LUZ ESPÍRITA
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Casos de Mediunidade

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 15, 2012 11:50 am

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PAGENSTECHER, Gustav (1920). A notable psychometric test. Journal of the American Society for Psychical Research, 14, pp.386-417.

PAGENSTECHER, Gustav (1946a). I Misteri della Psicometria. Verona: Edizione Europa-Verona [Originalmente publicado en aleman].

PAGENSTECHER, Gustav (1946b). Percezioni Extra-sensoriali. Verona: Edizione Europa-Verona [Originalmente publicado en aleman].

PALHANO, Lamartine (1994). Mirabelli: Um medium extraordinario. Rio de Janerio, RJ: Edicoes CEDL.
PARRA, Alejandro (1990). Historia de la Parapsicologia en la Argentina. Buenos Aires: Edición del Autor.

PLAYFAIR, Guy Lyon (1975). The Flying Cow: Research into paranormal phenomena in the world's most psychic country. London: Souvenir Press.

RANIERI, R.A. (1955). Materializacoes Luminosas: Depoimento de um delegado de policia. Sao Paulo, SP: Edicoes da Lake.

REBAUDI, Ovidio (1900). Elementos de Magnetismo Experimental y Curativo. Madrid: Biblioteca La Irradiación.
SANTA CLARA, Márques de (nd [circa 1910]). Un Tanteo en el Misterio. Madrid: Casa Editorial Maucci.

TORRES SOLANOT, Vizconde de (1899). La Médium de las Flores: Memorias de la investigaciones hechas en el terreno de los fenómenos del espiritismo en el Grupo "Marietta". Barcelona: Edición de la Biblioteca Espírita de Barcelona.

URIBE, Luis Zea (nd [circa 1920]). Mirando al Misterio. Bogotá: Edición del autor.
VANDEVELDE, Luis P. (1938). El Misterio de la Vida y de la Muerte. Buenos Aires: Edición del autor.

ZINGRONE, Nancy [et al] (1996). La parapsicologia en América Latina: Debate. Revista Argentina de Psicología Paranormal 7, 4, pp.235-260.

* Publicado originalmente nas Atas do Primeiro Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia. Recife, Pernambuco, 31, 1-2 Novembro, 1997.

** Alejandro Parra é Presidente do Instituto de Psicologia Paranormal, editor da Revista Argentina de Psicologia Paranormal, e coordenador da Agência Latinoamericana de Informação Psi. Atualmente é membro da Parapsychological Association e Secretário e co-fundador da Associação Ibero-americana de Parapsicologia (AIPA).

[1] O pesquisador britânico Guy Lyon Playfair publicou um artigo ilustrado sobre o episódio no número de janeiro de 1992 do Journal of the American Society for Psychical Research que mostra que a fotografia da "levitação" tem sinais inequívocos de retoque sob os pés de Mirabelli.

O cuidadoso retoque mostra que Mirabelli não estava levitando, mas em pé sobre uma escada que foi apagada.

No link http://members.tripod.com/~Mirabelli/falsalevitacao.htm pode-se ver a famosa foto.

Muitos outros indícios de fraude podem ser encontrados no jornal Correio Paulistano, desde 18 de maio de 1916 a 13 de julho e 1916.
(Nota de Vitor Moura Visoni)

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 15, 2012 11:50 am

Paranormalidade ou Manifestações Psicóticas?

Relato de Caso

Jorge Martins de Oliveira e Júlio Rocha do Amaral

Este é um relato bizarro a respeito de uma personalidade singular.

GUV - é assim que o chamaremos a partir de agora, para preservar sua identidade real - é um homem jovem, com 20 anos de idade, que há alguns meses atrás, em janeiro de 1998 para ser preciso, veio pela primeira vez ao nosso consultório, acompanhado por seus pais, relatando a ocorrência de factos muito incomuns:

Aos 12 anos de idade GUV descobriu ser capaz de ver as "auras" das pessoas ao seu redor e, aproximadamente na mesma época, ele começou a ouvir vozes estranhas e a ver coisas estranhas, como por exemplo, objectos móveis, em forma de espirais, que ameaçavam capturá-lo.

Logo as espirais desapareceram e GUV começou a sentir-se perseguido por alguma "presença" vaga que, inicialmente, não podia ser identificada.

Posteriormente, no entanto, ele sentiu que o "perseguidor" era algum tipo de entidade espiritual, um intruso, como ele o chama, que até o presente, tenta, com frequência, penetrar em sua mente, para controlar sua vida.

Isto originou uma luta quase diária entre o eu de GUV e a entidade.
As vezes o intruso ataca com força total, dominando a vontade do jovem.

Outras vezes a entidade parece mais fraca e GUV consegue livrar-se dela, após alguns momentos de guerra mental.
Mas é sempre uma batalha cansativa, que deixa nosso paciente física e mentalmente exausto.

Quando o intruso ataca, GUV experimenta um tipo especial de convulsão, parecendo-se as contorções de seu corpo com os movimentos oscilantes de uma cobra, enquanto sua expressão facial é a de uma pessoa que está fazendo um tremendo esforço mental para livrar-se de uma ameaça invisível.

Em diversas ocasiões tivemos a oportunidade de presenciar estes fenómenos.

De acordo com GUV, a entidade geralmente diz-lhe para seguí-la, mas sem nunca especificar para onde.

Durante algum tempo, há mais ou menos 7 anos, o intruso insistentemente sugeria que GUV cometesse suicídio para que pudessem estar unidos, permanentemente, após sua morte.

Por diversas vezes GUV esteve próximo de suicidar-se, mas o instinto de sobrevivência prevaleceu e a entidade finalmente desistiu.

Entretanto os convites para seguí-la persistem até hoje.
GUV não somente ouve mas também vê o intruso, como algo muito real, capaz de aparecer em qualquer lugar a qualquer hora.

Uma vez ele nos deu um exemplo de como as coisas acontecem:
ele está em um quarto e, de repente sente que o intruso está do lado de fora, bem perto;
ele pode mesmo detectar a presença da entidade por sua "aura" que se esgueira por baixo da porta.

Segundos mais tarde o intruso atravessa a parede ou a porta fechada e aparece próximo dele.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 16, 2012 10:55 am

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De acordo com o nosso paciente, a entidade tem a forma de uma mulher, com um rosto que não pode ser descrito com precisão.
Parece mais uma imagem enevoada, sem contornos definidos.

Entretanto, com o tempo, GUV descobriu - assim afirma - que a forma humana era um disfarce para a real imagem da entidade: a de um lobo.

GUV é bem desenvolvido fisicamente, embora de compleição franzina, com o rosto quase imberbe.

Seus olhos exibem uma mistura de atenção e ansiedade.
Ele é muito inteligente e seus argumentos são lógicos, mesmo quando está defendendo ou justificando seus delírios.

Ele é também muito afetuoso em relação aos seus parentes e não parece abrigar suspeitas paranóides contra as pessoas em geral, embora ressinta o facto de que ninguém entende os seus poderes mentais excepcionais e muitas pessoas o tratem como se fosse louco.

GUV está definitivamente convencido de que é um paranormal e, por sê-lo, está capacitado a comunicar-se com espíritos e entidades.

Consequentemente, ele "sabe", por exemplo, com absoluta certeza, que o "lobo" é o diabo.

Entre os diversos episódios de alucinações e delírios experimentados por GUV ao longo dos anos, um é particularmente notável:
Há poucos meses, enquanto ele estava deitado em sua cama, embora definitivamente acordado (ele está absolutamente seguro disso), um anjo materializou-se subitamente, pegou-o pela mão, destacou-o do seu corpo material (que ele podia ver claramente, enquanto ascendia) e levou-o a um lugar muito acima da Terra.
O local assemelhava-se a um templo gigantesco.

Lá, entre duas fileiras de anjos, GUV viu-se face a face com Jesus Cristo que, de acordo com a descrição de GUV, é um homem de bela aparência, com olhos extremamente gentis e penetrantes.

Disse-lhe então Jesus que o tinha escolhido para realizar uma importante missão, um pouco antes do tempo em que Ele (Jesus) deveria retornar ao nosso Planeta.

A natureza de tal missão não foi mencionada.

De acordo com GUV, à direita de Jesus havia uma espécie de janela aberta, através da qual podia-se ver, não muito distante, uma enorme galáxia com uma luz extremamente brilhante no centro.

GUV teve, e ainda tem, a sensação que a galáxia era Deus.

Explorando sua história passada, descobrimos dois factos que, na nossa opinião desempenharam papéis significativos na génese de seu distúrbio mental:
O primeiro facto foi, com certeza, uma experiência extremamente nociva para a estrutura psicológica do paciente:

Desde a infância de GUV, uma de suas tias costumava levá-lo para assistir sessões espíritas, nas quais o menino presenciava a manifestação de entidades benignas e malignas através de médiuns em transe.

Assim sua mente altamente sugestionável absorveu a ideia da existência de forças sobrenaturais boas e más, que detinham o poder de interferir com sua vida.

