LUZ ESPÍRITA
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Mereça Ser Feliz: Superando as Ilusões do Orgulho - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:32 pm

Capítulo 19 - Etapas da Alteridade
"Necessária é a variedade das aptidões, afim de que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais."
O Livro dos Espíritos - questão 804

Alteridade, uma palavra que merece atenção nos programas de educação e melhora à luz do Espiritismo humanitário.
Consideremo-la como sendo a singularidade alheia, o distinto, aquilo que é "outro", a diferença que marca a personalidade de nosso próximo.
Nas abordagens filosóficas, a alteridade tem conotações de rara beleza e profundidade demonstrando a importância da diversidade humana.
Entretanto, interessa-nos, mais de perto, seu enfoque ético na convivência.
O trato humano com a diferença, da qual o outro é portador, tem sido motivo para variados graus de conflitos e adversidades.
Inclusive entre os seareiros da causa espírita observa-se o desafio que constitui estabelecer uma relação harmoniosa e fraterna, quando se trata de alguém que não pensa igual ou que foge aos convencionais padrões de acção e pensamento, perante as tarefas promovidas nos círculos doutrinários.
Frequentemente, a dificuldade em manter a fraternidade com as diferenças e os diferentes tem ocasionado um lamentável fenómeno comportamental na sociedade: a indiferença.
A indiferença é a negação da diferença; o outro não faz diferença nenhuma, é um bloqueio deliberado ou inconsciente ao distinto, àquilo que não é o "eu".
Não havendo disposição ou mesmo possibilidade de compatibilidade entre aptidões ou no terreno do entendimento, adopta-se a exclusão afectiva como suposta solução para os embates do relacionamento.
Leves agastamentos e decepções arrefecem as expectativas e as frágeis amizades levando muito facilmente as criaturas à mágoa e mesmo ao revanchismo.
Conviver é, de facto, um desafio.
A humanidade terrena, nesse início do terceiro milénio, começa a se preocupar em delinear nos seus projectos educacionais a habilidade de "aprender a conviver" como um dos quatro magistrais pilares para todos os conteúdos das escolas do mundo.
Muito relevante essa medida, tomando por base que esse será o milénio do homem interior, em contraposição aos últimos mil anos que fundamentaram a era do homem exterior, o homem das conquistas para fora, sendo agora o momento das conquistas e vitórias íntimas:
a era do amor falado, sentido e aplicado.
A indiferença provoca uma quase total ausência de solidariedade nas relações entre os homens.
O egoísmo é o responsável por essa calamidade da vida humana, levando ao "esfriamento da sensibilidade" ante tanto desrespeito e violência.
Compreender as etapas da alteridade nos mecanismos afectivos, sob o prisma do progresso espiritual, é fundamental para procedermos a uma auto-avaliação de nossa posição íntima.
Delineemos essas etapas do crescimento moral e espiritual em três:
primeiro o desejo de melhora, posteriormente a interiorização e finalmente a transformação.
Em cada uma dessas vivências, dilata-se a consciência para uma concepção mais apurada daqueles que jornadeiam connosco no carreiro das experiências de cada instante.
Em cada uma, a singularidade "daquele que e outro" toma uma conotação de conformidade com a maturidade afectiva e moral de cada um.
Antes de assinalarmos as características pertinentes a cada passo, deixemos claro que todo processo de mudança interior obedece a esse espírito de sequência natural.
Sem desejo de melhora não existe motivação para quaisquer empreendimentos de renovação.
Sem a etapa da interiorização não se deflagra o conhecimento fidedigno do trabalho a ser efectuado na intimidade de si mesmo.
E a transformação é o resultado e o objectivo para o qual todos caminhamos na evolução.
Esse dinamismo interior é processual e ninguém estagia em uma ou outra etapa separadamente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:32 pm

No entanto, para efeitos didácticos, analisemos o que costuma suceder-se na vida afectiva ao longo dessa caminhada, dentro da relação eu e o outro, para quantos tomam contacto com as luzes do Espiritismo:
Desejo de melhora - período em que nos ocupamos pelas acções no bem.
Etapa marcada pelo conhecimento espiritual criando conflitos íntimos, impulsionando novos posicionamentos.
A necessidade de mudança será proporcional ao nível de maturidade de cada criatura.
Nessa fase o outro ainda é uma referência de incómodo, disputa e ameaça, quase um adversário para quem são dirigidas cobranças não suportáveis a si mesmo.
Tal estado psicológico instiga o julgamento inflexível através da análise para fora.
O principal traço afectivo é a simpatia pelos iguais, aqueles que pensam conforme pensamos, que esposam pontos de vista idênticos.
Embora seja um instante de muita "convulsão" nas metas e propósitos de vida, é quando o homem se define por uma nova opção de melhora com base na vida futura, na imortalidade e na ascensão.
O convite ético do Espiritismo chega-lhe como consolo e também um abalo nas convicções.
Mesmo o próximo não sendo ainda respeitado na sua diferença, trata-se do início da morte da indiferença.
Apesar de não aceitar os diferentes, já se incomoda com eles, querendo modificá-los:
um efectivo sinal de mutação na forma de sentir.
Afectivamente não é uma postura ajustada, mas é uma estrada que se abre para superar a tendência de marginalização e impulso para repensarmos a nossa individualidade, até alcançarmos a interiorização.
Interiorização - se na fase anterior a prioridade era a acção, aqui o aprendiz das questões do espírito volta-se para estudar suas reacções íntimas.
O conhecimento sai da esfera puramente intelectiva para o campo das reflexões sentidas, motivando a busca de estados mentais de harmonia.
O "outro" promove-se à condição de espelho das necessidades de nosso aperfeiçoamento, uma extensão de nós próprios que deflagra o processo educativo; afectivamente toma a conotação daquele que nos leva a novos e mais elevados sentimentos.
Esse é o estado psicológico da busca de entendimento e do autoconhecimento, uma análise para dentro.
Há uma dilatação da sensibilidade para com a diferença alheia, seguida de mais intensa aceitação, disposição para o perdão.
a concórdia. Começa-se assim a compreensão da importância que tem a diversidade de aptidões.
O desigual passa a ser visto como alguém importante para o nosso crescimento pessoal.
A maleabilidade, a assertividade, a empatia e outras habilidades emocionais passam a ser usadas com mais intensidade.
Todas essas posturas sedimentam valores novos no rumo da transformação.
Transformação - os valores interiorizados atingem o campo dos sentimentos, é a mudança real.
O outro é alteridade, distinção; é o estado psicológico do amor em que a diferença do outro passa ser incondicionalmente aprovada e, mais que isso, compreendida como indispensável lição de complementaridade.
Nessa etapa aprende-se não só a aceitar os diferentes como se consegue aprender com eles, amá-los na sua maneira de ser.
É a etapa da felicidade.
O outro jamais poderá ser motivo para decepções e mágoas.
Ainda que as tenhamos saberemos como lidar bem com essas emoções.
A autonomia e a liberdade não permitem amarras e dependência, opressão e sentimentalismo.
Aprende-se o auto-amor e por consequência ama-se sem sofrimento, sem sacrifícios; ama-se porque o amor é preenchedor e isso, definitivamente, basta.
Jesus, na Parábola do Semeador, quando fala dos vários terrenos em que foram distribuídas as sementes, deixa-nos um tratado sobre a alteridade e suas etapas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:33 pm

Os solos da narrativa correspondem aos níveis evolutivos em que cada qual dará frutos, conforme suas possibilidades.
O aprendizado da reforma íntima, inevitavelmente, percorre esses degraus de aprimoramento.
A análise sincera dos sentimentos que se movimentam na esfera dos corações nessa marcha de crescimento nos permitirá proceder ao conhecimento de si próprio com mais êxito.
Não esqueçamos, em nosso favor, que em qualquer tempo e lugar, diferenças não são defeitos, os diferentes necessariamente não são oponentes, e a indiferença é o recolhimento egoísta do afecto na escura masmorra do desamor.
Nossa harmonia é construída no cultivo das virtudes da indulgência, da fraternidade e do acolhimento.
Acção, reacção, transformação:
caminhos da alteridade.
Morte da indiferença, autoconhecimento, amor: caminhos da felicidade.
Em quaisquer etapas:
sempre alteridade na erradicação do personalismo.
Hosanas às diferenças e aos diferentes!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:33 pm

Capítulo 20 - Azedume, Temperamento Epidémico
"Todas as vezes, pois, que, num grupo, um dos seus componentes cai na armadilha, cumpre-se proclame que há no campo um inimigo, um lobo no redil, e que todos se ponham em guarda, visto ser mais que provável a multiplicação de suas tentativas.
Se enérgica resistência o não levar ao desânimo, a obsessão se tornará mal contagioso, que se manifestará nos médiuns, pela perturbação da mediunidade, e nos outros pela hostilidade dos sentimentos, pela perversão do senso moral e pela turbação da harmonia.
Como a caridade é o mais forte antídoto desse veneno, o sentimento da caridade é o que eles mais procuram abafar.
Não se deve, portanto, esperar que o mal se haja tornado incurável, para remediá-lo; não se deve, sequer, esperar que os primeiros sintomas se manifestem; o de que se deve cuidar, acima de tudo, é de preveni-lo.
Para isso, dois meios há eficazes, se forem bem aplicados:
a prece feita do coração e o estudo atento dos menores sinais que revelam a presença de Espíritos mistificadores.
O primeiro atrai os bons Espíritos, que só assistem zelosamente os que os secundam, mediante a confiança em Deus; o outro prova aos maus que estão lidando com pessoas bastante clarividentes e bastante sensatas, para se não deixarem ludibriar."

