LUZ ESPÍRITA
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NOSSOS FILHOS SÃO ESPÍRITOS - Hermínio C. Miranda

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:44 pm

NOSSOS FILHOS SÃO ESPÍRITOS
HERMÍNIO C. MIRANDA

ÍNDICE

DEDICATÓRIA
APRESENTAÇÃO
HISTORINHA DE UM LIVRO INESPERADO


CAPÍTULO 1 = OLHOS DE VER E OLHOS DE OLHAR
CAPÍTULO 2 = COISAS PARA DESAPRENDER
CAPÍTULO 3 = COMO REORDENAR O PENSAMENTO

CAPÍTULO 4 = RESPONSABILIDADE
CAPÍTULO 5 = UM FRASCO DE VENENO
CAPÍTULO 6 = HOJE OU DAQUI A MUITOS HALLEYS?

CAPÍTULO 7 = NASCER É QUE É O PROBLEMA, E NÃO MORRER
CAPÍTULO 8 = PARA QUE NASCEMOS?
CAPÍTULO 9 = REFLEXÕES SOBRE A ADOPÇÃO

CAPÍTULO 10 = “BEM, VAMOS LÁ!”
CAPÍTULO 11 = MISTÉRIOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
CAPÍTULO 12 = É CONVERSANDO QUE NOS ENTENDEMOS

CAPÍTULO 13 = EXPERIÊNCIAS E OBSERVAÇÕES DE UMA JOVEM MÃE
CAPÍTULO 14 = SÓ ESQUECEMOS AQUILO QUE SABEMOS
CAPÍTULO 15 = PESSOAS QUE SE LEMBRAM DO ESQUECIDO

CAPÍTULO 16 = NÃO É TRÁGICO SER MÉDIUM
CAPÍTULO 17 = DOM BIAL E SEU AMIGO BLATFORT
CAPÍTULO 18 = A DEBATIDA INFLUÊNCIA DO MEIO

CAPÍTULO 19 = FILHOS DEFICIENTES
CAPÍTULO 20 = DRAMÁTICO DEPOIMENTO DE UM ESPÍRITO
CAPÍTULO 21 = A MENINA QUE CHORAVA NA CALÇADA

CAPÍTULO 22 = NÃO É PRECISO “TORCER O PEPINO”
CAPÍTULO 23 = PRESENÇA DE DEUS
CAPÍTULO 24 = COMO CONVERSAR COM DEUS

CAPÍTULO 25 = O PÓS-ESCRITO QUE VIROU CAPÍTULO
CAPÍTULO 26 = DO ESTADO SÓLIDO AO GASOSO

CAPÍTULO 27 = “ATÉ UM DIA!”
CAPÍTULO 28 = O OFÍCIO DE VIVER
CAPÍTULO 29 = DIPLOMA DE PAI

§.§.§- O-canto-da-ave


Última edição por Ave sem Ninho em Ter Out 04, 2022 7:59 pm, editado 6 vez(es) (Motivo da edição : O Título)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:46 pm

DEDICATÓRIA

Os pais que me desculpem, mas este livro é dedicado, por óbvias razões, às mães.

Não menos óbvia é a escolha de Inês para receber, em nome de vocês todas, este singelo testemunho de carinho e apreço.

Sem ela não teria sido possível desenvolver, com êxito, o projecto de trazer da dimensão invisível três espíritos que queríamos como nossos filhos, a fim de partilharem connosco o privilégio da vida.

APRESENTAÇÃO

Há mais de três décadas acompanhamos os escritos de Hermínio Miranda.

Situamo-lo entre os melhores escritores espíritas, o que lhe dá um natural espaço alicerçado em seu qualitativo trabalho, cujos reflexos não ficarão somente no hoje, mas, também, no amanhã e no depois.

Nestas despretensiosas linhas, à guisa de prefácio, estamos informando aos leitores, sem intenções de elogios pessoais, um valoroso livro que foi pontilhado em sugestivas e bem elaboradas observações diante dos acontecimentos da vida.

Daí o autor ter dado bastante ênfase aos factos da infância e às memórias pretéritas.

O livro do nosso Hermínio é eloquente, porquanto atinge o social, e mais do que útil, porque busca explicação nas razões de nossa própria vida.

As suas palavras, em positivas demonstrações, conclamam à reconstrução da fé, visando seus puros conceitos;
alguns movimentos religiosos que deviam enaltecê-la, levaram-na quase a ruína.

A meta do livro é mais profunda que as ideias por si só ventiladas;
sua ajustada descrição permitirá ao leitor alcançar os horizontes de suas demarcações psicológicas.

As conceituações simples e clarificantes são um chamamento adequado no burilamento das veredas de nossas necessidades terrenas.

O autor escreve, tão-somente, com proveito para o leitor.
E um dom que lhe pertence, conquistado em suas múltiplas vivências.

Seus pensamentos estão colimados em atenciosas e harmonizadas propostas, a fim de reactivarem a ética diante das falências sociais e mesmo religiosas dos tempos actuais.

A personalidade da criança foi traduzida em seus princípios espirituais, o que possibilita uma visão mais precisa da finalidade humana.

Em todos os parágrafos percebe-se linfa cativante, construtiva e sempre renovadora, propiciando atencioso convite ao conhecimento e, mais do que tudo, adverte-nos das responsabilidades contidas no caminho infindo da evolução.

Os relatos plenos de vida nos fazem compreender, nas razões da psicologia profunda, as raízes do inconsciente ou espírito com suas sugestões telegráficas ao intelecto físico — a zona consciente ou personalidade.

O valor do autor está na procura constante de um alvo — o conhecimento dos factos espirituais que participam do nosso dia-a-dia e que muitos ainda desconhecem e não lhes dão presença;
entretanto, são importantes elos na linha de nossas vidas.

O conteúdo da obra, a parecer entrecortado pelos títulos, possui rica sequência de bem-arrumadas ideias dando-lhes finalidade.

Se observarmos, com atenção, os capítulos do livro, apesar de seus próprios e inconfundíveis assuntos, possuem um encadeamento, cujo conjunto traduz uma autêntica saga.

O bom escriba conseguiu, de suas historietas, transformá-las em belas e harmoniosas canções;
por falarem à nossa alma, as baladas compuseram uma sinfonia.

Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 1989.

Jorge Andreia dos Santos

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Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg Nov 08, 2010 10:55 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : O Título)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:47 pm

HISTORINHA DE UM LIVRO INESPERADO

OS LIVROS, COMO AS PESSOAS, os bichos, os países, as cidades e os povos têm sempre uma história.

Pode até nem ser uma empolgante aventura como a do povo hebreu, mas há sempre o que contar sobre eles.

Este, por exemplo, surgiu inesperadamente.
Pelo menos eu não contava com ele, nem o tinha na minha programação.

Quem o sugeriu foi um amigo muito querido ao meu coração.

Sem mais nem menos, no correr da conversa, ele me perguntou certa vez:
— Porque você não escreve um livro sobre a criança?

Tomado de surpresa, não tive muito o que dizer naquele momento.

Criança? Eu? E eu entendo de criança?
Só mais tarde percebi que, sim, era bem possível que eu conseguisse escrever um texto sobre crianças.

Porque não?
A essa altura, a maquininha de pensar já estava rodando em silêncio.

Quando me sentei para escrever, parece que o livrinho já estava pronto em alguma misteriosa gaveta da mente.

Ele foi surgindo quietinho e se passando para o papel.
Em pouco mais de um mês estava pronto.

Outra surpresa me estava reservada:
o livro teve uma acolhida generosa por parte de leitores e leitoras.

Ao chegar à quarta edição, achei que era chegado o momento de fazer-lhe uma revisão, acrescentar algum material e dar-lhe nova roupagem, mas, principalmente, aproveitar a oportunidade para testemunhar minha gratidão aos milhares de leitores que resolveram conferir o que teria eu a dizer sobre nossos filhos.

Parece que gostaram.
É o que me dizem, pessoalmente ou por carta e telefone.

E, naturalmente, foi muito bom saber que tantas pessoas gostaram desta conversa acerca de crianças.

Muito obrigado e que Deus nos abençoe a todos.

HCM — Outono de 1993

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Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg Nov 08, 2010 10:56 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : O Título)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:47 pm

1 - OLHOS DE VER E OLHOS DE OLHAR

O DR. PIMENTEL CORTOU O CORDÃO
umbilical, enrolou a criança em uma toalha — era uma menina —, colocou-a cuidadosamente de bruços e passou a cuidar da mãe, exausta e dolorida.

Eu tinha 23 anos de idade e pela primeira vez na vida agitavam-se em mim as poderosas emoções da paternidade, com todas as suas perplexidades, complexidades e expectativas.

Aproximei-me do pequeno embrulho sobre a cama para olhar de perto minha filha.
Pensava, talvez, encontrá-la cochilando, a sonhar, ainda, com os mistérios de suas origens.

Foi uma surpresa observar que tinha os olhinhos escuros bem abertos, atentos e acesos, a me contemplarem de maneira enigmática e inquisitiva.

Lembro-me perfeitamente das ruguinhas traçadas na testa exígua, pelo esforço que fazia ao levantar a cabecinha careca, como se perguntasse a si mesma:
— Será que esse sujeito vai ser um bom pai para mim?

Cadé minha mãe?
E agora, que vão fazer comigo?
Quanto tempo vou ficar aqui, enrolada neste pano?