Uma das consequências foi que GUV adoptou, como uma espécie de guia protector, o espírito de um preto velho (figura considerada como entidade benigna em diversos cultos afro-brasileiros), que nosso paciente "incorpora" durante algumas de suas manifestações delirantes.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 16, 2012 10:55 am

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Este guia, assim o crê GUV, é capaz, as vezes mas não sempre, de protegê-lo contra o "lobo" e outras entidades malignas que tentam atormentar sua mente.

Posteriormente, durante o período em que ele estava em tratamento e sob nossa freqüente supervisão, tivemos diversas oportunidades de observar GUV incorporar seu guia.

Durante esses eventos ele adoptava a típica postura de um velho, reproduzindo, exactamente, o que se observa quando episódios similares, envolvendo entidades idênticas, ocorrem em locais nos quais são realizadas sessões espíritas.

Obviamente, GUV está reproduzindo eventos que ele observou no passado e permaneceram gravados em sua mente.

Estabeleceu-se assim o primeiro dano psicológico.
O segundo facto importante ocorreu quando ele tinha 7 anos e seus pais o enviaram para uma escola dirigida por seguidores de uma ordem rigorosamente evangélica.

Apesar de sua susceptibilidade à sugestão, GUV pode ser, por vezes, paradoxalmente, muito teimoso na defesa de alguns pontos de vista particulares.

Assim ele sistematicamente recusava aceitar o que considerava ser uma doutrinação fanática que tentavam lhe impor.

Por causa disso uma das professoras religiosas costumava punir o garoto, confinando-o, por longos períodos de tempo, dentro de um quarto escuro, dizendo que ele ali ficaria, na companhia de Satã, como punição por recusar-se a se transformar em um "cristão verdadeiro".

Isto durou um ano, mas GUV nada informou a seus pais por medo, uma vez que a professora ameaçou-o com perseguições demoníacas adiccionais, caso ele contasse a qualquer pessoa a respeito dos castigos que estava recebendo.

Quando finalmente os pais de GUV descobriram o que acontecia, tiraram-no da escola.
No entanto o segundo dano psicológico já havia sido estabelecido.

GUV foi tratado por psicólogos e psiquiatras mas, de acordo com ele mesmo e com seus pais, os resultados nunca foram satisfatórios.

Apenas uma vez, por um período muito curto de tempo, alguma melhora foi obtida, enquanto tomava pimozide (droga anti-psicótica que exerce sua ação bloqueando receptores dopaminérgicos centrais pré e pós-sinápticos).

Entretanto a medicação foi abandonada, após algumas semanas porque, conforme afirmou sua mãe, o medicamento fez GUV tornar-se ainda mais irritável e agitado.

Nota: Por melhora queremos dizer menos episódios de qualquer tipo de alucinações, visuais ou auditivas, e delírios.

Apesar de seu infortúnio, GUV conseguiu terminar o segundo grau, mas desistiu, na época, da ideia de começar uma universidade porque, como ele diz, sempre que um ataque ocorria durante as aulas, o facto originava reacções perturbadoras de seus colegas de escola, que acusavam-no de ser "pirado" ou epiléptico.

Pela mesma razão GUV tem evitado qualquer tipo de vida social.
Tornou-se, assim, mais e mais recluso.
Na verdade ele nunca namorou ou saiu com outros jovens.

Nas raras ocasiões em que ele ousava ir em algum lugar, como cinema, por exemplo, ele era acompanhado por seus pais ou por seu irmão (um jovem sadio de 19 anos).

A maior parte do tempo ele permanecia em casa lendo ou jogando vídeo games por horas a fio.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 16, 2012 10:56 am

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Em 28 de março de 1998 realizamos o primeiro mapeamento cerebral.

A característica mais marcante deste mapeamento era a frequência e alta amplitude de ondas delta e teta, com um padrão teta predominante, o que, em adultos despertos, é definitivamente um achado anormal (2).

Em nossa opinião, neste caso particular, tais achados caracterizam um cérebro imaturo.

Não foram detectados sinais de epilepsia focal ou generalizada (figura 1).

ttp://www.cerebromente.org.br/n06/doencas/psicose/fig2p.jpg
Fig.1. Clique sobre a figura para ver em tamanho aumentado

Durante o mapeamento utilizamos um procedimento pelo qual o paciente é submetido a estimulação visual (estimulação fótica intermitente), por intermédio de um sincronizador de ondas cerebrais, o POLYSINC PRO+, projectado e fabricado por Microfirm Inc., Cerritos, CA.

Utilizamos, como procedimento de rotina, quatro tipos de estímulo: beta (frequência de 15 hertz), alfa (9 hertz), teta (6 hertz) e delta (2 hertz).

Durante as estimulações beta e alfa, o paciente estava muito inquieto, murmurando que o "lobo" estava ganhando controle sobre sua mente.

Durante a estimulação teta, começou a acalmar-se, mas sentia ainda a presença do intruso.

Após dois minutos de exposição à estimulação delta, no entanto, GUV tornou-se progressivamente relaxado, declarando que a figura do "lobo" estava se afastando e que ele assumia agora o controle de sua própria mente.

Assim sendo, decidimos realizar seis sessões de estimulação delta (usando uma frequência de 2 hertz), com a duração de 45 minutos cada, duas vezes por semana.

Durante este estágio experimental sua evolução psicológica era monitorizada através de detalhado interrogatório, no início e no fim de cada sessão.

Ele também continuou a fazer uso da medicação que lhe tinha sido prescrita: carbamazepina e clonazepam.

Queremos acrescentar que, até a presente data não temos qualquer informação que indique ter a estimulação fótica sido usada como procedimento terapêutico em pacientes com manifestações delirantes/alucinatórias.

Os resultados foram notáveis.
De acordo com suas próprias afirmações, GUV tornou-se mais e mais forte mentalmente, de maneira que, gradualmente, o lobo começou a se afastar.

Ao término do tratamento esta entidade não mais representava uma ameaça, pois GUV era agora capaz de conservá-la à distância sempre que esta tentava aproximar-se dele.

Ao término da segunda semana, quando o lobo já estava derrotado, retornaram as espirais, mas por apenas dois ou três dias.

Seus pais informaram que GUV estava agora muito mais quieto e muito menos irritável e somente duas vezes, durante este período, ele exibiu sinais de crises iminentes, que, entretanto, foram conservadas sob controle, feito que GUV nunca tinha sido capaz de realizar no passado.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 17, 2012 12:59 pm

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Quando o nosso paciente retornou para seu segundo mapeamento cerebral, em 25 de abril de 1998, retinha, como única manifestação delirante, o preto velho - seu guia pessoal - que GUV voluntariamente "incorporava" sempre que sentia a necessidade de uma protecção extra.

Duas semanas mais tarde, também esta entidade tinha ido embora.
O medo de ser atacado por entidades malignas desaparecera completamente e GUV sentia-se confiante o bastante para tentar, no próximo mês de julho iniciar um curso de biologia genética.

Seu segundo mapeamento cerebral mostrou, durante o estado de repouso, com os olhos fechados, uma alteração apreciável.
Embora as ondas teta ainda estivessem difusamente presentes, o padrão predominante tornara-se definitivamente delta

Segundo Chatrian e colaboradores (1), quando o cérebro é submetido à estimulação por uma certa onda, ele tende a adoptar aquela onda como seu padrão dominante, durante o tempo da estimulação.

Este tipo bem conhecido de resposta à estimulação fótica intermitente é chamado de pulsão fótica (photic driving).

No caso de GUV, no entanto, a presença de um padrão delta de actividade estava presente dias depois da interrupção do estímulo fótico.

http://www.cerebromente.org.br/n06/doencas/psicose/fig2p.jpg
Fig.2 - Clique sobre a figura para ver em tamanho aumentado

Nós realmente não temos um diagnóstico definitivo para GUV.
Ele, certamente exibe traços psicóticos definidos (3).

Não possuímos, entretanto, dados que nos permitam classificá-lo como esquizofrénico.
Por outro lado, não temos nenhuma evidência concreta para afirmar que ele é um paranormal, como gosta de se chamar.

Na realidade, nossa precária experiência nessa área não nos permite formular qualquer conclusão definitiva.

Nossa "sensação" é que lidamos com um caso de manifestações psicóticas e alucinatórias, devidas a graves traumas psicológicos, afectando profundamente um cérebro imaturo, altamente sugestionável.

Há mais de um mês não ocorrem quaisquer episódios delirantes e GUV está agora levando uma vida praticamente normal.

Embora temamos que, em um momento qualquer do futuro, possa haver recorrência, esperamos que isso não aconteça.
Como médicos, sentimo-nos muito gratificados por sua melhora.

Mas, como neurocientistas, sentimo-nos frustrados pois, na realidade, não sabemos exactamente porquê e como começaram e desapareceram os delírios de GUV.
Podemos apenas conjeturar, mas, para a ciência, conjecturar não é o bastante.

Bibliografia:

Chatrian, GE et all. 1974. A glossary of terms most commonly used by clinical electroencephalographers. Electroencephalogr.Clin. Neurophysiol. 37 : 538-548

Maurer, H and Dierks, T. 1991. Atlas Of Brain Mapping. Springer Verlag. Berlin.

