irmãos e senti vossos actos na própria carne, pois os que adentram a delegacia poderiam ser um dos seus e todas as injustiças fugirão da vossa mente.
Ponderai no que ides fazer aos outros com a vossa autoridade; a força é necessária, mas sempre respeitando o direito dos outros.
Se fugirdes às normas da piedade, se esquecerdes do amor, se vos esforçardes para não aceitar a caridade, se vos embrenhardes nas sombras da intolerância sem compaixão, tomar-vos-eis como os próprios facínoras, os ladrões e idênticos a toda a ordem de desequilibrados que tentais disciplinar.
Uma onda de inquietação avassalará o vosso coração, trazendo-vos consequências imprevisíveis.
O vosso ideal não pode ser diferente ao dos outros; quereis ser felizes, granjear amigos, constituir família e ter paz, sem o que não podereis ser ninguém.
A evidência dos fatos nos confirma a dificuldade de adquirirmos a paz, se aumentarmos os sofrimentos alheios; termos uma família em harmonia, se cooperarmos para as desgraças dos semelhantes; amar e sermos amados, se semeamos o ódio.
Esses gestos são incompatíveis com a doutrina da consciência tranquila, com os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo e com as leis de Deus.
Tudo o que acrescentarmos na lei por nossa própria conta, ser-nos-á rigorosamente devolvido.
Para isso fomos avisados pelo Mestre dos mestres, quando nos disse:
“Com o mesmo ferro que ferirdes, sereis feridos”.
Ai daquele que abusa da lei, criada por Deus para a paz das criaturas.
Meus filhos, existem atenuantes para todos vós, que carregais o pesado fardo da autoridade sobre os ombros.
Em se falando de reformatório, o caminho é espinhoso, porque cada caso requer atitudes diferentes, e cada indivíduo está em um plano de evolução e divida.
Fazei tudo como se tivésseis um dever de servir, sem vos gloriar com o mal alheio, sem maldade, sem desprezo à vida do semelhante.
Nunca deveis perseguir, nunca deveis ultrapassar o mandato da lei.
Sempre que possível, conversai com os fora da lei, induzindo-os à recuperação, à integração na sociedade, fazendo-os crer que o homem tem força para isso e que o desânimo é a morte.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 19, 2019 10:17 am

Delegados, tende cuidado, porque se passardes dos limites da disciplina, se alimentardes a vingança, a maldade, o ódio, a ignorância e a dureza de coração, sereis rudemente castigados, pelos desequilíbrios mentais, pelos estados de apreensão, acabando muitas vezes em hospícios ou em prolongados tratamentos psiquiátricos.
Ê lógico que, pelos erros que cometestes, entrareis como por encanto na mesma faixa do inferno mental dos desequilibrados.
Mas isso somente ocorrerá se ultrapassardes os limites dos deveres, levando-vos à maldade e à deturpação.
Avisamos-vos que todos aqueles que maltratais, às vezes servindo de instrumento para corta-lhes o fio da vida terrena, estão ai vivinhos, no piano espiritual e, muitas vezes, tornam-se terríveis obsessores, que poderão vos levar a desastrosas consequências no seio da sociedade e no vosso mundo familiar.
Sede previdente no que fazeis com os marginais, para não caírdes nas malhas deles no plano espiritual.
Se procurardes ajudá-los e não tiverdes o reconhecimento deles, sereis recompensados pelo bem que fazeis, tanto pela tutela dos espíritos de luz, quanto pela vossa própria consciência, que é a força de Deus, senão o próprio Deus, dentro de vós.
Somente o amor constrói, filtrado pelo raciocínio e pelo coração, em mil e uma nuances diferentes, sendo que cada um recebe o que pode suportar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 19, 2019 10:17 am

Carta aos Investigadores
Investigai em primeiro lugar a vós mesmos, que a vossa consciência vos pedirá mais complacência com os outros.
É forçoso reconhecer que todas as responsabilidades nos acarretam preocupações em todos os sectores da vida, umas mais que as outras.
Convém reconhecer ser espinhoso o encargo dos investigadores que são, por assim dizer, obrigados a vasculhar as vidas que lhes destinaram pesquisar, mesmo que isso não lhes agrade.
A obrigação faz com que o investigador avance na obtenção de alguns resultados, almejados pela alta direcção responsável pela harmonia das comunidades.
No entanto, convém que os investigadores, em primeira mão, estudem seus impulsos, corrijam suas más tendências e procurem saber se, na situação dos outros, não fariam a mesma coisa.
Estabeleçam, porém, uma justa comparação entre a ordem e a desordem procurando, com justiça, as causas e os porquês de todos os desequilíbrios existentes.
Talvez pergunteis, ao lerdes esta carta: nós não somos psicólogos e, sim, investigadores?
Não pode existir investigações sem psicologia; uma e outra são forças paralelas indispensáveis ao espírito empenhado no mundo nesse árduo trabalho de vasculhar vidas, sem com isso provocar inimizades.
Tarefa espinhosa, repitamos, mas necessária à ordem e à paz.
Salientamos a grande necessidade que o investigante tem, para sua própria paz, do bom senso.
Podereis trabalhar toda uma existência sem turvar vossos bons sentimentos, desde que vos aproximeis do Cristo, usando os recursos do Evangelho nos difíceis trabalhos em que vos empenhais.
Todo trabalho é digno aos olhos do Senhor, carecendo de nós outros, com a ajuda do coração, nas deduções dos raciocínios.
Toda acrologia requer cuidados indispensáveis, para que não venhamos a cair no fanatismo; a justiça é sempre justiça, mas a inteligência do homem é tão maravilhosa que aceita, em todos os casos, a misericórdia dos sentimentos da caridade, nascidos no coração.
Conhecemos investigadores que saem para seu labor levando dúvidas descabidas sobre suas profissões, se colocando frente a frente com as leis de Deus, e esse pensamento se espraia em todo o seu ser, em detrimento do rendimento de suas ocupações.
Consultai a consciência, fazei todos os dias suas orações, pois existem espíritos evoluídos empenhados nesse trabalho; eles, em nome do próprio Deus haverão de inspirar-vos, fazendo com que entendais o que deveis ou não fazer em prol de toda a comunidade.
Não oprimais a consciência, procurai trilhar o caminho do meio, que sereis bem sucedidos, e sempre que puderdes, dai bons conselhos aos transviados da lei.
Vede neles filhos, que poderiam ser os vossos, e compadecei-vos um pouco, sem serdes envolvidos no sentimentalismo desregrado.
O castigo, para os veteranos dos vícios, talvez seja a melhor maneira para corrigi-los, desde que não sintamos prazer nisso.
Toda evolução exige dor, sacrifício, lutas em todos os ângulos, e a natureza divina sabe fazer esse trabalho, sem perda de nada.
Meus filhos que abraçastes esse trabalho de investigações, avançai sem esquecer do amor aos semelhantes, de mãos dadas com a justiça.
Deveis ser alunos permanentes da psicologia, pois por ela entrareis a perscrutar o Intimo das almas, sentindo as reacções da própria vida em marcha evolutiva.
Qual de nós, encarnados e desencarnados, no plano em que habitamos, não tem um pouco de subversão dentro de si?
Qual de nós não tem um pouco de imoralidade vibrando no coração?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 19, 2019 10:17 am

Qual de nós não alimenta, em faixa diferente, um pouco de ódio nas fibras mais intimas?
Qual de nós não assassina, em escala diferente, um ao outro?
Qual de nós não deturpa as leis de Deus, por não encontrar forças no volante da vida, para nos desviarmos?
Todos nós, igualmente, temos tudo de bom, em proporções desiguais, obedecendo à lei da relatividade.
Os bons já alcançaram um plano que lhes garante a paz, errando menos, sem chegar a ofender as leis humanas, que lhes perdoa, pelo pouco que erram.
E quem não tem forças para viver nesse bem?
São disciplinados pelas leis, cujos canais são os próprios homens.
Se desobedeceis o bom senso, meus filhos, para que alguém responda pela desordem que praticastes, estareis cooperando para que eles sofram mais, e sereis certamente responsáveis pelos vossos actos.
Auscultai o coração todos os dias, e quando começardes a conhecer a vós mesmos, sentireis a tranquilidade da consciência, como agente da ordem e motivo de segurança para todas as famílias.
Nesse sentido importa lembrarmos que estamos vivendo em um mundo de provações e que todos, sem excepção, gostam da luz, mas ainda têm raízes profundas nas trevas, e a libertação custa muito caro, um preço que envolve milénios incontáveis, como dinheiro sonante que somente chega em nossas mãos com muitos sacrifícios.
Em vista disso, existem múltiplos trabalhos na terra, alguns com características assombrosas para o coração; no entanto, é necessário que seja feito pelos próprios homens e vós fostes os escolhidos; fazei por onde ser também os chamados, como bons cumpridores dos deveres.
Depois que aqui chegamos, como vários assuntos referentes aos homens, cientificamo-nos que tanto o místico como o guerreiro, cumprindo os seus deveres, são missionários da paz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:02 am

