LUZ ESPÍRITA
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Mereça Ser Feliz: Superando as Ilusões do Orgulho - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:03 pm

Capítulo 28 - Reféns do Preconceito
"Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios?
"Incorrerá em grande culpa, se o fizer para os criticar e divulgar, porque será faltar com a caridade.
Se o fizer, para tirar daí proveito, para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade.
(...) "
O Livro dos Espíritos - questão 903

Alguns companheiros sensatos e bem intencionados angustiam-se com o célebre ensinamento de Jesus sobre o ato de não julgar para não ser julgado.
Como não julgar, se a todo instante a mente está expedindo, mesmo sem o querer, os mais diversos tipos de juízo sobre o próximo?
Porventura estaria propondo o Mestre a irrestrita indulgência quando dissertou sobre o julgamento?
Mas, indagam os mais exigentes, não será omissão deixar de ver o mal ou constatá-lo a benefício de outrem?
Ainda que desejemos não estabelecer julgamentos, nosso estágio evolutivo caracteriza-se por um "sequestro emocional", no qual somos "reféns" de processos mentais que ainda não adquirimos completo controle.
Quando activamos o mecanismo mental de julgar, gravamos no psiquismo um modo de agir que aplicamos, igualmente, a nós próprios.
E quando Jesus estabeleceu o "não julgamento", Ele, naturalmente, queria poupar-nos desse cárcere que detonamos contra a nossa própria felicidade.
Aliás, muitos sentimentos de culpa e repressão que patrocinam a auto-descaridade tem origem nesse intrincado "engenho" da auto-sugestão mental.
Como equacionar, portanto, essa dúvida ética?
A angústia nasce exactamente quando não se sabe como fazer, ante o que já sabe que deve fazer.
Estudemos algo sobre essa questão que oportuniza um campo de debates de rara riqueza de elementos para nosso crescimento na experiência da convivência.
Julgar seria o hábito de interpretar as atitudes alheias conferindo-lhes juízos éticos de apreciação pessoal.
Esses juízos são formulados através de sentenças, verdadeiros veredictos, que estipulam o que entendemos sobre a acção do outro.
Impossível para nós fazer esses julgamentos sem influência dos valores e imperfeições que definem nossa personalidade, acrescidos dos interesses pessoais e das expectativas que criam a conveniência no ato de julgar.
Assim, compreende-se claramente porque não devemos julgar, pois falharemos inevitavelmente na forma, na proporção e na conclusão.
Além do que a pior consequência desse ato, em nosso desfavor, será a instalação do mecanismo mental de aplicar a nós próprios as censuras e recriminações destinadas ao outro, com as mesmas molduras éticas e sentimentos.
Quando os Bons Espíritos disseram a Kardec a frase no início deste texto, dois aspectos relevantes auxiliam-nos no melhor entendimento do tema.
Primeiramente, consideremos a diferença entre julgar e analisar, que foi a palavra utilizada pelo Codificador.
Posteriormente observemos a sábia resposta que diz:
"Se o fizer, para tirar daí proveito para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade".
Esses ângulos de análise ensejam-nos valorosas reflexões sobre os motivos que nos levam a sermos reféns dos julgamentos.
Julgar é situar a mente na inflexibilidade, analisar é buscar a compreensão do subjectivismo do próximo.
Julgar é concluir. Analisar é perquirir.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:04 pm

Nos julgamentos, temos certezas.
Na análise, encontramos a relativização.
Nos julgamentos, temos sentenças.
Na análise, temos alteridade.
O desejo inferior de reduzir o valor alheio é das causas mais comuns na atitude de julgar, enquanto a acção de analisar conduz-nos à lealdade em relação aos sentimentos que experimentamos com quem tenhamos conflitos.
O compromisso impostergável para a saúde dos relacionamentos reside na capacidade de resistir aos apelos do pessimismo e do descrédito, no que tange a quem é alvo dos nossos julgamentos.
Essa polarização mental no arbítrio de juízos sobre o outro activa o remanescente de vivências similares arquivadas na subconsciência.
Mediante semelhante quadro, o "juiz intransigente" que acusa e decide extermina lavouras férteis na vida de relações.
A vigília permanente sobre a dinâmica dos sentimentos torna-se imperiosa e emergente para não deflagrar a "pane emocional" que encharcará a tela dos pensamentos de planos infelizes, na direcção do separatismo e da desconfiança, da dissidência e do "esfriamento" do amor, além das mentalizações que passam a gravitar na órbita da animosidade contida e da desafeição.
Transformemos os julgamentos em reflexões acicatando o comodismo no qual, muitas vezes, preferimos estagiar na obtenção de folgas para o raciocínio, quando deveríamos erigir momentos selectos, sob a tutela do estado de oração, na busca incansável das respostas que surgirão das perquirições e meditações de profundez desejável ao crescimento pessoal.
Os elementos que compõem os alicerces desse estudo criterioso são assertividade, alteridade, abnegação, lealdade, complacência e amor.
Essas bases consolidam valores e habilidades que capacitam para interacções desprovidas de projecções pessoais no outro, gerando entendimento e cooperação, benevolência e elevação.
O exercício de priorizar, em cada aferição do próximo, alguma virtude ou atitude feliz será uma medida de segurança nessas incursões pelo mundo desconhecido de nós próprios.
Buda, o Iluminado poeta Universal, falava da Meditação da Plena Atenção (satipatthana) pela qual conquista-se o estado interior de observação sem julgamento, aquilatando a impermanência da vida e das pessoas pelas vias da meditação analítica para tomada de consciência, o Nirvana que liberta a mente em direcção à Verdade.
Esse carácter impermanente precisa ser apreendido em nossas análises.
Tal prática será uma escalada de larga amplitude para a compreensão, porque conheceremos no íntimo a alegria de estarmos livres de um dos mais terríveis opressores e carcereiros dos caminhos humanos, que nos coloca como reféns infelizes do mal: o preconceito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:04 pm

Capítulo 29 - Perfis Psíquicos
"Os que no Espiritismo vêem mais do que factos; compreendem-lhe a parte filosófica; admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam.
Insignificante ou nula e a influência que lhes exerce nos caracteres.
Em nada alteram seus hábitos e não se privariam de um só gozo que fosse.
O avarento continua a sê-lo, o orgulhoso se conserva cheio de si, o invejoso e o cioso sempre hostis.
Consideram a caridade cristã apenas uma bela máxima.
São os espíritas imperfeitos."

O Livro dos Médiuns - cap. 3 - item 28

Uma alma querida confidenciou-nos, nos círculos de aprendizado da erraticidade, que se encontrava muito surpresa com as revelações descerradas pela morte física, acerca dos estudos sobre os perfis psíquicos adquiridos por cada espírito no somatório de suas existências carnais.
Analisando com mais atenção as características atinentes aos espíritas, deparou-se com informes que muito lhe levaram a meditar.
Agora compreendendo melhor quais as forças morais e espirituais que medeiam as personalidades vinculadas às orientações do Consolador, solicitou-nos que, quando possível, enviássemos aos amigos domiciliados na Terra alguma nota acerca de suas conclusões.
Atendendo-lhe o pedido gentil e caridoso, passamos fielmente, na condição de mensageira, os apontamentos de nosso interlocutor, como segue:
"Nas vésperas de meu desencarne, os temperamentos dos espíritas foram alvos de profundas preocupações de minha parte.
Suas atitudes faziam-me recordar a trajectória religiosa do homem comum, e isso a mim intrigava. Somente na vida espiritual pude compreender com mais lucidez a questão dos perfis espirituais que definem os temperamentos e o carácter, encontrando então respostas convincentes a muitas de minhas dúvidas.
Em registros similares ao da ciência humana, vim a deparar-me com volumosa literatura destinada a estudos antropológicos e sócio espirituais.
Em capítulo específico, tomei conhecimento de belíssimo e incomparável estudo sobre os perfis evolutivos, minudenciando características psíquicas e traços emocionais sobre os mais variados protótipos da sociedade humana.
Com interesse, aprofundei nas reflexões sobre os religiosos de todos os tempos, e pude assim melhor entender o perfil espiritual dos espíritas, que merece uma abordagem detalhada em tais compêndios antropológico-espirituais.
Considerei então o significado de algum dia poder transmitir aos amigos na Terra algo de minhas conclusões, objectivando cooperar no esclarecimento e alerta.
Deixo assim minhas anotações na seguinte linha de ideias:
Consultando literatura especializada do plano extrafísico, pude perceber a antropogénese sócio espiritual das almas que hoje são atraídas para as fileiras do Consolador.
Apenas para compor anotações com finalidades de despertamento, em breves linhas, descreverei algo sobre a "personalidade espiritual" dos mesmos nos últimos dois mil anos.
Amantes incondicionais dos ensinos da figura excelsa de Jesus, habituaram-se ao discurso do bem seguindo-lhe as palavras, mas sem a prática.
Exímios exegetas dos textos evangélicos, entregaram-se ao costume de interpreta-lhe para obter vantagens pessoais, em franco desrespeito à opinião alheia.
Dedicados estudiosos da letra evangélica, passaram-se a julgar representantes Divinos e exclusivos portadores da Verdade, estabelecendo tribunais aos que não lhes atendiam os interesses.
Dotados de grande influência, arregimentaram adeptos e ramos religiosos, elegendo a exclusão e a heresia para os desleais.
Fascinados com a hierarquia eclesiástica, disputavam a qualquer preço a ordenação e o destaque, a fim de lograrem o aval dos cargos para perpetrar os abusos do poder.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:04 pm