Tomb, DA. 1995, Psychiatry. Williams and Wilkins. Baltimore.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 17, 2012 1:00 pm

Réplica de Hyman a 'Como Não Revisar a Pesquisa da Mediunidade' de Schwartz
Ray Hyman

Eu não posso, naturalmente, responder em detalhe dentro do espaço permitido a cada um dos argumentos de Schwartz.

Sendo assim, eu comentarei seus pontos principais e concluirei com uma resposta geral à sua réplica.

1. "Hyman recorre a. . . selectivamente ignorar importantes informações que são inconsistentes com suas crenças pessoais."

Ao preparar minha crítica de seu programa de pesquisa, eu li não somente as experiências de após a morte com cuidado, eu escrutinei também em detalhe cada relatório de sua pesquisa que estava disponível.

Não foi possível discutir cada parte de informação separada em minha crítica.
Eu levei cada item em consideração, entretanto, ao fazer minha avaliação da pesquisa.

Eu escolhi focalizar minhas discussões naqueles itens que Schwartz e seus colegas tinham enfatizado como os resultados mais fortes em meio a seus achados.

Eu referi-me e revisei relatórios de pesquisa de mais de cinquenta anos por muitas das publicações científicas principais e das maiores filiais subsidiárias.
[I have refereed and reviewed research reports for more than fifty years for many of the major scientific publications and for major granting agencies]

Eu apliquei os mesmos padrões à minha avaliação das experiências do pós morte que eu usei em minhas outras avaliações.

2. ". . . Hyman não mencionou o facto histórico importante que nossa pesquisa de mediunidade começou realmente com os projectos experimentais duplo-cego."

Em seu exemplo ele se refere à sua experiência com as médiuns Susy Smith e Laurie Campbell que "completou-se quase um ano antes que nós conduzíssemos as experiências mais naturalísticas de multi-mediuns/multi-participantes envolvendo John Edward, Suzanne Northrop, George Anderson, Anne Gehman, e Laurie Campbell.

Os primeiros estudos duplo-cego de Smith-Campbell não sofreram de possíveis pistas sensoriais sutis visuais ou auditivas que escapassem ao avaliador - e fortes resultados positivos foram obtidos."

Este é um exemplo peculiar para usar como um modelo de uma experiência controlada, duplo-cega.
A experiência envolvida tinha Susy Smith, designada como a Médium Um, contactando aparentemente quatro pessoas falecidas:
sua própria mãe, William James, o pai de Linda Russek, e o pai de Schwartz.

Smith fez um desenho para cada um destes indivíduos mortos supostamente com sua chegada.
Fez também um desenho do "controle".

Laurie Campbell, designada como a Médium Dois, foi pedida então para tentar independentemente contatar estes espíritos e, usando a informação obtida deles, tentar combinar cada desenho ao indivíduo falecido associado.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 17, 2012 1:00 pm

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Campbell tentou contactar os espíritos durante duas sessões na presença de três experimentadores.
Campbell é descrita como estando “cega” às personalidades dos quatro indivíduos falecidos.

Porém Schwartz, que não era cego às personalidades destas entidades, não somente estava presente durante estas sessões mas activamente tentou tornar esta informação conhecida (por "telepatia") a Campbell.

Este erro desnecessário compromete qualquer cegamento que houvesse entre o Médium Dois e as personalidades dos indivíduos falecidos.

Nenhum investigador psíquico seria surpreendido se Laurie Campbell viesse com alguma informação correcta tal como o género e outras descrições dos indivíduos falecidos sob estas circunstâncias.

Um outro defeito desta fase da experiência é que nenhuma cláusula foi feita para usar um método sistemático e objectivo para avaliar a exactidão das descrições do Médium Dois.

A avaliação da informação para este estágio da experiência foi subjectiva.

Durante as sessões com o Médium Dois, todos os experimentadores estavam cegos a respeito de qual desenho foi associado com qual indivíduo falecido.
(Embora seja plausível que alguém possa fazer algumas suposições razoáveis, dados os caracteres de cada um dos indivíduos falecidos, e que o tipo de desenho seria de cada.)

Infelizmente, os experimentadores fizeram então um outro sério, e completamente desnecessário, erro quando chegou a hora de ver se o Médium Dois poderia combinar exactamente os desenhos com o indivíduo certo.

Os experimentadores trouxeram a Médium Dois e a Médium Um juntas.

A Médium Um indicou então os desenhos que tinha feito para representar cada indivíduo.
A Médium Dois tentou então combinar os desenhos às fontes apropriadas na presença da Médium Um.

Ironicamente, os experimentadores admitem abertamente que isto poderia permitir indícios sobre a combinação correta com "o fenómeno de Hans inteligente".

Eliminam isto como possibilidade porque Campbell podia combinar corretamente somente um dos cinco desenhos a sua fonte apropriada.

Neste momento da experiência o relatório torna-se especialmente obscuro.

Presumivelmente, a experiência falhou.
Entretanto, os experimentadores inexplicavelmente têm a Médium Dois tentando outra vez combinar os desenhos à sua fonte apropriada.

Esta segunda tentativa é feita depois que é mostrada a um sumário explícito dos comentários dela sobre os retratos e os indivíduos falecidos.

Campbell combina corretamente os cinco desenhos (incluindo o controle) nesta segunda tentativa.

Nenhuma razão é dada para permitir à médium duas tentativas para combinar os desenhos, nem os experimentadores nos dizem como justificam o pedido para recombinar à médium.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 18, 2012 12:12 pm

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Provavelmente estes e outros aspectos questionáveis do procedimento são discutíveis dada que a possibilidade de cegamento foi comprometida.

Schwartz e seus colegas, em seu artigo publicado, descrevem este como "um estudo exploratório."
As continuações parecem ter sido improvisadas em cada estágio.

Certamente, nenhum investigador competente planearia comprometer desnecessariamente o cegamento do experimento nos dois pontos mais críticos do levantamento de dados.

Nem faz sentido projetar uma experiência onde é dado ao médium duas possibilidades para combinar corretamente.
Eu simplesmente aplicava o princípio da caridade ao não discutir esta experiência remendada.

3. "Em uma experiência exploratória de mediunidade a longa distância duplo-cega...
Hyman afirma ‘porque nada significativo foi encontrado, os resultados não autorizam reivindicar uma replicação bem sucedida de resultados precedentes.

Entretanto, Hyman minimiza o facto que o número dos sujeitos nesta experiência exploratória era pequeno (n=6).

Mais importante, Hyman não cita uma importante conclusão que nós chegamos na discussão:
Se a figura binária de 66 por cento se aproxima (1) da habilidade real do LC de conduzir as leituras duplo-cegas, acopladas com (2) a habilidade dos seis participantes', na média, de pontuação das transcrições duplo-cego, a figura de 66 por cento requereria somente um n de 25 participantes para alcançar significância estatística
(por exemplo < 01)."

Esta parte da réplica de Schwartz, como todo o restante, parece-me bizarra e fora do padrão.
Primeiramente, nós necessitamos consertar alguns erros e/ou enganos.

Schwartz confunde a estatística da amostra com a da população (ou o valor verdadeiro hipotetizado).

Dados 25 participantes e um resultado amostral de dezassete identificações correctas (taxa do sucesso de 68 por cento) de suas leituras reais (que, dada a natureza discreta da distribuição binomial é a mais próxima que nós podemos chegara 66 por cento correto) a probabilidade uni-caudal seria .054 e não menos do que .01 como alega Schwartz.

Indiferente ao valor correto da probabilidade aqui, isto tem pouco a fazer com poder.

Schwartz hipotetiza que a proporção verdadeira (da população) de escolhas binárias corretas nesta situação é perto de 67 por cento (4 para de 6) que ele observou em sua amostra.

Se, certamente, este valor estiver correto, a seguir, dado seu uso de um teste uni-caudal e um nível de significância de .01, a probabilidade de chegar a um resultado significativo com 25 participantes seria ligeiramente maior do 0.54.

Para chegar a um poder razoável (digamos perto de 90 por cento) se necessitaria de mais de 100 participantes.

Schwartz parece implorar aqui a pergunta.
Ele começa observando que quatro dos seis participantes identificaram corretamente quais das duas leituras eram significativas para eles.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 18, 2012 12:13 pm

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Por causa da amostra pequena, este resultado é consistente com um número de possibilidades incluindo o valor chance de 50 por cento.
Se obtivesse a mesma proporção de acertos com uma amostra maior, isso seria significativo.

Entretanto, desde que nós não podemos dizer qual a proporção verdadeira é de um resultado amostral baseado em somente seis casos, nós não temos nenhuma base para predizer o resultado para uma amostra maior.

Seu argumento reduz-se ao trivial: Se a proporção verdadeira for 67 por cento então nós poderemos começar um resultado significativo com um maior provamos.

De seu resultado real, nós podemos apenas também dizer:
Se a proporção verdadeira for 50 por cento (e isto, também, é consistente com seus dados), então muito provavelmente não chegará a um resultado significativo com uma amostra maior.