Carta aos Camelôs
Muitas vezes as necessidades provocam o desrespeito às leis; por isso deveis vos esforçar para legalizar vossa profissão.
A vontade é muito poderosa quando o coração compartilha.
A experiência comprova que nunca as autoridades puderam extinguir das ruas das cidades os vendedores volantes, que não recolhem aos cofres públicos os tributos legais.
Há casos que têm mais força que a própria justiça e um deles é o do camelo.
A falta de empregos nas grandes metrópoles faz com que homens, meninos e mulheres se estendam pelas ruas trocando algo por dinheiro, visando alimentar e vestir os que vivem com eles, pois isso lhes traz um pouco de paz.
Seja-nos lícito dizer que não estamos aqui incentivando a desordem, cujo contraste muito amamos, mas apontando uma doença da sociedade, que somente terminará com um povo que faz da fraternidade o lema de todos os dias, que ama os seus semelhantes e que se interessa pelas dificuldades alheias.
Não estamos aqui aprovando a invasão das ruas pelos camelôs, que sujam as vias públicas, sem agradecer o que extraíram delas, servindo-se da tolerância das autoridades.
Apoiamos puramente a justiça, que cede um pouco nos dramas das necessidades humanas.
Estamos aqui apoiando o último recurso que o ser humano pode usar para o sustento da sua prole, sem usar a violência e sem escândalos maiores. Isso se nos apresenta como último recurso do homem perante a sociedade.
No entanto, chamamos a atenção do homem que usa esse recurso, no sentido de se esforçar cada dia e sair, como muitos fizeram, desse comércio ilícito, sem fazer dele profissão, sem se acomodar com o favoritismo da situação.
Dizem os maiores que querer é poder; tendo respeito ao tempo, apoiamos que querer é poder.
Se quiserdes sair de uma situação firmemente, saireis, sem com isso fazer mal a ninguém.
Acomodar é desprezar os próprios poderes que Deus vos facultou.
Tende sempre em mente, meus filhos, a melhoria que havereis de alcançar, senão hoje, amanhã; senão amanhã, depois...
Perder a esperança é morrer, é prejudicar a vós mesmos.
Em tudo no mundo observamos o abuso, e eis que os camelôs são perseguidos pelas autoridades dado o desrespeito à limpeza, pois sujam frequentemente as ruas e não se interessam pela higiene da comunidade de que fazem parte, como membros viventes, desejando somente a solução do seu caso.
Essa é a razão pela qual são tomadas soluções drásticas contra vós.
Se houvesse, por parte dos camelôs, compreensão, reconhecimento, honestidade, higiene, se cada um fosse responsável pelos restos imprestáveis do que vendem, dando o devido destino, não surgiriam as reclamações; as autoridades aliviariam um pouco a repressão facultada pela lei, em vista das necessidades de trabalho.
A culpa é completamente vossa.
Procurai, meus filhos, sair dessa vida; arranjai outro trabalho mais honesto, deixando essa actividade para a última instância, mesmo assim sem deixar de vos esforçar para dele sair, já que as coisas lícitas são mais seguras.
Já pensastes nas quedas que causastes aos outros, em número incontável, pelos restos de frutas que jogastes nas ruas, desrespeitosamente?
Quando negociais com coisas que não deixam restos de cascas, fazeis um barulho irritante nas ruas, alterando os que passam, infestando os passeios de maneira a prejudicar o trânsito dos pedestres; a insistência com que abordais as pessoas irrita os que passam, enfim sois um fermento que suja, que oprime, que desinquieta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:02 am

Já pensastes em respeitar o direito dos outros?
Talvez não.
Pois começai, que as coisas mudarão a vosso respeito, essa é a lei.
Melão era um camelo estridente, palavra fácil, olhar cativante, que dentro de poucos segundos vendia bananas, ensinava como mastigá-las e rodilhar as cascas nos dedos, sem com isso importar onde caísse.
Muitas vezes os transeuntes, ao vê-lo falar, sentiam vontade de comer bananas.
Cabelos assanhados, sempre sorrindo, gritava:
"Olha, minha gente, as bananas do Melão!
Mastiguemo-las com prazer... a banana é saúde... a banana faz crescer...
A banana dá vida... vamos pois comer... escolha, meu amigo, você mesmo, embrulhe você mesmo, pague você mesmo, e saia por aí comendo vida e saúde, jogando as cascas onde bem entender".
Melão morre, como acontece a todas as criaturas.
Ao sentir incómoda sua demora no plano astral, grita por socorro.
Aparece uma entidade prestativa, com condições para levá-lo à instância de restabelecimento, e diz:
— Você tem de ir caminhando com seus próprios pés, meu filho; é o que lhe pedimos, o seu próprio esforço.
Melão retruca afobado:
— Eu quero ir com o senhor voando, para sair logo daqui, mas todo lugar onde eu piso é em cascas de bananas e escorrego, sem avançar, machucando-me todo.
Não posso.
Pelo amor de Deus, o senhor me ajude.
— Estamos ajudando — retrucou o espírito bondoso — até que você pague, ceitil por ceitil, as quedas provocadas com as cascas de bananas que você vendeu, incentivando para que os compradores atirassem as cascas na rua.
A sua demora nesta região visa a fazer-lhe pagar as dívidas que você fez na terra, multiplicando cada queda em setenta vezes sete. Entendeu?
Quando Melão teve a oportunidade de renascer de novo no mundo, com o nome de Miguel, assistimos a sua mãezinha, com ele no colo, já com dois anos, gritando para a empregada:
— Maria! Traga uma banana amassada para o Miguelinho!
E o menino, ao ouvir o nome de banana se encolerizava, sem que ninguém soubesse a razão.
Certa noite, a mãe comentou aflita para o marido:
— Precisamos levar o Miguelinho ao psiquiatra, com muita urgência, pois descobri que de dois dias para cá, o menino, ao ouvir falar em bananas, não somente chora, como fazia, mas também... — e começou a chorar...
O marido, apreensivo, sacode a mulher:
— Fala... fala o que acontece?
E ela, com voz chorosa:
— Ele desmaia!
Seria imperioso que todos os camelôs entendessem a mensagem que queremos transmitir como sendo uma ajuda moral, uma assistência física e espiritual.
Não podeis viver muito tempo desrespeitando as leis; procurai vos esforçar, que Deus há de vos abençoar, para que possais viver trabalhando licitamente, cooperando para o progresso da humanidade.
Juntamente com o esforço, empreendendo o trabalho digno, usai a prece, canal de forças onde os anjos operam para a libertação dos homens.
Fazei isso e vereis como o amanhã vos espera; fazei isso e vereis como a vida sorrirá para vós.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:02 am

