LUZ ESPÍRITA
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Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia

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Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia - Página 3 Empty Re: Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:38 pm

Por acaso esses espíritos imundos são ovelhas à parte do grande aprisco?
Não creio: aceito sim, o que fala o Pai Nosso, oração que Jesus nos ensinou, nestes termos:
"Assim na terra, como nos céus”.
Se o que está na terra, movendo um corpo físico, em quaisquer condições, morais ou materiais, arrependendo-se e não pecando mais, é aceite como salvo para Jesus, porque o espírito, ou demónio, não pode igualmente arrepender-se, e deixar de fazer o mal?
É notório que pode.
A misericórdia de Jesus não tem limites.
A nossa ignorância, sim, é que coloca entraves ao seu atendimento.
“Conversemos, pois, com todos, sem distinção. Homens ou espíritos, demónios ou imundos, não importa; importa, sim, que ganhemos todos para Cristo’.
Desta data em diante, passaram quase todas as igrejas a converter, não somente aos homens, mas também às almas, com as quais debatiam longas e perfiladas horas.
Muitas das igrejas primitivas tinham esse hábito, herdado de Paulo, inspirado em Jesus.
A Doutrina Espírita, revivendo Jesus, faz o mesmo, no mecanismo da mediunidade; não se expulsam demónios, nem espíritos imundos, porquanto todos eles são nossos irmãos.
Conversamos com eles e convertemo-los para o bem, possibilitando-lhes o ingresso no reino de Deus.
Mas, para conversar com eles e convertê-los, é necessário que vos torneis um misto de homens e anjos, sentindo o perdão, vivendo a caridade e irradiando o puro amor, por tudo e todos.
Sem o que, mesmo inconscientes, os maus espíritos ainda encontrarão forças, para responder-vos, nestes termos :
"Mas o espírito maligno lhes respondeu:
Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”
— Filipenses - Cap. 4, v. 2.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:38 pm

RETORNO À CASA PATERNA
"Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado".

— Lucas - Cap. 15, v. 32.
Tão grande é aquele que perdoa, quanto o que reconhece o erro, lançando mão da corrigenda.
Acertar e errar são condições evolutivas das almas, em todas as latitudes cósmicas da criação, na volta a Deus.
A mitologia greco-romana avivou mais ainda as antigas ideias da Indochina, e essa da Lemúria-Atlântida, da existência de um inferno eterno, para onde os espíritos condenados fossem cambiados, não mais saindo dali.
A inverdade ficou de tal forma plasmada no psiquismo do povo, que todas as religiões começaram a ensiná-la como verídica, aproveitando o ensejo para amedrontar os mansos e assustar os endurecidos, meios quo vigoraram durante muito tempo.
Os poderosos da terra sempre compreenderam que o medo faz com que a massa humana, de autoritária e valente, torne-se submissa e covarde.
O medo do inferno foi um dos chavões, usados na época, que fez com que os espíritos sofressem muito tempo, à espera da verdade, para que ela os tornasse livres.
O inferno foi mal compreendido, por todas as gerações; as zonas infernais sempre existiram, e continuarão eternamente, nos mundos e nas zonas que circulam em torno de Deus.
De facto, o inferno é eterno.
Todavia, a alma habita-o temporariamente, até saldar seus débitos, por que essa é a justiça, essa é a misericórdia.
Desde o princípio existiram espíritos inferiores, e Para eles sempre foram reservados lugares compatíveis com seus merecimentos.
Se assim não fora, onde estaria a justiça?
Sempre existiram, e existirão, espíritos superiores, e a esses dar-se-ão os céus, reino de luz, em consonância com suas sensibilidades.
Tanto a luz, como as trevas, têm altas funções na grande casa de Deus:
uma, como corrigenda; outra, como prémio; uma, ilusão; outra, como realidade; uma, como morte; outra, como vida: uma como passageira, outra, como eterna.
Jesus, com a imagem do filho pródigo, veio esclarecer a não permanência eterna do que erra, nas zonas de sofrimento.
O rapaz, depois de muito sofrer, retornou à casa do Pai; esse o recebeu com festas, abraçando-o e beijando-o, assinalando gratidão a Deus, por ter achado o filho perdido; e o filho aprendeu a humildade, na viagem que fez, porquanto chegou querendo misturar-se aos escravos e se fazer um deles; o irmão que ficou, chegando à casa, da vinha onde trabalhava, encontrando alegria na família, por ter vivido o que estava morto, entrou a blasfemar contra o pai, por não ser ele o alvo das atenções, apesar do muito que tinha feito pela família.
Ainda existem na terra algumas religiões que acreditam em falsas profecias, em que só elas, ou seus crentes, têm a senha de entrada no reino dos céus.
Esquecem-se de que Deus é todo bondade, é todo amor.
Os pais, na terra, como assevera o Evangelho, quando os filhos lhes pedem pão, não lhes dão pedras, nem quando pedem peixes, lhes dão escorpiões.
Quanto mais o Pai celestial, maior que todos os pais juntos, cujo amor pela humanidade suplanta o de todas as mães, unidas umas às outras.
Como, então, levantais essa ideia de alguns irem para o inferno, por não aceitarem vossas crenças?
E, por julgamento humano, perder-se eternamente?
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Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia - Página 3 Empty Re: Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:38 pm

Meus filhos, atentai para isto:
o próprio Cristo não se sentiu em condições de julgar, no caso da mulher adúltera!
Se Deus fosse lançar no fogo do inferno eterno os que não cumprissem sua magnânima lei, não existiria ninguém salvo das manobras de Satanás; no entanto, mesmo errando e acertando, estamos com direito à vida, e ainda se nos oferecem tantas outras oportunidades, quantas necessárias, para o nosso soerguimento.
Isso sim, é que representa bondade.
Isso sim, é que é tolerância.
Isso sim, é que constitui amor sem limites.
Todavia, em meio a tudo isso.
Deus limitou nosso livre arbítrio, para que a consciência pudesse nos activar nos serviços de reaproximação do Cristo interno, e, por nós mesmos, engrandecermo-nos; por nosso mérito, iluminarmo-nos; por nosso próprio esforço, conhecermos a verdade.
Com todo o labor, com o cultivo das virtudes evangélicas, chegamos à conclusão que o céu e o inferno estão é dentro de nós; vivemos no inferno, quando desconhecemos a luz e activamos os instintos inferiores; gozamos o reino de Deus, onde estivermos, quando resplandecerem, na nossa consciência, todas as directrizes do Mestre Jesus.
Quando convertemos alguém para Cristo, com o exemplo da nossa transformação moral, a alegria é grande para nossos corações, e nos regozijamos a toda hora.
E, para que possamos nos ufanar para sempre, lembremo-nos da anotação de Lucas, que assim nos relata:
“Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.
— Lucas, Cap. 15, v. 32.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:39 pm

GRATIDÃO
“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação”.
— Filipenses - Cap. 4, v. 11.