Eu acho difícil de entender porque Schwartz considera este ponto digno de ser mencionado.
Naturalmente um resultado binário com somente seis experimentações tem a sensibilidade muito baixa.

Entretanto, não confiou neste resultado.
Usou outras duas medidas, o número de tiros dazzle e os acertos e erros, que são claramente muito mais sensíveis.

Estes também não forneceram o significado total.

Para estas medidas (bem como para a escolha real da leitura relevante), a sensibilidade total seria extremamente realçada se cada participante avaliasse realmente todas as seis leituras.

Em adição à sensibilidade extremamente realçada, isto evitaria a situação infeliz onde cada participante avaliava sua própria leitura de encontro a uma folha que diferisse para cada avaliador
[In addition to greatly enhanced sensitivity, this would have avoided the unfortunate situation where each sitter was rating his or her own reading against a foil that differed for each rater].

Ainda outra seria a oportunidade de determinar que leituras tiveram um independência mais independência geral de toda a informação específica peculiar a um dado participante
[Another plus would have been the opportunity to determine which readings had more general appeal independent of any specific information peculiar to a given sitter].

Em sua réplica mais longa a minha crítica que ele postou na Web (veja sua referência em sua réplica) Schwartz alega que ele de facto predisse que GD diferenciaria com sucesso sua própria leitura da leitura fracassada do participante
[from the accompanying foil reading].

A alegação que este resultado particular foi predito não se enquadra com a sentença da abertura do relatório onde os experimentadores afirmam, "este artigo relata uma replicação e uma extensão não antecipada. . . "

Eu já indiquei em minha crítica como Schwartz tem uma interpretação liberal incomum de "replicação."

Não somente a evidência estatística e experimental é suspeita, mas a análise qualitativa da leitura real para GD na segunda experiência não se justapõe em nenhum aspecto importante com a leitura na experiência anterior.

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Casos de Mediunidade - Página 8 Empty Re: Casos de Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 18, 2012 12:13 pm

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Em particular, nenhuns dos exemplos aparentemente corretos de nomes, eventos, e lugares que são relatados para a primeira leitura estão na segunda leitura.

Eu concordo com o Schwartz que o resultado desta experiência "duplo-cega" é consistente com "as diferenças individuais características do participante."

Entretanto, pedindo permissão de Schwartz para recorrer a navalha de Occam, eu acredito que é prudente sugerir uma explanação muito mais mundana.

Nós necessitamos somente supor duas suposições muito plausíveis e não extraordinárias para esclarecer os resultados:
1) sorte: GD teve uma possibilidade 50-50 de escolher a leitura correta;

2) viés do Avaliador: dado que ele escolheu a leitura correta, ele mostraria um viés forte como resposta dando pontuação elevadas à leitura escolhida e pontuações baixas à rejeitada.

Note que isto é consistente com a evidência qualitativa que eu forneci em minha crítica.
Entretanto, note que o ónus da prova não está em cima do crítico para mostrar que esta explanação está correta.

Ainda mais, o ónus da prova deve estar em Schwartz em mostrar, como o reivindicador, que descartou esta e outras explanações mundanas possíveis.

Isto é o que a metodologia experimental boa, que está faltando demais nas experiências do pós morte, tenta fazer.

Infelizmente, eu não tenho o espaço para responder a outras especificidades da réplica de Schwartz.

Em sua réplica atribui-me motivos, preferências, e vieses.
Estes são baseados em suposições não apoiadas pelos factos.
Por exemplo, caracteriza-me como "relutantemente" concordando que a fraude é improvável.

De facto, eu não tenho nenhuma relutância em fazer tal afirmação.
Atribui-me determinadas preferências que simplesmente não são, em alguns casos, verdadeiras.
Está também factualmente incorreto em algumas questões.

Disse que eu era um do grupo dos leitores frios que declararam que eu poderia, com treinamento, duplicar o que seus médiuns tinham realizado em seu laboratório.

Isto é errado.
Eu abstive-me deliberadamente de tal compromisso.

Meu ponto principal durante a reunião com ele sobre leitura fria foi que a determinação de que se seus médiuns estão usando a leitura fria isto é algo separado da questão se eles conseguiam obter alguma informação de uma natureza paranormal.

Se ele quisesse estudar o papel da leitura fria nas leituras dadas por seus médiuns, aquele era um objectivo experimental que estava separado de determinar se seus médiuns forneciam a evidência para a sobrevivência da consciência.

Nem eu concluí, ao contrario dA implicação de Schwartz, que seus médiuns usavam a leitura fria.

Eu observei - e eu enfatizei especificamente que isto era uma opinião subjectiva – que eu via pouca diferença entre as revelações de seus médiuns e aqueles dos leitores psíquicos típicos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 19, 2012 11:23 am

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Eu quero enfatizar outra vez, não cabe a mim, ou a outros críticos, mostrar que seus médiuns estão usando a leitura fria ou algum outro artifício.
O ónus da prova está em Schwartz para mostrar que eliminou convincentemente tais possibilidades.

Tanto quanto eu possa dizer, Schwartz realmente não respondeu às minhas criticas.
Uma leitura atenta revela que ele não nega as várias falhas que eu divulguei em sua pesquisa.

Em vez disso, defende a saída da metodologia experimental apropriada em um número de níveis:
1) ele e seus colegas estavam cientes destes defeitos e de fato foram admitidos dessa forma em seus relatórios (mas tais admissões não neutralizam de algum modo os defeitos);

[b]2) [b]haviam razões práticas tais como querer fornecer um contexto mais naturalístico (mas isto não desculpa o uso inapropriado de comparações de controle, falhando em corrigir o viés do avaliador[failing to correct for rater bias], usando probabilidades e computações estatísticas impróprias, etc..);

[b]3) [b]alguns dos "defeitos" foram incluídos deliberadamente para verificar determinadas perguntas (mas isto não justifica extrair conclusões fortes);

e [b]4) [b]que feito exame em sua totalidade as experiências fornecem de algum modo evidência poderosa para uma comunicação anómala mesmo que as experiências individuais estejam danificadas (realmente, repetidamente cometer erros similares de experiência em experiência é melhor do que consertar os erros)
[actually, repeatedly making similar mistakes from experiment to experiment compounds rather than compensates for the errors].

Apesar das deficiências em suas experiências, Schwartz parece convencido que seus médiuns forneceram, em alguns casos, informações específicas e originais incluindo os nomes, os lugares, etc., que os críticos não poderiam explicar.

A propósito [For one thing], estes itens aparentemente específicos são muito mais fracos do que acredita.

Seus exemplos são selecionados apenas porque parecem conter tais especifidades.
Isto levanta a difícil pergunta de como avaliar realmente o quanto disto é apenas coincidência.

Além disso, mesmo a combinação mais específica e mais concreta é problemática porque praticamente nenhuma restrição é colocada em cima do participante em encontrar uma combinação apropriada (por exemplo, pode ser pessoas mortas ou vivas; pode ser alguém íntimo do participante ou um mero conhecido; etc.).

Nenhuma verificação real é feita a respeito de quão próxima a combinação é realmente.
Meu ponto aqui é que Schwartz realmente nos forneceu com nada para explicar.

Nós não sabemos se ele produziu qualquer coisa digna de fazer exame sério até que ele possa convincentemente demonstrar que obteve seus dados sob circunstâncias metodologicamente apropriadas.

A ciência exige isto nos campos convencionais de inquérito.
Nós devemos exigir nada menos de Schwartz.

Artigo disponível em http://www.csicop.org/si/2003-05/follow-up-hyman.html

Artigo traduzido por Maurício Mendonça e revisado por Vitor Moura Visoni

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 19, 2012 11:23 am

Conceitos de Força nos Primórdios da Pesquisa Psíquica
Carlos S. Alvarado

Resumo

Um dos mais velhos conceitos explanatórios de fenómenos psíquicos sustenta que forças biológicas são projectadas do corpo humano.

A antiga literatura se refere a esta força como magnetismo animal, força ecténica, fluidos, radiações humanas, magnetismo, força nervosa, od, força psíquica, e energia vital.

Esta tradição de conceitos de força associada com o corpo humano tem uma história vinda da Antiguidade, e era particularmente proeminente no movimento mesmérico entre o décimo oitavo e o décimo nono séculos
(Amadou, Revue Métapsychique, 1953, No. 21, 5-33).

O uso do conceito de “fluido” para explicar os fenómenos parapsicológicos representa uma tentativa dar uma explicação natural, física e mecânica a fenómenos inexplicados.

Isto foi um tema recorrente nas discussões destas forças, especialmente em termos de relacioná-las a ideias neurológicas ou a outros fenómenos da natureza.

Franz Anton Mesmer apresentou vinte e sete propostas sobre magnetismo animal em seu Mémoire sur la Découverte du Magnétisme Animal, publicado em 1779.

O assim chamado transe mesmérico, e outros fenómenos tais como a transposição dos sentidos e cura, foi atribuído por muitos a “magnetismo animal.”
Mesmeristas posteriores – entre eles James Esdaile – continuaram nesta tradição.

