LUZ ESPÍRITA
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Casos de Reencarnação

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 11, 2012 10:29 pm

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Por exemplo, a incidência de morte violenta na população geral da Índia é 7.2 por cento (14, pág. 699)[11], e é 8 por cento nos Estados Unidos (14, pág. 705).

Algum excesso de mortes violentas no material dos casos pode derivar de que casos com morte violenta são mais bem informados que os de mortes naturais;
isto podia levar a influências artifactuais na amostra dos casos apresentados para mim na investigação.

Porém, existem motivos para pensar que a alta incidência de morte violenta não seja somente um artefacto do método casual pelo qual os casos são reportados à investigação.

Um item de evidência que contraria isso vem de uma pesquisa de casos do tipo reencarnação em um distrito na Índia Setentrional;
entre os casos descobertos nessa pesquisa, morte violenta ocorreu em 37 por cento, uma incidência apreciavelmente abaixo (56 por cento) da série maior dos casos selecionados na Índia, mas ainda bem mais alta que aquela da população geral (1).

Eu considero em seguida as várias características em que casos americanos diferem dos indianos.

As crianças americanas fazem tantas declarações sobre vidas passadas quanto as crianças indianas fizeram;
mas suas declarações carecem especificamente de detalhes, especialmente de nomes próprios.

Esta deficiência contribuiu muito para a falta de casos americanos resolvidos.

Isto, por sua vez, provavelmente responde pela idade mais jovem em que crianças americanas param de falar sobre as vidas prévias quando comparadas com sujeitos indianos.

Meus colegas e eu achamos que os sujeitos de casos resolvidos (de seis culturas diferentes examinadas) tendem a continuar a falar sobre as vidas que reivindicam lembrar, em média, por 20 meses a mais que fazem os sujeitos de casos não solucionados (2, 3).

Sujeitos cujas declarações são verificadas provavelmente recebem mais atenção e mais encorajamento para falar sobre as vidas passadas que aqueles que dão pouco detalhe sobre alguém que não pode ser localizado;
e quando os adultos perderem interesse no que a criança diz, ou não tenha nenhum interesse para iniciar, a criança por si mesma pode parar de conversar sobre as memórias e esquecê-las mais cedo que quando se recebesse mais atenção.

A diferença entre a incidência da morte violenta em casos americanos (80 por cento) e aquela de casos indianos (56 por cento) provavelmente reflecte a proporção muito mais alta de casos não solucionados entre os americanos comparados com os indianos.

Nós descobrimos que os sujeitos de casos não solucionados se referem a um modo violento de morte mais frequentemente que sujeitos de casos resolvidos (3).

Análise de uma série pequena de casos resolvidos na Índia indicou que uma morte violenta é mais memorável que uma natural e que o modo da morte é mais memorável que nomes[12].

Então, alguns casos podem permanecer não solucionados porque o sujeito não declarou nomes próprios suficientes para permitir verificação das declarações, embora ele ou ela possa com precisão ter lembrado como morreu (normalmente de maneira violenta).

Outros casos não solucionados podem conter memórias reais de uma vida prévia onde o sujeito prendeu-se a uma imaginária maneira de morrer (normalmente violenta); e ainda outras podem ser puras fantasias.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 12, 2012 10:21 pm

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TABELA 1

Comparação das principais características dos casos americanos e indianos

Item
USA / Índia / p

1. Percentagem de casos resolvidos entre todos os casos dos país
20% / 77% / .001

2. Percentagem de casos de “mesma família” entre casos resolvidos
94% / 16% / ___b

3. Idade (em meses) da primeira declaração do sujeito sobre a vida prévia (média)
37 / 38 / NSc

4. Idade (em meses) em que o sujeito parou de falar sobre a vida prévia (média)
64 / 79 / .05c

5. Média do número de declarações diferentes feitas pelo sujeito
23.3 / 18.2 / NSc

Mediana
14 / 14 / NSd

6. O sujeito mencionou o nome da personalidade prévia
34% / 15% / .001

7. O sujeito mencionou como ocorreu a morte da personalidade prévia
43% / 78% / .001

8. Casos com morte violenta
80% / 56% / .01

9. Fobias do sujeito quando a personalidade prévia morreu violentamente
48% / 39% / NS

10. Fobias do sujeito quando a personalidade prévia morreu naturalmente
11% / 3% / __b

11. Casos de “mudança de sexo”.
15% / 3% / .005

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 12, 2012 10:21 pm

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a A não ser que contrariamente declaradas, todas as análises estatísticas foram feitas com x2 testes de 1 Df.

Como explicado no texto e nota de rodapé 7, o número de casos para que informações estivessem disponíveis não foram os mesmos para todas as variáveis.

b Análise não feita devido a baixa frequência das células.

c média independente t-teste, bicaudal.

d Mann-Whitney U-teste.

Os sujeitos americanos destes casos ou não lembram de quaisquer detalhes verificáveis ou lembram de detalhes sobre a vida de um membro ou amigo íntimo de sua própria família.

No primeiro tipo de casos, as declarações sobre a vida prévia podem derivar de fantasias.

No segundo tipo, é difícil excluir a possibilidade que a criança aprendeu normalmente sobre a pessoa falecida relacionada e então usou aquelas informações na elaboração de uma fantasia sobre uma vida prévia.

Porém, outra explicação possível também deveria ser considerada.

Em alguns casos indianos a criança fez declarações verificadas sobre uma vida prévia em uma família distante geograficamente da sua.

Embora a maior parte destes casos não tenha sido investigada até depois que as famílias relacionadas encontraram-se, muitos foram estudados dentro de algumas semanas ou meses de seu encontro, e, em um número pequeno, um registo escrito do que a criança disse sobre a vida prévia tinha sido feito antes de suas declarações serem verificadas (6, 7, 13).

Em muitos desses casos a transmissão normal de informações foi excluída, ou parece inverossímil, e então é possível que estas crianças indianas tivessem memórias genuínas de uma vida anterior.

Devido à semelhança dos casos americanos com indianos em várias de suas principais características, também parece discutível que alguns sujeitos americanos tenha tido memórias de vidas prévias, mas nestes casos, em geral, são menos abundantes e menos precisas que aquelas que acontecem entre muitas crianças indianas.

Também é possível que apenas alguns dos casos americanos derivem de memórias reais de vidas prévias enquanto que outros sejam fantasias.

Muitos deles foram expressos contra os desejos dos pais da criança e frequentemente envolveram a criança em conflito com seus pais.

Também não é fácil discernir a motivação por satisfação de um desejo nos detalhes particulares da maior parte das vidas passadas alegadas por estas crianças.

Como mencionado acima, estas vidas são normalmente comuns, às vezes vividas em circunstâncias menos confortáveis que aquelas da família da criança.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 12, 2012 10:21 pm

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Estes casos convidam comparações com o bem conhecido amigo imaginário.
Em seu conteúdo principal, porém, eles diferem notadamente de casos de amigo imaginário.

Uma criança com um amigo imaginário considera o amigo como vivendo contemporaneamente com ela e como sendo uma pessoa diferente.

Em contraste, crianças que reivindicam lembrar de vidas prévias acreditam que elas eram outra pessoa — uma falecida, não alguém vivo — em outra vida.

Elas se identificam com aquela pessoa falecida e, até certo ponto, acreditam ser aquela mesma pessoa, embora num corpo físico novo.

Estas observações não são planeadas para excluir comparações adicionais entre crianças que têm amigos imaginários e crianças que reivindicam lembrar de vidas passadas;
mas no estado presente do conhecimento nós certamente não podemos subsumir o último tipo de caso sob a forma do outro.

As conclusões mais definidas sobre casos americanos sugestivos de reencarnação devem aguardar pesquisa adicional.

O número de casos americanos disponíveis para estudo é pequeno se comparado com as amostras da Índia e várias outras culturas.

A pequenez da amostra americana é esperada, pelo menos em parte, acredito eu, por poucos relatórios de casos nos Estados Unidos, e eu apresentei evidência sustentando esta conclusão.