Detendo o monopólio do saber, incensaram dogmas e sacramentos como instrumentos da fé fácil e negociável.
Agravando a condição espiritual de tais perfis, as anotações davam conta que nos últimos seiscentos anos acostumaram-se à adopção popular de lavrar sentenças infalíveis e condenatórias, em julgamentos acerca das atitudes alheias em deplorável atitude de intolerância, resquício moral da acção de Gregório IX que em 1231 oficializou os "tribunais da vergonha" elegendo os padres dominicanos, ou "cães do senhor", como herdeiros da "gloriosa missão" de torturar fisicamente os heréticos.
Em linhas gerais, semelhantes condutas talharam um carácter espiritual" típico e peculiar que define a grande maioria dos "espíritos-espíritas", resumidos assim:
- Não habituaram a terem suas interpretações pessoais contestadas.
- Acostumaram a fazer do seu conhecimento intelectual a verdade que ainda não aprenderam a sentir.
- Encantam-se com a ritualização exterior como forma de desonerarem-se das obrigações íntimas, adulando guias, responsabilizando obsessores, amando cargos, práticas e idolatria.
- Guardam imensa dificuldade de amar a quantos não lhes partilham os pontos de vista, contagiando-se facilmente com a animosidade crónica.
- Nutrem acentuada desconfiança uns nos outros em razão de suas infidelidades e desonras de outrora.
Assim, conquanto amantes do bem, percebi pelos informes, que seus descuidos eram mais fruto da imaturidade que da perversidade, embora isso não tenha sido suficiente para desonerar-lhes de muita dor e do confinamento a regiões infelizes da erraticidade, retomando reencarnações atrozes em busca da melhora.
Cansados de sucessivos e desastrosos recomeços, passaram a alimentar traumas e receios de retornar à escola da Terra e cometerem os mesmos desatinos.
Foi então que o próprio Jesus, conjuntamente com a Divina Providência, intercedeu em favor de tais corações que lhe amavam o testemunho e a palavra, mas que não a honravam com a vivência, e recambiou suas almas atormentadas aos círculos benfazejos da Nova Revelação do Espiritismo.
A princípio, ainda desencarnados, frequentaram as actividades socorristas da mediunidade na condição de sofredores e oponentes religiosos.
Posteriormente, de ânimo novo, acordando para novas perspectivas dos ensinos do Evangelho, adequados aos novos tempos, então se decidiram por reingressar na carne junto aos ambientes do Consolador como única medida aceitável para a grande maioria, face à rebeldia e ao montante das culpas que acrisolavam em sua intimidade.
Renascem padres, bispos, pastores, calvinistas, inquisidores, pitons e todos aqueles que algum dia na história experienciaram o contacto com as Verdades evangélicas sem, contudo, fazerem-se "cartas vivas" da mensagem do Cristo.
Renascem com esperanças novas e com visões ampliadas sobre suas responsabilidades.
Naturalmente que encurtei os dados com intuito de alerta e reflexão.
Verificando minúcias do assunto, porém, é surpreendente e mesmo curioso a trajectória da grande maioria daqueles que hoje militam nas frentes espíritas.
A partir disso, passei à aquisição de respostas para antigas dúvidas sobre o modo de comportar dos espíritas, dilatando em muito meus sentimentos de compaixão para com todos e minha sensibilidade fraternal para com suas lutas pessoais.
Entendi que, mesmo sendo portadores do conhecimento e da fé, precisarão de mais tempo para permitirem uma renovação nesse perfil milenar.
Os espíritas de "segunda vez" começam a renascer desde o último quartel do século XX, quando então, mais conscientes e tendo culpas milenares aliviadas pelos benemerentes serviços de caridade da seara espiritista, começarão arregimentar condições propícias para uma viagem interior em busca de si mesmo e de sua própria elevação.
Constatei ainda nos registos, que o Brasil, celeiro ecléctico de crenças, tendo como fio condutor histórico o Catolicismo, representa uma estrada com extrema riqueza de alternativas para esses corações temerosos e dispostos ao reinício.
Chamou-me ainda mais a atenção o trecho referente ao programa que fora delineado para atender essa demanda sócio espiritual da humanidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:05 pm

Consta nas notas que Bezerra de Menezes e um grande grupamento de servidores insculpiriam, com seu trabalho colectivo, as bases para o erguimento desse edifício de solidariedade e reencaminhamento.
Segundo as conclusões de sábios psicólogos Celestes, o maior obstáculo íntimo, para almas com esse perfil, seria a indisposição ao contacto comunitário, o que, então, os levou, sob o testemunho do "médico dos pobres", a incitar o serviço da unificação como medida apropriada para que a lição da convivência em comunidade pudesse ser aprendida e desenvolvida, considerando outros compromissos maiores no futuro.
Analisando sob o prisma da imortalidade, a conclusão que cheguei é a de que está tudo certo, tudo óptimo, tudo sob controle, e somente a visão inibida, comum à maioria de nós quando na Terra, é que pode levar-nos a enfocar a comunidade espírita como local de loucuras e atraso.
Não poderia ser diferente, e embora necessite de muita melhora, particularmente, não guardo mais dúvidas sobre o valor do movimento espírita, do progresso efectuado por esses corações "semi-católicos" e, sobretudo, quanto à grandeza da Doutrina Espírita, que funciona como medicação actualizada para esse mister.
Passei a entender, sob enfoque mais ampliado, que a identidade de uma religião atende também a factores de "sociologia espiritual", acima mesmo de meros fatos históricos
da evolução das culturas humanas, levando-me a meditar em novos enfoques para a questão religiosa do Espiritismo.
Enquanto os homens discutem, sem concluir, sobre a inconveniência ou mesmo o prejuízo do carácter religioso da Doutrina, o problema, em verdade, encontra-se no religiosismo abundante das almas que para ela foram e são atraídas.
Sem quaisquer generalizações sobre o tema, porque outros perfis completamente distintos de minha análise adentram aos ambientes fecundos das agremiações Kardecianas, não será demais afirmar que os espíritas, em maioria esmagadora, são os mesmos espíritos que ao longo desses vinte últimos séculos estiveram, mais ou menos, comprometidos ou identificados com a mensagem do Evangelho, deixando concluir facilmente que católicos, protestantes e alguns crentes eclécticos do Cristianismo compõem, quase sem excepções, o passado espiritual e o perfil moral daqueles que hoje assumem a designação de trabalhadores e dirigentes espíritas."

Alma querida,
As anotações de nosso irmão não deixam dúvidas.
Agora, quando indagares como pode um espírita agir em desacordo com seu conhecimento, guarde a lição de nosso missivista como pérola inesquecível.
Agindo com tolerância e compreensão acolherás pela sintonia o pensamento das almas nobres, que agem imparcialmente no bem de todos.
De posse de semelhante estado superior, terás contigo melhores possibilidades de cultivar o amor e o afecto por aqueles que ainda te causam desagrado ou mesmo a ofensa, na esfera de sua convivência doutrinária.
Qual de nós estará fora das bem elaboradas reflexões aqui descritas?
Exclusões, hipocrisias, institucionalismo, interpretações unívocas, personalismo, vaidade, controle hegemónico são perfis ainda vivos e influentes nos traços da conduta do espírita, e somente uma relação vigorosa de afabilidade e doçura será capaz de estabelecer um processo relacional útil, e que permita algum benefício na superação de tais óbices morais.
Amizade sincera, respeito incondicional, afecto, paz na convivência são os caminhos prováveis para a vitória.
Achaques e agastamentos, radicalismos e intolerância, activismo recriminante são velhas e malfadadas medidas que tendem a açular as sombras e a inferioridade moral.
Dizes que não podes ser omisso, e concordamos.
Entretanto, o activismo do Cristão recomenda brandura, paciência e equilíbrio de acções.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:05 pm

Mais que "tocar trombetas"
ou exercer movimentos infrutíferos, a situação carece do serviço honroso e útil, fraterno e transformador pela força do exemplo.
Pensemos na estratégia de Jesus a seu tempo e conceberemos o modelo ideal da acção, ante os perfis evolutivos de cada ser, aprendendo, paulatinamente, o que seja viver comunitariamente.
O tempo ensinará que as alocuções desse irmão de ideal, referentemente às conclusões em seus estudos, reúnem farto conteúdo que suscita muita indulgência e compaixão dos seareiros do Consolador, uns com os outros.
Não bastasse as assertivas lógicas e sensatas dessa alma querida, é bom que estejamos informados que esse coração generoso e bom não é somente um informante de passagem, pedindo um favor quando solicita remeter essas ideias ao plano físico.
Ele foi sim um baluarte da autenticidade e um severo defensor da Verdade que ficou empanada em séculos de "falso cristianismo".