O Livro dos Médiuns - cap. 29 - item 340

Rectifiquemos os conceitos sobre o azedume em favor do nosso autoconhecimento e vigilância.
Azedume não é traço emocional somente de mal-humorados e irritadiços, pois ultrapassa essas conotações mais conhecidas e encontra-se na raiz de muitos quadros comportamentais
da vida moderna.´
O processo químico de azedar ocorre, igualmente, nos campos vibratórios humanos.
É similar à fermentação que tornam alguns alimentos imprestáveis e fazem de outros uma fonte de transformação e reciclagem.
No mundo das vibrações, azedar é pestiar a corrente centrífuga do perispírito de teores energéticos inferiores, "acidulantes".
Sua causa-matriz, na maioria dos casos, é a pertinaz insatisfação com a existência carnal da actualidade com escassa gratificação e prazer.
Não significa privação exterior, mas inibição íntima. Homens existem que vivem na prodigalidade de recursos para a auto-realização, no entanto, não conseguem fruir afectivamente a satisfação com o que possuem, sobraçando em queixume e irritabilidade ao menor sinal de contrariedades com as quais convivem continuamente, em face de acentuada predisposição a incomodar-se com bagatelas da vida.
E uma permanente insatisfação, em verdade com origem na individualidade espiritual.
Azedume é a postura de "revolta muda e impulsiva" da criatura que se abateu na luta pela superação de seus desgostos e desamor a si mesmo.
Tal estado de perturbação do afecto é uma fuga de difícil diagnose aos mais experientes esculápios, e apresenta variado quadro de sintomas avaliados, habitualmente, como quadros mentais patológicos ou obsessões pertinazes.
Tomemo-lo como uma espécie de "neurose original", ou seja, um desajuste entre as escolhas pré-reencarnatórias e a sua realidade na Terra.
O desconforto e a inaceitação geram uma insatisfação seguida de alterações no estado de humor, tipificando-se em múltiplos processos morais, psíquicos e emocionais.
Fenómeno muito subtil da vida mental e emocional, porque enreda o doente no sofrimento sem que se lhe possa entender de imediato as razões causais profundas, que estão nos estados interiores de desagrado e inconformação com as provas da existência.
Algumas de suas facetas são a autopiedade, irritação, tendência agressiva, revide, aspereza, amargura, rigidez de carácter, depressões, aversões a locais, assuntos e pessoas, pessimismo, antipatia, perfeccionismo, deficitária auto-estima, bloqueio do afecto, revolta e até ódio; factores esses que levam a extremas "pressões psíquicas" decorrentes de faixas mentais de ansiedade e preocupação confirmando um caso de auto-obsessão, em muitas ocasiões, seguidas de influenciações de outras mentes desencarnadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:33 pm

Apresenta-se como situação comum nos dias atuais, em que a ilusão insufla a mentira e convence os incautos a escravizarem-se a modismos e estereótipos sociais de consumismo, sob a égide do materialismo.
Revoltados com o corpo, abatem-se sob o sentimento do azedume em síndrome de inveja ante as infelizes comparações com aqueles que desfilam nas bajuladas passarelas públicas da elegância e da beleza.
Inconformados com a condição social, permitem-se a aspereza ante perdas e insucessos ou os atraem, quando enleiam-se por raciocínios que lhes fazem sentir injustiçados e "sem sorte".
Infelizes com as uniões matrimoniais, homens e mulheres azedam o clima do lar em declarada "guerra do coração" por não conquistarem as expectativas alentadas com o enlace.
Inveja, perdas e expectativas não atendidas são pólos de atracção para a insatisfação que se transforma em ingratidão, raiva, desânimo e desequilíbrio.
"Provas-surpresas" são outra fonte frequente, quando a criatura é colhida por factos inesperados e periódicos, aferindo sua resistência e inteligência intrapessoal para conduzir as emoções às melhores possibilidades no encontro das soluções perante os revezes.
Azedume é atestado de escassa inteligência emocional ou incapacidade de controle e vigilância sobre os patrimónios da afectividade.
As neurociências, no futuro, constatarão nosologias neurológicas provenientes dessa "rebeldia com a vida", e a psiquiatria acatará essa "neurose original" como etiologia presente nos capítulos da distimia crónica...
Não bastasse a sanha infelicitadora para quem o cultiva, o azedume é "contagioso".
Epidemia hodierna crescente que surge em grupos através de sinergia e "simbiose-indutora".
O clima quase generalizado de descontentamento dilata-lhe a acção estabelecendo psicosferas acres, com teores energéticos que dispõem a variados distúrbios físicos, dolorosa pressão mental e "estranhos sentimentos" na convivência.
Tais climas são predisponentes à perpetuação do contágio, um "temperamento" epidémico!
Nos grupos as pessoas acometidas pelo azedume agudo evitam conviver, ou se o fazem, recheiam-na de limites desnecessários e distanciadores, empobrecendo as relações, afastando uns e causando desgostos e agastamento a outros, sendo que ela própria, em crise íntima, desconhece estar sob seu domínio, sentindo incómodos inexplicáveis com os quais sofre em larga escala.
O estudo da referência de O Livro dos Médiuns assinala três reflexos da obsessão sobre aqueles que convivem com o obsidiado: hostilidade dos sentimentos, perversão do senso moral e turbação da harmonia.
Com o azedume não é diferente. Provoca maus sentimentos, subtrai força moral e destrona a harmonia naqueles que, invigilantemente, não adoptam os antídotos da caridade na vida interpessoal com os que caíram nas malhas da "azedação psíquica".
Adoptemos nas células de labor espiritual os cuidados imprescindíveis com essa epidemia de "cansaço de viver" ou "estresse do espírito", que dormita na incessante postura de reclamar e revoltar com o que se é e com o que se tem.
Azedumes em quaisquer circunstâncias precisam de nosso carinho e siso moral para trazermos sua vítima à sobriedade novamente, ampliando-lhe a visão sobre as bênçãos que a vida o "brindou", mas que ele ainda não descobriu ou esqueceu.
O serviço de resgatar essa lucidez terá resultados positivos quando assume a palavra de orientação, preferencialmente de alguém que superou lutas com as insatisfações comuns da existência, a fim de acenar com caminhos que tocarão o afecto dos descontentes e os chamarão para a conduta de determinação e fé no futuro melhor, seguidos de muito trabalho, dia após dia, cumprindo o dever sem fugir das responsabilidades assumidas antes do renascimento corporal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:34 pm

Amigos de ideal,
Além das considerações expostas, vale ressaltar que a transformação interior, assumida com decisão e Comprometimento, costuma levar o espírito a uma espécie de "convalescença moral" ou "tristeza psíquica", por um período mais ou menos longo, em razão da abstinência dos interesses pessoais enfermiços e das novas metas que agora foram recém-aderidas.
Nessa etapa a vida afectiva pode ficar comprometida por episódios de azedume e sisudez, alimentados pelo próprio orgulho que não se extingue de vez.
Um saudosismo do passado assoma-se como resquício mórbido no psiquismo.
Atentemos, portanto, para esse tema e não confundamos ciladas e reacções de desencarnados com vivências que, independentemente de forças espirituais, podem trazer-nos muitos desacertos na rotina dos dias em razão de recusarmos, em franca rebeldia, as inibições provacionais construídas por nós mesmos em vidas antecessoras ou nos actuais descuidos da imprudência, da inconsequência e da distracção com os deveres.
Atenção para as "pressões psíquicas" e medidas de segurança em relação à "epidemia de azedume" serão fontes protectoras do afecto, mantendo-nos isentos de carregar, desnecessariamente, as correntes inferiores da infelicidade alheia, que está presente em quase todos os lugares.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:34 pm

Capítulo 21 - Puritanismo do Espírita
O objectivo da religião é conduzir a Deus o homem.
Ora, este não chega a Deus senão quando se torna perfeito.
Logo, toda religião que não torna melhor o homem, não alcança o seu objectivo.
Toda aquela em que o homem julgue poder apoiar-se para fazer o mal, ou é falsa, ou está falseada em seu princípio.
Tal o resultado que dão as em que a forma sobreleva ao fundo.
Nula é a crença na eficácia dos sinais exteriores, se não obsta a que se cometam assassínios, adultérios, espoliações, que se levantem calúnias, que se causem danos ao próximo, seja no que for.
Semelhantes religiões fazem supersticiosos, hipócritas, fanáticos; não, porém, homens de bem."
"Não basta se tenham as aparências da pureza; acima de tudo, é preciso ter a do coração."