Carta aos Glutões
Deveis comer para viver, e não viver para comer; o alimento em demasia perturba a alma.
Convém focalizar com brandura, como vem acontecendo nas nossas missivas, o problema do homem ávido por comida.
O comilão se situa em diversas faixas, desde os hábitos desregrados da juventude, até as mais duras provações, em muitos casos impulsionados pela enfermidade.
O vício de comer em demasia tira o prazer dessa hora sagrada, que nos é facultada pelas bênçãos de Deus, através das glândulas fornecedoras das sensações.
Compete a cada glutão, se assim podemos chamar sem o mínimo de ironia, um esforço no campo da glutonaria, que nos parece fonte de diversos desequilíbrios.
Talvez seja demorado o trabalho que deveis realizar em nome do bom-senso, da ética evangélica e das leis que regulam o bem-estar do corpo somático e da alma em transição pela terra.
No entanto, garantimos que sem o esforço próprio, não haverá solução.
A vontade, individual e colectiva, é obrigada a dar o seu sinal de aquiescência, nos primeiros albores das necessidades, senão as portas não se abrem a outras assistências, que chamamos exteriores.
A criança chorando é imediatamente atendida pela mãe; o doente que geme é logo socorrido pelos que o cercam; pelo latido do cão nota-se que há algo estranho se aproximando da casa.
O nosso esforço equivale a uma prece, e rogativa nenhuma ficará em vão.
O irmão exagerado no comer deve apelar a Deus, por intermédio do esforço correctivo, não de uma vez; já que começastes a comer muito, gradativamente, aplicai o reverso das mesmas normas.
Não sejais desobedientes às leis naturais.
Ao fervermos a água, a temperatura sobe pouco a pouco; o calor do sol na terra vai subindo gradativamente; os conhecimentos de um sábio foram conquistados passo a passo, em todas as escolas; é a própria natureza que nos ensina isso.
No que tange ao corpo, sereis sufocados pelo excesso de gorduras; e quando assim não ocorre, a magreza vos apavora; quando uma ou outra vos perturba, a pressão orgânica acelera vossos sentidos, de maneira a vos tirar a paz, e a alma é torturada em tudo aquilo que é prejudicial ao físico.
Sede comedidos na comida e brandos nos desejos.
Não deveis esquecer a prece, em forma de oração aos céus, que Deus, Pai de bondade e de amor, não esquecerá os filhos, trabalhadores e honestos que pedem e se esforçam para conquistar o desejado.
“Ajudai a vós mesmos que os céus vos ajudará” é um rifão popular com boas qualidades, porque ajudando a vós mesmos, na disciplina, na caridade, no amor, no bom comportamento, na educação à mesa e no falar com proveito, certamente estareis dando exemplos, repartindo com os outros o bem que intentais para o vosso coração; isso é fraternidade para com aqueles que vos seguem e para os que vos espreitam a vida.
Na maioria das vezes, o glutão que não se importa com a disciplina e com o passar do tempo, torna quase impossível, naquela existência, uma reforma no seu modo de encarar a vida.
Acha que deve viver para comer e não comer para viver.
Ai, ao passar para a pátria espiritual, encontrará dificuldades inúmeras por não ter principiado sua educação nas lides da terra.
Em muitos casos, enfermidades prolongadas constituem o amparo para a alma, na disciplina e na reforma de muitos hábitos, pelo guante da dor.
A alimentação em demasia tanto pesa no corpo quanto na alma, como forças enervantes da natureza, com atracções conectivas da terra para o espírito e vice-versa.
Surge o arrependimento, em forma de apelo para renascer de novo, guiado pelo carma, com enfermidades de várias ordens no campo digestivo, como escola de tolerância para os desregrados da glutonaria.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:03 am

Conta-nos um escritor que certa vez viajavam três homens, dois magros e um gordo, por abusar demais dos alimentos.
Os dois magros faziam a viagem em um só animal; o gordo, sozinho, em um muar. os magros carregavam pequena bolsa com um pouco de suprimento; o gordo levava dois sacos e ainda temia não ser o suficiente.
O animal do gordo cansou-se, obrigando o cavaleiro a chegar a pé no destino, que era a pesca em um grande rio.
Os magros cantarolavam sem cansaço, enquanto o gordo estendia-se às margens do rio, quase sem fôlego, todo estropiado, com respiração difícil.
No outro dia, mãos à pesca; entraram todos em uma canoa, que estava sendo batida nas bordas pelas águas agitadas.
Pesca vai, pesca vem, o pequeno barco sofre um tremor por algo que lhe passou embaixo, e emborca na perigosa correnteza; os três pescadores eram velhos nadadores, mas somente os dois magros conseguiram, com muito custo, chegar às margens do rio.
Dessa história, deduzimos que não compensa o simples prazer da comida, diante de tanto sofrimento e tanta depressão.
Se porventura estais sob o peso do carma, nos vossos exagerados volumes corpóreos, mesmo assim esforçai-vos para alimentar-vos com sobriedade, e se dessa forma não conseguirdes emagrecer, tende paciência e bom ânimo, porque quando passardes para o outro lado da vida, a consciência não vai vos acusar.
Se o tratamento para perder peso não vos é conveniente, prejudicando-vos, procedei como o bom senso indica: temperança em tudo, sem deixar de fazer esforço naquilo que convém.
Seja-nos licito fazer a nossa parte, que o resto vem por acréscimo da misericórdia divina.
Acima de tudo, irmãos, sede prestativos e honestos, bons e amorosos, não deixando de rever os velhos arquivos da conduta, plasmando nela os cintilantes conceitos de Jesus, para que possais engordar no amor e serdes fortes na caridade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:03 am

Carta aos Jejuadores
Desde quando nascestes em um corpo de carne, necessário se faz preservá-lo, alimentando-o com equilíbrio e cuidando-o com desvelo.
O que existe no mundo tem uma razão de ser; não vamos contrariar os fatos, porém o raciocínio nos diz das necessidades da vigilância em tudo o que surge à nossa frente.
Essa carta é endereçada aos jejuadores, ordem de pessoas muito comum no passado, e que na actualidade está se escasseando, por não haver mais necessidade de tal atitude.
Abster-se completamente de alimento, nos dias correntes, não deixa de ser um pouco perigoso, senão gesto que pode nos levar ao desfalecimento, perturbando a nossa missão na terra.
Notamos vários tipos de jejuadores:
há os que se recusam a alimentar-se motivados pela usura; a esses o ouro acumulado vai pesar sobremodo na consciência, para que possam aprender a usar os bens da vida, pela própria vida.
Há os que fazem completa abstinência de alimentos, ingressando no campeonato da fome, e para tanto recebem fama, dinheiro e troféus, que no fundo são coisas bem inferiores ao próprio alimento que recusam.
Esses são os jejuadores profissionais.
Há os que se abstêm de nutrir-se, objectivando a elevação espiritual mais acelerada, esquecendo a máxima evangélica, que nos ensina desta maneira:
“Não é o que entra pela boca que faz mal à alma, e sim o que procede do coração".
Eis que já avançamos no progresso, deixando todos esses métodos incómodos para trás.
Se regredirmos na vida, seremos jogados para a margem dos caminhos, por não sentirmos o estalo da inteligência, concitando-nos a concepções e entendimentos compatíveis com o próprio tempo, e se não acordarmos para essa realidade, seremos relegados aos braços pegajosos do carma, voltando, nesta ou em outra terra, em duros aprendizados, aprendendo a usar os talentos da vida.
Os jejuadores usurários, em muitos casos, renascem com fome canina e sem recursos para satisfazer suas glutonices, ou com enfermidades congénitas no aparelho digestivo, com muito dinheiro e fome, sem poder alimentar-se nas proporções convenientes, e às vezes desencarnam por motivo de desnutrição.
Os profissionais da fome, em muitos casos, renascem torturados pela diabete, sem se saciar com nenhum alimento.
Os que se abstêm de alimentos para agigantarem-se espiritualmente, sem com isso possuir conquistas essenciais, aparecem no mundo físico como nutrólogos, para compreender e sentir as necessidades do alimento no campo físico e no desempenho da grande função da alma no planeta; raras vezes conseguem vitória no seu sublimado ideal.
Não podemos dizer que todos esses revezes da alma foram perdidos, pois nada se perde nas áreas da terra, e muito menos no campo do espírito.
Acontece que os tempos estão chegados e, forçosamente, estamos sendo chamados pelas forças superiores para novo ritmo de vida.
O trabalho de Jesus se nos apresenta de forma clara e objectiva, não nas margens das coisas, mas como pratos de uma balança que, recebendo peso somente de um lado, faz com que o ponteiro acuse desequilíbrio.
É justo, assim, que repartamos o volume, irradiando o mesmo peso específico em todas as direcções, para que haja o milagre do EQUILÍBRIO.
Irmãos jejuadores, o bom senso recomenda que não suprimais totalmente os alimentos.
O corpo físico é, igualmente, um templo que merece todo o nosso cuidado e respeito, aparelho que nos resguarda muito tempo no mundo das formas, no enriquecimento da própria vida.
Abençoemos esse corpo e agradeçamos a Deus e a Jesus, por nos terem oferecido essa oportunidade de usá-lo, como esponja de escoamento cármico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:03 am