Seu nome: Cairbar Schutel.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:00 pm

Capítulo 30 - Missão dos Inteligentes
"Não vos ensoberbais do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estratos no mundo em que habitais.
Suponhamos sejais sumidades em inteligência neste planeta:
nenhum direito tendes de envaidecer-vos.
Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a ele."

Ferdinando, Espírito protector. (Bordéus, 1862) O Evangelho Segundo Espiritismo cap. 7-Item 13

Não somos a inteligência que amealhamos.
Apesar disso, muitos a tratam como se fosse o traço mais valoroso da personalidade em razão dos sentimentos que o saber humano dinamiza no coração.
Ainda hoje, expressiva maioria das criaturas guarda agradável sensação de superioridade quando detentora de largas fatias de cultura e desenvoltura cognitiva.
Possuí-la não é o problema, mas sim como nos enxergamos a partir do saber que acumulamos, porque o orgulho costuma encharcá-la de personalismo e vaidade criando uma paixão pela auto-imagem de erudição no campo mental.
Os homens de saber de todas as épocas, com poucas excepções, foram criaturas que sucumbiram sob o peso da vaidade.
A capacidade para manejar a inteligência nem sempre era acompanhada pela habilidade em lidar com os sentimentos que decorriam do destaque e da lisonja com que eram tratados.
As pessoas inteligentes e cultas, não raro, tornam-se muito exigentes e excedem na avaliação acerca de sua importância perante o mundo; isso colabora para diminuir a proximidade espontânea em função de criarem conceitos que desnivelam seus relacionamentos, com propósito de manterem as imagens que cultuam de si próprias.
Tais exigências são sustentadas pelo sentimento de omnipotência originado dos estímulos sociais, que conceituam cultura como o quesito de realização pessoal dos mais importantes na Terra.
O que ocorre em nosso mundo interior, a partir da relação que travamos com a instrução que conquistamos, é factor fundamental para nossa felicidade.
Num mundo que privilegia a inteligência como sinónimo de acúmulo de informações e abre os braços para os eruditos marginalizando os incultos, é óbvio que essa faceta social promove na intimidade do homem um conjunto de fenómenos emocionais que influenciam, decisivamente, seu processo de crescimento espiritual.
Quantos pais, por exemplo, educam seus filhos com a noção de sucesso e felicidade, realização existencial e vitória, conciliando-os com dinheiro e intelectualidade?
Portanto, que contingência cerca a alma no mundo do afecto a partir desse quadro?
Precisamos de melhores aferições nesse tema, porque se para o homem comum isso não passa de uma questão de oportunidade e competição social, para nós, que fomos agraciados com o saber espírita, torna-se uma questão de desafio e aproveitamento reencarnatório.
Conscientes de que a tarefa do homem inteligente no mundo é conduzir a humanidade para Deus, conforme assinala Ferdinando no trecho acima destacado, fica para nós a indagação: o que temos feito com a inteligência e a cultura em favor da comunidade onde estamos inseridos?
Façamos alguns levantamentos:
Como tem procedido nesse sentido o médico espírita?
Tem conseguido passar a seus pacientes a noção afectiva do Pai durante as suas oportunas consultas?
Tem conseguido equacionar seus problemas de relacionamento com seus enfermos, buscando maior calor humano?
Tem havido um desejo de pesquisar as razões subjectivas do sofrimento de seus beneficiados ou permanece na confortável poltrona da diplomacia universitária?
Há o interesse em desbravar novos horizontes em torno das próprias pesquisas humanas na reciclagem da fragmentária informação académica?
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:00 pm

E os missionários das ciências psíquicas?
Têm se permitido serem fraternos com seus consulentes ou preferem a frieza do divã e dos psicotrópicos?
Têm conseguido entender seus pacientes como familiares queridos que a vida colocou em seu caminho ou como almas atordoadas e sem futuro?
Têm conseguido aplicar-lhes a excelente medicação da esperança e caridade, somente possíveis quando se permite sensibilizar-se com os dramas alheios?
E com o montante de informes que possui, como têm procedido perante a vida?
Têm utilizado da sabedoria da vida inconsciente para si mesmos, resolvendo suas próprias lutas interiores, ou têm apenas se deliciado com o ato de destacar-se como profissional aquilatado em congressos e eventos, que infundem ainda mais a sensação de grandeza e domínio em relação ao "mundo desconhecido" das técnicas e caminhos da vida mental?
E o autodidacta espírita?
Como tem usado o que sabe?
Tem promovido criaturas ou usado de seu tesouro para consolidar posições de "homens com todas as respostas?"
Tem relativizado os assuntos espirituais ou tem agido com certezas conclusivas sobre temas extremamente versáteis da metafísica?
Tem procurado tornar útil à comunidade sua bagagem doutrinária ou tem se encastelado no preciosismo de gastar enorme tempo para construir teorias talhadas no perfeccionismo?
Tem sabido ouvir opiniões diversas com caridade e proveito ou se mantido no círculo estreito de suas ideias, originadas em fartas pesquisas que lhe causam a impressão de descobertas inusitadas?
Somente crendo que há algo superior regendo os mecanismos do universo e compreendendo nossa realidade nesse contexto sistémico das Leis Naturais é que teremos recursos para agir com consciência acerca do nosso papel na harmonia cósmica.
O que importa é aprender a usar a inteligência para despertar nas almas o desejo de serem solidárias na vida e consolidarem a ideia de Deus no coração - algo extremamente escasso na actualidade, considerando que mestrados e teses quase sempre são defendidos com o único propósito de melhorar proventos financeiros...
Cultura é indício de compromisso. Inteligência é traço mental solicitando o complemento do amor para conduzir o homem aos rumos do bem.
O dever natural de quem sabe mais é ajudar quem sabe menos a entender o que vale a pena saber para ser feliz, é tornar-se responsável pelo meio onde labora, auxiliando o entendimento e cooperando com o progresso.
Pouco importa para um espírita culto a mais avançada técnica da actualidade, se ele não souber incutir dentro de si e dos outros a alma da vida, o amor.
Despertar nos seres humanos o gosto de servir, o respeito à natureza e o sentimento da existência de Deus é a grande missão do homem espírita inteligente na Terra.
Se, ao contrário, preferir manter-se nas gélidas posturas do homem científico, que separa academicismo e espiritualidade, estará repetindo velhos erros e sendo iludido pela crueldade subtil da soberba e da necessidade de prestígio.
A consequência mais grave desse quadro é o sentimento de auto-suficiência em que estacionará, supondo encontrar nos valorosos avanços da ciência humana o essencial para cumprir sua missão, ou mesmo cultivar a velha ilusão de que conhecimento é sinónimo de elevação espiritual.
Espiritismo sempre de mãos dadas com a ciência e a sociedade: essa é a plataforma sobre a qual devemos nos conduzir nos assuntos da inteligência, sem que um se sobreponha ao outro. Esse o desafio!
Fica claro que, para conseguir esse objectivo, somos convidados a severo regime de auto-análise sobre quais são as motivações e tendências que movimentamos, perante a cultura que adquirimos em alguma matéria específica do saber mundano, ou mesmo nas experiências da lavoura doutrinária.
Renovemos o conceito de cultura à luz dos princípios espíritas e da educação.
Igualmente reciclemos a noção de inteligência à luz da ciência humana, absorvendo as "novas" noções da multiplicidade desenvolvida por Howard Gardner.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:01 pm

Cultura é convite a realizar mais e melhor. Inteligência é um conjunto de habilidades que nem sempre significa muita cultura.
Procuremos saber com clareza também se não estamos sofrendo de "poluição intelectual", ou seja, se temos sabido ser selectivos relativamente ao conhecimento, porque há muito "lixo" nas ideias terrenas que, em princípio, parecem ser temas extremamente importantes e essenciais, mas que não oferecem nenhuma utilidade para a conquista da paz, da saúde e do crescimento dos povos.
Muita informação pode não passar de "escora para interesses pessoais", quando o importante é saber converter a informação em agente de transformação pessoal e colectiva onde nos situamos. Em muitos casos, a sede do conhecimento pode camuflar complexos fenómenos da vida afectiva, nos capítulos da carência e da frustração.
Ser bem informado e guardar simplicidade - a virtude das almas solidárias - eis o convite para todos nós.
Ter respostas simples para coisas complicadas é a grande virtude do homem inteligente na Terra, porque somente vibrando no espírito da simplicidade é que somos capazes de tornar o saber uma alavanca propulsora, nos rumos da felicidade e da libertação entre os homens.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:01 pm

Capítulo 31 - Severos Porém Sem Culpa
"Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros José, Espírito protector.
(Bordéus, 1863.) O Evangelho Segundo Espiritismo - cap. 10 - item 16

