LUZ ESPÍRITA
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Estudar nunca é demais

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 02, 2011 8:38 am

Geraldo Campetti Sobrinho

REFLEXÕES SOBRE A LITERATURA ESPÍRITA

A cada dia que passa, mais aumenta nossa admiração diante da expressiva quantidade de títulos espíritas expostos nas livrarias que comercializam livros especializados nessa área e nas diversas áreas do conhecimento humano.

Já não são apenas as livrarias espíritas que divulgam obras doutrinárias;
as livrarias, de um modo geral, têm feito isso também.

É impressionante que a cada semana que visitamos editoras e distribuidoras, bancas e livrarias, defrontamo-nos com lançamentos, sejam novos títulos ou reedições aprimoradas, sobretudo no aspecto da forma de apresentação.

Os livros ganham “embalagens” renovadas que modernizam a aparência e agradam aos leitores.

São mais de três mil títulos correntes de livros espíritas disponíveis no mercado editorial, comercializados em diversos pontos de venda nos grandes centros e no interior do País.

ROMANCES ESPÍRITAS

A maior parte desses títulos é composta por romances mediúnicos.

O romance, quando bem escrito, apresenta características literárias que possibilitam transmitir um conteúdo moral, evangélico, educacional, instrutivo e/ou de entretenimento, por meio de um enredo que envolve o leitor, prendendo-o à trama dos personagens e das circunstâncias criadas pelo autor.

A literatura mediúnica foi enriquecida por obras-primas emanadas da sabedoria de Emmanuel e psicografadas por Francisco Cândido Xavier.

Romances espíritas, como Há dois mil anos, 50 anos depois, Renúncia, Ave, Cristo!, Paulo e Estevão são referenciais de excelência doutrinária, cultural, histórica e estilística a autores espirituais ou encarnados, dedicados à preparação de originais que se transformarão em livros para acesso público.

Os referidos romances, editados pela Federação Espírita Brasileira, um dia ainda serão apresentados pela magia do cinema, para mais ampla difusão da mensagem que registam.

FACILIDADE E CONFORTO AO LEITOR

As editoras estão aprimorando o trabalho quanto aos cuidados na forma de apresentação de seus livros.

Vemos capas bonitas, atraentes, que despertam o interesse do leitor, convidando-o a uma “leitura sensorial", isto é, a manusear o livro.

A utilização dos recursos de editoração electrónica proporciona aos arte-finalistas exporem seu talento na apresentação de trabalhos belíssimos.
Um livro também é vendido ou comprado por sua capa.

Ela é a embalagem do produto, cuja arte não se deve limitar à primeira capa.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 02, 2011 8:38 am

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Há também a chamada “quarta-capa” que, em trabalhos bem concebidos e concretizados, é aproveitada para informar, sucintamente, sobre o conteúdo da obra.

Esse cuidado é indispensável, pois agiliza ao leitor localizar dados básicos do livro que tem em mão, dispensando-o de folhear várias páginas.

O registo das informações em sentido ascendente (de baixo para cima) na lombada do livro é um erro comum, ainda cometido por várias editoras.

O correcto, conforme orientação técnica, é que o título e o nome do autor sejam anotados de cima para baixo, em sentido vertical descendente.

Isso parece irrelevante, todavia, facilita a identificação da obra quando esta é colocada sobre algum objecto.

Três outros aspectos que consideramos relevantes quanto à forma de apresentação do livro são o tipo e tamanho de letra, além do espaçamento entrelinhas.

Há textos cujo tamanho de letra é tão pequeno que quase exigem o uso de uma lupa para sua leitura e outros que apresentam fontes exageradas.

Preferível é que a tipologia e tamanho da fonte permitam uma leitura fácil e confortável ao leitor.

Essa facilidade e conforto são proporcionados também pelo espaçamento de uma linha para outra.

Na maioria dos livros, ainda é utilizado o espaçamento simples entre as linhas, o que dificulta a leitura.

O formato do livro, a dimensão da mancha gráfica, o tamanho da letra e o espaçamento entrelinhas são características fundamentais para possibilitar que o texto seja lido fluentemente, com facilidade e conforto.

A leitura ideal é aquela realizada sem esforço, que flui naturalmente, pois além de um texto bem escrito, a boa apresentação torna-o agradável.

Não nos esqueçamos, ainda, de respeitar a faixa etária para a qual o livro é destinado, pois a forma de apresentação será diferenciada de acordo com o seu público, seja ele infantil, juvenil, adulto ou formado de pessoas que já estão na terceira idade ou próximas dela.

E AS REVISÕES?

Até parece que algumas editoras estão se esquecendo desse "detalhe”, ou não estão se preocupando com ele:
a revisão ortográfica, semântica e gramatical dos textos.

Os preparadores de uma edição sabem o quanto a revisão é trabalhosa.
São aspectos variados que não podem ser executados apressadamente.

Quanto mais se revisar um texto, mais aprimorado ele fica.
O leitor merece esse respeito e agradece quando lê um texto fluente e correcto.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 02, 2011 8:39 am

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O primeiro passo para todo e qualquer “candidato a autor” é aprender a escrever.

Não há outro jeito.
E nesta condição, incluem-se igualmente os médiuns.

Portanto, a pressa em se publicar um texto, seja mediúnico ou resultado do esforço intelectual de um encarnado, há que ser substituída pela preparação adequada dos autores, revisão detalhada e exaustiva do conteúdo, além de minucioso estudo quanto à apresentação do texto ao público.

Tudo isso, antes da publicação.

CONTEÚDO DOS LIVROS

Toda obra doutrinária, incluindo-se nessa categoria o romance espírita, deve ser elaborada e editorada com zelo, carinho e atenção.

Autores espirituais e encarnados, médiuns, editores e demais envolvidos na publicação de um livro são responsáveis, directa ou indirectamente, pelo conteúdo registado em tais veículos de comunicação.

Não se pode admitir que qualquer obra, dita espírita, contrarie em uma linha sequer os princípios básicos do Espiritismo.

Se isso acontecer, o livro não será espírita.


Os cuidados diante de idéias personalistas, sistemas exclusivistas, “novidades”, devem ser redobrados.

Há diversos autores espirituais e encarnados querendo actualizar Allan Kardec, fundamentados na falsa premissa de que o Codificador está superado!

ESTUDAR ALLAN KARDEC

Quanto mais nos debruçamos no estudo das obras básicas e na leitura atenta da Revue Spirite, constatamos que o trabalho de Allan Kardec não se limitou à sua época.

Na selecção e compilação cuidadosas das mensagens oriundas de diversas localidades, bem como nas anotações judiciosas do Codificador, sempre estiveram presentes o bom senso e a seriedade que resultaram na organização de uma Doutrina que veio ao mundo com a missão de promover a renovação social da humanidade.

Estudar não significa meramente ler.
É analisar, entender, reflectir, ponderar...

É, principalmente, apreender o conteúdo lido para aplicação diária em oportunidades de acção no bem que a vida nos oferece.

O PRIMEIRO LIVRO

Pergunta frequente dos iniciantes no estudo do Espiritismo e dúvida comum, também, aos que já conhecem a Doutrina:
qual o primeiro livro espírita a ser lido?
Esta questão pode ser respondida com outra pergunta:
qual foi o primeiro livro espírita publicado?

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 02, 2011 8:39 am

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Não resta a menor dúvida de que a obra basilar, principal do Espiritismo, é e continuará sendo O Livro dos Espíritos.
Entretanto, raramente é o primeiro a ser lido.

O neófito "adquire conhecimentos" ou desperta seu interesse para o estudo espírita pela leitura, geralmente, de um romance.

Na leitura sucessiva de romances, seu conhecimento poderá limitar-se aos assuntos de tais livros ou ficar direccionado para os aspectos abordados nas obras que leu.

É importante que os romances espíritas destaquem os princípios básicos do Espiritismo, fazendo, inclusive, sempre que possível, referências directas às obras principais da Doutrina.

Assim, o leitor iniciante será incentivado à leitura das obras de Allan Kardec.

Ideal mesmo é que o estudo da Doutrina Espírita seja iniciado pelas obras básicas:
O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Génese, que constituem o pentateuco kardequiano.