Um motivo para apresentar este artigo é chamar a atenção para este tipo de caso e encorajar o relatório de novos casos.

Estes aumentarão a amostra que pode ser analisada e, em última instância, permitirá uma conclusão mais firme ou diferente sobre estes casos.

Referências

1. Barker, D. R., and Pasricha, S. K. Reincarnation cases in Fatehabad: A systematic survey in North India. J. Asian African Stud., 14: 231-240, 1979.

2. Cook, E. W., Pasricha, S., Samararatne, G., et al. A review and analysis of unsolved cases of the reincarnation type. Part I. Introduction and illustrative case reports. J. Am. Soc. Psychical Res., 77: 45-62, 1983.

3. Cook, E. W., Pasricha, S.T Samararatne, G., et al. A review and analysis of unsolved cases of the reincarnation type. Part II. Comparison of feature of solved and unsolved cases. J. Am. Soc. Psychical Res. In press.

4. Gallup, G., Jr., with Proctor, W. Adventures in Immortality. McGraw-Hill, New York, 1982.
5. Stevenson, I. The belief and cases related to reincarnation among the Haida. J. Anthropol. Res., 31: 364-375,1975. (Also published, slightly revised, in J. Am. Soc. Psychical Res., 71: 177-189, 1977.)

6. Stevenson, 1. Cases of the Reincarnation Type, Vol. I, Ten Cases in India, University Press of Virginia, Charlottesville, 1975.
7. Stevenson, I. Cases of the Reincarnation Type, Vol. II, Ten Cases in Sri Lanka. University Press of Virginia, Cbarkittesville, 1977.

8. Stevenson, J. Cases of the Reincarnation Type, Vol. Ill, Twelve Cases in Lebanon and Turkey, University Press of Virginia, Charlottesville, 1980.
9. Stevenson, I. Cases of the Reincarnation Type, Vol. IV, Twelve Cases in Thailand and Burma. University Press of Virginia, Charlottesville, 1983.

10. Stevenson, I. Cultural patterns in cases suggestive of reincarnation among the Tlingit Indians of southeastern Alaska. J. Am. Soc. Psychical Res., 60: 229-243, 1966.

11. Stevenson, 1. The explanatory value of the idea of reincarnation. J. Nerv. Ment. Dis., 164: 305-326, 1977.
12. Stevenson, I. The Southeast Asian interpretation of gender dysphoria: Na illustrative case report. J. Nerv. Ment. Dis. 165: 201-308, 1977.

13. Stevenson, I. Twenty Canes Suggestive of Reincarnation, 2nd Ed. Rev. And Enlarged. University Press of Virginia, Charlottesville, 1974. (First published in Proc. Am. Soc. Psychical Res., 26: 1-362, 1966.)

14. United Nations. Demographic Yearbook 1970. 22nd Issue, pp. (699, 705. United Nations, New York, 1971).

[1] Professor de Carlson de Psiquiatria, Department of Behavioral Medicine and Psychiatry, box 152, Centro Médico, Universidade da Virgínia, Charlottesville, Virgínia 22908.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 12, 2012 10:22 pm

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Agradecimentos são devidos McDonnell Foundation, Inc., e a Bernstein Brothers Parapsychology e a Health Foundation pelo suporte desta pesquisa. Emily Williams Cook e Carlos S. Alvarado deraram sugestões úteis para a melhora deste artigo. Linda Stanhope e Carlos S. Alvarado apresentaram análises estatísticas.

[2] Estes casos são variavelmente chamado de “casos sugestivos de reencarnação” ou “casos do tipo reencarnação”;
essas frases descrevem que os casos parecem estar sem compromisso com qualquer interpretação feita deles.

[3] Para leitura mais fácil, descrevi como sendo criança masculina, mas devia ser entendido que quase tantas mulheres como homens são os sujeitos destes casos.
As razões para a preponderância da disposição de sujeitos está fora do âmbito do presente artigo.

[4] Por conveniência eu freqüentemente me refiro à pessoa falecida da qual a criança fala pela frase “personalidade prévia”.

Uso esta designação quando ambas as declarações da criança foram comprovadas e consideradas corretas com respeito a uma pessoa particular e quando não foram.

Eu chamo o primeiro tipo de caso “solucionado” e o segundo “não solucionado.”

[5] Para outros exemplos de comportamento incomum relacionados a memórias aparentes de vidas passadas, veja Stevenson (11)

[6] Eu publiquei considerações das variações mais importantes das crenças em reencarnação em capítulos introdutórios para meus volumes de relatórios de caso (6-9, 13) e em dois artigos separados (5, 10).
E ainda preparei-me para publicação em um jornal relatando a crença na reencarnação entre os Igbos da Nigéria.

[7] Minhas investigações destes casos começaram mais cedo na Índia que nos Estados Unidos (com algumas excepções).

Nas fases iniciais dos estudos de casos indianos, investigações sobre certas variáveis eram sistematicamente menores que as subsequentes.

Os dados então desapareceram para algumas variáveis de alguns casos indianos.

[8] O modo de morrer não pôde ser verificado naqueles casos onde a pessoa falecida correspondente às declarações da criança não foi localizada (casos não solucionados).
Para tais casos, a declaração da criança sobre o tipo de morte, se ela fez um, foi usado nesta análise.

[9] No Sri Lanka, Birmânia e na Tailândia (como também na Índia e nos Estados Unidos) apreciavelmente mais casos do tipo “mudança de sexo” homens-para-mulher do que mulheres-para-homens aconteceram.

Esta relação desequilibrada não foi achada em uma série recentemente analisada nos casos dos Igbo (Nigéria).

[10] O número de casos de “mudança de sexo” na Birmânia é suficientemente grande que tem sido possível analisar os casos daquele país no que se relaciona à incidência mais alta de morte violenta entre homens como um fator a produzir uma proporção desequilibrada de sujeitos mulheres para homens em casos deste tipo (9).

[11] Em uma publicação antiga (8) eu incorrectamente dei a incidência da morte violenta na Índia como 6.7 por cento.
Isso foi resultado de um deslize de cálculo;
a figura correcta para o período considerado é 7.2 por cento.

[12] Estes dados estão em uma tese inédita do Dr. Satwant K. Pasricha, Department of Clinical Psychology, National Institute of Mental Health and Neuroscience, Bangalore, India.

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 13, 2012 10:27 pm

Journal of Asian and African Studies, 21:3/4 (1986: July/Oct.) p.204

Características dos Casos do Tipo Reencarnação Entre os Igbo da Nigéria
Ian Stevenson[1]

Department of Behavioral Medicine and Psychiatry, box 152, Centro Médico,
Universidade da Virgínia, Charlottesville, Virgínia, USA.

Tradução: André Luís N. Soares e Vitor Moura

Resumo

Os dados de cinquenta e sete casos dos Igbo do tipo reencarnação são analisados e comparados com os dados de casos semelhantes em outras culturas.

Comparados com os casos de outras culturas, os casos dos Igbo mostraram uma alta incidência de casos onde o sujeito e a pessoa de quem ele aparenta ser a reencarnação (personalidade prévia) estão relacionados um ao outro biologicamente ou maritalmente.

Os sujeitos dos casos dos Igbo também mostraram uma incidência raramente alta (68%) de marcas e defeitos de nascimento alegados ser correspondentes aos ferimentos na personalidade prévia.

Houve também uma incidência comparativamente alta (18%) de reivindicações de terem sido uma pessoa do sexo oposto na vida prévia.

As crianças dos Igbo que foram identificadas como sendo a reencarnação de outra pessoa fizeram menos declarações sobre a suposta vida anterior do que a maioria dos sujeitos em outras culturas.

Introdução

Em um artigo par a este, descrevi a crença na reencarnação entre os Igbo (Stevenson 1985).
O artigo presente resume as características principais de cinquenta e sete casos do tipo reencarnação entre os Igbo[2].

Eu devo relacionar estas características com certos aspectos da crença dos Igbo em reencarnação como também com outras características da cultura dos Igbo.

Devo também comparar algumas das características principais dos casos dos Igbo com aquelas de várias outras culturas[3].