Severidade connosco significa vigilância mental activa, crescente e permanente para não permitirmos hiatos nos esforços educativos das nossas inclinações.
Esse cuidado com a personalidade é essencial ao progresso moral e espiritual, porque é exactamente nos instantes de relaxamento interior que costumam brotar o derrotismo, a obsessão e as más ideias; é quando se percebe com mais clareza as insatisfações que vinham sendo esquecidas e superadas no trabalho do bem, mas que sob uma análise descuidada podem tomar proporções onerosas aos projectos de elevação nos quais nos encontramos incursos, levando a decisões precipitadas e imprevisíveis.
Limite ténue existe entre a severidade como regime de disciplina e o sentimento de cobrança que nos conduz a querer fazer o que ainda não damos conta.
Uma imposição para a qual não temos preparo, sendo injustos connosco.
Em tudo deve vigorar o equilíbrio.
A recomendação de José, o Espírito protector, não deve ser entendida como uma atitude de inflexibilidade e castigo a nós mesmos.
Ser severo com compassiva tolerância às nossas fragilidades é o que sugere o bom senso e a caridade.
Auto-aceitação sem conivência.
No entanto, o sentimento de culpa, com suas lamentáveis consequências, tem comparecido em boa parte dos aprendizes da doutrina espírita em razão de reminiscências da condenação eterna, fundamento da formação religiosa tradicional.
Surge na forma de subtil desconfiança na possibilidade verdadeira de crescimento e melhoria individual, gerando uma atmosfera de descrença nos ideais e no seu próprio esforço.
Quanto mais passa o tempo, mais a criatura estabelece cobranças no seu aperfeiçoamento moral e, não atingindo os patamares desejados, cai no desânimo e na deserção.
Por conta dessa sábia instrução contida na codificação, muitos corações idealistas, portadores de valores forjados no sacrifício da renovação interior, habituaram a julgar-se hipócritas e desleais perante seus deslizes, penetrando as faixas emocionais da autopunição em descaridosos episódios de desamor a si próprios.
Nesse quadro, esquecem-se do quanto já edificaram de bom na intimidade e optam por fixar-se em crenças negativas, supervalorizando suas imperfeições, negando o auto-perdão, caminhando para conflituosos estados íntimos que activam os sentimentos de desprezo, raiva, desânimo, ansiedade, tristeza, desespero e pessimismo.
Grande diferença existe entre "ser imperfeito" e "estar imperfeito".
Não fomos criados para o sofrimento e o mal.
O facto de cometer faltas não intencionais faz parte do demorado processo de transformação da personalidade.
Os que verdadeiramente nos comprometemos com a melhoria interior precisamos nos dar conta de que as vacilantes intenções de ser um homem novo necessitam do optimismo para se concretizar.
Não somos infelizes, estamos, temporariamente, infelizes.
Não somos deprimidos, estamos, passageiramente, deprimidos.
Somos luz, somos deuses...
Trágico equívoco acreditar na perfeição instantânea depois de milhares de anos no cultivo intencional de ervas daninhas no solo do coração.
Conhecimento não basta.
Quando Jesus afirma o valoroso ensino "Conhecereis a verdade e ela vos libertará ", certamente não se referia à verdade que permanece na órbita do cérebro, porque se assim fosse todos os espíritas, detentores de largos fachos de luz da verdade, estariam libertos das lutas contra a inferioridade que ainda nos aprisiona nas celas da vaidade e do orgulho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:01 pm

O Mestre, evidentemente, referia-se à verdade que atinge as distantes regiões do coração, à verdade sobre nós mesmos, a nossa realidade.
Mister efectuar o serviço delicado nas leiras do sentimento, aprendendo a arar as tendências, hábitos e desejos em direcção aos roteiros do bem.
Mergulhar na vida profunda do inconsciente - o desconhecido reino do automatismo - e pesquisar as raízes afectivas de nossas vivências.
Culparmo-nos, pelo mal que ainda não conseguimos vencer, em nada nos melhora.
Certamente em alguns casos de personalidade rebelde ela funciona como uma defesa a fim de não desistirmo-nos de lutar, impulsionando a criatura ao recomeço para não agir novamente da mesma forma.
Afora isso, é um instrumento pouco eficiente para promover a correcção.
Melhora real só obteremos com auto-estima, valorizando, severamente, a "parte boa" que possuímos, fixando as crenças no "homem novo" que já desejamos ser, guardando o "olhar mental" na meta gloriosa de ser hoje melhor que ontem, sem distrair com os chamados inferiores do "homem velho" que agoniza, mas teima em ressuscitar...
Culpa é tortura e desamor, impulso para baixo.
Severidade é crescimento e auto-amor, motivação para continuar nos desafios de aprimoramento.
Jamais desistamos da melhora.
O tempo e a maturidade demonstrarão como é preenchedora a opção que escolhemos sob a égide dos luminosos ideais espíritas-cristãos.
Sem perfeccionismo e fazendo o melhor que pudermos, experimentaremos a alegria da vitória, cujo troféu chama-se felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:01 pm

Capítulo 32 - Vencendo o Personalismo
Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento.
Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés.
As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus."

O Evangelho Segundo Espiritismo cap. 14 - item 9

Espíritos saindo do primarismo para conquistas medianas, nossa principal qualidade é a disposição de mudança na melhoria íntima, já que nos arrependemos sinceramente do mal.
Iniciamos, a exemplo do filho pródigo do Evangelho, a nossa viagem de volta à Casa Paterna buscando o aconchego e a dulcificação do amor.
Essa volta, porém, exigir-nos-á o preço da reeducação, a começar pelo personalismo que se solidifica na intimidade como um dos pilares de nossas imperfeições.
Podemos entender o personalismo como sendo o apego com tudo que parte de nós.
Esse apego é factor sinalizador de gratificação afectiva escassa connosco mesmo, insuficiência de auto-amor.
Quando nos amamos verdadeiramente não há motivo para a atitude personalista, porque nos realizamos com o ato de ser sem aguardar compensação, aplauso e possessividade.
Seu traço mais comum é a paixão crónica com o eu manifestada de formas variadas, algumas delas são:
irredutibilidade velada ou clara, vaidade intelectual, dificuldade de conviver pacificamente com a diversidade humana, manipulação interpretativa de conceitos, autoritarismo nas decisões, boicote na cooperação a projectos que partam de outras cabeças, agastamento ante as cobranças e correcções, sistemática competição para produzir além dos outros e da capacidade pessoal, colecção de animosidades, excessiva valorização que conferimos a nós mesmos, "amor" próprio, apego às nossas obras, superlativa fixação dos valores que possuímos ou acreditamos possuir, pretensões de destaque e vício de ser elogiado.
Suas causas podem ser encontradas na história remota da evolução, quando tivemos no instinto de conservação um importante factor de fixação e agregação de valores morais consolidando a consciência de si.
A conservação como fonte de defesa e automatização da consciência de si tornou-se egoísmo, uma exageração dessa necessidade natural, na qual nos encontramos até hoje.
Na infância, encontramos outras tantas razões muito bem abordadas por Sigmund Freud na questão da personalidade egocêntrica, cujo processo de amadurecimento psíquico é mal conduzido, ensejando carências afectivas profundas que irão reflectir no homem adulto como insegurança e fantasias narcisistas.
Em torno de seus passos sempre se encontram a fama, o autoritarismo, a vaidade, o desejo de realce, a inveja: "súbditos do império do eu".
Tendo subtraída a empatia, o personalista é alguém que não sabe dialogar, dividir, intercambiar.
Não sabendo interagir com o outro, entender-lhe os motivos e necessidades, está sempre com uma "receita de viver" nos lábios, impedindo-se da mais nobre acção íntima da caridade que é o ato de compartilhar vivências com o ser alheio.
Como seu dinamismo é a centralização no "eu", a reeducação dessa tendência está em aprender a ouvir o outro.
O ato de ouvir não se restringe a escutar palavras.
Ouvir é o estado de plena receptividade para o outro, independentemente de quem seja.
Essa conquista será um exercício doloroso ao personalista.
Exigirá desprendimento, humildade, assertividade, falar menos e meditar mais.
Ouvir significa cultivar sensibilidade para com aqueles que nos rodeiam; sensibilidade que nos permita sempre um foco positivo do próximo entendendo-lhe as razões, ainda que esteja em equívoco, abrindo-se para ser-lhe útil, desarmado de pré-conceitos.
Ouvir é aprender a receber críticas e admoestações até daqueles que nos parecem despreparados para fazê-las, habituando-se a indagar a real utilidade e importância das ideias pessoais.
Ouvir é alteridade, respeito às singularidades de cada um.
A partir daí se aprende a construir uma relação altruísta, pacífica e saudável com as diferenças e os diferentes, nas experiências de todo instante.
A vitória sobre o personalismo, portanto, está em sair de si acolhendo o outro diferente do eu com interesse altruísta e fraterno, aprendendo a "esvaziar-se do ego", sentindo o outro.
O retorno à Casa Paterna inclui o ato de desprender-se de si para ouvir o Pai.
Tal lição será aprendida na escola da convivência diuturna com quantos passem pelos nossos caminhos.
Fazendo assim assumiremos definitivamente a condição de filhos pródigos em plenitude de sintonia com as riquezas de Deus, aprendendo a ouvir-Lhe os alvitres no foro da consciência, em favor da nossa felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:01 pm

Capítulo 33 - Espiritismo por Dentro
A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se.
Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências.
A educação e a frequentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas qualidades.
Quantos há cuja fingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades interiores!
O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que são brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda em dardo peçonhento, quando estão por detrás."