A gratidão é uma disposição espiritual poderosíssima, que devemos cultivar.
Não aquela que se transforma em bajulação, nem tampouco a que incentiva a vaidade, mas o reconhecimento íntimo e sincero, ao coração que nos serviu com desprendimento.
A gratidão barulhenta perturba a sensibilidade de quem serviu como instrumento para nosso bem estar; ela constrange, depaupera, deprime e açoita o coração, com o látego da doação interesseira.
Gratidão cristã é aquela que reconhece, com bases na prece, demonstrando com actos que facilitem a permuta de elementos de vida.
Um sorriso de gratidão, quando esse está fundamentado no puro amor do que foi servido, vale muito mais do que escrever um livro, ramificado na mais alta verbosidade para com isso mostrar, a todos, valores que nem um nem outro possuem.
Aqui se incluem as longas preces em público, como os vaidosos fariseus dos relatos evangélicos.
Os vossos valores eternos
estão na vida que levastes, com a profunda influência de Jesus Cristo; fora dele, ficaríeis séculos incontáveis à procura da luz, sem contudo enxergar as portas da eternidade.
Nesta epístola, de Paulo aos filipenses, demonstra-se-nos a verdadeira gratidão.
O apóstolo da boa nova e seu companheiro, Timóteo, sentiram-se felizes e agradecidos, não por receberem dádivas da Igreja de Filipos, mas por reconhecerem o interesse dos filipenses em ajudar, por amor, exclusivamente.
Pois Paulo e Timóteo passavam dificuldades em outras regiões, como portadores da luz, em árdua demanda com as trevas.
A caridade é uma ciência muito perfeita; um simples raciocínio e veremos que, ao se reunirem os irmãos de Filipos, com o objectivo exclusivo de servir a alguém, abriram-se clareiras no mundo interno de cada um, modificando a atmosfera ambiente e criando, com isso, campo propício à manifestação de inteligências superiores.
Eis aí um exemplo do que pode produzir a afinidade.
As almas afins se atraem, reciprocamente.
E, ao se unirem, proporcionam-se uma troca de valores, a mais perfeita conhecida, dentre todas.
O laboratório do coração, com as mãos sábias da inteligência, em nome de Deus age sobre as energias disponíveis, transformando-as em forças divinas, projectando-as em direcção àquele a que se pretende ajudar.
Servir, assim, com desinteresse, sem trocas transitórias; ajudar, sem esperar recompensa, possibilitam ao favorecido, se seu coração já estiver preparado, sentir o verdadeiro reconhecimento, com júbilo, não pelo que recebeu de valores transitórios, mas por lhe ser dado sentir as bênçãos que acompanham as dádivas.
Aí, a profusão de alegria é imensurável; a gratidão se processa como por encanto, no silêncio das coisas, pelas vias subtis do pensamento, na abstractividade do coração.
A gratidão prepara o espírito para desfrutar da vida em outras dimensões, que só ela consegue atingir.
E o espírito, assim preparado, vê as coisas pelo prisma do equilíbrio :
Não se perturba, com muita alegria.
Não sofre mais, com a escassez.
Não chora, por lhe faltar tudo.
Não se desinquieta, com grande abundância.
Não se assombra, com a dor.
Não se tranquiliza demais, com a saúde.
Mas, de tudo, tira o bem, vivendo com o que lhe é Indispensável.
Sejamos bons para com os que nos servem, sem esperar bondade dos que servimos.
Sejamos tolerantes para com os que nos ajudam, sem esperar tolerância daqueles a quem ajudamos.
Sejamos amorosos com tudo e com todos, sem exigir comércio, no intercâmbio de valores.
Porque é dando, mas dando muito, que descobrimos quanto ainda temos de servir com o Cristo.
Uma gratidão, com as bênçãos de Deus, nos colocará no domínio das nossas forças, de maneira que, em tudo, sentiremos felicidade.
Inclusive, quando ouvimos isto:
“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação".
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:39 pm

INTELECTUALIDADE
“Dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade".
—Hebreus - Cap. 2, v. 4.

Supor que a alma evolua somente por um prisma é, certamente, querer aniquilar a grandeza de Deus.
Supor que a sabedoria dos céus está arrumadinha, dentro das páginas de um livro, é muita ignorância, porquanto o saber do Senhor não tem limites.
Só temos notícias daquilo que suportamos; de vez em quando, as revelações têm que sofrer renovações, no sentido de actualizar seus princípios:
isso não é corromper as coisas santas, é actualizar as verdades.
A inteligência tem uma grande função nos reajustes religiosos, nas selecções científicas, e no aprimoramento filosófico; sem ela, não haveria progresso.
Contudo, é indispensável que seja auxiliada pelo coração.
O sentimento do bem enriquece a inteligência, dando-lhe uma visão mais segura dos princípios das coisas, seus valores e o respeito que merecem.
A inteligência, sozinha, não realiza grandes coisas pois, ao tocar-lhe ou sentir-lhe os frutos, todos notam que falta algo.
O raciocínio aprimorado cria um pedestal, que ele mesmo, com o tempo, resolve derrubar, pois anseia por uma companhia que lhe fale mais ao íntimo.
E essa companhia, só o coração lhe pode oferecer.
O coração, por sua vez, no ritmo acelerado de sustentar a vida, busca senti-la.
Sai em campo para encontrá-la, e acha a inteligência, essência do seu porfiado labor.
Eis o ideal maior:
quando os dois trabalham por um só objectivo, irmanam-se em plena fidelidade.
Uníssonos, apresentam- nos o prelúdio da inteligência e do amor supremos.
O Evangelho fala dos perigos da inteligência e, notadamente, da tibieza do coração; um e outro precisam educar-se elevando as qualidades que possuem.
Para tanto, receberão o complemento espiritual, desde que se disponham a estudar e analisar o Cristo.
Com Jesus, a inteligência toma dimensões incomensuráveis; o coração atinge valores incalculáveis.
Mas sem esse enxerto divino, ser-nos-á difícil aproveitar totalmente essas duas forças.
É, de facto, perigosa, a inteligência, sem o Mestre; no entanto, é quase inútil o coração, sem sua magnânima presença.
Mas cada um, mesmo sob a influência do Cristo, tem acção diferente, na extensão da vida; um ensina, o outro educa; um amplia os conhecimentos, o outro distribui os valores; um discorre sobre as forças da natureza, o outro revela o amor de Deus, para com todas as suas criaturas.
Meus filhos, ficai sabendo que a inteligência deve servir como vislumbre prismático, para que, observando a, encontremos a grande sabedoria de Deus; e não deveis ficar sem saber que os dotes de um coração deverão servir, para quem os possui, como brechas grandiosas, pelas quais poderão sentir o grande amor do Pai celestial, por todos os seres que existem.
Não combatais a inteligência, mas dai-lhe boa direcção; não desprezeis o coração, mas aquecei-o com o amor.
A Doutrina dos Espíritos, caminhando junto com a humanidade, dando a essa o vigor necessário, nunca esqueceu a conquista milenária do ser humano, que é a inteligência.
Procura, por todos os meios, aprimorá-la; procura, por todas as formas, mostrar-lhe o cristianismo primitivo, para que ela sinta, com amor, a presença dos semelhantes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:39 pm

Demonstra, também, que a inteligência é um dos talentos a que se refere a parábola evangélica:
A cada um foi dado, por misericórdia, um punhado de talentos, representados por faculdades que devem ser exercitadas, carreando valores imortais, para os seus possuidores.
Os talentos, anunciados por Jesus, foram e são distribuídos entre os chamados e os escolhidos para servir na grande vinha do Senhor.
Necessário se faz proceder, não como o último da parábola, enterrando os talentos.
Mas sim, como o primeiro; exercitando-os, multiplicando-os, para a glória de Deus e felicidade dos corações.
Através da mediunidade, que o Espiritismo valoriza e educa, ampliamos os nossos conceitos sobre os talentos, cultivando a inteligência, intercambiando-a com o coração e o Cristo.
Nesta nova fase, com a revelação Espírita, desaparecerão as mazelas morais, pelo próprio esforço conjugado, da inteligência com o coração.
E passareis a fazer sinais, de novas conversões; passareis a fazer prodígios, no campo da caridade; passareis a produzir milagres, de compreensão e de alegria, por influência dos espíritos puros, em nome de Jesus Cristo e de Deus.
E já não achareis estranho, ouvir isto:
“Dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espirito Santo segundo a sua vontade".
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:39 pm

COMO DECIDIR
“Vendo Pilatos que nada conseguia, antes pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo:
Estou inocente do sangue deste, fique o caso convosco.”

— Mateus - Cap. 27, v. 24.