Estes livros não podem ser esquecidos pelos principiantes no estudo doutrinário nem por aqueles que já apresentam níveis mais aprofundados de conhecimento do Espiritismo.

Aliás, quando desejamos estudar minuciosamente uma questão sob a visão espírita, iniciamos com a consulta às obras de Kardec e encerramos, igualmente, fundamentados nas assertivas do Codificador, permeando a pesquisa com bibliografia complementar, constituída de obras subsidiárias que enriquecem o estudo.

Ou você faz diferente?

(O artigo enviado pelo Geraldo foi escrito originalmente para a revista Reformador - FEB - e publicado na edição de dezembro de 2002)
(Publicado no Boletim GEAE Número 453 de 8 de abril de 2003)

§.§.§- O-canto-da-ave
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Estudar nunca é demais Empty A Espiritologia e a Teoria Espírita dos Fenómenos Psíquicos

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 9:14 am

Paulo Toledo Machado

Parte I

A Ciência do Espírito tem por objectivo a Investigação e o estudo do Fenómeno Espírita

O Espiritismo, revelando a existência do mundo dos Espíritos, e, consequentemente, a pré-existência e a sobrevivência do Ser;
que a morte não existe ou que esta é, simplesmente, a destruição do corpo material;

a possibilidade da inter-comunicabilidade entre o mundo material e o mundo espiritual, isto é, a comunicabilidade entre os chamados vivos e os chamados mortos, dimensionou o campo do Conhecimento.


A Epistemologia Espírita traz novas luzes.

À noção imprecisa, vaga, pouco clara, que herdamos acerca da vida futura, e que nos deixava não poucas dúvidas, com o Espiritismo desapareceu.
A vida futura, para nós, espíritas, hoje é uma realidade.

Identificando o Espírito como as individualidades dos seres extra-corpóreos, o Espiritismo no mostra "a vida da alma, o ser essencial, porque é o ser pensante, remontando no passado a uma época desconhecida, estendendo-se indefinidamente pelo futuro, de tal sorte que a vida terrena, mesmo de um século, não passa de um ponto nesse longo percurso" (RE, ano 1862, EDICEL, p. 192) e demonstrou a existência do perispírito, envoltório semi-material e inseparável do Espírito, que dele se serve para transmissão do seu pensamento.

A Teoria Espírita dos Fenómenos Psíquicos se funda, pois, nos seguintes princípios:
a existência do Espírito, sua preexistência e sobrevivência ao corpo físico, suas manifestações e a existência do perispírito.

E, sendo assim, é válido lembrarmos, porque, esta verdade, é conhecida de todos os espíritas - que não há, para o Espiritismo, fenómeno psíquico sem ALMA ou ESPÍRITO, melhor dizendo.

E é, por essa razão, que fenómeno psíquico, no Espiritismo, é chamado FENÓMENO ESPÍRITA.

O FENÓMENO ESPÍRITA é abrangente, global, porque ele é resultante das manifestações do Espírito, encarnado ou desencarnado.
O estudo cuidadoso da obra espírita, que codifica os ensinos dos Espíritos, compendiada por Allan Kardec, não nos deixa dúvidas.

O Fenómeno Espírita

O FENÓMENO ESPÍRITA, dissemos atrás, é abrangente, global e entendemos ser genérico.
Ele abrange os fenómenos que se produzem com a intervenção dos Espíritos, encarnados ou desencarnados.

No primeiro caso, temos os fenómenos espíritas anímicos ou da emancipação da alma e, no segundo caso, os fenómenos espíritas da mediunidade ou mediúnicos.

Em ambos os casos o Espírito é sempre o agente ou a causa.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 9:15 am

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É uma posição espírita e não psiquista.

De facto, o nosso querido e sempre lembrado João Teixeira de Paula, muito escolástico, considerando o Fenómeno Psíquico genérico, considera o Fenómeno Espírita espécie (Enciclopédia de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo, ed.Cultural Brasil Editora, Ltda., 1973, 3a. ed. V. 1, p. 117).

Para ele o Fenómeno Psíquico abrange o Espírita ou Espirítico, assim como o Psicológico e o Anímico (ou Personismo).

Allan Kardec adicionou ao título da "La Revue Spirite” o subtítulo “Journal d’Études Psychologiques et de Spiritualisme Experimental", porque o quadro que ela abrangeria compreenderia "tudo quanto se ligasse ao conhecimento da parte metafísica do homem, "pois estudar a natureza dos Espíritos é estudar o homem"
(RE, ano 1858, EDICEL, p. 5).

A classificação que propomos poderá não ser pacífica nem entre os espíritas, em razão do cientificismo ou dogmatismo científico.

Mas, se "a classificação dos fenómenos metapsíquicos depende, naturalmente, do ponto de vista em que nos colocamos, como nota "Flournoy" (Dr. Lobo VILELA, Revista de Metapsicologia, no. 4, ano 1951, p. 362) o nosso posicionamento, além de doutrinário, é espiriticamente didáctico.

Allan Kardec emprega sempre a denominação Fenómeno Espírita, defendendo e explicando a hipótese espírita.

Em "O Livro dos Médiuns", o insigne Mestre nos dá a explicação teórica dos Fenómenos Espíritas.
Ele não se refere a Fenómeno Psíquico.

Isto é, Kardec não emprega esta denominação.
Para classificar o Fenómeno Espírita, Kardec o divide quanto aos seus efeitos.

Assim, o Fenómeno Espírita, segundo Kardec, pode ser de efeitos físicos e de efeitos intelectuais.

A denominação Fenómeno Espírita é genérica.
Efeitos físicos e efeitos inteligentes são espécies
(O Livro dos Médiuns, FEB, 1904, 5a. ed. p. 36).

O Fenómeno Espírita de Efeitos Físicos são todos aqueles decorrentes de efeitos sensíveis, como os ruídos, o movimento e o deslocamento de corpos sólidos (o movimento circular das mesas conhecidas sob o nome de "mesas girantes") e as pancadas.

O Fenómeno Espírita de Efeitos Inteligentes são todos aqueles que provam "qualquer acto livre e voluntário, exprimindo intenção, ou respondendo a um pensamento
(ob. cit. p. 69).

Mas, é importante observarmos, que Kardec estudou e aprofundou o seu trabalho com destaque para o Fenómeno Espírita da Mediunidade ou, se quiserem, o Fenómeno Espírita Mediúnico, que pode ser de efeitos físicos ou de, efeitos inteligentes, espontâneos ou provocados.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 9:15 am

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O próprio título da obra O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns ou dos Evocadores, e o conteúdo dela relativamente ao "ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicar com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se encontram na prática do Espiritismo" (aqui cabe observar que Espiritismo é expressão usada em lugar de Mediunismo), situa o seu interesse, pelo menos o mais imediato.

Mas, não temos dúvidas, que o trabalho de Kardec e o interesse dos Espíritos Codificadores, necessariamente, tinha que ser voltado para o Fenómeno Espírita da Mediunidade.

E, também, não foi outra a preocupação de tantos cientistas que pesquisaram o Fenómeno Espírita.

O Dr. Schrenck-Notzing escreveu uma obra com o título "Les Phénomènes Pshysiques de Ia Médiumnité", Edição Payot, Paris, 1925, com prefácio do Professor Charles Richet, que se soma a tantos outros trabalhos, tornando numerosa e rica a bibliografia espírita acerca dos Fenómenos Espíritas da Mediunidade.

Não obstante, não podemos deixar de considerar, segundo o próprio Codificador, que o Espiritismo compreendendo, além da parte Filosófica, relativa às manifestações inteligentes, compreende uma parte Experimental, e que ela é relativa às manifestações em geral.

E esta parte Experimental, no que diz respeito aos Fenómenos Espíritas Anímicos ou da Emancipação da Alma, reclama dos espíritas estudiosos dos nossos dias um interesse maior objectivando uma metodologia de pesquisa e uma sistematização de estudo, com base na alma encarnada, para explicação dos fenómenos psicológicos.

E, sobretudo, para que o Espiritismo reconquiste as áreas invadidas pela Metapsíquica, Metagnomia, Metapsicologia, Parapsicologia, Psicotrónica, Metapsicofísica, Biopsíquica, Parafísica, e outras, e, como ciência espiritologia, dê claridades à Psicologia, fazendo dela uma verdadeira Espiritologia.