Fontes de Dados

A maior parte dos dados destes casos foi obtida durante quatro viagens de campo para a Nigéria em 1978, 1981, 1982, e 1984.

Eu mesmo entrevistei informantes em quarenta e um dos cinquenta e sete casos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 13, 2012 10:27 pm

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Porém, também incluí em meus dados para análise, dezesseis casos nos quais eu não entrevistei os informantes.

Estes dados foram fornecidos por um de meus intérpretes, que entrevistou informantes para os casos em meu nome.

Todos os casos ocorreram nas cidades e aldeias nas regiões de Enugu-Awgu e Umuahia-Aba, no sudeste da Nigéria.

Na região dos Igbo, quase todo mundo acredita que seja a reencarnação de outra pessoa.

Porém, nem todos se tornam o sujeito de um caso no sentido de alegar ser a reencarnação de uma pessoa falecida em particular ou ser identificado pelos anciãos da comunidade como sendo uma pessoa falecida que renasceu.

Apesar desta restrição em minha definição de um caso, eu estou confiante que dentro da área geográfica e o período de tempo de minhas investigações muitos mais casos ocorreram e que são incluídos neste estudo.

A evidência que justifica esta conclusão deriva de eu ter recebido informações preliminares de mais ou menos trinta outros casos que eu não pude investigar dentro do tempo disponível durante minhas viagens de campo para a Nigéria.

Eu não posso dizer o quão bem aqueles casos que estudei representam todos os casos nas regiões de minha investigação.

Porém, estou ciente de apenas um viés em minha seleção de casos:
durante minhas viagens para a Nigéria em 1982 e 1984 eu tive um interesse especial nos casos cujos sujeitos tinham marcas ou defeitos de nascença, e eu frequentemente escolhia para investigação, entre os casos que tive informações preliminares, aqueles cujos sujeitos pareciam ter marcas ou defeitos de nascença proeminentes.

Uma análise deste viés mostrou que os casos investigados inicialmente em 1982 e 1984 tiveram de facto uma incidência mais alta (86%) de marcas e defeitos de nascença do que os casos investigados inicialmente entre 1978 e 1981 (em que a incidência era só 52%);
e a diferença nesta característica, entre os dois grupos, foi estatiscamente significativa (x2 (1) = 6.13, p.02<).

A maior parte dos dados foi obtida durante as entrevistas com testemunhas imediatas sobre os detalhes dos casos, como os pais de uma criança que parecia ser o sujeito de um caso.

Mais ou menos metades dos informantes falavam inglês suficientemente bom para as entrevistas;
para o remanescente, requeri os serviços de intérpretes.

Meus dois principais intérpretes eram professores dos Igbo que tinham um controle apropriado do inglês.

Eles viviam próximos a Awgu, onde o maior número dos casos estudados foi descoberto.

Obtive uma quantidade pequena de dados adicionais através de correspondência com um dos intérpretes entre as viagens de campo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 13, 2012 10:28 pm

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Características dos Casos dos Igbo

Sexo dos Sujeitos e Personalidades Prévias[4]

Dos cinquenta e sete sujeitos, quarenta e quatro (77 %) eram do sexo masculino e treze (23 %) femininos.

Para cinquenta e seis dos cinquenta e sete casos, o sexo da personalidade prévia no caso era conhecido ou (em quatro casos) podia ser razoavelmente conjecturado das declarações do sujeito.

Em um caso (o sujeito que era homem) o sexo não era conhecido nem conjecturável.
Entre os restantes dos cinqüenta e seis casos, quarenta e três (77%) das personalidades prévias eram homens e treze (23%) mulheres.

Em dez casos (18%) o sujeito foi identificado como a reencarnação de uma pessoa do sexo oposto.

Em cinco destes casos, o sujeito era uma mulher cuja a personalidade prévia tinha sido homem e em cinco deles o sujeito era um homem cuja personalidade prévia tinha sido mulher.

A identificação da Personalidade Prévia e Sua Relação com o Sujeito

Em cinquenta e três casos (93 %) uma pessoa falecida a qual o sujeito acreditava ser a reencarnação foi especificamente identificada[5] (eu designo estes como “casos resolvidos.”)

Nos restantes cinco casos, informantes ou não fizeram nenhuma identificação ou não revelaram para mim qual foi (“casos não solucionados”).

Entre os cinquenta e três casos resolvidos, as duas pessoas que figuram no caso (sujeito e personalidade prévia) pertenciam à mesma família imediata em trinta e oito casos (72%) e para a mesma família estendida em onze casos (21 %).

(Em quarenta e oito destes quarenta e nove casos [98%] o sujeito e personalidade prévia eram biologicamente relacionados, e no outro caso eles estavam relacionados pelo casamento.)

As famílias do sujeito e da personalidade prévia conheciam-se em três casos (6%) e eram estranhas em somente um caso (2%).

Em três casos, sujeitos e personalidades prévias eram irmãos do mesmo sexo, e em dois casos eles eram irmãos de sexos opostos.

Nos restantes, quarenta e três casos com uma identificação biológica (ou matrimonial) entre sujeito e personalidade prévia.
Eles estavam relacionados pelo lado paterno em trinta e dois casos (74%) e pelo lado materno em onze (26%).

Intervalo entre a Morte da personalidade prévia e Nascimento do sujeito

Em trinta e cinco casos os dados foram suficientemente confiáveis para o cálculo do intervalo entre a morte da personalidade prévia e o nascimento do sujeito.

O intervalo atingiu entre seis e 540 meses, com uma mediana de trinta e quatro meses.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 14, 2012 9:49 pm

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Maneira de Morrer e época da Morte da Personalidade Prévia

O modo de morrer da personalidade prévia foi conhecido em quarenta e quatro casos.
Entre esses, a morte tinha sido violenta em treze (30%) e de maneira natural em trinta e um casos (70%).

Obtive uma estimativa satisfatória a respeito da idade das personalidades prévias, na época da morte, em trinta e cinco casos.
A variação foi de seis meses a 100 anos, com uma mediana de cinquenta e cinco anos.

Marcas e Defeitos de Nascença

Em trinta e nove casos (68%) informantes relataram (e normalmente eu mesmo observei) um marca ou um defeito de nascença no sujeito que parecia corresponder a um ferimento ou outra marca na personalidade prévia.

Alguns sujeitos tiveram mais de uma marca ou defeito de nascimento, e quatro sujeitos tiveram uma marca e um defeito de nascença.

Comportamento Incomum Aparentemente Relacionado à Vida Passada

Fobias ocorreram em dez sujeitos, e em sete destes, as fobias estavam relacionadas à maneira de morrer da personalidade prévia;
isto é, o sujeito mostrou uma fobia de um instrumento ou outra característica referente às circunstâncias daquela morte da pessoa.

Entre estas sete fobias, seis envolviam um modo violento de morte, uma em relação a uma morte de causa natural.

Por exemplo, um sujeito que foi identificado como a reencarnação de um homem assassinado por uma bomba que atingiu um avião durante a Guerra Civil Nigeriana tinha uma severa fobia de aviões.

Comportamento relativo ao sexo oposto foi observado em duas das cinco mulheres que foram identificadas como reencarnações de homens;
por exemplo, elas vestiram-se como meninos quando jovens.

A terceira mulher, das cinco deste grupo, era muito jovem para manifestar tal comportamento.
Nenhum dos cinco homens identificados como mulheres reportaram comportamento feminino (um deles também era muito jovem para mostrar tal comportamento.)

Quatro sujeitos preferiam ser chamados pelo nome da personalidade prévia.
Outro chamava duas pessoas pelos apelidos que a personalidade prévia usava para elas.

O uso desses nomes conhecidos seria impróprio para uma criança que fala com um adulto, mas apropriado para a relação que a personalidade prévia tinha com a pessoa assim tratada.