Quanto a mim, não me recordo dos pensamentos que transitavam pela minha mente, mas sei que eram muitos, e desencontrados.

Acho mesmo que tinha tantas perguntas quanto ela, talvez mais, não sei.
Uma coisa era certa: Ana-Maria acabava de chegar.
(Eu sabia o nome dela porque já o havíamos escolhido com a devida antecedência.

Embora houvesse um nome masculino de reserva, de certa forma eu ‘sabia” que seria uma menina.
Mistérios esses que hoje entendo melhor do que então.)

Que ela chegara, não havia dúvida, pois estava ali, olhos curiosos, prontinha para começar a exploração do novo mundo em que viera viver.

Minha dúvida era outra, ou seja, de onde vinha aquele ser?
A lógica me dizia que se chegara aqui é porque partira de algum lugar, onde estava antes de vir. Onde, porém?

Aprendera eu, em tempos, agora remotos, da infância, que Deus criava uma alma novinha em folha para cada criança que nascia, mas eu tinha já minhas dificuldades com essas e outras informações.

Não havia como questionar a sabedoria, a grandeza e o poder de Deus, que ali estavam patenteados, mesmo porque, obviamente, não poderíamos, a jovem esposa e eu, ter criado aquela pessoinha a partir do nada.

Eu aprenderia mais tarde que o ser humano descobre coisas, mas não as cria, nem as inventa, e nós, certamente, não havíamos inventado aquele embrulhinho morno de gente que atentamente me espiava.

Quem seria aquele ser?
De onde vinha?
O que pretenderia da vida?
Como seria ela?

Que papel me caberia, e à sua mãe, na vida que apenas começava?
Ou será que não estava começando e sim continuando?
Eu não sabia.

Mas queria muito saber, ter respostas para essas indagações e muitas outras, de que nem me lembro ou sequer tenham sido formuladas, mesmo porque, como disse, eu mergulhara em um turbilhão de inesperadas e insuspeitadas emoções.

Continua...


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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:48 pm

Continua...

Estas, contudo, não me suscitavam temores ou inquietações e sim uma estranha alegria, ao perceber que também eu tinha condições de participar, com minha modesta contribuição, daquele deslumbrante espectáculo de renovação da vida.

As dúvidas ficavam para mais tarde. Um dia eu saberia, devo ter pensado.
Por enquanto, havia providências a tomar, neste lado de cá da vida, onde os seres chegaram há mais tempo e andam, falam, riem e choram.

Mas bem que eu gostaria de ter alguém ali que me dissesse alguma coisa sobre o que estava acontecendo diante de mim.

Este é, pois, o livro que eu gostaria de ter tido em minhas mãos, não só naquele distante 22 de agosto, mas antes, quando Ana-Maria era apenas projecto, bem antes que seu marcador pessoal começasse a registar o tempo vivido na Terra.

Algumas das minhas perguntas ainda teriam de esperar um bom punhado de anos.
Outras, creio eu, precisarão de mais alguns séculos, pois nosso Pai Maior não parece ter grande pressa em explicar-nos aquilo que nós ainda não temos condições de entender.

O apóstolo Paulo, que sabia das coisas, escrevendo aos seus amigos de Corinto, disse o seguinte:
— E eu, irmãos, não vos pude falar como a (seres) espirituais senão como a carnais, crianças em Cristo.

Dei-lhes leite a beber e não alimento sólido porque ainda não o podíeis suportar.
Nem ainda agora o podeis, porque ainda sois carnais.

Como os coríntios, eu era carnal e acho que nem o leite me fora dado, porque tudo quanto eu podia ver é que, de alguma forma, havia um pouco de mim naquele tépido bolinho de gente, à espera de que a tomássemos nos braços e, depois, pelas mãos, lhe mostrássemos como era nosso mundo.

E já sentia, nas profundezas da memória do futuro, aquele dia em que ela não mais precisasse das nossas mãos e partisse para viver a sua vida.

Nós sempre tememos um pouquinho.
Não é que falte confiança, é que paira sempre, aí por cima, um vago temor de que o filhote ainda implume não consiga acertar com os invisíveis caminhos do céu, que tem de percorrer no voo ainda incerto.

Mas isso não chegava a ser uma tristeza, porque, afinal de contas, a vida era dela e não nossa, e como eu aprenderia posteriormente, antes de sermos filhos uns dos outros, somos todos filhos de um só Pai.

E Ele tem sido muito competente, pois sempre deu boa conta de nós.

Não era tristeza; nada disso!
Apenas uma saudade antecipada, que me espreitava das dobras do desconhecido, tal como os olhinhos escuros de Ana-Maria.

Parece que eu via, também, no futuro, umas ruguinhas de preocupação.
Ou seria apenas a exaltada imaginação de um jovem pai de 23 anos, mal saído de sua própria infância?

Seja como for, de alguma forma misteriosa e inarticulada, pois não tinha palavras para expressar tudo aquilo, eu confiava em Deus e na menina dos atentos olhinhos.

Como também confiaria em duas outras pessoas que, sem eu saber, estavam à nossa espera, do outro lado do véu, que àquela altura me ocultava importantes mistérios da vida.

Deus não julgara oportuno revelar-me coisas para as quais eu ainda não tinha “olhos de ver”.

Meus olhos eram apenas de olhar...

Nem Deus, nem meus filhos me decepcionaram, porque muito me ensinaram desde então;
mas às vezes penso que as coisas teriam sido mais fáceis se eu tivesse lido algo parecido com este livrinho que o leitor tem agora em suas mãos.

Só que, se assim fosse, eu não teria tido a alegria de escrevê-lo e não estaria hoje tão grato a Deus por ter me permitido fazê-lo.

E a Ana-Maria, Marta e Gilberto por terem me ensinado muitas das coisas que nele foram colocadas e que, sem eles, teriam passado despercebidas ao desatento olhar do apressado viajor.

§.§.§- O-canto-da-ave


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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:49 pm

2 - COISAS PARA DESAPRENDER

AS CRIANÇAS NÃO VÊM COM ESSES
bem acabados folhetos impressos que explicam minuciosamente como funcionam os aparelhos que adquirimos nas lojas.

Não trazem um manual de instruções, que ensine como devemos abrir o pacote, tirar o aparelho da caixa, instalá-lo e fazê-lo funcionar.

Também não trazem certificado de garantia, que se possa apresentar ao representante autorizado, juntamente com a nota fiscal, caso haja algum defeito de fabricação.

Dizem até que um jovem pai, que acabara de retirar mulher e filho do hospital, levou-o de volta, para reclamar, porque ele estava com um vazamento...

Com o tempo, vamos aprendendo a resolver os pequenos problemas que surgem.
E os grandes também, se e quando surgirem.

Nós nos valemos da experiência dos mais velhos, geralmente uma das avós, ou ambas, tias, vizinhas e, naturalmente, dos médicos, quando a situação assim exige.

Para facilitar as coisas, comprei o livro de um famoso pediatra da época, que substituía razoavelmente bem os manuais de instruções que acompanham os electrodomésticos de hoje e ajudam a solucionar ou prevenir alguns dos “enguiços” mais comuns.

Recebíamos dele ensinamentos minuciosos sobre a maneira de cuidar do bebé durante seus primeiros dias de vida:
o banho, o sono, a roupa, a alimentação, bem como a interpretação de certos sinais típicos que marcam as diferentes etapas de desenvolvimento:
os primeiros passos, os dentinhos de leite, peso, altura, hábitos de higiene e inúmeros outros indicadores.

Toda essa logística tem por objectivo proporcionar aos pais uma criança sadia para que nela se desenvolvam as faculdades mais nobres de inteligência, vivacidade e boas maneiras.

Para que ela seja, enfim, uma pessoa útil a si mesma e à sociedade na qual está começando a viver, e na qual vai se envolvendo, cada vez mais, na escola, em seus diversos níveis, e depois, no trabalho, no relacionamento com a família, com os amigos e tudo mais.

Realmente, todos esses elementos são da mais alta relevância e de imediata aplicação naquilo que constitui praticamente um projecto, que é o de criar uma criança proporcionando-lhe todos os elementos possíveis a uma vida decente, equilibrada, normal e feliz.

Isso, contudo, é apenas parte do problema, uma vez que continuam sem resposta numerosas questões que podem ocorrer à mãe e ao pai da criança.

Em suma, temos livros de obstetras, psicólogos, psiquiatras e pediatras, mas onde encontrar obras escritas por “espiritistas”?

Enquanto o problema consiste apenas em dar este alimento ou aquele, dormir à tarde ou de manhã, vestir ou não agasalho, ventilar o quarto de dormir, tomar sol, tratar um resfriado ou dor de barriga, as opiniões variam, mas podemos chegar a um consenso, adaptado às nossas próprias condições e, obviamente, às do bebé.

Acabamos acertando com o alimento que melhor “concorda” com ele, como dizem os americanos, ou com seus hábitos de repouso e actividade, bem como o tipo de roupinha que melhor lhe convém.

Mas, e ele mesmo, como pessoa humana, como individualidade, como é?
Porque é temperamental ou apático? O que o faz pacífico e sereno ou agitado e mal-humorado?

Porque ele gosta de algumas pessoas e não de outras?
Porque chora tanto ou não chora, a não ser excepcionalmente?

Porque custa tanto a falar ou a andar, ou a aprender a ler?
E, mais tarde, por que gosta de matemática e não de línguas, ou vice-versa?