O acto de comer é muito sagrado, desde que não se tome um vício.
Um ser humano com fome não tem condições de saborear a alegria da vida.
A ponderação e a temperança, devem ser a norma na alimentação diária.
Depois da chegada, à terra, do consolador prometido pelo Cristo, os jejuadores mudaram, por força das circunstâncias, de dimensão.
Mesmo assim, as experiências nos aconselham a não esquecermos a oração e a vigilância, para não cairmos no fanatismo do exagero.
O jejum mental é a norma de todos os espiritualistas do mundo; no entanto, só podeis avançar de acordo com as forças já conquistadas frente às leis de Deus.
Não queirais forçar em demasia pontos que ainda desconheceis; quem corre com esforços exagerados está sujeito a quedas de difícil reparo.
Ê conveniente que andemos passo a passo, mas com segurança e certeza de que não vamos cair nem errar o caminho.
Todavia, não poderemos esquecer, principalmente nós que lidamos nas hostes espíritas, do esforço diário na reforma moral dos nossos velhos hábitos; devemos nos empenhar na abstenção de todos os vícios.
Sejamos jejuadores nos bastidores da alma, não nos alimentando do ódio, que abre sulcos cavernais em nossos corações; não nos alimentando da usura, que abre fendas de egoísmo em nossas almas; não nos alimentando da maledicência, que abre portas aos sentimentos de fermentação da iniquidade; mas sim do amor, verdadeiro alimento do espírito.
E mesmo com o amor, usemos a temperança, obedecendo somente aquilo que suportamos na área em que nos compete viver.
0 jejum é igual à fala e ao silêncio; só tem ressonâncias, no mundo espiritual superior, quando disciplinado pela luz do raciocínio e a força do coração, alimentados na fonte inesgotável, Jesus!
Havia um pregador sistemático contra os dogmas das religiões, e esse mancebo pertencia aos varões da fome.
O tempo que lhe era reservado para o trabalho, dividia-o para passar fome, e as horas destinadas ao labor eram deficientes, por não sentir bastante disposição, dada à falta de nutrição.
Encolerizava-se ao ver e ouvir falar em dogmas.
A morte o chamou, como acontece com todos os seres.
Chegando ao mundo espiritual, avista uma grande porta dourada, qual retrato há muito visualizado e plasmado em sua retina espiritual, com esta inscrição:
"O Reino sem dogmas".
Sentiu grande alegria, como um general que conquista a vitória, e bateu suavemente na porta, monologando:
“meu Deus, que ventura! Como pode ser o céu?
Será que estou sonhando?
Eis a morada dos puros!
Nisso ressoou uma voz forte e enérgica, que parecia sair de toda a porta, dizendo:
"Volta, meu filho, para a terra, porque ainda alimentais um dogma perigoso e destoante, preguiçoso e vampirizador do tempo, que é o dogma da fome.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:04 am

Carta aos Desportistas
Sede providos de bom senso.
Para tudo existem limites; a distracção com exagero é fonte de neuroses, mas com equilíbrio, traz a recuperação.
É forçoso reconhecer que o desporto faz parte da vida humana, em todas as suas feições, tanto quanto da vida animal.
Trabalhar não é um desporto?
Falar não constitui um exercício?
Pensar não é um trabalho divino e um grande prazer para a alma?
No entanto, falamos aqui do desporto exagerado, dos homens que praticam horas e mais horas porfiadas no atletismo, cegando-se pelo fanatismo e buscando algo que ele mesmo desconhece.
A natureza é farta de lições sobremaneira invejáveis acerca daquilo que nos convém fazer.
O vento se estende no espaço, fazendo com que as plantas se exercitem em todos os galhos e folhas; os animais, nos campos, saem em manadas, correndo disparadamente, como que exercitando e estimulando suas naturezas; as crianças, desde o berço, sem que ninguém ensine, choram e bicicletam as peninhas sem cessar, para despertar um metabolismo compensador.
E deve ser por isso que o homem tem duas pernas, no sentido de estar constantemente se exercitando, pois isso é uma necessidade orgânica.
É importante considerar porém os limites que a razão nos traça, na prática do desporto, sendo que, de qualquer maneira, já o praticamos desde a respiração pelas vias naturais.
É certo que a inteligência nos mostra meios mais felizes na prática do desporto, esquematizados pelo bom senso e pelos frutos de porfiadas experiências.
Todavia, nunca devereis esquecer o meio termo, do equilíbrio, alimentando a vigilância para não cairdes em tentações, que vos levará a distúrbios orgânicos e psíquicos.
Nem todos os organismos têm as mesmas capacidades, nem todos os países têm os mesmos climas, nem todos os espíritos têm as mesmas disposições para determinados desportos.
O hábito de andar pela manhã, em marcha de um quilómetro, pode entrar para o vicio com as pessoas querendo correr até dez mil metros.
Não deveis vos esquecer dos exercícios do corpo físico, dentro da moderação; é indispensável, porém, lembrardes do desporto da caridade, em todas as suas nuances:
a caridade no falar, a caridade no pensar, a caridade do exemplo.
Exercitai todas as qualidades que porventura já conquistastes, que igualmente têm de obedecer a uma disciplina cristã, pois tudo com exagero é prejudicial, tanto para o corpo como para a alma.
Até o desporto, por distracção, tem de ser comedido, de acordo com o temperamento de cada um, e em se tratando de crianças, a espontaneidade é o mais indicado; elas sabem o que devem fazer, estando em liberdade.
A ponderação, em tudo, deve ser a nossa bússola; a violência, o exagero e o fanatismo podem nos levar a duras consequências.
Certo homem, invejando os gladiadores romanos, quando assistia filmes desse jaez, iniciou a prática de desporto com desenfreado fanatismo.
Fazia exercícios à noite, pela manhã e no meio do dia.
E, quando tinha oportunidade, dava bofetões nas paredes, nos caixotes, nas árvores e, às vezes, nos companheiros, por distracção.
Com certo espaço de tempo seu tórax avolumara-se de maneira descomunal, da mesma forma que seus braços, suas mãos, enfim, tornara-se um gigante, em comparação ao que era, em virtude de demorados exercícios e de uma vontade sem limites de passar a pertencer à área dos atletas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:04 am

Sua mente vibrava força e vigor.
Certo dia ocorreu algo em seu lar, que o fez desconfiar demais da sua companheira, mulher delicada e franzina, fazendo-o argumentar com ela, usando violência na palavra e ferindo sua idoneidade moral.
A senhora — um padrão de exemplos — retrucou com altivez, à altura de sua conduta.
O homem, não satisfeito, a mandou calar-se para somente ouvir.
Ela, com o direito de defesa, não obedeceu.
O atleta, esquecendo-se da força que possuía, desceu o braço com a mão petrificada no crânio da esposa, que desmontou na mesma hora, sem vida.
E, na penitenciária, ele foi escolhido para quebrar pedras, pelo físico que tinha, por dez anos consecutivos.
Meus filhos, somente o Cristo, através do desporto evangélico, colocar-nos-á na posição de sabermos empregar as forças que conquistamos, sejam elas de ordem espiritual ou física.
Em muitos casos, a força física, com abundância, destrói as possibilidades de adquirirmos a humildade, a mansidão e a tolerância.
Achamos bonito e bom sermos temidos e respeitados pela força física, sem sentirmos as consequências que poderão advir com essas invigilâncias.
E a lei da reencarnação poderá situar um atleta que não soube fazer uso da sua força em um corpo doentio e deficiente.
0 desporto, podemos dizer, é a religião da alegria, desde que atendamos aos limites que o bom senso pede e a inteligência apoia, sem esquecermos o caminho do meio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:04 am