O Evangelho Segundo Espiritismo cap. 8- item 10

O puritanismo de alguns espíritas, nada mais é que a vivência exterior do Espiritismo, a criação de "protótipos de conduta" através de hábitos e costumes padronizados do tipo "espírita faz isso ou não faz aquilo".
O puritano é aquele que tem "códigos de identificação exterior", verdadeiros ritos e chavões doutrinários que esquecem automaticamente tão logo se afastem dos locais de pregação e devoção.
Necessariamente o puritano não é um hipócrita, pode estar apenas vivendo um estágio de elaboração íntima na sua melhoria pessoal e necessita de "escoras" e "imitações" para, pouco a pouco, internalizar o que ainda permanece somente na órbita de seus pensamentos sem atingir seu modo de sentir.
O problema surge quando há uma preferência por fazer amostragens de conduta espírita, teatralizando comportamentos e discursos com a única intenção de impressionar ou convencer, permanecendo nessa atitude anos após anos sem autenticidade e sinceridade.
A vivência real dos postulados espíritas é íntima no reino dos pensamentos e das tendências, dos sentimentos e dos ideais.
Ser puro é uma questão íntima.
Foi Jesus quem disse que o Reino de Deus não viria com aparências exteriores Ele também disse que os puros de coração veriam a Deus.
Ser puro é a aspiração evolutiva mais elevada que se pode conceber em nosso estágio de vivências.
O puritanismo, ao contrário, é algo exterior, uma "fachada" da atitude que não corresponde a valores autênticos.
O rigorismo, o ascetismo, o moralismo são algumas de suas manifestações.
No excesso de rigor aplicado ao comportamento próprio e das demais pessoas, é o radicalismo; na recriminação sistemática às questões mundanas é o ascetismo; na adopção constante de procedimentos artificiais aceitos como linhas comportamentais de um determinado grupo, é o moralismo.
Entre convivas espíritas são as acções e costumes tidos como coerentes com aquilo que a comunidade elegeu no seu padrão, criando estereótipos de "religiosos Kardecistas".
Algo muito melindroso essa questão do estereótipo!
Primeiramente porque pode constituir apenas um comportamento exterior, e depois porque incentiva exclusões e sectarismo para quem não esteja rigidamente de acordo com os perfis socialmente aceitos pela comunidade doutrinária.
O princípio das boas relações com o outro é estar bem consigo e o puritanismo é indício de uma má relação com a vida interior.
Quase sempre as atitudes puritanas escondem imperfeições com as quais não se deseja fazer o auto-encontro.
Como esse enfrentamento é difícil, através de mecanismos de defesa faz-se uma transferência para o outro, nascendo a postura que denota moralismo ou desajuste com o mundo externo.
Esse moralismo e desajuste podem ser percebidos em acções de recriminação, preconceito e reclusão, inclusive em nossos círculos espiritistas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:34 pm

Evidentemente, o homem agraciado com a luz do conhecimento espírita deverá ter um perfil adequado às propostas morais e sociais que o Espiritismo concita, conquanto devamos reconhecer que uma interpretação desse conhecimento enseja a presença de ostensivo desvirtuamento acerca daquilo que seja ou não essencial e educativo em matéria de conduta espírita.
Algumas temáticas pertinentes ávida no corpo físico demonstram com realismo a tese que estamos defendendo.
Basta que façamos algumas interrogações e deixemos o debate ao sabor dos amigos espíritas que se encontram na experiência física:
Como tem sido o relacionamento com o dinheiro?
Qual tem sido o posicionamento diante das questões da sensualidade e afecto?
Que se tem realizado no campo político social?
Que contribuições são oferecidas na comunidade do bairro?
Como andam as relações com os vizinhos que partilham ritmos de vida diversos?
Que contributos se tem oferecido ao progresso do ambiente profissional de sua actuação? Os impostos são pagos com honestidade?
Que cuidados são oferecidos ao corpo físico relativamente à sua beleza e saúde?
Que ambientes e hábitos são escolhidos para diversão?
Notem que as indagações são bem pertinentes à sociedade terrena, a escola dos reencarnados.
A razão desse enfoque é a de aferir a relação íntima com as questões do vosso mundo, porque a relação perturbada com essas e outras questões pode ensejar um puritanismo, um frágil e artificial relacionamento com as vivências necessárias ao progresso do espírito no mundo corporal.
Puritanismo é passar-se por puro sem o ser.
A pureza na Terra é relativa ao grau de aperfeiçoamento do estágio ainda inferior em que se encontra.
Os grandes homens puros da humanidade viveram no mundo sem ser do mundo, eis a nossa reflexão.
A soma do puritanismo de vários espíritas redunda em fazer do centro espírita ou do movimento uma "ilha paradisíaca" distante das problemáticas da sociedade, criando uma reclusão obstinada e confortável.
Porém, espera-se o oposto de todos os homens laureados com a espiritualização de si mesmos.
Espera-se aproximá-los o quanto possível, de forma justa e útil, dos assuntos humanos, cooperando com a purificação paulatina da humanidade.
Não serão "modelos puritanos", inconsistentes e conversionistas, que promoverão a regeneração.
Referimo-nos à participação pró-activa, não necessariamente em partidos políticos, mas no ambiente onde se vive.
Que adiantará para a libertação do passado ignominioso que acompanha a maioria de nós, se não lograrmos ser alguém melhor e mais solidário dentro do próprio lar?
Que avaliação fazer de uma convivência "santificada" nas organizações espíritas, mantendo uma personalidade mutável e submissa aos hábitos deseducativos que nutrem os grupos de actuação social onde se movimenta?
Os "Guias da Verdade" apontaram excelente directriz acerca desse insulamento quando afirmaram: Fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação.
Evitando um mal, aquele que por tal motivo se insula cai noutro, pois esquece a lei de amor e de caridade".
O puritanismo é exterminado com coerência, adequação interior, assumindo o intransferível compromisso de enfrentar nossas mazelas.
Ser puritano é "fazer de conta", e isso é um péssimo caminho para quem deseja ser feliz.
Que os grupos doutrinários trabalhem para que haja mais lealdade ao que se aprende e diz entre as suas "quatro paredes".
Cultivar sólida fraternidade, a fim de formar um ambiente que se permita "ser quem é", onde haja campo para discutir:
como parar de teatralizar quem gostaria de ser?
Como atingir a meta de ser quem devemos e temos condições de ser?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:34 pm

Essa será uma importante discussão para os destinos da causa.
Estudemos com afinco e verificaremos que o orgulho é o grande patrocinador das atitudes puritanas, levando a criatura a imaginar ser alguém que, de facto, ela ainda não é.
Via de regra essa imaginação especula em cima de uma auto-imagem super elevada, melíflua, ténue, "sagrada"...
Coloquemos os "pés no chão", a Terra pode contar com a contribuição espírita.
Ao invés de se tomar a iniciativa de querer levar essa "pureza artificial" adoptada em muitos centros doutrinários para a sociedade, tome-se a rota inversa e busque as lutas pessoais que se tem no mundo para tornar-se material de estudo e debate dentro dos centros, solidificando, posteriormente, uma conexão realista e eminentemente colaborativa com a abençoada sociedade acolhedora em que se renasceu.
Puritanismo, em muitos casos, é a outra face da hipocrisia.
Talvez essa a razão da afirmativa do sábio Codificador:
"Não basta se tenham as aparências da pureza; acima de tudo, é preciso ter a do coração".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 13, 2018 8:35 pm

Capítulo 22 - Desafio Afectivo
Podem dois seres, que se conheceram e estimaram, encontrar-se noutra existência corporal e reconhecer-se?"
"Reconhecer-se, não.
Podem, porém, sentir-se atraídos um para o outro.
E, frequentemente, diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição.
Um do outro dois seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade resultam da atracção de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão."

O Livro dos Espíritos - questão 386

ímpetos de afecto repentinos com essa ou aquela pessoa irromperão inúmeras vezes face aos complexos automatismos pertinentes ao mundo do coração, contudo, constituirá isso motivo para fuga e temor?
Certamente que não, pois que, em verdade, a vida nessas ocasiões conclama-nos a mais amplos voos na busca da maturidade no difícil aprendizado de transformar paixões em valores de libertação da alma, quais sejam a fraternidade, a alegria de conviver, a felicidade de amar sem possuir e depender.
Apreciar a beleza, gostar da companhia, exaltar as qualidades ou surpreender-se com a cultura são reacções naturais ante aqueles que apreciamos.
O cuidado nesse assunto deve situar-se nos sentimentos que permitimos ebulir a partir desses encantamentos passageiros.
Nas experiências da afeição assenhoreia-se, frequentemente, um fenómeno de negação dos sentimentos, adornando-se de atitudes de aparente equilíbrio, sendo que, intimamente, em muitos lances, a criatura está amargando dolorosa prova no silêncio do mundo afectivo "amando perdidamente" alguém, impingindo impiedoso freio às atracções, às fantasias e aos pensamentos.
Repressão, porém, não basta para educar.
Uma das maiores fontes da infelicidade humana é não entender a linguagem dos sentimentos.
As gerações do alvorecer do terceiro milénio sabem comunicar com países distantes em línguas diversas, mas não conseguem decodificar as mensagens de seu próprio mundo emocional, mantendo-se reféns de muitos processos que lhes imputam dolorosas vivências.
No terreno da vida afectiva, observa-se na actualidade um drama de proporções gigantescas que tem dilacerado almas honestas através de silenciosa expiação.
Particularmente o coração feminino, graças à maior sensibilidade, tem resvalado para esse pântano de dor e desespero.
Trata-se da prova afectiva.
A criatura que devotou seu amor a alguém em legítima entrega e fidelidade vê-se, de hora para outra, sem qualquer explicação justificável pela lógica, com fortes apelos de atracção por alguém fora da união esponsalícia.
Inicialmente, tomada por agradável encantamento, permite-se fruir a fantasia e a emoção para depois, em instante de reflexão e siso, tomar-se de intensa culpa.
Posteriormente vem a fase do pânico e do desespero, por analisar a situação em pauta como sendo o fim de todo um investimento de esforço e devoção na vida familiar.
Acredita que tenha "acabado o amor".
Sofre em silêncio e sem coragem de dividir seus sentimentos com alguém.
Imagina-se apaixonada por outra pessoa e sente tremenda hipocrisia.
Verdadeiro desafio afectivo prenuncia uma etapa de experiências repleta de insegurança e tristeza.
Novamente na presença da pessoa por quem sentiu essa repentina paixão, ficará desconcertada e completamente à mercê das ocorrências.
Se o outro for alguém na mesma situação ou perceber-lhe o estado interior, a prova é ainda mais agravada.
Os dias prosseguem e a falta de habilidade em lidar com o mundo do afecto instala um quadro de solidão emocional, tombando para múltiplas manifestações que poderão chegar ao ciúme, irritação, depressão e revolta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:20 pm