Continua...


Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg Nov 08, 2010 10:57 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : O Título)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:50 pm

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E, acima de tudo, quando se tem dois ou mais filhos, por que são tão diferentes entre si, uma vez que gerados todos a partir do mesmo conjunto de genes e criados, no lar, sob idênticas ou muito semelhantes condições?

Afinal, quem são nossos filhos, o que representam em nossas vidas e o que representamos nós na vida deles, além do simples relacionamento pais e filhos?

Longe de respostas mais claras e objectivas, ou, pelo menos, de hipóteses orientadoras, o que observamos, no dia-a-dia das lutas e alegrias da vida, é uma colectânea de clichés obsoletos, ou seja, ideias preconcebidas e cristalizadas que de tão repetidas assumiram status de verdades inquestionáveis, que vamos aceitando meio desatentos, sem procurar examiná-las em profundidade.

Por exemplo: o Marquinho “puxou” o jeito enérgico da mãe, ou a Mónica herdou a inteligência do pai, ou o gosto da tia pelas artes plásticas, ou, ainda, o temperamento da avó Adelaide.

A primeira coisa a desaprender com relação às crianças é a de que elas não herdam características psicológicas, como inteligência, dotes artísticos, temperamento, bom ou mau gosto, simpatia ou antipatia, doçura ou agressividade. Cada ser é único, em sua estrutura psicológica, preferências, inclinações e idiossincrasias.

Somente características físicas são geneticamente transmissíveis:
cor da pele, dos olhos, ou dos cabelos, tendência a esta ou àquela conformação física, predisposição a esta ou àquela enfermidade, ou a uma saúde mais estável, traços fisionómicos e coisas dessa ordem.

Quanto ao mais, não.
Pais inteligentíssimos podem ter filhos medíocres, tanto quanto pais aparentemente pouco dotados podem ter filhos geniais.

Pessoas pacíficas geram filhos turbulentos e, vice-versa, pais desarmonizados produzem crianças excelentes, equilibradas e sensatas.

Qualquer um de nós poderá citar pelo menos uma dúzia de exemplos de seu conhecimento para testemunhar a exactidão dessas afirmativas.

Por isso, repetimos, cada criança, cada pessoa, é única, é diferente, e embora possam ter, duas ou mais, certas características em comum ou muito semelhantes, cada uma delas é um universo próprio, como que individualizado.

Até mesmo gémeos univitelinos, ou seja, gerados a partir do mesmo ovo, trazem, na similitude de certos traços físicos, diferenças fundamentais de temperamento e carácter que os identificam com precisão, como indivíduos perfeitamente autónomos e singulares.

Vamos logo, portanto, definir um importante aspecto:
os pais produzem apenas o corpo físico dos filhos, não o espírito (ou alma) deles.

Outra coisa convém desaprender logo, para abrir espaço para novos conceitos, mais inteligentes, racionais e competentes acerca da vida.

Esses espíritos ou almas que nos são confiados, já embalados em corpos físicos, que nós mesmos lhes proporcionamos, através do processo gerador, não são criados novinhos, sem passado e sem história!

Eles já existiam antes, em algum lugar, têm uma biografia pessoal, trazem vivências e experiências e aqui aportam para reviver e não para viver.

Estão, portanto, renascendo e não apenas nascendo.
É espantosa a reacção que esta ideia simples e genuína tem encontrado para impor-se como verdade que é.

O próprio Cristo ensinou que João Baptista era o profeta Elias renascido, embora não reconhecido pelos seus contemporâneos.

Em outra passagem, falando a Nicodemos, admirou-se de que o ilustrado membro do Sinédrio ignorasse verdade tão elementar, ou seja, a de que é preciso nascer de novo para alcançar a paz espiritual, à qual Jesus dava o nome de Reino de Deus ou Reino dos Céus.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:51 pm

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Eis, portanto, a pura, simples e inquestionável verdade:
nossos filhos, tanto quanto nós mesmos, são seres humanos que já viveram antes.

Trazem em si todo um passado mais ou menos longo de experiências, equívocos, conquistas, realizações e, consequentemente, um programa a executar na vida que reiniciam junto de nós.

Da mesma forma que não nos desintegramos em nada ao morrer, também não viemos do nada quando nascemos de novo na carne.
Tudo é continuidade, etapas que se sucedem, em ciclos alternados, aqui e além.

Anotem aí, portanto:
somos todos seres criados por Deus, sim, mas há muito, muito tempo, e não no momento da concepção ou na hora do nascimento, para “ocupar” um novo corpo físico.

Esta ideia constitui a viga mestra de toda a arquitectura da vida, o conceito-director que nos leva ao entendimento dos seus enigmas, mistérios e belezas imortais.

E, portanto, esta ideia, este conceito, esta verdade que escolhemos para alicerçar este livro, a fim de ordenar o que precisamos saber — dentro das limitações humanas — para entender a vida e, também, ajudar aqueles que nos cercam a entendê-la melhor.

Tudo aquilo, mas tudo mesmo, que se chocar com esta verdade, tem de ser desaprendido, se é que estamos realmente empenhados em fazer da nossa vida um projecto inteligente de evolução rumo à perfeição espiritual.

Se o bisavô Joaquim foi um sujeito ranzinza e impertinente e vier renascer como seu filho, provavelmente você vai ter uma criança um pouco difícil e impaciente (a não ser que ele tenha se modificado um pouco nesse ínterim).

Da mesma forma que, se uma pessoa de bom coração e pacífica renascer como sua filha ou filho, você terá uma criança calma, bem-humorada, simpática, desde os primeiros momentos de vida, ainda que ocasionalmente apronte uma choradeira homérica se estiver com fome, sentindo calor ou frio, ou porque deseja que suas fraldinhas sejam trocadas.

De que outra maneira iria ela pedir isso?

Se lhe fosse possível falar, ela diria, educadamente:
— Mamãe, você quer fazer o favor de trocar minha fralda?
— Ou: — Você não está se esquecendo de me dar a papinha das dez horas?

Deixe-me, pois, dizer-lhe, para ajudar a armar o esquema de como cuidar do seu bebé:
ele é um espírito adulto, inteligente e experimentado, aprisionado em um corpinho físico que ainda não lhe proporciona as condições mínimas de que precisa para expressar todo seu potencial.

Isto se dará com o tempo, como você poderá observar, à medida que a criança vai crescendo e se revelando como realmente é.

Então, sim, quem disser que ela “puxou” ao birrento bisavô Joaquim é possível que tenha razão, porque, de facto, pode ser o próprio, de volta.

Ou se ela for aquele remoto parente genial que escreveu livros, compôs música ou foi um brilhante político, então você terá o privilégio e a responsabilidade de ajudá-la a expressar-se novamente como ser humano;
provavelmente, em outro campo de actividade.

Em verdade, responsabilidade você tem sempre, seja qual for o filho ou filha, brilhante ou deficiente, amigo ou não tão amigo, sadio ou doente, compreensivo ou rebelde.

Por alguma razão, que um dia você saberá, ele foi encaminhado, atraído ou convidado para vir para sua companhia.

Dificilmente será um estranho total, cujos caminhos jamais tenham se cruzado com os seus, no passado.
Não se esqueça de que também você é um ser renascido.

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Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg Nov 08, 2010 10:57 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : O Título)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:52 pm

3 - COMO REORDENAR O PENSAMENTO

VIMOS, HÁ POUCO, QUE A IDEIA
do renascimento irá servir, neste livro, para reordenarmos o pensamento em relação à vida.

Vamos ver mais algumas coisas que precisam ser desaprendidas para desocupar lugar para o que se torna necessário reaprender.

Por exemplo, olhamos um bebé e logo dizemos:
— Parece um anjinho inocente!

Pode ser até que seja mesmo um anjo de bondade e ternura, de sabedoria e amor e, em casos raros, excepcionais, um ser muito próximo da inocência, se considerarmos esta como ausência de malícia, não a pureza de quem nunca tenha errado.

Não aquele que nunca tenha cometido erro algum, mas o que já se redimiu dos que cometeu, já corrigiu suas más tendências, já superou suas deficiências e alcançou o Reino de Deus, que é a construção da paz em si mesmo.

A criança é um espírito que nos foi confiado por algum tempo.
Raramente é um ser moralmente perfeito e acabado.
Não é, também, a não ser em casos raros, um demónio de maldade chocante.

A angelitude e os mais tenebrosos graus de transviamento moral são extremos que, ao contrário do que costumamos dizer, não se tocam.

Aquele que percorre milénios vivendo, vida após vida, na sistemática prática do erro deliberado, acaba descendo tão fundo na escala de valores morais que fica com um longuíssimo e penoso caminho a percorrer para retornar.

E difícil, mas não impossível, a tarefa da conquista da paz.
Não há anjos, nem demónios, apenas criaturas que muito se aperfeiçoaram ou muito se transviaram, mas que continuam sendo seres humanos.

As almas ou espíritos designados para animar os corpos físicos de nossos filhos são seres em evolução, como nós mesmos e aos quais certos vínculos ou compromissos nos ligam por esta ou aquela razão.

Todos nós temos mesmo de morrer, mais cedo ou mais tarde.
Nisso não há o que discordar, nem é preciso demonstrar tão óbvia realidade.

Pois bem, morre o corpo físico descartável que fica por aí, enterrado, cremado ou o que seja, enquanto o espírito parte para o outro lado da vida.