Carta aos Garimpeiros
Cuidado com essas aventuras, que quase sempre estão ligadas aos desatinos.
Riqueza fácil é caminho para a perdição.
É importante considerar que, de algum modo, o garimpo tem utilidade; não obstante, os prejuízos de ordem financeira, para os pobres, alcançam o inconcebível.
Um garimpo organizado por firma especializada, maquinário adequado e gente adestrada no assunto, é igual a outro trabalho qualquer e, por ordem das coisas, o lucro é quase seguro.
É imprescindível ter muito cuidado para que o ideal de trabalho não venha a ser fonte de fanatismo, somado com egoísmo exagerado, que cega toda a visão, na área das amizades mais acentuadas.
Em quase todos os garimpos colectivos, destacam-se a rusga, a maledicência, a vingança, a discórdia e, em muitos casos, mortes, por faltar-lhes uma organização com disciplina a respeitar.
A pedra preciosa, nesse ambiente, torna-se atracção para os sentimentos inferiores dos homens e para o uso de drogas, do álcool, do jogo e de todas as irresponsabilidades que afloram no ser humano, dando vazão à fera que dormitiva no seu íntimo, até então não percebia.
Surge um inferno em um ambiente onde se procura a flor da natureza física, onde se concentram esforços de milénios, de um reino turbilhonante e basilar da natureza humana.
Se assim podemos dizer, a pedra preciosa é o sorriso da natureza, na retaguarda, para o reino humano, em avanço para os anjos.
Importa, no entanto, observar que falamos mais directamente ao garimpo colectivo e não ao organizado como firma, empresa, etc.
Quase todos os irmãos que açoitam a pá e a picareta, em um desdobramento de energias sem precedentes, removendo a terra, hipnotizam-se a si mesmos, pela força do ouro fácil que, encontrado em demasia,
poderá se transmutar em monstro perigoso para o próprio destino daqueles que o buscam.
Todo o cuidado é pouco, quando a pessoa salta de uma só vez da pobreza à riqueza, sem a devida harmonia, que somente o tempo pode conferir, de passo a passo.
Não estamos aqui condenando os bens materiais que poderão surgir para muitos da noite para o dia, mas apenas convidando para a temperança.
Se assim ocorrer convosco, tende cuidado com a mudança brusca de posições.
Se tiverdes condições, colocai o Cristo no meio, que Ele vos orientará como convém fazer.
Se ainda desconheceis o Mestre, apelai para o bom senso, buscai exemplo nas melhores vidas que conheceis, recolhendo delas o melhor para que não sofrais impactos irresistíveis na área dos sentimentos.
Garimpeiro: a ânsia que alimentais pelas pedras preciosas não será o coração, dando sinal de necessidades do garimpo interno, tendo como pedras incomparáveis as virtudes ensinadas e vividas por Jesus?
Talvez seja, mas ainda necessitais de mais tempo em loucas corridas na procura do exterior, e quando o enfado trouxer a ilusão das coisas transitórias, começai a procurar a vós mesmos; começai a garimpar no silêncio do coração, de maneira garantida, sabendo que encontrareis os valores imortais, sobre os quais o tempo não tem poder, porque são imperecíveis, porque são eternos como sóis anunciando a felicidade para a alma.
Urge reparar todos os danos causados pelas invigilâncias, e a verdade será como malho divino batendo na ganga da ignorância, rompendo entradas no mundo da alma, a fazer luz na escuridão Intima.
Um certo senhor, mal acostumado em garimpos, transformava sua vida em um viajar sem destino.
Bastava ouvir falar que em tal ou qual lugar estavam achando pedras com pouco esforço, que lá estava ele para ver se seria um dos felizardos.
Esquecia-se porém das duras provações pelas quais a família passava com a sua ausência.
Quando voltava ao lar, depois de duros meses de trabalho, falava sempre com a mulher:
— Espera, minha filha, que esse sofrimento há-de parar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 20, 2019 11:05 am

Hei-de encontrar as brilhosas, e ai então haveremos de destruir essa casa velha.
Iremos viver da alegria dos outros, da atenção dos que passam, morando no centro da cidade.
Acontece que uma certa noite, no garimpo, uma sua tia, já desencarnada, esforça-se com ele fora do corpo, na sequência do sono e leva o garimpeiro a um templo espiritual, para ouvir uma conversação evangélica acerca da vida, dos deveres do homem e do verdadeiro móvel da alma nos campos da terra.
O garimpeiro se acomoda dentro do salão com pouco interesse, já que vivia mais dentro das furnas, nos seios das rochas, margeando os rios e no balanço das bateias, completamente fora das riquezas da alma.
Quando o pregador, filosofando, disse:
— Meus filhos, todos nós somos garimpeiros! — e deu um intervalo, como é hábito de todos os oradores, para sentir a atenção de toda a plateia.
A tia do garimpeiro, vendo-o ressonar, deu-lhe um beliscão, dizendo:
— Acorda João, escute o seu assunto!
É sobre o garimpo... escute com atenção!
O João arregalou os olhos e apurou o ouvido.
O orador falou com desembaraço:
— O Evangelho de Jesus indica as virtudes como pedras preciosas no alicerce basilar de todos os lares da terra e dos céus.
João, ao ouvir falar de pedras preciosas registrou, ao acorda que estavam debaixo do alicerce da sua casa.
Apesar de muito esforço que sua tia fez, não conseguiu segurá-lo na conferência. João acordou no garimpo, de madrugada, e antes que o sol saísse, já estava a caminho, rumo a sua casa, com o segredo só para si, monologando caminho:
— Imagina! Eu caçando pedras por todo canto, há muitos anos, e a riqueza dentro de casa!
E sorria sozinho, com medo de que alguém o espreitasse, rasgando cinquenta quilómetros naquele dia, a pé.
Com espaço de alguns meses, João e toda a família estavam mesmo morando no centro da cidade, pedindo esmolas, pois destruíra a casa, passando a viver da caridade pública, alegrando-se com alguns sorrisos de transeuntes bem humorados que por ali transitavam.
Certo dia passou uma senhora que, condoendo-se da situação da família, começou a interrogar a João, que lhe narrou toda a sua história.
A senhora ouviu pacientemente e quando foi responder, a tia do Joio, desencarnada, encostou-se na senhora, insuflando-lhe o pensamento e fazendo-a dizer:
— Olha, meu senhor, um dos grandes tesouros que o senhor pode se orgulhar de possuir é a sua mulher e seus filhos.
Trate de cultivá-lo com amor.
Um outro tesouro, o maior de todos, é o mesmo amor para com Deus e com o próximo, sem distinção.
Fazendo assim, terá o céu onde estiver, com grandes riquezas por onde transitar.
As lágrimas de João confirmaram seu arrependimento, indicando-lhe um garimpo que convinha mais ao coração.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:01 am

Carta aos Neuróticos
Eis que essa enfermidade está mais vinculada à alma; reformai o sistema de vida e cultivai as virtudes evangélicas, que a saúde não se fará esperar.
Somos forçados a dizer que a neurose faz parte de inúmeras outras enfermidades e desajustes da escala evolutiva no campo biológico e na área espiritual.
Acusar a Deus, por não compreendermos esses justos meios que a natureza nos favorece em busca da libertação definitiva, é alimentar ignorância acerca da vida e da nossa própria felicidade.
Certificamos, assim, o resultado da dor nos inexplorados campos das nossas sensibilidades, os resultados grandiosos que os problemas nos ofertam nas lides de cada dia, e as fecundas somas de todos os impactos causados pelas nossas invigilâncias e inexperiências na arte de conquistar o amor.
Retirar dos nossos caminhos os obstáculos é retirar dos nossos corações as promessas da verdadeira libertação.
Compete, pois, a cada um de nós, retirar dessas lutas o verdadeiro sentido da vida, armazenando no coração o que devemos ou não fazer na garantia do nosso próprio bem, esperando também o grande trabalho seleccionador da inteligência, estabelecendo porém, entre as duas forças, uma ponte, onde poderão transitar as permutas de valores, uma vez que um precisa do outro para a devida selecção.
Parece que esta carta vai ser pouco lida, devido ao estado depressivo daqueles a quem endereçamos esta missiva.
Pois não esperamos isso, confessamo-nos animados por sabermos que os espíritos nesse processo evolutivo são os que mais precisam de amparo, que mais precisam de conselhos, que mais precisam de uma mão amiga, na certeza de que estão recebendo o melhor.
Urge compreender que, se estais passando por período de reajustes difíceis, se porventura estais sendo submetidos a processos dolorosos de aprimoramento, por causas que desconheceis, não deveis desprezar a fé.
É preciso reconhecer que tudo na vida tem o objectivo somente em uma direcção: o bem.
Se a dor vos tira o poder de raciocinar, apegai-vos à fé, da maneira que podeis entendê-la, e confiai sempre, porque não há nada errado, nem fora de lugar, em toda a extensão infinita, e Deus está atento, alimentando todas as leis, que dão a cada um segundo as suas obras.
Ninguém é consciente, se está começando nos processos de sensibilização espiritual, com distúrbios psicossomáticos.
Confessamos que os nossos deveres se sintetizam em fazermos a nossa parte, e a nossa parte é dar de nós mesmos alguma coisa, no favorecimento da acção das leis de Deus.
Como? Pela vontade.
O neurótico, em quase todas as situações, tem seu quinhão de esforço, e quanto maior capacidade apresenta na sua auto-educação, mais visível sentirá a melhora e mais próxima a liberdade.
Na nossa visão acanhada, achamos dolorosos os processos usados pela natureza, no aprimoramento das coisas e dos espíritos.
Contudo, não percebemos os grandes objectivos do Senhor para connosco.
Importa, no entanto, observar a árvore, que se estende verticalmente ao infinito, e cujos galhos parecem mãos pedindo a Deus ajuda e liberdade.
Seu corpo ciclópico é triturado por serras, plainas, pregos, lixas e verniz, para entrar nas casas dos homens como móveis, com mil e uma formas diferentes.
Os animais, em uma inquietação medrosa nas florestas, buscam algo que os proteja, e parecem orar com gritos sibilinos.
A resposta é a domesticação, com disciplina até para morrer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:01 am