Reformulações do conceito de magnetismo animal apareceram nos trabalhos de Karl von Reichenbach, que postulou uma força universal a qual ele chamou od.

Durante o auge de espiritualismo muitos escritores especularam sobre os fenómenos espiritualistas oferecendo conceitos de forças corpóreas como explicações.

Livros influentes tais como Philosophy of Mysterious Agents (1853) de Rogers, e Spirit Manifestations Examined and Explained (1854) de Dods postularam que uma força nervosa podia ser exteriorizada do corpo para explicar os fenómenos físicos mentais tais como o movimento de objectos, materializações e telepatia.

A pesquisa psíquica posterior desenvolveu estes conceitos ainda mais, especialmente perante os fenómenos de mediunidade física. Uma ideia comum era de que estes fenómenos surgiram da ação de um dependente biológico de energia no corpo do médium, uma clara extensão de conceitos anteriores de mesmerismo e espiritualismo.

Como argumentado por Hereward Carrington:
“É esta energia que move objectos materiais na vizinhança imediata do médium (telecinesia) e é capaz de ser moldada ou manipulada em mãos, cabeças, e formas fantasmais, por meio da mente subconsciente do médium, ou pela mente de alguma entidade externa (materialização)”
(Psychic Research Quarterly, 1921, 1, p. 273).

Entre os escritores que discutiram estas ideias de força estavam Hereward Carrington, W.J. Crawford, Edward W. Cox, Albert de Rochas, Gracis Gerry Fairfield, César Lombroso, Joseph Maxwell, Enrico Morselli, F.W.H. Myers, e Julian Ochorowicz.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 19, 2012 11:24 am

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Com o crescimento do paradigma Rhineano estas ideias foram postas de lado pela pesquisa psíquica da corrente principal.

A nova parapsicologia experimental apresentou resultados aparentemente inconsistentes com os trabalhos de uma força biológica, a saber a independência aparente de fenómenos psi de quaisquer parâmetros físicos.

Não obstante estas ideias de forças psíquicas são ainda comuns, especialmente numa variedade de cura e sistemas metafísicos, e na cultura popular.

Agradecimentos

Este artigo foi possível graças aos ricos recursos bibliotecários da Biblioteca Eileen J. Garrett na Parapsychology Foundation.
Desejo agradecer Nancy L. Zingrone pelas sugestões editoriais úteis para a melhora deste artigo.

O artigo é dedicado à memória de Arthur J. Ellison cujos escritos críticos na descoberta da energia subtil servem como um lembrete das dificuldades metodológicas neste campo
(ver Ellison, 1962, 1967, 1982).

Para correspondência sobre este artigo escreva ao autor para:
Division of Perceptual Studies, Department of Psychiatric Medicine, University of Virginia Health System, P.O. Box 800152, Charlottesville, VA, 22908, email: csa3m@uva.edu

Um das mais velhas explicações de fenómenos psíquicos assegura que efeitos físicos e mentais aparentemente paranormais são realizados por meio de uma força projectado do corpo de uma pessoa.

Esta força foi chamada por muitos nomes:
magnetismo animal, força ecténica, fluidos, radiações humanas, magnetismo, força nervosa, od, força psíquica, telergia, e energia vital.

Neste artigo eu em resumo revisarei aspectos da literatura deste conceito.1
Eu não estou preocupado aqui com a realidade física destes conceitos de força nem com seu valor como modelos teóricos.

Limito minha discussão às ideias dos proponentes, e não vou adentrar na literatura que critica estas ideias.

Reconheço, como o historiador de radiações humanas Julio Ungaro (1992) argumentou, que a ciência (ou a parapsicologia) nunca oficialmente aceitou a existência deste fenómeno. 2

Por razões pragmáticas eu também focalizo só em desenvolvimentos ocidentais, no período das últimas décadas do décimo nono século até a década de 1930, e só naquelas discussões centradas em fenómenos psíquicos.

Isto significa que eu não vou entrar em áreas tais como os discutíveis raios N nem outras radiações discutidas fora do Mesmerismo, Espiritualismo e da literatura da pesquisa psíquica
(para visões gerais, ver Bischof, 1995/1998; e Ungaro, 1992). 3

Mesmerismo e Espiritualismo do Décimo Nono Século

Radiações humanas, “fluidos”, forças psíquicas e afins foram propostas como o modo pelo qual os fenómenos psíquicos eram produzidos.

A “força” - conceitualizada como um tipo de magnetismo biológico ou electricidade - supostamente serviu como uma portadora de informação e como o agente por trás da acção física exteriorizada do corpo.

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Última edição por O_Canto_da_Ave em Qui Dez 20, 2012 11:41 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 20, 2012 11:41 am

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O uso da “força” para explicar os fenómenos parapsicológicos, observou Amadou (1953b), representaram uma tentativa de dar uma explicação física, mecânica e natural, a fenómenos inexplicados.

Esta tentativa de naturalizar fenómenos psíquicos foi um tema recorrente nas discussões destas forças.

Talvez o conceito mais conhecido deste tipo era o de “fluido” popularizado pelo movimento mesmérico.

Como um representante do Mesmerismo escreveu:
Como nós não podemos compreender como um corpo pode agir sobre outro à distância, sem haver algo para estabelecer uma comunicação entre eles, supomos que uma substância emane daquele que magnetiza, e que seja transportada à pessoa magnetizada, na direcção dada pela vontade.

Esta substância, que sustenta a vida em nós, chamamos de fluido magnético.

A natureza deste fluido é desconhecida;
mesmo sua existência não foi demonstrada;
mas cada coisa ocorre como se ele existisse, e isso nos permite admiti-lo...
(Deleuze, 1852, pp. 1-2)

Franz Anton Mesmer (1734-1815) discutiu estas ideias em seus escritos.
Por exemplo, em seu Mémoire sur la Découverte du Magnétisme Animal, publicado em 1779, Mesmer apresentou vinte e sete propostas sobre “um fluido contínuo universalmente distribuído, que é totalmente sem vácuo e de uma natureza incomparavelmente rarefeita, e que por sua natureza é capaz de receber, propagar e comunicar todas as impressões de movimento...”
(Mesmer, 1779/1970, p. 54).

Este fluido, que Mesmer chamou de magnetismo animal, foi relacionado à matéria orgânica e física, o corpo humano sendo afetado por ela pelos nervos.

Numa tentativa adicional de relacionar esta força a outros aspectos da natureza, Mesmer argumentou que no corpo humano este agente “tem propriedades semelhante às do ímã;
pólos opostos e diferentes podem da mesma forma ser distinguidos, os quais podem ser mudados, comunicados, destruídos e fortalecidos...”
(Mesmer, 1779/1970, p. 55).

Além do mais, Mesmer argumentou que o magnetismo animal podia ser afectado pelos corpos celestiais e pela acção dos fluidos de pessoas adjacentes.

Suas acções podiam ser comunicadas à matéria orgânica e inorgânica, transferida à distância, penetrar corpos, intensificada e reflectida por espelhos, armazenada em outras substâncias e na matéria orgânica, e usada para curas médicas.

Darnton (1968), um historiador do Mesmerismo, lembrou-nos que as ideias de magnetismo animal foram desenvolvidas por Mesmer e outros na França no contexto de um grande interesse em todo o tipo de forças físicas.

Na época, as maravilhas da eletricidade eram como mistérios ao intelectual e ao cientista como era o magnetismo animal.

Neste contexto, magnetismo animal era uma entre muitas forças inexplicadas da natureza.
Embora este contexto não assegurou aceitação universal da ideia de magnetismo animal em todas as regiões, preparou o terreno para o ouvido receptivo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 20, 2012 11:42 am

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A força mesmérica acreditou-se ser transmissível por ímãs, um olhar constante, e pelos bem conhecidos passes magnéticos.

Os historiadores do Mesmerismo observaram que este fluido foi considerado por muitos ser o agente por trás de tais fenómenos paranormais como a indução do transe, a comunidade de sensação, (em que a pessoa em transe estava em contacto mental com o mesmerizador e podia obedecer a seus comandos sem indução verbal), curas, clarividência, e os fenómenos de transposição dos sentidos (em que a pessoa hipnotizada pode ver ou pode perceber partes do corpo tais como a boca do estômago).4

Para um seguidor de Mesmer esta última capacidade foi atribuída à influência de “electricidade animal,” um agente que pode transferir impressões sensoriais ao sistema nervoso na ausência de órgãos receptores tais como olhos
(Pététin, 1808).

Um escritor anônimo num artigo publicado em julho de 1867 no diário britânico Human Nature [Natureza Humana] resumiu as suposições de alguns mesmeristas concernentes a este fluido:
A opinião geral entre mesmeristas quanto à natureza do agente é, que isto é um fluido gerado pelo nervos – e etéreo, espírito vital ou essência, que penetra todos os corpos, – no adequado desenvolvimento e distribuição própria das quais a saúde e a vida dependem...

O facto fundamental no mesmerismo que pode ser dito é, que o sistema nervoso de um homem é capaz de agir sobre o de outro...
(O que é Mesmerismo?, 1867, p. 228).