Continua...


Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg Nov 08, 2010 10:57 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : O Título)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 08, 2010 10:54 pm

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Daqui a algum tempo — pode ser uns poucos anos ou alguns séculos —, quando voltarmos à Terra para renascer em outro corpo, vamos ser anjos de pureza ou demónios de maldade somente porque recomeçamos uma vida na carne, na condição infantil?

Nada disso.
Seremos aquilo que fomos até então, com todo o aprendizado anterior, as experiências, as conquistas e as tendências que até então cultivamos, sujeitos, contudo, a uma condição limitadora que não temos como superar por algum tempo, ou seja, a de que não podemos expressar tudo quanto somos e sabemos, através de um corpo físico que ainda está em elaboração, mesmo depois de desligado do organismo materno.

A criança tem de fazer o reaprendizado da vida, nas condições em que renasceu.
Terá de familiarizar-se com o novo corpinho que recebeu, aprender a língua de seu povo, bem como retomar conhecimentos gerais, habilidades manuais, como desenho, escrita, manipulação de instrumentos, aparelhos, ferramentas e tudo mais.

Terá, enfim, de readaptar-se ao meio em que veio viver, bem como às pessoas que a cercam, como pais, irmãos, parentes, vizinhos, amigos, etc., muitos dos quais pode ser até que já conheça de vidas passadas.

E inevitável e necessário esse reaprendizado porque a lembrança consciente do passado vai se apagando, para ela, no momento em que começa a despertar no corpo físico.

A consciência de um lado da vida geralmente acende quando se apaga a do outro lado.
E como se fôssemos dotados de um interruptor com dois terminais.

Ao acender uma lâmpada, você apaga automaticamente a outra.
Para lembrar-se de seu passado, precisa desligar-se do corpo físico, quando dorme, por exemplo, ou está desmaiado.

Nesses momentos, a consciência não está presente.

Na verdade, a consciência não se apaga de um lado para acender do outro, apenas se desloca de um lado para outro, ou seja, vai junto com o espírito, que tem o hábito de desligar-se, parcial e temporariamente, do corpo físico que lhe serve de abrigo e instrumento.

Esta é mais uma informação que precisamos ter em mente em nosso relacionamento com a criança, durante sua fase de aprendizado, ou, como dizia Platão, de reaprendizado, já que, no entender do filósofo, aprender é recordar o que já se sabia de vidas anteriores.

§.§.§- O-canto-da-ave


Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg Nov 08, 2010 10:58 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : O Título)
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:28 pm

4 - RESPONSABILIDADE

JÁ QUE FALAMOS EM RESPONSABILIDADE,
convém acrescentar que uma atitude consciente e responsável não deve ser deixada para ser tomada apenas depois que a criança nasce, mas, pelo menos, nove meses antes.

Em verdade poderíamos recuar ainda mais o alcance de tal atitude, pois a maternidade e a paternidade exigem de nós um mínimo de preparo, que, obviamente, não dá para ser adquirido apressadamente em poucos meses.

A geração de um corpo humano para que nele se instale um espírito é uma decisão grave, pejada de implicações e consequências.

Representa um convite formal a alguém que já existe numa dimensão que nos escapa aos sentidos habituais e que estamos propondo receber, criar e educar, oferecendo-lhe nova oportunidade de vida.

O bebé não deve ser fruto de uma decisão de momento, de um impulso impensado, de uma união fortuita, como que alienada.

Homem e mulher, geralmente jovens, que se unem, mesmo que seja por uma única e passageira vez na vida, devem estar atentos ao facto de que pode surgir daquele momento fugaz uma nova existência para alguém.

Há condições razoáveis para receber essa nova pessoa e cuidar dela e por ela responsabilizar-se, no mínimo, pelo período de duas décadas?

Acima de tudo:
a criança é desejada, é bem-vinda, há espaço para ela no coração daqueles que estão promovendo seu reingresso na vida terrena?

Se um mínimo de condições satisfatórias não existe, duas situações da maior relevância podem ocorrer:
ou a criança será uma pessoa rejeitada antes mesmo de emergir do ventre de sua mãe, ou esta ficará tentada a recorrer ao aborto para livrar-se do que passou a ser considerado um “acidente” infeliz.

Se você não desejava o filho ou se sentia ainda despreparado (ou despreparada) para tê-lo, por não ter condições psicológicas e materiais satisfatórias, então deveria ter pensado nisso antes, não depois que ele está a caminho.

Não assuma, perante o filho que está para nascer, uma atitude hostil, negativa, de rejeição ou de desamor e indiferença.

Se foi iniciado o processo da gestação, sejam quais forem as condições, alguma razão existe para que aquele espírito tenha se aproximado para acoplar-se ao corpo físico em formação no ventre de sua futura mãe.

O mais provável é que se trate de alguém anteriormente ligado a ela ou ao pai, ou, ainda mais certo, a ambos.
Trata-se de um ser vivo que tem uma tarefa a cumprir junto deles.

A gestação de um corpo físico pode resultar de uma aventura irresponsável, mas o espírito que nele veio habitar não resulta de mero jogo de imponderáveis e acasos — é uma criatura humana preexistente, que se prepara para mais um estágio na carne.

Não o despache de volta, não comece a agredi-lo com pensamentos negativos de rejeição e desamor, não o hostilize.

Você já não está bastante adulto e fisicamente amadurecido para gerá-lo?
Pois, então, deve ser psicologicamente amadurecido para assumir, nem que seja sozinho ou sozinha, as consequências do impulso inicial.

Vamos repetir aqui — e o faremos até a exaustão — o facto irrecusável de que a criança é um ser humano, com direitos, obrigações, responsabilidades e planos, como você, eu, ou quem quer que seja.

Não pense você que, por ser um mero feto, com poucas semanas ou meses de existência no ventre da mãe, “aquilo” seja apenas “uma coisa” viva.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:28 pm

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Nada disso, é uma pessoa, tão gente quanto você.
Dificilmente você saberá, com suficiente precisão, de quem se trata e quais as vinculações anteriores que os unem.

Pode ser, contudo, algum amigo muito querido de outras eras, que vem para testemunhar-lhe seu amor, para ajudá-lo na difícil tarefa de viver, para fazer-lhe companhia, quando chegarem os cinzentos anos de solidão e velhice, ou até para ser o suporte material de sua vida.

É certo que poderá também ser o adversário de outrora, que conserva ainda rancores e desafeições pelo que, obviamente, você lhe causou.

Vem, contudo, para que possam ajustar-se na conciliação, para que se perdoem mutuamente e tenham condições de seguir, dali em diante, em paz, como amigos fraternos, ou, pelo menos, não mais como adversários.

Seja qual for a situação, não é por acaso que aquele espírito se aproxima de você, em busca da oportunidade do renascimento.

Seja qual for a condição, cabe aos pais assumirem a responsabilidade daquilo que, de forma deliberada ou inconsequente, provocaram, isto é, o início de um processo de gestação.

Teria muitas histórias sobre isso para lhes contar, mas para não alongar demais o livro seleccionarei umas poucas, das mais ilustrativas, todas absolutamente autênticas, pois não existe aqui uma só palavra de ficção.

CASO “A” — A filha recém-casada de um amigo meu estava tendo problemas com a gravidez.

Embora desejosa de ter filhos, acabava abortando (involuntariamente, é claro).
Parece que o espírito (ou espíritos) reencarnante estava um tanto indeciso, inseguro ou temeroso.

Em decorrência do trabalho de que eu participava semanalmente num grupo mediúnico, fiquei sabendo algo da história pregressa daquele núcleo familiar.

Em outros tempos, na Europa do século 16, o actual pai da moça, meu amigo, fora uma figura de certo relevo na política e recebera para acabar de criar e educar, sob condições que não me ficaram claras, uma menina, filha de alguém que confiou nele para essa delicada tarefa.

Também não fiquei sabendo, ao certo, o que ocorreu, mas o suficiente para concluir que o tutor não deu conta satisfatória da sua tarefa, causando profundo desgosto ao pai da menina.

Decorridos os anos normais da existência, todos eles morreram e as questões sob o ponto de vista humano, ficaram, aparentemente resolvidas, como pensa muita gente.

Mas não é assim que se passam as coisas além dos nossos insuficientes cinco sentidos.
Passado o tempo — séculos, no caso —, a menina confiada ao eminente político renasceu como filha deste, agora vivendo no Brasil.

Ficamos com o direito de imaginar que como ele não dera conta razoável de seu encargo de tutor, na Europa, há cerca de quatro séculos, resolvera assumir a integral responsabilidade de pai da menina, em nova existência.

Aí foi a vez do antigo pai da menina, lá, também renascer como filho de sua antiga filha e, portanto, como neto do homem importante a quem ele confiara sua menina.

Estão entendendo a trama?
Esse foi o esquema armado para resolver o conflito criado entre eles e que permanecera sem solução.
O problema é que o homem ficara tão magoado com a pessoa a quem entregara sua filha que agora relutava em aceitá-lo como avô.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:28 pm

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Será que ele não iria causar-lhe outro desgosto?
Nesse ínterim, a filha do meu amigo ficara grávida novamente e outra vez corria o risco de perder a criança por um aborto involuntário.

Como eu, indirectamente, soubesse das razões de todo aquele drama de bastidores, mandei um recado um tanto enigmático para meu amigo, futuro vovô, mas que ele entendeu perfeitamente.