Lázaro, (Paris, 1861) O Evangelho Segundo Espiritismo cap. 9 - item 6

O casal Andrade e seus filhos eram integrantes activos da organização doutrinária que patrocinava um grande evento espírita naquela pequena cidade.
O esplanador da ocasião havia sido recebido naquele lar com muita gentileza por parte de seus anfitriões.
Durante o almoço, o marido esmerava-se em gestos e posturas de cordialidade buscando atender convenientemente o visitante, no entanto, sua esposa mantinha-se taciturna, com um olhar de revolta.
O orador, porque era médium de faculdades educadas, aguçou suas antenas psíquicas na verificação do que passava com Dona Anastácia, captando intensa dor e tristeza nos sentimentos da sua anfitriã.
O evento realizou-se durante a tarde e parte da noite.
No retorno ao lar, novamente a cena instalava-se à hora do repasto nocturno, sendo que desta feita a esposa conturbada sai aos prantos da mesa, em crise inesperada.
O palestrante, preocupado com o ocorrido, indaga ao esposo se algo poderia fazer e recebe queixas e deboches insensíveis do marido.
Resolve, então, por solicitar um diálogo com Anastácia e que, sem pestanejar, desabafou dizendo:
"eu gostaria que meu marido tratasse-me com um centésimo da finura com a qual ele tem tratado o senhor como nosso visitante!"
"Espiritismo de aparências". "Espiritismo de superfície".
A assimilação das propostas éticas da doutrina seguem uma sequência natural e paulatina de maturidade.
Primeiro atinge as ideias, posteriormente penetra os sentimentos e, por fim, renova as atitudes.
Evidentemente, não será possível estipular uma separação perceptível entre essas etapas, porque elas se complementam e interagem sem que haja uma nitidez sobre seus efeitos.
Na pequena historieta acima, nota-se que o esposo de Dona Anastácia apresentava uma fachada para os que são de fora do lar, mas na intimidade era um homem rude com sua companheira.
Durante um estágio do processo de renovação espiritual essa conduta, inevitavelmente, fará parte do contexto do aperfeiçoamento.
O incómodo decorrente dessa situação levará o aprendiz da espiritualização a buscar uma coerência entre suas forças interiores na aquisição de sua própria paz.
Todavia, se o aprendiz não se devotar o suficiente, poderá permanecer demasiadamente no "Espiritismo de adorno"...
Pensamento, sentimento e acção são vivências que a princípio se contrapõem nessa escala do crescimento moral.
Pensa-se algo, sente-se diversamente e age-se em dissonância com ambos.
Uma desarmonia existe entre as três potências da alma.
O esclarecimento espírita atinge o campo do pensar permitindo que a reflexão conduza o homem a novas formas de entendimento e avaliação da sua existência, no entanto, a transformação do sentir e os cuidados com as atitudes são os verdadeiros indicadores de que essa informação intelectiva está sofrendo uma metamorfose na intimidade, através do accionamento da vontade e do esforço na mudança de hábitos e reacções perante os factos da vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:02 pm

Espíritas que se aplicam na reforma interior não são identificados por suas acções no campo das aparências, que podem não passar de verniz ou máscara para dissimular suas imperfeições e impressionar com qualidades que não adquiriu, mas são reconhecidos por suas reacções aos testes de cada hora onde estiver.
A forma de reagir a uma ofensa, a uma perda, a uma traição aferem a qualidade das mudanças que realmente temos operado no sentimento e se temos o Espiritismo de aparências ou por dentro.
Como diz Lázaro:
"(...) são brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade", isso é uma reacção.
As poses religiosas sempre fizeram parte das atitudes humanas no intuito de convencer o outro daquilo que não convencemos a nós próprios.
Essa atitude é reflexo do orgulho em querer parecer o que ainda não somos para fruir das sensações de que estamos sendo admirados e prezados pelos outros.
Além de orgulho, é também escassez de auto-estima, é a mendicância da consideração alheia apresentando "falsos dotes" para chamar a atenção e conquistar o apreço.
Genuflexões, voz mansa, abraços calorosos, sorrisos de alegria são bons modos que podem, algumas vezes, esconder propósitos falsos ou interesses escusos de prestígio.
Essa "santidade de superfície" pode ser considerada natural nos primeiros tempos do contacto com as Revelações Novas na vida da criatura até que ela se ajuste a uma conduta que melhor expresse a sua realidade.
Mas para aqueles que passam os anos detendo-se nesses "chavões de puritanismo", podem estar sofrendo de "negação psicológica", ou seja, a manutenção de algum mecanismo de defesa que impeça de analisar-se com sinceridade e construir a auto-aceitação.
O orgulho, como doença da alma, é habilidoso o bastante para gerar uma "capa de ofuscamento" das nossas imperfeições e criar uma "miragem encantadora", com virtudes que ainda não desenvolvemos, nas quais ele nos faz acreditar.
Até certo ponto é uma forma natural de se proteger da angústia e da aflição provocadas pelo autoconhecimento que produz o esclarecimento espírita, angústia decorrente do contacto com a nossa inferioridade.
E muito doloroso reconhecer nossa verdadeira condição espiritual...
Aprender a sermos nós mesmos, aprender a conviver pacificamente com nossos conflitos, aprender a dividir nossas angústias com alguém na busca de caminhos, aprender a lidar com autenticidade, essas são algumas das lições do Espiritismo por dentro.
Ardilosos adversários espirituais da nossa causa têm explorado habilmente a fragilidade do "psiquismo místico" de várias criaturas que aderiram aos princípios renovadores da imortalidade.
Não conseguindo desanimá-las da frequência às actividades, optam então por incentivar as celeumas e atenções de amigos queridos com assuntos de exterioridade, insuflando sofismas de toda espécie que formam crenças e crentes em assuntos de menor importância para nossas fileiras, dilatando o grupo daqueles que se tornam oponentes em discussões estéreis que perturbam o clima vibratório dos ambientes.
Além disso, é dessas discussões estéreis e precipitadas que costumam surgir as teses que fortalecem o institucionalismo nas práticas e conceitos doutrinários, através do rigorismo que enaltece a pureza por fora, mas que não cogita da pureza por dentro, nos recessos do coração.
Na lista dos temas preferidos, estão as fórmulas de desenvolvimento das práticas doutrinárias, distraindo-se com opiniões personalistas e que pouco acrescem ao bem das realizações das quais fazem parte. Enquanto se discute sobre questões de fora, esquece-se das questões íntimas, que são mais difíceis de serem tratadas e pensadas quando em um grupo de trabalho.
Usa-se ou não luzes coloridas, come-se ou não a carne, bebe-se ou não os alcoólicos, dá-se ou não o passe com olhos fechados, coloca-se ou não uma placa com o nome do centro na via pública, lê-se ou não a obra de tal autor não considerado espírita, coloca-se ou não as garrafas destampadas para fluidificar a água, permite-se ou não a incorporação mediúnica, ora-se ou não de olhos abertos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 16, 2018 8:02 pm

A lista não pára, é interminável.
Outras vezes, a subtil interferência obsessiva opera-se na velha tradição ético-religiosa de estipular padrões de conduta na forma:
"espírita faz isso e não pode fazer aquilo".
Assuntos, todos eles, que podem até ser interessantes discutir, mas que têm provocado um movimento de inutilidade e obsessão em razão da forma infantil como são tratados, dando-lhes exagerada importância e priorizando o exterior em detrimento da essência - um reflexo natural dos mecanismos de defesa com os quais grande maioria dos homens encarnados lidam na actualidade.
Seria mais interessante, embora penoso, discutir o que faremos para perdoar um inimigo, como vencer um hábito sexual, como vencer impulsos menos dignos para com alguém, como ser uma criatura agradável onde vivemos, porque nos ofendemos com uma determinada forma de agir, qual a razão de nos irritarmos perante um facto específico, qual a origem de certas fantasias que nos acompanham compulsivamente, porque determinada tarefa é trabalhosa para nós, onde as causas da preguiça para estudar, como se sentir motivado para a leitura edificante, o que podemos fazer para ajudar alguém que todos querem excluir, qual a causa dos pensamentos de vingança que costumam surgirem nossa tela mental, quais os traumas da infância que ainda nos influenciam na adultidade, o motivo da atracção ou rejeição por uma pessoa em particular...
São muitas perguntas e incursões das quais, costumeiramente, afastamo-nos.
Nisso reside os embriões para a instauração do Espiritismo por dentro!
Deixemos claro a esse respeito que não foram os ritos de fé e nem os sacramentos nas ideias que desviaram a sublime missão da mensagem da Boa Nova, e sim os sentimentos com os quais os homens se trataram mutuamente perante o entendimento de tais caminhos, nas trilhas sombrias da fé exterior.
Se os costumes e posturas humanas tivessem sido burilados no carácter nobre e na acção correta criando relações de amor, mesmo com castiçais e velas, missas e igrejismo, conduziríamos a fé aos patamares da maturidade e da elevação espiritual.
Contudo, todos os paramentos e sistemas da eclésia constituíram graves problemas para a humanidade, porque atrás dos regimes religiosos havia acendrado orgulho sustentando a sede do homem pela supremacia da verdade, assim como hoje existem muitos espíritas repetindo essa malfadada lição...
Sem temor algum, concluímos que ritos e poses em momento algum são os problemas que pesam sobre o futuro espiritual que espera os homens espíritas, mas, acima de tudo, a luz que não souberam ou não quiseram dilatar nos reinos do coração, perante os luminosos raios da Verdade entregues gratuitamente a todos os adeptos, nos seus caminhos de cada dia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:34 pm

Capítulo 34 - Solidariedade aos Tarefeiros Espíritas
"Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?"
"Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas."