Adversários espirituais cruéis na espreita poderão incendiar-lhe os costumes e promover a desordem do Comportamento.
Essa leitura errónea da linguagem dos sentimentos tem provocado infelizes dramas passionais na humanidade, a deseducação para o trato com a vida emocional é, sem dúvida, uma tragédia social.
Depois de milénios na poligamia, o sistema afectivo sofreu agressões consideráveis que criaram lesões e feridas profundas.
Traumas e conflitos, vingança e decepções, mágoas e traições, quase sempre, foram as escolhas da maioria dos homens nas experiências da vida a dois em regime de infidelidade, posse e dependência.
Portanto, é concebível que na actual vivência conjugal alguém sinta em dado instante algum tipo de atracção não conveniente ou algum impulso repentino de aproximação e permuta.
Isso em absoluto significa que o amor votado a alguém tenha acabado ou que se esteja em traição.
O caleidoscópio dos sentimentos é algo imprevisível e regido por complexos mecanismos da mente, colocando a criatura diante de si mesma.
E sempre que necessário tal mecanismo convida a rectificações no mundo interior, à educação do afecto de profundidade, cujas nascentes encontram-se nas vidas pregressas.
Submerge então, ao consciente, forças ignoradas da criatura apelando para a sublimação através dos correctivos da disciplina, da oração e da conduta recta.
Não é o fim de nada.
Pelo contrário, é o início de novas lições.
Decerto haverá incómodos e aflição, mas essa é a razão dos estágios depurativos na matéria, melhoria pelo auto-conhecimento.
Outras causas adicionais ou coadjuvantes desse processo educativo da afectividade são os reencontros com almas com as quais já se partilhou instantes de ternura e permuta erótica, ou simplesmente a complementação magnética no terreno das expectativas que se carrega na escala dos anseios ocultos.
Pouco importando as origens, é preciso a quem passe por esse teste afectivo muita sinceridade consigo mesmo, conhecer melhor a sua vida sentimental, buscar confidenciar seu drama com quem tenha maturidade e êxito no casamento e procurar rogar a Deus maior compreensão acerca do ignorado mundo do coração.
Em alguns casos mais graves, havendo persistência e surgindo ímpetos incontroláveis, será imperativo o auxílio profissional, a tarefa de atendimento fraternal nas casas espíritas e, possivelmente, o socorro mediúnico com integração mais responsável junto às frentes de serviço ao próximo.
Devemos ainda acrescer que nem sempre essas fortes atracções representam passagens mal-sucedidas em vidas anteriores, podendo mesmo serem velhos e bons amigos que retornam aos caminhos actuais e por quem se tenha nutrido sincera e saudosa afeição, embora, mesmo objectivando o aprimoramento, ainda assim, poderá confundir suas reacções emotivas filtradas conforme as viciações adquiridas no tempo, tendendo a entreter laços menos nobres com quem lhes causa tanto bem-estar nos roteiros da afinidade.
Saber o que se passa connosco nessas ocasiões será um avanço em termos espirituais, permitindo-nos situar na postura adequada de proximidade sem intimidade.
Da mesma forma, toda vez que surjam desafeições, antipatias, desagrados, desgostos, repulsa e rejeição em relação a alguém, devemos mergulhar nas águas abissais do mar subconsciente e buscar conhecer as "espécies" viventes nessa imensidão de valores e imperfeições, da qual todos somos portadores.
Nesse universo ignorado surgirá, certamente, a pérola reluzente da felicidade que tanto desejamos em meio às ostras de nossas dores de cada dia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:21 pm

Capítulo 23 - Fuga do Mundo
"Não julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver.
Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens.
Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar."

O Evangelho Segundo Espiritismo cap. 11 - Item 10

Fuga do mundo! Fenómeno comportamental que vem avassalando alguns companheiros beneficiados com o conhecimento espírita.
Sua característica mais marcante é a de querer conviver somente entre companheiros de idealismo, com extrema limitação para entender perfis éticos e sociais que destoem da "performance doutrinária evangélica".
Afora os conflitos naturais, sofridos em razão da necessária adaptação do homem depois que toma contacto com as directrizes espirituais, podemos classificar essa fuga do mundo, quando se torna persistente e sistemática, como verdadeira inconformação com as vicissitudes corporais.
Cataloguemos tal episódio da vida mental de "síndrome de além túmulo" pelo motivo de ser a vida espiritual o "objecto de desejo" de semelhantes casos.
A "síndrome de além túmulo" pode ser classificada como um comportamento neurótico de transferir para um "mundo ideal" as esperanças e expectativas do dia a dia no "mundo real".
É uma fuga, uma transferência como mecanismo de defesa de questões íntimas não resolvidas e dolorosas, resultantes principalmente de frustrações e insatisfações para o homem encarnado.
Faz-se algo hoje pensando em colher na imortalidade, no futuro, sem nutrir-se dos benefícios dessa acção no hoje e no agora, vivendo um mundo imaginário "desconectado" dos sentimentos.
Seu traço principal é a negação dos prazeres humanos com os quais seu portador carrega sofríveis desajustes.
Apresenta-se esse conflito interior com variados assuntos como a riqueza, a beleza, a inteligência, a virtude e outros temas existenciais; por isso é comum projectar julgamentos estereotipados e repreensivos à conduta alheia, exactamente naqueles embates que a criatura carrega.
Doentio nesse lance da vida mental é a suposição que se elabora para si mesmo sobre os futuros frutos que obterá na vida dos espíritos, simplesmente pelo facto de "aguentar resignadamente" as dores pelas quais vêm passando, quando tais dores nesse tipo de vivência são desajustes de inaceitação e rebeldia, provas morais adicionais e distante das provas reais, ante os quadros de aferição terrena a que todo espírito reencarnado está submetido com mais ou menos intensidade.
O conhecimento espírita para agregar valor espiritualizante precisa ser contextualizado, ou seja, adequado à vivência prática de quem o possui, respeitando sua individualidade, seus problemas e suas qualidades.
O acúmulo de informações, sem a devida renovação da experiência de viver e conviver, poderá, em algumas situações, servir ao interesse pessoal na subtil fuga dos deveres que a Terra "impõe" como planeta expiatório.
Abençoada é a literatura espírita, mas a cultura humana, que é construída a partir das informações e experiências entre os homens, transportou com certo exagero as avaliações de boa parte dos adeptos espíritas para o mundo espiritual, as existências passadas e a influência dos desencarnados.
E a velha dicotomia passado, presente e futuro no campo da fragmentação da "realidade mental".
Verdadeiramente, o presente é a nossa realidade, contudo o atavismo do reino dos céus, ressumando do passado conjugado às esperanças futuras na vida extra-física, determina ampla soma de desencontros com as desconfortáveis experiências que todos temos que passar para aquilatar valores e vencer imperfeições.
Essa "síndrome", portanto, gerou uma cultura de hiper-valorização das questões do mundo extra-físico tendo como consequência a negação da relação com o mundo físico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:21 pm

Três são os resultados éticos e emocionais de semelhante postura mental:
- A transferência de responsabilidade sobre os insucessos pessoais, imputada a espíritos e carmas.
- Negação do passado da actual existência pela camuflagem de medos, frustrações, desejos, culpas e sentimentos; são as máscaras emocionais.
- Foco dos pensamentos centrado no tipo de relações sociais das colónias de além túmulo contidas na literatura espiritista.
Ante essa cruel vivência da vida interior, torna-se escassa a auto-estima, enfraquece-se o desejo de progresso e espera-se resultados óptimos na vida além túmulo pelo simples fato de apenas pertencer às fileiras de serviço ou frequência das casas doutrinárias, como se assim todos os problemas estivessem solucionados.
E quando encontra decepções e surpresas desagradáveis na própria convivência com os companheiros de tarefa, melindra-se ostensivamente, afogando-se em mágoas e deserções irreflectidas, supondo que "novos carmas" surgiram para elevá-lo ainda mais na escala de sua suposta ascensão.
Muita oração e paciência requisitam tais corações em nossas fileiras.
São doentes graves e podem carecer de tratamentos especializados dos ramos da psique, quando essas desarmonias são persistentes e progressivas.
Evita, desse modo, fugir de teu mundo.
Não espere um grupo de cooperadores Celestes na esfera de tuas acções espíritas, relegando o trabalho educativo de ti mesmo ao preço da insipiência e descuidos alheios.
Os dirigentes conscientes e comprometidos ensejem um ambiente doutrinário que conecte o tarefeiro com seu mundo, interagindo sempre o centro espírita com a sociedade e seus problemas, fortalecendo seus irmãos para viverem no mundo sem serem do mundo, e para serem espíritas sem desejarem ser "anjos"...
Vemos assim mais uma faceta subtil das batalhas do espírita na Terra que apela com urgência para a arregimentação de grupos espíritas mais humanos o acolhedores.
Grupos que saibam estender mãos e coração a essas desarmonias provacionais, tonificando o necessitado de forças novas e soluções realistas e libertadoras.
Grupos que tenham competência de demonstrar socorro e rota a quem lhes busca, independentemente da natureza de sua problemática, de educar para entender que cada criatura é o arquitecto de seu destino, o construtor de sua felicidade, apontando-lhe o estudo e o trabalho indispensáveis para seu reajustamento ante as dores do mundo.
Indispensável constatar que semelhantes grupos só podem ser construídos se seus condutores forem criaturas que vivam o mundo da realidade física com coerência e possuam respostas para os conflitos humanos, porque as buscaram para superar suas próprias lutas íntimas.
O bom dirigente é aquele que passa experiência e expõe seus caminhos sem, contudo, acreditar que eles sejam os melhores ou que vão servir para todos.
Certamente, conquistando a harmonização afectiva consigo mesmo, o homem conseguirá sentir com mais exactidão e realismo a vida que o cerca, seu pensamento reflectirá a nobreza dos seus desejos, as atitudes falarão de sua compostura moral e, então, ele assumirá suas responsabilidades com mais empenho e dedicação, aprendendo a amar a todos e a tudo como são e estão, por sua vez prosseguindo seu caminho de compromissos com consciência, inderrogavelmente, praticando o bem sem pensar, o que nos faz recordar a sábia alocução entre Allan Kardec e os Espíritos Superiores, assim descrita na questão 642 de O Livro dos Espíritos:
"Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?"
"Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não ter praticado o bem."
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:21 pm