A águia romana pousou na Judeia, e um dos deveres do governador consistia em observar a atitude dos judeus com relação ao império dominante, a fim de se abafar toda e qualquer revolta, que pudesse surgir, visando a liberdade para o povo oprimido. Investigações com essa finalidade eram determinadas por Pôncio Pilatos, em nome de César, e se realizavam periodicamente.
Naquela ocasião, surgiu um homem, com o nome de Jesus, filho de um carpinteiro, que foi crescendo em tamanho e virtude, andarilho por natureza, e muito amado pelo povo.
Alguns o tinham na conta da profeta; outros diziam que era o Cristo que havia de vir, para libertar seu povo, oprimido e escravizado; outros ainda, anunciavam que aquele seria o rei dos judeus, que haveria de provar a supremacia da raça eleita:
As notícias cruzaram a Palestina, atingindo até mesmo Roma que viu a necessidade de enviar um seu emissário até à Judeia, pois o governador demorava a enviar um relatório que esclarecesse acerca do novo profeta que ali aparecera. Pilatos, antes, dava pouco crédito às notícias, por saber que Jesus era da família de João Batista e não reunia condições para subversão; se chegasse a interferir, seria na conduta do povo, e não na política de Roma.
Mas Roma não se faz quieta; teme a demora de Pilatos e manda vigiá-lo.
Desconfiado, o governador inicia uma investigação mais minuciosa e, além do que já sabia, pôde acrescentar:
o homem era inofensivo.
Dava-se mais a anunciar um tal de reino de Deus, ilusão de todos os profetas e adivinhos; não se intrometera em política, e nem conhecia tal coisa.
Roma poderia ficar descansada; mas Roma não ficou.
A águia voava por todas as bandas, rapinando e vigiando os estrangeiros dominados, razão por que as notícias sobre Jesus assustaram bastante os altos dignitários da velha loba.
Pilatos teve que tomar providências, para não perder seu trono.
Submete Jesus à vergonha pública, prendendo-o e fazendo-o passar por interrogatórios.
O Mestre, conhecendo a covardia do agente da corrupção, nada responde; em fúria, Pilatos lava as mãos, mesmo sabendo tratar-se de um justo; o medo fê-lo entregar Jesus aos fariseus, cujos principais sacerdotes almejavam ver-se livres do novo profeta, que já começara a fazer reformas morais no seio da família judaica, com base no mesmo livro que tantos adoravam.
E o retrato de grande parte da humanidade, nos nossos dias, ainda se assemelha ao da época de Pôncio Pilatos, governador da Judeia:
quando, na hora da decisão, em casos que carecem de uma ajuda maior; quando a estabilidade individual corre risco, muitos se acovardam, lavando as mãos, pensando que esse gesto pode livrá-los das responsabilidades.
Quanto se enganam!
A fidelidade e a justiça constituem emblemas sagrados dos corações.
Fugir ao cumprimento do dever, aos ditames da consciência, é tentar escapar da própria vida; não conseguimos isso, e sim, complicamos as situações, com a força negativa da covardia vaidosa.
Quantas vezes a vida convoca os nossos corações para uma decisão de grande importância e, na hora, lavamos as mãos, qual Pilatos?
E o Cristo ainda não nos acusa, permanece em silêncio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:40 pm

Quantas vezes, impulsionados pelo orgulho e pela vaidade, intentamos trocar vidas preciosas, por lugares de conforto transitórios?
Ou antas vezes desprezamos os caminhos do amor e da concórdia, para abraçarmos os Barrabás da subversão e e do crime?
Quantas e quantas vezes o Cristo perlustrou por nosso mundo íntimo, parando aqui e ali, nos pontos cardeais da nossa sensibilidade, sem poder articular uma palavra sequer, dado o nosso desinteresse por Ele?
Falamos muito de Jesus, neste século.
Escrevemos páginas inumeráveis sobre sua vida, dizemos sempre aos outros que Cristo é a salvação.
Mas ainda o carregamos, crucificado, em nosso ser, com os cravos do pecado e a cruz da covardia.
Libertar Jesus, em nós, será motivo de glória.
Para esse trabalho, contudo, é necessário que conheçamos a verdade, porque somente ela liberta.
Ninguém conhece a liberdade, tendo fortes tendências para a mentira.
Ninguém conhece a verdade, acalentando a maledicência ou desviando, por vontade própria, sua direcção, dos caminhos da caridade e do amor.
Se não quereis julgar, não julgueis.
Isso será bom; mas, quando chamados à decisão, decidi, sem lavar as mãos, e sem deixar, premeditadamente, o fardo nos ombros dos outros.
Nunca imiteis o gesto do governador, como escreve Mateus:
“Vendo Pilatos que nada conseguia, antes pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo:
Estou inocente do sangue deste, fique o caso convosco".
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:40 pm

OBEDIÊNCIA
"Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar- lhe a cruz".
— Mateus - Cap. 27, v. 32.

Somente Deus não tem necessidade de obedecer a quem quer que seja.
Nós outros carecemos da obediência, já que somos inferiores, e com ela estaremos abrindo canais para o aprendizado de outras virtudes.
Somente Deus prescinde da ajuda de outros seres, porque é perfeito.
Os demais filhos da criação não vivem sem o esforço mútuo, sem troca permanente, de uns para com os outros, no afã de atingir uma meta evolutiva considerada infinita.
Somente Deus dispensa completar suas qualidades, porque Ele é a perfeição absoluta.
Os espíritos, herdeiros do Senhor, por esforços individuais e colectivos, chegarão à plenitude da felicidade.
Mas isso, em permanente permuta das conquistas dos valores imortais.
E o amor de uns para com os outros nasce da necessidade de nos completarmos, com as experiências e conquistas de cada um constituindo património de todos.
Essa é a lei de Deus, essa é a função da vida.
Todos os espíritos, mesmo nos rudimentos da razão, conduzem consigo a síntese divina de todas as leis, bruxuleando pelas vias dos instintos.
Se tudo vive em agrupamento, não é por força de uma obediência imposta por lei?
As pedras, as estrelas, tudo obedece a uma lei, a uma vontade soberana; tudo se agrupa, para melhor harmonia da criação.
O Sol, como centro de forças a se expandirem no cosmo, tem em torno de si os cireneus, em forma de planetas, absorvendo sua luz e calor como formas de vida, para então ajudá-lo a cumprir sua majestosa missão, no conserto das coisas criadas. Entre os planetas existem trocas incalculáveis, das quais pouco conhece a ciência; se assim não fora, não haveria equilíbrio.
O sistema solar, como cireneu maior, gira em torno de outros sistemas, com o mesmo objectivo, de ajudar sendo ajudado, de ombrear um pouco da cruz do seu companheiro em dificuldades.
As constelações giram em torno das galáxias, em profunda simbiose, em trocas permanentes de energias vivificantes, seivas de Deus que garantem a vida, em toda parte.
Eis porque o cireneu é o símbolo da obediência e da ajuda, para que a fraternidade se entrelace, entre os homens e os anjos, entre a vida e as coisas.
Da cooperação fraterna, da ajuda mútua, nascem as coisas mais belas da vida.
Mesmo no mundo, vemos o alfabeto, alguns poucos garranchos em harmonia, e dessa cooperação de uns para com os outros, surgem lindas peças literárias; dessa conjunção nascem poesias, que arrebatam; com essa mesma democracia fraterna, imprimem-se livros e mais livros, que educam e iluminam a humanidade.
Com esses poucos riscos, em harmonia divina, Deus, através de Jesus Cristo, nos ensinou o amor.
Somente Deus, repitamos, não precisa de outros deuses.
Mas nós outros precisamos de outros espíritos para, por intermédio das permutas efectuadas com eles, encontrarmos mais facilidades na nossa evolução.
Ao receber, um, a mão amiga de outro, nascem o afecto e o gratidão eterna, de coração para coração.
Sejamos, meus irmãos, cireneus, na hora que a lei nos convidar para levar algum peso, que por acaso o semelhante não suporta sozinho.
Todavia, não podemos esquecer que se a vida e a lei demorarem com seu convite, devemos fazer algo por nós mesmos, em benefício dos que choram e sofrem, porque é deles, no dizer do Evangelho, a entrada para o reino dos céus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:40 pm

Ajudando a alma, nessa fase, estamos cooperando para a salvação de mais uma.
Se algum cireneu procura vos ajudar, aceitai sem murmuração, porquanto o próprio Cristo silenciou quando da cooperação de Simão, no trajecto com a cruz para o calvário.
Se quiserdes entrar na evolução recta, não o conseguireis sem a obediência.
Porquanto não há fé, sem obediência; não existe caridade, sem obediência; não aparece amor, sem obediência.
Sede um sol, obedientes a uma rota traçada pela Inteligência soberana, um cireneu divino, livres das consequências mundanas.
Ao sairdes, no vosso giro habitual, fazei luz, sem esperar serdes obrigados a isso, como no caso narrado por Mateus:
“Ao saírem, encontraram um cireneu chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz".
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:11 pm

DÍVIDA
“Responderam: De César.
Então lhes disse:
Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

— Mateus - Cap. 22, v. 21.