Os informantes disseram que cinco sujeitos mostraram hostilidade para pessoas que brgaram com a personalidade prévia, e onze mostraram afecto incomum para uma pessoa de quem a personalidade prévia especialmente admirava.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 14, 2012 9:49 pm

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Incidência de Sujeitos Identificados como Ogbanjes

No artigo par a este (Stevenson 1985), descrevi o conceito de ogbanje, ou “criança reincidente” que, de acordo com a convicção dos Igbo, nasce, morre, e renasce (frequentemente várias vezes) na mesma família.

O material do caso reflecte a importância para os Igbo combaterem a criança ogbanje porque, embora só dois dos sujeitos foram suspeitos de serem ogbanjes na vida presente, seis outros foram mencionados pelos informantes como tendo sido ogbanjes em suas vidas passadas.

No primeiro dos últimos seis casos mencionados, o sujeito nasceu depois que dois irmãos mais velhos morreram.

O sujeito marcado por duas distintas marcas de nascença disse que elas correspondiam ao local das marcas diferenciadas feitas em ambos os irmãos falecidos depois que morreram.

Eu não consegui confirmar suas declarações com outros informantes;
sua mãe, que poderia ter confirmado, vivia em outra comunidade que não visitei.

O sujeito do segundo caso nasceu com severos defeitos de nascença nas mãos e pés. Seu pai não permitiu que ela falasse sobre a vida prévia da qual aparentemente tinha algumas memórias.

Ele assegurou que a menina era a reencarnação de uma filha falecida.

Depois da morte desta filha na infância, o pai tinha ficado enfurecido em razão da criança morrer tão jovem, mutilou suas mãos e pés, e executou um ritual para impedi-la de reencarnar.

Mais tarde, o ritual foi inadvertidamente neutralizado;
e o sujeito deste caso nasceu logo depois na outra esposa do pai.

O terceiro caso assemelhou-se bastante ao anterior.
O pai de um bebê que morreu, depois que duas crianças da família precocemente morreram, mutilou as mãos e pés do bebê falecido.

Neste caso, uma sobrinha (não filha) do pai destas crianças nasceu mais tarde com severas deformidades congênitas nas mãos e pés;
acredita-se que ela seja a reencarnação da criança mutilada, sua prima.

O sujeito do quarto caso não tinha nenhuma memória de uma vida prévia e não foi identificado com qualquer pessoa falecida conhecida — em sua família ou fora dela.

Porém, desde que nasceu com ausência congênita da falange distal do dedo mindinho esquerdo e de ambos os dedões do pé (estas deformidades correspondiam a mutilações habituais em crianças ogbanje de sua comunidade), sua família presumiu que ele tinha sido um ogbanje em sua vida prévia imediata.

O quinto sujeito era um rapaz adolescente que, embora tivesse doença de células falciformes, sobreviveu depois de vários de seus irmãos mais velhos morreram na infância.

Seu pai pensou que estas crianças precoces tinham sido ogbanjes e que o filho que sobreviveu a infância era a reencarnação das últimas destas crianças falecidas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 14, 2012 9:49 pm

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Já que a criança tinha sido marcada (post-mortem) e que este adolescente sobrevivera à infância, acredita-se que ele seja um exemplo de interrupção bem sucedido de um ogbanje, de um ciclo da criança reincidente;
mas nenhuma evidência, tais como marcas de nascença ou memórias de uma vida prévia, sustentava esta convicção.

O sujeito (um menino) do sexto caso deste grupo parecia ser a reencarnação de uma irmã mais velha que morreu com dezoito meses.

Quando esta irmã nasceu, acredita-se que ela seria a reencarnação de seu avô paterno;
porém, quando ela morreu na infância, ela foi julgada como sendo um ogbanje.

Seus pais então cortaram seu corpo em dois lugares com um facão e advertiu seu espírito desencarnado disto, caso retornasse para sua família, ela devia permanecer ou ser cortada novamente.

O menino que parecia ser sua reencarnação tinha duas marcas de nascença nos locais onde a irmã mais velha foi cortada;
ele vivia à época de meu estudo do caso em 1984, quando tinha vinte anos de idade.

Infelizmente não estava disponível quando eu fui em sua aldeia, então não examinei suas marcas de nascença.

Um dos dois sujeitos mencionados acima de quem se suspeitava ser ogbanjes (na presente vida) ilustra a incerteza que às vezes acontece na avaliação das vidas passadas das crianças.

Este sujeito, um menino, tinha sido originalmente identificado como a reencarnação de seu avô paterno.

Porém, porque vários de seus irmãos morreram na infância e porque ele próprio tinha sido frágil na infância, pensava-se que ele poderia ser um possível ogbanje.

Consequentemente, a falange distante de seu dedo mindinho esquerdo foi amputada como uma medida preventiva[6].

Comparações das Características de Casos dos Igbo com aquelas de Outras Culturas

Embora os casos dos Igbo se assemelhem àqueles encontrados em outras culturas na maior parte de suas características, eles diferem em algumas.

Estas diferenças frequentemente harmonizam-se com outros aspectos da cultura dos Igbo e parecem derivar delas.

Algumas Características dos Casos Encontrados em Outros Lugares que Não São Comuns Entre os Casos dos Igbo

Os casos dos Igbo têm uma incidência baixa de duas características que acontecem mais frequentemente (embora com frequências variadas) nos casos de outras culturas.

Primeira, sonhos supostamente predizendo a reencarnação de uma pessoa falecida (que eu chamo “sonhos enunciativos”) acontecem raramente no meio dos casos dos Igbo.

No estudo dos relatórios apenas três desses sonhos entre os cinquenta e sete casos dos Igbo[7].

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Casos de Reencarnação - Página 4 Empty Re: Casos de Reencarnação

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 15, 2012 9:58 pm

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Segunda, os sujeitos Igbo fazem comparativamente poucas declarações que indiquem lembranças de detalhes das vidas prévias contactadas pelos informantes.

Por exemplo, apenas oito mencionaram o nome da personalidade prévia em seus casos, e somente quatro mencionaram qual o modo da morte da pessoa.

Porém, em alguns casos, os sujeitos falaram extensivamente sobre as vidas prévias.

Em uma família, cujo pai era liberal e permitia suas crianças dizer o que elas pretendiam, duas crianças falaram copiosamente sobre as vidas passadas que pareciam lembrar.

Quando sujeitos Igbo falam sobre a vida prévia que parecem ter tido, suas observações às vezes incluem reconhecimentos de pessoas conhecidas para a personalidade prévia e reconhecimento de objectos (às vezes com reivindicações de propriedade), como ferramentas, que a pessoa falecida possuía.

Tais reconhecimentos, como as declarações que o sujeito faz sobre a vida passada, figuram muito mais proeminentemente nos casos da maioria das outras culturas.

Frequência de Sujeitos Masculinos

Comparado com os casos de outras culturas, aqueles dos Igbo mostram uma marcante preponderância de sujeitos homens (77%) contra sujeitos mulheres (23%).

A Tabela 1 mostra que, embora sujeitos homens formem uma maioria em todas as culturas, salvo no Sri Lanka, a proporção de sujeitos homens é mais alta entre os casos dos Igbo.

Frequência de Relação entre Sujeito e Personalidade Prévia

Os casos dos Igbo mostram uma frequência alta (92%) daqueles em que se acredita que o sujeito seja a reencarnação de um membro de sua própria família imediata ou estendida.
(Eu chamo estes, de modo reduzido, como casos de “mesma família”).

Nesta característica, casos dos Igbo se assemelham àqueles do Tlingit (Stevenson, 1966), da Haida (Stevenson, 1975a), dos tailandeses, birmaneses (Stevenson, 1983b), e aos casos não-tribais dos Estados Unidos (Stevenson, 1983a).

Eles diferem dos casos na Índia (Stevenson, 1975b), Sri Lanka (Stevenson, 1977), Turquia e Líbano (Stevenson, 1980), onde casos de “mesma família” acontecem com bem menos freqüência.

A Tabela 2 mostra a incidência de casos de “mesma família” em dez culturas diferentes.