O Espírito

"L’ AME, l’être immaterial et individuel qui reside em nous et qui survit au corpg" (Le Livre des Esprits, par Allan Kardec, Paris, E. Dentu, Librairie, 1857, p. 2), traduzindo, "a alma é o ser imaterial e individual que reside em nós e que sobrevive ao corpo" e que nós, espíritas, denominamos Espírito.

Aliás, para ficar mais claro, devemos dizer que foram os próprios Espíritos que assim se declaram:
"L’être mysterieux qui repondait ainsi, interrogué sur sa nature, declara qu’il était esprit ou génie, se donna um nom, et fournit divers renseignements surson compte"
(ob. cit. p. 6)
(O ser misterioso que respondia, interrogado sobre sua natureza, declarou que era Espírito ou Genio, deu seu nome e forneceu ainda diversas informações a seu respeito).

O ser misterioso foi interrogado acerca de sua natureza, porque era desconhecida a natureza da causa dos fenómenos, das manifestações, que, então, se produziam.

Assim, se identificou, para nós, espíritas, a causa e por que não dizermos o agente dos fenómenos psíquicos, e "comme ayant appartenu, pour quelques-uns du moins, aux hommes qui ont vécu sur Ia terre”
(ob. cit. p. 9)
(e se apresentam como havendo pertencido, alguns deles pelo menos, a homens que viveram anteriormente na Terra).

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 9:15 am

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No entanto, como o propósito maior deste nosso trabalho é despertar o interesse dos estudiosos e pesquisadores espíritas com relação aos fenómenos espíritas anímicos ou de emancipação da alma, a questão da existência dos Espíritos se torna secundária, pois ela não constitui o ponto de partida.

"Sendo os Espíritos as almas dos homens, o verdadeiro ponto de partida, está na existência da alma".
(O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, FEB, 1904, 5a. ed. p. 22).

A Alma

"A Alma", para nós espíritas, e segundo os Espíritos Codificadores, "é um Espírito encarnado"
(Resposta à questão 81, de "Le Livre des Esprits", par Allan Kardec, Paris, E. Dentu, Librairie, p. 53).

Parece-nos que, hoje, não se discute a existência da Alma e que o estudo dos caracteres antagónicos de Alma e do corpo, resolve a questão da distinção entre um e outro.

Mas, não é pacífica a ideia que filósofos e cientistas, desde tempos atrás até hoje, conceberam e concebem.

"Alma, para os espiritualistas, é uma substância imaterial, distinta do corpo e capaz de existir por si só;
para os materialistas, é uma simples função do organismo, do qual faz parte integrante e sem o qual não pode subsistir"

(Noções de Psicologia, de lago Pimentel, Melhoramentos, S. Paulo, 1953, p. 7).

Para os materialistas, a Alma é efeito;
para os espiritualistas, a Alma é causa.


Wilhelm Wundt, filósofo, psicólogo e fisiologista alemão (1832-1920), não concorda com o conceito substancialista da Alma.

Ele propõe um conceito actualista:
"a Alma é a diversidade de acontecimentos enlaçados entre si"
("La Psicologia Contemporânea", de J. Vicente Viqueira, Barcelona, Editorial Labor, S/A, 1937, 2a. ed., p. 34).

Para o fenomenismo a Alma é uma série de fenómenos, como sejam emoções, ideias, etc.

"O que se chama Alma",
diz Littré (Maximiliano Paulo Emílio Littré, filólogo e filósofo francês, discípulo de Augusto Conte, 1801-1881) é, na realidade, o conjunto das funções do cérebro e da medula espinal.

É o materialismo negando o substancialismo.

Como se vê, não é fácil, para os não espíritas, definirem ou conceituarem a Alma.
É vasta a imaginação.
A existência da Alma para eles é, necessariamente, uma admissão, sem a qual os factos da vida psíquica se tornam inexplicáveis.

Está aqui, é óbvio, uma outra razão para que o Espiritismo, desenvolvendo o seu estudo e a sua pesquisa, posicione o seu ponto de vista acerca dos fenómenos psicológicos, sejam os chamados orgânicos - extensos e quantitativos, ou psíquicos - inextensos e qualitativos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 9:17 am

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E esse posicionamento demonstrará que esses fenómenos, embora de naturezas aparentemente diversas e irredutíveis, provêm de uma mesma "substância":
a Alma ou Espírito encarnado, considerado o corpo etéreo ou perispiritual de que se reveste.

O Fenómeno Psíquico

O emaranhado vocabularismo da fenomenologia psíquica e a complexidade da classificação de sua nomenclatura constituem um sério problema.

No campo das pesquisas psicológicas são enormes as divergências em torno das hipóteses formuladas.
Nunca se formulou uma hipótese satisfatória.

Os estudantes do Hipnotismo estão, como sempre estiveram, desde os dias de Mesmer, divididos.
A teoria das emanações fluídicas de Mesmer, por ele chamada de "magnetismo animal" é contraditada por uns e aceita por outros.

A teoria eléctrica de Bove e Dods - pulmões positivos e sangue negativo - teve seus adeptos
(A Lei dos Fenómenos Psíquicos, por Thonson Jay Hudson, traduzida por D. Santos, São Paulo, Livraria Liberdade, 1926, p. 5).

A explicação fisiológica de Braid, de certas classes de fenómenos, "satisfaz aqueles que acreditam que no homem não existe coisa alguma que não possa ser pesada na balança ou dissecada com o escalpelo".

A Escola de Salpetrière sustentou que o hipnotismo era uma moléstia do sistema nervoso, e que seus fenómenos era explicáveis pelos princípios fisiológicos.

A Escola de Nancy sustentou que a sugestão era o factor ultra potente na produção de todos os fenómenos hipnóticos.

Braid, a Escola de Salpetrière e a Escola de Nancy, contrariando antigos hipnotistas, negam a possibilidade de se produzirem "os altos fenómenos de hipnotismo, conhecidos como clarividência, transmissão de pensamento ou leitura mental'
(ob. cit. p. 5).

No entanto, o Fenómeno Psíquico (do gr. phainómenon, aparição; e psykhikós, alma), considerando-o genérico, é qualquer manifestação de ordem psíquica, ou fenómenos da Psique ou da Alma.

Assim, simplificando diremos que a fenomenologia psíquica é dividida em FENÓMENOS NORMAIS e FENÓMENOS ANORMAIS.

A primeira classe, que são habituais, entra nos quadros da Psicologia e muitas vezes nos da Psiquiatria.

A segunda classe, de fenómenos inabituais, toma diversos nomes, como "o de Investigação Psíquica, Metapsíquica, Metapsicologia, Parapsíquica, Sexto Sentido, Percepção Extrasensorial, Metagnomia, Paranormal, ou Extra-normal e outros aplicáveis unicamente a determinados ramos, como Telepatia, Psicometria, Clarividência, Psicografia, etc."
(Dicionário Esotérico, por Zaniah, Buenos Aires, Editorial Kier, 1962, p. 103).

(Publicado no Boletim GEAE Número 456 de 27 de maio de 2003)

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Estudar nunca é demais Empty A Espiritologia e a Teoria Espírita dos Fenómenos Psíquicos

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 04, 2011 9:09 am

Paulo Toledo Machado

Parte II

Conclusão do artigo iniciado no Boletim 456

A PSICOLOGIA

A Psicologia, ou, por primeiro, a Pneumatologia, segundo Leibnitz (Nouveaux Essais, 1704, IV, cap. XXI), que se definia como a parte da Filosofia que estuda a alma, tinha por objecto, desde os tempos da civilização grega até o século passado, a existência da alma, sua essência e natureza, e, posteriormente, o estudo da percepção, da memória, das paixões, etc.

Sob a influência de outras ciências, como a Física, a Biologia, e outras, os psicólogos passaram a estudar os fenómenos da consciência, deixando de se preocupar com a Alma, que, "não tendo existência física, não podia ser estudada em termos científicos"
(Psicologia Geral, de Afro do Amaral Fontoura, Rio de Janeiro, Gr. Aurora, 1966, 12a. ed. p. 25).