Quase todos os que renascem na terra, têm pesados tributos para com ela, dentro da feição de disciplina que César instituiu.
Não estais envolvidos na carne para gozar as delícias do paraíso, e sim, para verter, nos campos desta seara, suor e lágrimas, na proporção que vossas necessidades evolutivas requererem.
Todos os soldados que são chamados para a guerra têm uma área de função definida para lutar, para defender, onde e quando o comando achar conveniente.
A alma, no mundo, tem uma tarefa semelhante; muitos de vós conheceis as dificuldades encontradas por um espírito, para escolha e ajustamento reencarnatório.
Há muitos métodos de preparo para o retorno à carne e, muitas vezes, todo esforço é frustrado; não se deixa de aprender algo nas páginas da vida que sempre ensina.
Mas, às vezes, deixa-se de realizar uma tarefa, com muito maior rapidez.
Nesses casos, para recuperar o tempo, haverá sofrimento, acentuadamente maior, e a batalha será bem mais difícil.
Na anotação de Mateus, Jesus foi tentado pelos fariseus e herodianos.
Mas, conhecendo seus pensamentos, fê-los voltar sem argumentos, respondendo que, nem de leve, não se deve querer derrogar a lei, mesmo a de César.
Quem conheceria, mais que o Mestre, as necessidades do tributo, do povo para com o governo?
Não somente pelas despesas de uma nação, mas também pelos portes evolutivos dos espíritos que nasceram sob aquele jugo.
Uma e outra necessidades se completam, parecendo que, no fundo, ninguém paga imposto como se estivesse pagando uma roupa, ou comprando um pão.
Contudo, na verdade, a carência é a mesma.
O tributo tem o seu devido lugar, no campo dos deveres humanos.
Quanto ao julgardes sobre a aplicação indevida dos impostos, não cabe aos contribuintes julgar os mandatários, pois eles, como vós, respondem pelos seus actos perante a vida.
O governo precisa dos governados, como estes têm grande necessidade de um bom orientador.
Uns e outros se completam, para o surgimento da harmonia, para a felicidade dos povos.
Jesus ensinou a todos os governados, que dessem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus, abrindo, assim, duas alas de deveres para a humanidade.
O ser humano, constituído de espírito e corpo, tem, no sentido mais comum, duas carências:
a física e a espiritual.
As necessidades materiais impetram, nos caminhos dos homens, problemas de variadas ordens, que estes, como bons soldados no mundo, têm de resolver.
Abster-se dos deveres da terra, é o mesmo que desertar das lutas, quando chamados para elas.
E os deveres espirituais não podem ser relegados ao esquecimento, sob pena disso vos custar muito suor e sangue.
Se há leis para o corpo físico, também as há para a organização espiritual. Se as primeiras são ensinadas, do berço ao túmulo, principalmente no lar e na escola, também o são as espirituais.
A oração, que principiamos a balbuciar com os nossos pais, são rudimentos da lei espiritual, e o Evangelho de Jesus, disseminado por todo o mundo, é a cátedra maior, que nos ensina as leis espirituais.
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Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia - Página 3 Empty Re: Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:12 pm

Ignorar esses dois deveres, ou obedecer só a um deles, é andar torto de um lado.
Sofremos as consequências dos nossos desleixos, porquanto, há dois mil anos, o Mestre ensinava o cumprimento desses preceitos:
"Dai a César o que é de César, e a Deus o que o de Deus’.
Quando o corpo físico sente necessidade do pão de trigo, a alma sente fome da palavra de Deus.
Quando o corpo de carne se inquieta com a nudez, o espírito anseia, aqui e ali, pelas roupas da moral.
Quando o corpo material busca uma moradia no mundo, a organização
psíquica requer o amparo da amizade.
Quando a alma, no mundo, precisa alisar bancos no aprendizado do “abc", força que abrirá novos roteiros para a vida, o espírito imortal carece da escola do Evangelho, onde sua mento espiritual atingirá as culminâncias do céu.
Quando o espírito reencarnado procura resgatar os tributos de César, a alma anseia pelos resgates perante a consciência.
Quando a humanidade sente o enfado de se comunicar somente entre si, busca o complemento, comunicando se com os espíritos.
É quando os encarnados atendem ao Cristo.
Para finalizar, os preceitos espirituais fazem do repasto do mundo uma prece, e da prece um alimento para a alma.
Porque assim estatuiu Jesus, quando disse:
“Responderam:
"De César. Então lhes disse:
Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.
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Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia - Página 3 Empty Re: Alguns angulos do ensino do mestre - Miramez / João Nunes Maia

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:12 pm

COMO PROCEDER
“Agora vos digo:
dai de mão a estes homens, deixai-os; porque se este conselho ou esta obra vem dos homens, perecerá”.

— Atos - Cap. 5, v. 38.

O impulso de quem está no comando é o de ali permanecer toda a vida, sem pelo menos considerar a força do tempo e as necessidades da evolução.
Os homens dos poderes, sejam eles de quaisquer ordens, tornam-se insensíveis aos anseios da evolução, pressupondo que nasceram para aquele mister, até os fins dos dias, na face da terra.
A inteligência, nestas horas, não lhes mostra os caminhos mais acertados, por não encontrar meios para remoção do orgulho e da vaidade, barreiras entravantes, que induzem ao retardamento.
Quase todos os políticos caem nessa obsessão, embrenham-se na cegueira de serem os mandatários até às cinzas, sem contudo notar que existem, à sua retaguarda, muitos outros dotados de melhores condições.
Na área religiosa é a mesma coisa:
o lugar de destaque é disputado, e quando um assume o comando, a intriga e a política são as armas usadas para ali permanecer, até a morte física.
Tudo isso representa a força nefasta da vaidade orgulhosa; o dirigente se sente diminuído e abatido, quando desce da posição de chefia. não aceitando , de maneira nenhuma, ser um dos simples irmãos da comunidade.
Dir-se-ia uma calamidade do coração, quando um deixa a posição de comando para se assentar nos últimos bancos, esquecendo os ensinos do Divino Mestre, quando dizia; "Ao entrardes em um banquete, não procureis os primeiros lugares, para que o dono da casa não vos mande assentar no último; revesti-vos de humildade e procurai os últimos bancos; porquanto, muitas vezes, o dono da festa poderá convidar-vos para os primeiros assentos, e seja isso, para vós, motivo de glória”.
Gamaliel, o grande rabino e acatado mestre das sinagogas, um dos maiores doutores da lei antiga, era homem de muita humildade.
Ao ver e ouvir notícias do famoso Nazareno e sua nova doutrina, notando que a quantidade de discípulos se avolumava, todos os dias, e que os outros doutores da lei se preparavam para combater e perseguir o Cristo, não aprovou tais atitudes.
Paulo, aluno do convívio íntimo de Gamaliel, era um dos contraditores das ideias cristãs.
Gamaliel chama-o e fala-lhe:
“Se a doutrina que este nazareno propaga vem de Deus, as mãos humanas são frágeis para combatê-la; se não vem dos céus, o próprio tempo se encarregará de destruí-la.
Esperar é o melhor remédio".
Mas seu discípulo não gostou da atitude do mestre, tomou outros rumos, e sentiu, na própria carne, as verdades percebi das por Gamaliel.
O professor de Paulo de Tarso pregava e ensinava as leis do velho testamento, mas sempre com restrição a alguns pontos doutrinários, compreendendo que o povo já se encontrava preparado para coisas mais elevadas de vez em quando, Gamaliel descortinava fora da letra e filosofava, por entre os reinos do espírito, revelando factos novos para os mais ansiosos por alimento espiritual.
Mas, se assim o fazia, tinha seus métodos, para que não fosse considerado fora da lei mosaica.
A ponderação era a sua virtude maior; nunca ofendia, nem tão pouco desacreditava; se, porventura, observava erros, silenciava, procurando avivar nos outros as coisas boas.
Gamaliel era um espírito de hierarquia elevadíssima, pai por excelência da ponderação, nos bastidores das sinagogas.
Todos vinham a ele, procurando conselhos, e nunca saíam sem saber o caminho a tomar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:12 pm