Frequência de Alegações de “Mudança de Sexo”

A Tabela 3 mostra a incidência de casos do tipo “mudança de sexo” entre os casos que investiguei em dez culturas diferentes.[8]
Os casos dos Igbo têm a segunda incidência mais alta de casos deste tipo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 15, 2012 9:59 pm

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O Intervalo entre a Morte e Suposta Reencarnação

A Tabela 4 apresenta dados dos casos de dez culturas diferentes para o intervalo médio (em meses) entre a morte da suposta personalidade prévia e o nascimento do sujeito.

O intervalo mediano para os casos dos Igbo é o segundo mais longo na série, sendo excedido apenas por aqueles dos casos não-tribais dos Estados Unidos.

Idade da Personalidade Prévia Quando Morreu

A idade média (cinqüenta e cinco anos) das personalidades prévias na época de suas mortes, dentre os casos dos Igbo, excede consideravelmente aquela observada nos casos da maioria das outras culturas.

A Tabela 5 apresenta dados de nove culturas diferentes para esta característica.

Discussão

Quanto à escassez das declarações dos sujeitos, os casos Igbo assemelham-se àqueles dos Tlingit e Haida.

No artigo par a este, mencionei que alguns dos pais dos Igbo não desejam que suas crianças expressem quaisquer memórias que possam ter de vidas passadas.

Eles deliberadamente podem reprimir uma criança que tenta comunicar tais memórias.

Porém, também já mencionei neste artigo duas crianças (irmãos) cujos pais permitiram que elas falassem livremente sobre vidas prévias e assim o fizeram.

Não devíamos então concluir que escassez das declarações atribuídas à maioria dos sujeitos Igbo reflete proximamente o número de memórias imaginadas que eles têm.

Muitos sujeitos Igbo podem ter memórias imaginadas de vidas prévias em abundância, mas podem aprender cedo o quão indesejável é conversar sobre elas na frente de adultos que desaprovam.

Várias características proeminentes de casos Igbo refletem o forte domínio de homens na região dos Igbo.

Embora estilos de vida estejam agora mudando e mulheres estejam se tornando mais independentes, penso ainda correto dizer que mulheres dos Igbo têm uma condição social notadamente inferior se comparada com a dos homens.

Acredito que a relação desequilibrada para sujeitos homens nesta série (77% contra 23%) reflita esta ênfase na superioridade.

Os Igbo não acreditam que homens reencarnam mais frequentemente que mulheres.

Eles têm, porém, mais interesse em antecedentes masculinos que femininos e assim fariam mais esforço para identificar a personalidade prévia como menino que de uma menina.

Os casos lembrados e apresentados a mim reflectiriam este diferente foco dado as crianças masculinas comparadas com as que são mulheres[9].

Porém, uma vez que uma criança mulher tivesse sido identificada como o sujeito de um caso, informantes deram tanta atenção para seu caso como fizeram com aqueles de crianças masculinas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 15, 2012 9:59 pm

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Mostramos isto comparando a ocorrência de quatorze tipos de dados ou características dos casos em que informantes podiam relatar o caso.

Achamos que casos com sujeitos homens tiveram uma incidência média de 7.6 características, aqueles com sujeitos mulheres tiveram uma incidência média de 7.8 características; a diferença não foi significativa[10].

A alta frequência de sujeitos e personalidades prévias do lado paterno (comparada com o materno) também reflete o domínio masculino na sociedade dos Igbo.

Esta incidência alta em relação ao lado paterno (74%) contrasta de maneira interessante com a incidência igualmente alta de uma relação no lado materno (75%) encontrada nos casos de sociedades matrilineares, como dos Tlingit no sudeste do Alasca (Stevenson 1966).

Eu não tenho nenhuma explicação completa para o intervalo médio relativamente longo entre a morte e a suposta reencarnação em casos dos Igbo quando comparado com aquele da maioria das outras culturas.

Porém, a observação que se segue pode ser pertinente.

Nas culturas com intervalos médios mais baixos entre a morte e a suposta reencarnação (Haida da Columbia Britânica e Alasca, Drusos do Líbano e Alevis da Turquia), existe uma expectativa geral de rápido ou mesmo imediato renascimento.

Os Igbo, por outro lado, não têm nenhuma convicção forte a respeito do intervalo que deveria ocorrer entre a morte e a reencarnação;
nem no que diz respeito a esse assunto, fazem os hindus e budistas da Índia, Sri Lanka, Birmânia e a Tailândia.

Várias outras características dos casos Igbo poderiam ser comparadas com correspondentes em culturas diferentes.

Destas, a mais importante é a incidência do tipo da morte na suposta vida prévia.

A incidência de morte violenta figurando nos casos Igbo (30%) é mais baixa que aquelas encontradas nos casos de todas as outras culturas (com excepção de Haida da Columbia Britânica e o Alasca) de que temos dados adequados relativos a esta característica.

Publiquei em outro lugar uma tabela fornecendo dados para esta característica em oito outras culturas (Stevenson 1980).
(Veja também Cook et. al. 1983 e Stevenson 1983a).

Mesmo assim, a incidência de morte violenta entre os casos Igbo excede em muito aquela de morte violenta na população geral da Nigéria, que é 3.8%.
(Nações Unidas 1980:447).

As comparações que fiz aqui entre casos dos Igbo e aqueles de outras culturas deviam ser suficientes para mostrar que algumas características dos casos Igbo se assemelham àquelas encontradas em todas as outras culturas até agora estudadas.

Por outro lado, seus casos também diferem em especial proeminência em algumas características particulares e na carência de outras a ser comparadas com aquelas de outras culturas.

Nestas características aparentemente ligadas culturalmente, os casos dos Igbo reflectem aspectos importantes de sua sociedade, como o marcante domínio masculino nela.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 16, 2012 11:09 pm

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Referências

Cook, Emily W., Satwant Pasricha, Godwin Samaratne, U Win Maung, and Ian Stevenson.
1983 “A Review and Analysis of ‘Unsolved’ Cases of the Reincarnation Type: II. Comparison of Features of Solved and Unsolved Cases,’’ Journal of the American Society for Psychical Research LXXVII, 2 115-135.

Stevenson, Ian
1966 “Cultural Patterns in Cases Suggestive of Reincarnation Among the Tlingit Indians of Southeastern Alaska,” Journal of the American Society for Psychical Research LX, 3 229-243.

1970 “Characteristics of Cases of the Reincarnation Type in Turkey and their Comparison with Cases in Two Other Cultures,” International Journal of Comparative Sociology XI, 1 1-17.

1974 Twenty Cases Suggestive of Reincarnation. Charlottesville: University Press of Virginia. (First published in 1966, Proceedings of the American Society for Psychical Research XXVI, 1-362.)

1975a “The Belief and Cases Related to Reincarnation Among the Haida,” Journal of Anthropological Research XXXI, 4 364-375. (Reprinted with revisions in 1977, in Journal of the American Society for Psychical Research LXXI, 2 177-189.)

1975b Cases of the Reincarnation Type. Vol. I. Ten Cases in India. Charlottesville: University Press of Virginia.

1977 Cases of the Reincarnation Type. Vol.11. Ten Cases in Sri Lanka. Charlottesville: University Press of Virginia.

1980 Cases of the Reincarnation Type. Vol. III. Twelve Cases in Lebanon and Turkey. Charlottesville: University Press of Virginia.

1983a “American Children Who Claim to Remember Previous Lives,” Journal of Nervous and Mental Disease CLXXI, 12 742-748.

1983b Cases of the Reincarnation Type. Vol. IV. Twelve Cases in Thailand and Burma. Charlottesville: University Press of Virginia.

1985 “The Belief in Reincarnation Among the Igbo of Nigeria,” Journal of Asian and African Studies XX, 1-2, 13-30. United Nations.

1980 Demographic Yearbook 1979. New York: United Nations.

[1] Agradecimentos são devidos à Bernstein Brothers Parapsychology e Health Foundation pelo apoio deste trabalho.

Sou grato a Carlos S. Alvarado por sua ajuda na análise dos dados e a Emily Williams Cook por suas sugestões na melhoria do artigo.

Foi útil ter a oportunidade de discutir os casos enquanto eram investigados com Stuart Eldenstein (que acompanhou-me à Nigéria em 1981 e 1982) e com Nicholas McCleanRice (que acompanhou-me lá em 1984).