Mas não parou aí o objectivo da Psicologia.
Ele evoluiu do Estudo da Alma para o Estudo da Consciência, como acima nos referimos, e do Estudo da Consciência para o Estudo do Comportamento e deste para o Estudo da Conduta, considerando-se neste o conjunto de fenómenos mentais como causa da conduta.

Daí, muitos definirem, hoje, a Psicologia como a ciência que estuda a conduta.

É enorme o número de definições, e a ideia da Alma difere, de um psicólogo para outro, dada a divergência entre eles, quanto à natureza da Alma.

Harald HOFFDING, filósofo dinamarquês, nascido em Copenhaga, em 1863, na sua obra PSYCHOLOGIE (ed. 1900, p. 1), diz que a Psicologia não está obrigada a explicar o que é a Alma, porque a Física não está obrigada a começar explicando o que é a matéria.

Os filósofos do passado objectivaram no estudo da Psicologia os factos internos do homem.

Sócrates considerava que é preciso que nós nos conheçamos a nós mesmos para chegarmos à sabedoria, que se identifica com o conhecimento de Deus.

Ele distinguia, partindo desse princípio, o mundo interno do mundo externo.

Aristóteles no seu tratado sobre a Alma, no qual divide a Filosofia em quatro partes:
Lógica, Ética, Física e Metafísica, não incluiu a Psicologia porque, para ele, esta fazia parte de todas as disciplinas filosóficas.

Por sua vez, Renato DESCARTES, filósofo e matemático francês (1596-1650), entendia que a Psicologia era uma parte distinta da Filosofia.

Hobbes (Thomaz), filósofo inglês (1588?1679), partidário do materialismo, e Baruch Espinosa, filósofo holandês (1830-1677), apoiam-se no princípio da concomitância dos processos orgânicos e psíquicos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 04, 2011 9:10 am

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E, dessa forma, é invocada a lei de associação para reduzir a complexidade da vida espiritual aos seus elementos componentes.
O associanismo, como doutrina psicológica, explica, então, os fenómenos psíquicos por meio da associação, rejeitando a doutrina da faculdade.

Os positivistas do século XIV, por sua vez, consideram a Psicologia como uma ciência experimental, independente da Filosofia e sem relações especiais com a Metafísica, a Lógica e a Moral.

Não se pode negar que a Psicologia Experimental, como ciência autónoma, é uma conquista dos tempos modernos, dado o impulso que a Psicofísica ou Psicofisiologia, a Psicocronometria e outras lhe trouxeram.

Como decorrência das muitas maneiras pelas quais os fenómenos psíquicos têm sido estudados, surgiram muitas outras disciplinas psicológicas, dando maior amplitude ao problema psicológico.

Apenas para referir citamos a Psicodinâmica, que estuda os efeitos dinâmicos dos fenómenos psíquicos;
a Psicofísica, que, segundo Fechner, é o ramo da Psicologia que estuda, experimentalmente, as relações entre os fenómenos psíquicos e os fenómenos fisiológicos (o que hoje é denominado de Psicologia Experimental), a Psicogénese, que estuda a origem e o desenvolvimento da psique (termo usado como sinónimo de Alma ou Espírito) no indivíduo ou na espécie (esta dita Psicogênese Filética);
a Psicografia, que, conforme Ampère, é a parte da Psicologia que descreve os fenómenos da consciência, sem explicá-los.

E, assim, seguem-se outros ramos, como a Psicologia Colectiva ou Social;
Psicologia Comparada;
Psicologia Etnográfica;
Psicologia Pedagógica;

Psicologia Segmental:
Psicologia Zoológica;
Psicometria;
Psicocronometria;

Psicoestática;
Psicopatologia;
Psicoanálise
(doutrina de Freud, aceita especialmente pelos nevrologistas) e mais outros.

Resumindo, a Psicologia estuda a Alma em suas manifestações ou fenómenos e em sua natureza essencial.

Assim, no primeiro caso, temos a Psicologia Experimental e, no segundo, a Psicologia Racional.

Para os materialistas a Psicologia é um ramo das ciências naturais e, para os espiritualistas, um ramo das ciências do Espírito.

É claro que compreendemos que esse volume de correntes e escolas psicológicas são decorrentes das variadas intensidades dos fachos luminosos que atingem este ou aquele filósofo ou psicólogo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 04, 2011 9:10 am

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Mas, compreendemos, também, que não alcançando a Psicologia uma definição mais uniforme e uma conceituação mais unitária, bem pouco ela pode nos dizer acerca da Alma, entendida esta como Espírito reencarnado, e a respeito de suas manifestações ou fenómenos e mesmo em sua natureza essencial, não considerando as suas vidas anteriores e experiências pregressas, que repercutem no seu avatar presente, e desconhecendo a existência do seu perispírito ou corpo fluídico, de que é revestido, e que se faz "intermediário de todas as sensações que o Espírito recebe, e por meio do qual transmite a vontade externamente e actua sobre os órgãos"

("O Livro dos Médiuns", por Allan Kardec, Rio de Janeiro, FEB, 1904, 5a. ed. p. 60) "e a que se não dá muita atenção nos fenómenos fisiológicos e patológicos" (ob. e p. cit.) e que constitui "uma causa incessante de acção" (ob e p. cit.).

À Psicologia, se bem examinarmos, poderemos propor que seja parte da Espiritologia.
O que me parece não podemos pensar é em uma Psicologia Espírita, por entendermos que descabe o vocábulo espírita como adjectivação.

E bem considerando, também nos parece ser impossível fazermos da Psicologia, tão segmentada e conflitante, uma verdadeira Espiritologia, fundada numa doutrina, que é o Espiritismo, oriundo de um processo sintético de conhecimento, com uma concepção nova e de natureza global para o estudo dos problemas humanos, como bem se refere o nosso nunca esquecido companheiro de tantas jornadas espíritas Herculano Pires, "in" "Parapsicologia e suas perspectivas";
obra de cuja primeira edição tivemos a honra de ser "padrinho".

OS PROCESSOS CIENTÍFICOS OU DISCIPLINAS CIENTÍFICAS QUE INVESTIGAM OS FENÓMENOS PARANORMAIS

Dissemos atrás que, simplificando, a fenomenologia psíquica é divida em FENÓMENOS NORMAIS, os que entram nos quadros da Psicologia e muitas vezes nos da Psiquiatria, e FENÓMENOS ANORMAIS, os que são objectos da investigação por inúmeros processos ou disciplinas científicas.

Esclareçamos agora que FENÓMENOS ANORMAIS não quer dizer que sejam "aqueles que possam ser contrários às leis naturais, mas aqueles que se nos apresentam de uma maneira inusitada e inexplicável'
(Dicionário Enciclopédico Ilustrado. - Espiritismo, Metapsíquica e Parapsicologia, de João Teixeira de Paula, Editora Bels, S.A. ?1976, 3a. ed. p. 166).

Digamos, também, que ANORMAL "é o mesmo que Abnormal, Hiperfísico, Hipernormal, Hiperpsíqulco, Metanormal, Metapsicofísico, Metapsicológico, Metapsíquico, Parafísico, Paranormal, Parapsicológico, e seguem muitas outras denominações.

No II Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas, realizado em Varsóvia, Polónia, em 1923, em homenagem a J. Ochorowicz, foi aprovado que a expressão CIÊNCIAS PSÍQUICAS devia aplicar-se aos fenómenos que em França se conheciam por METAPSÍQUICOS e na Alemanha por PARAPSICOFÍSICOS.

As ciências psíquicas avolumaram-se com o surgimento da METAGNOMIA, METAPSICOLOGIA, PARAPSICOLOGIA, PSICOTRÔNICA, BIOPSÍQUICA, PARAFÍSICA e outras.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 04, 2011 9:11 am

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Ora, como as ciências psíquicas se conceituaram com base nos fundamentos, sustentados por Eugéne OSTY, médico e investigador metapsíquico (1874-1938) e na decisão do precitado Congresso, objetivando o conjunto dos fenómenos extranormais, que são tributários do espírito humano, conquanto pareça irem eles além das possibilidades fisiológicas do cérebro, excluíram os fenómenos espiríticos.