Eis o que todos nós devemos aprender; nunca sair em combate às ideias alheias, nunca nos inquietarmos com o modo diferente de pensar de nossos semelhantes, nunca perseguir nossos irmãos, por comungarem eles fé diferente da nossa.
O respeito para com o que os outros fazem e pensam, faz com que eles tomem idêntica atitude, em relação a nós.
Ao ouvirdes alguém pregar o Evangelho de modo contrário ao vosso, ajudai pelo silêncio, e cooperai pela oração; já que aquele modo não vos agrada, não atrapalheis, procurando desfazer; aproveitai o tempo, fazendo da maneira pela qual entendeis.
Quando lerdes alguns artigos que achardes inconvenientes, não refuteis.
Aproveitai o tempo, escrevendo coisas úteis, porquanto, primeiro Deus está vendo o deixando, e quem sois vós para passar na frente dEle?
Se encontrardes alguns livros nocivos, no vosso modo de ver, não julgueis nem entreis em combate contra eles:
aproveitai vosso tempo, escrevendo um, com fundamentos educativos, e sereis bem aquinhoados.
Se, por acaso, surgirem novas religiões, não difameis tais atitudes; não deveis dissolver o vosso tempo, que vale ouro, em combates, que podem ser nascidos da força do orgulho e da embriaguez da vaidade.
Vivei felizes na vossa doutrina; amai-a e segui com fidelidade seus preceitos, sem contudo servir de pedra de tropeço, para ninguém.
Se conheceis Jesus, aceitais o amor; se aceitais o amor, aprendestes a tolerância, a compreensão, a concórdia e a fraternidade.
Porque, fora disso, não poderá existir Deus em vosso coração.
Não combatais o mal dos outros.
Porque, se na verdade for o mal... escutai o que diz o Evangelho:
"Agora vos digo:
dai de mão a estes homens, deixai-os; porque se este conselho ou esta obra vem dos homens, perecerá”.
"Respondeu-lhe Jesus:
Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.
— Mateus - Cap. 18, v. 22.
O perdão sempre se constituiu em motivo de comentário, em todos os meios religiosos e familiares.
Ele é o traço de união entre pessoas que se aborrecem umas com as outras.
O perdão tem superioridade sobre a maledicência e a ignorância; é o senhor que o coração, formado no bem, anseia.
Perdoar é começar a viver o céu, mesmo aqui na terra; é mostrar aos semelhantes que já se despediu do atavismo milenar dos que ofendem.
Antes de Jesus Cristo o perdão não era bem compreendido; falava-se nele nas escolas, nos lares, nos duelos, nas guerras, até mesmo nas casas, onde a moral não existia como pedra angular da vida.
O esquecimento de uma falta se dava com restrições; dependia muito do ofensor, ou do ofendido, os quais perdoavam ou eram perdoados, mais ou menos prolongadamente, de acordo com o procedimento e estado de espírito do que ia abençoar pelo perdão.
O modo pelo qual era entendido estava longe de chegar aos moldes ensinados pelo Cristo, a seus discípulos.
Mas como o perdão também evolui, embarquemos nas asas dessa virtude singular, aproveitando suas paradas, e desfrutando das suas subidas e planuras no campo dos entendimentos humanos.
Mesmo na época dos ancestrais da humanidade, com todos os seus “porquês”, era ele que dava ao sofredor algum alívio.
Por conseguinte, abençoemo-lo. De qualquer forma, o perdão, na terra, é o céu procurando ambiente nos corações, para se instalar em definitivo, ensejando-nos o legado de Jesus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:12 pm

O grande Nazareno, além de ensinar que deveríamos esquecer as faltas.
quando ofendidos, e ajudar aos ofensores, instruiu-nos também para caminharmos com eles, quando juntos no caminho.
O perdão, antes do Cristo, era transitório e duvidoso, poderia durar meses ou anos, minutos ou horas, dependendo do perdoado e do bom ânimo do que se dizia dono da lei.
Nas épocas recuadas dos faraós, às vezes, uma nação inteira recebia o perdão, cessando-se a subjugação presenteava-se o faraó com uma linda jovem.
E o rei, se gostasse, concedia o perdão aos subjugados.
É o sensualismo despertando o interesse, e a embriaguez dos sentidos conduzindo à indulgência.
Esse tipo de perdão não deixou de ser útil a milhares de pessoas, mas não é o verdadeiro, porque, mesclado nele, vibra a troca, a usura do ouro e da carne.
Quem não tivesse nada para oferecer, sofreria eternamente.
Além do mais, a nação perdoada não esquecia o velho ofensor.
Quando tivesse oportunidade, viria a campo para a desforra, porque junto ao indulto, faltara o complemento do coração:
o perdão sem exigência, o perdão sem busca de direito, o perdão sem espera de troca.
Descansa o inimigo, mas nunca acaba a inimizade; paralisa um pouco o ódio, mas perdura a vingança; dá-se um pouco de vertência à acção democrática, mas não se abraça a verdadeira fraternidade.
Com Jesus Cristo, tudo tomou forma diferente; o perdão tomou linha recta, ampliando, aqui e ali, todas as qualidades embrionárias que possuía.
E os discípulos, ainda confusos acerca da indulgência, interrogam o Mestre:
“Como perdoar?
Até sete vezes?"
Jesus, tomando a palavra, com ênfase, discorre, e seus seguidores escutam:
“Não, não só sete vezes, mas setenta vezes sete”.
O perdão, desse dia em diante, começou a tomar proporções sem limites; e acrescentou o Mestre que, para o perdão ser verdadeiro, não podia exigir, nem ser comerciado, nem ter opressão.
O perdão divino teria suas bases na verdadeira fraternidade; perdoar, por amor à criatura, e por respeito a Deus.
Os discípulos saíram pelo mundo como mestres do perdão.
E os chamados pelas consciências, por estarem preparados para compreender o Cristo, saíam em campo, à procura dos mensageiros da luz, perguntando-lhes como deveriam perdoar.
Todos eles, há quase dois mil anos, espalhados na terra e no céu, ensinam:
o perdão não pode exigir, não pode gloriar, não pode comerciar, não pode envaidecer; tem de ser humilde, fraterno, caridoso, compreensivo e amoroso, estendendo- se em todos os caminhos, de bênçãos e de trabalho, para que o Cristo de Deus se alegre connosco, e nós com a consciência.
Se, às vezes, por invigilância, perdoardes e ainda sentirdes rancor pelo irmão, tornai a 1er este texto evangélico:
“Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete".
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:12 pm

PARA QUE SOFRER?
"Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos, do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo".
— Mateus - Cap. 18, v. 9.