Muitos escritores desenvolveram esta ideia que o magnetismo animal era ligado com processos vitais do corpo.

Até certo ponto, tais ideias eram um produto normal de ideias neurofisiológicas predominantes no décimo oitavo século
(Brazier, 1984; Jackson, 1970).

Estas ideias asseguravam que fluidos e forças que fluíam pelos nervos, concediam o movimento e o processamento de impressões sensoriais.

Seguindo esta tradição, o médico britânico James Esdaile (1808-1859) argumentou que um fluido nervoso carregava as ordens do cérebro dentro do corpo, e que este fluido também estava envolvido na percepção.

Este fluido pode produzir fenómenos mesméricos.

Por exemplo, Esdaile argumentou que o fluido “é transmitido ao cérebro hipnotizado da pessoa por meio dos seus nervos:
e a consequência é, que o fluido nervoso modificado pelo pensamento do cérebro activo é tanto reflectido quanto entendido pelo cérebro passivo do paciente, exactamente como o terminal passivo de um telégrafo eléctrico regista os impulsos recebidos da extremidade activa da bateria...”
(Esdaile, 1852, p. 238).

Para Esdaile e outros tal idéia pode explicar a transmissão de pensamento à distância, ou a influência do mesmerizador sobre o mesmerizado sem aparentes comandos sensórios convencionais.

Até certo ponto, então o conceito de magnetismo animal foi intimamente relacionado a estas ideias de força nervosa.
Aliás, algum mesmeristas parecem ter conceitualizado ambos como força idênticas
(e.g., Esdaile, 1852; para um revisão e para exceções ver Gauld, 1992).

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 20, 2012 11:42 am

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Enquanto a ideia de que o magnetismo animal pode induzir transes e produzir o que nós chamamos agora os fenómenos de hipnose fossem particularmente populares durante a parte última do décimo oitavo século e a primeira metade do décimo nono, o conceito de jeito algum desapareceu nos períodos posteriores.

Por exemplo, Edmund Gurney (1847-1888), um dos membros mais criativos da Sociedade para Pesquisa Psíquica, conduziu experiências projectadas a mostrar uma influência mesmérica que fosse separada de sugestão
(p.ex., Gurney, 1884).

Depois médicos magnéticos continuaram este trabalho e mantiveram viva a ideia de um fluido como um agente causal atrás do transe hipnótico, curando fenómenos, e outras experiências mediúnicas (p.ex., Jagot, n.d.)

Por exemplo, papéis apresentados em 1923 num congresso de “psicologia experimental” incluíam títulos tais como “A Acção de Radiações Humanas em Micróbios,” “A Acção Terapêutica do Magnetismo,” e “A Acção Motora da Força Magnética”
(Durville, n.d.)

Outros mesmeristas depois continuaram a defender o conceito de magnetismo animal na indução do transe e outros fenómenos
(p.ex., Alrutz, 1922; Boirac, 1908/1918).

O movimento mesmérico influenciou o Barão Karl von Reichenbach (1788-1869) a estudar a força hipotética à qual ele chamou od. 5 Como os mesmeristas, Reichenbach (1849/1851) considerou od ser uma força universal.

Em sua visão, od não só era gerada pelo corpo humano, mas também por magnetismo, cristais, luz (incluindo luz do sol e do luar), calor, fricção, processos químicos e electricidade, entre outras causas.

No corpo humano tais processos como digestão e respiração produziam od.

Pessoas sensíveis, Reichenbach pensava, eram capazes de perceber esta força por meios diferentes, tais como visualmente (p.ex., luzes e auras ao redor de ímãs, cristais e indivíduos) e como sensações de temperatura e incômodo.

Em sua discussão das propriedades do od Reichenbach declarou:
É condutível por todos os outros corpos;
é capaz de ser ou directamente acumulado, ou transferido por distribuição a outros corpos;
desaparece deles em um tempo curto;

...É organizado de uma maneira polar em corpos animais...;
É sem relação apreciável ao magnetismo terrestre;
é capaz de mecanicamente atrair as mãos de pacientes catalépticos...
(Reichenbach, 1849/1851, p. 116).

O Coronel Albert de Rochas (1837-1914) popularizou o trabalho de Reichenbach e informou suas próprias observações em seu livro Le Fluide des Magnétiseurs (1891).

Seguindo Reichenbach, de Rochas considerou od um princípio vital, uma força intimamente ligada com ao corpo humano e suas funções.

Considerou o cérebro e seu gânglios serem os centros principais de od no corpo humano.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 21, 2012 11:17 am

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Como escreveu em seu livro em 1891:
O movimento ódico, chamou uma corrente, vem principalmente do cérebro, descendo pelos nervos do rosto e indo a suas correspondentes ramificações.

Finalmente, é exalado no ar, deixado sensível pelas impressões de calor e frio que causam no sensitivo, é tornado visível na forma de exalações num dia simples, e como luzes na escuridão.

O corpo inteiro parece brilhante;
a cabeça parece ter uma auréola;
as mãos, os dedos das mãos dos pés jogam correntes longas de luz ódica
(p. 104, minha tradução).

De Rochas escreveu sobre a “existência no corpo humano de uma força semelhante à electricidade e capaz de projetar-se para fora dele...”
(De Rochas, 1887, p. 387, minha tradução).

Em seu livro L' Extériorisation de la Sensibilité (1895) e L' Extériorisation de la Motricité (1896) argumentou que a capacidade do ser humano de perceber e de causar movimento pode funcionar de forma exterior ao corpo, produzindo assim fenómenos tais como percepção à distância e movimento de objetos sem contacto.

Aproveitando as ideias do movimento mesmérico e do trabalho de Reichenbach muitos indivíduos especularam sobre as causas de fenómenos espiritualistas usando estes conceitos de forças corpóreas.

Livros influentes tais como Philosophy of Mysterious Agents [Filosofia dos Agentes Misteriosos] de Rogers (1853), e Spirit Manifestations Examined and Explained [Manifestações de Espíritos Examinadas e Explicadas] de Dods (1854) postularam que uma força nervosa poderia ser exteriorizada do corpo para explicar fenómenos físicos mentais tais como movimento de objectos, materializações e telepatia.

Então, por exemplo, Dods argumentou que as forças “electromagnéticas” do corpo estavam relacionadas ao “ poderes involuntários nas costas do cérebro...” (Dods, 1854, p. 33), a secção cerebral imaginada controlar as funções involuntárias do corpo.

Outro exemplo interessante que ligou forças fisiológicas a fenómenos espiritualistas foi um artigo por um escritor anônimo publicado em 1855 na revista North American Review [Revisão norte-americana].

Este autor acreditou que uma corrente eletromagnética constituía o aspecto vital do organismo humano.

Escreveu:
As vértebras são, como eram, os pratos sucessivos de uma bateria galvânica, da qual o crânio é o ápice, enquanto a espinha, culminando no cérebro, constitui, como o ácido na bateria artificial, um criador cumulativo contínuo e canal da força electromagnética.

Desta força os nervos de sensação e de movimento voluntário são os condutores...

A bateria viva, normalmente carregada, pode bastar para manter um hemisfério do cérebro em acção, enquanto uma carga excessiva pode manter ambos os hemisférios em ação simultânea.

Esta teoria pode explicar os rappings [batidas], luzes fosforescentes, pancadas na mesa, e outros fenómenos físicos, informados em conexão com o pretendido intercurso espiritual.
(Necromancia moderna, 1855, p. 521)

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 21, 2012 11:17 am

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As ideias do advogado britânico Edward W. Cox (1809-1879) em ele que ele chamou uma “força psíquica” foram particularmente interessantes e influentes.
Cox descreveu sua idéia principalmente em dois livros:
Spiritualism Answered by Science [O Espiritualismo Respondido pela Ciência] (1872), e What Am I [O que Sou Eu?] (1874).

Como escritores prévios, Cox argumentou que uma força emanava dos sistemas nervosos de psíquicos (seu termo).
Esta força, dirigida pela inteligência psíquica, produzia os fenómenos físicos do espiritualismo.

Escreveu:
O psíquico é a pessoa em quem há uma capacidade anormal para deslocamento no relacionamento normal da alma e do corpo.

Em tal condição, a alma (ou força psíquica) cessa de fluir por seus canais normais e portanto manifesta-se sem eles, como faz a força magnética, em efeitos perturbadores sobre a estrutura molecular.

A força psíquica... penetra e penetra a matéria molecular; e... neutraliza na matéria a força da gravidade.
(Cox, 1874, pp. 417-418)

De acordo com Cox esta força normalmente é relacionada a processos corpóreos tais como os movimentos.
Mas o transe mediúnico era um catalisador ao quebrar o equilíbrio normal da força e permitir a saída do corpo.

Em outro livro, ele escreveu:
“Como o organismo é por si mesmo movido e dirigido dentro de sua estrutura por uma força... é uma conclusão igualmente razoável que a força que causa os movimentos além dos limites do corpo é a mesma força que produz os movimentos dentro dos limites do corpo “
(Cox, 1872, p. 101; neste tema ver Alvarado, 1981).