E, dessa forma, os fenómenos espiríticos ficaram no espaço (isto sem qualquer alusão ao facto de os fenómenos espíriticos serem compreendidos no meio científico geral como fenómenos das almas dos mortos e por isso mesmo não aceitos).

Mas o nosso saudoso João Teixeira de Paula estrilou contra essa exclusão:
"Aí repousa a nossa discordância, porque, ao nos referirmos a Ciências Psíquicas, incluímos nela não só o conceito de OSTY e o do Congresso, mas também o dos fenómenos espiríticos"
(ob. cit. p. 21).

O Dr. Hernani Guimarães Andrade, também um querido amigo que muito admiramos, se fez também lamurioso:
"lamentavelmente, é tendência da Metapsíquica negar a manifestação dos Espíritos, atribuindo ao médium as faculdades necessárias e suficientes para desencadear todos os fenómenos"
("A Teoria Corpuscular do Espírito", por Hernani Guimarães Andrade, São Paulo, 1958, 1a. ed.).

No entanto, nós, como os caríssimos confrades que nos lêem, bem podem ter percebido, não partilhamos dos lamentos, porque, também, não partilhamos da idéia desses grandes e respeitáveis companheiros de que o Fenómeno Espírita seja parte integrante do Fenómeno Psíquico.

Para nós, como nos referimos, o Fenómeno Espírita é género e não espécie, ele é global e não segmento, e é com base nesta posição que entendemos que nós espíritas temos que articular a Espiritologia, a ciência do Espírito.

Não podemos nos distender mais neste capítulo.

Assim, aqueles que quiserem conhecer a Metapsíquica de Charles RICHET, a Metagnomia de Emile BOIRAC, a Metapsicologia, proposta com restrições pelo Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas, realizado em Varsóvia em 1923, a Metapneumática, de MIRVILLE, a Parapsicologia de J. B. RHINE, a Psicobiofísica, a que tanto se liga Hernani Guimarães ANDRADE, e outras, respeitosamente sugiro que lancem mão das respectivas bibliografias.

A ESPIRITOLOGIA

O LIVRO DOS ESPÍRITOS
todos sabem que se compôs, definitivamente, com a sua reimpressão em 1860.

Ele contém quatro livros ou quatro partes:

* LIVRO PRIMEIRO
- As Causas Primárias

* LIVRO SEGUNDO
- O Mundo Espírita ou dos Espíritos

* LIVRO TERCEIRO
- As Leis Morais

* LIVRO QUARTO
- Esperanças E Consolações.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 04, 2011 9:11 am

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Pois bem, o LIVRO SEGUNDO contém, para nós, a doutrina da ESPIRITOLOGIA ou melhor a ESPIRITOLOGIA RACIONAL OU TEÓRICA, e, em O LIVRO DOS MÉDIUNS, que trata do Espiritismo Experimental, nós encontramos as teorias de todos os géneros de manifestações, que podem embasar a ESPIRITOLOGIA EXPERIMENTAL.

Portanto, para nós, a Espiritologia é a ciência do Espírito que tem por objecto o estudo do Fenómeno Espírita.

Ela se divide em Espiritologia Racional ou Teórica e em Espiritologia Experimental ou Prática.

A primeira se ocupa do Espírito como ser ou individualidade.
A segunda se desdobra na investigação dos fenómenos espíritas anímicos ou da emancipação da alma e dos fenómenos espíritas da mediunidade ou mediúnicos.


A classificação dos fenómenos espiritológicos, que abrangem os anímicos, os mediúnicos, os físicos extra-somáticos, os físicos-somáticos, os mentais, os personísticos e os telepáticos, a sua definição e a sua conceituação, constituirão, sem dúvida, um excelente programa de trabalho.

Como todas as demais ciências a Espiritologia também se relaciona com outras ciências ou disciplinas científicas, dentre as quais a Biologia, a Fisiologia, a Física, a Química e outras como oportunamente veremos.

Quanto ao Perispírito, que tem cerca de 70 outras denominações, entre elas as de Aerossoma, Corpo Fluídico, Corpo ódico, Corpo Pneumático, Duplo Fluídico, Ka, Psicossoma, e que presumem se desdobrar no corpo bioplásmico, que alguns chamam de "modelo organizador biológico", temos que aprofundar o seu estudo para avaliá-lo como "o molde fundamental da existência para o homem"
("Roteiro”, Francisco Cândido Xavier, FEB, Rio de Janeiro, Cap. VI, p. 29).

E quanto ao vocábulo ESPIRITOLOGIA, formado de espírito mais logia, significa Ciência, tratado de Espiritismo
(Dicionário Enciclopédico Ilustrado - Espiritismo, Metapsíquica e Parapsicologia, de João Teixeira de Paula, Editora Bels., 1976, 3a. ed. p. 85).

AZEVEDO SILVA, na sua obra FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DO ESPIRITISMO, editada em 1941, publicou a tese que apresentou ao "1.º Congresso Brasileiro de Jornalista Espíritas, que funcionou de 15 a 24 de Novembro de 1939, no salão da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro.

Nesta sua tese, ele nos reservou valiosa contribuição acerca da classificação das ciências.

Nós vamos, com a máxima vénia, reproduzi-la:
"Assim, estudando a natureza e relação das ciências, dividiu-as Spencer (Classification des Sciences, par Herbert Spencer, Paris, Ancienne Librairie Germer Baillière et Cie., 1893, p. 6) em duas categorias:
ciências que têm por objecto as relações abstractas, pelas quais os fenómenos se apresentam, e ciências concretas, que têm por objecto os próprios fenómenos":

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 04, 2011 9:11 am

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Desse critério resultou esta classificação:

* CIÊNCIAS ABSTRATAS
- Lógica
- Matemática


* CIÊNCIAS ABSTRATO/CONCRETAS
- Mecânica
- Física Química


* CIÊNCIAS CONCRETAS
- Astronomia
- Psicologia
- Sociologia


Não nos parece lógica esta classificação do notável pensador e filósofo inglês, pois Mecânica não é ciência-tronco, é uma derivação da Matemática;.
não deve, pois figurar na relação.
Psicologia e Sociologia, igualmente, não são duas, uma é derivada da outra:
Sociologia da Psicologia.

Ciência-mater seria, pois, esta última, de vez que não pode haver sociedade sem que haja o comércio das almas.

Nesta classificação Spencer procurou rectificar a de Augusto Comte, que assim as desdobrou:

* MATEMÁTICA
* FÍSICA
* QUÍMICA

* ASTRONOMIA
* BIOLOGIA
* SOCIOLOGIA
* MORAL


Esta classificação carece, realmente, de ser rectificada, não só porque o Mestre do Positivismo se esqueceu de sua própria ciência - a Lógica, como porque a Sociologia e Moral, tal como Psicologia e Sociologia, diferenciadas por Spencer, também não são duas, mas uma só ciência, pois que a Sociologia descansa na Moral, como base do Direito.

(Publicado no Boletim GEAE Número 457 de 10 de junho de 2003)

§.§.§- O-canto-da-ave
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Estudar nunca é demais Empty A Codificação

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 05, 2011 10:18 am

Rogério Coelho

"Se algum dia, eu disser algo diferente do que disse Jesus e Kardec, fique com Eles e abandone-me."
Emmanuel

Lúcidas e coerentes, como sempre, estas palavras de Emmanuel foram dirigidas ao médium Francisco C. Xavier, quando aquele pretendia utilizar-se dos recursos mediúnicos deste para o trabalho de divulgação da Doutrina dos Espíritos.

O caminho seguido pelas informações dos Espíritos passou primeiro por dois poderosos filtros chamados Jesus e Kardec, sendo enfeixados em síntese em "O Livro dos Espíritos" e ampliados depois nos livros:
"A Génese", "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e "O Céu e o Inferno", que constituem o Pentateuco, indivisível bloco monolítico.

Assim, todo livro subsidiário não poderá deslocar-se da órbita desses livros que são a base do Espiritismo.

Destarte, quem deseja escrever ou falar sobre Espiritismo, tem necessariamente que se balizar pelos parâmetros básicos, sob pena de caracterizar conteúdos apócrifos pela não observância de tais critérios.

Espíritas amai-vos; Espíritas instruí-vos;
é a sempre oportuna conclamação do Espírito de Verdade.