Companheiros da jornada carnal,
A Terra é uma universidade prodigiosa para nossas necessidades.
Fugir de contribuir com o progresso e o crescimento desse planeta é ingratidão e inconsciência.
Para almas em nosso estágio, nós que já recusamos o mal, mas ainda temos o desejo do bem embrionário, ela é farta despenseira de bênçãos.
Aprendamos a amar as leiras terrenas.
Conquanto os conflitos que carregamos, mesmo com os anseios não satisfeitos, inconformados com as lutas e com tendências para a "reclusão opcional", sigamos sempre o ideal da melhora, cultivando resignação activa sem acomodar, ampliando os sonhos sem deixar de trabalhar e esforçar.
A desistência ou a fuga fazem-nos jornadeiros insensatos e desculpistas, covardes e indiferentes à riqueza da vida.
A insatisfação crónica não será remediada com vida ascética e puritanismo, porém com nobre devoção ao dever, levando-nos, paulatinamente, a redescobrir a alegria de viver e o fulgor glorioso da paz através dos sacrifícios em equilibrar-se, enfrentando nosso infeliz passado onde se encontram as causas reais das dores que nos atormentam.
Vigiemos a conduta para não transportarmo-nos para as compensações ilusórias das viciações ou na aceitação desonrosa de "vender a alma" a novas formas de prazer, nas derrapagens morais da corrupção no ganho fácil.
E jamais esqueçamos, em tempo algum, que a solução definitiva da "síndrome de além túmulo" será aprender a amar a oportunidade do renascimento, por mais escassez e dureza nas provações, fazendo o melhor que pudermos e com muita fé na abundância da misericórdia de Deus...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:22 pm

Capítulo 24 - Silenciosa Expiação
"Fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação ".
O Livro dos Espíritos - questão 110A

Todo esforço de transformação interior gera reacções penosas no controle dos impulsos do automatismo.
Renovar é uma operação mental de contrariar a rotina, o habitual, gerando incómodos e dores variadas.
São as dores psíquicas, dores íntimas.
Efeitos naturais da acção transformadora, constituindo verdadeira expiação, silenciosa expiação.
O vulcão é o fenómeno natural que melhor recorda esse estado de convulsões interiores na criatura em reforma espiritual.
Um estado de agitação nas "lavas mentais incandescentes" que queimam as ervas daninhas do mal no calor das altas temperaturas do conflito e da dor.
A mudança interior significa o desapego de símbolos, mitos, costumes, acções e emoções.
Essa acção leva a sentimentos de perda que se assemelham a verdadeiras "amputações psíquicas e afectivas", causando, inicialmente, muita insatisfação, insegurança e revolta.
Naturalmente, no caso da transformação à luz das propostas espíritas, a criatura é convidada a uma "perda do homem velho" para fazer a "aquisição do homem novo", jamais permanecendo sem ideal, sem vida.
Essa mudança, aliás, tem como único propósito nossa adesão consciente e espontânea à verdadeira fonte de vida e felicidade:
a harmonia com o Pai que nos criou.
Certamente alguns quadros mentais, incluindo doenças, podem conjugar-se aos efeitos do processo de reforma íntima, agravando ainda mais os episódios de sofrimento daquele que optou por tomar conta de seu património espiritual.
Entre esses quadros vamos encontrar as questões traumáticas da infância, o estresse, as depressões, as influências espirituais, as recordações do passado em forma de tendências e ideias.
Todavia, independentemente da natureza patológica da dor, chamemos de "pressões psíquicas" essas dores aparentemente inexplicáveis e catalogadas por muitos psiquiatras humanos como desajustamento ou fragmentação da personalidade.
Particularmente, os portadores de sensibilidade mediúnica percebem mais facilmente tais fenómenos da vida mental, sofrendo com maior intensidade esse doloroso "expurgo vibratório" sob intenso "estado de pressão", conquanto sua aptidão também permita exonerar níveis mais volumosos dessa "matéria deletéria" de seu cosmo orgânico e perispiritual.
Destaquemos alguns sintomas típicos desse mecanismo subtil do mundo mental que ocasiona a dor evolução:
- Estado íntimo de desconforto e desassossego quase permanente.
- Sensação de perda de controle sobre a existência.
- Preocupação inútil sem causas justificáveis.
- Desordem nos raciocínios.
- Conflitos afectivos sem participação da vontade.
- Tendências acentuadas para a culpa.
- Processos físicos de drenagem de energias.
- Ansiedade de origem desconhecida
- Medos incontroláveis de situações irreais.
- Irritações sem motivos claros.
- Angústia perante o porvir com aflição e sofrimento por antecipação.
- Excesso de imaginação ante fatos corriqueiros da vida.
- Barreiras emocionais na relação interpessoal.
Perda do controle de si, causando um desespero mudo na vida interior!
Um desespero silencioso e cansativo!
Nisso se resume esses sintomas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:22 pm

A reforma íntima é um período de transição em que deixamos de ser "donos" daquilo que não nos convém para aprendermos a nos apropriar daquilo que sempre foi nosso, mas nunca optamos por tomar conta.
Nessa transição, o ser sente-se ostensivamente inseguro e infeliz.
É um sofrimento muito subtil, que dificulta para a maioria das criaturas uma identificação plena do que ocorre consigo mesmo.
Somente as incursões constantes e perseverantes na auto-analise ensejarão, pouco a pouco, o discernimento e a constatação de semelhante prova da vida íntima.
É tão subtil que muitos corações "acostumados com os traços expiatórios descritos, supondo serem imperfeições integrantes da sua personalidade, quando, em verdade, são reflexos e efeitos que podem perfeitamente ser educados e extirpados no tempo utilizando-se adequadamente as forças íntimas que dormitam à espera da vontade activa e consciente.
A intensidade dessa expiação tomará graus diversos, conforme os compromissos e qualidades de cada individualidade, nunca ultrapassando o limite das forças de resistência e de sua capacidade de superar.
Para uns será um período curto e inesquecível.
Para outros terá um prolongamento em razão de sua rebeldia em aceitar os convites de renovação a que é chamado.
Outros tantos, mesmo aceitando os alvitres da reforma, necessitam de um esticamento face ao volume de "matéria mental mórbida", acumulada em milénios de repetição no erro, que vai escoando lentamente de seu psiquismo.
Passada a etapa de maior conflito, vem a calmaria, a condição mental de paz e tranquilidade para mais amplos voos de ascensão.
Lavrada a terra mental é hora da semeadura produtiva.
Passada a dor é tempo de maiores responsabilidades no trabalho.
Essa exoneração é apenas o começo de uma longa caminhada, e sem ela o homem não se habilita aos requisitos para assumir com proveito as oportunidades na marcha do progresso, ante a colectividade na qual está inserido.
Primeiro cuida de si, mesmo estando servindo ao próximo, posteriormente terá mais êxito e experiência para penetrar no desconhecido mundo do outro e auxiliar-lhe com o consolo e o roteiro, fazendo da caridade um ato de libertação e amor.
Ao descrevermos a silenciosa expiação, objectivamos esclarecer, a quantos estejam buscando os novos ideais espirituais de crescimento, que algumas disciplinas tornam-se insubstituíveis e urgentes, a fim de amenizar o ardor da batalha interior.
Queremos recordar a menosprezada terapêutica da prece.
Menosprezada, porque não é usada com a utilidade e proveito que se poderia, inclusive pelos próprios espíritas que possuem largos conhecimentos sobre seu valor.
A prece é um bombardeio de luz rompendo o campo tóxico da aura e alcançando o corpo espiritual nesse caso das expiações interiores.
É uma limpeza provocada por impulsos "mento-electromagnéticos" na corrente dos chacras e dos nadis, restaurando o equilíbrio e causando uma agradável sensação de sossego na intimidade.
Alívio, esse é o melhor efeito da oração.
Mas a prece também descortina forças sublimes no super-consciente, energias ainda ignoradas por nós e que são capazes de tonificar o corpo e a alma.
Além disso, ela recolhe no universo do fluido cósmico a "matéria rarefeita" que resulta do pensamento dos espíritos superiores, armazenando farto suprimento de "flocos de saúde e vitalidade".
O problema que costuma ocorrer na aplicação da terapia da oração é que o doente não se lembra de tomar a medicação na hora exacta em que dela mais necessita.
E não podemos deixar de assinalar que, no caso das "dores psíquicas", toda dose adicional será sempre um benefício a mais na preservação da qualidade de vida do paciente.
E uma questão de disciplina e cumplicidade com o bem pessoal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:22 pm