O sofrimento constitui um ponto de interrogação para a Ciência, e o "por que sofremos" paira no ar, desafiando não somente os cientistas, mas toda a humanidade, excepção feita àqueles dados ao misticismo mais profundo.
A Medicina tem a missão de debelar o sofrimento, pouco conseguindo, até hoje, no campo das curas, por não poder atingir as causas, que são de dificílimo diagnóstico.
A enfermidade é condição natural das almas em evolução, e o espírito, na sua jornada ascendente, passa por fases numerosas, a cada uma delas somam- se muitos sacrifícios, correspondendo a muitos sofrimentos.
A ciência médica, com o perpassar dos anos, adopta a psicologia como agente, nas interrogações demoradas: usa a psicanálise, a psiquiatria.
Nos dias correntes está quase adoptando a parapsicologia, ou criando uma similar, no sentido de aprofundar-se mais ainda nas causas das enfermidades.
É a dor, que faz com que ela caminhe em todas as direcções, em busca de socorro que lhe possibilite debelar os males.
Deus não deixará esse esforço em vão; dará ajuda a todos os empreendimentos que visem o alívio dos que sofrem, desde que não interfiram no carma individual, força poderosíssima que não respeita nenhuma das fórmulas medicamentosas, nem qualquer método terapêutico, porque o próprio carma é a bênção do elixir da verdadeira cura.
Os ramos "psis" da medicina estão em direcção certa, mas andando devagar.
O espiritismo cristão espera que eles cheguem perto, para que possa ajudá-los, dar-lhes a mão, nesse roteiro difícil da procura das causas de todas as doenças.
As portas de pesquisas da Doutrina Espírita são largas, ampliando conceitos, dando visão mais segura a todos os estudiosos do assunto, para uma solução definitiva, na cura das dores e no entendimento de suas consequências.
A ciência médica nunca consegue, em campo nenhum, curas definitivas.
Sua grandiosa missão é remediar males, é dar alguma esperança, o que já corresponde a muita coisa; a cura verdadeira está na ciência interna, no remédio elaborado pelo coração, com as mãos sábias da inteligência, servindo como livro divino, escrito por Deus, para consultas às fórmulas medicamentosas.
Existem dois roteiros da dor:
a dor evolução e a dor provação; uma e outra têm o mesmo objectivo; melhorar as condições do espírito, sem o que não haverá felicidade.
Os pais da medicina, escolhidos pelo mundo, sofreram, e os que aí estão sofrem enfermidades prolongadas, problemas de todas as ordens e desinquietações ininterruptas.
Se assim não fora, não haveria um motivo para as grandes descobertas.
O ser humano ainda precisa do guante da dor:
só ela o impulsiona para a frente e para o alto.
A missão do dor termina quando começa a superioridade do espírito.
Mas, enquanto isso não chega, todos os remédios e diagnósticos são paliativos .
A bondade de Deus é tamanha que, vendo o sofrimento dos seus filhos a passar dos limites de suas forças, por misericórdia, dotou Igualmente as religiões com o poder de aliviar os enfermos, despertando, nas almas, forças tais, com as quais podereis aliviar a vós mesmos, como também acelerar o progresso, objectivando a verdadeira cura.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:13 pm

A alma não nasce com o corpo, por isso os homens são desiguais e cada um carrega aquilo que é, expressando, no mundo físico, o que foi, antes de tomar novo corpo.
É na ciência da reencarnação que poderemos encontrar as raízes de muitos males; essa é a operação da lei da justiça:
respondemos por todos os nossos actos.
Quando alguém aparece no mundo sem uma perna, só encontrareis a causa na lei da reencarnação.
Se alguém surgiu na terra sem os olhos, só podereis diagnosticar o “por quê” da cegueira, como justiça, analisando as vidas passadas.
Se alguém se apresenta com enfermidades incuráveis, no seio de família sã, somente sentireis alívio quando conhecerdes os processos das vidas múltiplas.
Se estiverdes incluídos em alguns desses dolorosos dramas, meus filhos, revesti-vos de compreensão e tolerância, porque só tendo caridade convosco mesmos é que aliviareis os vossos fardos e suavizareis os vossos jugos.
Quem disse o que segue abaixo, foi o maior Mestre de todos os tempos:
"Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o, e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos, do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:13 pm

COMO DAR
“E quem der a beber ainda que seja um copo de água fria a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão".
— Mateus - Cap. 10, v. 42.

Recompensa é o que todos esperam, quando começam a dar.
Porventura não é assim que aprendem a distribuir verdadeiramente?
Dar, como convém?
Só com o tempo, forjados na têmpera do amadurecimento espiritual e destilando amor sem condições, é que podereis dar. dentro do padrão evangélico, sem vos mesclardes com o interesse comercial.
Antes da razão, a natureza e os instintos nos ensinam, em trocas sutilíssimas, como deve ser dada alguma coisa, como se deve trocar, se assim podemos dizer, sem alterar a vida interna das coisas, sem colocar medidas e pesos, com interesse no que se vai receber.
É verdade que tudo ocorre
assim por não haver raciocínio, mas é por isso que as lições são belas.
Flui dessa amizade, que considerais inconsciente, o interesse único de servir, de cooperar com o vizinho ou igual.
A obediência à lei é totalmente cumprida, sem o que não haveria vida e não compreenderíamos Deus.
A planta recebe do sol, da água e do ar, uma cooperação espontânea, mas retribui com dádivas de compensação, sem comércio, sem exigências, sem alterar o mundo celular com seu engenhoso metabolismo vegetal.
Ninguém foge às leis de recompensa, mas essas nunca devem ser dirigidas por quem dá; existe, para isso, a força de Deus, vibrando do átomo às galáxias, sem deixar despercebido um til, que seja, da lei.
Quando o ser espiritual ergue a mente, com o prémio da razão, sente- se como um deus e, julgando erradas as leis, começa a dar-lhes novas direcções, como se fosse um criador de coisas; é aí que a vida toma formas monstruosas, chegando a ponto de não parecer vida, mas expressar a morte.
As fibras mais íntimas da existência são torcidas, pela vaidade e pelo orgulho, e só depois de os espíritos sofrerem as consequências das suas malfadadas vontades é que, pouco a pouco, vão compreendendo seus erros, e começam a acertar.
E por que Deus o permite?
Essa é sempre a pergunta; mas esta é sempre, também, a resposta:
deixa, porque são lições imprescindíveis às ascensões das almas; deixa, porque é errando que se acerta, em todos os ângulos da criação onde haja raciocínio, onde haja razão, como ângulo supremo das conquistas dos espíritos.
A verdade é que o Evangelho veio ao mundo depois da razão desenvolvida, elastificada, com tendências para o amadurecimento; se assim não fora o trabalho de milhares de espíritos, empenhados na execução da Boa Nova nos planos espirituais, estaria perdido.
Ninguém efectua um plantio, sem que as terras estejam em condições; as sementes só frutificam em terreno adubado, regado e cuidado.
Isso aconteceu com as almas:
como sementes Divinas foram preparadas devidamente, tratadas e adubadas com todo carinho, pelos jardineiros espirituais para, quando amadurecidas, receberam as ideias das leis de Deus, trazidas pelo grande Mestre de todos nós:
Jesus Cristo.
Agora, depois de árvores frondosas, usando todo o material ofertado pela vida, dão os frutos que lhes convierem, contanto que respondam por eles.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:13 pm

A princípio, são frutos venenosos.
O uso da razão é torcido.
Mas as consequências da dor fazem com que o coração oriente o raciocínio, que toma novos rumos, principalmente nas trocas de valores, de uns para com os outros.
É o Evangelho pontificando.
Lembremo-nos de um velho aforismo; "Quando o poço está pronto, a água aparece”.
Um e outro resplendem a mesma coisa:
ao amadurecer o espírito, o Cristo aparece em seu coração, como disciplinador das suas forças, no grande transformismo íntimo, fazendo com que as almas retornem, mais conscientes, ao seu "dar" embrionário, de quando pedra, de quando planta, e de quando animal.
Antes, era a força de Deus mais presente no coração das coisas; agora, como senhor do si, dotado de razão ampliada, de consciência fermentada pela prática do bem e do amor, com a liberdade disciplinada nas áreas livres da vida, a alma pode e deve trocar os seus bens, sem, contudo, fazer exigências.
Deve doar o que possui para doar, sem alterar seus sentimentos, à espera de algo em seu favor; deve compreender que é dando, sem medidas e sem espírito de usura, que se recebe melhor, que é dando, por caridade, que se encontra a paz; que é dando, sem peso e por amor, que se encontra a felicidade.
Mas nunca pensando que, por darmos, algum dia venha a nós o que se deu para outro reino.
Jesus mostrou a seus discípulos a imagem perfeita dos seres aptos a ingressarem no céu, pegando uma criança, levantando-a nos braços e dizendo:
"Contemplai, é dessas o reino dos céus; observai uma criancinha, que chamais inocente, e segui-a; aprendei o que nela existe de divino, que sereis anjos".
Ai, qualquer coisa que derdes em nome do Cristo tem esplêndido valor, porque aprendestes a dar com discernimento e amor.
E para vosso maior conforto, escutai novamente o que diz o Mestre, quanto ao conceito de dar :
"E quem der a beber ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá seu galardão".
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:13 pm

FUGIR DO MAL
“E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo:
Este recebe pecadores e come com eles”.