Instruamo-nos, portanto, principalmente nas fontes básicas, o que nos ensejará maiores condições de avaliar e separar o joio do trigo.

No livro "A Génese", Capítulo I, item 52, Kardec faz notar que "em parte alguma, o ensino Espírita foi dado integralmente.

Ele diz respeito a tão grande número de observações, a assuntos tão diferentes, exigindo conhecimentos e aptidões mediúnicas, que impossível era acharem-se reunidas num mesmo ponto todas as condições necessárias.

Tendo o ensino que ser colectivo e não individual, os Espíritos dividiram o trabalho, disseminando os assuntos de estudo e observação como, em algumas fábricas, a confecção de cada parte de um mesmo objecto é repartida por diversos operários.

A revelação fez-se, assim, parcialmente em diversos lugares e por uma multidão de intermediários e é dessa maneira que prossegue ainda, pois nem tudo foi revelado.

Cada centro encontra nos outros centros o complemento do que obtém, e foi o conjunto, a coordenação de todos os ensinos parciais que constituíram o Espiritismo.

Era, pois, necessário agrupar os factos espalhados, para se lhes apreender a correlação, reunir os documentos diversos, as instruções dadas pelos Espíritos sobre todos os pontos e sobre todos os assuntos, para as comparar, analisar, estudar-lhes as analogias e as diferenças.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 05, 2011 10:19 am

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Vindo as comunicações de Espíritos de todas as partes, de todas as ordens, mais ou menos esclarecidos, era preciso apreciar o grau de confiança que a razão permita conceder-lhes, distinguir as ideias sistemáticas individuais ou isoladas das que tinham a sanção do ensino geral dos Espíritos, as utopias das ideias práticas, afastar as que eram notoriamente desmentidas pelos dados da ciência positiva e da lógica, utilizar igualmente os erros, as informações fornecidas pelos Espíritos, mesmo os da mais baixa categoria, para conhecimento de estado do mundo invisível e formar com isso um todo homogéneo.

Era preciso, numa palavra, um centro de elaboração, independente de qualquer ideia preconcebida, de todo prejuízo de seita, resolvido a aceitar a verdade tornada evidente, embora contrária às opiniões pessoais.

Este centro se formou por si mesmo, pela força das coisas e sem desígnio premeditado."

O Espiritismo estará preservado dos cismas?

"Não, certamente,"
- responde Kardec no livro "Obras Póstumas" no capítulo referente à constituição do Espiritismo - "porque terá, sobretudo no começo, de lutar contra as ideias pessoais, sempre absolutas, tenazes, refractárias a se amalgamarem com as ideias dos demais;
- e contra a ambição dos que, a despeito de tudo, se empenham por ligar seus nomes a uma inovação qualquer;

- dos que criam novidades só para poderem dizer que não pensam e agem como os outros, pois lhes sofre o amor-próprio por ocuparem uma posição secundária.

Se, porém, o Espiritismo não puder escapar às fraquezas humanas com as quais se tem de contar sempre, pode, todavia, neutralizar-lhes as consequências e isso é essencial.

Consequentemente, seitas poderão formar-se ao lado da Doutrina, seitas que não lhe adoptem os princípios ou todos os princípios, porém, não dentro da Doutrina, por efeito da interpretação dos textos, como tantas se formaram sobre o sentido das próprias palavras do Evangelho.

É esse um primeiro ponto de capital importância.

O segundo ponto está em não se sair do âmbito das ideias práticas.

Se é certo que a utopia da véspera se torna - muitas vezes - a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém, não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os homens positivos.

O terceiro ponto, enfim, é inerente ao carácter essencialmente progressivo da Doutrina.

Pelo facto de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente.

Apoiada tão-só nas Leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis;
mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela de se por de acordo com essa lei.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 05, 2011 10:21 am

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Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar.

Assimilando todas as ideias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias da sua perpetuidade.

Acrescentamos que a tolerância, fruto da caridade, que constitui a base da Doutrina Espírita, lhe impõe como um dever respeitar todas as crenças.

Querendo ser aceita livremente, por convicção e não por constrangimento, proclamando a liberdade de consciência um direito natural imprescritível, diz:
Se tenho razão, todos acabarão por pensar como eu;
se estou em erro, acabarei por pensar como os outros.


Em virtude destes princípios, não atirando pedras a ninguém, ela nenhum pretexto dará para represálias e deixará aos dissidentes toda a responsabilidade de suas palavras e seus actos."

É ainda Kardec, neste mesmo capítulo que nos alerta:
"(...) Não faltarão intrigantes, pseudo-espíritas, que queiram elevar-se por orgulho, ambição ou cupidez;
outros que estadeiem pretensas revelações com o auxílio das quais procurem salientar-se e fascinar as imaginações por demais crédulas.


É também de prever que, sob falsas aparências, indivíduos haja que tentem apoderar-se do leme, com a ideia preconcebida de fazerem soçobrar o navio, desviando-o de sua rota.

O navio não soçobrará, mas poderia sofrer prejuízos como atrasos que se devem evitar."

Acreditamos nada ter a acrescentar às palavras de Kardec, por demais claras e judiciosas.

Por elas concluímos que verdadeiro Espírita será também aquele que guardar fidelidade à Codificação Kardequiana.

(Publicado no Boletim GEAE Número 300 de 07 de julho de 1998)

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Estudar nunca é demais Empty A Caminho do Conhecimento

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 06, 2011 9:22 am

Raul Franzolin Neto

O homem em evolução sempre procura o conhecimento como um meio necessário a sua própria existência.

Como ser racional ele deixa de seguir a instintos promovidos pelo ambiente onde vive para, com o uso da razão, desenvolver a sua melhor forma de viver.

A complexidade desse processo permite que tudo ocorra de uma maneira que parece ser subtil, simples e ao acaso.

Somente é possível enxergar uma pequena luz desse processo se for analisado com base na evolução do espírito.

Evidentemente os diferentes graus evolutivos de cada ser humano, promovem as diferentes formas de busca do conhecimento conforme a necessidade de cada um.

Na sobrevivência num meio hostil, adquirem-se os conhecimentos imprescindíveis a continuidade da vida.

Toda doença tem sua cura graças ao conhecimento adquirido em seu devido tempo, mas novos desafios aparecem indefinidamente, caso contrário, a busca do conhecimento nessa área seria desnecessária.

A necessidade da nutrição para sobrevivência do corpo, faz com que o homem caminhe no avanço tecnológico em busca da quantidade de alimento para a manutenção da vida no planeta.

Da mesma forma, observa-se a necessidade da busca do conhecimento em todas as áreas de actuação da vida no homem na Terra.

E no comportamento individual e convivência do homem em sociedade?

O conhecimento é fruto da evolução individual de cada pessoa.
Assim, ele é gerado de acordo com que cada um deseja no momento.

Se um indivíduo tem sede e necessita de água, ele terá que beber de alguma forma, mas muitos sabem que uma água limpa e potável é melhor do que uma água suja e poluída.

A evolução de bens materiais também ocorre conforme as necessidades e o desejo de cada indivíduo.

Vamos analisar a vida sob três tipos básicos evolutivos.

Para uns a vontade predomina sobre a razão em todos os sentidos e a vida parece caminhar como uma máquina programada para executar um serviço.

Vive-se assim conforme caminha a vida geral da comunidade.
As pessoas agem individualmente e raramente ela se preocupa com o próximo.

Reza-se para não aparecer dificuldades e faz-se tudo da maneira mais simples possível evitando o aparecimento de qualquer problema ao seu lado.

Entretanto, as dificuldades estão presentes constantemente e promovem sofrimentos que parecem perpetuar eternamente.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 06, 2011 9:23 am

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São pessoas incapazes de enfrentar uma competição para uma sobrevivência melhor.

Acomodam-se passando longo tempo praticamente no mesmo ponto.
Tem medo até de pensar, ou seja, de usar a própria razão.

A fé é quase sempre inquestionável.
Confia em Deus ou em Entidades Superiores e aguarda passivamente o seu destino.

As pessoas que vivem dessa maneira têm muita dificuldade em competir pela própria sobrevivência e vivem em constante alerta intuitivo.