Excelente abordagem das Vozes da Verdade:
"Fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação ".
O simples facto de desejar o bem dói muito, porque nosso desejo é sincero.
Entretanto, entre o desejo e nosso passado existe um "monturo" de imperfeições a ser removido com muito trabalho.
Um "monturo" que apresenta todas as condições insalubres para uma vida saudável e equilibrada, mas somente quem o construiu poderá transformá-lo em terra rica para o plantio sublime.
Transformar o lixo em adubo fertilizante, essa é a tarefa.
Para nós que nos afastamos da Lei Divina será sempre assim:
o bem tem um preço alto na conquista da felicidade!
Apesar disso, jamais desistamos de buscá-lo com muita humildade no reconhecimento de nossa verdadeira condição.
Deus não faltará com o indispensável para esse projecto de ser feliz, beneficiando-nos sempre com o que merecemos ou precisamos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:22 pm

Capítulo 25 - Obsessão e Orgulho
Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos.
A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma".

O Livro dos Médiuns - cap. 20 - item 228

A obsessão é um fenómeno da vida mental independente da mediunidade.
Podem ser obsidiadas quaisquer pessoas, desde que haja um processo de domínio mente a mente.
Conquanto essa seja uma verdade clara e assentada no princípio natural das leis vibratórias, costumeiramente associa-se a presença da obsessão somente naqueles que são portadores de faculdades extra-sensoriais.
Nos médiuns, graças à sua facilidade de captação que foge da escala comum das percepções humanas, podem ser verificadas com maior ostensividade nos seus efeitos e associadas aos transtornos mentais e desequilíbrios de conduta.
Contudo, essa patologia espiritual expressa-se de formas subliminares em quem não possua a sensibilidade mediúnica, tornando-se um quadro de difícil diagnose pelas expressões subtis que alcança.
Existe uma "loucura silenciosa" ou "loucura controlada" acometendo muitas criaturas - fortes indicadores da presença de um adversário que torpedeia os campos do pensamento e do sentimento.
Como sempre, a base para a existência da obsessão é a presença de um elo justificável entre quem se encontra no corpo e quem se encontra na erraticidade.
Pode ser um insucesso de outras vidas, um vício do presente, uma busca comum de ideais inferiores, uma sintonia decorrente de más escolhas, um interesse partilhado por ambos e outras tantas causas que unem as almas na paixão e na vingança, no ódio e no egoísmo, gerando dependência e posse.
Considerando a realidade espiritual dos habitantes da Terra, raramente alguém estará totalmente livre de um acometimento psíquico pelas malhas da obsessão, ainda que esporadicamente.
Os hábitos, as tendências e o estilo de vida do homem facilitam esse contacto, atraindo para perto de si os espíritos que ainda se apegam aos costumes sociais.
Assim, a alimentação, a diversão, o sono, a vida social e familiar, as profissões, a formação escolar e tudo que envolva as actividades humanas na sociedade sofrem o cáustico das frequentes explorações espirituais de natureza enfermiça.
Equívoco enorme será pensar a obsessão apenas como algo escandaloso e de proporções evidenciáveis.
Existem interferências obsessivas muito particulares e únicas, conforme os temperamentos e a trajectória evolutiva das almas que dela fazem parte.
Até mesmo nas tarefas doutrinárias encontramos aspectos muito graves dessa enfermidade da vida mental.
Os centros espíritas têm se tornado um "enxame de almas" nos dois planos da vida em razão de sua maior procura para solucionar problemas e doenças, que não encontraram respostas em outros valorosos caminhos.
O amor, mesmo sendo a divina virtude da vida, compra-nos a inimizade e a revolta naqueles corações fora do corpo, porque buscamos beneficiar suas vítimas em nossas tarefas de alívio e orientação.
É da Lei que o sacrifício faça parte de algumas vivências daquele que ama, a fim de poupar temporariamente o sofrimento de quantos estejam abatidos sob o peso das lutas provacionais de cada dia.
É quando então o trabalhador do bem é convocado a assumir parte do ónus psíquico do outro, em nome da caridade que amenizará a dor e a tormenta alheia.
Naturalmente, esse processo obedece ao controle da Divina Providência, mas os amigos espíritas necessitam ter um tanto mais de atenção no monitoramento e na ampliação de sua visão acerca das responsabilidades que assumiram na lavoura doutrinária, para não acolher como sendo suas as induções de desânimo e deserção que muito frequentemente advém de semelhantes episódios do labor fraternal.
Sentimentos variados ou quadros psíquicos incomuns e estranhos poderão surgir como reflexos das presenças espirituais que estão se beneficiando das realizações doutrinárias.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:23 pm

Temos um orgulho subtil, o de achar que não seremos obsidiados porque estamos no trabalho do bem e do amor.
Outros, porque nunca viram ou ouviram nada de "sobrenatural", desconhecendo os sensíveis mecanismos da vida paranormal, asseveram que se encontram livres e protegidos de semelhantes sintonias espirituais infelizes.
Esse é um conceito muito dogmatizado para os assuntos da vida espiritual:
crer-se protegido a troco de algumas "penitências", uma reminiscência do religiosismo milenar.
A lógica espírita ensina-nos exactamente o oposto.
A resistência moral e a maturidade só serão alcançadas à custa de muito esforço e na medida de nossa capacidade individual de vencer a nós mesmos, embora alguns corações embevecidos pelo ideal da transformação de si mesmos esperam, ingenuamente, a "harmonia de empréstimo" ou "transformação por osmose" através de orações, tarefas, passes e outros benefícios de fortalecimento.
Decerto a misericórdia nunca escasseia e ampara a todos por esses meios, mas não pode em tempo algum mimar nossos pedidos para que não acostumemos a receber sem manifestarmos a decisiva coragem de enfrentar-nos.
Harmonia interior é o fruto sadio da valorosa semeadura de esforços auto-educativos exercidos no cumprimento fiel dos roteiros de crescimento.
Nesse prisma, a obsessão é teste de aprimoramento e reeducação.
O pensamento fixo, as decepções prolongadas que se tornam mágoas, o rancor que guardamos por alguém, as tendências que lutamos para superar, as intenções desonestas e ocultas, o interesse pessoal à custa de prejuízo de alguém, os gestos menos felizes, o excesso de velocidade no trânsito, a intransigência em não aceitar as faltas alheias, a presunção de supor-se o melhor em tudo, a irredutibilidade nas opiniões pessoais, a fofoca, o costume de enxergar pontos negativos na tarefa do próximo, a indisposição para o perdão, o vício de prestígio, os sonhos de vida fácil na abundância material, a preguiça e a ociosidade, o atraso nos compromissos, a indiferença com a diferença do outro, o excesso de alimentação, o imediatismo para alcançar metas, o apego à televisão, o relax pelo alcoolismo, o excesso de trabalho são pequenas portas abertas diariamente para a instalação de um processo obsessivo que pode ou não ter uma sequência a níveis mais acentuados de domínio e intensidade.
Será muita pretensão e inexperiência pensar que a devoção aos ideais ou tempo de experiência serão suficientes para livrar-nos da possibilidade das interferências obsessivas.
Mais uma vez o orgulho comparece trazendo-nos prejuízo nessa questão.
A ingerência ardilosa dessa imperfeição na vida mental provoca um bloqueio que impede a auto-analise sincera e desprovida de defesas, no contacto livre com a intimidade de nós próprios.
O personalismo, filho predilecto do orgulho, arquitecta uma imagem exageradamente valorizada de nossas qualidades e conquistas, e quando somos convidados a uma incursão no mundo íntimo, através de críticas ou situações que nos obriguem a admitir a presença de determinada imperfeição, esquivamo-nos de todas as formas, não as confessando a nós mesmos e quanto mais aos outros.
Esse mecanismo subtil do orgulho cria dotes que não possuímos, mas que, obstinadamente, imaginamos possuir.
O orgulho não deixa de ser uma defesa para nossa angústia básica, a angústia que decorre da nossa insatisfação em conhecer a inferioridade da qual ainda somos portadores e que tentamos camuflar e esquecer a todo custo.
Não se admitir em erro ou isento das interferências de adversários do bem é uma atitude invigilante e perigosa que, por si só, já é uma porta aberta para o acesso dos maus espíritos.
Examinemos cuidadosamente nossas acções.
Admitamos e estudemos como superar a inveja, a vaidade e a pretensão em nossas vidas, especialmente entre companheiros do ideário espírita, se desejamos verdadeiramente encontrar as pistas deixadas pela personalidade orgulhosa que está dentro de nós em contínua fuga para não ser capturada.
Fujamos das capas com as quais queremos esconder os conflitos e sentimentos.
Humildade é a láurea de segurança para quantos anseiam por êxito nos seus investimentos de aperfeiçoamento.
Nós, espíritas, estamos precisando de muita coragem; coragem para ser humildes, confessar nossa condição, ouvir nossa consciência, conhecer nossas obsessões e trabalhar produtivamente para erradicá-las.
Prossigamos confiantes nessa busca.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 14, 2018 8:23 pm

Capítulo 26 - Traços do Arrependimento
"Que consequência produz o arrependimento no estado corporal?
"Fazer que, já na vida actual, o Espírito progrida, se tiver tempo de reparar suas faltas.
Quando a consciência o exprobra e lhe mostra uma imperfeição, o homem pode sempre melhorar-se."