[2] Por um “caso do tipo reencarnação” (ou “caso sugestivo de reencarnação”) quero dizer um em que a criança alega que ele ou ela lembra de uma vida prévia na qual uma criança é identificada (usualmente com base em marcas ou defeitos de nascimento, comportamento incomum, sonhos, ou as declarações de um oráculo) como a reencarnação de uma pessoa falecida.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 16, 2012 11:10 pm

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Relatos de tais casos podem ser encontrados em Stevenson (1966/1974, 1975b, 1977, 1980 e 1983b).

Evidência constituindo uma identificação satisfatória de uma criança com uma pessoa morta em particular varia grandemente entre os informantes e também entre culturas diferentes onde os casos ocorrem.

Na terra dos Igbo as conclusões sobre a identificação são às vezes alcançadas com nenhuma evidência além de uma asserção feita por uma única pessoa, digamos o pai da criança, de que a criança é a reencarnação de uma conhecida pessoa falecida.

Para os propósitos deste artigo eu incluí tais casos, apesar que em todos excepto em dois dos casos alguma evidência adicional (do tipo mencionado no parágrafo precedente) também foi aduzida em apoio da identificação.

[3] Publiquei em outro lugar descrições similares das características principais dos casos de outras culturas e países, como tais:
Tlingit do sudeste do Alasca (Stevenson 1966);
Índia (Stevenson 1975b);
Haida do Alasca e Columbia Britânica (Stevenson 1975a);

Sri Lanka (Stevenson 1977);
Drusos do Líbano (Stevenson 1980);
Alevis do centro-sul do Peru (Stevenson 1980);
Birmânia (Stevenson 1983b);
e a Tailândia (Stevenson 1983b).

[4] Refiro-me à pessoa falecida de quem o sujeito parece ser a reencarnação como “personalidade prévia” do caso.

Uso este termo sem compromisso com qualquer interpretação sobre os casos.

Também o uso para designar a pessoa de quem a criança parece ser a reencarnação, mesmo quando não se conhece a pessoa falecida que tem sido especificamente identificada para o caso.

[5] No artigo par a este (Stevenson 1985), descrevi como o povo Igbo identifica a personalidade prévia.

[6] Para pormenores adicionais sobre mutilações praticadas em suspeitos ogbanjes, veja o artigo par a este (Stevenson 1985).

[7] Para exemplos de sonhos enunciativos em casos de outras culturas, veja Stevenson (1966, 1966/1974, 1980, 1983b).

[8] No cálculo da porcentagem de casos do tipo “mudança de sexo”, incluí casos não solucionados, desde que o sujeito ou explicitamente indicasse que a vida prévia tinha sido a de uma pessoa do sexo oposto ou desse indicações fortes deste comportamento, como comportamento inexplicável e de outra forma apropriado ao sexo oposto do sujeito.

[9] A Tabela 1 mostra, porém, que homens oferecem a maioria dos sujeitos nos casos de algumas outras culturas onde homens dominam socialmente ou menos ou não em tudo.

Uma discussão completa das razões possíveis para estas disposições está fora do âmbito do presente artigo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 16, 2012 11:10 pm

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Para uma discussão sobre alguns outros factores que contribuem para a preponderância de sujeitos, veja Stevenson (1970).

[10] Os dados e as características seguintes foram comparados:

sexo da personalidade prévia;

data de nascimento do sujeito;

a idade do sujeito a qual começou falar da vida prévia;

idade do sujeito quando as memórias enfraqueceram;

modo da morte da personalidade prévia;

menção do sujeito sobre a maneira que morreu;

data da morte da personalidade prévia;

idade da personalidade prévia na morte;

menção do sujeito do nome da personalidade prévia;

a alegação do sujeito de lembrar de experiências entre a morte e a suposta reencarnação;

fobias;

sonhos enunciativos;

marcas e defeitos de nascimento;

relações familiares entre sujeito e personalidade prévia (mesma família ou não);

se mesma família, de que laço de parentesco a personalidade prévia pertencia.

Para verem as tabelas: http://br.geocities.com/existem_espiritos/igbo_caracteristicas

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 17, 2012 10:16 pm

Dois Correlatos de Morte Violenta em Casos do Tipo Reencarnação
N. K. Chadha e Ian Stevenson

RESUMO

Dados de 326 casos sugestivos de reencarnação estudados em oito culturas diferentes foram analisados com observação a dois correlatos de morte violenta versus natural da personalidade prévia cuja vida o sujeito alegou se lembrar.

Casos que possuem uma morte violenta mostraram um intervalo mais curto entre morte e renascimento que os de morte natural (p< .01).

O efeito foi encontrado em todas as culturas estudadas (exceto Sri Lanka) mas alcançou importância estatística em só uma cultura individual (Índia) e para o grupo tomado como um todo.

A idade do sujeito quando primeiro fala sobre a vida prévia também foi achada ser significativamente menor com casos de morte violenta (comparada com os de morte natural) (p < .01).

INTRODUÇÃO

Podemos analisar casos espontâneos de dois modos.

Primeiro, podemos estudar os casos individualmente e por cuidadoso escrutínio dos testemunhos deles tentar eliminar todas as interpretações que supõem comunicação normal da informação na experiência do percipiente;
então, se obtivermos sucesso nisso, podemos tentar eliminar várias das interpretações que supõem processos paranormais até que só reste uma que pareça a melhor.

Segundo
, podemos analisar uma série de casos do mesmo tipo geral com o objectivo de discernir características recorrentes a eles.

O achado de tais características recorrentes leva à delineação de um tipo de ‘caso padrão’ tendo estas características.
(Isto é um tipo de taxonomia de casos espontâneos).

Podemos examinar tais casos padrão ainda para características correlatas.

No estudo de casos sugestivos de reencarnação quatro características foram identificadas como recorrentes em todas as culturas até então analisadas.
Duas destas, a idade precoce em que as crianças começam a falar sobre suas alegadas memórias de uma vida prévia e a tendência destas memórias de desaparecerem no fim na infância foram identificadas como características recorrentes da análise dos casos que foram publicados antes do período actual da investigação sistemática ter começado (Stevenson, 1960).

Uma alta incidência de morte violenta (concernente à personalidade prévia) também emergiu rapidamente como uma característica recorrente dos casos em três culturas diferentes (Stevenson, 1966, 1970).

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 17, 2012 10:16 pm

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Posteriormente, uma alta incidência de morte violenta foi encontrada entre os casos de cinco outras culturas (Stevenson, 1980; Cook et al., 1983).

Uma quarta característica recorrente observada nos casos de todas as culturas (até então estudadas) é a frequente menção pelo sujeito do modo de morte da personalidade prévia.

Análises também mostraram que o sujeito era mais provável de mencionar o modo de morte quando este era violento do que quando era natural (Cook et al., 1983);
em casos com morte violenta 94 por cento dos sujeitos mencionaram o modo de morte, mas em casos de morte natural apenas 52 por cento dos sujeitos fizeram-no (p< .00001).

Apesar de não haver dúvida após as mencionadas análises que morte violenta figura proeminentemente nos casos de todas as culturas com número suficiente de casos para análises, a significância deste achado permanece aberta a diferentes interpretações.

A mais óbvia destas é que a alta incidência de morte violenta é meramente um artefato da maneira casual pelo qual os investigadores tinham tomado conhecimento da maioria dos casos.

Humanos parecem ter um entusiástico interesse em violência, e eles são possíveis de lembrar-se de relatos de mortes violentas por mais tempo do que relatos de mortes naturais.

Assim, os informantes dos casos talvez se lembrem e mais tarde informem os investigadores sobre casos tendo a característica de morte violenta quando tenderiam a esquecer-se e não mencionar aqueles com morte natural.

Uma pesquisa de casos de reencarnação numa amostra casualmente selecionada de pessoas num distrito de Uttar Pradesh, Índia, deu algum apoio a esta interpretação.