O teor do recado era mais ou menos o seguinte:
“Amigo, o espírito que está para renascer como seu neto sente-se temeroso porque, no passado, teve problemas com você.

Procure ‘conversar’ mentalmente com ele, dizendo-lhe que tudo passou e que você o receberá, hoje, com muita alegria e amor.
Diga-lhe que confie e venha em paz.

Daí em diante, as coisas correram bem.
A gravidez teve bom termo e o garoto nasceu forte e bonitão.

Diz-me o avô que se dão muito bem...

CASO “B” — Este foi narrado em livro escrito pelo caríssimo amigo dr. Jorge Andreia dos Santos, médico, escritor, conferencista e pesquisador de muitos méritos.

É a história verídica de um casal de meia-idade que julgando mais que suficiente o número de filhos que tinha trazido para a vida na Terra resolveu não mais enviar “convites” para ninguém.

A providência indicada era a de ligar as trompas da senhora, ainda com alguns anos férteis pela frente.

Por imprevista contingência, um dos médicos faltou no dia da cirurgia e o próprio marido, também médico, foi solicitado a fazer parte da equipe, a fim de suprir a ausência do colega.

Ele testemunhou, portanto, ao vivo, todo o procedimento operatório e viu quando as trompas, após cortadas, tiveram as pontas implantadas no devido local.

Nenhuma possibilidade havia, portanto, de gravidez posterior àquela cirurgia radical.

Ou será que havia?
Ainda hoje não se sabe exactamente o que se passou, mas o certo é que a senhora engravidou novamente.

Parece até que “alguém” promoveu uma cirurgia invisível para restaurar as trompas, costurando-as competentemente, e colocando-as novamente a funcionar, para que mais um espírito pudesse retornar à carne.

Jorge Andreia, autor do relato, sabe até de quem se trata, ou seja, quem é, ou melhor, quem foi, em sua última existência, o espírito que se ligou a esse corpo, gerado sob tão excepcionais circunstâncias.

Muito conversaram eles, enquanto a criança era “apenas” um espírito, do outro lado da vida.

Na verdade muitos desses entendimentos e “negociações” ocorrem nos planos invisíveis, entre futuros pais e futuros filhos, que participam, em conjunto, das programações e acertos que dão continuidade a antigos relacionamentos mútuos que se projectarão pelo futuro afora.

Se tudo correr bem e se todos tiverem bastante juízo, como dizia minha mãe, o futuro será melhor.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:29 pm

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Se se repelirem ou agravarem as condições do relacionamento, então que se pode esperar senão um cortejo de dores e desajustes?

O caso “A” não é um exemplo típico de rejeição paterna ou materna ou, sequer, da parte do avô.
O espírito é que se mostrava hesitante e receoso de enfrentar as dificuldades que, talvez, nem chegassem a se concretizar.

O caso “B”, narrado por Jorge Andreia, não foi de rejeição — pelo contrário —, dado que o espírito foi recebido com amor e está sendo cuidado com o maior carinho e desvelo, bem como respeito pelas suas excepcionais condições de personalidade.

Foi apenas um exemplo do inesperado, dos recursos de que se valem os poderes invisíveis para interferir quando lhes parece justificável e necessário.

Dir-se-ia que houve aqui uma interferência com o livre-arbítrio do casal que, aparentemente, não desejava mais filhos.

Mas quem pode assegurar que eles não hajam, de modo consciente e deliberado, decidido “abrir excepção” para mais um?

Já na Dra. Helen Wambach (Life before life) vamos encontrar uma quantidade de relatos de pessoas renascentes que se sentiam de facto rejeitadas.

Devo esclarecer, antes, que a eminente psicóloga americana promovia regressões de memória à fase pré-natal e colhia depoimentos vivos do maior interesse, como ainda veremos mais adiante neste livro. (Ela morreu em 1985.)

— Eu estava perfeitamente consciente (diz uma pessoa) de que minha mãe não me queria e fiquei surpreso e desapontado ao descobrir isso.

— (...) eu sabia que minha mãe teve vergonha de mim porque eu era um bebé feio.

— (..) eu sabia que minha mãe realmente não me queria, por causa das inevitáveis responsabilidades.
Na verdade eu só consegui entender a tristeza e a desventura do meu nascimento após a realização desta experiência (a da regressão da memória).

— (...) eu temia as perspectivas diante de mim.
Sentia que os médicos e as enfermeiras eram impessoais e frios.

Faltava-lhes compaixão pelos temores e pelas dores de minha mãe.
Lembro-me da perturbação que me causou essa falta de emotividade por parte daqueles que cuidavam de nós.

Aí estão alguns exemplos dramáticos de como os bebés são gente mesmo, desde o primeiro instante de vida, que afinal de contas não é o primeiro, mas apenas um momento na continuidade, pois a vida é incessante, é como o fluxo de um rio e não poça d’água.

Conversávamos, porém, ainda há pouco, sobre duas opções perante a gravidez indesejável ou indesejada:
uma delas é a desastrosa atitude da rejeição, que acabamos de comentar, ainda que resumidamente;
a outra, não apenas desastrosa, é criminosa.

Chama-se aborto.
É do que iremos tratar a seguir.

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:29 pm

5 - UM FRASCO DE VENENO

SE VOCÊ RETIRAR O RÓTULO
de um frasco de veneno mortal e colocar outro, de água potável, não mudará em nada o conteúdo do frasco, que continua sendo uma droga letal.

Nada, pois, de eufemismos e meias-palavras para tentar esconder uma dura e feia realidade:
o aborto é assassinato premeditado, que jamais passará despercebido às leis divinas, que tudo regem.

Não se deve esquecer, contudo, de que essas mesmas leis oferecem os recursos necessários à correcção dos nossos erros.

A criança cujo corpinho está sendo gerado, seja ele um mero ajuntamento das duas ou quatro células iniciais, é um espírito adulto e consciente, dotado de todo um acervo de experiências anteriores, vividas em outras existências terrenas.

Se você interrompe a trajectória do corpo em formação, esse espírito, ainda que não totalmente ligado ao pequeno feto, receberá o impacto físico e emocional da violência e da rejeição.

E como se você tivesse batido a porta no rosto daquele que veio à sua soleira, em noite escura, de temporal gelado, em busca de abrigo, alimento e calor humano.

Em busca de acolhida e amor que, na certa, você até lhe deve.

O aborto produz, invariavelmente, uma sequela de trágicas proporções e gravidade, tanto para a mãe ou os pais que rejeitaram o espírito que se preparava para renascer, como para ele, especialmente se ele ainda se encontra em situação de desequilíbrio emocional ou mental.

Se o espírito é uma pessoa serena, bem ajustada e amorosa, as consequências podem ser minimizadas, ainda que não ignoradas pela lei divina;
mas se o espírito é rancoroso, dado à violência e, como ocorre com frequência, o casal faltoso lhe deve alguma forma de reparação, precipita-se, usualmente, um processo de conflito, perseguição, vingança e acirramento de antigos rancores, que em vez de se abaterem ressurgem com renovado vigor.

Situações assim podem durar séculos a fio, até que as pessoas envolvidas sejam despertadas para a pacificadora realidade do amor fraterno.

Não há saída para as situações criadas pelo crime do aborto senão pelas vias do amor, da renúncia, da aceitação.

Problemas que poderiam ter sido resolvidos, não sem dificuldades, mas com boas possibilidades de êxito, persistem, agravados e mais envenenados que nunca.
O aborto resulta sempre de grave erro de avaliação.

A pessoa que o provoca, ou seja, a mulher grávida, por sua própria iniciativa, o parceiro masculino que exerceu sua pressão directa ou indirecta, o médico ou a curiosa que o pratica, todos se envolvem nas responsabilidades do crime, cometido, aliás, contra uma pessoa que não tem, sequer, como defender-se, ou, pelo menos, fugir — ela é sumariamente destroçada.

Não que deixe de existir, como ser imortal que é, mas tem cancelada sua oportunidade de uma nova existência, para a qual certamente tem um programa a cumprir.

Disponho, em meus papéis, gravações e vivências, de histórias dramáticas em torno do problema do aborto.

Em decorrência do trabalho de muitos anos junto aos espíritos com os quais mantemos antigo intercâmbio, ficamos conhecendo tragédias realmente aflitivas.

Dizíamos, contudo, que o problema resulta de erro de avaliação e comentamos o aspecto de que há um envolvimento inevitável, de imprevisíveis consequências, em qualquer procedimento abortivo.

Realmente, as leis humanas ignoram, toleram ou até admitem e incentivam o aborto, mas não lhe retiram, jamais, a condição de um crime contra as leis naturais, ou melhor, as leis de Deus, que exigem a reparação para que se mantenha a harmonia cósmica nelas implícita.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:29 pm

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As pessoas que solicitam ou promovem o aborto parecem totalmente desinteressadas das consequências do acto.

Seja por ignorarem de facto a amplitude de suas implicações, seja porque, embora suspeitando ou conscientes delas, obstinam-se em cometer o delito, que as leis humanas não configuram como crime susceptível de punição, a não ser quando praticado por pessoa legalmente inabilitada.

Diz-se que, nesse ponto, a lei “evoluiu”, admitindo e até estimulando hoje o que há algum tempo condenava, mesmo em profissionais da medicina, legalmente habilitados à intervenção abortiva sem causa relevante.