O Livro dos Espíritos - questão 992

Que adjectivo melhor definiria a nossa condição de Espíritos perante o mundo?
Virtuosos, trabalhadores, esclarecidos, caridosos?
A qualidade comum que estimula os passos da grande maioria das criaturas que agasalham a convicção nos princípios espíritas é o arrependimento.
Almas arrependidas - essa é condição espiritual que fielmente nos define perante a vida.
Para muitos, arrependimento seria apenas um estado emocional, todavia, é também um estado mental consolidado, que funciona como uma âncora de segurança e um impulso para a caminhada evolutiva das almas submissas aos grilhões da culpa, adquirida no mau uso da liberdade.
Muitas vezes, para alcançar semelhante estágio, a criatura precisa padecer longamente até saturar-se no "cansaço espiritual", passando a nutrir algum desejo de melhora e progresso em novas linhas de crescimento para Deus.
Três são os traços que caracterizam o arrependimento: desejo de melhora, sentimento de culpa e esforço de superação.
Se tirarmos o esforço de superação dessa sequência teremos o cruel episódio mental do remorso, ou seja, os arrependidos que nada fazem para se melhorar.
As tendências mais marcantes dessas experiências interiores podem ser percebidas em algumas manifestações de "dor psíquica correctiva", que se diferencia da "dor psíquica expiatória".
O arrependimento impulsiona, o remorso estagna.
Esses três traços psicológicos e emocionais que determinam o ato de arrepender-se passam por metamorfoses infinitas, conforme a personalidade que o vivência.
Destaquemos alguns caminhos mais comuns dessa sua transmutação íntima para facilitar o entendimento de suas manifestações:
O desejo de melhora no estágio em que nos encontramos está, quase sempre, sob o jugo da vaidade e pode expressar-se por mecanismos psicológicos variados.
Desejar melhora é ter que reconhecer a própria penúria moral, assumi-la livremente em razão do idealismo nobre.
E doloroso o encontro com as sombras interiores, mesmo quando queremos sinceramente nos ver libertos delas.
O impulso para crescer espiritualmente para nós é um desafio de proporções sacrificiais.
Chamemos de "neurose de perfeição" ou perfeccionismo a necessidade obsessiva de fazer o bem com exactidão, uma profunda inaceitação de suas falhas e as dos outros, gerando melindre e intolerância, face ao nível de exigência e cobrança para consigo e com o mundo à sua volta.
A angústia decorrente do contacto com o ego, o homem velho que queremos transformar, leva a activar mecanismos de defesa para "acobertar" essa inferioridade que detectamos em nós; então entra em acção o orgulho, criando uma falsa imagem, uma imagem idealizada com a qual procuramos nos forrar de ter que olhar e admitir a pequenez da qual somos portadores.
Essa luta nos recessos dos sentimentos e do pensamento traz à baila o conflito, a insatisfação e todo tipo de incómodo interior, deixando a vida íntima em estado de intensas comoções e mudanças.
Damos o nome de sentimento de culpa a todo esse conjunto de reacções emocionais, quase sempre "indefiníveis" para quem os sofre.
O sentimento de culpa tem camuflagens e nuanças muito versáteis.
Deixemos claro que em nosso estágio de aperfeiçoamento podemos tomá-lo como um factor de impulsão para a melhora.
Se a criatura arrependida não sentisse culpa, não garantiria a continuidade de seu progresso e desistiria, optando pela loucura ou pela queda moral.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:01 pm

Digamos que a culpa é uma energia intrusa, porém necessária na sustentação do desejo de melhora.
Jamais tomemo-la, no entanto, como essencial, porque é um sentimento aprendido, um resultado de vivências anteriores e não uma virtude com a qual tenhamos sido criados.
Suas manifestações podem ser percebidas na autopunição, no sentimento de desmerecimento e desvalor, nas fantasias de carma e dor, nas posturas de vítimas da vida, na inconformação, no azedume sistemático, nas crises de autopiedade ou ainda nos hábitos da lamúria e da queixa.
É só estudar com atenção e perceberemos as relações entre esses processos de culpa e o orgulho que gerencia os mecanismos de defesa como, por exemplo, a "projecção", que se constitui de transferir para fora aquilo que não estamos suportando em nós mesmos, constatando nos outros o que não queremos ver em nossa intimidade.
O esforço é a acção que promove o equilíbrio no processo do arrependimento.
Não existe arrependimento real sem reparação.
Querer melhorar, sentir-se culpado e nada fazer é muito doloroso.
Eis aqui a importância dos serviços de amor ao próximo que alivia e consola alguém, mas que também estabiliza os níveis energéticos de quem o realiza.
É comum verificarmos companheiros de ideal doutrinário orando compungidamente e indagando o que falta para sentirem-se melhor e mais felizes, considerando que estão no esforço educativo e no trabalho do bem.
Oram sofregamente e com certa dose de desespero, sem saber as razões de seus sentimentos de culpa, insatisfeitos com a sua realidade inferior diante de tanta luz que possuem no cérebro com os conhecimentos espíritas.
Todavia, assinalemos, a quantos vivem esses instantes de angústia e solidão das experiências evolutivas, que esse é o caminho dos arrependidos.
A felicidade vem logo a seguir quando se consegue superar as refregas, sem desistir dos ideais.
Sem exageros, digamos que esses estados doridos assemelham-se a uma "loucura controlada".
Especialmente os corações dotados de sensibilidade mediúnica os padecem com larga intensidade de dor.
Só existe uma solução:
a oração do alívio seguida da perseverança libertadora.
Sofrem muito as almas arrependidas.
Eis as razões dos sofrimentos dos verdadeiros espíritas!
Temos o desejo da melhora, mas o orgulho afecta a imaginação levando-nos a crer que já estamos redimidos com poucos esforços, cria uma sensação de que já somos o que deveremos ser, gerando a auto-suficiência espiritual, ou seja, hábitos milenares de presunção do conhecimento aliado à crença estéril causando-nos agradável sensação de superioridade, uma falsa superioridade...
Se observarmo-nos, com cuidado, veremos que desejamos o bem, mas ainda não o sentimos.
Desejamos esclarecer, mas não sentimos alegria em estudar.
Desejamos união, mas não sentimos bem na presença de qualquer pessoa.
Um ufanismo ronda nossos passos, e nada de especial temos para apresentar ao Pai na nossa condição de Filhos Pródigos senão o arrependimento.
Não equivoquemos com virtudes e credenciais, o arrependimento, embora se possa contestar filosoficamente, é uma virtude por se tratar de um estado essencial para o progresso de almas que peregrinaram intensamente pelo mal.
Somos apenas espíritos arrependidos, activos no bem face ao remorso que nos sensibilizou, cansamos do mal, lamentamos os erros cometidos.
Nada mais somos, os espíritas verdadeiros, que almas profundamente desejosas de recomeçar.
Porém, entre os ideais novos e nosso destino de paz interior, está a milenar bagagem que organizamos na "maleta das experiências" inferiores, o orgulho.
Por isso, em muitas ocasiões, a despeito de cansados e arrependidos, ainda ensaiamos algumas "peças" no teatro da vida querendo passar por quem ainda não somos, adornando-nos de virtudes que ainda não possuímos e ansiosos de que os outros acreditem nessas ilusórias conquistas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:01 pm

Em razão do personalismo, confundimos a luz que existe no Espiritismo com a luz que imaginamos deter, ostentando qualidades que começamos a desenvolver primariamente.
Cegos para nossa real condição, mesmo cansados de sofrer, ainda queremos ser quem não somos, razão pela qual somente no espírito da lídima humildade as almas que arrependeram encontrarão descanso e um pouco de paz interior.
Por isso, não permitamos nos enganar com virtudes que ainda não conquistamos, guardando a certeza de que evitar o mal é uma parte do retorno para Deus, porque o que realmente nos conferirá autoridade e paz perante a consciência será o volume e a qualidade do bem que fizermos o quanto antes.
Em Lucas, capítulo quinze, versículo sete, O Sábio Nazareno enalteceu a conquista do arrependimento dessa forma:
"Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento ".
Ave a humildade! Lembrai-vos disso, todos os que se encontram em luta sob o guante das dores psíquicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:03 pm

Capítulo 27 - Os Responsáveis São Felizes
"Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito.
A perda de um dedo mínimo, quando se esteja prestando um serviço, apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado durante anos, com objectivo exclusivamente pessoal.