A incidência de morte violenta em séries selecionadas de forma não aleatória de casos indianos (N = 172) foi de 46-8 por cento;
mas a incidência nas séries (muito menores) de pesquisa (N = 19) foi somente de 35 por cento.

Os respondentes da pesquisa tinham sido pedidos para mencionar qualquer caso dos quais eles pudessem lembrar-se tendo ouvido sobre dentro dos próprios arredores imediatos;
e a incidência mais baixa de morte violenta entre os casos da pesquisa sugere que parte da alta incidência de morte violenta em casos selecionados de forma não aleatória pode ser devido à memorabilidade maior para informantes de casos com a característica de uma morte violenta.

Mesmo então, a incidência de morte violenta na amostra da pesquisa (35 por cento) de longe excede a da população geral da Índia, que é de 72 por cento (Demographic Yearbook, 1970).

Portanto não devemos atribuir toda a alta incidência de morte violenta nos casos a artefactos de relatório;
em vez disso, devemos procurar outras explicações desta incidência alta.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 17, 2012 10:16 pm

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A precedente análise derivou somente de contagens simples de frequências de características particulares.

O presente artigo leva nossa analisa ainda mais longe por informar os resultados de correlações de morte violenta com duas outras características dos casos:
o intervalo entre a morte da personalidade prévia e o nascimento do sujeito (que nós às vezes referimos a como o ‘período de intermissão’);
e a idade quando o sujeito primeiro falou sobre a vida prévia.


MÉTODOS

Fontes de Dados


Casos que obedeciam aos seguintes critérios foram selecionados para análise dos arquivos da coleção da Universidade de Virgínia:

(a) As afirmações do sujeito foram independentemente verificadas por I.S. ou outro associado (casos resolvidos).

(b) Os casos tinham recebido uma pontuação de 1, 2 ou 3 numa escala de 1 a 5 de ‘minuciosidade de investigação’. Esta escala leva em conta aspectos tais como o número de informantes entrevistados durante a investigação dos casos e sucesso em obter documentos escritos confirmando o testemunho oral. A classificação da escala é como se segue:

1. Muito minuciosa, todas as maiores e menores fontes investigadas.

2. Minuciosa, as mais importantes e várias menores fontes investigadas.

3. Razoavelmente minuciosa, mas várias fontes importantes não investigadas.

4. Não muito minuciosa, muitas fontes somente superficialmente ou não investigadas absolutamente.

5. De forma alguma minuciosa, mesmo as principais fontes estão omissas; pouquíssima informação.

(c) A personalidade prévia deve ter morrido antes do nascimento do sujeito.

Esta série de critérios deixa de lado todos os casos não resolvidos, todo os que não tinham sido investigados com razoável ou profunda minuciosidade, e todos os casos com datas anômalas.[1]

Muitos dos casos originalmente disponíveis assim foram eliminados.
Por exemplo, de uma piscina de mais de 300 casos na Índia achamos que só 114 respeitaram os critérios acima.

Restringimos as análises aos casos de oito culturas diferentes, estes sendo aqueles para os quais temos um número suficiente de casos para a análise dos subgrupos.

Para a análise do período de intermissão encontramos 326 casos satisfazendo nosso critério;
para o da idade ao falar pela primeira vez sobre a vida prévia encontramos 324 casos.

Para os casos seleccionados examinamos os arquivos dos casos e listamos em folhas de trabalho os dados que interessaram-nos para a análise planejada.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 18, 2012 11:10 pm

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Para muitos casos nós podíamos usar valores já entrados num livro de códigos ou listados em folhas de trabalho preparadas durante a análise informada em Cook et al. (1983).

Sempre que discrepâncias foram achadas entre as três fontes de dados—notas e documentos nas pastas dos casos, livros de códigos, e folhas de trabalho prévias—discutimos isto juntos.

Normalmente conseguíamos resolver as discrepâncias (algumas das quais surgiram de erros de registros prévios).

Nalguns exemplos decidimos que os dados de um caso eram insuficientemente de confiança para uma análise particular e o caso foi retirado da série para essa análise.

Outros dados do mesmo caso talvez sejam usados em outra análise.

Devemos dizer algo sobre nossa confiança nos dados que não rejeitamos, mas mantivemos na análise.

A classificação da morte da personalidade prévia como natural ou violenta pareceu em geral clara.

Para quase todos os casos entre a tribo Tlingit (do Alasca) nós anteriormente tínhamos obtido certidões de óbito (do Departamento de Estatística Vital, Juneau, Alasca) que registavam a data e causa de morte.

Obtivemos documentos escritos de valor semelhante, tais como relatórios de exames postmortem, para uma muita menor proporção dos casos em outras culturas.

Para a maioria destas contamos com memórias de informantes em primeira mão familiarizados com a personalidade prévia, que foram entrevistados, como mencionado, por I. S. ou por um associado próximo.

Raramente havia qualquer dúvida sobre se uma pessoa tinha morrido violenta ou naturalmente.

Os leitores podem desejar saber que classificamos a morte de uma mordedura de serpente como violenta, embora algumas pessoas talvez a considerem natural.

Para os Tlingit, como mencionado, obtivemos em quase todo caso uma data da morte confiável das certidões de óbito.

Nós também obtivemos datas precisas da morte para um número de casos em outras culturas, incluindo todas aquelas para as quais tínhamos estudado um relatório postmortem.

(Estes dão a data da morte ou uma informação que permite um juízo exato sobre ela;
às vezes um postmortem pode atrasar por um dia ou dois depois da morte, mas raramente mais tempo).

Em todos os outros casos tivemos que contar com as memórias de nossos informantes.
Estas eram as mesmas pessoas que tinham fornecido informação sobre o modo de morte.

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Casos de Reencarnação - Página 4 Empty Re: Casos de Reencarnação

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 18, 2012 11:11 pm

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Se a morte tinha ocorrido dentro dos dez anos anteriores, os informantes raramente discordaram um com o outro a um grau importante.
Para mortes mais remotas eles freqüentemente o fizeram.

Se recebemos várias declarações diferentes sobre uma data nós normalmente tomamos a média, mas não hesitamos em pôr de lado a declaração de um informante que pareceu meramente estar adivinhando ou por outro lado era inadequado para lembrar-se exatamente.

Vale notar que asiáticos em geral lembram-se de datas de morte muito mais exactamente que os ocidentais;
isto é parcialmente porque tanto no Hinduísmo quanto no Budismo são realizadas cerimónias em favor do morto em intervalos regulares depois da morte.

Nossa informação sobre datas de nascimento tem cerca da mesma validez que a das mortes, e nós consideramos as declarações dos informantes sobre isto do mesmo modo quanto a suas declarações sobre a morte.

Porque os sujeitos nasciam ao menos nove meses ou mais, e frequentemente vários anos, depois da morte da personalidade prévia, a data de nascimento retroativamente não era tão distante quanto a correspondente data de morte e portanto devia ter sido melhor lembrada.

Para os Tlingit obtivemos certidões de nascimento em quase todo caso, mas raramente tivemos tal documentação para casos em outras partes.

Os cidadãos de alguns países, p.ex. Líbano e Turquia, são exigidos ter uma carteira de identidade que, em princípio, regista a data de nascimento.

No entanto, estas carteiras de identidade são notoriamente incorrectas e raramente pode se confiar nelas.

(Leitores interessados nas razões para a falsificação destas carteiras de identidade podem achar alguma informação sobre isto em Stevenson [1980].)

Para a idade em que a criança falou pela primeira vez sobre a vida prévia contamos com a pessoa ou pessoas que pareciam melhor informadas sobre esta questão.

Esta eram normalmente a mãe do sujeito, mas a avó, irmã mais velha, ou outra pessoa às vezes fornecia informação relevante.

Os pais eram menos bem informados, no todo, mas não foram automaticamente desqualificados por nós.

Até onde sabemos, não houve nenhuma diferença nos métodos usados para obter os dados em culturas diferentes
(com excepção das afortunadas circunstâncias de obter certidões oficiais para os Tlingit).

Pensamos que quaisquer vieses que possam ter entrado na coleção dos dados teriam afetado os de todas as culturas igualmente.