Os indivíduos que vivem num segundo tipo evolutivo, buscam o conhecimento da verdade através da certeza de que somente a honestidade ou a forma de vida em comunidade sem prejudicar ninguém é o caminho correto a se seguir.

Não há o comodismo, luta pela sobrevivência questionando sempre o papel do próximo.

O homem deve desenvolver o seu potencial para ter o direito de viver em sociedade.

Aqueles que não procuram viver com seus próprios passos, devem ser excluídos, pois não se pode admitir que um trabalhe mais em favor de outro que tem a mesma possibilidade de trabalho.

A competitividade é marca definida nessa sociedade.
Vive-se com conforto satisfatório ao padrão local.

O conhecimento é uma busca constante em favor do maior conforto material, evitando os sofrimentos provocados pelo meio onde vivem.

Mas o meio age sempre em acção de novos desafios, promovendo um círculo vicioso.

Por exemplo, conhece-se a cura de uma doença e surge outra com características intrínsecas apropriadas com um novo grau de dificuldade para solução.

Constroem-se locais mais confortáveis em detrimento da natureza e a própria natureza se modifica lançando novos desafios para se manter adequados.

Da mesma forma, a fé é inquestionável e o único obstáculo para a reflexão colectiva é o medo da morte e a possibilidade de um julgamento desfavorável permitindo a sua vida em um local pior do que a que possui no momento.

No último tipo, os indivíduos nunca estão satisfeitos com o que são e buscam o conhecimento da verdade a qualquer custo.

A vida parece ser momentânea e há uma preocupação maior não com o estado individual das coisas e sim com a satisfação pessoal em ver a vida como um todo em harmonia.

A sua individualidade é considerada como essencial para o Espírito, ou seja, a sua vontade própria é fundamental para a liberdade de pensamento.

A competitividade existe mas com respeito ao próximo, inclusive sacrificando-se em determinadas situações.

O conforto deve ser fruto do seu trabalho mas preocupa-se com a necessidade geral onde vive.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 06, 2011 9:23 am

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A fé é questionável e a razão é a linha mestra de toda a sua conduta, pois confia na racionalidade do homem como um dos mais fortes meios em favor da vida.

A razão é considerada como dádiva de Deus, ou se não, caminha em busca de outra forma de pensamento e nada é aceito sem o crivo da sua própria razão.

Inúmeras outras variáveis certamente existem entre esses três tipos de pessoas.

Mas o que isso importa?
A procura da verdade é imprescindível a uma vida alegre e feliz.

O homem a caminho da verdade segue ao lado da CIÊNCIA e a medida que o planeta evolui, a ciência desperta novos interesses anteriormente desnecessários.

O terceiro milénio será o marco de grandes avanços da ciência em relação a verdadeira fonte de conhecimentos necessários a evolução do homem.

Dogmas e fé cega cairão por terra e a caracterização da verdadeira vida, que é a do plano espiritual, despertará os grandes temas científicos.

O conhecimento do Espírito, a vida após a morte, a vida antes da vida terrena, a vida em outros planetas, as fontes energéticas a serviço do homem e da natureza, a actuação da medicina na auto-cura de doenças, a comunicabilidade entre as diferentes formas de vida existentes no universo, o auto-conhecimento e as relações de sociabilidade, etc., serão os temas prediletos do conhecimento científico.

Nessa procura constante do conhecimento, é importante que tomemos iniciativas a favor de uma vida melhor.
Por analogia podemos dizer que um grande campeão de xadrez é capaz de derrotar qualquer iniciante facilmente.

Mas para se jogar bem é preciso conhecer o jogo e aprender suas regras.
Depois gostar de jogar e começar a praticar e quanto mais se praticar maior será a habilidade do jogador.

Chegará um ponto que ele não consegue derrotar outros adversários, mas aí todos os seus concorrentes atingiram um verdadeiro estágio de superioridade no jogo em que o prazer de jogar é plenamente compartilhado com novas ideias e como passou a amar o jogo de xadrez ele passa a admirar, respeitar e incentivar todos aqueles que querem ser um grande jogador de xadrez.

Sabe-se que atropelamentos e desonestidade não levam o jogador para frente, pois ele chegará num ponto e permanecerá por muito tempo.

Ao contrário, o amor ao jogo, a dedicação, a disciplina, a paciência e o respeito são virtudes imprescindíveis ao bom desempenho do jogador.

Assim, precisamos bem compreender as regras da VIDA para podermos viver cada vez melhor.

O espiritismo, numa linguagem actualizada de Jesus Cristo e de outros importantes pensadores que já passaram pela Terra, nos mostra as regras básicas e nos incentiva a praticá-las nesta reencarnação.

A reflexão, uma dádiva Divina, é o nosso maior técnico e novos conhecimentos surgirão conforme novas necessidades evolutivas.

Resta-nos agora duas perguntas para reflexão de cada um.

Em que ponto da caminhada evolutiva você está no momento?
O que você espera daqui para frente?...


Raul Franzolin Neto

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Estudar nunca é demais Empty Ateísmo

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 07, 2011 9:21 am

Luís de Almeida

(Texto de Luis Almeida publicado originalmente no "Jornal Espírita" da "Federação Espírita do Estado de São Paulo", FEESP, que nos foi enviado pelo seu autor como colaboração no debate sobre o tema "Espiritismo e Religião")

FILOSOFIA E ESPIRITISMO O ATEÍSMO.

OS FILHOS DO "NADA"...


Como explicar a existência de ateus, ao longo da historia, como por exemplo, um Frederico Nietzsche, um Karl Marx no século anterior, e um Jean Paul Satre no presente século?


Não acreditamos, pessoalmente que haja ateus propriamente ditos.

Mas, sim a existência de pessoas que discordam de determinada ideia, incorrecta na nossa opinião, acerca de Deus, que se foi formando ao longo dos tempos.
Agora ateus convictos, isto é, profundamente documentados, e fundamentados com argumentos validos, não acreditamos que existam.
Se estivermos enganados, então desafiamos a comprovarem sua tese.

Não é nossa intenção criticar alguém ou instituições, nem tão pouco imiscuirmo-nos na política, simplesmente relatamos factos histórico-científicos e opinamos dentro dos postulados espíritas.

A criatura e o incriado, implicam-se numa tal dialéCtica, que o homem não pode fugir-lhe.
É tão difícil ser ateu, como desligar-se da vida, isto é, como auto-existente.

Nossa radical dependência, torna-se inexplicável sem a existência de Deus.
Não há existência sem fundamento, como não há liberdade.

Pode o homem, absorvido por cuidados excessivos e problemas multiformes, esquecer-se das leis morais, inatas, e assim perder aparentemente, a fundamentalidade da existência.

Perdido no mar magnum da complexidade da vida, pode esquecer sua característica fundamental de ser "religado", identificando seu ser com sua vida.

A impossibilidade, porem de sentir-se desligado, torna-o incapaz de, honestamente e racionalmente, poder afirmar-se ateu.

EfeCtivamente, a existência fundamentada sobre si mesma aparece, internamente, desfundamentada e, por conseguinte, referida a um fundamento de que se sente privada.

Daí o irreligioso, vivendo uma crise de interioridade e identidade, de ausência de reflexão profunda, ser ameaçado por impiedosa frustração, insensibilidade, e irracionalidade.

A todo o pensamento lógico, Deus surge na verdade, não como valor negativo, mas como positivo, fundamentante, como o ser que torna possível todo o existir.

Não será a existência "religada" uma visão de Deus no mundo e do mundo em Deus?

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Estudar nunca é demais Empty Re: Estudar nunca é demais

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 07, 2011 9:23 am

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É bem possível, no entanto, que haja quem se auto-proclame desligado.

São os ateus.
Fundamentam seu ateísmo na auto-suficiência.

Um dos motivos que leva o homem a esquecer-se de Nosso Pai é, realmente o êxito da vida.
Só o homem superior consegue manter-se conscientemente "religado", no meio de seus triunfos.

Sabe que a caducidade dos bens terrenos postula no Bem Supremo em Quem possa fazer repousar, tranquilamente, seu coração.

Outra razão que pode invocar-se para explicar os ditos, não convictos, ateus, é o orgulho e egoísmo exacerbado e a perda de confiança nas religiões.
Aquele por exemplo, explica o ateísmo nietzchiano do século passado.