O Livro dos Espíritos - questão 1000

O sentimento de culpa é um aprendizado profundamente enraizado nos recessos da vida mental.
As experiências religiosas nas vidas sucessivas dos últimos quinze séculos insculpiram fortemente a conduta autopunitiva como forma de solucionar nossas questões com Deus e a consciência.
Passando de geração em geração, constata-se na actualidade uma trágica manifestação colectiva da culpa nas sociedades sustentando o sofrimento humano.
Não fomos educados para ser responsáveis, fomos "educados" para sermos culpados: perante as falhas, castigos; perante os êxitos, recompensas.
Prémios e punições representam o coroamento das acções, como se nada mais existisse ou fosse possível existir entre os extremos que denominamos "errado e certo".
Pedagogicamente os instrumentos do castigo e da repreensão vão ganhando novas e mais ajustadas conceituações.
Melhor que punir é ensinar, melhor que gratificar é promover.
O ato de ensinar implica na arte de fazer uma viagem pelas ignoradas paisagens da vida interior descobrindo valores, pesquisando sentimentos, criando ideias novas, ajudando a pensar.
A acção de promover, por sua vez, será o desafio de delegar, demonstrar confiança irrestrita, oportunizar a chance de assumir novas responsabilidades, quando o educando - seja um filho ou um funcionário, seja um vizinho ou um parente, seja um amigo ou transeunte - mostra-se apto a assumir novos caminhos.
Assim, à luz da pedagogia da esperança e do bem, ensinar é abrir caminhos para a liberdade e promover é convocar a maior maturidade através de obrigações mais amplas.
A criança educada nesses moldes aprenderá a lidar melhor com suas emoções perante as falhas, buscando responder por seus actos, reparando caminhos ao invés de manter-se na postura de queixume e desvalor pessoal.
Será alguém activo perante si mesmo.
Arrependerá, mas não se consumirá em maus sentimentos, ao contrário, procurará trabalhar consigo as legítimas emoções que caracterizam uma acção de caridade a si próprio.
Eis a palavra que define com exactidão nosso remédio nos problemas da culpa, caridade.
Quando o senhor Allan Kardec perguntou aos Bons Espíritos, na questão 886 de O Livro dos Espíritos, sobre qual seria a visão de Jesus sobre a caridade, tivemos uma das mais vivas e completas indicações para a felicidade humana, nos seguintes termos:
"Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas".
Um completo guia para a paz, isso é o que representa essa resposta.
Ante esse vício afectivo da culpa, encontramos nessa sábia colocação uma reflexão a ser feita.
Percebamos que o perdão e a indulgência referendados nessa resposta são manifestações internas de sentimentos que haveremos de aprender.
Trata-se de duas medidas essenciais na arte de administrar os sentimentos, sobre como vencer as mágoas e lidar harmoniosamente com os defeitos alheios.
Mas vejamos que há um terceiro item na fala do Espírito Verdade, diz Ele:
"Benevolência para com todos (...)".
Um aspecto muito importante para pensarmos.
Ou seja, aqueles sentimentos relativos à indulgência e ao perdão só serão concretizados nas relações pródigas de acção no bem, isso é a benevolência aplicada. Portanto, a benevolência é a consolidação das etapas que, inicialmente, operam-se no coração.
Em nosso caso, os que buscamos a renovação espiritual, a culpa surge com frequência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:03 pm

Não conseguindo ser o que sabemos que deveríamos ser, somos "obrigados", naturalmente, a ter que aceitar nossa "realidade temporária".
Aprendemos com os ensinos novos da doutrina a verdade sobre nós mesmos e queremos mudar.
Todavia, entre as propostas alentadoras do Espiritismo e os desejos de melhoria por ela estimulados temos uma fortaleza de imperfeições a superar, um homem velho a transformar, por isso nem sempre correspondemos aos ideais iluminados que começamos a desenvolver tão recentemente.
Desponta então a auto-cobrança, uma batalha impiedosa na vida íntima contra nós mesmos.
Em psicologia, esse desajuste entre as "realidades" chama-se neurose.
É quando a criatura tem um relativo controle sobre suas potencialidades mentais e afectivas, mas sofre uma pressão interior que o constrange a algum sofrimento em razão desse desajuste.
Essa inaceitação da realidade individual traz uma penosa angústia existencial, levando à criação de mecanismos de defesa para amenizar o sofrimento decorrente do encontro com essa "parte" que não gostaríamos de encontrar.
A disparidade entre o modelo proposto pelas directrizes doutrinárias e aquilo que somos na actualidade gera uma aflição, um desespero mudo, uma insatisfação.
E por esse motivo que muitos corações abandonam os ideais logo de inicio; não querem levar as coisas tão a sério; asseveram que é muito doloroso ter que se olhar e preocupar com essas responsabilidades de conduta.
Portanto, para "encobrir" nossa inferioridade criamos o orgulho, que nos leva a pensar que somos aquilo que ainda não somos, reduzindo nossa angústia.
Isso, porém, não basta.
Precisamos compreender que toda essa etapa descrita acima tem sido a causa de muita dor.
Culpa é dor.
Amigos sinceros e dispostos ao crescimento mantém-se apenas nas faixas de evitar o mal, participam das realizações de esclarecimento e amparo, e, contudo, sentem-se vazios, deprimidos, infelizes...
O que está acontecendo? - perguntam muitos companheiros entristecidos depois de intenso labor.
Asseveram que estão firmes nos compromissos espirituais, mas guardam a sensação de estarem piores que antes de os assumirem.
A resposta para esse drama existencial está no trecho da questão 1000, de O Livro dos Espíritos:
"só por meio do bem se repara o mal(...) ".
Fácil concluir que a dor impulsiona a saída da comodidade e da omissão, todavia somente a realização nobre é capaz de sedimentar valores novos que contribuam para o equilíbrio e o júbilo da alma.
É a benevolência!
Convenhamos que muitos de nós apenas nos empenhamos em evitar o mal, tentamos fazer um trabalho interior a custa da informação amealhada pelo estudo ou em movimentações de imitação nos serviços fraternais.
Digamos de passagem que tais iniciativas são escolas de despertamento e que jamais deveremos dispensá-las, entretanto, se não descobrirmos nessas iniciativas a postura íntima da "missão individual" que nos insere no contexto das mesmas, ou seja, o motivo profundo pelo qual ali nos encontramos, ficaremos na condição da rotina, sem acção consciente, distanciando-nos da criatividade, da empatia e do auto-conhecimento - únicos caminhos para transpormos a condição de apenas evitar o mal e penetrarmos nas vivências educativas da criação do bem que nos libertará definitivamente.
Evitar o mal é a etapa da contenção, da volta para dentro de si, uma volta sob brumas de incompreensão e sem nitidez de auto-percepção.
Somente quando partimos para a etapa da benevolência para com todos", a que se referem os Sábios Guias, é que excursionamos nas paragens da reparação, da atracção para a felicidade e da responsabilidade real, assumindo os caminhos do crescimento real e renovador.
Evitando o mal ficamos na culpa.
Reparar inclui esforço, sacrifício, comprometimento e amor.
Portanto, queremos tratar de uma nova óptica sobre responsabilidade com a tarefa espírita.
Responsável não é somente aquele que tem boa assiduidade e disciplina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 15, 2018 8:03 pm

Acima disso, é aquele que vive a tarefa de amor para os outros enquanto ela se realiza, e a internaliza para si quando encerra para os demais.
Somente quando levamos a tarefa espírita no coração para fora dos seus horários de realização é que abrimos nossas experiências para a criação do bem, candidatando-nos a novas e maiores responsabilidades, que ensejarão clima e ocasião para a conquista definitiva da tão sonhada felicidade.
Mister criar o hábito da meditação sobre os efeitos das acções espirituais no bem de nós mesmos, a fim de não sucumbirmos na hipnose fantasista do personalismo que nos inclina a ver o bem tangível no lado de fora, impedindo-nos de semeá-lo por dentro, nos refolhos do sentimento.
Esse é um perigoso ardil do egoísmo que leva a criatura a fazer muitos "cálculos matemáticos" com seu amor, sendo que o amor é algo muito subjectivo para compor a "folha de serviços" de alguém...
Se queremos realmente vencer os estágios enfermiços da culpa estéril que em nada colabora para nossa harmonia, pensemos em como criar o bem.
Comecemos por indagar: o que é o bem?
Onde ele está para cada um de nós?
Verificaremos que o bem não está nessa ou naquela tarefa, porque ele é uma questão interior, consciencial, e essa deve ser a meta de todo aquele que foi bafejado pelas brisas consoladoras da Nova Revelação.
Não podemos iludir ninguém.
Criar o bem, enquanto "missão individual", não é das tarefas mais fáceis na escola da espiritualização humana.
Exige o gesto incomum, o risco, a quebra com o padrão, o servir incondicional, a disposição para experimentar o novo sem medo de normas, aprender a respeitar todas as experiências alheias por mais imaturas que sejam.
E muita vontade de ser útil à vida na pessoa do próximo e da sociedade.
O ato de ser responsável significa assumir nossa vida e parar com hábito de colocar no mundo de fora as razões de nossos fracassos; é assumir o "chamado específico" de Deus para connosco; é desvendar quais os sábios Desígnios do Criador para com nosso destino.
Ante tudo isso, somos convidados a reformar o modo de pensar sobre tudo que fazemos.
Como destaca a codificação, muitas vezes a perda de um dedo mínimo será mais valorosa para nós que toda uma série de sofrimentos, isso ocorre porque nossas perdas foram um ato responsável.
Sem dúvida, os responsáveis são mais felizes, porque descobriram seu papel divino no Universo simplesmente pelo fato de que resolveram experimentar não seguir o rumo da maioria, procurando ouvir a voz da consciência, onde se encontram as Excelsas Mensagens de Deus para cada um de nós.
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