O Livro dos Espíritos - questão 886

Precisamos rever nossos actos solidários para com o trabalhador espírita.
Necessitamos repensar planos de serviço e priorizar o trabalhador para que o trabalho frutifique com mais abundância e utilidade geral.
Nossa referência não diz respeito, tão somente, a capacitá-lo para as responsabilidades doutrinárias, e sim em instrumentalizá-lo de condições emocionais para a vida.
O endosso de nossa tese, encontramo-lo na profunda solidão e amargura que têm carpido muitos servidores, que a despeito de estarem "prontos" para a tarefa, não se encontram preparados para viverem em paz.
O ponto de análise está na subtilidade da relação entre estar pronto para ajudar e estar pronto a se ajudar.
Convencionou-se em nossas fileiras doutrinárias o amor ao próximo como sadio programa de vida e equilíbrio. Uma ideia correta, mas não completa.
A plataforma de amor dentro da ética universal, exarada pelo guia e modelo da humanidade, inclui também o amor a Deus e a si.
Quem se ama descobre os caminhos da autêntica liberdade.
Faz-se luz e amor a outros, contudo, todo espírita sincero deve indagar de si mesmo, frequentemente, se está adquirindo sua própria luz como conquista inalienável.
O decantado encontro consigo mesmo, muita vez, é penoso, sacrificial.
O mau entendimento dessa questão moral tem ocasionado uma campanha intensa pelos exercícios de caridade organizada e distraído o espírito de resgatar-se a si próprio.
Ama-se muito o próximo, sem aprender a amar-se.
Sem generalizações, e muito menos desvalorizando as iniciativas assistenciais de nosso movimento, quase sempre essas tarefas constituem campos de treinamento do hábito de amar e da sensibilização do afecto para com o outro, sem apontar caminhos para como estabelecer o auto-encontro, o amor a si.
Os centros espíritas devem se empenhar na tarefa de ensinar a debater temáticas sobre a realidade íntima do ser, desdobrando-se em iniciativas preparatórias para que os servidores possam auferir mais amplas possibilidades em favor do próximo, mas, igualmente, de si mesmos.
A análise do Espírito Verdade sobre a caridade não deixa dúvidas.
Benevolência, indulgência e perdão são movimentos íntimos da alma, caminhos da caridade para com o outro, mas acima de tudo é luz que se acende no coração e com a qual devemos iluminar o próprio destino.
Por isso, convém reunirmos os grupos doutrinários em eventos de debate e lançar a intrigante questão:
Por que expressiva parcela dos trabalhadores espíritas está gerando tanta luz para os outros e não a consegue reter em si mesmos?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:34 pm

Capítulo 35 - A Palestra de Maria Modesto Cravo
Sem a humildade, apenas vos adornais de virtudes que não possuís, como se trouxésseis um vestuário para ocultar as deformidades do vosso corpo ".
O Evangelho Segundo Espiritismo cap. 7 - item 11

Estávamos no último dia do abençoado curso com o benfeitor Eurípedes Barsanulfo.
O aprendizado daqueles vinte dias não poderia ser descrito em uma obra tão singela quanto Mereça ser Feliz.
Foram vinte etapas de intenso júbilo que nos acresceram enormes responsabilidades novas.
Não bastasse a lição de vida e amor do apóstolo sacramentado, ainda tivemos ensejo de conviver e ouvir inúmeros servidores da Seara que enobreceram suas vidas na causa espírita:
Inácio Ferreira, Ivone do Amaral Pereira, Anália Franco, Jerónimo Mendonça, Francisco de Paula Vítor, Benedita Fernandes, Caibrar Schutel...
Os mais vivos e penetrantes relatos foram trazidos como alerta e recebidos como drágeas de motivação para servir com mais intensa abnegação e louvor.
Todos atestaram com sabedoria e caridade a hora grave por que passa a lavoura espírita, convocando-nos a testemunhos de amor incondicional para salvarmos a embarcação que navega por entre os atóis do orgulho e os lençóis de areia da vaidade, com severo risco de encalhar...
Foram exemplos claros, ditos com todas as letras e palavras a fim de melhor dimensionarmos a extensão do trabalho que nos espera, encarnados e desencarnados, nos roteiros do movimento espírita do mundo terreno.
No encerramento da actividade, a destemida servidora do Cristo, Maria Modesto Cravo, fundadora e dedicada cooperadora do Sanatório Espírita de Uberaba, foi chamada para apresentar seu lúcido e oportuno depoimento sobre humildade, como sendo a medicação apropriada para nossos problemas com o orgulho.
Suplicamos aos amigos leitores que, porventura, estranharem a tonalidade da linguagem de nossa amiga, que procurem alargar os campos do discernimento para melhor entenderem que nem todo servidor de Jesus terá discursos idênticos à meiguice de um Bezerra ou à erudição de um Emmanuel.
Maria Modesta Cravo é franca sem ser chula, polida sem ser convencional.
Acima de tudo, e sem nenhuma premissa fantasista, ela é a servidora que acumula as mais graves e elevadas responsabilidades junto ao Hospital Esperança, como poderão constatar os amigos no transcorrer de sua pronúncia.
Seu estilo é um desafio à nossa capacidade de alteridade e compreensão sobre as reais qualidades dos trabalhadores de Jesus, cujos quesitos básicos são o sentimento elevado e a acção no bem.
Passamos, então, na íntegra, sua fala inspirada, humorada e grave:
"Amados companheiros, paz e esperança.
Costumo dizer a Eurípedes que quando sou convocada a falar de humildade é porque meu próprio nome carrega a "sina" desse tema:
Maria "Modesta", que vem de modéstia...
Não vou começar minha fala à moda convencional, dizendo coisas do tipo:
"estou aqui, mas não tenho autoridade para falar desse tema".
Muito pelo contrário, digamos humoradamente que me orgulho de minha humildade!
Os conceitos que tomaram conta da cultura popular sobre o que seja humildade prejudicam em muito seu verdadeiro significado.
Associa-se humildade com simplicidade, pobreza, atitudes discretas e inúmeras coisas parecidas em ser alguém apagado, que não se destaca, que se mantém no anonimato, que não expressa e nem possui qualidades.
Jesus, muito Sábio e Humilde, certa feita foi chamado de Bom e não aceitou o adjectivo, alegando que Bom era só o Pai e que poderia ser chamado de Mestre, porque isso Ele era e assumia com louvor.
Isso é a humildade, ter consciência do que se é.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:34 pm

Segundo o benfeitor Barsanulfo, esse curso destina-se a nos dar melhores noções sobre o orgulho e como superá-lo, enfocando especialmente a luta de nossos irmãos na comunidade espírita humana.
Então eu gostaria de começar esse assunto dizendo, com a franqueza de sempre e com muita piedade, que os espíritas estão muito orgulhosos da humildade que imaginam possuir!
Sim, é isso mesmo, e vocês são testemunhas das lutas e problemas que nossos irmãos queridos carregam para cá por causa disso.
A ignorância acerca do que realmente seja humildade, e também das formas cruéis e subtis de acção do orgulho, têm criado dificuldades que poderiam ser vencidas com um pouco de esclarecimento e algumas acções simples.
Por isso, esse curso entre nós, além de ser material para nosso crescimento, é uma iniciativa que precisa ser levada aos amigos no corpo físico com urgência, a fim de melhor muni-los de recursos para a grande batalha na conquista dessa virtude.
A palavra adornos precisa ser ventilada aqui.
Adornos, máscaras, capas.
Expressões desagradáveis de se mencionar e que estão fazendo parte da vida psicológica e emocional de muitos corações bem intencionados, mas ignorantes sobre a sua própria realidade espiritual.
Para ser franca e brincar um pouco com coisa séria, o movimento espírita está parecendo uma passarela onde o orgulho desfila com várias fantasias.
Fantasias de grandeza e propriedade da verdade são os adornos que mais se vê!!!
Os que nos encontramos fora do corpo, sabemos bem quem são os "espíritos-espíritas", sua trajectória espiritual.
Torna-se imperioso, mais que nunca, alertar nossos irmãos na carne acerca dos acontecimentos que temos presenciado aqui no Hospital Esperança, para devotarem-se com todas as forças na libertação do peso das ilusões que cultivam a pretexto de grandeza espiritual.
Logo após meu retorno para a vida dos espíritos, fui convocada por Eurípedes a coordenar as acções para um novo pavilhão junto a essa casa de amor, destinado a socorrer os líderes religiosos Cristãos da humanidade, especialmente os dirigentes espíritas.
Por três décadas consecutivas, venho aprendendo nessa tarefa sobre os perniciosos reflexos do orgulho.
O pavilhão sob as ordens de minha equipe tem crescido em tamanho e necessidades a cada dia.
Criamos uma actividade muita saudável para nossos assistidos chamada "tribuna da humildade".
O nome pode parecer um contra-senso, porque talvez devesse se chamar "tribuna do orgulho", entretanto para efeitos estratégicos a "tribuna da humildade" é algo desafiante.
É uma tarefa destinada àqueles que já se encontram em recuperação e melhoria e que, depois de algum preparo sobre o tema, vão dar seus depoimentos pessoais, falar de suas fantasias de superioridade e seus equívocos.
Aprendemos que somente quando começamos a tratar nossas doenças com naturalidade, sem medo e publicamente, é que se abrem os caminhos para a mudança.
A "tribuna" tem sido uma tarefa terapêutica, conquanto dolorosa à maioria.
Com toda sinceridade, eu mesma não me acostumo a ouvir as narrativas.
Não fossem os benefícios que essa tarefa tem apresentado, eu a encerraria.
É muito doloroso para qualquer pessoa sair do mundo físico, na condição do líder aplaudido e reverenciado, com seus retratos nas galerias e museus, e chegar aqui como assistido e portador de severos enganos e arrependimentos.
Claro que esse não tem sido o caminho de todos, e como me alegro em ver aqueles que venceram os convites da vaidade, seja no anonimato, seja na notoriedade.
No entanto, a maioria tem descuidado...
Em todos os campos dos seguidores de Jesus, encontramos fracassos e quedas.
Nossos amigos de ideal espírita, por exemplo, costumam falar do orgulho como quem conhece e domina o tema, dando notas de sua presença até mesmo na prepotência em falar do assunto.
Poucos demonstram consciência do orgulho do qual são portadores, poucos sabem realmente onde e como sua vaidade se manifesta.
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Mereça Ser Feliz: Superando as Ilusões do Orgulho - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira - Página 4 Empty Re: Mereça Ser Feliz: Superando as Ilusões do Orgulho - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:34 pm