A via de acesso a Deus é a da libertação interior.

Prisioneiro de uma soberba dificilmente igualável, Nietzsche não consegui, vendados os olhos do espírito, intuir a espiritual transcendência a que nos prende, qual cordão umbilical, a contingência do nosso existir.

As seguintes palavras por ele proferidas, esclarecem bem qual o seu pensamento, e aquilo que acabamos de afirmar:
"Quero abrir-vos, inteiramente, meu coração, amigos:
se existissem deuses, como suportaria eu não ser Deus!
Logo não há deuses".


Argumento de grande infantilidade, sem qualquer lógica, e por isso sem qualquer valor.

Interpretemos atentamente outras suas palavras:
"Agora Deus é morto!
Homens superiores, este deus foi o nosso maior perigo.

Não ressuscitaste senão depois que Ele jaz na tumba... Deus é morto;
agora queremos que o Super-Homem viva".

Como vai ele proclamar a morte de um ser inexistente?
A morte de Deus nos termos em que se exprime, não será a confissão de sua existência?
Ou poder-se-á matar o nada?

Como pode um pensador, utilizar o seu raciocínio de forma tão ridícula?.


Em carta a um seu amigo o Barão de Seydlitz, escrita de Nice, datada de 12 de Fevereiro de 1888, confidenciou:
"Aqui entre nós, digo-te não julgar impossível que eu seja o primeiro filosofo da minha época, ou, ainda talvez um pouco mais, um filosofo decisivo e fatal, situado entre dois séculos...

Apesar de ter chegado aos quarenta e cinco anos e ter produzido aproximadamente quinze obras, não surgiu ainda na Alemanha, um único estudo medianamente digno de consideração sobre qualquer dos meus livros".


Para um homem deste calibre, absolutizado, não fica lugar para Deus, que se revela aos humildes e resiste aos soberbos.

Enfim, ironia da razão!, o ateísmo nietzschiano, não é possível sem Deus, ou a "religação não fosse uma dimensão constitutiva da existência humana.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 07, 2011 9:23 am

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Nietzsche não se teria proclamado coveiro de Deus, se Deus, como um relâmpago, não brilhasse, em certos momentos, os mais atormentados da sua vida, na noite, sem estrelas e sem luar, de sua alma.

Assim se compreende que, em vez de um super-homem que a sua imaginação sonhara, tenha criado um infra-homem de que Nietzsche se tornou imagem grotesca, vindo a desencarnar, ruína humana, num Hospital de alienados mentais.

E o que dissemos do ateísmo de Nietzsche, dizemos do ateísmo de Karl Marx, para quem Deus não passava da simples projecção do homem.

Daí, com ele, a teologia dissolver-se em antropologia.
Para sua tristeza, a Antropologia Contemporânea, define o homem, como um ser material, animado pelo seu espírito.

Segundo o marxismo, nossa vida torna-se insuportável e desesperada, porque a religião, ópio do povo, criando em nos a esperança duma vida futura melhor, no mundo do alem, leva-nos a adormecer para as tarefas de transformação da sociedade terrestre.

Tanto a Arte, como a Filosofia e a Religião, em todos os tempos tem estado ao serviço de ideologias, vazias de qualquer conteúdo de verdade, com um único objectivo:
sancionar o primado económico e socio-politico da classe dominante.
Sobre uma infra-estrutura real, constrói-se uma super-estrutura irreal.


As construções ideológicas não passam de simples expressão do momento socioeconómico que se vive, resultante do instinto de classe dos filósofos e pensadores que, assim, procuram justificar seus interesses classistas, segundo Marx.

Embora, foi o que se passou no período que se convencionou chamar Idade Media e em períodos da historia da humanidade, e nos dias de hoje, em que alguns homens se utilizaram do nome de Deus e de Jesus, para conseguirem seus objectivos egoístas e funestos, (importante advertência) desta forma, entendemos e até aceitamos esta sua postura, porem, não tem razão, Karl Marx, ao considerar Deus pura criação humana, para justificar simples interesses das classes dominantes, porque já o dissemos ao justificarmos a moral inata, como característica constitutiva da nossa existência.

Como não tem razão ao considerar a Esperança, a Fé, ópio do povo.

A Esperança, a Fé, não é ópio que acalme e aliene, mas pelo contrario, estimulo forte que gera esforço, progresso, responsabilidade e amor, na construção de um mundo cada vez melhor.

O autentico discípulo de Jesus não pode nem deve abdicar dessa tarefa.

Portanto longe de ser um narcótico, é um estimulante para os comprometer perante o Pai, e despertar a Caridade, para o progresso técnico, económico e cultural de todos os povos, raças ou credos, com a luta pela eliminação das desigualdades, tão gritantes e escandalosas existentes, não só entre as famílias, amigos, vizinhos e pessoas, mas também entre os povos.

Assim exige a Palavra de Nosso Divino Amigo, que inaugurou a autentica revolução da Historia, sendo o Maior Revolucionário e Reformador de Todos os Tempos, na qual prosseguirá sua Reforma enquanto existir bocas sem pão, e corações sem alegria, sempre com a Esperança, a Fé e o maior de Todos o AMOR.

Sendo alguns de nós Seu instrumento.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 07, 2011 9:24 am

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A revolução marxista, procurou libertar o homem de Deus, sujeitou-o a um outro deus, mas, este sim, terrível, cruel, e alienante qual é o Estado totalitário, onde cada homem vê volatilizar-se sua pessoa, para ser reduzido a peca de uma grande maquina produtora de bens não para si mas, a maior parte para o Estado marxista.

Estado esse composto pelos escolhidos, só por 'meia-duzia'.

Como o Antigo Presidente da Roménia, no tempo que era partidária deste sistema, em que o povo não tinha as mínimas condições de vida, como os bens essenciais racionados, aprisionados da sua liberdade, e etc., e este tirano, tomava banho na sua luxuosa banheira e torneiras em ouro maciço.

Assim como outros partidários deste sistema filosófico, que alguns deles foram autênticos déspotas, bárbaros e assassinos.

Eliminando a Verdade, -"Deus"-, o marxismo ateu converteu-se na grande "MENTIRA" da Historia.
Para Marx, o homem, não era mais que um estômago, que era preciso encher.

Abandonando o sec. XIX, iremos analisar o ateísmo do presente século, que teve em Jean Paul Satre o seu principal expoente.

Lendo com efeito, suas obras, que tantas vidas, tem envenenado, assim como Marx, não encontramos, nelas algo que justifique suas atitudes ateias.

Afirma, gratuitamente que Deus não existe, ficando assim inexplicado a liberdade humana e sua Majestosa Criação.

Como Pode compreender-se a Criação e a Liberdade, sem a existência de um Criador Supremo.

Como pode tentar analisar, mal na nossa opinião, um efeito, esquecendo-se que todos os efeitos tem uma causa, uma dos grandes apostolados da Física.

Ou será, que para ele, a Ciência, como uma das muitas linguagens de Deus, não existe e não é mais que uma farsa?
Ou será que para ele, como para Marx, a Ciência é também, uma projecção e criação do homem?


Pensa Satre, se admitíssemos a existência de Deus, subtrairíamos ao homem a sua responsabilidade e a sua existência.

Como, meu pobre e bom amigo?
Não é antes a existência de Nosso Amado Pai, Deus, que nos pede `contas' do bom ou do mau uso de nossa liberdade, e que nos torna verdadeiramente responsáveis de nossas acções, condicionando desta forma, as possíveis menos boas, tendências humanas?


Por mais que alguns homens, felizmente cada vez menos, procure justificar seu ateísmo, este só pode subsistir em palavras vazias, ocas, desprovidas de qualquer conteúdo moral, filosófico e mesmo cientifico.

Ninguém, de espírito pluridimensional aberto, pode furtar-se à ideia de Deus, fundamento de toda a existência universal.

Sendo exigência da Fé, Deus é também exigência da razão.
Daí, não acreditamos na existência de ateus convictos.

O ateísmo alias, implica, como vimos, o teismo - Tudo vem de Deus e tudo caminha para Deus - principio de toda a criação.

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