Remontado o corpo primitivo da mónada celestial, vemos como os homens trituram as pedras, para que elas sejam mais úteis no meio da sociedade.
Ninguém evolui sem sofrer mais, sem sacrifício, sem opressão; o homem, queira ou não, passa pelos mesmos processos.
Os anjos não retornam a nós, sofrendo todas as ordens de ignorâncias, com vistas ao mais além?
Se Deus assim ordenou, assim deve ser o mais acertado para toda a criação.
Compete a nós outros cultivar a tolerância, a paciência, e esperar as mãos do tempo, pela vontade do Criador, vir em nosso beneficio.
Não podemos nos esquecer de pedir aos céus que nos ajudem a compreender a nossa parte nesse grande concerto de aprimoramento de nós mesmos.
Não esqueçais a medicina, no alivio do sistema orgânico e, muitas vezes, psíquico, pois ela constitui recursos para as tribulações necessárias dos homens.
Contudo, não deveis vos esquecer dos recursos da vontade.
Raríssimos são os que ficam em completa inconsciência, e a esses esperamos que o tempo possa favorecer mais adiante, para que possam nos ler e, juntamente com os de boa vontade, esforçarem-se na sua própria melhora.
Se estais nervoso, não vos apodereis dessa situação rompendo a harmonia e aproveitando da ocasião; reuni alguma força que porventura tendes ao vosso dispor, e controlai vossas emoções, vossos impulsos, que sereis ajudados pela Lei, de quem recebemos aquilo que damos.
Se podeis evitar escândalos, fazei-o o mais breve possível, que Deus nunca se esquece, principalmente dos enfermos de bom coração.
Naquilo que podeis, ficai atento à disciplina; a ordem em uma casa de saúde é meio caminho andado para o restabelecimento colectivo.
Fazei a vossa parte, sede obedientes e prestativos no que estiver ao vosso alcance — a natureza explosiva arruína as situações e distancia a saúde do paciente — procurai fazer alguma coisa de útil onde estiverdes, a terapêutica ocupacional é uma das melhores nas áreas de todos os tratamentos e tentai não exagerar nos esforços mentais.
Se, com tudo isso, achardes que o vosso restabelecimento está demorando, certificai-vos que Deus sabe o que está fazendo.
A construção de um edifício não se faz de um dia para outro, vós estais mais perto do que pensais da saúde, confiai em Deus e estimulai vossa fé, que Jesus há de vos abençoar, com o prémio da saúde.
Meus filhos, nesse hospital em que estais, ou mesmo no lar em que descansais, existe uma multidão de espíritos querendo vos ajudar.
Abri as portas do entendimento e sentireis grande conforto nos corações.
As células nervosas são as mais resistentes do corpo humano; a sua durabilidade impressiona os sábios do mundo físico e até os espirituais.
No entanto, elas, pelas bênçãos dos céus, se apresentam vestidas com roupagem espiritual, que se renova com o sono, e a sua resistência depende do procedimento das almas.
Sabe-se que o ódio continuado apodrece esse revestimento protector.
É bom registrar que a maledicência afrouxa todos os laços dessa substância com as células nervosas, dando assim margem às inúmeras perturbações que a ciência registra com nomes variados.
E todos os tipos de invigilâncias, que a razão sabe definir e o coração apontar como corrosivas, deveis evitá-las, porque, de certa forma, os erros mais acentuados são como a ferrugem em toda a nossa organização, e os recursos naturais que possuirdes, em muitos casos, não bastam para tal defesa, e ai sofrereis as consequências desastrosas, principalmente no campo das neuroses.
Quem reconhece esses males e se esforça para sair do guante provativo desses processos, está dando sinais de que já está atingindo os primórdios da libertação, pelo conhecimento da verdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:01 am

Carta aos Médicos
É necessário ganhar para viver, mas não viver para ganhar.
O terapeuta, antes de um profissional, deve ser um apóstolo.
Um homem sai pelas ruas de uma grande metrópole, pedindo algo que comer; batendo de porta em porta, na pretensão de matar a fome, que se lhe devorava, nada tendo de seu para que pudesse se alimentar, usara o recurso de pedir.
É oportuno assinalar que, em qualquer ponto do mundo, se um faminto pedir realmente por necessidade, ele receberá.
Pois essa é a lei de Deus, e de outra forma o amor seria uma ilusão.
Os espíritos possuem suas qualidades, ora menos, ora mais em cada um, de acordo com sua posição evolutiva.
Mas a caridade existe em todos os povos, em todas as nações.
Quando esse varão já estava com as sacolas cheias por encontrar corações generosos, parte para seu aposento, agradecendo a Deus.
Todavia, ali aparece um mendigo em piores condições, batendo nos mesmos lugares antes visitados pelo anterior.
E como a cota de assistência já tinha sido dada ao primeiro pedinte, o segundo ficara sem nada.
Segue-se daí que o menos afortunado recorre ao primeiro mendigo, pedindo-lhe que repartisse com ele o ganho, pois tinha filhos, e estava realmente necessitado, enquanto o outro era apenas um.
Donde se conclui que o segundo sabia da vida do primeiro, que se espanta, pois se julgava quase desconhecido no lugar.
Continua a interrogá-lo e o ancião prossegue a leitura da sua vida melhor do que ele mesmo, e, assim rememorava o seu passado.
Pára de perguntar e, todo emocionado, tira um dos saquinhos menores, dentre os grandes volumes, e o atira ao companheiro de infortúnio.
Sai com a mente latejando, com o pesado saco soma do amor de vários corações caridosos enquanto o velhinho se arrasta em outra direcção, desaparecendo entre a multidão.
Ao chegar em casa, o primeiro pedinte despejava as sacolas em cima de um couro que lhe servia de cama e no lugar certinho no canto do saco, de onde tirara o saquinho menor para doar a seu companheiro faminto, estava o mesmo saquinho, cheio de ouro!
Desta hora em diante, o varão não sentiu mais fome e parece que nem via o couro abarrotado de viveres colhidos de porta em porta e, com o ouro na mão, parecia o homem mais feliz do mundo.
Naquela noite custou a conciliar o sono...
Quando dormiu, saiu temporariamente do corpo, escondendo o tesouro que ganhara e vê aproximar-se o mesmo mendigo que lhe ofertara a fortuna.
Quando foi curvando para agradecer-lhe, a figura do mendigo vai se transformando gradativamente, até tomar a forma de Jesus!
O homem chorava e sorria ao mesmo tempo e a voz não saia, de emoção.
O mestre, sereno, leva dois dedos luminosos em sua boca entreaberta, fecha-a para não ser agradecido e fala com bondade ao faminto de ouro espiritual:
— Esse tesouro é seu, mas tenha cuidado, porquanto o ouro é ouro em toda a parte; o modo pelo qual o use é que poderá se transformar em trevas, na sua vida.
Vai, volte para o seu corpo, que é igualmente um pedaço de ouro na vida da alma e faça bom uso dos dois tesouros.
Dê o quanto puderes ao seu próximo, sirva ao máximo ao semelhante e ama a todos sem nada exigir.
Depois receberás um tesouro maior no reino de Deus.
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CINQUENTA MISSIVAS - MARIA NUNES/João Nunes Maia - Página 2 Empty Re: CINQUENTA MISSIVAS - MARIA NUNES/João Nunes Maia