Basta dizer humoradamente que existem muitos corações orgulhosos da reforma íntima que já fizeram.
Tão orgulhosos que se sentem melhores e mais adiantados que a maioria das pessoas, dando ensejo ao surgimento das férteis imaginações de que são missionários prontos para salvar a humanidade, quando, em verdade, expressiva maioria deles não estão conseguindo salvar nem a si mesmos.
Alguns utilizam-se de frases do tipo:
"quem sou eu para ser um apóstolo de Jesus" e relegam várias oportunidades de crescer dizendo-se humildes.
Ocorre que, apesar de passarem esse atestado de falsa modéstia, no fundo, o sentimento que muita vez os domina é de que são apóstolos do Cristo, e diga-se de passagem, bons apóstolos.
É uma humildade de adorno, porque o que vale mesmo é o que se sente no coração.
Sentimento, eis o cerne de nosso tema sobre o orgulho.
O orgulho é um sentimento, o sentimento de grandeza, o sentimento que cria o vício de ser prestigiado, adulado, paparicado.
É o sentimento que faz com que queiramos que o universo circule em nossa órbita personalista.
Orgulho é sentimento de superioridade pessoal, por isso humildade, seu oposto, tem que ser fruto também de um trabalho afectivo do espírito, tem que nascer do coração atrelado à consciência, como veremos adiante.
Não será demais dizer que o orgulho é um grande vilão, astuto e hábil sedutor.
Os espiritistas estão confundindo, sob a acção hipnótica da vaidade, o conhecimento da doutrina com elevação espiritual.
E isso mesmo, adquirem alguma fatia de saber, sentem-se detentores de Verdades que poucos sabem e esbanjam a falsa sabedoria em longos discursos de conversão.
E isso não ocorre somente aos neófitos.
Entre os dirigentes que temos atendido no "pavilhão Bezerra de Menezes", nome que demos para a ala sob nossa condução aqui no Hospital, encontramos em todos a espontânea manifestação de surpresa ao perceberem que os livros espíritas, apesar da riqueza, dão pálida e distante ideia da realidade da morte e dos movimentos que se operam na erraticidade.
É uma pena que tenham que morrer para perceberem que sabem tão pouco!!
Isso ocorre porque a cultura espírita foi engessada, institucionalizada por padrões que impedem ampliar e dilatar a visão.
O intercâmbio mediúnico estacionou em convenções que mais parecem cadeados que cerceiam a entrada espontânea e madura dos médiuns na consciência fiel sobre os factos do mundo espiritual.
E, nos bastidores, lá está ele, o nosso astuto inimigo, a prepotência, uma das camuflagens do orgulho, fortalecendo ideias de salvação e grandiosidade em função das acções de caridade e do conhecimento que dotaram muitos parceiros de ideal de acentuada invigilância sobre sua verdadeira condição.
Generalizou-se na comunidade espírita a preocupação com a "acção das trevas", e eu pergunto: será que justifica?
Não estará essa preocupação tirando o foco sobre a real necessidade a ser trabalhada? Enquanto existe a supervalorização com as "acções dos infernos", distrai-se para os cuidados que requisitam a personalidade no que tange à sua transformação.
Muita atenção para as trevas de fora acaba fazendo esquecer as trevas que temos que vencer dentro nós.
E, os que aqui nos encontramos, sabemos o quanto o nosso querido "génio do mal" adora ver o rumo que tem tomado essa excessiva centralização na pessoa dos obsessores e das obsessões na seara doutrinária.
Levemos, portanto, ideias mais claras aos que assumiram o compromisso espírita de serem melhores hoje do que eram ontem, sem assustá-los evidentemente.
Digamos a eles que séculos sucessivos naufragando nas "fracassadas" reencarnações edificaram um terrível sentimento de inutilidade e desvalor pessoal; é a angústia básica dos espíritos que renascem actualmente no corpo físico, um lacerante complexo de inferioridade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:34 pm

Vejam a necessidade que o homem tem de ser grande sem o ser, de fazer-se de forte sem o ser, de bancar o iluminado somente porque transitou alguns anos nas tarefas assistencialistas ou na leitura de uma dezena de livros libertadores.
Os traumas da vida extrafísica, a dor do arrependimento ou da culpa, do medo e da fuga têm ocasionado reflexos mentais de difícil erradicação.
Os remorsos na erraticidade, provenientes do que fizeram ou deixaram de fazer em anteriores existências, têm constituído a perpetuidade das provas que começam na carne e se mantém depois da morte corporal.
Expliquemos pois, aos que possam nos ouvir no plano físico, a importância da valorização mútua pela fraternidade, das equipes que se amam e tratam a todos como uma família, o valor da atenção para com os que ingressam no centro espírita, e, sobretudo, a urgência do diálogo fraterno como fonte terapêutica sobre os circuitos mentais auto-obsessivos.
Essa modéstia imaginada pelos espíritas precisa ser esclarecida em favor da felicidade deles próprios.
Eles estão com orgulho da humildade que supõem possuir, meus amigos! Isso é grave...
Uma modéstia imaginada e não sentida, uma quase fragmentação que beira os quadros mais conhecidos da "psicose pacífica, aceitável.
Como assevera Inácio Ferreira:
"os espíritas estão passando por uma loucura controlada, uma psicose intermitente..."
Mas temos que perguntar: quantos conseguirão manter esse controle e até quando?
Ainda usando as claras observações de Inácio, ele nos diz que "o pior louco é aquele que finge que não é louco, porque não assume, não quer enxergar.
Precisamos dizer-lhes sobre os efeitos desse estado mental aqui na vida imortal.
Convocá-los a perceber os reflexos doentios que carregam na própria mente.
Vemos quantos companheiros estão empenhados em largar cigarros, bebidas, carne e certos ambientes como se reforma íntima fosse restrita a movimentos primários de contenção.
O trabalho no terreno dos sentimentos é o fiel da balança nos trâmites da evolução.
Temos aqui reunidos cem servidores que me ouvem e que se encontram no serviço activo da psicografia junto à messe doutrinária.
Se conseguirem êxito na tarefa de enviarem ao mundo físico as minhas palavras, gostaria que esclarecessem algo que tenho aprendido no socorro a "espíritas fracassados".
O pronome nós tem sido empregado como manifestação de humildade, e vocês podem notar que o tempo todo de minha fala estou,
propositalmente, usando a primeira pessoa, porque falo "eu", mas sinto nós, enquanto muitos falam "nós" e não são capazes de admitir o que se passa a poucos centímetros de suas vistas; é o personalismo travestido, uma fachada sem sentido para homens e mulheres que dizem seguir Jesus, o Altruísta de Deus.
É certo afirmar que tudo começa a partir do que falamos, todavia é preciso assinalar que há muitos se iludindo e acomodando-se somente com as regras de fora, dentro do slogan "espírita faz isso e não faz aquilo", adoptando "convenções formalizadas de humildade", quando o que Interessa é o que se passa no reino do coração.
A isso chamamos de puritanismo, outro disfarce do nosso velho inimigo, as atitudes pudicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:35 pm

Bom, chega de falar dos espíritas!