Leitores interessados podem achar mais informação sobre os métodos usados em entrevistas em Stevenson (1966, 1975).

Até que ponto são os ‘casos do tipo reencarnação’ melhor interpretados como exemplos de reencarnação?

Em outras palavras, quão forte é a evidência obtida no estudo destes casos que favorece a reencarnação como sua melhor explicação?

Para os casos da presente análise nós só podemos responder esta pergunta em termos gerais, porque a força da evidência para algum processo paranormal varia grandemente de caso a caso.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 18, 2012 11:11 pm

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Em outra parte um de nós (I. S.) publicou uma tabela mostrando as porcentagens de casos (em dez culturas diferentes) em que as famílias do sujeito e da personalidade prévia eram (a) familiarizadas, (b) desconhecidas, e (c) desconhecidas uma à outra antes do caso ser desenvolvido (Stevenson, 1986).

Nos casos de algumas culturas (por exemplo os Tlingit do Alasca) quase todos os casos (96 por cento) eram do ‘tipo de mesmo-família’.

Em contraste, entre os casos do Sri Lanka só 19 por cento eram casos de mesmo-família e em 52 por cento as duas famílias não tinham se conhecido antes do caso desenvolvido.

Na Índia 43 por cento dos casos ocorreram nas famílias que tinha sido estranhas antes do caso desenvolvido.

No entanto, a avaliação de elementos paranormais num caso deve levar em conta outros factores além do mero conhecimento prévio entre as famílias.

Por um lado, duas famílias previamente desconhecidas poder se encontrar por uma declaração da criança sobre uma vida prévia e então podem erroneamente concordar que ela falava correctamente sobre uma pessoa morta em particular.

Por outro lado, casos de mesma-família e casos em que as famílias previamente foram familiarizadas podem incluir evidência impressionante de um processo paranormal, tal como a ocorrência de duas marcas de nascimentos raras (cada uma única na família do indivíduo) que corresponde em localização a duas feridas na personalidade prévia.

Retornaremos a este problema depois de apresentar nossos resultados.

Estatística Usada

O presente artigo foi composto de uma amostra de 326 sujeitos de oito culturas diferentes, a saber, Índia, Burma, Sri Lanka, Turquia, Líbano, Tailândia, E.U.A. (casos não-tribais), e Tlingit (tribo nativa do Alasca).

Os dados foram analisados sobre a base de estatística descritiva e inferencial.

Estatística descritiva, tal como a média e desvio padrão, foram empregados para aprender a natureza das variáveis mencionadas a serem examinadas.

A estatística inferencial foi o teste-t, empregado para descobrir as diferenças significativas, se alguma, entre os meios relacionados a morte violenta e morte natural para o período de intermissão e para a idade do sujeito ao falar pela primeira vez sobre a vida prévia.

RESULTADOS

(Para verem esta tabela ver a página abaixo)

http://br.geocities.com/existem_espiritos/duas_correlacoes

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 19, 2012 10:04 pm

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Os dados da Tabela 1 mostram que morte violenta e casos de morte naturais diferiram significativamente no nível de significância de 0.01 com respeito ao período de intervalo para a cultura indiana assim como para a amostra total (somadas todas as culturas).

Diferença não estatisticamente significativa foi observada para os casos de outras culturas acolhidos no estudo presente.

No entanto, os valores médios do período de intermissão mostram que o período de intermissão é menor em casos de morte violenta comparado com os de morte natural para todas as culturas exceto os do Sri Lanka.

A Tabela 1 também mostra que a variabilidade do período de intermissão era menor entre casos com morte violenta que entre os com morte natural.

A Tabela 2 mostra que uma diferença estatisticamente significativa foi achada entre morte violenta e casos de morte natural no nível de significância de 0.01 para a idade do indivíduo ao falar pela primeira vez sobre a vida prévia para a amostra total (somadas todas as culturas).

Além disso, embora diferenças não estatisticamente significativas foram achadas para as culturas individuais examinadas no estudo, a Tabela 2 expõe que os valores médios para a idade do sujeito ao falar pela primeira vez sobre a vida prévia são menores em casos de morte violenta que em casos de morte natural em todas as culturas excepto na do Líbano.

Aqui outra vez, a variabilidade entre os casos com morte violenta é menor que entre os com morte natural.

(Para verem esta tabela ver a página abaixo)

http://br.geocities.com/existem_espiritos/duas_correlacoes

DISCUSSÃO

Nós primeiramente observaremos que as ideias para as duas análises aqui informadas foram desenvolvidas post hoc e portanto não podem ter corrompido a colecção dos dados pelos entrevistadores de campo.

Também devemos anotar que embora algumas culturas tenham uma crença popular sobre reencarnação de acordo com a qual uma morte violenta pode afectar tanto o estado postmortem quanto a próxima encarnação (e retornaremos a este ponto mais tarde) tais crenças, até onde cruzamos com elas, não são mantidas uniformemente.

Se supomos que os informantes, acreditando que uma morte violenta leva a uma reencarnação mais rápida que uma morte natural, adaptaram suas memórias das datas para que se encaixem nesta expectativa, temos que incluir na suposição dois tipos de informantes (um para o nascimento e o outro para a morte) que foram entrevistados separadamente.

Além do mais, achamos o mesmo efeito entre os Tlingit para os casos de que fomos libertados, com algumas excepções, da dependência nas memórias de informantes por ter certidões oficiais de confiança.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 19, 2012 10:04 pm

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Há outros processos normais que talvez tenham afetado nossos resultados?

Em nossa Introdução mencionamos nossa crença (e evidência de apoio) que mortes violentas são mais memoráveis que uma natural.

Pode-se imaginar que pais lembram-se de uma morte violenta ouviram podendo ligá-la com observações que sua criança possa fazer sobre uma vida prévia.

Eles então incorrectamente talvez concluam que a criança referia-se a esta morte violenta em particular quando ela não se referia.

Eles não lembrariam-se de mortes naturais tão bem nem por tanto tempo.

Se este tipo de erro acontecesse, levaria à inclusão na série de casos tendo a característica de morte violenta e um intervalo curto entre morte e nascimento que teriam uma explicação normal.

Há algum risco de tal identificação equivocada em culturas em que o sujeito e a personalidade prévia são possíveis de pertencer à mesma família ou mesma comunidade, tais como a dos Tlingit e dos Burmeses;
também existe em culturas onde há uma pressão forte para identificar de quem um bebê é a reencarnação, tal como existe entre os Igbo da Nigéria e o Drusos do Líbano.

No entanto, em outras culturas, tais como as da Índia, Sri Lanka, e Tailândia, os habitantes têm expectativa pequena de alguma de achar uma pessoa morta renascida ou de identificar de quem uma criança possa ser a reencarnação.

Supondo, no entanto, que tal identificação equivocada ocorra frequentemente, devemos esperar a correlação de um intervalo mais curto entre morte e nascimento com morte violenta comparada com morte natural ocorra mais fortemente nas culturas em que casos com morte violenta—artificialmente aumentada em nossa série pelos mencionados supostos erros na identificação—exceda aqueles com morte natural.

De facto, achamos a correlação mais forte para esta característica na Índia, onde os casos de morte naturais excederam os de morte violenta (vide Tabela 1).

Mais ainda, não vemos qualquer meio em que a identificação equivocada mencionada de sujeitos com pessoas tendo morrido recente e violentamente pudesse levar a nossos resultados para a característica da idade em falar pela primeira vez sobre a vida prévia, que nós discutimos mais profundamente abaixo.

Nós mesmos não podemos pensar em qualquer hipótese normal plausível para explicar nossos dados sobre o período de intermissão, e então provisoriamente interpretamos isto querendo dizer que, se a reencarnação ocorre, pessoas mortas violentamente tendem a renascerem mais rapidamente que as mortas naturalmente.

Isto concorda com as tradições do Hinduísmo, de acordo com que, cada ação em nossas vidas, tanto do corpo quanto da mente, é armazenada na forma de um Samskara ou impressão em nossas mentes.

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