Cox influenciou o físico inglês William Crookes (1832-1919), que executou estudos experimentais da força mediúnica com o célebre e influente médium D.D Home
(1833-1886) (Crookes, 1874b).

Na visão de Crookes os efeitos produzidos por Home eram devido a uma força vital psíquica.

Crookes observou o quão fisicamente esgotado Home ficava depois de algumas provas, algo notado repetidamente por toda a literatura de médiuns físicos.

Tanto Cox como Ganchos observaram as variações na força psíquica, um poder que teve seus altos e baixos em termos de intensidade.

As materializações de formas humanas, também pareciam invocar a noção de uma força psíquica variável, um fenómeno que Crookes (1874a) estudou e fotografou.

Um exemplo com a famosa e extremamente controversa médium inglesa Florence Cook (1856-1904) foi a observação que “os espíritos...

Tem frequentemente uma aparência horrível, pálida, como de costume quando o poder está fraco”
(Spirit Faces [Faces Espirituais], 1873, p. 83, meus itálicos).

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 21, 2012 11:18 am

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Gracis Gerry Fairfield em seu livro Ten Years with Spiritual Mediums [Dez Anos com Médiuns Espirituais] (1875), também tentou relacionar as forças psíquicas ao sistema nervoso.

Fairfield defendeu a existência de uma “nervo-aura,” uma força que ele definiu como “uma atmosfera que emana tendo as propriedades moleculares, motores e sensórias, do próprio tecido nervoso, embora de intensidade diminuída”
(Fairfield, 1875, p. 122).

A tal substância, Fairfield pensou, podia explicar tanto os fenómenos mentais e físicos do Espiritualismo.

O autor acreditou que a liberação desta força estivesse associada com perturbações moleculares de centros de operações.

Fairfield discutiu epilepsia como um exemplo de excitação patológica dos centros de operações, e como uma doença envolvendo a mesma perturbação molecular envolvida na liberação da força nervosa corporal.

Numa tentativa de explorar as propriedades desta força, Fairfield experimentou com formações nebulosas o que ele via perto dos médiuns.

Como explicou:
Numa sessão...
Assisti, retirando o braço do ímã de uma ferradura, trouxe os pólos abertos em contacto com a nebulosa, com o objectivo de testar se isso podia ser dissipado desse modo.

O teste não foi bem sucedido desse aspecto do assunto;
mas foi bastante bem sucedido de outro ponto de vista...

Os pólos do ímã avançando em direção à fronteira da nebulosa, o médium, que sentava-se aproximadamente a seis pés dela...

Foi atacado com convulsões perceptíveis convulsões de molde tetânicas.
No fechamento da carapaça, as convulsões cessaram.

Embora não dissipada pelo magnetismo, a nebulosa também foi perceptivelmente agitada de um lado para outro, e desenvolveu aumentada luz.

Eu agora testei a questão ainda mais, por retirar o braço do ímã em outros pontos no lugar contíguo ao médium, mas nenhum efeito perceptível nos seus nervos foi desenvolvido.

Considero esta prova como evidência conclusiva que a nebulosa era neste caso uma transformação da atmosfera nervosa do médium, e que o magnetismo que produziu os espasmos leves foi transmitido aos nervos do médium por contato com esta nebulosa nervosa, suspendida na atmosfera plenamente a seis pés de sua pessoa
(Fairfield, 1875, pp. 149-150).

Como Fairfield, o Reverendo Asa Mahan explicou os fenômenos espiritualistas como resultando de uma força gerada pelo corpo humano, e não aceitou o conceito de agentes desencarnados
(Mahan, 1855, 1875).

A força pode ser inteligente ou não de acordo com seu local nos centros nervosos:
Quando tal centro não é ligado imediatamente com o cérebro, então a acção desta força, como a do magnetismo, é simplesmente a de um poder repulsivo e atraente, sem as características de inteligência.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2012 11:56 am

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Quando esse centro é o cérebro, então a direcção da acção desta força transmite, em muitos pormenores importantes, as características de inteligência, a acção da força, em tais casos, não somente está de acordo com, mas evidentemente é dirigida estados mentais
(Mahan, 1875, pp. 96-97).

Um conceito um tanto diferente foi apresentado por Allan Kardec
(o pseudónimo de Léon Hyppolyte Denizard Rivail, 1804-1869).

Kardec, considerado por muitos como o codificador da doutrina espírita, popularizou o conceito do perispírito em escritos que ele publicou entre os anos de 1850 e os de 1860
(p.ex., Kardec, 1861/1874).

Ele seguiu os ensinos dos espíritos como “ditados” pelos médiuns.
Estes ensinos afirmaram que a constituição do ser humano é composta pela alma ou espírito, o corpo físico, e o perispírito, “um envolvetório fluídico, que é semi-material, e constitui o elo entre a alma e o corpo”
(Kardec, 1861/1874, p. 53).

O perispírito é o “meio pelo qual o espírito age sobre seus órgãos carnais e os transmite as tudoque é exterior a si”
(Kardec, 1861/1874, p. 54).

De acordo com Kardec, é pelo perispírito que o espírito desencarnado do morto pode aparecer como assombrações, como materializações, e pode mover objectos. Num médium físico, o fluido do perispírito é forte e emana do corpo.

Como Kardec descreveu o processo seguindo os ensinos dos “espíritos”:
Quando um objeto é posto em movimento, levado, ou levantado no ar, o espírito não o prende, empurra-o, ou levanta-o, como fazemos com as nossas mãos;
o espírito, por assim dizer, satura-o com o próprio fluido combinado com o do médium, e o objecto, é assim vivificado durante o momento, age como um ser vivo agiria... [e]

Segue a impulsão comunicada a ele pela vontade do espírito
(Kardec, 1861/1874, pp. 76-77).

Os seguidores de Kardec, tais como o engenheiro francês Gabriel Delanne (1857-1926), discutiu mais ainda o papel do perispírito em negócios humanos e na produção de fenómenos psíquicos
(Delanne, 1923, Parte 4; ver também Fedi, 1937).

Outro escritor disse:
O perispírito...
Irradia um complexo de raios e se está em harmonia perfeita com o corpo físico, eles acham uma saída livre além de seus limites;
mas se o corpo físico está incapaz de transmitir os raios, eles se acumulam em torno do perispírito, produzindo uma série de perturbações em ambos os corpos psíquico [o perispírito] e físicos, que podem acabar em doenças sérias, tais como neurastenia, inchaços nervosos, &c.
(Kudriavtzeff, 1909, p. 175).

Muitos dos indivíduos mencionados antes sugeriram que os fenómenos de materialização eram causados por esta energia invisível.

Tais ideias eram coerentes com as especulações que “exudações invisíveis das organizações humanas foram usadas por espíritos para criar formas tangíveis visíveis
(Owen, 1871, p. 404).

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2012 11:56 am

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Os espíritos, de acordo com outro escritor, “pelo exercício de sua força de vontade unida atraem e reúnem certos elementos magnéticos e materiais do médium, das pessoas presentes, e da atmosfera...”
(Crowell, 1879, pp. 181-182).

Semelhantemente, Brackett (1886, pp. 126-127) referiu-se ao vapor luminoso como a matéria de um corpo do médium para criar materializações. 6

O Conselheiro Imperial russo ao Czar e pesquisador psíquico Alexander Aksakow (1832-1903) escreveu que toda a materialização envolve desmaterialização, ou o uso aparente da matéria do corpo do médium
(Aksakow, 1894-1895/1896).7

Aksakow acreditava que havia três etapas nas materializações.
A primeiro consistia no movimento de objectos, e toques causados por uma força invisível.

A segunda consistia em formas visíveis e tangíveis, mas incompletas tais como mãos, cabeças e bustos.
Finalmente, a terceira seriam as materializações completas, com a produção de corpos inteiros.

Estas etapas – na visão de Aksakow – foram relacionadas a uma força vinda do corpo do médium, um ponto que ele ilustrou no seu livro com o caso da desmaterialização parcial do corpo da médium Elizabeth D'Esperance (1855-1919).

A suposição era que a força psíquica do médium era transformada na matéria necessária para as materializações.

Durante o décimo nono século (e mais tarde) há muitas tentativas de registrar as radiações humanas usando chapas fotográficas
(para revisões ver Girod, 1912; Krauss, 1995; Ungaro, 1992, Capítulo 3).

Porque a fotografia tem sido usada activamente para registar a materialização e outros fenómenos, assim como para capturar “espíritos invisíveis ao redor dos assistentes (ver Krauss, 1995), era lógico esperar que a fotografia também seria usada para capturar radiações humanas invisíveis também.

Um pioneiro nesta área foi o francês Comandante Louis Darget.
Darget informou que obteve “efluviografias,” ou quadros do “fluido,” ao redor de mãos, dedos, assim como de plantas.

Além do mais, obteve fotografias do pensamento colocando chapas fotográficas numa distância curta de um corpo da pessoa (Tégrad, 1902).8

O médico francês Hyppolyte Baraduc (1850-1909) foi outro exemplo deste tipo de trabalho.
Apresentou muitos quadros de radiações vitais tiradas usando uma variedade de métodos, tais como contacto prolongado de mãos com chapas fotográficas (Baraduc, 1896).