— Lucas - Cap. 15, v. 2.

Com a ideia de pecado mortal e de inferno eterno seria difícil, senão impossível, o pecador regenerar-se.
Todas as portas se fechariam para ele; a misericórdia, neste sentido, não existiria; a bondade de Deus se tornaria um mito, no campo da terra, para os sofredores, que se esforçam, sofrem, lutam, querendo aprender uma lição mais edificante.
Estariam bloqueadas todas as oportunidades para o soerguimento; a última coisa que poderiam fazer seria morrer, mesmo assim, sem honra.
Até seus corpos seriam relegados ao esquecimento, fardos imprestáveis atirados aos corvos famélicos da putrefacção.
E a alma? Para onde iria?
Ficaria vagando no espaço cósmico, procurando, aqui e ali, alguém que tivesse compaixão de seus dissabores; encontrar esse alguém, onde?
Só se fosses nas mesmas condições.
Estaria mesmo no inferno? Parece que sim.
Desinquietar-se-ia seu coração, com essa ideia já plasmada nas suas fibras mais íntimas, só pensando mesmo no inferno eterno, no sofrimento sem remissão.
De vez em quando, ergueria a mente, e gritaria, no vazio da vida:
meu Deus, será que estou mesmo perdido, eternamente?
O tempo passa, o espírito se transforma, a luz bafeja seu torturado coração, que é assistido.
Sente Deus e conhece a luz; nota que alguém lhe concede ajuda, vê esses espíritos.
Mais tarde, candidata-se ao serviço de socorro, em amparo a outros irmãos que também sofrem nas regiões purgatoriais, como ele havia sofrido.
Anseia voltar à terra para anunciar a não existência do inferno eterno, no sentido da permanência eterna das almas.
Vimos, meus irmãos, como uma só ideia errónea faz almas sofrerem.
Vemos quanto o Cristo libertou os espíritos da dúvida, da mentira e do medo, rasgando, para toda a humanidade, horizontes de alegria e esperanças.
Quiseram interceptar a mensagem de Jesus, sem resultado; ela vara os séculos e alcança seu objectivo, de transformar o homem em super-homem, e este cm anjo.
E isso está se processando na consciência de todos, embora poucos tenham consciência disso, pois constitui aquisição espiritual, e não estatutos forjados pelas mãos dos homens.
A ideia de Deus é a verdade, só ela ficará de pé.
Jesus, na sua grandiosa mensagem ao mundo, já dissera que veio para os oprimidos, para os sofredores, para os cansados, para achar quem está perdido, para anunciar a boa nova de Deus.
E ainda profetizou a vinda de outro consolador que, em seu nome, relembraria tudo o que Ele tinha dito, e ainda muito mais.
Esse consolador daria continuidade, como espírito da verdade, à mesma doutrina de perdão e de amor; daria um traço de união entre todas as religiões do mundo, pela força da caridade, e se faria conhecido como cumprimento do anunciado pelo Cristo, pelo amor despertado nos corações, de uns para com os outros.
O consolador veio propagar, com toda segurança, que ninguém morre, que a vida continua em toda parte, dando provas disso, pelos factos.
Ele anunciou, em nome de Jesus, que não existe eternidade dos sofrimentos, nos caminhos da alma; que as dores são condições evolutivas de todos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 24, 2018 11:05 pm

Ele veio anunciar a todas as almas, encarnadas e desencarnadas, que todos temos oportunidades de ser úteis, na grande vinha de Deus, sem distinção de valores, mas visando somente o que cada um pode dar.
Desapareceu com ele o pecado mortal, e todos têm oportunidades de regenerar-se; graças a ele, o Espiritismo, as bênçãos de Jesus atingiram, com maior calor, toda a humanidade, com a promessa de com ela permanecer até à consumação dos séculos.
Quando o Mestre estava pregando, aproximavam-se dele todos os publicanos e pecadores, para ouvi-lo; e Jesus não agiu qual os escribas e fariseus, escorraçando-os; abraçou-os, comeu com eles e ensinou a todos, com paciência e amor.
E entre dois ladrões, no topo do calvário, desprendeu-se para a luz imortal.
Partiu, concitando-nos, não a fugir do mal, mas a convertê-lo no bem.
Partiu, convidando-nos, não a amaldiçoar a preguiça, mas a transformá-la em trabalho.
Partiu, impulsionando-nos, não a julgar os que erram, mas a ensiná-los a acertar, pelo exemplo.
Partiu, advertindo-nos de que não devemos ser influenciados pelos ambientes de ódio, mas deixá-los, em silêncio, impregnando esses lugares de amor.
Partiu, abrindo nossa visão para sabermos que os pecadores não estão perdidos, e sim, precisando da força do nosso exemplo cristão, para se regenerarem.
Partiu, ensinando-nos que, mesmo na última hora, de despedida do mundo, há oportunidade de se salvar alguém.
Se assim acontecer convosco, fazei-o com segurança, porquanto, mesmo na cruz da redenção.
Jesus encontrou forças para regenerar a Dimas.
Se, por acaso, fordes procurados pelos pecadores, não desdenheis suas presenças.
Procurai dar o melhor de vós para esses irmãos e, se possível for, comei também com eles, porque, muitas vezes, pela comida, as bênçãos de Deus podem atingir-lhes os corações.
Fugir do mal não é o plano de Jesus; a ideia do Mestre é transformá-lo no bem.
Se alguém vos vir com pecadores, e murmurar, lembrai-vos deste texto de luz:
“E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo:
Este recebe pecadores e come com eles".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 24, 2018 11:05 pm

ABNEGAÇÃO
"E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo”.
— Lucas - Cap. 14, v. 27.

O Cristo exigiu dos seus discípulos uma decisão das mais difíceis, caso quisessem segui-lo:
"aquele que não tomar a sua cruz e não vier após mim, não poderá ser meu discípulo".
Os encargos a desempenhar, como discípulo de Jesus, não são poucos; a transformação, na vida de cada um, terá que ser substancial, sem meios termos, não por imposição do Cristo, mas sim, por exigência da tarefa grandiosa, e pela responsabilidade da consciência de cada um.
O impulso de todo ser humano é fugir das responsabilidades; mesmo os mais evoluídos assim agem, a não ser quando recebem em troca bons rendimentos.
Jesus era conhecedor das fraquezas dos homens, e precisava deles, para a disseminação da boa nova do reino de Deus.
Chamando um a um, reuniu a todos, e disse:
“Assim pois, todo aquele que dentre vós não renunciar a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo".
A renúncia era a base do alicerce doutrinário; quem não a concretizasse, poderia voltar aos seus trabalhos, onde se encontrava antes.
Jesus nunca impunha suas ideias; expunha suas convicções, sem oprimir a vontade de ninguém e esclarecia, a todos, os planos de Deus.
Não queria perturbar as actividades dos discípulos na terra, mas instruía-os sobre como dar início aos deveres para com Deus, na transformação das almas.
Não resta a menor dúvida que o encontro de Jesus com seus discípulos já estava escrito no livro de Deus.
Mas, mesmo assim, não havia imposição da parte do Mestre, que era todo amor, todo bondade.
O respeito à vontade de cada um era ponto alto da doutrina do Nazareno e, sendo assim, decidiam acompanhar ou não o Cristo, por sua livre e espontânea vontade.
Porém, os que fossem, tinham de ombrear as cruzes de pesados deveres perante Deus e a consciência, e renunciar às alegrias transitórias do mundo, por não serem compatíveis com as alegrias do reino de Deus.
Era encargo pesado, mas valoroso, batalha dura. mas promissora.
Era, na verdade, sacrifício de uma existência.
Mas redundaria na libertação eterna.
Não tinham outro caminho a seguir, a não ser acompanhar o Nazareno, no sentido de preparar a terra para o plantio da luz; daquele dia em diante, pelo amor de Jesus Cristo, estava estabelecida uma ponte, de Deus ao mundo, do céu à terra.
Os discípulos do Mestre, e os seus mais altos seguidores, simbolizaram sementes do reino da luz que, plantadas no mundo, multiplicaram-se, de uma por cem, e de cem por milhares.
Todos os cristãos, de hoje e de amanhã, são ramificações daquela descendência, competindo, pois, a todos nós, ao ouvirmos o Mestre, acompanhá-lo decididos, deixando tudo que tivermos de imprestável, para granjear, com Jesus, as coisas eternas.
Essa respeitabilidade deve ter, de nossa parte, um interesse maior, porque as nossas provas representam a cruz que temos de levar, até o calvário da nossa redenção.
A abnegação é o caminho do discípulo; vejamos bem que Jesus disse:
“Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e sua mãe, e sua mulher, e filhos, e irmãos, e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo".
Cristo, a princípio, assustou a seus discípulos.
Mas depois, esclareceu-os acerca dos aborrecimentos : era necessária uma total abnegação, no sentido de suportar duros reveses.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 24, 2018 11:06 pm

