O Caçador Providencial
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O Caçador Providencial
Olá amigos, leiam essa mensagem é muito bonita...Tenham uma boa noite.
O Caçador Providencial
Livro: *Contos e Apólogos* - 09
Irmão X & Francisco Cândido Xavier
Conversávamos acerca do sofrimento, quando o orientador hindu que nos
acompanhava contou uma simplicidade infantil:
- O Anjo da Libertação desceu do Paraíso a este mundo, pousando num cômoro
verdejante, a reduzida distância do mar.
Aproximaram-se dele um melro, um abutre, uma tartaruga e uma borboleta.
Reconhecendo que essa era a assembléia de que podia dispor para a revelação
que trazia, o iluminado peregrino começou ali mesmo, a exalar as virtudes do
Alto, convidando-os à Vida Superior.
Com frases convincentes, esclareceu que o melro, guindando aos cimos de luz,
transformar-se-ia num pombo alvo, que o abutre seria metamorfoseado numa ave
celestial, que a tartaruga receberia nova forma, suave e leve, em que lhe
seria possível planar na imensidão azul e que a borboleta converter-se-ia em
estrela luminescente...
Os ouvintes assinalaram as promessas com emoção; no entanto, assim que o
silêncio voltou a reinar, o melro alegou:
- Anjo bom, escuse-me! Um ninho espera-me no arvoredo... Meus filhotes não
me entenderiam a ausência...
E afastou-se, apressado.
O abutre confessou em tom enigmático:
- Comovente é a vossa descrição do Plano Divino, entretanto, possuo
interesses valiosos no mundo.Preciso voar...
E partiu, batendo as asas, a fim de arrojar-se sobre carniça próxima.
A tartaruga moveu-se lentamente e explicou:
- Quisera seguir-vos, abandonando o cárcere sob o qual me arrasto no solo,
contudo, tenho meus ovos na praia...
E regressou pachorrenta, à habitação que lhe era própria.
A borboleta achegou-se ao pregador da bem-aventurança e disse delicada:
- Sinto, não poder viajar convosco. Moro num tronco florido e meus parentes
não me desculpariam a fuga.
E tornou à frescura do bosque.
O anjo, que não podia violentá-los, marchou sozinho, para adiante...
A borboleta, porém, apenas avançara alguns metros, na volta a casa, viu-se
defrontada por hábil caçador que lhe cobiçava as asas brilhantes.
Após longa resistência, tentou alcançar a árvore em que residia, mas,
perseguida, presenciou a morte de alguns dos familiares que repousavam.
Chorosa, buscou refugiar-se em velha furna, sendo facilmente desalojada pelo
implacável verdugo.Ensaiou, debalde, esconder-se entre velhos barcos
esquecidos na areia... Tudo em vão, porque o homem tenaz era astucioso e
sabia frustrar-lhe todas as tentativas de defesa, armando-lhe ciladas cada
vez mais inquietantes.
Quando a pobre vítima se sentia fraquejar, lembrou-se do Anjo da Libertação
e voou ao encontro dele.
O mensageiro divino recebeu-a, contente, e, oferecendo-lhe asilo nos
próprios braços, garantiu-lhe a salvação.
O narrador fez pequena pausa e considerou:
- O sofrimento é assim como um caçador providencial em nossas experiências.
Sem ele, a Humanidade não se elevaria à renovação e ao progresso.Quem se
acomoda com os planos inferiores, dificilmente consegue descortinar a Vida
Mais Alta, sem o concurso da dor.
Saibamos, assim, tolerar a aflição e aproveitá-la. Quando a criatura se vê
na condição da borboleta aflita e desajustada, aprende a receber na Terra o
socorro do céu.
Calou-se o mentor sábio, e, porque ninguém comentasse o formoso apólogo,
passamos todos a refletir.
Muita Paz
Gilberto Adamatti
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O Caçador Providencial
Livro: *Contos e Apólogos* - 09
Irmão X & Francisco Cândido Xavier
Conversávamos acerca do sofrimento, quando o orientador hindu que nos
acompanhava contou uma simplicidade infantil:
- O Anjo da Libertação desceu do Paraíso a este mundo, pousando num cômoro
verdejante, a reduzida distância do mar.
Aproximaram-se dele um melro, um abutre, uma tartaruga e uma borboleta.
Reconhecendo que essa era a assembléia de que podia dispor para a revelação
que trazia, o iluminado peregrino começou ali mesmo, a exalar as virtudes do
Alto, convidando-os à Vida Superior.
Com frases convincentes, esclareceu que o melro, guindando aos cimos de luz,
transformar-se-ia num pombo alvo, que o abutre seria metamorfoseado numa ave
celestial, que a tartaruga receberia nova forma, suave e leve, em que lhe
seria possível planar na imensidão azul e que a borboleta converter-se-ia em
estrela luminescente...
Os ouvintes assinalaram as promessas com emoção; no entanto, assim que o
silêncio voltou a reinar, o melro alegou:
- Anjo bom, escuse-me! Um ninho espera-me no arvoredo... Meus filhotes não
me entenderiam a ausência...
E afastou-se, apressado.
O abutre confessou em tom enigmático:
- Comovente é a vossa descrição do Plano Divino, entretanto, possuo
interesses valiosos no mundo.Preciso voar...
E partiu, batendo as asas, a fim de arrojar-se sobre carniça próxima.
A tartaruga moveu-se lentamente e explicou:
- Quisera seguir-vos, abandonando o cárcere sob o qual me arrasto no solo,
contudo, tenho meus ovos na praia...
E regressou pachorrenta, à habitação que lhe era própria.
A borboleta achegou-se ao pregador da bem-aventurança e disse delicada:
- Sinto, não poder viajar convosco. Moro num tronco florido e meus parentes
não me desculpariam a fuga.
E tornou à frescura do bosque.
O anjo, que não podia violentá-los, marchou sozinho, para adiante...
A borboleta, porém, apenas avançara alguns metros, na volta a casa, viu-se
defrontada por hábil caçador que lhe cobiçava as asas brilhantes.
Após longa resistência, tentou alcançar a árvore em que residia, mas,
perseguida, presenciou a morte de alguns dos familiares que repousavam.
Chorosa, buscou refugiar-se em velha furna, sendo facilmente desalojada pelo
implacável verdugo.Ensaiou, debalde, esconder-se entre velhos barcos
esquecidos na areia... Tudo em vão, porque o homem tenaz era astucioso e
sabia frustrar-lhe todas as tentativas de defesa, armando-lhe ciladas cada
vez mais inquietantes.
Quando a pobre vítima se sentia fraquejar, lembrou-se do Anjo da Libertação
e voou ao encontro dele.
O mensageiro divino recebeu-a, contente, e, oferecendo-lhe asilo nos
próprios braços, garantiu-lhe a salvação.
O narrador fez pequena pausa e considerou:
- O sofrimento é assim como um caçador providencial em nossas experiências.
Sem ele, a Humanidade não se elevaria à renovação e ao progresso.Quem se
acomoda com os planos inferiores, dificilmente consegue descortinar a Vida
Mais Alta, sem o concurso da dor.
Saibamos, assim, tolerar a aflição e aproveitá-la. Quando a criatura se vê
na condição da borboleta aflita e desajustada, aprende a receber na Terra o
socorro do céu.
Calou-se o mentor sábio, e, porque ninguém comentasse o formoso apólogo,
passamos todos a refletir.
Muita Paz
Gilberto Adamatti
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