Pessoas irreligiosas ou francamente materialistas não têm a menor dúvida ou escrúpulo ao extinguirem uma vida que ensaia seus primeiros passos no mundo da matéria densa.

Para essas, o feto é apenas um conglomerado celular descartável, de vez que ainda não teria sido dotado de razão, sentimento, emoção e inteligência.
Ou seja, ainda não é uma pessoa humana, tal como entendem isso.

São muitos, por outro lado, os que não acreditam mesmo nessa história de alma, espírito, sobrevivência ou renascimento e, por isso, nem estão preocupados com o que possa acontecer.

Para eles, a morte do feto ou do adulto — é acidente inevitável que encerra, para sempre, a actividade do ser humano, que mergulharia no poço escuro e sem fundo do não-ser.

A realidade é bem outra.
A cada feto rejeitado ou bebé estrangulado corresponde um espírito vivo, consciente, sobrevivente, imortal.

Muitas vezes, o corpinho em formação não tem mais do que umas poucas centenas de gramas de peso e logo é esquecido, depois de ter sido arrancado ou expulso do organismo materno, mas o espírito que se preparava para utilizar-se daquele corpo continua vivo e consciente, em alguma dimensão das muitas realidades invisíveis que nos cercam por toda parte.

Ele estará lá, à espera daqueles que lhe negaram a sagrada oportunidade da vida, senão com uma atitude agressiva e ameaçadora, pelo menos com o perplexo olhar e o dramático silêncio da censura ou da mágoa.

Não poucas vezes, começa a perseguir e atormentar seus assassinos, enquanto esses ainda se encontram na Terra, dando continuidade à vida física e, quem sabe, promovendo outros abortos contra outros espíritos ou até contra o mesmo que, porventura, tenha voltado para nova tentativa.

Este é um dos erros de avaliação — achar a pessoa que aborta que, removido o feto, estará livre para sempre do problema, porque aquilo é apenas uma bolinha de carne ainda disforme.

Mas eu dizia há pouco que disponho de depoimentos impactantes de espíritos que se deixaram envolver nesse trágico equívoco.

Como não dispomos de espaço para relacionar alguns deles, creio oportuno optar pelo relato de apenas um, aliás publicado em “A Folha Espírita”, de São Paulo, de onde o leitor interessado poderá resgatá-lo se desejar conhecer melhor os detalhes.

O espírito que nos veio contar este caso era o de uma mulher.
Na existência anterior, abortara sistematicamente todas as vezes que engravidara.

No tipo de actividade profissional que exercia, entendia que os filhos não passavam de estorvos a serem removidos com a possível presteza.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:30 pm

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Como iria ela cuidar deles?
No sacrifício diário e nocturno, cansando-se, envelhecendo, estragando as mãos e, principalmente, o corpo, que era seu mais precioso património?
Nada disso.

Pareceu-lhe mais cómodo eliminar logo os bebés, assim que davam início à formação do corpinho a eles destinado, ou mais tarde, em alguns casos, já nascidos.

Foram oito ao todo!
Ao retornar ao mundo espiritual, pois todos nós morremos inapelavelmente um dia, encontrou-os lá, à sua espera, e foi recebida com inesperada hostilidade por parte deles, todos revoltados com sua atitude criminosa, que lhes havia cancelado sumariamente as expectativas de vida que nutriam.

Muito tempo ficou ela à mercê de seus rancores e agressividades, pois o Cristo não disse que aquele que erra fica escravo do erro?
E que de lá não sai enquanto não pagar o último centavo da dívida?

É dívida mesmo, igual a qualquer outra no plano terreno.

Só que esta, mesmo disposto a pagar, não o livra da cadeia;
você a resgatará, com seu trabalho, suas canseiras, suas lágrimas, para que um dia volte a sorrir, após ter reconquistado a confiança daqueles perante os quais falhou.

Para encurtar a história:
a moça foi socorrida, no mundo espiritual, compreendeu a extensão e gravidade de seus erros e decidiu aceitar (Que outro remédio teria?) as condições que lhe foram concedidas, pois nada é imposto, a não ser em casos extremos.

As condições eram as seguintes:
ela renasceria numa família pobre, na Argentina, primeira filha de um casal.

O pai, desajustado, seria um alcoólatra de difícil recuperação (ela própria o havia desencaminhado, em existência anterior).

Depois dela, nasceriam todos os oito espíritos que ela recusara pelos abortos praticados na vida anterior.

Em seguida, a mãe dela e das demais crianças morreria, deixando com ela a responsabilidade de criar, com o suor de seu rosto e o trabalho de suas mãos, os oito irmãos que ela rejeitara como filhos.

De contrapeso, ficava, ainda, o pai-problema, antigo amante, igualmente rejeitado.
Seria bela e saudável, mas sua situação não lhe permitiria casar-se, embora tentada pelo assédio de mais de um pretendente.

Se o fizesse, desorganizaria todo o plano assentado.
Sua tarefa era mesmo a de criar as crianças que outrora recusara.

O que teria sido bem mais fácil antes, pois naquele tempo dispusera de recursos materiais, teria de ser feito agora, literalmente, com sangue, suor e lágrimas, mesmo porque seus irmãos — à excepção de um deles — ainda viam nela a mãe assassina de outrora, não a irmã sacrificada de hoje, que tudo fazia para sobreviverem juntos e honestamente.

Para esse projecto, de dificílima execução, ela contaria com dois importantes auxílios:
o da mãe, antiga companheira espiritual sua (já fora sua mãe em outra oportunidade) e que se propusera a vir ter, por ela, os filhos que ela recusara;
e o irmão maior, o segundo da série, que, a despeito de ter sido também rejeitado por ela, não lhe guardara rancor, por ser um espírito mais equilibrado e evoluído.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:30 pm

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A alguém que lhe explicou todo esse plano de recuperação, ela perguntou:
— Mas por que não me deixam casar e ter normalmente os filhos, em vez de tê-los como irmãos-problema, tão trabalhosos e hostis, sem o apoio de um marido?

Isto não era possível, explicaram-lhe, primeiro porque ela precisava criar as crianças com seu trabalho pessoal, que lhes recusara anteriormente, e não com o trabalho do eventual marido.

Segundo, porque os espíritos dos filhos rejeitados ainda sentiam por ela muita mágoa e até rancores não superados;
a gestação deles criaria dificuldades insuperáveis.

A vista do antagonismo filho e mãe, muitos poderiam abortar repetidamente, frustrando os planos de reconciliação.

Estava, pois, colocada diante de uma situação inescapável.
Poderia, claro, recusar tudo aquilo, pois ainda lhe restava o sagrado direito do livre-arbítrio, mas isso representaria apenas um adiamento embrulhado num agravamento dos problemas, que permaneceriam sem solução.

Até quando? Mais um século, ou quatro, ou um milénio?
Além do mais, quando seria possível reunir novamente, num só ponto, todas as personagens da trágica história e encaminhá-las à recuperação?

Não havia, pois, alternativa mais aceitável ou mais suave.
Ela suspirou fundo e se conformou.

Diante dela desdobravam-se as imagens de um futuro que, praticamente, já existia, mas que ainda estava por viver.

Ela podia vê-lo e senti-lo nas mãos, que o rude e exaustivo trabalho consumiriam, no belo corpo que as canseiras deformariam, nas suas frustrações, nas suas ânsias e renúncias, no desencanto de uma vida de prisioneira, atada ao peso de tantas responsabilidades, no desamor e ingratidão de irmãos hostis, sempre a cobrarem-lhe mais do que ela poderia dar-lhes, nas agonias e angústias da solidão no meio de tanta gente cheia de rancores, que lhe caberia converter em amor, entendimento, compreensão e perdão.

Essa é a história da querida amiga.
Ela chorou comigo uma lágrima de arrependimento e sorriu um sorriso molhado de esperança.

Despedimo-nos como pai e filha, pois ela sonhava, ainda, nascer por aqui mesmo, onde pudesse, senão ser minha filha, pelo menos encontrar-me para que também pudesse ajudá-la em suas dificuldades, pois confiava em mim e nos demais companheiros.

Eu a receberia de coração aberto, porque sua história me comoveu, mas ela tem um programa a cumprir e eu já estou vendo, no horizonte desta existência, o clarão deslumbrante do pôr-do-sol...

Se a leitora ou o leitor dispuser de um momento, faça por ela uma prece comovida para sustentá-la em suas lutas regeneradoras.

* * *
Devo acrescentar, para esclarecer, que essa narrativa foi escrita e divulgada a pedido do próprio espírito para que outras mulheres soubessem — disse ela — um pouco mais a respeito da tragédia do aborto.

Reitero a observação inicial de que as leis divinas estão sempre prontas a oferecer-nos oportunidades de resgate e reajuste;
elas não são punitivas, e sim educativas, mas que são severas, são.

§.§.§- O-canto-da-ave
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NOSSOS FILHOS SÃO ESPÍRITOS - Hermínio C. Miranda Empty Re: NOSSOS FILHOS SÃO ESPÍRITOS - Hermínio C. Miranda

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:31 pm

6 - HOJE OU DAQUI A MUITOS HALLEYS?

O LEITOR OU A LEITORA DESABITUADO
de certos conceitos que estamos aqui utilizando — espírito, alma, renascimento, imortalidade e outros — pode estar pensando que não faço mais do que propaganda de minhas ideias, ficando para segundo plano a história de ajudá-lo a entender melhor esse grande mistério da vida que é o nascimento de uma criança e sua criação.