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:01 am

Rescendendo um forte perfume, desapareceu a visão e o mendigo acordou, abraçado com o ouro, mas de coração transformado.
A experiência nos prova, com efeito, que a vida de um médico, se nos é licito comparar, é a mesma que apresentamos neste rápido conto: a principio ele mendiga o saber de escola em escola, sente fome de conhecimentos e vai de porta em porta recolhendo, pela bondade de Deus, o que mais tarde pode ser o ouro da sua vida.
No entanto, mesmo antes de chegar em casa, quer dizer, de receber o pergaminho de doutor, alguns mendigos da saúde começam a aparecer em seu caminho de homem farto de saber, compelindo a ele dar, ao menos alguma coisa daquilo que tem, aos que sofrem mais, pois a missão que Deus lhe deu, como terapeuta na terra, é um dos grandes tesouros, quando bem usada.
Reconhecemos as vossas necessidades materiais, que não discutimos. mas dai ao menos, como fez o primeiro mendigo, um pequeno saquinho de esperança aos que sofrem.
Sabemos que tendes famílias para criar, como os outros.
Contudo, insistimos que podereis arranjar um tempinho em favor daqueles desesperados sem tecto, famintos e enfermos.
Quando esposas a ideia espiritualista, então é que deves festejar todas as oportunidades que tiverdes no ambiente luminoso da caridade, pois se a água do mundo não pode permanecer parada, para ser potável e a lei exige que ela seja útil, movimentando, na irrigação do solo, e saciando a sede.
Assim também é a água do saber, não deve nem pode parar.
Se as condições do mundo fazem com que o espírito nele encarnado exija em troca do que faz, algo para o seu sustento, não deve esquecer, em nome de Deus e de Cristo, a quem devemos muito mais que podemos dar, confiados em Cristo, sem necessidade de esperarmos recompensas, na certeza de que este trabalho do coração é que sustenta a vida.
Todas as associações médicas de todos os países deveriam estudar, junto com os governos, os meios de assistirem os enfermos onde esses estiverem, vendo neles, os próprios filhos, pois são todos irmãos, oriundos do mesmo Pai: Deus.
Todos os laboratórios deveriam, se já não o fizeram, tirar uma cota de medicamentos destinada aos enfermos sem recursos, sob a vigilância das associações dos clínicos, que com as bênçãos governamentais, poderão canalizar tais benefícios para os que sofrem, aliviando-os dos seus males, fazendo- lhes nascer a esperança em seus corações.
Esse trabalho, sendo alternado, com a cooperação de todos os irmãos da ciência, não pesa a nenhum e o mundo toma outra feição, como sendo o florescer da luz de Deus nos corações dos homens.
Se considerarmos Jesus como o maior médico das almas, certo é que devemos acompanhá-lo, estudar seus preceitos e aplicá-los, para que possamos encontrar a felicidade.
Médicos, não vos façais de esquecidos, pois os conhecimentos que adquiristes são tesouros em toda a parte, como nos disse Jesus, falando ao mendigo.
O uso deles, por onde percorrerdes é que pode se transformar em trevas para as vossas vidas.
Fazei qual o varão da história, ouvi o Cristo e transformai-vos para o amor.
Não que estejamos exigindo todo o vosso tempo para a caridade pública, pois isso seria um desequilíbrio imperdoável, mas que os vossos corações entendam e que vossos ouvidos ouçam as necessidades e os gemidos dos sofredores, dedicando horas oportunas em favor de todos eles, em completa associação com os vossos colegas.
Rogamos-vos, como se fôssemos vossas mães, em beneficio dos que sofrem; dai, meus filhos, as mãos, por minutos que sejam, em prol do bem comum, e recebereis, como asseverou Jesus, um tesouro maior no reino dos céus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:02 am

Ao atenderdes um enfermo, não vos esqueçais da alegria, da paciência, da esperança e do amor que podereis proporcionar aos que passam pela porta estreita da dor, e estareis construindo a própria felicidade.
Nós outros, do mundo espiritual, também daremos as mãos a todos vós, em nome de Deus e de Jesus Cristo.
Lembrai-vos, irmãos médicos, que para serdes portadores de vossos pergaminhos de terapeutas na terra, precisastes da cooperação dos vossos pais, dos vossos irmãos, dos vossos colegas, dos vossos mestres, dos vossos livros, dos escritores, das árvores, dos animais, das salas de aulas, das cozinheiras, das lavadeiras, e, acima de tudo, dos enfermos esticados nos leitos, aos pés dos quais tivestes as primeiras lições verdadeiras, da prática com a teoria.
E, ainda, as bênçãos de Deus.
Se já recebestes tanto por onde transitastes, é hora de oferecer por onde passardes.
Mas por amor, que se chama CARIDADE.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:02 am

Carta às Marafonas
Fazei o bem que puderdes, na vida que levais, pois mesmo nas duras provas temos essa oportunidade.
Não devemos julgar as almas pelos lugares em que elas vivem.
Se os factos nos forçam a isso, existem algumas excepções, e o respeito nos convida à moderação no modo pelo qual queiramos que os outros sejam.
Os lugares que chamais "de tolerância" têm uma função dentro da vida, na esquematização que o carma aproveita para a limpeza da alma.
Nada há errado no mundo; o erro está no modo pelo qual julgamos as coisas e os factos.
Não carecemos ressaltar, pois todos são sabedores dessa verdade, que a água potável é realmente a que nos faz bem.
No entanto, ela se transforma dentro do corpo em veículo de lixo humano, pelo suor, pela respiração e através dos excrementos.
Quando procuramos a água para saciar a sede, temos o maior cuidado, e alegramo-nos diante do líquido cristalino; mas quando ela lava o organismo, carregando os detritos venenosos, repugnamos com a sua presença.
Um córrego de esgoto, no centro de uma metrópole, tem o mesmo valor de um rio de águas puras, cada qual no trabalho que lhe compete fazer.
Não desdenheis dos que tomaram caminho diferente do seu.
Ajudai no que estiver ao vosso alcance, pois a existência constitui trocas de experiências.
Quantas vezes a água potável que tomais com prazer já não foi líquido impuro do asseio em variados pontos do mundo?
Já que nada acaba, segundo a lei da transformação, devemos esperar e ajudar, para que o bem possa ganhar terreno em todos os caminhos da imperfeição.
Aqui falamos com as nossas irmãs chamadas "livres".
Ficai sabendo que ninguém está esquecido de Deus.
Ele opera em tudo, com o mesmo amor, e talvez o nome que tenhais no mundo é o mais acertado, pois os céus trabalham nos vossos corações para libertar-vos, dentro do tempo necessário.
Os espíritos superiores usam esse espaço para a devida maturidade, e depois vos chamam para a devida libertação espiritual, ensinando-vos a verdade.
Não deveis esmorecer por estardes enlameadas nesse charco mais ou menos repugnante diante da sociedade, que no amanhã, se souberdes suportar o peso do fardo incómodo, avançareis na frente de todos os outros, ganhando visão ampliada e sentindo o céu e Deus dentro do coração.
Vejamos o caso de Maria de Magdala: ela pertencia ao rol das mulheres intituladas “livres", passando por essa prova que desata todos os laços da timidez, do pudor, da vergonha, da castidade, enfim, de uma série de coisas que, em muitos casos, atrofiam a alma.
Não temamos em afirmar que depois desse processo evolutivo, o espírito toma sua posição verdadeira nos roteiros do mundo, como uma luz partida de uma consciência, que aprendeu a ciência da paz.
E não foi Madalena que Jesus escolheu, para anunciar ao mundo que não existe a morte?
Não foi Maria que melhor entendeu o amor do Mestre?
Não foi essa mulher considerada impura que se tomou um gigante de moral cristã, com a presença do Cristo no coração?
O seu esforço íntimo de reforma, se assim podemos dizer, suplantou o de todos os discípulos, porque esses já tinham uma vida mais ou menos recta no Senhor.
E então, o que dizeis disso?
Minhas filhas, se vos sentirdes desprezadas, só vos achais perdidas nos caminhos que percorreis, atentai a isso:
fazei a caridade que estiver ao vosso alcance, pois ela é uma companhia dos céus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:02 am