Os discípulos de ontem, como os de hoje, tinham e têm de aborrecer os pais, quando esses só visam os interesses mesquinhos do mundo, sem se lembrarem das leis de Deus, anunciadas e testificadas pelo Cristo.
Os discípulos, de ontem e de hoje, tinham e têm de abandonar mulheres e filhos, não no sentido de quebrar o vínculo do compromisso pelo casamento, mas abandonar as velhas tradições que porventura eles alimentem, herdadas dos seus ancestrais, querendo obrigar, a quem conhece Jesus, a repudiar as ideias de luz, para vestir velhas roupas doutrinárias, onde nem o remendo dá mais certo.
O desapego entre irmãos e irmãs, é no âmbito compreensivo de somente ligar-se a elos pelos sentimentos profundos do Evangelho; quando os parentes fornicarem entre si, deturpando os conceitos emitidos pela Boa Nova sem querer se corrigir, façamos que não os conhecemos, e trabalhemos secretamente, para o bem de todos.
A própria vida do candidato ao discipulado do Mestre tem de ser totalmente transformada, tem de ser aborrecida, por meios diversos, sem o que não poderemos ser discípulos do Divino Senhor.
E sem abnegação, nunca conseguiremos viver, no meio dos nossos, sem ofendê-los.
A abnegação é a força do amor de Deus a Cristo. de Cristo aos discípulos, e desses aos seus semelhantes; e daí advém a paz.
Mas sempre lembremos que para sermos fieis discípulos de Jesus, temos de atender a esse chamado:
"E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 24, 2018 11:06 pm

0 QUE CONVÉM FAZER
“Se alguém dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes, por motivo de consciência”.
— I Coríntios - Cap. 10, v. 27.

Todas as coisas são licitas, mas nem todas as coisas convém que sejam feitas.
O mundo não poderia ser feito somente com as coisas de que gostais, porque nele vivem bilhões de espíritos reencarnados, com os direitos, opiniões e gostos diferentes.
Se uma religião proíbe a carne como alimento, e vos convém abster-vos de comê-la, fazei-o, sem contudo, julgar a quem come, porquanto, em regiões trevosas há muitos vegetarianos, e no campo da luz, como servidores fieis do Cristo, há muitos e muitos que, quando no corpo físico, comiam carne, nos seus repastos; e vice-versa.
Se a vida situou alguém na embriaguez permanente, não desdenheis dele, nem o maltrateis, porque muitos dos embriagados, conhecidos como delirantes do vício, modificaram-se com maior rapidez, do que muitos, que nunca, naquela existência, levaram um copo com álcool aos lábios; mas há também o contrário.
Ao conhecerdes um assassino, não o julgueis como pária da sociedade, sem salvação aos olhos de Deus; muitos deles tornar-se-ão espíritos de luz, com pouco tempo; a força da regeneração transmuta a ganga da alma em jóias preciosas de valores ilimitados, e alguns dos que se consideram portadores das leis, ainda viajam nos campos das sombras,
sem saber quando, e de que maneira, poderão livrar-se delas; mas encontra-se, também, o caso inverso
Se possuís vultosa fortuna, e com ela movimentais meio mundo, não julgueis os que nada têm, acreditando que os pobres o são de tudo, até da graça de Deus; existem muitos que foram pobres na terra, mas a resignação, a humildade, o esforço no bem, mesmo em situação penosa, fizeram-nos chegar à plenitude espiritual; e muitos ricos, que esbanjaram fortunas e mais fortunas no mundo, pensando que continuariam com as mesmas riquezas depois da morte, enganaram-se, sofrendo e chorando no vale das sombras, querendo retornar, sem poder, ao corpo físico, mesmo que seja na miséria, e ate mendigando de porta em porta; mas há casos, igualmente, do reverso da medalha.
Se observardes mulheres que se degradaram mais do que os animais, também não as julgueis, orai por elas, porque há casos em que, de uma hora para outra, às vezes às portas da morte física, elas se transformam no coração e, com pouco tempo, estão nas lides do Cristo, não raro ajudando aos próprios julgadores.
Os que se julgaram muito puros vão encontrar dificuldades no mundo espiritual, de ajudarem, qual elas auxiliam, com desembaraço; como há, também, o contrário.
Se a vossa consciência julga que não deveis fazer determinada coisa, não a façais, mas não queirais distribuir essa regra para as consciências alheias, por não estarem todas as pessoas no mesmo nível espiritual que o vosso.
Todas as coisas são lícitas, mas nem tudo pode ser feito por todos; cada um faça o que lhe convém fazer, eis a melhor maneira de se viver em paz com a consciência.
Muitos dos que vivem distribuindo conselhos a mancheias, vivem, em muitos casos, carecendo deles.
Não procureis ninguém para orientar; caso venham ao vosso encontro, fazei o que puderdes, e cuidai de ver o limite de ajudar.
A maior ajuda é a que cada um faz a si mesmo.
Tolo é aquele que se transforma em espelho, para ver os defeitos dos semelhantes, fazendo- se de magistrado; cuidado, porque alguém pode estar focalizando-o, com o mesmo interesse.
Jesus já asseverava, há muito tempo que “não é o que entra pela boca que macula a alma, e sim o que sai do coração".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 24, 2018 11:06 pm

Isso não quer dizer que podeis tomar estanho derretido e veneno em altas doses; tudo, como diz o Evangelho, é como convém fazer, nas doses certas; tudo é útil, tanto para o corpo, quanto para as almas; o exagero é que perturba os espíritos, onde estiverem.
As regras evangélicas, somente os espíritos superiores as compreendem e vivem; da sua escala para baixo, tanto a compreensão quanto a vivência são relativas ao tamanho espiritual em que cada um se encontra.
Nem Deus, nem Jesus Cristo, vai amaldiçoar a quem ainda não conseguiu viver todas as virtudes da Boa Nova; e a tolerância e o amor pregados pelos céus?
Isso é o que não falta, porque há milhares de anos os mentores espirituais vêm tendo e continuam a ter para com todos nós; somente o completista vive e prega em verdade o Evangelho.
Porventura podemos exigir de uma criança a mesma coisa que um adulto já aprendeu, em todo sua existência?
Seria isso justiça?
O que nos convém fazer é aquilo que podemos realizar.
O que nos convém fazer é o que a consciência ditar, ou aprovar.
O que nos convém fazer é cumprir com os deveres, onde eles nos chamarem Mas sempre no recto pensar, na recta consciência e no recto proceder.
E nunca, mas nunca, esquecer de nos esforçarmos para atingir as culminâncias de todas as virtudes evangélicas, pois é com, e através dos próprios esforços, que pisamos, de degrau em degrau, e galgamos os cimos da superioridade.
Mas antes disso acontecer, se alguém vos convidar para alguma coisa, sede metódicos e prudentes, sabendo que tudo é lícito, mas nem tudo convém que seja feito.
"Se alguém dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes, por motivo de consciência”.
— Mateus - Cap. 16, v. 12.
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