“Isso não passa de pregação espírita”, você pode estar pensando.
Vamos esclarecer primeiro esse aspecto, para que possamos ir adiante.

De fato, sou espírita, mas não é por isso que estou escrevendo tais coisas e, sim, porque a verdade é exactamente assim e não seria honesto de minha parte pensar uma coisa e lhe dizer outra.

Também sou pai, meus filhos também têm a mãe deles, e já começam a ter seus próprios filhos, meus netos.

Sei muito bem como essas coisas são importantes e que, em hipótese alguma, devem ser objecto de especulações ociosas, mentirinhas e meias verdades.

O facto puro e simples é que tanto seus filhos como os meus são gente de verdade, que já existiu antes e vai continuar existindo depois que nós morrermos, e eles também.

Admito até que você, leitor ou leitora, não esteja preparado para concordar comigo.

Não importa.
Não vamos deixar de ser amigos e de nos respeitarmos por causa disso.
Mesmo porquê, não adianta.

Se a coisa fosse mentirosa, eu não estaria ganhando nada com ela.
Sendo verdade, como é, tanto faz acreditar como não, aceitar ou não, concordar ou discordar, um dia chegamos lá, pois a verdade é paciente, tanto quanto a caridade, como dizia o nosso Paulo.

É certo que já há mais de um século os espíritas vêm falando quase sozinhos acerca de tais coisas, como reencarnação, por exemplo.

A ideia nem é nova, nem foi inventada pelo sr. Allan Kardec.
Posso garantir-lhes até que o professor Rivail — que era esse o nome dele — custou um pouco a aceitar essa informação, que lhe parecia um tanto estranha.

Mas, é como estava dizendo há pouco:
quando a coisa é verdadeira, acabamos chegando lá.

Como o professor era um homem culto e inteligente, chegou mais depressa do que seria de se esperar em uma pessoa despreparada.

Afinal de contas a verdade é sempre uma coisa inteligente, e quanto mais custamos a compreendê-la e aceitá-la, mais tempo perdemos, vagando pelos atalhos da vida.

Passados os anos ou os séculos, um dia nos convencemos, olhamos para trás e pensamos, lá com nossos botões (se ainda os tivermos):
“Ah! meu Deus, quanto tempo jogado fora!”

E aí paramos para pensar, e vemos que o melhor é começar logo o trabalho que já poderia estar pronto há muitas e muitas luas...

Ou, quem sabe, há muitos Halleys, uma vez que cada quatro Halleys somam cerca de 300 anos, ou, para ser mais exacto, 304...

Minha proposta para você que me lê, portanto, é a seguinte:
você tem todo o direito de rejeitar tudo isso, fechar o livro ou até jogá-lo fora, mas se o fizer, guarde bem na memória esse dia, porque irá lamentá-lo em algum ponto futuro, em desconhecida encruzilhada de tempo e espaço.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 09, 2010 10:33 pm

Continua...

Estou certo de que não vai ser um momento muito alegre, porque você estará muito zangado consigo mesmo.

E mais: jogue-o fora de forma que alguém possa pegá-lo.
Talvez o livro acabe nas mãos de quem já esteja pronto a aceitar a verdade que você rejeitou.

Em suma, se a coisa é espiritismo ou não, não vem ao caso, o que importa é o seguinte:
isso é verdadeiro ou não?
Eu digo que sim, mas não apenas eu, são muitos.

Nessa altura da vida, nem são somente os espíritas que estão falando de tais coisas.
E é aí que eu estava desejando chegar.

Deixemos, por um momento, os conceitos colhidos na literatura espírita e vamos ao livro da Dra. Helen Wambach, sobre o qual fizemos ligeira referência ainda há pouco.

Antes, deixe-me explicar que essa senhora era uma psicóloga americana, devidamente credenciada pelo seu PhD, e que pelo processo da regressão da memória conseguiu reunir o mais importante acervo de dados científicos acerca dos antecedentes espirituais do ser humano até agora.

A regressão da memória consiste, basicamente, em colocar uma pessoa em transe hipnótico ou magnético e fazê-la recuar, gradativamente, no tempo, em busca de lembranças do passado.

A pessoa começa a lembrar-se de coisas mais recentes, passa pela juventude, infância, vai ao momento em que nasceu, ao tempo em que estava ainda no ventre de sua mãe, ao período em que viveu como espírito e, finalmente, às vidas já vividas, por aí, nesse grande mundo de Deus.

O leitor interessado poderá ler meu livro A memória e o tempo, no qual o tema é tratado com a amplitude necessária a um conhecimento mais aprofundado ‘do que seria possível aqui.

A técnica da indução da Dra. Wambach consiste em propor ao paciente uma “redução de seu potencial eléctrico das ondas cerebrais a cinco ciclos por segundo”.

Segundo ela, embora o paciente não saiba, ao certo, do que se trata, sua “mente interna” sabe.
Eu diria que é o espírito que sabe, mas isso não importa muito.

Depois de obtido o desejado estado de indução e relaxamento, ela dá início à sua bem elaborada técnica de colecta de dados.

É sobre o livro dela, intitulado em inglês Life before life, que vamos conversar nos capítulos seguintes, dado que, conforme combinamos, você, leitor, e eu, autor, ficamos de priorizar dados não oriundos da literatura espírita e sim de livros puramente científicos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 10, 2010 10:13 pm

7 - NASCER É QUE É O PROBLEMA, E NÃO MORRER

AS EXCELENTES PESQUISAS
da Dra. Wambach foram montadas em cima das seguintes perguntas básicas, formuladas depois que a pessoa regride ao período imediatamente anterior ao do seu nascimento:

1) Foi sua a decisão de nascer?
2) Alguém o ajudou a decidir?
Em caso positivo, qual o seu relacionamento com o conselheiro?

3) Como você se sente ante a perspectiva de viver a próxima existência?
4) Há alguma razão pela qual você tenha escolhido nascer na segunda metade do século XX?

5) Foi você que escolheu seu sexo?
Se foi, por que você decidiu ser homem (ou mulher)?

6) Qual o seu objectivo nesta vida?
7) Caso você tenha conhecido sua mãe em alguma existência anterior, que tipo de relacionamento tiveram?

Cool E seu pai?
Se você o conheceu em alguma existência anterior, que tipo de relacionamento tinham?

9) Concentre-se no feto.
Você sente que está dentro dele, ou fora?
Ou entrando e saindo?
Em que momento sua consciência passa a funcionar no feto?

10) Você tem consciência das atitudes e sentimentos de sua mãe pouco antes de você nascer?
11) O que você sentiu ao emergir do canal do nascimento?

Como se pode verificar, a Dra. Wambach não está fantasiando, nem se dirigindo a uma “coisa”, a uma abstracção ou hipótese, ela está falando com uma pessoa normal, inteligente, consciente, responsável, capaz de observar, concluir e expor suas ideias coerentemente, como qualquer adulto razoavelmente sensato e equilibrado.

Ela não se dirige a um bebé que acaba de ser criado e que, portanto, não teria consciência anterior de si mesmo, nem qualquer tipo de relacionamento com mãe, pai e outras pessoas.

É uma pessoa que sabe dizer se decidiu espontaneamente viver outra existência na carne ou se foi induzida (ou até forçada) a fazê-lo.

Lembra-se das pessoas com as quais conversou, programou sua vida e aconselhou-se quanto aos seus objectivos, necessidades e projectos.

É alguém que ponderou seriamente acerca das responsabilidades de uma nova existência;
que por alguma razão pessoal, bem clara e explícita, resolveu nascer nesta época e não antes ou mais adiante;

que decidiu por um sexo ou outro, também por opção consciente;
que, usualmente, conhece, de outras vidas, sua mãe e seu pai e com eles já manteve relações de parentesco, amizade ou até desavenças que precisam ser sanadas;

que tem consciência de sua ligação a um feto, ou seja, a um corpo físico em formação.

Mais do que isso tudo, porém, tem condições de captar, por algum processo ainda obscuro, os sentimentos de sua futura mãe, de seu pai e demais pessoas, com relação a ele, espírito renascente.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 10, 2010 10:13 pm

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E que, finalmente, é capaz de observar todo o processo, analisá-lo com perfeita lucidez e concluir, ordenadamente, o que acha de tudo aquilo.

Creio que precisamos examinar com mais vagar alguns desses dados científicos, uma vez que são importantes demais para a eles nos referirmos apenas em duas ou três frases apressadas.

As informações neles contidas são de vital significação para todos nós e, por isso, proponho conversarmos mais adiante sobre o assunto.

Antes, porém, parece oportuno passar os olhos em alguns dados estatísticos colhidos pela brilhantíssima Dra. Helen Wambach.

Noventa por cento de seus pacientes mergulharam nesse fantástico depósito de lembranças e emergiram com algumas surpresas para si mesmos e para a competente psicóloga.

Uma delas:
a de que morrer até que é bom, nascer é que não é nada interessante.

“As duas mortes que tive, nas duas vidas (de que me recordei) esta noite, foram experiências muito agradáveis”, escreve uma pessoa.
“Nascer é que parece uma tragédia”.

Quem diria, hem?

Outra inesperada informação para a Dra. Wambach:
a de que nem um só de seus 750 pacientes (àquela altura) sentia que o “verdadeiro ser interior de cada um fosse masculino ou feminino”.