Se um dia conseguirem um médium corajoso o bastante para relatar minha fala, digam que fiz isso como um "teste ao orgulho".
Quem ler minha fala até esse ponto, sem ter um enfarto de revolta, é candidato a ser humilde no futuro!!
Falemos agora de humildade.
O orgulho é a "sombra do ego", o sentimento que nos leva a sentir-nos maiores e melhores que todos.
A humildade, seu oposto, é a luz que vem de dentro quando reconhecemos quem somos.
Brota na alma como um estado afectivo ao conseguirmos romper com as camadas de falsidade e engano edificadas pelo egoísmo, e nos vermos enquanto Eu Divino.
Humildade é desilusão, reconhecimento de limites e qualidades, é conscientização.
Humildade é estar conectado com a essência da vida, a Verdade.
Para isso é necessário a sintonia com a Verdade sobre nós mesmos, a realidade.
E o estado de libertação das ilusões que nos permite enxergar com lucidez, sem vaidade ou desânimo.
Humildade é o estado de realidade que conquistamos na medida do auto-descobrimento.
Quem vibra no "espírito da humildade" recolhe sempre na vida o que tem valor real para seu crescimento, não agindo ao sabor das proclamadas mentiras mundanas, porque zelará por sua identidade universal sem deixar assediar-se por apelos inferiores.
Quem estiver na humildade será alguém que conseguirá existir, sentir-se realizado, porque está buscando ser ele mesmo, e não ser o que os outros gostariam que fosse.
Portanto, humildade é a estrada de acesso para a felicidade.
O estado de "ausência de orgulho" só pode ser alcançado com o "sentimento de humildade", e não com essas capas que são colocadas para chamar a atenção alheia com virtudes que ainda não possuímos, camuflando impulsos de vaidade que, de alguma forma, inevitavelmente, vão escoar em variadas metamorfoses."
Essas capas são muitas, uma delas é a da pobreza.
A vinculação da humildade com a pobreza é algo cultural, e a cultura popular, apesar de sábia, muitas vezes comete severos pecados de conceituação.
Se tem algo que não é semelhante à humildade é a pobreza.
Se assim o fosse, os países chamados de "terceiro mundo" - expressão preconceituosa das sociedades terrenas - seriam conscientes, felizes, realizados, resignados, não haveria revolta e nem crime.
Não é isso que verificamos, infelizmente...
Há muitos pobres revoltados e orgulhosos ao extremo; são simples no vestir e nos hábitos, mas se pudessem...
Devemos ter "alma de pobre", como assevera a educadora católica Maria Junqueira Schmith, contentar com o que temos.
Contentamento é estado de realização interior que nasce da humildade.
Universo é riqueza, a natureza é prodígio Divino de abundância.
Pobreza é marca de mundos inferiores, é condição de seres que não se amam e nem tiveram alguém para amá-los.
Pobreza não é humildade.
Por isso, a mensagem espírita para os pobres deve ser a da riqueza interior como caminho para Deus.
Humildade não é apenas ter atitude modesta.
De "Modesta" basta eu mesma!!
Mais que isso, é ter atitude de lucidez em razão de haver aprendido as causas profundas de seus modos de agir e reagir, mas também de suas qualidades:
é o "estado da autenticidade".
Pessoas humildes sabem "existir", não se permitindo os vícios da representação, da artificialidade, por isso são livres.
Essas capas infelizmente prestam um desserviço a nós mesmos, porque a dificuldade que apresentamos para reconhecer os erros, os limites, as imperfeições, é a mesma que leva a perturbar e adulterar as noções acerca das qualidades.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:35 pm

O orgulho, portanto, impede o homem de tomar posse de si mesmo, dos seus limites e das suas virtudes.
Criou-se, por exemplo, uma cultura de que não se deve elogiar, realçar as qualidades para não incentivar a vaidade; uma mentalidade de que não devemos falar de virtudes porque não as temos.
No lugar de riqueza espiritual fala-se em dívidas do passado, carmas, sofrimento, resignação, penúria, dor, uma cultura de inferioridade é disseminada no mundo pelo "génio do mal" para que os homens não se sintam dignos do bem e do amor.
Se temos talentos e virtudes é significativo que fiquem onde todos possam ver, e depois, quando uma qualidade realmente nos pertence, não temos como escondê-la; ela surge naturalmente.
Essa discrição e humildade de fachada, pregada como conduta de vigilância, pode emperrar o crescimento, porque a criatura adopta postura para fora, mas não é educada para saber como lidar com os sentimentos que estão dentro.
Claro que ficar chamando a atenção para suas virtudes é atitude de infantilidade e vaidade, entretanto a relação que travamos com nossas qualidades é que precisa ser redimensionada; ocultá-las não vai levar a nada.
Essas capas, que são o vínculo doentio com o ego, iniciam-se no ato educativo durante a infância.
A falta de contacto com os sentimentos e habilidades inatas da criança são substituídas pelas normas ou costumes sociais, que conspiram para a formação do "homem social" descuidando do "homem-alma.
O que é muito lamentável, porque dessa maneira a criança é levada a ser o que não é para atender a caprichos paternais ou requisitos da sociedade; seus sentimentos nem sempre são considerados, seus pendores...
E os sentimentos são o espelho da consciência.
Conhecê-los é criar um elo com a humildade, com quem somos verdadeiramente, deixando de ouvir as loucuras do ego e passando a "escutar Deus" na intimidade.
A consciência expressa-se no coração com maior intensidade.
Aprender a linguagem dos sentimentos é caminhar para o estado de humildade, de autoconhecimento.
Como disse anteriormente, certa feita alguém chamou Jesus de bom e Ele não aceitou o título, dizendo: Bom é o Pai.
Porém, em outro momento ele sentenciou:
vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o Sou.
Isso é humildade, saber quem se é.
Nem mais, nem menos.
Não se expressa qualidades, não se elogia, entretanto fica uma carência de estima e consideração alheia no campo dos sentimentos que é muito natural e não pode ser
confundida com o vício de prestígio.
Todos precisam ser amados tanto quanto amar, serem estimulados tanto quanto estimular.
Nem esconder, nem ficar mendigando a aprovação alheia.
A humildade pregada como ocultação de virtudes e adopção de atitudes pudicas, que ainda não são sentidas no coração, é factor de deseducação e repressão dos potenciais de crescimento pessoal.
Por incrível que pareça, isso é deixar de errar por orgulho.
Ah! Meus bons amigos!
Precisaríamos de outro curso desse de vinte dias somente para tratar esse enfoque.
Valha-nos Deus e Eurípedes para que o consigamos quanto antes, porque não tenho mais onde botar tanta gente no Pavilhão...!!!

Paz e esperança a todos".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:35 pm

Apêndice
Programa de Bezerra de Menezes

Pelos Valores Humanos no Centro Espírita
"A melhor campanha para a instauração de um novo tempo na Seara passa pela necessidade de melhoria das condições do centro espírita, que é a célula operadora do objectivo do Espiritismo.
Lá sim se concretizam não só o conhecimento e o trabalho, mas a absorção das verdades no campo individual consentidas em colóquios íntimos e permanentes, que reproduzem os momentos de Jesus com seu colégio apostólico.
Por isso, temos que promover as Casas, de posto de socorro e alívio a núcleo de renovação social e humana, através do incentivo ao desenvolvimento de valores éticos e nobres capazes de gerar a transformação.
Para isso só há um caminho: a educação.
O núcleo espiritista deve sair do patamar de templo de crenças e assumir sua feição de escola capacitadora de virtudes e formação do homem de bem, independentemente de fazer ou não com que seus transeuntes se tornem espíritas e assumam designação religiosa formal.
Elaboremos um programa educacional centrado em valores humanos para dirigentes, trabalhadores, médiuns, pais, mães, jovens, velhos, e o apliquemos consentaneamente com as bases da Doutrina.
Saber viver e conviver serão as metas primaciais desse programa no desenvolvimento de habilidades e competências do espírito.
O que faremos para aprender a arte de amar?
Como aprender a aprender?
Como desenvolver afecto em grupo?
Como "devolver visão a cegos, curar coxos e estropiados, limpar leprosos, expulsar demónios?
Muitos adeptos conhecem a profundidade dos mecanismos desencarnatórios à luz dos princípios espíritas, entretanto, temos constatado quantos chegam por aqui em deploráveis condições por não se imunizarem contra os padrões morais infelizes e degeneradores.
A melhoria das possibilidades do centro espírita indiscutivelmente facilitará novos tempos para o pensamento espírita, haja vista que estaremos ali preparando o novo contingente de servidores da causa dentro de uma visão harmonizada com as implicações da hora presente.
Dessa forma, estaremos retirando a Casa da feição de uma "ilha paradisíaca de espiritualidade", projectando-a ao meio social e adestrando seus partícipes a superarem sua condição sem estabelecer uma realidade fictícia e onerosa, insufladora de conflitos e de medidas impositivas, longe das reais possibilidades de transformação que a criatura pode e precisa efectivar em si mesma.

(Trecho extraído da mensagem Atitude de Amor inserida na obra Seara Bendita, psicografada por Maria José da Costa Soares de Oliveira e Wanderley Soares de Oliveira-Diversos Espíritos)

Observação: nadis são canais de condução de energia no corpo vital, "nervos subtis".
Também conhecidos como meridianos, são como pequenos chacras.


§.§.§- Ave sem Ninho
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