Ela é alguém que vos acha e vos salva de toda e quaisquer consequências cármicas.
Vamos narrar um pequeno caso que nos parece oportuno:
uma certa marafona situava o lugar em que vivia como sendo o seu inferno.
Ali tinha que esperar toda a sua vida, sofrendo os grilhões dos demónios, da fome, da brutalidade, do desprezo, da imoralidade, da vergonha, do crime, enfim, da inutilidade de toda uma existência improfícua.
Uma certa noite descansava debruçada na janela, palmilhando os olhos rasos d’água no infinito, sentindo tanta beleza, enquanto ela vivia arrojada dentro de tanta miséria.
Pensava... pensava...
Será que existe um Deus bom e justo, do modo que meus pais me contavam?
A regressão da memória fê-la chorar mais. Baixou os olhos para a terra, com vergonha dos céus e balbuciou algo ininteligível.
De repente, passou um senhor de idade avançada, com uma volumosa sacola em punho, cumprimentando-a docemente.
A mulher em desespero sentiu-se atraída por aquele desconhecido e, limpando as lágrimas com a mão, correspondeu com um sorriso forçado, mas amável.
O senhor, depois de alguns passos, cambaleou, procurou firmar- se, mas não conseguiu e caiu sobre o pesado volume que conduzia, esvaindo-se em golfadas de sangue, aparentando uma forte galopante.
A mulher desesperada avançou em direcção ao homem, gritando por socorro, mas como era tarde da noite, ninguém apareceu.
Quando se viu a sós, sem outro jeito, ombreou o fardo banhado de sangue e estendeu o volume sagrado na sua cama, com medo e vergonha.
Tendo o coração falado mais alto que o raciocínio, tomou todas as providências cabíveis de limpeza, carinho e cuidado para a acomodação daquele senhor misterioso, como se fosse um seu filho.
O velho melhorou e começou a dormir, com algumas contorções.
A mulher, ao invés de procurar a polícia, como é de costume em todos esses casos, esperou que o dia amanhecesse, dormindo também no canto do velho leito.
A grande preocupação fez a mulher acordar mais cedo que de costume.
Virou-se na cama, procurando o homem e viu que o mesmo havia desaparecido.
Olhou a porta que continuava trancada por dentro e examinou sua roupa, que deveria estar suja de sangue; pelo contrário, tinha um gostoso odor de essência rara.
Examinou os lençóis: tudo limpo, nada denunciando que alguém tivesse estado ali.
Dentro do quarto o perfume era acentuado, bastante agradável.
Lembrando-se da sacola, levantou-se e foi à rua, e encontrou-a, porém vazia.
Apanhou-a e abriu-a por intuição, encontrando um bilhete, endereçado a ela, nestes termos:
"Minha filha, agradeço sua acolhida e o seu amor pelos que sofrem.
Não se esqueça dos estropiados, dos nus e dos famintos.
O coração da mulher que sofre tem mais recursos.
Que essa sacola lhe sirva de lembrança.
Faça da prece um dever diário e esforce-se para sair dessa vida que leva, entrando em outra que lhe espera. Confie, trabalhe e espere".
A mulher chorava, tomada por emoção que até então desconhecia.
Quis anunciar o ocorrido mas suas língua pesava, como que dizendo:
“Pare, o segredo é uma força que nos leva a grandes realizações".
Essa mesma senhora hoje é casada, mãe de filhos, bastante feliz e usa a mesma sacola, já toda remendada, como símbolo de sua redenção.
E leva a sacola cheia, todas as semanas, a famílias necessitadas de pão.
Tomou-se uma Maria Madalena convertida, usando a força do amor para a sua libertação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:02 am

Carta aos Fiscais
Sois ordenados para fazerem isso ou aquilo; contudo, podeis cumprir os deveres com brandura.
Em razão do apego ao dinheiro, muitos dos irmãos se comprometem com a própria lei que desejam que os outros respeitem.
É de se notar as grandes necessidades da fiscalização em todos os ângulos de trabalho dos homens; no entanto, é imprescindível muita responsabilidade no tocante à fidelidade e à consciência recta.
É preciso observar a conduta dos fiscais, para que eles tenham a verdadeira moral de aconselhar os comerciantes uma ou duas vezes, no sentido de não serem encontrados em novas infracções e sofrerem a decepção de multas pesadas, muitas vezes sem condições de pagá-las.
Se a fiscalização de uma cidade, de um estado e de um pais primar pela honestidade, pelo recto dever de profissionais da justiça, os homens do comércio tornar-se-ão cada vez mais honestos perante o fisco.
Todavia, encontrando um que esteja cedendo ao visgo do ouro para encobrir o erro, começam a se alastrar ofertas sucessivas para os que não pensavam nas desonestidades.
Os fiscais deveriam passar, antes de ingressarem nas fileiras da fiscalização, por escolas apropriadas, onde seriam estudadas suas personalidades e suas tendências, dentro da mais rigorosa psicologia, seleccionando-se, assim, o pessoal que já tivesse arquivado no subconsciente o recto dever para com suas obrigações, diante do emprego assumido.
Mesmo que tivessem algumas fraquezas junto ao emprego, as sugestões de aperfeiçoamento cooperariam, redundando em esforço diário, no sentido de fazer o melhor para cumprir o dever.
É razoável acreditar que não são todos os fiscais que se deixam levar por propostas inconfessáveis.
Graças a Deus existem muitos já compenetrados dos seus deveres junto aos centros de trabalho a que pertencem, e dentre esses, um número bastante considerável que, além do seu trabalho, ajuda os comerciantes mercenários a serem honestos.
É bom que se fale também dos fiscais intolerantes, que somente pensam na justiça, sem se lembrarem da tolerância e da caridade, sem pesarem as lutas dos comerciantes no rigor das dificuldades para manterem seus familiares e fazer circular as coisas para o bem colectivo.
Em qualquer pequena infracção, fazem pesar sobre eles impiedosas multas, arrancando dos seus bolsos o que ainda não lhes pertence, fazendo-os esmorecer, nos labores de cada dia, sem encontrar estímulos para a própria vida.
Onde está a misericórdia para com os que erram?
Notificai-os, meus filhos, uma ou duas vezes, e se então não se emendarem, alertai-os com branda cota de multa.
Se possível, conversai com o infractor a sós, explicando o motivo pelo qual estais fazendo isso.
Explicai que tirar o dinheiro fácil de um pai de família, de um trabalhador é desagradável, porém procedeis assim a bem da disciplina, mas que confiais no bom senso do companheiro, para que aquilo não se repita mais.
Esse é o vosso prazer!
Bem sabeis que os fiscais, sejam quais forem, são antipatizados por todas as classes do comércio, principalmente aqueles que usam do posto para ficarem ricos, ilicitamente.
Para reerguer o nome da classe, só há uma solução: honestidade.
E a mais eficiente escola para isso é a do Cristo, onde aprendereis o que deves ou não fazer, em favor dos outros, a bem da verdade e da harmonia:
0 “não façais aos outros o que não desejais para vós mesmos”.
Há alguns que dizem que os serviços de fiscalização rigorosa são incompatíveis com o Evangelho.
Nada no mundo, meus filhos, é incompatível com as regras de vida deixadas por Jesus Cristo.
A incompatibilidade está no modo pelo qual interpretais as leis que agem no vosso caminho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 21, 2019 10:03 am

Encontrareis, se quiserdes, as soluções para todos os vossos problemas, não somente os fiscais, como todos e quaisquer profissionais que existam no mundo.
0 Evangelho, que reflecte todas as leis do Criador, não iria se esquecer de ninguém.
Uni-vos mais com o Cristo, que vos identificareis com essas verdades, e o sol começará a brilhar no vosso coração, em qualquer posição na terra.
Se fordes fiscais, pela força do destino, vereis vossos irmãos do comércio como companheiros do coração, que esperam de vós uma ajuda maior.
Não vos esqueçais que a manutenção da vossa família depende deles, e que eles precisam de vós, para o aprimoramento da honestidade.
Nunca deveis trilhar pelas margens, mas sempre no caminho do meio.
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