Uma variedade de radiações humanas foram postuladas para explicar os fenómenos do tipo PES.
Entre estes haviam especulações de energia nervosas sendo transmitidas pelo éter (Crookes, 1898) e a acção de “ondas cerebrais”(Houston, 1892). 9

Conceitos de Força na Pesquisa Psíquica Durante o Vigésimo Século

A pesquisa psíquica posterior desenvolveu estes conceitos ainda mais, especialmente num esforço para explicar os fenómenos de mediunidade física.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2012 11:56 am

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Como na literatura anterior, a noção comum era a de uma energia biológica dependente do corpo do médium, uma ideia que era uma extensão clara de conceitos anteriores de Mesmerismo e Espiritualismo.

Um pesquisador psíquico profundamente interessado nestas questões argumentou:
“É esta energia que move objetos materiais na vizinhança imediata do médium (telecinesia) e é capaz de ser moldada ou manipulada em mãos, cabeças, e formas fantasmais, por meio da mente subconsciente do médium, ou pela mente de alguma entidade externa (materialização)”
(Carrington, 1921, p. 273).

Embora forças psíquicas fossem caracterizadas mais frequentemente na literatura europeia do que em escritos Anglo-Americanos, os últimos incluíam conceitos interessantes.

Um deles eram as ideias do académico britânico clássico e pesquisador psíquico Frederic W.H. Myers (1843-1901), geralmente conhecido pelo seu interesse na mente subliminar e em sobrevivência à morte corpórea (Myers, 1903).

Na visão de Myers alguns fenómenos psíquicos eram “extensões de fenómenos vitais que nós já sabemos ocorrer sob controle subliminar...”
(Myers, 1895, p. 21).

Isto incluía todo o tipo de processos metabólicos.

No seu Human Personality and Its Survival of Bodily Death [Personalidade Humana e Sua Sobrevivência de Morte Corpórea], Myers (1903, Vol. 2, pp. 505-554) teve uma secção intitulado “Esquema de um Sentido Vital.”

Aqui ele escreveu sobre fenómenos físicos e sobre seu conceito de ectoplasia, ou a “extrusão do organismo de energia vital...” (P. 529).

O termo é definido mais tarde como “o poder de formar, fora de algum organismo especial, uma colecção ou reservatório de força vital ou de matéria vitalizada, que pode ou não ser visível, pode ou não ser tangível, mas que opera enquanto forma como o corpo tangível visível de onde é tirado” (p. 545).

Nesta discussão Myers foi influenciado por comunicações recebidas pelo médium Reverendo inglês W. Stainton Moses (1839-1892).

Baseado nos comunicadores “espirituais” de Moses, Myers discutiu a ideia que a força pode vir de outras pessoas presentes, além do médium
(Myers, 1903, Vol. 2, p. 530).

Num artigo sobre Moses, Myers (1894, pp. 275-276) citou comentários sobre como o poder numa sessão com este meio foi exaurido, então o assistente foi dito para esfregar as suas mãos e fazer passes para gerar poder.

Além do mais, semelhante a Kardec e a outros, Myers especulou sobre a possibilidade de espíritos desencarnados usarem a energia vital de médiuns e assistentes.

Esta referência a movimentos como geradores de poder vital era um das observações feitas pelo jurista francês e médico Joseph Maxwell (1858-1938) no seu estudo de médiuns físicos.

Maxwell, que teve experiência extensa com muitos médiuns, acreditava que a força emitida para causar fenómenos físicos era “relacionada à energia que circula nos nossos nervos, e que provoca a contração dos nossos músculos
(Maxwell, 1903/1905, p. 51).

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2012 12:22 pm

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Para gerar esta força, Maxwell pensou que contrações musculares eram úteis.

Escreveu, “um movimento sem contato pode ser obtido firmemente apertando uma mão na outra, ou por apoiando os pés muito firmemente no chão...“ (P. 110).

Na sua experiência era muito importante ter condições harmoniosas no círculo mediúnico, uma situação que assegurava “a sinergia de forças que cada membro do círculo desenvolve” (p. 49).

Concernente ao uso desta força, Maxwell acreditava que há vários marcadores que indicavam seu fluxo e acção.

Um destes era a fadiga sentida tanto pelo médium assim como pelos assistentes e experimentadores depois de uma sessão, presumivelmente sentida já que os médiuns usaram a energia de outras pessoas presentes para substituir o próprio gasto de força ao produzir fenómenos telecinéticos e de materialização.

Outros marcadores mencionados por Maxwell eram sensações de: brisas frias, tinindo nas mãos e pontas dos dedos, correntes pelo corpo, e teias nas mãos e rosto.

Um dos médiuns que Maxwell estudou foi a italiana Eusapia Palladino (1854-1918).

Como argumentei antes (Alvarado, 1993), Palladino foi muito importante para o desenvolvimento de conceitos de forças paranormais não só por causa dos fenómenos informados acontecerem ao redor dela, mas porque apresentou todos os tipos de comportamentos (p.ex., movimentos das mãos correspondendo a movimentos de objectos, declarações sobre a força, esgotamento depois das sessões) que apoiavam a ideia de emissão de uma força corpórea.

Apesar dela não ser única nisto, seus desempenhos foram particularmente influentes nos desenvolvimentos destes conceitos de força.

Por exemplo, o psiquiatra italiano Enrico Morselli (1852-1929) derivou suas ideias de sessões com Palladino.
O trabalho de Morselli de dois volumes “Psicologia e Espiritismo” (1908) em grande parte foi dedicado à fisiologia e à psicologia do fenómeno Palladino.

Na sua visão o médium pode criar fantasias e formas “pela exteriorização radiante de sua força, a emanação ondulatória bio-psíquica projectada” de Palladino (Morselli, 1908, Vol. 1, p. 449, minha tradução).

Esta força foi mais tarde descrita como um “exopsiquismo, um dinamismo vital” (Vol. 1, p. 322, minha tradução).
Como muitos escritores prévios, Morselli acreditou numa intervenção colectiva para explicar esta força.

No seu livro ele informou que leituras de dinamômetros tomadas antes e depois das sessões mostraram que a força gasta no aperto de mão do médium e assistentes diminuiu da primeira à segunda medida, sugerindo gasto de energia durante a sessão por todos os envolvidos
(Vol. 1, pp. 351-352; ver também Lodge (1894, pp. 326-327).

Morselli foi mais longe e argumentou que os fenómenos consistiam em mais que a projeção desta força.

Além do mais, o médium pode usar sua “percepção supernormal” para obter informações tais como a semelhança de um indivíduo morto das mentes dos assistentes.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2012 12:22 pm

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O médium então teria a capacidade de usar esta informação para criar a impressão que um espírito tinha materializado-se, assim produzindo uma materialização ou algum sinal inteligente que poderia ser reconhecido pelos assistentes como vindo de ou representando alguém que eles conheceram.

Por sua vez, isto acontecia pelos processos “oníricos” ou “subconscientes” processos do médium extasiado.

Não visão de Morselli esta força normalmente era regulada pelo sistema do médium para lidar com tais requisitos de vida como impressões sensoriais.

Deste modo as ideias de Morselli são semelhantes às de Cox, de Rochas, e Myers. Durante o transe, de acordo com Morselli, os centros superiores do sistema nervoso controlando a liberação desta energia eram inibidos, assim permitindo o fluxo que produzia os fenômenos físicos de Palladino.

A tabela 1 compila uma lista de outros pesquisadores que foram incitados a especular sobre forças ou radiações pelo fenómeno Palladino
(ver próxima página).

A ideia que emanações poderiam sair dos corpos dos médiuns também foi apoiada pelasobservações de estruturas aparentemente saindo dos seus corpos durante sessões. Os braços fluídicos de Palladino eram um exemplo.

Carrington, comentando as sessões americanas de Palladino, disse “vimos o que era aparentemente um terceiro braço - um braço exatamente como o da própria Eusapia - saindo do seu ombro, e tocar os assistentes no lado da mão direita”
(Carrington, 1910).

O médico polonês e pesquisador psíquico Julian Ochorowicz (1850-1917) conduziu estudos particularmente influentes com a médium física polaca Stanislawa Tomczyk
(Ochorowicz, 1909, 1910, 1911).

Ochorowicz estudou as propriedades do que ele chamou “raios rígidos ou estruturas ectoplásmicas que podem mover objetos pequenos”.

No seu artigo de 1909 ele disse que observou fios vindo dos dedos da médium.
De acordo com ele pode-se cortar estes fios e eles voltariam a se formar outra vez.
De acordo com a médium há forças diferentes no trabalho.

Ela se referiu a:
(1) a corrente pessoal da médium, capaz de atuar numa distância curta do corpo;
(2) as mãos etéricas ou fluídicas do duplo do médium, que podem agir numa distância sem a ajuda da própria força do médium;
e (3) a corrente das mãos do duplo do médium, que pode agir numa distância curta do corpo
(Ochorowicz, 1909, p. 98).

§.§.§- O-canto-da-ave
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