O que nos leva à evidência — por mim referida em O espiritismo e os problemas humanos — de que a libido é uma forma de energia e o sexo, em si mesmo, a resultante de uma polarização de tal energia.

Coloquemos mais uma de tais informações-surpresas:
a consciência de cada ser não provém do feto, não faz parte integrante dele;
apenas está nele.

“Eles existem, totalmente conscientes, como entidades independentes do feto.”
Na realidade o “corpo fetal é restritivo e limitador”, e muitos preferiam “a liberdade da existência sem o corpo”.

Em outras palavras, era melhor não ter nascido.
O recém-nascido “sente-se como que segregado, reduzido e solitário, em comparação com o estado intermediário entre uma vida e outra”.

Mas, voltemos aos dados estatísticos.

1) 81% dos pacientes disseram que eles próprios haviam decidido renascer.
19% afirmaram que não tinham lembrança de nenhuma decisão ou que nada lhes ocorrera dizer, quando questionados com relação a esse ponto.

2) Do total pesquisado, 68% declaravam-se relutantes, tensos ou resignados ante a perspectiva de viver nova existência.

Somente 26% consideravam a nova oportunidade com certo optimismo, mas, curiosamente, não estavam interessados em fazer da vida um contínuo fluxo de prazeres e, sim, nutriam esperança de alcançar alguma conquista evolutiva.

3) 90% dos pesquisados informaram que as mortes foram experiências agradáveis, mas que os nascimentos constituem momento de desventura e tensão.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 10, 2010 10:14 pm

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4) Ainda quanto aos objectivos planeados para a vida a ser vivida, não observou a cientista nenhum projecto especial de desenvolver talentos ou faculdades, mas, “prioritariamente, aprender a relacionar-se com os outros e amar sem ser exigente e possessivo”.

Deste grupo, 28% tinham consciência de haver trazido uma espécie de “mensagem” à humanidade, no sentido de que é preciso ser solidário com o semelhante e “desenvolver o consciente superior”, ou seja, o conceito de que somos todos, primariamente, seres espirituais.

Os pacientes da Dra. Wambach foram “praticamente unânimes em rejeitar qualquer intenção voltada para o aumento da riqueza, do status e do poder.

5) 87% das pessoas consultadas — uma taxa elevadíssima — declararam haver conhecido seus pais, amantes, parentes e amigos de uma ou outra vida anterior.

Nenhuma consistência encontrou a doutora em apoio às teorias freudianas do complexo de Édipo e do complexo de Electra, segundo os quais os filhos experimentam forte atracção sexual pelas mães e as filhas pelos pais.
(Observação nesse sentido consta, igualmente, de meu já citado livro “A memória e o tempo.”)

O relacionamento anterior pode ter sido o mais diversificado possível.
Como se depreende de tudo isso, nascer ainda constitui, para a maioria, uma espécie de provação, mais um dever do que um prazer.

Morrer, ao contrário, é um processo de libertação, quanto ao confinamento na carne.

A mais dramática conclusão, porém, a que mais destacadamente ressalta dessa pesquisa, é a de que a criança é um ser espiritual adulto, experiente, consciente, dono de insuspeitado acervo de conhecimentos, envolvido em deliberado projecto de vida, com metas, objectivos e propostas nitidamente concebidos e programados.

É, portanto, uma pessoa preexistente e sobrevivente, conforme o espiritismo insiste em ensinar há mais de um século e como o próprio Cristo ensinou há cerca de dois milénios.

Acho, porém, que ainda temos importantes aspectos a comentar sobre a excelente pesquisa da Dra. Helen Wambach.

O leitor ainda está comigo?
Vamos avançar um pouco mais?
Ou já resolveu jogar o livro fora e nem percebi quando você desceu do trem?

Se desceu, paciência.
Lamento dizer que ficará por aí à espera de outro trem, que poderá demorar mais do que você imagina.

É claro, contudo, que a opção é sua, no uso e gozo do seu sagrado direito ao livre-arbítrio.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 10, 2010 10:14 pm

8 - PARA QUE NASCEMOS?

COMO NÃO PODEMOS COMENTAR
todo o livro da Dra. Wambach, o que seria praticamente escrever outro volume, resolvi seleccionar e resumir apenas dois ou três aspectos que me pareceram mais importantes como sustentação de nosso próprio trabalho.

A escolha da época, por exemplo.

Porque teria toda aquela gente escolhido a segunda metade do século 20 para nascer?

Há uma ampla variedade de respostas a essa pergunta, mas creio que podemos resumir dizendo que existe, para este período, grande expectativa de aprendizado, de iluminação do ser, que começa a tomar consciência de si mesmo, de sua condição de criatura imortal e perfectível.

Do conjunto consultado, 51% declararam ter decidido nascer nessa época “por causa de seu grande potencial para maturação espiritual” das pessoas.

Houve quem dissesse que “muitos espíritos evoluídos estavam renascendo agora” e que “estamos todos mais próximos da paz mundial e de um sentimento de integração na humanidade como um todo”.

Ou que “muitas grandes almas estão vindo juntas”, para elaboração de “uma Era de Ouro”, na qual “mudanças monumentais começam a ocorrer e ainda ocorrerão.

Na verdade há predominância desse tom optimista quanto aos negócios do mundo, embora uma percentagem — relativamente inexpressiva de 4 em 100 — ainda conserve uma atitude pessimista em relação à época em que decidiram nascer.

Muitos, contudo, vieram por causa de suas ligações com outros seres, que aqui se encontravam ou estavam para nascer.

Razões muitas:
procurar melhor entrosamento, reparar faltas cometidas contra essa gente no passado, ou doar alguma coisa de si a alguém ou à humanidade.

Uma senhora declarou que tinha consciência de haver nascido para “produzir um líder político”.

Várias mulheres declararam ter escolhido este período da história por causa das conquistas programadas para as pessoas de sua condição, ou seja, não apenas maior liberdade para a mulher, mas, principalmente, considerável melhoria de status.

Quanto à escolha do sexo, as razões são ponderáveis e informativas.
Escolhi vir como mulher (disse uma moça) porque ela é mais amorosa, expressiva e ligada em si mesma.

Sinto que meu lado feminino é melhor para reflectir tais aspectos. (Destaque meu.)

Outra pessoa expôs da seguinte maneira suas razões:
Bem, eu realmente não escolhi meu sexo, mas fiquei satisfeito ao saber que, desta vez, seria homem.

Estive no sexo oposto na maioria das minhas existências mais próximas e levei vidas miseráveis por isso.

Sobre os objectivos e finalidades das vidas, a tónica é, inquestionavelmente, o aprendizado, ou melhor, o reaprendizado do amor fraterno.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 10, 2010 10:15 pm

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Incrível como em pessoas tão diferentes umas das outras ocorra tal coerência e identifiquemos tão sólida e concludente convergência.

Quando você perguntou acerca da finalidade (da minha vida), compreendi que é a de estabelecer um novo relacionamento com pessoas a quem devo, por prejuízos que lhes causei em vidas anteriores. Tenho certeza agora de que devo ajudar meu marido, alcoólatra nesta vida, porque fui cruel com ele em existência anterior.

Ou: “(...) meu objectivo foi o de conciliar-me com algumas pessoas pelo dano que lhes causei em vidas passadas.”

Sobre tais situações, comenta a Dra. Wambach:
(...) 18% de meus pacientes disseram ter vindo para esta vida para aprender a doar o amor.

O objectivo não foi o de estarem junto de pessoas específicas, mas aprender a amar (O destaque é meu.)

“Tenho de aprender a não me agarrar possessivamente aos outros”, disse alguém.
Há quem tenha vindo para “livrar-se do materialismo e combater o negativismo”, bem como “combinar emoções masculinas e femininas para desenvolver o controle sobre elas, o amor e a força do carácter”.

(Imagine o leitor se uma dessas pessoas, nascida sob a pressão de impulsos mais ou menos desencontrados, exactamente para aprender a dominar paixões em tumulto, encontra um (mau) conselheiro que o estimula precisamente a assumir seu latente homossexualismo, por exemplo.)

O momento da ligação do espírito com o feto, ou seja, com o corpo em formação, é variável, segundo as pesquisas da Dra. Wambach.

Há quem diga ligar-se no momento da concepção;
há os que somente ao nascer sentiram-se, de facto, como que imantados ao corpo da criança;
mesmo assim, ainda com certa autonomia para deslocamentos fora do corpo físico.

As estatísticas da doutora revelam que nos 750 casos pesquisados até a época em que escreveu o livro — publicado em março de 1979 —, 89% disseram que somente se tornaram parte do feto ou se envolveram com ele após seis meses de gestação.

Não ponho em dúvida esses dados, mas ainda entendo que resultam de importante consideração que talvez não tenha sido possível apurar com maior precisão, ou seja, a de que isso é o que a pessoa se lembra e que pode não ter sido o que realmente aconteceu.

Desde as primeiras semanas, e como regra geral para cada feto, há um espírito indicado ou, pelo menos, já em preparo para renascer.

O dr. Jorge Andréa chega a admitir que o espírito possa estar presente e influir na selecção do espermatozóide que vai disparar o mecanismo da fecundação e consequente gestação.

Naturalmente que para isso é necessário que o espírito tenha condições evolutivas e de conhecimento bastante satisfatórias, pois há renascimentos regidos por leis emergênciais, em cujo processo pouco participa, conscientemente, o espírito reencarnante.

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